Revista MundoGEO 78

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SUMÁRIO

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Entrevista

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Patrimônio Cultural

Latitude

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GeoQualificação

Passo a Passo

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TI+GEO

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GIScience

Leandro Rodriguez, Gerente da Esri para América Latina e Caribe

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Acredite no Brasil!

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Integração entre o Google Maps Engine Lite e o novo Google Maps - Parte 3

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BIM

Aquisição de dados e a indústria de medições

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Tutorial

Criando mapas no Microsoft Excel

GeoQuality

A invasão dos VANTs no mercado mundial

Laser Scanner 3D

A importância do apoio topográfico

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Ciência da Informação Geográfica e perspectivas para a América Latina

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Construindo um futuro melhor: GIS ao alcance de todos

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Top 10 crenças do setor geoespacial

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Geotecnologia na automatização de processos no setor público

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WebGIS, Big Data, Cloud Computing, Location Analytics, ArcGIS Online, Mobile, 3D. Saiba como a Esri está se transformando para oferecer o melhor do GIS e colocar o poder nas mãos de cada vez mais usuários.

feira! gratuita na Visitação

Acesse artigos complementares na revista online www.mundogeo.com

Colaboraram nesta edição: Arlete Correia Meneguette, Bruna C. Mazzeo, Caio Costa Victer, Eduardo Freitas Oliveira, Fernando Cesar Ribeiro, George Alex da Guia, Herbert Parente, Humberto Mattos, Jamil Buzar Neto, José Augusto Sapienza Ramos, Leandro Rodriguez, Pablo Cabrera Barona, Wilson Anderson Holler

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Editorial Web Seção do Leitor Navegando Lançamentos VANTs & Drones Guia de Empresas



EDITORIAL

O poder da geoinformação!

Alexandre Scussel Geógrafo (UFPR) e Técnico em Informática. Editor do Portal e Revista MundoGEO, Coordenador Técnico dos Seminários Online e do Evento MundoGEO#Connect LatinAmerica editorial@mundogeo.com

m relatório publicado em 2013 pela Oxera, companhia de pesquisas do Reino Unido, revelou que o setor geoespacial movimenta de 150 a 270 bilhões de dólares por ano, o que equivale a um terço da indústria global de aviação. O relatório afirma que “os serviços geoespaciais estão contribuindo para a economia global, através da eficiência de seus produtos, por facilitarem o desenvolvimento de atividades econômicas e a geração do bem-estar social”. Há 16 anos a MundoGEO vem contribuindo com este setor, disseminando as informações e o conhecimento geoespacial. Faço parte desta história desde 2010 e, a partir de agora, amplio minha contribuição como o novo Editor desta conceituada revista, que busca apresentar o melhor da geoinformação para seus leitores. É um grande desafio, manter a competência e o trabalho de referência que a MundoGEO desempenha e, por outro lado, buscar sempre a renovação, permanecendo atento às mudanças do mercado e às demandas dos usuários e fornecedores das informações geoespaciais. Nestes quatro anos, tendo atuado diretamente nos principais projetos da empresa, pude perceber o quanto é importante valorizar, acima de tudo, o indivíduo, através do cuidado em cada atendimento prestado, notícia ou matéria publicada, evento ou seminário realizado. Afinal, é sempre uma pessoa que está na outra ponta, recebendo e processando a informação. Estamos sempre abertos para contar com a sua colaboração. O evento MundoGEO#Connect por exemplo, desde sua concepção, em 2011, é formatado com informações e demandas da própria comunidade, que

Revista MundoGEO Publicação bimestral - ano 16 - Nº 78 Diretor e Publisher | Emerson Zanon Granemann | emerson@mundogeo.com Editor | Alexandre Scussel | editorial@mundogeo.com Estagiários | Izabela Prates | imprensa@mundogeo.com Pâmela Lunelli | jornalismo@mundogeo.com Gerente de TI | Guilherme Vinícius Vieira | guilherme@mundogeo.com Comercial | Jarbas Raichert Neto | jarbas@mundogeo.com Marketing | Bruno Born | marketing@mundogeo.com Atendimento e assinaturas | Thalitta Nishimura | assinatura@mundogeo.com Dienifher Gonçalves | atendimento@mundogeo.com Administração/Financeiro | Eloísa Stoffel Eisfeld Rosa | financeiro@mundogeo.com Projeto Gráfico e Editoração | O2 Design | o2@o2comunicacao.com.br CTP e Impressão | Maxigráfica MundoGEO www.mundogeo.com | Fone/Fax (41) 3338-7789 Rua Doutor Nelson Lins d’Albuquerque, 110 - Bom Retiro Curitiba – PR – Brasil – 80520-430 Todas as edições da Revista MundoGEO estão online no Portal MundoGEO. O material publicado nesta revista só poderá ser reproduzido com autorização expressa dos autores e da MundoGEO Ltda. Todas as marcas citadas nesta publicação pertencem aos respectivos fabricantes. O conteúdo dos anúncios veiculados é de responsabilidade dos anunciantes. A editora não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Edições avulsas da Revista MundoGEO estão disponíveis para compra no Portal MundoGEO.

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contribui através de pesquisas online ou dos canais diretos de comunicação (e-mail, telefone, redes sociais, etc.), e assim acontece em todas as atividades que a MundoGEO se propõe a realizar. Muito trabalho e “suor” vêm pela frente. Desejo toda a sorte para o Eduardo Freitas na nova empreitada à frente do Instituto GEOeduc, empresa que veio complementar e fortalecer ainda mais o grupo MundoGEO. Vamos juntos construir uma comunidade geoespacial mais forte!

O GIS nas mãos do usuário O ArcGIS 10, lançado oficialmente em julho de 2010, abriu esta década demonstrando todo o potencial do geoprocessamento. Uma mudança rápida na forma com que os usuários se relacionavam com as informações se sucedeu e, desde então, a Esri lançou dezenas de novas soluções e conceitos. Veja na matéria de capa como a companhia norte-americana se reinventou para responder a este novo momento da análise geográfica e colocar o poder do GIS nas mãos do usuário.

Nova coluna: BIM A edição 77 inaugurou uma nova coluna. O leitor poderá ficar por dentro da tecnologia e mercado da Modelagem de Informações da Construção, a nova era para a indústria de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC). O autor é Fernando Cesar Ribeiro, Engenheiro Civil e mestre em Engenharia de Transportes pela USP, professor e coordenador do Curso de Edificações do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e professor da Faculdade de Engenharia da FAAP.

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ENTREVISTA

Leandro Rodriguez

Gerente Geral da Esri para América Latina e Caribe

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om experiência de mais de 14 anos na indústria de TI e quase 20 anos em negócios, em sua função atual Leandro supervisiona a geração de negócios e a sustentabilidade para a Esri, em todas as indústrias da América Latina e do Caribe. Sua missão profissional é transformar as organizações latino-americanas acelerando a adoção da tecnologia GIS, entendendo suas necessidades e fluxos de trabalho empresariais e traduzi-las em soluções GIS de alto valor agregado GIS. Participante ativo do espaço regional de TI, Leandro tem experiência em várias áreas, incluindo serviços públicos, transporte e infraestrutura, recursos naturais e mineração, entre outros, e é um palestrante frequente em conferências e eventos de tecnologia. Engenheiro Civil formado com honras pela Pontifícia Universidade Católica da Argentina, possui MBA pela San Pablo CEU School of Business, Espanha.

MundoGEO: Por que a Esri abriu um escritório em Miami? Leandro Rodriguez: A Esri continua a expandir sua presença global com a abertura de um escritório em Miami, Flórida. Este último empreendimento demonstra o compromisso da Esri em apoiar a comunidade de usuários GIS nacional e internacional. O escritório em Miami tem uma dupla finalidade: aumentar o suporte técnico e de negócios da empresa para clientes e distribuidores na América Latina e no Caribe e, ao mesmo tempo, reforçar a sua infraestrutura de negócios no sudeste dos Estados Unidos. Este novo escritório nos permitirá aproximar nossa capacidade de crescimento e equipe com a

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comunidade de clientes, distribuidores e parceiros na região. A nova unidade Esri fica perto do famoso Miracle Mile de Miami e apresenta um centro de conferências moderno para reuniões, seminários sobre as últimas novidades Esri e workshops e demonstrações de tecnologia. Escritórios para todos os funcionários Esri dedicados à América Latina Caribe e ao sudeste dos Estados Unidos estarão localizados nestas instalações, e a empresa espera que o número de funcionários aumente progressivamente. Jack Dangermond, fundador e presidente da Esri, observou que o uso do GIS na América Latina tem experimentado um crescimento rápido e contínuo ao longo dos últimos anos. De acordo com


Dangermond, “enquanto nossas implementações atuais forem bem apoiadas pela rede de distribuidores da Esri, acredito que o momento é propício para estabelecer um escritório Esri focado na região para ajudar nossos usuários a alavancar seus investimentos GIS a obter mais valor em um futuro desafiador”. MG: A Esri tem escritórios similares para atender regiões específicas, por exemplo Europa, Ásia e Africa? LR: Sim, a Esri possui escritórios regionais da Esri na Holanda para a Europa, em Dubai para o Oriente Médio e África, e em Cingapura para gerenciar o Sudeste Asiático. Suas funções são semelhantes ao escritório de Miami que atende América Latina e Caribe. MG: Você acredita que as previsões da Esri estão acontecendo na velocidade esperada e que no futuro todo GIS será na Cloud? LR: O GIS está sendo transformado de apenas uma tecnologia de software para uma plataforma integrada com serviços de conteúdo que estão disponíveis para organizações de todos os tipos. Esta plataforma é aberta, simples de usar e acessível. Ela também apoia as organizações em suas necessidades geocêntricas, bem como em tarefas mais amplas como proporcionar uma comunicação baseada em mapas e análises espaciais. Por causa da natureza integradora do GIS, isto significa abordagens mais integradas para o trabalho de todos os tipos. Há uma série de tendências que vale a pena mencionar. Em primeiro lugar, estamos claramente vivendo em uma época sem precedentes, onde a informação geográfica é cada vez mais necessária. Nosso crescimento populacional (quadruplicado no século passado) está tendo um grande impacto sobre nosso planeta vivo. Ao mesmo tempo, os avanços na tecnologia e, particularmente, da tecnologia da informação, estão contribuindo para uma revolução em nossa capacidade de organizar e gerenciar informações. Com o surgimento da Internet e sua conexão com praticamente todos os computadores, o acesso à informação vem crescendo. Hoje, a Internet em conjunto com dispositivos inteligentes e mídias sociais está conectando literalmente bilhões de pessoas, facilitando o acesso de larga escala ao conhecimento do mundo. O GIS agora está sendo implementado nesta plataforma. Esta tecnologia vai permitir-nos organizar o conhecimento geográfico de modo que possa ser facilmente disponibilizado e utilizado para múltiplas aplicações. Embora isso esteja só começando, podemos ver que estamos

em uma trajetória em que alguns desses dados e aplicativos geoespaciais que usamos pessoalmente e em nossas organizações serão conectados, integrados e compartilhados com os dos outros. Isso inclui a geografia cultural, como a demografia, as pessoas, empresas e economias, bem como a geografia física, incluindo o amplo espectro de variação biológica e física. MG: Como a Esri vem lidando com as mudanças na organização e quantidade de dados? A companhia tem ferramentas específicas para lidar com Big Data? LR: O ArcGIS lida com Big Data de forma com que ele possa ser analisado e​​ visualizado a partir de uma perspectiva geográfica. Ele reúne não só grandes volumes de dados, mas também dados de diferentes tipos. Nós temos basicamente três abordagens para Big Data: a) Ferramentas específicas para conectar e gerenciar Big Data, como as ferramentas GIS para Hadoop, um conjunto de ferramentas de código aberto destinado a grandes análises de dados espaciais; b) Conexão com soluções já existentes: a Esri tem soluções que conversam com várias plataformas de dados de desenvolvedores reconhecidos como IBM, Microsoft e SAP; c) Valorizar Big Data com localização: o ArcGIS inclui dados que podem ser usados ​​para melhor compreender o Big Data mapeado. Enriquecer mapas com dados demográficos do ArcGIS produz conhecimento sobre as áreas de interesse e as pessoas dentro delas, além das necessidades da população.

O GIS está sendo transformado de apenas uma tecnologia de software para uma plataforma integrada com serviços de conteúdo que estão disponíveis para organizações de todos os tipos.

MG: Quais os principais projetos e as novidades que a Esri irá lançar nos próximos cinco anos? LR: Nós não vemos a nossa posição no mercado como certa. Reconhecemos que é um mundo competitivo, e estamos trabalhando duro para fazer melhorar nossos métodos e tecnologia para ficarmos à frente. Em um campo tão competitivo como o nosso, é necessária uma gestão baseada em valores consistentes. Estamos focados em continuar a desenvolver a nossa tecnologia e suporte aos nossos usuários. Nós vemos uma transformação acontecendo em nosso mercado, aquela em que temos a oportunidade de colaborar e influenciar uma comunidade muito maior com a nossa inovação. Estamos fazendo parcerias com os nossos usuários e evoluindo a nossa organização para torná-la mais sensível a isso. Enquanto continuamos a focar em tecnologia GIS que suporta atividades relacionadas a estudos da Terra, também temos transformado nossa tecnoMundoGEO 78 | 2014

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O GIS na web é um novo padrão que está criando uma revolução no mercado abrindo o mundo das informações geográficas para todos através do uso de mapas na web e apps. 10

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logia geoespacial em uma plataforma que é usada na computação empresarial, oferecendo suporte aos desenvolvedores de softwares mais variados. O uso de mapeamento e aplicações GIS está crescendo rapidamente, tanto para o mapeamento corporativo quanto de location analytics. Isto está impactando a forma com que as organizações vêem o mundo. Vemos esse crescimento se perpetuando no futuro em governos, educação, e cada vez mais no setor privado. Os padrões de mapeamento e GIS na web estão ampliando a capacidade dos nossos usuários e criando uma comunidade de novos interessados​​ . Isso afeta muito os nossos usuários tradicionais, e à medida em que a nossa nova geração de tecnologias abre novas oportunidades para eles, suas organizações usarão os investimentos em GIS para atender um público maior. Estamos muito animados em relação a isso, pois reflete o nosso interesse e objetivo em atender toda a sociedade. MG: Por que a arquitetura WebGIS está criando uma revolução no mercado? Como a Esri está se preparando para lidar com a popularização deste segmento? LR: O GIS na web é um novo padrão que está criando uma revolução no mercado - abrindo o mundo das informações geográficas para todos através do uso de mapas na web e apps. Aplicativos simples permitem aos usuários visualizar, integrar e analisar dados geoespaciais de todos os tipos. Esta capacidade combinada com a arquitetura do WebGIS permite que as organizações integrem as suas bases de dados. O WebGIS é uma arquitetura aberta e flexível. Isto significa que os usuários podem facilmente configurar o sistema e colaborar através e entre as organizações. Fundamentalmente, este novo padrão torna o GIS mais fácil e acessível, além de oferecer novos recursos para usuários corporativos. Por exemplo, as pessoas podem facilmente fazer mapas a partir de seus dados, bem como compartilhar esses mapas em uma organização. Isso é possível porque dados geoespaciais são compartilhados como serviços que podem ser imediatamente utilizados a partir de aplicativos. A Esri desenvolveu o ArcGIS Online, a “parte” online do ArcGIS, que representa a primeira plataforma completa de GIS na web. Foi projetado para integrar tudo o que Esri e nossos usuários têm feito, e também incorporar as tecnologias emergentes e as tendências geoespaciais. É, claramente, um passo evolutivo no nosso trabalho e representa uma mudança do GIS em uma plataforma baseada em serviços.

