Revista About Shoes - edição #028

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Mi casa, su casa

Edição de aniversário

Summer 2016

Lojas incríveis que parecem salas de estar

Cinema, música, arte, beleza, moda

Cores, materiais, calçados e bolsas




ABOUT | EDITORIAL

OBRIGADO, POR FAVOR, COM LICENÇA...

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inco anos é uma breve infância. Assim comemoramos este aniversário da About Shoes, que completa meia década de atuação forte e presente no mercado calçadista, mas mantém seu frescor jovem e impetuoso. Chegamos com coragem no segmento profissional de indústrias e varejo, propondo uma publicação criativa, moderna, com pesquisa de moda e conteúdo voltado ao universo convergente de temas que alimentam a moda. Desde a primeira edição, falamos de sapatos, claro, mas também de cinema, exposições, arquitetura, arte, música, gastronomia, novas tecnologias, comportamento, marketing. Convidamos vários colunistas, articulistas, fontes especializadas - e, ainda melhor, apaixonadas - para abordar diversos assuntos. Essa pluralidade de discursos deu a linha editorial da revista, livre e responsável, que nunca acreditou em fórmulas prontas nem tampouco de receitas para o sucesso, mas sempre buscou o conhecimento e a informação. Nos interessa investigar, pesquisar, instigar e provocar! O setor gráfico reconheceu nossa vocação para fazer a diferença e, além de três prêmios estaduais na categoria periódico com acabamentos especiais, fomos considerados duas vezes como a melhor revista brasileira com recursos gráficos especiais. Hoje vemos que até fizemos escola, com outras revistas aproveitando o fator sensorial para encantar os leitores. Mas, com licença, nos permita dizer que fomos precursores em algumas destas iniciativas e, com muita satisfação, sentimos que agradamos a você, leitor. Misturando humildade e também confiança, procuramos alguns dos nomes mais incríveis para as

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pautas da revista. Gente do Brasil e do mundo, artistas, criadores, ícones. Por favor, somos uma jovem revista brasileira, poderia nos conceder uma entrevista? A resposta positiva e generosa trouxe para nossas páginas matérias incríveis, reportagens emocionantes, sensíveis, inspiradoras. Foram tantos momentos memoráveis que estamos planejando, para a próxima edição, uma matéria sobre os bastidores, para contar ótimas histórias de dentro da redação. Tudo isso só foi possível graças à conjunção de alguns fatores. Uma equipe excepcional, talentosa, aguerrida e verdadeiramente engajada. Clientes e anunciantes que acreditaram na nossa proposta, viram a About Shoes como mídia de resultado e possibilitaram nosso crescimento. E, finalmente, a você, leitor, que nos deu a honra de ser sua fonte de informação de moda. E nesse momento, gratidão é o que sentimos pelo caminho que percorremos até aqui. Obrigada, de coração! Ah, e entre tantas coisas especiais e incríveis desta edição comemorativa, preciso registrar nossas lindas capas. Uma delas, tradicionalmente, veio do ensaio de moda sob as lentes de Carlos Contreras. Outra, alusiva às capas anteriores, é um trabalho de colagem de Fabian Gloeden, fotógrafo autor de muitas de nossas capas, inclusive a primeira. Por fim e não menos importante, temos a capa especial criada pelo convidado e entrevistado da edição, o designer Valpírio Gianni Monteiro, diretor do Gad, que nos brinda com sua visão múltipla e rica, em um trabalho lindo! Divirta-se e aproveite sua leitura Cristina Pacheco diretora de redação



ABOUT | US

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about #028 - capa carlos.pdf 1 28/12/2014 04:40:41

about #028 - capa fabian.pdf 1 28/12/2014 04:33:08

about #028 - capa gad.pdf 1 28/12/2014 04:42:09

www.aboutshoes.com.br No twitter: @about_shoes No instagram: @aboutshoes facebook.com/AboutShoes C

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DIREÇÃO CRIATIVA Júlio Rossi Castilho julio@editoranove.com.br

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Mi casa, su casa

Edição de aniversário

Summer 2016

Mi casa, su casa

Edição de aniversário

Summer 2016

Lojas incríveis que parecem salas de estar

Cinema, música, arte, beleza, moda

Cores, materiais, calçados e bolsas

Lojas incríveis que parecem salas de estar

Cinema, música, arte, beleza, moda

Cores, materiais, calçados e bolsas

Capa Fashion Foto: Carlos Contreras

Capa 5 Anos Fotos e arte: Fabian Gloeden

Capa Especial Design: Valpírio Monteiro

DIREÇÃO DE REDAÇÃO Cristina Pacheco cristina@editoranove.com.br JORNALISMO Juliana Berwig jornalismo@editoranove.com.br DESIGN Antônio Corrêa FINANCEIRO Sandra Klock sandra@editoranove.com.br FOTOS DE PRODUTOS Tiago Heckler REPRESENTANTE COMERCIAL Daniel Zimmermann daniel@midiazem.com.br

Periodicidade: trimestral About Shoes é marca registrada. A revista About Shoes é publicada por Nove Editora Ltda. Rua Tristão de Alencar, 630 Novo Hamburgo, RS | CEP 93340-130 Fone: (51) 3595-8147 A empresa é comprometida com a responsabilidade ambiental, por isso a revista é impressa com papéis com certificação de manejo florestal responsável. CTP, impressão e acabamento: Gráfica Editora Pallotti

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COLABORADORES Marina Seibert Cézar, Krika Martinez, Luciane Bohrer, Carlos Contreras, Juliana Berwig, Manoela D’Almeida, Lucas Martins de Mello, João Joner, Diego Marcon, Geco Nihchke, Ricardo Hegenbart e Arno Duarte About Shoes não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de About Shoes ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em mãos carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada pela diretoria.


INVERNO 2015

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RAFITTHY.COM.BR


012 DESIGN 014 FOOD & DRINKS 016 CULTURE 018 LUXURY: PAULA CADEMARTORI 020 SCRAPS 021 COMING SOON

032 INSIGHT: EU AINDA ACREDITO 034 FOCUS ON 035 EXHIBITION: A ARTE DE PIERO FORNASETTI EM PARIS 036 NEW TRENDS 039 COMUNICAÇÃO: FALA QUE EU TE ESCUTO 043 DESIGN: ENTREVISTA COM VALPÍRIO MONTEIRO, DIRETOR DO GAD

046 MODA FEMININA: CUTTING EDGE 056 ARQUITETURA: LOJAS COM CARA DE CASA INVADEM A MODA

060 CALÇADO SOCIAL: O PROJETO VILLAGET

021 023 NEW SHOES 024 NEW BAGS 026 SCRAPS 027 SKETCH: RECEITA PARA 2016 028 POP: THIAGO PETHIT 030 ENTREVISTA: FABIAN GLOEDEN, AUTOR DA NOSSA PRIMEIRA CAPA

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060 062 MODA FEMININA: JOURNÉE BOHÈME 072 DEPOIMENTOS DE CLIENTES E AMIGOS SOBRE OS 5 ANOS DA ABOUT SHOES

076 MODA INFANTIL 082 KIDS’ TRENDS 084 MOVIES: BODAS DE PRATA PARA OS SIMPSONS 086 MODA MASCULINA: LONELY STRANGER 094 BACKSTAGE 096 MENS’ LIST 097 LIFE: SER FELIZ ESTÁ NA MODA 098 EXPERIENCE: A NOVA CARA DO TREINAMENTO 099 CATWALK: SUMMER 2O16 114 BEAUTY 114 CONTATOS



ABOUT | GUEST LIST

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1. LUCIANE BOHRER é jornalista e aspirante a líder. Atualmente coordena a comunicação institucional na Universidade do Vale do Rio dos Sinos e é pós-graduada em administração. Nesta edição, ela fala sobre a inconsistência da comunicação nas empresas e a dificuldade de interpretar o que o outro diz no ambiente profissional e de revelar a cultura das organizações para os próprios funcionários. 2. JULIANA BERWIG é jornalista e adora cultura pop e outras bobagens. Ela consome todas as mídias, absorve informações de muitos estilos e repercute o que vê com seu estilo "bittersweet". Nesta edição especial de cinco anos da About Shoes, colaborou com diversas matérias e também trabalhando como editora em várias matérias. Em sua coluna Pop, fala do surpreendente trabalho de Tiago Pethit. Vê em seu avô o seu maior exemplo, ouve diversas vezes a mesma música, guarda cartas e faz questão de comprar as flores que receberão o final de semana. 3. Talento da nova geração, o stylist GECO NIHCHKE, em sua quarta colaboração com a About Shoes, agora assina a moda do editorial masculino, “Lonely Stranger”. Nome frequente na ficha técnica de produções para sólidas marcas do setor calçadista, é conhecido por sua estética minimalista e imagens muito bem construídas para publicações como GQ Itália, Brainstorm, Revista Catarina, FFW e U+MAG. 4. RICARDO HEGENBART começou a fotografar na faculdade de Comunicação Multimídia. Entre as observações registradas com a máquina analógica até o reencontro com a tecnologia digital, em 2009, trabalhou como designer editorial para revistas, quando desenvolveu seu maior fetiche: a paixão pelas publicações. Assim, refinou o olhar para além da foto. Gosta de contar histórias através dos cliques, como um narrador que se envolve desde a concepção da ideia até a última cena. Estudou um ano em Londres, na Central Saint Martins. Assina o editorial masculino desta edição.

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12 5. DIEGO MARCON é cabeleireiro no ROHO e mora em Buenos Aires. Assina beleza de campanhas de grandes marcas e desfiles nacionais e internacionais. Tem sua carreira dedicada à beleza para moda e às noivas. Já foi responsável pela beleza de muitos editoriais e capas da About Shoes e agora, estreia como colunista na seção Beauty. 6. KRIKA MARTINEZ decidiu escrever, para esta edição que celebra os cinco anos da About Shoes, sobre outro aniversário importante: o que marca dos 25 anos de Os Simpsons. Da Espanha, onde vive atualmente, nossa colunista mais internacional espera que, quando a revista também completar suas bodas de prata, ela seja uma velhinha cool que ainda assiste ao seriado e continua a escrever seus textos geniais para a gente. 7. MANOELA D’ALMEIDA descobriu cedo na vida que suas paixões são surfar, viajar e fotografar. Já percorreu países exóticos fotografando pessoas interessantes, atléticas e com diferentes experiências de vida. Assim, aprendeu a usar sua sensibilidade para captar a beleza singular de cada indivíduo. Manu realmente acredita nas fantasias que cria nos seus editoriais e vídeos de moda. Nesta edição, ela é responsável por um dos editoriais de moda feminina que apresenta a moda inverno 2015. 8. Nascido em Santiago, no Chile, CARLOS CONTRERAS atua como fotógrafo de moda no mercado editorial e publicitário desde 2007, trabalhando com as principais marcas e publicações da área. Seus trabalhos têm sido veiculados em revistas e jornais nacionais e internacionais. É colaborador assíduo dos editoriais da About Shoes e nesta edição, assina o ensaio de moda feminina que abre a revista.

9. LUCAS MARTINS DE MELLO começou a carreira como fotógrafo oficial na assessoria de imprensa da Prefeitura de Canoas e da Presidência da Câmara Federal. É fotógrafo de diversas casa noturnas e casas de espetáculo de Porto Alegre, tendo registrado shows de renome nacional e internacional. Desde 2012, vem se consolidando no mercado editorial de moda e publicidade. Na About Shoes, assina o editorial infantil de moda. 10. JOÃO HENRIQUE JONER é sócio Fundador da Vivendo Programas Experienciais, onde atua como consultor e facilitador da metodologia experiencial, apaixonado pela natureza e atividades de aventura. Natural de Novo Hamburgo, casado e com dois filhos, mora hoje em Canela-RS na Fazenda Sonho Meu, sede exclusiva para eventos corporativos. Aqui na About Shoes, escreve sobre como novas experiências podem transformar um treinamento profissional. 11. ARNO DUARTE é coach, consultor organizacional e jornalista. Adora o que faz, mas não deixa de se aventurar em peças de teatro, videoclipes, música, fotografia, meditação ou em qualquer coisa que estimule expressão e criatividade. Acredita que o sentido da vida é amar e se divide entre projetos pessoais e profissionais buscando a felicidade autêntica nas 30 horas do seu dia. Nesta edição comemorativa, traz seu texto inspirador para entrarmos 2015 com o pé direito pelo menos, mais felizes!! 12. MARINA SEIBERT CÉZAR é mestre em Moda, Cultura e Arte, doutoranda em Ciências Sociais e coordena o Grupo de Pesquisas e Tendências Comportamentais do Centro de Design da Universidade Feevale. Aqui na About, traz sua análise e visão para inspirar novas ideias na coluna Insight. Nesta edição, Marina fala sobre as mudanças que enxerga no comportamento de consumo, cada vez menos individualista e mais engajado e colaborativo.



ABOUT | DESIGN

SOFISTICADAMENTE SIMPLES A renovação e extensão do Hotel Minho – Portugal – deixou o lugar sofisticadamente simples. Nomes internacionais como Arne Jacobsen, Alvar Aalto e gigantes locais como Arménio Losa, Januário Godinho e Álvaro Siza, têm influência direta e indireta no resultado – e alguns de seus icônicos mobiliários entraram no décor. A arquitetura e a comunicação visual do hotel utilizam a castanheira – material abundante na região do Alto Minho – como material principal. O visual forte e introvertido foi desenvolvido levando em consideração cada detalhe, integrando o espaço interior/exterior e utilizando eficientemente a luz natural. O resultando são ambientes intensos, modernos, cheios de personalidade e com luminosidade e temperatura equilibradas. Estrada Nacional 13, 4920-140 Vila Nova de Cerveira – Portugal +351 251 700 245

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ARTE DE PAPEL Artista e designer Matt Shlian descreve a si mesmo como um engenheiro do papel. Seu trabalho é um pouco atípico – um híbrido entre arte e ciência – onde a dobradura manual encontra a tecnologia. O apreço do designer tanto pela geometria, quanto pelo papel definiu seu ofício, com desenhos, gravuras e esculturas que são únicos em sua concepção. Esta especialização o levou a atender clientes como Apple, Facebook, Levi’s e Sesame Street. Junto com a US National Science Foundation, trabalha ao lado de cientistas para descobrir se o origami – a arte tradicional japonesa de dobrar papel – pode fornecer uma base para a nanotecnologia tridimensional. www.facebook.com/MattShlian

LUXO, ARTESANATO, INOVAÇÃO, COLABORAÇÃO E ARTE Em comemoração ao 160º aniversário a Louis Vuitton chamou seis iconoclastas do design para criar itens fora de série para a linha Monogram – sinônimo de luxo, artesanato, inovação, colaboração e arte. Os nomes foram escolhidos por seu alto nível revolucionário. Frank Gehry, Karl Lagerfeld, Christian Louboutin, Marc Newson, Cindy Sherman e Rei Kawakubo coloraram, com total liberdade, sua essência em modelos pra lá de exclusivos. O shopping trolley de Louboutin é um dos projetos mais incríveis e sai por R$65.500,00. Cada um deles ganhou campanha e filme exclusivos. celebrating.monogram.lv


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NESTA ESTAÇÃO,

AS SUAS VENDAS ESTARÃO

NO MELHOR

MOMENTO.


