Brasil Marista Ed 02

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índice

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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

BRINCAR

INCLUSÃO DIGITAL

Ambiente escolar revela muitas características de cada criança no momento de brincar

Centros de Recondicionamento de Computadores transformam lixo eletrônico em uma nova vida para jovens de baixa renda

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ECONOMIA SOLIDÁRIA

AMAZÔNIA

Qualidade no ensino

Evento dá voz aos movimentos sociais e aos jovens na busca por alternativas para uma transformação social global

Uma nova maneira de ver o consumo e a distribuição de riquezas é baseada na valorização do ser humano

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A vida de missionário vai muito além de viver com povos de outras culturas. É preciso elaborar projetos, leis e regras

O que faz uma instituição de ensino superior ter qualidade? Instituições como a PUCPR e PUCRS respondem a pergunta pelo exemplo


e d i t or i al

Retrato da vida E olha que a fotografia do ‘Brasil Marista’ que temos ao final de mais essa edição é muito bonita. De norte a sul do país a vida de pessoas é impactada diariamente pela orientação de profissionais competentes e, sobretudo, engajados na missão de São Marcelino Champagnat. O que você verá nas próximas páginas é muito mais que uma um conjunto de reportagens: é um retrato de uma instituição comprometida com valores como a solidariedade, o respeito ao próximo, ao mundo em que vivemos e, principalmente, com a excelência em educação. Luís Fernando Carneiro | Editor

ilustração: João Gabriel Vanz

Não é fácil a tarefa de retratar o trabalho desenvolvido pela instituição marista nas poucas páginas de uma revista. Até porque quase tudo o que se faz em cada uma das unidades - das obras sociais às universidades - está em constante movimento. Crianças crescem e se desenvolvem a cada minuto, professores se aprimoram na doce e dolorosa tarefa de educar, pesquisas apresentam todos os dias soluções nas mais diversas áreas do conhecimento. Porém, se a vida nas nossas unidades acontece em velocidade máxima, com a revista Brasil Marista conseguimos, por um instante, ajustar nossas câmeras e colocar luzes em algumas questões que merecem ser observadas.

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e xpedient e

Telefax (61) 3346-5058 SCLN 102 | Bloco C | sala 102 Asa Norte | Brasília-DF CEP 70722-530 www.umbrasil.org.br

Diretor-Presidente Ir. Arlindo Corrent Diretor-Tesoureiro Ir. Délcio Afonso Balestrin Diretor-Secretário Ir. José Wagner Rodrigues da Cruz Secretário Executivo Ir. João Carlos do Prado

As associadas da Umbrasil são filiadas à anec

Assessora de Relações Interinstitucionais Monica Kondzioková Assessor de Captação de Recursos David Marcial Ortolan

A Revista Brasil Marista é uma publicação da Editora Ruah sob licença da União Marista do Brasil (Umbrasil). Envie seus comentários para a redação pelo e-mail info@editoraruah.com.br Editor

Coordenador da Área de Vida Consagrada e Laicato Ir. José de Assis Elias de Brito

Luís Fernando Carneiro

Coordenador da Área de Missão Ir. Lodovino Jorge Marin

Fernanda Jacometti e Brisa Teixeira

Assessora da Área de Missão Mércia Maria Silva Procópio

Projeto Gráfico

Analista da Área de Missão Clodoaldo Ramos Junior

Diagramação e finalização

Coordenador da Área de Gestão Ir. Valter Pedro Zancanaro Assessor da Área de Gestão José Messias de Almeida Pina

Redação

Daniela Baumguertner Natália Sábio Comercial

Eduardo Liz de Araújo Francine Junqueira (Brasília)

Analista de Comunicação e Marketing Katiuscia Sotomayor

Financeiro

Analista de Inteligência Competitiva Luciana de Andrade Araújo

Conselho Editorial

Secretária Geral Núbia Azevedo dos Santos Analista Administrativo-Financeiro Claudia Kiffer Analista de Suporte de Tecnologia da Informação Wellington dos Santos Costa

Ellen Nogueira João Carlos do Prado, Valter Pedro Zancanaro, Monica Kondziolková, Rosangela Florczak, José Messias de Almeida Pina e Katiuscia Sotomayor.

Auxiliar Administrativo Anderson Cabral Auxiliar de Serviços Gerais Eliane Almeida Emídio

Capa | Foto TVGlobo/Márcio de Souza | Arte Natália sábio | Impressão EDITORA FTD | Tiragem 15.000 | Todos os direitos reservados | Proibida a reprodução sem autorização prévia e escrita. Todas as informações técnicas são de responsabilidade de seus respectivos autores.

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Revista digital

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A versão digital da Brasil Marista você encontra no site www.brasilmarista.com.br.

Também no site você poderá fazer suas sugestões sobre a revista. Aproveite para sugerir assuntos da sua região.

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mob i l i z a ç ã o

Um outro mundo é

possível 8


Fórum Social Mundial contabiliza avanços e fortalece os movimentos sociais Ele surgiu em 2001 como uma forma de resistência dos povos de todo o planeta contra a avalanche neoliberal dos anos 90. Nesses 10 anos, passou pelo Brasil, Venezuela, Índia e Quênia, com o objetivo de construir outro mundo com justiça social, democracia, sem destruir o planeta e valorizando as culturas nacionais. O Fórum Social Mundial (FSM) é organizado por movimentos sociais de diversos continentes, a fim de elaborar alternativas para uma transformação social global. Os eventos e encontros do FSM não param. Em janeiro de 2010, o Brasil sediou o Fórum, com destaque para a análise positiva da evolução e amadurecimento dos debates. Durante todo ano, outros encontros já estão agendados de forma centralizada até a realização do Fórum Mundial de Educação, de 9 a 13 de dezembro, em Santiago de Compostela, na região da Galiza (Espanha). Os organizadores deste evento já estão recebendo inscrições de atividades autogestionadas. Os interessados têm até o dia 30 de junho para enviar as suas propostas, que poderão ter qualquer formato (conferências, mesas redondas, seminários etc.). Informações pelo telefone (11) 3258-8914 ou pelo e-mail fsminfo@forumsocialmundial.org.br.

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mob i l i z a ç ã o

Os movimentos sociais vêm se fortalecendo nos eventos do FSM realizados no mundo inteiro. A troca de ideias e experiências aborda temas de grande importância, como a crise econômica mundial, a luta por um meio ambiente equilibrado, educação, cultura, economia solidária, democracia e direitos humanos. “É dessa maneira que ganharemos uma participação mais forte da gestão pública”, acredita o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Celso Woyciechwoski, um dos coordenadores do evento.

Os movimentos sociais continuam atuando em encontros regionais e nacionais. Um dos grandes eventos esperados é a Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais, que será sediada em São Paulo, no dia 31 de maio. Segundo o presidente da CUT, ao lado dos movimentos sociais, outro importante grupo de participação merece destaque: os jovens, “cada vez mais engajados e comprometidos”. Para Woyciechwoski, o envolvimento mostrou compromisso e vigor, característicos da juventude, contrariando a mídia, que muitas vezes taxa essa parcela da população como despreocupada e pouco participativa.

Movimentos sociais fortalecidos SOBERANIA NACIONAL

DEMOCRACIA

• Pela retirada imediata das tropas dos EUA do Afeganistão e do Iraque;

• Contra os monopólios midiáticos;

• Contra os Golpes de Estado a exemplo de Honduras; • Pela integração solidária da América Latina; • Pelo fortalecimento do Mercosul, da Unasul e da Alba; • Pela defesa da Amazônia como patrimônio nacional.

DESENVOLVIMENTO • Por uma política nacional de desenvolvimento ambientalmente sustentável; • Por um Projeto Nacional de Desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho; • Pelo fortalecimento da indústria nacional;

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• Pela ampliação da participação do povo nas decisões; • Democratizar os meios de comunicação, visando à pluralidade de opiniões e ao respeito e à difusão das opiniões das minorias.

MAIS DIREITOS AO POVO • Educação pública, gratuita e de qualidade para todos; • Defesa da saúde pública, garantindo acesso da população a atendimento de qualidade; • Contra a exploração sexual das mulheres.

• Em defesa da reforma agrária;

SOLIDARIEDADE

• Por políticas públicas para a juventude;

• Solidariedade ao povo haitiano;

• Por políticas públicas de igualdade racial.

• Solidariedade aos povos oprimidos do mundo.

Fonte: CUT-RS

FÓRUNS SOCIAIS PELO MUNDO


MARISTAS NO FSM Além da presença de alunos e educadores de todo o Brasil, a Rede Marista teve participação importante na 10ª edição do FSM, realizada em janeiro deste ano, em Porto Alegre. Entre os eventos que contaram com a organização dos maristas, destaque para o painel “A interlocução entre as Tecnologias Sociais e as iniciativas de Economia Solidária” e o 4º Seminário de Políticas Sociais, que trouxe o tema “O papel público das políticas na garantia dos direitos sociais”. Conforme a gerente social da Província Marista Brasil Centro-Norte, Claudia Laureth, a participação marista no Fórum Social Mundial demonstra um compromisso com “um outro mundo possível”. “É preciso acreditar que esse é um espaço de educação política para os educadores, com destaque para a reflexão e discussão sobre o monitoramento das Políticas Públicas e dos Direitos Humanos”, diz Claudia, que também é coordenadora do Grupo de Trabalho da Umbrasil, no desenvolvimento do Programa em Formação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

ECONOMIA SOLIDÁRIA O Instituto Marista de Solidariedade (IMS) tem se tornado referência em economia solidária a partir dos projetos de comercialização solidária e da coordenação do Centro de Formação em Economia Solidária do Sudeste. Por esta razão, foi uma das entidades responsáveis pela organização da Feira Mundial de Economia Solidária. Durante o evento, realizado em mês, local, os analistas Shirlei Silva, Rizoneide Amorim, Euclides Mance e Anderson Santos, entre outros cola-boradores, estiveram à frente de mesas redondas, conferências e oficinas ligadas ao tema. Este trabalho do IMS com a economia solidária, além

de garantir visibilidade à atuação marista na área, possibilita ampliar a participação na rede de entidades e reafirmar o compromisso marista com práticas ecológicas sustentáveis e socialmente responsáveis. “Foi muito importante a participação dos maristas na coordenação do GT Produção, Comercialização e Consumo, que animou os debates dentro deste tema”, conta Shirlei.

AVANÇOS No Brasil, o movimento teve um grande crescimento. Agora está presente nos 26 estados e no Distrito Federal com mais de 100 fóruns estaduais, regionais e municipais. Hoje, tem-se o Conselho Nacional de Economia Solidária e diversos conselhos estaduais e municipais por todo o país. No âmbito federal está a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e são realizadas mais ações que favorecem a economia solidária em dezenas de ministérios e outras secretarias, ramificando-se também para os estados, onde há secretarias e diretorias específicas de economia solidária.

DESAfIOS

Shirlei Silva explica que houve muito avanço, “mas , ao mesmo tempo, temos também muitos desafios, pois ainda precisamos consolidar a política pública e ter investimentos importantes na estruturação da economia solidária”.

Shirlei Silva, analista social IMS

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sinto nia

S o c i al

Jovens e o Meio Ambiente

Contra a publicidade infantil

Uma pesquisa do Instituto Akatu revelou que os jovens brasileiros estão mais ligados nos temas ambientais. Para os organizadores do estudo, houve avanço significativo na conscientização e na adoção de atitudes de preservação ambiental. Isso comparando com os resultados do último levantamento, feito em 2001. Na pesquisa, os jovens apontam o principal problema que faz com que as pessoas ainda não adotem práticas sustentáveis:

Se você é contra a publicidade dirigida ao público infantil, pode se juntar a um manifesto sobre o tema em curso aqui no Brasil. Um grupo de organizações lançou uma campanha na internet chamada Publicidade Infantil Não. Na página do projeto, www.publicidadeinfantilnao.org.br/, há um abaixo assinado que pretende mobilizar os brasileiros sobre o tema. Os promotores da iniciativa alegam que a publicidade voltada às crianças com menos de 12 anos contribui para a disseminação de valores materialistas e para o aumento da obesidade infantil, da erotização precoce e até da violência.