MG: Qual é a estratégia da Esri para facilitar o uso do GIS? LR: Nossa tecnologia está, definitivamente, se tornando mais acessível com o lançamento de uma série de aplicativos que são fáceis de usar e próximos do usuário. No entanto, nosso principal negócio continua focando em profissionais geoespaciais e usuários corporativos que alavancam nossa plataforma para uso em suas organizações. Uma tendência importante é que nossos usuários em grandes organizações estão começando a usar o ArcGIS como uma plataforma de localização para espacializar e mapear seus dados empresariais. Este padrão é parte de nossa estratégia para geo-habilitar toda a empresa, como profissionais de negócios, trabalhadores em campo, tomadores de decisão e até mesmo os cidadãos e consumidores. MG: Percebemos que a Esri está deixando de ser apenas uma empresa de venda e suporte de software para se tornar uma provedora de uma plataforma integrada com serviços online. Está correta essa análise? LR: De certa forma, sim. Estamos investindo fortemente na criação de conteúdo pronto para uso para os nossos usuários. Estamos fazendo esta uma parte fundamental da nossa plataforma. Parte disto está sendo construído através de uma parceria com os nossos usuários. Isto inclui milhares de organizações que trabalham com a Esri para criar mapas comunitários. Estamos também trabalhando com um número de empresas de conteúdo comercial, como a DigitalGlobe, RapidEye, Airbus, HERE, DeLorme, AccuWeather, etc., de modo que as informações estejam diretamente disponíveis para os usuários. MG: Quais as soluções e avanços da Esri no mercado de Business Intelligence (BI)? LR: Nossa resposta para essa pergunta são os mapas da Esri para aplicativos (Esri Maps for... apps). Trata-se de aplicativos de localização que trazem recursos de mapeamento e GeoEnrichment da Esri para as aplicações cotidianas, como o Business Intelligence (BI) e sistemas CRM, além de ferramentas populares como o Microsoft Office e SharePoint. Os usuários não precisam ser especialistas em mapeamento para criar um mapa. E os mapas e as análises podem ser compartilhados, através da plataforma, com outras pessoas em sua organização.



LATITUDE

Apesar do 7x1, acredite no Brasil!

Acesso à informação estratégica deve ser prioridade • “O futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes na vida”. • “A Alemanha tem mais de 100 prêmios Nobel e o Brasil nenhum”. • “A conferência Intergeo, que acontece anualmente na Alemanha, terá neste ano como principais palestrantes os ministros da Defesa, do Meio Ambiente e a Secretária de Estado de Economia e Energia.”

Emerson Zanon Granemann Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do MundoGEO emerson@mundogeo.com

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s alemães perderam guerras, mas conquistaram sua força econômica devido ao planejamento. Fazer uma comparação com o Brasil não é possível, pois existem inúmeras diferenças estruturais e culturais envolvidas. Olhar e avaliar os bons exemplos, no entanto, é um bom caminho. No Brasil, mesmo em relação às necessidades básicas da população brasileira - como saúde, educação e segurança - temos avançado. Mas o que temos que fazer é melhorar muito mais rápido nestes e em outros setores. O fundamental é que governantes não façam política pensando só na próxima eleição, mas sim no longo prazo.

A escolha de gestores nunca deve ser baseada em acertos políticos, mas sim na competência e pela honestidade dos escolhidos. Se tratando do setor de geo, a política Nacional de Geoinformação já passou da hora de sair do papel. Décadas se passam e as coisas seguem devagar. Informações geoespaciais atualizadas devem ser acessíveis aos tomadores de decisão, e não permanecer inalcançáveis pela burocracia. Temas secundários desta política, mas não menos importantes, devem ser a “interoperabilidade dos dados para multiusos”, a “não sobreposição de informações” (que provoca desperdícios de recursos) e a “garantia da qualidade das informações obtidas”. Mais importante que organizar nosso futebol é investirmos em educação de qualidade para buscarmos ganhar os cobiçados prêmios Nobel. E que nossos dirigentes, ao participarem de eventos, não o façam somente por protocolo, mas sim pensando em comunicar informações relevantes para a comunidade. Que o(a) futuro(a) presidente(a) adote a meritocracia, a intolerância ao mau uso da coisa pública e a aversão a indícios de corrupção. Que não se estimule a divisão de classes num país maravilhoso como o nosso. Temos uma miscelânea de povos e culturas que nos faz únicos. Através da força deste caldo cultural, vamos avançar para nos consolidar como uma nação justa, soberana, economicamente forte, moderna e, acima de tudo, democrática, sempre em sintonia com as transformações e desafios globais.



WEB Webinar em Francês

No dia 9 de julho a MundoGEO realizou, em parceria com a Associação gvSIG, o primeiro webinar em francês. Com moderação de Guilherme Vieira, Gerente de TI da MundoGEO, o evento apresentou para mais de 100 participantes as novidades da versão mais recente do software GIS livre. A palestrante Victoria Agazzi demonstrou as características técnicas do gvSIG para resolução de problemas de gestão e planejamento, além de mostrar exemplos concretos de sua utilização. Webinar sobre geoprocessamento reúne mais de 900 participantes No dia 22 julho foi realizado, em parceria com a Oficina de Textos, o webinar “Geração de critérios para o processo decisório com Geoprocessamento“, tendo como palestrante o professor do Centro Universitário Ritter dos Reis, de Porto Alegre (RS), Paulo Roberto Fitz. Foram apresentadas as diferentes formas de tomadas de decisão no trabalho com dados no âmbito do geoprocessamento, sob a abordagem construtivista, na qual se baseia o método Multicriteria Decision Aid (MCDA). Com mais de 1.400 inscritos, o webinar teve no total 901 participantes. O MundoGEO já realizou, desde 2009, mais de 200 seminários online sobre os mais variados temas dentro das geotecnologias. Para mais informações, acesse www.mundogeo.com/webinar.

Você sabia?

O GeoConnectPeople, maior rede social do mundo dedicada inteiramente à geoinformação, é baseado no Ning, uma plataforma online que permite a criação de redes sociais individualizadas. Fundado em outubro de 2005 por Marc Andreessen - criador do browser Netscape - e Gina Bianchini, a palavra “ning” significa “paz” em chinês. Cada usuário pode criar a sua própria rede social e aderir a redes de usuários que compartilhem os mesmos interesses. O Ning é totalmente integrado às redes sociais. O acesso de membros pode ser feito via Facebook, Twitter, LinkedIn, Google e mais. Além disso, pode-se facilmente agregar vídeos do YouTube, Vimeo e similares à rede. As atividades dentro do GeoConnectPeople podem ser sincronizadas e postadas em tempo real no Facebook, Twitter, RSS, etc.. O GeoConnectPeople é um projeto social sem fins lucrativos, criado e mantido pelo MundoGEO. Acesse http://geoconnectpeople.org e crie seu perfil! 1ª Semana de Seminários Online sobre geotecnologias A 1ª Semana de Seminários Online será um evento inédito, realizado pela MundoGEO de forma totalmente online, entre os dias 22 a 26 de setembro de 2014, e focará no aumento da produtividade nos levantamentos de campo. Pela primeira vez no Brasil, um evento irá discutir de forma 100% online os temas mais relevantes e que estão em alta no mercado de geomática. Os participantes da 1ª Semana de Seminários Online sobre geotecnologias terão acesso a todos os materiais (arquivos pdf, vídeos e gravações) dos seminários e poderão interagir com os palestrantes via chat.

Agenda

• 22 de setembro: Drones & Vants – Descubra os tipos, componentes, processos, legislação e aplicações dos Veículos Aéreos Não Tripulados • 23 de setembro: CAR – Saiba como elaborar com sucesso o Cadastro Ambiental Rural e aproveitar as oportunidades do setor • 24 de setembro: GIR – Conheça a legislação e normas atuais, os processos técnicos e as melhores práticas para realizar com sucesso o Georreferenciamento e a Certificação de Imóveis Rurais

• 25 de setembro: Laser Scanner 3D – Saiba como e porque utilizar o escaneamento a laser terrestre nos levantamentos de campo e na estrada • 26 de setembro: RTK – Descubra como e quanto a automação topográfica pode ampliar a produtividade dos levantamentos de campo Veja a programação completa e se inscreva em www.mundogeo. com/webinar/ssm1.

+Lidas Junho

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Julho

CPRM disponibiliza mapas geológicos em diversos estados

Disponíveis primeiras imagens obtidas pelo satélite Spot 7

Novos satélites europeus revelam mudanças no campo magnético da Terra

Projeto da PUC Minas gera aplicativo gratuito de geolocalização para Android

Treinamento online mostra como trabalhar com cadastro ambiental rural

Disponível nova versão do software Geographic Calculator

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SEÇÃO DO LEITOR Webinars

MundoGEO#Connect 2014

Em primeiro lugar parabéns pelo trabalho, eu não perco um webinar e por isso às vezes uso smartphone. É de grande valia o conteúdo apresentado. Martinho Reginato

Agradecemos a oportunidade de apresentação do nosso trabalho neste

Agradeço ao MundoGEO por estar sempre enviando emails para participar de eventos online com temas tão interessantes e atuais. Como sugestão, gostaria que fosse abordado algo sobre banco de dados, por exemplo PostgreSQL para usuários de geoprocessamento. Lúcia Mendes

importante fórum e parabenizamos a organização pela competência em todos os aspectos. Alexandre Iamamoto Ciuffa

WebTreinamentos Primeiramente, gostaria de parabenizá-los (MundoGEO e GEOeduc) pelos ótimos seminários que estão realizando e pelo ótimo atendimento de toda a equipe. Gostaria que no nosso país tivessem mais empresas

Envie críticas, dúvidas e sugestões para editorial@ mundogeo.com. Por uma questão de espaço, as mensagens poderão ser editadas.

com esse atendimento, atenção e dedicação que vocês têm com todos os clientes. Agradeço imensamente pela compreensão, atenção, boa vontade e agilidade na solicitação. Vivian Rodrigues Glosqui

Emanuel Veloza Fernandes Sem demagogia, eu considero o Portal, o Site, o Link MundoGEO ou outros títulos que possam chegar a partir de agora, como o melhor dentro da atividade de levantamentos e afins, no meio global geográfico, quer seja de maior envergadura como a Geodésia e a Cartografia, bem como a Topografia e o Cadastro Imobiliário. Parabéns MundoGEO, continue assim apoiando sempre com oportunidades e informações a todos os títulos, sejam eles técnicos, engenheiros ou não, no Brasil e fora dele. Você é o que faltava no meio profissional do geo. Rússia e China anunciam parceria em navegação por satélites Vinicius Rofatto Acredito que o futuro será um ambiente de multi-frequências e multi-sistemas. A evolução do GNSS, com novos sinais e de qualidade superior aos seus antecessores, favorece em muito os vários aspectos envolvidos na geodésia e sua transdisciplinaridade. Temos também a próxima geração dos satélites GPS - GPS III.

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@gabyqueluz @MundoGEO gostaria de saber quando haverá mais webinar e se terão sobre sensoriamento remoto. Obrigada @geojcarlos A Geografia do Crowdfunding | via @ MundoGEO #ONG #CaptaRecursos

@LuVCasado #EuQuero "@MundoGEO: Alunos de graduação de várias partes do Brasil estão no INPE @emvolpi Jornal Notícias Cartográficas já está no ar! http://paper.li/emvolpi/abec-sp Notícias via @sfsutcliffe @MundoGEO

@geojcarlos I just started following @MundoGEO on Vimeo: http://vimeo.com/mundogeo

Portal

@ESTEIO Geologia de Marte em detalhes impressionantes em novo #mapa - via @ MundoGEO

Instituto GEOeduc oferece curso

@Espacoambiental @MundoGEO Obrigado por nos seguir

interesse pelo assunto e sobretudo para

totalmente a distância de GPS Cleber Luiz R. Nunes Ótimo, muito bom para quem tem profissionais de Cartografia e Agrimensura, que é o meu caso.

@JuanNavarroVLC @MIT crea un #drone que se reabastece solo - #Geomática - Vía @MundoGEO @kylefelipe Gostei de um vídeo @YouTube de @mundogeo http://youtu.be/ tt5RKx1wUI8?a MundoGEO#Connect Latin America 2014 @GPS_Ingenieria @MundoGEO gracias por seguirnos nuestra web http://www.gpsingenieria.com

Projeto da PUC Minas gera aplicativo gratuito de geolocalização para Android Vanessa Pugliero Iniciativas como esta são importantes no Brasil. As ideias que nascem dentro das universidades são princípios essenciais para que a tecnologia sempre evolua ao passo que motiva jovens estudantes a se interessarem pelas geotecnologias. Achei sensacional a divulgação na MundoGEO.







NAVEGANDO O Serviço Geológico Brasileiro disponibilizou dados geocientíficos de Fernando de Noronha gratuitamente na internet Cerca de 85 milhões de km² de imagens Spot recentemente adquiridas pela Airbus Defence and Space estão disponíveis para usuários do ArcGIS Online Disponíveis novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2012 a 2013 O Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), desenvolvido pelo Incra para gestão das terras no Brasil, recebeu o Prêmio e-Gov na categoria Administração Pública A NTT DATA e o Centro do Japão de Sensoriamento Remoto (Restec) iniciaram um projeto que irá resultar no mapa-múndi em 3D mais preciso do mundo O Google anunciou que planeja investir 1 bilhão de dólares para ampliar sua rede de satélites de baixa altitude A Microsoft, em parceria com o Instituto Pereira Passos, criou um sistema de mapeamento de favelas no Rio de Janeiro O Google anunciou a aquisição da Skybox, uma empresa desenvolvedora de satélites para imageamento da Terra O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil recebeu o Prêmio TI & Governo, na categoria e-Democracia A Sputnix lançou o primeiro satélite russo privado de sensoriamento remoto O NanosatC-Br1, primeiro nanossatélite brasileiro, foi lançado com sucesso no dia 19 de junho, a partir da Rússia Mais de 9 mil km² de rios na Amazônia serão totalmente mapeados em 2014

MOSAICO E IMAGENS DO CEARÁ E PIAUÍ O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibilizou, em seu portal na internet, imagens de satélite ortorretificadas do Piauí e imagens de satélite ortorretificadas e mosaicadas do Ceará. As imagens de satélite do Piauí foram obtidas pelo sensor AVNIR-2 do satélite Alos e possuem uma resolução espacial de 10 metros – em quatro bandas do espectro – correspondentes ao azul, verde, vermelho e infravermelho próximo. Além disso, o Instituto disponibilizou imagens do Ceará, ortorretificadas e mosaicadas, também obtidas pelo sensor AVNIR-2. São imagens ortorretificadas individualmente, disponibilizadas em 2013, na escala 1:100.000. INFO www.ibge.gov.br

ATLAS TRAZ CENÁRIOS CLIMÁTICOS PARA O BRASIL A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) disponibilizou um atlas digital dos cenários climáticos projetados para o Brasil no quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), preparado em 2007. Os mapas climáticos apresentados no atlas trazem temperatura média do ar (mínimas, médias e máximas), precipitação pluvial, umidade relativa do ar e duração do período de molhamento foliar para o país. São 504 mapas mensais, abrangendo o clima de 1961 a 1990 (período de referência) e simulações para os períodos de 2011 a 2040, 2041 a 2070 e 2071 a 2100, contemplando dois cenários de emissão de gases de efeito estufa calculados pelo IPCC, um otimista (chamado B1) e um pessimista (A2). INFO www.cnpma.embrapa.br/climapest/atlasdigital4r

ALAGOANOS TERÃO NOVAS IMAGENS DE SATÉLITE Foi apresentado em julho o novo imageamento urbano de municípios do estado de Alagoas. Desde 2011, a Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) dispõe de um sistema de banco de dados de alta resolução com áreas de interesse do Estado de Alagoas. Com a expansão, serão 30 novos municípios contemplados e cerca de três mil km² de área urbana incluídas no mapeamento, ampliando para sete mil km² a região imageada, responsável pelo fornecimento de imagens de satélites manipuladas em alta resolução.

