Revista About Shoes - edição #26

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#normcore Anti-moda vira pauta

Os donos da estação

OMG!

Os estilistas & as coleções

A mais incrível loja das arábias

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about | EDITOR’S LETTER

O mercado vive uma crise? Sim. De que? Talvez financeira, talvez de confiança, quem sabe uma crise de identidade, uma crise econômica ou não. Mais importante do que identificar o problema, é encontrar a solução - e colocá-la para funcionar! Não temos a pretensão de ser um oráculo, mas podemos ser uma das ferramentas para inspirar você nesta busca por tempos melhores - sempre! Nossa matéria de comportamento lança uma luz sobre o fenômeno da vez: o normcore. Uma anti-moda, uma tendência sobre ser normal em um mundo em que todos querem ser tão incríveis e exóticos e extravagantes. A autenticidade é o centro deste movimento, detectado por bureaux de trend forecasting mas já questionado: se o normcore é anti-moda, como considerar que é moda aderir a ele? Adoramos estas contradições. Perseguir a autenticidade e a personalidade é também tarefa das marcas de moda, sempre em busca de mais espaço no coração do consumidor para estabelecer conexões emocionais e fidelizar a clientela. Sobre isso fala nossa colunista Júlia Picoli e também com esse intuito, alguns dos principais

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estilistas do mercado brasileiro falam um pouco de suas criações para a coleção verão. E se o caminho é trabalhar o business e mexer com o coração do público, não se pode esquecer do coração do público interno também. Em qualquer empresa, loja, organização, os negócios são feitos por pessoas e elas funcionam muito melhor quando existe amor no ambiente de trabalho. Esse é o assunto do artigo de Arno Duarte, um fervoroso defensor da gentileza nas corporações. E é com orgulho que começamos nesta edição uma série de entrevistas com designers publicitários. O primeiro é o “pai” do nosso design, o cara que nos iluminou alguns caminhos, anos atrás, da nossa própria identidade. Gilnei Silva criou nosso logo e muito mais, e aqui falamos de suas ideias e inspirações. É dele nossa capa especial, onde ele propõe a ideia de “quebrarmos” conceitos e repensarmos atitudes e estéticas. Divirta-se, aproveite sua leitura! Cristina Pacheco diretora de redação


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about | us

www.aboutshoes.com.br No twitter: @about_shoes No instagram: @aboutshoes facebook.com/AboutShoes Direção CriativA Júlio Rossi Castilho julio@editoranove.com.br #normcore Anti-moda vira pauta

Os donos da estação

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Anti-moda vira pauta

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Os donos da estação

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Capa Fashion Foto: Fabian Gloeden Tiragem: 8.000 exemplares

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Capa Especial Design: Gilnei Silva Tiragem: 2.000 exemplares

Direção de redação Cristina Pacheco cristina@editoranove.com.br jornalismo Juliana Berwig jornalismo@editoranove.com.br DESIGN Antônio Corrêa CD Vaz TRATAMENTO DE IMAGENS Jaqueline Diniz

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comercial Régis Saraiva regismsaraiva@gmail.com Financeiro Sandra Klock sandra@editoranove.com.br FOTOS DE PRODUTOS Tiago Heckler

Periodicidade: trimestral About Shoes é marca registrada.

Colaboradores Krika Martinez, Marina Seibert Cezar, Arno Duarte, Carlos Contreras, Júlia Isoopo Piccoli, Juliana Berwig, Geco Nihchcke, Diego Marcon, Fabian Gloeden, Lucas Martins de Mello, Eric Maekawa, Ricardo Hegenbart

A revista About Shoes é publicada por Nove Editora Ltda. Rua Tristão de Alencar, 630 Novo Hamburgo, RS | CEP 93340-130 Fone: (51) 3595-8147 A empresa é comprometida com a responsabilidade ambiental, por isso a revista é impressa com papéis com certificação de manejo florestal responsável.

About Shoes não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de About Shoes ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em mãos carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada pela diretoria.

CTP, impressão e acabamento: Gráfica Editora Pallotti

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012 DESIGN 014 food & drinks 016 shopping 018 scraps: A VOLTA DAS MULES 019 coming soon 021 new bags 022 scraps: O PODER DO PLÁSTICO 023 new shoes 024 insight: NORMCORE, A ANTI-MODA 027 sketch: ISABEL MARANT

050 028 pop: DE NOVO ELE, JACK WHITE 030 TRENDS: CALÇADOS E BOLSAS DO VERÃO 033 IDEAS: HERANÇA E CONEXÃO EMOCIONAL 039 design: entrevista com gilnei silva 042 moda: loving prints 050 movies: amor por wes anderson 054 moda: under construction

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021 060 season: os estilistas falam de suas coleções 066 architecture: the omg store 070 moda infantil 076 kids’ trends 078 business + love 080 moda masculina: alter ego 089 men’s trends 090 men’s list 091 especial catwalk: inverno 2015 106 last page 106 DIRECTIONS


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about | guest list

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muitas vezes entra num mundo único que só ela consegue enxergar. Normalmente isso acontece quando ela está rodeada de pessoas pouco tolerantes, ou quando ela tem que fazer uma visita ao gerente do seu banco. Mas a jornalista, que há anos mora na Espanha e de lá nos escreve em todas as edições, encontrou no diretor de cinema Wes ANDERSON um mundo parecido ao seu - e é sobre ele que escreve nesta edição da About. 2. Juliana Berwig é jornalista e adora cultura pop e outras bobagens. Ela consome todas as mídias, absorve informações de muitos estilos e repercute o que vê com seu estilo “bittersweet”. Nesta edição, em sua coluna sobre a cena musical, ela torna à sua obsessão do momento, o músico Jack White. 3. Talento da nova geração, o stylist Geco Nihchke (Be Society MGT) é nome frequente na ficha técnica de produções para sólidas marcas do setor calçadista, entre elas, Dumond, Cecconello, Grendene e Vicenza. Conhecido por sua estética minimalista e imagens muito bem construídas, integra o time de colaboradores de importantes veículos, como GQ Itália, Revista Catarina, FFW, Brainstorm e U+MAG. 4. ARNO DUARTE é jornalista e trabalha com recursos humanos. Adora o que faz, mas não deixa de se aventurar em peças de teatro, videoclipes, música, fotografia, meditação ou em qualquer coisa que estimule expressão e criatividade. Entre projetos pessoais e profissionais, busca a felicidade autêntica nas 30 horas do seu dia. Nesta edição, fala da importância do amor nas empresas. 5. Júlia Isoppo Piccoli tem a moda no sangue. Filha e neta de estilistas, seguiu a carreira acadêmica, fez mestrado em Portugal e hoje dá aulas de moda inspirando jovens universitários, onde gosta de falar sobre processo criativo e ferramentas que exercitem a criatividade. Viajar é sempre sua opção, conhecer o mundo e novas culturas. Busca experiências em tudo que faz e tenta compartilhar com as pessoas próximas a ela. Nesta edição da About Shoes, ela escreve justamente sobre a importância da herança e legado das marcas. 6. Marina Cezar é mestre em Moda, Cultura e Arte, doutoranda em Ciências Sociais e coordena o Grupo de Pesquisas e Tendências 1. Krika Martinez

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Comportamentais do Centro de Design da Universidade Feevale. Aqui na About, traz sua visão para inspirar ideias na coluna Insight. Nesta edição, fala sobre a anti-moda do momento, o fenômeno “normcore”. 7. Fabian Gloeden, fotógrafo, é além de tudo um criador de imagens. Mas ele faz muito mais. Seu olhar começa na escolha da modelo para cada trabalho e finaliza na supervisão do tratamento. Nesta edição, assina a capa e o editorial de moda que apresentam o verão 2014/15. 8. Nascido em Santiago, no Chile, Carlos Contreras atua como fotógrafo de moda no mercado editorial e publicitário desde 2007, trabalhando com as principais marcas e publicações da área. Seus trabalhos têm sido veiculados em revistas e jornais nacionais e internacionais. É colaborador assíduo dos editoriais da About Shoes e nesta edição, assina o ensaio masculino. 9. Lucas Martins de Mello começou a carreira como fotógrafo oficial na assessoria de imprensa da Prefeitura de Canoas e da Presidência da Câmara Federal. É fotógrafo de diversas casa noturnas e casas de espetáculo de Porto Alegre, tendo registrado shows de renome nacional e internacional. Desde 2012, vem se consolidando no mercado editorial de moda e publicidade. Na About Shoes, assina o editorial infantil de moda. 10. Ricardo Hegenbart começou a fotografar ainda na faculdade de Comunicação Multimídia. Entre as observações cotidianas registradas com a máquina analógica até o reencontro com a tecnologia digital, em 2009, trabalhou como designer editorial para revistas. Foi quando desenvolveu seu maior fetiche: a paixão pelas publicações. Dessa experiência, refinou o olhar para além da foto. Gosta de contar histórias através dos cliques, atuando como um narrador que se envolve desde a concepção da ideia até a última cena. Estudou um ano em Londres, na Central Saint Martin. Assina o editorial feminino Under Construction, com a coleção verão 2015. 10. Diego Marcon é beauty artist, estudou, trabalhou e morou em Buenos Aires. Assina beleza de campanhas de grandes marcas e desfiles nacionais e internacionais. Tem sua carreira dedicada à beleza para moda e às noivas.

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about | design

Hospedagem pocket Inspirado na ideia das cabines de primeira classe de aviões e também no conceito daqueles alojamentos japoneses temporários que parecem gavetas de gente. Assim surgiu o conceito do Yotel, que abriu as portas em Nova York, a poucas quadras da Times Square. Tudo nele parece conceitual, desde a entrada, os balcões de check in e os quartos que mais parecem cabines. Com janelas do chão ao teto, todo o espaço é otimizado, em um ambiente com design e tecnologia, free wifi, mobiliário moderno e um terraço ao ar livre. 570 10th Avenue, New York, NY 10036 | www.yotel.com

Forma de gota A icônica cadeira “drop chair”, criada originamente nos anos 50 pelo designer e arquiteto dinamarquês Arne Jacobsen para o Royal Hotel Radisson em Copenhagen, está de volta ao mercado. Na época, as cadeiras em forma de lágrimas foram produzidas em uma edição limitada para o lobby e o bar do hotel e tornaram-se símbolos do modernismo. Segundo o autor Michael Sheridan, especialista na obra de Jacobsen, “o designer humanizou a tecnologia e a drop chair representa com maestria a interseção entre arte e indústria”. Com novos materiais e novos métodos de produção, a peça volta ao mercado através da marca de móveis Republic of Fritz Hansen, da Dinamarca, que anunciou em Milão a novidade.

Cabide magnético Dizem que ganchos são bons para piratas, mas são irritantes para roupas. Eles espicham os tricôs, se enroscam uns nos outros, quebram, entortam... Para se ver livre de todos estes problemas, a empresa europeia Flow criou o Cliq, um cabide que funciona com ímãs super poderosos. A peça tem o formato de um V invertido e basta encostar o vértice em um varão metálico. O íma é forte o suficiente para aguentar até dois quilos e a degradação de sua força (uma propriedade natural deste elemento) não compromete o cabide, já que a perda estimada é de 1% de força depois de 10 anos. Para quem gosta de arrumações perfeitas, a repulsão entre os ímãs faz com que os cabides estejam sempre a dois centímetros de distância entre si, nunca todos juntos embolados. O preço? Duzentos dólares o conjunto de três.

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about | food & drinkS

Dama da cozinha É em um endereço pequeno, com uma cozinha envidraçada que se pode ver da rua, que fica a sensação gastronômica de Paris. O restaurante La Dame de Pic traz à capital francesa a premiada chef Anne-Sophie Pic, que capitaneava suas caçarolas em Valence (perto de Lyon) e lá recebeu três estrelas do disputado Guia Michelin - e foi a primeira mulher a conquistar este mérito na França. Então agora em Paris, ela apresenta seu talento com três menus fixos: Terra de Açafrão, Aromas Cítricos e Temperos do Bosque. Para ajudar o cliente a escolher entre eles, um luxo criativo. Três amostras exclusivas de fragrâncias criadas pelo parfumeur Philippe Bousseton chegam à mesa, feitas especialmente para traduzir em aromas os sabores que virão à mesa. La dame de Pic | 20 rue du Louvre | 75001 Tel.: 01 42 60 40 40 | http://ladamedepic.fr/

Olhe de novo Se você acha que, assim como a maioria das cadeias de alimentação globalizadas, se foi em um Starbucks foi em todos, então repense seus conceitos. Ainda que use um template padrão para a maioria de suas coffee shops espalhadas pelo mundo, nesta loja de Dazaifu, uma cidadezinha do Japão, a gigante dos cafés resolveu ousar. Chamou o premiado e estrelado escritório do arquiteto Kengo Kuma para projetar o espaço, que busca nas centenas de ripas de madeira entrelaçadas apresentar a sensação de um ninho e passar aconchego. Mais de duas mil pranchas foram instaladas inclusive na fachada e para fora da loja, de forma que o exterior convide para entrar neste ambiente criativo e eco-friendly. Os cafés? Bom, estes sim, seguem o padrão internacional da marca.

