GUIA DE IDEIAS Ed. 1 / 2º semestre de 2016
Gente Brasil QUE MUDA O
Apoie as iniciativas em cultura, esporte e educação para transformar nosso país
70 IDEIAS
+ de
em destaque CONFIRA!
MENSAGEM
O início de uma
NOVA ETAPA O ano de 2016 tem sido independentemente do espectro ideológico predileto um período de fortes turbulências para o Brasil. Mas em tempos como estes somente se fortalece o compromisso assumido pela Rede Educare em valorizar o cidadão brasileiro por meio da cultura, da educação, da arte e do esporte. Somos acostumados a turbulências: quando a nossa rede foi fundada, em 2008, o mundo se deparava com aquela que foi uma das maiores crises econômico-financeiras da história. Diante da tribulação anunciada, não tivemos outra opção, na época, senão a de avançar e a de acreditar em nosso sonho. Afinal, acreditar é nossa vocação: acreditar em um Brasil melhor, maior e diverso, com cidadãos empoderados e emancipados por meio de ações transformadoras e inovadoras vindas das cabeças pensantes de nossa própria terra. É com esta vocação, portanto, que lançamos nossa nova publicação, o guia de ideias Acredite.
O guia nasce de uma necessidade de alimentar a nossa rede e atar ainda novos nós junto a ela. Aqui você lerá sobre as histórias e as pessoas por trás de mais de setenta projetos em cultura e esporte, todos aprovados em leis de incentivo federais e/ou estaduais. Com essa vitrine, nosso objetivo é vincular produtores, gente inovadora e criativa, a empresas e pessoas interessadas em apoiar suas iniciativas e ajudar a transformar nossa realidade. É durante as crises que a crença em ações transformadoras deve aflorar ainda mais. Para os produtores de todo país, é hora de se aproximar de outras pessoas inspiradoras e fortalecer os vínculos. Já para as empresas, apoiar essas ideias é a oportunidade para se relacionar com as comunidades onde elas atuam, estreitar os laços e gerar mais valor de marca. Acreditem! Kátia Rocha Mestre em Comunicação, cofundadora da Rede Educare e consultora de patrocínios
REDE EDUCARE 3
QUEM SOMOS
REDE DE
confiança Conheça mais sobre a história e o trabalho da Rede Educare, empenhada em construir laços entre produtores e parceiros em todo o país
E
squeça um pouco do conceito de rede veiculado no século XXI, demasiadamente ligado à ideia de tecnologia. Muito antes de lembrar-se do world wide web, pense na rede de um pescador. Seus nós fortes e seguros, entrelaçados com esmero e com o conhecimento de anos de tradição popular. Essa imagem de rede faz jus ao que se propõe a Rede Educare ao longo de seus oito anos de trajetória. Nós nos empenhamos em abrir diálogo com produtores em cultura, esporte, saúde e ação social espalhados pelo Brasil para vinculá-los uns aos outros, bem como a patrocinadores que também acreditem nesses sonhos. “Os nós dessa rede conversam entre si. E eles não são somente tecidos por captação de recursos, mas por parcerias, confiança, transparência e ética”, resume Kátia Rocha, historiadora, educadora, consultora em projetos de incentivo e cofundadora da Rede Educare. Foi em 2008 que a rede começou a ser tecida a partir do sonho de dois escritores baianos: Jonar Brasileiro e a própria Kátia Rocha. O início da ideia de atar nós e vínculos para produzir e incentivar projetos de transformação social se deu pela educação, na tentativa de promover a leitura entre crianças e jovens. Aquele, porém, foi um ano conturbado: deflagrava-se a mais grave crise econômica nos Estados Unidos desde a Depressão de 1929 e o mundo estava ressabiado, sem saber o que esperar dos mercados. Ainda assim, a Rede Educare já conquistava suas primeiras grandes parcerias com produtores e empresas. “Ou a gente desistia diante da dificuldade, ou avançaríamos. Mas como, com todo esse nosso sonho, a gente voltaria para casa?”, recorda Kátia.
4 REDE EDUCARE
Em 2012, a Rede Educare alcançou seu momento definitivo. Depois de atuar por alguns anos somente no ambiente virtual, a equipe se mudou para a cidade de São Paulo, nas proximidades da icônica Av. Paulista, para se avizinhar do centro de decisão financeira do país. Com isso, o sonho de entrelaçar produtores com boas ideias e empresas interessadas em apoiá-los por meio de leis de incentivo se tornou ainda mais factível. Uma rede em que todos os nós saem ganhando: os produtores conseguem concretizar seus transformadores projetos por meio do patrocínio das marcas que, em troca, não só recebem renúncia fiscal por via das leis, mas também criam outros vínculos com as pessoas e as comunidades impactadas por essas iniciativas. A Rede Educare acredita que é, sim, possível transformar a realidade do nosso entorno, desde que pessoas, empresas, governos e organizações estejam atadas a essa rede, descobrindo, assim, um Brasil grande, diverso e rico. “Queremos mostrar que existe um país maior, muito além dos grandes centros urbanos”, relata Kátia. “Isso faz a diferença: acreditar em trabalhos iniciais de produtores de outras regiões que nem sempre recebem atenção, acreditar no novo.”
2010
Passamos a desenvolver projetos de consultoria em leis de incentivo na área de elaboração e agenciamento. Iniciamos a implementação de bibliotecas e cinemas em todo o território nacional.
2012
2008
Assumimos o compromisso com a sustentabilidade e a educação. Demos o início a parcerias
A Rede Educare nasce com muita esperança e começa a atender seus primeiros clientes.
NOSSA HISTÓRIA
2016
Chegamos para atuar nos estados brasileiros desenvolvendo uma rede de produtores parceiros. Este é o
com projetos esportivos e apoio às empresas nas doações para os fundos municipais da criança e do adolescente e do idoso.
2014
A Rede Educare abre suas portas para a pesquisa e o desenvolvimento de projetos e para avaliação de resultados com professores, alunos e empresas.
ano de lançamento do A Arte da Reciclagem, segundo livro produzido por nós voltado para a arte dentro da reciclagem. Nasce a marca Acredite em forma do site e revista que formam o diálogo entre produtores, empresas e governos.
Futuro
A Rede Educare segue expandindo horizontes como empresa de impacto social e associa-se ao empoderamento da mulher na cultura.
REDE EDUCARE 5
O QUE FAZEMOS
PROCESSO DE ATUAÇÃO ilustrações: bru-no.cc
Qual recurso utilizar?
Área do projeto cultura
esporte
social
saúde
Leis de incentivo ou recursos próprios
EDUCARE intenções Busca parcerias
Divulgação
Relacionamento com a comunidade
empresa
Como a Educare apoia empresas A Rede Educare oferece consultoria na busca por projetos em cultura, esporte, saúde e atividade social. Apoiar um produtor local é a oportunidade perfeita para as empresas divulgarem sua marca e relacionarem-se com comunidades. 6 REDE EDUCARE
1
diagnóstico Sua empresa traz as suas demandas e nós iremos avaliar e entender exatamente o que ela precisa: que tipo de projeto pretende apoiar? Em qual cidade ou região? Qual público gostaríamos de atingir?
2
estratégia Delimitaremos o perfil de projeto que procuramos para alcançar os objetivos da empresa, ou desenvolveremos nós mesmos um trabalho que atenda essas expectativas. É importante definir a que leis de incentivo recorrer.
3
seleção de projetos A Rede Educare apresentará os diferentes projetos que acolhem a estratégia definida. Agora a sua empresa escolhe aquele que melhor a atende.
Patrocínio/ doação
Parceiro
Formalização da parceria
seleção
Acompanhamento e execução
Escolha do projeto que melhor se encaixa nas intenções da empresa
Renovação e/ ou seleção de novos projetos Feedback
4
5
6
A Rede Educare auxilia na redação do contrato a ser assinado pelas partes, a sua empresa e o produtor cujo projeto foi elegido para receber incentivo.
Assinado o contrato, a sua empresa pode realizar o pagamento combinado em contrato ao produtor, para que ele desenvolva o projeto apresentado.
A Rede Educare também acompanhará toda a execução do projeto, servindo como mediadora entre a sua empresa e o produtor para alinhar interesses e estratégias.
formalização da parceria
patrocínio ou doação
realização
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feedback Pronto! O projeto foi executado com sucesso! Agora, desenvolveremos um balanço do impacto da ação e auxiliaremos na prestação de contas com os governos para receber a renúncia fiscal conforme a lei aplicada. REDE EDUCARE 7
O QUE FAZEMOS
Área do projeto
parceiro
cultura
parceiro
esporte
parceiro
social
parceiro
saúde
Como a Educare apoia produtores Pessoas de todo o Brasil com boas ideias e muita vontade de transformação chegam até a Rede Educare para nos apresentar seus projetos. Nós o ajudaremos a encontrar parceiros também interessados em realizar sua visão.
8 REDE EDUCARE
Qual recurso utilizar? Produtores buscam parceria com a Educare para buscar patrocínios e/ou doações
Leis de incentivo ou recursos próprios
EDUCARE
1
diagnóstico
Nós queremos aprender mais sobre o seu projeto para nos engajarmos nele e para começarmos a buscar quem poderia se interessar pela sua ideia.
2
estratégia
A Rede Educare ajudará você, produtor, a delimitar uma estratégia para atrair incentivo. Qual público pretende atingir? Em que locais? Em que áreas esse projeto se encaixa?
3
busca de empresas Já podemos apresentar o seu projeto para empresas que buscam patrocinar iniciativas por meio de leis de incentivo. Em breve, uma delas irá conhecê-lo e selecioná-lo.
Formalização da parceria
Patrocínio/ doação
Seleção Acompanhamento e execução
Seleciona a empresa que melhor se encaixa no projeto
Renovação e/ou busca de novos apoiadores Feedback
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formalização da parceria Faremos a ponte entre você, produtor, e a empresa que aposta em seu projeto para redigir um contrato interessante para ambas as partes.
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pagamento
Agora você já pode receber a verba desse patrocínio e realizar o seu projeto!
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execução
Durante toda a execução do projeto, nós da Educare estaremos em constante acompanhamento, realizando, inclusive, a mediação entre você e a empresa envolvida.
7
feedback
Por último, faremos um balanço da ação e ajudaremos na prestação de contas com os governos, conforme a lei de incentivo aplicada.
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ONDE
ATUAMOS
BRASIL (ainda) MAIOR Saiba onde estão os projetos apoiados pela Educare atualmente e nos ajude a ampliar ainda mais essa rede
mais de
Por um
PARCERIAS NACIONAIS
EMPRESAS
10 REDE EDUCARE
200
PROJETOS REALIZADOS mais de
mais de
50
mais de
A
Rede Educare acredita em um país gigante. Acredita que, sobretudo, em seus grandes centros e em seus rincões, ainda pouco conhecidos, brotam ricas iniciativas de cultura, esporte, educação e transformação social. Por esse motivo, a missão da Educare sempre foi e será buscar projetos originais e inovadores em todo o território nacional. Atualmente, nossa rede alcança oito estados brasileiros e o Distrito Federal, cada qual com sua respectiva legislação. Mas, na prática, somos do tamanho do país inteiro, especializados também nas leis federais de incentivo.
100
1
milhão de
IMPACTADOS
Trabalhamos com leis federais e com leis estaduais em dez estados.
Maranhão Ceará Pará Pará
Bahia Distrito Federal Minas Gerais São Paulo Paraná
Rio Grande do Sul
Rio de Janeiro
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ARTIGO
Precisamos de
AGENDA POSITIVA Discutir e informar sobre os reais impactos das leis de incentivo é a forma de iluminar o debate sobre elas
E
stamos atravessando tempos estranhos e instáveis no Brasil, com notícias diárias e sucessivas de corrupção, desvios, prisões, além da crise econômica, e mais especialmente da crise moral que parece ter tomado o país como um todo. Neste cenário, a instalação de uma CPI para averiguações dos gastos com a pobre e malfadada Lei Rouanet pode parecer adequada e até necessária. Nos últimos meses, os incentivos à cultura têm merecido constantes artigos contestando seus usos e apresentando quase sempre dados equivocados dos procedimentos, dos projetos e dos valores. A verdade é que quem atua na área sabe que o dia a dia da produção cultural é de muita ralação e dificuldade, mesmo com os incentivos. Mas quem não está perto desse segmento é levado a ter, infelizmente, a equivocada percepção de que a Lei Rouanet é apenas maracutaia. Nenhuma lei de incentivo fiscal no Brasil tem controle tão estrito dos orçamentos, desde a aprovação do projeto que averigua cada item proposto até a análise da prestação de contas que escrutina cada comprovante fiscal e recolhimento de impostos, chegando aos centavos de cada rubrica. Tudo isso para proteger menos de 1% do total da renún-
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cia fiscal do país concedido à cultura, pois os outros 99% são concedidos majoritariamente à indústria, comércio e serviços, que não prestam contas a ninguém, apenas usam o benefício e colocam seus produtos na rua, auferindo os lucros. Nosso mecenato é perfeito? Claro que não, mas o fato de merecer ajustes e poder ser melhor, como tantos outros procedimentos, não o torna insignificante ou desnecessário para a sociedade. É muito importante ressaltar que a parceria entre produtores culturais, artistas e empresas trouxe maravilhosos frutos nos últimos vinte anos de uso mais regular dos incentivos. A cena cultural foi profissionalizada e propiciou ao cidadão o acesso a milhares de atividades que, até então, eram reservadas aos poucos que podiam fazer viagens internacionais. Vários centros culturais e museus de acesso gratuito foram disponibilizados e vêm apresentando programação de qualidade, além de ações de fomento. Difícil acreditar que essas ações seriam implementadas pelo poder público com os mesmos recursos e excelência. Temos projetos comerciais e muitas vezes com ingressos dispendiosos? Sim, temos. Mas também temos diversas organizações sem fins lucrativos atuando junto às comuni-
“A parceria entre produtores culturais, artistas e empresas trouxe maravilhosos frutos nos últimos vinte anos.” dades carentes, garantindo acesso e fruição à cultura, assim como propiciando a formação. Temos instituições bancárias custeando estruturas culturais? Sim, e ainda bem! São atividades lícitas e regulamentadas que apoiam a cultura. Se a atividade financeira não é simpática, não tem nenhuma relevância para o patrocínio cultural. A ação de alguns poucos que tomaram de assalto algumas estatais ou o equívoco de algumas decisões do Ministério da Cultura não podem ser suficientes para destruir um sistema de financiamento que mostrou capacidade indiscutível de produzir e dar acesso a manifestações artísticas nacionais e internacionais. E ainda gera empregos e impacta a atividade econômica. Não esqueçamos que não obstante a renúncia, toda movimentação financeira é tributada. A turma do bem – de produtores, artistas e empresários –, que representa a grande maioria de usuários, precisa se esforçar em criar uma agenda ARTES: DEPOSITPHOTOS / FOTO: JOÃO QUESADO
positiva sobre os resultados desse financiamento. Afinal, é verdade que várias exposições de arte gratuitas realizadas no Brasil foram as mais visitadas do mundo nos últimos anos; é verdade que foram aplicados 15 bilhões de reais na cultura nos últimos 25 anos; é verdade que entre os dez maiores proponentes, a maior parte dos projetos é gratuita e de acesso público; enfim, é verdade que existem muitos outros fatos positivos a respeito da maioria dos projetos realizados. Mas “avião que decola não é notícia”, e a imprensa insiste, infelizmente também nosso antigo ministro da Cultura, em divulgar apenas os poucos casos de desvio. Cabe à maioria de realizadores do bem divulgar as ações relevantes e criar uma agenda positiva, porque ela é verdadeira. Cristiane Garcia Olivieri é advogada e diretora da Olivieri e Associados Advocacia, atuando na área de consultoria para cultura, comunicação e entretenimento há trinta anos.
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LEIS DE INCENTIVO
Descomplicando as
LEIS DE INCENTIVOS LEIS FEDERAIS * abatimento ** aporte
Lei do Audiovisual
Fundo da Criança e Adolescência
100% *
3% do imposto de renda**
100% *
Lei de Incentivo ao Esporte (LIE)
100% *
1% do imposto de renda**
1% do imposto de renda**
Pronon
100% *
Pronas
1% do imposto de renda**
100% *
1% do imposto de renda**
Fundo do Idoso
100% *
1% do imposto de renda** 14 REDE EDUCARE
Sejam federais sejam estaduais, a Rede Educare é especialista em leis de incentivo à cultura, ao esporte, à saúde ou às ações sociais. Destrinchamos as legislações com as quais trabalhamos para explicar como cada uma delas funciona.
VOCÊ CONHECE A LEI ROUANET?
Infelizmente, a Lei Rouanet se encontra no alvo de críticos em meio ao turbulento período político atual. A legislação é frequentemente acusada em redes sociais e outros espaços de convivência como “ideológica”, “partidária” e “aliciadora de artistas”. Já está na hora de tirarmos algumas dúvidas sobre ela.
