1ยบ SEMESTRE/2011
A magia
da leitura
www.oxfordporcelanas.com.br
COLEÇÃO 2011
ENRIQUE RODRIGUEZ
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Expediente
A Província Marista Brasil Centro-Sul atua nas áreas de educação, solidariedade, saúde, editorial e comunicação. A PMBCS está presente nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Sua forma de atuação busca, por meio de processos educacionais, uma efetiva contribuição social e cultural, posicionando-se na defesa e promoção dos direitos das infâncias e juventudes. Desenvolver equilibradamente, afetividade e inteligência, dimensão comunitária e social, valores humanos e cristãos é a proposta da instituição.
PRESIDENTE DAS MANTENEDORAS: Ir. Dario Bortolini VICE PRESIDENTE DA MANTENEDORA: Ir. Davide Pedri SUPERINTENDENTE ABEC/UCE: Paulo Serino de Souza REDE DE COLÉGIOS: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina Michelan Azevedo COMUNICAÇÃO E MARKETING (ABEC/UCE): William Strauss Fleming, Patrícia Fatuch, Pollyana D. Nabarro, Alexandre L. Cardoso, Silvia S. Tateiva, Kelen Y. Azuma, Patrícia L. Egashira, Fábio Egg Mais, Tiago Ienkot COMUNICAÇÃO E MARKETING (COLÉGIOS): Bruna Gonçalves, Bruno Bonamigo, Caroline Damin Mertens, Cláudia Cristina Batistela Francisco, Daliane Teston, Fábio Viviurka Correia, Katia Macedo Dias, Kely C. de Souza, Luana Santos, Mayara Haudicho, Paula Kostiuk, Raquel Bortoloso, Renato Campos, Samira Dutra, Tatiana Stoicov
Rua Imaculada Conceição, 1155 Prado Velho – Curitiba – PR Prédio Administrativo PUCPR – 8º andar CEP: 80215-901 Tel.: (41)3271-6500 www.marista.org.br
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Em Família | 7ª Edição | 1º Semestre 2011
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1º semestre/2011
CAPA:
A magia
da leitura
Mateus Mera Barbosa FOTO: Caixa Mágica/Ribeirão Preto (www.caixamagica.com.br) PRODUÇÃO: Mayara Amaral Haudicho
A Revista Em Família é uma publicação da Editora Ruah para a Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida aos pais e colaboradores. Visite o blog da revista e envie sua opinião: www.maristaemfamilia.com.br
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Primeira impressão por Ir. Paulinho Vogel
A arte da N
esta edição do primeiro semestre da Revista Em Família, destacamos o tema da literatura: a arte de criar e recriar textos, o exercício da eloquência e da poesia. A literatura é um fenômeno da linguagem, fruto da experiência existencial, social, política e cultural de quem a vive. Assim, um texto literário é objeto artístico e de linguagem variada que questiona convenções e envolve o leitor num jogo de descobertas e redescobertas de sentido, ajudando-o a compreender a si próprio, as culturas e o mundo em que vive. Para as escolas da Rede Marista, o estudo de textos literários é potencializador das aprendizagens que geram as condições necessárias para proporcionar inúmeras situações de compreen-
leitura
são e produção de conhecimentos. A leitura possibilita ampliar as infinitas possibilidades de conhecer e interpretar o contexto em que se insere o principiante leitor. Mediar essa experiência do conhecimento é uma questão crucial para a aprendizagem da leitura e para a formação dos sujeitos, bem como para a construção de um conhecimento crítico de análise e intervenção da realidade. As bibliotecas escolares da Rede Marista de Colégios possuem ações culturais e educacionais, bem como, espaços privilegiados para a formação de leitores artífices do seu conhecimento. Para nós, a leitura é uma forma exemplar de aprendizagem, pois o aprimoramento dessa capacidade subsidia todo processo ensino-aprendizagem.
Prazerosa e lúdica, de início, a leitura não é um ato solitário, mas algo a ser socializado, mediado pelo professor e adquirido por meio dos gêneros diversos a serem aprofundados em níveis de maior exigência intelectual. Aprender a ler é um processo que deve ser integrado à produção de textos. Em suma, a leitura deve ser uma prática constante e processual em todas as fases da vida do estudante criança, jovem e adulto, potencializando-os a fim de estar e intervir solidariamente na realidade. Assim, e somente assim, faz sentido orgulharmo-nos de nossos alunos.
Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios
Os alunos João Vitor, Marcela e Mateus divertem-se na sessão fotográfica para essa edição
Entrevista
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O (re)
descobridor Divulgação
do Brasil
Em entrevista à revista Em Família, Laurentino Gomes conta como transformou a história do Brasil num delicioso sucesso de vendas Luís Fernando Carneiro
“ESPERO, PELA LEITURA, AJUDAR A PROMOVER A VIDA DE OUTRAS PESSOAS, TANTO QUANTO MEUS PAIS FIZERAM POR MIM AO ME ESTIMULAR A LER E A ME INTERESSAR
O
Brasil foi descoberto em 1500, mas, de verdade, só foi inventado como país em 1808. Foi quando a família real portuguesa chegou ao Rio de Janeiro e transformou uma colônia atrasada e ignorante em uma nação independente. Nenhum outro período da história brasileira testemunhou mudanças tão profundas. Mas foi quase 200 anos anos depois que um jornalista resolveu contar essa história direito. Em 2007, Laurentino Gomes lançou “1808”, vendeu mais de meio milhão de livros e conquistou duas categorias do Prêmio Jabuti, Melhor Livro Reportagem e Livro do Ano de Não-Ficção. No ano passado foi a vez de “1822”, um relato detalhado sobre a Independência do Brasil, conquistar as prateleiras das livrarias e rapidamente os primeiros lugares em vendas. Mas como transformar a história do Brasil em um sucesso de público e crítica? Você vai perceber nessa entrevista que Laurentino Gomes concedeu à Em Família que a receita do seu sucesso gira em torno de uma grande história, um forte trabalho de pesquisa e uma sintonia verdadeira com o leitor.
PELA HISTÓRIA" Você sempre gostou de ler? Qual a influência da sua família nesse seu interesse por leitura? Meus pais eram cafeicultores pobres do interior do Paraná. Tinham poucos anos de estudo. Apesar disso, valorizavam muito a educação e, em especial, a leitura. Meu pai, que havia estudado só até o quinto ano primário, era um leitor voraz. Lia obras de História e Filosofia que tomava emprestadas ao pároco local, um homem bastante culto.
Mesmo vivendo em uma região distante e carente de tudo, meus pais conseguiram criar condições para que todos os quatro filhos completassem o curso superior. Tenho muito orgulho das minhas origens, o que também reforça em mim um grande senso de missão como escritor. Espero, pela leitura, ajudar a promover a vida de outras pessoas, tanto quanto meus pais fizeram por mim ao me estimular a ler e a me interessar pela história.
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Entrevista
"ESTAMOS EM UM NOVO SÉCULO QUE PEDE UMA NOVA LINGUAGEM E NOVOS FORMATOS CAPAZES DE ATINGIR NOVAS AUDIÊNCIAS OU NOVOS PÚBLICOS."
Algum dia nos seus sonhos você imaginou ter um best-seller sobre história? Nunca imaginei que livros de História do Brasil pudessem ter uma repercussão tão grande. Ainda hoje me surpreendo com a reação dos leitores. Recebo dezenas de e-mails todos os dias, nos quais fazem elogios, sugerem temas para futuras obras e pedem que eu não pare de escrever. Um livro tem grande poder de transformação. E o primeiro alvo da mudança geralmente é o próprio autor. Minha vida mudou bastante desde que lancei o “1808”, em 2007. Hoje passo boa parte do meu tempo lendo, pesquisando ou viajando pelo Brasil para dar aulas, fazer palestras e participar de sessões de autógrafos e bate-papos com os leitores. E confesso que nunca estive tão feliz. O reconhecimento e o contato com os leitores tem funcionado como um elixir da juventude para mim. Sinto-me renovado e com muita energia para me dedicar aos futuros livros. Conhecer a sua própria história pode mudar o presente e o futuro de um país? O estudo de História é fundamental para a construção do Brasil do futuro. Uma sociedade que não estuda História não consegue entender a si própria, porque desconhece as razões que a trouxeram até aqui. E, se não consegue entender a si mesma, provavelmente também não estará preparada para construir o futuro de forma organizada e estruturada. É quase impossível compreender o Brasil de hoje sem estudar a vinda da corte de D. João para o Rio de Janeiro e a influência decisiva que esse acontecimento teve na Independência, em 1822. Eu diria que todas as nossas características nacionais, todos os nossos defeitos e virtudes, já estavam presentes lá.