78%

Para

dos jovens, as pessoas em geral mudariam de comportamento se estivessem mais informadas sobre os danos ambientais causados pelas mudanças climáticas. Informação até que se tem bastante. O problema é conseguir atingir a população, principalmente a juventude, que, em geral, considera o tratamento dado ao tema como sendo chato e desinteressante.

40%

dos jovens ouvidos na pesquisa do Instituto Akatu disseram que se tivessem acesso a mais informações adotariam mais práticas sustentáveis em suas vidas.

Mudança de foco A mobilização já deu resultados importantes. Com o manifesto, alguns fabricantes de alimentos anunciaram que não vão mais utilizar campanhas direcionadas a crianças, focando a publicidade nos pais. A verdade é que o assunto precisava mesmo ser discutido: algumas empresas estavam perdendo a noção de responsabilidade ao anunciar produtos para crianças.

SINTONIA SOCIAL por Rulian Maftum | Jornalista e diretor artístico do Grupo Lumen

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TV Globo / Bob Paulino

C A pa

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Mariana Ximenes Ex-aluna marista, a atriz destaca a importância do vínculo com suas raízes e com as pessoas que fazem parte da sua história

Há pessoas que levam uma vida inteira e não conseguem descobrir seu caminho. Mas há outras que, desde pequenas, já começam a mostrar o seu talento, muitas vezes na escola. Ali, tempo e espaço de aprendizado, são oferecidas diversas atividades que ajudam cada criança ou adolescente a se identificar e a se revelar. A atriz Mariana Ximenes é uma dessas pessoas. Desde a época da escola, chamava a atenção pela sua simpatia e empenho em todas as atividades que fazia. Estudou no Marista Arquidiocesano, em São Paulo, dos oito aos 18 anos. Foi na época do colégio que ela teve seu primeiro contato com o palco. O carinho e as recordações pela escola a atriz leva até hoje, tanto que escolheu o Arquidiocesano para gravar o quadro Meu Cantinho do programa Estrelas, apresentado por Angélica, em 2008. “Há oito anos eu não visitava o colégio e voltar ao Arquidiocesano foi muito especial porque vi que os laços que eu fiz antes de me tornar profissional permaneceram os mesmos”, disse. Segundo Mariana, o Arquidiocesano atendeu não só ao seu ensino formal, mas estimulou também o seu olhar

para a arte, a solidariedade e a cultura. “Fui uma privilegiada porque tive uma ótima formação”. Nas atividades extraclasse também era comum ver Mariana participando ativamente. Na diretoria do Grêmio Estudantil, juntamente com os colegas de chapa, incentivou as atividades da comunidade estudantil com o Festival de Música (Fama), competições de recreio e a produção de um jornal. Ela lembra, com grande alegria, as atividades no Teatro e na Pastoral, que sempre deram abertura para sua consciência social. “Sou uma pessoa íntegra de valores, de caráter, com cultura e espírito de equipe. Com certeza levei isso do Arqui”, conta Mariana. Em 2007, ela teve a satisfação de resgatar esse lado social ao realizar um trabalho de troca de experiência na Central Única das Favelas (Cufa), no Rio de Janeiro. Ela conta que fazia muito tempo que tinha vontade de se engajar em algum projeto social. Ao conhecer o Cufa de Cidade de Deus, onde é desenvolvido, entre várias atividades, o teatro, ela viu a oportunidade de promover encontros para contar sobre as suas experiências. Foram momentos de grande alegria, uma vez que os encontros contavam

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C A pa

“Na minha época eu participava de tudo, inclusive dos esportes. Todos nós tínhamos um entusiasmo e um compromisso muito grande” Mariana Ximenes

com uma turma variada, de pessoas entre 14 e 60 anos. No projeto, Mariana falava sobre teatro, cinema e arte. Assistia a DVDs e depois realizava debates com eles. A atriz doou a obra completa de Shakespeare e o sistema de iluminação para o teatro.

ArTE DE VIVEr BEM

“Se humildade, simpatia, boas amizades, entre outras características, são sinais de uma carreira promissora, posso dizer que ela manifestou dons para a arte de viver bem”. Assim Mariana Ximenes é descrita pelo diretor do “Arqui”, Ascânio João (Chico) Sedrez, professor de Ensino Religioso da atriz na época, quando ela cursava a 5ª série. “Ela conseguia conciliar sempre as suas obrigações escolares com o teatro, com as gravações dos primeiros comerciais e depois com a estreia na novela. Não era afetada pela nascente carreira artística”, destaca. Segundo Chico, Mariana era aquele tipo certinha. Sabia desde cedo se organizar para dar conta de suas atividades escolares. “Não era uma menina que ficava ‘se achando’. Sabia de sua competência e fazia sempre o seu melhor”, elogia o diretor. Além disso, ela era apaixonada pelas aulas de literatura e pelo basquete, que jogou dos 8 aos 16 anos. Mariana sempre reconheceu o aprendizado acadêmico e os valores de cidadania, presentes na sala de aula e reforçados em muitos eventos que contaram com a presença dela, como o 1º Gamar (Grupo de Amigos Maristas), realizado em 1996, e o 1º Encontro Nacional de Jovens Maristas, em Mendes (RJ).

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RECOrDAÇÕES

Segundo Chico, a visita da atriz foi uma grande alegria para todos. Sua memória e seu cuidado com as pessoas foram as marcas desse momento. Conversou com todos, recordou fatos marcantes e as atividades que construíram sua história no Marista. “A emoção da Mariana e de todos os antigos alunos, quando entram em contato com a escola ou com os antigos colegas e professores, é uma evidência do tipo de educação que é proposta pelo Marista: muito empenho com a mente, cuidado com o corpo e com os relacionamentos, atenção com as emoções e com a espiritualidade. E isso não passa, não estraga, não se esquece jamais”, diz Chico.

CArrEIrA ADMIrÁVEL

Com apenas 29 anos, Mariana exibe uma carreira considerável: em 13 anos, já atuou em duas minisséries globais (JK e A Casa das Sete Mulheres), oito filmes (Muito Gelo e Dois Dedos d’Água, A Máquina e Gaijin – Ama-me Como Sou, entre outros) e nove novelas. Atualmente grava Passione, a nova novela das oito da Rede Globo, de Silvio de Abreu, com estreia prevista para o próximo semestre. Para quem está acostumado a ver aquela Mariana doce na vida real e em outros papéis que ela fez, desta vez a atriz viverá Clara, que ao lado de Fred (Reynaldo Gianecchini), serão os grandes vilões da novela. Fred e Clara viverão dois brasileiros mal-intencionados, ambiciosos, amorais e dispostos a tudo para saírem da pobreza em que vivem.


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L IVRO

Qual é a tua obra? Você sabe qual é a sua obra? O que sente ao ouvir essa pergunta? Você se satisfaz quando pensa no que está construindo com sua vida ou fica um tanto quanto desconfortável?

No livro Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética, o filósofo e professor Mario Sergio Cortella lembra da falta de sentido vivenciada atualmente pelas pessoas em suas atividades profissionais. Esse sentimento lembra a ideia proposta por Marx, que diz que, se não temos identificação no que produzimos, ficamos alienados e, consequentemente, frustrados. Segundo o autor, nossa sociedade consumista baseia-se no TER; mas do que vale saber o caminho para se TER as coisas e não saber como chegar ao SER? Ser mais humilde? Ser mais amigo? Ser mais simpático? O mundo está em constante mudança, mas isto não é novidade. A novidade é a velocidade da mudança não só no mundo, mas em nós mesmos. Por isso, nunca é demais fazermos estas perguntas: Quem sou eu? Qual a minha obra?

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SENTIDO MAIOR O psicólogo americano Mark Albiou estudou 1500 jovens recém egressos de suas faculdades e em início de carreira. Deste total, 83% dos jovens buscavam realizar-se financeiramente. Os outros 17% buscavam fazer algo que lhes desse prazer, fazer algo que gostassem, que lhes trouxessem satisfação, ou seja, seguir sua vocação. Após vinte anos, apenas 102, dos 1500, alcançaram o sucesso em suas carreiras, inclusive o sucesso financeiro. Destes 102, 101 pertenciam ao grupo dos 17%. Quem faz o que gosta, o que lhe dá prazer, tem a tendência de fazer cada vez melhor, de obter melhores resultados e ser cada vez mais reconhecido. Baseado em pesquisas como esta é que Cortella destaca que devemos dar a nossa vida profissional um sentido maior, caso contrário não há dinheiro no mundo que conseguirá


“abafar” esse vazio interior que muitos estão sentindo. Quantas pessoas você conhece que encaram o trabalho como sofrimento? Quem não encontra prazer no trabalho, acaba se questionando sobre o que está fazendo com sua vida e, mais ainda, sobre qual o verdadeiro significado de tudo isso. Para o autor, funciona como uma sensação de vazio que traz consigo uma crise no conjunto da vida social, da vida em família e da relação entre as gerações. “Estamos em um momento de transição, de turbulência muito forte quanto a valores. Há uma necessidade urgente de a vida ser muito mais a realização de uma obra do que um fardo que se carrega no dia a dia”. Enfim, o livro leva a refletirmos sobre o significado de nossos atos. A proposta é substituir o hábito de fazer algo sem um sentido maior pelo sentimento de construção de uma obra, em busca de melhor qualidade da vida. Mário Sergio Cortella

O lado bom de não saber “Só em dois lugares as pessoas são perfeitas: nos currículos e nos cemitérios. Observem as lápides: ‘Mãe dedicada’, ‘Filho amoroso’... Não há um único canalha enterrado!”. Dessa maneira descontraída, Cortella brinca com coisa séria. Segundo ele, você não conhece uma pessoa só pelo que ela fez de certo. “É preciso saber o que ela fez de errado”, destaca o filósofo. Por exemplo, os experimentos do inventor Thomas Edison falharam 1.430 vezes antes de ele conseguir criar a lâmpada elétrica de corrente contínua. O fracasso não acontece quando se erra, mas quando se desiste. O filósofo defende que reconhecer que não sabe tudo leva você a querer evoluir, a buscar novos conhecimentos, a arriscar mais. Arriscar mais pode levar a

erros. E erros devem ser corrigidos e não punidos. O que se pune é a negligência, a desatenção e o descuido Então, você já parou para pensar “Qual é o resultado da tua obra”? Não é nada fácil olhar para o passado e perceber que obras ficaram inacabadas. Barão de Itararé já dizia: a única coisa que se leva da vida é a vida que a gente leva. Que vida levamos nós?

Título: Qual é a Tua Obra? Autor: Mario Sergio Cortella Editora: Vozes

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r e por t ag e m

Quem

brinca é mais

feliz Brisa Teixeira

Especialistas garantem que a brincadeira ajuda a formar adultos menos violentos e pessoas mais criativas. com ela, são trabalhados conceitos como limites, regras, direitos e deveres, que são questões presentes em qualquer aspecto da vida. Quando a criança respeita isso na hora da diversão aprende a respeitar também o seu cotidiano. Aqueles que brincam, especialmente na primeira infância, período que vai do nascimento aos seis anos, desenvolvem melhor suas habilidades sociais

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r e por t ag e m

Uma esponja de aço mexeu com a imaginação de crianças de uma turma de Infantil II do Centro Social Marista Itaquera I, em São Paulo. Inicialmente as crianças exploraram o material, sentiram a textura, a cor, rasgaram e passaram sobre a pele. Após a exploração do material, foi dado início ao processo de dar forma a um ratinho, colocando os olhos e a boca e amarrando barbante para iniciar a brincadeira. Todas as crianças pegaram seu ratinho e passearam com ele percorrendo todo o espaço do Centro, criando situações imaginárias e brincadeiras diversas. Atividades como essas, com brinquedos não estruturados, são cotidianas no Centro Social Marista Itaquera I, que foi reconhecido, no ano passado, com o selo Aqui se brinca, por suas práticas do brincar em prol do desenvolvimento infantil de seus alunos. Os critérios de avaliação do prêmio, que teve participação de 1739 escolas públicas e privadas no ano passado, foram pautados nos quatro pilares fundamentais: direito de brincar, direito de aprender por meio da experiência e de brinquedos não estruturados, direito de estar em contato com a natureza e direito de exercer os princípios da sustentabilida-de. Segundo a

assessora pedagógica Alessandra Geraldo, através das brincadeiras, a criança está refinando seus conhecimentos, descobrindo novas formas de entender o mesmo objeto, ampliando sua visão de mundo e aumentando seu repertório de possibilidades. “Para nós, brincar é coisa séria e é visto como a maior forma de expressão da cultura infantil”, destaca. De acordo com a assessora, com os brinquedos não estruturados a criança tem a possibilidade de aprender movimentos espontâneos, usar da criatividade, fantasiar e fazer com que um objeto possa se tornar o que ela quiser.

