Revista Brasil Marista Ed 3

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FTD Sistema de Ensino. Agora, com Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano) e novo site. O FTD Sistema de Ensino já era a melhor escolha porque oferece consistente material didático, equipe de assessoria pedagógica, atendimento 0800, central administrativa e comercial e outras vantagens. E ficou ainda mais completo, com Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano) e um novo site, repleto de material de apoio ao professor e aos alunos, exercícios, testes de vestibular e muito mais.

MARISTA EDIÇÃO 03 · FEV/2011

PUBLICAÇÃO DA UNIÃO MARISTA DO BRASIL

Coloque a sua escola capítulos à frente. Adote FTD Sistema de Ensino.

SEM FRONTEIRAS Tragédias naturais unem os povos em solidariedade

CÉLULAS-TRONCO

ANO

ANO

8 º. 7 º.

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PORTUGUÊS MATEMÁTICA CIÊNCIAS HISTÓRIA GEOGRAFIA INGLÊS

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PORTUGUÊS MATEMÁTICA CIÊNCIAS HISTÓRIA GEOGRAFIA INGLÊS

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9 º.

PORTUGUÊS MATEMÁTICA CIÊNCIAS HISTÓRIA GEOGRAFIA INGLÊS

ANO

PORTUGUÊS MATEMÁTICA CIÊNCIAS HISTÓRIA GEOGRAFIA INGLÊS

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A cada ano, quatro volumes (cada volume corresponde a um módulo), que contemplam os conteúdos referentes a todas as disciplinas: Português, Matemática, Ciências, História, Geografia e Inglês.

0800 772 2300

www.ftdsistemadeensino.com.br

OLHOS ATENTOS Senador Pedro Simon fala sobre a importância da fiscalização neste novo momento da política nacional

9 772175 704007

6 º.

ISSN 2175-7046

Pesquisas reacendem a esperança de cura de inúmeras doenças


As riquezas do planeta não são mercadoria. Vamos valorizar a natureza e a vida antes que seja tarde. Conheça os lançamentos que fazem parte da Campanha da Fraternidade 2011. Grandes lições de vida e de conscientização sobre a importância da preservação do nosso planeta.

Cuidando da Vida no Planeta

Uyrá – O Defensor do Planeta

de Fernando Carraro, ilustrações de Ivan Coutinho

de Fernando Carraro, ilustrações de Glair Arruda

Indicado a partir do 6º. ano

Indicado para 4º. e 5º. anos

Literatura Infantil: Amigos do Planeta Azul | A Febre do Planeta | A Parábola do Planeta Azul A Parábola do Planeta Azul II | Confusão no Jardim | Mas Será que Nasceria a Macieira? | Meu Jardim Secreto Monólogo da Natureza | O Riacho | Os Estranhos Seres Humanos | Uma Ideia Verde | Que Planeta é Esse? Literatura Juvenil: Cinco Anos sem Chover | É Preciso Lutar! | O Menino e o Cedro Tão Longe, Tão Perto | Uala – o Amor | Ver de Ver

Acesse o site e conheça as obras acima, que fazem parte da Campanha da Fraternidade 2011.

www.ftd.com.br


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[ EDI TORI AL ]

Um novo tempo Acreditamos que um novo ano pede uma nova atitude. Na reportagem de capa desta edição da Revista Brasil Marista, mostramos como a Internet está mudando a nossa maneira de acompanhar a política. O senador Pedro Simon, ex-aluno e atualmente pai de aluno marista, é o nosso convidado especial para um bate-papo sobre vida e política e, com uma trajetória marcada pela defesa da democracia, não poderia dar outro recado: “o desafio do país agora é acompanhar e fiscalizar o que cada representante faz em Brasília”. Preparamos também uma reportagem sobre vocação. Afinal, como orientar os jovens na hora de escolher a carreira que vão seguir? A psicóloga Selena Greca dá as dicas para pais e filhos de forma clara e direta. E quando o chamado é orientado para a vida religiosa? Ir. Joaquim Sperandio, da Província Marista Brasil Centro-Sul, destaca que o mais importante é silenciar e deixar que fale o coração. Ainda assim, na hora de decidir, informação nunca é demais. Trazemos nesta primeira edição de 2011 uma série de reportagens, que contam com a participação de um time muito especial de colaboradores. Os desafios da sustentabilidade, a esperança contida nas pesquisas de células-tronco, a solidariedade diante das catástrofes naturais como a do Haiti são alguns dos assuntos que fazem esta revista. Nas páginas desta edição mostramos muita gente que está fazendo a diferença por um mundo melhor, mais alegre, mais justo. Esperamos que elas sejam uma boa inspiração para você no ano que começa. Boa leitura!

Luís Fernando Carneiro editor

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[ Í ND I C E ]

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08 | Cultura para ler, ver e ouvir Projeto Vozes do Brasil traduz a riqueza da nossa cultura por meio da música e da arte

16 | Páginas azuis Em entrevista exclusiva, Ir. Emili Turú fala sobre o sentido da união capaz de transpor barreiras

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20 | Relaxar é preciso Especialistas garantem: ter um hobby ajuda a relaxar e melhora o desempenho no trabalho

32 | Na cola deles Após as eleições, é chegada a hora de assumirmos uma postura ativa, acompanhando de perto o que estão fazendo nossos políticos. Confira a entrevista exclusiva com o senador e ex-aluno marista Pedro Simon

56 | Solidariedade 56

Quando a natureza se volta contra a ação do homem, ainda resta quem estenda a mão às vítimas das catástrofes ambientais


[ EXPEDIENTE ]

união marista do brasil SCLN 102 | Bloco C | sala 102 Asa Norte | Brasília-DF CEP 70722-530 TELEFAX (61) 3346 5058 www.umbrasil.org.br

Diretor-Presidente Ir. Arlindo Corrent Diretor-Tesoureiro Ir. Délcio Afonso Balestrin Diretor-Secretário Ir. José Wagner Rodrigues da Cruz Secretário Executivo Ir. João Carlos do Prado Secretário Executivo Adjunto Ir. Valdícer Fachi Coordenador da Área de Vida Consagrada e Laicato Ir. José de Assis Elias de Brito Coordenador da Área de Missão Ir. Lodovino Jorge Marin

as associadas da umbrasil são filiadas à anec.

Coordenador da Área de Gestão Ir. Valter Pedro Zancanaro Assessora de Relações Interinstitucionais Monica Kondzioková Assessor de Captação de Recursos David Marcial Ortolan Assessora da Área de Missão Mércia Maria Silva Procópio Assessor da Área de Gestão José Messias de Almeida Pina Analista da Área de Vida Consagrada e Laicato Joaquim Alberto Andrade Silva Analista da Área de Missão João Carlos de Paula Analista de Suporte de TI Wellington dos Santos Costa Coordenadora Administrativo-Financeira Celeste Tamashiro Secretária Geral Núbia Azevedo dos Santos Auxiliar Administrativo Anderson Cabral Auxiliar de Serviços Gerais Eliane Almeida Emídio Coordenadora de Comunicação e Marketing Katiuscia Sotomayor estagiário de Comunicação e Marketing Rubens Oliveira Editor LUÍS FERNANDO CARNEIRO Redação VIVIAN FIORIO Projeto Gráfico patrícia lugokenski

A REVISTA BRASIL MARISTA é uma publicação da Editora Ruah sob licença da União Marista do Brasil (UMBRASIL). ENVIE seus comentários para a redação pelo E-MAIL info@editoraruah.com.br

Finalização PATRÍCIA LUGOKENSKI Financeiro Ellen Nogueira Atendimento KELLY C. GEQUELIM SKRZYPIETZ R. Casemiro José Marques de Abreu, 706 Ahú | CEP: 82200-130 | Curitiba – PR Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.com.br

capa | imagem divulgação

impressão editora ftd

capa | arte PATRÍCIA LUGOKENSKI

tiragem 15 mil exemplares

Conselho Editorial JOÃO CARLOS DO PRADO, JOSÉ DE ASSIS ELIAS DE BRITO, KATIUSCIA SOTOMAYOR, LODOVINO JORGE MARIN, MONICA KONDZIOLKOVÁ, ROSANGELA FLORCZAK, VALTER PEDRO ZANCANARO todos os direitos reservados. proibida a reprodução sem autorização prévia e escrita. todas as informações técnicas são de responsabilidade de seus respectivos autores.

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Dirceu Rodrigues

C U LT U RA

MUITO ALÉM DO BEABÁ Se você é de Alagoas e não entende uma só palavra do que fala o mineiro, ou sai do Paraná e esbarra no sotaque amazonense, aí está a maior prova de que você é, de fato, um verdadeiro brasileiro. Esse povo de várias culturas e raças se destaca pelo vocabulário rico e repleto de expressões locais que transformam cada pedacinho do país em uma pequena nação. Para reunir e valorizar toda essa diversidade, foi fundado o Museu da Língua Portuguesa (MLP) em São Paulo (SP), a maior capital da América Latina.


[ V ER ]

Nossa língua Falar português não é privilégio nosso, é bem verdade. Mas é no Brasil que está um dos maiores acervos destinado à valorização e à divulgação do nosso idioma. O Museu da Língua Portuguesa nasceu em 2006, ocupando a histórica Estação da Luz em São Paulo, espaço que favorece ainda mais a ambientação cultural da língua. Mas como é possível expor um idioma? No Museu da Língua Portuguesa, a língua se manifesta nas mais diversas formas. São vídeos, áudios, filmes, textos, jogos eletrônicos, painéis, totens e representações artísticas usando tecnologia de ponta e recursos interativos, que proporcionam aos visitantes a mais ampla experimentação da língua portuguesa e seus dialetos falados em cada região do mundo. O projeto recebeu investimento pesado para pesquisa, desenvolvimento e restauração do

Yugo Tanaka

falada, escrita, ilustrada e esculpida

edifício – uma obra de mais de 4 mil m² criada pelos arquitetos Pedro e Paulo Mendes da Rocha, no coração da cidade que tem a maior população de falantes do português no mundo.

Coisas que você só encontra no MLP Com 16m de altura, o Museu abriga uma escultura denominada “Árvore de Palavras”. A obra é do artista plástico Rafic Farah e, como o nome já diz, é composta por palavras de todos os idiomas que originaram o português, além da representação de objetos e animais relacionados à nossa cultura. Lá dentro tudo é linguagem. Ao acessar os elevadores, os visitantes se deparam com uma música ambiente inusitada – o som que toca é nada menos do que um mantra composto por Arnaldo Antunes a partir da repetição das palavras “língua” e “palavra” em vários idiomas. O Brasil amplia suas fronteiras em um imenso mapa interativo. Para saber como soa o sotaque de cada região do país, basta indicar uma localidade e ouvir a declaração de um brasileiro de lá.

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MUSEUS PELO BRASIL Divulgação

Divulgação

Para conhecer um pouco mais sobre a cultura do país, visite também:

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Divulgação

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1 Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre

Recife A casa que já foi lar de um dos maiores sociólogos e escritores do país preserva o acervo de Gilberto Freyre para a apreciação de turistas na tradicional capital de Recife, em Pernambuco. Basta dar uma volta pela área para se sentir parte desse universo cultural. O museu reúne quadros, livros, objetos e registros fundamentais para a história da região e do país.

2 Museu Nacional Honestino Guimarães Brasília

O arquiteto Oscar Niemeyer é responsável por essa obra que preserva e promove o passado e o futuro do país por dentro e por fora. Afinal, não há nada mais nacional do que Brasília, no Distrito Federal, e, portanto, o Museu Nacional vem reforçar essa valorização por toda a mistura que representa a cultura brasileira, por meio de exposições temporárias sem obras fixas.

3 Museu Oscar Niemeyer

Curitiba Os famosos traços de Niemeyer emprestam sua dimensão arquitetônica ao cenário cultural de Curitiba, no Paraná. Sua obra, fundada em 2002, representa hoje um dos mais modernos museus do país, com exposições de grandes artistas contemporâneos e mostras locais. O espaço é aberto ao público oferecendo uma série de atividades que estimulam a interação das pessoas com a arte.

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[ LER ]

prateleira Sugestões para ler, navegar e se divertir

LIVROS

1 Volta ao mundo numa bicicleta ergométrica

De Derico Sciotti| Editora Planeta

Há mais de 20 anos, Derico faz parte do sexteto do Programa do Jô. Mas pouca gente sabe que o famoso saxofonista também é um ótimo escritor de humor. Suas tiradas nesta história maluca são impagáveis. 2 Nunca antes na história deste país De Marcelo Tas| Editora Panda Books

O jornalista Marcelo Tas reúne frases ditas pelo presidente Lula em discursos e viagens. O autor comenta ainda o contexto histórico e político do país nas ocasiões em que as declarações foram feitas. 3 História das Invenções De Trevori Williams | Editora Gutenberg

Mostra como os fatores tecnológicos modelaram e continuam a modelar a história humana. Agricultura, construção, transporte, energia, máquinas, armamentos e arquitetura. Tudo o que você sempre quis saber sobre invenções está neste livro.

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SITES

1 Qual é a música? Sabe aquela música que está na ponta da língua e não sai? No site www.midomi.com você encontra mesmo sem saber a letra. A ideia foi lançada por dois engenheiros de Stanford: basta ligar o microfone do seu computador, clicar no campo “Click and Sing or Hum” e cantarolar o que vier a cabeça. O resultado será uma relação de músicas parecidas, senão o nome e a própria canção pesquisada. O banco de dados do site é alimentado pelos próprios usuários que precisam fazer um registro gratuito antes de usar. 2 Tudo sobre cinema Para acompanhar dicas, lista de filmes mais assistidos e trailers dos próximos lançamentos a Internet está repleta de opções. Entre elas, o site www.filmesdecinema.com.br oferece dezenas de novidades todos os dias para os amantes das telonas. Lá você pode conferir as maiores bilheterias da semana, os dez melhores filmes na opinião do público e da crítica, além de sinopses, elenco e comentários atualizados.


[ LER ]

O futuro ao alcance dos dedos Há décadas os filmes de ficção previam o que hoje já é uma realidade. Os tablets chegam ao mercado com ares de futuro e não tem mais jeito: agora todo mundo quer ter um. O iPad, novo “brinquedo” da Apple é um mix de computador, agenda, livro e jornal. Tem um design clean – simples, porém eficiente. Acessa Internet, lê email, roda vídeo, baixa foto, toca música. Seu maior concorrente é o Galaxy Tab, da Samsung. O aparelho permite tirar fotos e conversar por meio de vídeo em câmeras frontais e na parte de trás. Além disso, pesa 380 gramas, ou seja, bem menos que o iPad, que pesa 680 gramas (o modelo sem 3G) e 730 gramas (a versão com). A decisão é sua.

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[ O U VI R ]

Yes,

nós temos vozes

O que o Brasil tem de melhor na música, certamente as antenas do Vozes do Brasil já captaram. O projeto é da jornalista Patrícia Palumbo, que faz entrevistas e reportagens com os principais nomes da MPB da atualidade. E se alguém novo está pintando no mercado, com certeza estará por lá também. O Vozes do Brasil tem site, revista e programas de rádio. Os paulistanos ainda têm a chance de conferir o Vozes ao Vivo, uma programação itinerante que leva artistas brasileiros para os palcos em parceria com o SESC-SP. Veja tudo aqui: www.vozesdobrasil.com.br. Música para ler Tanta história boa para contar só podia resultar em uma coisa. Ou melhor, duas: Patrícia já publicou dois livros reunindo entrevistas marcantes, matérias sobre personalidades da música brasileira, fotos e curiosidades sobre o mundo da música. A primeira obra apresenta entrevistas exclusivas realizadas com gente como Arnaldo Antunes, Cássia Eller, Daúde, Ed Motta, Lenine, Luís Melodia, Paulinho Moska, Zeca Baleiro e Zélia Duncan. A segunda traz Vanessa da Mata, figura carimbada no Vozes do Brasil desde o início da sua carreira. Além dela, o livro também tem Rita Lee, Adriana Calcanhotto, Nando Reis, Tom Zé e outros.