O ITCG disponibilizou a nova base cartográfica político-administrativa do Paraná

INFO www.seplande.al.gov.br

O Deimos-2, primeiro satélite de altíssima resolução da Espanha, foi lançado com sucesso em junho e divulgou suas primeiras imagens

NOVOS MAPAS TEMÁTICOS DO BRASIL

O México disponibilizou recentemente informações geoespaciais de 187 zonas arqueológicas A China aceitou uma proposta brasileira para a construção do satélite Cbers-4A O Reino Unido desenvolveu um novo sistema global de navegação sem satélite, utilizando partículas subatômicas do campo magnético da Terra Com lançamento previsto para dezembro de 2014, satélite brasileiro Cbers-4 passou por novos testes na China

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Encontra-se disponível no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) um novo conjunto de arquivos digitais vetoriais (shapes) com informações geoespaciais referentes aos temas geologia, geomorfologia, vegetação e solos. Essas informações proporcionam um maior conhecimento dos recursos naturais e ambientais, possibilitando subsidiar o desenvolvimento sustentável. INFO www.ibge.gov.br


MAPAS GEOLÓGICOS DE DIVERSOS ESTADOS O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) disponibilizou 25 novos mapas geológicos na escala de 1:100.000. As folhas mapeadas fazem parte dos projetos de cartografia geológica executados pela empresa nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Os dados estão disponíveis para consulta no Geobank – banco de dados corporativo que reúne informações sobre geologia e recursos minerais – na página da instituição na Internet. INFO www.geobank.sa.cprm.gov.br

Mapeamento de Rondônia Foi assinado, no dia 15 de julho de 2014, um Convênio celebrado entre o estado de Rondônia, por intermédio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), e o Exército Brasileiro, por intermédio do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) e da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), objetivando a elaboração da base cartográfica digital na escala 1:50.000 do estado de Rondônia.

Serão produzidos conjuntos de dados geoespaciais vetoriais, cartas ortoimagens e cartas planimétricas, a partir de feições geográficas (hidrografia, sistemas de transportes, vegetação, administração pública, limites, pontos de referência, localidades, estrutura econômica, energia e comunicações) adquiridas sobre ortoimagens RapidEye e respectiva edição vetorial para a confecção da base cartográfica digital contínua do Estado de Rondônia. Esta base cartográfica digital servirá para auxiliar o estado de Rondônia na adaptação ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).

IDE#Connect

| Infraestruturas de Dados Espaciais | Gerenciamento da Informação Geoespacial |

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DISPONIBILIZA DADOS NA INDE

BOLETIM GEOSUR

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou que está investindo em territorialização de políticas e iniciativas. Nesse sentido, entre as principais iniciativas destaca-se a adesão à Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde). Segundo o fiscal Federal Agropecuário do Núcleo de Inteligência Territorial da Assessoria de Gestão Estratégica (NIT/AGE) e representante do Mapa na Inde, Vinícius de Sá, os primeiros dados que serão disponibilizados pelo Ministério da Agricultura serão referentes à execução das metas e iniciativas do Plano Plurianual (PPA).

O Programa GeoSUR anuncia a primeira edição de seu boletim mensal, que tem como objetivo difundir as realizações e as características do Programa, analisar e apresentar os acontecimentos, projetos e boas práticas para a aplicação da informação geoespacial no desenvolvimento (sustentável) da região e a tomada de decisões, como parte da Infraestrutura de Dados Geoespaciais das Américas. Segundo informações do Programa, o boletim contará com contribuições originais, que se apresentarão em forma de entrevistas, notas do editor, colunas permanentes do GeoSUR/CAF e IPGH, e alertas sobre novidades do portal do Programa GeoSUR. O Boletim se dirigirá às Américas e à comunidade internacional relacionada com a temática que o GeoSUR aborda. A publicação será realizada em espanhol, inglês e português.

INFO www.inde.gov.br

INFO www.geosur.info


LANÇAMENTOS A Supergeo Technologies anunciou o aplicativo SuperSurv para dispositivos móveis Foi lançado o Nexus GeoFoto, capaz de fazer o levantamento online de dados a partir de fotos e coordenadas GPS O IBGE disponibilizou novos mapas e banco de dados de Rondônia e da região Nordeste A Trimble lançou o software MyTopo para coletar e compartilhar dados A AMS Kepler está desenvolvendo um sistema para rastreio e controle de satélites

Leica Geosystems lançou a Leica DISTO D110, menor trena a laser do mundo O IBGE lançou uma atualização dos mapas municipais estatísticos brasileiros A GeoMob lançou o aplicativo

GeoTurismo para São Paulo (SP) A Airbus lançou com sucesso novo satélite Spot 7 de observação da Terra A Orbit Tecnologias Geoespaciais anunciou a versão 11.0 do Mobile

Mapping Explorer A Topcon Positioning Group anunciou o lançamento do FC-500, um novo coletor portátil de dados GIS A Topcon Positioning Group lançou a última edição da linha MS de estações totais de alta precisão

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CADASTRO DE IMÓVEIS RURAIS A Receita Federal lançou um novo aplicativo que permite o envio de solicitações de atos cadastrais para o Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir). A partir de agora, os titulares de imóveis rurais poderão enviar solicitações de inscrição, alteração cadastral e de titularidade por alienação total, cancelamento e reativação de imóvel rural pela internet. INFO www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/Cafir

CITYENGINE A Esri lançou uma nova versão de seu software de modelagem urbana 3D, o CityEngine. Na versão mais recente desta ferramenta de design, que se integra com a plataforma ArcGIS, os desenvolvedores reforçaram a estabilidade do produto através de funções como criação aprimorada de ruas. Entre os novos recursos está a biblioteca de design para fachadas, edifícios e ruas, que permite aos usuários passar mais tempo criando modelos e menos tempo codificando as regras para eles. INFO www.esri.com/software/cityengine

QGIS 2.4 Está disponível uma nova versão do software livre Quantum GIS, agora batizado de QGIS somente. A nova versão 2.4 conta com suporte à renderização multitarefas. Isto significa que quando se edita o mapa, o QGIS irá dividir o trabalho entre todos os núcleos do processador, tornando o trabalho mais eficiente e ágil. Agora não é mais necessário esperar que o mapa seja atualizado antes de prosseguir com operações de deslocamento ou ampliar/reduzir. A representação do mapa é atualizada gradativamente, permitindo que se verifique se o mapa está posicionado corretamente ainda no início do processo de desenho. INFO www.qgis.org

eGIS PARA ANDROID A Topcon Positioning System (TPS) anunciou a integração da plataforma Android com seu software GIS de campo, o eGIS. O app possui a capacidade de realizar medições RTK (sigla para Real Time Kinematic) e facilitar a coleta e manutenção da base de dados de mapeamentos. INFO www.topconpositioning.com

GeoSales A TOTVS lançou uma nova versão de solução tecnológica de geoprocessamento. O GeoSales possibilita ao usuário visualizar mapas das regiões onde estão concentrados clientes e prospects, facilitando estratégias comerciais e de expansão de mercado. A novidade da ferramenta é o recurso de inteligência comercial avançada, que passa a integrar a solução de forma nativa. Usando dados reais, o GeoSales mensura índices e realiza apontamentos sobre a atuação dos vendedores na carteira de clientes e prospects, bem como as rotas percorridas no período. O objetivo é elevar produtividade e assertividade por meio de subsídios 100% confiáveis. INFO www.totvs.com


Pegasus: Two A Leica Geosystems está lançando ao mercado mundial o “Pegasus: Two“, que combina câmeras com dados laser para possibilitar uma visão esférica de 360 graus, acurada e calibrada, com uma interface e conjunto de dados simplificados. Com desenvolvimento contínuo de hardware e software de modo integrado, utilizando as últimas tecnologias de posicionamento global e mantendo o sistema independente de veículos, o “Leica Pegasus: Two” fornece uma plataforma de sensores completamente portátil de alta precisão – sendo uma solução completa de coleta móvel de dados. INFO www.leica-geosystems.com/pegasustwo

EXPLORER FOR ARCGIS A Esri anunciou o lançamento do aplicativo “Explorer for ArcGIS” para ArcGIS Online e dispositivos Mac. Projetado para qualquer um que precise explorar dados em um contexto geográfico, o Explorer for ArcGIS permite descobrir e compartilhar mapas com a finalidade de utilizá-los para a tomada de decisões. Não é necessário o usuário ter experiência em GIS para utilizar o aplicativo. Aproveitando a tecnologia de tela retina, o aplicativo permite abrir e visualizar, em tela cheia, vários mapas ao mesmo tempo, além de encaixar e mostrar janelas pop-up. É possível acessar os mapas criados pelos próprios usuários e compartilhá-los com dispositivos iOS ou Mac. INFO www.esri.com

GEOGRAPHIC CALCULATOR 2014 A Blue Marble Geographics anunciou nova versão do Geographic Calculator 2014 Service Pack 1 (SP1). Disponível em 32 ou 64 bits, o software suporta uma ampla gama de formatos de arquivo com o apoio de um banco de dados geodésicos. Concebido para transformação de coordenadas, esta nova versão apresenta ferramentas de linha de intersecção e cálculo de área. INFO www.bluemarblegeo.com

APLICATIVO Oncoto? Oncoto?, disponível na Google Play Store, é um aplicativo de geolocalização gratuito desenvolvido para identificar e compartilhar endereços e posições geográficas dos seus contatos, desenvolvido por um mestrando em Geografia da PUC de Minas Gerais. O app foi pensado para localizar contatos que estão nas imediações do usuário ou mesmo conhecer a localização de amigos, filhos, monitorar equipes de trabalho, etc.. Inclui a função de rotas e tempo para que se possa chegar ao contato selecionado. INFO http://goo.gl/8n2JzZ

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LANÇAMENTOS GeoGofer A LizardTech anunciou na Esri International User Conference 2014, realizada em San Diego de 14 a 18 de julho, a mais recente adição à sua linha de produtos, o GeoGofer. A solução foi projetada para simplificar o processo de encontrar, organizar e rastrear imagens geoespaciais. O software vem com um poderoso recurso de pesquisa e filtro que permite encontrar as imagens por palavra-chave, projeção e formato de arquivo. INFO www.lizardtech.com

PORTAL DO Macro ZAEE DE GOIÁS O governo de Goiás disponibilizou uma ferramenta que permite visualizar online o Zoneamento Agroecológico e Econômico (Macro ZAEE) do estado. O portal permite navegar e selecionar várias camadas de informações, dentro das categorias: cartografia, infraestrutura, meio biótico, hidrografia, áreas especiais, zoneamentos e meio físico. INFO www.zee.go.gov.br

GLOBAL MAPPER 15.2 A Blue Marble Geographics anunciou o lançamento da versão 15.2 do software Global Mapper. Nesta nova versão o software apresenta uma melhora na organização dos dados, através de novo método de organização com vários níveis de agrupamento, e na quantidade de dados online. Além disso, traz uma biblioteca de dados online atualizados, exibição de dados online mais rápida, além de oferecer suporte para a visualização de modelos 3D a partir de arquivos Collada DAE. INFO www.bluemarblegeo.com

OGC A revista MundoGEO traz as principais novidades em padrões e serviços disponibilizados pelo Consórcio Geoespacial Aberto (OGC, na sigla em inglês), um grupo internacional que reúne mais de 450 companhias, agências governamentais e universidades com o objetivo comum de desenvolver padrões.

ACORDO AMPLIA ATUAÇÃO NA EUROPA

O OGC e o Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia (JRC) assinaram um acordo de colaboração visando a implementação e uso de padrões geoespaciais na Europa. Estão previstas contribuições mais eficazes para o processo de criação dos padrões OGC e a viabilização do cumprimento de objetivos e requisitos europeus no processo de desenvolvimento desses padrões – em particular em relação à aplicação da Diretiva Inspire.

AGRICULTURA E PLANEJAMENTO URBANO

Para ajudar a superar desafios relacionados ao intercâmbio de dados de agricultura e planejamento de cidades, tais como segurança alimentar, créditos de carbono, uso eficaz do espaço e de recursos naturais e humanos, o OGC criou dois novos Grupos de Trabalho, chamados de “Agriculture Domain Working Group” e “Agriculture Domain Working Group”. “As tecnologias da informação, tendências e aplicações são mol-

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dadas pelas normas que lhes dão suporte. Os padrões são desenvolvidos para atender as necessidades do mercado” afirma Trevor Taylor, Diretor do OGC nas Américas e Ásia. “Convidamos organizações latino-americanas a trazer o seu conhecimento das necessidades do mercado para aumentar nossa capacidade e eficiência em Agricultura e Planejamento Urbano”, completa. INFO www.opengeospatial.org

NOVOS PADRÕES DE OBSERVAÇÃO DA TERRA

O OGC anunciou que aprovou seis novos padrões de interface “Web Coverage Service (WCS)” de observação da Terra. As extensões WCS expandem significativamente a capacidade dos pesquisadores, gestores ambientais, gestores de desastres, tomadores de decisão e outros, para acessar dados da Terra distribuídos na internet por servidores web. As seis novas extensões WCS especificam mecanismos padrões para fornecer mais controle sobre o processamento dos servidores.





CAPA

Construindo um futuro melhor: GIS ao alcance de todos WebGIS, Big Data, Cloud Computing, Location Analytics, ArcGIS Online, Mobile, 3D. Saiba como a Esri está se transformando para oferecer o melhor do GIS e colocar o poder nas mãos de cada vez mais usuários. LAUC 2014 mostrará os últimos lançamentos e as experiências da América Latina Por Alexandre Scussel

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alvez nem o mais visionário dos especialistas poderia ter imaginado o rumo que a análise geográfica e o geoprocessamento tomariam no início desta década. Em meados de 2010, quando foi lançado o ArcGIS 10, a Esri anunciava que a última versão do software já possuia um ambiente preparado para trabalhar diretamente na web, baseado no conceito de cloud computing. Mas quem poderia prever que a mudança se daria de forma tão rápida, impulsionada pelos avanços tecnológicos, fazendo com que as pessoas, nos dias de hoje, estejam conectadas na maior parte do tempo, armazenando seus dados na nuvem e compartilhando-os de forma quase instantânea. Naquela época, também se iniciava a era do ArcGIS Online, aumentando o grau de colaboração entre usuários, via integração do ArcGIS Desktop com a função de busca do ArcGIS Online, além das opções de compartilhamento de dados geoespaciais. Dentre tantas inovações da “era da informação”, a Esri se reinventou para poder acompanhar o ritmo das mudanças e colocar o poder do GIS nas mãos de cada vez mais usuários! GIS CRIANDO O FUTURO A conferência de usuários Esri de 2014, realizada de 14 a 18 de julho em San Diego, Califórnia, focou em literalmente mostrar como os usuários podem, coletivamente, usar o GIS como a tecnologia para projetar e criar um futuro melhor. De acordo com a Esri, avanços significativos estão sendo feitos no mundo do GIS. As novas tecnologias são cada vez mais capazes de mensurar tudo com grande resolução e frequência. Mais organizações estão disponibilizando os seus dados espacialmente referenciados como serviços na web. Da mesma forma, os avanços na computação, tecnologias de rede e na web estão aumentando a capacidade de

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acessar e utilizar dados geoespaciais em qualquer lugar. O WebGIS está fornecendo uma plataforma promissora para integrar e alavancar todos os tipos de informações georreferenciadas, e os aplicativos (“apps”) estão tornando o GIS amigável e mais acessível para os usuários em vários tipos de organizações. Estas tendências, segundo a Esri, estão mudando a maneira como profissionais de GIS fazem o seu trabalho, permitindo investir mais tempo na análise e aplicação de seus conhecimentos para aplicações específicas, e menos tempo em elaborar e gerenciar seus próprios dados. “Hoje, para que as organizações e pessoas que utilizam a tecnologia Esri tenham êxito no uso do GIS, elas precisam contar com mais do que somente um produto/software de prateleira”, afirma Caio Costa Victer, Analista de Marketing Técnico da Imagem – Soluções de Inteligência Geográfica, empresa que representa a Esri no Brasil. Com os profissionais de GIS cada vez mais atuantes em processos que envolvem a tomada de decisão, surge o conceito de Geodesign, uma metodologia que utiliza uma série de fluxos de trabalho e processos que integram o conhecimento geográfico em projetos e planejamentos, permitindo aos usuários gerar rapidamente planos espaciais alternativos, avaliá-los e tomar decisões mais racionais e com mais conhecimento. “Nós temos que ser capazes de suportar os usuários desde o momento da criação e manejo da informação geoespacial (coleta de dados em campo, processamento e tratamento de imagens), passando pala sua transformação em informação geoespacial (através de análises espaciais), geração de produtos de informação (com a criação e mapas, dos mais diferentes tipos) até a sua disponibilização em ambiente colaborativo (etapa que temos chamado de WebGIS)”, completa Caio Victer.