De quando é a Lei Rouanet? A Lei nº 8.313 – ou Lei Federal de Incentivo à Cultura – foi decretada e sancionada em 1991, sob a presidência de Fernando Collor. Recebeu o nome de Rouanet em homenagem a Sérgio Paulo Rouanet, renomado filósofo e secretário da Cultura do governo federal à época. Qual o seu objetivo? Dentre os objetivos da lei estão, segundo seu texto, contribuir para facilitar o livre acesso às fontes da cultura e ao pleno exercício dos direitos culturais, apoiar e difundir manifestações culturais e estimular a produção de bens culturais. A lei busca realizar essas metas oferecendo a pessoas físicas e jurídicas abatimento no Imposto de Renda sobre verbas investidas em projetos por todo o Brasil. É o Ministério da Cultura quem aprova a captação desses recursos. O produtor cultural, então, com seu projeto aprovado pelo MinC, está apto para receber patrocínios de empresas e pessoas em geral.
Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet)
até 100% * 4% do imposto de renda**
Ela retira recursos de outras áreas, como saúde e educação? Não diretamente. O governo federal não investe ele próprio nos projetos culturais aprovados e selecionados. Tudo que ele faz é oferecer isenção fiscal a apoiadores e fomentadores de cultura. As verbas previstas no orçamento para saúde ou educação, ou qualquer outra área, permanecem intactas. Ela é partidária? Coopta artistas? A Lei Rouanet não é usada como “instrumento ideológico”, como tanto conclamam seus acusadores. O artista ou produtor cultural cujo projeto é aprovado para captar recursos com empresas e pessoas não mantém nenhum vínculo com o governo federal. Pelo contrário, trata-se de uma legislação de caráter neoliberal, que transfere à iniciativa privada parte da responsabilidade em fomentar a cultura.
LEIS DE INCENTIVO
LEIS ESTADUAIS Cultura
Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro
80% abatimento
Semear
4% do ICMS aporte 20% de recursos próprios contrapartida
5% do ICMS aporte 20% de recursos próprios contrapartida
(Rio de Janeiro)
80% abatimento (Pará)
Sistema Estadual da Cultura
até 100% abatimento
2% do ICMS aporte 20% de recursos próprios caso seja patrocínio / Não possui contrapartida caso seja doação contrapartida (Ceará)
Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão
98%
100% abatimento
3% a 20% do ICMS aporte 5% a 25% do valor incentivado destinado ao Fundo de Cultura contrapartida (Rio Grande do Sul)
Lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais
95% a 99% abatimento
3% a 10% aporte 1% a 5% do valor incentivado contrapartida (Minas Gerais)
abatimento
5% a 7% do ICMS aporte 2% do valor incentivado destinado ao Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Maranhão (Fundecma) contrapartida (Maranhão)
ProAC
100% abatimento
0,01% e 3% do ICMS aporte Não possui contrapartida (São Paulo)
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Pró-Cultura
FazCultura
até 80% abatimento
5%, 7,5% ou 10% aporte 20% de recursos próprios contrapartida (Bahia)
Lei de Incentivo à Cultura do Distrito Federal
de 40% a 100% abatimento
1% a 3% aporte Até 60% de recursos próprios contrapartida (Distrito Federal)
Maranhão Ceará Pará
Bahia Distrito Federal Minas Gerais São Paulo
Rio de Janeiro
Paraná*
*Lei em funcionamento a partir de agosto/2016
Rio Grande do Sul
Esporte Lei Estadual de Projetos Esportivos
80% abatimento
4% do ICMS aporte 20% de recursos próprios contrapartida (Rio de Janeiro)
Lei Paulista de Incentivo ao Esporte
100% abatimento
0,01% e 3% do ICMS aporte Não possui contrapartida (São Paulo)
Programa Minas Olímpica
100% abatimento
1% a 3% do ICMS aporte 10% do valor incentivado destinado à Secretaria de Estado de Turismo e Esportes (Setes) contrapartida Minas Gerais
Programa Pró-Esporte
Sistema de Incentivo ao Esporte do Estado do Maranhão
3% a 20% do ICMS aporte 25% do valor incentivado destinado ao Fundo Estadual do Esporte contrapartida
5% a 7% do ICMS aporte 2% do valor incentivado destinado ao Fundo contrapartida
100% abatimento
(Rio Grande do Sul)
98% abatimento (Maranhão)
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PROJETO CULTURAL
Em ritmo de PRACATUM Do coração da Bahia, a Associação Pracatum concentra iniciativas de transformação social pela música
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O projeto Pracatum emancipa por meio da música, da educação e da valorização da cultura africana.
A
té seu nome tem sonoridade musical: Pracatum. As sílabas brincam com o tempo forte do compasso da música, e sua missão é uma composição que une arte e desenvolvimento. A associação que foi fundada em 1994 é uma organização civil sem fins lucrativos e atende há mais de vinte anos uma parcela importante da capital baiana, o Candeal Pequeno de Brotas. Candeal é uma das mais antigas comunidades de Salvador e é marcada pela herança africana das comunidades quilombolas, tendo em sua essência a resistência de seu povo. As ruas estreitas cheias de moradias coloridas e gente simples com toda sua cultura, música, sabores e fé entram em contraste com os bairros vizinhos mais elitizados. Esse é o cenário que acolhe o Pracatum, um sonho de modificar os espaços públicos e as relações em um local com alto nível de desemprego, situações de risco e marginalidade, características de qualquer região carente do país. O sonho nasceu de um nome conhecido, um representante dos tambores e ritmos dessa Bahia de todos os santos, o multiartista e agitador cultural Carlinhos Brown, que ao identificar o potencial dos moradores de Candeal, teve o desejo de resgatar e preservar a herança cultural dessa região, promovendo a transformação FOTOS DIVULGAÇÃO PRACATUM
socioeconômica através da música, possibilitando em seus projetos a profissionalização da comunidade, sempre cuidadoso, carinhoso e vigilante com cada detalhe desse sonho cheio de poesia e também ação. O pontapé inicial para a mudança dessa realidade foi através do ensino do tambor, que para além de um instrumento, é símbolo da libertação de tantas comunidades negras na história do Brasil. “A missão do Pracatum é o bem-estar da comunidade dentro de um modelo participativo, onde a gente dialoga o tempo todo”, relata Selma Calabrich, diretora executiva da associação. REDE EDUCARE 19
“A escola dos meus sonhos é o local onde as pessoas vão satisfazer suas curiosidades e, ao mesmo tempo, criar outras.” CARLINHOS BROWN
Um raio X de Candeal é importante para compreender melhor e mergulhar em seu contexto: são cerca de 1.800 famílias, 9.300 pessoas, e o Pratacum ajudou a construir suas quatro associações de moradores, suas quatro praças públicas, sua escola infantil de período integral e seu posto de saúde. A missão da associação, que possui muitas ações, é trazer cultura e qualidade de vida a partir de suas iniciativas educacionais com projetos e ações que fortalecem a identidade e os laços da comunidade ao mesmo tempo que a profissionaliza, proporcionando uma perspectiva de futuro potencializada. O Pracatum funciona com dois programas principais: Tá Rebocado – programa de desenvolvimento comunitário, com nome de uma famosa gíria baiana popular que significa assertividade. O outro recebe o nome da associação, Pracatum –
O programa de desenvolvimento comunitário visa a melhoria da qualidade de vida no bairro do Candeal.
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programa de música, educação e cultura, que auxilia o desenvolvimento musical e de cidadania dos alunos. A partir desses dois pilares, uma série de projetos atende às demandas diferentes existentes da comunidade. “Melhoria da qualidade de vida dos moradores do Candeal é a nossa missão, tudo gira em torno dela. O programa Tá Rebocado tem vários objetivos, sobretudo o desenvolvimento do bairro no que tange ao aspecto econômico, social e cultural”, comenta Selma. A escola de música e tecnologia do Programa Pracatum possui nível técnico e é reconhecida pelo Ministério da Educação, além de ser ponte entre o pequeno e talentoso Candeal com o mundo. “Tirar da rua e botar dentro da escola, tirar de dentro da escola e botar na rua. Esse é o movimento do bairro do Candeal, um movimento musical de dentro para fora e de fora para dentro”, explica a diretora executiva da associação, que entre muitas histórias relata a presença de grandes artistas nacionais e internacionais nos estúdios da ONG, como Edu Casa Nova e Gal Costa, além de visitas inesquecíveis como a da rainha de Astúrias. O Candeal é um bairro extremamente matriarcal, marcado pela presença de mães de santo e de seus tradicionais terreiros do candomblé, religião ligada intimamente à musicalidade do povo baiano. Também é um lugar no qual em cada esquina é possível experimentar um pouco da mú-
sica e da alegria dessas pessoas. “A gente tem uma história de solidariedade, uma história de família, de bairro. O lugar é muito pequeno, todo mundo se conhece, e é esse ambiente que eu estou falando. Não é porque é bonito e porque tem cor. É porque tem humanidade, tem relações. É diferente”, diz Selma emocionada, que tem esse lugar como a própria extensão de sua casa. A Associação se mantém atuante através de parcerias, sejam elas financeiras, pedagógicas ou de serviços com incentivo público, privado ou ainda organizações internacionais, instituições de ensino e outras associações do terceiro setor que ajudam a fazer funcionar esse modelo de iniciativa que faz a diferença na vida de uma comunidade.
Colorido, o bairro do Candeal, em Salvador, é o foco de atuação da Pracatum.
linha do tempo 1994 - Surge a Associação Pracatum Ação Social (Apas); 1996 - Criação da Assembleia e do Conselho Comunitários; 1997 - Pesquisa Censitária; 1998 - Início das obras da Escola de Música & Tecnologias da Pracatum; 1999 - Início dos cursos profissionalizantes; 2000 - Projeto Tá Rebocado! Início das obras de melhorias urbanas; 2001 - Entrega das casas e postos de saúde; 2005 - Início do projeto Pracatum Inglês; 2007 - Entrega da Escola Infantil Virgem de La Almudena; 2009 - Inauguração da rádio comunitária; 2012 - Início do Projeto Território Candeal 2014; 2013 - Oficialização dos cursos técnicos da escola de música e – implementação dos cursos particulares.
Prêmios A Pracatum tem reconhecimento nacional e internacional pelo seu trabalho desenvolvido no Candeal, que já mudou a vida de muitas pessoas de forma direta e indireta. 2013 - Prêmio Lifetime Achievement Awards, concedido a Carlinhos Brown no Brazilian International Press Awards, Estados Unidos; 2012 - Carlinhos Brown escolhido como um dos Embaixadores da Cidade de Salvador para Copa do Mundo de Futebol; 2012 - Carlinhos Brown convidado especial da Internacional Arts Education Week/ Unesco, Paris; 2007 - Prêmio 12 Meses 12 Causas Telecinco (Espanha) - Melhor Trajetória Solidária; 2004 - Medalha da Ordem do Mérito da Cultura pela Presidência da República do Brasil; 2004 - Mensageiro da Verdade pela ONU Habitat, Fórum Urbano Mundial; 2003 - Prêmio de reconhecimento pelo trabalho artístico e social da Fundação Claus Awards (Holanda); 2003 - Prêmio de Cooperação Internacional Caja Granada (Espanha) Trabalho Social; 2002 - Certificado de Best Practice / Melhores Práticas Programa de Assentamentos Humanos das Nações Unidas/UN-Habitat; 2002 - Prêmio Unesco na categoria Juventude; 2002 - Prêmio Empreendedor Social Ashoka-McKinsey; 2001 - Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local; 2001 - Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social; 1999 - Prêmio Líderes Latino-Americanos para el Nuevo Milenio.
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PROJETOS CULTURAIS área do projeto público-alvo
beneficiados
CIRCULAÇÃO NACIONAL RUMPILEZZ O ritmo afro-baiano e o jazz é a junção que a Orkestra Rumpilezz faz em suas apresentações. Criada em 2006 pelo multi-instrumentista e maestro Letieres Leite, a big band é premiada e reconhecida internacionalmente. Neste ano, a bigband completa dez anos e está fazendo uma turnê comemorativa devido ao marco. “É uma turnê de agradecimento. Vamos nos apresentar a um público que já conhece o nosso trabalho. Vamos reverenciá-lo”, explica o maestro Letieres. A turnê vai percorrer dez capitais brasileiras e é um resumo dos principais trabalhos do grupo nessa primeira década. Os trabalhos desenvolvidos com Gilberto Gil e Lenine também estão no repertório, além da parceria com saxofonista estadunidense Joshua Redman. Musicali22 REDE EDUCARE
dade e transversalidade acumuladas na bagagem do grupo. “No repertório, traremos também elementos de Dorival Caymmi. Somos uma orquestra de sopro e percussão, e essas parcerias são muito bacanas pra gente”, acrescenta. Além da turnê, e ainda nas comemorações dos dez anos, a Orkestra lançará o disco A chaga da travessia, que sairá em vinil. “O disco reflete sobre a chegada do povo africano nas Américas, o holocausto que eles viveram aqui”, comenta o maestro. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Quando: 2016/2017.
Música
Público em geral
20 MIL
beneficiados
FOTOS: LETIERES (AO ALTO); FERNANDO EDUARDO (ABAIXO)
CONSTRUINDO MÚSICA Com o desejo de fazer viva a cultura popular por meio da construção de instrumentos musicais folclóricos, o programa quer atingir a rede municipal de ensino ou instituições culturais em cinco cidades, através de lúdicas vivências musicais e em oficinas para alunos e educadores. Plantando a reflexão sobre o papel da arte na educação, o programa visa ensinar técnicas com uma pedagogia que se utilize da descoberta e da diversão através da música, colaborando para que a iniciativa se torne sustentável.
Música
Infantojuvenil Número
VARIÁVEL de beneficiados
Incentivo: Lei Rouanet. Onde: A ser definido. Quando: 2017.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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PROJETOS CULTURAIS
PELOTAS MUSIK
Para promover a música, a cultura e a integração de uma cidade, o Pelotas Musik é um festival nacional de música a céu aberto com os mais variados gêneros e estilos musicais. Traz para a cena uma diversidade de shows em um grande palco externo no Parque Museu da Baronesa, em pelotas no Rio Grande do Sul, com dois dias de programação e dez shows gratuitos à comunidade, valorizando a música brasileira e criando um espaço para o convívio e o lazer de quem participa desse grande evento. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Pelotas – Rio Grande do Sul. Quando: 2016/2017.
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Música
Público em geral
20 MIL
beneficiados
FOTOS: FELIPE CAMPAL
Infantojuvenil
Música
NEOJIBA NOS BAIRROS Prevenir a violência usando a música. Esta é a proposta do projeto neojiba nos Bairros, que oferece formação musical a crianças e adolescentes em territórios com bases comunitárias de segurança em Salvador e na região metropolitana. As ações dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (neojiba) nas periferias da capital baiana promovem a integração social de 298 jovens, que participam de treze projetos presentes nessas zonas de vulnerabilidade social. A cada quinze dias, os monitores vão aos bairros realizar atividades com rela-
ção à formação musical, com apresentações públicas, oficinas, concertos didáticos, capacitações e ensaios abertos. “O projeto existe desde 2014 e, de forma acumulativa, já tivemos cerca de 2 mil alunos. Em 2015, tivemos cerca de trezentas pessoas por sessão”, pontua Ana Julia Bittencourt, instrutora nível 1 e coordenadora de instrumento do neojiba. Segundo ela, o projeto conta com monitores, instrutores, coordenadores, diretores e a equipe pedagógica. Para Ana Julia, a experiência nesses dois anos tem sido positiva. “Muitos alunos, hoje, fazem parte de grupos de música
298 beneficiados
e acabam sendo, dessa forma, os nossos multiplicadores.” Como momento marcante, ela salienta o intercâmbio entre grupos nos diferentes bairros. “Uma troca cultural entre as próprias crianças”, conforme Ana Julia destaca. Para 2016, ainda segundo Ana Julia, os planos são continuar com as oficinas in loco e com as apresentações em parceria com escolas, creches e demais instituições. “A novidade que trazemos é a oficialização dessas parcerias com as bases comunitárias. A partir dessa cooperação vemos a redução da violência e melhoria na qualidade de vida dos jovens”, conta a coordenadora, que finaliza: “Trata-se do diálogo entre bairros com e sem a base comunitária, um intercâmbio entre jovens da própria cidade de Salvador”. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Salvador - Bahia. Quando: 2016/2017.