Atmosfera chic Londres tem um novo point para quem gosta de desfrutar de ambientes elegantes e espaços com bom gosto. Criado a partir de uma união entre a rede Marriot e o fundador do estiloso Studio 54, Ian Schrager, o London Edition Hotel acrescentou charme à famosa cadeia com uma decoração esmerada e, para melhorar, um restaurante que virou assunto na cidade. Mesmo que não se hospede no London Edition, vale fazer uma reserva no Berner’s Tavern e desfrutar uma refeição neste lugar estonteante. Ainda que a comida inglesa não tenha a melhor reputação do mundo, o premiado chef Jason Atherton garante uma belíssima experiência.. 10 Berners Street, London W1T 3NP Tel: +44 (0)20 7908 7979 edition-hotels.marriott.com/london/ 14 I aboutshoes.com.br


Ser feliz ĂŠ uma arte

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about | SHOPPING

Passado e futuro

moda acessível

B. de Balenciaga, o novo perfume da icônica maison, chega ao mercado em outubro deste ano. A fragrância feminina, amadeirada e aromática, é assinada pelo perfumista Domitille Bertier, da conceituada IFF, juntamente com o diretor criativo da casa. As notas que abrem são verdes, lírios do vale e folhas de violeta. No coração, cedro e raiz de lírio florentino. Para fechar, uma base seca de madeira de Cashmir. A pesquisa começou em 2012 e foi pautada por um mix entre a cultuada herança do estilista espanhol Cristóbal Balenciaga e a nova e moderna perspectiva da moda da marca.

O designer Alexander Wang foi anunciado como a próxima colaboração da gigante do fast fashion H&M. Primeiro americano a participar deste projeto, Wang é também, aos 30 anos, o mais jovem. Ele é hoje, à frente da Maison Balenciaga, um dos nomes mais importantes da moda mundial. Sobre o trabalho com a rede varejista sueca, ele disse que o processo é divertido e excitante. “Eles são muito abertos a extrapolar limites e estabelecer uma plataforma para criatividade. Será uma grande maneira de um público maior experimentar os elementos da marca Alexander Wang”. A coleção chegará às lojas em 06 de novembro.

Sapato brasileiro Apresentar o Brasil com todas suas crenças, raízes, culturas e costumes não é tarefa nada fácil, mas para mostrar a moda, o projeto Fashion Bloggers, do Brazilian Footwear, da Abicalçados, veio pela terceira edição cumprir essa missão. Produzido na serra gaúcha, o shooting foi encabeçado pela blogueira italiana Alessia Milanese, do The Chili Cool, e o colombiano Gerson Rojas, do Maximo Official. Eles brincaram com cores, formas e texturas para tentar representar, através de fotos, a maneira leve e vibrante dos brasileiros, através de looks com foco nos calçados das marcas Amazonas Sandals, Carrano, Piccadilly, Jorge Bischoff, Loucos & Santos, Raphaella Booz, Stéphanie Classic, Usaflex, Havaianas e Enrico Boaretto. 16 I aboutshoes.com.br


kildare.com.br kildare.com.br/site/blog Facebook: kildarecalcados Twitter: @_kildare Instagram: @_kildare Pinterest: @kildarecalcados Youtube: kildarecalcados

Criatividade pra encarar a rotina. KILDare you read y?

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Invente seu caminho.


resgate do chique Depois do retorno tímidoo

há dois anos, elas estã acom tudo nesta primaver verão 2015. As novas mules , encaram cunhas, estiletos plataformas, saltos altos, médios ou baixos, frentes finas e open toes para marcar a temporada com muito estilo.

levine

carrano

Esta verdadeira joia vem direto dos anos 90 e exige muita destreza ao caminhar para evitar possíveis toc, tocs - o que pode não ser muito elegante. É uma peça híbrida que mistura dois estilos históricos e completamente diferentes de calçados: os chinelos e os scarpins. Um fechado na frente e o outro aberto atrás.

Com uma capacidade aparentemente infinita de autoregeneração, esta não será a segunda, nem a terceira vez que o estilo ganha destaque. Através da história, apareceu nos pés de papas e cortesãos, concubinas e cavaleiros madamme Pompadour que o diga! - além de ter sido registrada em obras de arte como a Olympia de Manet.

beira rio No início da década de 1950, Marilyn Monroe e Jayne Mansfield popularizam o calçado e ajudaram a quebrar sua má reputação. Sua popularidade foi estendida até os primeiros anos da década de 60. Já nos anos seguintes a mule muda de estilo incorporando um acento mais folk quando os tamancos eram a modelagem da vez. jorge O estilista k ni h Manolo Bla bischoff o d a t s ia us nt e é estilo! Na década de oitenta, admite que só redita que c pensava nelas.heAr usa mules quando uma mul a diferente. anda de maneir uilíbrio - é o A busca por eqque pode cair tipo de calçadouer momento do pé a qualq r sexy... Você deixa o caminhaem algo mais pode pensar , toc, toc... requintado? Toc

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about | coming soon

MONOCROMIA ESTÉTICA Característica marcante nos looks do inverno 2015, a MONOCROMIA toma partido de diferentes TEXTURAS para maior efeito

Looks arranjados em apenas uma cor são propostas marcantes em muitas coleções. Monocromia é diferente de monotonia! Para um bom resultado, é imprescindível misturar peças mais claras e mais escuras do mesmo pigmento. Nesta temporada, o total look monocromático vai dos óculos aos calçados, passando pelas bolsas e make up, também.

As peles são outra sensação do outono-inverno 2015. O resgate retrô da temporada fica por conta da karakul – pele de cordeiro novo, da raça de mesmo nome, mais conhecida por sua tradução russa, astrakhan, que significa “caracol”. Contudo chamam atenção as composições com pelagens de fios longos e cores variadas.

Esta será mais uma temporada com foco nas texturas. Superfícies diferentes – menos ou mais expressivas – criam um resultado rico e cheio de sensações. Há de tudo! A superfície mais moderna do período é a do couro floater, mas não faltam as escamadas snakes, lagartos, pítons, crocodilos e uma infinidade de pelos – entre eles o pelo de vaca. 19 I aboutshoes.com.br

Alexander McQueen


M Missoni Wes Gordon

Shourouk

Tom Ford

Cheap & Chic

Kotur Reed Krakoff

the look NOVOS BRANCOS Marc Jacobs

Uma cartela de VARIAÇÕES DE BRANCO está disponível no período. Entre elas, versões ROSADAS E BEGES são as mais frequentes Diesel Acne

Mulberry

Moschino

M Missoni Giambattista Valli 20 I aboutshoes.com.br

Marc Jacobs


rigidez

Bolsas com estruturas rígidas são destaques em diversas coleções. Propriedade que, no momento, parece ser a mais moderna entre as propostas.

Imagem: reprodução

le sac cartouchière

about | new bags

policromado

O preto é a cor mais usada do outono-inverno 2015 em roupas, calçados e bolsas. Contudo, há espaço para cores intensas, claras e até uma pequena cartela néon .

mais que moderno

Apesar das ofertas, esta será mais uma temporada sem uma bolsa tão marcante que possa ser considerada como uma “it bag”. Mas há aqueles designers que se esforçam para receber todas as atenções. Alexander Wang propõe uma “cartucheira” – mais que moderna, é claro – para compor seus looks. A peça utilitária tem espaço garantido para cartuchos de bala, canetas, telefone e, é claro, um indispensável bolso porta-isqueiro.

Mesmo com a relevância das superfícies texturizadas, os materiais lisos imprimem uma sensação de modernidade nos mais variados itens do vestuário.

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Alexander Wang

superfícies


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Imagem: reprodução

manly again

about | new shoes

tudo azul

A cartela de azuis é uma das mais importantes da estação fria de 2015 e sua associação com o preto, uma das combinações mais vistas nos lançamentos.

aesthetic return

estilo intenso

Os solados mais expressivos, tipo tratorados, dentados e serrilhados, fazem parte de uma estética mega moderna nos calçados femininos.

pony skin

Proenza Schouler

O pelo de vaca – também conhecido como pony skin – é determinante na estética do outono-inverno 2015 em propostas solo ou combinações.

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A estética dos calçados dos homens volta a dominar a cena feminina. As proposições dos designers transitam entre formatações fortemente tradicionais e outras bastante estilizadas. Jack McCollough e Lazaro Hernandez, da Proenza Schouler, optaram pela segunda alternativa. Criaram um sapato baixo com detalhe em “X” contrastante e solado tratorado que traduz a proposta jovem e moderna da marca.


about | insight

A moda da anti-moda O normcore é o termo do momento, mas sua referência não indica qualquer tendência Por Marina Seibert Cézar estética. Muito antes pelo contrário! 24 I aboutshoes.com.br


Para quem ainda não reparou, estamos na era dos paradoxos. Isso é verdadeiro nos mais variados ângulos, mas especialmente no nosso reflexo no espelho. Basta perceber que, ao mesmo tempo em que há excessivamente o acesso às informações de todos os teores, estamos completamente saturados delas. E assim como sentimos uma vontade de querer nos apropriar de tudo, chegou um ponto em que o mais bem informado é aquele que não se afeta mais com tudo isso, sendo um dos exemplos, as quantidades de propostas de estilos vindas de todos os cantos. A emergência sobre compreender a enxurrada de possibilidades faz com que cada vez seja menos questionado o que é (ser) mainstream. São centenas de desfiles do prêt-à-porter apresentados no mundo inteiro, complementados pelas pré-coleções, resorts, coleções-cápsulas e assim segue infinitamente. Sem mencionar as campanhas, editorais, ruas, vitrines, blogs e todas as mais variadas fontes de pesquisa, desde o cinema até os videoclipes. Potencializado a esse fato, ocorre o esfriamento do desejo de possuir marcas por dois principais grandes motivos. Um é que os consumidores não reconhecem mais como uma credibilidade garantida nelas; até porque, um pedido de socorro costurado numa etiqueta desestabiliza qualquer valor simbólico da empresa. E segundo, amarrado com a questão que pontuei na coluna da edição anterior da revista; ou seja, aquele público que o capital cultural e financeiro é novidade porque foi conquistado abruptamente, necessita de forma muito mais latente demonstrar visualmente sua nova classe social. Isso afasta aos demais consumidores que não querem ser confundidos com esse grupo. Dessa lógica, nasce então a normalidade. Isso mesmo. Uma aspiração de se individualizar, mas sem perder de foco o seu grupo de pertencimento. É querer ser o mais normal possível, distanciando dos que usam de sua aparência como uma projeção exagerada desse conhecimento excessivo. Ok, informação e conhecimento são questões diferentes, mas fiquemos por aqui. O cool é se desconectar dessa neurose de seguir, de mostrar, de falar, enfim, de se expor, seja visual ou mesmo verbal, e voltar às raízes. Sim, usar feliz aquela five pockets reta com blusão de moletom, ouvindo aquela banda clichê e comer todas as noites naquele restaurante bom e barato perto de casa. Pode ser também uma camisa gola alta com tênis, enfim, o que mais for. O importante é: a busca pelo conforto, tanto físico quanto psicológico. Cabelos propositalmente amarrados com um coque bem alto, quase caindo com a metade dos fios e mechas pra fora. Blusões muito maiores do que o tamanho da pessoa. Todo esse ar oversize que brinca com as proporções do corpo e extrapola as linhas previsíveis. E compondo a produção, botas cano curto que, se estiver desamarrado, deixe assim. Mas claro, mesmo tentando, é arriscado querer prever a composição pessoal, pois o que estamos falando é, na teoria, a contramão do que está no mercado.

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Normcore Tremo criado pela empresa de trend forecasting collective K-Hole com a colaboração da empresa de pesquisa de marketing brasileira Box 1824 O que é: Normcore é uma tendência da moda unisex, caracterizada por um visual despretensioso, por roupas de aparência comum. O termo combina as palavras “normal” and “hardcore”. Contudo, escritório que detectou esta tendência – K-Hole – diz que o terno está sendo usado erroneamente pelos veículos de moda. Não deve ser usado para descrever um look em particular, não se tratando de uma estética específica, mas uma atitude geral. Um novo modo de ser cool – de ser bacana – sendo “ardentemente” comum. Emily Segal, de 25 anos, é cofundadora do K-hole e explica o raciocínio por trás deste estilo hiper-normalizado: “Há uma exaustão com a tentativa de parecer diferente. As pessoas estão realmente cansadas pelo ​​ fato de que, para alcançar “status” (destacar-se) você precisa ser diferente de todos os outros ao seu redor.” O designer Richard Nicoll diz ter sido inspirado recentemente pela ideia do The Special Normal e do The Perfect Boring - O normal Especial e o chato Perfeito. “Normcore diz: Eu tenho alma e inteligência. Sou único e eu não preciso gritar isso” – segundo Nicoll.