A REVOLUÇÃO DO WEBGIS Um novo padrão vem tomando conta do mercado. O WebGIS está abrindo o mundo da informação geográfica para todos através do uso de mapas na web e apps. Aplicativos simples permitem aos usuários visualizar, integrar e analisar dados geoespaciais de todos os tipos. A arquitetura de WebGIS da Esri permite que as organizações integrem as suas bases de dados. O ArcGIS Online representa a primeira plataforma completa de WebGIS, e foi projetado para integrar tudo o que Esri e seus usuários já realizaram, capaz de incorporar tecnologias emergentes e tendências geoespaciais. Segundo a Esri, a plataforma representa uma evolução no trabalho da companhia e uma transformação do GIS em uma plataforma baseada em serviços. O ArcGIS conta com uma arquitetura aberta e flexível, assim os usuários podem facilmente configurar seus sistemas e colaborar através e entre organizações. Fundamentalmente, este novo padrão torna a utilização do GIS mais fácil e mais acessível, e oferece novos recursos importantes para usuários corporativos. Por exemplo, as pessoas podem facilmente fazer mapas a partir de seus dados, bem como disponibilizar esses mapas em uma organização. Isso é possível porque dados geoespaciais são compartilhados como serviços que podem ser imediatamente utilizados através de apps. O ArcGIS permite integração com outros programas, como o Office, Sharepoint e uma série de ERPs, softwares de Business Intelligence (BI) e CRM. Outros recursos incluem um ambiente integrado de gerenciamento de conteúdos, ferramentas de administração de sistemas, gestão de identidades e suporte à segurança da empresa.

cas sobre aspectos ambientais, físicos e culturais da geografia. “O WebGIS é o conceito utilizado pela Esri para explicar ao usuário a importância de disponibilizar tudo aquilo que é produzido por meio de um portal, que na plataforma ArcGIS pode ser o ArcGIS Online para aqueles clientes interessados em utilizar um Software as a Service (SaaS), baseado na Cloud, ou o Portal for ArcGIS, que trabalha junto com o ArcGIS Server entregando o mesmo valor, só que instalado em uma infraestrutura de TI gerida pelo cliente, ou seja, on-premises”, explica Caio Victer. A plataforma WebGIS da Esri fornece uma solução fácil de usar e de baixo custo para implantação do GIS na organização. Segundo a Esri, estudos têm sido feitos com empresas que implementaram soluções WebGIS, e os resultados trouxeram redução de custos e aprimoramento de serviços ao implementar aplicações simples, como o Collector For ArcGIS e o Operations Dashboard. Novos aplicativos estão surgindo rapidamente e prometem ajudar as organizações em muitos aspectos do seu trabalho. O WebGIS também permite acesso à informação geográfica para praticamente qualquer pessoa em uma organização. Os serviços de mapeamento de self-service, pesquisa geoespacial e aplicações como o StoryMaps e o Esri Maps for Office vêm permitindo que novas pessoas usem o conhecimento geoespacial a seu favor. A colaboração social, impulsionada por meio desta plataforma, permite o compartilhamento de mapas, dados e aplicativos e o acesso a redes de informação mais amplas.

Aplicativos simples permitem aos usuários visualizar, integrar e analisar dados geoespaciais de todos os tipos.

Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios no Entorno da Baía de Guanabara, elaborado no ArcGIS Online. Disponível em: http://psam.maps.arcgis.com/home

Mapa elaborado pelo jornal O Vale em parceria com a Imagem, com a opinião sobre corredores de ônibus em São José dos Campos A plataforma WebGIS da Esri inclui uma biblioteca grande e crescente de mapas prontos para o uso, serviços de imagens e sobreposições temáti-

ARCGIS ONLINE A maior realização do conceito de WebGIS trabalhado pela Esri veio através da materialização do ArcGIS Online, principal ferramenta da companhia para publicação de conteúdo geográfico através da web, ampliando o alcance e potencial do geoprocessamento. Dentro do ArcGIS Online estão dis-

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poníveis aos usuários nove bases de dados: Aplicativos prontos para o uso, Mapas prontos para o uso, Análise Espacial, ArcGIS Marketplace, Location Analytics, Adicionar Dados, ArcGIS Solutions, Segurança e Ferramentas para Desenvolvedor. Totalmente colaborativa, a ferramenta permite que o usuário crie e compartilhe mapas interativos, acesse aplicativos diversos, utilize bases de dados e mapas pré-definidos, sem a necessidade de instalar nenhum software. Através dele, o usuário pode transformar seus próprios dados em mapas de conteúdo, combinando com informações de outras pessoas, customizando o produto para destacar tabelas, fotos ou páginas na web, e compartilhando em blogs, sites e diretamente no Twitter e Facebook.

O WebGIS, ao possibilitar a ampliação do acesso aos dados e informações geoespaciais, faz com que usuários sem conhecimento técnico profundo, mas extremamente interessados na utilização de informações geoespaciais para compreensão de problemas de negócios, possam fazer uso do GIS. 32

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Vitórias de Ayrton Senna, elaborado como um StoryMap O ArcGIS Online também oferece opções para desenvolvedores, que podem construir aplicativos customizados utilizando serviços baseados na Cloud fornecidos pela Esri para criar APIs e disponibilizar em qualquer dispositivo. Com as ferramentas na nuvem do ArcGIS Online, qualquer pessoa dentro de uma organização pode acessar dados e conteúdo geográfico de onde estiver e a qualquer momento, utilizando qualquer plataforma. De acordo com a Esri, também é possível combinar o ArcGIS Online com a própria estrutura da organização, criando uma solução híbrida. “O GIS está emergindo como uma plataforma que suporta todas as atividades humanas, que promete conectar a maioria das organizações e da sociedade com as novas formas de colaborar e gerenciar nossas organizações. Pensando mais à frente, podemos imaginar que os padrões e arquitetura WebGIS acabarão por apoiar um sistema nervoso global que conecta todas as nossas medições geoespaciais com indivíduos e instituições que possam utilizá-lo”, destaca Leandro Rodriguez, Gerente Geral da Esri para América Latina e Caribe. “Como a própria Internet, este sistema irá sem dúvida ter grandes implicações para a sociedade e para a evolução do planeta. Já podemos ver um pequeno exemplo disso no ecossistema do ArcGIS Online. Os usuários estão compartilhando e colaborando no desenvolvimento de informações georreferenciadas e, como resultado, colaborando de novas formas entre as organizações de todos os tipos”, completa Rodriguez.

BUSINESS INTELLIGENCE O WebGIS, ao possibilitar a ampliação do acesso aos dados e informações geoespaciais, faz com que usuários sem conhecimento técnico profundo, mas extremamente interessados na utilização de informações geoespaciais para compreensão de problemas de negócios, possam fazer uso do GIS. Isso acontece mais notadamente com os usuários de Business Intelligence (BI) e, visando atender esta nova demanda, a Esri expandiu a plataforma ArcGIS com soluções voltadas para Location Analytics. Aplicações da tecnologia contam com o Esri Maps for Office, que habilita a criação de mapas a partir de planilhas dentro do próprio Excel e permite o uso de mapas dinâmicos, consumindo mapas publicados como serviços em apresentações dentro do Power Point. Há também plugins que habilitam o uso de mapas criados com a plataforma ArcGIS no MS Sharepoint, IBM Cognos, SAP Business Objects e Microstrategy.

Além disso, a Esri oferece mapas para aplicativos (Esri Maps for apps), softwares de localização que trazem recursos de mapeamento e “GeoEnrichment” da Esri para as aplicações cotidianas, como o Business Intelligence e sistemas Customer Relationship Mangement (CRM), além de ferramentas mais populares como o Microsoft Office e o SharePoint. Os usuários não precisam ser especialistas em informações geográficas para criar um mapa, e as análises e resultados podem ser compartilhados. Os produtos incluem: Esri Maps for Office, Esri Maps for SharePoint, Esri Maps for Microsoft Dynamics CRM, Esri Maps for Salesforce, Esri Maps for IBM Cognos, Esri Maps for SAP Business Objects, Esri Maps for MicroStrategy. O Esri Maps for Products oferece mapas, serviços geospaciais e recursos analíticos básicos para plataformas que não são da Esri. Por exemplo, o Esri Maps for Office permite aos usuários do Microsoft Excel geocodificar e visualizar seus dados dentro do Excel. Além disso, o Esri Maps Framework, sobre o qual o Esri Maps for Products é construído, permite que as suas capacidades sejam adicionadas a outras aplicações e sistemas empresariais.


GIS ONDE QUER QUE VOCÊ VÁ Os profissionais atuantes com GIS e também os usuários das informações geográficas estão cada vez mais ligados ao Mobile. As pessoas não estão mais vinculadas a uma mesa, um escritório, ou qualquer local. Para atender este novo perfil de público, que acessa seus dados e mapas através de uma ampla gama de dispositivos, a Esri focou em desenvolver soluções prontas e confiáveis para o uso. A estratégia da companhia para atender esta demana possui quatro dimensões: a) suporte de soluções móveis em múltiplas plataformas como iOS, Android e Windows Phone; b) suporte aos formatos mais comuns de informações em todas essas plataformas; c) suporte a diversas funcionalidades para aplicações web, incluindo Collector For ArcGIS (coleta de dados de campo e edição), Explorer for ArcGIS (mapa de visualização e consulta), Operations Dashboard for ArcGIS (consciência situacional) e ArcPad/ArcGIS for Windows Mobile (coleta de dados e edição final em campo); d) suporte em ambientes online e offline. “A combinação desses apps, ArcGIS for Server e ArcGIS Online, garante mapas que podem ser acessados de ​​ qualquer lugar e em qualquer dispositivo. Mapas na web fornecem conteúdo unificado de serviços, disponíveis em ambiente Desktop, navegadores e dispositivos móveis. No ArcGIS 10.3 a Esri também vai lançar o AppBuilder Web para ArcGIS, para criar aplicativos independentes usando HTML5 /JS”, explica Leandro Rodriguez. O Diretor também comenta sobre as principais soluções mobile: “a Esri oferece um conjunto de tecnologias que pode ser facilmente aproveitado em campo, passando pelo uso do ArcGIS para Desktop em computadores portáteis até dispositivos mais leves, como ArcPad e ArcGIS para Windows Mobile, que oferecem coleta de dados de alta precisão. Também temos aplicativos como o Collector para ArcGIS (iOS e Android) e uma nova opção para a visualização e consulta de dados, o recém-lançado aplicativo para o ArcGIS que roda em iOS (Mac e Android em breve)". GIS PARA DESENVOLVEDORES Uma das mais ativas e crescentes comunidades da Esri é formada pelos desenvolvedores. Em 2014, a Conferência de Desenvolvedores da Esri foi realizada em Palm Springs, na Califórnia, e contou com mais de 2 mil profissionais que se reuniram para realizar treinamentos diretamente com a equipe da Esri. Uma grande parte deste evento é replicada na Conferência de Usuários Esri, que contou, também neste ano, com muitas sessões para este público. “A Esri possui uma plataforma forte para apoiar os desenvolvedores, que fazem parte

da estratégia da nossa organização e está crescendo muito rapidamente. O ArcGIS está se tornando popular tanto na comunidade de desenvolvedores de GIS quanto em organizações que têm recursos internos de desenvolvimento e que querem integrar o GIS em outros produtos de software”, afirma Leandro Rodriguez. A estratégia de apoio da Esri para essas comunidades consiste em: a) Tecnologia - o ArcGIS é uma plataforma aberta com as opções de desenvolvimento para desktop, web, dispositivos e ambientes incorporados, incluindo uma variedade de APIs, SDKs, serviços web e ferramentas para desenvolvedores; b) Comunidade - a Esri suporta uma comunidade ativa e desenvolvedora através de website, conferências, treinamentos e documentação avançada, procurando ser ativida em encontros informais e hackathons (maratonas de programação) nos Estados Unidos e no exterior; c) Licenciamento - a Esri suporta um programa de desenvolvimento de licenciamento, incluindo Esri Developer Network (EDN), comunidade web de aplicativo/ start-up e open source com GitHub; d) ArcGIS Marketplace - mercado web para a revenda de aplicações comerciais desenvolvidas por parceiros para usuários do ArcGIS.

Os profissionais atuantes com GIS e também os usuários das informações geográficas estão cada vez mais ligados ao Mobile. As pessoas não estão mais vinculadas a uma mesa, um escritório, ou qualquer local.

GIS EM TRÊS DIMENSÕES Apesar de não ser uma inovação recente, o 3D vem evoluindo rapidamente e deverá se tornar um recurso obrigatório em qualquer projeto que utiliza informação geográfica. A Esri continua trabalhando para evoluir a tecnologia do ArcGlobe, ArcScene e ArcGIS Pro para usuários desktop. No ArcGIS 10.3, a companhia está introduzindo uma nova forma de trabalhar com 3D utilizando Web Scenes. Assim, o 3D irá operar em toda a plataforma ArcGIS em servidores, desktops, navegadores e dispositivos. Os usuários com informações 2D poderão aplicar simbologia tridimensional e criar cenas web 3D usando as capacidades essenciais do ArcGIS Pro. Essas Web Scenes poderão ser publicadas e usadas em aplicações web ou em dispositivos diversos. Elas são alimentadas pelos novos serviços em 3D da Esri: experiência integrada 3D/2D no ArcGIS Pro, incluindo visualização e edição de dados simultaneamente em janelas de duas e três dimensões; ferramentas mais avançadas de edição 3D no ArcGIS Pro; capacidade de criar símbolos tridimensionais usando regras criadas no CityEngine; suporte para Web Scenes no ArcGIS, com o qual os usuários serão capazes de abrir, criar e gerenciar cenas 3D e camadas da mesma forma como mapas 2D e camadas no Portal for ArcGIS e ArcGIS Online. Ao longo do tempo, a expectativa da Esri é que os usuários compartilhem cenas virtuais tridimensionais (cidades, paisagens, etc.), de tal forma que todos

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dentro e fora de uma organização possam interagir com elas, bem como combiná-las com em vários cenários analíticos.

Novo ArcGIS Pro permite trabalhar em 2D e 3D ao mesmo tempo Outra grande aposta da Esri é o CityEngine, que vem sendo utilizado por arquitetos, urbanistas e designers para criar modelos realistas de cidades. Em sua última versão, o software permite compartilhar modelos na web e visualizar as características das construções de todos os ângulos, de modo a entender melhor como os edifícios e as paisagens propostas irão impactar sobre os cidadãos e bairros.

3D Webscene

O ArcGIS Pro, novo lançamento da Esri que ainda está em versão beta, permite criar e manusear dados em 3D, e foi apresentado na conferência internacional de usuários Esri 2014. O vídeo está disponível em http://goo.gl/ lPWO0r.