ESPAÇO EDUCACIONAL

É no ambiente escolar que o momento de brincar revela muitas características de cada criança. O espaço educacional precisa transmitir afetividade, pois é ali que a criança vai aprender a se relacionar socialmente. Este espaço incita e alimenta a sensibilidade, as percepções que favorecem a exploração, a descoberta, a interpretação e a representação por meio de linguagens que dialoguem e construam a aprendizagem em rede, na qual a criança é protagonista.

Educador mediador A formação dos educadores é peça fundamental nesse processo de entendimento e compreensão da importância do brincar na Educação Infantil. O educador precisa ter uma postura investigativa e observadora para favorecer o brincar com qualidade, oportunizando o desenvolvimento de algumas competências importantes, como atenção, imitação e imaginação, dentro da área social, afetiva e cognitiva das crianças. Para a pedagoga e brinquedista Bruna Molozzi, a intervenção do educador deve ser coerente, para proporcionar um importante desenvolvimento do brincar das crianças. “O adulto deve atuar como mediador entre a criança e a brincadeira, buscando sempre respeitar cada criança em sua individualidade, percebendo suas necessidades, incentivando a autonomia e a livre expressão da criança, sem julgar suas escolhas”, alerta.

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O BrINCAr NA CONSTrUÇÃO DA PAZ

No Brasil, a Instituição Marista vem fortalecendo a sua atuação na perspectiva da promoção, garantia e defesa de direitos da criança e do adolescente. Os maristas são presença no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), no Fórum Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente e em Conselhos Estaduais e Municipais de Direitos da Criança e do Adolescente, além de outras redes e espaços de discussão acerca de políticas públicas, em um esforço coletivo para implantação de ações alinhadas aos direitos garantidos em lei. Estes assuntos permeiam diversos eventos, como o XIII Simpósio Socioeducativo, que representa a participação infantil nos Congressos Maristas Socioeducativos para as Infâncias de São Paulo e Santos. São dois ou três dias de encontro em cada unidade (Centros Sociais, Proações,

Colégios), com momentos de celebração, de formação e de socialização de boas práticas. A 2ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, ocorrida em outubro do ano passado, em Brasília, e que teve como tema “O Brincar na Construção da Paz, é outro exemplo de envolvimento marista. Um ponto marcante do evento foi a discussão do Plano Nacional da Primeira Infância, que enfatiza a prioridade absoluta para a infância e aponta diretrizes e ações para a efetivação das políticas. “O Brasil ainda não possui um plano que integre as diversas ações do Poder Público para efetivar as políticas para a primeira infância, mesmo tendo a clareza de que este momento da vida é crucial para o desenvolvimento da pessoa”, diz a assessora da Ação Social da Diretoria Executiva de Ação Social (DEAS), Viviane Aparecida da Silva. Segundo ela, a intenção é que o Plano Nacional da Primeira Infância se transforme em lei.

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r e por t ag e m

A ArTE DE APrENDEr A ENSINAr

A Província Marista do Brasil Centro-Sul (PMBCS) apresenta a coleção Currículo em Movimento. Muito mais que uma lista de disciplinas e seus conteúdos, o estudo contém em si as variáveis que interferem nos modos e processos da arte de aprender a ensinar na Educação Básica. Para muitos educadores é considerada um manual que explica, narra e descreve os movimentos, resultado do entrelaçamento entre estudo, reflexão e prática e não se apresenta como obra acabada. Todos os educadores maristas são convidados a aprofundá-la e completá-la por meio de sua ação pedagógica.

Currículo em Movimento A coleção Currículo em Movimento oferece subsídio às Unidades Educacionais e Sociais da PMBCS, no que se refere aos processos educativos na Educação Básica, indicando concepções, diretrizes e metodologia, em consonância com pressupostos teóricos, institucionais e parâmetros legais. O volume 2 dessa coleção é o Projeto Marista para a Educação Infantil, referência principal no trabalho desenvolvido no segmento da Educação Infantil na PMBCS, nos Centros Sociais e Colégios.

“Com o crescente domínio e uso da linguagem, capacidade de interação, representação e interpretação, as crianças ampliam a capacidade de explorar os sentidos e elaborar novos significados” Rosa Batista

Cores em Composição Garantir espaços e tempos para que a criança tenha oportunidades de brincar, descobrir e criar e, assim, participar efetivamente da vida em grupo e aprender com significado. Este tem sido o desafio dos profissionais que trabalham com crianças pequenas. A publicação Cores em Composição na Educação Infantil trata desse tema ao apresentar experiências vividas por crianças, educadores e familiares na educação infantil dos Centros Sociais Maristas. O livro faz a relação entre o panorama histórico e legal do nosso país na educação das crianças e aponta caminhos necessários para o fortalecimento de políticas públicas voltadas para as infâncias.

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O PODER DA IMAGINAÇÃO “Qualquer coisa pode ser um brinquedo. Não é preciso que seja comprado em lojas. Na verdade, muitos dos brinquedos que se vendem em lojas não são brinquedos precisamente por não oferecerem desafio algum. Que desafio existe numa boneca que fala quando se aperta a sua barriga? Que desafio existe num carrinho que anda ao se apertar um botão? Para se fazer um brinquedo é preciso usar a imaginação. A imaginação é um poder mágico que existe na nossa cabeça. Magia é transformar uma coisa em outra pelo poder do pensamento.” Rubem Alves


Outra forma de habitar o

mundo

Para Rosa Batista, do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Educação da Pequena Infância, é preciso que os educadores coloquem-se como aprendizes dos modos como as crianças desenvolvem as suas brincadeiras. Confira entrevista: Por que se diz que o brincar é um espaço privilegiado da cultura infantil? Nas brincadeiras, as crianças instauram outra forma de “habitar o mundo”. Nesse sentido, o espaço-tempo do jogo protagonizado pelas crianças configura-se enquanto lugar privilegiado de experienciar o tempo, uma vez que as regras não estão dadas a priori, mas são criadas no ato de brincar. Ou seja, não há uma definição do que irá acontecer. Com os objetos transformam a natureza em cenário para suas brincadeiras, jogos, histórias e movimento, desejam tocar, mexer, desmanchar o que já estava feito e fazer de novo, transformando objetos pelo uso que deles fazem. E a relação entre tempo e espaço? A viagem pelos mares mais distantes tem a duração da brincadeira, pode terminar a qualquer instante, quando se inicia outra brincadeira, ou a mesma brincadeira num outro tempo e lugar. A intensidade do tempo não é medida pelos ponteiros do relógio. É na brincadeira de fazde-conta que a criança se transporta para outros lugares desconhecidos e vive uma temporalidade distinta do tempo cronológico. Ela torna-se outro – astronauta que viaja para a lua, gigante que mora numa caverna, rei ou rainha que habita um castelo. Nessa lógica não há o compromisso com passado, presente ou futuro, mas com intensidade e direção próprias. O brincar se aprende brincando? As crianças não nascem sabendo brincar, ao contrário, é uma atividade que se realiza na e pela cultura, mediada pelos sujeitos com quem as crianças se relacionam. Isso significa que a criação

das brincadeiras pelas crianças está diretamente relacionada com a riqueza e a variedade da experiência a ela proporcionada. Qual o papel do professor como intermediador? Proporcionar experiências ricas e diversificadas no âmbito da cultura mais ampla, pois é a partir disto que as crianças constroem suas culturas, seus modos particulares de viver e experenciar o mundo no qual acabaram de chegar. Cabe aos professores contribuir para a iniciação das crianças na linguagem da brincadeira ou do faz-de-conta. É preciso nos colocarmos como aprendizes dos modos como as crianças desenvolvem suas brincadeiras, nos colocando como parte dela. Na prática, como vem ocorrendo essa interação? Ainda temos dificuldade em compreender e legitimar as diferentes formas das crianças viverem e atuarem no mundo. Suas práticas, marcadas pelas expressões das múltiplas linguagens, pela ludicidade, simultaneidade e pelo imprevisível, sempre foram tratadas como problema, cabendo à educação a tarefa de modificá-las, dominálas no sentido do enquadramento social, da preparação para o futuro. Nessa perspectiva, educar tem como objetivo frear a imaginação, a fantasia, controlar o movimento, regular as múltiplas manifestações infantis, uniformizar suas temporalidades, desejos e sonhos. Queremos que as crianças vivam a condição de sujeitos de direitos e principalmente o direito de brincar, de aprender a ser criança e viver intensamente essa experiência. Como o professor, então, pode melhorar essa mediação? Faz-se necessário intensificar, nos contextos educativos, práticas de observação, registro e análise sistemáticos, visando à compreensão dos modos particulares pelos quais as crianças constroem seus edifícios de fantasia e imaginação e à ampliação e diversificação das suas experiências. Esse processo de observação, seguido de registro e reflexão, é que permitirá conhecer as experiências das crianças – tanto individuais quanto coletivas – e promover ações no sentido de planejar e organizar espaços e tempos, assim como suportes materiais e imateriais que lhes deem condições de ampliar suas brincadeiras.

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Na cidade com o céu mais bonito do Brasil não podiam faltar nossas estrelas Uma homenagem dos maristas aos 50 anos de Brasília.

Desde 2005 em Brasília, a União Marista do Brasil (UMBRASIL) se propõe a articular e criar sinergia na ampla ação desenvolvida pelos maristas em todo o território nacional - www.umbrasil.org.br.


t e c n olog i a

O que esperar da TV

Digital? Melhor qualidade de imagem atrai consumidores, mas seu potencial ĂŠ muito maior

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Enquanto 2014 não chega, o jeito é acompanhar os jogos da Copa do Mundo deste ano pela televisão. Para não perder nenhum lance, muitos brasileiros estão apostando na qualidade da imagem oferecida pela TV digital. De acordo com o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), o número de aquisições de conversores ou aparelhos preparados para recepção do sinal deve triplicar até o início da Copa. Porém, para que as imagens de alta resolução cheguem à casa de cada um é necessário mais do que o receptor. As redes de televisão devem emitir o sinal adequado e isso exige um aparelho específico chamado de modulador. Para baratear o custo dessas peças, a equipe do Centro de Pesquisa em Tecnologia Wireless (CPTW) da PUCRS, coordenado pelos professores Fernando de Castro e Maria Cristina de Castro, desenvolveu um equipamento de emissão com tecnologia 100% nacional (ver quadro na página 28). Maria Cristina explica que o sistema de TV digital utilizado no Brasil é baseado em tecnologia japonesa (ISDB). Assim, os moduladores são importados e os preços muito altos para que todas as emissoras tenham condições financeiras de trocar os analógicos. “Todas as redes terão de migrar para o sistema digital, é uma questão de tempo”, explica.

hoje, todas as grandes emissoras já utilizam a tecnologia. Na prática, o sistema japonês oferece aos usuários apenas melhor resolução nas imagens transmitidas. Porém, o potencial da TV digital é muito maior. Conforme o sistema empregado, é possível que o público interaja com o conteúdo da televisão como se fosse um computador. “No Brasil, isso seria ótimo, pois democratizaria o acesso a internet, já que existem mais televisores do que computadores”, argumenta Maria Cristina. Esta interatividade também apresenta uma grande oportunidade para os educadores. Experiências com educação a distância (EAD) utilizando a televisão, como o Telecurso 2° Grau, da Fundação Roberto Marinho, mostram o grande potencial do meio de comunicação como canal de ensino. Um dos principais motivos é o seu alcance.