ABOUT | DRINK & FOOD

REFERÊNCIA HIGH-END A capela de um antigo hospital militar virou restaurante do Michelin-star Sergio Herman e de Nick Bril – seu sous-chef no famoso Oud Sluis. O Piet Boon Studio foi responsável pelo design de interiores e styling dos espaços do The Jane, que virou referência high-end na Antuérpia – Bélgica. Um espaço contemporâneo com charme internacional onde a experiência, tanto visual quanto gastronômica, é fundamental. O estúdio optou para restaurar apenas o extremamente necessário na capela e deixar o resto como encontrou. O teto foi mantido intacto, já o altar deu lugar à cozinha que, assim como o atelier, é abraçada por panos de vidro, como em um santuário moderno. O recurso permite visão ampla para os clientes testemunharem o processo criador dos chefs e de sua equipe. The Jane é um restaurante gourmet com preços bastante democráticos. O menu almoço sai por € 55, já a degustação de 7 pratos € 70 e 8 pratos € 85 – todos incluem bebidas variadas harmonizadas com cada prato. Há uma lista de vinhos equilibrada que vai das mais novas descobertas biológicas aos clássicos de vinícolas renomadas. O restaurante acomoda até 60 pessoas no térreo e o espaço onde ficava o coro, no mezanino, agora abriga o Upper Room Bar. Este é ainda mais razoável. Seus quatorze pratos à la carte têm preços que variam de € 8 à € 18 – alguns destinados a compartilhar! thejaneantwerp.com

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DESIGN DE CALÇADOS, GESTÃO DE MARCA, TENDÊNCIAS E INTELIGÊNCIA DE MERCADO.


ABOUT | CULTURE

DIFERENÇA PELA DIFERENÇA A nova edição do incrível CR Fashion Book está circulando. O conteúdo do livro traz moda, arte e cultura, pela visão da editor-in-chief-star Carine Roitfeld – editora chefe da Revista Vogue Paris de 2001 à 2011 – e foi publicado pela Fashion Media Group LLC, editora por trás da revista Visionary. Inspirada por suas próprias experiências, o novo volume tem intenção de mostrar “novas maneiras de ser irreverente” – seja lá o que isso for. Um dado interessante é que a diferença pela diferença não terá a participação do mestre da fotografia Mario Testino por causa de seus contratos com outras publicações. Mas, a edição conta com Beyoncé, Pamela Anderson, Conchita Wurst, Gigi Hadid, North West e muito mais! www.crfashionbookshop.com

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THE NEXT BLACK Com o objetivo de antecipar as futuras necessidades de como lavar e contribuir para tornar a indústria da moda mais sustentável, The Next Black é um documentário – de 45 minutos – que explora o futuro do vestuário. O filme foi produzido pela fabricante de eletrodomésticos AEG em conjunto com a agência full-service House of Radon. Ambientalistas, designers, experts em tecnologia e pequisadores expressam suas opiniões respondendo pergutas como: O futuro será centrado em torno da roupa inteligente e novas tecnologias? Ou será que vamos encontrar a inovação dentro de métodos orgânicos e tradicionais? Busque por The Next Black - A film about the Future of Clothing em www.youtube.com

O QUE É LUXO? A nova mostra do Victorian & Albert Museum pergunta: “What is Luxury?” A exposição vai questionar ideias sobre o conceito hoje em dia, como é feito e compreendido sob diferentes aspectos – físico, essencial e cultural. Extraordinárias obras artesanais fazem parte da curadoria que se estende aos mais diversos objetos. Um vestido haute-couture da estilista Iris van Herpen, belas peças da alta relojoaria do britânico George Daniels e a fantástica luminária do Studio Drift (Fragile Future) ajudam a responder sobre o papel que o tempo, o espaço, a privacidade, o bem-estar, a inclusão social – e o acesso a recursos – e a habilidade podem determinar escolhas e aspirações. 25 abril - 27 setembro 2015 | V&A and Crafts Council Exhibition | Cromwell Road, Londres SW7 2RL


KILDARE + ETIQUETA kildare.com.br kildare.com.br/site/blog facebook: kildarecalcados twitter: @_kildare instagram: @_kildare pinterest: @kildarecalcados youtube: kildarecalcados


ABOUT | LUXURY Por Juliana Berwig

COM UM RECONHECIDO TRABALHO QUE MESCLA CORES INTENSAS E MATERIAIS NOBRES, A DESIGNER DE BOLSAS PAULA CADEMARTORI COMEMORA, JUNTO COM A ABOUT SHOES, CINCO ANOS DE UMA TRAJETÓRIA MARCADA PELA CRIATIVIDADE, COM DIREITO A UM ESPAÇO NOBRE EM ALGUMAS DAS VITRINES MAIS BADALADAS DO MUNDO. DAS PÁGINAS DA EDIÇÃO DE ESTREIA DA REVISTA AOS DIAS HOJE, A DESIGNER CONTA O QUE MUDOU EM SUA COBIÇADA MARCA, SÍMBOLO DE UMA ELEGÂNCIA SEM AFETAÇÕES.

PAULA, CINCO ANOS DEPOIS Em busca da reconhecida excelência do “made in Italy” quando o assunto é a produção artesanal de calçados e acessórios, a designer gaúcha Paula Cademartori foi procurar no país em forma de bota toda a inspiração que buscava para dar início a uma promissora carreira no mundo da moda. Dos bancos do curso de Design Industrial na Ulbra, em Canoas, no Rio Grande do Sul, para o mestrado na incensada Universidade Marangoni, em Milão, onde fez mestrado em Design de Acessórios, a estilista percorreu um caminho e tanto para chegar ao closet de algumas das fashionistas mais celebradas nos dias de hoje, como a editora de moda Anna Dello Russo, a atriz Julia Stiles e a top blogger Chiara Ferragni. Antes de lançar uma marca com o seu nome, a estilista passou pela criação da poderosa Versace e se arriscou em um projeto da Vogue Italia – o celebrado “Who’s On Next” – que selecionou 140 criadores emergentes de todo o mundo. Cada vez mais segura de seus passos em uma indústria competitiva e que prima pela qualidade do “handmade”, Paula comemora cada pequena conquista com a maturidade de quem sabe que uma marca sólida só é construída com uma receita que inclui trabalho duro e atenção aos detalhes. Depois de estampar as páginas da primeira edição da About Shoes quando sua empresa ainda engatinhava (e na época, dedicava-se a sapatos), a designer voltou-se para as bolsas, investiu com entusiasmo em modelagens diferenciadas e matérias-primas selecionadas para ganhar 160 pontos de vendas espalhados por todo o mundo. Após cinco anos de estrada, a estilista volta a contrar seu planos em mais uma entrevista exclusiva, desta vez revelando seus sonhos de abrir uma loja própria em um futuro próximo, a força do trabalho manual em sus peças e o até o desenvolvimento de uma fivela especial que virou sua marca registrada – e já copiada por outras empresas do setor – para arrematar suas criações mais famosas.

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Em 2010, a About Shoes lançava sua primeira edição e você lançava a sua primeira coleção. Nas páginas da revista, o assunto eram suas expectativas com a estreia e os planos para a nova marca. Depois de cinco anos, o que mudou em sua carreira? Nestes anos, muitas coisas mudaram! Não foi um caminho fácil, mas foi uma jornada incrível e difícil, cheia de obstáculos e também com muitos momentos de satisfação. Hoje em dia, eu tenho uma empresa sólida e uma equipe que trabalha comigo para alcançar um grande objetivo: transformar a grife Paula Cademartori em uma marca de luxo reconhecida no mundo todo. Atualmente, a coleção primavera/verão está sendo distribuída em mais de 160 pontos de vendas internacionalmente. Para o inverno,


a ideia é mostrar os lançamentos na semana de moda de Milão, na Itália. Além disso, uma nova sede do meu atelier, localizado na Borgogna 3, deve ser inaugurada em breve.

Nesse período, você criou uma marca desejável e com o título de ‘it bags’. De que forma suas peças se tornaram um ícone fashion reverenciado por celebridades como Anna Dello Russo e Chiara Ferragni? Eu acho que expressão “ícone fashion” ainda é muito grande para mim, pois ainda estou trabalhando duro para fazer mais e melhores bolsas a cada dia. Em primeiro lugar, acredito que a paixão e o desejo de realizar as coisas da melhor maneira possível me permitiu chegar até este ponto da minha carreira. O crescimento da marca também se deve, sem dúvida, ao apoio dos fornecedores italianos e a força do “made in Italy”, já que todos os meus artigos são produzidos exclusivamente no país. A atenção da imprensa e das celebridades em geral também me dão uma enorme alegria. Ao mesmo tempo, acho que o que me permitiu crescer foi não desistir diante dos obstáculos, trabalhar duro e estar sempre pensando em ir além.

De alguma maneira a Itália e o Brasil se encontram em suas criações? Com certeza a origem brasileira influencia o meu trabalho e eu acho que isso se reflete, acima de tudo, na maneira de brincar com cores e materiais. Até mesmo nas coleções de inverno é possível encontrar tons mais iluminados e misturas inesperadas. Eu acredito que ter nascido no Brasil me dá uma energia diferente e positiva para perseguir meus objetivos na Europa. Por outro lado, também tenho muito orgulho de ser metade italiana. Eu acredito fortemente no “made in Italy” e no processo artesanal que é valorizado no país. Como chegou à criação da bela fivela que é marca

registrada das suas bolsas e que representa, de forma marcante, suas criações? Quando eu ainda morava no Brasil, cheguei a trabalhar para uma marca de joias. Esta experiência me ajudou muito a desenvolver a minha própria fivela, que imediatamente se tornou uma espécide de logomarca do meu trabalho. A ideia foi criar um poderoso símbolo de elegância para mulheres que não abrem mão de acessórios artesanais da mais alta qualidade. Quem é a consumidora de sua marca? Que tipo de mulher anda com uma bolsa Paula Cademartori a tiracolo, seja na Itália, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo? Acredito que a marca está identificada com toda mulher que tem um sentido de elegância e que realmente sabe apreciar e distinguir as qualidades de um acessório que não perde o valor com o tempo. Ela não é uma vítima da moda, mas uma pessoa eclética e cosmopolita. Qual a importância do processo artesanal no seu trabalho? Ele é um dos diferenciais do produto com a sua assinatura? O “made in Italy” é uma filosofia para mim! A criação das minhas bolsas começa com uma pesquisa meticulosa de curtumes que podem refletir a qualidade da marca. Depois disso, é feito um estudo detalhado de matérias-primas e mais tarde realizamos o desenhos das formas. Na sequência, os modelos são desenvolvidos em tecido. Nesta etapa, eu tento passar o máximo de tempo possível trabalhando lado a lado com os modelistas, verdadeiros artesãos da indústria local. É muito interessante observar e entender o trabalho deles, que é executado a partir de técnicas precisas, passadas de geração em geração. É dentro desse contexto que os primeiros protótipos ganham vida. O processo é longo e eu faço todo o possível para acompanhá-lo de perto até a construção do produto final, que deve ser impecável. Como é seu processo de criação? O que inspira você no dia a dia de trabalho e na vida em geral? Eu tento trazer algo novo em cada coleção e é preciso uma longa pesquisa para encontrar sempre novos elementos. Eu sou uma pessoa muito curiosa, fascinada pela criatividade em suas mais diversos meios, especialmente arte e fotografia. Apesar de tudo, as mulheres são a minha principal fonte de inspiração. Os modelos de todas as coleções carregam nomes femininos, a maioria de mulheres que eu admiro por sua forte personalidade e estilo único. Com imagina o crescimento da marca para os próximos cinco anos? No futuro, eu vou estar mais focada em expandir a rede de vendas da marca no mundo inteiro. Além disso, em alguns anos, espero inaugurar a primeira flagship store Paula Cademartori. Este é o meu maior sonho atualmente! aboutshoes.com.br

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Tibi

Céline

Sttephanie Classic

| SCRAPS

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Consuelo Castiglioni Burberry Tches

Século XXX

Modern RETRO Di Vitrini

Céline

Um detalhe retrô que se mostra um dos mais modernos da temporada fria de 2015. Os modelos open toe ganham upgrade com aberturas menos ou mais expressivas. Popularizados na década de 1940 e, também, ícones dos anos 70/80, os calçados com frentes abertas carregam uma mensagem sofisticada e sempre o fizeram. A deixa foi dada nas coleções pre-fall. Inúmeros designers elegeram este pormenor como característica para suas propostas. Paolo Gerani, diretor criativo da italiana Iceberg, abriu a frente de suas mid boots ao máximo, deixando à mostra bem mais que um detalhe dos dedos. No mesmo período, Christopher Bailey - da Burberry - usou o próprio recurso em suas peças. Já Consuelo Castiglioni, responsável pela bossérrima Marni, também deixou os dedos - ou melhor, quase a metade dos pés - à mostra só que em sandálias flat, com solado bastante espesso - nada, nada femininas. Aliás, este é um detalhe muito pouco empregado aos homens. Nas coleções outono-inverno, os modelos open toe permaneceram na pauta dos estilistas. A sempre celebrada Phoebe Philo, da francesa Céline, abriu a frente de suas pesadíssimas flatforms (esta é outra tendência a ser levada em consideração) e chamou atenção de todos. No mesmo estilo, a Tibi, marca americana dirigida por Amy Smilovic, também formatou seus calçados. E pelo que já se sabe, o uso das frentes abertas não deve ter fim nesta temporada.


ABOUT | COMING SOON

Os desenhos florais retomam o destaque perdido no outono-inverno 2015. As principais versões da temporada quente são medianas e delicadas, mas há uma variedade grande de outras ofertas. O motivo serve a bordados, estampas, referência para pontos de crochê, padrões para rendas, aplicações...

ROMANTIC SHEER O VERÃO 2016 COMBINA UMA ESTÉTICA ROMÂNTICA COM UMA ATITUDE QUASE SEXUAL, ESTIMULADA PELO USO DAS TRANSPARÊNCIAS

Imagem reprodução: Rochas

A cartela de cores da estação é bastante interessante. Há uma variada gama de intensidades nos lançamentos que vai de opções amenas a alternativas bastante intensas. A luminosidade dos pigmentos é outro fator a ser levado em consideração. Entretanto, há um considerável uso de preto, branco – ou off white – marinho e variações nudes.

Entretanto, o verdadeiro upgrade é garantido por uma atitude que abre mão daquele acento bucólico tradicionalmente associado às flores. As transparências têm especial participação nesta tomada de postura. A mesma relacionada aos comprimentos curtos e decotes expressivos, em outros momentos.

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TRANSPARÊNCIAS X FLORES

AS TRANSPARÊNCIAS GARANTEM UMA POSTURA RENOVADA

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AOS FLORAIS DA PRIMAVERA-VERÃO 2015 | 2016

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1. Rochas | 2. Rochas | 3. Mary Katrantzou | 4. Ellery | 5. Gerome Rousseau 6. Giambattista Valli | 7. Simone Rocha | 8. Sandra Dini | 9. Loewe | 10. Grey Ant 11. Monique Lhuilier | 12. Rodarte | 13. Del Pozo | 14. Maticevski | 15. Oscar de la Renta 16. Ellie Saab | 17. Nicholas Kirkwood 11.

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Imagens: reprodução

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ABOUT | NEW SHOES

Gucci

Oferta estival

Imagem: reprodução

sandália x bota

Tom invernal: Um espectro invernal – com cores escurecidas, envelhecidas – é característico em muitas coleções e garante perfume retrô à temporada estival Summer fur: Um ponto interessante nesta primaveraverão 2015 | 2016 é a manutenção das peles como alternativa estética, inclusive em calçados e bolsas De 1970: Apesar do panorama inovador, algumas propostas lembram a estética dos anos 70. Época criativa baseado no hand made, com acento bucólico. Períodos quentes são sinônimo de sandálias – até aí nenhuma novidade – da mesma maneira que, agora, são de botas. A quantidade de sandálias é, certamente, muito maior que a de botas, mas elas são uma referência na estética da estação. A italiana Gucci não dispensou nenhum dos dois estilos. Sandálias e summer boots – com canos pelo joelho o altura midi – sucedem-se nos looks da coleção.

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ABOUT | NEW BAGS

Rag & Bone

Verão 2016: estética audaz Superfície lisa: Os materiais lisos, ou levemente texturizados, são os preferidos dos designers para suas bolsas – e, também calçados – na próxima estação quente Formas inventivas: Formatos inovadores garantem o upgrade às peças, o que confere resultado dinâmico nos looks da primavera-verão 205 | 2016 Nova bossa: Carregar as bolsa de maneira não convencional é outro ponto em questão no momento. Um detalhe que garante atitude fresca aos looks

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inovações consistentes

Imagem: reprodução

Um conjunto de fatores posiciona a moda da primavera-verão 2015 | 2016, garantindo a vitalidade perdida nas últimas temporadas. A combinação de cores, materiais, formas e, principalmente, a maneira de carregar as bolsas determina esta posição. A cross-body bag da marca americana Rag & Bone resume boa parte das exigências da temporada, tanto em termos de material, quanto forma e maneira de levar também.