Livros são também importantes para quem já saiu da escola há bastante tempo? Ler é uma das formas mais agradáveis e prazerosas de aprender. Quem lê consegue ir além dos limites da própria vida, porque amplia seus horizontes com a experiência dos outros. Ao ler um romance de Machado de Assis, por exemplo, nós somos transportados para outro lugar e outro tempo, no Rio de Janeiro do final do Século 19, distante da nossa realidade de hoje. Conseguimos, portanto, ter uma experiência de vida anterior à época em que nascemos. No caso dos livros de História do Brasil, pode haver também um benefício de natureza psicológica relacionado à forma como nos identificamos em relação ao nosso país. Hoje os brasileiros convivem com um sério problema de autoestima. O estudo de História mostra que o Brasil não é pior nem melhor do que qualquer outro país. É apenas diferente, porque as nossas raízes são diferentes. O que significa que o nosso futuro provavelmente também será diferente. Qual o segredo para tornar a história do Brasil atrativa para o leitor comum? Procuro sempre observar os personagens e acontecimentos com os olhos de um leitor adolescente ou um adulto mais leigo, não habituado a ler sobre História do Brasil. Se esse leitor conseguir entender o que eu tento explicar, todos os demais também entenderão. Eu leio muito sobre o assunto, pesquiso documentos e visito os locais em que as coisas aconteceram dois séculos atrás. Apesar da distância no tempo, esses lugares ainda guardam hoje muita informação para quem tiver o olhar atento. Também procuro orientação adequada logo no início do projeto. Por fim, ao escrever, tento ser o mais
Qual a melhor maneira de se olhar para a História do Brasil? Infelizmente, a História do Brasil é muito contaminada por dois tipos de deturpações. A primeira é a chamada História oficial, que se esforça em fazer em celebração épica dos heróis e acontecimentos, como se eles tivessem construído ou dado origem a um Brasil melhor do que o que vemos hoje nas ruas, esquinas, morros e favelas. É uma visão da história que predomina especialmente em período de ditaduras, como no ensino nas disciplinas de Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e Educação Moral e Cívica durante o regime militar de 64. A segunda deturpação é marcada por uma tentativa de desconstrução dessa História oficial. São livros, filmes e minisséries que banalizam os fatos e personagens, como se pertencessem a um Brasil viralatas indigno do seu passado. É o que se vê, por exemplo, no filme “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil”, de Carla Camurati, e na série de televisão “Quinto dos Infernos”. A verdade, como sempre, está no meio. O que procuro mostrar nos meus livros é que a História do Brasil tem, sim, personagens engraçados, pitorescos e caricatos, como D. João VI e Carlota Joaquina, mas não se resume a isso. Você acredita que por conta de "Harry Potter", "Crepúsculo", "Lua Nova" os jovens acabam sendo portas de entrada
interessantes para livros mais densos? Eu não tenho qualquer preconceito contra esses livros. Ao contrário, acho que uma forma de estimular a leitura numa faixa etária que, aparentemente, não está lendo tanto quanto deveria. A melhor forma de criar novos leitores é associar a leitura a uma atividade prazerosa. Por isso, melhor começar com Harry Potter do que forçar uma criança ou um adolescente a ler obras como as de Machado de Assis mediante o risco de passar ou reprovar num exame. O risco, nesse caso, é afastá-la para sempre dos livros. Se o estudante entender que ler é sinônimo de prazer, no futuro provavelmente se interessará também por essas obras mais complexas e sofisticadas do ponto de vista literário. Você deu um passo à frente ao entender que os leitores precisavam de uma nova linguagem. Qual é o papel da escola diante dessa nova realidade? Tenho observado uma mudança na atitude dos professores e das escolas em geral. Estão mais empenhados em usar uma linguagem acessível aos estudantes e, no caso da História, uma narrativa mais equilibrada dos acontecimentos do passado. Isso é muito bom. O Brasil vive um momento de mudanças com a redução do números de pessoas que viviam na pobreza absoluta e o crescimento das classes “B” e “C”. Significa que estamos, finalmente, conseguindo distribuir renda, emprego, saúde, educação e outras oportunidades. Há novos consumidores, novos leitores e novos estudantes participando desse processo de ascensão social. Temos de ser generosos com eles produzindo livros, aulas e material didático acessíveis na linguagem. O uso de uma linguagem mais didática e acessível é
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claro e didático possível na linguagem. Também me esforço para misturar na narrativa elementos pitorescos e bem humorados com uma mergulho mais profundo das situações que descrevo. Acho que ninguém precisa sofrer para estudar História.
uma forma de democratizar e ampliar o conhecimento no Brasil. O que pensa dos e-books? Os escritores têm de estar atentos a novos formatos? O futuro do livro e o futuro do papel são coisas diferentes. O formato papel parece estar mesmo com seus dias contados, mas o conteúdo dos livros continuará a ser tão relevante quanto sempre foi. A República, de Platão, que já foi uma obra prima no pergaminho, permanece relevante hoje no papel e continuará a ser nos meios digitais. Nosso desafio, portanto, não é a mudança nos formatos, mas a qualidade do conteúdo. Estamos em um novo século, que pede uma nova linguagem e novos formatos capazes de atingir novas audiências ou novos públicos. Há um público jovem que, aparentemente, não está lendo muito no papel, mas passa boa parte do tempo surfando na internet e é muito seduzido pela linguagem audiovisual. Por essa razão, daqui para frente nós – jornalistas, escritores, professores, historiadores, produtores de conhecimento de forma geral – precisamos ter estratégias multimídia para atingir diferentes públicos.