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Atenta às demandas e tendências de usuários e fornecedores das informações geoespaciais, a Esri busca se renovar a cada dia para oferecer uma plataforma cada vez mais completa, consolidando o ArcGIS como uma plataforma aberta e interoperável e ampliando as possibilidades e aplicações do GIS. “A Esri se dedica a apoiar os usuários em trabalhar facilmente em ambientes heterogêneos, integrando o GIS com outros domínios e ajudando os usuários a integrar e compartilhar dados de outros sistemas de informações. “Somos fundamentalmente otimistas sobre o futuro. No entanto, este ponto da história exigirá toda a nossa melhor ciência, tecnologia e pensamento crítico para criar um futuro sustentável. A ciência geográfica e informações de localização serão ingredientes essenciais para a compreensão, planejamento e gestão do futuro em todas as escalas. A prova disto é claramente ilustrada nas centenas de milhares de organizações que já estão usando o GIS para a gestão e tomada de decisão”, finaliza Leandro Rodriguez.

Conferência de Usuários Esri da América Latina 2014 A Imagem – atuante no mercado de Sistemas de Informações Geográficas (GIS) e distribuidora exclusiva no Brasil da Esri, realizará nos dias 25 e 26 de setembro o LAUC - Esri Latin America User Conference, evento com foco em soluções geoespaciais para diversos setores públicos e privados. A expectativa é contar com a presença de mais de mil participantes, entre especialistas da Imagem e empresas de toda América Latina usuárias de GIS, que irão expor suas experiências e conhecimentos adquiridos através da inteligência geográfica. Nesta 2ª edição do LAUC no Brasil serão apresentadas as novidades na área de inteligência geográfica, bem como a aplicação desta tecnologia em diferentes indústrias do mercado, por meio da exposição de cases de sucesso e pela troca de experiências com especialistas da Imagem e da Esri. A conferência visa estimular a interação com outros profissionais usuários do GIS e o contato com acadêmicos, representantes de órgãos governamentais e executivos das empresas privadas dos mais diversos setores. “O evento apresentará todas as inovações recém lançadas pela Esri em todo o mundo, combinadas às experiências das empresas da América Latina que utilizam a tecnologia GIS. Será a oportunidade para absorver o conteúdo da conferência e conectar-se com os profissionais da região”, afirma Ana Claudia Fagundes, Diretora de Marketing da Imagem. Os participantes poderão participar de uma série de seminários e workshops ministrados por especialistas em tecnologia da Esri e da Imagem, que apresentarão o que há de mais atual na Plataforma ArcGIS, além de uma feira na qual as empresas com expertise no setor irão expor suas marcas, produtos e serviços junto aos líderes em soluções de inteligência geográfica. Ao todo, o LAUC oferecerá mais de 80 palestras nacionais e internacionais apresentadas pelos próprios usuários e outras direcionadas para temas de gestão e perspectivas de mercado, além de 12 verticais com demonstrações e apresentações voltadas para as indústrias em que a Imagem atua: Agricultura e Floresta, Governo Estadual, Federal e Municipal, Telecomunicações, Saneamento, Segurança Pública, Educação, Óleo e Gás, Energia Elétrica e Mineração. Para mais informações acesse www.esri. com/lauc.


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Passo a Passo

Produtos Google Geo Integração entre o Google Maps Engine Lite e o Novo Google Maps – Parte 3

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Arlete Aparecida Correia Meneguette Engenheira cartógrafa (Unesp), PhD em fotogrametria (University College London). Docente e pesquisadora do Departamento de Cartografia da Unesp Campus de Presidente Prudente arletemeneguette@gmail.com

as edições 76 e 77 da Revista MundoGEO demonstramos como criar marcadores personalizados e também como traçar rotas no Google Maps Engine Lite. O resultado está disponível para visualização em http://goo.gl/kAZp6G. Podemos escolher o plano de fundo a partir de nove opções, por exemplo, a imagem de satélite mais recente da área. Nos nossos tutoriais temos adotado como área de estudo a Unesp - Câmpus de Presidente Prudente, mas você pode fazer o mesmo para sua área de interesse. Desta vez vamos demonstrar inicialmente como obter medidas de distâncias, perímetros e áreas no Google Maps Engine Lite e para tanto precisamos clicar no ícone . Notaremos que o cursor é mostrado como uma cruzeta que pode ser posicionada sobre o ponto inicial clicando com o botão esquerdo do mouse. Em seguida podemos clicar sobre o segundo ponto para então obtermos uma medida de distância linear, indicada graficamente e numericamente sobre a imagem de satélite. Para finalizar, basta clicar com o botão direito do mouse.

Para limpar os resultados da tela podemos clicar novamente no ícone . A fim de obtermos medidas de perímetro e área no Google Maps Engine Lite podemos seguir o mesmo procedimento anterior, indicando mais pontos ao longo da feição escolhida (que no nosso caso é um campo de futebol), sendo que o último ponto deve coincidir com o primeiro para fechar a poligonal. O resultado é mostrado graficamente e numericamente.

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Assim como fizemos nos tutoriais anteriores, podemos visualizar nosso mapa personalizado no Novo Google Maps www.google.com.br/ maps/preview. O mapa exibido é somente como uma prévia, pois para visualizar ou editar o mapa completo é necessário clicarmos em “Abrir o mapa original”, o que nos levará de volta ao Google Maps Engine Lite. Independentemente de termos ou não um mapa personalizado para visualizar, podemos realizar medidas de distância, perímetro e área usando o Novo Google Maps. Para tanto, devemos exibir a área de nosso interesse e em seguida clicar com o botão direito do mouse sobre o ponto inicial, o que nos permitirá escolher a opção “Medir distância”. Depois podemos clicar no segundo ponto do trajeto e a distância entre os dois pontos será exibida tanto no mapa quanto logo abaixo da caixa de pesquisa, no canto superior esquerdo da tela.


Podemos dar continuidade clicando sobre os demais pontos ao longo do trajeto a ser mensurado. Caso necessário, podemos mover os pontos de lugar ou mesmo clicar sobre algum ponto criado anteriormente se desejarmos removê-lo do trajeto. Para o caso de uma poligonal fechada, o perímetro e a área são exibidos tanto no mapa quanto no cartão de informações no canto superior esquerdo da tela. Ao finalizar a atividade podemos limpar o resultado da medição, clicando em no cartão de informações da caixa de pesquisa. Cabe ressaltar que tais mensurações são estimativas e não substituem os levantamentos topográficos feitos em campo ou as mensurações realizadas sobre imagens ortorretificadas.

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BIM

Aquisição de dados e a indústria de medições A informação real para os processos BIM Fernando Cesar Ribeiro Possui graduação em Engenharia Civil e mestrado em Engenharia de Transportes pela USP. Atualmente é colaborador no Laboratório de Topografia e Geodésia na Poli-USP, professor e coordenador do Curso de Edificações do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e professor da Faculdade de Engenharia da FAAP. Ocupa o cargo de Diretor Operacional da Sigma Geomática, onde é responsável pelas aplicações especiais e Laser Scanning fernando@toppar.com.br

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omo citei na última edição da revista MundoGEO, acredito em algumas semelhanças da tecnologia BIM com as já tão consagradas tecnologias GIS. Não somente por compartilharem o “I” de informações, mas também por necessitarem da integração permanente das tecnologias de aquisição de dados espaciais para a geração de modelos geométricos. Historicamente, a indústria de softwares GIS teve algumas lacunas dessa integração com os equipamentos de aquisição de dados em campo, principalmente os espaciais que envolvem diretamente o posicionamento. Somente mais recentemente, nos últimos 10 anos, pudemos contar com produtos que realmente facilitaram a coleta de dados para alimentação ou atualização de bases em tempo real e, dessa forma, puderam definitivamente usar o termo “integração dos processos”. Até mesmo os profissionais da área de levantamentos, que antes tinham que saltar um abismo para se apropriarem dos processos de geração dos modelos que usam seus dados coletados, já fazem parte das equipes multidisciplinares que gerenciam e controlam todas as etapas do fluxo de informações. Cabe lembrar também que o avanço tecnológico das comunicações via celular e outras colaboram continuamente por nos tornarem “online” na maior parte do tempo durante geração de dados de campo e, muitas vezes, a transferência é feita imediatamente. Porém, no meu entendimento, essa questão de integração passa obrigatoriamente por ambas as indústrias de desenvolvimento de softwares e de medições (leia-se equipamentos para

coleta, armazenamento e comunicação). Talvez pela tecnologia BIM ainda ser até certo ponto desconhecida pelos profissionais e empresas do setor de levantamentos, pouco se tem visto em relação a esforços para usarem as medições em conjunto com outras empresas de engenharia e arquitetura que vão planejar, projetar, construir, operar e manter os seus empreendimentos. Isso faz com que a demanda, mesmo que latente, ainda esteja reprimida para investimentos no desenvolvimento de novas ferramentas de software que possam dialogar mais de perto com os equipamentos e consequentemente com o tratamento mais efetivo dos dados de campo. Felizmente me parece que esse cenário pode mudar. Recentemente estão sendo anunciados acordos de cooperação técnica entre fabricantes de equipamentos e desenvolvedores de softwares que suportam a tecnologia BIM. Dessa forma, as empresas trabalhando juntas prometem melhorar a integração entre os dados de campo e os fluxos dos processos BIM que, inevitavelmente, devem aumentar a produtividade nas tarefas e também a confiabilidade dos dados. Outras iniciativas noticiam o desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis que podem controlar uma Estação Total Robotizada, simplificando assim o processo de locação de coordenadas BIM diretamente nas obras. As aplicações se estendem ainda quando detalhamos outros tipos de levantamentos “as built” e “as is”, passando pelas validações de modelos de projeto usando Laser Scanning, ambas com várias finalidades, e que serão temas da próxima coluna.



tutorial

Mapas de Óleo e Gás no Excel Aprenda a criar mapas usando o plugin Esri Maps for Office

A Bruna C. Mazzeo Oil & Gas Industry Solution oleoegas@img.com.br

Agência Nacional de Petróleo (ANP) fornece diversos dados técnicos que são utilizados por corporações e profissionais do setor de Óleo e Gás, devido à sua importância para os estudos de áreas das bacias sedimentares, onde há probabilidade de conter petróleo e gás natural. Quando estes dados têm o critério espacial de localização, é possível estudar e entender fenômenos que se distribuem no espaço, perceber a proporção, relacionar os dados e fenômenos, criar modelos e gerar diferentes análises sobre eles. Para facilitar o trabalho dos usuários de dados geográficos, a Esri criou o Esri Maps for Office, um plugin que permite criar rapidamente mapas dinâmicos e interativos dos seus dados do Excel e explorá-los de uma maneira completa. Para adquirir o plugin, acesse www. esri.com/software/arcgis/arcgisonline/apps/download. Para usar o Esri Maps for Office, basta o usuário ter uma conta criada no ArcGIS Online. Lembrando que, se o usuário tem a manutenção da licença ArcGIS em dia, ele tem direito a uma conta no ArcGIS Online e a 100 créditos anuais para realizar diversas análises. Para adquirir os dados sobre Óleo e Gás, você deve acessar o site da ANP (www.anp.gov.br) ou o Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP) da ANP (www. bdep.gov.br). Para esse tutorial, usaremos dados culturais de Exploração e Produção. Entrando no site do BDEP, selecione a opção "Poços" na coluna esquerda da página e, em seguida, em "Poços disponíveis". Clique na planilha mais atualizada e faça o download dos dados. Localize-os e abra a tabela do Excel. Quando os dados carregarem no Excel, visualize as informações dos mesmos e note que, nesse caso, os dados culturais terão os campos de "Latitude" e “Longitude”, os quais serão usados para espacializar as informações no mapa.

Quando falamos em transformar os dados do Excel em dados espaciais, nós estamos utilizando dois conceitos geográficos, a Espacialização e a Geocodificação. De acordo com a Esri, o primeiro é a transformação dos dados não espaciais em representações espaciais com base em um ou mais pares de coordenadas, por exem-

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plo: x e y (Latitude e Longitude). Já o segundo conceito diz respeito à transformação de dados de endereço postal em dados espaciais. Nesse caso, faremos a espacialização dos dados do BDEP no mapa. Dando sequência à demonstração, na barra de ferramenta no Excel terá uma aba chamada “Esri Maps”. Clique nela e logo após escolha a opção "Entrar". O programa pedirá sua conta e senha do ArcGIS Online (AGOL) para poder gerar seus dados geográficos e análises espaciais. Explore a barra de ferramentas do Esri Maps for Office. Ao clicar em “Inserir Mapa”, você verá um visualizador de mapas com o mapa topográfico da Esri. Se desejar, mude o mapa clicando em “Mapa Base”.

Clique em “Adicionar Dados do Excel” para ter acesso ao mecanismo de espacialização e geocodificação do Esri Maps for Office. Após, clique em “Tabela ou Intervalo Nomeado”, selecione o intervalo (uma dica é clicar na célula em branco acima da linha 1 e à esquerda da coluna A, como apontado na figura pela seta vermelha) ou selecione apenas o intervalo de interesse e aceite o intervalo, clicando em “ok”. Mudando a configuração da janela, selecione a opção “Latitude, Longitude” como indicado na figura abaixo. Clique em "Próximo" e no campo “Latitude (Y)” preencha o campo com a coluna da tabela equivalente às latitudes dos dados. Faça o mesmo para o critério de "Longitude (X)", escolhendo o campo referente à longitude e selecione a opção"Adiciona". Pronto, quando finalizar o comando criado, os dados já estarão espacializados no mapa. Você pode clicar em alguns pontos no mapa para ver as informações contidas em cada um deles.


Ainda que você esteja no Excel utilizando o Esri Maps for Office, é possível alterar algumas configurações dos seus dados na barra de ferramentas, como agrupar os dados, mudar o estilo dos pontos, gerar análises de densidade e responder questões pertinentes ao seu negócio. Clicando em "Agrupar", altere os pontos de poços no seu mapa na aba "Estilo" para o tipo que achar mais adequado. Você pode escolher se deseja reunir algum tipo de critério dos dados. Selecione a coluna (no tutorial faremos o agrupamento por Bacias, que é referente a uma das colunas dos dados da ANP). Clique em “Ok” para gerar o agrupamento dos dados no mapa. Agora os dados estão associados por Bacias separados por cores.

Além disso, você também pode compartilhar essa camada gerada no Esri Maps for Office para que ela seja usada no portal da sua corporação, em outras análises ou ainda relacioná-la a outros dados. Para fazer isso, clique em “Compartilhar” na barra de ferramentas. Nessa opção, você tem a possibilidade de compartilhar apenas a camada criada através dos dados da ANP, ou seja, a feição de pontos com as informações, ou ainda compartilhar as camadas anexadas ao mapa. Você também pode colocar esse mapa com dados em uma apresentação de PowerPoint criando um slide, ou pode apenas criar uma imagem. Neste tutorial, compartilharemos o mapa para abrirmos no AGOL. Clique em "Compartilhar Mapa"e preencha os campos da janela que abrirá com informações sobre o conteúdo do seu mapa. Escreva o título, coloque tags que relacionem o conteúdo do mapa e crie uma descrição. Se o mapa apresentar conteúdo confidencial

ou que seja restrito apenas para alguns grupos, selecione somente os grupos da sua organização que você preferir. É possível também compartilhar o conteúdo com todos os usuários do AGOL, habilitando a opção "Todos (Público)". Clique em "Próximo" para continuar. Vá até a opção da camada criada (nesse caso: "Camada do Excel") e clique em “Compartilhar Mapa”. Aguarde pela confirmação do compartilhamento. Você pode acessar o mapa no AGOL clicando sobre o “Visualize o mapa compartilhado”, ou acessar o site www.arcgis.com e entrar na conta da sua organização com o usuário e senha. Após entrar no portal da empresa, acesse os seus conteúdos gerados, na aba "Meu conteúdo". Localize o mapa compartilhado no seu conteúdo e clique sobre ele para abrir.

Quando abrir a nova janela do AGOL, você verá o mapa com a camada de dados da ANP que foi compartilhada no Excel. No mapa você pode ver a legenda, editar, adicionar mais dados nessa camada do Excel ou, ainda, adicionar outras camadas com novas informações. Além disso, você também pode executar análises, resumir dados, encontrar locais, enriquecer os dados, analisar modelos, utilizar proximidade e gerenciar seus dados.