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Clave de Fá

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Proenza Schouler

Louis Vuitton

Cristian Loubotin

Dumond Louis Vuitton

Os metais continuam dando o que falar, também, no outono-inverno 2015. Para aqueles que acreditavam que os pequenos adornos dariam uma trégua, a notícia é das melhores. Presentes em coleções decisivas para a moda, uma variedade de spikes, meias-bolas, rebites, cravos, ilhoses e tudo mais podem ser vistos de roupas a óculos. O estilista da marca italiana Emilio Pucci - Peter Dundas - usou em grande quantidade um mix de metais em sua coleção. Aplicados sobre uma estampa com desenho bastante elaborado, as peças ganharam outra dimensão sobre as passarelas. Ideia semelhante teve Nicolas Ghesquière, head designer da Louis Vuitton, que contudo usou ilhoses de diferentes tamanhos e acabamentos para garantir um efeito vazado a suas propostas. Por falar em ilhós, ele é uma referência para muitos estilistas nesta temporada. Já Christian Louboutin nunca parou de usar os spikes em suas criações. Apaixonado por sua forma e atitude tão transgressiva quanto chique, o designer editou e reeditou sua Mina Spike Clutch em banhos variados. Embora de maneira convencional, Hedi Slimane - responsável pelas criações da Saint Laurent -apostou na quantidade para surpreender as jovens clientes da clássica Maison. Mas, talvez o rei do spike seja mesmo Valentino ou Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli, neste caso rainha e rei - estilistas da marca. Para garantir a venda de suas bolsas e calçados, não podem faltar as pequenas pirâmides metálicas que deixaram estes acessórios mais que famosos.

Diedl Black Gold

Crisalys

Isabel Marant Cocokatrina Emilio Pucci Lillys Closet Valentino

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Cristian Loubotin

| SCRAPS


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ABOUT | POP Por Juliana Berwig

PELAS DECADENTES ESQUINAS DE LOS ANGELES, THIAGO PETHIT RETRATA UM MUNDO TORTO E CHEIO DE CONTRADIÇÕES EM UM NOVO TRABALHO, ONDE O BARULHO DE GUITARRAS SUJAS DESENHA COM PERFEIÇÃO UM UNIVERSO MARGINAL REPLETO DE AMORES IMPOSSÍVEIS E UMA BOA DOSE DE LUXÚRIA.

COM AÇÚCAR, AFETO E AFETAÇÃO “As pessoas precisam de um rockstar que ande com pressa pelas mesmas ruas que elas. Um superstar caído do céu, um anjo urbano com jeito de cowboy”. O recado – na voz do ator Joe Dallesandro, ícone dos anos 70 e inspiração para artistas como Andy Wharol e Lou Reed – serve de introdução ao terceiro álbum do paulistano Thiago Pethit, o impecável “Rock’n’Roll Sugar Darling”. De jaqueta de couro, topete parafinado e cigarro nas mãos, o cantor deixa os dias de promessa da nova música popular brasileira para trás ao se embrenhar em Hollywood, lugar que sintetiza – e muito – a estética que permeia o sucessor do aclamado “Estrela Decadente” em uma inevitável aura de perversão e angústia. A inspiração na cidade dos anjos em sua versão mais maldita, bem longe dos estúdios de cinema e das praias efervescentes, é evidente em cada verso do recente trabalho do músico, atual “queridinho” dos fashionistas. Nas fotos de divulgação do disco ou no vídeo para a canção “Romeo”, Pethit desfila por imperfeitos cenários em preto e branco e evoca as mais sutis referências cinematográficas. Como um personagem de David Lynch, o cantor é o protagonista de um punhado de teasers – um para cada música do disco – onde encarna a si mesmo debaixo de letreiros borrados em cor de rosa intenso. Um misterioso clima noir também permeia a nova fase do artista, que em breve deve estrear nas telonas como ator. Na contramão dos trabalhos anteriores, onde os instrumentos surgiam em inofensivas versões acústicas, o novo álbum se destaca pela hipnótica mistura de guitarras sujas e batidas eletrônicas. A crueza da sonoridade flerta com o submundo do punk americano dos anos 70 e suas figuras andróginas, de Iggy Pop a David Bowie. As letras – em uma rara e bem sucedida combinação entre inglês e português – divagam sobre histórias de amor tóxicas em um romantismo forjado em pontas de faca. De acordo com Pethit, a intenção é mostrar um álbum cheio de referências, com um pouco de açúcar e afeto e longe do ranço heterossexual. “É um rock afetado, safado, cretino. Eu fiz este disco pra receber garrafada desse mundo”, comenta com a ironia de quem sabe que nasceu para provocar.

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MUSO SELVAGEM Em 1972, Lou Reed convidava Joe Dallesandro – ou melhor, “Little Joe” – a dar uma volta pelo lado selvagem da vida na icônica “Take a Walk On The Wild Side”, canção símbolo do glam rock da década. Com uma beleza irretocável, o ícone – que abre álbum ”Rock’n’Roll Sugar Darling” de Thiago Pethit – foi descoberto aos 16 anos pelo fotógrafo Bob Mizer e começou sua carreira como modelo posando nu para revistas masculinas. Nos anos seguintes, passou de segurança da Factory, mítico estúdio de arte de Andy Warhol em Nova York, para o posto de estrela pop ao ganhar o papel de destaque em um dos filmes do artista. Em seguida, vieram participações marcantes em produções de diretores como Louis Malle, Serge Gainsbourg e Francis Ford Coppola. Além disso, estampou a ousada capa de “Sticky Fingers”, dos Rolling Stones, e o encarte do álbum de estreia dos Smiths. Recentemente, aos 65 anos, foi astro de uma campanha da Saint Laurent, sendo apontado pela revista Dazed & Confused como a principal inspiração para as coleções masculinas da London Fashion Week.

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ABOUT | ART

LENTES E PINCEIS PUBLICITÁRIO POR FORMAÇÃO E DIRETOR DE ARTE POR MUITO ANOS, HÁ UNS 10 ANOS FOTÓGRAFO POR PROFISSÃO E ARTISTA, DESDE SEMPRE DESENHISTA E ILUSTRADOR DE ALMA. ASSIM TEM SIDO A TRAJETÓRIA TALENTOSA DE FABIAN GLOEDEN, PROFISSIONAL MULTIPLATAFORMAS QUE SEMPRE DENOMINOU-SE UM CRIADOR DE IMAGENS. AO LONGO DA EXISTÊNCIA DA ABOUT SHOES, EM CINCO ANOS, ASSINOU A MAIORIA DAS CAPAS DE MODA FEMININA E FOI O AUTOR DE IMAGENS QUE FIZERAM A HISTÓRIA DA REVISTA. Por Cristina Pacheco

O que levou você a optar pela fotografia? Sou um ilustrador que entrou para a propaganda para ganhar dinheiro e para a fotografia para criar imagens. Você se considera um criador de imagens. O que mais lhe atrai na criação destas imagens? Sim, é o que faço. Meu mundo é visual. Coleciono estéticas e depois as misturo. Gosto de imaginar que estou contando parte de uma história em uma foto. Além da fotografia, você tem o talento do desenho e ilustração. O que lhe interessa no desenho? Quais as possibilidades que gosta de explorar? Meu pai era um incrível desenhista. Fui abastecido com muita informação, principalmente dos quadrinhos...ganhava uma revista por semana. Desenhando eu criava os meus mundos, meus personagens e , principalmente, minhas mulheres. Quais são seus ídolos? O que desperta a atenção em seus trabalhos? Mestres não faltam. Pintores como Diego Velázquez e Johannes Vermeer, desenhistas como Jean Giraud (Moebius) e Enki Bilal, fotógrafos como Steven Meisel, Nick Knight e o espanhol Eugenio Recuenco. Mas não fica por aí, só nessas categorias dá para citar mais uns trinta mestres e ainda daria par listar os cineastas e músicos... mas deixa assim.

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Seu trabalho com moda é reconhecido no mercado. Que características buscas nas suas fotos de moda? Começo com o básico: qualidade técnica. Mas o principal é que, como já disse, tento transformar a foto em uma fração de uma história sem começo nem fim. Para mim, a boa foto de moda não responde perguntas, mas cria dúvidas e instiga a curiosidade para saber quem é essa mulher, onde ela está e o que está acontecendo naquele momento. Se essas perguntas não forem respondidas é um bom sinal. O que inspira para criar? Quais são as fontes de pesquisa do seu trabalho? Pintura, arquitetura e cinema...só. Consumo imagens de moda, muito mesmo, mas nunca tive a intenção de replicá-las. Acreditamos na convergência de plataformas – quais são suas referências em outras artes (música, cinema, arquitetura...)? Xi, acho que já respondi na anterior. Mas vale ressaltar que sou apaixonado por arquitetura...acho que poderia ter sido um grande arquiteto. Qual foi seu trabalho favorito para About Shoes até aqui? Algum que gostaria de registrar? Essa é difícil. Fotografar para a revista sempre foi muito gostoso, principalmente pela liberdade de criar. Até hoje utilizo muito as fotos que fiz para a revista (até as que não foram usadas) no meu portfólio. Mas com certeza posso afirmar que tenho um carinho especial pelo primeiro ensaio que tinha aquele ar de novidade e experimentalismo. Também adoro o que fizemos para a Couromoda de 2011 em que usamos a nudez da incrível Jennifer Alves.

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ABOUT | INSIGHT

Por Marina Seibert Cezar

NA CONTRAMÃO DO PESSIMISMO QUE PARECE SENSO COMUM EM RELAÇÃO AO FUTURO DO BRASIL, PERCEBE-SE UMA VONTADE DE MUDANÇA VINDA DOS JOVENS QUE MOVIMENTAM CÍRCULOS SOCIAIS COM ATIVIDADES ENGAJADAS, ATITUDES COLABORATIVAS E MUDAM OS PADRÕES INDIVIDUALISTAS DO CONSUMO DO PASSADO.

EU AINDA ACREDITO

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e forma bastante regular, ouço que o Brasil não tem jeito, porque se tal ideia fosse implementada aqui jamais iria funcionar, que brasileiro é tudo safado e assim por diante. Pois bem. Sim, nossa moralidade é fragilizada pela falta de reciprocidade social. Sim, temos ainda pouca empatia a ponto de achar que um problema da nossa região é responsabilidade nossa também. E obviamente sim, nossos políticos são na sua maioria, ultrajantes e sinônimos de vergonha pública. Mas também é verdade que problemas não ocorrem somente na nossa pátria amada, e que há muitas coisas bacanas que valem a pena perceber. E incentivar a fazer mais. É cada vez mais visível a vontade de mudança, em especial vinda dos jovens. Já me chamaram de otimista por causa desse pensamento. Prefiro pensar que é assim que naturalmente caminha a humanidade, pois nosso ponto de saturação com as barbaridades está perto do seu limite. Na fonte principal de monitoramento de mudanças de comportamento, as mídias sociais, tenho um interesse incontrolável em saber os comentários mais curtidos sobre

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a notícia postada. E é só aguardar cerca de duas horas que aquelas inúmeras observações insensatas são abafadas pelos dois principais comentários bastante racionais e generosos. Há inúmeros sinais que possam parecer desconectados, mas na realidade todos falam sobre o bem coletivo, e o que repercute são pessoas que estão a fim de fazer a diferença. Ocorre um maior envolvimento político que ultrapassa as meras provocações online. Incentivo a produtos honestos, com preços justos e condizentes com o processo de fabricação no qual todas as etapas são humanizadas seria uma das faces dessa tendência. E aquelas que saem da linha são rapidamente divulgadas e tachadas como não amigas da sociedade. Coletivos independentes que organizam encontros para trocas de produtos que levam em conta um consumo mais sustentável também. São sempre realizados em locais abertos e sem restrição de público. Há cada vez mais jovens empreendedores propondo serviços com um viés colaborativo. Questionamentos sobre consumo excessivo e desnecessário baseado em aquisição de bens com uma vertente da cultura do participativo e do façavocê-mesmo é um outro desdobramento deste fato. Assim


como o aumento de pessoas interessadas em reivindicar que a política pública repense o transporte urbano para proporcionar uma melhor mobilidade onde não há somente o carro como meio de transporte. Tem até mesmo programas de televisão cujo intuito é adotar um espaço público e retornar para a comunidade ele revitalizado. É uma festa ao final. E sobre ocupar os espaços públicos pela ótica de quem de fato deveria estar usufruindo, o colaborativo nesse sentido busca experiências e construção de significados. Em paralelo, a área que atualmente é a bola da vez é gastronomia. Desta matemática, resulta na popularização da comida de rua, que talvez seja a melhor representação desta questão, pois abraça os principais pensamentos vigentes: ocupar os espaços públicos e a comida! Mesmo que ainda tímido aqui, esse movimento está se espalhando através dos coletivos que ocupam as ruas com eventos em que, além de brechó, música, o que não falta é comida boa, como são os parklets. Assim como os food trucks e as barracas temporárias, provando que a alimentação deve estar mais acessível em todos os seus aspectos e que credibilidade não significa seriedade. Piqueniques noturnos que incentivam o uso de parques à noite e como boa desculpa, cada um leva seu lanchinho ou compra no local e ainda arrecada doações de não perecíveis para alguma entidade, como ongs de animais e asilos. É possível também aproveitar o momento da refeição para fazêla nos lugares mais inusitados, como vagões de metrô, barcos, galpão abandonado, antigos containers e assim por diante. A proposta que já está bem estruturada em Londres consiste em o local por si só fazer parte da experiência, com direito a música e interações artísticas. Há também os chefs independentes ou que respondem por algum restaurante, e que disponibilizam seus dotes culinários na casa de seu cliente. Trata-se de aproveitar o melhor de uma refeição bem elaborada, com preço justo e em um ambiente nada pretensioso. Restaurantes ao estilo pop-ups também estão chamando a atenção. Este movimento de “gourmetização” invade outras áreas através da brincadeira com os nomes. Serviços dos mais variados estão pegando emprestados alguns termos. Hoje não é mais somente um salão de beleza que há também espaço para se depilar e faz as unhas, ou uma

Há sinais que possam parecer desconectados, mas na realidade todos falam sobre o bem coletivo, e o que repercute são pessoas que estão a fim de fazer a diferença.

cafeteria que vende entre outras coisas, brigadeiros. Ou ainda um local onde é possível pedir um hambúrguer ou meramente existir uma prateleira dos frios e congelados em um mercado. Agora são: depilaria, esmalteria, brigaderia, hamburgueria, xisteria, iogurteria. Isso inclusive possibilita empreendimentos mais especializados. O que também explica a febre dos picolés artesanais mexicanos, digo, das paleterias, que estão encantando em todos os shoppings e centro de compras. Outra massificação são as opções de cervejas artesanais. Sem contar a quantidade de programas de televisão com este tema, sejam reality shows, apresentação de receitas, entrevistas sendo realizadas enquanto cozinham etc. Sedentos por algo que traga significado, as pessoas querem se apropriar de suas cidades e compartilhar com outras a sensação de pertencimento. Elas querem fazer parte de algo maior, e nesta época ocorre uma infinidade de concursos (de sindicados, centros comerciais, lojas etc) baseados na compra feita, que são ainda fundamentados em valores individualistas. Já foi o tempo de, por exemplo, dar um carro como prêmio em algum evento, pois isso vai na contramão do que as pessoas mais antenadas querem e se orientam para manifestar seus hábitos de consumo. É necessário não pensar mais em um único indivíduo, mas no coletivo. Em eventos abertos e gratuitos, é visível: as pessoas participam. Basta proporcionar. Porém, poucas empresas já entendem isso como um investimento – tanto para a publicidade da empresa como sendo amiga da cidade, como para o próprio espaço e convívio dos cidadãos. Há uma infinidade de encontros que os próprios moradores fazem, com troca de mercadorias, música ao vivo, comida, doações, feiras livres, reivindicações pacíficas para garantir a memória dos patrimônios como prédios antigos ou simplesmente com o propósito de curtir um bom papo. Imaginem uma empresa proporcionar essa base? #ficaadica

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ABOUT | FOCUS ON

NATUREZA INTERPRETADA

A NATUREZA TEM SIDO INTERPRETADA DE INÚMERAS MANEIRAS NA MODA. CONSUELO CASTIGLIONI, DA CELEBRADA MARCA ITALIANA MARNI, TEM UMA VISÃO ARTESANALMENTE LUXUOSA DO ASSUNTO. A COLEÇÃO OUTONO-INVERNO 2015 FOI BASEADA NO FOLK, COM EXECUÇÃO COUTURE E ACENTO ESPORTIVO, ALIADOS A UM SAVOIR FAIRE, TIPICAMENTE, ITALIANO. O RECIOSO CASACO DE FORMAS MINIMALISTAS RICAMENDE DECORADO COM PENAS DÁ UMA MOSTRA DA RELAÇÃO DA DESIGNER COM O ESPAÇO NATURAL. 034

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GREY DELUXE

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O COME BACK MAIS SOFISTICADO DA TEMPORADA FRIA. CINZAS GARANTEM TODA MODERNIDADE DO PEÍODO.