Chanel, em seu desfile Fall Winter 2014 propôs um supermercado e trouxe para a passarela uma atitude absolutamente normcore. Entre salames, cereais e produtos de limpeza, a marca apresentou a ideia do cotidiano.

Seguindo pelo viés da contradição, na mesma intensidade em que é um comportamento de grupo, sua meta visa uma pessoa ser diferente da outra, já que não se trata de uma proposta com elementos tão pré-descritos. Há sim, temáticas estéticas que convergem para isso, quase beirando uma transição dos anos 1980 com 1990, com modelagens mais atuais. Há referências já divulgadas e aceitas, inclusive um termo pra isso: normcore. E indicações de seus representantes, como o presidente Obama, o personagem Seinfeld e o pai da Apple, Steve Job. Lembrando que, assim como qualquer tendência de comportamento, quando se estabiliza como consenso no mercado, sua massificação está prevista e seu desgaste é inevitável. É somente uma questão de tempo. Mas até lá, o mais curioso deste fato, é que aos que enxergam isso e estão identificando como uma regra de conduta visual, torna-se uma tarefa bastante difícil para seguir e convencer por este movimento, por mais que se esforcem. Voltando ao paradoxo, na real, pode ser considerada uma grande brincadeira, uma vez que para muitos, essa despreocupação é algo muito planejada e conscientemente intencional. Se não fosse isso, não haveria tantas marcas de luxo investindo em tênis, mochilas e peças com modelagens mais desapropriadas das formas básicas justas ao corpo. Ainda como resposta, essa proposta de estilo faz revigorar o reconhecimento e com isso, se sensibilizar mais com aqueles que são genuinamente despreocupados em outros âmbitos, como na política. Mas vale colocar que poucos são aqueles que involuntariamente são pertencentes a essa esfera. É uma despretensão que se constrói como algo naturalizado. Pois bem, então quem diria, Mujica com sua sandália de couro e fusca azul está arrasando como ícone fashion. Estamos em outros tempos. Ou seria o mesmo que nunca saiu?

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Inspiração: Há mais de uma década (2003) o escritor de ficção científica William Gibson idealizou um primeiro olhar sobre a estética normcore. Em seu romance, Reconhecimento de Padrões, ele descreve sua logo-fóbica protagonista Cayce Pollard... Ela veste CPUs (“Unidades de Cayce Pollard”): uma pequena t-shirt preta de menino Fruit of the Loom, um pullover cinza v-neck de um fornecedor de uniformes para escolas preparatórias inglesas e uma 501 preta. Eventualmente, Cayce usa uma jaqueta bomber de MA-1 (também conhecida como a jaqueta de vôo MA-1), desenvolvido pela primeira vez em meados dos anos 1950. Detalhe: todas as etiquetas são cuidadosamente removidas!


about | sketch

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about | pop

Entre ternos coloridos, vinis com estranhas holografias e entrevistas polêmicas, Jack White está de volta aos holofotes. Sim, o mais genial guitarrista das últimas décadas retorna às paradas musicais com “Lazaretto”, álbum de nome esquisito e sonoridade sofisticada que retrata com perfeição o universo excêntrico do astro mais criativo do rock n’ roll. 28 I aboutshoes.com.br


Por Juliana Berwig

O estranho (e fascinante) mundo de Jack White “Minhas veias são azuis e estão conectadas a cada osso do meu cérebro elétrico”. O verso, que abre o mais recente trabalho solo de Jack White, dá uma pista do que se passa na cabeça do músico americano, o único capaz de levar uma pulsante mistura entre o blues e o country – alguns dos símbolos mais representativos da cultura dos Estados Unidos – ao topo das paradas do mundo. Para criar o sucessor de “Blunderbuss”, lançado com estrondo em 2012, o ex-líder do White Stripes mergulhou ainda mais fundo na melancolia e chegou a revirar diários de sua adolescência em busca de inspiração. Com “Lazaretto” – palavra inglesa que remete aos sinistros hospícios dos anos 50 – o astro de pele branca e cabelos desgrenhados se mostra mais versátil do que nunca, evidenciando as impressões digitais de um artista que surpreende por seguir apenas os seus próprios instintos e permanecer na contramão da indústria musical. Para marcar o lançamento do álbum, Jack promoveu um feito e tanto: gravou, prensou e distribuiu o disco de vinil mais rápido do mundo. Em apenas 3 horas e 55 minutos, o primeiro registro de “Lazaretto” chegou ao público com duas músicas gravadas em um show na icônica Third Man Records, misto de gravadora, loja e espaço cultural que o músico mantém em Nashville. Ao final do processo, o próprio astro – com terno estampado e chapéu de veludo – se encarregou de vender o trabalho por apenas alguns dólares aos primeiros sortudos de uma longa e ansiosa fila. O feito rendeu um lugar no Guiness Book e ainda ajudou a alavancar o interesse pelo novo trabalho, que já conta com mais de 40 mil cópias comercializadas em formato analógico. De acordo com a Soundscan, empresa que capta dados referentes ao mercado fonográfico americano, trata-se da maior venda do produto desde 1991.

Com efeitos que fazem até mesmo a mais digital das criaturas se transformar em uma amante das antigas vitrolas, o álbum virou objeto de culto por conta de uma série de invenções nunca antes vistas na indústria da música. Para começar, toca de dentro pra fora em três velocidades (com direito a faixas escondidas em 45 RPM e 78 RPM) e em suas bordas laterais. Sem desperdiçar nenhum centímetro do plástico – na cor azul, uma das obsessões estéticas de Jack – centro da bolacha também tem sua função, já que a agulha passa por cima do selo da gravadora. Para deixar os fãs ainda mais obcecados, a cereja do bolo: ao girar, o vinil mostra o holograma de dois anjos, feitos a mão pelo artista plástico Tristan Duke. As criaturas celestiais – ou nem tanto – também aparecem na capa do chamado ‘ultra LP’, onde o guitarrista posa em uma espécie de mausoléu sinistro. Na capa das mais importantes revistas musicais do planeta, Jack surge quase sempre acompanhado de chamadas tão impactantes quanto sua estampa. Na Rolling Stone é definido como “Willy Wonka rock n’ roll”, enquanto o semanário inglês NME dispara a pergunta ao lado de sua foto: “louco ou gênio?”. Ao mesmo tempo em que suscita comentários maldosos em torno de sua vida pessoal – por conta de um divórcio público com a modelo Karen Elson – o guitarrista fascina o público a cada canção e a cada entrevista – ambas quase sempre bombásticas. “Há crianças na escola que se vestem como as outras por não saberem o que fazer, e há músicos que são assim também”, declarou o astro ao se referir ao sucesso de artistas como Black Keys e Adele. E assim, disparando para todos os lados, produzindo discos incríveis e surgindo sempre impecavelmente elegante, o ídolo segue sua cartilha torta e pinta, mais uma vez, o mundo de um azul inebriante – e profundamente inspirador.

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Conexão emocional: quando os produtos contam a história da marca

Por Júlia Isoppo Piccoli

Marcas carregam, na sua essência, a sua história e trajetória que fazem parte da formação da sua identidade. E como, hoje, aliar essa história às novidades e à atualização constante que o consumidor deseja?

Para reconhecer e trabalhar sua história e legado, uma marca deve ter plena consciência dessa essência, da sua origem e a herança e, então, ver as possibilidades de como desenvolver produtos que aliem novidade e história, emoção e experiência a partir dessa herança. Muitas vezes os designers, na tentativa de criar novidades, acabam esquecendo pontos fundamentais que são essenciais para se diferenciar no mercado de hoje. Existem tantos produtos acessíveis ao consumidor e tanta informação, e é o cliente que deve escolher aqueles com os quais se identifica. Ele quer conexão com o produto e marca, seja ela: emocional, experiencial ou apenas estética. A marca, atenta ao contexto em que seu público está inserido, deve assim transpor sua identidade em seus produtos. O consumidor não quer apenas produtos, ele busca uma carga emocional e não apenas função e estética. As pessoas buscam consumir itens que contem uma história, mas não apenas no produto, e sim, na criação, na embalagem e até em sua inserção no ponto-de-venda. Ou seja, tudo que envolve o produto deve ter a mesma linguagem, em uma conversa verdadeira e coerente, com o objetivo de conciliar a manutenção das características chave da marca. É possível, sim, criar produtos novos, criativos e com identidade e herança de marca em um contexto que anseia pelo novo. Mas como? O designer, modelista ou criador deve estudar a marca constantemente, mesmo que o legado de valores já esteja incorporado a seu repertório criativo em um trabalho de muitos anos. É sempre bom olhar os produtos, relembrar seu conceito, e nunca

esquecer de como a marca quer ser vista no mercado e que tipo de produto ela deseja oferecer ao seu público-alvo. Uma ótima ideia é escolher palavras-chave que traduzem essa essência da marca. Em um trabalho coordenado de gestão de marca, gestão comercial e desenvolvimento de produto, deve-se escolher atributos psicológicos (ligados a propriedades mais subjetivas, estilo, sentimento), adjetivos da marca e os atributos fisícos (características que sempre estão presentes, ligados a materiais, estética) destes produtos. Pode ser feito, também, um painel com essas palavras e atributos. Isso define a identidade da marca. Palavras e painel devem guiar a criação da coleção dos produtos, juntamente com a temática da coleção e as tendências de moda. Todos que trabalham na empresa e também os colaboradores devem conhecer essa forma de trabalho, pois, só assim a linguagem será a mesma e o produto, junto com tudo que o envolve, contará essa história. A dica principal é o autocotudo que nhecimento de marca, definição envolve o clara da sua identidade para produto deve assim conseguir na dinâmica ter a mesma do mercado e ofertar produtos atrativos, novos, diferentes, com linguagem, em carga emocional e que apenas uma conversa marcas que possuem essa consverdadeira e ciência de herança poderão oferecer aos seus consumidores. coerente

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about | design

Pela volta do papel

Por Cristina Pacheco

Profissional reconhecido no mercado de publicidade e design, Gilnei Silva é um autodidata que soma 20 anos de trabalho. Desde 2011 é sócio da agência SPR Design e responde por alguns brilhantes cases que envolvem arte, desenho, produto e conceito. Gaúcho que cultiva as tradições campeiras, ele recentemente lançou o projeto “Gaucheria”, para valorizar e estimular talentos artísticos do Rio Grande do Sul. Nesta entrevista, o “pai” do design da About Shoes e autor da nossa marca abre o coração sobre passado e futuro, referências e necessidades, dom e persistência.

O que te levou a ser um designer? Olha, meu pai trabalhava com arquitetura, minha mãe gostava de trabalhos manuais e meu irmão mais velho desenhava. Quando guri, coisa que mais gostava era desenhar. Tudo isso, sem dúvida, me influenciou para o que faço hoje. Mas entrei na área mesmo quando tinha entre 14 e 15 anos, era officeboy em uma agência de Novo Hamburgo e fazia meu trabalho rapidinho pra voltar para agência e aprender com os diretores de arte. Me lembro até hoje quando me deram uma mesa de desenho para trabalhar, foi um momento especial pra mim –sim, na época não existiam computadores nas agências, ou eram muito escassos. O negócio era tudo manual mesmo. O que te inspira diariamente? Tudo pode inspirar, já criei uma identidade inspirado na sombra de uma roupa pendurada no varal. Eu gosto de tudo relacionado ao design ou arte, mas, tipografia, identidades visuais e embalagens são minhas fontes principais, fazem parte das minhas pesquisas diárias. Quem são os seus ídolos no design? E fora dele? Tem um que talvez seja meu maior ídolo, que é meu irmão, Giovane Silva. Foi ele quem me incentivou a entrar na área e foi nele que me espelhei para chegar onde cheguei. No mais, nunca fui de admirar uma pessoa específica, mas sim bons trabalhos, não importa de quem. Tenho admiração 39 I aboutshoes.com.br


pelos antigos artistas gráficos. Os trabalhos tinham mais personalidade. Hoje o computador atalhou muitas coisas, inclusive a criatividade. Fora do design tenho muitos, todos relacionado a arte, um deles é Vasco Prado, artista plástico, outro um argentino chamado Carlos Montefusco. Tenho muitos outros que admiro, como Ricardo Güiraldes, José Hernandez, Gujo Teixeira (poeta), Siqueira Campo, Berega. Bá! Aqui poderia citar vários.. Se não fosse um designer, o que você seria? Estancieiro! Hahaha. Sim, ao menos era esse meu sonho de guri, criar cavalos. Mas não sei, acho que de alguma forma ia cair na área da arte, sou muito ligado a ela em tudo que faço. Na tua opinião, o (bom) design já está presente em nossa vida cotidiana? Não, já melhorou bastante principalmente no centro do país, mas temos um longo caminho pela frente. Basta sair pelas ruas pra ver, é uma poluição visual, todos “gritando” ao mesmo tempo. Creio que temos três problemas: Falta de consciência e conhecimento de alguns empresários: a maioria não dá o valor adequado pra marca e produto e não acredita que o design pode ajudar a vender. Falta de profissionais qualificados: temos muita gente se formando em design, mas pouca gente qualificada em design. Cada vez que temos que contratar alguém chove portfólios, mas falta qualidade nos mesmos. O designer ainda não sabe se vender: não adianta nada o cara ser bom se não sabe convencer o empresário (aquele aí de cima que não se conscientizou ainda). A maioria dos empresários ainda não sabem o que fazemos, então temos que mostrar como se faz e porque fazemos. É importante humanizar objetos ou torná-los mais “simpáticos” através do design? Devemos tentar entender porquê tal humanização. Tomando como experiência a área que atuo, eu acredito que é porque estamos buscando um mundo mais “confortável”, ou seja, o design deve ter como meta se integrarse ao meio sem agredir. Precisa chamar atenção de forma adequada. Quais são os maiores desafios no trabalho de um designer? Em que ponto a arte influencia no design? É convencer o quão importante é investir no design, fazer as pessoas entenderem as vantagens do mesmo – por incrível que pareça, ainda precisamos fazer isso. A arte e o design se misturam, a diferença é que o design é sob demanda e tu não faz somente o que tu queres. Faz para ajudar teu cliente resolver algum problema ou vender uma ideia. Na arte, é puro prazer. Como conciliar a veia artística e a vontade conceitual com as demandas comerciais do negócio? Isso a gente acostuma, no inicio foi um pouco mais difícil, mas com o tempo a experiência vai te mostrando que tu não é um artista, tu é um designer e tua arte é sob encomenda. O quanto de poesia existe na criação? Na sua avaliação, quais os elementos fundamentais no momento da criação: pesquisa, talento, repetição, persistência, saber lidar com pressão? O processo de criação é tudo isso, muita gente acha que tu senta na frente do computador e ele te entrega o trabalho. Não é bem assim que se maneia