Histórias para ouvir A primeira emissora que deu “voz ao Brasil” foi a Musical FM, de São Paulo. Todos os dias Patrícia Palumbo assumia o comando às 19h, tirando “A voz do Brasil” do ar. Logo o programa migrou para a Eldorado FM, onde já comemora 10 anos no ar e hoje está presente todas as semanas também na Rádio Inconfidência FM (Belo Horizonte), Lumen FM (Curitiba), Litoral FM (litoral paulista) e Educadora FM (Bahia).

PLAYLIST | Patrícia Palumbo Dica de especialista a gente ouve sem pensar duas vezes. No seu playlist, tem muita coisa nova e muita coisa antiga. Mas tudo é coisa boa, então vale a pena conferir:

1 Tulipa Ruiz Só sei dançar com você 2 Arnaldo Antunes Se tudo pode acontecer 3 Zélia Duncan Telhados de Paris 4 Barbara Eugenia A chave 5 Zeca Baleiro Muzak 6 Carlinhos Brown Covered Saints 7 Vanessa da Mata Você vai me destruir 8 Céu Cumadi 9 Verônica Ferriani Com mais de trinta 10 Diogo Poças Pedacinho de vida

LUMEN | Um dos canais de divulgação dos projetos da Patrícia Palumbo é a Rádio Lumen FM, do Grupo Lumen de Comunicação, mantido pela Associação Paranaense de Cultura, uma entidade marista. 12


[ OUVIR ]

Tudo isso é

Vanessa

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Geraldo Pestalozzi

A Vanessa é da Mata, do Brasil, da MPB. Com seu estilo todo particular, ela tem cara de música e natureza. Seu mais novo trabalho, o álbum “Bicicletas, Bolos e outras alegrias”, traz um pouco de tudo isso com muita leveza. Sem um padrão definido, as composições da cantora e intérprete mato-grossense criam uma mistura provocativa. Tem letra falando de amor, de sonhos, de felicidade. E tudo com muita luz. Como define Mia Couto, renomado escritor e poeta moçambicano, ao falar sobre a nova obra, “cada canção é uma janela. Que se abre para o lado de dentro do Sol”.


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[ PÁ G I N A S A ZU I S ]

TRANSFORMAR É PRECISO

Em entrevista à Brasil Marista, Ir. Emili Turú Rofes fala sobre a importância de colocar as pessoas como protagonistas da sua própria história

As responsabilidades e a agenda mais que lotada do Superior Geral dos irmãos maristas apenas reforçam as características que o destacaram como um grande líder. O espanhol Emili Turú se mantém focado na necessidade de cada jovem e na realidade de cada comunidade espalhada pelo mundo. Além disso, investe todos os seus sonhos, orações e trabalho na construção de um Instituto empreendedor, jovem e acolhedor. Enfim, um Instituto Marista cada vez mais parecido com seu fundador: São Marcelino Champagnat. Ir. Turú foi um dos responsáveis pela Assembleia Internacional da Missão Marista, realizada em Mendes (RJ), em 2007, e pela criação de diversos grupos de trabalho, relativos à Pastoral Juvenil Marista, à formação universitária, à missão marista e à coordenação das obras sociais, entre outros. Sua comunicação fácil e o domínio de vários idiomas reforçam a vocação de criar elos, unindo as experiências de irmãos maristas e leigos pela construção de um mundo melhor. Emili Turú esteve no Brasil em 2010 e visitou a sede da União Marista do Brasil, em Brasília, quando concedeu esta entrevista à Monica Kondziolková , Assessora de Relações Interinstitucionais da ­UMBRASIL.

Brasil Marista - Como o senhor tornou-se um religioso? Quando o seu coração recebeu o chamado à missão marista?

Ir. Emili Turú - Um chamado tem sempre uma dimensão de mistério. É curioso. Em Barcelona, os padres sempre me “perseguiam” intencionando o meu ingresso no seminário. A possibilidade de ser marista veio se construindo a partir da convivência durante a minha formação. Foi um namoro. Mas senti com mais força o chamado durante o noviciado. Foi quando senti a convocação do Senhor para a missão. Este chamado veio se confirmando durante toda a minha vida. Não me imagino em outra função, em outro lugar, vivendo a vida de outra maneira.

Na sua mensagem aos jovens do 1º Congresso Nacional da Pastoral Juvenil Marista o senhor destacou que acredita que as pessoas de todo o mundo possuem um extraordinário desejo de unidade. Como cada pessoa pode fazer a sua parte para vencer as barreiras culturais, sociais e se unir em uma só família?

O desejo de unidade se traduz numa profunda nostalgia de algo que se perdeu no caminho. A humanidade é uma só. O problema é percebê‑la como tal. É fato que temos culturas diferentes, hábitos distintos, mas nos vemos e vivemos como caixinhas separadas. O cosmos é um todo e nós somos mais que um, uma parte integrada

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[ PÁGINA S AZUI S ]

“É preciso cultivar o silêncio. O silêncio é o que menos há

nos dias atuais e é o que mais falta em nossa sociedade”

no todo: a humanidade. A experiência mística possibilita viver em profundidade a essência da vida e sentir a unidade. Esta vivência nos permite reencontrar esta essência, particular em cada um. Vivemos num mundo que nos impulsiona na direção contrária À unidade. Qual seria a dica que o senhor nos daria para entrar em contato com a essência da vida em nosso cotidiano?

Não é algo que se busque na Lua. Em realidade somos um e a experiência de unidade está dentro de nós mesmos. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, em qualquer circunstância, pode entrar em contato com a sua essência e sentir esta unidade. O silêncio é uma porta para esta interioridade. Mas também há outros momentos que nos possibilitam esta experiência, como o contato com a música, com as artes visuais, com a poesia, com a literatura... É preciso cultivar o silêncio. O silêncio é o que menos há nos dias atuais e é o que mais falta em nossa sociedade. O silêncio e o contato com a essência da vida fazem aflorar o que há de melhor em cada pessoa. Qual a importância da participação dos leigos na missão marista compartilhada rumo a uma sociedade mais atenta às necessidades dos menos favorecidos e na formação de pessoas justas, dignas e solidárias?

O que sentimos é imperativo: temos de trabalhar juntos. Não se trata de formar os leigos, mas de juntar nossas experiências. Juntos nós estamos nos formando, a partir de nossas diversas vivências. A riqueza está nesta mistura. Juntos nós vamos construindo o rosto mariano da Igreja. Este rosto mariano tem características singulares: é circular, fraterno, de serviço, aberto, acolhedor... 18

Um rosto amável, distinto, que seja atrativo para os jovens pela maneira de ser e estar no mundo. Desde que o senhor foi eleito Conselheiro-geral e agora, como superior geral, vem promovendo importantes discussões sobre a missão e a criação de diversos grupos de trabalho, relativos à inserção dos jovens nas ações desenvolvidas pelo Instituto Marista. O desejo de seguir Champagnat continua mobilizando jovens em todas as partes do mundo?

Champagnat tem um rosto atrativo para os jovens e continua a encantá-los nos cinco continentes. Penso que é algo ligado à sua personalidade que atrai os jovens, sua maneira de ser, de se relacionar com as pessoas e com o mundo à sua volta. Uma pessoa jovem, que com menos de 30 anos já havia fundado o Instituto Marista, um empreendedor acolhedor e cálido. Desde o início, seu trabalho no Instituto Marista foi focado na formação dos jovens Irmãos. Quais são os maiores desafios espirituais na vida religiosa e também cultural destes novos vocacionados?

O maior desafio é o cultivo da interioridade. O jovem é por natureza um ser espontâneo, cheio de energia e estímulos e a prática da interioridade, neste contexto, é mais difícil. Além disso, o jovem de hoje vive numa sociedade em que tudo o leva numa direção contrária a da interioridade. Nas pessoas mais velhas esta prática é mais fácil. O jovem acaba vivendo na superfície, em movimentos acelerados e isso faz com que ele perca o que dá sentido à vida em meio a todo este contexto externo, em que é preciso lidar com o inesperado a cada dia. Já a compreensão da mística pelo jovem é mais fácil, pois ele está em busca de algo que corresponda aos seus anseios. Ele está em busca de respostas. É preciso trabalhar estruturas pessoais que possam lidar com o exercício da interioridade, numa dimensão profética mística. Mas isso é algo que se conquista com a caminhada, algo que o jovem vai acertando com o tempo. Em sua opinião, como a escola marista pode formar o bom cidadão?

Chamou-me a atenção, no Brasil, a altura dos muros que rodeiam as casas, muitas vezes ainda ornamentados com redes de eletrochoque


ou outro aparato que dificulta ainda mais a sua transposição. Viajando pelo mundo e observando as casas em outros países constatei que não há muros nas casas nos países em que a diferença entre os ricos e os pobres é menor. Daí, nós podemos inferir que a altura dos muros pode ser proporcional ao tamanho da diferença entre as classes sociais de uma nação. Mudar esta realidade, sem dúvida, tem impacto na formação dos cidadãos que compõem a nação, uma vez que ela pode ser determinante na continuidade desta diferença, que pode se alargar cada vez mais, distanciando dois mundos, que são parte de uma mesma nação.

“A formação de bons cristãos e de virtuosos cidadãos é

aquela que coloca o sujeito

no centro da ação educativa, como protagonista, capaz de

transformar a realidade à sua volta”

Qual o maior desafio?

Os maristas no Brasil vivem as duas realidades, de pobres e de ricos, e agem sobre elas ao empreenderem colégios que atendem a classe mais abastada da população, bem como a classes menos favorecidas da sociedade brasileira. Um desafio seria criar pontes entre estes dois mundos, que possibilitassem enxergar as distintas reali-

dades com um olhar crítico e solidário. A formação de bons cristãos e de virtuosos cidadãos é aquela que coloca o sujeito no centro da ação educativa, como protagonista, capaz de transformar a realidade à sua volta. E este é papel da escola, da família, da sociedade, de todos nós.

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[ ESTI LO DE VI DA ]

RELAXAR

É PRECISO A falta de tempo não é desculpa para você não ter uma atividade relaxante depois de um dia de trabalho

Q

uando pensamos na figura de um diretor de uma instituição educacional, logo idealizamos um perfil totalmente voltado para as questões acadêmicas ou até mesmo administrativas. Com Robert Carlisle, diretor executivo do Instituto Católico de Santa Catarina e vice-reitor da UNERJ, não é bem assim. Ele divide seu trabalho com um hobby que em poucos anos virou uma grande paixão: o caratê. Ele é uma das muitas pessoas que descobriram que se dedicar a um hobby pode fazer muita diferença na produtividade e na qualidade de vida. Se você é do tipo que alega não dispor de um minuto livre para atividades que nem de longe lembrem suas tarefas profissionais ou seus afa20

zeres domésticos, saiba que sua chance de desenvolver o estresse e todos os problemas que ele acarreta é maior que a das pessoas que têm um hobby. Saiba, também, que encontrar tempo para uma ocupação capaz de desviar sua atenção das preocupações com o trabalho é uma questão de definir prioridades. “O organismo humano pode ser comparado a um carro”, diz a médica Alexandrina Meleiro, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Colocá-lo para trabalhar durante horas seguidas todos os dias da semana pode provocar superaquecimento e diminuir a vida útil do motor.”


Divirta-se e viva melhor Confira um passo-a-passo para encontrar seu hobby

1

O início

2

Tempo com a família

3

Convívio social

4

Efeito contrário

Encontrar tempo para as atividades extras é mais fácil do que parece. “Quando a pessoa faz algo por prazer, o tempo deixa de ser um problema”, diz o cardiologista Bernardino Tranchesi, de São Paulo. Considerando esse aspecto, e dentro das possibilidades financeiras de cada um, qualquer atividade pode transformar-se num hobby. A pessoa pode, por exemplo, dedicar-se a uma coleção de selos. Ou praticar algum esporte. Ou trocar mensagens com desconhecidos pela Internet. Ou ainda ter aulas de danças de salão, assistir a filmes clássicos no DVD ou mesmo desenvolver uma atividade mais complexa.

Um cuidado importante é impedir que o hobby termine por tomar todo o tempo livre e acabe afastando a pessoa da convivência com a mulher, o marido ou os filhos. Bem administrado, no entanto, o passatempo pode, inclusive, proporcionar momentos agradáveis de reunião familiar.

Muitas atividades combinam a recreação com a possibilidade de encontrar os amigos ou ampliar o círculo de relacionamento. “Nos momentos de lazer, as pessoas estão desinibidas, e os relacionamentos são muito mais próximos do que no ambiente de trabalho”, afirma a psicóloga Maria Aparecida Carrijo.

É preciso ter o cuidado de evitar que o passatempo se transforme em obsessão e em fonte adicional de preocupação. “Quem for tão exigente com seu desempenho no passatempo quanto é no ambiente de trabalho nunca conseguirá relaxar”, diz o engenheiro Flávio Próspero, um dos fundadores da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, entidade que desenvolve programas de melhoria do ambiente de trabalho em grandes empresas. “A atividade profissional também deve ser prazerosa, para que os momentos de lazer não se reduzam a mera compensação das frustrações do escritório.”

21


João Borges

[ ESTI LO DE VI DA ]

o passar do tempo. Certamente o pensamento de “estou velho para recomeçar” passou pela cabeça de Carlisle, mas a determinação foi maior e em pouco tempo adquiriu o condicionamento físico necessário superando seus próprios limites. Ambientado com essa “vida dupla”, o diretor alega que o esporte não apenas contribuiu para melhorar sua forma física, como também resgatou aquele espírito de coleguismo comum dos treinos, além de favorecer a capacidade de concentração, resistência e poder de decisão, fatores que elevam a eficácia do seu trabalho. “O caratê é uma filosofia, através dele eu desenvolvi a disciplina e o sentimento de hierarquia. É um esporte para a vida”, frisa.

Robert Carlisle, durante treinamento de caratê

Ele conta que um dos fatores que mais o impulsionam a buscar sempre o melhor de si é o seu senso de autocrítica. Segundo Carlisle, a conquista da faixa preta é um objetivo, mas até lá há muito caminho pela frente e ele está disposto a encarar. “Eu trabalho para alcançar a categoria mais alta, mas antes disso, para mim o caratê é uma forma de alcançar o equilíbrio e o controle emocional”.