DO JAPÃO PARA O BRASIL Em 2006, foi decidido o sistema de TV digital a ser adotado no Brasil. A escolha foi tomada depois de uma longa avaliação entre a opção americana (ATSC), europeia (DVB), a eleita e um sistema brasileiro desenvolvido por várias universidades com apoio do governo. A primeira transmissão oficial com o sinal aconteceu em dezembro de 2007 e,

“No Brasil, a interatividade seria ótima, pois democratizaria o acesso a internet, já que existem mais televisores do que computadores” Maria Cristina de Castro

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t e c n olog i a

A interatividade abre portas para a comunicação direta entre aluno e professor, além de possibilitar o acesso a todas as informações da rede. Imagine, por exemplo, que você está assistindo a uma aula na televisão e surge uma dúvida. Com um toque no controle remoto você pode acessar um dicionário on-line em uma tela paralela, sem deixar de acompanhar o conteúdo da aula. A convergência de várias funções em apenas um aparelho parece perfeita. No

entanto, ainda está longe da realidade e apresenta muitos problemas. No caso da educação, são poucos os projetos de EAD via TV digital no mundo e, no Brasil, o sistema utilizado não permite a interatividade. Maria Cristina acredita que isto ainda irá acontecer, mas não é imediato. “A discussão está no começo, é muito nova. A interatividade é a tendência, mas vai demorar alguns anos para se tornar realidade no Brasil”, afirma.

Segundo o IBGE, aproximadamente

90% das residências brasileiras contam com pelo menos um aparelho televisor

ONDE PULSA O CORAÇÃO DA TELEVISÃO DIGITAL BRASILEIRA O pulsar do coração, órgão vital do corpo humano, é a analogia mais adequada ao trabalho desempenhado pela equipe do Centro de Pesquisa em Tecnologias Wireless (CPTW) da PUCRS em relação ao que o Brasil produz em inovação para a TV digital no século. Focados em seis linhas de pesquisa que visam a criar e a fixar no país propriedade intelectual de alto

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valor agregado, os pesquisadores do Centro foram pioneiros na transmissão de TV digital com tecnologia 100% nacional, em 2008; no desenvolvimento do modulador brasileiro, cujo desempenho é crucial para o funcionamento completo do sistema de transmissão; na criação do Sistema de Antenas Inteligentes (Saint), capaz de identificar o sinal desejado em um cenário de múltiplos sinais interferentes, eletronicamente, sem intervenção do usuário; e na elaboração do sistema genuinamente brasileiro para TV Digital, denominado SORCER.


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a d vo c a c y

Espaços de transformação social Centros Sociais promovem a inclusão social e o resgate da cidadania e da justiça Brisa Teixeira

A última aula do período da manhã está prestes a terminar. No último minuto, os alunos estão ansiosos, não param de olhar o relógio, só esperando o sinal. O sinal toca e todos saem correndo. Depois de um saboroso almoço, na própria escola, chega o momento mais esperado do dia. Enquanto uns vão para a aula de Street Dance, outros vão para capoeira e um outro grupo vai pra aula de Teatro. Assim é o contraturno do Centro Marista CrerSendo, em Belo Horizonte (MG). Além dessas atividades de Cultura e Arte, que têm como objetivo desenvolver um trabalho de consciência corporal, socialização, disciplina e respeito ao próximo, o centro oferece opções como atividades esportivas, oficina de cidadania, educomunicação, educação ambiental, aulas de inclusão digital, de prevenção e promoção da saúde, entre muitas outras. Esta realidade não se restringe ao Centro Marista CrerSendo. Acontece em

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“É preciso mostrar ao país que o trabalho social educativo dos maristas e de outras instituições é um trabalho integral, não só na sala de aula” Deputada Maria do Rosário, presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados

todos os Centros Sociais Maristas, estruturados em atender as crianças no turno inverso ao escolar, oferecendo meios para seu desenvolvimento integral. É por essas ações educativas que os centros promovem a inclusão social, o resgate da cidadania, da autoestima, da dignidade e da justiça. As atividades realizadas no contraturno podem ser vistas por alguns como assistência social. Mas educadores, políticos e os próprios alunos e suas famílias percebem que mais que filantropia, o que é desenvolvido ali é educação. As atividades oferecidas buscam estar em consonância com o Programa Mais Educação do Ministério da Educação (MEC), que integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), como uma estratégia do governo federal para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na perspectiva da Educação Integral. Tratase da construção de uma ação intersetorial entre as políticas públicas educacionais e sociais, contribuindo, desse modo, tanto para a diminuição das desigualdades educacionais, quanto para a valorização da diversidade cultural brasileira.

Momento de expectativa Representantes de instituições maristas conseguiram incluir na Carta de Brasília, que será enviada ao MEC e à Conferência

Nacional de Educação (CONAE), que o Serviço de Apoio Socioeducativo (Sase), destinado a atender crianças entre sete e 14 anos, que estejam em situação de vulnerabilidade social e eminente risco pessoal ou social seja inserido no contexto da Educação e não seja apenas tratado como assistência social. Isto é o primeiro passo para que, na regulamentação da legislação da filantropia Lei 12.101/09, o Sase seja considerado educação e seus usuários, bolsistas. A deputada Maria do Rosário, presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados ressaltou que o momento é de expectativa. As cartas elaboradas durante os eventos regionais e nacionais apontam importantes diretrizes e metas a serem consideradas e alcançadas no Plano Nacional da Educação (PNE), que terá tramitação legislativa no próximo ano e vigência decenal entre 2011/2020. “É preciso mostrar ao país que o trabalho social educativo dos maristas e de outras instituições é um trabalho integral, não só na sala de aula. É preciso reconhecer o contraturno como educação”, defende a deputada. Tudo isto, continua ela, tem como um dos objetivos finais diminuir falhas na educação que, em muitos casos, não olha a criança como um todo, com suas dores e seus desafios.

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meio

amb i e n t e

Lixo que não é lixo Com o recondicionamento de computadores, jovens têm oportunidade de trabalho e protegem o Meio Ambiente

Se por um lado o e-mail tornou-se, para muitas pessoas, o principal meio de comunicação, por outro ele causa irritação quando as mensagens que chegam à nossa caixa de entrada são publicidade, “correntes” e os famosos vírus. Esse lixo eletrônico virtual, mesmo que indesejado, geralmente é administrado com facilidade pelo próprio usuário da internet que, com apenas um clique, consegue eliminar, por exemplo, todas as mensagens consideradas spam. A situação complica mesmo quando o assunto é o lixo real, a sucata eletrônica que cresce nas mesmas proporções da evolução tecnológica. Quando o aparato eletrônico não funciona mais, ou está ultrapassado, é normalmente dispensado pelo usuário e pelas empresas. Resultado: deixa a vida mais cômoda e mais rápida e por outro lado causa um grande problema ecológico e de saúde, pois os aparelhos eletrônicos normalmente contêm metais pesados e outras substâncias tóxicas. Calcula-se que o mundo joga fora, anualmente, 50 milhões de toneladas de lixo originado de equipamentos eletrônicos. O montante de sucata eletrônica produzida no mundo cresce 5% ao ano. Esse dado indica um crescimento maior que a economia brasileira. O

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alerta é da Wast Guide, da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Greenpeace. Segundos estes órgãos, todo esse lixo ocupa bastante espaço no meio ambiente, além de contaminar o solo, rios e lençóis subterrâneos. Agora pense num país inteiro jogando fora aquilo que não é mais útil e imagine o tamanho da montanha de lixo. As autoridades, governos e, principalmente, os fabricantes desses produtos ainda não despertaram para o resultado dessa falta de destinação correta para o acúmulo do despejo advindo da vida moderna.

INCLUSÃO A boa notícia é que algumas instituições maristas também vêm buscando alternativas significativas para amenizar o problema e, ainda, promover a inclusão digital e a inserção no mercado de trabalho de centenas de jovens. Em diversos estados brasileiros elas abraçaram essa causa e, com a ajuda do poder público e de outras parcerias, trabalham com a questão do “Lixo Tecnológico”, com cursos de capacitação de recondicionamento de computadores. Dailton Ferreira Gomes, 25 anos, era vendedor em um laboratório óptico. Para conquistar uma vida melhor para si e para a sua família, o jovem


Calcula-se que o mundo joga fora, anualmente, 50 milhões de toneladas de lixo originado de equipamentos eletrônicos

tentava um emprego estável como funcionário público. Cansado de tantas tentativas, certo dia, ele conheceu o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), instalado no bairro de Apipucos, em Recife (PE), mantido pelos irmãos maristas de Pernambuco, em parceria com os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Planejamento. Durante seis meses de curso, Dailton participou de diversas oficinas e aprendeu a recondicionar máquinas e a desenvolver software e hardware. O bom desempenho durante o curso e o entrosamento entre colegas e professores chamaram a atenção dos coordenadores do projeto. O resultado não podia ser melhor: foi chamado para trabalhar em várias empresas e conseguiu uma bolsa no curso de Web Design na Faculdade Marista de Pernambuco. “Depois que entrei no CRC todos os meus planos mudaram e hoje começo a escrever uma nova história na minha vida”, diz Dailton. O CRC de Recife possui uma estrutura modelo de 2 mil m² e atualmente forma 105 alunos. Durante o curso, eles aprendem sobre os componentes de um computador, a reaproveitar peças e a criar novas máquinas. Participam de aulas de iniciação à informática, edição de texto, planilha eletrônica e empreendedorismo digital,

além de outras disciplinas de formação geral, como português no dia a dia, educação alimentar e como iniciar um pequeno negócio. “Baseamos o conteúdo das aulas dentro do que o mercado de trabalho no mundo da tecnologia está precisando ou vai precisar nos próximos anos”, diz o coordenador do CRC, Domingos Sávio de França. Os alunos formados, conta ele, tornamse multiplicadores, ofertando aulas para os próximos alunos matriculados. Os equipamentos recondicionados pelo CRC são doados a associação de moradores, escolas públicas e aldeias indígenas.

MUDANÇA DE HÁBITO O primeiro Centro de Recondicionamento de Computadores da América Latina foi criado em Porto Alegre (RS). Em 2006, nascia o CRC Cesmar, com o programa Computadores para inclusão. O Centro é mantido pela Rede Marista do Rio Grande do Sul em parceria com o Governo Federal. As máquinas recondicionadas são destinado a telecentros comunitários, escolas e bibliotecas públicas no Brasil. No Rio Grande do Sul, mais de 30 mil usuários foram beneficiados, 170 Telecentros atendidos e 2100 computadores entregues.

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meio

amb i e n t e

ONDE JOGAr O LIXO ELETrÔNICO?

Em Curitiba, desde 2007, o Centro Social Marista já atendeu 753 adolescentes. Todo ano ingressam no curso de Montagem e Recondicionamento de Computadores 220 jovens de 15 a 17 anos, visando à formação integral voltada para a cidadania e qualificação técnica para o ingresso no mercado de trabalho. Com duração de dois anos, divide-se em dois módulos: teórico, com formação técnica de conhecimentos de hardware e software e formação político-cultural; e prático, com foco na inclusão dos adolescentes nas empresas, com acompanhamento de seu desenvolvimento, tanto na área técnica quanto nas relações interpessoais.