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o ganso, hehehe. Tu precisa saber quais são os objetivos do trabalho, estar atualizado e ligado nas melhores referências... A partir daí, é papel e rascunho e quando achar que chegou no resultado adequado, deve tentar mais um pouco para ter certeza que não podes melhorar (o que nunca vai acontecer). Qual trabalho você admira e gostaria de ter assinado? E o que sonha fazer na área? Bá! As embalagens da Help (www.helpineedhelp.com). Acho genial o conceito e embalagens, elas deixam claro a importância do design. Tenho vontade de criar uma marca conceito, explorando tudo o que acredito e que na maioria das vezes não consigo colocar no dia-a-dia. Do que? Não sei. Existe algum trabalho seu que considere o mais incrível? Como foi realizá-lo? Sabes que, como qualquer um da área, depois de algum tempo acho que já preciso atualizar os trabalhos, mas por alguns tenho um carinho especial: o redesign da marca Ortopé, por eu ter usado quando criança e depois ter a oportunidade de atualizar a marca. A identidade da About Shoes, não pelo desenho da marca em si, mas pela forma que a revista abraçou a proposta e investiu para se diferenciar das concorrentes. A identidade da rede de postos Flex, por ser um dos primeiros projetos vendidos quando formamos a SPR Design em 2011 e que o resultado fez a primeira unidade da rede vender 85% mais combustíveis que um concorrente nacional já no primeiro mês de funcionamento e a rede está crescendo. Tipografia, ilustração, objetos, superfícies... o que mais te anima no design? A tipografia me encanta, gosto muito pois é a base do meu trabalho. Mas sou fascinado por fazer identidades visuais e embalagens, visualizar o resultado. Entro em transe quando estou em fase final desse tipo de trabalho, quem me acompanha de perto sabe do que estou falando, hahaha. Você não é apenas gaúcho, é um apaixonado pela arte e costumes gaúchos. Como combinar estas referências com o seu trabalho? O projeto Gaucheria nasceu dessa vontade? Fale sobre ele! Ah! Já conheces o projeto? Que legal! Eu tive uma vivência na infância que me fez ter uma ligação forte com as coisas simples do campo e foi ela que ajudou a formar meu caráter e personalidade que procuro preservar até hoje e passar para meu filho. O projeto Gaucheria é uma realização pessoal onde consegui unir duas coisas que gosto, a temática regional gaúcha e o design. Ele tem como objetivo incentivar outros artistas e a arte regional como um todo. Quantos já ouviram falar e conhecem, por exemplo, as obras do Berega, Siqueira Campos, Vasco Prado, José Lutzenberguer (pai do ecologista)? Poucos. Foram artistas com obras fantásticas que a maioria do seu povo não conhece. Obviamente que não quero comparar o Gaucheria com esses artistas, mas gostaria de fazer minha parte para que a arte regional tenha um espaço. Quem sabe ele descubra algum outro grande artista por aí. O meu maior trabalho será convencer a gauchada que é possível se unir com o design. Se conseguir, é possível convencer qualquer um. Hahahaha. Que conselhos daria para um jovem designer que sonha fazer projetos brilhantes e marcantes? Que saia da frente do computador, volte para o papel. E tem que se puxar, não pense que se forma na faculdade vai te fazer um bom profissional, tem que ser curioso, querer fazer mais e estar dispostos a errar para aprender.

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about | movies

O

cinema independente hoje tem muitas vertentes. Quase podemos chamar o cinema independente de “dependente do que cada tipo de autor queira contar”. Há muitos que ainda tomam coragem e afirmam que o cinema independente está morrendo e, cada dia mais, os grandes estúdios estão criando pequenas produtoras visando o lucro futuro de novatos no cinema. Até que chegou Wes ANDERSON a esse planetinha e disse: “não, vocês não vão mexer na minha forma de fazer cinema.” E sim, senhoras e senhores, ele pode dizer (e nós podemos afirmar) que ele é dos mais talentosos cineastas que nasceram no mundo independente. Muitos diretores com o tempo criam grandes duplas cinematográficas. Tim Burton e Danny Elfman, George Lucas e Steven Spielberg... Mas Wes ANDERSON continua trabalhando com a mesma equipe cinematográfica desde 1994. Claro que com o tempo as equipes de produção foram aumentando e incorporando gente, mas desde o primeiro projeto do diretor, “Pura Adrenalina” em 1994, ele se mantém fiel a condição de “que se funciona, e estamos felizes, porque mudar?” Este é o tipo de diretor com quem todo mundo gosta de trabalhar. Bill Murray, um dos seus atores fetiches, afirmou que Wes é um desses caras que consegue te convencer de qualquer coisa. E que sua forma de trabalhar e de contar sempre com a mesma equipe converte o set num lugar cômodo, onde as pessoas se conhecem e sabem trabalhar juntas. Filho de uma arqueóloga que trabalhava como agente imobiliária e um executivo da publicidade, Wes sempre teve espaço para usar e abusar da sua criatividade, mas como todo jovem que vive o divórcio do seus pais, isso marcou não só a sua carreira (seus filmes estão cheios de famílias disfuncionais), mas também a maneira como cria seus filmes. Seus filhos, digo, filmes nascem do seu próprio punho e letra com a ajuda ou não de amigos em roteiros cheios de referências e importantes ano-

tações sobre como devem ser os cenários e qualquer pequeno detalhe que é importante para criar este mundo. Sempre meticuloso com os ângulos e a geometria, ele não só busca sempre trabalhar com lentes de grande angular e de pouca distorção, para mostrar todos os detalhes das vidas de seus personagens, como quase sempre os mantêm simetricamente centrados na película. No seu último filme, “O Grande Hotel Budapeste”, esta característica foi levada aos limites da capacidade dos diferentes tipos de película existentes na história do cinema. Para que fique claro o momento em que a história está sendo contada, o filme automaticamente muda o quadro de visão, mudando tipo de película para explicar e nos ajudar a entender o que é passado, presente e uma lembrança. A sua câmera segue o funcionamento do olho humano. Você pode olhar para os laterais, em travelling, em busca de mais informação, mas nunca conseguirá dar um zoom in nos detalhes. Leia-se que este é um estilo usado anteriormente por diferentes diretores de cinema, mas Wes usa este método para que neste passeio de câmera possamos ver os pequenos detalhes que ajudam a criar os seus personagens. A trilha sonora também é pensada, e muitas vezes criada especialmente para que cada personagem tenha seu som característico. Seus músicos prediletos são da cena independente ou diretamente os Rolling Stones, sempre presentes nas suas histórias. Os créditos dos seus filmes são sempre iguais. Escritos em amarelo com a mesma fonte, é a marca da casa. E sempre assinando como Wes ANDERSON. Por isso eu respeito sua decisão de manter seu nome escrito fora dos padrões e continuo o seu legado neste artigo. Seus filmes são pequenos contos de fadas. Onde personagens são criados e vão crescendo a cada fotograma com pequenos e importantes detalhes. Até o último momento, você está aprendendo e quando acaba, você ainda fica pensando se aquele quadro pintado na parede é alguma referência a

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Por Krika Martinez

Não, o nome deste diretor não está escrito errado no título deste artigo. Em 99% dos seus filmes, é assim que ele assina seu lugar na história cinematográfica, em maiúsculas. Criando uma nova ordem gramatical para o seu mundo único e seus filmes.

Por um mundo cheio de Wes ANDERSONS 51 I aboutshoes.com.br


um diálogo que apareceu no final do filme. Isso tudo é regado a muito humor ácido, sarcasmo e diálogos intermináveis que ajudam a quebrar a doçura do seu mundo particular. O fracasso que virou sucesso “Pura Adrenalina”: curta que se transformou em longa e que chamou a atenção de Martin Scorsese. Que afirmou ser fã do diretor e em uma entrevista disse que no cinema o próximo Scorsese é Wes ANDERSON. O filme? Dois irmãos que organizam um grande roubo e que no meio do caminho aprendem a conviver com os erros do passado um do outro. O trabalho para variar funcionou na crítica, foi um fracasso entre as grandes produtoras que sequer compraram o filme, mas chamou a atenção do festival de cinema independente de Sundance. Foi nesse momento (SEU PRIMEIRO LONGA) que ele disse pra si mesmo: é hora de colocar os pés no chão e continuar fazendo o que eu sei. Filmes de personagens e trabalhar com quem me faz feliz. Em “Três é Demais”, ele mostra a vida de um jovem que, não contente com todas as atividades extra escolares, também cria novas, e ainda por cima consegue ser o melhor em todas elas. Mas quando chega o amor à sua vida ele não consegue vencer a barreira da idade: a professora por quem está apaixonado é candidata a coitadinha, perdeu o marido e não está preparada para a vida amorosa ainda. Personagens complicadíssimos num filme que nos faz lembrar que somos nós que complicamos a vida. Com o sucesso de “Três é Demais”, o diretor conseguiu então trabalhar com a sempre maravilhosa Anjelica Huston e com o muito complicado Gene Hackman. O filme “Os Excêntricos Tenenbaums” não só é um princípio de terapia na vida de ANDERSON nas telas, como também foi a maneira como consolidou o seu casting fiel. Além de dar os personagens principais a atores super competentes, os presenteou com adereços da sua própria vida para que assim pudessem sentir um pouco da responsabilidade dos seus papéis. Os óculos de leitura que Anjelica usa durante todo o filme, por exemplo, são os da mãe de ANDERSON. O filme foi um sucesso sem tamanho em crítica e... na bilheteria, quase na média. Para arrumar a situação, ele traz aos cinemas “A Vida Marinha com Steve Zissou”, a sua visão do que deveria ser a vida do oceanógrafo Jack Cousteau. Neste caso, a vida em um barco de uma equipe de gravação de documentários que beira a demência familiar, já que os personagens na sua maioria não

são família e têm que conviver como se fosse uma. A grande curiosidade deste filme é a participação de Seu Jorge na trilha sonora (com versões em português para músicas de David Bowie) e como ator. Foi outro filme que fez sucesso em crítica e na bilheteria ficou a desejar. Parte da culpa deve-se ao marketing criado na Europa, onde o filme foi vendido quase como para o público infantil e usou e abusou dos nomes dos atores da moda na época, mas que eram meros coadjuvantes, já que Bill Murray ocupa 95% da tela. Fora dos padrões Mas aí vocês devem estar pensando: e como esse cara continuou fazendo filmes? Ele não seguia os padrões de Hollywood, a crítica gostava dos seus filmes, mas os cineastas começaram a ver nas características do seu cinema uma nova forma de contar histórias e começaram a incentivá-lo, financeiramente, para continuar trabalhando. Por ser um diretor independente, também não estamos falando de zilhões de dólares. E foi com ajuda da 20th Century Fox (da França e da Inglaterra) que ele abriu seu jogo e trabalhar mais de acordo com o que o mercado cinematográfico pedia. Estrelas e um grande número de product placement. E assim chegou as telas “Viagem a Darjeeling”, onde três irmãos que perderam o pai fazem uma viagem em busca de sua mãe que esta na Índia. BOOM … Diretamente em cena sem nenhuma vergonha: Coca Cola, iPod, Mercedes-Benz, Panasoic, Porsche e Louis Vuitton. Isso sim, ele se vendeu a muitas marcas, mas todas elas em estilo vintage, já que o filme é de Wes ANDERSON e normalmente são atemporais perdidos nesse mundo entre moderno e antigo. Mas não esqueçam, antes de ver o filme, de assistir o curta “Hotel Chevalier”, criado depois do longa, mas que, mesmo fora da ordem cronológica de criação, nos ajuda entender melhor o personagem de Jason Schwartzman e observar como os atores estão dispostos a trabalhar com este diretor. Sim, porque o curta é famoso por nos apresentar Natalie Portman nua. Sendo que a atriz é famosa pelas suas cláusulas contra qualquer tipo de nudez nos seus filmes. Diretores independentes costumam ser pessoas que não têm medo de arriscar e usar seu talento em outros formatos e com Wes não é diferente, até porque com seus curtas e peças publicitárias podemos não só ver pequenas porções dos seus filmes, mas vivemos também parte deste mundo vintage e de conto de fadas que só existem em sua mente. Um dos grandes