Em busca de equilíbrio Estimulado por alguns colegas que já praticavam a arte marcial, Carlisle incorporou o treinamento ao seu cotidiano e encontrou, através disso, o caminho para o desenvolvimento das habilidades do corpo e da mente. Para ele, o esporte alia exercício físico e meditação, auxiliando no desempenho das atividades através de técnicas de respiração e controle emocional. É dessa forma que duas representações opostas podem se desenvolver em sintonia com a vida profissional e pessoal do diretor. Dando início aos treinos com 53 anos, Carlisle prova que empenho e determinação nada têm a ver com a idade – em sete anos conquistou a faixa marrom (subindo a média de uma faixa por ano) no esporte no ano passado. Ele comenta que desde criança sempre gostou muito de praticar esportes, intercalando entre natação, futebol e até mesmo vale-tudo. Mas depois de anos longe do tatame, o desafio do caratê foi encarado pela vontade de retornar às atividades que foram deixadas de lado com 22

Campeonato mundial Além de renovar sua vida pessoal e profissional a partir da prática dessa atividade - no ano passado - quando era Pró-reitor da PUCPR, Carlisle foi um dos responsáveis pela organização do XV Campeonato Mundial de Caratê, realizado na universidade. Foram 30 países concorrendo com seus melhores competidores e a seleção brasileira encerrou a edição com uma inesquecível campanha ao conquistar três medalhas de bronze (Kata feminino por equipes,Fukugo masculino e Enbu Misto) e o ouro no Kumitê masculino por equipes. “Acima de tudo, sediar esse evento foi uma grande conquista para todos nós”, comemora.


GENTE

não deiXe o mundo Passar! A cada ano a vida parece correr mais rápido, as novidades são mais frequentes e a tecnologia ultrapassa nossa compreensão. Para onde vamos? Essa é a dúvida que paira no ar. Mas de uma coisa nós sabemos: não dá para sentar e esperar, este é o momento de fazer e acontecer.


[ C APA ]

Revolução

silenciosa

Jovens podem fazer a diferença no processo de fiscalização dos representantes. Para isso contam com uma arma poderosa, a internet. Mas especialistas garantem que sem educação e consciência política, movimento perde a força

Por Luís Fernando Carneiro e Vivian Fiorio Ilustração Pedro Falcão 24


P

assadas as eleições, o país entra em um novo ciclo e é preciso continuar a observar e discutir sobre política. Pesquisas revelam que grande parte dos brasileiros não se lembra em quem votou, passados poucos meses das eleições. Lançamos, portanto, um desafio: enquanto as propostas dos candidatos estão ressoando em nossos ouvidos, que tal mantermos o saudável hábito de acompanhar o que nossos representantes farão nos próximos anos? Em entrevista exclusiva (páginas 54 a 58) à Brasil Marista, o senador Pedro Simon (PMDB/RS) comemora a importância do momento político

no país, com a consolidação de uma democracia efetiva, e reafirma o convite para que a sociedade participe. “É preciso que a população n ã o perca de vista os seus representantes, inclusive aqueles em quem não votaram. A história do país, num futuro breve, será tão boa quanto for a nossa participação”, alerta. S i m o n destaca que as grandes transformações que aconteceram na política brasileira não vieram de dentro, mas da participação popular, sobretudo dos jovens. Essa tentativa de resgate do espírito da democracia, com o exercício de uma cidadania consciente, encontra nos jovens seu foco principal. Bem diferente daquela turma que não esperava a notícia esfriar para dominar as ruas em voz de protesto, a manifestação hoje pode ser um pouco mais silenciosa, mas também tem grande potencial. Isso porque o jovem hoje protesta de outra forma, atrás da tela do computador. Sozinho no seu quarto, na escola ou entre amigos, as ruas foram substituídas pela conexão de banda larga, o megafone deu lugar às redes sociais e o grito, mesmo que tímido, pode atravessar continentes. Rubens Figueiredo, cientista político pela Universidade de São Paulo e especialista em marketing eleitoral, não é tão otimista. Segundo ele, o mundo está mais participativo, mas de uma forma passiva. “O sujeito recebe um e-mail político qualquer, gosta e passa adiante. Está participando? Está. Mas a qualidade da participação é baixíssima. A diminuição drástica do custo da informação também gera maior facilidade de mobilização. As redes sociais expressam isso. Não podemos confundir isso com aumento de interesse por política”, explica. 25


[ C APA ]

Sonia Barboza, coordenadora do Movimento Voto Consciente na Câmara Municipal de São Paulo, acrescenta que todo esse poder elencado pela força do alcance da Internet, no entanto, de nada servirá se o povo não tiver interesse ou consciência para fazer algo pela realidade política do país. Talvez hoje a fórmula seja parar de olhar para o passado e desejar que o jovem atual seja o mesmo de 20 ou 30 anos atrás. Sonia alega que toda a cultura e ocasião política da época exigiam e formavam uma consciência que não está mais presente e nem mesmo constituiu a história dos garotos e garotas de hoje. Parte dessa trajetória é influenciada diretamente pelas necessidades de cada geração: “na aclamada década de 80, por exemplo, o fim da ditadura e a briga pela redemocratização do Brasil envolviam a todos em um clima de expectativa e esperança sobre o que seria do futuro do país. Hoje, ao fim da primeira década do século XXI, o cenário político é outro e, consequentemente, os sonhos e desejos da população também mudaram”, explica.

AULA DE CIDADANIA

Pensar em política nos remete ao governo, às eleições e formação de partidos. No entanto, a prática da política começa muito antes disso. É na escola que as pessoas vivenciam suas primeiras experiências que serão estendidas para o convívio familiar e social: essa é a política do cotidiano, que prepara a criança e o adolescente

para a tomada de uma consciência maior como futuros eleitores. Essa base da educação foi determinante para a carreira do vereador do município de Uruguaiana (RS) , Ronnie Mello (PP/RS). Para ele, ex-aluno do Colégio Marista Sant’Ana, em Uruguaiana (RS), a lição que carrega por toda a vida foi aprendida nesse importante período de vivência estudantil: “O papel da escola é de ajudar o aluno a desenvolver o senso crítico de forma que no futuro ele possa fazer valer os seus direitos de cidadão com plenitude”. Ronnie acredita que a questão toda passa pela construção dos valores do indivíduo. Para desenvolver essa consciência do jovem cidadão, capaz de lutar por seus direitos, conhecer seus deveres e atuar de forma participativa, segundo ele, é preciso que sejam desenvolvidos valores como ética, responsabilidade, respeito e dignidade. Sobre isso, Rosangela T. Giembinsky, vice-diretora do Movimento Voto Consciente, reforça que o espaço estudantil é crucial na descoberta e estímulo do espírito de liderança, sem contar que representa um dos principais núcleos de formação da consciência política. Ela acredita que a escola deve orientar o jovem para a participação política de acordo com a realidade da sua geração. Se hoje vivenciamos essa geração virtual, nada mais lógico do que direcionar essa participação na Internet. “Temos visto crescer as mobilizações através da web. Com as inúmeras possibilidades e recursos neste sentido, acreditamos que será uma forma possível, e cada vez mais crescente, para trabalhar a conscientização política nos jovens”, reflete. O estudante de Direito da PUCPR Edenir Zandoná Neto é um desses jovens que encontram na Internet um meio de se manterem atualizados sobre o que ocore no Distrito Federal. “Com a facilidade de acesso à rede, hoje consigo me atualizar em diversos jornais on-line. Além disso, a web me ajuda a investigar o passado dos candidatos políticos”, comenta. Rosangela comemora esse aumento das mobilizações virtuais, que traz inúmeras possibilidades e recursos neste sentido. “Acreditamos que será uma forma possível e cada vez mais crescente para trabalhar a conscientização política nos jovens”, reflete.

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fique na coLa deLes! Na iNterNet PARA SABER O QuE OS POLíTiCOS ESTãO FAZENDO, CONHECER SuAS PROPOSTAS E DECRETOS APROvADOS E ENTENDER COMO FuNCiONA A POLíTiCA NACiONAL: http://www.portaltransparencia.gov.br http://www.votoconsciente.org.br/site http://www.senado.gov.br/noticias/tv http://www2.camara.gov.br http://www.presidencia.gov.br

http://www.planalto.gov.br/leg.asp http://contasabertas.uol.com.br/WebSite http://www.democracia.com.br http://www.informacaopublica.org.br http://www.politicosdobrasil.com.br

PARA DESENvOLvER O SENSO CRíTiCO E CONHECER OS DOiS LADOS DA MOEDA: http://www.cartacapital.com.br http://oglobo.globo.com/pais/noblat http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo http://www.claudiohumberto.com.br/principal http://www.luistorres.com.br http://veja.abril.com.br/blog/mainardi

http://blog.opovo.com.br/politica http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite http://www.midiaindependente.org/pt/blue http://www.prosaepolitica.com.br

Na tV As emissoras da Tv Senado, Tv Câmara e Tvs legislativas locais transmitem sua programação diária em canais sintonizados por antena parabólica ou de Tv por assinatura. Os canais variam de acordo com a operadora ou a região. Além disso, a Tv Senado pode ser acompanhada em canal aberto nas cidades de Salvador (53 uHF), Manaus (57 uHF), Recife (55 uHF) e João Pessoa (40 uHF).

No rádio Sintonize a Rádio Senado FM nas frequências: brasíLia: 91,7 mhz

nataL:106,9mhz

cuiabÁ: 102,5 mhz

fortaLeza: 103,3 mhz

Outras regiões podem acompanhar a programação sintonizando a antena parabólica para captar o sinal que é enviado junto à Tv Senado. Confira no canal de serviços do site www. senado.gov.br. você também pode conferir a programação da Rádio Câmara FM na frequência 96,9 MHz.

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Buraco negro

Em entrevista concedida ao jornal Correio Braziliense, o jornalista e apresentador Marcelo Tas alega que há razões de sobra para que o jovem de hoje caia no “buraco negro” do desinteresse pela política. Aliás, o ato de “desligar-se” do assunto não deve necessariamente revelar um real desinteresse: pode representar um manifesto “cansado” de alguém que já cresceu ouvindo falar que a política no Brasil nunca vai melhorar. Nesse quesito, o exercício da cidadania busca apoio na escola. É através daí que a educação atuará como contraponto na formação de uma geração que já nasceu conectada à Internet. Segundo Tas, as instituições de ensino ainda estão engatinhando nessa nova realidade. Para ele, o caminho é “ajudar o aluno a se locomover no meio dessa gigantesca massa de informação”, pois aprender a dominar esse universo propõe

um melhor aproveitamento das vias comunicacionais que serão direcionadas para este fim.

É preciso entender o valor do voto Confira o depoimento de Sálvio Medeiros, aluno do Ensino Médio do Colégio Marista de Brasília Os jovens podem participar da política por diversos meios, como a manifestação popular, a associação a movimentos juvenis e/ou estudantis, e o voto. Esta, na democracia, é a mais eficiente ferramenta de atuação política, que garante participação direta na condução do país. Seu poder, contudo, ainda não é compreendido por muitas pessoas. A juventude se divide entre um grupo que atua ativamente na política e outro desmotivado a fazê-lo por causa de toda a corrupção evidenciada no Brasil. É este segundo que não vota por pensar que um único voto não faz diferença, ou que vota, mas não no candidato que julga melhor. Vendo um candidato que desaprova à frente nas pesquisas, essas pessoas votam em seu adversário mais forte ou nele próprio. Ainda está por cair a crença de que se seu candidato perder, você “perdeu seu voto”. Essa situação leva a uma outra maneira de os jovens atuantes contribuírem politicamente: conscientizar os desmotivados do papel que seu voto ou a ausência deste tem para o desenvolvimento da política no nosso país.

Precisamos conscientizar os desmotivados do papel que seu voto ou a ausência deste tem para o desenvolvimento da política no nosso país 28


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[ C APA ] REDES SO C IAIS

VELOCIDADE MÁXIMA Redes sociais são responsáveis por uma grande revolução e é preciso saber conviver com essa nova realidade

O

mundo caminha para uma era que supera todas as barreiras culturais e territoriais. Assim se faz a mágica do universo virtual, que transpõe fronteiras e amplia as dimensões, criando uma nova visão global. No Brasil, poucos anos foram suficientes para transformar uma geração, fruto da evolução dos meios, nascida em uma época que já não se questionam distâncias e diferenças como antes. Por isso, lidar com o jovem de hoje é como reaprender a conviver em comunidade dentro de uma sociedade sem limites. Abre-se mão dos recursos ultrapassados em busca de uma conversão de valores e perspectivas traduzidos por um processo que vai além da adaptação: compreender o jovem de hoje exige envolvimento com o seu mundo. O jornalista e coordenador do centro de especialização em Jornalismo Digital da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Marcelo Träsel, alega que o advento da popularização e crescimento das redes sociais é um reflexo desse alcance revelando um novo posicionamento diante da vida. Para ele, as redes sociais oferecem aos jovens a possibilidade de encontrar pessoas com interesses semelhantes aos seus, por mais específicos que sejam. Segundo Marcelo, essa é uma grande evolução. “Há poucas décadas, um sujeito que gostasse de, digamos, música dodecafônica e morasse numa cidade muito pequena provavelmente não teria com quem conversar sobre o assunto”, alega e complementa: “mas com a Internet, um 30

indivíduo pode estar na menor vila do mundo, mas pode encontrar habitantes de qualquer país com interesses afins”. O professor ainda ressalta que não se trata de um novo fenômeno, mas sim de uma evolução natural da socialização. Sites como o Orkut, Twitter ou Facebook surgem apenas como ferramentas que podem ligar o indivíduo hoje com o universo de transformação a que ele se propõe. Funciona como um espaço onde as relações tornam-se visíveis, quase palpáveis – para integrar essa rede basta entrar no campo virtual, mas, de toda forma, a relação em si ainda é pessoal. Diversas pesquisas são realizadas no Brasil acerca do aumento progressivo da popularidade das redes na Internet. Para Marcelo, a busca se deve provavelmente a características próprias da população de um país tão grande e de cultura tão miscigenada como o nosso. “Deve ser a mesma particularidade social que leva o Brasil a ser o país com mais edições do Big Brother. Parece que gostamos de nos exibir e de bisbilhotar a vida dos outros”, comenta. Redes virtuais na vida real Tanto se questiona sobre a utilização da Internet como apoio e fonte de informação que as redes sociais parecem marginalizadas no processo de educação. Aqui, valemos da argumentação de profissionais especializados no assunto no intuito de absorver essa nova tendência. A jornalista Raquel Recuero, de Pelotas (RS), também


“É preciso ter em mente que as redes sociais na Internet não são algo separado do cotidiano. Elas são um reflexo do mundo material no mundo virtual” (Raquel Recuero)

professora e pesquisadora na área, alega que a educação não deve ser pensada como uma via única, incapaz de associar métodos que visam à ampliação do conceito de universalidade cultural, por exemplo. No seu site Social Media (www.pontomidia. com.br/raquel) , a jornalista alega que “aprender é um processo social” e, portanto, redes como o Orkut, Facebook, Twitter e Youtube podem aprimorar o aprendizado, ampliando sob diversos aspectos a realização social e a visão de mundo do jovem. Isso porque, apesar do lado negativo – ou dispersivo – da Internet, não há como negar que a comunicação exercida virtualmente também faz parte do processo. O que os educadores devem estimular é o uso e a apropriação das ferramentas de forma criativa, mesclando diversão e aprendizado. Segundo Raquel, a utilização das redes como ferramentas de discussão, troca de informações e construção do conhecimento “não serve apenas proporcionar um ambiente de discussão, mas auxiliar o próprio processo de construção do conhecimento”. Marcelo Träsel ainda ressalta a importância de as instituições de ensino incorporarem uso das redes sociais como forma de estimular a troca de informações. “Penso que as escolas deveriam incentivar o uso das redes sociais e cumprir o papel de orientar os alunos para tirarem o melhor proveito possível dessas ferramentas de comunicação”, defende.