Número
UMA CASA MIL OLHARES
Exposição de arte
VARIÁVEL
Público em geral de beneficiados
Ao longo das décadas, muita coisa mudou nos costumes, hábitos e valores familiares, especialmente dentro de casa. A exposição Uma Casa Mil Olhares reconstrói fielmente uma casa tipicamente brasileira ambientada entre as décadas de 1950 e 2010. Quem visita a exposição poderá interagir com os objetos das épocas, vivenciando as transformações que aconteceram no estilo de vida das famílias brasileiras ao longo desses mais de sessenta anos, aprendendo também sobre como viver de modo mais sustentável. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2017. FOTOS: DIVULGAÇÃO
REDE EDUCARE 25
PROJETOS CULTURAIS
PLANO ANUAL DO MUSEU DA PESSOA Ser protagonista e proporcionar o jeito de mudar o mundo são um dos objetivos do Museu da Pessoa, que traz em seu acervo 17 mil histórias de vida, 60 mil fotos e documentos e 25 mil horas de gravação em vídeo com narrativas de pessoas do nosso cotidiano – um acervo montado ao longo de 24 anos de história. Por intermédio da Lei Rouanet, o Museu tem seu Plano Anual de Atividades, que fomenta as ações desenvolvidas na instituição. “Com o Plano desenvolvemos todas as nossas atividades estratégicas”, afirma Rosana Miziara, responsável pelas Relações Institucionais do Museu. Dentre essas atividades, estão o programa Conte sua História, Coleções Virtuais e Temáticas,
26 REDE EDUCARE
Expedições pelo Brasil e o programa local na escola (trabalhando junto com professores e alunos). Além disso, o visitante pode acessar as narrativas presentes no Museu – porém, em caso de publicação, é preciso entrar em contato com a instituição. O acervo do Museu da Pessoa é feito de gente e histórias de vida, o que causa um grande impacto na consolidação da instituição. “Nós acreditamos que a história pode mudar a maneira como o sujeito vê o mundo. Quando se dissemina a história do outro, consequentemente, se promove maior qualidade de vida, ou seja, reposicionamento de indivíduos”, explica Rosana. Dentre as atividades previstas para 2016 está a exposição Brasis Invisíveis,
Museu Número Público em geral
VARIÁVEL de beneficiados
que acontecerá em Quebec, no Canadá. O intuito é mostrar um Brasil além das manchetes olímpicas com histórias cotidianas. Mas engana-se quem pensa que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro ficarão fora da pauta. Em agosto haverá uma exposição especial voltada às narrativas de atletas e pessoas civis envolvidas com o esporte. Incentivo: Lei Rouanet e ProAC. Onde: São Paulo - SP. Quando: 2016/2017. FOTOS: MUSEU DA PESSOA
PROJETOS CULTURAIS
CINECLUBE CASINHA MÁGICA
Levar a sétima arte a lugares onde não exista o cinema tradicional é democratizar o acesso a obras cinematográficas. O CineClube Casinha Mágica tem por objetivo exibir filmes de preferência nacionais em unidades públicas de ensino, criando um espaço para o exercício do pensamento crítico e a discussão sobre os temas abordados em cada obra. Sua característica principal é sua estrutura, que, depois de montada, pode ser utilizada para outras atividades culturais da comunidade.
Cinema Número Público em geral
VARIÁVEL de beneficiados
Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016/2017.
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FOTO: DIVULGAÇÃO
FESTA LITERÁRIA DE PORTO ALEGRE – FESTIPOA Celebrar a cultura é promover a memória de um povo e valorizar seus agentes. Por isso a Festipoa Literária, Festa Literária de Porto Alegre, realizada desde 2008, reúne escritores, poetas, dramaturgos, professores, músicos, cineastas, jornalistas e estudantes em atividades de formação com exposições, painéis, saraus e shows. O evento gratuito difunde a produção literária contemporânea, o fomento à leitura e o acesso ao livro, contribuindo para o incentivo e o desenvolvimento da cultura local. Nessa grande festa da literatura já passaram nomes como a cartunista Laerte Coutinho, As Batucas – Orquestra Feminina de Bateria e Percussão e a Negra Jaque, rapper militante de Porto Alegre. A Festipoa conta também com mesas de debates, workshops, lançamentos de livros e exibição de filmes, ganhando notoriedade na mídia desde sua primeira edição.
Literatura
3
MIL beneficiados Público em geral
Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Porto Alegre – Rio Grande do Sul. Quando: Maio de 2017. FOTOS: DIVULGAÇÃO
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PROJETOS CULTURAIS
Cinema Número Público em geral
VARIÁVEL de beneficiados
CINE CARRETINHA
O projeto Cine Carretinha apresenta o cinema como um lugar de formação de novas plateias, contato social e, claro, de entretenimento em regiões onde não existe estrutura para receber uma sala de exibição tradicional. Com equipamento móvel (carreta sobre rodas), acervo de 150 DVDs, projetor e telão, a carreta licenciada pode atender a rede de ensino público e espaços culturais de diversos municípios brasileiros, levando longas, médias e curtas-metragens para a população, criando acesso a essas obras. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016/2017.
BIBLIOTECA DINÂMICA
Número
Biblioteca
30 REDE EDUCARE
Público em geral
VARIÁVEL de beneficiados
A biblioteca sempre foi o lugar para a busca de conhecimento, e a Biblioteca Dinâmica foi criada para ser um espaço de leitura e diversão para aproximar crianças, jovens e adultos do universo da leitura. O projeto tem espaço para atividades lúdicas, peças, saraus literários e rodas de leitura. A unidade ficará em instituição pública de segmento cultural sugerida pelo patrocinador e ainda terá acoplada uma bicicleta para geração de energia alternativa para sua área interna. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016/2017. FOTOS: DIVULGAÇÃO
CANTOS DE LEITURA
“A leitura pode mudar a vida das pessoas como arte, como possibilidade de sonho e de produção de conhecimento.” Com tal frase, Marina Vayna, gerente de projetos da Rede Educare, enfatiza a importância social do acesso à leitura. A partir desse pensamento, a Rede Educare promove o projeto Cantos de Leitura, atendendo em torno de mil pessoas por instituição beneficiada – considera-se que o projeto traz ganhos à criança e/ou ao adolescente e também a sua família. “A sala de leitura é um espaço fixo que fica para a instituição como bem cultural, por intermédio de doação definitiva de acervo e mobiliário”, explica Marina. O Cantos de Leitura ambienta quinze salas com cerca de 1.200 livros de acervo infantojuvenil em cada uma delas. “Os livros são adquiridos por intermédio da compra direta de acervos em livrarias e distribuidores. No entanto, as organizações beneficiadas são desafiadas a multiplicar os
acervos. Os livros chegam através de doação das famílias atendidas e de voluntários que atuam nas empresas patrocinadoras”, explica a gerente. As instituições são escolhidas em parceria com os patrocinadores. “O processo ocorre juntamente com grupos de voluntariados corporativos e de acordo com o interesse dos locais que recebem as bibliotecas”, pontua Marina. “A empresa patrocinadora convida, entre os seus funcionários, interessados para montar as salas de leitura. Fazemos o planejamento da ação com os voluntários e, em seguida, montamos os cantos de leitura.” Nos espaços serão desenvolvidas atividades lúdicas, como contação de histórias, teatro de fantoches e dramatizações. “Para nós, é algo sublime poder atuar na valorização do livro e da leitura em comunidades onde o acesso é restrito”, declara Marina. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016/2017.
Biblioteca Número Público em geral
FOTO: DIVULGAÇÃO
VARIÁVEL de beneficiados
REDE EDUCARE 31
PROJETOS CULTURAIS
BAÚ DAS ARTES
Número Brinquedoteca
Infantil
Acervo formação
NAU DOS MESTRES
VARIÁVEL de beneficiados
Brincar faz parte do processo pedagógico de ensinar e é fundamental para o bom desenvolvimento de uma criança. A produção e doação de Baús das Artes, uma divertida brinquedoteca que contém um acervo de recursos culturais e educacionais, é um instrumento de promoção cultural que será doado às escolas e organizações de interesse sociocultural de diversas cidades. Este é um recurso educativo versátil, servindo para atividades orientadas por educadores e agentes culturais. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016/2017.
Infantojuvenil
Número
VARIÁVEL de beneficiados
Este é um instrumento criativo que possibilita a promoção cultural com infraestrutura para o desenvolvimento de atividades artísticas com crianças a partir dos sete anos. O móvel possui quatro caixas e em que cada uma delas é abordado um universo de temas relacionados à ciência e às artes, contendo materiais para realização de experiências lúdicas que contribuem para o desenvolvimento das crianças. As naus serão doadas a bibliotecas, ONGs e salas de leitura de escolas públicas em dez cidades brasileiras. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: Em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016/2017.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
pingue-pongue Social
Catadores de lixo
Mariana Pavanelli Visual artist e voluntária
Número
VARIÁVEL de beneficiados
,
PIMP MY CARROÇA
Já parou para observar os carrinhos dos catadores de papel e outros materiais reciclados no meio do trânsito? Aquele carrinho singelo é o instrumento de trabalho de pessoas que, não raro, parecem ser invisíveis no caos urbano. Pensando na humanização e na melhoria da qualidade de vida desses trabalhadores, o projeto Pimp my Carroça, com a colaboração de parceiros, dá um up nos carrinhos dos catadores. O nome do projeto é inspirado no programa televisivo Pimp my Ride, onde carros são reformados e tunados, conforme o gosto do proprietário. O Pimp my Carroça faz o mesmo, só que com os carrinhos. E os números são bastante expressivos: 496 catadores já foram atendidos e suas carroças, “pimpadas”; 354 artistas e grafiteiros já participarem do projeto; há 1.429 voluntários participantes e 26 cidades já foram impactadas com as ações. O Pimp procura dar visibilidade aos catadores e despertar a sensibilidade da sociedade por intermédio de ações criativas para conscientizar, engajar e transformar. O grafite é a principal arte utilizada na reforma das carroças. A atuação do projeto é notável em seis frentes: a exposição Viva os Catadores, as Ações Ativistas, o Desafio Pimp, o Pimpex, o Pimp Nosso Ecoponto e o Pimp Nossa Cooperativa. Sergio da Silva Bispo, mais conhecido como Bispo Catador, FOTO: NEGO JUNIOR
Como é a experiência no projeto? O carinho que dedicamos a fazer um pouquinho de diferença na vida do catador é transformador, tanto na deles, quanto na nossa. Há alguma história mais marcante para você? Todas são importantes, mas existe um catador que toca meu coração até hoje, de nome Sandro. Eu ajudei a produzir um PIMPEX para esse catador, e quem realizou a pintura da carroça foi a artista Luna Buschi. Na época, eu havia o encontrado muito deprimido, sem vontade de viver. Toda vez que nos encontramos ele me emociona. Ele diz que fui um anjo na vida dele e me agradece muito por ter parado na rua aquele dia e ter ficado horas conversando. Hoje ele faz o seu trabalho pelas ruas na região de Pinheiros [São Paulo], com sua carroça reformada e estilizada.
é um dos beneficiados com o Pimp. “Meu carrinho foi grafitado pelo [artista/grafiteiro] Mundano, em 2010. De lá pra cá, dá para perceber que as pessoas passam a dar mais importância ao nosso trabalho. Ficamos visíveis para a sociedade”, reconhece Bispo, de 68 anos, é pai de seis filhos e tem um neto. Como consequência do carrinho “pimpado”, o Bispo Catador afirma que novas portas se abriram. “Comecei a prestar serviços e participar de eventos, conversar com as pessoas sobre o material que coletamos e a importância dos 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar”, aponta. “O carrinho ganhou uma nova identidade com o Pimp – e eu também”, conta Bispo. Incentivo: Lei Rouanet. Onde: São Paulo – SP. Quando: 2016/2017.
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PROJETOS CULTURAIS
BIG FESTIVAL
Tecnologia
Público em geral Número
VARIÁVEL de beneficiados
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“Ser um hub de negócio na América Latina.” Com essa frase, Eliana Russi, diretora executiva do BIG Festival, deixa claras as intenções do evento, que é o único na área de games na América Latina. Na edição de 2016, foram 745 jogos inscritos, 44 jogos em exposição, 60 palestrantes internacionais, 140 nacionais, com um público de 15 mil visitantes e 2000 mil profissionais. “Nosso objetivo é fortalecer a indústria independente nacional”, salienta Eliana. O Brazilian Internacional Game Festival (BIG) é inspirado em outros dois eventos: o Festival Independente de Games de São Francisco (IGF) e o Anima Mundi. “No Brasil, o número de empresas e de desenvolvedores ainda é pequeno, comparado com a capacidade e a força desse setor. Trata-se de uma indústria que movimenta mais de 90 bilhões de dólares ao ano”, destaca a diretora executiva. Com esse panorama, a valorização da capacidade produtiva, com mais investimentos, é primordial para que os talentos jovens adentrem o mercado. “Muitos talentos
brasileiros estão no exterior, Montreal, Toronto, São Francisco, Finlândia... O que não falta são brasileiros contribuindo para o desenvolvimento de jogos em projetos internacionais. Precisamos criar condições de isso tudo acontecer no Brasil”, pontua Eliana. O evento oferece também palestras, mostrando o universo dos games de diferentes perspectivas, além de sua relação com o usuário. O game como empresa, seu mercado, as mulheres produtoras dentro do universo dos games, pesquisas voltadas aos games são alguns exemplos daquilo que o público poderá conferir. “Com a inclusão digital fica cada vez mais evidente que o game é linguagem, e não nicho. Damos no BIG a possiblidade de todos se manifestarem. Basta ver a programação do BIG Impact, que trata do game como impacto social: games que incluem, isto é, que transformam”, salienta Eliana. Incentivo: Lei Rouanet e ProAC. Onde: São Paulo – SP. Quando: Junho a julho de 2017. FOTOS: DIVULGAÇÃO
PROJETOS CULTURAIS
FESTIVAL DE CLIPES E BANDAS Um palco para jovens artistas e veteranos da música, o Festival de Clipes e Bandas faz essa junção. O evento ocorre ao longo de dez meses em seu site oficial, onde jovens artistas podem produzir clipes para grandes nomes da música brasileira, além de poder abrir shows para esses artistas e mostrar seu talento. Uma chance única para mostrar a nova cara de bandas e diretores em um dos maiores eventos audiovisuais do Brasil. Na edição de 2016, os artistas puderam produzir clipes para a músicas de Mart’nália, BNegão e Seletores de Frequência, Jards Macalé, Baby do Brasil e 36 REDE EDUCARE
Dexter. Com exceção deste último, bandas novas puderam abrir show para esses artistas, em apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo. Além disso, foi possível enviar um clipe de uma música de composição própria. O Donna Duo foi o escolhido para abrir os shows de Mart’nália e BNegão na apresentação no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. “O Clipes e Bandas foi uma experiência muito bacana, tanto em termos de levar nossa música em um novo público, quanto a valorização da música que nós fazemos a nível nacional”, conta Daniela Zandonai, voz e
violão do Donna Duo. Naíra Debértolis é a outra metade do Duo, sendo responsável também pela voz e pelo baixo. Além da participação no show, a dupla ainda ganhou o prêmio de melhor canção com “Isabella”. “Participar do Festival foi inesquecível, não só pelo contato com esses artistas, mas moralmente sabendo que a própria Mart’nália nos escolheu para aquela ocasião. É uma valorização incrível do nosso trabalho”, conta Daniela. Incentivo: Lei Rouanet e ProAC. Onde: São Paulo – SP. Quando: 2016/2017. FOTOS: DIVULGAÇÃO
Jovens e adultos Número Audiovisual & Música
VARIÁVEL de beneficiados
pingue-pongue
Daniela Zandonai
Voz e violão da banda Donna Duo O que o Festival de Clipes e Bandas proporciona de bacana pra vocês? O Clipes e Bandas foi uma experiência muito boa, tanto em termos de levar nossa música a um novo público, quanto a valorização da música que fazemos em nível nacional. Além de abrir o show da Mart´nália, também ganhamos o prêmio de melhor música, com a canção “Isabella” – que para qualquer banda em nossa posição só nos deu motivação e garra de fazer mais e melhor aquilo a que propomos. Como foi abrir o show para a Mart’nalia e para o BNegão no Museu da Imagem e do Som (MIS)? Foi inesquecível, uma valorização incrível do nosso trabalho. Em cima do palco ocorreram ainda mais surpresas, por um lado vendo o público da Mart’nália dançando e atentamente curtindo nosso show, e por outro, fãs do Donna Duo que foram especialmente pra nos assistir, cantando todas as músicas do início ao fim. De que forma um festival como o Clipes e Bandas pode ajudar novos artistas? No caso do Festival de Clipes e Bandas, o diferencial é a oportunidade de vincular bandas independentes a grandes nomes da música brasileira, um passo a mais na carreira de todo artista, e uma experiência que as bandas procuram no seu cotidiano de trabalho – e que sabemos não é fácil.