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exemplos é a campanha Candy que ele criou para Prada. Uma história mal contada de amor onde fica claro que a personagem Candy e a fragrância do mesmo nome são seres inusuais no mundo! O mais próximo que ANDERSON chegou de verdade aos contos de fadas foi com o filme “O Fantástico Senhor Raposo”, em que diretamente temos uma fábula interpretada por raposas (e com vozes como as de George Clooney, Meryl Streep e alguns outros grandes nomes do cinema) e vemos como é essa necessidade masculina de viver grande aventuras uma vez que sua vida está consolidada. Leia-se a crise da meia-idade entre roubo de galinhas e fugir dos humanos. O filme segue o estilo visual vintage típico das obras do diretor e foi rodado totalmente em stop motion sem o uso de cenas adicionais criadas no computador. Também como no caso de “A Vida Marinha com Steve Zissou”, este não é um filme infantil, mas pode, sim, ser assistido em família sem nenhum perigo. Em 2012, o diretor nos trouxe “Moonrise Kingdom”. Onde dois jovens fogem para viver a sua história de amor, mas eles estão em uma ilha e são buscados por todos seus habitantes. Leia-se um policial, um grupo de escoteiros, a família da mocinha fujona e a responsável dos serviços sociais pelo jovem Romeu que não tem família e mais alguns percalços que acabam fazendo desta uma história mais complicada que a de Romeu e Julieta. O filme deu tão certo que acabou abrindo o festival de Cannes nesse ano. Assim como participou de quase todos

os festivais de cinema no mundo, não ganhando muitos prêmios mas finalmente dando a ANDERSON o seu espaço na crítica e nas bilheterias como um grande diretor. E então ele ficou dois anos amadurecendo um projeto que tinha semipronto: “O Grande Hotel Budapeste”. A história do filme é simples: as aventuras de um concierge e seu ajudante. A trama se passa num hotel de extremo luxo, entre as duas grandes guerras mundiais, quando uma hóspede morre e deixa em testamento toda a sua fortuna a Gustave, que é perseguido pela família da morta, que é levado a prisão, foge com ajuda dos companheiros de cela e de seu ajudante do hotel, é perseguido pelas montanhas, é caçado por um assassino, é buscado pela ZZ (referência às SS alemãs da segunda guerra mundial) e finalmente tudo isso porque é acusado de roubar um quadro. Agora coloque este enredo num contexto pré e pós-guerra que você nunca viu. Afinal, a visão única de ANDERSON nos faz entrar num mundo que temos vontade que exista. Recentemente, a mídia disse que o seu trabalho como diretor tem como resultado deixar o espectador com saudade de algo que nunca vai existir. Ser normal no mundo do cinema hoje está longe do padrão de vida de Wes ANDERSON. Esse patriarca da classe média cinematográfica é um cineasta que, ao contar uma história, está contando 20, com uma excelente trilha sonora, com todos os detalhes possíveis e impossíveis, com diálogos incríveis e sabendo que no final de tudo a moral é: trabalhe com amor e nunca precisará trabalhar.

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about | style

O coração da criação Inspirações, referências, pesquisa e tino comercial se misturam na hora dos estilistas criarem uma nova coleção de calçados e bolsas. Os itens de desejo que farão as consumidoras suspirarem nascem de necessidades do mercado e também da emoção de criadores que emprestam a alma aos produtos. Confira o que dizem os principais nomes do mercado brasileiro sobre a coleção que já está quase chegando às lojas.

Jorge Bischoff Designer e CEO do Bischoff Creative Group Idade: 49 anos Principal inspiração para o verão: o brilho de alguns elementos naturais, como as pedrarias. A água inspirou o couro que tem o aspecto “molhado”. A vibração da natureza está refletida na cartela de cores. Referência importante: a mulher brasileira, sempre! Inspirações: comportamento e economia, com certeza. São direcionamentos por vezes mais fortes que a própria tendência de moda. Cor e/ou o material do verão: tons neutros (pêssego é o tom perfeito para a estação) e vibrantes. Quanto aos materiais, destaco o couro com textura de cobra, ele é base para estampas como outros animais, e ainda o floral e o xadrez. O verão 2014/15 em uma palavra: exuberante

Carina Leist Designer de moda e diretora de estilo das marcas Dumond, Capodarte e Lily’s Closet Idade: 35 anos Principal inspiração para o verão: o esporte e o étnico. A Dumond trabalha com muitas cores vivas e muita sensualidade nos modelos para a mulher brasileira. Referência importante: o Rio de Janeiro. Pois o tema da coleção Dumond é Rio de braços abertos, onde a música, o mar e o jeito carioca está muito presente na coleção. Música do momento: The Brazil Connection, bossa lounge. Inspirações: a identidade da marca, a brasilidade nas músicas, as pessoas, lugares, culturas. Cor e/ou o material do verão: tons alaranjados, azuis e verdes. E os materiais são répteis coloridos. Se a próxima temporada fosse uma personalidade ou personagem, quem seria? Renata Kuerten (nossa modelo da campanha de verão) que tem um corpo super malhado e está com a cara da mulher carioca. O verão 2014/15 em uma palavra: calor

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Anderson Furlanetto Designer da marca Cecconello Idade: 28 anos Principal inspiração para o verão: a paisagem mística do deserto, sua riqueza e simplicidade Referência importante: a mulher contemporânea, elegante e sensual. Música do momento: Coldplay/Imagine Dragons/John Legend Inspirações: arquitetura e manifestações artísticas fazem parte do meu processo criativo e estão presentes nos traços das nossas coleções. Se a próxima temporada fosse uma personalidade ou personagem, quem seria? Lupita Nyong’o O verão 2014/15 em uma palavra: elegância Sarah Luiza Scheffel Diretora criativa da marca Esdra Idade: 32 anos Principal inspiração para o verão: diversão “TIME FOR FUN” Referência importante: lúdico, cores enérgicas. Música do momento: Sam Cooke e diversos álbuns do aplicativo Deezer que vou escolhendo conforme o mood do dia Inspirações: A rua, o dia-a-dia, a realidade das pessoas... Cor e/ou o material do verão: uma das cores mais lindas da coleção é o turmalina e o material que estamos adorando é uma tela esportiva que deixa os modelos frescos com cara de verão – estou adorando as mules! Se a próxima temporada fosse uma personalidade ou personagem, quem seria? Acho que a Jane Aldridge do Sea of Shoes transita bem em vários mundos... rock, lady, folk, sporty... acho que ela reflete um pouco do mix&match de hoje... O verão 2014/15 em uma palavra: fun

Samara Bozano Designer de moda e estilista da marca Século XXX Idade: 26 anos Principal inspiração para o verão: Boho Chic, uma mistura do Country, Gypsy e Hippie. Referência importante: os embalos dos anos 70 misturados a modernidade no Século XXI. A mistura de peças simples com acessórios marcantes são um exemplo dessa mistura e o foco da coleção. Música do momento: How we do - Rita Ora Inspirações: a rua é muito inspiradora! Nela podemos encontrar um misto de arquitetura, moda e natureza. Se a próxima temporada fosse uma personalidade ou personagem, quem seria? Ashley e Mary Kate Olsen. As irmãs são claramente aptas ao estilo Boho Chic. O verão 2014/15 em uma palavra: liberdade!

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Daniela Isoppo Designer da marca Bottero Idade: 41 anos Principal inspiração para o verão: brasilidade Referência importante: as ruas! Sempre a principal referência. Onde tudo se cria e acontece. Música do momento: Naive - The Kooks Inspirações: arquitetura e fotografia andam juntas com a moda O verão 2014/15 em uma palavra: quente.

André Henz Gerente de produtos e marketing da Kidy Idade: 35 anos Principal inspiração para o verão: diversão ao ar livre dos dias agradáveis de primavera. Referência importante: a criança em todos os momentos. Tanto na educação e no seu comportamento, quanto nas atitudes dos pais. Música do momento: clássicos Red Hot Chilli Pepers, Nando Reis, U2, Kings of Leon, Bruno Mars e Jason Mraz, bem como eletrônicos como Avicii e David Ghetta e novos nomes na cena musical nacional, vinculados a programas massificados de televisão como Malta e Suricatos. Também Daft Punk, One Direction, Demi Lovato, Ellie Goulding, One Republic, Miley Cyrus, Kate Parry, Cold Play e Lana Del Rey. Inspirações: música, cultura, artes, arquitetura, tecnologia, design e etc - tudo isso pode se transformar em recursos para nossa criação e são formas de explorar outras áreas além da moda Cor e/ou o material do verão: para as meninas, a leveza dos tecidos, rendas, os contrastes dos laminados com superfícies lisas e brilhantes, recortes e padrões ópticos. Cores: azul céu, cobalto, verde jade, acqua, amarelo, papaia e pitanga. Para os meninos, texturas, superfícies desgastadas, tecnologia, simetria dos objetos e geometria. Cores terrosas servem de base para cores novas como páprica, azul jeans, turquesa, lima e amarelo. Se a próxima temporada fosse uma personalidade ou personagem, quem seria? O encanto e a magia de Peter Pan em De Volta à Terra do Nunca. O verão 2014/15 em uma palavra: Inovação

Fernanda Feldmann Designer da Ortopé Idade: 33 anos Principal inspiração para o verão: os parques de diversões antigos, estilo mais vintage. Principalmente brinquedos como o carrossel e o carro-choque. Referência importante: a saúde e o conforto das crianças. A soma do design e das tendências de moda com o conforto são nossa principal característica. Música do momento: músicas mais calminhas, Bruno Mars e John Mayer. Também MPBs mais antigas, tipo Caetano e Elis. Inspirações: as crianças sempre são nossa principal inspiração. Cor e/ou o material do verão: candy colors, que têm a cara da Ortopé, que é uma marca mais delicada. Material é o couro macio. O verão 2014/15 em uma palavra: encantamento 62 I aboutshoes.com.br


MARLUCI BRAGÉ Marketing da Rafitthy Idade: 25 anos Principal inspiração para o verão: a mulher elegante e versátil Referência importante: shapes clássicos e versões arrojadas de bolsas que serão usados em diversas ocasiões e estilos Música do momento: : Demi Lovato - Really Don’t Care Inspirações: no estilo da consumidora contemporânea e informada Cor e/ou o material do verão: tons neutros e terrosos junto a coloridos como citrus, lavanda, salmão, sky, pink, vermelho, uva e padronagens como animal print, metalizados, vazados e transparências

Athos Henriques dos Santos e Érika Rocha Designers da marca Klin Idade: 28 e 24 anos Principal inspiração para o verão: o Brasil e todo o clima tropical vistos pelos olhos de uma criança. Universos lúdicos, românticos, com ares refrescantes e uma pitada de fashionismo compõem os temas da temporada: Brincadeira Tropical, Sol e Doce sonho. Referência importante: a criança e as fases de seu desenvolvimento. Música do momento: Happy (Pharrell Williams), Best Day of my Life (American Authors), Red (Taylor Swift) Inspirações: O comportamento do novo consumidor, mães, pais, e principalmente as meninas, seus novos hábitos, seus sonhos, desejos. Cor e/ou o material do verão: cores alegres e vibrantes, como o royal, vermelho e o verde esmeralda. Para as meninas, os materiais metalizados em dourado e ouro rosa, além de calçados com estampa animal print. Para meninos, lonas e do jeans resinado. Se a próxima estação fosse uma personalidade, quem seria? A amizade entre as crianças e o nosso personagem KLIN. Também os personagens Russell e Carl Fredricksen, de Up, Altas Aventuras. Russel é um menino esperto, cheio de disposição, antenado com as novas tecnologias. Carl é um senhor de idade, que esta muito apegado ao passado e não compreende o “mundo moderno”. Ambos são curiosos e estão sedentos por aventuras. O verão 2014/15 em uma palavra: diversão e animação!