Fala-se tanto em descartar os aparelhos eletrônicos com mais consciência, mas pouca gente sabe o que fazer com aquele celular velho ou aquele mouse que não funciona mais ou tornou-se antigo. Uma dica é entrar em contato com o fabricante para saber qual o melhor procedimento para devolução, caso ele esteja disposto a receber o produto de volta. Muitos fabricantes possuem certificação da série ISO 14.000. Nestes casos, eles têm a preocupação ambiental ao reciclarem e reaproveiterem plástico ou metais pesados, exportam ou, ainda, os mandam para aterros especiais. Grandes empresas que queiram se desfazer de seus equipamentos podem procurar os CRCs maristas. Mais informações: Umbrasil (61) 3346-5058.

Impactos dos CRCs Maristas • Profissionalização de jovens na área de manutenção em hardware • Proteção a famílias vulneráveis • Redução da evasão escolar • Incremento na produção de computadores • Aumento do processamento de sucata • Empreendedorismo juvenil • Incremento da renda familiar • Redução dos indicadores de violência • Alargamento do acesso e ingresso ao trabalho e renda na região • Reconhecimento como Política Pública

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SEJA UM USUÁrIO DE TECNOLOGIA CONSCIENTE

1. Pesquise

6. Informe-se

É importante descobrir se o fabricante tem preocupações com o ambiente e se recolherá as peças usadas para reciclagem, depois que o aparelho perder sua utilidade.

O usuário de tecnologia deve ser adepto ao consumo responsável, sabendo as consequências que seus bens causam ao ambiente. Por isso, é importante estar atento ao assunto, somente assim será possível eliminar hábitos ruins e tomar atitudes que minimizem o impacto do lixo eletrônico.

2. Prolongue Você não precisa trocar de celular todos os anos ou comprar um computador com essa mesma frequência. Quanto mais eletrônicos adquirir, maior será a quantidade de lixo eletrônico. Por isso, cuide bem de seus produtos e aprenda a evitar os constantes apelos de troca.

3. Doe Caso seja realmente necessário comprar um novo eletrônico quando o seu ainda estiver funcionando, doe para alguém que vá usá-lo. Dessa forma, ainda é possível prolongar a vida útil do aparelho e a pessoa que recebê-lo não precisará comprar um novo.

4. Recicle

7. Opte pelo original As empresas que falsificam produtos não seguem políticas de preservação do ambiente nem se responsabilizam pelas peças comercializadas, depois que sua vida útil chega ao fim. Por isso, é sempre importante comprar eletrônicos originais.

8. Pague Os produtos dos fabricantes que oferecem programas de preservação ambiental podem ser mais caros, isso porque parte dos gastos com essas iniciativas pode ser repassada para o consumidor. A diferença de preço não chega a níveis absurdos e, por isso, vale a pena optar pela alternativa “verde”.

Os grandes fabricantes de eletrônicos oferecem programas de reciclagem. Antes de jogar aquele monitor estragado no lixo, entre em contato com a empresa (via internet ou central de atendimento telefônico) e pergunte onde as peças são coletadas. Muitas assistências também coletam esse material.

9. Economize energia

5. Substitua

10. Mobilize

Procure sempre fazer mais com menos. Produtos que agregam várias funções, como uma multifuncional, consomem menos energia do que cada aparelho usado separadamente. Também vale minimizar o uso de recursos ligados ao ambiente: para que imprimir, se dá para ler na tela?

É importante passar informações sobre lixo eletrônico para frente, pois muitos usuários de tecnologia não se dão conta do tamanho do problema. Divulgue, mas evite aqueles discursos inflados e catastróficos dos “ecochatos”, que não são nada populares.

Na hora de comprar um eletrônico, opte pelo produto que consome menos energia. Além disso, o consumidor consciente deve usar fontes de energia limpa (como a solar) sempre que possível.

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so c i e d a d e

Novo olhar Respeito é palavra chave para um desenvolvimento econômico mais justo e solidário

Heloisa Franco, Maribel Kauffmann, Miriam Pocebon, Natalie Paranhos da Rosa e Raquel Tessari de Abreu. Juntas, formaram a associação de artesanato Em Nome da Arte

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Imagine uma sociedade em que a solidariedade fosse a base da economia: as pessoas poderiam ajudar e confiar umas nas outras, os recursos da natureza seriam utilizados com consciência, o trabalho de cada um seria valorizado, os preços dos produtos seriam justos e todas as informações das embalagens verdadeiras. Com certeza, estas ideias já passaram por sua cabeça. O melhor é que esse modelo econômico já existe e é chamado de Economia Solidária. A proposta dessa forma de produção, consumo e distribuição de riquezas é baseada na valorização do ser humano, e não do capital, como acontece atualmente. Para isso, a organização de trabalho defendida são as associações e cooperativas, em que todos os colaboradores têm o mesmo valor e a gestão é compartilhada. O respeito ao consumidor é outro ponto importante. O preço dos produtos deve ser justo e a qualidade deve atender às expectativas. Além da questão social, a Economia Solidária ressalta a proteção ao meio ambiente e às tradições culturais de cada povo. Duas instituições maristas, a Associação do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol) e o Instituto Marista de Solidariedade (IMS), estão atentas às discussões e orientam vários grupos que fabricam bens de consumo sobre como coordenar o processo de produção e comercialização de forma solidária. Shirlei Aparecida Almeida Silva, analista social do IMS, explica que a Economia Solidária propõe um novo modelo de desenvolvimento. “Fomos transformados em uma sociedade de consumo e não de pessoas”, acrescenta.

NA PRÁTICA A associação de artesanato Em Nome da Arte, de Porto Alegre (RS), é atendida desde 2008 pela equipe da Avesol. O time é formado por cinco mulheres, Heloisa Franco, Maribel Kauffmann, Miriam Pocebon, Natálie

Paranhos da Rosa e Raquel Tessari de Abreu. A princípio elas trabalhavam sozinhas e se reuniam somente em feiras. Aos poucos, começaram a fazer alguns produtos em grupo, até que uniram técnica e criatividade para elaborar todas as peças juntas. Se duas cabeças pensam melhor do que uma, imagine cinco. Para organizar as ideias e ajudar a colocá-las em prática, o grupo procurou a Avesol. “Conhecíamos um pouco a proposta deles e sabíamos que iam ao encontro dos nossos objetivos de autogestão e consumo consciente”, disse Miriam Pocebon. A partir da parceria, iniciaram o trabalho de reaproveitamento de materiais, como retalho de tecidos, lona das bolsas dos correios e papel reciclado. Os materiais são doados à Avesol, que os distribui entre os grupos atendidos. Nas mãos das artesãs, eles viram bolsas, colares, móbiles, bloco de notas, chaveiros, brincos, entre outros. Além disso, elas passaram a trabalhar em rede, isto é, com outros grupos que também fazem parte da Avesol. “Precisávamos costurar o zíper das bolsas, mas não tínhamos a máquina. A associação de confecção Copearte fez o serviço. Esta troca acontece de várias maneiras. Formamos uma rede e acabamos gerando renda entre nossa comunidade”, contou Miriam. Atualmente, as integrantes da associação Em Nome da Arte ajudam a qualificar outros grupos da Avesol por meio de palestras e partilha da própria experiência. A autonomia que adquiriram é um dos objetivos da instituição. “Não queremos ter grupos sob nossa dependência e sim ajudálos a se tornarem protagonistas de sua realização. A principal forma de provocar isto é a partir da formação e qualificação destes trabalhadores”, explica Jaime Biazus, presidente da Avesol. A proposta da Economia Solidária é baseada na valorização do ser humano, e não do capital, como acontece atualmente

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so c i e d a d e

LUTA DE TODOS Com a preocupação de estabelecer relações mais justas e solidárias no processo de produção, distribuição e consumo, a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego discute a criação do Sistema Nacional de Comércio Justo Solidário. Shirlei Aparecida Almeida Silva, analista social do IMS, enfatiza que a finalidade do sistema não é instituir regras fixas de comportamento, mas construir princípios e valores que orientem as ações. “Queremos garantir o respeito ao meio ambiente, ao produtor e ao consumidor. Para isso, existem algumas normas básicas: nas plantações, não é permitido o uso de veneno, o preço dos produtos deve ser justo e o trabalhador deve ser bem remunerado”, exemplifica.

Faça a sua parte Com o tema Economia e Vida, a Campanha da Fraternidade 2010 propôs, exatamente, lutar por uma economia na qual o ser humano seja mais valorizado do que o capital, partindo do princípio de que ela existe para a pessoa e o bem comum da sociedade. O lema da Campanha foi “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24). O objetivo é conscientizar a população de que o dinheiro, embora necessário, não pode ser o supremo valor dos nossos atos nem o critério absoluto das decisões dos indivíduos e dos governos. Másimo Della Justina, mestre em Ciências Econômicas pela London School of Economics e professor da PUCPR, traz esta discussão para o dia a dia e dá algumas dicas de como nós, individualmente, podemos ajudar nesta batalha com ações simples.

1. Evitar desperdício de água, energia elétrica, materiais e alimentos.

2. Zelar pelo patrimônio público.

3. Exigir bom trato do

Presidente da República, do governador, do prefeito, dos legisladores e dos tribunais de conta com o dinheiro público.

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4. Respeitar os frutos do esforço e do trabalho dos outros.

5. Estar atento sobre o zelo

ético, tributário, trabalhista e ambiental dos fornecedores de serviços e produtos.

6. Não adquirir produtos piratas ou roubados. Lembre-se de que não é a quantia, mas o princípio da corrupção que é vergonhoso.


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ESPAÇO Aqui você encontra informações especiais sobre tudo o que acontece no Brasil Marista

Salve a

diversidade Conheça o trabalho das missões na educação e preservação da cultura e tradição das comunidades indígenas da Amazônia 43


P

ortuguês é o único idioma que se fala no Brasil? Quem acha que sim, não conhece a diversidade de nosso país. O português é o idioma oficial e, claro, o mais utilizado. Porém, acredite, aqui se fala cerca de 180 idiomas. Os responsáveis por essa variedade são os povos indígenas, principalmente da região amazônica, onde estão concentrados mais de 98% deles. Yáguas, Ticunas, Kokamas, Marubo, Kanamary, Matsés, Matis e Kulina são nomes de algumas comunidades que Nilvo Favretto, irmão do Distrito Marista da Amazônia, conhece muito bem. Desde 2003, ele participa de projetos, organizados pelo Distrito, de missão nas aldeias. Vive conforme os costumes e acompanha de perto a realidade dos primeiros habitantes de nossa terra. Mas o que ele vê não corresponde à importância da cultura indígena para nossa história e para a preservação da Floresta Amazônica. Ele conta que, apesar da vontade de manter as tradições e cultura, as dificuldades levam muitos indígenas a migrar para as cidades. Dessa forma, abandonam família, terra e sonhos. Os principais problemas enfrentados por eles estão relacionados à saúde (doenças como malária, hepatite e tuberculose são frequentes), educação e fiscalização territorial. Com o objetivo de reverter a situação e dar condições para que os povos permaneçam em seu lugar de origem, são realizadas as missões. Na luta para acabar com as dificuldades, o projeto procura fortalecer as organizações de cada povo quanto à cultura, medicina tradicional, crenças e rituais. Além disso, leva

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instrumentos de leitura e reflexão da realidade, das políticas governamentais, dos direitos indígenas e territoriais. A arma dos missionários é o conhecimento. A educação das crianças e a capacitação das lideranças tradicionais fazem parte das ações. “Queremos formar agentes de saúde e pessoas que saibam orientar a comunidade sobre seus direitos. Também reforçamos a organização das mulheres como gênero”, diz Nilvo.