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1. Christian Louboutin | 2. Jorge Bischoff | 3. Piccadilly | 4. Chanel | 5. Marni | 6.I Love Flats| 7. Linea Bella 8. Zatz | 9. Ramarim | 10. Fendi | 11. Werner | 12. Bottero | 13. Aphrodite | 14. Marc by Marc Jacobs | 15. Esdra

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ABOUT | EXHIBITION

LOUCURA ESTÉTICA DE 11 DE MARÇO A 14 DE JUNHO, O MUSEÉ DE ARTS DECORATIFS DE PARIS REVERENCIA A ARTE DE PIERO FORNASETTI, UM ARTISTA VISIONÁRIO QUE MARCOU SUA TRAJETÓRIA PELOS TRABALHOS NOS MAIS DIVERSOS SUPORTES.

Apresentada na nave principal do Museu de Artes Decorativas de Paris, que integra o complexo do Louvre, a exposição “Piero Fornasetti: Loucura Prática” revela uma retrospectiva incrível por mais de mil peças do artista. Fornasetti, que foi tanto pintor como impressor, decorador e editor, colecionador e marchand, ficou célebre por criar obras repletas de poesia e fantasia, ilusões trompe-l’oeil, paisagens metafísicas, rostos enigmáticos e figuras lunares. Antes que se cunhasse o termo “multiplataforma", ele já transitava com sua arte em lenços, móveis, pratos, paredes, luminárias, capas de revistas, cartazes, bandejas e, em colaboração com o arquiteto Gio Ponti, decorou casas particulares, navios de cruzeiro, palácios e cassinos. Autodidata, até tentou estudar - contrariando seu pai - na Academia Brera em 1930, de onde foi expulso dois anos depois por indisciplina. Mergulhou no conhecimento dos livros e

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desenvolveu talento em desenho e litografia. Seu virtuosismo lhe permitia trabalhar em todos os tipos de substratos: papel, cerâmica, vidro, cobre, têxteis. Sua obra mais famosa é a série de placas e pratos com a face redonda da soprano lírica Lina Cavalieri. Há nada menos que trezenos e cinquenta versões. Com linhas simples, limpas de modernismo do tempo, Piero Fornasetti injeta, tão indiferente aos dogmas do design atual, golpes de imaginação e humor, sonhos e jogos de ilusão. O artista, que viveu entre 1913 e 1988, não viu limites para sua arte ao criar um universo de referências e linguagens, que ainda hoje inspira designers de todo o mundo. Seu trabalho segue, atualmente, pelas mãos do filho Barnaba Fornasetti. Museu de Artes Decorativas 107, rue de Rivoli - 75001 Paris Telefone: +33 01 44 55 57 50 Entrada: preço total: 11 € | Redução de preço: 8,50 €


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LIGHT SHADES

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A SELEÇÃO DE CORES CLARAS É ALTERNATIVA MEGA CHIQUE NOS LOOKS DO OUTONO-INVERNO 2015 1. Niege – Adriane Galisteu | 2. Loucos e Santos | 3. Hasina | 4. Alberta Ferretti | 5. Crisalys | 6. Esdra | 7. Mouton Coullet 8. Studio Acesso | 9. Marc by Marc Jacobs | 10. Hermès | 11. Zatz | 12. Bebecê | 13. Usaflex | 14. Tory Burch

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ABOUT | COMUNICAÇÃO

FALA QUE EU TE ESCUTO! QUEM NÃO SE COMUNICA SE TRUMBICA? MAS O FLUXO DE INFORMAÇÕES EM ALGUNS AMBIENTES E SITUAÇÕES PODE NÃO SER MUITO SIMPLES. NO ENTANTO, EM QUALQUER ORGANIZAÇÃO, COMUNICAÇÃO É FUNDAMENTAL - PARA A SAÚDE DO NEGÓCIO E TAMBÉM DA MARCA.

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Por Luciane Bohrer

uando falamos, as palavras são cheias de intenções, crenças e significados. Tudo muito pessoal, muito singular e específico para quem comunica, seja em forma de opinião, de dúvida, ou de argumento. Quando escutamos, traduzimos as palavras dentro das nossas limitações cognitivas, afetivas e morais, com os caprichos do nosso ego e com interpretações, muitas vezes, fora da perspectiva do emissor. E assim caminha a humanidade. Sinceramente, não sei como ainda estamos de pé. Como conseguimos? Como ultrapassamos as barreiras do outro para nos relacionar? Acho que é por pura teimosia. Quase pirraça. Queremos nos conectar. Precisamos estar juntos. Queremos revelar quem somos e descobrir quem é o outro. Mas em uma empresa, feita de setores, de hierarquias e concorrência, essa vontade de agregar os colegas e de unir processos pode ficar em segundo plano. Isso acontece porque a comunicação ocorre em diferentes dimensões. De forma holística, pela própria empresa, de forma mais específica pelos gestores, depois pelas equipes de trabalho e, por fim, pelo indivíduo. A comunicação precisa ser vista - por emissores e receptores – com legitimidade, com capacidade de alinhamento à estratégia, com visão sistêmica, com mobilização dos colaboradores, com disposição de valorização do fator humano e com coerência entre teoria e prática.

O trabalho que deve ser feito para que essa realidade se instale nas nossas empresas é árduo, complexo e contínuo. É preciso reconhecer quem somos em todos os níveis e tornar a comunicação um propósito unânime. E como numa boa discussão, é preciso ouvir os argumentos contrários aos seus com humildade e ter empatia pela situação do outro. Aí entra o tal do endomarketing. Uma prática necessária para focar em processos, para manter a transparência, gerar integração, evidenciar a meritocracia e aproximar líderes de liderados. Considerar a realidade dos setores é o primeiro passo para disseminar a cultura da organização e instalar o jeito de ser e de fazer da sua empresa. Está enganado quem pensa que somente o setor de marketing comunica alguma coisa a alguém. Uma marca evidencia seu discurso no seu cotidiano e reflete estratégias em todas as etapas de produção, ou de entrega de serviço. É como essa revista nas suas mãos. Determinada e contemporânea, tem a audácia de desafiar as instáveis leis da interpretação de texto e publicar páginas e páginas de palavras que ficarão à mercê da compreensão do leitor.Em cada linha, cada imagem, cada artigo, ela mostra um pedacinho da sua cultura, dos seus processos, das suas crenças como organização. E aí está você, absorvendo (do seu jeito) o universo que a About Shoes tem trazido para o mercado em 5 anos de exposição direta, sincera, nua e crua de diversão e arte.Viva a coragem de se expor, de observar e de mudar. E, acima de tudo, viva a coragem de comunicar!

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SOME GREENS OS VERDES DA ESTAÇÃO ASSUMEM TONALIDADES BASTANTE INVERNAIS: MUSGO, MATE, OLIVA E GREEN BLUE... 1. Linea Bella | 2. Cecconello | 3. Esdra | 4. I Love Flats | 5. Lilly’s Closet | 6. Zatz | 7. Biondini | 8. Eddie Borgo | 9.Surpie Marie 10. Narciso Rodrigues | 11. Proenza Schouler | 12. Vestígios | 13. Marc by Marc Jacobs | 14. Tches | 15. Divvina

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PURPLE RAIN 8.

EM DESTAQUE HÁ ALGUMAS TEMPORADAS OS PÚRPURAS PERMANECEM SEDUZINDO DESIGNERS E PÚBLICO. 1. Aphrodite | 2. Mari Madá | 3. Via Marte | 4. Oscar de la Renta | 5. Werner | 6. Studio Acesso | 7. Dumond 8. Comme des Garçon | 9.Daniela Villegas | 10. Divvina | 11. Kotur | 12. Valentina | 13. Rafitthy | 14. Usaflex | 15.Miúcha

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ABOUT | DESIGN

Por Cristina Pacheco

MARCA SÓ EXISTE COM REPUTAÇÃO E TUDO O QUE ELA FAZ, APARECE. “NÃO EXISTEM MAIS BASTIDORES”, REVELA VALPÍRIO MONTEIRO.

DESIGN PARA EMOCIONAR Imagine um jovem de alma vibrante em busca de mudar o mundo. Com talento para a criação e o design, cursou arquitetura, viveu experiências com os índios na Amazônia como técnico da Funai, especializou-se em desenho industrial e os caminhos de sua vida o trouxeram hoje ao posto de diretor institucional do Gad, uma agência que é referência em design - seja de ambientação, ponto de venda, produto ou marcas. A construção de marca, por sinal, é hoje uma das predileções de Valpírio Gianni Monteiro, autor de trabalhos reconhecidos e que habitam diariamente nosso cotidiano. Para essa edição de aniversário, Valpírio concedeu esta entrevista à About Shoes, em que fala de seu trabalho, suas inspirações, exigências do consumidor e posicionamento de marcas. E nos brindou com uma incrível e rica capa especial para a revista.

muito de uma cadeira, que chamava Plástica I e II, com estrutura pedagógica e fundamentos do grande Bruno Munari. Nesse momento, nasce a minha preferência por design e processos de design, com a metodologia e a técnica projetual do curso de arquitetura. Sempre trabalhei na borda, no limite da metodologia do curso de arquitetura, combinando com certas práticas do design, não estabelecidas, mas em construção.

Na sua história, tem uma passagem como técnico indigenista da Funai. Como esta experiência repercutiu na sua vida? Tive a oportunidade de conviver com culturas de relações e interações simples, com desejos e expectativas mínimos, mas com uma herança forte. Trabalhei um ano em aldeias indígenas, sendo o líder e representante do governo brasileiro nessas comunidades, na qual a preservação da cultura local era a razão básica da minha atividade. Sem fazer juízo de valor, esse choque cultural construiu em mim uma visão sobre o ecletismo das representações simbólicas de aspiração e desejo, entre o simples e o complexo, que utilizei fortemente nas práticas do design.

Você é uma pessoa com formação heterogênea. Como a arquitetura colaborou para sua visão do design? Quando comecei a trabalhar com Design, não havia curso especializado e, no Rio Grande do Sul, havia somente um curso de Arquitetura, aquele clássico da Universidade Federal. Minha inspiração era a ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial) no Rio de Janeiro, e uma escola Qual é a relação entre design de de arquitetura que havia em Barra do Piraí, ambientes, objetos ou marcas? Existe algo estado do Rio. Logo em seguida foi formado em comum nestas áreas? o curso na Unisinos, no qual entrei. Gostava Certamente. A metodologia, o modo de

reconhecer o problema para desenvolver a proposta de projeto, a estratégia para o enfrentamento e definição das várias hipóteses, as perguntas formuladas, são práticas que um profissional de design deve dominar, seja designer de ambiente, de produto/serviço ou gráfico.

O que mais lhe atrai como brand builder? Quais são os principais valores que uma marca hoje deve preservar? Até algumas décadas atrás, a construção da marca se dava através da produção - e, para nós gaúchos, é uma questão muito familiar pois vem das nossas origens de povos imigrantes - a força do trabalho. A qualidade e quantidade do que produzíamos determinava a força da nossa marca. Mais tarde entrou em cena o marketing - construir e gerar valor para a marca através de uma estratégia de mercado combinada com os aspectos intangíveis de uma marca. Hoje precisamos, antes de tudo, criar reputação. Tudo que uma marca faz ou diz, aparece. Não temos mais bastidores. Uma marca se constrói e se consolida através da contrução da sua reputação. E depende diretamente de um aspecto sutil e associado à cultura na qual vivemos - o comportamento das pessoas. A reputação é construída através do comportamento. Hoje o Brand Builder tem que ter isto em mente, além de todos os aspectos visuais, estratégicos e emocionais ligados diretamente à marca, que é responsável em construir. aboutshoes.com.br

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Você coordena a publicação sobre design do GAD. Quais são suas pautas favoritas na publicação? Nossa publicação, a D2B Magazine, nasceu com o propósito de fazer uma reflexão sobre design, comunicação, arquitetura, inovação e, construindo o amálgama, estratégia de marca. Não queríamos que fosse somente uma Newsletter ou um Portfólio do GAD’. Então decidimos convidar grandes articulistas, pensadores e profissionais dessas áreas para contribuirem com matérias para a Revista. Assim nasceu a D2B Magazine, cuja origem remonta à primeira newsletter que fizemos em 1996. Quando estamos organizando a pauta, o que mais aprecio é descobrir o que se está fazendo de mais interessante nos temas abordados pela revista. Escolhemos os convidados e, invariavelmente, a colaboração desses convidados surge da forma mais espontânea e generosa que possamos imaginar. Isso me empolga muito. Sua atuação rompeu fronteiras e você tem prêmios e participações internacionais super relevantes. Qual é sua visão do design mundial? Sempre corremos atrás do design mundial como o cachorro corre atrás do rabo. Víamos o rabo como objetivo, mas inalcançável. Era a nossa utopia. Hoje, sim, temos o design desenvolvido fora do Brasil, mas também temos o design brasileiro que assume cada vez mais importância e relevância no cenário mundial. Temos identidade e linguagem, sem precisarmos nos curvar. Certamente existem áreas de produção de design ainda muito importantes - Alemanha, Inglaterra, Japão, Holanda, tradicionalmente a Itália, Estados Unidos. Canadá, México, China, Argentina. E existe o design feito no Brasil, que assumiu, nos últimos anos, uma importância que nos admira positivamente, comprovado nas nas edições recentes dos grandes festivais internacionais de design, como Cannes Lions, IF Design Awards, London Awards, New York Festivals, IDEA Internacional, Wave Festival, com ótima performance do Brasil. Quais suas referências para a criação? Quem 044

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você admira em arte, arquitetura, música, cinema? Eu poderia juntar artes plásticas com design, pois foram atividades que sempre me deram grandes referências no mesmo tom Herb Luballin, nos anos 70, foi uma grande inspiração em tipografia. Aloysio Magalhães, grande designer brasileiro, exemplo de comportamento quanto às políticas públicas de cultura e design. Joseph Muller Brockmann, que foi um mestre dos meus primeiros projetos de design. Bruno Munari, “Das coisas nascem coisas”, fundamental para minha formação. Malevitch, do suprematismo russo; Jeff Koons, pela troca de referências e significado das coisas, Andy Warhol, Keith Haring, Yves Klein. Como arquitetos, minhas grandes referências são Alvar Aalto, Mies Van der Rohe, Frank Lloyd Wright, Calatrava, Daniel Libeskind e Frank Gehry. Música gosto de Rock, Blues e, dos clássicos, Mozart. Cinema adoro Tarantino, Ridley Scott e Wes Anderson. Mas vejo tudo que for possível. Música e cinema são grandes fontes de inspiração para o repertório do designer. É possível globalizar o design? Marcas podem surgir localmente e expandir sem perder a essência? Sem dúvida. Uma marca pode manter suas características essenciais, seus valores, mas construir elementos de linguagem e de verbalização que tenham a ver com o local que precisam se relacionar. Quando criamos a marca Claro, de telefonia móvel, nunca imaginaríamos que ela assumiria uma posição de liderança em toda a América Latina. Construimos conceito, definimos valores, criamos linguagem para que ela assumisse seu espaço no Brasil. Aos poucos ela foi entrando na América Latina, com pequenas e singelas modificações, e hoje ela é lider em vários países de língua hispânica. Você acredita que marcas constroem relacionamentos com os consumidores? Isso é possível apenas ao longo do tempo ou pode ser fomentado por boas estratégias? O principal propósito das marcas é construir relacionamento com os diferentes públicos. A marca tem que traduzir uma visão

do negócio e o negócio entrega uma promessa e uma experiência de marca. A marca cria valor para todos os públicos, deve ter uma forma única de se relacionar e se expressar, deve ter reconhecimento, ser admirada, desejada e, acima de tudo, ter o poder de engajar as pessoas através da construção da reputação. E isso tem que ser feito dia a dia, todos os dias, em todos elementos e pontos de contato, por todas as pessoas que se envolvem com ela.