Edilza Cavalcante Gestora do Mundo da Menina Pampili Idade: 41 anos Principal inspiração para o verão: a felicidade, que é a grande busca da humanidade, e a arte, que destaca valores essencialmente femininos como a intuição, a sensibilidade, a beleza, a delicadeza. Referência importante: as Américas do Sul e Central com sua cultura exuberante, alegre, colorida, rica em misturas e detalhes artesanais. Música do momento: 93 Million Miles - Jason Mraz Inspirações: O comportamento do novo consumidor, mães, pais, e principalmente as meninas, seus novos hábitos, seus sonhos, desejos. Cor e/ou o material do verão: Para a Pampili o rosa, em diversos tons como o pink, o buquê e o doce melissa, traduz muito da essência romântica e feminina da marca, e, claro, soma-se aos tons quentes do pôr do sol, além de azuis e verdes. Materiais a destacar, certamente os metalizados e as estampas artísticas, étnicas e florais. Se a próxima temporada fosse um personagem, quem seria? Acho que é a Anna, do filme Frozen, com seu espírito livre, corajoso. Bela e com o coração cheio de amor em sua incansável busca pela felicidade, esse é o seu poder, capaz de aquecer o gelo e transformar tudo em um lindo jardim florido. Não é à toa que as meninas andam tão encantadas por ela. O verão 2014/15 em uma palavra: feliz!

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Fábio A. F. Saul Designer e Gerente de Produto da Kildare Idade: 42 anos Principal inspiração para o verão: a casualidade e a informalidade dos homens contemporâneos que buscam experiências, sensações, prazeres e alegrias com uma “simplicidade sofisticada”, com mente e alma jovens. Referência importante: “feel” (a busca de novas sensações, experiências e descobertas); “soul” (a alma e a verdade da marca reveladas na essência casual); “joy” (prazer e a alegria nas formas de transitar pela vida e pelo cotidiano) e “share” (vontade de compartilhamento dos homens contemporâneos). Inspirações: A observação dos comportamentos masculinos e dos movimentos econômicos, políticos e sociais no mundo; a observação e experiências desenvolvidas através das relações com a música, as artes, a arquitetura e a gastronomia e, também, do cotidiano ao nosso redor, nos centros urbanos próximos e nas redes sociais. Cor e/ou o material do verão: cores naturais, neutras e também coloridos suaves com alguns contrapontos de cores intensas dos centros urbanos. Matérias-primas com aparência e textura leve e natural: camurças; couro natural macio, sedoso e com transparência; lonas. Se a próxima temporada fosse uma personalidade ou personagem, quem seria? Todos que vivem com alegria, naturalidade, informalidade, verdade e essência... O verão 2014/15 em uma palavra: Alma casual

Junia Capobianco Silva Designer de calçados e responsável pela comunicação da marca Freeway Principal inspiração para o verão: os dias azuis e quentes do verão foram nossa inspiração, bem como a descontração que a estação traz. Referência importante: o “hand made”, a arte de fazer calçados em couro, com ajustes de medidas complexos e detalhados... e ao mesmo tempo simples de usar. Música do momento: repertório eclético, que varia entre Imagine Dragons à música clássica com interpretações Pop, como o violinista David Garrett. Inspirações: arquitetura, design de interiores e jardinagem são outras grandes nspirações...enfim tudo que é belo! Cor e/ou o material do verão: couro sempre! Azul, com toques de amarelo, vermelho e laranja. Se a próxima temporada fosse uma personalidade ou personagem, quem seria? Casual com pegada sustentável. O verão 2014/15 em uma palavra: descontração e leveza.

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about | aRCHITECTURE

the OMG store

Por Júlio Rossi

Mesmo depois de cinco anos, o projeto Villa Moda do holandês Marcel Wanders, em Bahrein – nos Emirados Árabes Unidos – permanece como um marco na arquitetura de varejo de todos os tempos. O espaço mistura as Mil e uma Noites narradas pela lendária rainha persa Sherazade com o País das Maravilhas da insensata Alice. 66 I aboutshoes.com.br


Oh my God (!) certamente é a expressão mais cabível para descrever o que os olhos veem. Talvez este efeito desconcertante seja a materialização da primeira intenção do designer quando assumiu o projeto. Sua meta, além de surpreender a cada passo dado no ambiente, era fazer o espectador ver o mundo de uma nova maneira. O grande trunfo de Wanders neste sentido é saber, como poucos, superdimensionar para criar uma realidade de sonhos, uma realidade fundamentada em inovação e tradição, em diversidade e intimidade. A loja de 1.050 m² – instalada em um shopping center de altíssimo luxo, o Moda Mall – está repleta de referências locais e os souks – mercados abertos efêmeros, geralmente semanais,

uma espécie de feira de rua – são a grande inspiração. O Sheikh Majed Al-Sabah, o fundador da Villa Moda e uma das forças motrizes por trás da moda no Oriente Médio, levou Marcel em uma viagem para conhecer estes caóticos e barulhentos empórios. Apoderado de motivos e tradições do lugar, o designer reverteu suas pesquisas em uma estética fantástica, inovadora e cheia de detalhes. Criou o que chamou de “International Souk”: um espaço onde ricas técnicas de artesanato foram re-interpretadas por olhos ocidentais para compor um sistema complexo de texturas e padrões que se torna ainda mais intenso, sofisticado e dramático, com uso de preto e branco.

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A fachada é recoberta por esferas gigantes numa alusão à herança histórica do intenso mercado de pérolas do país. Na sequência, Marcel toma partido de um corredor baixo, longo estreito que conduz os clientes a um espaço overscale. O processo de transposição das escalas cria uma sensação de euforia. Neste e em outros ambientes do negócio há uma sucessão desconcertante de mosaicos de estilos variados, treliças, arabescos e peças mundialmente consagradas do próprio Marcel Wanders. O gigantesco mural de gesso em padrão floral atrás dos caixas é uma das atrações da loja. Situada em uma localização central privilegiada – com vista para o mar – a loja tem uma vizinhança de peso. Está

ladeada pelas populares Louis Vuitton, Hermès, Bottega Veneta, Dolce & Gabbana, Gucci e Fendi. Mas o endereço oferece um mix de marcas de luxo inovadoras , com pouca ou nenhuma representação na região. Entre elas temos: Anya Hindmarch, Martin Margiela, Ossie Clark, Rue du Mail, Nina Ricci, Christopher Kane, Comme des Garçons e Junya Watanabe. Já marcas como Marni e Dries van Noten têm espaços independentes dentro do complexo que foi concebido como uma pequena cidade. Uma moderna, luxuosa e – realmente – inesquecível Babel da moda onde os clientes podem encontrar uma camiseta a módicos £ 20 ou um vestido de noite por £ 20.000.

Marcel Wanders é designer e diretor criativo do estúdio Powerhouse, em Amsterdã, que atua em projetos de arquitetura de interiores e desenho de objetos. Depois de ter sido expulso da Academia de Design de Eindhoven, Wanders foi graduado pela Escola das Artes do Institute of the Arts Arnhem. É co-proprietário e diretor de arte da bem sucedida Moooi, marca de objetos e mobiliário de design. Ficou mundialmente conhecido pela Knotted Chair, de 1996, onde foi possível detectar o cerne de sua criação: cruzar materiais e técnicas inovadoras com estilos históricos e arquétipos. Considerado por muitos como uma “anomalia” no mundo do design, Marcel colocou em prática seu objetivo, sua missão: “criar um ambiente de amor, viver com paixão e fazer nossos sonhos mais emocionantes tornarem-se realidade.” O designer colabora ainda com as super brands Droog Design, B&B Italia, Bisazza, Swarovski e Cappellini.

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fashion storage photographer: Lucas Martins de Mello concept: Julio Rossi

Sapatilha PAMPILI

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Bonecas douradas AMORECO, prata KLIN e chinelinho CONTRAMテグ

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Clutch Hello Kity GRENDENE KIDS e sapatilha KIDY

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T-shirt RICHARDS, tricô ZARA, calça Chinelo KLIN, yacht KEA e FREEWAY tênis Galinha Pintadinha DIVERSÃO ELLUS, calçado e mochila

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Casual DOK e sandรกlia KIDY

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D’orsay KLIN e sandália MENINA RIO

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about | KIDS TRENDS

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in the navy A clássica combinação azul e vermelho sai da tendência navy e entra no mundo kids para garantir estilo e personalidade para as crianças em todos os momentos. 4

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1. Diversão 2. Bibi 3. Contramão 4. Bee Happy 5. Avengers Diversão 6. Kidy 7. Pimpolho

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about | kids trends

refrescante Os tons da família dos verdes e azuis emprestam suavidade e leveza à moda infantil da estação. Lindos para meninos e meninas, dão o toque refrescante para a temporada verão. 1

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1. Aleka 2. Bibi 3. Ortopé 4 e 5. Klin 6. Kidy 7. Molekinha

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About | business+love

s e õ ç a z i n a g r o s na

Por Arno Duarte

Com amor é mais gostoso, mesmo assim as relações humanas no trabalho estão cada vez mais frias e robotizadas. Existe um preconceito de que sentimentos não combinam com resultados, mas responda você: em que momentos da sua vida você se sentiu mais produtivo e esbanjando energia?

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V

ivemos num mundo em que a competição é o motor defender caso alguém ultrapasse os nossos limites. Precisamos de que faz a roda da economia girar. Desde pequenos, um esforço especial para educar as pessoas para sentimentos aprendemos a ser competitivos, a ser o melhor, a bons e atitudes positivas frente ao próximo. Devemos estimular superar colegas, vencer, vencer, vencer. A competi- nosso potencial generoso e colocar esse sentimento em todas as ção gera disputas e, na maioria das vezes, sobrepõe nossas atividades e relações, sejam elas pessoais ou profissionais. iniciativas de colaboração e de generosidade entre pessoas, Você pode pensar que sua atitude individual é pouco em um instituições, organizações. Não raro, empresas são vistas pelos mundo com sete bilhões de pessoas, mas não é. A humanidade funcionários como duras e “sem alma”. Aos poucos, durante nos- é uma rede. Passe a ter atitudes individualmente e você vai sentir sa vida profissional, esquecemos quem realmente somos, e nos a diferença no seu dia. Quem estiver ao seu redor vai ser estiadaptamos a esse espaço frio do mercado de trabalho. mulado, será contagiado por suas ações, e quando você menos A base da humanidade é generosa. Somos todos equipados esperar, todos a sua volta estarão comentando sobre como algo com o mais nobre dos sentimentos, o amor, calor humano que mudou na dinâmica das relações deste grupo. falta nas empresas, esquecido e soterrado pelo “profissionalismo” Precisamos passar a educar desde o jardim da infância sobre das relações. As pessoas estão ficando doentes, são enxaque- a importância do amor e da generosidade nas relações. Você cas, dores no corpo, câncer, obesidade, AVCs, depressão, úlcera, não é obrigado a ser sempre generoso, mas precisa entender gastrite, infarto, tudo reflexo de um ritmo o valor que esta ação tem sobre as rede trabalho que nossos corpos não estão e o quanto ser generoso ou não Devemos estimular lações preparados para suportar. Máquinas suafetará a felicidade do mundo ao seu portariam tamanha pressão. O mercado nosso potencial redor. Um ambiente de generosidade quer transformar pessoas em máquinas, generoso e gera confiança mútua e produz menos pois máquinas não sentem. ansiedade, tensão e estresse. Você gasta colocar esse Ninguém se preocupa com as máquimenos energia tendo que se preocupar sentimento em nas. Se uma máquina quebra basta trocar com desconfianças, e sua saúde mental e uma peça ou comprar outro equipamento todas as nossas corporal agradecem. que a roda volta a girar. Máquinas não atividades e Os mais céticos vão dizer que geneprecisam ser respeitadas para fazerem o rosidade e amor não combinam com as relações, sejam seu trabalho bem feito. empresas e relações comerciais. Ouvi o Já os seres humanos precisam de rela- elas pessoais ou discurso do Dalai Lama, feito no Vale do ções saudáveis no trabalho para produzir profissionais. Silício nos EUA, em fevereiro deste ano, com resultado. Como podemos desenvolem que ele fez um raciocínio muito simver grandes empresas sem relações de qualidade entre as pesso- ples. O ser humano precisa de conforto espiritual e material. A as que desenvolvem os projetos? A pressão por resultados não é generosidade traz o conforto espiritual e a economia continua mais 12/8. As empresas estão hipertensas, e tal como em pessoas, sendo necessária, pois gera o conforto material. O conforto esa hipertensão é uma doença silenciosa e mortal. piritual não é concorrente do conforto material. A economia não Quando pequenos, temos uma confiança infinita nos amigos, nos deixará de existir só porque as pessoas estarão mais satisfeitas irmãos, nos pais, mesmo em desconhecidos. Crianças são genero- espiritualmente, pois ainda precisarão comprar bens para o seu sas porque confiam! Aos poucos, vamos recebendo informações de conforto físico. Segundo “Sua Santidade”, também só falar em que temos que ter cuidado com estranhos, seus amiguinhos roubam conforto espiritual não é real, portanto espiritual e material preciteu lanche, aquele segredo que você contou a alguém foi reve- sam andar juntos para o bem de todos. lado. São tantas decepções que aos poucos perdemos esta conSe você se relaciona com pessoas, é sua obrigação ser mais fiança, que antes era natural, e passamos a avaliar tudo e todos, generoso antes de sair por aí postando “mais amor por favor” nas julgar sem conhecer, suspeitar para garantir. Duramente aprende- redes sociais. Vamos fazer as palavras bonitas saírem da latinha de mos que ser bom é ser bobo, que o mundo é dos espertos e a lei refrigerante e se transformarem em ações concretas. Passamos mais do mais forte prevalece. Um grande jogo que fica potencializado de 10 horas do nosso dia nos relacionando com colegas de trano ambiente de trabalho, lugar do ganha-pão que garante nossa balho. Quem sabe não é por aí que mudaremos o mundo? Vamos sobrevivência nesta economia baseada no dinheiro. buscar uma atitude de preocupação com os outros seres humanos. Mas não somos mais crianças. Como adultos podemos voltar Quanto mais você dá amor, mais você recebe amor. Quer melhor a confiar, exercitar a generosidade nas relações humanas e nos retorno sobre investimento a curto prazo do que este?