PrÓXIMO DESTINO

No mês de março, Nilvo e sua equipe começam uma nova missão, que deve durar três anos, na comunidade Marubo. “Desde 2005 solicitam nossa presença na área para ajudar na educação, pois muitos jovens queriam mudar para as cidades em busca de melhores condições de ensino”, explica. Para participar das missões, é preciso passar por um treinamento de três semanas, promovido pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI). No curso, os missionários aprendem a cultura das comunidades, a elaborar projetos, as leis dos povos indígenas e regras sobre como devem se portar. No entanto, o maior aprendizado acontece em campo. “Recebemos muito mais do que damos. Estar com eles, compreender sua lógica e filosofia de vida, sua cosmovisão, sua cultura, os diferentes papéis sociais, sua relação com o sagrado, a medicina tradicional é a maior recompensa”, conclui Nilvo.


O português é o idioma oficial e, claro, o mais utilizado. Porém, acredite, aqui se fala cerca de 180 idiomas. Os responsáveis por essa variedade são os povos indígenas, principalmente da região amazônica, onde estão concentrados mais de 98% deles

“Estar com eles, compreender sua lógica e filosofia de vida, sua cultura, é a maior recompensa” Nilvo Favretto, irmão do Distrito Marista da Amazônia

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e nsino

s u p e r i or

Renata Moura, ex-aluna da PUCPR é destaque em concursos nacionais na área de design

Instituições Maristas diferenciam-se na formação de profissionais capazes de transformar a sociedade

Educação de

Excelência 46


O que faz uma instituição de ensino superior ter qualidade? Estrutura, professores qualificados, bom projeto pedagógico, aproximação com o mercado de trabalho. São muitos os requisitos a serem avaliados na formação de bons profissionais, mas o principal é o compromisso com o desenvolvimento de pessoas capazes de transformar a sociedade. É o que explica Frederico Unterberger, doutor em Educação e diretor Institucional das Unidades Maristas em Santa Catarina. Segundo ele, a universidade deve interferir na personalidade do aluno e cultivar valores de cidadania e ética. “Uma universidade em que as pessoas vivem estes valores cria um ambiente favorável para a construção da consciência cidadã”, afirma Unterberger. Neste sentido, a missão marista de educar pelo amor é um diferencial que coloca suas instituições de Ensino Superior (IES) em destaque. Todas procuram interagir com a comunidade, seja por meio de pesquisas que a beneficiam ou projetos sociais. Além disso, estão entre seus investimentos intercâmbio, parcerias com empresas, busca por bons professores e qualidade da infraestrutura. Os resultados são visíveis. Em 2009, duas das três finalistas do Prêmio Melhores Universidades Privadas do Guia do Estudante da Editora Abril - nas categorias Universidade do Ano e Saúde - eram Maristas, a PUC do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a PUC do Paraná (PUCPR). A primeira levou o prêmio e, além disso, está entre as quatro melhores universidades pagas na avaliação do MEC de 2009.

INVESTIMENTO O vice-reitor da PUCRS, Evilázio Teixeira, coloca como principais motivos para a conquista o investimento na formação de professores e de técnicos administrativos, a criação de centros de pesquisa, a integração entre Universidade, empresas e governo e a filosofia Marista como fundamento para orientar as ações. “Nós nos pautamos em princípios como o amor ao trabalho, qualidade nas relações humanas e na educação”, acrescenta. Com relação aos cursos de pós-graduação, no ranking da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a PUCRS ocupa a 2ª posição entre as IES não públicas e a 11ª entre todas as IES brasileiras. Além disso, a PUCPR ficou bem colocada na avaliação do Guia do Estudante 2009. O número de cursos estrelados subiu de 37 para 43. Três cursos foram considerados excelentes, com cinco estrelas, 21 foram considerados muito bons, com quatro estrelas, e seis foram considerados bons, com três estrelas. Na avaliação da Região Sul do país, a PUCPR obteve o melhor resultado das instituições privadas do Paraná.

“Uma universidade em que as pessoas vivem estes valores cria um ambiente favorável para a construção da consciência cidadã”

Revelando talentos O valor ao ser humano defendido e praticado pelos Maristas é, também, um estímulo para o aluno descobrir vocações. É o caso da designer de produtos formada pela PUCPR, Renata Moura. Ela se destacou na área com a criação de peças que foram muito premiadas e ficaram famosas. “Crio utilizando diferentes metodologias que aprendi no curso e os resultados são muito interessantes e, às vezes, inesperados”, diz Renata. Sua mais conhecida invenção é o banco Goma, lançado em 2007. Em 2009, foi apresentado na semana de design de Nova York, fez parte do cenário do programa Big Brother Brasil e foi capa de inúmeras revistas de decoração. Seu último projeto premiado é a linha de móveis Elastik. Criada para adolescentes, é composta por uma cômoda penteadeira, um guarda-roupa e uma cama. Todos os móveis possuem elásticos para as meninas colocarem fotos, bilhetes e cartazes, e a cama conta com um apoio para celular. Com a invenção, Renata foi a única mulher vencedora do Prêmio de Design Abimóvel e ganhou um espaço para expor o protótipo na Feira Internacional de Valência, na Espanha.

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e nsino

s u p e r i or

AVANÇO EM SANTA CATARINA A principal novidade é a ampliação das instituições Maristas para Santa Catarina. Em Joinville, foi criado o Instituto Católico de Santa Catarina (ISCS), e firmada uma aliança com o Centro Universitário de Jaraguá do Sul (UNERJ). Hélio Amaral, diretor de operações das unidades em SC, explica que decidiram expandir a Universidade para o estado porque possui grande perfil empreendedor. “Esperamos que nossos diferenciais competitivos, tais como excelência acadêmica, pesquisa científica e grande avanço tecnológico possam contribuir com o desenvolvimento da região”, completa. As aulas começaram este ano. No ISCS são ofertados mais de 20 cursos de pós-graduação lato-sensu voltados, principalmente, à área de negócios e de tecnologia. Em Jaraguá do Sul foram abertas seis especializações e dois programas de mestrado, na modalidade MINTER (Interinstitucional), nas áreas de Administração e Informática. Amaral diz que a tradição do ensino Marista facilitou a entrada da instituição no estado. “Já temos uma boa reputação, agora precisamos nos posicionar no mercado como uma universidade de qualidade. Isso inclui a formação de professores e grupos de pesquisa”, enfatiza.

em primeiro lugar

1. A PUCRS é a 1ª Universidade Marista do mundo, existe há 61 anos.

2. O último resultado do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) colocou a Faculdade Marista do Recife em primeiro lugar entre as instituições particulares em aprovação na OAB/PE.

3. O Hospital Santa Casa de Curitiba, que

integra a Aliança Saúde PUCPR, tem o único banco de válvulas cardíacas do Brasil.

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Instituto Católico de Santa Catarina, em Joinville.

Responsabilidade social Nas instituições Maristas, a responsabilidade socioambiental não é apenas mais um item, mas o que a fundamenta. Além de disciplinas obrigatórias que orientam os alunos nas questões sociais, a Faculdade Católica do Ceará, da Província Centro-Norte, por exemplo, trabalha o tema em dois projetos no curso Design de Moda. Os alunos organizam, desde 2009, o primeiro desfile com roupas criadas para pessoas com deficiência física. A ideia é desenvolver peças modernas, atuais e confortáveis, muitas vezes difíceis de encontrar em lojas normais. A outra proposta é fortalecer a identidade cultural de alguns grupos indígenas auxiliando-os a melhorar o design de seus produtos artesanais. De acordo com a diretora acadêmica da Faculdade Católica do Ceará, Maria Manuela Suassuna, a intenção é manter vivo os princípios da educação Marista no ensino superior. “Para nós, educação é, antes de tudo, uma vocação e uma missão. Isto implica focar nas pessoas e não nas coisas”, afirma.


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ar t i go

Depressa,

para uma nova terra “Não perdemos as virtudes do passado; apenas as transformamos naquelas que eram necessárias para o nosso tempo” Joan Chittster

Sonhamos com uma juventude marista que, como Maria, vá depressa para uma nova terra, ao encontro das infâncias e juventudes, com atenção especial àquelas empobrecidas e injustiçadas – opção marista, sonho primeiro de São Marcelino Champagnat. Sonhamos com uma juventude marista profética, que suscite a cultura do diálogo e articule ao lado de outras expressões juvenis ações intensificadas por uma profunda experiência do Divino. Ousamos pensar na unidade das juventudes, seja qual for sua classe, opção religiosa, cultura ou tribo. Falamos de protagonismo aliado ao diálogo que promova a comunhão. Pensamos mais alto quando dizemos que sonhamos com uma juventude inserida na sociedade, com jovens capazes de modificar ambientes, não com ações superficiais, mas sim rapazes e moças artífices de uma renovação social coerente e organizada. Conectar corações implica em ir além das fronteiras pessoais, provinciais e eclesiais. Viver o sonho de Champagnat não é promover expansão territorial como uma cruzada, mas sim estarmos presentes e inseridos nos diversos contextos e realidades. Jovens com mística, “santos de jeans”, engajados, ecológicos, profetas, dinâmicos, ousados, mas, sobretudo, jovens com intensa relação com Deus.

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Entendemos as necessárias ações sociais, mas para a juventude marista nenhuma ação tem significado se não se fundamenta em Jesus Cristo e seu Reino. Precisamos romper a redoma, sair de nosso gueto. Estar junto aos jovens, caminhar com eles, somar forças, não se limitar aos espaços católicos, mesmo porque temos a missão desafiadora de experienciar um Cristo jovem e amigo, que peregrina junto com as das juventudes. É Jesus Cristo quem vai à frente e devemos, impulsionados pela paixão a Ele, edificar a “Civilização do Amor.” “Corações Novos” capazes de conectarem-se aos corações de um “novo mundo” e uma terra nova repleta de desafios. Não podemos ser uma juventude alienada, mesquinha e centralizadora. Há que se deixar de pensar apenas em cestas básicas no Natal, campanhas de agasalho, coleta e reciclagem e passar a pensar em associações, cooperativas, agremiações capazes de aglutinar pessoas e dar-lhes possibilidades de resgate da dignidade. Não podemos ser uma juventude “tapa-buraco”, distribuidora de peixes e pães, mas sim uma força articuladora emancipatória. Pensar as juventudes neste “mundo novo” é desafiante e requer mudança de mentalidades e posturas. A sociedade precisa da presença de jovens maristas articulados, com participação política e eclesial ativa, promotores dos direitos fundamentais. A mudança não acontece num piscar de olhos, mas toda a proposta deve nos incomodar, deve ser um espinho encravado na sola de nossos pés; queremos uma epidemia de inquietudes, na qual a mudança aconteça por uma opção de vida, por uma conversão diária, um eterno recomeçar. Lucas Mattoso Ir. Adriano Brollo


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c ompor t am e n t o

A força da

união

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Um mundo melhor é possível e se constrói com a conexão de vários corações


“Antes de ser uma pessoa participativa na sociedade, é preciso fazer a diferença nos grupos em que está inserido. A partir daí, podemos ser protagonistas em maior âmbito, seja ele de caráter político, social, ambiental ou religioso” João Ribeiro, aluno do Colégio Marista São José, do Rio de Janeiro

Lutar por um mundo melhor pode parecer utopia e algo muito difícil à primeira vista. No entanto, para quem quer, é possível. Uma dica para começar é entrar em um grupo com o qual você pode compartilhar seus objetivos e sentir que não está sozinho. É o que ensina João Ribeiro, aluno do Colégio Marista São José, do Rio de Janeiro (RJ). Ele sempre teve vontade de participar ativamente na sociedade e encontrou na Pastoral Juvenil Marista (PJM) a força para isso. Quando entrou na PJM (na época ainda se chamava Grupo de Alunos Maristas – GAMAR), João estava na 5° série. Hoje, com 17 anos, ele atua em prol do meio ambiente e da igualdade social. Participa de campanhas e, em 2007, esteve em uma Missão de Solidariedade na Floresta Amazônica. “Antes de ser uma pessoa participativa na sociedade, é preciso fazer a diferença nos grupos em que está inserido. A partir daí, podemos ser protagonistas em maior âmbito, seja ele de caráter político, social, ambiental ou religioso”, acrescenta. Quanto maior a causa, maior o grupo e a necessidade de compartilhar experiências. Por isso, este ano a PJM promoveu seu 1° Congresso Nacional, que reuniu jovens de todo o Brasil no Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba, entre os dias 25 e 29 de janeiro. João, claro, participou do evento e o que mais o marcou foi a proximidade ideológica de pessoas que vivem em lugares tão distantes umas das outras. “Fiz amizades com pessoas desde Porto

Alegre até Belém. Esta troca despertou novas ideias e anseios”, disse. Manuela Arruda Wolff, do Colégio Marista Frei Rogério, da cidade de Joaçaba, em Santa Catarina, também participou do congresso. Ela diz que procura se integrar com grupos como a PJM para trocar ideias de como pode ajudar outras pessoas e nunca deixar esta vontade acabar. “Nossa sociedade, muitas vezes, é indiferente a assuntos que serão cruciais para nossa existência em alguns anos”. Em parceria com a pastoral, ela realiza trabalhos voluntários com crianças e adolescentes que vivem em orfanatos e com crianças, em creches. De acordo com Dyógenes Araújo, um dos coordenadores do congresso, o objetivo era conectar os integrantes da Pastoral Juvenil Marista, pois apesar de viverem em diferentes regiões brasileiras, enfrentam desafios semelhantes em suas comunidades. “Participaram, aproximadamente, 600 jovens de várias regiões do país, mas a vontade de fazer do mundo um lugar melhor era uma só”, conta. Por haver tantas semelhanças, Manuela diz que muitas vezes tinha a impressão de que conhecia, há anos, os colegas que fez durante o congresso. Também por isso tem certeza de que vai manter as amizades, mesmo que somente pelas redes virtuais. “A internet ajudará estes jovens a manter o contato. Houve uma visível intensificação da comunicação, pela criação de fóruns on-line e blogs”, diz Dyógenes.

