About Shoes #33

Page 1

Extravagância

Novo luxo

Branding internacional

Fendi abre loja Ă­cone em Miami

Brasil exporta marcas de moda



Extravagância Extravagância A vez das flatforms A vez das flatforms

Novo Novo luxo luxo

Fendi abre loja ícone em Miami Fendi abre loja ícone em Miami

Branding Branding internacional internacional Brasil exporta marcas de moda Brasil exporta marcas de moda






About | editor’s letter

Season free A discussão sobre temporalidade e sazonalidade da moda nunca foi tão vibrante. Das peles de Miuccia Prada na proposta para o verão às sandálias do inverno brasileiro, nunca essa pauta foi tão pertinente. Como uma ponta do iceberg, essa proposta traz reflexões mais profundas sobre as reais motivações da ciranda dos lançamentos e consumo. A construção de marcas com identidade faz parte dessa conversa, uma vez que é com a conexão emocional entre labels e seus clientes que se mantém uma relação um pouco menos fugaz. Na perseguição por essa fidelidade, enquanto observa os movimentos das novas economias e alinha os rumos do negócio, que a indústria sobrevive às crises. Sobre esse equilíbrio de forças fala nossa colunista de design estratégico, Maria Augusta Medeiros, em seu artigo muito relevante para o momento. Enquanto a moda brasileira ainda não se despiu

www.aboutshoes.com.br No twitter: @about_shoes No instagram: @aboutshoes facebook.com/AboutShoes Direção CriativA Júlio Rossi Castilho julio@editoranove.com.br Direção de redação Cristina Pacheco cristina@editoranove.com.br jornalismo Juliana Berwig jornalismo@editoranove.com.br DESIGN Antônio Corrêa antonio@gomescorrea.com.br Financeiro Sandra Klock sandra@editoranove.com.br

008

aboutshoes.com.br

totalmente das conexões sazonais, apresentamos nessa edição da About Shoes propostas para o próximo verão com os melhores calçados, bolsas e acessórios. Um dos destaques? A reafirmação das flatforms, que com seu conforto e irreverência devem ganhar as vitrines e ruas - com propostas que se ajustariam perfeitamente a qualquer estação. Por fim, quero destacar nessa edição a reportagem do nosso convidado, jornalista Martin Behrend, que investigou a entrada das marcas brasileiras nos mercados internacionais de luxo. Com persistência, perseverança, qualidade e investimento em branding, várias estão chegando lá. A edição está linda, inspiradora! Desfrute e aproveite sua leitura! Um beijo Cristina Pacheco diretora de redação

FOTOS DE PRODUTOS Tiago Heckler REPRESENTANTE COMERCIAL Daniel Zimmermann (RS) daniel@midiazem.com.br Colaboradores Krika Martinez, Ary Filgueiras, João Henrique Joner, Carlos Contreras, Juliana Berwig, Lucas Martins de Mello, Diego Marcon, Geco Nihchke, Ricardo Hegenbart e Arno Duarte About Shoes não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de About Shoes ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em mãos carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada pela diretoria.

Periodicidade: trimestral About Shoes é marca registrada. A revista About Shoes é publicada por Nove Editora Ltda. Rua Tristão de Alencar, 630 Novo Hamburgo, RS | CEP 93340-130 Fone: (51) 3595-8147 A empresa é comprometida com a responsabilidade ambiental, por isso a revista é impressa com papéis com certificação de manejo florestal responsável. CTP, impressão e acabamento: Impressos Portão


aboutshoes.com.br

009


012 NOTAS: FOOD AND DRINKS 014 NOTAS: DESIGN 016 NOTAS: SHOPPING 017 COMING SOON 019 SCRAPS: sempre preto 020 design estratégico

026

030 style: a vez das flatforms 032 treinamento 034 pop: sim, justin bieber 036 TRENDS: rosa 037 life: sem medo de sonhar 038 trends: cores do por-do-sol 040 trends: blue jeans 042 trends: novos nudes 043 focus on 044 moda feminina 054 exhibition: a história da silhueta

054 021 SCRAPS: listras 022 SCRAPS: cortiça 024 new shoes: babouche 026 retail: fendi em miami

044 010

aboutshoes.com.br

056 movies: william shakespeare 060 brand: la collezionista 062 market: luxo brasileiro 066 moda infantil 072 kids' trends 074 moda masculina 082 men's backstage 084 men's list 086 forecast: VERÃO 2017 096 beauty 098 last page


About | GUEST LIST

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1. Arno Duarte é coach e consultor organizacional na Favoo Desenvolvimento Humano. Adora o que faz, mas não deixa de se aventurar em peças de teatro, videoclipes, música, fotografia, meditação ou em qualquer coisa que estimule expressão e criatividade. Acredita que o sentido da vida é amar e se divide entre projetos pessoais e profissionais buscando a felicidade autêntica nas 30 horas do seu dia.Escreve na revista sua coluna About Life. 2. JOÃO HENRIQUE JONER é sócio fundador da Vivendo Programas Experienciais, onde atua como consultor e facilitador da metodologia experiencial, apaixonado pela natureza e atividades de aventura. Natural de Novo Hamburgo, casado e com dois filhos, mora hoje em Canela-RS na Fazenda Sonho Meu, sede exclusiva para eventos corporativos. Nesta edição, fala sobre a importância do treinamento. 3. Lucas Martins de Mello começou a carreira como fotógrafo oficial na assessoria de imprensa da Prefeitura de Canoas e da Presidência da Câmara Federal. É fotógrafo de diversas casa noturnas e casas de espetáculo de Porto Alegre, tendo registrado shows de renome nacional e internacional. Desde 2012, vem se consolidando no mercado editorial de moda e publicidade. Na About Shoes, assina o editorial infantil de moda. 4. Nascido em Santiago, no Chile, Carlos Contreras atua como fotógrafo de moda no mercado editorial e publicitário desde 2007, trabalhando com as principais marcas e publicações da área. Seus trabalhos têm sido veiculados em revistas e jornais nacionais e internacionais. É colaborador assíduo dos editoriais da About Shoes e nesta edição, assina o ensaio de moda feminina que abre a revista. 5. Diego Marcon, nosso colunista de beauty, é cabeleireiro e trabalha na Portrait Peluquería, em Buenos Aires, onde mora atualmente. Assina beleza de campanhas de grandes marcas e desfiles nacionais e internacionais. Tem sua carreira dedicada à beleza para moda e às noivas. Nesta edição, fala sobre a tendência platinada. 6. Curiosidade e dedicação são palavras-chave para falar da trajetória de Maria Augusta Medeiros. Começando pela Publicidade, especializou-se em Marketing e mais tarde em Design Estratégico. É uma caminhada natural para estar em dia com as demandas de sua área de atuação. Dirige o escritório Próximo Passo Design Estratégico Ltda, focado em redesenho estratégico e desenho de novos negócios. Nesta edição, aborda a nova economia e como ela pode impactar negócios vigentes. 7. Martin Behrend é jornalista e radialista. Tem 38 anos. É apaixonado por sua profissão. Mora em Novo Hamburgo, casado com Juliana e pai do Max e do Theo. Autor de três livros. Adora jogar tênis e futebol nas horas vagas. Acredita que o “bom Jornalismo mudará o mundo pra melhor”. Aqui na About Shoes, traz sua reportagem que relata a entrada de marcas brasileiras nos mercados de luxo internacionais, matéria que deu a ele o prêmio Direções da Abicalçados 2016, na categoria jornalista. 8. Eduardo Carneiro é fotógrafo e há alguns anos, vem assinando muitas campanhas de grandes marcas de moda do setor calçadista. Nesta edição da About Shoes, clicou o incrível editorial masculino da edição. 9. Ana Ferrary é formada em Publicidade e Propaganda e largou a carreira para se dedicar à sua verdadeira paixão, a maquiagem. Também formada em moda, é produtora de beauty e empresta seu talento com os pincéis para vários editoriais da About Shoes. Nessa edição, assina a beleza do masculino e do feminino. 10. Krika Martinez escreve para a About Shoes desde a primeira edição, sempre com seu olhar eclético sobre acontecimentos culturais. Cinema, sua especialidade, ganha a análise perspicaz dessa colombiana que cresceu no Brasil e hoje vive na Espanha. E dessa vez, ela volta seu olhar para a obra de William Shakespeare e as tantas adaptações que seus textos receberam em filmes.

aboutshoes.com.br

011


About | Food and Drink

Prato principal

Mesa para um Com a intenção de deixar mais à vontade pessoas que se sentem desconfortáveis ao encarar o salão de um restaurante lotado sem companhia, uma designer holandesa colocou em prática uma ideia tanto: uma casa onde as mesas tem apenas uma cadeira e todos devem fazer as suas refeições sozinhos. É desta forma que o Eenmaal, um charmoso espaço em Amsterdam, atrai visitantes de todas as partes do mundo. Ao oferecer apenas 10 lugares, o restaurante busca proporcionar uma experiência e tanto aqueles que preferem comer na mais absoluta tranquilidade. “A solidão em um jantar pode ser uma experiência inspiradora por facilitar a desconexão temporária de um mundo onde estamos constantemente conectados com alguém”, destaca a fundadora do conceito, a designer Marina van Goor. Eenmaal Bos en Lommerweg 361, 1061 Amsterdam

012

aboutshoes.com.br

Uma casa especializada em carne bovina – mas sem espaço no cardápio para receitas mais tradicionais, especialmente as que envolvem picanha e filet mignon. É com esta proposta que o renomado Alex Atala abre as portas de seu mais novo restaurante, o Açougue Central. A intenção é bacana: mostrar ao mundo que a diferença entre as ditas carnes “nobres” e as carnes “de segunda” é relativa e pode ser contornada com preparos criativos. No menu – assinado pelo chef argentino Alejandro Peyrou – a opção é por pratos que vão da tradicional vaca atolada até o famoso tomahawk, sem esquecer de clássicos como o steak tartar e o bife à milanesa. O espaço tem décor assinado por Ricardo Medrano, que se ateve a todos os detalhes desde os talheres as luminárias, passando pelos ganchos que adornam o salão principal. Açougue Central Rua Girassol, 384, Vila Madalena São Paulo

Charme americano Ao destacar a assinatura do charmoso Row NYC – hotel butique que redefiniu a experiência de hospitalidade para turistas exigentes – Nova York acaba de ganhar um novo point para os gourmets de plantão: o City Kitchen. Como um grande mercado, o espaço oferece uma seleção especial de restaurantes – entre permanentes e sazonais. “A ideia era reunir fornecedores autênticos e dinâmicos através de uma variedade de categorias. A partir disso, nos encarregamos de cada um deles trazer o ‘melhor do melhor’ de seus menus”, declara a curadora Heidi Avedisian. A decoração privilegia o estilo industrial, com destaque para azulejos brancos, madeira recuperada e lustres de vidro italiano. Além disso, banquetas fixas de aço e couro localizadas em frente às janelas que vão do chão ao teto oferecem aos clientes uma vista panorâmica da movimentada Times Square. City Kitchen 700 8th Avenue New York


Primavera Verão 2016-2017

Ousadia, cor e diversão esperam por você! SICC - Rua 2 Corredor C Stand 311

/klinoficial /klin_oficial

/klin

klin.com.br


About | Design

Luxo doméstico Sempre em evidência por conta de seus acessórios incríveis, a poderosa Loewe deu um passo além do universo fashionista e acaba de lançar uma cobiçada linha de móveis. A mais nova empreitada da marca espanhola – conhecida por suas bolsas com acabamentos luxuosos – tem a assinatura do diretor criativo Jonathan Anderson e mostra uma variedade de produtos com referências “retrô pop”, entre mesas, cadeiras, biombos, abajures e outros objetos de decoração. As peças destacam um interessante trabalho de machetaria, onde elementos como madeira, couro e pedrarias convivem na mais perfeita harmonia. A coleção, lançada com barulho no prestigiado Salão do Móvel de

014

aboutshoes.com.br

Milão, tem como inspiração as obras de uma trupe de artistas britânicos do começo do século 20 conhecida como Bloomsbury Group. Além disso, os produtos ainda evidenciam uma das marcas registradas do designer da casa: estampas irreverentes e cheias de cores. Ao todo, são apresentados apenas seis artigos exclusivos, com destaque para um grande armário e uma dupla de poltronas, onde desenhos de flores e até mesmo animais não passam despercebidos. A novidade – que já está disponível nas lojas da marca espalhadas pelo mundo – ainda conta com caixas de charuto, cadernos e até mesmo bolsas.