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alter ego photographer: Carlos Contreras model: Dener Chitolina (Ford) styling: JĂşlio Rossi beauty: Diego Marcon

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Look CALVIN KLEIN, mochila JORGE BISCHOFF e slip on STEFANELLO 81 I aboutshoes.com.br


Jaqueta, tric么 e bermuda SQUAD. T锚nis DIADORA

Look TRITON e casual abotinado KILDARE Casual PIPPER

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Look FORUM e espadrille HAVAIANAS

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Blazer FORUM, t-shirt CALVIN KLEIN, ciclista e cinto ZARA. Mocassim WEST COAST 84 I aboutshoes.com.br


Colete CALVIN KLEIN, calรงa FORUM, cap LACOSTE, lenรงo H&M e abotinado M. OFFICER 85 I aboutshoes.com.br


Jaqueta CALVIN KLEIN, t-shirt, hobo bag e bermuda FORUM. Driver NEW COMFORT 86 I aboutshoes.com.br


Look TRITON, lenรงo e cinto H&M. Mochila NORDWEG e casual CAVALERA 87 I aboutshoes.com.br


Jaqueta CALVIN LookKLEIN, Zara et-shirt, casual hobo PEGADA bag e bermuda TRITON. Driver NEW CONFORT

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Carlos Contreras Fotografia | styling: Julio Rossi | beauty: Diego Marcon | Assistente de Fotografia: Lucas Martins de Mello | Modelo: Denver Chitolinal (Ford Sul)


about | men’s trends

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Apostar em cores ensolaradas - laranja, vermelho, amarelo e rosa é uma saída de grande estilo para tornar a primavera-verão 2014 | 2015 ainda mais quente... 1.Ou 2.West Coast 3.Kildare 4.Bull Terrier 5.M.Officer 6.New Comfort Kenzo| Etro| Burberry | Dolce Gabbana | Versace

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about | MEN’S LIST

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MIX COOL

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Mixar cores pastel com pigmentos terrosos é uma das doas tend~encias da primavera-verão 2014 | 2015 para os homens. O acento active é o plus para os mais modernos 1. True Religion 2. Majestic 3. Cavalera 4. Duvetica 5. Braddock 6. West Coast 7 e 18. Marc by Marc Jacobs 8. Kildare 9. Abercrombie & Fitch 10. New Comfort 11. Filson 12. Jorge Bischoff 13. Marc Jacobs 14 e 15. Paul Smith 16. Sândalo 17. Missoni 19. Tom Ford

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o u to n o - inv e r n o 2 015 As semanas de moda de Nova York, Londres, Milão e Paris deixaram um vasto conteúdo para a temporada outono-inverno 2015. Fato que, aparentemente, deixa mais árduo o trabalho para decodificar as tendências mais relevantes propostas pelos designers. Contudo não há, realmente, grandes novidades no cenário da estação. O que existe, claramente, é uma nova maneira de propor o que – um dia – já foi usado. A eterna relação estética com o século passado persiste... Ícones formais dos anos de 1930, 60, 70 e 80 podem ser identificados em inúmeras ofertas, principalmente aqueles aspectos que impulsionaram a moda nestes períodos. Mesmo assim, o resultado geral aparenta ser bastante novo. Entretanto, é notável certa preocupação com a distância que a

passarela tomou da vida real nos últimos anos. Desta maneira, um movimento que pretende dosar os dois universos começa a ganhar importância. Essa observação sobre o equilíbrio entre a moda de ponta e roupas usáveis foi a tônica em muitas apresentações. E alguns estilistas pretendem ainda mais... Querem recuperar um pouco do conforto perdido nos últimos anos. “Aconchegante” deverá ser um chavão da próxima temporada fria. Mas, se o novo é dar crédito aos princípios da realidade, como posicionar os que garantem ofertas com acentos bastante excêntricos? Aqueles que criam estéticas sensivelmente particulares não são poucos e normalmente é creditado a eles o mérito da “evolução”. Por este ponto de vista, continuamos progredindo e muito!

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Emilio Pucci Carven Elie Saab

Balmain Bottega Veneta Balenciaga

Marni AF Vandevorst Sigerson Morrison

Givenchy Marc Jacobs

Isabel Marant Chloé

Haicer Ackermann

Prada

Balenciaga

Dries van Noten Iceberg

catwalk | cores

Louis Vuitton

Christophe Lemaire A seleção de pigmentos do outono-inverno 2015 é tão completa quanto da última estação quente. Até opções néon podem ser vistas nos lançamentos, mesmo que em quantidade irrelevante para serem consideradas como uma tendência forte. A unanimidade do período é novamente o preto. Para tal abrangência ser possível, há uma infinidade de superfícies diferentes da “não cor” disponíveis na cartela. Texturas menos ou mais expressivas, foscas ou brilhantes e opções lisas – além de transparências diversas – fazem parte das preferências. As cores terrosas – que vão de beges claros a marrons escuros, caramelos e castanhos – são outro ponto de convergência para os designers. Já azuis como petróleo, noite, esferográfico, marinho, prussiano, royal, turquesa, carbono e variações do teal blue compõem uma cartela muito usada, onde o maior destaque é o tradicional navy. Entre os pigmentos intensos, uma seleção de vermelhos ganha espaço. Opções vibrantes dividem preferência com outras menos luminosas. Vermelho sangue, tomate, rubi, red rose e cereja estão entre elas. Laranja, amarelo e rosa shocking – embora menos presentes que o vermelho – completam o combo das cores vivas. O burgundy (ou borgonha), sucesso do outono-inverno 2014,

permanece em destaque com variações ora mais vermelhas, ora bastante próximas ao marrom. Já diferentes pigmentações de cinza têm uso considerável nas coleções, retomando a modernidade perdida através das temporadas. Chama atenção uma categoria de cores claríssimas chamadas de “novos brancos”. Além do branco puro e do offwhite, inúmeras alternativas apresentam nuances coloridas – verdes, beges, azuis, lilás, amarelas... Entre as alternativas, aquelas com acento rosado têm uso constante. Com aspecto bem invernal, volta à cartela de cores – com certa relevância – o violeta. Outros púrpuras como ametista, aubergine, roxo e grape também estão disponíveis. E a seleção verde muda de tom. Entre eles, merecem distinção os verdes militares (oliva, musgo, floresta, dark green) por seu grau de modernidade. Esta será mais uma temporada em que a monocromia – uso de apenas uma cor por modelo – será a estética dominante. Vale também arranjar diferentes texturas do mesmo pigmento em busca de resultados mais atraentes. Ao mesmo tempo, efeitos policromáticos foram a escolha de certos designers para configurar suas coleções. Entre as propostas temos combinações harmônicas ou resultados bastante agudos.

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Rag & Bone

Isabel Marant

Saint Laurent

Balenciaga

Giorgio Armani

Marni

Nicholas Kirkwood

Louis Vuitton

Prada

Miu Miu

Aperlaï

catwalk | MATERIAIS

Fendi Gucci

Antonio Berardi

Versace

Burberry A seleção de materiais para a moda outono-inverno 2015 não traz, propriamente, nenhuma grande novidade. Determinados materiais são mais usados que outros o que garante, desta maneira, maior destaque a eles. É o caso da camurça, escolha número um dos designers para seus calçados. Com toque e visual menos ou mais expressivos – camurção – com efeitos envelhecidos, metalizados, estamparias exóticas, é material próprio para qualquer estilo. E como os estilistas querem recuperar um pouco do conforto perdido nas últimas temporadas, materiais visualmente aconchegantes são escolha acertada para tanto. Assim o pelo de vaca – ou pony skin – liso ou estampado, tem uso recorrente, sobretudo em marcas que apostam no “mais que moderno”. Com uso solo ou combinado com outras superfícies é, indiscutivelmente, importante para o período. Importante, também, são os variados tipos de peles que adornam os lançamentos. A grande novidade do momento é o emprego de peles em peças abertas – sandálias, open boots, mules. O couro liso – com menos ou mais lustro – mantém o acento de modernidade e a textura, sofisticadamente, moderada do floater é tendência iniciada no verão 2014 que deverá ter maior visibilidade na próxima estação fria. Já o brilho intenso do verniz tem uso restrito, mas é uma opção de grande estilo em muitas coleções. Os tecidos continuam dividindo atenções com outros materiais. Estão em destaque aqueles com efeitos brilhantes como o lamê,

o brocado, o cetim e o gorgorão metalizados. Também presente na cartela têxtil, o veludo liso aparece em muitas propostas na cor burgundy. Outra “coincidência” estética fica por conta da lã feltrada cinza mescla presente em inúmeros modelos. Já rendas de estilos diversos – estas preferencialmente pretas – mantêm sua relevância na moda da temporada. Os metalizados que permanecem na cartela e suas versões invernais – cobre, bronze, estanho – parecem mais atraentes no momento que os tradicionais ouro e prata. Aspectos oxidados, texturas, efeitos rústicos e acabamento tipo niobium também contam para a estética do outono-inverno 2015, além de algumas referências coloridas. O aspecto rústico – garantido pela própria textura do material ou por efeitos pré e pós-produção – é proposta de muitos lançamentos, contudo, em modelos extremamente alinhados. Alinhadíssima por sinal é a tendência que mantém os materiais transparentes em alta. Os modernos plásticos (vinil maleável e acrílico) e as sensuais telas imprimem altas doses de sofisticação em saltos e cabedais. Sucesso do verão passado, o neoprene ganha novos usos o que, também, acontece com os elásticos – além do lado funcional, assumem direção mais estética. Já o glitter, que ensaia uma volta deste mesmo período, tem uso muito pontual nas coleções. A novidade da temporada fica por conta do “caviar”, material glam recoberto por micro esferas.

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Giambattista Valli Hugo Boss

Brain Atwood

Dries van Noten

Gucci

Prada

Sportmax

Trussardi

Carven Burberry

Roberto Cavalli

catwalk | padronagens

Louis Vuitton

Acne

Lanvin

Marc by Marc Jacobs

Salvatore Ferragamo

Aperlaï

O outono-inverno 2015 é essencialmente uma temporada em que as texturas fazem a ligação entre toda e qualquer ideia. Tendência válida para tudo, roupas, calçados, bolsas e acessórios. A relação entre as superfícies é estabelecida nos looks – entre as peças – e nas próprias peças, entre suas partes. As texturas escamadas são as preferidas dos designers. Tanto propostas lisas como desenhadas – caso de lagartos e cobras, como a píton – foram selecionadas para estampar tecidos, couros, plásticos e outros materiais. Superfícies de arraia e avestruz aparecem eventualmente nas propostas e o crocodilo tem maior uso em bolsas. As animal prints – que sumiram no verão 2014 – retornaram às passarelas como se nunca tivessem saído delas. Novamente o destaque fica com as padronagens de leopardo que ganham upgrade em versões maximizadas ou coloridas. As outras opções

recaem sobre desenhos típicos de tigres, zebras e algumas composições híbridas. Motivos geométricos inspiram estampas, estruturas e aplicações. Listras, xadrezes, quadriculados e poás, em versões regulares ou assimétricas – algumas com acento étnico – estão presentes em muitas coleções. E como o final dos anos 60 e começo da década de 1970 influenciam o período, os padrões modulares não poderiam ficar de fora das opções. Os clássicos masculinos também se encaixam nesta divisão. Pied-de-coq, pied-de-poule, espinha de peixe, príncipe de gales completam as ofertas geométricas. Os florais, que encabeçaram a lista das estampas mais usadas nas últimas temporadas, foram preteridos pelos designers – pelo menos em seus calçados e bolsas. Nas roupas, as flores ainda deixam sua marca em propostas bastante invernais.