74% dos lares e ambientes profissionais do país têm acesso ao Orkut, somando mais de

27 milhões de usuários

O Facebook, em 6 anos de existência, atingiu a marca de

500 milhões de usuários

em todo o mundo. No Brasil o site já ultrapassa

6 milhões de INSCRITOS

Diante do crescimento da rede Facebook, há rumores de que o Google está desenvolvendo uma rede social para ampliar a concorrência na área: será chamado

Google Me

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[ CAP A ] ENTREVISTA SENADOR PEDRO SI M ON

Com a palavra, o

professor Por Luís Fernando Carneiro

À

s 13h57 horas entro no gabinete do senador Pedro Simon (PMDB/RS), em Brasília (DF), e sou atendido pelo seu assessor de imprensa. Conversamos brevemente sobre como será a entrevista e às 14h toca o celular. Era o senador, no plenário, comunicando que já estava disponível para a entrevista agendada. A olhares menos atentos, a pontualidade e a cordialidade do senador gaúcho podem não dizer nada. A mim, confesso, foi um belo cartão de visitas. Afinal, as virtudes escondem-se não em grandes feitos - que, aliás, ele tem aos montes para contar - mas nas pequenas atitudes. Pedro Simon faz parte da história política brasileira. Aos 80 anos, quando muitos gozam do direito a uma aposentadoria tranquila, ele esbraveja em alto e bom som na tribuna, clamando por moralização e transparência no Brasil. No dia da entrevista, que foi dividida em antes e depois do seu pronunciamento, o tema escolhido foi o Ficha Limpa. Inspiradoras, suas palavras pela democracia e contra a impunidade. O único fato a se lamentar é de que era possível contar nos dedos o número de senadores presentes na Casa. No seu quarto mandato como senador, o advogado e ex-professor universitário Pedro Simon dá aula de postura política. Nesta entrevista exclusiva à Brasil Marista, falou sobre alguns de seus assuntos preferidos: família, política e, principalmente, a participação do povo nos rumos do país. Qual a sua ligação com o Marista?

Eu e meus filhos, os dois mais velhos, fizemos o ginásio, científico, no Colégio Marista Rosário e nos formamos em Direito na PUCRS, que na minha época era no mesmo prédio do colégio. Eu tive um filho, que faleceu com 10 anos, e até essa idade também estudou no Marista. Hoje, o Pedrinho, que é do segundo casamento, estuda no Maristão, aqui em Brasília. Isso sem falar de primos e sobrinhos. Então posso dizer que a minha família é marista. Como avalia essa relação?

Eu tenho uma ligação muito grande com a instituição. Eu tive uma vida estudantil muito intensa e toda ligada aos maristas. Fui presidente do Grêmio Estudantil Rosariense e do curso de Direito da PUCRS. Eu tenho dito na tribuna muitas vezes que o que eu sou eu devo muito aos ma32

ristas. A maneira de ser, a organização. Na minha época, tu eras fruto da tua família, do teu colégio e da tua religião. Acredito que muita coisa mudou...

Sim, hoje em dia eu fico triste porque há muita informação e vejo pelo meu filho Pedrinho, que é um ótimo menino, que quem direciona muito do que ele pensa não é a família, nem a religião, mas a televisão. Eu tenho insistido muito nesse ponto: a televisão não pode ocupar na sala o lugar que era da família. Hoje quem orienta a família brasileira são as novelas da Globo. Não é exagero?

Com certeza não. Estes dias esteve aqui (no Senado) o autor Silvio de Abreu. Ele explicou que as novelas são orientadas pelo Ibope, que


é medido minuto a minuto. E a informação mais curiosa é que o povo muitas vezes passa a torcer pelo outro lado. Entre o marido certinho e um malandro que aparece na história, faz-se a pesquisa sobre com quem a mulher tem que ficar e o povo opta pelo segundo. O Brasil é o país da impunidade. Isso reflete na Política?

Eu não sei se a novela copia a vida ou se a vida copia a novela. O brasileiro não aprendeu a votar?

Não existe país no mundo que tenha uma metodologia tão competente como a nossa para fa-

zer eleição. Para fazer eleição, ninguém melhor do que nós, na formulação, na contagem, na busca do eleitor. Agora, na campanha, no resto, falta muito. O Ficha Limpa é a primeira mudança do que deve acontecer no Brasil. Nós temos que ter voto distrital, só dinheiro público na campanha, não podemos ter 50 partidos. Nós precisamos de moralização. O senhor esteve presente em grande parte da história política brasileira. Como sobreviver nesse meio?

Com muita luta. Eu estou com 80 anos e comecei lá no Rosário, no ginásio. Com 15 anos, presidente do Grêmio Estudantil, com 20 e tantos anos, fui eleito vereador e, nestes anos todos 33


[ C APA ]

não fiquei um dia sem mandato. Passei de vereador a deputado, de deputado a senador, de senador a ministro, depois passei a governador e voltei ao senado. E foram lutas difíceis. Qual a importância da mobilização jovem?

IRMÃO OTÃO, UM SEGUNDO PAI “Ir. José Otão foi uma das figuras mais fantásticas que conheci. Ele era diretor do colégio quando eu estava no Rosário. Ele foi a pessoa que construiu a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E quando eu fui para a universidade ele era reitor. Então formou-se uma amizade e um companheirismo de pai e filho. Meu pai queria que eu fosse médico e foi ele quem o convenceu de que eu devia ser advogado. Ele era uma pessoa que tinha garra. Ele queria ampliar a universidade e do lado tinha um Batalhão da Cavalaria do Exército e sabe quem era o comandante? Médici, que mais tarde viria a se tornar presidente. E ele foi falar com o Médici e eu fui junto, como representante dos universitários. A reunião estava indo muito bem até o momento que o Ir. Otão disse: “Olha, General, Cavalaria não tem porque existir mais...”. O homem virou uma fera e quase nos botou para fora da sala. Ele era apaixonado pela Cavalaria e acabou atrasando uns três ou quatro anos a obra. Precisou o Médici sair daquele Batalhão, mas, no fim, ele terminou comprando a área. Outra história interessante aconteceu quando eu era governador do estado. Fomos juntos a uma viagem ao Japão e no avião ele me mostrou o projeto do Hospital Universitário que iria construir. Ele estava com câncer e disse: “Eu sei o que tu estás pensando, que eu vou morrer em pouco tempo. Mas o que tu queres que eu faça? Eu vou esperar a morte deitado? Não, a morte vai me pegar trabalhando”. Enfim, ele construiu o hospital e morreu dentro do hospital prontinho que ele construiu.” 34

O jovem sempre teve um papel importante na história política do país. A mocidade foi para a rua para derrubar a ditadura. De dentro para fora as coisas não acontecem. Não foi o Congresso, os partidos, a Justiça. Para derrubar o Collor, foi a gurizada na rua. O Ficha Limpa agora também. Acredito muito no debate, na mobilização. Na sua avaliação, como foi a campanha na internet?

Infelizmente a participação e o debate na Internet não aconteceram. A Internet foi só negativa, com os boatos. Cá entre nós, aquilo foi uma desgraça. O que recebi de Internet falando mal da mãe, do avô, do bisavô desse, daquele, daquele outro, cá entre nós, foi insuportável. Muito, muito ruim essa campanha! O senhor lançou recentemente o livro “A Impunidade Veste Colarinho Branco”, com textos de sua autoria sobre a questão da impunidade no Brasil. Este é o grande problema do país?

Sim, e o pior é que é responsável por gerar outras mazelas, tais como a violência urbana, o analfabetismo e a falta de medicamentos, entre outras. A impunidade não é derivada da falta de leis, mas sobretudo resulta do descumprimento das existentes. O próprio sistema prisional brasileiro, ao invés de reabilitar os detentos para que tenham condições de viver em sociedade, funciona como uma “universidade do crime”, piorando sua situação. A impunidade dos que têm poder dá a todos a sensação de que não é preciso respeitar leis, de que tudo pode sem ser alcançado pelas leis. Daí a sonegação, a pirataria, a inadimplência, nem sempre motivada, e, obviamente, a corrupção. O Brasil é mesmo o país da corrupção?

Não, aqui não tem mais corrupção que na França, nos Estados Unidos, na Itália, no Japão. Em


qualquer lugar há corrupção. A diferença é que lá o cara é punido e no Brasil só vai para a cadeia ladrão de galinha. No Brasil, com qualquer cidadão que tenha um bom advogado não acontece nada. A impunidade que frequentemente se constata nas chamadas “camadas superiores” tem um efeito corrosivo sobre a comunidade em geral, porque contamina todos os setores da sociedade. Qual a importância do cidadão no processo político?

É importante salientar que fizemos uma eleição na mais absoluta normalidade. Estamos consolidando a democracia no país e isso é importante, estamos vivendo um longo período de democracia efetiva, dos mais longos da República. De agora em diante o desafio é outro: é preciso acompanhar, fiscalizar. É preciso que a população não perca de vista os seus representantes, inclusive aqueles em quem não votaram. A história do país, num futuro breve, será tão boa quanto for a nossa participação. Vamos voltar a falar sobre a sua família. O senhor falou de muitas mudanças do seu tempo de criança. O que na sua opinião não pode mudar?

É uma pergunta importante. No meu tempo, eram o meu pai e o meu professor que me contavam as principais novidades do mundo. Hoje é o meu filho que vira para mim e fala: “O senhor

“Aqui não tem mais corrupção que na França, nos Estados Unidos, na Itália, no Japão. A diferença é que lá o cara é punido e no Brasil só vai para a cadeia ladrão de galinha” viu aquilo, pai?”. O que não mudou e não pode mudar é a importância do diálogo. Muitas vezes, a nossa vida é tão intensa que a gente não dá a importância devida aos filhos. Eu e o meu filho estamos em permanente discussão. Ele fala, eu respondo, ele me critica, eu o critico. Ele me mostra uma coisa, eu mostro outra. E eu posso dizer, com emoção, que ele tem a cabeça no lugar. Eu e minha mulher somos muito presentes. Por exemplo, toda reunião dos professores ou eventos do colégio estamos lá. Na Páscoa, fiquei muito orgulhoso com o Pedrinho fazendo a primeira leitura na missa. Ele ensaiou mais de dez vezes, mas deu certo. Como é esse seu novo momento como pai?

Quando tive os meus dois primeiros filhos foi a época da ditadura e foi uma época muito difícil, em que não pude dar toda a atenção aos meus filhos. Agora é o contrário, agora não há nada mais importante que eu cuidar do meu filho. Acho que a gente começa a mudar o Brasil dentro de casa.

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ED U CA ÇÃ O

Juntos pela fé Alunos Maristas se juntarão a jovens de todas as partes do mundo para a Jornada Mundial da Juventude. O evento, que esse ano acontece em Madri, tem como objetivo celebrar a vida religiosa.


[ EDuC Aç ãO ]

seM

FroNteiras A JORNADA MuNDiAL DA JuvENTuDE 2011 LEvA MiLHARES DE JOvENS PARA MADRi

um encontro esperado por jovens do mundo inteiro. Festival de Rock? Não desta vez. Em 2011, a cidade de Madri, na Espanha, sediará a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), recebendo católicos de todos os continentes com um objetivo em comum: celebrar a vida religiosa. O evento acontecerá entre os dias 16 e 21 de agosto e quem for vai poder assistir a peças de teatro, exposições, mostras e shows durante toda a semana. Mas o que motiva ainda mais a galera é a chance de ver de perto e ouvir o pronunciamento do Papa Bento xvi – ato que marca a tradição da Jornada iniciada pelo Papa João Paulo ii. A história do evento, que teve sua primeira edição em 1986, viaja por países diferentes e já conseguiu reunir mais de 4 milhões de participantes. A oportunidade de conhecer o mundo, fortalecendo a consciência cristã, é mais um dos fatores que fazem da JMJ um encontro único. Além disso, durante as celebrações, os jovens poderão estar em contato com pessoas de culturas diferentes, fazer amigos e renovar a fé nos momentos de oração e meditação. Alunos dos colégios e universidades participarão do evento representando os Maristas do Brasil. Entre eles, os estudantes Lucas Alessandro Silva e Gabriel Bernardo Silva, ambos do curso de Direito da PuCPR, campus de Londrina. Eles foram selecionados para fazer parte da Comissão da Juventude e integrarão a turma que vai para Madrid. A relevância do evento aumenta a importância desse envolvimento dos jovens. Segundo Gabriel, “a comissão vem dar voz a toda a juventude dentro da instituição, oferecendo ao jovem um sentido de vida diferente, para que ele busque e lute por valores e sonhos que realmente valem a pena”.

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2002 toronto | Canadá

1993 denVer | Estados unidos

1987 buenos aires |Argentina


1997 Paris | França

1991 czestochoWa | Polônia

1989 santiago de comPosteLa | Espanha

1986 e 2000 roma | itália

2005 coLónia | Alemanha

1995 maniLa | Filipinas

2011 madri | Espanha

2008 sYdneY | Austrália

VeJa Por onde a Jornada JÁ Passou 39


[ EDuC Aç ãO ]

Para onde ir?

NA HORA DE ESCOLHER A PROFiSSãO, é iMPORTANTE QuE O JOvEM RECEBA A ORiENTAçãO NECESSáRiA PARA APRENDER A DETERMiNAR O QuE é RELEvANTE

i

do sentir e da compreensão do nformação é a palavra do mo“a vocação se que ele pode fazer pelo munmento. A geração dos anos manifesta através do em que vive a partir de suas 1990, que hoje encara os depróprias habilidades. safios de escolher a carreira que do entendimento vai seguir para toda a vida, é a de Quem somos, mesma que tem todo o tipo de Pedras No CaMiNHo da nossa visão conteúdo ao alcance das mãos. uma série de obstáculos pode desta esPetacular Aliás, não se trata apenas de atrapalhar e interferir na deuma carreira. Escolher qual pronatureza humana cisão fi nal dos jovens. Selena fissão seguir passa pela busca e comPosta Pelo ressalta os aspectos externos, compreensão da própria indivicorPo, coração, como o retorno financeiro, dualidade. pressões familiares, amigos e mente e esPírito” Quando o assunto é vocação modismos, como os principais (selena greca) profissional, não se trata de influenciadores nesse quesito. uma fonte de renda, um trabaOutro ponto que merece atenção diz respeito lho com carga horária ou uma ocupação viável à forma como o adolescente aprende a encarar que carrega o status no título. A escolha envolve os desafios dessa nova fase da vida. De acordo paixão, talentos, desejos, além da sensação de com a psicóloga, “acima de tudo é necessário sentir-se parte do mundo, que profundamente compreender as transformações que ele está virepresenta a busca de todos. venciando nesta etapa. Esse é o momento das A psicóloga Selena Maria Garcia Greca, espedúvidas e inseguranças, quando o jovem está cializada em Orientação Profissional e Desenvolbuscando um significado para a sua existência, vimento de Carreira com foco no adolescente, testando seus limites e tentando compreender alega que a vocação está intrinsecamente ligaquais são suas preferências e aptidões”. da ao entendimento de quem se é, da sua visão de mundo e da capacidade de o PaPel da eduCação compreender o sentido da vida Segundo o professor Antonio e sua verdadeira missão. Aqui, o Ribas, do Colégio Marista de Riexcesso de informações que ele beirão Preto (SP), a escola que recebe pode provocar o efeito deve proporcionar o encontro contrário: o da desinformação. entre o adolescente e o univerSegundo ela, é importante que so profissional. “A exploração o jovem receba a orientação nedo assunto, apresentação de cessária para aprender a discercases e o testemunho de profisnir entre o que é relevante nesse sionais de diversas áreas podem emaranhado de elementos. Os ajudar a promover uma identifatores que definem uma boa ficação do aluno com o seu taescolha partem do vivenciar, SeLena marIa GarcIa Greca lento”, destaca. pSIcÓLoGa 40


TOP 3 para a psiCóLoga seLena greCa, FaMíLia, esCoLa e reLigião ForMaM uM tripé, Capaz de oFereCer toda a estrutura neCessária para que o joveM se FortaLeça CoMo indivíduo e evoLua para a desCoberta da sua voCação

ESCOLA O educador tem em mãos uma grande missão: a de orientar e mostrar os caminhos para esse jovem que busca descobrir qual é a sua verdadeira vocação. Para tanto, essa decisão não se define com meros testes vocacionais. é preciso acompanhar, conversar com o adolescente, entendendo suas angústias e reconhecendo como funciona o seu mundo. A vocação estará naquilo que se apresenta com paixão e as habilidades se mostrarão nos mais pequenos detalhes, por isso é fundamental o período de observação.