Encontro sábado à noite

Madrugada no Whats

Almoço de domingo com a família dela

COM KILDARE, NÃO TEM ERRO.

aboutshoes.com.br

015


About | shopping

Nike + Ricardo Tisci

Alças na mira Na cobiçada lista de objetos de desejo da temporada quente, as incríveis alças de bolsas desenvolvidas pela Fendi andam dando o que falar nas rodas fashionistas. Para marcar o sucesso da linha de acessórios – batizada de “Strap You” – a maison aposta em novos modelos e uma campanha publicitária para celebrar a novidade. Ao todo, a marca conta com nove opções de modelos – todos reversíveis e em duas cores diferentes – confeccionados em couro e com detalhes luxuosos. Por enquanto, as clientes da marca no Brasil poderão encontrar somente as versões lisas das “straps” ao preço de R$ 2,1 mil cada. No exterior, os itens colecionáveis chegam com preços que variam entre 380 e 750 euros. O conceito tem feito tanto sucesso entre as consumidoras, que muitas grifes já se apropriaram da ideia e lançam no mercado versões semelhantes das alças removíveis – como Valentino e Tod’s.

Depois de reinterpretar o clássico Air Force 1, Ricardo Tisci volta a estar na mira da poderosa Nike para mais uma colaboração de peso. Desta vez, o gênio criativo assina um modelo da linha Dunk em comemoração aos 30 anos do calçado – um dos mais icônicos da marca esportiva. Apesar de seu trabalho estar quase sempre relacionado com a alta costura, o diretor criativo da Givenchy é um adepto fervoroso dos sneakers para todos os momentos do dia, inclusive na hora de agradecer os aplausos na passarela. “É tão fácil para mim fazer haute couture e, ao mesmo tempo, ser urbano. Sou o primeiro estilista a fazer um projeto com a Nike, levando minha própria maneira de pensar em moda para seus produtos incríveis”, declarou o criador. A novidade ganhou o nome de NikeLab Dunk Lux High x RT e já está a venda no Brasil.

Deixa chover Apesar de já estarem expostas nas vitrines internacionais há algum tempo, as cobiçadas galochas das Havaianas finalmente retornam ao Brasil. Os calçados – que fazem sucesso no famoso “shoe gallery” da Selfridge’s, em Londres – são desenvolvidos em borracha e prometem conquistar os consumidores da marca – entre adultos e crianças. Nesta temporada, as estampas ficam de fora e a linha destaca modelos de cano curto e longo em tons vibrantes, como azul, vermelho, verde, roxo e rosa. Apesar de esbanjar intensidade, a coleção ainda valoriza superfícies discretas em preto, chumbo e cinza. Para os pequenos fashionistas, as peças chegam com um divertido acabamento em glitter. As novidades estão sendo comercializadas com exclusividade no site da empresa e com preços que variam entre R$ 299,00 e R$ 199,90.


about | coming soon

TIME FOR FRILLS AND RUFFLES Babados e franzidos mostram-se tão sexy, quanto românticos na moda da primavera-verão 2016/17

Imagem reprodução: Alexander McQueen

Os babados e franzidos são um dos recursos decorativoestruturais mais usados pelos designers na temporada quente. Eles fazem tudo parecer positivamente feminino e especialmente romântico, ainda mais quando são feitos a partir de tecidos levíssimos.

A associação com a tradicional estética hispânica é inevitável quando o número de camadas é proposto em grande quantidade na mesma peça – efeito cascata. Já algumas peças ganham acento deliberadamente retrô.

Estes efeitos frisados e ondulantes têm lugar reservado em mangas, barras, palas e recortes estrategicamente posicionados para que o resultado seja o mais admirável possível. Uma ideia aplicada nos mais diferentes estilos de roupas – das casuais às formais.


Haider Ackermann

Chloé

Gucci LK Bennet

the look É O BABADO

Nesta primavera-verão, babados e franzidos saem das roupas de festa e ganham lugar nos looks dia a dia

Nº 21

Marni

Loewe

Imagens: reprodução

Charlotte Olympia

Emanuel Ungaro

Sophia Webster

Elie Saab

Current Elliott Muveil

Miu Miu


Werner

Grendene Ipanema

Moda o

ano todo

Burberry

Di Vitrini

Modare

Eleia

Versace

Fendi

A sazonalidade tem sido muito discutida quando o assunto é moda. Alguns designers defendem a total falta de periodicidade das coleções - o que implicaria em ofertas para todas as temperaturas em um mesmo lançamento. Muitos não percebem, mas este processo já está em andamento há alguns anos. A camurça foi um dos primeiros materiais a perder o fator periódico. Antigamente, esta superfície aveludada era relacionada diretamente às estações frias. Hoje, esta relação foi dissipada pelo uso ostensivo deste material nos períodos estivais - em peças bastante abertas. A iconoclasta designer italiana Miuccia Prada vem sucessivamente corrompendo a periodicidade dos materiais exibindo em seus lançamentos primavera-verão uma variedade de peles - estolas, casacos, jaquetas, abrigos, capas. Esta ação chegou também às cores. O preto, normalmente relacionado aos tempos frios, também perdeu sua propriedade sazonal. É um dos pigmentos mais usados nas últimas coleções primavera-verão. E na edição 2016|2017 não será diferente! Praticamente todas as coleções internacionais propõem a “não cor” com notório destaque. Algumas, inclusive, sugerem o pigmento como única opção!

Imagens: reprodução

Celine Dior

Dumond

| scraps


About | design estratégico Por Maria Augusta Medeiros

Transição

H

Um pé no que éramos e outro no que seremos.

á 6 anos, participei do lançamento de um edifício, em Porto Alegre, que propunha mudanças no conceito que temos de um imóvel de alto padrão. A inovação central foi o planejamento para ser todo automatizado, controlável a partir do smartphone. O imóvel apresentava um novo jeito de se relacionar com a habitação, ocupação e tamanhos dos espaços. Uma das imagens que usei para mostrar o conceito foi a composição com foto de um acervo de LPs, de um acervo de CDs e de um Ipod que, hoje, seria substituído pelo smartphone. Não desejamos mais o CD, queremos a música e daí nascem iTunes, Spotify. Ou sempre desejamos só a música e a tecnologia evidenciou isto? Moradias e mobiliário não precisarão mais armazenar acervos de música, de livro, de revista, tudo está online. As necessidades preenchidas e experiências vividas passam a ter mais valor do que a coisa em si, então chegamos à citação de Kevin Kelly, fundador da revista Wired: “o acesso é melhor do que a propriedade”. E ele disse isto lá em 2009 no seu blog. Objeto de desejo, direito de possuir, um mundo material, é neste mundo que muitas das nossas empresas vive. Mesmo que o marketing sempre tenha falado que o que compramos são os benefícios e não os atributos, ainda encontramos empresas que se sentem mais confortáveis lidando com matéria prima, características e atributos do que ouvindo as vozes dos consumidores. As estações do ano não se comportam mais como o esperado, as pessoas vêem os desfiles com o que será usado no próximo verão e querem usar agora - e é possível, já que temos dias de verão em pleno inverno, temos ar condicionado em casa, carros e ambientes de trabalho. Pronto, está feita a confusão no calendário de moda, impactando em toda a cadeia, da criação à logística. Daí nasce um site e se propõe a alugar itens

020

aboutshoes.com.br

de desejo para consumidoras do mundo inteiro. E a indústria pensa: num futuro próximo, para quem vou vender? Como vou vender? Um bom começo para buscar respostas e inspiração é entender o máximo sobre os novos comportamentos. Sugiro a leitura do livro de Rachel Botsman e Roo Rogers, “O que é meu é seu - Como o consumo colaborativo vai mudar o seu/o nosso mundo”. A necessidade de um mundo mais sustentável e as crises econômicas que abalaram o mundo nos últimos anos criam o terreno fértil para o conceito de compartilhamento se reproduzir. Convivemos com as inovações de ruptura presentes em marcas como Uber e Airbnb que provocaram um terremoto no universo de táxis e das redes hoteleiras e, ao mesmo tempo, com inovações mais simples que atualizam e acrescentam valor às experiências de uso de objetos do cotidiano. Voltando ao imóvel do começo da nossa conversa, a comercialização trouxe surpresas como o primeiro apartamento ter sido vendido, não para um jovem empreendedor apaixonado por tecnologia, e sim para um senhor que queria mudar para um espaço menor e gostava de tecnologia o suficiente para se sentir atualizado. Assim como teve venda definida da maneira clássica, pela excelente localização e vista. Mas até acertar o passo, muitos clientes não valorizaram a proposta, muitos corretores ficavam inseguros de ofertar algo tão novo e com uma diferença no preço que parecia não se justificar. Neste mundo em transição, onde parece que mais nada é como era, mas ainda não sabemos como será, temos que manter um pé no que éramos e outro no que seremos. Esta ponte permite uma transição mais tranquila. E este delicado momento exige um planejamento impecável para não afastar os clientes antigos antes de atrair os novos.


Coexistência

Keds

Mari Madá

Imagens: reprodução

Dolce & Gabbana

Quem associa os padrões listrados aos marinheiros só conhece um pedaço da história. A origem do vestuário nesta estampa é antiga, e foi revelada pelo historiador francês Michel Pastoureau no livro “The devil’s cloth: a history of stripes”. Diz ele que o ocidente conheceu as listras quando, em 1254, um grupo de religiosos carmelitas chegou a Paris vindo de Jerusalém trajando hábitos listrados de branco e marrom. A tradição era referência ao profeta Elias, cujas vestes ficaram assim depois dele ter passado pelas chamas e sobrevivido - então, as listras representariam uma espécie de proteção. No entanto, os monges fooff ch s i ram motivo de chacota porque na Europa, ge B Jor as listras eram indignas dos cristãos, associadas ao não puro, aquilo que dividia, significavam variedade e diversidade, atributos que eram incompatíveis com as crenças ortodoxas da época. As listras evidenciam a coexistência de dois ou mais sistemas de valores opostos (ou distintos) baseados na mesma estrutura. Ou seja, um escândalo. Mas, como tudo muda - ainda bem - as listras foram sendo aceitas socialmente (embora por um bom tempo a aristocracia apenas usasse o padrão vertical, deixando as listras horizontais para os serviçais). Pablo Picasso e Coco Chanel foram famosos que ajudaram a popularizar as listras no vestuário elegante. Na moda, elas vêm e vão e seguem conquistando rebeldes, criativos, transgressores e revolucionários. E dão seu toque irreverente nas coleções para o próximo verão.