REDE EDUCARE 37
PROJETOS CULTURAIS
38 REDE EDUCARE
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Sustentabilidade
VIRADA SUSTENTÁVEL
Com a Virada Sustentável, ocupar a cidade com arte, cultura e ações sustentáveis passa a ser uma realidade. O festival teve sua primeira edição em junho de 2011, em São Paulo e, de lá pra cá, cresceu: hoje a Virada também acontece em Porto Alegre, Manaus, Salvador e, para 2017, o Rio de Janeiro também entra na rota. A edição paulista, de 2016, ocorrerá de 25 a 28 de agosto. A Virada é marcada por agentes locais (escolas, grupos artísticos e culturais, ativistas e entidades), que, por intermédio de um edital, inscrevem seus projetos com ênfase no reconhecimento da sustentabilidade em ações práticas. Por exemplo, é possível juntar urbanismo e esporte ou até mesmo ioga. Foi o que fez o grupo Awaken Love com sua Meditação nas Alturas, oferecendo aos interessados um momento zen e de meditação na cobertura do Edifício Martinelli. Além da meditação, o grupo lançou ainda campanha Just 1 Minute, para que os praticantes se submetessem ao exercício diário de um minuto de silencio por dia.
1
Público em geral
MILHÃO
de beneficiados
A base da concepção da Virada são os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Organização das Nações Unidas. Assim articula-se esse movimento de mobilização colaborativa, envolvendo toda a sociedade civil, em nome de melhor qualidade de vida, novas formas de consumo, intervenções artísticas e sustentabilidade. A programação da Virada Sustentável vai além do centro da capital paulista. As cerca de oitocentas atrações estarão espalhadas por mais de cem locais da Grande São Paulo, atendendo a diferentes públicos na cidade e seus arredores. Os shows de abertura e encerramento ficam por conta da própria organização do evento. Em 2015, por exemplo, o show de encerramento são responsabilidade da cantora Céu. Incentivo: Lei Rouanet, ProAC, Cultura RJ e Faz Cultura. Local: A ser definido. Quando: 2016/2017.
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PROJETOS CULTURAIS
CANARINHOS DA TERRA Cidadania e formação musical. Este é um dos objetivos do Canarinhos da Terra, projeto atende 490 alunos, entre seis e dezoito anos, por intermédio dos programas educacionais na Unicamp e nas escolas da rede estadual de ensino em Campinas. Desde sua fundação, em 1996, mais de 5 mil jovens já foram atendidos pelo projeto. “O aprendizado da música proporciona o desenvolvimento cognitivo da criança. Aumenta sua percepção, melhora a aprendizagem em outras áreas e, consequentemente, traz melhoria na qualidade de vida”, aponta Luiz Pedro Simões, diretor executivo do Canarinhos da Terra. “É muito comum que, a partir dos ensinamentos no Canarinhos, alguns jovens optem por estudar e trabalhar com música, seja ela erudita ou popular”, conta Simões. A partir de 2003, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é parceira do coral, disponibilizando espaços para ensaio e instrumentos. “A parceria com a Unicamp nos proporcionou uma troca
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Música
enriquecedora. Seus alunos de regência começaram como estagiários e, hoje, alguns são nossos contratados”, destaca Simões acerca do diálogo entre a universidade e a música como instrumento de mudança social.. “Nós nos preocupamos com a formação, a apresentação e a questão social dos alunos. Há um contato próximo entre o coral e a família, a preocupação acerca do desempenho dos alunos na escola formal”, explica o diretor. A cada ano, os alunos participam de concertos semestrais e do concerto anual temático – uma forma de todas as turmas se conhecerem e o intercâmbio cultural partir do envolvimento musical en-
Infantojuvenil (6 a 21 anos)
490 beneficiados
tre os alunos.“Todos podem se conhecer e conhecer o trabalho dos outros. Em 2009, tivemos como temática o Sítio do Pica-pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Juntamos o tema à homenagem prestada ao centenário de Villa-Lobos. Ou seja, é o diálogo entre o popular e o erudito”, salienta Simões. Além das aulas de canto, o Canarinhos dá a oportunidade ao aluno de conhecer teoria musical, técnica vocal, desenvolvimento de roteiros, cenografia, produção e figurino. Incentivo: Lei Rouanet e ProAC. Onde: Campinas - São Paulo. Quando: De janeiro a dezembro.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
pingue-pongue
DIA DA MÚSICA
O eixo Rio-São Paulo hospedou a segunda edição do festival Dia da Música, em 18 de junho. Artistas profissionais e amadores poderão colocar paulistas e cariocas para dançar, fazendo das ruas um verdadeiro baile. Para quem gosta de “mudar de ambientes na balada”, conhecer sons novos, centros culturais, teatros, bares e outros espaços, o festival fará também dessas duas capitais palco para as bandas musicais. O Dia da Música é um festival francês, que teve sua primeira edição em 1982, em Paris. De lá pra cá, a festa cresceu e, hoje, 108 países recebem o Dia da Música, considerado o maior evento global de música ao vivo. Na edição brasileira de 2016, serão mais de 196 apresentações, que poderão ser conferidas também via site e aplicativo para dispositivos móveis. O trio paulistano Monstro Amigo participa pelo segundo ano consecutivo do festival. “Foi uma experiência bem legal, o Sensorial Cerveja Cafés e Discos lotou e pudemos tocar com 25ª Experiência, que são nossos parceiros”, conta Lukas Pessoa, tecladista da banda. Com som repleto de distorções, pitadas de rock progressivo, jazz, poesia e arte cênica, a Monstro Amigo faz um show interativo com a plateia – experiência que promete fazer jus ao nome da banda. Danilo Potter, na bateria, e Leonardo Jabba Jabba, no baixo, completam o trio. Incentivo: Lei Rouanet, ProAC e ISS/RJ. Onde: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Quando: Junho. FOTO: DIVULGAÇÃO
Lukas Pessoa
DIA DA MÚSICA
Baixista da banda Monstro Amigo
Música
Jovens e adultos
Número
VARIÁVEL de beneficiados
A Monstro Amigo foi formada em 2013. Como foi a experiência de poder participar do Dia da Música? Foi bem legal. A gente já tinha tocado na Sensorial Cerveja Cafés e Discos. Em 2015, o Dia da Música coincidiu com a Virada Cultural em São Paulo a cidade estava bem movimentada e, a gente estava apreensivo se a galera ia comparecer ou não. Mas encheu e rolou uma energia bem legal. Tocamos com um grupo parceiro nosso, o 25ª Experiência. E a gente vai repetir a parceria. Como foi a experiência de levar sua música experimental ao público? No nosso show rola bastante diálogo com o público, elementos de teatro de rua, interação, e até trocamos de personagens no palco. A gente procura fazer o público ter uma participação ativa na apresentação também.
REDE EDUCARE 41
PROJETOS CULTURAIS
FESTIVAL SAMBALAIO
200 beneficiados
Música
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Público em geral
O Sambalaio é um festival realizado próximo ao Carnaval de Belém e é voltado para o samba e suas vertentes, chegando agora a sua terceira edição, valorizando mais uma vez os artistas locais. O evento fomenta a troca de experiências entre artistas passando por vários estilos dentro do samba, como a gafieira, samba-canção, samba-rock, bossa nova, samba de roda, chorinho e samba de breque, trazendo esse importante ritmo para mais perto do paraense através de grandes nomes da música. Incentivo: Semear e Lei Rouanet. Onde: Belém - Pará.. Quando: Março de 2017. FOTOS: DIVULGAÇÃO
AMBIENTA FESTIVAL – MÚSICA, ARTE E MEIO AMBIENTE O Festival tem a missão de trazer a discussão sobre o meio ambiente através da música e das artes com uma grande festa que reúne nomes da música nacional e internacional. O evento ainda realiza um fórum especial sobre sustentabilidade, desfile de moda sustentável, pockets shows gratuitos, oficina de elaboração de instrumentos feitos com material reciclável, instalações artísticas e outras atividades que reforçam a importância da educação ambiental na sociedade, seja em escolas, seja em centros culturais. Cada detalhe do Ambienta Festival – Música, Arte e Meio Ambiente foi planejado para ter em seu conceito e em sua estrutura um pensamento ecológico responsável, trazendo a reflexão sobre a importância do debate desse tema para toda a população, unindo música de qualidade a ações concretas de sustentabilidade.
500 beneficiados
Música &
sustentabilidade
Público em geral
Incentivo: Semear e Lei Rouanet. Onde: Belém - Pará. Quando: Novembro.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
REDE EDUCARE 43
PROJETOS CULTURAIS
Teatro
FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE RUA DE PORTO ALEGRE As ruas de Porto Alegre são o palco, e a vista da Usina do Gasômetro completa a cenografia para mais de oitenta companhias de teatro. Entre os dias 19 e 28 junho de 2016, a capital gaúcha realizou o 8º Festival Internacional de Teatro de Rua, o maior evento da área no país. São dias com intervenções artísticas pelas ruas e calçadas de Porto Alegre, uma oportunidade para que a população possa apreciar e se envolver com a segunda arte. Democrático, o
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Festival permite que a população escolha os bairros que recebem as intervenções, por intermédio de voto no site do Festival. “Porto Alegre é uma cidade com uma produção artística riquíssima, e o Festival é importante na vida cultural da cidade, com um olhar muito atento às múltiplas possibilidades contemporâneas de composição da cena na rua”, explica Patricia Fagundes, diretora e produtora da Cia. Rústica e professora de teatro no Departa-
120 Público em geral
MIL
beneficiados
mento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O Festival acontece desde 2009, com o objetivo de oferecer ao público a maior diversidade possível de linguagens teatrais de rua. Além das peças, que invadem as ruas da capital, o projeto aborda ainda ações afirmativas, seminários e rodadas de negócios. Alexandre Vargas, diretor artístico e coordenador do evento, destaca que “O teatro no mundo tem uma imensa FOTOS: MARCIO CAMBOA
pingue-pongue
Patricia Fagundes
Diretoria e produtora da Cia. Rústica Como é a relação com o Festival? Qual a importância dele para você? Estreamos a primeira versão de Feito criança no Festival, em uma rota de cinco apresentações em diferentes lugares da cidade. Primeira versão porque nosso processo criativo dependia do público, agente fundamental do fenômeno cênico e parceiro de criação de Feito criança. Cada lugar, cada conjunto de espectadores que se reúne define uma experiência diferente para o espetáculo, que se descobre e reinventa nesse encontro. O Festival é um evento superimportante na vida cultural de Porto Alegre, com um olhar muito atento às múltiplas possibilidades contemporâneas de composição da cena na rua.
capilaridade e proximidade com a rua.” Apesar de ser um festival de origem privada, todas as atividades e espetáculos são gratuitos ao público. A Cia. Rústica de Teatro participou do Festival, em 2015, com o espetáculo Feito criança. “Estreamos a primeira versão de Feito Criança no Festival, em uma rota de cinco apresentações, em diferentes lugares da cidade. Primeira versão porque nosso processo criativo dependia do público, agente fundamental do fenômeno cênico e parceiro de criação. Cada lugar, cada conjunto de espectadores que se reúne define uma experiência diferente para o espetáculo, que se descobre e reinventa nesse encontro”, conta Patricia, que ainda enfatiza: “A rua é um espaço intensificado de aventura para o artista e para o teatro”. Incentivo: Lei Rouanet e LIC-RS. Onde: Porto Alegre – Rio Grande do Sul. Quando: Junho.
Qual o diferencial de trazer esta performance para as ruas da cidade? A rua é um espaço intensificado de aventura para o artista. Estamos fora dos lugares convencionalmente definidos para realizações artísticas, invadimos o cotidiano da cidade, nos expomos a encontros menos controlados. Nos tempos turbulentos que atravessamos, esse espaço aberto, acessível e que irrompe na vida da cidade e das pessoas que nela habitam, se revela especialmente importante. A Cia. Rústica tem outro espetáculo de rua, Cidade proibida (feito à noite em parques, praças, largos, locais possíveis de convívio), e a intervenção urbana Desvios em trânsito. E qual a relevância de levar esse evento a Porto Alegre? Porto Alegre é uma cidade com uma produção artística riquíssima, ainda que com uma estrutura muito precária (teatros, equipamentos, fundos de subvenção, apoio) e certa neurose provinciana, isso de achar que melhor sempre é o estrangeiro ou o que vem do eixo centralizado do país (Rio e SP). Para mim há uma importância política em trabalhar fora desse eixo, e há artistas fantásticos com quem tenho o prazer de compartilhar essa aventura.
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PROJETOS CULTURAIS
5 MIL
CONCERTOS DIDÁTICOS COM ORQUESTRA
beneficiados
Música
A música clássica pode chegar a estudantes de escolas públicas de uma maneira diferente. A Orquestra de Câmara da Ulbra realiza concertos didáticos em diferentes cidades do Rio Grande do Sul e no repertório estão músicas que vão do barroco ao contemporâneo. Ao final, os alunos são convidados a interagir com a Orquestra, pondo-se no papel de maestro, despertando a curiosidade e o gosto por esse gênero musical, que pode ser mais explorado em sala de aula com as cartilhas que são distribuídas pelo programa.
Infantil
Incentivo: Lei Rouanet e LIC-RS. Onde: Novo Hamburgo, Alvorada, Sapiranga, Portão, Esteio, Campo Bom, Canoas, Guaíba, Torres, São Jerônimo e Gravataí – Rio Grande do Sul. Quando: De março a novembro.
ORQUESTRA DE CÂMARA DA ULBRA – TEMPORADA DE CONCERTOS
A Orquestra de Câmara da ulbra realiza anualmente uma temporada de concertos no Leopoldina Juvenil em Porto Alegre, com entrada gratuita. Em cada concerto são apresentadas importantes obras do repertório erudito com composições que vão do período barroco ao contemporâneo. A cada edição, um solista, coro ou regente é convidado para uma participação especial, criando oportunidade para que a comunidade se aproxime do universo da música clássica. Incentivo: Lei Rouanet e LIC-RS. Onde: Porto Alegre – Rio Grande do Sul. Quando: De março a novembro.
Música
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Público em geral
4.500 beneficiados
FOTOS: DIVULGAÇÃO (AO ALTO); FERNANDA CHEMALE (ABAIXO)
Música
Infantojuvenil
300 beneficiados
JACQUES KLEIN – CIRCULAÇÃO E INTERCÂMBIO Sabia que o Ceará é berço de um dos maiores nomes da música erudita brasileira? Jacques Klein nasceu em Aracati, a 151 quilômetros de Fortaleza, e foi de lá que ele deu suas primeiras dedilhadas no piano. A memória e obra de Klein são revividas no Projeto Jacques Klein de circulação e intercâmbio, que promove o acesso a quatrocentas crianças e adolescentes, de sete a dezoito anos, à prática orquestral e coral. Essa iniciativa é do Instituto Beatriz e Lauro Fiuza, de Fortaleza, que atende, sobretudo, jovens de bairros periféricos. O maestro Arley França, coordenador da orquestra Jacques Klein, conta o quão ambicioso é o projeto: “A música que propomos tem foco na prática orquestral, a música de concerto. Por isso, o nosso objetivo é conseguir criar uma orquestra sinfônica infantojuvenil e, posteriormente, uma orquestra sinfônica profissional”, relata França. O maestro atenta que a música pode ser utilizada como ferramenta social.“A música é algo muito especial, pois é uma das vertentes artísticas mais presentes na vida das pessoas. Ela as conecta: os que fazem música com os que a apreciam. Como se não bastasse, o ensino da música pode ser utilizado também como uma ferramenta de transformação da vida de crianças e adolescentes”, explica. Com seu trabalho no Instituto Beatriz e Lauro Fiuza, França afirma-se “útil à sociedade, pois FOTOS: DIVULGAÇÃO
tenho certeza que estamos contribuindo para um mundo cada vez melhor”. A orquestra Jacques Klein é composta por dezoito músicos jovens, que tocam um repertório que vai da música clássica à contemporânea, além de frevo e outros ritmos. O projeto promove a circulação e o intercâmbio dos alunos, que podem aprender violino, viola, violoncelo, contrabaixo, teclado, violão e canto. Para 2016, o projeto conta com dez concertos gratuitos do grupo, quatro saídas culturais, intercâmbio com músicos profissionais e a realização do III Encontro Jacques Klein de Educação Musical e Terceiro Setor. “A mú-
sica humaniza as pessoas. Alguém que toca um instrumento musical ou canta acaba se tornando uma pessoa mais tranquila, sensível e racional”, comenta França. “Por outro lado, tocar um instrumento musical ou cantar pode levar o indivíduo a um processo de autoconhecimento, culminando na elevação de sua autoestima, tornando-o uma pessoa mais segura de seus objetivos.” Muita música e aprendizado, sob a batuta de França, homenageando Klein. Incentivo: LIC-CE. Onde: Fortaleza – Ceará. Quando: 2016/2017.