As tabelas usadas da ANP foram um exemplo para esse tutorial, porém a sua organização pode espacializar qualquer tipo de dados tabulares que você quiser, como por exemplo: dados de coleta de campo e dados da localização dos ativos. Tendo o mapa e o conteúdo de dados da sua corporação no AGOL, você pode criar painéis de controle com indicadores, criar aplicativos de mapas e relatórios, fazer o download dos dados para as outras extensões como 3D, Spatial Analysis, entre outras diversas funcionalidades da Plataforma ArcGIS. MundoGEO 78 | 2014

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VANTs & Drones COMBATE AO GARIMPO CLANDESTINO O governo do Pará vai utilizar um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) para fazer fiscalização mineral no estado. O equipamento foi comprado de uma empresa de São Paulo, a XMobots, ao custo de 307 mil reais para combater o garimpo clandestino. Segundo o governo do estado, existem mais de mil pontos de extração mineral no Pará, mas apenas 50 são legalizados. O drone é do modelo Nauru 500 e foi desenvolvido em 2012. A aeronave conta com câmeras de alta definição que também captam imagens em infravermelho, e que servirão para mapear as atividades das minas.

LEVANTAMENTO DE PATRIMÔNIO MUNDIAL A empresa mexicana SkyBótica e o fabricante alemão de drones Aibotix desenvolveram modelos 3D detalhados da biblioteca e do estádio da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), patrimônio da Unesco. As nuvens de pontos, com resolução de até 5 mm, são baseadas em imagens aéreas de alta resolução georreferenciadas e foram geradas com o drone Aibot X6. Equipado com uma câmera digital, a aeronave gerou, em dois voos, imagens de alta resolução da estrutura externa da biblioteca.

DRONES PARA AGRICULTURA DE PRECISÃO A Geocom, empresa que utiliza drones para agricultura de precisão, anunciou que vem estabelecendo importantes parcerias para o desenvolvimento de tecnologia e pesquisa na agricultura brasileira. De acordo com a empresa, a tendência é aplicar novas técnicas nas culturas que movimentam o Brasil, tais como, soja, milho, algodão, cana-de-açúcar, entre outras. No projeto em específico que utilizará drones, o estudo irá focar na cultura com maior representatividade no estado de São Paulo: a cana-de-açúcar, com uma área total de 5.768.172 hectares cultivados em 2014.

EUA AUTORIZA USO DE DRONES NO ALASCA A Administração Federal de Aviação (FAA) norte-americana anunciou recentemente uma medida inédita. A agência do governo aliviou as restrições de voo de drones e permitiu, pela primeira vez, que um avião não tripulado voasse sobre seu território. A permissão foi concedida à fabricante de drones AeroVironment e à empresa de energia BP, que poderão ter seu modelo Puma sobrevoando a região de Prudhoe Bay, no Alasca. Na área, está localizado o maior campo de petróleo da América no Norte e o voo tem como objetivo inspecionar oleodutos, estradas e equipamentos para a BP.

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Drones para cinema A FAA anunciou que avalia permitir que sete companhias de cinema e televisão usem drones para fazer fotografias aéreas nos Estados Unidos, um passo significativo que pode levar a uma maior flexibilização da proibição que a agência coloca hoje sobre o uso comercial desse tipo de aeronave no país. Para ter direito à exceção, as empresas precisarão mostrar que as operações dos drones não causam riscos à segurança e que têm interesse público. A agência tem trabalhado ao longo da última década em regulamentações de segurança para permitir um uso disseminado de drones, mas adiou a emissão dessas normas várias vezes. O cronograma atual da FAA prevê a publicação das normas para drones pequenos – geralmente com menos de 25 quilos – até novembro de 2014.


EMBRAPA LANÇA DRONE A Embrapa Instrumentação, de São Carlos (SP), apresentará ao público um drone que poderá ser utilizado por pequenos produtores na gestão da lavoura. Junto com o aparelho serão demonstrados os softwares para análise das imagens captadas. As imagens podem ser usadas para facilitar o levantamento de falhas de plantio, obter mapas de estágios de desenvolvimento da lavoura, localizar doenças, deficiências e pragas, presença de plantas invasoras, dentre outras. Os sensores já estão em fase de desenvolvimento por quatro empresas, três nacionais – Tecnicer, Acqua Vita e Hidrosense – e uma internacional, a americana Irrometer. Conhecidas como Sensor de Diedro, Sensor de IG e Turgormeter, as tecnologias representam um avanço no manejo e controle da irrigação, seja no âmbito doméstico ou em campo.

VANT COM TECNOLOGIA RTK A SenseFly anunciou o novo eBee RTK, um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) para mapeamento que integra a tecnologia Real Time Kinematic (RTK). Segundo a fabricante, o novo eBee RTK oferece aos profissionais alta precisão posicional e mapeamento flexível. O equipamento é compatível com estações GNSS existentes e não necessita de pontos de controle em solo. O eBee RTK é capaz de gerar ortomosaicos precisos e modelos digitais de elevação, sem a necessidade de pontos de controle – o que significa menos tempo em campo e alta precisão, mesmo em áreas de difícil acesso. A tecnologia integrada permite que o plano de voo e o software de controle (eMotion 2) se conectem com a base, transmitindo um sinal de correção. O equipamento também é acompanhado com o software Postflight Terra 3D para fotogrametria profissional.

PRIMEIRO TORNEIO DE DRONES O Centro Internacional de Inovação do Senai promoveu em junho, em Curitiba (PR), o 1º Torneio de Veículos Aéreos Não Tripulados. O evento reuniu alunos da instituição que, durante o primeiro semestre, participaram de capacitações na área de robótica para montagem de drones. No torneio, foram premiados os três primeiros colocados de três categorias: habilidade (drone que realizou determinado circuito em menor tempo), carenagem (originalidade e criatividade em relação à utilização dos materiais e formas) e aplicação (apresentação de uma utilização para o drone).

DRONES: UM MERCADO DE 91 BILHÕES DE DÓLARES Um estudo de mercado realizado recentemente pela Teal Group estima que os gastos anuais com Veículos Aéreos Não Tripulados irá quase dobrar na próxima década, com gastos mundiais que variam de 6,4 a 11,5 bilhões de dólares por ano. De acordo com os analistas da Teal Group, em até 10 anos o valor total gasto mundialmente em pesquisa, desenvolvimento, teste e avaliação da tecnologia de drones chegará a 91 bilhões de dólares.

VANT REABASTECE SOZINHO O cientista Joseph Moore, PhD do Massachusetts Institute of Technology (MIT), está desenvolvendo um projeto que permitirá que drones se reabasteçam de forma autônoma. Como as linhas de transmissão criam um campo magnético, um drone equipado com um magnetômetro pode localizá-las facilmente para pousar nelas e reabastecer. O desafio ainda é estabelecer o software mais eficiente para conectar o drone ao fio.

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PATRIMÔNIO CULTURAL

Metodologia Ágil (Scrum) no setor público Automação no cadastro, normatização, tombamento e fiscalização do patrimônio cultural George Alex da Guia Arquiteto e urbanista pela UnB. Analista de Infraestrutura/ Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em exercício no Iphan/Sede. Product Owner Projeto SICG. george.daguia@iphan.gov.br

Herbert Parente Bacharel em Ciência da Computação pela Univ. de Fortaleza. Servidor público desde 2010 com formação em Gestão de TI, Licitações e Contratos. herbertparente@gmail.com

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humanidade desenvolve softwares há aproximadamente 50 anos. Desde então se vem tentando aprimorar as formas e metodologias de desenvolvimento, tais como modelo Cascata, CMMI, RUP entre outros. Em fevereiro de 2001, em uma “estação de ski”, 17 pessoas se juntaram para relaxar, conversar sobre o esporte e também sobre desenvolvimento de softwares, debatendo sobre os principais acertos e erros de projetos e os princípios e valores gerados aos clientes. Nesse contexto foi criado o manifesto Ágil, o qual tem como principais valores: a) mais ênfase nos indivíduos e interação entre eles do que em processo e ferramentas; b) mais ênfase no software em funcionamento do que na documentação abrangente; c) mais ênfase na colaboração com cliente do na que negociação de contratos; e d) mais ênfase em responder a mudanças do que em seguir um plano.

Aplicação no governo

Humberto Mattos Bacharel em Ciência da Computação. Analista em Tec. da Informação do Min. do Planejamento, Orçamento e Gestão desde 2010. Responsável pelo desenvolvimento de Sist. de Informação no IPHAN. humberto.carvalho@iphan.gov.br

Jamil Buzar Neto Bacharel em Ciência da Comp. pela Univ. Católica de Brasília. Atua na gestão de projetos pela empresa EGL LTDA. jamil.neto@gmail.com

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A metodologia Ágil é uma realidade no mundo de desenvolvimento de softwares na iniciativa privada. Na Administração Pública, até meados de 2010, havia pouca iniciativa nesse novo paradigma de desenvolvimento, não por falta de vontade ou iniciativa dos servidores públicos, mas por possíveis restrições ou desconhecimento da compatibilidade dos princípios do Manifesto Ágil com os da administração pública, leis e normas que regem as contratações de empresas terceirizadas para desenvolvimento de softwares. Entretanto, a má prática recorrente do não cumprimento de prazos nas entregas de softwares, ou até mesmo da entrega de artefatos de planejamento durante meses de projetos governamentais em detrimento do software integral, fez sucumbir a crença no sucesso de projetos de TI ou, no mínimo, forçou a comunidade pública a tentar novas técnicas ou metodologias, mesmo sem alterações no arcabouço jurídico. No contexto do governo federal, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na busca por maior eficiência dos serviços prestados a partir da adoção de métodos e tecnologias

inovadoras, optou, em 2010, pelo desenvolvimento do Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão (SICG) a partir do uso da Metodologia Ágil, baseada no framework Scrum. O projeto SICG iniciou em 2006 com a análise crítica dos procedimentos de identificação, reconhecimento e gestão dos bens culturais protegidos pelo Iphan. Os resultados apontaram para uma realidade institucional marcada pela ausência de automação nos processos de cadastramento, normatização, tombamento e fiscalização do patrimônio cultural, o que acarretava em uma elevada demora na produção de conhecimento e no seu uso para a gestão dos bens culturais, seja por meio de indicadores ou outros índices passíveis de monitoramento. Os processos de tomada de decisão nos mais diversos níveis eram pouco subsidiados pelos resultados dos investimentos realizados, sejam eles orçamentários ou não. Soma-se a este cenário a completa ausência de inteligência geográfica nos requisitos negociais da Instituição. Sob este contexto, o projeto SICG teve por objetivo geral abordar o patrimônio cultural de forma integrada e sistêmica e ofertar ferramentas de planejamento estratégico para a instituição. O alcance deste objetivo considerou inovação dos meios para o desenvolvimento de softwares e a adoção da inteligência geográfica como parte do negocio do Iphan. Uma das etapas do projeto SICG foi o processo de automatização do processo de trabalho decorrente das atividades de identificação, reconhecimento e gestão envolvendo normatizações e parte do processo de fiscalização. O objetivo do desenvolvimento de softwares é centralizar, em uma única base de dados, todos os dados relativos aos bens protegidos ou em estudo, com dados relacionais e geográficos integrados. Estrutura-se em três módulos complementares: a) conhecimento, vocacionado para estudos territoriais amplos, com dados históricos, iconográficos, econômicos e geográficos; b) cadastro básico e complementar dos bens: vocacionados para dados gerais e refinados dos objetos e; c) gestão: voltado para automatização de processos de rotinas de fiscalização e fluxo de investimentos.


Estes últimos fazem parte de outros sistemas corporativos que serão compartilhados por meio de webservices, permitindo a integração de dados das mais diversas naturezas em uma mesma plataforma com inteligência geográfica. Para o projeto SICG, adaptaram-se alguns frameworks a fim de se adequar à legislação vigente e à realidade do mundo governamental, mas sempre seguindo os princípios do manifesto Ágil. Algo tinha que ser feito para que o governo deixasse de ser apenas um dos maiores demandantes de software do país e passasse a ser também um dos maiores entregadores de software para a sociedade.

os dois próximos sprints de desenvolvimento, sendo assim, durante o Sprint planning, os requisitos já estavam definidos e revisados, ficando para esta etapa apenas a mensuração do esforço (planning poker).

Resposta A mudanças O uso da metodologia Ágil no projeto SICG apresentou uma série de desafios para sua implementação e desenvolvimento. Em virtude de ser o primeiro projeto, tanto para o Iphan quanto para empresa contratada EGL (importante lembrar que o requisito de contratação não demandou experiência no uso do Scrum), o processo de aprendizado, principalmente nos primeiros quatro ciclos, foi intenso e de reformulações e adaptações à realidade institucional. Por ser um framework, o Scrum não determina quais os documentos que devem ser elaborados durante os ciclos. No início do projeto não foi criada e nem utilizada documentação de requisitos para mostrar as funcionalidades ao cliente. Entretanto, isso se mostrou ineficaz, pois o Product Owner (P.O.) do projeto não conseguia ter um entendimento da funcionalidade e ser desenvolvida. Em virtude disto, foi necessária a criação de um documento básico de regras de negócio e wireframes para que o P.O. pudesse visualizar e priorizar, de forma mais segura, a funcionalidade e ser desenvolvida. Em virtude de sua natureza incremental, o projeto foi inicialmente planejado vislumbrando as reuniões de planejamento (Sprint planning) e encerramento (Sprint review e Sprint restrospective). Durante o Sprint planning o objetivo era revisar/refinar os itens priorizados no Backlog, além de mensurar o esforço (planning poker) dos itens que entrariam naquele Sprint. Contudo, nos primeiros ciclos de desenvolvimento, observou-se que o tempo dedicado para o planning (8 horas) não era suficiente para revisar e refinar os itens do backlog do produto. Com isso, optou-se pela antecipação do levantamento e refinamento dos requisitos, levando em conta, no máximo,

Quadro demonstrativo da estratégia de desenvolvimento do software Um dos resultados desta tática foi a ampliação da interação entre P.O., ScrumMaster e equipe. Num mesmo período de tempo eram desenvolvidas as funcionalidades aprovadas no Sprint planning, o levantamento de requisitos das próximas sprints e os testes dos produtos entregues no sprint anterior. Por exemplo, durante o desenvolvimento do ciclo 4, a equipe Iphan testava as funcionalidades entregues no Sprint 3 e levantava requisitos dos próximos dois ciclos. Por outro lado, a equipe EGL atuava no desenvolvimento do ciclo corrente e levantamento dos próximos, possibilitando à equipe uma melhor performance durante o desenvolvimento do Sprint e tornando as entregas mais eficazes.

Aceitação de mudanças A fase de planejamento do projeto, marcada pela forte interação entre equipe Iphan e equipe EGL Ltda., indicou o desenvolvimento do software de forma bottom-up. Desta forma, a cada sprint, o P.O. tinha uma parte do sistema funcionando e pronto para ser testado. Em virtude deste caráter iterativo e incremental e em face do cuidado com os testes, diversas funcionalidades necessitaram de ajustes e/ou refatoração. Para dar conta desta situação, foram desenvolvidos alguns sprints técnicos, que tinham como objetivo ajustar as funcionalidades. As refatorações, que implicavam em mudanças de regras negociais ou na estrutura do sistema, corresponderam a apenas 12% do total de pontos de função pagos pelo Iphan. Durante os 28 meses do projeto, o time parava em intervalos regulares para refletir sobre como MundoGEO 78 | 2014

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ficar mais efetivo, para então se ajustar e otimizar seu comportamento. Ao longo do desenvolvimento foram realizadas diversas reuniões de marcos lógicos e de análises do estágio de desenvolvimento do software. Foi criado um ambiente de interação entre P.O. e ScrumMaster, onde se compartilhava, em tempo real, o backlog com as funcionalidades desejadas, com história do uso e as prioridades estabelecidas pelo P.O. Outro ponto de contato foi uma planilha de acompanhamento, em tempo real, dos testes realizados pelo P.O. e sua equipe, o que permitiu a incorporação dos ajustes nos ciclos seguintes e um melhor planejamento do esforço da equipe de desenvolvimento. O resultado destas análises culminaram com um relatório de “Lições Aprendidas e Pontos de Melhoria” elaborado pelo P.O., ScrumMaster e fiscal técnico, além dos tomadores de decisão do nível estratégico da Instituição. O acompanhamento utilizou-se de diversos instrumentos de monitoramento tais como o gráfico burn-down e o KanBan.