Bebecê

Jean Paul Gaulter

Levine

polêmica

Tommy Hilfiger

Apiece Apart

Gucci

Dumond

Pablo Picasso

| scraps


A vez

Stephanie Classic

Cecconello Akris aboutshoes.com.br

Imagens: reprodução Akris Akris Bebecê

Akris

da cortiça

A cortiça não é propriamente uma novidade! Contudo, nesta primavera-verão 2016 l 2017 ganha status “it” entre os materiais disponíveis na cartela. Jessica Simpson, Jerome Rousseau, Christian Louboutin, Tory Burch, Jimmy Choo, Tabitha Simmons, Kate Spade, Stuart Weitzman, Carlos Santana, Akris, Gianvito Rossi, Alice and Olivia, Paula Cademartori, Brian Atwood, Chanel (haute couture) - Estes são apenas alguns dos designers/marcas que elegeram a cortiça - em diferentes versões - para compor suas peças desta temporada. Foi na década de 40 que os calçados começaram a ser fabricados em massa e em função da escassez causada pela guerra, as indústrias trocaram o couro por matérias-primas alternativas, entre elas, laminados sintéticos e borracha. Já os estilistas da época começaram a incorporar nas suas criações outros tipos de materiais, como madeira e cortiça. Foi o italiano Salvatore Ferragamo que popularizou - e “glamourificou” - a cortiça em suas memoráveis cunhas e plataformas. Mais tarde, nos anos de 1970, este material foi marcante para a estética hippie. Agora assume uma postura bastante sofisticada e o total cork - peças feitas inteiramente em cortiça - são must have no momento.

022

Chanel

Carrano

Bottero

| scraps


NEW: TUES THUR 26 28 JUL 2016

GDS-ONLINE.COM


About | new SHOES

Gucci

Easy going

Logomania: A velha mania – dos anos de 1980 – de ostentar logos nas peças está de volta. Algumas marcas estão renovando o visual de suas siglas para ficar em dia com a tendência. Pérolas: A ação decorativa da primavera-verão é vasta e abrangente! As pérolas também contam para o período, sendo a referência preferida por muitos designers.

Babouche style

024

A babouche é um calçado fechado, de origem turca ou marroquina, que descarta o calcanhar. O estilo foi uma verdadeira febre no início dos anos 90 e promete o mesmo resultado nesta primaveraverão 2016|2017. A extravagante Gucci foi uma das primeiras a reeditar o conceito em modelos tipo loafer com traseira “conversível”! aboutshoes.com.br

Imagem: reprodução Gucci

Square toe: Os sofisticados bicos quadrados têm visibilidade aumentada em coleções dos mais diferentes estilos. Uma opção moderna para peças fechadas e abertas.



About | Retail cartola

Por Juliana Berwig

Um toque de estilo Com a intenção de celebrar o passado, mas sem deixar de olhar para o futuro, maison Fendi mostra um novo conceito de loja


Em uma área de 5,4 mil metros quadrados de puro requinte e cercada por galerias de arte, antiquários luxuosos e restaurantes por todos os lados, uma das marcas italianas mais sofisticadas do mundo encontrou a sua mais perfeita tradução. No descolado Miami Design District – região que fica ao norte de Midtown, na ensolarada Miami – a label abriu as portas de uma loja conceito que celebra o seu reconhecido DNA em cada pequeno detalhe. Do lado de fora, a fachada não passa despercebida, já que uma interessante mistura entre elementos retrô – como a calçada coberta que remete aos famosos “portici” europeus – e acabamentos modernos, com direito a iluminação fluorescente, atrai todos os olhares. Em seu interior, a casa também não decepciona, já que tijolos aparentes e cimento queimado acomodam com perfeição as roupas, os calçados e os acessórios das mais recentes coleções da maison. Com a assinatura da arquiteta Johanna Grawunder, a casa ainda revela tesouros escolhidos a dedo, como uma seleção de obras de arte que incluem trabalhos de pintores como Maria Pergay, Thierry Lemaire e Marc Newson. Para deixar o clima acolhedor, o espaço privilegia sofás de couro em tons de marrom e azul, além de cadeiras de um intenso vermelho. Em boa parte do salão, paredes com texturas brancas sugerem uma elegância clássica, sobretudo ao lado de elementos em aço polido. Para o CEO da empresa, Pietro Baccari, a loja representa muito mais do que uma simples vitrine em solo americano. “Estamos em uma área central proeminente e em um prédio histórico repleto de memórias. Por conta disso, apostamos em um incrível jogo de luzes na parte externa, assim como em cores intensas que trouxeram um certo apelo pop ao local”, destaca.


About | cartola

Em dois andares unidos por uma imponente escada com detalhes em azul turquesa, a loja eleva os produtos em exposição a verdadeiros ícones fashionistas. Os acessórios – em especial as bolsas, as carteiras e os cintos – recebem atenção especial e surgem em levíssimas prateleiras de metal. Em exposição, os artigos ganham protagonismo ao lado de joias poderosas, echarpes que são puro desejo e uma exclusiva linha de objetos de decoração. Por falar em “homestyle”, a maison – que já conta com outros dois pontos de venda na cidade, mais especificamente em Aventura e Bal Harbor – se prepara para dar vida a um projeto ainda mais ambicioso na Flórida: o Miami Château Residences, iniciativa imobiliária com apartamentos e estúdios cujos preços variam entre US$ 8 e US$ 25 milhões. De acordo com Baccari, 54 unidades já foram vendidas para investidores de países como Grécia, México, Taiwan e China. Fendi 150 NE 40th Street Miami, Florida 33137


O lado “cool” de Miami Se a primeira imagem que lhe vem à cabeça quando se fala em Miami é o universo “kitsh” de flamingos coloridos e bebidas exóticas, melhor rever seus conceitos. Cada vez mais descolado, o bairro conhecido como Miami Design District já é visita obrigatória dos fashionistas que chegam a cidade, uma das mais visitadas dos Estados Unidos. Por lá, mais de 130 galerias de arte, além de showrooms, estúdios, antiquários, restaurantes e bares disputam a atenção dos turistas. Muito além de uma agitada vida cultural, a região também é conhecida pelo roteiro de compras, que inclui lojas poderosas, como Christian Louboutin, Prada, Louis Vuitton e Hermès.


About | STYLE

Leveza de visual pesado As flatforms são o sapato da temporada, combinando seu visual robusto com materiais leves e até mesmo

Michael Kors | S_S_2016

produções arejadas para o verão.


Rag & Bone

Moschino

Pollini

Superga Stella McCartney

A plataforma é exagerada mas o perfil é plano: assim são as flatforms, calçado-tendência que veio com força nas passarelas para o inverno 2016/17 europeu e vai seguir como desejo para o próximo verão. Se o solado é a parte característica mais marcante, o cabedal é o palco da criatividade de marcas e estilistas. O design tipo mule, os estilos de enfiar no pé e as tiras cruzadas despontam com preferência. Mas os sneakers também entraram na onda das flatforms, com solas elevadas - e as brancas são as favoritas - e modelagem inspirada nos skate shoes, com uppers diversificados em estampas e materiais (dos lisos e minimalistas aos metalizados e acetinados). Das ruas de Nova York às excentricidades de Tóquio, os sneakers altos podem variar de dimensões mais comerciais (solados de até 5 centímetros) ao equilibrismo conceitual dos calçados de 11 centímetros de altura. Uma das chaves dessa tendência é o espírito urbano, e dentro dessa linha, até as motorcycle ou combat boots podem ganhar o solado alto e flat. O estilo utilitário dessas peças se combina com solas pesadas de borracha com visual tratorado ou solado de crepe para trazer um ar mais grunge.

Uma das precursoras do novo momento das flatforms (que já tiverem um surgimento no começo dos anos 90, alguém lembra?) é a estilista inglesa Stella McCartney. Seu icônico modelo traz o solado bicolor, combinando uma camada neutra de aspecto fachetado com a sola de crepe branca, e sempre com cabedais elegantes e sofisticados. O estilo marcante das flatforms em modelos como o oxford envernizado é item de cobiça por consumidores mais fashionistas. As sandálias, no entanto, são as companheiras perfeitas para as flatforms do verão. As solas elevadas combinam irreverência com o conforto de tiras largas, fivelas expressivas e materiais macios. Fechamentos com amarração (lace-ups) e os tipos slide (de enfiar o pé) predominam desde os desfiles internacionais. A aparência do sportswear também dá as caras nas sandálias com presença de velcros, presilhas e ilhoses do universo active e solas em camadas color blocked. Seja com uma inspiração em esportes outdoor, skate, casual wear ou até mesmo na aristocracia da modelagem clássica, as flatforms invadiram com importância o mercado que preza por estilo, conforto e novas linguagens.

aboutshoes.com.br

031


About About || cartola treinamento Por João Henrique Joner

Como criar mudanças comportamentais no ambiente profissional

evolução darwiniana

Todo mundo compartilha da mesma opinião de que a mudança é inevitável, isso no âmbito comportamental é como a morte e os impostos, tentamos adiar da maneira que conseguimos. Entretanto, em um período de turbulência e incertezas como o que estamos vivendo, a mudança de postura não é facultativa, é regra do jogo no quesito sobrevivência. Tente implementar qualquer mudança na sua empresa e é bem provável que você já tenha alguns focos de resistência. Na verdade, nunca conheci alguém que não tenha tido, pelo menos, alguns atritos com uma mudança organizacional. O que são essas mudanças e o que leva a sua resistência? As pessoas normalmente dão mais importância à forma do quê e como fazem, do que o valor que elas realmente têm. Conseguir adesão das pessoas em uma nova direção, muitas vezes, depende de como a mudança é comunicada. As pessoas querem o controle sobre a mudança. Peter Senge, especialista em mudança organizacional, observou que: “as pessoas não resistem à mudança. Eles resistem em serem mudadas!” Funcionários podem realmente ser positivos para uma mudança, mas se a mudança é imposta a eles, sua reação é normalmente contrária. Os líderes têm que ajudar os funcionários no sentido de apropriação no processo de mudança e resultados. Falhas em monitorar o comportamento dos seus colaboradores pode ser uma grande armadilha. Transgressões que são ignoradas tendem a virar uma bola de neve, resultando em uma laranja podre, contaminando as outras – ou, ainda pior, causando demissão voluntária