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PROJETOS CULTURAIS
Cinema
3,8
Jovens e adultos
MILHÕES
de espectadores
LOUCAS PRA CASAR 2
A produção do cinema nacional vem a cada ano ampliando suas esferas, chegando a novos públicos e reinventando seus roteiros. O Loucas pra casar 2 é a continuação do maior sucesso brasileiro de 2015, que levou às salas de exibição mais de 3,8 milhões de pessoas em todo o país. O filme é uma comédia que continua a contar a história de Malu (Ingrid Guimarães), Maria (Tatá Wernerck) e Lúcia (Suzana Pires), que encontraram o homem ideal para se casar, até descobrirem finalmente que o noivo era o mesmo, Samuel (Márcio Garcia), que mantinha secretamente um relacionamento com as três personagens. O desenrolar da história mostra como as três mulheres resolvem a situação, se é por meio da disputa ou através da vingança, garantindo boas risadas ao público. O filme conta com a direção Roberto Santucci, a mesma de Até que a sorte nos separe, e roteiro de Marcelo Saback. Incentivo: Audiovisual e LIC-RJ. Onde: Todo o Brasil. Quando: Maio de 2017.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO (FOTOS DO FILME LOUCAS PRA CASAR/2015)
PROJETOS CULTURAIS
RODA DE LIVROS
Número Infantil
Uma biblioteca em forma de roda-gigante é para atrair olhares e leitores. Para isso a Roda de Livro foi planejada: para atrair o público com um acervo de mais de quatorcentos livros de literatura dos mais variados temas, em uma divertida estrutura giratória que parece o famoso brinquedo do parque de diversões. O projeto busca democratizar o acesso ao livro em comunidades carentes de bens culturais, criando oportunidade de experiências lúdicas de leitura.
VARIÁVEL de beneficiados
Biblioteca
Incentivo: ProAC. Onde: No estado de São Paulo, em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016.
CIRCULAR: HISTÓRIAS DA MATA
Uma história sobre as comunidades ribeirinhas e quilombolas pode ser contada dentro de um ônibus-teatro que vai ao encontro de crianças com apresentações gratuitas. O projeto da montagem e circulação da peça percorre quatro cidades paulistas contando a forma como essas pessoas convivem com a natureza, alertando para a preservação das matas ciliares, fundamentais para a manutenção do ciclo das chuvas. São quarenta dias de apresentações gratuitas com quatro sessões diárias do espetáculo. Incentivo: ProAC. Onde: No estado de São Paulo, em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016/2017.
50 REDE EDUCARE
80
Teatro
Infantojuvenil
MIL
beneficiados
FOTOS: DIVULGAÇÃO (AO ALTO); DINO MENEZES (ACIMA)
TURNÊ CARBONO LENINE
Com direção musical de Lenine, o roteiro da Turnê Carbono é composto por todas as canções do oitavo álbum em estúdio do músico, entre elas: “Castanho” (Lenine/Carlos Posada), “Cupim de ferro” (Lenine/Nação Zumbi) e “Simples assim” (Lenine/Dudu Falcão). Além delas, sucessos como “Meu amanhã” (Lenine) estão no repertório. A turnê vai percorrer quatro cidades de São Paulo, promovendo o intercâmbio entre a canção sem fronteiras de Lenine e as experimentações sonoras do espetáculo, formando assim novas plateias.
Música Número Jovens e adultos
VARIÁVEL de beneficiados
Incentivo: ProAC. Onde: Quatro cidades do estado de São Paulo. Quando: 2016/2017. FOTO: FLORA PIMENTEL
REDE EDUCARE 51
PROJETOS CULTURAIS
CARRETA LITERÁRIA
A cultura vai ao encontro das pessoas para levar conhecimento, questionamento, poesia, encanto e encontros. A Carreta Literária é devidamente equipada e licenciada para funcionar como uma verdadeira biblioteca itinerante que se adaptada para ser palco de peças de teatro, saraus e apresentações musicais, levando cultura em suas mais variadas expressões para a população. Além da doação dos dois equipamentos culturais, o projeto visa disponibilizar um acervo de livros de literatura nacional e internacional a comunidades carentes de bibliotecas em regiões periféricas. Através de doações para Secretarias de Educação e Cultura, associações de bairro e entidades culturais, a Carreta Literária leva um acervo de quatrocentos livros cada para atender alunos da rede de ensino público ou instituições.
Biblioteca
Público em geral Número
VARIÁVEL de beneficiados
Incentivo: ProAC. Onde: No estado de São Paulo, em cidade sugerida pelo patrocinador. Quando: 2016.
52 REDE EDUCARE
FOTOS: DIVULGAÇÃO
PROJETOS CULTURAIS
FESTA NACIONAL DA MÚSICA Gaúchos em círculo: o mate é compartilhado enquanto o violão viaja entre a música popular brasileira e a gaudéria. Esse cenário é bastante comum para quem habita os pampas do Rio Grande do Sul, palco da Festa Nacional da Música. A cada ano, o evento organizado pela VF Produções ocorre em uma cidade gaúcha – e, em 2016, Porto Alegre receberá músicos de várias partes do Brasil para participarem do festival, que ocorrerá de 9 a 19 de outubro. “A Festa é palco de debates sobre direitos autorais, pirataria, mídias sociais como forma de divulgação, novos modelos de consumo de música”, explica Fer54 REDE EDUCARE
nando Vieira, idealizador e coordenador do evento. “Foi na Festa da Música, por exemplo, que nasceu a ideia da PEC da Música, aprovada no Congresso Nacional em 2014 e que garante isenção tributária à produção musical brasileira”, completa Vieira. Nomes como Péricles, Ney Matogrosso, Yamandu Costa, Ivan Lins, Martinho da Vila, maestro João Carlos Martins, Sandra de Sá, Marina Lima e Nando Reis já participaram do evento, que, além das apresentações, traz também reuniões, debates e lançamentos. Ou seja, a Festa é um encontro de vários setores da música brasileira. A banda FOTOS: DIVULGAÇÃO
Música
Público em geral Número
VARIÁVEL de beneficiados
pingue-pongue
Alina Cunha
Vocalista da MelodySixz
MelodySiXz que, em 2014, foi destaque do programa SuperStar da Rede Globo, já participou três vezes do festival e afirma que os diálogos valem a pena. “É uma honra. É uma ótima chance para absorvermos ao máximo conhecimento musical daqueles artistas que admiramos”, afirma Alina Cunha, uma das vocalistas da banda gaúcha. Além do encontro entre artistas gaudérios e da MPB, a Festa proporciona, também, momentos marcantes. “Em um dos anos em que participamos, o Bilo [baixista da banda] encontrou o Arthur Maia, um dos baixistas referênque é referência na música contemporânea. Ele ficou superfeliz e pra gente foi ótima a troca de experiências também”, revela Alina. Em 2016, os espetáculos ocorrerão no Auditório Araújo Viana, no centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael e no Largo Glenio Peres. Incentivo: Pró Cultura - RS. Onde: Porto Alegre – Rio Grande do Sul. Quando: 16 e 19 de outubro de 2016.
Como foi a experiência de participar da Festa Nacional da Música? Muito legal! Este é o terceiro ano que participamos como banda. Mas antes disso sempre assistíamos já os outros artistas se apresentando lá. Alguns integrantes da MelodySixz iam como público já há dois anos. É uma verdadeira honra. O que o festival contribuiu para você, com a oportunidade de dialogar com grandes nomes da música nacional? Nem sempre conseguimos ver esses artistas, ou nem sempre dá para eles virem ao Rio Grande do Sul, ou nem sempre a gente tem a oportunidade de ir aos outros festivais se apresentar ou ver os shows. Então a gente tenta absorver o máximo possível de conhecimento musical nesses encontros. É muito bacana ter o convívio e a troca de contato entre artistas. Você acaba conhecendo pessoalmente e às vezes até ficando amigo mesmo de gente que você nem imaginava. O nosso baixista, o Bilo, é fã do Arthur Maia e ele teve a oportunidade de conhecê-lo lá. Ficou todo feliz e pra gente também é bacana esse diálogo. Para você como é ver o RS como grande palco da música gaudéria e nacional graças à Festa? Eu acho muito bom! A cena músical aqui no Rio Grande é forte e de qualidade. Tem muita gente bacana que o país ainda não conhece – assim como tem muito artista de outros estados que também não conhecemos. É uma oportunidade de integrar artistas gaúchos com o resto do país – e vice-versa.
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PROJETOS CULTURAIS
MULHER EM CANTO
Número
VARIÁVEL de beneficiados
Música
56 REDE EDUCARE
Público em geral
O projeto Mulher em Canto é um brinde à feminilidade da música nacional e às vozes femininas do passado e da atualidade. O evento une três cantoras nacionais de destaque que apresentam outras três cantoras gaúchas, todas com trabalho autoral. Ao todo, são seis shows com entrada gratuita no Theatro São Pedro, em Porto Alegre - RS. As artistas convidadas à turnê da quarta edição do Mulher em Canto são: Céu, Mariana Aydar, Fernanda Takai, Carmem Correa, Ana Muniz e Camila Lopez. Incentivo: Pró Cultura - RS. Onde: Porto Alegre – Rio Grande do Sul. Quando: 2016. FOTOS: GAIA
PROJETO VILLA-LOBOS E AS CRIANÇAS A partir dos ensinamentos pedagógicos do maestro Heitor Villa-Lobos, o Projeto Villa-Lobos e as Crianças desenvolve um trabalho cultural por meio da música, dando a oportunidade de profissionalização de jovens talentos de comunidades carentes no Rio de Janeiro. O projeto foi criado em fevereiro de 2008 e é dirigido por Turíbio Santos, contando com o apoio do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e dos museus do Rio de Janeiro, do Parque Lage, do Paço Imperial e do Iserj. A profissionali-
FOTOS: PROJETO VILLA LOBOS
zação dos alunos acontece através de sua participação no curso de formação musical e nas atividades artísticas que o Projeto propõe à comunidade. A Orquestra Filarmônica, a Orquestra de Cordas e a Orquestra Popular Tuhu possibilitam conhecimento e vivência cultural com grandes profissionais da música, o que desperta o desejo de jovens e crianças pelo mundo das artes. Incentivo: LIC-RJ. Onde: Rio de Janeiro - RJ. Quando: 2016/2017.
Música
Infantojuvenil
150 beneficiados
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PROJETOS CULTURAIS
Cinema
Infantojuvenil
2 MIL
beneficiados
ARTE MOVIE
Com o smartphone na mão é possível registrar em vídeo os primeiros passos de uma criança, um almoço em família, uma festa de amigos ou um evento cultural. Hoje é possível registrar tudo através do celular e até fazer um filme. Por isso, o Arte Movie – Festival de Curtas está indo para a sua segunda edição, para fomentar a produção de audiovisual entre estudantes das redes de ensino regular de Porto Alegre – RS, que podem utilizar mídias móveis, como aparelhos celulares, iPod e tablet para criar seus roteiros. O festival é um evento competitivo de curtas-metragens produzidos exclusivamente por mídias móveis, que envolve crianças e jovens do ensino estadual, municipal, federal e da rede privada da cidade. Os participantes serão divididos em categorias de acordo com sua faixa etária, classificados nas categorias infantil e juvenil. Incentivo: Pró Cultura - RS. Onde: Porto Alegre – Rio Grande do Sul. Quando: 2016/2017.
ORKESTRA RUMPILEZZ JAZZTRIO PELA BAHIA
A Bigband baiana Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz, premiada e reconhecida em solo nacional e internacional, completa dez anos de realizações e reverência à música afro-baiana com uma história musical que valoriza as raízes africanas e toda sua cultura. Como parte dessa celebração, o grupo propõe a circulação regional em cinco cidades da Bahia com o seu projeto original JAZZ TRIO RUMPILEZZ, festejando a importância de sua história no cenário musical do país. Incentivo: Faz Cultura. Onde: Bahia. Quando: Abril e agosto. 58 REDE EDUCARE
Música
Jovens e adultos
10 MIL
beneficiados
FOTOS: GAIA (AO ALTO); FERNANDO EDUARDO CREWACTIVE (ABAIXO)
Número
VARIÁVEL Música
de beneficiados
Público em geral
MERCADO IAÔ Iaô significa iniciação e origem em Iorubá. A partir dessa ideia, unindo economia criativa, arte e entretenimento, a Fábrica Cultural desenvolveu o Mercado IAÔ, em Salvador, na Bahia. Distribuída em um espaço de 7000 m², sua programação apresenta artesanato, gastronomia, artes plásticas, música, dança, cultura popular e outras linguagens culturais aos visitantes. Trata-se do reconhecimento e da interação da identidade por intermédio de ações culturais. “O Mercado tem como foco o desenvolvimento local. Então, pensamos o espaço para ser o nosso centro cultural. Contamos com pessoas muito envolvidas com a comunidade de Salvador e prezamos as relações com outras organizações”, explica Margareth Menezes, presidente da Fábrica Cultural. A cantora, natural de Salvador, é um dos grandes nomes da música popular baiana, ganhadora de dois Prêmios Caymmi, além de já ter sido indicada ao Grammy Award e ao Grammy Latino. A FOTOS: DIVULGAÇÃO
bagagem cultural de Margareth se alia à proposta do Mercado, com a valorização da qualidade do artesanato baiano. A primeira edição do Mercado IAÔ aconteceu, em 2015, e a segunda, no verão de 2016, que contou com shows da anfitriã, juntamente com Lenine e o Baiana System. “Mercado IAÔ vem com esta intenção de consagrar o nosso momento cultural nas muitas vertentes que apresentamos, como dança, gastronomia e artesanato. Tudo isso trabalhado em cima da economia sustentável”, conta Margareth.
A terceira edição do Mercado deve acontecer no final de 2016, trazendo benefícios para seiscentas pessoas. “A intenção é que o Mercado IAÔ se torne permanente, pois se trata de um retorno e um ganho para a comunidade e a cidade”, revela a presidente. O projeto conta ainda com a curadoria do SEBRAE, com apoio do governo do Estado da Bahia e da prefeitura de Salvador. Incentivo: Faz Cultura. Onde: Salvador - Bahia. Quando: 2016/2017.
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PROJETOS CULTURAIS
CANDYALL E TAL - FESTIVAL DE ARTE URBANA DE SALVADOR
A arte é a rua. É com essa ideia que a Associação Pracatum Ação Social promoverá, em setembro de 2016, a segunda edição do Candyall e Tal, festival de arte urbana de Salvador, na Bahia. A atividade proporcionará ocupações criativas e artísticas no bairro do Candeal Pequeno de Brotas, na capital soteropolitana. As intervenções artísticas valorizam a gastronomia, a música, a dança, o artesanato, entre outras expressões culturais locais e do Brasil. Numa referência às raízes africanas, o festival reforçará os vínculos entre Salvador e o bairro do Candeal – conhecido no final da década de 1980 pelo levante cultural Vai Quem vem. Esse movimento foi o responsável pela renovação da música percussiva baiana e por fazer do Candeal um recinto de cultura e entretenimento. O grupo Timbalada, por exemplo, é fruto desse movimento cultural. O Pracatum é presidido pelo músico Carlinhos Brown, conhecido pela pluralidade e pela ode à cultura baiana presentes em sua obra. Para Leo Couto, saxofonista do quinteto instrumental Som Soteropolitano Ambulante, tocar nas ruas de Salvador é uma experiência e tanto. “No Candyall e Tal tocamos pela primeira vez naquele bairro, enquanto rolavam outras performances, como grafite. Foi algo bem bacana”, conta. O Som Soteropolitano Ambulante (SSA) faz um som que mistura banda de rua, como aquelas de metrô, com música caribenha e baiana. “Nosso repertório traz um suingue, vamos do jazz ao funk”, revela, mencionando um pouco do show no Candyall. Sobre 60 REDE EDUCARE
Artes integradas
Público em geral
as diferenças entre tocar num palco e nas calçadas, Couto explica que são públicos diferentes: “São interações distintas, uma é mais próxima do que a outra. Mas em ambas rola uma energia muito bacana”, salienta. SSA, aliás, é a sigla que remete também à sigla de São Salvador da Baía de Todos os Santos, o antigo nome da capital baiana. Uma brincadeira com o nome da terra natal dos músicos, que começaram a banda num 29 de março, dia da fundação de Salvador. Incentivo: Faz Cultura. Onde: Salvador – Bahia. Quando: 2016. FOTOS: DIVULGAÇÃO
PRÊMIO CAYMMI
Você já foi à Bahia? O questionamento provocativo, que remete à canção homônima de Dorival Caymmi, é também um convite para que você conheça a ebulição cultural do estado nordestino. O Prêmio Caymmi propõe-se como um dos caminhos para que os talentos da Bahia sejam reconhecidos. Dessa forma, a premiação abre espaço para artistas baianos e sua contribuição para a cultura musical brasileira. Ao todo são 24 prêmios divididos nas categorias show, voto popular, música e videoclipe. Em 2015, a canção “Odisseia baiana”, de Filipe Lorenzo e o show de Tuzé de Abreu foram eleitos os melhores daquela edição. Além do reconhecimento, a premiação ainda organiza eventos e turnês com os artistas laureados. Filipe Lorenzo, de 27 anos, ganhou os prêmios Melhor Música e Melhor Arranjo com a Odisseia Baiana, composta por Thiago Lobão e Davi Correia, e com direção de Paulo Mutti. “Foi muito gratificante ganhar. Acredito que a música tenha uma conexão forte com o tema de identidade, pois traz na sua poesia e no seu balanço o DNA do povo baiano”, explica Lorenzo. Ele atribui ao Prêmio
Música
2 MIL
beneficiados
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Público em geral
Caymmi a oportunidade de divulgar seu trabalho, já que é, como ele mesmo se define, “um artista novo na cena”, e exalta a pluralidade da música baiana. “Avaliar a música baiana não é tarefa fácil. Há uma incrível leva de novos artistas e instrumentistas, como nunca houve. A formação musical tem se tornado mais ampla e tem dado, cada vez mais, atenção às tradições africanas.” A pluralidade da cultura baiana presente no festival reflete a biografia centenária de Caymmi, o patrono do festival. Cantor, compositor e instrumentista (violinista), entre outras aptidões, Caymmi destaca em seu legado as tradições e costumes do povo baiano. E este é, justamente, o intuito do festival: celebrar a música feita na Bahia por intermédio de suas variadas formas de expressão. Parafraseando o patrono, além do vatapá, caruru e mugunzá, “a Bahia tem um jeito que nenhuma terra tem” – e sua musicalidade é uma prova disso. Incentivo: Faz Cultura. Onde: Salvador - Bahia. Quando: 2016/2017.
pingue-pongue
Filipe Lorenzo
Músico campeão nas categorias Melhor Música e Melhor Arranjo Como foi ganhar a premiação com a música “Odisseia baiana”? Esta é uma música de dois amigos, parceiros compositores aqui de Salvador, Thiago Lobão e Davi Correia. Foi realmente muito gratificante ganhar o prêmio de “Melhor Música” e “Melhor Arranjo” [sob a direção de Paulo Mutti]. Acredito que a música tenha uma conexão forte com o tema de identidade, pois traz na sua poesia e no seu balanço o DNA do povo baiano. É uma música que fala sobre retornos, esperança, sobre a batalha cotidiana de muitos de nós em busca dos mais variados sonhos. Fiquei muito feliz que a música que produzi pôde ter tocado tanto os ouvidos e o coração das pessoas.