Quadro Burn-down demonstrativo do desenvolvimento do software

Pontos fortes e fracos Os desafios foram “a mola mestra” para se ofertar ao setor público um software diferenciado, que atendesse às necessidades do cliente ao mesmo tempo em que avançasse no uso de metodologias ágeis para o

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setor público. Um dos principais desafios foi a adaptação da realidade institucional, seja em termos de marcos legais quanto de controle interno, para fazer frente ao ritmo e volume de trabalho demandados pelo Scrum. Pode-se afirmar que um ponto forte do projeto foi a entrega de valor para o cliente a cada Sprint, ou seja, o sistema funcionando em homologação, além de facilitar um maior controle na gestão dos pagamentos, pois o Iphan efetuava os pagamentos apenas de funcionalidades entregues e testadas, ou seja, homologadas pelo órgão. Destaca-se também o ciclo de planejamento (pré-game) com envolvimento de toda a equipe, o que permitiu o entendimento geral do negócio e dos processos que o Iphan queria automatizar. A interação entre a equipe de desenvolvimento, Scrum Master e P.O. durante todo o projeto permitiu a construção de um ambiente sustentável, o que se pode visualizar na baixa taxa de rotatividade da equipe, fortemente comprometida com o projeto. A facilidade de acompanhamento do desenvolvimento e pagamento devido a entregas em ciclos mensais permitiu relacionar o software funcionando com pagamentos, satisfazendo o cliente por meio da entrega adiantada e contínua de software de valor. Em termos de apropriação do cliente, a estratégia de disponibilizar, em rede intranet, o ambiente de homologação para todos os técnicos do Iphan, permitiu maior adesão institucional ao projeto em virtude do acompanhamento dos produtos entregues. Um dos produtos derivados desta experiência foi o desenvolvimento da Metodologia Iphan de Gestão de Demandas de Desenvolvimento Ágil de Softwares (Midas). Trata-se de um guia corporativo que estabelece o fluxo de gerenciamento de demandas para desenvolvimento e manutenção de sistemas de informação no âmbito desta autarquia. O modelo é contextualmente baseado na metodologia ágil Scrum e em boas práticas de mercado. Possui cinco princípios norteadores: a) envolvimento do cliente; b) entrega incremental; c) foco nos resultados e não no processo; d) aceitação de mudanças; e e) manter a simplicidade. O objetivo é obter

um produto funcional e que agregue valor ao usuário final a cada ciclo em um curto espaço de tempo. Um diferencial da Midas é que nela não existem atrasos na entrega. Se uma entrega não for realizada no dia, o ciclo é dado como perdido e só será aceita uma nova entrega no próximo ciclo. Outro ponto importante é que não gerencia atrasos nem defeitos; paga-se aquilo que efetivamente está funcionando. Outra premissa é a documentação é acessória à entrega do sistema; o importante é ter um software em funcionamento e com uma documentação mínima para que a manutenção seja realizada.

Conclusão Em linhas gerais, a solução informatizada adotada e a metodologia de desenvolvimento cumprem o papel de agregar valor ao serviço prestado à população brasileira. O uso da metodologia Ágil no Iphan não foi apenas uma inovação no Governo Federal, mas também uma tentativa de retomar a confiança, com entregas rápidas de software funcionando e dos gestores públicos em voltar a apostar e investir em Tecnologia da Informação. É um aprendizado que mudou a forma como os tomadores de decisão olham para a área de geotecnologias e para as metodologias de desenvolvimento, além de trazer uma nova fronteira para a ação governamental no Brasil. Como valores agregados ao serviço público, podemos destacar o aumento na celeridade e qualidade do processo decisório da Alta Direção da Instituição, além de uma considerável redução do tempo e esforço para compilação, organização e disponibilização das informações aos técnicos do Iphan, aos parceiros institucionais e, em especial, à população brasileira. O projeto se destaca pelo ineditismo das soluções de integração adotadas e coragem de seus gestores e Alta Direção em garantir condições materiais, políticas e simbólicas como forma de se percorrer um caminho adequado para enfrentar as dificuldades e colocar o projeto SICG como paradigma para os gestores públicos da política de preservação do patrimônio cultural no Brasil e nos demais países da América Latina.



GEOQualificação Nova fase, novos desafios 2014 tem sido de grandes desafios. Em um momento de grande turbulência na economia e na política, temos que nos reinventar para buscar novos estímulos, que nos tornem melhores a cada fase. Foi pensando assim que decidimos fundar um instituto de qualificação profissional para o setor geoespacial que fosse totalmente diferente de tudo o que existia no mercado. Já há algum tempo a MundoGEO estava investindo em cursos presenciais e online, capacitando sua equipe e estudando o mercado, porém visualizamos que isto não era o bastante e que a comunidade de geo merecia atenção mais direcionada quando se fala em qualificação profissional. Assim, deixamos para trás algumas amarras, buscamos um novo escritório, uma marca moderna e uma equipe focada nesse desafio e nos sentimos confiantes para trilhar este caminho. As mudanças foram nítidas desde o princípio, pois o novo Instituto já nasceu forte, com expressiva vinculação à MundoGEO, porém cheio de empolgação e inquietudes, pois vislumbramos um mar de possibilidades à nossa frente. Com isso em mente, formamos um time focado e comprometido com os objetivos do Instituto, contatamos os melhores fornecedores e buscamos em nossa rede de contatos os instrutores e parceiros estratégicos para levar adiante a empreitada. E já que isso não era suficiente, fizemos estudos sobre o mercado geoespacial e nos aconselhamos com os tomadores de decisão do setor, o que nos ajudou a definir o que teríamos que fazer para chegarmos aonde queríamos. Quando o Instituto GEOeduc foi fundado, em abril deste ano, estávamos muito seguros do que estávamos criando, mas as opções eram tantas que nos levaram a focar no que seria nosso diferencial. Assim, lançamos cursos online em formato inédito, com liberdade de horários, material didático de qualidade, muitos exercícios e suporte aos alunos por email, skype, telefone e redes sociais. Além disso, passamos a realizar pesquisas de mercado sob demanda, algo nunca feito antes no setor geoespacial. Mas somente oferecer cursos e pesquisas ainda não é o bastante, pois queremos ser referência em qualificação profissional para o setor geoespacial não apenas no Brasil, mas no mundo! Por isso, já criamos treinamentos em espanhol e agora estamos nos preparando para o lançamento de cursos em inglês. Estes novos desafios nos levam a refletir sobre nossa origem, a MundoGEO, empresa fundada em 1998 que passou por um processo semelhante, de consolidação no Brasil, depois no restante da América Latina e por fim tornando-se um player global em mídia e comunicação para o setor geoespacial. O que estamos fazendo é “pisar um pouco mais fundo no acelerador”, já que vivemos em uma época de intensas mudanças e ferramentas ultra-rápidas para conexão com a comunidade. Podemos afirmar que - apesar de todos os obstáculos que possam haver pelo caminho -, sim, estamos prontos para o desafio, pois já passamos pelo aprendizado necessário para ascendermos ao nível de excelência na área de qualificação profissional sem fronteiras. Vamos juntos escrever este novo capítulo da nossa história?

Eduardo Freitas, engenheiro cartógrafo, técnico em edificações, coordenador de cursos e pesquisas do Instituto GEOeduc eduardo@geoeduc.com @eduol

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Top 10 crenças do setor geoespacial

Webinar do Instituto GEOeduc desmistificou algumas crenças do setor de geotecnologias. Todo o conteúdo está disponível com acesso gratuito

S

erá que os VANTs Mapas colaborativos vão substituir a contém erros e não Aerofotogrametria são confiáveis tradicional? E os re50,07% Discordo ceptores RTK pode35,46% Concordo rão tomar o espaço 14,47% Não sei das Estações Totais? O Laser Scanner 3D é o futuro da topografia? Nos próximos anos, o GIS será somente na nuvem? Afinal, os governos devem ter a exclusividade na geração de base cartográfica? Interpretações, previsões, comparações, tendências: tudo isso faz parte do cotidiano de qualquer setor, e nas Geotecnologias não poderia ser diferente, especialmente em um momento de mudanças constantes e profundas. Pensando nisso, no dia 16 de julho o GEOeduc realizou um webinar apresentando resultados da enquete online sobre os 10 Mitos do setor de Geotecnologias. A pesquisa que deu origem ao webinar foi feita entre 26 de junho a 15 de julho e contou com 722 participantes. “Durante o webinar, desmistificamos algumas ‘crenças’ do setor de geotecnologia, que muitas vezes ouvimos nos eventos – presenciais e online – que realizamos, mas que não correspondem à realidade”, afirma Eduardo Freitas, coordenador de cursos e pesquisas do Instituto GEOeduc e palestrante do seminário online. “Além disso, os participantes do webinar sugeriram outros ‘mitos’, que serão tema de uma próxima pesquisa”, conclui. Veja o que pensam os profissionais de geo e compare os resultados deste estudo às suas impressões e opiniões. Todo o conteúdo (pdf, vídeo e tabela de perguntas É inseguro guardar & respostas) do wedados geoespaciais binar está disponível na Nuvem para acesso gratuito: 51,17% Discordo http://mundogeo. 26,82% Concordo 22,01% Não sei com/webinar/mitos/ arquivos.html.

Pesquisas GEOeduc O Instituto GEOeduc elabora pesquisas internas para auxiliar na definição de demandas por cursos online e presenciais, além de aprofundar os estudos de mercado e oferecer este serviço para organizações que precisem de informação estratégica para a tomada de decisão. Para saber mais, entre em contato: www.geoeduc.com/fale-conosco.


Você sabia??? Ainda há muitas dúvidas quanto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). Veja a seguir o que você precisa saber: • Instituído pelo Decreto nº 7.830 de 17 de outubro de 2012, o CAR é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente (APP), das áreas de Reserva Legal (RL), das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. • Além de possibilitar o planejamento ambiental e econômico do uso e ocupação do imóvel rural, a inscrição no CAR – acompanhada de compromisso de regularização ambiental, quando for o caso – é pré-requisito para acesso à emissão das Cotas de Reserva Ambiental e aos benefícios previstos nos Programas de Regularização Ambiental (PRA) e de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio Ambiente. • Para propriedades com até quatro módulos fiscais (*), seja pequeno produtor e/ou agricultura familiar, o responsável poderá se dirigir a uma das unidades de regularização ambiental para a realização do cadastro. Para propriedades acima de quatro módulos, o cadastro deverá ser feito através da contratação de responsável técnico. (*) Unidade de medida agrária usada no Brasil instituída pela Lei nº 6.746, de 10 de dezembro de 1979, expressa em hectares, variável conforme o município. INFO http://bit.ly/1AboxTR

Cursos Online

Geodatabase - Prática com ArcGIS

Introdução ao Sistema GPS (NOVO!)

Análise Espacial - Prática com ArcGIS ou QGIS

Serviços Básicos de uma IDE (NOVO!)

Introdução ao PDI - Prática com ArcGIS, QGIS ou Spring

Sistema Posição - Módulo Georreferenciamento (NOVO!)

Introdução ao GIS - Prática com ArcGIS ou QGIS

Introdução ao Sensoriamento Remoto (NOVO!)

Google Earth na Aula de Aula (EM BREVE!)

Introdução à Cartografia

Web Treinamentos

Cadastro Ambiental Rural (CAR)

Georreferenciamento e CAR: diferenças e semelhanças

Georreferenciamento de Imóveis Rurais

28 de agosto (Online)

Mapas mentem e influenciam sua visão do mundo Vale a pena conferir este vídeo no Facebook, com uma pequena “aula” sobre projeções cartográficas e como os mapas influenciam nossa forma de ver a relação entre os países: youtu.be/_T-p_EFA0bM. Como se pode ver nas imagens a seguir, realmente a projeção de Mercator nos leva a subestimar algumas áreas em detrimento de outras. Por outro lado, a projeção de Peters nos dá uma melhor dimensão da área dos continentes e países, mas a forma fica prejudicada. Quando colocamos o Norte para baixo então, aí é que a nossa visão do mundo realmente fica confusa, pois estamos acostumados, desde crianças, a alguns “pré-conceitos”. Experimente trabalhar com projeções cartográficas diferentes e questione sempre se o seu mapa poderia ser apresentado de outra forma que não a mais usual. Você vai se surpreender! Sugestão de leitura complementar: Livro How to Lie with Maps,de Mark Monmonier, bit.ly/1oHrvHg.

www.geoeduc.com | (41) 3338-7789 / (11) 4063-8848 | cursos@geoeduc.com

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TI+GEO

30 anos do Padrão de Exatidão Cartográfica no Brasil Infelizmente não há muito o que comemorar...

O José Augusto Sapienza Ramos Coordenador Acadêmico do Sistema Labgis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduado em Ciência da Computação pela UFF e mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/ UFRJ, trabalha há 14 anos com Geotecnologias com pesquisa, ensino e consultoria sapienza@labgis.uerj.br

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Decreto Federal 89.817 de 1984 completou três décadas no último dia 20 de junho. O seu primeiro artigo define promissoramente: “Este decreto estabelece as normas a serem observadas por todas as entidades públicas e privadas produtoras e usuárias de serviços cartográficos, de natureza cartográfica e atividades correlatas, sob a denominação de Instruções Reguladoras das Normas Técnicas da Cartografia Nacional”. O segundo capítulo desse decreto estabelece o Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC), no qual o produto cartográfico é classificado em A, B ou C – também D no PEC-PCD a seguir. Essa classificação seria como um selo de qualidade da exatidão posicional, onde classe A é a melhor. Como o decreto tem mais de 30 anos e estava desatualizado para o paradigma tecnológico atual, recentemente o Exército Brasileiro definiu o PEC para Produtos Cartográficos Digitais (PEC-PCD) dentro da Especificação Técnica dos Produtos de Conjuntos de Dados Geoespaciais (ET-PCDG), especificação esta adotada também hoje na Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde). Todavia, salvo exceções, somente alguns produtos criados pelo IBGE e pelo Exército informam o PEC ou PEC-PCD, ou seja, uma parcela pequena da produção cartográfica nacional desde que o decreto 89.817/84 foi instituído. Vamos analisar algumas perguntas para entender melhor o problema. O PEC ou outra forma de medição da exatidão posicional é mesmo necessário para qualquer produto cartográfico? A resposta é sim para qualquer produtor ou consumidor que precise efetivamente prezar pela qualidade posicional do produto cartográfico, o que envolve medir e informar a qualidade. Faz-se um parêntese: a escala cartográfica por si só não define exatidão de posição, pois ter detalhe de levantamento não quer dizer que o detalhe será mais bem posicionado.