032

aboutshoes.com.br

de bons funcionários na procura por ambientes melhores. O comportamento do empregado pode trazer ou comprometer o sucesso da sua organização. Então, como a organização pode implementar a mudança? Acabe com comportamento abusivo na sua equipe, é preciso que todos sintam-se integrados e valorizados. Comece pequeno, grandes mudanças dificilmente serão sustentadas. Crie uma lista dos comportamentos que você deseja na sua equipe, bem como os comportamentos que quer desencorajar. Tome um olhar honesto nos objetivos da sua organização para garantir que esses comportamentos fiquem em consonância com os objetivos de longo prazo. Expresse os benefícios dos comportamentos que você deseja ver, mas dê a sua equipe a oportunidade de tomar suas próprias decisões. Você pode ser surpreendido em quantas pessoas vão adotar naturalmente o comportamento desejado. Disseminação da informação e entendimento da mudança: quanto mais compreensível e comunicável for a mudança, mais fácil será para começar a aceitála. Desenvolver as pessoas: comprometa-se com o desenvolvimento de seu pessoal por meio do incentivo à aquisição de habilidades e do cultivo do aprendizado mútuo. Recompensa: reconhecer os méritos e incentivar a equipe durante o processo. Recompensar esforços e não apenas resultados. Para mudar é preciso coragem, determinação, foco, objetivo, garra e, principalmente, a tão esperada mudança nos padrões de pensamentos. “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.” Charles Robert Darwin


leve e pra cima.

flatform é tendência. flatform é azaleia.

www.azaleia.com.br

/azaleiaoficial

@azaleiaoficial


About About || cartola Pop

034

aboutshoes.com.br


‎Por Juliana Berwig

o novo Mr. cool Aos 21 anos, Justin Bieber mostra sinais de maturidade e se torna o queridinho da turma indie

De menino irritante que provocava gritinhos histéricos em meninas de 12 anos de idade para macho alfa com o corpo repleto de tatuagens e modelos a tiracolo. Sim, o inevitável aconteceu: Justin Bieber cresceu – mas não sem antes arrumar encrenca entre um show e outro, ser preso algumas vezes e ver seu sonho adolescente ruir em meio a polêmicas vazias e canções de gosto duvidoso. O que parecia o final de uma carreira promissora, se revelou na mais perfeita reviravolta de marketing da história musical recente com o garoto canadense deixando o título de pop star mais odiado do planeta para se tornar o oposto – uma das celebridades mais quentes do momento. Apesar das “beliebers” de plantão sempre terem acreditado no potencial do moço, foi somente a partir do lançamento do álbum “Purpose”, no final do ano passado, que o mundo passou a ver o cantor com outros olhos – e ouvidos. Afinal, quem ainda não se viu cantarolando meio distraidamente a introdução viciante de “Sorry”? Como muita gente sabe, Bieber se acostumou desde cedo a escalar as paradas de sucesso. Aos 13 anos cantava em um canal no You Tube e aos 16 já era uma das pessoas mais seguidas nas redes sociais com direito a milhões de discos vendidos e shows lotados. Apesar da fama, a beira dos 20 e poucos anos se viu a obrigado a buscar uma reinvenção e enfrentar com estilo a transição para a vida adulta. Para a guinada na carreira, o astro foi atrás de quem sabe das coisas: o DJ e produtor Skrillex, um dos

nomes mais importantes da nova música eletrônica e que em nada lembra o tiozão David Guetta. Com moral na indústria, o sujeito deu forma ao novo álbum de Justin, trazendo seu tempero indie para as canções açucaradas do garoto. Ao lado de Diplo, outro sujeito forte na cena alternativa, o cantor encontrou um caminho e com “Where Are Ü Now” – apresentada ao lado da dupla, que atende pelo nome de Jack Ü – o prodígio finalmente ganhava a aprovação da crítica e do público. O pontapé havia sido dado e agora não tinha mais volta. Com o lançamento de “Purpose”, vieram os clipes incríveis, os refrões poderosos (e nada melosos), as parcerias com grifes poderosas e a atenção de modelos como Gigi Hadid, Kendal Jenner e Hailey Baldwin. Por falar em visual, o vídeo de “Sorry” atiçou os fashionistas por sintetizar o visual preferido da garotada da atualidade: com uma pitada anos 90, o clipe destaca um grupo de meninas dançando em roupas esportivas cheias de cores, entre tops cropped descolados e tênis com pegada vintage. O estilo ficou por conta da coreógrafa neozelandesa Parris Goebel, que afirma que o trabalho apenas reflete o estilo das ruas. “As garotas literalmente vestiram as peças que estavam em sua mala. Eu nunca pensei que o vídeo alcancasse esse sucesso enorme”, destaca. Um detalhe importante: Bieber não aparece no vídeo, que já tem mais de um bilhão de visualizações na internet. Alguma dúvida do poder de fogo do rapaz em sua nova versão?

aboutshoes.com.br

035


About | trends

Mic hD

ulce

cc Gu

i

ia adam c a M

to

ettu

z Viz

o att rof Ve

A nz o an

feminino universal

A cartela de rosas da prima vera-verão 2016 | 2017 conta com inúmeras variações. há uma para cada gosto e todas as ocasiões

r Ka

ger l La

feld

laa Mi

Gabban a

ueen Alexander McQ

Dolce &

leca Mo

Ramarim

o ofatt Ver

aboutshoes.com.br

ff

ho

isc eB

g Jor

036


About | Life

Por Arno Duarte

Seja impecável com os seus sonhos Sonhar é fácil, difícil é acreditar que sonhos são possíveis. Difícil é falar sobre nossos sonhos. Talvez seja mais tabu falar sobre sonhos do que conversar abertamente sobre sexo. Qual o seu sonho mais precioso? Sonhar é proibido, é imoral. Como posso sonhar em estar num lugar especial enquanto tem tanta gente precisando de ajuda por aí, enquanto ainda estou estudando, enquanto a economia está passando por um momento complicado, enquanto preciso lutar diariamente para pagar o aluguel? Sonhar com um melhor mundo, uma vida melhor ou um espaço de paz, pode ficar para depois que eu resolver os problemas de hoje. E assim seguimos a vida, lutando pela sobrevivência, vivendo um dia de cada vez, esperando pelo último.

PERMITA-SE SONHAR Pensamos que é “viagem”, que falta mais estudo, que precisamos de mais tempo, que precisamos de mais dinheiro, e acreditamos que com todas essas faltas não temos o direito para sonhar. Mas vou te contar um segredo: sonhar é permitido, mesmo se você se sente incompleto. Em verdade, sonhar é o que vai te completar! Permitir-se sonhar abre espaço para possibilidades. Pesquise, estude, descubra o que você tem dúvidas e explore suas vontades. Compartilhe seus sonhos, se

conecte com outros sonhadores (neste momento pode ter algum bem ao seu lado) e busquem juntos a realização.

FALAR É FÁCIL ENTÃO... Sim, falar é fácil. Difícil é se mover, desdobrar o sonho em ações práticas que o tornem real e possível. Porque o sonho é só o ponto de partida, ele não é o ponto de chegada! Para sentir o sonho, você precisa conectar com quem você é hoje, fazer as pazes com a sua história, recarregar as baterias da sua criatividade e, somente a partir disso, começar a viver o futuro, assumindo a responsabilidade pela escolha do seu caminho. O sonho, enquanto substantivo, é o seu Deus, é o seu ser essencial, é um estado de espírito, é a coisa mais preciosa para você, é um filho concebido pelo seu querer, é o despertar para a vida que você quer viver. Sonhar, como verbo, é a ação, é desenrolar e agir sendo o seu melhor, é sair da zona de conforto e empreender-se constantemente, sentindo o movimento de transformação da sua realidade no agora. Respire, inspire e transpire o seu sonhar. Permita-se, seja impecável com os seus sonhos.

aboutshoes.com.br

037


About | trends flex Usa

Linea Bella

Crysalis

Stel la

Mc Car tne

y

ce Dol

ana abb G &

Valentino

Do lc

e&

Clave de Fá

Ga bba na

Anya Hindmarch

Rafitt

hy

Pôr do sol As cores do entardecer - amarelos e laranjas - dão o tom da

Wirth

Lança Perfume

moda em peças sofisticadae e muito bem humoradas

Chloé

R ira Be

io

Bebe

038

aboutshoes.com.br

Dolce & Gabbana

Car ran

o



Lan vin

Macadamia

ivier Roger V

About | trends

W o ho p

os & Sant

Elis a

San ch

ez

Vero fatto

Cecconello

Loucos

tto ofa Ver

rait

rt f Po l e S

s n a e j l u Az os jeans l de todos

átil, o a zu ers v temporada ático, quanto democr lor para a tão ca o verão, como está para a

er

Kowro

ri

Em

Bags

ern W o

040

Mar i Ma dá aboutshoes.com.br

Crysalis

Lan vin

Moleca



Linea

Bella

d car Os

About | trends

e la nta Re

Cla ve d

eF á

cc Gu

i

ent aur L t n Sai

r ni Ma

ça P erfu m Lan

de neutros da ção le se sofisticada a . tan, nude, blush e cream es õ vers la comtemp

e

ros t u e n r o p o ã x i pa temporada

ling

Kip

Lev

ine

tur

Ko

Werner

neth

Ken Ma rni

e Lan Jay

042

aboutshoes.com.br

a nem Ipa

The

w Ro


About | focus on

Cross Style

Determinados designers ainda têm a capacidade de surpreender, o que não é muito fácil ultimamente. Raf Simons é um deles! A linha “DIOROSCOPE” foi criada para o desfile de primavera - verão 2016. Nel a o designer mantém o estilo puro e gráfico da coleção prêt - à - porter, além de replicar seus efeitos de transparência. Em um verdadeiro elo entre o passado – as pedras cristalinas foram inspiradas em antigas lentes – e o futuro Raf, toma partido do cross style – prática que sobrepõem estéticas de diferentes momentos – na busca de uma elegância inovadora, inesperada. E no caso de Simons possível... Sua proposta é rica, assertivamente moderna e ultra feminina! aboutshoes.com.br

043


About | cartola

Look A. BRAND e mule EMPÓRIO WERNER

044

aboutshoes.com.br


SLIDES ON TIME Fotografia: Carlos Contreras Beauty: Ana Ferrary

Look FORUM, bolsa EMME e calรงado VIZZANO aboutshoes.com.br

045


About | cartola

046

aboutshoes.com.br


Top SACADA, short e blazer BOB STORE. Slide LANÇA PERFUME aboutshoes.com.br

047


About | cartola

Pantacourt LUCIDEZ, blusa e blazer BOB STORE. Slide RAMARIM

048

aboutshoes.com.br


Look A. BRAND e oxford slide MILAA aboutshoes.com.br

049


About | cartola

050

Pantacourt A. BRAND, blusa e lenรงo BOB STORE. Loafer slide DUMOND. Clutch MONFERRARO aboutshoes.com.br


Look LUCIDEZ, sapatilha ANZETUTTO e aboutshoes.com.br

051


Fotografia: Carlos Contreras | Modelo: Duda Gesswein (LOV Models) | Styling: Júlio Rossi | Assistente de fotografia: Rafael Plastina | Beauty: Ana Ferrary Agradecimentos: Showroom Maria Helena (Iódice, A. Brand, Sacada, Lucidez, Botswana), Sling Comércio (Bob Store) e ITS Representações (Forum)

About | cartola

Look LUCIDEZ e espadrille slide BEBECÊ

052

aboutshoes.com.br


Blusa Iร DICE, calรงa e casaqueto BOB STORE. Slide com tiras cruzadas USAFLEX aboutshoes.com.br