FAMÍLIA A estrutura familiar auxiliará no desenvolvimento da segurança – é o “acreditar em si” que ele precisa encarar a partir de agora. Assim, é fundamental que o adolescente entenda que deverá assumir compromissos que colocam em jogo seu próprio futuro, mas sem que isso se torne uma pressão. O importante é que ele entenda que pode errar, desde que não desista de tentar. Aqui, os pais devem atuar como um porto seguro para o seu filho, participantes nessa construção oferecendo a base para que ele aprenda a enfrentar os obstáculos da vida.

RELIGIÃO Toda a compreensão da vida como aquilo que buscamos para justificar a nossa missão no mundo e nosso objetivo como seres humanos ganha um direcionamento a partir da experiência religiosa. Buscar essa conexão com o superior através da religião permite que o jovem aprenda também a cultivar uma vida além dos objetivos materiais e superficiais, em suma que ele encontre sentido naquilo que busca como uma extensão da sua própria essência. Para a psicóloga, a vida só tem razão de ser quando lhe conferimos valores e significação. “E a maior dádiva é poder viver uma vida digna e de contribuição para o mundo”, completa.

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[ ED UC A ÇÃ O ]

Nos planos de Deus

Como descobrir quando a sua vocação é religiosa? Fala-se hoje em orientação vocacional como um conjunto de técnicas e estudos que, juntos, atuam no auxílio e esclarecimento sobre os caminhos que direcionam o jovem para sua vida profissional. Segundo a etimologia da palavra “vocação”, no entanto, observamos uma relação que vai além de uma escolha ou aptidão: a vocação representa um chamado, uma voz que determina um caminho, tido para o indivíduo que a recebe como o seu destino mais profundo – a sua missão. Mas de onde vem esse chamado? Parafraseando o escritor italiano Arturo Graf (1848-1913): “Quem quiser ouvir a voz sincera da consciência precisa saber fazer silêncio em torno de si e dentro de si”. Em entrevista realizada com o diretor geral do Setor de Vida Consagrada e Laicato da Província Marista Brasil Centro-Sul, Ir.Joaquim Sperandio, a vocação é abordada com a dimensão da fé. Confira: Brasil Marista - Em sua opinião, os jovens de hoje ainda têm interesse em se dedicar à religião?

Joaquim Sperandio - Quando esclarecidos e motivados, sim. Não aceitar isso seria admitir que Deus não confia nos jovens de hoje. Na prática, eles têm algumas dificuldades de assumirem a vida religiosa por não compreendê-la em profundidade e de forma positiva. Nossa sociedade, que valoriza o superficial, têm dificuldade de admitir o importante ou o essencial. E os jovens são as vítimas mais fáceis dessa sociedade. Como pode ser feita a orientação para uma vocação religiosa?

Como a Rede Marista trabalha a orientação do jovem para esse meio?

A Rede Marista tem diversos programas e projetos visando a esclarecer aos jovens que frequentam suas obras ou não a fazerem suas opções vitais de forma consciente e livre. A nós, cabe mostrar a beleza do seguimento de Jesus Cristo e o que isso implica na prática. Ao jovem cabe fazer as opções que achar conveniente para dar sentido a sua vida. Qual o papel da Escola Marista na opção vocacional?

Acho que a escola deveria criar uma “cultura vocacional” em seu ambiente educativo. Tudo É preciso dar aos jovens elementos teóricos e na escola deveria girar em torno desse objetivo: vivenciais capazes de fortificá-los na fé. Depois ajudar os alunos a optarem pela vida, por aquidisso, dar oportunidade de conhecer a vida relilo que realmente traz a felicidade e o sentido giosa em si, de forma teórica e prática, fazer pede viver. Na escola marista tudo deveria respirar quenas experiências de vivência com religiosos, “projeto de vida”, “opção cristã pela vida”, “esencontros esclarecedores etc. colhas éticas”, tendo em vista a solidariedade, o bem comum e a felicidade pessoal e dos outros. A fala dos professores, o discurso da direção, o Com tantas informações e facilidades cartaz na parede, o projeto de solidariedade, as proporcionadas pela tecnologia atual, aulas em qualquer disciplina, o senhor acredita que o tudo deveria levar o jovem a jovem tenha perdido o intefazer opções de vida conscienresse pela vida religiosa? tes e de acordo com valores Acho que a gente só perde cristãos. Não fazer isso é engaalguma coisa quando já teve nação para cima dos jovens, é esta coisa consigo. Penso que o trair a confiança dos pais que que falta ao jovem é esclarecinos enviam seus filhos pensanmento e conhecimento básico do que os ajudaremos a serem para perceber a beleza da vida homens e mulheres de bem e religiosa consagrada. Falta cafelizes. Além de transmitir contequese adequada que o ajude teúdos de forma clara, atraente a perceber a vida como dom de e convincente, a escola precisa Ir. Joaquim Sperandio Deus e dom a ser doado ao prócapacitar seus alunos a serem “bons cristãos e prio Deus presente nas pessoas. virtuosos cidadãos”. 42


VI D A

Como será o amanhã? Brasil é referência mundial nas pesquisas com a utilização de células-tronco, mas a falta de investimento pode prejudicar a formação de jovens pesquisadores .


[ C I Ê NC I A ]

Esperança

de cura A

ciência evolui a passos largos para a descoberta de novos meios que podem revelar a cura de inúmeras doenças que até pouco tempo atrás não apresentavam soluções eficazes na medicina. Nesse mérito, o Brasil se destaca, apresentando resultados com quadros positivos que se traduzem em esperança para milhares de pessoas em todo o mundo. Esse é o 44

cenário atual para aqueles que possuem doenças isquêmicas e neurológicas. A partir de estudos desenvolvidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a utilização de células-tronco para fins de tratamento de diversas doenças ganha notoriedade internacional em publicação da Experimental Biology and Medicine, um dos veículos mais importantes do meio.


Na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) também são alcançados significativos avanços em pesquisas sobre a identificação de fatores genéticos de propensão a doenças neurológicas. O professor André Palmini, responsável pela Divisão de Neurologia do departamento de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da PUCRS, fala sobre as novidades na área e os possíveis tratamentos a partir do uso de células-tronco. Ele explica que o procedimento é feito a partir da extração das células da medula óssea dos próprios pacientes, na medida em que estas serão separadas e tratadas fora do corpo para então serem reinjetadas no local. Há, ainda, a possibilidade da retirada das células-tronco do cordão umbilical do bebê. Também nesse caminho, a PUCRS lança o Instituto do Cérebro (InCer), no intuito de potencializar as pesquisas sobre o uso das células-tronco para o tratamento de doenças. Somado aos avanços já conquistados pelo Instituto de Pesquisas Biomédicas, a PUCRS está entre os maiores centros de estudo translacional com

Na prática Dada a relevância das descobertas mais recentes, a investigação acerca de quadros clínicos de epilepsia, portanto, já avança para estudos experimentais em pacientes com lesões neurológicas decorrentes da falta de oxigenação do cérebro, esclerose, doenças degenerativas da retina, entre outros. Nesta fase também são acompanhados pacientes adultos que possuem epilepsia do lobo temporal, já com bons resultados parciais. Jaderson Costa da Costa, diretor do InCer, explica que essa importante fase do Instituto abre portas para um novo posicionamento da ciência, a medicina regenerativa. Segundo ele, o desejo é de poder tratar as doenças para as quais ainda não dispomos de terapêutica efetiva, promovendo a “regeneração” e recuperação das lesões do sistema nervoso. Com recursos limitados investidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e demais fundações estaduais, Jaderson alega que a busca é pelo

“Há necessidade de ampliarmos a formação de jovens pesquisadores nessa área e para isso deve haver maior investimento em bolsas e no processo de contratação gradativa pelas Instituições ou empresas de pesquisa e inovação tecnológica” (Jaderson da Costa, diretor do InCer)

células-tronco do mundo. Ou seja, os núcleos brasileiros correspondem à importante parcela mundial em pesquisas laboratoriais que têm por objetivo a aplicação dos resultados diretamente no tratamento de pacientes. Palmini ressalta que o InCer está em processo de desvendar novos mecanismos através da aplicação de neuroimagem molecular, como o PET-SCAN, que expliquem as doenças neurológicas e proporcionem novos tratamentos.

envolvimento da iniciativa privada. Para ele, o baixo investimento pode prejudicar o Instituto no sentido de trabalhar a formação de jovens pesquisadores através de bolsas de pesquisa, mestrado, doutorado e demais especializações. “Há necessidade de ampliarmos a formação de jovens pesquisadores nessa área e para isso deve haver maior investimento em bolsas e no processo de contratação gradativa pelas Instituições ou empresas de pesquisa e inovação tecnológica”, complementa. 45


[ MENS SANA ]

Com atenção voltada para a espiritualidade, o gestor pode agregar valores à sua equipe

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Q

uando ouvimos falar em gestão, logo pensamos em organização, produtividade e estratégias. Neste cenário, o gestor toma o papel de direcionamento de equipe. Não raro ele precisará recorrer a questões que ampliam sua compreensão sobre o que deverá ou não orientar seu próximo passo na empresa. É nesse ponto que as habilidades superam as capacitações corporativas, abrindo espaço para uma compreensão maior da espiritualidade. Por que não unir essas duas vertentes? No livro “Gestão e Espiritualidade – Uma porta entreaberta”, do irmão marista e doutor em Teologia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Afonso Murad, essa ligação é proposta como um novo caminho para uma gestão realmente eficaz. Afinal, a “porta” sempre esteve lá, basta saber como acessá-la. De acordo com o autor, a dificuldade de colocar em prática as ações cotidianas administrativas e de gestão, tendo a espiritualidade como base, está na imposição das estruturas, como uma porta que separa o universo prático do subjetivo. A decisão de abrir essa “porta” é de cada um. Para que serve a espiritualidade? Compreender que determinadas questões se desenvolvem a partir do momento em que se levam em consideração valores éticos e a excelência das pessoas envolvidas torna-se fundamental nos dias de hoje. Se, por um lado, a gestão é a arte de liderar pessoas com um objetivo comum em prol da organização, por outro, a espiritualidade pode intervir na relação de motivação, dando sentido entre o abstrato e o material – o que desejamos desenvolver em nós e o que queremos alcançar no coletivo. No seu livro, Ir. Afonso Murad explora o universo da vida moderna, definindo os conceitos da nova sociedade que anseia por valores. Segundo ele, cada vez mais as pessoas manifestam o desejo de ir além, traduzindo um sentimento claro que de que a ciência por si só não é suficiente para justificar a existência. O indivíduo hoje está em busca de uma ligação maior com o empírico. Em suma, qualquer tipo de organização exige a figura do gestor, alguém ou um grupo de pessoas que centralizem e coordenem os processos em busca de resultados. Aqui entra a espiritualidade, no intuito de fornecer a base ética, os valores e o novo olhar. Para Murad, a grande resposta hoje é investir no trabalho aprofundado,

que acaba refletindo na melhoria da qualidade das relações. Uma gestão de valores São inúmeras as referências guiadas pela espiritualidade no meio corporativo. Uma empresa que desenvolve a gestão espiritual prioriza a relação saudável entre equipe e gestores, mantendo o foco na satisfação do cliente não apenas como um consumidor, uma estatística – mas sim como um ser humano respeitado na sua integridade. Além disso, questões ambientais e sociais estarão sempre em pauta, uma vez que a lucratividade não é compreendida separadamente da dignidade e do respeito pelo ser humano.

“Uma empresa que desenvolve a gestão espiritual mantém o foco na satisfação do cliente como um ser humano respeitado na sua integridade” (AFONSO MURAD)

Vale lembrar que espiritualidade não depende diretamente da religião. De acordo com o professor Clóvis de Barros Filho, autor do livro “A vida que vale a pena ser vivida”, o que difere uma coisa da outra é o seu objetivo, sua representação para o indivíduo. Enquanto a religião atua segundo um conjunto de crenças e rituais direcionados a um ser superior, a espiritualidade trabalha no âmbito das motivações mais profundas. Em suma, ambos podem funcionar juntos, mas não necessariamente precisam estar juntos para cumprir seu propósito. Segundo ele, todo o comportamento ético pressupõe-se a aplicação de certos valores na escolha da vida que o gestor pretende seguir. Portanto, “sendo a espiritualidade um critério ético, seus valores determinarão suas ações e direcionamento de vida pessoal e profissional”, reforça. Em resultado, a empresa ganha valor e maturidade. Percebe-se aqui que as pessoas são o verdadeiro “corpo” da companhia e, quando elas evoluem, é natural que a empresa cresça também. Assim, uma gestão espiritual atua na formação de uma liderança realmente preparada, que trabalha pela busca de resultados com uma orientação humanizada. 47


Divulgação/Fernando Willadino

[ CORPORE SANO ]

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SEMPRE NO TOPO Esporte é fundamental para uma melhor educação e um convívio social saudável

Aos seis anos de idade um menino pega uma raquete na mão e vê sua vida tomar um rumo de sucesso e conquistas. Gustavo Kuerten, o Guga, encontrou no tênis muito mais do que um esporte – ele descobriu um caminho e fez sua história. Sem dúvida, Guga foi o último herói nacional de um esporte individual ao obter destaque dentro e fora das quadras, demonstrando disciplina, alegria, carisma e uma preocupação muito grande com questões sociais e com a educação.

duais e sociais. “A Educação Física e o esporte, pela abrangência de suas ações, são capazes de ocupar um lugar privilegiado no processo de educação e cultura dos jovens”, comenta. Ou seja, a prática do esporte gera disciplina, organização, equilíbrio emocional, além de tornar-nos mais competitivos e seguros.

Esporte e educação, aliás, parecem caminhar (correr, saltar...) sempre juntos. Seja qual for a atividade escolhida, o esporte se faz presente na vida de milhares de crianças e adolescentes, trabalhando muito além da prática física.

É por isso que o meio escolar tem um papel decisivo nesse caminho, pois é aqui é que surgem as afinidades e a necessidade de se pertencer a um “time”: um desejo natural de se sentir parte de algo.