Existem marcas de moda brasileiras bem construídas? O que deveriam fazer para melhorar seu posicionamento junto ao público? Não sou especialista em marcas de moda, sou consumidor. As que mais me chamam a atenção são a Osklen, pelo propósito que tem associado à sua marca, e a Herchcovitch, pela vanguarda. Do segmento calçadista, posso citar Havaianas, construída principalmente através da Comunicação, e da Melissa, construída através do Design. Mais que uma marca, o que tem valor nesse segmento é ter o espírito brasileiro, a cordialidade, a simpatia, a cor e a linguagem de proximidade. Construindo um propósito claro e objetivo, aliado à nossa cordialidade, naturalmente conseguiremos consolidar um posicionamento marcante e com personalidade junto aos diversos públicos. Qual trabalho você mais tem orgulho de ter realizado? E o que ainda sonha em fazer? Faz mais de 30 anos que trabalho com marcas, seja através do design ou da comunicação. Acredito que fiz trabalhos relevantes para Gerdau, CPFL Energia, Unisinos, EMS Indústria Farmacêutica, Fleury Medicina Diagnóstica, Vivo, Cielo, mas o que mais me deu prazer e que mais me desafiou foi desenvolver a marca da Claro. Foi um projeto que teve uma dimensão que extrapolou minhas expectativas e que nos deu reconhecimento nacional. Também sonho em consolidar nossa publicação, tornando-a uma referência internacional e trabalhar com geração de conteúdo e desenvolvimento de novos produtos relacionados à gestão das marcas.

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Top Sacada


CUTTING EDGE

Por Carlos Contreras

Top Calvin Klein, jaqueta e saia I贸dice. Bota Jorge Bischoff


Top Forum, calรงa Calvin Klein e ankle boot Luxfor


Casaco I贸dice, cal莽a Sacada e open toe boot Werner


Casaco Desigual, vestido Calvin Klein e open boot StĂŠphanie



Top Forum, saia Calvin Kllein, sandália Bebecê e bolsa Macadâmia


Casaco Clavin Klein, top I贸dice, saia Desigual e cal莽ado Zeket


Fotografia: Carlos Contreras | Assistente: Lucas Martins de Mello | Tratamento: Carlos Contreras | Make up: Andre Guerrero Hair: Rodolfo Coronel (Thippos Ale Karam) | Modelo: Nicolle Schneider – Super Models | Styling: Julio Rossi

Casaco Iódice, top e saia Sacada. Calçado Anzetutto


Blazer Calvin Klein, top e saia Sacada. Boot Cecconello e bolsa Niege - Adriane Galisteu


ABOUT | ARQUITETURA

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MI CASA, SU CASA COM INSPIRAÇÃO NO ACONCHEGO DO LAR E NAS MOBÍLIAS CHEIAS DE RECORDAÇÕES FAMILIARES, LOJAS DE ALGUMAS DAS MARCAS MAIS DESEJADAS DO MUNDO APOSTAM EM ESPAÇOS EXCLUSIVOS E ENVOLTOS EM UMA DELICADA AURA DE REQUINTE. Por Juliana Berwig

Um livro deixado sobre a estante, um casaco sobre o sofá ou uma xícara de chá apoiada sobre um balcão... Na sutileza de detalhes que remetem às melhores lembranças da vida doméstica, muitos estilistas cultuados estão investindo em ambientes que mais parecem uma sala de estar, com direito a roupas espalhadas pelos cantos e outros detalhes que não passam despercebidos aos olhares mais sensíveis. Para evidenciar a exclusividade dos produtos em exposição, os cenários apostam em elementos com um refinado toque pessoal para estabelecer uma conexão mais imediata com quem se sente intimidado pelo excesso de vidros, metais e toda a impessoalidade dos pontos de vendas tradicionais. Com a intenção de deixar a atmosfera com um calculado ar acolhedor, as marcas recrutam arquitetos e cenógrafos e não deixam de fora o estilo pessoal de seus próprios criadores.

Ao passar em frente a um antigo prédio com vista para o rio Sena, em Paris, muitos transeuntes apressados jamais imaginariam que o local abriga uma das lojas mais sofisticadas da capital francesa. No número 7 do Quai Malaquais, Dries Van Noten montou um espaço único onde o mais desavisado dos consumidores pode acreditar que está em uma bela e aconchegante casa, repleta das mais doces memórias de seu dono. Pela loja do designer de origem belga, uma miscelânea de objetos decorativos e cobiçados vestidos e acessórios exclusivos dão o tom, favorecendo um clima descontraído e propício a compras regadas por conversas descompromissadas e goles de café. O requinte fica por conta de uma mesa da época de Napoleão, uma pintura de Marc Mendelson, almofadas de veludo dos anos 20 e cortinas de um intenso amarelo. “Decorei a loja como se fosse a minha

casa. Para mim, é muito importante que as roupas estejam dentro do contexto correto”, declara Van Noten, conhecido por pensar seus espaços com meticulosa afetação. O gosto pelo conceito foi tanto que, na mesma rua, apenas alguns metros à frente, o belga abriu seu segundo ponto de venda na cidade, desta vez dedicado ao público masculino. Com a mesma proposta, o local – que ocupa o lugar de uma antiga galeria de arte primitiva – preza por uma decoração executada para fazer o visitante se sentir em uma autêntica residência francesa. Em ambos os espaços, o estilista contou com a ajuda de Geert Voorjans, conceituado designer de interiores. “As empresas estão lentamente começando a perceber que ambientes menores são mais personalizados. Estamos todos cansados de caixas brancas e cheias de holofotes”, destaca o especialista em morar bem.

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RIQUEZA DE ELEMENTOS A intenção de criar uma sutil intimidade com os clientes também é visível em uma das mais celebradas lojas da criadora americana Tory Burch. Em meio à obra em seu próprio apartamento, a estilista decidiu investir em uma loja com ares domésticos – mas nem por isso menos luxuosa – em pleno coração de Nova York. Durante uma de suas conversas com o arquiteto Daniel Romualdez, ficou claro que a ambientação do ponto de venda seria uma extensão de seu próprio lar, com amplas janelas no lugar de vitrines. As luminárias imponentes, assim como cortinas

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pesadas e objetos de arte pelos cantos dão o tom de cada um dos cinco andares do espaço. Até mesmo uma deliciosa varanda com ares de jardim de inverno chama a atenção no elaborado projeto, que encanta pela riqueza de elementos e pelo cuidado com os detalhes. Em seus pontos de venda em outras partes do mundo, o estilo se repete, mas com diferentes nuances estéticas pensadas para cada público, de Seul a Londres. Na cobiçada região dos Hamptons – situada no litoral da costa leste americana – a regra é a mesma, mas com a visível intenção de

fazer com que o consumidor sonhe com o mais perfeito recanto de férias. “O espaço foi projetado para fazer as pessoas imaginarem como seria a casa de praia dos seus sonhos”, comenta Tory. Apesar do esforço em não exaltar o tradicional mobiliário de uma loja, as peças ganham destaque em delicadas araras metálicas embutidas nas paredes em tons de verde escuro ou adornadas por papeis de parede florais. Em alguns cômodos, roupas e acessórios repousam em móveis espelhados ou em tons de laranja, cor símbolo da grife feminina.


LIFESTYLE CARIOCA Na beira da calçada, sem qualquer interferência visual e muito menos opressivas vitrines, um espaço não passa despercebido por quem caminha pelo mais famoso bairro do Rio Janeiro. Em uma área de 320 metros quadrados na Rua Garcia D’Ávila, a Grendene convida os clientes a não se importar com a areia nos pés e sentar no sofá da Casa Ipanema sem cerimônias. O local – que comercializa produtos da marca homônima – sintetiza todo o conceito da marca, conhecida por seus chinelos de borracha imbuídos pelo lifestyle carioca em sua essência. Para conceber o aconchego planejado do espaço – assinado pelo festejado escritório Pascali Semerdjian – o investimento da empresa foi de cerca de R$ 5 milhões, entre o desenvolvimento do conceito e suas instalações.

Muito além de ser uma plataforma para mostrar ao mundo o universo colorido da grife, a loja tem um objetivo audacioso: retratar a casa de um típico morador de Ipanema. Para dar veracidade à ambientação, o espaço conta com objetos de personagens marcantes do bairro, como Isabel Jobim, Diana Couto e Roberta Figueiredo. De acordo com os idealizadores, a proposta é conferir personalidade ao lugar que, além de reunir os lançamentos de cada temporada, ainda oferece uma andar inteiro para customização de produtos e uma área para exposições. O jeito irreverente de “receber” as visitas é tanto que até mesmo palestras e cursos para grupos pequenos são realizadas no local. Além disso, peças de vestuário selecionadas de marcas de beachwear compõem o visual do “lar”.

“A construção de marcas que tenham uma relação privilegiada com os clientes é um processo longo e cumulativo e ‘morar’ nas proximidades do consumidor, que é icônico para a mesma, é fundamental para entendê-lo e melhorar o relacionamento”, observa Francisco Schmitt, um dos diretores da Grendene. O executivo destaca que a grife Ipanema foi concebida pela calçadista há 14 anos, inspirada na atmosfera alegre e irreverente do bairro carioca de mesmo nome. “Nossa proposta de valor é apoiada em um portfólio de marcas muito fortes, construídas ao longo dos anos com iniciativas como essa. Uma marca forte tem que conviver com os seus consumidores, trocar experiências e vivências para melhor atender suas expectativas”, afirma.

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ABOUT | REPORT

Por Juliana Berwig

DE APELO SUSTENTÁVEL E COM A MISSÃO DE AFASTAR CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA MISÉRIA, ENTIDADE GAÚCHA PRODUZ TÊNIS VULCANIZADOS DE APELO FASHIONISTA

VILLAGET: MODA E ATITUDE (DE VERDADE)

No meio da poeira das ruas de chão batido de uma das vilas mais pobres de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, uma marca com a bandeira da inclusão social chama a atenção de quem busca produtos diferenciados e com uma bela história para contar. Em atuação há 13 anos, a Villaget é muito mais do que uma simples fábrica de calçados: é uma escola de sapateiros. Com design inovador e utilizando materiais alternativos, os produtos com a etiqueta – que ganham vitrines de lojas descoladas Brasil afora – são produzidos por jovens em situação de vulnerabilidade, a maioria adolescentes da Vila Getúlio Vargas que buscam no projeto uma forma de mudar de vida e ainda encontrar uma profissão com um mercado aquecido na região.

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Além de incentivar o empreendedorismo de seus participantes, a iniciativa ainda chama a atenção para a sustentabilidade com a escolha de matérias-primas diferenciadas. Do início a partir de doações de um grupo de voluntários preocupados com a realidade de uma das regiões mais violentas da cidade para uma unidade fabril que produz sapatos vulcanizados para públicos exigentes, a trajetória da Villaget merece a atenção do setor calçadista. “Depois de um tempo de atuação, percebemos que apenas a assistência social, com a entrega de roupas e donativos em geral, não iria trazer uma transformação social na vida destes jovens. Era preciso produzir uma chance de inclusão social e


oferecer uma capacitação profissional para que cada um conseguisse ser protagonista de seu próprio futuro”, destaca o coordenador do projeto, o designer e sociólogo Mario Pereira. Através da iniciativa, os envolvidos aprendem todo o processo de fabricação de calçados, do corte e costura a montagem do produto. Para incentivar os estudos da garotada, a iniciativa não aceita meninos e meninas fora da escola. Com a ajuda das redes de ensino locais, a entidade busca identificar os jovens em situação de vulnerabilidade social e ainda convoca seus participantes atuais a

compartilhar a bem sucedida experiência na fábrica com os prováveis novos alunos. Depois de aprender o ofício, os beneficiados podem fazer parte de uma cooperativa montada por jovens que já deixaram o Villaget. “Para nós, a moda não é o ‘fim’, mas o ‘meio’ de alcançarmos uma transformação para a vida destas pessoas. Através desta ação, promovemos a inclusão social e o protagonismo juvenil. O empreendedorismo social é o nosso foco e, acreditem, nossos produtos representam sonhos, apesar de entregarmos tênis, mochilas e acessórios”, afirma Mario.

PRODUÇÃO ALTERNATIVA Como forma de atrair a molecada – e ainda se diferenciar no mercado – a Villaget aposta na confecção de artigos de apelo esportivo. Na visão do designer, a proposta casual conquista os jovens a partir do que eles desejam e estão acostumados a usar no dia a dia. Os calçados com a etiqueta são todos vulcanizados e valorizam uma estética vintage em dia com as tendências do mercado. Além disso, utilizam matérias-primas recicladas, entre couro e laminado sintético. Para 2015, a marca decidiu não mais utilizar peças de origem animal e se prepara para uma coleção denominada de “vegana”. Os produtos chegam ao consumidor final com valores entre R$ 80 e R$ 140 e podem se encontrados em metrópoles como Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Para esta temporada quente, a ONG coloca em prática um projeto ambicioso: uma loja temporária própria em Itapema, no litoral catarinense.

Apesar do DNA “ecosocial”, a entidade afirma que o conceito é amplo e merece ser aproximado da realidade dos envolvidos. “Acreditamos que sustentabilidade também é entender que vivemos em um país onde existe uma dívida social muito grande e que a poucos quilômetros da nossa casa vivem pessoas que não têm saneamento básico e nem moradia decente. A Villaget acha que o mundo da moda pode contribuir para que as mudanças aconteçam. O novo consumidor espera que as marcas tenham mais alma, sejam mais colaborativas e com uma visão integral do mundo”, defende o designer. Atualmente, além de produzir boa parte dos artigos em uma sede própria, o projeto conta com fábricas parceiras que tem interesse em agregar valor social a sua cadeia produtiva. “A partir do comércio justo, todos ganham: as empresas, os colaboradores e a sociedade”, finaliza Mario.

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Camisa I贸dice e blazer Sacada


JOURNÉE BOHÈME

Por Manoela d'A lmeida

Top Iódice, calça Sacada, bolsa Emme e bota Cristófoli


Top Iódice, flair Sacada, purse Rafitthy e d’orsay Levine


Look Lucidez e open toe Cecconello


Vestido Lucidez e bota Bottero



Top I贸dice, saia Lucidez e ankle boot Esdra


Look Lucidez e bolsa Rafitthy


Top Botswana, calça Lucidez, mochila Cristófoli e bota Anzetutto Fotografia: Manoela D’Almeida | Modelo: Letícia Cardinal - Joy Model Management | Styling: Júlio Rossi | Beauty: Daniele Wickert | Tratamento de imagem: Carlo Barros | Locação: Associação Cultural Vila Flores | Agradecimentos: Showroom Maria Helena


Top Sacada, saia I贸dice, bolsa Crist贸foli e open boot St茅phanie


ABOUT | ANNIVERSARY

ABOUT SHOES FAZ ANIVERSÁRIO E GANHA O CARINHO DE PARCEIROS, CLIENTES, LEITORES E AMIGOS!