Mas o PEC é trivial de medir? Não, pois envolve técnicas estatísticas e levantamentos mais precisos do que o produto avaliado, entretanto é um procedimento de fácil replicação. Quais os riscos de utilizar um dado sem informação de exatidão posicional? Você fica rendido ao erro posicional ou ao erro de qualquer resultado derivado das posições, como áreas e distâncias. Quando não se conhece quantitativamente a inexatidão, os riscos assumidos dependem da aplicação do dado como, por exemplo, de coordenadas com erro insatisfatório em um relatório de fundo de gaveta até perdas materiais e de vidas. O que posso fazer se eu tiver um dado sem avaliação de exatidão posicional? Você pode usá-lo mesmo assim (vide pergunta anterior), você pode descartá-lo (vide a coluna deste autor em duas edições anteriores dessa revista) ou você pode medir a qualidade posicional (vide duas perguntas atrás). Se medir a exatidão posicional é importante, por que não é feito? Esse é o ponto que eu convido à reflexão. Acredito que o leitor conheça alguma história de problemas em projetos devido a erro posicional, mas mesmo assim esse autor arrisca a dizer que boa parte dos leitores não se preocupa hoje em quantificar tal erro. Como já discutido em edições anteriores desta revista, a qualidade do dado, que é mais do que a exatidão posicional, é uma responsabilidade compartilhada entre o produtor e o consumidor. Certamente gerir o erro não é trivial, mas isso não torna a questão menos importante. Se quisermos nos valer, no Brasil, de todas as potencialidades de usar dados geográficos, temos então que melhorar a forma que gerimos esses dados. Que os próximos anos sejam mais auspiciosos!



GIScience

GESTÃO E USO DO GIS NA AMÉRICA LATINA Ciência da Informação Geográfica e as perspectivas para a região

O Pablo Cabrera Barona UNIGIS, Departamento de Geoinformática da Universidade de Salzburgo, na Áustria. Professor do módulo de Estatística Espacial do Programa de Mestrado em SIG da UNIGIS América www. unigis.net/americalatina office.americalatina@unigis.net

s Sistemas de Informações Geográficas (GIS) são considerados como um conjunto de ferramentas que suportam a tomada de decisões, mas estas ferramentas são baseadas em um quadro conceitual e metodológico que exigem rigor científico e acadêmico para obter resultados adequados para a tomada de decisões. Neste artigo, discutimos sobre a estruturação de vários termos e definições utilizados em torno do GIS, a fim de chegar a um esclarecimento conceitual que eventualmente deriva no termo GIScience, Geographic Information Science, ou Ciência da Informação Geográfica (CIG), que agora serve como um conceito guarda-chuva para cobrir a grande presença de metodologias, disciplinas e ciências que se relacionam com a análise espacial. Finalmente, as tendências futuras da CIG serão discutidas e a perspectiva de como a América Latina pode se tornar uma região-chave para o desenvolvimento da CIG.

Estruturação conceitual

[...] a CIG é o campo multidisciplinar que conecta o mundo real com o mundo virtual, através da Geoinformática, a fim de fornecer soluções para Gestão Integral do Território. 54

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Na América Latina, conceitos GIS são amplamente manipulados. Nos primeiros anos que o GIS apareceu no contexto da América Latina, de 1980 até o início de 1990, houve uma espécie de “elite” que praticamente monopolizou o acesso à informação geográfica e ao software especializado. Posteriormente começaram a aparecer atores que exigiram mais transparência no uso do GIS, bem como uma maior variedade de produtos de softwares, ampliando assim o espectro de usuários e a competência no assunto. No entanto, no meio da era da tecnologia da informação, muitas vezes tem sido priorizado o conhecimento no uso das ferramentas e softwares, negligenciando um pouco a pesquisa própria de novas abordagens científicas para potencializar ainda mais essas ferramentas e softwares. Para tentar alcançar o verdadeiro potencial do GIS como ferramenta, este artigo levanta a necessidade de

se adotar uma estrutura conceitual apropriada por parte dos profissionais de GIS. Então nasce a estrutura conceitual da Ciência da Informação Geográfica já definida como um campo multidisciplinar e multi-paradigmático, através dos quais ciências e disciplinas variadas se convergem, da Psicologia à Geografia Ambiental, sempre com a perspectiva do “pensamento espacial”. Agora, como é que vamos colocar um fim à variedade de termos usados ​​dentro do GIS? Poderíamos dizer que o GIS é um conjunto de ferramentas inicialmente úteis para a Geografia Aplicada. A Geografia é uma das ciências por trás do GIS. E a CIG é o campo multidisciplinar que conecta o mundo real com o mundo virtual, através da Geoinformática, a fim de fornecer soluções para Gestão Integral do Território, tendo em conta que o território abrange não só o conceito de espaço (space, medidas objetivas), e nem de lugar (place, medidas subjetivas). A partir disso, conclui-se que as ferramentas GIS e as ciências como a Geografia são apenas componentes da CIG a qual também cumpre com valores epistemológicos próprios da ciência, como a simplicidade, a coerência com o conhecimento atual, a capacidade de integração e a habilidade de se comprovar. Como contribuição para o jovem conceito da CIG, este artigo argumenta que ela não pode ser considerada somente como um campo multidisciplinar, mas também interdisciplinar, devido ao fato de que não somente porque a ciência e as disciplinas tradicionais contribuem para este campo, mas também as ciências e disciplinas que são originalmente interdisciplinares, como Geografia da saúde, Ecologia da paisagem, Psicologia ambiental e Econometria espacial.

América Latina em alta Blaschke e Merschdorf (2014) apropriadamente definem grupos de tendências no campo da CIG: a) construção de sociedades espacialmente


ativas: Virtual Globes e Geobrowsers; b) Geografia

O conceito de Ciência da Informação Geo-

do Tempo: o uso do tempo como proxy da espa-

gráfica (CIG) atualmente proporciona ordem e

cialidade; c) Geografias não Clássicas: como a geo-

estrutura para todos os diversos conceitos que

grafia dos espaços internos, por exemplo, o ma-

englobam o GIS. Esta Ciência está ganhando

peamento do ambiente no interior dos edifícios;

crescente influência global e este conceito é

d) técnicas espaciais e não espaciais para a aná-

muito transcendente e atrativo ao mesmo tem-

lise das interações humano-digitais e Big Data.

po, pelo fato de que ele não é um campo exclu-

Dentro do contexto da América Latina, podemos

sivo para ação de geógrafos, mas para qualquer

destacar as seguintes tendências, muito válida em

profissional que trabalha ou quer atuar através

todo o mundo, mas que são e ainda serão úteis para resolver os problemas latentes em nossa região: a) Geografia da Saúde: espaço como fator preponderante em tópicos da saúde; b) Geografia urbana: aplicada em especial na geração de um crescimento mais ordenado das cidades latino-americanas, bem como para atrair contribuições para o desen-

do pensamento e da perspectiva espacial. Além disso, pode-se dizer que a CIG terá uma maior influência na América Latina em médio prazo, abrindo uma janela para permitir fazer mais e com melhores contribuições científicas e acadêmicas para nossa região.

[...] a CIG terá uma maior influência na América Latina em médio prazo, abrindo uma janela para permitir fazer mais e com melhores contribuições científicas e acadêmicas para nossa região.

volvimento de Smart Cities; c) Geografia Crítica: como uma porta de entrada para a elaboração de teorias e concei-

CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA Campo Multidisciplinar, Interdisciplinar e Multi-paradigmático

tos geoespaciais próprios da região; d) Geografia e Energia: a fim de gerar “paisagens de energia” para identificar e fazer uso eficiente dos re-

Ciências e

cursos energéticos na região.

Disciplinas

Além disso, este artigo propõe que os trabalhos futuros da CIG na América Latina devem considerar problemas

Conceitos e Métodos

Ferramentas (GIS)

acompanhadas de pensamento espacial

metodológicos que ainda não foram totalmente resolvidos, como o MAUP (modi-

Geoinformática

fiable areal unit problem) e, mais recentemente, o UGCoP (uncertain geographic context problem). Estes dois tipos de questões metodológicas são críticos por causa de suas implicações para a escala e de representatividade dos fenômenos espaciais que querem estudar.

Gestão Territorial

Soluções e Aplicações

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GEOQUALITY

VANT E MERCADO

A invasão dos Veículos Aéreos Não Tripulados no mercado mundial

A Wilson Anderson Holler Engenheiro Cartógrafo, Esp. (UFPR), Supervisor de equipe na Embrapa Gestão Territorial wilson.holler@embrapa.br

[...] a Agricultura de Precisão (AP) e Segurança Pública são os mercados mais promissores para a tecnologia. Estima-se que esses dois mercados representem 90% das aplicações de VANTs. 56

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tualmente os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) são responsáveis pela expansão e desenvolvimento da indústria aeroespacial mundial, com estimativas de grandes investimentos, saindo dos atuais US$ 2,7 bilhões/ano para cerca de US$ 8,3 bilhões/ano até 2015. Os Estados Unidos são o principal produtor e usuário da tecnologia, representando 36,5% das compras em nível mundial, devido ao interesse de suas Forças Armadas, seguidos por Israel (7,9%), França (7,1%), Reino Unido (5,7%) e Rússia (4,4%). A Associação Internacional de Veículos e Sistemas Não tripulados (AUVSI) possui um relatório com dados bem interessantes sobre o mercado de VANTs para os Estados Unidos e que pode ter semelhanças com o mercado brasileiro devido às dificuldades de regulamentação e os benefícios que os VANTs podem trazer em diversas áreas. O estudo aborda o exemplo do Japão, que iniciou o uso de VANTs no início dos anos 1990, na agricultura, e faz estimativas de crescimento desse mercado nos Estados Unidos. No estudo, os pesquisadores estimaram as perdas financeiras e da geração de novos empregos em função do atraso na regulamentação do uso de VANTs. Uma das conclusões foi a de que a Agricultura de Precisão (AP) e Segurança Pública são os mercados mais promissores para a tecnologia. Estima-se que esses dois mercados representem 90% das aplicações de VANTs. Para a AP o estudo destaca dois segmentos: sensoriamento remoto e a aplicação de insumos/defensivos com precisão. Uma variedade de sensores remotos está sendo usada para fazer o monitoramento e verificar anomalias na saúde de diversas culturas, taxas de crescimento e localizar focos de doenças ou pragas. Esses sensores podem ser ligados a veículos terrestres, veículos aéreos e até mesmo satélites aeroespaciais. Aplicações de precisão são muito úteis para os agricultores, pois utilizam técnicas de pulverização para cobrir de forma mais seletiva as plantas. Isso permite que os agricultores apliquem pesticidas ou nutrientes apenas onde realmente é necessário, reduzindo o montante pulverizado e, dessa forma, poupando dinheiro e reduzindo impactos ambientais. O preço médio de um VANT é uma fração do custo de uma aeronave tripulada, como um helicóptero ou avião agrícola, sem nenhum dos riscos de segurança. Outros países já adotaram o uso de VANTs a partir

do zero (ou seja, o primeiro ano de adoção), onde nem as empresas nem os consumidores tinham experiência anterior com a tecnologia. Nestes países, essa tecnologia está em funcionamento há mais de duas décadas. O crescimento do mercado se deu com um início rápido seguido de um nivelamento do mercado. A experiência no Japão começou a taxas de crescimento superiores a 20% ao ano, como pode se visto no gráfico.

Porcentagem de crescimento do uso de VANTs no mercado agrícola japonês No estudo da AUVSI os pesquisadores consideraram que a integração dos VANTs ao Sistema Aeroespacial dos Estados Unidos pode trazer alguns benefícios e chegaram às seguintes conclusões: 1. O impacto econômico da integração será de mais de US$13,6 bilhões nos três primeiros anos de integração e vai crescer de forma sustentável, acumulando mais de US$82,1 bilhões entre 2015 e 2025; 2. A integração irá criar mais de 34 mil empregos na indústria e mais de 70 mil novos postos de trabalho nos primeiros três anos; 3. Todo o ano a regulamentação é adiada. Os Estados Unidos perdem mais de US$ 10 bilhões de potencial econômico. Isso se traduz em uma perda de US$27 milhões por dia. Estima-se que até 2025 serão gerados mais de 100 mil novos postos de trabalho nos Estados Unidos que estejam relacionados à fabricação ou aplicações dos VANTs. Curiosidades a parte, segundo o relatório da AUVSI: • Os VANTs têm um período de vida de cerca de 11 anos e são relativamente fáceis de manter; • Os preços de VANTs podem variar, mas em média ficam em torno de 30 mil a 300 mil reais, conforme as especificações e finalidade. Os menores funcionam com bateria elétrica e os maiores geralmente têm motor de combustão.



LS3D

Laser Scanner 3D

A importância do Apoio Topográfico

A Rovane Marcos de França Professor de geodésia e georreferenciamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) e consultor da Vector Geo4D. Engenheiro civil, técnico em geomensura e Estradas. Experiência em levantamentos com laser scanner há três anos em várias aplicações, usando diversos softwares de processamento e modelagem de nuvem de pontos rovane@vector.agr.br

São em casos de áreas extensas ou com muitas cenas sequenciais que o apoio topográfico no processo de escaneamento tem papel fundamental para a garantia de qualidade. 58

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qualidade da nuvem de pontos e consequentemente seus produtos dela derivados estão intimamente ligados ao ajustamento das cenas, quando realizado o processo de registro. Como vimos na edição 69 da revista MundoGEO, o registro depende diretamente do ajuste dos targets entre as cenas, permitindo uma análise dos desvios padrões e resíduos sobre estes pontos utilizados como referência. Quanto mais próximos do laser scanner os targets estão, melhor eles serão definidos, pois serão escaneados com melhor resolução e menos ruído. Porém a proximidade dos targets poderá provocar rotações inesperadas nas cenas, deixando a desejar na qualidade final do produto. De maneira geral, os equipamentos de Laser Scanner 3D (LS3D) possuem precisão angular inferior às estações totais (20” já é considerado muito bom!). Além disso, a identificação dos pontos de referência se dará sobre a nuvem de pontos em 3D, o que significa que também teremos a variável da precisão linear do equipamento, que normalmente também é inferior às estações totais, influenciando nesta orientação. Esta junção de precisão angular e linear do LS3D passa a ser problema quando os trabalhos são extensos ou muitas cenas sequenciais são necessárias. A propagação dos erros se dá de forma descontrolada cena após cena, sendo que o desvio padrão e os resíduos apresentados nos resultados dos registros não expressarão a qualidade da nuvem de pontos. A solução, já conhecida e adotada nos processos topográficos, é utilizar pontos de referência mais distantes para minimizar os efeitos de rotação. Porém, aumentando a distância dos targets em relação ao LS3D, perderemos em resolução espacial, o que prejudicará na definição do ponto de referência no target. Se aumentarmos a resolução, perderemos em produtividade, pois maior será o tempo para coleta dos dados. Portanto, se deixarmos o target mais próximo ou mais afastado do LS3D, teremos problemas de orientação da mesma forma. São em casos de áreas extensas ou com muitas cenas sequenciais que o apoio topográfico no processo de escaneamento tem papel fundamental para a garantia de qualidade.

A etapa de planejamento permitirá que o profissional associe o apoio topográfico com as cenas, otimizando desta forma o trabalho com o LS3D e permitindo até mesmo cenas mais espaçadas. Este apoio topográfico deve ser feito com estação total, onde a precisão angular pode chegar a 1” e a precisão linear a 2mm. Uma poligonal então é implantada para ajustamento dos erros encontrados e, a partir dela, medir os targets com o método de irradiação. Tendo agora targets medidos, estes farão parte do registro de forma especial, servindo de injunção para o ajustamento. Neles são encontrados os erros acumulados, impedindo que os erros se propaguem ao longo do trabalho, apresentando os resíduos após o ajustamento por mínimos quadrados. Pequenas rotações ainda podem ocorrer, portanto deve-se estabelecer uma rotina de análise diretamente na nuvem de pontos em busca de deslocamentos para a tomada de decisão, se o registro da nuvem de pontos atende a finalidade do trabalho. Caso negativo deve-se buscar outras soluções, como eliminar algum target que possa estar produzindo um ajuste indevido.

Deslocamento de cena identificado num tubo



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Agrobio

www.agrobio.agr.br

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Agrosatélite

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Bradar

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CGI Brasil

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Engefoto

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Engesat

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Englevel

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Geocursos

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Geofusion

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Medral

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Metro Cúbico

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Brasília (DF)

Novaterra

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NWSOFT

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Santiago & Cintra Consultoria

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Santiago & Cintra Geotecnologias

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Sitech

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Curitiba (PR)

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