Além de melhorar o condicionamento do corpo e da mente, as atividades esportivas conduzem as pessoas a um convívio social saudável e estimulam o envolvimento cultural. De acordo com o professor José Ubireval Delgado, o Bira, do Colégio Marista Pio X, de João Pessoa (PB), as atividades físicas tornam-se meios poderosos para o desenvolvimento das qualidades indivi-

“Os educadores da escola e da família devem ser sensíveis às relações e modificações culturais que se processam à sua volta”, explica o professor. Afinal, o esporte representa um dos canais mais fortes de aproximação com o jovem.

Faz bem para o quê? Ao praticar um esporte, você adquire muito mais do que saúde para o corpo. Veja alguns dos benefícios ressaltados pelo professor Bira: ++ Melhora a postura ++ Melhora a autoconfiança ++ Aumenta o poder de concentração

++ Dá a noção de responsabilidade ++ Melhora o humor ++ Estimula o convívio social ++ Estimula a criatividade

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CI D ADANIA

SOMOS RESPONSÁVEIS O mundo precisa de ajuda e todos nós temos parte nessa responsabilidade. Com pequenas ações ou mesmo por meio de campanhas corporativas, cada contribuição é uma nova consciência ambiental que se forma.


[ S USTENTABI LI DADE ]

Um

planeta para

reconstruir Vida em abundância: É disso que trata a sustentabilidade

A

cima de todas as discussões sobre as mudanças climáticas que viemos presenciando nos últimos anos, precisamos enxergar o planeta como uma fonte esgotável de vida e a gravidade disso vai muito além de uma simples discussão sobre quem deve fazer o que. Ainda dá tempo? Como todas as formas de vida, a Terra também possui um cronômetro. É importante entender que as mudanças têm uma parcela de naturalidade – o mundo se renova e se movimenta sem parar. Mas antes de atribuir a culpa pelo aquecimento global à idade avançada do planeta, vale lembrar que o alerta vermelho foi dado quando 52

o homem passou a interferir nessa contagem do tempo e, o que antes se modificava lentamente, hoje assume um ritmo acelerado rumo ao derretimento das geleiras dos pólos. De toda forma, saiba que ainda há tempo de reverter – ou pelo menos estagnar – esse quadro. O primeiro passo é tomar consciência daquilo que cada um pode e deve fazer. Para ter essa prova, basta olhar ao seu redor e ver que profissionais e artistas das mais variadas áreas encontram caminhos para reduzir o consumo, reaproveitar materiais e frear a devastação dos recursos de forma criativa e independente. Grandes organizações também mostram que estão dispostas a uma nova atitude sustentável


e as propostas revelam uma via de mão dupla: de um lado está a valorização da marca; de outro, ideias que resgatam a essência de uma vida que pode realmente ser muito melhor. Segundo o presidente do Instituto Arayara de Educação para a Sustentabilidade, , de Curitiba (PR), Eduardo Manoel Araújo, Curitiba (PR) o fundamental para uma empresa é desenvolver um programa

Consciência é informação Para servir de apoio à demanda de informações a Internet é o melhor caminho, pois ao mesmo tempo em que amplia seu alcance de divulgação, também serve como um canal para discussões sobre o assunto. Assim, o Instituto Arayara colocou no ar o Portal da Sustentabilidade – o www.sustentabilidade.org.br –, reunindo no-

“Hoje em dia não é suficiente apagar as luzes, é preciso substituir as lâmpadas; não basta separar o lixo, é necessário aprender a reutilizar” (EDUARDO MANOEL ARAÚJO)

interno consistente e coerente de formação de lideranças, criando uma cultura voltada para a sustentabilidade. Empresas como a Philips do Brasil, por exemplo, revelam essa parcela que avança em práticas sustentáveis. Como uma das mais importantes indústrias de baterias e eletrônicos, seu engajamento sócioambiental busca desenvolver uma nova consciência entre consumidores e colaboradores, estimulando ações sustentáveis no cotidiano. Isso porque hoje em dia não é suficiente apagar as luzes, é preciso substituir as lâmpadas; não basta separar o lixo, é necessário aprender a reutilizar. Para Eduardo, tais mudanças se tornaram obrigatórias a partir do momento em que o ser humano percebeu o poder que tem nas mãos – tanto para destruir, quanto para salvar o planeta. Nessa proposta, é fundamental encontrar um canal norteador, um meio de fazer com que todos participem de um mesmo ideal: um novo mundo feito com respeito e responsabilidade.

tícias, artigos e dicas sustentáveis que podem servir como base para a formação de jovens e crianças. De acordo com Eduardo, é crucial que sejam criados novos modelos de educação como uma preparação para a vida. Um exemplo é o Projeto Amigo da Água, fruto de uma ideia aplicada pela Fundação Marista L’Hermitage, em 2001, com o objetivo de envolver escolas e comunidade em geral no conceito de Ecologia Integral pela formação de jovens e crianças. O programa trabalhou a consciência ambiental com ações de cidadania, construção de valores e estímulo da compreensão crítica da realidade. Em suma, o que importa mesmo é a estrutura que servirá como base para o aluno no momento em que ele enfrentar os desafios. Nesse processo, a aprendizagem exige a troca de informação e experiência da vida de cada um, seja educador ou aluno. “Sustentabilidade nada mais é do que vida em abundância para a nossa e as futuras gerações”, defende Eduardo. Para ele,

“Podemos aprender proativamente pelo amor, realizando a favor da vida, ou reativamente pela dor, enfrentando as reações naturais decorrentes das nossas ações impensadas” (EDUARDO MANOEL ARAÚJO)

“Podemos aprender proativamente pelo amor, realizando a favor da vida, ou reativamente pela dor, enfrentando as reações naturais decorrentes das nossas ações impensadas”, lembra Eduardo.

esta perspectiva só é alcançada quando entramos em contato com a essência das pessoas, os seus valores e a sua visão de vida.

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[ S USTENTABI LI DADE ]

Cidadãos do mundo AUTONOMIA DOS JOVENS É FUNDAMENTAL PARA UMA SOCIEDADE JUSTA

M

uito além de ensinar informática ou explicar os recursos e funcionalidades da Internet, os projetos desenvolvidos no âmbito da inclusão digital envolvem o jovem, aproximando-o da realidade global e dos caminhos para a busca do conhecimento. Fernando Soares da Silva, educador do Centro Marista Reflorescer, de Ribeirão das Neves (MG), defende que o posicionamento do professor deve ser de estímulo e incentivo à interatividade sempre, seja ela como for. Nesse patamar, as possibilidades se ampliam com a implantação de programas que relacionam as novas tecnologias com outras disciplinas no intuito de transmitir esse conceito da universalidade. No Reflorescer, ele conta que os jovens têm aula de HTML e aprendem a desenvolver sites como forma de viabilizar um caminho profissional na área. Já no Centro de Recondicionamento de Computadores de Recife, o projeto envolve os jovens desde a recuperação de computadores em desuso aliando à proposta da criação de cooperativas de trabalho. Aqui o senso de comprometimento dos jovens promove o bom relacionamento e a capacidade de interagir não apenas no mundo virtual, mas também diretamente entre os colegas de equipe. A conceituação dos projetos maristas voltados para a inclusão digital ocorre com a missão de inserir, através do espaço escolar, o exercício do

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conhecimento como recurso básico de acesso à informação. A formação acontece, portanto, no sentido de possibilitar e auxiliar o jovem na compreensão da amplitude do alcance das redes, fazendo uso de forma plena e consciente dessas ferramentas. Nesse quesito, os educadores devem encarar o desafio que surge com essa geração de crianças e adolescentes no sentido de direcionar suas curiosidades para o desenvolvimento de habilidades de interação virtual. Para Fernando, o educador precisa estar preparado, igualmente inserido nessa nova realidade que é a grande propulsora do conhecimento desta era, em que os sistemas tradicionais de ensino não cabem mais. Ele alega, ainda, que o processo de inclusão digital não pode subestimar a força das mídias sociais. São blogs, fóruns virtuais, redes sociais e outros programas permitindo que os jovens de hoje não assumam apenas o papel de espectadores, mas sim de participantes ativos dessa troca de informações. Afinal, essa é a grande invenção do século: a chamada web 2.0 que traz para dentro dos lares e escolas uma Internet participativa e colaborativa. “Além de acessar a informação que procura, você pode comentar, editar, divulgar e produzir seu conteúdo”, descreve o educador.


“cabe à escola amPliar as múltiPlas Possibilidades de uso do comPutador, dos softWares e da internet Para o seu crescimento intelectual, Profissional e cultura de forma crítica e Protagonista” (fernando soares da silva)

o jeito Marista de Fazer inCLusão soCiodigitaL no norte e nordeste do brasiL por domingos sávio de frança

Em novembro de 1995, o Colégio Marista de Aracati (CE), recebia os seus primeiros equipamentos de informática. Naquele momento, esses recursos tecnológicos eram considerados elementos de inovação para toda a omunidade educativa. O investimento feito para estruturar um espaço, que na época chamavam de “laboratório de informática”, atraía o interesse de todos que buscavam encontrar naquele ambiente recursos sofisticados ainda não vistos nem tocados. Passados 15 anos, temos hoje o desafio de fomentar diversas reflexões ampliadas da utilização dos recursos da tecnologia da informação a serviço das inclusões, pastoral, solidariedade, cidadania ativa, geração de renda, desenvolvimento de arranjos produtivos locais e regionais, protagonismo, elevação da escolaridade e redes sociais. Essa caminhada soma vários pontos de convergência e nos leva a dizer que temos “um jeito marista” de promover a inclusão sociodigital. Chamamos de telecentro um espaço público com internet que ofereça acesso gratuito para crianças, adolescentes, jovens e adultos, além de oportunidades de comunicação e aprendizagem. Em nossas unidades sociais no Norte e Nordeste do país, cerca de 45, encontramos todos esses recursos e muitos outros. A nossa estrutura instalada se revela uma “rede marista de inclusão sociodigital”. Talvez nenhuma outra consiga reunir tantos recursos, como equipe de educadores sociais, infraestrutura de rede, equipamentos, e tecnologia de vídeoconferência. O mais recente espaço de inclusão social da Província Centro-Norte é o Centro Marista Cir-

cuito Jovem do Recife (PE), também chamado de Centro de Recondicionamento de Computadores do Recife. O CRC-Recife integra o Projeto Computadores para inclusão (Projeto Ci), que consiste numa rede nacional de reaproveitamento de equipamentos de informática, formação profissional e inclusão digital. Equipamentos descartados por órgãos do governo, empresas e pessoas físicas são recuperados nesses centros e doados a telecentros, escolas e bibliotecas de todo o país. O Centro já inicia suas novas formações com uma estrutura curricular voltada para formação por competência, e caminha para ser o Polo Regional de Tecnologias Sociais, agregando as unidades Produtivas de Metareciclagem e Artesania Digital, Centro de Formação de Telecentristas ou Agentes de inclusão Digital e a incubadora de Ti. As conquistas são diárias, como termos conseguido uma solução para a chegada de sinal de internet para a Casa de Acolhida em Abreulândia, em Fortaleza (CE), via satélite. O jeito marista de fazer inclusão sociodigital vem sendo chamado para participar de discussões sobre políticas públicas do governo federal. Temos assento na Coordenação Nacional do Projeto Computadores para inclusão e cada vez mais somos presença em debates e diversos eventos da temática. O momento é singular, temos o compromisso de sermos parceiros ativos nessa disseminação nacional da garantia do acesso às tecnologias da informação e da comunicação. domingos sávio de frança É coordenador-geral do centro de recondicionamente de computadores do recife e centro marista circuito jovem de recife 55


[ CI DADANI A ]

Unidos pela Vida

Seja pela tentativa de aplacar a dor do outro ou de calar o medo interior daquilo que a natureza ainda pode revelar, a mobilização da população PARA AJUDAR VÍTIMAS DE TRAGÉDIAS NATURAIS é cada vez maior

O

mundo mergulha em catástrofes ambientais. Registros revelam que não há mais como retroceder o problema do aquecimento global e o resultado é visto nos principais jornais e manchetes em todo o mundo: milhares de pessoas sentindo na pele os efeitos da degradação do meio ambiente. Só nos últimos dez anos o planeta foi atingido por tsunamis, enchentes e nevascas responsáveis por um cenário de destruição em diversos países. Além disso, a devastação causada pelos terremotos tem encaminhado a humanidade para verdadeiros mutirões de solidariedade. No Brasil, por exemplo, uma série de eventos colocou estados em alerta, desabrigando populações das regiões Nordeste, Sul e Sudeste, com 56

destaque para centenas de mortos na tragédia fluminense. Além das fronteiras, a natureza também demonstra sua força, acabando com cidades inteiras. Para atender a essa crescente demanda vinda de todos os cantos do mundo, algumas entidades se organizam, tendo como único propósito ajudar o próximo. O assessor para Emergências da Cáritas, organização católica da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), José Magalhães de Souza, avalia o envolvimento das pessoas às causas e a consciência que tamanhos desastres despertam no indivíduo: “Não há mais como pensar que tais ocorrências sejam obra de uma fatalidade. Todos já compreendem que o que acontece hoje no mundo é fruto da ação do homem”, comenta.


Você também pode participar

da campanha Maristas PELo Haiti Além disso, o drama de algumas regiões não diminui quando a mídia deixa de acompanhar. E é aí que entra a solidariedade dos povos. Afinal, regiões que foram completamente destruídas como o Haiti, o Chile e os estados de Alagoas e Pernambuco, por exemplo, ainda estão longe de reconstruir tudo aquilo que foi perdido. A tentativa, a partir da ajuda humanitária, é de, pelo menos, reduzir os estragos imediatos, para que os habitantes voltem a ter um pouco de dignidade. Para o assessor, experiências como estas levam o indivíduo à reflexão. “Trata-se de uma busca por um bem maior, capaz de promover um senso de humanidade e de justiça, sentimentos que nos tornam capazes de promover mudanças reais”, destaca. Ser solidário, enfim, é saber olhar o próximo e resgatar a sensibilidade sobre tudo aquilo que tange à vida. Terremotos podem sacudir mais do que terras Na verdade, o Haiti não encontrou o problema apenas quando sentiu a terra se abrir sob seus pés. A Província Marista do México Ocidental possui três unidades sociais que há anos vem atuando no país. A entidade é parceira da Cári-

veja como no hotsite http://marista.edu.br/maristaspelohaiti

Para fazer doações em dinheiro Banco do Brasil | Ag. 2883-5 | C/C 18.000-9 (conta corrente gerenciada pela Cáritas Brasileira)

tas na luta pela erradicação da fome e melhoria das más condições de uma população esquecida pelo mundo. “O problema do Haiti é muito antigo e, agora, agravado por essa tragédia, faz-se necessário reunir esforços pela ‘refundação’ do país”, explica Magalhães. Enfim, o terremoto não sacudiu somente o solo haitiano, mas também os governos, entidades e toda a população mundial, que finalmente voltou os olhos para um povo que tanto precisa de ajuda. Em casos desse porte, há uma grande carência de apoio para a reestruturação das áreas devastadas. Diante disso, a Cáritas criou um programa inicial de 18 meses, elaborado para atender as áreas mais afetadas: alimentação, moradia, infraestrutura para a rede de ensino, fontes de renda e outros. Ao mesmo tempo, os maristas investem na ar57


Especialização em Emergências Ambientais

recadação de bens e recursos com a campanha “Maristas pelo Haiti – Faça agora toda a diferença no futuro”, articulando as comunidades de todo o Brasil pelo engajamento solidário. O assessor de Captação de Recursos, da União Marista do Brasil (Umbrasil) David Ortolan, explica que esta é uma opção institucional a ser realizada em sintonia com os propósitos da Igreja. “Mobilizações maiores têm ocorrido em eventos como bazares, gincanas ou exposições, com o objetivo de manter vivo o espírito solidário de toda a comunidade”, comenta. Ortolan alega que todos os programas desenvolvidos pelos maristas têm por objetivo atuar junto à comunidade para o desenvolvimento do pensamento crítico, consciência social e ambiental e construção de valores. Essa linha de pensamento originou o Instituto Marista de Solidariedade (IMS), voltado para o financiamento de projetos sociais e educativos. Fundado há 15 anos pelos irmãos maristas, o IMS trabalha na captação de recursos, direcionamento e acompanhamento de projetos de ordem internacional. Em parceria com empreendimentos solidários, entidades de apoio e gestores públicos, anima a articulação e a mobilização da economia solidária no Brasil. Ir.Vicente Falqueto, 58

O mundo hoje pede profissionais habilitados a lidar com as frequentes catástrofes naturais. Por isso a PUCPR incluiu no seu currículo o curso de Emergências Ambientais. A ideia é lançar ao mercado pessoas preparadas para identificar, avaliar e gerenciar riscos no intuito de tentar se antecipar e elaborar planos de controle e contingências

diretor do IMS, explica que o alcance do instituto vai muitoalém das dimensões da própria rede marista, ganhando voz ativa nas discussões sobre políticasde economia solidária nos estados e em busca de apoio na defesa dos direitos da criança e doadolescente. “O instituto faz parte de uma realidade presente em todos os estados, na construção conjunta de uma sociedade justa e inclusiva”, salienta O instituto faz parte de uma realidade presente em todos os estados, na construção conjunta de uma sociedade justa e inclusiva. Ir.Vicente Falqueto, diretor do IMS, explica que o alcance do instituto vai muito além das dimensões da própria rede marista, ganhando voz ativa nas discussões sobre políticas de economia solidária nos estados e em busca de apoio na defesa dos direitos da criança e do adolescente.