REDE EDUCARE 61
PROJETOS CULTURAIS
SANGUE NOVO
Sangue Novo é o festival dedicado à difusão da nova safra de cantores e compositores que estão oxigenando a cena musical nacional, incluindo talentos baianos da MPB moderna. O festival pretende promover seis shows em dez horas dedicadas à música nacional em um dia de grande festa. O evento tem como conceito o programa Sangue Novo, da Rádio Globo FM, idealizado, produzido e apresentado há três anos pelo jornalista e crítico musical Hagamenon Brito. A intenção é harmonizar o perfil musical do programa com os artistas que irão se apresentar no palco. O Sangue Novo dá espaço para os cantores e compositores dessa geração que cria, produz e divulga sua arte com novos olhares e novas tecnologias, sem abrir mão da tradição. É a geração do século XXI que se adéqua a uma nova realidade mercadológica e que vê a música e a arte com outros olhos. Incentivo: Faz Cultura. Onde: Salvador – Bahia. Quando: 2016.
Música
Público em geral
62 REDE EDUCARE
5 MIL
beneficiados
FOTOS: DIVULGAÇÃO
CARAVANA DA MÚSICA
Imagine levar música e cultura dentro de um caminhão? É o que propõe o projeto Caravana da Música, idealizado pela Maré Produções. Após a participação de edital, artistas foram selecionados para fazer uma turnê em dez cidades do interior da Bahia, levando a cena independente baiana para dialogar com o público além dos arredores de Salvador. Após a definição das cidades, sempre feito com o apoio de patrocinadores, a carreta cultural fica três dias em cada município. Cidades como Madre de Deus, Lençóis, Amargosa, Juazeiro, Senhor do Bonfim, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Itabuna e Ilhéus já abriram suas portas à Caravana, que oferece os shows gratuitamente. Para Fabrício Mota, baixista da banda ifá Afrobeat (uma das bandas participantes do projeto), a Caravana foi uma oportunidade singular. “O formato do projeto, a sintonia com a cidade para onde fomos selecionados [Ilhéus] fortaleceram bastante o nosso trabalho”, acentua Mota. O músico ainda destaca que o interior da Bahia é um ambiente de muita receptividade e acolhimento para uma nova proposta como o projeto Música sobre Rodas. O baixista conta “Foi contagiante perceFOTOS: DIVULGAÇÃO
Música
Público em geral
20 MIL
beneficiados
ber no show como as pessoas se familiarizam com gêneros musicais como o afrobeat, ijexá, reggae, funk, samba funk, jazz. A força da musicalidade matriz africana mostra que a música não obedece fronteiras nacionais!” Além de música e cultura, a Caravana oferece, ainda, oficinas de empreendedorismo, gestão de carreiras e negócios – uma parceria firmada com o sebrae. Incentivo: Faz Cultura. Onde: 10 cidades do estado da Bahia sugeridas pelo patrocinador. Quando: Julho a Setembro.
REDE EDUCARE 63
PROJETOS CULTURAIS
Música
Jovens e adultos
12 MIL
beneficiados
SOM NA CONCHA
Com o objetivo de movimentar a cena cultural baiana através da realização de espetáculos musicais, o Som na Concha veio para dinamizar a utilização do espaço da Nova Concha Acústica do Teatro Castro Alves com apresentação de grandes artistas da música brasileira e artistas locais nos meses de setembro a novembro de 2016. Esta será a segunda edição desse projeto que levou ao público shows de artistas como Arnaldo Antunes e Tom Zé, além de bandas locais. Incentivo: Faz Cultura. Onde: Salvador – Bahia. Quando: Setembro a novembro de 2016.
64 REDE EDUCARE
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Música
Público em geral
FOTOS: DIVULGAÇÃO
10 MIL
beneficiados
PROJETO TAMAR CULTURAL Com 20 milhões de filhotes de tartarugas soltos, o Projeto Tamar alcançou a marca, em 2012, a qual expressa o trabalho de 36 anos da instituição que pesquisa a vida marítima em nossas encostas. Além da preservação ambiental em mais de 9 mil quilômetros de costa brasileira, o Projeto promove também o diálogo por intermédio da cultura, sobretudo da música. Pensando nisso, foi criado o Tamar Cultural, festival de música que acontece na Praia do Forte, no litoral baiano. “Há cinco anos, o Tamar traz a música como forma de conscientização social, unindo cultura e meio ambiente”, afirma Marcos Clement, organizador do evento. Um dos diferenciais do Tamar Cultural é sua aproximação com o público, que além de interagir com as apresentações musicais, pode conhecer mais sobre o Projeto Tamar e a preservação ambiental. Os ingressos para os shows são colocados a venda por
preços populares, ou então gratuitos. Na Praia do Forte está a maior estrutura do Projeto Tamar, considerada sua sede, e conta com um museu a céu aberto. O vínculo entre meio ambiente e cultura é tão forte que há parcerias com artistas como Milton Nascimento, Lenine, Margareth Menezes e Saulo, que gravam músicas do próprio Projeto. Já são dois discos gravados voltados ao Projeto Tamar. O guitarrista estadunidense Stanley Jordan tem em sua biografia forte ligação com a vida das tartarugas marinhas e participou da primeira edição do Tamar Cultural. Em parceria com Milton Nascimento, Jordan ainda gravou uma canção para o disco Tamarear – uma homenagem do músico mineiro aos 35 anos do Projeto Tamar, que conta com releituras e músicas inéditas. Incentivo: Faz Cultura. Onde: Mata de São João (Praia do Forte) – Bahia. Quando: 2016/2017.
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PROJETOS CULTURAIS
Artes integradas
Mulheres
10 MIL
beneficiados
FESTIVAL DA MULHER – ARTE E ECONOMIA CRIATIVA NA BAHIA São cinco dias de festival e com desejo de atingir um público de 10 mil pessoas com programação gratuita em um grande evento multicultural que pretende movimentar o Passeio Público de Salvador com workshops, feira de empreendedoras e mostra musical. Este é o Festival da Mulher – Arte e Economia Criativa na Bahia, que é destinado à celebração da produção cultural e do empreendedorismo feminino. O projeto ainda prevê a produção de um documentário com entrevistas e imagens do evento. Incentivo: Faz Cultura. Onde: Salvador – Bahia. Quando: Outubro de 2016.
VIRADA CULTURAL DE FORTALEZA Vinte e quatro horas ininterruptas de artes integradas. Esta é a proposta da Virada Cultural de Fortaleza, que será realizada em outubro de 2016. Com atividades culturais gratuitas, o projeto pretende dar destaque aos artistas e grupos cearenses, que compõem a programação inteira. Trata-se de uma chance de dar visibilidade a artistas que nem sempre têm espaços em grandes eventos. A Virada é, portanto, uma maneira de expressar toda a pluralidade cearense por intermédio das características culturais. O evento conta com o auxílio da Lei de Incentivo à Cultura do Ceará e mescla diferentes artes para dialogar e entreter o público. A estimativa é que a Virada Cultural possa tra-
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Público em geral
30 MIL
beneficiados
Artes integradas
zer experiências de cultura, interação e lazer para cerca de 30 mil cearenses. O bairro do Centro Histórico será o palco dessa grande festa – um convite para que a população ocupe e se aproprie dos locais públicos, com intuito cultural, partindo do maior e mais emblemático bairro de Fortaleza. Vamos nessa? Incentivo: LIC-CE. Onde: Fortaleza – Ceará. Quando: 2016/2017. FOTOS: DEPOSITPHOTOS (AO ALTO); DIVULGAÇÃO (ACIMA)
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PROJETOS CULTURAIS
Dança
Público em geral
40 MIL
beneficiados
BIENAL INTERNACIONAL DE DANÇA DO CEARÁ
A Bienal Internacional de Dança do Ceará vem se consolidando como um dos principais eventos de dança contemporânea do Brasil. Desde a sua primeira edição, em 1997, o festival tem como compromisso fomentar e ampliar a cena artística cearense. Com dezoito anos de existência, a Bienal segue se recriando com inovação e qualidade, criando espaço para a manifestação da dança como expressão artística e cultural. Incentivo: LIC-CE. Onde: Fortaleza e cidades do interior do Ceará. Quando: 2016/2017.
TEMPORADA JAZZ CEARÁ JAZZ SERIES
A temporada de apresentações musicais, debates e oficinas, a ser realizada no decorrer do ano em diferentes espaços de Fortaleza (CE) chegará aos bairros mais distantes do circuito cultural tradicional da cidade. O destaque é para os artistas locais e a excelência dos músicos cearenses que estão fora do circuito comercial, valorizando o intercâmbio entre cenas de diferentes estados, a difusão e democratização do acesso ao jazz e a música instrumental brasileira. Incentivo: LIC-CE. Onde: Fortaleza – Ceará. Quando: 2016/2017.
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Música
Jovens e adultos
5 MIL beneficiados
FOTOS: DIVULGAÇÃO (AO ALTO); DEPOSITPHOTOS (ACIMA)
REDE EDUCARE 69
PROJETOS CULTURAIS
ESCOLA DE ARTES CASA DE VOVÓ DEDÉ
Atuando na capital cearense desde 1993, a entidade civil Casa de Vovó Dedé tem título de filantropia federal, estadual e Municipal e fornece assistência social a crianças, adolescentes e idosos, atuando em diversas esferas. A partir do princípio de que a arte é instrumento de afetividade, pertencimento e mudança social foi criada a Escola de Artes Casa de Vovó Dedé, que possui como desafio central a promoção do ensino da música para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, motivando autoestima e a capacidade intelectual, ampliando perspectivas de futuro e promovendo inclusão e transformação social através da arte. A Escpla de Artes sempre foi o canal de oportunidades para jovens em todo o país. Seu papel transformador é ainda mais notável quando iniciativas como essas são estabelecidas em bairros da periferia, onde muitas vezes o acesso à cultura é quase inexistente.
Música
Infantojuvenil
600 beneficiados
Incentivo: LIC-CE. Onde: Fortaleza – Ceará. Quando: 2016/2017.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
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ESPORTE
ESPORTE é Educação O Instituto de Esporte e Educação realiza ações socioeducativas através de práticas esportivas com crianças
O
IEE – Instituto Esporte e Educação – nasceu para provar que jogar bola, seja ela de vôlei, futebol ou basquete, pode ser a jogada perfeita para educar meninos e meninas de periferia. Unir o prazer do esporte com a oportunidade de propor novos horizontes através da educação é apenas uma das missões dessa organização civil, que desde 2001 cria programas para contribuir na formação de cidadãos participativos e conscientes por meio de atividades esportivas, dando conhecimento e espaço de troca nas comunidades através do esporte. “Nesses últimos quinze anos, o Instituto foi a instituição brasileira que mais falou e mostrou como se faz esporte para todos. A gente aprendeu fazendo, conversando com pessoas, mostrando como se faz. Nosso grande método foi o de envolver vários setores da sociedade”, diz Alexandre Arena, um dos coordenadores do IEE, que disseminou em todo o país o conceito do esporte educacional.
FOTO CELIA SANTOS
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O IEE já atendeu mais de 2,5 milhões em periferias de mais de 250 municípios brasileiros.
Nessa longa trajetória, assemelha-se à de um atleta que, com muito suor, chega à linha de chegada ou ao pódio. O projeto de grande impacto social nasceu de uma especialista do assunto, a ex-atleta, medalhista olímpica e nome importante na história do voleibol mundial, Ana Moser. A partir de sua experiência e vivência, a esportista compreendeu que ao aplicar os valores do esporte como instrumentos para a educação, cria-se uma nova perspectiva de vida para as pessoas. O IEE possui duas frentes de atuação: o atendimento direto voltado para crianças e adolescentes, que lhes proporciona atividades esportivas e socioeducativas; e a formação de professores, que aplica os conceitos do esporte educacional para o atendimento de comunidades. Em seus quinze anos de história, o IEE beneficiou 2,5 milhões de crianças e jovens por todo o Brasil, formando mais de 30 mil professores e multiplicadores da pedagogia em diversos projetos, como os da primeira frente do Instituto, propondo atividades esportivas e socioeducativas. “Nós crescemos juntos com o Brasil e isso também nos estimulou a continuar 74 REDE EDUCARE
nos desafiando para termos uma pedagogia moderna e atual, que nos ajude a cumprir nossa missão maior de melhorar a vida das pessoas”, comenta o coordenador do projeto, Alexandre Arena. Essas ações concretas fomentam a sensibilização de políticas públicas para que a metodologia do esporte educacional seja uma realidade nas mais diversas regiões – provando, mais uma vez, que a prática de esportes, independente de qual modalidade, muda histórias, muda vidas. Os núcleos do IEE estão em regiões com características bem particulares: baixo nível socioeconômico, alto índice de vulnerabilidade e baixa infraestrutura. As ações do Instituto possuem parceria com cerca de quarenta entidades privadas, públicas e sociais, como escolas, associações comunitárias, prefeituras, Sesi e Sesc, transformando o projeto em uma verdadeira rede. Esses elos construídos FOTOS DIVULGAÇÃO INSTITUTO ESPORTE E EDUCAÇÃO
A ex-atleta de voleibol, Ana Moser, é a idealizadora por trás do Instituto Educação e Esporte.
por instituições de ensino e o IEE têm outra função importante para além de sua parceria. Eles reforçam o papel das escolas na sociedade, que é de ser um lugar de troca, aprendizado e incentivo. Entre os muitos pontos de multiplicação das ações socioeducativas do IEE há um projeto em especial que se destaca, que é a Caravana do Esporte, uma parceria bem-sucedida com a ESPN Brasil e o Unicef, difundida em municípios isolados nas mais diversas regiões do país, como o semiárido, região amazônica, comunidades indígenas e quilombolas, a fim de contribuir para o desenvolvimento dessas áreas. “O objetivo da Caravana é democratizar a prática do esporte, levar esporte educacional para todos os lugares do Brasil”, diz Alexandre. O projeto possui quatro eixos: atendimento às crianças, atendimento e capacitação de professores, participação das políticas públicas do município e comunicação, onde todo material é documentado. “O projeto nos deu a possibilidade de estar em contextos muito diferentes, nos ajudou a construir uma pedagogia capaz de se adaptar a diversas realidades brasileiras, desde periferias de grandes centros até municípios pequenos do sertão nordestino, a comunidades da Amazônia, comunidades indígenas e quilombolas”, completa Alexandre sobre a importância da Caravana do Esporte. Através de muito suor e inspiração, assim como a carreira dos grandes atletas, o IEE é responsável por fundamentar e disseminar um modelo de ação transformadora que acredita que o esporte é para todos, ou seja, uma ação de políticas públicas com o objetivo de garantir os direitos constitucionais à educação, ao esporte e ao lazer.