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c ompor t am e n t o

Além de debates, o congresso também promoveu atividades culturais e de convivência. Para que todos se sentissem em casa, houve apresentação de música típica de várias partes do Brasil. O evento também contou com festa ao som da banda curitibana Chico Mano, formada por ex-alunos maristas, e passeio turístico pela cidade.

ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA Participar de grupos como a PJM é importante não somente pela convivência com pessoas com os mesmos objetivos. Pode ser o caminho para afastar os jovens do consumo exagerado de álcool. Uma pesquisa realizada pelo projeto “Este Jovem Brasileiro”, do Portal Educacional, coordenado pelo psiquiatra Jairo Bouer, indica que os jovens começam a consumir bebidas alcoólicas cada vez mais cedo. Porém, alguns fatores influenciam o modo como os jovens bebem. Seguir uma religião é um deles. Entre os adolescentes que responderam que a religião é fundamental, 58% tomam uma dose e apenas 10% vão além de cinco. Entre aqueles que têm uma religião, mesmo que não pratiquem, ou têm família que segue uma doutrina religiosa, 47% e 35%, respectivamente, tomam uma dose, e 15% e 25%, respectivamente, superam cinco doses.

Participaram do estudo aproxima-damente 12 mil alunos, de 13 a 18 anos, de 96 escolas particulares de várias cidades do Brasil, que responderam anonimamente a um questionário on-line no período de 18 de maio a 6 de julho de 2009.

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Integrantes da PJM de todo o Brasil se unem no I Congresso Nacional. Na foto, partilham de momento de espiritualidade


H O M EN A G E M

Um homem que educava pelo exemplo Rosângela Florczak

Morreu um homem bom. Educador de qualidade, daqueles eruditos que dominam as mais diversas ciências, línguas e saberes, mas, além do conhecimento, possuem a sabedoria de ensinar com simplicidade, a quem quiser aprender. Firmino Biazus, 75 anos, irmão marista, diretor do Rosário há 13 anos, uma vida dedicada à educação de jovens, crianças e adultos. Dedicada também à bondade e à generosidade. De alma sensível e coração comovido, não suportava a injustiça, sofria com as desigualdades e chorava, sem disfarçar, diante das belezas e manifestações de vida. Viveu e morreu discretamente e sem alarde. Apesar da sabedoria invejável expressa nas crônicas, artigos e textos em geral que construía com a habilidade de um grande escritor, a modéstia o tornava tímido para defender verbalmente as ideias que, segundo ele, nunca estavam prontas e sempre podiam ser melhoradas. Admirado pelas crianças e jovens das escolas pelas quais passou como professor ou diretor, sempre se julgava em débito de atenção com estudantes e famílias que atendia pacientemente em qualquer época do ano. Sem férias, por opção, e com lazer restrito às longas caminhadas que fazia pelas ruas da cidade, segundo ele, para admirar as belezas de Porto Alegre, podia ser encontrado sempre no colégio. O que incluía os sábados, dias de expediente normal para ele. O gabinete, sempre de portas abertas, era lugar de ouvir, ouvir e ouvir a todos para partilhar alegrias, novidades, notícias, lamentos, desabafos, negociações e despedidas. Nem mesmo a mais difícil das conversas ele evitava. O tom de voz inalterado e o vocabulário elegante não deixavam escapar a contrariedade que só era percebida pelos mais chegados, que liam

em alguns movimentos do seu rosto eventuais insatisfações com o rumo do diálogo. Próximo de completar 76 anos, não se intimidava diante da tecnologia. Comunicadores instantâneos, serviço de e-mails e, ultimamente, até algumas aventuras pela rede social o mantinham absolutamente sintonizado com os recursos de comunicação oferecidos pelo nosso tempo. Mas, nunca, nada substituiu a leitura sistemática de bons livros, a conversa franca olho no olho, um telefonema, ou ainda, a alegria de um abraço e uma bênção pronunciada na chegada e na saída de um ambiente. A sua morte comove a todos os que o conheceram. Milhares de estudantes que tiveram o privilégio de usufruir de suas aulas; alunos e famílias que com ele conviveram como diretor de colégios maristas; funcionários e professores que a ele prestavam contas de seus trabalhos, irmãos maristas, familiares e comunidade. Discreto como sempre viveu, assim escolheu morrer. A doença surpreendentemente rápida, que pela primeira vez, em 13 anos, fez com que ele faltasse ao trabalho no colégio, o manteve alguns dias no hospital, tempo suficiente para que os amigos se despedissem, e o levou. Morreu um homem bom. Morreu um educador brilhante. Duas qualidades cada vez mais raras. Ficam como legado os melhores exemplos de alguém que soube dar sentido à vida.

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n o t as

Defesa da Infância O Centro Marista de Defesa da Infância, unidade que integra a Rede Marista de Solidariedade, iniciou suas atividades, em Curitiba (PR), este ano. Coordenado pela Assessoria de Ação Social da PUCPR, o Centro Marista tem como objetivo fomentar uma cultura de monitoramento das ações do governo e da sociedade civil, com vistas à garantia e efetivação dos direitos de crianças e adolescentes. Entre os projetos que serão realizados pelo Centro Marista neste ano está o desenvolvimento de metodologia de análise do orçamento público de Curitiba e do Paraná, com foco nos direitos da criança e do adolescente.

Quando que uma universidade católica passa a ser Pontifícia?

Valdir Gugiel, da União Catarinense de Educação (UCE/Marista), é o novo secretário de Articulação do Fórum Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Gugiel tomou posse no dia 9 de fevereiro.

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Pontifícia Universidade Católica. Você sabe exatamente o que isso quer dizer? O termo Pontifícia refere-se ao pontífice, aquele que determina as Leis da Igreja e que estabelece a ponte, a ligação entre a terra e o Céu. Na tradição cristã cabe ao Papa esta tarefa. A justificativa bíblica está na afirmação de Jesus e Pedro: “Tudo o que ligares na terra será ligado no céu”. Assim quando o Papa reconhece o bom serviço realizado por uma Universidade Católica e a sua fidelidade ao ensino da Igreja, ele a concede o título de Pontifícia.


Educação brasileira no Japão O reitor da PUCPR, Clemente Ivo Juliatto, representou o Brasil na reunião do Conselho da Federação Internacional das Universidades Católicas (FIUC). O encontro, de duração de uma semana, ocorreu em março, no Japão, na região de Nagóia. Conselheiros de todos os continentes participaram do evento e Juliatto foi um dos três representantes da América do Sul. A FIUC engloba todas as mais de duas mil instituições católicas de ensino superior do mundo. Reitor Clemente Ivo Juliatto

Encontros internacionais A Rede Marista de Solidariedade esteve presente no Encontro Internacional de Educação e no Fórum Mundial de Educação Infanto-juvenil, realizados em fevereiro de 2010, em Osasco (SP). A presença da Rede nesses espaços consolida o comprometimento com um projeto educativo voltado à emancipação de sujeitos e grupos na perspectiva do empoderamento e da cidadania.

Ambientes estimulam a aprendizagem Em 2010, o Ensino Médio do Marista Rosário, em Porto Alegre (RS), se abre para o mundo com ambientes especiais que proporcionam outro clima para estudar. As salas foram completamente remodeladas e ambientadas com ilustrações e informações de 23 países em que há presença marista, em um formato inédito no Rio Grande do Sul. A iniciativa faz parte de um projeto maior, desenvolvido exclusivamente para o Ensino Médio, que propõe, além de um ambiente mais atrativo de estudo, o desenvolvimento de projetos multidisciplinares sobre temáticas atuais de interesse juvenil.

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B ra sil

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GP S


Acre Cruzeiro do Sul • Pré-Postulado Rio Branco • Pré-Postulado Tarauacá • Pré-Postulado ALAGOAS Barreira De São Miguel • Centro Catequético Marista Maceió • Colégio Marista de Maceió • Escola Marista Champagnat de Maceió • Secretariado de Assistência Social e Juvenópolis/Casa dos Meninos (Parceria com a UNBEC) • Teatro Irmão Tomé AMAZONAS Lábrea • Escolasticado I

• Estúdio de Áudio e Vídeo - NUPA • Faculdade Católica do Ceará • Teatro Marista Cearense Maranguape • Centro Marista de Formação de Maranguape DISTRITO FEDERAL Brasília • Colégio Marista João Paulo II • Centro educacional Marista de Brasília (Comunidade) DISTRITO FEDERAL Brasília • Colégio Marista de Brasília – Educação Infantil e Ensino • Fundamental (Maristinha) • Colégio Marista de Brasília – Ensino Médio (Maristão) Samambaia • Escola e Centro Social Marista Ir. Francisco Rivat

Manaus • Centro Educacional Marista

DISTRITO FEDERAL Brasília • Instituto Marista de Solidariedade - IMS

Tabatinga • Pré-Postulado

Brasilândia • Vila Champagnat

BAHIA Salvador • Colégio Marista Patamares • Movimento Comunitário Champagnat (Parceria com a UNBEC)

Ceilândia • Centro Marista Circuito Jovem – Ceilândia • Centro Marista de Educação Infantil Circuito da Criança

CEARÁ Aracati • Centro de Formação para Educadores Maristas de Fontainhas • Colégio Marista Aracati • Projeto Social Irmão Lourenço (Parceria com a UNBEC) Iguatu • Comunidade Marista de Iguatu • Obra Social Marista São Marcelino Champagnat Fortaleza • Casa da Acolhida Marista de Abreulândia • Centro Marista de Formação de Maraponga • Colégio Marista Mondubim • Escola Marista de Ensino Fundamental Sagrado Coração

Núcleo Bandeirante • Escritório Provincial UBEE-UNBEC – • União Brasileira de Educação e Ensino • União Norte Brasileira de Educação e Cultura Taguatinga • Administração Central UBEEUNBEC • União Brasileira de Educação e Ensino • União Norte Brasileira de Educação e Cultura • Colégio Marista Champagnat • Instituto Marista de Assistência Social – IMAS • Núcleo Marista de Produção ESPÍRITO SANTO Colatina