053


About About || cartola Exhibition

O poder da forma Em uma exposição icônica, a história da silhueta é desvendada do ponto de vista dos gênios da moda

Ao libertar as mulheres da opressão dos espartilhos e corsets nos anos 20, os criadores do início do século passado não sabiam, mas estavam recriando os padrões estéticos para sempre. Com influências do austero guarda-roupas masculino e mirando na fluidez do Oriente – sobretudo nos quimonos usados pelas gueixas – estilistas renomados, como Coco Chanel, Madeleine Vionnet e Paul Poiret, resedenharam a moda da época e de quebra criaram um diferente conceito de feminilidade. Algum tempo depois, já nas décadas de 80 e 90, foi a vez de outra trupe de designers – formada por Issey Miyake, Yohji Yamamoto e Martin Margiela – subverter a ordem das coisas e recriar, mais uma vez, a silhueta humana. Com toques minimalistas e peças que lembravam uma espécie de casulo, os designers apostaram na força de desenhos abstratos e reinterpretaram o termo “haute couture” de forma definitiva. Para mostrar toda esta evolução, o museu de moda da Antuérpia, o incrível MoMu, recebe a exposição “Game Changers – Reinventing the 20th Century Silhouette”, onde uma seleção de peças ícone da história mundial são reverenciadas por sua importância fashionista. Para dar ainda mais peso ao conceito de forma e estilo reverenciado no século passado, os curadores da

054

aboutshoes.com.br

mostra exploram com destaque as inovações de um dos maiores especialistas no assunto – o espanhol Cristóbal Balenciaga. Por ser visto como uma figura central entre os dois períodos, o designer ganha espaço nobre na mostra, que discute temas como a liberdade de movimento, a arquitetura de volumes e o espaço em torno do corpo. Em 1939, o estilista ficou conhecido ao lançar peças cujas mangas ostentavam ombros caídos e silhuetas quadradas, além de vestidos com quadril arredondado e cintura mais estreita. Entre as apostas vanguardistas do gênio, ainda estavam jaquetas largas e saias evasês – e tudo isso uma década antes do estrondoso “New Look” assinado por Christian Dior. Com a intenção de mostrar que moda vai muito além das tendências – e tem a ver com liberdade e imaginação – o espaço destaca cerca de 100 obras icônicas, entre peças de acervo próprio e outras emprestadas das coleções dos museus do Fashion Institute of Technology, em Nova York, e do Victoria & Albert, de Londres. Game Changers Reinventing the 20th Century Silhouette Fashion Museum Province of Antwerp National Estraat 28, 2000 De 18 de março a 14 de agosto


aboutshoes.com.br

055


About | movies

Shakespeare, Shakespeare... Por que estás em tudo o que vejo? A literatura sempre foi fonte de inspiração para o cinema, mas foi com o “bardo” que o cinema encontrou o roteirista perfeito Por Krika Martinez

Este ano fazem 400 anos da morte de William Shakespeare. Uma data importante para o mundo da literatura, que perdeu um de seus melhores escritores, mas um momento especial para nos lembrar de como a vida e a obra do escritor inspiram gerações e gerações de artistas. Em todos os cantos é notável a influência de suas criações, mas como falamos de cinema, vai aqui uma lista dos filmes e das coisas mais estranhas que você não sabia que tinham relação com as peças do inglês – até porque mais de 420 produções são atribuídas a ele, fazendo com que o IMDB (a base de dados mais usada na internet para consultas televisivas ou cinematográficas) tenha um perfil onde aparecem mais de 2,5 mil obras relacionadas aos seus textos. Shakespeare é chamado de o “roteirista perfeito” pois escrevia para o teatro pensando em apenas um espaço – um ponto alto para todos os chefes de produção, que podem assim evitar múltiplos cenários. E é em parte por causa dessa limitação que suas histórias se destacam. Acrescente ainda os diálogos criados pelo autor, que de tão marcantes até hoje são usados na língua inglesa. Em textos universais, Shakespeare buscou base em tragédias gregas e na própria história da Inglaterra para criar sua obra - ou seja: peças com muito amor, dor e traição. Por outro lado, ele também buscou na comédia de situação a facilidade de dialogar diretamente com o público e apaziguar o cotidiano humano com uma

056

aboutshoes.com.br


boa dose de humor sarcástico. Agora coloque tudo isso na mente de uma pessoa apaixonada pelas histórias contadas por Shakespeare e misture sua obsessão com a cultura dos anos 90 e o continente africano. O resultado? O filme do verão de 1994 que devolveu à Disney a liderança das bilheterias em todo o mundo: o “Rei Leão”. A produção também pode ser conhecida como a versão mais rentável e pop de Hamlet, que foi escrito e produzido para o teatro entre os anos de 1599 e 1602. Ok, quando você olha o filme pode até não pensar: “isso é igual a Hamlet”, mas os elementos básicos estão ali – um tio que mata o pai do protagonista, os amigos que o ajudam a superar a dor e acima de tudo, a imponente responsabilidade de um jovem em se tornar rei.

Adaptações perfeitas Mas também temos os filmes que seguem à risca, de cabo a rabo, a obra de William Shakespeare. E aí, senhoras e senhores, ganhamos o melhor em termos de dramaturgia com diretores inspiradíssimos que nos deram grandes e belas histórias visuais, entre filmes atuais e outros produzidos a mais de 50 anos atrás. Sir Laurence Olivier, por exemplo, levou às telas “Henrique V” em 1944. A produção acabou se transformando em um filme que começa no teatro e, devagarinho, vai sendo levado para o mundo medieval, onde se passa o enredo. Olivier era tão apaixonado pela obra do inglês que não apenas dirigiu, mas produziu, roteirizou e foi o protagonista do longa-metragem ao lado de Renée Asherson, que, para mim, é uma das melhores atrizes que já existiram. Como se sabe, o nome Orson Welles é sinônimo de evolução da técnica e da arte cinematográfica. E quando o gênio decidiu trazer “Otello” para as telonas não foi diferente. No primeiro dia de gravação, o produtor italiano que convenceu toda a produção do filme ir à Roma para as filmagens anunciou que estava em bancarrota. A partir desse momento, Welles passou a usar dinheiro próprio para a execução da produção. E três anos depois, quatro países usados como locações e inúmeros rolos de filmes, veio o resultado: uma obra tão grandiosa que o filme em si acaba deixando o espectador dentro da paranoia do personagem principal. A recepção da obra foi tão boa que o longa-metragem acabou levando a Palma de Ouro em Cannes em 1952. A atuação da fantástica Elizabeth Taylor em “A Megera Domada”, filme de Franco Zeffirelli, é um exemplo de como aprender com a arte do cinema. Sim, o texto é antigo, mas o trabalho de produção e de atores é fantástico! E vale dizer que a protagonista na vida real era a mesma mulher indomável que o texto de Shakespeare descreve. E claro, do mesmo diretor, não podemos esquecer uma produção que sempre será lembrada como a melhor referência ao escritor já vista nas telas do cinema: “Romeu & Julieta”, de 1968. A película que foi gravada com uma atriz de apenas 15 anos de idade, que não pôde ir ao cinema ver seu trabalho porque um inocente “peitinho” surgia na tela. Apesar de tudo, foi da mão de Zefirelli que o escritor se popularizou em diferentes longas-metragens.

aboutshoes.com.br

057


Ao mestre, com carinho Para mim, o melhor representante deste mundo “shakespeariano”, com um trabalho multiuso entre teatro, cinema e da música, é o também britânico Kenneth Branagh. Ao atuar como ator e roteirista, o realizador é um dos artistas que mais participou de adaptações de obras do escritor inglês nas telas do cinema. Considerado um dos grandes admiradores do escritor, sempre conseguiu como poucos adaptar, tanto no teatro como no cinema, suas peças mais clássicas. Somente na tela grande, temos mais de 12 obras relacionadas a seu nome. Do drama à comédia, de “Hamlet” a “Muito Barulho Por Nada”, ele consegue mesclar o texto de Shakespeare à técnica cinematográfica como se ambos estivessem dentro dele como o ar que respira. Mas são nas misturas inusitadas que vive a beleza do cinema, pelo menos é o que eu acredito. E claro, ao tratar de temas universais como amor, ódio e traição, as obras de nosso escritor favorito nunca estiveram tão vivas. O vibrante Baz Luhrmann, em 1996, nos trouxe uma nova versão de “Romeu & Julieta” e nos fez lembrar – em um texto teatral e em inglês antigo – como o amor é lindo e visceral. Um filme que não tem sequer um segundo de silêncio e onde toda a obra “shakespeariana” ganha cores em uma espécie de Miami italianizada. A lição? Os filmes, digamos, têm livre arbítrio e nós somos os beneficiados de ver que no mundo nada se cria e tudo se recria. E é a beleza dessa recriação que faz com que a obra do escritor perdure para sempre. Claro, isso tudo quando a produção serviu à sua função e há exemplos dessa liberdade que eu nunca entenderei. Depois dos filmes de Kenneht Branagh e sua visão corretíssima da obra de Shakespeare, alguém tem que me explicar o que Al Pacino tenta fazer com a mesma. Desde o início da sua carreira, o ator veio usando e abusando das peças do escritor, mas em um espaço muito fechado que é a sua mente. Eu gostaria que alguém me desse um curso de cinema para explicar o filme “Ricardo III – Um Ensaio”, onde vemos um Al Pacino louco buscando referências de Ricardo III nos anos 90. Sim, é

058

aboutshoes.com.br


considerado e catalogado como documentário, mas é uma das obras relacionadas ao escritor que faz pouco sentido. Como ele, Jerome Robbins e Robert Wise dirigiram “Amor Sublime Amor” em 1961 fazendo apenas uma cópia de “Romeu & Julieta” e usando um pano de fundo diferente – neste caso a Nova York dos anos 60 e uma barreira entre imigrantes porto-riquenhos e irlandeses.

Talento além de tempo Agora, se você, como eu, quer celebrar os 400 anos da morte de Shakespeare e não ler todos os seus livros, coloque na lista as produções citada neste artigo que mais chamaram a sua atenção. Neste caso, qualquer coisa que tenha a mão de Kenneth Branagh vale a pena assistir. Em “Hamlet”, lançado em 2000, temos um fantástico Ethan Hawke tentando vingar a morte de seu pai. O “Mercador de Veneza”, de 2004, é um bom exemplo de como Al Pacino pode trabalhar um texto “shakesperiano” – mas graças aos deuses do celuloide, o diretor não era ele, mas sim Michael Radford. E claro, chegamos ao meu filme predileto do momento: mais uma adaptação para a tela do cinema de “Macbeth”, desta vez pelas mãos do diretor Justin Kurzel. Nesta produção, podemos sentir como a ambição consome o personagem de Macbeth, interpretado pelo fantástico Michael Fassbender. Sobre a vida real de Willian Shakespeare se sabe pouco. Quase não existem informações confiáveis sobre a vida que levava como escritor ou o que realmente ele escreveu. Alguns dirão que eu me rendo à teoria da conspiração, mas as más línguas dizem que ele não foi o escritor da maioria de suas obras. No filme “Anonymous”, de 2011, vemos como essa “possibilidade” se desenvolve em plena corte da rainha Elizabeth I. Nesta mesma linha, temos o mega oscarizado “Shakespeare Apaixonado”, que chegou aos cinemas em 1998. O roteiro mostrava um Shakespeare que buscava inspiração para escrever uma peça de teatro enquanto sofria um amor não correspondido – e que “Romeu & Julieta” quase foi uma obra sobre piratas! A forma como enxergamos Shakespeare no cinema, na verdade, é fruto de um belo trabalho de adaptação – muitas vezes usado com maestria e às vezes perdido nas reinterpretações. E isso já começou no próprio escritor, já que suas peças estão baseadas em antigas histórias italianas ou mesmo na mitologia grega. O que vemos no cinema é a mesma coisa. E como faz muito tempo que não temos algo novo, é gratificante saber que sempre podemos contar com alguma adaptação nova do “bardo” – apelido do gênio e referência aos antigos contadores de histórias da Europa, os quais viajavam levando suas histórias pelo mundo – para acreditar no talento da indústria. Vida longa ao mestre!