Capa
A magia da leitura
Uma boa notícia. Os livros não vão acabar justamente porque só eles permitem a adultos e crianças recriar histórias, viajar por mundos reais e imaginários e serem protagonistas em um mundo que insiste em colocá-los como espectadores
Caixa Mágica/Ribeirão Preto
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Marcela e João Vitor
"À
s vezes, antes do café da manhã, eu já acreditei em mais de seis coisas impossíveis.” A frase é de Alice e a invenção linguística está no famoso clássico de Lewis Carroll. Entretanto, o que se apresenta de uma forma simples e despretensiosa, talvez seja a grande chave para definirmos a magia da leitura. Ler nos dá a possibilidade de acreditar no impossível, de encontrar nas histórias de Monteiro Lobato um caminho para uma vida melhor, com bonecas que ganham vida, num ambiente que alimenta as travessuras das crianças de todas as idades. Entrevistamos muitos alunos maristas para compor essa reportagem e o melhor foi perceber que a maioria deles sabe muito bem o que quer quando toma um livro nas mãos: viajar. Curiosamente, essa geração cercada de tecnologia tem as mesmas expectativas que nossos avós quando o assunto é literatura. Eles querem embarcar em um mundo de sonhos, de conhecimentos reais e imaginários, de fantasia; desejam dar um tempo no corre-corre diário que violenta a criatividade e a paz. Em resumo: para Mateus Mera Barbosa, João Vitor Zeviani Monteiro de Barros e Marcela Marques Cilento, que aparecem nas fotos desta matéria, ler é uma forma incrível de se relacionarem com autores de todas as épocas e de construírem em suas mentes os cenários e os detalhes de cada obra. Num filme isso não é possível. Ali, tudo já vem processado, os vestidos têm cores certas e as expressões são fruto do talento dos atores e diretores. Quem lê um livro é livre para (re)criar. A escola é, portanto, um ambiente que deve investir em espaço adequado, em acervo que conta com obras literárias clássicas, modernas e contemporâneas, de modo a se tornar a estação ideal para que esse embarque aconteça. A família é outra estação fundamental. Por esse motivo, convidamos para um bate-papo a escritora e mãe de aluno marista, Liana de Camargo Leão, também professora de Literaturas de Língua Inglesa na Universidade Federal do Paraná, doutora pela USP e mestre pela UFPR e pela UFRJ. Ela aposta que a leitura em voz alta e a conversa em torno do livro são fundamentais para construir pontes entre pais e filhos. “A leitura compartilhada desenvolve a arte da conversação em família, é momento propício para se discutir valores, desenvolver o vocabulário e o pensamento abstrato”, explica. Confira trechos dessa conversa com a escritora.
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Capa
A INFÂNCIA FOI ENCURTADA? A infância é um período curto, hoje ainda mais encurtado por um “adolescer” precoce: as crianças são muito cedo intimadas a entrar no mundo do erotismo e do consumo. Mais do que nunca é preciso recuperar a magia das rimas, das cantigas de roda, dos contos de fada e da literatura. LINGUAGEM COMO FORÇA CRIADORA É no periodo da infância que a criança vive a linguagem como força criadora: “Mãe, tô apertada. Quero ir ao vaso solitário.” O mesmo tipo de invenção linguística está em Lewis Carroll (18321898), o autor de "Alice no País Das Maravilhas": “Às vezes, antes do café da manhã, eu já acreditei em mais de seis coisas impossíveis.” Carroll propôs deliciosos neologismos: “Me deram como presente de des-aniversário". [em inglês, “un-birthday present”.] Na abertura de Alice, Carroll convida o leitor a passar ao mundo do faz-de-
"A LEITURA PERMITE QUE NOSSAS EXPERIÊNCIAS DE VIDA SEJAM COMPARTILHADAS E É FUNDAMENTAL PARA QUE AS CRIANÇAS PERCEBAM QUE AS SUAS EXPERIÊNCIAS, COMO CRESCER, SE APAIXONAR E ENFRENTAR DIFICULDADES TAMBÉM PODEM SER PARTILHADAS."