O IEE EM NÚMEROS
189.100 Crianças atendidas semanalmente
869.297 Crianças atendidas em eventos
30 MIL Professores capacitados
252
Municípios atendidos
1.353
de núcleos em todo o país
23
Estados atendidos
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PROJETOS ESPORTIVOS
Desporto educacional
área do projeto Público-alvo
beneficiados
KARATE KIDS III No filme Karate Kid (1984), enquanto aprendiz do sr. Miyagi, Daniel-San aprendeu não somente golpes da arte marcial, mas também lições sobre humildade e respeito. Tais aspectos são importantes na prática do Kihon, o desenvolvimento do espírito do karate. Além das telas de cinema, há na vida real um grande exemplo de inclusão e respeito também a partir do karate. O projeto Karatê do Kids III trabalha a questão do respeito e da inclusão de pessoas com deficiência intelectual, principalmente aquelas que são portadoras da Síndrome de Down. A iniciativa é do Instituto Olga Kos (IOK), de São Paulo, em parceria com a Secreta76 REDE EDUCARE
ria Municipal de Esportes, e é financiada pela Lei de Incentivo ao Esporte. A inclusão também é considerada sob aspectos socioeconômicos, pois os alunos sem a deficiência intelectual, em situação de vulnerabilidade social e que moram no entorno do local onde as atividades são realizadas, têm direito a 20% das cem vagas disponíveis. Aos alunos inscritos são oferecidas duas aulas por semana, cada uma com duração de uma hora com professores faixa preta. Entre os pilares trabalhados com os alunos está a integração social e o desenvolvimento das atividades cognitivas e motoras. O Karatê do Kids III contou com 75 FOTOS: DIVULGAÇÃO
Desporto participativo
Infantojuvenil
100 beneficiados
pingue-pongue
Natália Monaco
Gestora de esporte do Instituto Olga Kos
participantes. “Com essas atividades, buscamos criar maior interação entre pessoas com e sem deficiência e garantir que todos possam participar de forma mais efetiva da sociedade da qual fazem parte”, explica Natália Monaco, gestora de esporte do IOK. Em janeiro de 2016 aconteceu o 1º Festival de Karatê e Taekwondo Olga Kos, envolvendo seiscentos alunos de todas as regiões da cidade de São Paulo. Além da interação social, o evento promoveu a participação da família nesse processo de autonomia e melhoria em qualidade de vida. “O Festival teve como objetivo incluir a população com deficiência intelectual no aspecto social. Por meio da prática do esporte, buscamos chamar a atenção da sociedade, como um todo, para as questões de inclusão social”, destaca Natália. Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: São Paulo - SP. Quando: 2017.
Como é a experiência de unir cultura, esporte e inclusão? A missão do Instituto Olga Kos é auxiliar pessoas com deficiência, prioritariamente intelectual, à inclusão social. E para isso foram desenvolvidos projetos esportivos e artísticos com o objetivo de abrir um canal de comunicação com essa população. Quais são os resultados que vocês percebem com o projeto? Os principais resultados esperados estão pautados na promoção da inclusão social de pessoas com pouco ou nenhum acesso a atividades físicas dirigidas e promoção da integração entre os participantes e profissionais. Esse trabalho gera aumento da autonomia refletido na vida doméstica com os familiares e maior crença no potencial da pessoa com deficiência, com aumento da autoestima, autovalorização, crença nas próprias capacidades, da desenvoltura na apresentação pública das habilidades conquistadas. Além disso, espera-se que os projetos esportivos aumentem suas capacidades físicas e motoras, proporcionando assim uma melhora na qualidade de vida dessa população. Em janeiro de 2016 houve o 1º Festival de Karatê e Taekwondo Olga Kos, no Pacaembu, envolvendo seiscentos alunos. Fale um pouco sobre a experiência. O Festival foi uma proposta de apresentações de caratê e tae kwon do para pessoas com deficiência, particularmente intelectual. Teve como objetivo incluir essa população no aspecto social, e por meio da prática do esporte chamar a atenção da sociedade para as questões de inclusão social de pessoas com deficiência. O evento estimulou a interação social e promoveu a participação da família nesse processo.
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PROJETOS ESPORTIVOS
PROJETO CESTAS SAGRADAS – BASQUETE EM CADEIRAS DE RODAS Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio se aproximam, e novos heróis do esporte surgirão. O esporte paralímpico, em especial, conta com o trabalho árduo de gente que vê no esporte uma segunda chance para a vida. São atletas que superaram traumas, como acidentes de carro ou de armas de fogo, por exemplo, e aprenderam a viver com as deficiências do corpo – obstáculos que para esses campeões são transpostos na quadra, no tatame e no dia a dia. O projeto Cestas Sagradas, do Clube dos Paraplégicos de São Paulo (CPSP), é voltado ao basquete em cadeira de rodas, uma das modalidades paralímpicas. “É a primeira equipe de basquete em cadeira de rodas no 78 REDE EDUCARE
Brasil, desde a fundação do Clube em 1958”, conta, orgulhoso, João Bentim, presidente do CPSP. “O basquete é uma oportunidade, pois é um jogo dinâmico e atraente. Em nossa equipe, temos atletas das seleções paralímpicas de basquete, como a Paola Klokler”, comenta Bentim, destacando o alto rendimento de seus atletas. Esse empenho também está relacionado à tradição do CPSP, fundado em 1958 por Sergio Seraphim Del Grande, o responsável por ter trazido o esporte paralímpico ao Brasil. O basquete da CPSP disputa a partir de 2016 a primeira divisão da modalidade paralímpica. No projeto, 25 atletas são beneficiados de forma direta – mais de cem, de forma indireta,
Paradesporto
Público em geral
25
beneficiados
segundo o presidente. Além do basquete, a CPSP oferece ainda natação, vôlei sentado, atletismo e bocha – todas modalidades paralímpicas. Incentivo: Lei Federal de Incentivo ao Esporte. Onde: São Paulo - SP. Quando: 2016/2017. FOTOS: DIVULGAÇÃO
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PROJETOS ESPORTIVOS
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA
Este é um programa de formação de professores da rede pública municipal em esporte educacional, que visa a qualificação dos gestores e da coordenação pedagógica em cidades do Brasil. Atende, em média, cinquenta professores em curso de formação com duração de dez meses, incluindo também a doação de material esportivo para serem utilizados nas atividades desenvolvidas nas escolas. Com o objetivo de disseminar as teorias e práticas do esporte educacional e visando a ampliação da oferta de atividades de educação física e esporte para os alunos das escolas públicas, o projeto quer construir com os educadores e gestores dos municípios, instrumentos pedagógicos e de gestão, além de fomentar as teorias e práticas para a organização de eventos de esporte educacional e para o desenvolvimento de grupos com jovens líderes qualificados e mobilizados, atuando como árbitros, monitores esportivos e empreendedores comunitários. Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: A definir. Quando: 2017.
80 REDE EDUCARE
Desporto educacional
Professores
30 a 50
professores por cidade
FOTOS: DIVULGAÇÃO IEE
Desporto participativo
INCLUSÃO A TODA PROVA
Público em geral
1 mil a 2 mil beneficiados
O Projeto Inclusão a Toda Prova – Corrida e Caminhada em Comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é um evento que tem como objetivo apresentar à comunidade a importância da valorização e empoderamento de pessoas com deficiência. As premiações serão para as categorias feminina e masculina, e todos os participantes receberão um kit com camiseta do evento e medalhas de participação. Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: São Paulo – SP. Quando: 2017.
CORRIDA É PARA TODOS O esporte pode e deve circular em todas as esferas da sociedade e perpassar em toda a geografia de uma cidade. Só assim ele será instrumento de transformação de toda a população, e não apenas de uma pequena parcela. O Corrida É Para Todos é o primeiro circuito de rua com o percurso em bairros carentes da cidade, com o objetivo de incentivar o conhecimento
da importância da conscientização nutricional, a atividade física como ferramenta para o bem-estar do corpo e da mente e, claro, para promover a inclusão social. O evento conta com a participação de personalidades do esporte e reforça o pensamento de que a corrida é democrática e inclusiva envolvendo, assim, toda a comunidade, incentivando a prática do esporte para pessoas de todas as idades e de todas as classes sociais. Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: Betim, Brasília, Florianópolis, Goiânia, Maringá, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e São Paulo – SP. Quando: 2016/2017.
Desporto participativo
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Jovens e adultos
80 MIL
beneficiados
REDE EDUCARE 81
PROJETOS ESPORTIVOS
Desporto participativo
Jovens e adultos
20 MIL
beneficiados
NIGHT RUN TWIST
Correr é uma prática esportiva que requer pouco e proporciona muito à saúde física e mental de quem corre. Seja na esteira da academia, nas ruas do bairro, em um parque da cidade, a corrida envolve a determinação de quem a pratica e descobre que seu exercício, diário ou em dias alternados, é fonte de prazer ao perceber que é possível ultrapassar seus próprios limites, passo após passo. A Night Run Twist alia todos esses elementos em uma noite de sábado com corrida, música e festa. A corrida mistura esporte e diversão em uma experiência incrível que redefine essa prática esportiva. Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: São Paulo – SP. Quando: 2016/2017.
82 REDE EDUCARE
FOTOS: DIVULGAÇÃO
CITYWALK SÃO PAULO
O combate ao sedentarismo tem um papel importante na prevenção de doenças, como pressão alta, diabetes e problemas cardíacos. O CityWalk São Paulo não é só uma caminhada. O evento é conhecido por ser o final de semana da saúde incentivando a prática de atividades físicas para a melhoria da qualidade de vida. No sábado acontece o Check Up Day com avaliações físicas, clínicas e nutricionais, e no domingo é realizado a CityWalk, uma caminhada de 3,5 km com muito gás.
Desporto participativo
Jovens e adultos
4 mil a 6 mil beneficiados
Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: São Paulo – SP. Quando: 2016/2017.
CIRCUITO PEDALAR
Desporto participativo
Jovens e adultos
FOTOS: DIVULGAÇÃO
20 MIL
beneficiados
Andar de bicicleta é mais do que uma prática esportiva ou uma simples brincadeira de criança. É o instrumento que traz a reflexão sobre a mobilidade dentro das grandes cidades e a consciência ambiental. O Circuito Pedalar é um passeio ciclistico realizado há cinco anos com foco no incentivo do uso da bicicleta no dia a dia para mobilidade e para o aumento da qualidade de vida, seja para ir ao trabalho, à escola, seja para passeios no fim de semana, visando ser uma real opção de locomoção. Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Quando: 2016/2017.
REDE EDUCARE 83
PROJETOS ESPORTIVOS
Desporto participativo
Mulheres jovens e adultas
3
MIL beneficiados
PODEROSA BELEZA SOBRE DUAS RODAS
Já não é novidade que o empoderamento feminino é uma pauta necessária nos mais variados aspectos, e não seria diferente no que tange à mobilidade. O Poderosa Beleza sobre Duas Rodas é um evento para mulheres, que envolve lazer e diversão, proporcionando qualidade de vida e incentivando o uso da bicicleta entre as mulheres nas grandes cidades como meio de locomoção. O evento fomenta a discussão sobre mobilidade, meio ambiente e bem-estar no público feminino. Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: São Paulo - SP. Quando: 2016/2017.
84 REDE EDUCARE
FOTOS: DIVULGAÇÃO
CARAVANA DO ESPORTE Neymar Jr., Marta, Guga, Fabiana Murer ou Diogo Silva. Estes nomes de peso do esporte nacional são também inspiração neste ano olímpico para meninas de meninos entre sete e catorze anos, que participam da Caravana do Esporte e das Artes. A iniciativa é itinerante e já percorreu mais de cem cidades brasileiras ao longo de seus onze anos de atividades. Quem indica os municípios a serem atendidos é o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef ), e a preferência são sempre aqueles cujo Índice de Desenvolvimento (IDH) e de Desenvolvimento da Infância (IDI) são baixos. Futebol, tênis, atletismo e tae kwon do são algumas das modalidades ensinadas a crianças e adolescentes, além de atividades esportivas lúdicas, utilizando material reciclado para mostrar que o esporte pode estar ao alcance de todos. Para o campeão Diogo Santos (ouro no tae kwon do no Pan-americano do Rio de Janeiro, em 2007), a parceria entre Esporte e Educação ajuda na formação de uma sociedade melhor. “Acredito que a principal aprendizagem na Caravana é a humanização das pessoas, com diálogos e a possibilidade de praticar esporte mesmo dentro de realidades adversas”, afirma Santos, no projeto há oito anos. No início, o lutador ensinava o tae kwon do adaptado e; hoje, ele dialoga com os professores e auxilia no desenvolvimento pedagógico do projeto. “É um conhecimento diferente entre o
esporte de alto rendimento e o esporte social. E ambos trazem ótimas trocas de experiências”, compara. Além das atividades com os alunos, os professores da rede pública de ensino também recebem formação com os monitores da Caravana, uma troca de conhecimentos e experiências sobre a prática esportiva e o esporte como meio transformador na educação. A Caravana dos Esportes e das Artes é uma parceria entre o Instituto Esporte e Educação, o canal de TV ESPN Brasil, o Unicef e o Instituto Mpumalanga. Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: Em comunidades carentes de dez cidades. Quando: 2017.
pingue-pongue
Diogo Santos
Ouro no tae kwon do no Pan-americano do Rio de Janeiro.
Desporto participativo
Crianças, jovens e educadores
3 MIL beneficiados por cidade
FOTOS: CÉLIA SANTOS
Como você vê essa proximidade da aproximação entre o esporte de alto rendimento e o social? Eu sou voluntario há oito anos na Caravana do Esporte e este trabalho vai além da performance. Enquanto atleta de alto nível, sua carreira dura entre dez e vinte anos. No esporte educacional é para vida toda. Você desenvolve um conhecimento diferente, pois trabalha justamente a parte educadora do esporte. O esporte está ligado ao bem-estar e à saúde e ainda emprega muita gente. Qual é a sua principal aprendizagem no projeto? Humanizar as pessoas. Estamos nos afastando do princípio da vida. Diante disso, a base do esporte educativo é promover o diálogo, a participação coletiva e a cooperação – valores vitais para a vida em sociedade.
REDE EDUCARE 85
PROJETOS ESPORTIVOS
PROJETO BRINCANDO E INICIANDO NO ESPORTE Com aulas de iniciação esportiva em horários alternativos, o Projeto Brincando e Iniciando no Esporte atende crianças em regiões de alto risco social com modalidades como futsal, basquete, voleibol, handebol e tênis de mesa. Nas modalidades de basquete e voleibol, os alunos terão a opção de jogar também como atletas paralímpicos. Essas atividades são de grande importância para que haja integração entre as crianças com e sem deficiência.
100 beneficiados
Crianças, jovens e educadores
Desporto participativo
Incentivo: Lei Federal do Esporte. Onde: Clube Paraplégicos de São Paulo - SP. Quando: 2016/2017.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Desporto participativo
Público em geral
300 a 400
atletas beneficiados
FOTOS: DIVULGAÇÃO
CAMPEONATO BRASILEIRO PATINAÇÃO ARTÍSTICA O objetivo principal do Campeonato Brasileiro de Patinação é reunir toda a comunidade de patinação artística no gelo do Brasil, incluindo treinadores, praticantes, atletas que treinam no Brasil sem o equipamento (pista de gelo adequada para um aumento de desempenho) e os atletas de alto rendimento que treinam nos EUA nas condições ideais para metas olímpicas. Um excelente momento para intercâmbio técnico, a fim de dar mais visibilidade ao esporte e melhorar a
estrutura de prática desportiva no Brasil. O evento irá aproximar atletas, treinadores e preparadores físicos com a realização de seminários e congressos técnicos com o objetivo de trocas de experiências e metodologias de treinamento essenciais para o desenvolvimento da modalidade que tem muito a contribuir para o cenário esportivo do país. Incentivo: Lei Paulista do Esporte. Onde: A definir. Quando: 2016.
REDE EDUCARE 87
PROJETOS ESPORTIVOS
CAMPEONATO PAULISTA DE BEACH TENNIS Desporto participativo
Público em geral
88 REDE EDUCARE
600 beneficiados por dia
O Circuito Paulista de Beach Tennis acontecerá em cinco etapas, nas quais os participantes, em duplas ou simples, poderão se inscrever gratuitamente e participar de torneios e outras ações de acordo com sua faixa etária e nível técnico. O evento tem o objetivo de incentivar novos praticantes, promover o intercâmbio de atletas e comissões técnicas e difundir o desenvolvimento da modalidade beach tennis para todas as faixas etárias da população das cidades. Incentivo: Lei Paulista do Esporte. Onde: Bertioga, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Paulo – SP. Quando: 2016. FOTOS: DIVULGAÇÃO
PROJETO CAMPEÕES DA NATAÇÃO, ATLETISMO E BASQUETE EM CADEIRAS DE RODAS O esporte é uma porta de entrada para a inclusão de pessoas com alguma deficiência física, independente da modalidade escolhida. O Projeto Campeões III da Natação, Atletismo e Basquete em Cadeiras de Rodas visa, para iniciantes nessas categorias, a melhoria de qualidade de vida e o desenvolvimento intelectual e motor. O treinamento dessas modalidades será de alto rendimento, onde haverá a participação em campeonatos, desde os regionais a internacionais, propondo uma nova perspectiva de vida aos participantes. Com o apoio de uma infraestrutura de qualidade, serão fomentados nas escolas e centros de reabilitação as modalidades citadas acima, mostrando que mesmo com deficiência é possível praticar esportes e desbravar novos caminhos de percepção do mundo a partir de realidades individuais.