Na outra página: Hamlet com Kenneth Branagh, o maior especialista hoje em Shakespeare. Nesta página, do alto, em sentido horário: Al Pacino em O Mercador de Veneza. Michael Fassbender em Macbeth. Claire Danes e Leonardo DiCaprio em Romeo+Juliet. O oscarizado Shakespeare Apaixonado. Por fim, Anonymous, que questiona o próprio escritor.

aboutshoes.com.br

059


About | Brand Por Juliana Berwig

De maneira autoral, La Collezionista desafia o ”fast fashion” com calçados repletos de personalidade e cheios de histórias

Com alma (e com calma)

N

a contramão da correria da cidade grande, uma singela casinha localizada no charmoso bairro de Funcionários, em Belo Horizonte, sugere uma pausa para quem não abre mão de apreciar alguns dos pequenos prazeres do cotidiano: uma boa conversa, um pão de queijo saboroso e um belo par de sapatos. Ao esbanjar personalidade nos menores detalhes, o espaço da La Collezionista é um convite aos sentidos – sobretudo os relacionados à nobre arte de calçar. Nascidas da alma inquieta da designer Tânia Diotaiuti, cada peça busca significado a partir de materiais selecionados com cuidado e lapidados com a ajuda de mãos habilidosas em um processo definido como “sem pressa”. Com a intenção de refletir a vocação de sua criadora – que foi até a Itália em busca do “savoir faire” dos mestres do ofício – a grife chama a atenção por valorizar o mais sublime na sapataria – entre belo e o precioso. No lançamento de sua terceira coleção – batizada de “Ata.Me” e que destaca a sutileza de amarrações envolventes – a estilista conversou com a About Shoes sobre seus projetos futuros, suas inspirações de vida e tudo o mais que cerca seu universo particular.

Sua formação é na área médica, certo? De que maneira a moda entrou na sua vida e como foi o encontro com o universo dos calçados? Sim, sou cirurgiã oftalmológica. Sempre gostei de me vestir bem, tendo os sapatos como protagonistas. Em um dado momento de minha vida, resolvi teimosamente fazer um curso técnico e de modelagem no Senai, conciliando esse novo aprendizado com a medicina. Não satisfeita, decidi ir mais a fundo nos conhecimentos do ofício da sapataria. Foi então que fui para Itália, um país que é referência em design e, devido minha intimidade com a língua local, resolvi estender meus estudos em modelagem e design na Emilia Romagna, região conhecida por ser um polo calçadista feminino de luxo, onde fiquei um ano e meio.

060

aboutshoes.com.br


Quando a marca La Colezzionista chegou ao mercado? O que diferencia um calçado com a sua assinatura dos demais produtos encontrados nas vitrines? A La Colezzionista completa um ano agora em maio! Desenvolvemos sapatos feitos à mão, sem pressa e com comprometimento com o calce. Eles são criados seguindo um rico processo de pesquisa e utilizando formas próprias desenvolvidas pela marca. Utilizamos componentes nobres na construção das peças, como a pelica de cabra, compondo o cabedal em couro vacum, tipo exportação, nos forros. Além disso, somos credenciados pelo Ibama para utilização de peles exóticas como o python, por exemplo. A marca também se preocupa em trabalhar com uma linha de sapatos que utiliza peles curtidas ao vegetal (anilina/tanino). Como encontrou seu estilo em um mercado ainda preocupado em adaptar as fórmulas de sucesso das grandes marcas internacionais? Como já disse, existe muita pesquisa envolvida no processo criativo. Faço minhas leituras na história do calçado, principalmente para o desenvolvimento desse trabalho criativo. E, é claro, faço o que gostaria de calçar! A apresentação da marca fala em calçados humanizados, feitos "sem pressa" e com atenção aos detalhes. Na prática, o que estas características querem dizer? Na prática, o "sem pressa" se refere ao envolvimento de mãos, tanto na criação dos modelos, quanto na modelagem estilística, ou seja, é o respeito ao ofício da sapataria na sua essência, considerando a manufatura à mão e seu próprio tempo. Hoje, temos uma equipe e uma oficina de calçados com oito sapateiros experientes e que amam o que fazem. Uma parceria que envolve paixão. Pode nos falar sobre a casa que abriga a sua loja/escritório? De uma maneira singular, ela parece refletir o DNA da marca... A La Collezionista não existiria se não houvesse um local especial que abrigasse os sapatos, pessoas e jardins, além de uma oficina de criação, loja e escritório. Nossa casa conta histórias. Em estilo art déco, ela inspira todos que trabalham nela e as pessoas que a visitam. E, para completar este cenário de perfeita inspiração, ainda tem um cheirinho de mel e lavanda acompanhado do nosso tradicional pão de queijo mineiro! O que te inspira no dia a dia e quem são seus ícones de moda? A minha inspiração é a vida, a sensação de liberdade que o processo criativo me dá, o prazer em fazer bem feito, a vibração que divido com os clientes, mesmo enfrentando dificuldades próprias do aprendizado sem fim e nosso momento histórico. Minha equipe também é super ativa e inspiradora. Meus ícones criativos na moda são Elsa Schiaparelli, madame Chanel, Margiela, Brian Atwood, Miucha Prada, Sérgio Rossi, entre outros. Quais os próximos passos da La Colezzionista e o que o futuro reserva para a marca? Assim como nossa casa dos anos 1940, espero que a La Collezionista também construa uma história sólida, duradoura e criativa. Quanto ao futuro, nosso próximo passo é chegar a mais lugares e conquistar mais clientes que, assim como nós, valorizam um calçado com design apurado e autoral. Para isso, faremos o lançamento de nosso e-commerce, algo que deverá ocorrer até o início do segundo semestre deste ano.

aboutshoes.com.br

061


About | cartola market

Luxo brasileiro Dos longínquos mercados, passando por excêntricos destinos até os endereços mais luxuosos: a conquista do mundo pelas marcas de calçados brasileiros. Cases de sucesso comprovam a ascensão de grifes e marcas de calçados Made in Brazil Por Martin Herz Behrend

062

aboutshoes.com.br


Port Adriano, o paraíso da foto acima, é uma das marinas mais exclusivas e luxuosas da Europa. Desenhada pelo internacionalmente cultuado designer francês Philippe Starck, foi construída na Ilha de Mallorca, na Espanha, banhada pelo Mar Mediterrâneo. Iates, navios e lanchas de milionários ficam atracados num local com acesso reservado. O píer central é recheado por lojas, restaurantes e bares. É em uma das requintadas boutiques que estão expostos calçados Made in Brazil. Mais do que isso: ali está sendo vendida uma marca brasileira. Dividindo espaço com grifes internacionais, os calçados Guilhermina, pensados, desenvolvidos e produzidos em Sapiranga/RS, se colocam como opção para pés exigentes. Eis o novo status: o mundo consome cada vez mais não somente os calçados Made In Brazil, mas também as marcas Made In Brazil. O singular exemplo de quão longe a marca Guilhermina chegou, estando numa das vitrines mais luxuosas da Europa, oportuniza um olhar sobre o futuro da indústria calçadista brasileira. Dos longínquos mercados, passando por excêntricos destinos até os endereços mais luxuosos: a conquista do mundo pelas marcas de calçados brasileiros é uma realidade

em ascensão. Atualmente, dezenas de marcas nacionais vêm conquistando e, mais do que isso, fidelizando mercados internacionais. Em 2014, calçados produzidos no Brasil embarcaram para mais de 150 países. Segundo números da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), foram mais de 129 milhões de pares e um faturamento superior a um bilhão de dólares. Nem todos, naturalmente, deixaram o país carregando suas marcas próprias. O país ainda tem um percentual significativo de produção, digamos, à moda antiga, quando estrangeiros enviavam o modelo pronto e as fábricas brasileiras eram as produtoras de grandes volumes. Mas esse modelo perde força a cada ano. Em 2004, por exemplo, o Brasil exportou 212 milhões de pares (contra 129 milhões de 2014) e atingiu 1,8 bilhão de dólares em vendas (contra pouco mais de um bilhão do ano passado). Neste ano, após longo período, o país não deverá alcançar nem um bilhão. Esse revés importante na exportação brasileira teve início na década de 1990 com a migração da produção de calçados para a China e, mais adiante, Índia, Vietnã e Paquistão. Muitas indústrias brasileiras demoraram para entender o recado, sendo que dezenas de fábricas encerraram atividades. Elas não trabalhavam marcas, conceitos ou estilos, tendo suas produções automaticamente compradas por estrangeiros, principalmente americanos. O que precisa ser saudado desse período de prosperidade foi a criação de um cluster de expertise: centenas de técnicos calçadistas, escolas e cursos profissionalizantes, dezenas de fábricas de componentes, diversas empresas de logística, uma estruturada rede de fornecedores e as fundamentais feiras calçadistas como Fenac e, principalmente, Couromoda e Francal. Ficou a cultura do calçado. Assim estavam estabelecidas raízes sadias para desafios vindouros. A migração do modelo produtor para o Oriente e seus reflexos na produção nacional de calçados, felizmente, foi percebida a tempo por alguns empresários. Inicialmente, sem grandes estratégias de marketing e, posteriormente, buscando a profissionalização, passaram a investir nos seus produtos por completo: conforto, estilo, história, design, personalidade. Trataram de expandir suas marcas. Suas grifes. Um jeito de calçar. Como hours concours dessa realidade, temos dois cases: chinelos Havaianas e a família Grendene – Rider, Ipanema, Melissa e Grendha. A primeira é, inegavelmente, a marca de calçados brasileiros mais internacionalizada. É desejada e cultuada em dezenas de

aboutshoes.com.br

063


Loja Dumond em Dubai, no Deira City Center

países. Calça pés de craques do esporte e estrelas do mundo artístico. Criou o conceito das “legítimas” e, no seu site, confirma presença em mais de 80 países. Um modelo da coleção das Havaianas, na Inglaterra, custa mais de 200 reais. Já em relação às brands da Grendene, tivemos a imagem da top model Gisele Bündchen, que por um contrato anterior como garota-propaganda difundiu a Ipanema mundo afora. Foi um baita acerto para invadir novos destinos planetários. Havaianas e Ipanema carregam um brazilian style, ingrediente que não é fundamental, mas ajuda. Contudo, a caminhada para implantação de novos mercados é fruto de um somatório de itens e esforços capazes de seduzir os clientes a investir em grifes Made In Brazil. “A fórmula de apenas vender o produto não é o suficiente. A marca precisa ter uma história fiel a ser contada e esta história é para o resto da vida, não pode mudar de acordo com o clima. Normalmente, um fabricante que se preocupa em encher a esteira não fecha com fazer conceito de alguma marca. Nada nasce vendendo muito”, avalia o designer gaúcho Rodrigo de Castilhos. Ele é o criador da primeira marca brasileira de calçados para bateristas, a Urbann Boards. Já trabalhou para grifes internacionais e estudou e trabalhou em Milão, na Itália. O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, destaca que, ao longo de 2015, muitas indústrias, percebendo as condições favoráveis para as exportações, direcionaram mais esforços para o mercado externo. “O recado da Abicalçados, que desde o ano 2000, através do programa Brazilian Footwear, realizado com o apoio da Apex-Brasil, busca capacitar empresas para a consolidação no mercado internacional de calçados, é de que a exportação precisa ser uma estratégia da empresa e não um negócio ocasional”, frisa.