• Centro Marista de Pastoral – CMP • Colégio Marista de Colatina • Escola Marista São Marcelino Champagnat • Teatro Marista Vila Velha • Casa da Acolhida Marista de Vila Velha • Casa Marista de Semiliberdade • Casa Marista de Ponta da Fruta • Centro Socioeducativo Marcelino Champagnat – CMC (Parceria com a UBEE) • Colégio Marista Nossa Senhora da Penha • Comunidade Marista Nossa Senhora da Penha • Teatro Domício Mendes GOIÁS Aparecida De Goiânia • Centro de Educação Infantil Marista Divino Pai Eterno – CEMADIPE • Comunidade Marista Madre Germana Goiânia • Casa da Acolhida Marista de Goiânia • Colégio Marista de Goiânia • Teatro Marista de Goiânia • Silvânia • Aprendizado Marista Padre Lancísio MARANHÃO Balsas • Colégio São PIO X • Comunidade Marista de Balsas São José De Ribamar • Colégio Marista do Araçagy São Luís • Casa da Acolhida Marista Olho d’Água MATO GROSSO DO SUL Dourados • Centro Educacional e Social Marista – CESMAR MINAS GERAIS Belo Horizonte • Casa da Acolhida Marista de Belo Horizonte • Centro de Estudos Maristas – CEM • Centro de Produção de TV e Vídeo - CPTV • Centro Marista Circuito Jovem -

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Belo Horizonte • Centro Marista CrerSendo • Centro Marista de Educação e Cidadania – CEMEC • Centro Marista de Pastoral – CMP • Colégio Marista Dom Silvério • Comunidade Marista da Betânia • Escola Marista Champagnat de Belo Horizonte – EJA • Juniorato Champagnat • Fundação L’Hermitage: Projeto Amigo da Água, • Rádio 98 FM, Rádio Rio Vermelho • Lar Marista João Batista Berne • Marista Hall (Chevrolet Hall) - Teatro Dom Silvério Montes Claros • Centro Marista de Pastoral – CMP • Colégio Marista São José Patos De Minas • Colégio Marista de Patos de Minas Ribeirão Das Neves • Centro Marista Reflorescer • Recanto Marista - REMAR São Vicente De Minas • Centro Marista de Pastoral – CMP • Colégio Marista São Vicente de Minas • Teatro Marista Irmão Exuperâncio Uberaba • Casa da Acolhida Marista de Uberaba • Colégio Marista Diocesano Uberlândia • Colégio Marista Champagnat Varginha • Centro Marista Florescer • Colégio Marista de Varginha • Teatro Mestrinho PARÁ Belém • Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré • Escola Marista Champagnat de Belém

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• Centro de Pastoral Maria Tereza Chirat • Clube do Menor Trabalhador (Parceria com a UNBEC) • Colégio Marista Pio X • Escola Marista Champagnat de João Pessoa Lagoa Seca • Centro de Formação para Educadores Maristas de Lagoa Seca PARANÁ Almirante Tamandaré • Escola Ecológica Marcelino Champagnat Cascavel • Colégio Marista de Cascavel • Escola e Centro Social Marista Marcelino Champagnat Curitiba • Associação Paranaense de Cultura – APC (Mantenedora) • Centro Administrativo ABEC e UCE • Centro de Integração Social Divina Misericórdia • Centro Marista Marcelino Champagnat – CMMC • Centro Social Marista de Curitiba – CESOMAR • Colégio Marista Paranaense • Colégio Marista Santa Maria • Hospital de Caridade • Hospital N. Sa. da Luz / Plano de Saúde Ideal • Hospital Universitário Cajuru • Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba – ISCMC • Lumen Centro de Comunicação • PUCPR – Câmpus Curitiba • Rádio Clube FM • Rádio Clube Rede Eldorado AM Colombo • Hospital Alto Maracanã Itapejara D’Oeste • Centro Educacional e Social Marista – CESMAR • Escola Estadual Ir. Isidoro Dumont

PARAÍBA Bananeiras • Escola Nossa Senhora do Carmo (Parceria com a UNBEC)

Londrina • Centro Social Marista Irmão Acácio – CESOMAR • Colégio Marista de Londrina • PUCPR – Câmpus Londrina

João Pessoa • Centro Cultural Marista de João Pessoa

Maringá • Centro Social Marista Ir. Beno Tomasoni – CESOMAR

• Colégio Marista de Maringá • PUCPR – Câmpus Maringá Ponta Grossa • Centro Social Marista Santa Mônica • Colégio Marista Pio XII São José dos Pinhais • PUCPR – Câmpus São José dos Pinhais Toledo • PUCPR – Câmpus Toledo PERNAMBUCO Itamaracá • Centro Marista Itamaracá Paulista • Colégio Marista São Marcelino Champagnat Recife • Centro Marista Circuito Jovem Recife • Colégio Marista Nossa Senhora da Conceição • Colégio Marista São Luís • Escola Marista Champagnat de Recife • Faculdade Marista – Recife • Historial de Apipucos • Produtora de Vídeo e Cinema • Recanto Marista Nazaré Surubim • Colégio Marista Pio XII PIAUÍ Teresina • Centro Marista Circuito Jovem Teresina • Comunidade Marista de Teresina RIO DE JANEIRO Mendes • Centro Marista São José das Paineiras Petrópolis • Vila Marista São Francisco Rio De Janeiro • Casa da Acolhida Marista do Rio de Janeiro • Centro Cultural Marista do Rio de Janeiro • Centro de Produção de TV e Vídeo – CPTV • Colégio Marista São José - Tijuca


RIO GRANDE DO NORTE Extremoz • Centro de Formação para Educadores Maristas de Extremoz Natal • Centro Marista de Pastoral – CMP • Colégio Marista de Natal • Escola Marista Champagnat de Natal RIO GRANDE DO SUL Bento Gonçalves • Colégio Marista Aparecida • Centro Social Marista de Bento Gonçalves Bom Princípio • Centro Educacional Marista de Bom Princípio (Comunidade) Cachoeira do Sul • Colégio Marista Roque • Comunidade Marista Canela • Colégio Marista Maria Imaculada • Centro Educacional Marista de Canela (Comunidade) Cruz Alta • Comunidade Nossa Sra. de Fátima Erechim • Escola Marista Medianeira Garibaldi • Centro Educacional Marista de Garibaldi (Comunidade) Gravataí • Centro Social Marista Mario Quintana Lajeado • Centro Marista Irmão Emílio • Centro educacional Marista de Lajeado (Comunidade) Novo Hamburgo • Colégio Marista Pio XII • Colégio Marista São Marcelino Champagnat – EJA • Centro Educacional Marista de Canudos • Centro Educacional Marista (Comunidade) • Centro Educacional Marista de Canudos (Comunidade) Passo Fundo • Colégio Marista N. Sra. da Conceição • Instituto Marista Marcelino Champagnat • Comunidade Marista Conceição • Instituto Marista Marcelino Champagnat (Comunidade)

Porto Alegre • Centro Marista de Solidariedade – (COAS) • Colégio Marista Professora Ivone Vettorello • Centro Social Marista de Porto Alegre – CESMAR • Casa Marista da Juventude – CAJU • Creche Marista Renascer • Creche Marista Tia Jussara • Artesanato Marista Santa Isabel • Centro Marista Irmão Donato • Centro Marista N. Sra. Aparecida das Águas • Centro Social Marista Ir. Antônio Bortolini • Programa de Atenção Integral à Família • Projeto Inclusão Digital Marista • Projeto Sorrisão Marista • Projeto Marista Gurizada Nota Dez • Colégio Marista Rosário • Colégio Marista Assunção • Colégio Marista Champagnat • Colégio Marista São Pedro • Colégio Marista Ipanema • Colégio Marista Vettorello • Centro Educacional Marista Champagnat (Comunidade – Sede Provincial) • Centro Educacional Marista Rosário (Comunidade) • Comunidade Santo Tomás de Aquino • Centro Social Marista (Comunidade) • Centro Educacional Marista das Ilhas (Comunidade) • Comunidade Marista da Glória • PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul • PUCRS – Campus Aproximado Nossa Senhora de Fátima • PUCRS – Hospital São Lucas • PUCRS Zona Norte • Sede Provincial – USBEE, SOME, UBEA • União Sul Brasileira de Educação e Ensino – USBEE • Sociedade Meridional de Educação – SOME Rio Grande • Colégio Marista São Francisco • Centro Social Marista do Rio Grande • Centro Educacional Marista de Rio Grande (Comunidade) Santa Cruz do Sul • Centro Marista N. S.ª da Boa Esperança • Colégio Marista São Luís • Centro Educacional Marista (Comunidade)

Santa Maria • Centro Social Santa Marta • Colégio Marista Santa Maria • Escola Marista de Ensino Fundamental Santa Marta • Comunidade Marista Santa Maria • Residência Marista do Cerrito (Comunidade) • Comunidade Marista Santa Marta Santo Ângelo • Colégio Marista Santo Ângelo • Centro Social Marista de Santo Ângelo • Centro de Formação Marista (Comunidade) São Francisco de Paula • Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza – PUCRS Uruguaiana • Colégio Marista Sant’Ana • PUCRS – Campus Uruguaiana • Comunidade Marista Veranópolis • Recanto Marista Medianeira • Instituto Nossa Senhora Medianeira - RMM • Instituto Nossa Senhora Medianeira (Comunidade) Viamão • Casa São José (Comunidade) • Centro Social Marista Graças • Escolasticado N. Sra. das Graças (Comunidade) • Comunidade Marista Nossa Sra. das Graças • Instituto Marista Graças • Memorial Champagnat • PUCRS – Campus Viamão RONDÔNIA Ji-Paraná • Noviciado Porto Velho • Sede Distrital e Centro Educacional e Social Marista (Cesmar) RORAIMA Boa Vista • Residência Marista SERGIPE Propriá • Colégio Diocesano de Própria (Parceria com a UNBEC) TOCANTINS Palmas • Centro Marista de Pastoral - CMP • Colégio Marista de Palmas

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cotidiano

Recondicionar e incluir Polo de Formação Tecnológica amplia a inclusão de jovens no RS O Centro Social Marista (Cesmar) e diversos parceiros inauguraram, em maio, o Polo de Formação Tecnológica. O prédio, de 1.500 m², começou a ser construído em julho de 2008 e foi uma articulação de conselheiros do Orçamento Participativo com a prefeitura de Porto Alegre (RS), contando com o apoio das empresas Vonpar, Gerdau, Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e órgãos públicos, como o Ministério Público do estado. O novo espaço abrigará dois projetos desenvolvidos no Cesmar: o Projeto Alquimia, que realiza um trabalho com jovens de recondicionamento das máquinas caçaníqueis apreendidas e transforma-as em móveis, cadeiras e outros objetos, e o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC Cesmar), o primeiro centro da América

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Latina e a primeira unidade do Programa Computadores para Inclusão, coordenado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento. Desde que foi criado, em 2006, já passaram pelo CRC Cesmar aproximadamente 300 jovens e foram recondicionados mais de 2.000 equipamentos de informática (CPUs, monitores, teclados, estabilizadores, impressoras etc.), que foram doados para entidades e telecentros do Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Rio Grande do Sul. Com o Polo de Formação Tecnológica, será possível atender mais jovens aprendizes e ampliar o serviço prestado.


Ensino Superior

de norte a

sul do país.

O principal compromisso das Instituições de Ensino Superior Maristas é com o desenvolvimento de pessoas capazes de transformar a sociedade. Todas procuram interagir com a comunidade, seja por meio de pesquisas que a beneficiam ou projetos sociais. Além disso, estão entre seus investimentos intercâmbio, parcerias com empresas, busca por bons professores e qualidade da infraestrutura. Em 2009, duas das três finalistas do Prêmio Melhores Universidades Privadas do Guia do Estudante da Editora Abril - nas categorias Universidade do Ano e Saúde - eram Maristas: a PUC do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a PUC do Paraná (PUCPR).

PUCRS | PUCPR | Faculdade Católica do Ceará | Universidade Católica de Brasília | Instituto Católico de Santa Catarina

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