ESP A Ç O MARISTA

Uma rede para todos Os desafios que surgem em uma sociedade movida pelas ações e relações em rede pautam uma vida móvel no mundo contemporâneo. É preciso dar sentido às experiências que a rede nos possibilita, afinal, o poder está em nossas mãos.


[ ARTI GO ]

A REDE SOMOS

NÓS Ir. João Carlos do Prado

P

or que o trabalho em rede está tão presente na pauta das organizações? Por que parece se tornar um conceito essencial para a vida nos dias de hoje? Afinal, existem – e sempre existiram - inúmeras sociedades em rede ao longo da história da civilização que, por sua vez, resultam de uma rede intrincada de relações. Sejam estas relações de natureza biológica, social, política, econômica, religiosa ou tecnológica, elas apresentam características comuns. Mas que características são estas? O que há de novo? A versão contemporânea da sociedade em rede é determinada por cenários mediados pelas novas tecnologias da informação e da comunicação, que cada vez mais interferem nas estruturas sociais e nas relações humanas. No modelo em rede da era industrial, a ação do ser humano sobre o meio era direta, analógica, se dava de forma hierárquica, em espaços delimitados e em

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concordância temporal e física. Hoje, rompem-se as barreiras espaço-temporais e é possível atuar à sua margem e influenciar a sua estrutura, fenômeno da desterritorialização. As características da sociedade em rede que vivenciamos são inquietantes, tais são os desafios de ver, estar e de se relacionar com o mundo hoje. Cada vez mais a mobilidade vem ao nosso encontro, onde temos na palma de nossas mãos o acesso ao mundo e a tudo que o compõe, numa relação quase sempre mediada pela virtualização, outra característica desta sociedade em rede na qual estamos imersos. Novas formas de interação A partir de um smartphone - telefone celular com funcionalidades avançadas, cada vez mais portáteis, baratos, acessíveis e fáceis de ope-


rar - podemos falar com outras tica e estésica, mas também a pessoas, pagar nossas contas, partir de uma perspectiva ética “Mais do que assistir televisão, ouvir rádio, imprescindível. A tomada de poformar para lidar der em mãos de sujeitos éticos, fotografar e filmar tudo a nossa volta, e mais: publicar nossas com o instrumental que lutam pela justiça social e próprias produções em nossas pela dignidade humana, em totecnológico, é comunidades virtuais. Em tem- preciso dar sentido das as suas formas. Eis o nosso po real. Aqui e agora. E todo compromisso na educação maàs experiências este processo comunicacional rista. Mais do que formar para que a interface que a mobilidade nos traz, e lidar com o instrumental tecnoque acabamos de descrever, lógico que nos permite quase tecnológica e implica e nos remete a outras comunicacional nos tudo que é possível, é preciso características que marcam a dar sentido às experiências que possibilitam” sociedade em rede na contema interface tecnológica e comuporaneidade: a interatividade, nicacional nos possibilitam. É a simultaneidade, a democratização de conteúpreciso munir os sujeitos de senso crítico diante dos, a velocidade, o simulacro, a imaginação, as do universo de imagens de toda ordem; de renovas relações com o espaço e com o tempo... ferências significativas; de valores humanos; de vínculos genuínos com o outro e com a realidaO smartphone é apenas uma metáfora. Que de. Este deve ser o tema central do trabalho em nos ajuda a entender o mundo em rede hoje e rede que empreendemos. Só assim será possível a maneira com a qual nos relacionamos com ele. interagir de forma criativa e inovadora, capaz de Fato é que as formas de ver, perceber, apreender, transformar as realidades que nos entristecem e compreender, sentir, processar o mundo mudaapequenam a nossa alma. ram substancialmente. Interagir neste contexto complexo requer ter um novo olhar para esta nova forma de ser e estar no mundo e, sobretuNão parece fácil. E não é. do, intervir de forma positiva e transformadora, O caminho que nos conduz por esta trajetória que em última instância, faça mais pessoas no de experimentação da sociedade em rede é o da mundo felizes, coerentes e dignas. Resistir a este articulação das relações interpessoais, da tomaimpulso da história da civilização é uma luta da de decisão de forma coletiva, assegurando inglória. Nunca houve retrocesso tecnológico. um processo legitimamente participativo, que Melhor aprender a conviver com ele. Afinal, ele por sua vez requer relações de confiança mútua. nos revela uma experiência inédita, nunca vivenÉ perceptível que os sujeitos éticos, que lutam ciada e imaginada em tempos pretéritos, onde pela justiça social e pela dignidade humana são o sujeito é a mídia, e tem o poder de mobilizar aqueles que transitam por este caminho facilpessoas e intervir em instâncias nunca antes mente. pensadas. Quando podíamos imaginar que um Por fim, uma provocação. O apelo fundamenvídeo gravado inusitadamente por um indivíduo tal do XXI Capítulo Geral nos traz: “Sentimo-nos pudesse fazer parte da construção narrativa de impulsionados por Deus a sair para uma nova um telejornal? Temos visto isso acontecer com terra, que favoreça o nascimento de uma nova frequência. época para o carisma marista. Isso supõe que estejamos dispostos a mover-nos, a desprenderO poder está em nossas mãos. O que -nos e a assumirmos um itinerário de conversão, tanto pessoal quanto institucional, nos próxifazer com ele? Como fazer? Este contexto vem destacar a necessidade mos anos.” Estamos dispostos a mover-nos, a de considerar o sujeito como elemento fundadesprender-nos e a assumirmos um itinerário de mental, agente com seu repertório cultural e conversão? intelectual, qualquer que seja ele, competente para produzir significações de forma dialógica, Ir. João Carlos do Prado é Secretário Executivo da interdiscursiva, negociada, ao mesclar conteúUnião Marista do Brasil (Umbrasil) dos da cultura universal e local, de forma esté-

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[ MAPA MARI STA ]

BRASIL MARIStA REGIÕES

maranhão balsas | coLÉGIo SÃo pIo X

comunIdade marISta de BaLSaS FraternIdade noSSa Senhora da conceIÇÃo sÃo JosÉ de ribamar | coLÉGIo marISta do araÇaGY sÃo luÍs | comunIdade marISta de SÃo LuÍS do maranhÃo caSa da acoLhIda marISta oLho dʼÁGua

NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE

roraima boa Vista | reSIdÊncIa marISta pará belÉm | comunIdade marISta de BeLÉm

coLÉGIo marISta noSSa Senhora denaZarÉ eScoLa marISta champaGnat de BeLÉm

amazonas lÁbrea | reSIdÊncIa marISta maNaus | reSIdÊncIa marISta tabatiNGa | poStuLado

acre CruZeiro do sul | prÉ-poStuLado rIo Branco e prÉ-poStuLado tarauaCÁ | prÉ-poStuLado

distrito federal brasÍlia | comunIdade marISta de BraSÍLIa

coLÉGIo marISta JoÃo pauLo II centro educacIonaL marISta de BraSÍLIa (comunIdade) coLÉGIo marISta de BraSÍLIa ‒ educaÇÃo InFantIL e enSIno FundamentaL (marIStInha) coLÉGIo marISta de BraSÍLIa ‒ enSIno mÉdIo (marIStÃo) reSIdÊncIa marISta de BraSÍLIa (comunIdade) InStItuto marISta de SoLIdarIedade - ImS samambaia | eScoLa e centro SocIaL marISta Ir.FrancISco rIvat brasilÂNdia | vILa champaGnat CeilÂNdia | centro marISta cIrcuIto Jovem ‒ ceILÂndIa centro marISta de educaÇÃo InFantIL cIrcuIto da crIanÇa nÚcLeo BandeIrante eScrItÓrIo provIncIaL uBee-unBec (unIÃo BraSILeIra de educaÇÃo e enSIno / unIÃo norte BraSILeIra de educaÇÃo e cuLtura)

taGuatiNGa | admInIStraÇÃo centraL uBee-unBec (unIÃo BraSILeIra de educaÇÃo e enSIno / unIÃo norte BraSILeIra de educaÇÃo e cuLtura)coLÉGIo marISta champaGnat InStItuto marISta de aSSIStÊncIa SocIaL ‒ ImaS nÚcLeo marISta de produÇÃo

rondÔnia Ji-paraNÁ | reSIdÊncIa marISta

porto Velho | Sede dIStrItaL e centro educacIonaL e

SocIaL marISta (ceSmar)

tocantins palmas | comunIdade marISta de paLmaS centro marISta de paStoraL - cmp coLÉGIo marISta de paLmaS

goiás GoiÂNia | caSa da acoLhIda marISta de GoIÂnIa

coLÉGIo marISta de GoIÂnIa teatro marISta de GoIÂnIa Ftd ‒ FILIaL GoIÂnIa apareCida de GoiÂNia | centro de educaÇÃo InFantIL marISta dIvIno paI eterno ‒ cemadIpe comunIdade marISta madre Germana silVÂNia | comunIdade marISta de SILvÂnIa aprendIZado marISta padre LancÍSIo

mato grosso do sul dourados | centro SocIaL marISta de douradoS reSIdÊncIa marISta de douradoS (comunIdade)


CoNheÇA As uNidAdes mArisTAs em Todo o PAÍs

piauÍ teresiNa | centro marISta cIrcuIto Jovem - tereSIna comunIdade marISta de tereSIna

rio grande do norte eXtremoZ | centro de FormaÇÃo para educadoreS marIStaS de eXtremoZ Natal | comunIdade marISta de nataL paraÍba centro marISta de paStoraL ‒ cmp coLÉGIo marISta de nataL baNaNeiras | eScoLa noSSa Senhora do carmo (parcerIa com a unBec) eScoLa marISta champaGnat de nataL JoÃo pessoa | centro cuLturaL marISta de JoÃo peSSoa

centro de paStoraL marIa tereZa chIrat cLuBe do menor traBaLhador (parcerIa com a unBec) coLÉGIo marISta pIo X eScoLa marISta champaGnat de JoÃo peSSoa laGoa seCa | centro de FormaÇÃo para educadoreS marIStaS de LaGoa Seca

ceará araCati | comunIdade marISta de aracatI

centro de FormaÇÃo para educadoreS marIStaS de FontaInhaS coLÉGIo marISta aracatI proJeto SocIaL IrmÃo LourenÇo (parcerIa com a unBec) iGuatu | comunIdade marISta de IGuatu oBra SocIaL marISta SÃo marceLIno champaGnat FortaleZa | comunIdade marISta da maraponGa caSa da acoLhIda marISta de aBreuLÂndIa centro marISta de FormaÇÃo de maraponGa coLÉGIo marISta monduBIm eScoLa marISta de enSIno FundamentaL SaGrado coraÇÃo eStÚdIo de ÁudIo e vÍdeo - nupa FacuLdade catÓLIca do cearÁ teatro marISta cearenSe Ftd ‒ FILIaL FortaLeZa maraNGuape | centro marISta de FormaÇÃo de maranGuape (novIcIado)

pernambuco itamaraCÁ | centro marISta ItamaracÁ paulista | coLÉGIo marISta SÃo marceLIno champaGnat reCiFe | centro marISta cIrcuIto Jovem - recIFe coLÉGIo marISta noSSa Senhora da conceIÇÃo coLÉGIo marISta SÃo LuÍS eScoLa marISta champaGnat de recIFe FacuLdade marISta ‒ recIFe hIStorIaL de apIpucoS produtora de vÍdeo e cInema recanto marISta naZarÉ Ftd ‒ FILIaL recIFe surubim | comunIdade marISta de SuruBIm coLÉGIo marISta pIo XII

alagoas barreira de sÃo miGuel | centro catequÉtIco marISta maCeiÓ| comunIdade marISta de maceIÓ

coLÉGIo marISta de maceIÓ eScoLa marISta champaGnat de maceIÓ SecretarIado de aSSIStÊncIa SocIaL e JuvenÓpoLIS/caSa doS menInoS(parcerIa com a unBec) teatro IrmÃo tomÉ

sergipe propriÁ | coLÉGIo dIoceSano de prÓprIa (parcerIa com a unBec) bahia salVador | coLÉGIo marISta patamareS

movImento comunItÁrIo champaGnat (parcerIa com a unBec) Ftd ‒ FILIaL SaLvador


[ MAPA MARI STA ]