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catwalk | TIPOS Alexander Wang

Lanvin MMM

Bottega Venetta

Redd Krakaff Vionnet

Stella McCartney

Chanel

Roberto Cavalli

Altuzarra

Oscar de la Renta

Chloé

Mary Katrantzou

Emilio Pucci

Michael Kors

Voltam à cena da moda feminina os calçados inspirados nos clássicos dos homens. Esta tendência é uma das principais do período, em termos de quantidade e estilo. Brogues, slippers, loafers, oxfords e monks são propostos em formatações originais ou reinterpretados ao gosto dos designers. O contraponto desta moda é feito pelos ultra femininos scarpins. Uma quantidade considerável de modelos está disponível nas coleções em modelagens básicas ou configurações extremamente modais. Este calçado conta com variantes como t-strap, back strap, d’orsay, modelos com aberturas inovadoras e formatações abotinadas. Contudo, o ankle strap ainda é um modelo a ser seguido. Desafiando as temperaturas, os estilistas optaram por peças abertas para completar suas coleções. Além de uma quantidade surpreendente de sandálias, modelos open toes e mules, uma enormidade de novas conformações está em pauta. Já as sapatilhas

sumiram dos desfiles, mas ainda fazem parte de algumas coleções. As botas contam e muito na estética da temporada e as mid boots – botas com canos acima do tornozelo até a metade da canela – são realmente as mais modernas. Mas não somente estas foram propostas. As ankle boots e booties ganham em volume, contudo surpreende o número de peças “over the knee”, acima do joelho. Entre os estilos podemos encontrar army boots, westerns, chelseas, bikers e montarias, em feitios tradicionais e modernizados. Contudo, a bota minimalista, de cano médio e salto alto tipo estaca, permanece como referência. Já as dressy boots são peças especiais, cheias de estilo e feitas para “causar”. Entretanto, nada simboliza melhor a estação que um bom par de tênis. Ele representa um novo estado de espírito. Sai das academias e dada às preciosas versões que tomaram conta das passarelas nesta temporada, logo, logo, serão usados com vestidos de noite.

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Alexander Wang Emilio Pucci

Dior Miu Miu

Burberry

Gucci

catwalk |bolsas

Balenciaga

Chloé Lanvin

Dolce Gabbana

3.1 Phillip Lim

Tory Burch

Depois de temporadas primando por propostas inovadoras, as bolsas do outono-inverno 2015 buscam uma linha surpreendentemente tradicional para o período. Esferas, pirâmides, sacos foram deixados de lado e o estilo lady like ganha a preferência dos designers. Estruturadas, com proporções medianas, alças curtas – de correntes ou couro – monocromáticas ou em composições de cores e materiais, a essência clássica é a proposta, inclusive, nas marcas modais. Quanto aos materiais, texturas exóticas, couros lisos ou levemente texturizados, opções metalizadas e peles têm uso indiscriminado. Já a cartela de cores é a mesma dedicada aos

calçados, com uma inclinação para os pigmentos azuis e pretos. Mas a estação não é feita apenas de “sac de dame”. Clutchs, hobos, doctor bags, portfólios, baguetes, envelopes e mochilas fazem parte das propostas dos estilistas. Alguns modelos inovam com formatações verticais, trapezoidais, tamanhos mínimos, rigidez total, alças multiuso... Outra característica do período é a decoração – ou falta dela. Propostas totalmente limpas, que contam apenas com detalhes estruturais, dividem atenções com peças em estilo “total embelishment” – totalmente decoradas. Este efeito também é conseguido com o uso de estamparias, aplicações, pinturas hand made, bordados...

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Christopher Bailey dedicou seu desfile a Bloomsbury Girl, em clima artsy, muito inglês e por isso mesmo com boa dose de excentricidade. Estampados florais estilo hand made, inspirados nos jardins ingleses, foram aplicados em roupas, calçados e bolsas, deixando um toque bastante humano. Baile conseguiu reposicionar a estética boho com boas doses de um romantismo folclórico e ao mesmo tempo bastante moderno, bastante urbano. Mas talvez seu principal trunfo foi ter conseguido criar uma mulher sexy e ao mesmo tempo tranquila!

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BALENCIAGA_fw_PARIS_2015 BURBERRY_PRORSUM_fw_londoN_2015

No terceiro desfile como diretor criativo da marca, Alexander Wang propõe um estilo vigoroso – quase afiado – em que a pesquisa de materiais e texturas (laminado de lã com látex, couro de canguru, marmota, poliéster jersey, cetim duchesse, lã forrada com couro e crepe, só para citar alguns) é ponto focal. Com clara inspiração futurista, os looks trazem um acento active experimental. O resultado tem abordagem que foge do contemporâneo típico dos jovens e talentosos designers, pois não perde o patrimônio do célebre Cristóbal.


CELINE_fw_PARIS_2015 CHANEL_fw_PARIS_2015

Com uma sobriedade totalmente cool, Phoebe Philo transferiu para a passarela suas convicções mais enraizadas no momento, mesmo que estas certezas muitas vezes sejam o desejo oposto da maioria das mulheres de hoje. Os looks conjugam força e ternura, coragem e emoção, sensualidade e controle, delicadeza e gravidade... A dialética das sensações opostas materializadas de forma naturalmente estética, a melhor tradução do estilo serious chic – design tipo anônimo e cheio de detalhes essenciais.

O metafórico supermercado de estilo da Karl Lagerfeld é um verdadeiro banquete visual – tão surpreendente, quanto deslumbrante – que mostra o grande senso de humor do Kaiser da moda. A grande oferta desta passarela é uma silhueta suportada por ombreiras volumosas e arredondadas. As jaquetas com ombros largos deixam a cintura em forma espartilhada, ainda mais destacada. O acento active – destaque para os tênis running e os blusões de tricô usados com calças de jogging – ganha a parceria de tweeds em composições multicoloridas ou em preto e branco.

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A cada show Christopher Kane enche a moda com uma infinidade de novas ideias. Suas propostas evoluem em movimento quase hipnótico, uma onda criativa que transporta o espectador para um progresso visual que sempre revela novos “territórios” de experimentação formal e estilística. O exercício nesta temporada gira em torno do nylon preto esportivo usado de inúmeras maneiras, de maneiras incomuns, gerando resultados diferentes em cada experiência.

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CHRISTIAN_DIOR_fw_PARIS_2015 CHRISTOPHER_KANE_fw_london_2015

Forte e segura, assim é a mulher proposta por Raf Simons para a tradicional Maison Dior. Sua inspiração veio da observação da cidade pelo seu ponto mais abstrato, o lado romântico. No confronto com esta realidade, o resultado traz um número infinito de possibilidades. Nesta que foi considerada sua melhor coleção para a marca desde que foi nomeado diretor criativo, o designer mostra todo o seu talento e traz à luz uma de suas maiores qualidades: a capacidade de olhar sempre para a frente, visão continuamente atenta e inovadora, mas sem esquecer o legado da marca.


DRIES_VAN_NOTEN_fw_PARIS_2015 GIVENCHY_fw_PARIS_2015

A cada estação, Dries Van Noten prova ser um dos designers com visão consistente e coerente. Dono de um estilo bastante formatado, que se renova a cada temporada, o designer tem enriquecido com novos parágrafos o constante progresso de seus códigos estilísticos, tudo isso em perfeita harmonia com a contemporaneidade. O talento mágico de Dries é capaz de conciliar os opostos com graça controlada e rigor suave. Nesta temporada, trama fundamentos do sportswear com a alfaiataria masculina clássica e contrapõe tudo isto a formas fluidas e estampas femininas em tons brilhantes.

Riccardo Tisci abandonou seu estilo sport/streetwear e optou por uma elegância “à francesa”, dedicada a uma mulher feminina, dona de uma sensualidade subjacente forte, consciente e quase selvagem. Tentou traduzir a “etiqueta” e atualizá-la por sua visão particular. E parece que conseguiu: blusas transparentes e saias plissadas, usadas com meias e saltos altos, peles super luxuosas, calças de cintura alta combinadas com jaquetas box, saias longas... E para tudo não parecer muito reacionário, Tisci atravessou capa peça por faixas geométricas coloridas de inspiração Bauhaus.

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Alber Elbaz, à frente da Lanvin, propôs um estilo reconhecível em sua coleção, embora sabidamente sua criatividade seja ilimitada. Fidelidade ao legado da Maison, no entanto, não denota qualquer repescagem aos arquivos da marca, e sim uma dedicação extrema às mulheres contemporâneas, elegantes e femininas. As cores na passarela são clássicas e refinadas: marfim, preto, azul escuro, branco, vermelho, marrom. Entre os materiais, destaque para o cashmere, veludo, pele, lã bouclé e couro.

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GUCCI_fw_milan_2015 LANVIN_fw_PARIS_2015

Com paleta reduzida a tons pastel, formas e materiais super simples e básicos, Frida Giannini, confere acento sessentista à coleção da Gucci. O clima da coleção é essencialmente contemporâneo e a designer manipulou o glamour e o luxo sem a menor ostentação, exaltando em peças de linhas limpas o DNA elegante da marca italiana. A proposta é um estilo feminino e romântico que se expressa principalmente na roupa emprestada do guardaroupa masculino.


LOUIS_VUITTON_fw_PARIS_2015 PRADA__fw_milan_2015

Primeira coleção de Nicolas Ghesquière para Louis Vuitton, aguardada com frenesi. Depois de brilhantes anos à frente da Balenciaga, o estilista trouxe para a nova casa o que faz de bom. Proporções cropped nos tops, saias em linha A curtas e firmes ou acolchoadas, em uma estética futurista sci-fi que ele domina. O designer propôs silhueta invertida, linhas império e um toque de anos 70 também nas cores: marrom, mostarda, preto, azul). Nos acessórios, sempre cobiçados, booties de couro vermelho, preto e marrom, além das bolsas, inclusive com pequenos modelos bowling.

Prada seguiu a história de seu desfile masculino, em janeiro, que já havia lançado modelos femininos. Para a estilista Miuccia Prada, Rainer Werner Fassbinder e Pina Bausch são fontes constantes de inspiração e aqui, nesta coleção introspectiva, ela está focada na cultura alemã dos anos 70. Vestidos de seda usados com botas rígidas, estampas geométricas soam como figurinos de mulheres simples e imediatas. As sandálias têm solados robustos e os detalhes são os lenços de seda.

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Hedi Slimane aprimorou sua reformulação da Maison Saint Laurent, apesar de polêmicas da crítica e embasado no sucesso da coleção passada. Agora, inspirado nos elegantes e charmosos anos 60 de Carnaby Street, com musas como Marianne Faithfull, Jane Birkin e Edie Sedgwick. Seus comprimentos são mini, com materiais como couro, veludo, raposa, tweed e lã. Contrastes em looks que trazem casacos secos, impecáveis, com vestidos ultra-curtos, brilhantes, bad girls muito chiques.

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PROENZA_SCHOULER_fw_new_york_2015 saint_laurent_fw_PARIS_2015

Nitidamente focada em design, a coleção Proenza Schouler tem texturas elaboradas e padrões decorativos importantes. A inspiração no trabalho do ceramista Ron Nagel indica que existem referências em escultura e arquitetura. As cores são cobalto, verde escuro, branco, preto, vermelho, damasco e prata. Destacam-se a lã jacquard, jérsei de seda, crepe de lã e rendas. A construção estruturada nas mangas é a ênfase da silhueta, com cinturas e jaquetas peplum, além de casacos com linha ampulheta.


DSquared Prada

Valentino

Dolce Gabbana

Burberry

Versace

Canali Saint Laurent

Neil Barret

Hermès

Dries van Noten

Antonio Marras

Antonio Marras Fendi

MENSWEAR_fw_2015

O cenário da moda masculina para o outono-inverno 2015 deverá agradar em cheio aqueles homens que curtem um design de primeira com altas doses de casualidade – a gravata foi reservada apenas para trajes formais. Um acento active paira sobre muitas propostas. Assim tecidos com aspecto tecnológico próprios para práticas esportivas e a estrutura dos fardamentos esportivos está na pauta. Outra característica marcante do período é a alta dose decorativa reservada para o gênero. Neste sentido, as estampas funcionam muito bem “preenchendo” os looks. E uma peça é emblemática no período: o casaco com comprimento 7/8 – nas mais diferentes formatações – é must have da temporada de acordo com a maioria dos designers.

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Louis Vuitton

Ports 1961

Valentino

Etro

Robert Cavalli

Valentino

MENSWEAR_fw_2015

Paul Smith

Bottega Veneta

Calvin Klein

Junya Watanabe

Louis Vuitton

Carven

Frankie Morello

Raf Simons

Raf Simons


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Considerado um dos grandes designers de joias do século 21, Alexis Bittar lançou sua coleção resort 2015. Seu trabalho luxuoso combina formas cristalinas inovadoras, mix de cristais incrustados em formas animais e cartela de cores que privilegia gradações de verdes e azuis.

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