CINCO ANOS DE RECONHECIMENTO

"A revista About Shoes com o seu foco diferenciado de estilo, visual gráfico aprimorado e editoriais belíssimos surgiu há 5 anos como um furacão inovador e que a cada edição só faz engrandecer o nosso setor calçadista e a moda brasileira. Parabéns pelo trabalho primoroso e que se repitam muitas comemorações mais."

Werner Muller Junior Presidente do Sindicato da Indústria de Calçados, Componentes Para Calçados de Três Coroas

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"NESTES CINCO ANOS, A ABOUT SHOES CONQUISTOU A SIMPATIA E CONFIANÇA DO PÚBLICO GRAÇAS A UM ESTILO PRÓPRIO, UMA ABORDAGEM EDITORIAL DIFERENCIADA E MUITA CRIATIVIDADE EM SEU LAYOUT. E ESTA É A RAZÃO DE SEU SUCESSO. CADA VEZ MAIS O MERCADO PRECISA MOSTRAR SUAS NOVIDADES E LANÇAMENTOS, E A MÍDIA IMPRESSA REPRESENTA UMA EXCELENTE FERRAMENTA PARA TRANSMITIR A MENSAGEM DESEJADA AO CONSUMIDOR. PARABÉNS À TODA A EQUIPE E QUE VÁRIAS OUTRAS DATAS MARCANTES POSSAM SER COMEMORADAS COM O DEVIDO RECONHECIMENTO."

“Acompanho a About Shoes desde o início deste projeto e, ao longo desses cinco anos, percebo seu compromisso com a proposta inicial da revista - um sonho de jovens profissionais - e sua parceria com o mercado calçadista. Temos o privilégio de estar presentes sempre em suas páginas com produtos Jorge Bischoff e Loucos & Santos, recebendo a ênfase e o carinho dessa equipe editorial. Parabéns à About Shoes pelo seu papel responsável de associação do sapato ao âmbito da moda, e pelo incentivo e fortalecimento do setor, expondo em evidência as marcas nacionais que prezam pelo desenvolvimento de produtos que colocam a indústria brasileira no merecido lugar de destaque.”

Jorge Bischoff Designer

“A ABOUT SHOES FOI UMA GRATA SURPRESA PARA O SETOR CALÇADISTA. FALAR DE MODA E INOVAÇÃO, FAZENDO UM MIX DE REVISTA ESPECIALIZADA COM REVISTA DE MODA. HOJE, CINCO ANOS DEPOIS É INDISCUTÍVEL A PRESENÇA DA REVISTA NO CENÁRIO DA MODA CALÇADISTA NACIONAL. ALÉM DE ASSUNTOS RELEVANTES E APURADOS, TRAZ UM LAYOUT IMPECÁVEL. A ABOUT SHOES É COLECIONÁVEL E DÁ ORGULHO DE APRESENTÁ-LA COMO NOSSA!”

“A chegada da revista About Shoes ao mercado qualificou ainda mais a mídia especializada no segmento calçadista do Brasil. Com propostas inovadoras e conteúdo de alta qualidade, a About Shoes tem sido de grande relevância para a comunicação entre os vários profissionais do segmento, nestes últimos 5 anos. A Couromoda parabeniza seus idealizadores pela coragem e assertividade do projeto e deseja muito sucesso ao empreendimento.”

Silvana Dilly Diretora do Instituto By Brasil – Assintecal.

Francisco Santos Fundador e presidente da Couromoda

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Elivir Desiam Diretor-presidente da FENAC


“NOSSA MARCA KILDARE ACREDITOU NA ABOUT SHOES DESDE SUA ESTREIA HÁ 5 ANOS NO MERCADO DA MODA. PRECISA DIZER MAIS SOBRE ESTA REVISTA ABSOLUTAMENTE INSPIRADORA DE TENDÊNCIAS, SEMPRE NOS SURPREENDENDO COM FORMATOS GRÁFICO E EDITORIAL INOVADORES?”

"A diretoria executiva e os associados da Ablac saúdam a Revista About Shoes pelos primeiros cinco anos voltados à informação da cadeia produtiva do calçado brasileiro, em especial do varejo. Com seus editoriais de moda, artigos autorais e outros tipos de informação, a revista contribui para que lojas possam qualificar-se e disponibilizar aos consumidores - sabidamente a cada dia mais informados, exigentes e seletivos - produtos e serviços que, mais do que atender às suas necessidades, também os cativem. No dia a dia do varejo, toda informação relevante - como as que a About Shoes veicula em suas edições - adiciona valor às atividades e oportuniza a realização de novos negócios. Parabéns a todos os profissionais que produzem esta importante publicação."

Fernando Alano Diretor Comercial da Kildare

Antoniel Marrachine Lordelo Presidente da Ablac

"Mais que uma revista, About é fonte de inspiração, informação e posicionamento para as marcas do segmento."

Fabio Schmitz Gerente comunicação Ortopé

“UMA FONTE DE INFORMAÇÃO E PESQUISA QUE HÁ 5 ANOS FALA DE MODA COM QUEM FAZ ELA ACONTECER.”

Anderson Furlanetto Designer Cecconello

“Um veículo diferenciado, com conteúdo editorial e gráfico inovador e arrojado. Parabéns pelos 5 anos de ousadia e sucesso!”

Cristine Grings Nogueira Diretora de Marketing Piccadilly

“A About Shoes nasceu diferente, com cara de empreendimento grande. As primeiras edições já surpreendiam pelo esmero, rico conteúdo e linguagem personalizada. Mantem-se assim até hoje, firme no mesmo propósito. Além da capacidade dos profissionais envolvidos, é explícito o carinho empregado em cada nova edição. Vida longa à nossa About!”

design para o setor calçadista. Foram 5 anos de muita dedicação e carinho com os parceiros. Que vocês continuem fazendo a diferença! A Pampili tem orgulho em fazer parte dessa história!!”

Marco Anareli e Téti Brigagão Diretores Calçados Sândalo

Ana Paula Frazzatti Marketing Pampili

“Uma revista de bom gosto e super moderna! Nós adoramos a About, pelo nível de informações apresentadas e pelos editoriais lindíssimos de perfil inovador. Parabéns pelo aniversário de 5 anos e sucesso à revista e aos seus colaboradores!”

Tamires Tondin – Gerente de marketing Rafitthy / Be Forever

“A revista é uma excelente fonte de inspiração e informação para assertividade e decisão para o sucesso nos negócios de moda e mercado!”

Maribel Silva Diretora Comercial/Marketing Calçados Beira Rio S.A.

“A About Shoes é referência em moda e

“A revista ABOUT SHOES tem papel importante na divulgação da moda brasileira e vem ao encontro dos esforços realizados pela Abicalçados no sentido de criar uma identidade própria de design para o calçado nacional, sendo a qualificação da informação parte fundamental para o sucesso do processo.”

Heitor Klein Presidente executivo da Abicalçados

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“Meu reconhecimento à todos os envolvidos na elaboração desta revista que é incrível por dentro e por fora. São 5 anos de conteúdo relevante e projeto gráfico impecável. Parabéns!”

Cláudio Booz Diretor Raphaella Booz

"A revista About Shoes é muito importante para o setor calçadista porque traz ao lojista, com bastante antecipação, as tendências internacionais além de produzir editoriais qualificados com opções de looks que podem ser compreendidos por todos. Desejo muito sucesso para equipe About e que continuem transmitindo ao leitor esse excelente trabalho”.

“Em um simples virar de página, a About Shoes reescreveu o padrão editorial das revistas nacionais especializadas, alcançando níveis internacionais!”

Adriana Gewehr Diretora de Marketing Via Marte

“Parabéns About! 5 anos de sucesso de uma revista de extremo bom gosto que conseguiu dar uma nova visão para a moda de uma forma sofisticada.”

“NESTES 5 ANOS A ABOUT SHOES NOS MOSTROU EM CADA EDIÇÃO O QUE ERA RELEVANTE NA MODA E NO MERCADO NAQUELE MOMENTO. E SEMPRE COM UM APURADO E INOVADOR SENSO ESTÉTICO E MUITO PROFISSIONALISMO. PARABÉNS PELOS 5 ANOS E CONTINUEM NESTE CAMINHO!”

Fabiana Spohr Grings Marketing Stéphanie

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Marcio André Porcher Diretor de Produto I love flats

Evangeline Mapelli Raimundo Gerente de marketing Bebecê

“A About consegue unir criatividade com muito conteúdo relevante de moda para o setor calçadista.”

Frederico Pletsch Diretor Merkator Feiras e Eventos

“LEMBRO MUITO BEM A PRIMEIRA VEZ QUE TIVE CONTATO COM A REVISTA ABOUT SHOES EM 2010, FIQUEI MUITO IMPRESSIONADA COM A QUALIDADE DO TRABALHO E AS INOVAÇÕES APRESENTADAS NA REVISTA NO QUE DIZ RESPEITO A RECURSOS GRÁFICOS ESPECIAIS. OS EDITORIAIS ATÉ HOJE APRESENTAM SEMPRE UM CUIDADO A MAIS, UM OLHAR DIFERENCIADO, UMA GRANDE MUDANÇA EM RELAÇÃO AO QUE ATÉ ENTÃO VINHA SENDO APRESENTADO NAS REVISTAS ESPECIALIZADAS DO SEGMENTO CALÇADISTA. PARABENIZO OS PROFISSIONAIS DA EQUIPE ABOUT SHOES PELA OUSADIA DE APOSTAR NO NOVO, POR PENSAR NO NOSSO UNIVERSO CALÇADISTA COM UM OLHAR MAIS AUTORAL E INOVADOR. QUE A ESSÊNCIA DO NOVO, DO ALGO A MAIS SEJA UMA CONSTANTE NO TRABALHO DE VOCÊS E QUE CONTINUEM INSPIRANDO TANTO A NÓS ESTILISTAS, QUANTO AOS LOJISTAS E CONSUMIDORES FINAIS. PARABÉNS PELOS 5 ANOS DE TRABALHO, AINDA MAIS SUCESSO E ATITUDE!”

Sarah Scheffel Diretora de estilo Esdra


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STYLE POTES Por Lucas Martins de Mello

Casual abotinado Kea e botinha mocassim Love, Shoes and More


Tênis Ortopé


Bota Klin e mochila 3 e Jรก


Bota Menina Rio


Botinha Ortopé

Fotografia e Tratamento: Lucas de Mello | Beauty: Ana Ferrary | Styling: Júlio Rossi | Modelos: Franza de Fontoura Lino e Benjamim Estivallet – MC Models Looks menina: 3 e Já – outono-inverno 2015 | Looks menino: Zara


Chelsea Piccadilly Girls e casual abotinado Kidy


ABOUT | KIDS TRENDS

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smart boy composição moderna de cores, mistura de padronagens e acessórios divertidos tiram os meninos do sério e colocam todos na moda.

1. Junior Gaultier | 2. Diversão | 3. Paul Smith | 4. MiniRodini | 5. Kidy | 6. Johnson e Johnson | 7. Ele Ou Ele | 8. Mad Pax | 9. Tommy Hilfiger 10. Hugo Boss | 11. Playforever | 12. Momoll Dollhouse | 13. Kea | 14. Schleich | 15. J Crew | 16. Ortopé

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neutrals deluxe A seleção de cores neutras deixa as meninas mais que modernas. Vale combinar beges, cinzas, caquis e taupes – da cabeça aos pés!

1. Aleka | 2. Les Enfantines | 3. Kaloo | 4. Contramão | 5. Silivian Heach | 6. Haba | 7. Miss Grant | 8. Happyeti | 9. Decohouse | 10. Pampili 11. Rosendhal | 12. Kidy | 13. Burberry | 14. Tiny Cotton | 15. Birí | 16. J Crew aboutshoes.com.br

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ABOUT | MOVIES Por Krika Martinez

OS SIMPSONS: 25 ANOS E FRESCOS COMO NUNCA DE FORMA INÉDITA E RECHEADA DE IRONIA, UMA SÉRIE SE TRANSFORMOU NO MAIOR EXEMPLO DE COMO A MÍDIA DO ENTRETENIMENTO IMPACTOU DIRETAMENTE A SOCIEDADE E A CULTURA DOS ESTADOS UNIDOS – DE QUEBRA, DO MUNDO. Era a primavera de 1987 nos Estados Unidos quando o cartunista Matt Groening conseguia um espaço no programa “The Tracey Ullman Show” para mostrar, pela primeira vez ao grande público, as aventuras de uma disfuncional família amarela. Depois de acompanhar as tiras cômicas com os então desconhecidos personagens, o produtor televisivo James L. Brooks enxergou potencial no trabalho do criador e abriu seus olhos para desenvolver mais personagens com o sobrenome Simpsons. Juntos, eles acabaram criando toda a cidade de Springfield e seus moradores dando o pontapé inicial de uma das séries mais vistas na história da televisão. Sim, porque estamos falando de um antes e depois na televisão. Esta é a marca da animação na cultura norte-americana e no mundo. Antes deles tínhamos os Flintstones, desenho que foi uma das bases para a criação da série de Groening. Com perfil bem diferente dos personagens de Bedrock, os Simpsons não refletiam a família americana típica dos anos 50 e sim o que todo mundo vivia em suas casas,

mas tinha vergonha de admitir. O pai que não sabe tudo, ou quase nada. A mãe obcecada que faz de tudo para que todos sejam felizes e assim se torna uma pessoa obsessiva e compulsiva. A filha perfeita que sofre de depressão e gastrite por saber que não é perfeita. O filho horrivelmente mimado e rebelde, mas que na verdade tem um coração de ouro. E finalmente a caçula, que é doce e linda, mas ignorada por todos e, como na maioria das famílias normais e anormais, tem muito pouca voz. A identidade dos Simpsons mudou com o tempo, assim como as tecnologias de animação. Ao acompanhar a série, fica clara a evolução dos personagens antes e depois da estreia do seu próprio programa. Para as tirinhas, eles tinham um formato pontiagudo, quase como seu caráter e humor cítrico. As formas corporais, mais arredondadas, chegaram à televisão para aproximar as pessoas reais dos personagens. O que não mudou com o tempo foram os dubladores que emprestam suas vozes aos personagens. Dan Castellaneta, Julie Kavner, Nancy Cartwright e Yeardley Smith representam, respectivamente, Homer, Marge, Bart e

Lisa e estão presentes no desenho desde o seu primeiro episódio. Além disso, a série ainda consegue manter o recorde de maior número de participações especiais. Ao todo, são 947 vozes convidadas, entre atores, músicos, cientistas, esportistas e inclusive o Dalai Lama. A série começou a ser parte da cultura americana nos anos 90, quando seu criador começou a misturar tudo, a vida real, o cinema e a música da época, na vida da pequena Springfield. Este foi o passo que levou a o desenho a ser uma referência mundial e continuar a impressionar o público até os dias de hoje. Uma das principais características do programa é beber diretamente na fonte de grandes obras das telonas ou de outras plataformas televisivas. Quando a atração começou a refletir a cultura pop do momento, acabou fazendo com que os telespectadores se identificassem mais e mais e soltassem gritos no sofá da sala: “essa cena é do Indiana Jones!”. A minha referência predileta é quando apareceram os personagens Fox Mulder e Dana Scully, do seriado cult “Arquivo X”.

ANARQUISTAS EM HORÁRIO NOBRE Matt Groening sempre afirmou, desde o primeiro episódio, que os Simpsons são a contracultura no horário nobre da televisão. Mas não se iludam, muito do que vem

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acontecendo na série nos últimos cinco anos são espaços publicitários para a divulgação de novos produtos! A faca de dois gumes é muito bem pensada e amarrada ao roteiro

para ficar dentro do limite do que se pode ou não fazer no programa. Afinal, há de se manter uma linha clara entre o que se pode vender e fazer graça ou o que se deve esquecer.