REGIÕES SUL E SUDESTE rio grande do sul beNto GoNÇalVes | coLÉGIo marISta aparecIda VeraNÓpolis | recanto marISta medIaneIra ‒ rmm

centro SocIaL marISta de Bento GonÇaLveS InStItuto noSSa Senhora medIaneIra (comunIdade) centro educacIonaL marISta de Bento GonÇaLveS (comunIdade) ViamÃo | caSa SÃo JoSÉ (comunIdade) bom priNCÍpio | centro educacIonaL marISta de Bom prIncÍpIo centro educacIonaL marISta GraÇaS (comunIdade e poStuLado) comunIdade marISta noSSa Sra. daS GraÇaS I nStItuto marISta GraÇaS CaChoeira do sul | coLÉGIo marISta roque GonÇaLveS memorIaL champaGnat comunIdade marISta pucrS ‒ campuS vIamÃo CaNela | coLÉGIo marISta marIa ImacuLada centro educacIonaL marISta de caneLa (comunIdade) CruZ alta | comunIdade noSSa Sra. de FÁtIma rio de janeiro ereChim | eScoLa marISta medIaneIra meNdes | centro marISta SÃo JoSÉ daS paIneIraS Garibaldi | centro educacIonaL marISta de GarIBaLdI (comunIdade) petrÓpolis | vILa marISta SÃo FrancISco GraVataÍ | centro SocIaL marISta marIo quIntana rio de JaNeiro | comunIdade marISta da tIJuca caSa da acoLhIda marISta do rIo de JaneIro itaara | recanto champaGnat centro cuLturaL marISta do rIo de JaneIro laJeado | centro marISta IrmÃo emÍLIo centro de produÇÃo de tv e vÍdeo ‒ cptv centro educacIonaL marISta de LaJeado (comunIdade e Juvenato) coLÉGIo marISta SÃo JoSÉ ‒ tIJuca 61 NoVo hamburGo | coLÉGIo marISta pIo XII Ftd ‒ FILIaL rIo de JaneIro coLÉGIo marISta SÃo marceLIno champaGnat ‒ eJa centro marISta de canudoS centro educacIonaL marISta (comunIdade) centro educacIonaL marISta de canudoS (comunIdade) passo FuNdo | coLÉGIo marISta n. Sra. da conceIÇÃo comunIdade marISta conceIÇÃo InStItuto marceLIno champaGnat (centro SocIaL e comunIdade) porto aleGre | centro marISta de SoLIdarIedade ‒ (coaS) coLÉGIo marISta proFeSSora Ivone vettoreLLo centro SocIaL marISta de porto aLeGre ‒ ceSmar caSa marISta da Juventude ‒ caJu creche marISta renaScer creche marISta tIa JuSSara arteSanato marISta Santa ISaBeL centro marISta IrmÃo donato centro marISta n. Sra. aparecIda daS ÁGuaS centro SocIaL marISta Ir. antÔnIo BortoLInI proGrama de atenÇÃo InteGraL À FamÍLIa proJeto IncLuSÃo dIGItaL marISta proJeto SorrISÃo marISta proJeto marISta GurIZada nota deZ coLÉGIo marISta roSÁrIo coLÉGIo marISta aSSunÇÃo espÍrito santo coLÉGIo marISta champaGnat ColatiNa| comunIdade marISta de coLatIna coLÉGIo marISta SÃo pedro centro marISta de paStoraL ‒ cmp coLÉGIo marISta Ipanema coLÉGIo marISta de coLatIna centro educacIonaL marISta champaGnat (comunIdade ‒ Sede eScoLa marISta SÃo marceLIno champaGnat provIncIaL) teatro marISta centro educacIonaL marISta roSÁrIo (comunIdade) comunIdade Santo tomÁS de aquIno Vila Velha | comunIdade marISta noSSa Senhora da penha centro SocIaL marISta (comunIdade) (poStuLado) centro educacIonaL marISta daS ILhaS (comunIdade) caSa da acoLhIda marISta de vILa veLha comunIdade marISta da GLÓrIa caSa marISta de SemILIBerdade pucrS ‒ pontIFÍcIa unIverSIdade catÓLIca do rIo Grande do SuL caSa marISta de ponta da Fruta pucrS ‒ campuS aproXImado noSSa Senhora de FÁtIma centro SocIoeducatIvo marceLIno champaGnat ‒ cmc pucrS ‒ hoSpItaL SÃo LucaS (parcerIa com a uBee) Sede provIncIaL ‒ (unIÃo SuL BraSILeIra de educaÇÃo e enSIno ‒ uSBee / SocIedade coLÉGIo marISta noSSa Senhora da penha merIdIonaL de educaÇÃo ‒ Some) comunIdade marISta noSSa Senhora da penha centro marISta de comunIcaÇÃo ‒ cmc teatro domÍcIo mendeS vIdeomarIS recanto marISta do LamI Ftd ‒ FILIaL porto aLeGre são paulo rio GraNde | coLÉGIo marISta SÃo FrancISco centro SocIaL marISta do rIo Grande CampiNas | centro de FormaÇÃo marIa mÃe da IGreJa ‒ novIcIado centro educacIonaL marISta de rIo Grande (comunIdade) InStItuto noSSa Senhora medIaneIra caSa de veraneIo doS IrmÃoS marIStaS centro SocIaL marISta Ir. eLIaS davId saNta CruZ do sul | centro marISta n. S.ª da Boa eSperanÇa sÃo paulo | reSIdÊncIa marISta da acoLhIda (comunIdade) coLÉGIo marISta SÃo LuÍS vILa marISta BoracÉIa centro educacIonaL marISta (comunIdade) reSIdÊncIa marISta IrmÃo LourenÇo (comunIdade) coLÉGIo marISta arquIdIoceSano saNta maria | centro SocIaL marISta Santa marta coLÉGIo marISta noSSa Senhora da GLÓrIa coLÉGIo marISta Santa marIa c entro SocIaL marISta Ir. LourenÇo eScoLa marISta de enSIno FundamentaL Santa marta centro SocIaL marISta IrmÃo JuStIno comunIdade marISta Santa marIa centro SocIaL marISta Itaquera I reSIdÊncIa marISta do cerrIto (comunIdade) centro SocIaL marISta roBru comunIdade marISta Santa marta edItora Ftd S.a. centro marISta de eventoS ‒ cme Ftd ‒ FILIaL SÃo pauLo saNto ÂNGelo | coLÉGIo marISta Santo ÂnGeLo Guarulhos | parque GrÁFIco centro SocIaL marISta de Santo ÂnGeLo centro de FormaÇÃo marISta (comunIdade e prÉ-poStuLado) ribeirÃo preto | coLÉGIo marISta de rIBeIrÃo preto reSIdÊncIa marISta (comunIdade) sÃo FraNCisCo de paula | centro de peSquISaS e conServaÇÃo centro SocIaL marISta Ir. ruI LeopoLdo depInÉ da natureZa ‒ pucrS saNto aNtÔNio da aleGria | reSIdÊncIa marISta (comunIdade) tramaNdaÍ |caSa de veraneIo JardIm do Éden centro ruraL ÁGuaS da prata (FaZenda) uruGuaiaNa | coLÉGIo marISta Santʼana saNtos | centro SocIaL marISta Lar FeLIZ comunIdade marISta


minas gerais belo horiZoNte | comunIdade marISta da BetÂnIa

caSa da acoLhIda marISta de BeLo horIZonte centro de eStudoS marIStaS ‒ cem centro de produÇÃo de tv e vÍdeo - cptv centro marISta cIrcuIto Jovem -BeLo horIZonte centro marISta crerSendo centro marISta de educaÇÃo e cIdadanIa ‒ cemec centro marISta de paStoraL ‒ cmp coLÉGIo marISta dom SILvÉrIo comunIdade marISta da BetÂnIa eScoLa marISta champaGnat de BeLo horIZonte ‒ eJa JunIorato champaGnat FundaÇÃo LʼhermItaGe: proJeto amIGo da ÁGua, rÁdIo 98 Fm, rÁdIo rIo vermeLho Lar marISta JoÃo BatISta Berne marISta haLL (chevroLet haLL) ‒ teatro dom SILvÉrIo Ftd - FILIaL BeLo horIZonte moNtes Claros | comunIdade marISta de monteS cLaroS centro marISta de paStoraL ‒ cmp coLÉGIo marISta SÃo JoSÉ patos de miNas | comunIdade marISta de patoS de mInaS coLÉGIo marISta de patoS de mInaS ribeirÃo das NeVes | centro marISta reFLoreScer recanto marISta - remar sÃo ViCeNte de miNas| centro marISta de paStoraL ‒ cmp coLÉGIo marISta SÃo vIcente de mInaS teatro marISta IrmÃo eXuperÂncIo uberaba |comunIdade marISta de uBeraBa caSa da acoLhIda marISta de uBeraBa coLÉGIo marISta dIoceSano uberlÂNdia | coLÉGIo marISta champaGnat VarGiNha| centro marISta FLoreScer coLÉGIo marISta de varGInha teatro meStrInho

santa catarina CaÇador | centro SocIaL marISta caÇador ChapeCÓ | reSIdÊncIa marISta SÃo FrancISco (comunIdade)

paraná almiraNte tamaNdarÉ | eScoLa ecoLÓGIca marceLIno champaGnat CasCaVel| coLÉGIo marISta de caScaveL

centro SocIaL marISta champaGnat reSIdÊncIa marISta de caScaveL (comunIdade) Curitiba |reSIdÊncIa provIncIaL marISta (comunIdade) reSIdÊncIa marISta coLÉGIoS (comunIdade) reSIdÊncIa marISta pucpr (comunIdade) aSSocIaÇÃo paranaenSe de cuLtura ‒ apc (mantenedora) centro admInIStratIvo aBec e uce centro de InteGraÇÃo SocIaL dIvIna mISerIcÓrdIa centro marISta marceLIno champaGnat ‒ cmmc centro SocIaL marISta de curItIBa centro SocIaL marISta SaBarÁ coLÉGIo marISta paranaenSe coLÉGIo marISta Santa marIa pucpr ‒ edItora unIverSItÁrIa champaGnat pucpr - FarmÁcIa unIverSItÁrIa pucpr - tecnoparque hoSpItaL de carIdade hoSpItaL n. Sa. da LuZ / pLano de SaÚde IdeaL hoSpItaL unIverSItÁrIo caJuru Irmandade da Santa caSa de mISerIcÓrdIa de curItIBa ‒ IScmc Lumen centro de comunIcaÇÃo pucpr ‒ cÂmpuS curItIBa rÁdIo cLuBe Fm rÁdIo cLuBe rede eLdorado am Ftd ‒ FILIaL curItIBa Colombo |hoSpItaL aLto maracanà FaZenda rIo Grande pucpr ‒ FaZenda eXperImentaL GraLha aZuL tapeJara dʼoeste |centro SocIaL marISta tapeJara dʼoeSte eScoLa eStaduaL Ir. ISIdoro dumont reSIdÊncIa marISta (comunIdade) loNdriNa | centro de FormaÇÃo marceLIno champaGnat (comunIdade/poStuLado) centro SocIaL marISta IrmÃo acÁcIo coLÉGIo marISta de LondrIna pucpr ‒ campuS LondrIna Ftd ‒ FILIaL LondrIna mariNGÁ | reSIdÊncIa marISta (comunIdade) recanto marISta centro SocIaL marISta Ir.Beno tomaSonI coLÉGIo marISta de marInGÁ pucpr ‒ campuS marInGÁ poNta Grossa | reSIdÊncIa marISta (comunIdade) centro SocIaL marISta Santa mÔnIca coLÉGIo marISta pIo XII sÃo JosÉ dos piNhais |reSIdÊncIa marISta SÃo JoSÉ (comunIdade) pucpr ‒ campuS SÃo JoSÉ doS pInhaIS toledo | pucpr ‒ campuS toLedo

coLÉGIo marISta SÃo FrancISco centro SocIaL marISta ‒ eSpaÇo SÃo pedro centro SocIaL marISta ‒ eSpaÇo centro centro ruraL aurora CriCiÚma | coLÉGIo marISta de crIcIÚma centro SocIaL marISta Ir. WaLmIr orSI FloriaNÓpolis | reSIdÊncIa marISta SÃo JoSÉ (comunIdade) centro de FormaÇÃo champaGnat (comunIdade/eScoLaStIcado) recanto champaGnat caSa do eStudante marISta centro SocIaL marISta Ir. ceLSo conte centro SocIaL marISta mont Serrat JaraGuÁ do sul | coLÉGIo marISta SÃo LuÍS centro de FormaÇÃo marISta (comunIdade/prÉ-poStuLado) centro SocIaL marISta de JaraGuÁ do SuL JoaÇaba | reSIdÊncIa marISta (comunIdade) coLÉGIo marISta FreI roGÉrIo centro SocIaL marISta de JoaÇaBa pouso redoNdo | reSIdÊncIa marISta (comunIdade) centro SocIaL marISta de pouSo redondo sÃo beNto do sul | eScoLa de educaÇÃo BÁSIca SÃo Bento sÃo JosÉ | centro SocIaL marISta SÃo JoSÉ


[ V I DA ]

O amor fraterno

em 5 passos

O amor dÁ sentido à nossa VIDA e confere energia a tudo. O amor é a verdade da existência humana, sem medidas, porque salva o mundo, constrói a sociedade e prepara a eternidade. Confira os cinco enfoques do amor fraterno: POR Dom Orlando Brandes

1

Sair de si É a lei do êxodo, da descida, do desapego. Estar fora de si e centrado no outro, ser excêntrico, porque central é o outro, a alteridade, eis um enfoque essencial do amor, portanto, trata-se do esquecimento de si e elevação do outro. Quanto mais saímos de nós mesmos, para estar no outro e em Deus, ali nos encontramos. O esvaziamento de si cria espaço para abrigar o próximo. O amor nos manda sair de nós mesmos, sair do tradicionalismo, sair do ego, sair das memórias que acorrentam, sair dos preconceitos, sair do pedestal, sair das fantasias, deixar pai e mãe e entrar na realidade, aceitar o diferente, dar um passo à frente. O amor faz o outro importante.

2

Compreender Amar é compreender. Quem compreende perdoa. “Senhor, fazei que eu saiba mais compreender que ser compreendido”, rezava São Francisco. Compreender é ver o ponto de vista do outro, desejar o desejo do outro, aceitar a verdade do outro com suas sombras, defeitos, limitações. Compreender é aceitar a verdade do outro e dizer-lhe a verdade com autenticidade. Compreender leva a confiar, a perdoar, a confidenciar.

3

Cuidar Cuidado é atenção ao desejo do outro, ao seu bem, sua promoção, seus interesses. Cuidar é zelar, envolver-se, estar atento. Melhor, é um estado de atenção, é uma recordação constante do amado: “Vivo pensando nele”. Cuidado é ter percepção da realidade alheia, assumir atitude de envolvimento, atenção, desvelo, zelo. O cui-

dado se desdobra em dedicação, solicitude, bom trato, responsabilidade, diligência. Ter cuidado é deixar-se afetar, envolver-se, criar laços. Cuidar é amar.

4

Doar-se É a entrega de si, a generosidade, a gratuidade, o amor ágape, que se sacrifica, é capaz de dar a vida. Isso requer a morte do ego e a compaixão pelo outro. Amar é dizer: não quero que tu morras, mas eu dou minha vida por ti. Amar é dar a vida, ensinou Jesus. O amor joga fora o temor, é mais forte que a morte. O amor jamais acabará. A única coisa que não se pode tirar de nós é o que doamos.

5

Ser fiel O amor requer fidelidade e não suporta indiferença, mentira, desconfiança. Fidelidade é compromisso, aliança, pacto, juramento. O amor é um desejo de aliança, um sentimento de pertença, uma atitude de filiação, uma experiência de eternidade. No amor não se sente o tempo passar. Fidelidade é comunhão, unidade, reciprocidade, mútua entrega, estar inteiro com o outro, sem medo de rejeição, sem ciúmes. Fidelidade é respeitar a verdade. Quando o amor nos habita nos tornamos verdadeiros. A fidelidade não é um jugo, é proteção de valores, é o preço do amor. Dom Orlando Brandes é Arcebispo de Londrina


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MARISTA EDIÇÃO 03 · FEV/2011

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SEM FRONTEIRAS Tragédias naturais unem os povos em solidariedade

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Pesquisas reacendem a esperança de cura de inúmeras doenças


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