Público em geral
Paradesporto
100 beneficiados
Incentivo: Lei Paulista do Esporte. Onde: São Paulo – SP. Quando: No decorrer de 2016.
Desporto participativo
Jovens e adultos
4 MIL
beneficiados
CIRCUITO DAS SERRAS
O esporte e a natureza estão intrinsecamente ligados como fatores que beneficiam o desenvolvimento humano. Dessa forma, as corridas de aventura foram criadas para promover a saúde, o lazer e os princípios da proteção ambiental. O Circuito das Serras é uma competição de velocidade disputada em quatro etapas em ambientes montanhosos. Em todas as etapas os participantes, em duplas ou individual, poderão escolher percorrer 6, 12 ou 21 km em apenas um dia, sendo vencedor o que completar o percurso em menor tempo. Incentivo: Lei Paulista do Esporte. Onde: São Paulo – SP. Quando: Outubro a dezembro.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
REDE EDUCARE 89
PROJETOS ESPORTIVOS
RUGBY CIDADÃO
O esporte é um dos meios mais eficientes e transformadores de ensinar importantes valores para as crianças, como o companheirismo, a disciplina, o respeito e a determinação diante das adversidades impostas em uma partida, por exemplo. Esses valores são facilmente transpostos para a vida. Por isso nasceu o projeto Rugby Cidadão realizado, desde 2010, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo – SME, utilizando recursos da Lei de Incentivo ao Esporte e Lei Paulista de Incentivo ao Esporte. O projeto oferece a modalidade esportiva rugby para crianças e adolescentes de ambos os sexos em CEUs e Emefs da cidade de São Paulo, sendo considerado pela Federação Paulista de Rugby como o mais importante trabalho de desenvolvimento da modalidade pela sua forma holística de atuação – já que no Brasil o esporte inglês ainda é pouco disseminado.
Infantojuvenil
200 beneficiados
Desporto educacional
Incentivo: Lei Federal do Esporte e Lei Paulista de Incentivo ao Esporte. Onde: São Paulo – SP. Quando: 2017.
90 REDE EDUCARE
FOTOS: FOTO JUMP
SAÚDE
Promover a
VIDA
Conheça e entenda como funcionam os incentivos fiscais para o apoio de iniciativas em inclusão e saúde
M
uitas empresas e cidadãos comuns sabem da existência das leis de incentivo à cultura e ao esporte e da sua importância para fomentar iniciativas que visam o desenvolvimento da sociedade através da arte e da prática esportiva, especialmente para a população que vive em área de risco. Entretanto, poucos sabem que também é possível ajudar projetos na área da saúde através de mecanismos semelhantes. Atualmente, existem dois programas principais: o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (pronon) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD), instituído e implantado pelo Ministério da Saúde, a fim de incentivar ações desenvolvidas por entidades, associações e fundações privadas sem fins
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PRONAS e PRONOM
1% PJ 6% PF
O pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) capta recursos para a prevenção e o combate ao câncer, promovendo informação, pesquisas, diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos, prevendo a realização de ações que atendem a área da oncologia desenvolvidos por associações ou fundações de direito privado e sem fins lucrativos. Os serviços apoiados com os recursos captados por meio do pronon englobam prestação de serviços, médico-assistenciais, a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de profissionais e a realização de pesquisas clínicas ligadas à oncologia.
FOTOS: DEPOSITPHOTOS
“As leis de incentivo fiscal para a área da saúde são fundamentais para ampliar e viabilizar o acesso à saúde de maneira universal e igualitária.”
O QUE É O PRONAS/PCD?
O QUE É O PRONON?
lucrativos. “As leis de incentivo fiscal para a área da saúde são fundamentais para ampliar e viabilizar o acesso a saúde de maneira universal e igualitária, direito fundamental previsto em nossa Constituição Federal”, explica Daiane Ratão, advogada que atua com o terceiro setor. Nessa frente, pessoas físicas e jurídicas podem se beneficiar de deduções fiscais no Imposto de Renda. Um detalhe que faz toda a diferença é que não há impedimento para doar também através de outros mecanismos, como a já tão conhecida Lei Rouanet, ou então o Fundo do Idoso e o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA). Para receber os benefícios das leis de incentivo fiscal, os projetos passam por avaliação e aprovação do Ministério da Saúde e precisam conter a identificação da instituição e comprovante de qualificação (Cebas, OS, Oscip, CNES), que discrimina seus serviços. A manutenção desses incentivos fiscais tem um papel essencial para os programas de saúde pública do país, porém, segundo Daiane, “As leis de incentivo fiscal na área da saúde, em especial os programas pronas e pronon, são muito recentes e, portanto, menos conhecidas do que as leis de incentivo à cultura e do esporte.”.
O pronas/PCD (Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência) capta recursos para desenvolver a prevenção e a reabilitação da pessoa com deficiência (PCD), incluindo diagnóstico precoce, tratamento, adaptação e meios auxiliares de locomoção. O programa engloba ações para pessoas com deficiências físicas, motoras, auditivas, visuais, mentais, intelectuais, múltiplas e de autismo. As instituições apoiadas pelo programa desenvolvem serviços médico-assistenciais, formação de profissionais e a realização de pesquisas clínicas e experimentais ligadas à reabilitação desse público.
REDE EDUCARE 93
FUNDO DO IDOSO
Fundo do Idoso
1% PJ 6% PF
Cuidar da PESSOA IDOSA Conheça os meios de como abater parte do imposto de renda ao direcionar recursos ao Fundo do Idoso
M
uitos são os esforços voltados para as áreas da cultura, esporte, saúde e lazer com foco em crianças, adolescentes e jovens, mas não se deve esquecer da importância de se zelar pelo bem-estar dos nossos idosos, especialmente aqueles que não contam com o apoio financeiro ou emocional da família. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de idosos no Brasil praticamente triplicará até o ano 2050 – mais um motivo para cuidar das políticas públicas e das iniciativas que desenvolvem projetos de relevância para essa parcela da população. Desde 2011, vigora a lei que instituiu o Fundo Nacional do Idoso, que possibilita deduzir do imposto de renda devido pelas pessoas físicas e jurídicas as doações feitas aos respectivos fundos municipais, estaduais e nacional. O Fundo
94 REDE EDUCARE
tem por objetivo financiar ações contínuas que zelem pelos direitos dos idosos, garantindo o funcionamento de projetos que dão condições para que esse público tenha autonomia, integração e participação na sociedade, além de garantir sua segurança e bem-estar físico e mental. “Ele é importante porque é uma garantia de que haverá políticas públicas para esse perfil”, explica Aline B. Vicentim, gestora de projetos de direitos humanos. “Trata-se de um ganho da população que está envelhecendo.” É de responsabilidade de quem conhece o Fundo do Idoso e suas formas de ajudá-lo com doações do imposto de renda, difundir essa informação para que mais pessoas e empresas possam contribuir com ações que melhorem a vida na terceira idade, já que este é um dever constitucional do Estado brasileiro. FOTOS: DEPOSITPHOTOS
FUNDO DA CRIANÇA
AFINAL, o que é o
FIA? Compreenda qual é a finalidade do Fundo para a Infância e Adolescência e como prestigiá-lo
C
om a necessidade de cuidar de tantas esferas que precisam de assistência na sociedade nasceu, no início da década de 1990, o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA) apoiado nos critérios do Estatuto da Criança e do Adolescente. Seus objetivos são múltiplos e, ao mesmo tempo, indispensáveis para promover o desenvolvimento educacional e cultural para um público que necessita de ações sólidas para uma formação de qualidade que gere oportunidade. As metas consistem em financiar projetos que atuem na garantia da promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, especialmente os que estão em situação de risco. “Em toda sua extensão de variáveis, ter um espaço onde possa se trabalhar a identidade, diversidade, cidadania, entre outros temas, é o mesmo que dar a chan-
ce de construir um caráter, é o mesmo que dar uma opção, um outro caminho”, defende a psicóloga Cynthia Caldas, com experiência em trabalhos sociais com crianças. A principal fonte de recursos do Fundo são as destinações do Imposto de Renda de seus contribuintes, pessoas físicas e jurídicas. Assim, o FIA canaliza a verba para projetos que atendem a parcela infantojuvenil da população e, em contrapartida, o valor do imposto pode ser reduzido ou sua restituição é acrescida. Tais recursos estão de acordo com as diretrizes do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), formado por representantes do poder público e da sociedade civil e organizado através de associações, fundações e entidade privadas sem fins lucrativos. Todo recurso captado pelo FIA tem destino certo: projetos de alta relevância social que atuam na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, como os que combatem o trabalho infantil. “A importância de doar ao Fundo está em, a partir do que temos hoje, construir o nosso melhor amanhã”, completa Cynthia a respeito da relevância de projetos sociais voltados para crianças e adolescentes.
Fundo da Criança
1% PJ 6% PF
REDE EDUCARE 95
ÍNDICE
REMISSIVO
LOCAIS A definir/em local sugerido pág. 23, 25, 28, 30, 31, 32, 38,
50, 52, 63, 80, 85, 87
Alvorada pág. 46 Belém págs. 22, 42, 43 Belo Horizonte pág. 22, 83 Bertioga pág. 88 Betim pág. 81 Brasília págs. 22, 81, 83 Campo Bom pág. 46 Campinas pág. 40 Canoas pág. 46 Curitiba pág. 22 Esteio pág. 46 Florianópolis pág. 81 Fortaleza págs. 22, 47, 66, 68, 70
Goiânia pág. 81 Gravataí pág. 46 Guaíba pág. 46 Guarujá pág. 88 Maringá pág. 81 Mata de São João (Praia do Forte) pág. 65 Novo Hamburgo pág. 46 Pelotas pág. 24 Portão pág. 46 Porto Alegre págs. 22, 29,
Santos pág. 88 Santo André pág. 81 S. Bernardo do Campo pág. 81 S. Caetano pág. 81 S. Jerônimo pág. 46 São Paulo págs. 22, 26, 33, 34,
PÚBLICO Catadores de lixo pág. 33 Educadores/professores
36, 41, 76, 78, 79, 81, 82, 83,
46, 52, 54, 56, 59,
84, 86, 88, 89
60, 61, 62, 63, 65, 66, 68, 78, 81,
Sapiranga pág. 46 Torres pág. 46
87, 88, 89
CATEGORIAS Artes Integradas pág. 60, 66 Audiovisual pág. 36 Biblioteca págs. 30, 31, 50, 52 Brinquedoteca págs. 32 Cinema págs. 28, 30, 48, 58, 68 Dança pág. 68 Esporte Educacional págs. 79, 80
Esporte Participativo
págs. 76,
81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89
Exposição de Arte págs. 25 Formação pág. 32 Literatura págs. 29 Museu pág. 26 Música págs. 22, 23, 24, 25, 36, 38, 40, 41, 42, 43, 46, 47,
42, 44, 46, 54, 56, 58, 81
50, 51, 54, 56, 57, 58, 59, 61,
Praia Grande pág. 88 Recife pág. 22 Rio de Janeiro págs. 22, 41,
62, 63, 64, 65, 66, 68, 70
57, 81, 83
Salvador
págs. 22, 25, 57, 58,
59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 81
Paradesporto págs. 78, 89 Social pág. 33 Sustentabilidade págs. 38, 43 Teatro págs. 44, 50 Tecnologia pág. 34
págs. 80, 85, 86
Em geral
págs. 22, 24, 25, 26,
28, 29, 30, 31, 34, 38, 42, 43, 44,
Estudantes pág. 58 Infantil págs. 32, 46, 50 Infantojuvenil págs. 23, 25, 30, 32, 40, 45, 47, 50, 57, 70, 76, 79, 85, 86
Jovens e adultos
págs. 36, 41, 48,
51, 58, 64, 68, 81, 82, 83, 86, 89
Mulheres
págs. 66, 84
LEIS DE INCENTIVO Audiovisual/LIC-RJ pág. 48 Faz Cultura-BA págs. 38, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66
Lei Federal do Esporte
págs. 76,
78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86
Lei Paulista do Esporte págs. 87, 88, 89
Lei Rouanet
págs. 22, 23, 24, 25,
26, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 36, 38, 40, 41, 42, 43, 44, 46, 47
LIC-CE págs. 47, 66, 68, 70 LIC-RJ págs. 38, 57 LIC-RS págs. 44, 46 ProAc-SP págs. 26, 34, 36, 38, 40, 41, 50, 51, 52
Pró Cultura-RS pgs 54, 56, 58 Semear-PA pgs 42, 43
PUBLISHER Ivan Zumalde, EDITORA EXECUTIVA Susanne Sassaki EDITOR DE ARTE Angelo Asson, EDITOR DE CONTEÚDO Tiago Mota, REPÓRTER Fernanda Lopes, DESIGNER Murilo Mendes, ATENDIMENTO Daiane Lisboa, GESTOR DE INOVAÇÃO Marcel Scognamiglio
Jornalista convidada: Fernanda de Araújo Patrocínio Colaboraram nesta edição: Ana Maria Barbosa e Isabela de Paula (revisão), Bruno Santos (ilustrações)
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A editora mymag é uma empresa amiga da criança
editora
A revista Acredite é uma publicação customizada da editora mymag para a marca Rede Educare. Os artigos contidos nesta edição representam as opiniões de seus autores e não são de responsabilidade dos editores ou da Rede Educare. EDITORA MYMAG: Rua Simão Alvares, 104 - Pinheiros, São Paulo/SP, CEP: 05417-020 editoramymag.com.br | mymag.com.br - facasuarevista@editoramymag.com.br | 3360.8367 / 3530.3723
REDE EDUCARE 97
INVESTIMENTO SOCIAL
Decidimos apoiar nossas comunidades.
E AGORA?
O passo a passo para incentivar projetos de impacto social e colher seus bons frutos
É
sempre positivo quando uma empresa decide apoiar de alguma forma a comunidade em que está inserida. É uma maneira de se comprometer um resultado para além do lucro. Tomada a decisão mais importante, que é estar junto, começam as dúvidas de como fazer isso. Tradicionalmente, as empresas buscam atuar em áreas ou necessidades que estão próximas ao seu core business. Usar a expertise que já temos parece ser um atalho para dar uma contribuição relevante, em uma área em que se têm conhecimento, e normalmente se avança mais rápido. Nenhum problema em seguir essa linha, em especial se, e somente se, perguntarmos para comunidade se ela quer isso. Esse processo de escuta e interação é muito relevante para que se estabeleça uma parceria de longo prazo e um processo de confiança. Pode acontecer de a empresa ser do ramo alimentício, mas a comunidade preferir ações na área de saúde, por exemplo. Se a empresa tem um interesse genuíno de contribuir, talvez esteja aí uma oportunidade de demonstrar isso. Muitas vezes não é fácil, mas se torna uma oportunidade de aprendizado conjunto.
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É bom pensarmos também que presença conta, e muito. Simplesmente apoiar um projeto, mas não se envolver, move poucas montanhas. A confiança se constrói quando a empresa, representada por consultorias ou com grupos de funcionários, interage para buscar soluções para as demandas que se apresentam. Isso é bom para a comunidade, bom para a empresa, e relevante para os funcionários, que muitas vezes são parte da própria comunidade do entorno da empresa. Uma boa maneira de começar a pensar em que projetos seriam relevantes é perguntar sobre isto para quem trabalha na empresa e para suas famílias. Eles podem se sentir empoderados, abrir portas e ajudar a construir uma proposta de valor para todos os lados. Dado então o segundo passo, é hora de envolver as pessoas, desenhar o projeto, sonhar com os benefícios de longo prazo e criar um plano para alcançá-los. Vou “queimar” a etapa de palpitar sobre esse movimento, pois sobra literatura a esse respeito. Quero ir direto para a fase de “colheita” dos resultados. Eles precisam ser entendidos e compartilhados. Precisam ser observados à luz do que deu certo e
à luz do que não saiu como esperado, pois residem aí muitas oportunidades. Nesse ponto do processo, entra de novo a nossa capacidade de escuta, de reconhecer o que foi bom e o que não foi. Esse é outro momento fundamental, pois aqui fazemos a escolha das melhores sementes para iniciar um novo ciclo. Registrar tudo isso é fundamental, não só para a gestão do conhecimento dentro das empresas, mas também como um processo de memória na comunidade, reconhecimento das pessoas, entendimento do processo econômico, político e social do movimento em que estamos protagonizando com a comunidade. Se conseguirmos fazer isso (vale tudo: foto, filme, texto), será muito difícil olhar pra trás e não sentir orgulho!
Viviane Mansi é executiva, mestre em Comunicação e se dedica a estudar o papel do diálogo nas relações entre as empresas e seus mais variados públicos. FOTO: ARQUIVO PESSOAL