064

aboutshoes.com.br

“As empresas que, mesmo com as condições desfavoráveis correntes desde 2008, com o real sobrevalorizado e as crises internacionais, se mantiveram no mercado externo com estratégias comerciais adequadas, certamente irão colher frutos melhores neste momento de recuperação”, completa Klein, reforçando a importância do planejamento nesta caminhada de internacionalização das marcas. A gestora de projeto da Abicalçados, Roberta Ramos, acompanha de perto a escalada de marcas brasileiras no mercado internacional. “O Brasil tem um calçado de alta qualidade e a indústria nacional é reconhecida como tradicional produtora. Com uma boa imagem consolidada na maioria dos países, temos um passo importante de facilitação da promoção comercial”, frisa. Ela lembra que o preço também é um diferencial importante, pois está entre o chinês, do qual ganha em qualidade, e o italiano, que apesar da qualidade superior – diferença cada vez menor – ainda tem uma precificação muito alta. “Com a desvalorização do real (moeda) que tivemos este ano, nosso preço ficou ainda mais competitivo. Nessa hora, as marcas que seguiram investindo em exportação nos momentos mais difíceis estão colhendo os frutos desse investimento”, salienta, reforçando a importância da estruturação das marcas. “Acho que o conceito de Made in Brazil, é um bom começo, mas atrás disso tem que ter algo mais forte, um conceito muito atraente. Ninguém vai trocar seis por meia dúzia”, reforça Rodrigo de Castilhos. Heitor Klein indica que as empresas que desejam estar no mercado externo devem separar parte da produção, de 20% a 30% para as exportações, e manter a estratégia independente de fatores econômicos. “É importante ter a ciência de que, depois de abandonar um mercado, para reconquistá-lo o


A fashion celebrity Glency Feliz é embaixadora dos calçados Jorge Bischoff na República Dominicana e tem até uma coleção cápsula com seu nome

caminho é muito mais longo e custoso para a empresa”, lembra. É por isso que desde o ano 2000 a Abicalçados, em conjunto com a Apex-Brasil, mantém o programa Brazilian Footwear, que tem como objetivo pulverizar e qualificar as exportações brasileiras de calçados. “O programa conta com uma série de ações, que passam pelo desenvolvimento das empresas para a exportação, por plataformas de promoção comercial e ações de posicionamento e inserção de marca no mercado internacional. As empresas são divididas através de uma matriz de segmentação que identifica sua maturidade exportadora e que ações são importantes para ela no momento, considerando a exportação como estratégia da empresa”, acrescenta Roberta Ramos. No mais recente convênio, para o biênio 2015/2016, o Brazilian Footwear prevê investimentos de mais de R$ 41 milhões em ações de promoção comercial e de imagem além-fronteiras. Para se ter uma ideia da atuação internacional do setor, apresentaram suas coleções de primavera-verão na edição de setembro de 2015 da theMicam, em Milão, na Itália, mais de 50 marcas de calçados brasileiros: Anatomic & Co, Moema, Boaonda, Carrano, Cecconello, Democrata, Kildare, Dumond, Capodarte, Lilly’s Closet, Madeira Brasil, Sapatoterapia, Werner, Vizzano, Beira Rio, Moleca, Molekinha, Modare, Sollu, Rider, Ipanema, Grendha, Zaxy, Tabita, Paolo Sesto, Capelli Rossi, Usaflex, Stéphanie Classic, Andacco, Freeway Easywear, Itapuã, Piccadilly, Piccadilly for Girls, Ramarim, Radamés,

Kontatto, Savelli, Pegada, Toni Salloum, Ortopé, Steps on Green, Francajel, Frattina, Suzana Santos, Renata Mello, Art’s Brasil, Jorge Bischoff, Loucos e Santos, Guilhermina, Raphaella Booz, Luz da Lua e Cristófoli. Mais do que aumentar negócios internacionais, as marcas brasileiras começam a tomar conta de um mercado considerado responsável por uma eventual morte da indústria calçadista nacional: a China. O país mais populoso do planeta vem sendo encantado gradativamente por grifes nacionais. Dois exemplos pontuais ilustram essa situação: Capodarte, de Sapiranga, e Stéphanie Classic, de Três Coroas, estreitam cada vez mais laços comerciais com clientes chineses e tendem a aumentar as vendas para o concorrente número um do setor no Brasil – ou, melhor, atualmente um comprador em potencial das nossas marcas. É fato que a China (líder do ranking global de produção de calçados), com seus cerca de 11,5 bilhões de pares/ano, é imbatível no quesito volume – o Brasil, terceiro colocado no cenário mundial, lentamente se aproxima de um bilhão de pares. Mas, nesse caso, a disputa que se trava é por conceito, estilo e moda. Dentro desse contexto, o Brasil tem boas cartas na manga para emparelhar este enfrentamento. Embora muitas empresas brasileiras façam a lição de casa, existem os obstáculos internos, o chamado fogo-amigo. Alta carga tributária e infraestrutura sucateada, por exemplo, jogam contra uma inserção ainda maior de marcas, que nem sempre conseguem estratégias mais arrojadas em outros países. “Os problemas de logística, que encarecem o produto, somados aos custos de produção do Brasil, um dos mais altos do mundo, acabam prejudicando – e muito – a concorrência no mercado internacional. Certamente, se tivéssemos condições mais favoráveis de competitividade, seríamos um dos maiores exportadores do mundo”, lembra Roberta. “Da parte das empresas, embora seja registrada uma melhora qualitativa, ainda é necessário maior investimento em design, não somente no quesito estético, mas em todo o processo produtivo, especialmente com relação à sustentabilidade econômica e ambiental dos processos”, aponta. A conquista de mercados internacionais é uma realidade para marcas brasileiras. Já existem grifes Made In Brazil disputando mercado e prestígio com marcas globalizadas de alto reconhecimento, como Sérgio Rossi, Prada, Hugo Boss, Christian Loubotin, Manolo Blahnik, Salvatore Ferragamo, Jimmy Choo e Stuart Weitzman, ou, entre os esportivos, Timberland, Adidas e Nike. As bases para novos saltos já foram sedimentadas e o traçado, embora árduo e desafiador, é conhecido. A conquista do mundo pelas marcas de calçados brasileiros é um caminho irreversível.

aboutshoes.com.br

065


Tênis Alice SUGAR SHOES e running MOLEKINHA


Fresh and funny Fotografia: Lucas Mello

Sandalinha DOK e chinelo KIDY


Espadrille BIBI


À esquerda PAMPILI e à direita DIVERSÃO


Mocassim KEA e slip on KIDY Fotografia e tratamento: Lucas Mello | Ambiance : Júlio Rossi | Agradecimentos: OroBoro Estúdio


Chinelo MENINA RIO


About | kids trends

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

11.

12.

13.

14.

15.

16.

true blue! O azul marinho é tonalidade clássica que fica bem em crianças de todas as idades, em todas as estações

1. Grendene | 2. Stella McCartney | 3. Klin | 4. Kipling | 5. iPod Apple | 6. Diversão | 7. Diesel | 8. Flip by Marco Hemmerling | 9. Dok 10. Armani Junior | 11. Sunuva | 12. Grendene | 13. The Conran Shop | 14. Dolce & Gabbana | 15. Klin | 16. Marni

072

aboutshoes.com.br


1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

11.

12.

13.

14.

15.

16.

cotton candy contrastantes e ao mesmo tempo suaves, rosa e azul coexistem no universo das meninas com todo o charme.

1. DiversĂŁo | 2. Stella McCartney | 3. Xaven Matt | 4. Pampili | 5. Aleka | 6. Ralph Lauren | 7. Patachou | 8. Oilily | 9. Kate Mack 10. Klin | 11. Miss Grant | 12. Kidy | 13. Toy Art Hiroshi Yoshii | 14. Grendene | 15. Foter | 16. Hucklebones aboutshoes.com.br

073


relaxed mood Fotografia: Eduardo Carneiro Grooming: Ana Ferrary

Chinelo KILDARE



Slip on PEGADA


Tênis DIADORA


Tênis DIADORA


Chinelo CARTAGO


Abotinado COTTON CO. Fotografia e tratamento: Eduardo Carneiro | Grooming: Ana Ferrary | Modelo: Douglas Graeff (Joy Mgmt) | Styling: Júlio Rossi | Agradecimentos: ITS Representações (FORUM) O modelo veste Forum Coleção Primavera-verão 2016|2017


Casual KILDARE


about | backstage

1.

2.

3.

4.

5.

retorno ao bรกsico Depois da avalanche de cores que dominou a moda 6.

masculina por temporadas os pigmentos bรกsicos parecem totalmente novos 1.Cotton & CO | 2. Mormaii | 3. Samello | 4. Leather Wood | 5. Kildare | 6. Cavalera | 7. Pegada

7.

082

aboutshoes.com.br



4.

Trussardi

Bottega Veneta

1.

2.

3.

Richard Chai

About | mens cartola list

5. 6.

7.

7. 11. 12.

8.

10.

13. Trussardi

Dolce & Gabbana

9.

16.

17.

16.

14. 15.

18.