A SÉRIE EM NÚMEROS: * 561 capítulos * 12.231 minutos * 4 dedos nas mãos de todos os

Para mim, a atração se transformou em um seriado que dá o tapa e depois sopra para não doer. A maneira como todos nós rimos das nossas penas familiares ou culturais sendo transpassadas de forma irônica e exagerada na tela de televisão nos ajuda não só a passar um bom momento, mas também a pensar se o que estamos fazendo é correto ou não. Um bom exemplo é episódio “Blame It On Lisa”, onde toda a família viaja ao Brasil para conhecer o menino adotado à distância pela menina. Claro que o Brasil retratado não é o que vivemos, mas é muito mais divertido rir da ironia usada pela série do que pela realidade que se lida no dia-a-dia. E amigos, isto não é só no Brasil, porque a família Simpson já viajou por todo o mundo. Eles já passaram por lugares como Egito, Marrocos, Tanzânia, Bélgica, França, Reino

Unido, Islândia, Irlanda, Itália, Suíça, China, Índia, Israel, Japão, Rússia, Aruba, Canadá, Cuba, México, Peru, Austrália e até Antártica. E todos estes países foram recriados usando o extremismo e a ironia dos seus problemas da vida real. Para terminar este artigo uso as palavras do historiador cultural inglês Christopher Cook. “A definição de pós-modernismos é a estética das citações. Em outras palavras, a cola que junta todos e qualquer referência. Junte a isso o humor e a ironia e vocês encontrarão nos Simpsons um exemplo de pós-modernismo.” E se vocês ainda não estão certos de todo este poder em apenas uma série de animação, mandem um e-mail a Homer Simpson e perguntem como ele continua na televisão depois de tanto tempo: chunkylover53@aol.com

personagens da serie, com exceção de Deus e Jesus, que têm 5 * 33,6 milhões d telespectadores assistiram ao capítulo de maior audiência da série * 3,4 milhões de telespectadores assistiram ao capítulo de menor audiência * 55 é o coeficiente intelectual de Homer * 1991 é o ano em que Michael Jackson participou do programa e gravou uma musica com Bart que alcançou o número 1 da revista Billboard * 500 milhões de dólares é o que se calcula que Matt Groening possui como fortuna pessoal * Com tantos números, o que gerou a série em tantos anos? No total, foram 27 prêmios Emmy, uma estrela na calçada da fama e o meu fato predileto sobre o programa: o bordão de Homer “D’oh!” está presente no dicionário de língua inglesa da universidade de Oxford. De alguma maneira, a atração tinha que ficar não só na historia da televisão e da mídia, mas também na linguagem de uma época.

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ABOUT | CARTOLA

Camiseta 2nd Floor, jaqueta Ellus, chapĂŠu acervo

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LONELY STRANGER

Gola Renner, calรงa Jonathan Scarpari, cinto acervo, calรงado Capotacco


Moletom Zara, meias Forever 21, abotinado Freeway Na foto ao lado, blazer acervo stylist, sunga Ellis Beachwear, macac達o usado como bermuda Jonathan Scarpari, abotinado New Comfort


Blazer e calรงa Jonathan Scarpari, blazers amarrados acervo stylist, calรงado Kildare


Peles MES, meias Forever 21, calรงado Enzo Milano


Jaqueta Tรกssia Ely, calรงa Jonathan Scarpari, abotinado Cavalera


Jaqueta Cavalera

Fotografia: Ricardo Hegenbart (beSociety MGT) | Moda: Geco Nihchke (beSociety MGT) | Modelo: Rodrigo Muller (Ford Models) | Grooming: Eric Maekawa


Jaqueta Levis, calรงa Jonathan Scarpari, casual Pegada


ABOUT | BACKSTAGE

1.

CARTELA ESSENCIAL PREFERIDA PELA MAIORIA DOS HOMENS A CARTELA TERROSA TAMBÉM FAZ PARTE DAS OPÇÕES DO OUTONOINVERNO. O LOOK TOTAL É MASI QUE MODERNO.

2.

1.Freeway | 2.Cotton Shoes | 3.Capotacco | 4.Freeway | 5.Ou

3.

4.

5.

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Burberry

1.

3.

Z Zegna

ABOUT | MENS CARTOLA LIST

4.

Canali

2.

5. 6.

7.

8. 12. 9. 11.

Valentino

13.

Umit Benan

10.

17. 16.

14.

15.

COR DE INVERNO A CARTELA DE CORES DO OUTONO-INVERNO 2015 TRAZ OPÇÕES BASTANTE SAZONAIS. COMBINAR DIFERENTES PIGMENTOS É UM EXERCÍCIO DIVERTIDO CAPAZ DE APRIMORAR QUALQUER ESTILO. 1. 10 Deep | 2. Enzo Milano | 3. Mormaii | 4. Marc by Marc Jacobs | 5. Scotch & Soda | 6. Ponce | 7. Scotch & Soda | 8. Burberry | 9. Burberry | 10. Shwood 11. Maison Martin Margela | 12. Pegada | 13. Natural Mitchell | 14. Cotton Shoes | 15. Paul Smith | 16. Marc Jacobs | 17. Freeway aboutshoes.com.br


ABOUT | LIFE Por Arno Duarte

SER FELIZ ESTÁ NA MODA NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS AS PESSOAS SE PREOCUPARAM TANTO COM A BUSCA PELA FELICIDADE. SE NO PASSADO O DINHEIRO ERA A BASE DO SUCESSO, HOJE AS NECESSIDADES SÃO OUTRAS. REFLETIR SOBRE O QUÃO FELIZ PODEMOS SER AGORA É PRIORIDADE PARA ESCOLHAS DE VIDA E CARREIRA. E ESTA MODA VEIO PRA FICAR.

A

revolução pela felicidade é um fenômeno que vem despertando silenciosamente na consciência coletiva. Não existiu nenhum marco zero, ninguém precisou queimar roupas, nem caras pintadas foram às ruas. Em algum momento simplesmente passamos a questionar se a engrenagem “trabalho para gerar dinheiro para gerar consumo” era o único roteiro possível para a vida. Pensar sobre a importância que damos ao dinheiro versus o custo em longo prazo na nossa qualidade de vida só foi possível graças aos esforços dos nossos pais e avós. Sim, foram eles que proporcionaram a estabilidade econômica e sustento das nossas necessidades básicas, o que nos permitiu ver a vida por outra lente. Diferente da época deles, a relação com o dinheiro hoje em dia é outra. Ainda precisamos garantir o leite das crianças, claro, mas estocar reservas financeiras e aproveitar a vida só depois da aposentadoria deixou de ser sinônimo de realização. Queremos estar felizes durante todo o filme, e não ter apenas um final feliz. A sociedade atual não está mais em busca de reconhecimento financeiro. As pessoas são mais autoconfiantes e buscam uma satisfação quase que espiritual pelo que vivenciam, pessoal e profissionalmente. Mas claro que felicidade tem um sentido para cada pessoa, portanto, esteja consciente e faça reflexões diárias sobre como está a sua felicidade nas pequenas atitudes da vida. Coloque a cabeça no travesseiro antes de dormir e pense sobre o seu dia, visualize as coisas que você fez e não gostou, ou os momentos em que se sentiu bem.

Quando não percebemos como estamos nos sentindo, seguimos levando a vida como se tudo estivesse bom, e deixamos de agir em direção a algo que nos satisfaça. Se você perceber que não está feliz em algum aspecto da sua vida, se pergunte: porque permaneço assim? Deixe de se conformar com a situação, seja ela qual for. Nenhuma escolha é eterna, por mais certa ou errada que tenha sido no passado. O presente é agora, e o futuro você constrói como quiser. Se algo não vai bem, está em suas mãos transformar o que quer viver em felicidade. A partir desta identificação, avalie um contexto mais amplo de vida, de necessidades, vontades, desejos, e então, trace um plano estratégico pessoal com objetivo de se sentir feliz por inteiro. O caminho da felicidade está em manter o equilíbrio entre todos os aspectos da vida, sem nunca se esquecer de consultar quem você está sendo durante esta travessia. Mantenha em vista os seus propósitos e tenha consciência sobre as verdadeiras razões por que você faz todas as coisas que faz todos os dias. Escolha viver o tipo de vida que você quer viver. Ser feliz é um estilo de vida que desafia o convencional. Se os seus passos estiverem sincronizados com o que te fez bem, a alegria em seu rosto e sua atitude vão projetar você para as realizações que merece. Quando se está neste estado de espírito, você não só vive uma grande vida, mas também multiplica esta nova referência de sucesso para quem está a sua volta. E que coisa boa se este comportamento permanecer na moda por muitas e muitas estações. aboutshoes.com.br

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ABOUT | EXPERIENCE Quem trabalha com vendas, seja na indústria ou no varejo, sabe a importância de periodicamente realizar eventos que promovam a motivação da equipe. Treinar, passar argumentos e atributos, metas e expectativas, não apenas é desejável como também necessário para o impulso periódico no negócio. Mas, a questão é como fazer um evento de resultado, em que os participantes assimilem as informações e sejam instigados a protagonizar a melhor performance posterior no contato com os clientes. E aqui, o momento não sugere torrar uma grana preta para fazer a coisa acontecer, pelo contrário, o negócio é ser direto, objetivo e assertivo. Ninguém tem dinheiro e nem tempo a perder. UM EVENTO FOCADO NO TREINAMENTO DE VENDEDORES É UMA ÓTIMA OCASIÃO PARA: Por João Joner

A NOVA CARA DO TREINAMENTO EXPERIÊNCIA É A PALAVRA DE ORDEM EM DIVERSOS SEGMENTOS DA VIDA: SEJA NA GASTRONOMIA, VIAGENS, CINEMA. NA SEARA DO TREINAMENTO EMPRESARIAL, UMA ABORDAGEM QUE PROPORCIONA EXPERIÊNCIAS MARCANTES ATINGE UM NOVO PATAMAR DE COMPREENSÃO. E DE APLICAÇÃO - E DE RESULTADOS!

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* Motivar a equipe para atingir as metas do próximo ano. * Apresentar o produto e comunicar o plano estratégico de vendas. * Melhorar a performance individual de cada vendedor. * Setar mecanismos de feedback, incluindo informações para mudar (quando necessário) o comportamento dos vendedores. O negócio tem que ser rápido! Estudos mostram que em média uma pessoa escuta em torno de 7 minutos de uma apresentação de uma hora. 95% de tudo que o cara escutou durante uma palestra é esquecido 72 horas depois. DICA: Não adianta criar um evento de três ou quatro dias cheio de apresentações, cinco dias depois a galera vai esquecer tudo que rolou. Agora, para aumentar o retorno de todo investimento que você vai fazer em um evento de treinamento de vendas, aqui vão algumas dicas rápidas. Para começo de conversa sabemos que por uma questão de perfil, muitos vendedores não gostam de participar das convenções de vendas pelo que ela realmente se propõe, então elimine todas ou quase todas as apresentações em PowerPoint, faça os vendedores participarem de simulações de negócios. Mantenha as apresentações corporativas a um tempo mínimo (20%), e coloque a equipe em cena (80%). Faça-os falarem, participarem e se engajarem nas atividades, dinâmicas de grupo e simulações análogas ao ambiente de trabalho. Substitua os treinamentos de produtos por treinamentos experienciais, de simulação e práticas comerciais. Incentive e promova o engajamento, a troca de experiências e a colaboração entre a equipe. Proporcione atividades para incentivar a competitividade que de uma forma lúdica exercitem o que vão enfrentar no mercado. Programas experienciais têm alto nível de engajamento, são criativos e podem fazer a diferença no treinamento da equipe de vendas.


p r im a v e ra - v e rã o 2 015 | 2 016 A primavera-verão tem sido um período de abundância e a edição 2015|2016 não será diferente. Abundante em termos quantitativos – há uma vasta cartela de cores e inúmeras opções de materiais e estilos – e em termos criativos, profundamente criativos, também. Mesmo na busca por novas fronteiras, a maioria dos designers aposta no possível. Muito pouco parece não ser usável dentro desta estação dinâmica que pretende renovar a vitalidade perdida, sendo rica em desafios, provocações e reflexões capazes de garantir novo fôlego à moda. As inspirações dominantes no período são claras. A geometria

é uma imposição seja em Paris, Londres, Milão ou Nova York. Retas, curvas e ângulos interceptam-se dando uma nova dimensão às estampas, às peças, aos looks. Mesmo com um panorama bastante inovador, algumas propostas lembram a estética dos anos 70 – período criativo baseado no hand made – que resgata certo romantismo bucólico. Presente nos lançamentos, também, uma inclinação asiática que, algumas vezes, se funde com a tendência esportiva. Já o color blocking faz seu come back renovado pelas possibilidades geométricas e pela generosa cartela de cores da temporada.

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Michael Kors

Elie Saab

Nichollas Kirkwood

Carven

Emilio Pucci

Paul & Joe Burberry

Chloé Karl Lagerfeld

Hermès

Dries van Noten Marc Jacobs

Valentino

Marni Giorgio Armani

Stella McCartney

AF Vandervorst

Gucci

Simone Rocha Boss

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Haicer Ackermann

Céline

CATWALK | CORES

Alexander Wang

Miu Miu Depois da reduzida cartela de cores do inverno, a seleção da primavera-verão 2015 | 2016 chega plena de opções. A quantidade é relevante, mas há um grupo básico em questão que se mostra bastante reduzido e utilizado em inúmeras coleções, formado por preto, navy e branco. As facilidades da temporada param por aí, pois as ofertas variam – e muito – principalmente em termos de luminosidade. As mais claras – white colors – são levemente tonalizadas, chegando muito próximas ao branco. Lilás, rosa e azul, quase alvas, estão entre as eleitas. Na sequência aparecem as cores pastel que têm uso significativo no período. Suas gradações variam das medianas às mais claras e determinadas opções aparecem esbatidas, acrescidas de cinza, o que garante um visual empoeirado.

Pigmentos sólidos (verde-verde, amarelo-amarelo, vermelhovermelho.. ) também estão entre as alternativas do período e disputam com cores terciárias a preferência dos designers. Já escolhas com aspecto invernal – escurecidas, envelhecidas, como: oliva, burgundy, laranja queimado, amarelo seco – são recorrentes em muitas coleções e garantem certo aspecto retrô setentista ao período estival. Completam a cartela cinzas em diferentes escalas, nudes rosados ou beges, ocres alaranjados e castanhos marrons . O mais importante fator cromático da primavera-verão é a maneira como os designers administram os pigmentos em suas coleções. Não poucos tomam partido de diferentes intensidades de cores – inclusive em um mesmo look – para compor suas propostas.


Fendi

Giuseppe Zanotti Celestina

Balenciaga

Kenzo Novamente, há uma preferência pelo couro liso – ou levemente texturizado – nas coleções apresentadas nas semanas de moda, isto para calçados e bolsas. Seu visual minimalista ultramoderno pode ser encontrado em propostas de diferentes estilos e a sofisticada superfície do floater permanece como alternativa mega atual. Contudo, texturas expressivas, também, fazem parte da seleção do momento e o padrão de crocodilo – com efeito maximizado – merece destaque entre as opções. Já o uso do píton (cobra desenhada) teve uma queda sensível nas coleções, dividindo espaço com outros répteis (lizards e snakes) não desenhados e tingidos em cor única. O grande sucesso das últimas temporadas, a camurça, parece dar sinais de cansaço, pois teve uso bastante reduzido nos calçados. E o pelo de vaca, um dos materiais mais utilizados nas coleções do inverno

CATWALK | MATERIAIS

Emilio Pucci

Gucci

Lanvin Balmain Trussardi Balenciaga

Michael Kors

Pierre Hardy

Brother Vellies

Salvatore Ferragamo

Nicholas Kirkwood

Prada

Jil Sander

Marni

2015 – pelo menos no hemisfério norte – praticamente desapareceu das passarelas. Neste sentido temos um ponto interessante nesta temporada: a permanência das peles como alternativa para alguns designers. Matérias primas com aspecto rústico natural, também, constam da cartela, assim como, algumas opções metalizadas – com acabamentos ouro, prata ou coloridos, envelhecidos ou íntegros. O verniz, também, faz parte da gama de materiais e tem crédito muito específico dado por aqueles que sempre acreditam no seu afeito. Plásticos – lisos ou estampados – algumas fibras naturais e madeira têm uso restrito nos lançamento, mas são opções originais. Entretanto, tecidos de diversas origens, dos mais tradicionais jacquards ao neoprene e redes, ganham maior utilização, tanto nos calçados, como nas bolsas.