PUNHO NO TORNOZELO AS SWEATPANTS – CALÇAS DE ABRIGO – SÃO A NOVA QUESTÃO DA MODA MASCULINA. UM HIATO A SER TRANSPOSTO PELOS HOMENS MAIS MODERNOS. 1. Dsquared | 2. Cavalera | 3. Cotton & Co. | 4. Zara | 5. Valentino | 6. Leatherwood | 7. Faliero Sarti | 8. Samello | 9. Bell & Ross | 10. Dsquared | 11. Scotch and Soda | 12. Scotch & Soda | 13. Kildare | 14. Mormaii | 15. Etro | 16. Maison Martin Margiela | 17. Diadora | 18. Cavalera

084

aboutshoes.com.br


Matriz: Rua Manágua, 586 - Bairro Santo Afonso Novo Hamburgo - RS - CEP 93420-250 Tel/Fax: 51 3587.3700 - 51 3406 9400 colorgraf@colorgraf.com.br

Colorgraf Nordeste: Av. Paulo Souto s/n Distrito Industrial de Itapetinga Itapetinga - BA - CEP 45700-000 Fone: 77 32614486 - 77 32615495 colorgrafba@colorgraf.com.br

Exportação: Tel: (51) 3587.3700 - Ramal: 204 e-mail: vendas@colorgraf.com.br

Escritório SP: Rua Augusto Tolle, 901 Conj. 33 Bairro Mandaqui - São Paulo -SP - CEP 02405-001 Tel/Fax: 11 29720278 / 29723621 colorgrafsp@colorgraf.com.br


About | FORECAST about cartola

A primavera-verão 2016 | 2017 busca por uma nova elegância em clima de alegria, de leveza. Cheio de novas ideias, o período é o reflexo da autoexpressão. O resultado desta individualidade é previsível, conceitos multifacetados, quase únicos, que transitam entre o máximo e o mínimo – isto em qualquer aspecto formal. Entretanto certos detalhes caracterizam a temporada. Um deles é típico dos anos 90. As cintas e os cordões aparecem soltos, pendurados, decorando e mudando o visual das peças com um simples a juste. Já as bijuterias do período tÊm uma característica marcante: são superdimensionadas e usadas em quantidade. Ainda no quesito quantidade, é bastante moderno usar várias estampas em uma mesma peça. Já os ombros são o foco dos designers em diversos looks e aquelas propostas que dão vazão a assimetria, as mais interessantes. 086

aboutshoes.com.br


Joseph

Phillip Lim

ajustadores Tiras e coulissês - aqueles cordões que passam por túneis nas roupas - viraram elementos decorativos nas peças da primavera-verão. O efeito desconcertante nada mais é que um recurso, muito utilizado nos anos 80/90, para modificar as roupas, para ajustar ou deixar sua silhueta mais ampla.

Balenciaga

Michael Kors


About | cartola

Chanel

Loewe Marni

Maciças e intricadas As bijuterias da temporada têm uma característica comum: suas proporções avantajadas - algumas colossais. Em estilo minimalista ou extra maximalista, os brincos são enormes, os colares vêm com formatações impressionantes e as pulseiras pesadas são ainda mais incríveis.

Prada


Etro

Mother of Pearl

Anna Sui

Giamba

Print Blocking Um recurso visual diferente teve espaço garantido na passarela de diferentes designers. O print blocking é mistura de diferentes estampas em uma mesma peça - diferente do patchwork, apresenta áreas maiores por padrão. O floral “chintz” é destaque nas propostas.

Mary Katrantzou

Diane von Furstenberg

Coach 1941


About | cartola

Stella McCartney

Milly

Foco nos ombros Esta é uma das maiores tendências da primaveraverão 2016 | 2017. Os ombros nus - descobertos das mais variadas formas, mostrando menos ou mais pele - podem ser vistos em propostas casuais, formais e até no bridal wear.

Proenza Schouler

Antonio Marras


Marni

Simetria perdida As assimetrias estão de volta! A violação da simetria pode não agradar a todos, contudo deixa os looks com um ritmo sensivelmente diferente, curiosamente imprevisível. Em algumas propostas, este é um pormenor; em outras, o foco principal!


About | cartola

Missoni

Ermenegildo Zegna

Madras Madras são tecidos feitos em algodão leve – próprios para temperaturas altas – originários da região indiana de Chennai. Apresentam padronagem xadrez – multicolorida ou multi-tonal – em diversas formatações. Este é mais um resgate dos mega criativos anos 80. aboutshoes.com.br


Burberry

Dries van Noten

Gucci

Maison Margiela

experiência de gênero A experimentação é um movimento constante na moda masculina. As transparências são um novo desafio para o gênero. A estética é uma verdadeira revolução de costumes. Contudo, esta não é a primeira vez que entra em questão.

JW Anderson

Duckie Brown

Calvin Klein

aboutshoes.com.br

093


About | cartola

Overall Os macacões estão de volta à moda masculina! A peça é um ícone da década 80. O prático overall recoloca na pauta a estética das roupas de trabalho – workwear. O uso do jeans na moda é o maior legado deste estilo em todos os tempos.

Valentino


Givenchy

Louis Vuitton

Deu branco Não há nada mais moderno na atual moda masculina – e feminina também – que um belo par de sapatos brancos! Não importa o estilo, social, casual, esportivo – bota, tênis, mocassim, slipper, oxford... – o que importa é ser branco.

Prada

Alexander McQueen

aboutshoes.com.br

095


About | bEAUTY about cartola

Summer platinum loiro platinado é a nova (velha) aposta do verão

Por Diego Marcon

Ao contrário do que muita gente pensa, o loiro platinado não está limitado apenas ao inverno. Além nunca sai de moda, a cor é a cara do verão 2017. Apesar do visual impactar, tratase de uma das tonalidades mais difíceis de se alcançar, já que requer muita paciência e não é todo tipo de cabelo que resiste ao excesso de química - o processo de descoloração pode levar de 4 a 5 horas. Caso o objetivo não seja aderir ao look monocromático, uma das grandes apostas para a próxima

096

aboutshoes.com.br

estação quente é o loiro com a raiz escura. A escolha pelo tom é livre, e pode ir do próprio platinado aos loiro mais quente e é uma boa alternativa para quem não tem paciência para retocar os fios frequentemente, já que o grande charme são aqueles dois ou três dedos de raiz mais escura. Seja qual for a opção, vale lembrar: muita hidratação, protetor solar e a busca por um bom profissional fazem a diferença! Ah, e jamais tente descolorir os cabelos em casa.


about | directions

A

E

M

ALEKA (18) 3638-8888

ELÉIA (51) 3546-3728

MACADÂMIA (11) 3019-0950

www.alekacalcados.com

www.eleia.com.br

www.macadamiabolsas.com.br

www.ramarim.com.br

Anzetutto (51) 3587-2491

ELISA SANCHEZ (54) 8112-1314

MARI MADÁ (51) 3593-4401

www.anzetutto.com.br

www.elisasanchez.com.br

www.mari-mada.com

S

B

EMME (54) 3285-1480

MARIOTTA(14) 3602-1500

www.emme.com.br

www.mariotta.com.br

www.bebece.com.br

G

MENINA RIO (48) 3265-1100 www.meninario.com.br

www.stephanie-classic.com.brs

BEIRA RIO (51) 3584-2200

GRENDENE (54) 3261-9000

MILAA (51) 3127-2227

www.calcadosbeirario.com.br

www.grendene.com.br

www.milaa.com.br

T

J

MODARE (51) 3584-2200

Bebecê (51) 3546-8000

Bottero (51) 3543-5400 www.bottero.net

www.modare.com.br

RAMARIM (51) 3565-8100

SAMELLO 0800 34 1010 www.samello.com.br STÉPHANIE CLASSIC (51) 3546-1200

TCHES (51) 3273-8512 www.tchesbrazil.com TPZ BOLSAS (31) 3446-2519

JORGE BISCHOFF(51) 3549-9300

MOLECA (51) 3584-2200

www.jorgebischoff.com.br

www.moleca.com.br

www.trapeziobolsas.com.br

www.carrano.com.br

K

MOLEKINHA (51) 3584-2200

U

Cavalera (51) 3582-2329

kea (18) 3644-4955

MONFERRARO (51) 3546-1928

www.cavalera.com.br

www.kea.com.br

www.monferraro.com.br

www.usaflex.com.br

CECCONELLO (51) 3546-8100

Kidy(18) 3643-2500

MORMAII (51) 3035-4500

www.ceconello.com.br

www.kidy.com.br

www.mormaii.com.br

V

CLAVE DE FÁ (16) 3725-2200

Kildare (51) 3593-7833

www.clavedefa.ind.br

www.kildare.com.br

N

Crysalis (51) 3546-8400

KIPLING (11) 2166-8891

NoRDWEG (54) 3285-1620

www.crysalis.com.br

www.kipling.com.br

www.nordweg.com.br

www.vizzano.com.br

D

Klin (18) 3643-7000 www.klin.com.br

P

W

DI VITRINI (51) 3545-1638

KOWRO BAGS (34) 3338-3527

Pampili (18) 3643-2300

www.divitrini.com.br

www.kowro.com.br

www.pampili.com.br

www.diadora.com.br

L

Pegada (51) 3393-2700 www.pegada.com.br

www.teniswhoop.com.br

Diversão

LANÇA PERFUME 0300 140 6900

(54) 3285-2030

www.lancaperfume.com.br

R

www.wirth.com.br

www.calcadosdiversao.com.br

LEATHERWOOD (51) 9253-1126

Rafitthy (51) 3598-4300

DOK

www.leatherwood.com.br

www.rafitthy.com.br

(18) 3641-6898

Levine (51) 3546-3086

www.dokcalcados.com.br

www.levine.com.br

DUMOND

Linea Bella (51) 3583-2028

(51) 3599-8850

www.lineabella.com.br

www.dumond.com.br

Loucos e Santos (51) 3549-9300

C CARRANO (51) 2125.1540

DIADORA (51) 3035-4500

www.loucosesantos.com.br

www.molekinha.com.br

USAFLEX (51) 3549-8100

VEROFATTO (51) 3543-5400 www.verofatto.com.br Vizzano (51) 3584-2200

Werner (51) 3546-7123 www.wernercalcados.com.br WHOOP (51) 3565-8100 Wirth (51) 3564-8000 WJ ACESSORIOS (47) 3350-3111 www.wjstore.com.br

fotógrafos Carlos Contreras (51) 3012.1777 | www.carloscontreras.com.br Eduardo Carneiro (51) 9959-7792 | www.eduardocarneiro.com.br Lucas Martins de Mello (51) 3095.3046 | www.ricardohegenbart.com aboutshoes.com.br

097


About | cartola last page

inverno 2017 O fim de uma era? Por Júlio Rossi Tão importante quanto estabelecer as pontuais referências estéticas do outono-inverno 2017, é necessário identificar o que motiva e faz diferença neste universo. Um segmento que contém e refrata múltiplos significados e que, sem dúvida, é o de maior abrangência e o mais propositivo objeto cultural da atualidade – centrado na construção de alternativas que possam representar “ganhos” para a civilização. Há uma agitação criativa no ar e a audácia é a palavra de ordem para muitos designers. Alguns ainda têm a capacidade de surpreender – o que não é nada fácil – e estão dispostos a correr riscos para fazer a diferença. A fórmula tem sido usar e abusar da prática do cross style,

098

aboutshoes.com.br

isto é, sobrepor estilos e entrelaçar seus períodos – o que permite infinitas interpretações. Neste movimento, nada é intocável e, muitas vezes, é deliberadamente oposto ao mainstream – às convenções padrão, de beleza e de bom gosto. Entre os lançamentos, é possível ver tudo e o oposto de tudo, também. Neste cenário, os contrastes parecem ser as verdadeiras estrelas da temporada e em meio às opções, os extremos – máximo e mínimo – são uma alternativa à massificação, às cópias. A prática decorativa faz parte desta ação e parece ter tomado proporções nunca antes vistas. Isto possibilita a alta capacidade icônica de bolsas e calçados nas propostas.



PARA ESTICAR, PUXAR E... RODAR!

A BRINCADEIRA QUE VIROU MANIA.

/ortope @ortope ortope.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.