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Dolce Gabbana

Gucci

Stella McCartney

Pierre Hardy

Valentino

Burberry Dries van Noten

Fendi

Nina Ricci

Giambatista Valli

Nicholas Kirkwood

Marni

CATWALK | PADRONAGENS

Burberry

Christopher Kane

Marni

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Etro

Diane von Fürstenberg

Thakoon

Tory Burch

Vivemos a década das estampas e este período, certamente, não termina na primavera-verão 2015 | 2016. A ideia já havia sido proposta nas pré-coleções de maneira ostensiva e embora ausentes em determinadas marcas, há uma oferta bastante significativa de desenhos. Geometrias diversas são as preferidas pelos estilistas. Algumas têm clara inspiração étnica – com acentos oriental ou native – já outras são minimalistas, reduzidas a formas simples. As onipresentes listras dividem espaço com poás, triângulos e quadrados, dando base para projetos de diferentes estilos. E as composições abstratas podem chegar a manchas com limites descompassados.

As propostas botânicas envolvem florais distintos – com proporções, colorações, formas e aplicações diversas – e folhas, também, com as mesmas orientações. Multicoloridas ou bicolores, nesta estação não há uma formatação floral que mereça maior destaque que outra. As costumeiras animal prints – leopardos, onças e tudo mais – desapareceram das passarelas junto com as propostas figurativas – animais, insetos – e também as paisagens, referência de modernidade em outras edições, estão fora de questão. Os motivos em destaque na temporada quente de 2016 não se limitam às estampas, servindo de modelo para bordados, vazados a laser, aplicações, metais e apliques decorativos.


Del Pozo Prada

Fendi

Christian Dior Christian Louboutin

Os calçados do período – também as bolsas – trazem uma vitalidade renovada para a moda, mostram-se dinâmicos e alicerçam grande parte das reflexões estéticas, das transformações da estação. As ofertas da primavera-verão 2015 |2016 são inúmeras e há no período uma mudança considerável com relação aos estilos em destaque. Terminou aquela grande influência dos calçados masculinos e o scarpin tradicional – um dos maiores símbolos da sapataria feminina contemporânea – praticamente sumiu das passarelas. A estação quente se faz de sandálias e também botas – não sandal boots, mas botas em formatação comum! Logicamente, o volume e a variedade de sandálias – e calçados abertos – são, enormemente, maiores que os das summer boots. Contudo, elas são sim uma referência para a moda na temporada, juntamente com uma boa oferta de mules. Entre as sandálias há muitas peças com traços

Alexander Wang inovadores, contudo merecem destaque gladiadoras e variações da walking sadal. Já os modelos abertos vão de simples open toes a peças elaboradas, seccionadas de inúmeras maneiras, muitas com ênfase nas laterais. Propostas com aspecto pesado, tipo plataforma, retomam o destaque perdido em temporadas passadas e as flatforms – plataformas sem a anatomia de altura – prometem fazer diferença na moda do período com certo acento oriental ou esportivo. Já as meias-patas permanecem discretas sobre as passarelas por mais uma edição. Mas, as ofertas não param por aí.. Os chinelos assumem diferentes posturas e usos, os sneakers (tênis) aumentam sua participação nos desfiles, as mary janes começam uma volta tímida, os sabots (tamancos) e os novos híbridos – tênis + sandália, por exemplo – completam as opções do período estival com muito estilo.

CATWALK | CALÇADOS

Gucci

Carven Chanel

Alexander McQueen

Roberto Cavalli 3.1 Phillip lim Miu Miu Christopher Kane

Dries van Noten

Burberry

Isabel Marant

Marni

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Emilio Pucci

Givenchy Fendi

Chanel

Balenciaga

BCBG

Gucci

Dries van Noten

Jil Sander

Kate Spade

3.1 Phillip Lim

Louis Vuitton

3.1 Phillip lim

Dolce Gabbana

Valentino

Céline

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Açexander Wang As bolsas da primavera-verão 2015 | 2016 seguem duas propostas bastante distintas. A primeira opta por uma estética audaz, renovadora e brilhante que encanta aos olhos daqueles que esperam por inovações mais consistentes. Formas inventivas – discos, pirâmides, esferas, ovóides e figurativas como: caranguejo, peixe, caracol... – materiais tecnológicos e usos não convencionais, dão uma ideia de como a moda poderá ser daqui para frente. A outra diretriz segue uma fórmula segura... Contudo, formatos conhecidos – são inúmeros – materiais costumeiros e usos padronizados em nada diminuem a beleza das propostas. Entre os tipos costumeiros, a bucket bag – o estilo saco dos anos 80 – ganhou destaque em tamanhos grandes, médios ou pequenos. Resgatadas dos anos de 1970, as práticas

saddlebags – modelos tiracolo – estão de volta junto com uma variedade de tote bags (bolsas de feira) e clutches em formatação slim. Quanto aos tamanhos, os designers apostam na variedade como saída para compor seus looks e isto sem restrições, pois modelos mínimos, pequenos, médios – estes são maioria – e grandes podem fazer parte da mesma coleção. Apenas a bolsa XL não faz parte do mix da temporada. Outro fator que, normalmente, determina a estética das peças em uma estação é a rigidez. Neste ponto, a oferta também é generosa. Mas há particularidades no período como o uso ostensivo de decorações – as florais são notáveis – formatos verticalizados e, principalmente, a maneira de carregar as bolsas, esquecendo as alças e carregando-as diretamente pela mão.


Um dos eventos mais esperado da semana de moda de Londres, o desfile da Burberry nunca decepciona. Christopher Bailey consegue renovar a tradição inglesa com graça e uma modernidade supercool. Nesta coleção, mistura harmoniosamente elementos do sportswear com uma feminilidade etérea e romântica. Tule e jeans, tênis e renda, mink e pinturas hand made, jaqueta bomber e transparências, plumas e o clássico trench coat. O resultado é um arranjo inesperado e generoso.

BALENCIAGA_SS_PARIS_2015 | 2016 105

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Após dois anos à frente da maison francesa, Alexander Wang apressa o passo... Com uma paleta de cores reduzida (branco, preto, lilás, pêssego e nude), formas slim e confortáveis, curtos e longos, Wang dá continuidade a essência renovadora da marca. A inspiração active fica nítida com o uso de redes e os materiais têm teor hightech, mas o designer não dispensou as técnicas da boa costura, nem mesmo lantejoulas e cristais. A sensualidade á ampliada por eventuais transparências.


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Com uma funcionalidade experimental, Phoebe Philo continua na busca por uma estética que possa redefinir o estilo contemporâneo. Sua criatividade sem excessos privilegia uma elegância atemporal. Nesta coleção, a concepção é linear, com silhueta esguia, quebrada por diferentes proporções e detalhes engenhosos. Marinho, marfim e preto dominam as peças, com algumas interferências de verde, vermelho e amarelo. A novidade são as estampas florais, raramente usadas pela designer.

O Grand Palais, devidamente remodelado por uma paisagem parisiense e extremamente realista, serviu mais uma vez às idas e vindas das propostas de Karl Lagerfeld. Uma mulher comportada – ora com ares masculinos, ora femininos – exibe uma variedade de estilos e diferentes formas, dosados individualmente em cada look. A alma de mademoiselle também é calibrada da mesma maneira em propostas que se aproximam de sua essência e outras que ficam bem loje dela.


Christopher Kane é um mestre em dosar a excentricidade típica dos ingleses com uma roupa possível e dedicou esta coleção à lendária professora da Central St. Martins Louise Wilson. Um trabalho declaradamente autobiográfico que propõe uma figura extremamente feminina, ultrachique e ao mesmo tempo complexa. A combinação de cores profundas, comprimentos respeitosos e uma decoração experimental, mas sutil, garante um efeito suave e ao mesmo tempo austero.

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Raf Simons continua sua busca por uma estética compatível com a tradicional couture francesa, mas que seja declaradamente moderna. Para tanto, ele busca referências diversas fundindo saias armadas, tops simples, bermudas street style, versões leves dos fraques do século XIX e macacões que lembram uniformes espaciais. Mais uma vez, a coleção da Dior é uma turnê inovadora. O resultado é um dos mais modernos da temporada e aponta o que poderá ser a moda dos próximos anos.


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Mais uma vez Dries Van Noten mostrou porque é um dos principais nomes da moda de hoje. Exímio manipulador de cores, estampas e texturas, Dries propõe um patchwork artístico para compor uma mulher feminina, modernamente romântica, requintada e com eventuais toques masculinos. A paleta caleidoscópica justapõe tons vibrantes com neutros naturais. Já os materiais têm diferentes caimentos – ora mais fluidos, ora menos – o que garante um efeito singular a cada look.

Sexy, forte e compacta. Assim é a coleção de verão de Ricardo Tisci para a Givenchy. O estilo rock couture – com acento gótico/gladiador – volta a ser o tema principal do designer. Impressiona a intrincada relação entre as formas, os materias e os detalhes que dão origem a uma legião de mulheres dominantes. Nas propostas há uma nítida inspiração tirolesa em versão glamourosa, com assertivo toque sexual. Preto e branco dominam os looks que contam, ainda, com tonalidades de blush e castanho.


Alber Elbaz prova que um estilo conciso conta mais que qualquer outra coisa! Sua coleção é uma homenagem à verdadeira beleza, sem excessos, sem recursos extras, sem invencionices. Preto, marfim e nude, com alguns toques de cores – as quentes ferrugem, amarelo ouro, rosa e as frias variações de verde e azul – se intercalam em looks que misturam harmoniosamente propostas díspares. O requinte máximo fica por conta do patchwork de rendas, tules e fitas, iluminado por bordados de cristal e paetês.

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A talentosa Frida Giannini dá a sua coleção uma ar caleidoscópico – bem ao gosto da estética dos anos 70 – onde o glamour é o carro chefe. O clima é easy going, mas sem perder a sofisticação característica da marca italiana. O conjunto aposta em uma mulher feminina, crativa e irreverente, basedada em uma cartela de cores que mistura pigmentos quentes queimados e frios invernais, materiais vigorosos e uma estamparia de primeira.


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Apresentada na novíssima Fundação Louis Vuitton – projetada por Frank Gehry – a coleção de Nicolas Guesquière reinterpretou o espírito viajante da marca francesa. A proposta é claramente inspirada nos anos 60 e 70, mas com uma silhueta reinterpretada – bastante simples e gráfica. As cores principais são preto, branco e vermelho e as secundárias bordô, amarelo e variações de azul e verde. As padronagens são um dos pontos altos da coleção e foram arranjadas com maestria pelo designer.

Miuccia Prada continua em sua viagem insólita. Nesta coleção, o clássico brocado é o principal conceito, mas o resultado não é nada tradicional. A cartela de cores é substanciosa: marrom, preto, amarelo, branco, bege, laranja, verde e vermelho queimado. Já a seleção de materiais surpreende com algodão, seda, gaze, pele, couro, couro cru, lona crua e malha. Cores, materiais e padronagens múltiplas encontran-se em uma silhueta de linhas secas conposta por peças acabadas a fio.


Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli criaram um novo mundo, um mundo perfeito onde só existem coisas belas. Um patchwork visual – e emocional – de estampas que lembram lenços e combinam formas orgânicas com geométricas, cores de intensidades variadas e formas, ora curtas, ora longas. A coleção é um tour através da tradição italiana do século XVII – pré rafaelita – embasado por um artesanato refinadíssimo e um por acento romântico, extremamente sedutor. O resultado é, absolutamente, preciso e perfeito em cada detalhe.

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VALENTINO_SS_PARIS_2015 | 2016

Lazaro Hernandez e Jack McCollough asseguram o olhar sempre moderno de sua marca. Nesta coleção interpretam sobre um novo ângulo ícones do sporstwear americano. Proporções revistas, combinações inusitadas de materiais, uso artístico de peles exóticas e cores anti-sazonais, são soluções propostas para garantir o upgrade. A seleção de cores contempla verde escuro, cobalto, terracota, ferrugem, vinho, azul marinho e cru. Todos estes atributos dão suporte a uma mulher sofisticadamente misteriosa.


Fendi

Fendi

Valentino

Burberry Gucci

Canali

Miharayasuhiro Marni

Nei Barret

Antonio Marras

MSGM

Lavin

Les Hommes

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DSquared

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A moda masculina para a primavera-verão 2015 | 2016 é bastante propositiva, centrada na construção de propostas que possam representar ganhos para os homens. Uma espécie de evolução que, muitas vezes, vem da serventia subliminar de alternativas, puramente, acintosas. Neste sentido a relação forma X função é um paradigma a ser vencido – trajes com bermudas, usados com sapatos, são bom exemplo. Isso não significa que muitas ideias não possam chegar à vida cotidiana, pois a grande maioria é totalmente passível de uso, respeitando os limites do gênero. A cor – também, as estampas – tem sido uma agradável maneira de experimentação para os homens. Um exercício estético que possibilita esmerilar o gosto e, também, os conceitos – e os pré-conceitos – estabelecidos de forma amena e progressiva.


Prada

DSquared

Roberto Cavalli

Givenchy

Paul Smith

Costume Naciocal

Louis Vuitton

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Burberry

Rick Owens

Ports 1961

Dolce Gabbana

Kenzo

MENSWEAR_SS_2015 | 2016

Dries van Note

N.21

Kris Van Assche


ABOUT | BEAUTY Por Diego Marcon

NATUREZA NADA SELVAGEM

Pensando nisso, encontrei um trecho do Charles Baudelaire que diz “a pintura do rosto não deve ser usada com a intenção vulgar, inconfessável, de imitar a bela natureza e de rivalizar com a juventude”. Sendo assim, estenderia o pensamento aos cabelos, muitas vezes intencionados a penteados faraônicos. Não. A beleza aqui, e principalmente para o verão, assim como diz Baudelaire, está na simplicidade e no respeito ao formato original dos fios. Os desfiles para o verão 2015 refletem essa atmosfera simples e genuína. Um respiro de chapinhas, escovas progressivas,

químicas e até mesmo ao secador, adotando um look wet hair. Aceitar nosso biotipo não é a tarefa mais fácil do mundo, requer um autoconhecimento que, muitas vezes, só vem com o passar dos anos. Mas como tudo na vida tem uma solução, alguns produtos que não danificam os fios estão aqui para ajudar, tais como: shampoos sem sal, produtos capilares com filtro solar, sprays de fixação leve e o principal cuidado, que deve ser levado para os 365 dias do ano: jamais lavar os cabelos com água quente. Então, voilà, o verão é leve!

ABOUT | DIRECTIONS

A

CECCONELLO (51) 3546-8100

ENZO MILANO

www.ceconello.com.br

(51) 3563-4392

ALA (48) 3265-0087

CLAVE DE FÁ (16) 3725-2200

www.enzomilano.com.br

www.calcadosala.com.br

www.clavedefa.ind.br

ALEKA (18) 3638-8888

CONTRAMÃO (48) 3265-0112

www.alekacalcados.com

www.contramao.com.br

F

ANZETUTTO (51) 3587-2491

COTTON SHOES

www.firezzi.com.br

www.anzetutto.com.br

(16) 3705-4652

FREEWAY (16) 3711-7000

APHRODITE BOLSAS

www.cottonshoes.com.br

www.freewayshoes.com.br

(11) 3207-2221

CRISTÓFOLI (51) 3272-3000

www.aphroditebolsas.com.br

www.cristofoli.com.br

G

B

Crysalis (51) 3546-8400

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