conta: Alice segue o Coelho Branco que carrega um relógio no bolso do colete e está muito atrasado: “Ai, ai, ai! Vou chegar atrasado demais!” Hoje, somos como o Coelho Branco de Alice: atrasados, apressados, correndo atrás do tempo, um tempo que nos escapa, um tempo do qual nos queixamos sempre e que não nos permite ler. FALANDO EM TEMPO, QUAL É O TEMPO PARA A LEITURA? Entre as mais frequentes queixas das mães quanto à educação dos filhos está a de que eles preferem vídeo-games e televisão ao livro. A ausência do livro na vida das crianças reflete a ausência do livro na vida dos pais. Os pais alegam falta de tempo para leitura. Ler requer tempo, requer disponibillidade, mental e emocional. E tempo é questão de prioridade. Em uma época de excesso de informação e excesso de oferta de produtos, o ser humano passa a ser definido como “espectador” e “consumidor”. São roupas, ipods, ipads, celulares, aparelhos eletrônicos que nos atraem com a promessa de definir nossa subjetividade e suprir nossas insatisfações. Entramos no mundo do descartável, dos objetos-símbolos que terminam por criar em nós um vazio permanente. O tempo do consumo é contínuo; e nos consome. É um tempo acelerado que nos atropela: consome a nossa noção de identidade, nos encolhe, nos diminui. O tempo da leitura é, ao contrário, um tempo que expande o ser humano. É também um tempo de recolhimento, de introspecção, de mergulho para dentro, de diálogo consigo mesmo, um tempo de formação do acervo pessoal, de nossa biblioteca interna.
"O TEMPO DA LEITURA É UM TEMPO DE RECOLHIMENTO, DE INTROSPECÇÃO, DE MERGULHO PARA DENTRO, DE DIÁLOGO CONSIGO MESMO, UM TEMPO DE FORMAÇÃO DO ACERVO PESSOAL, DE NOSSA BIBLIOTECA INTERNA."
A LEITURA É UMA PROTEÇÃO CONTRA O EXCESSO DE ESTÍMULOS? Com certeza. Freud sugere que a proteção contra estímulos é uma função quase mais importante do que a recepção dos estímulos. Desenvolver a linguagem, a capacidade linguística de expressar o pensamento e assim possibilitar a criação de uma ponte entre a experiência intelectual e a experiência emocional para poder construir linguisticamente a própria história, o próprio relato e refazêlo a cada baque, quando a vida for nos marcando, nos torcendo: isso me parece essencial à formação de uma subjetividade sadia, capaz de superar conflitos e de auxiliar o outro no enfrentamento e na superação de etapas. Desenvolver a empatia e aprender o caminho entre emoção e intelecto são efeitos colaterais da leitura. A leitura permite que nossas experiências de vida sejam compartilhadas e é fundamental para que as crianças percebam que as suas experiências, como crescer, se apaixonar e enfrentar dificuldades também podem ser partilhadas. EDUCAR NÃO É TERCEIRIZAR Administrar é delegar tarefas e cobrar resultados. Não sei se o modelo é adequado quando se trata de criança, de afeto, de leitura, de educação. Como
delegar a tarefa de compartilhar o dia-a-dia com os filhos? Será que só os professores, psicólogos, babás, personagens de tevê e de videogame podem popular a vida dos nossos filhos? A principal “conversa” de uma criança será com a televisão? A leitura em voz alta e a conversa em torno do livro constroem pontes entre pais e filhos. A leitura compartilhada desenvolve a arte da conversação em família, é momento propício para se discutir valores, se desenvolver o vocabulário e o pensamento abstrato. E O FUTURO DO LIVRO? Vivemos uma mudança nos hábitos de leitura: o livro digital, mais fácil de produzir e distribuir, ecologicamente correto, e, em breve, também mais barato. Na escola isso significará muito menos peso na mochila! E dá para fazer anotações, apagar anotações, aumentar a letra, etc. Quando a gente fala em futuro do livro, pensa em futuro do livro de papel. Mas o livro eletrônico é o futuro do livro. O que importa é o conteúdo e, é claro, a possibilidade de acesso. O livro eletrônico traz acesso instantâneo.
Liana Leão: “O livro é a casa que abriga a cabeça da gente”
Entre os livros de Liana Leão estão: "Shakespeare, Sua Época e Sua Obra"; "O Livro das Casas"; "O Livro dos Pés"; "Dona Salete de Copacabana e Seus Amigos de Estimação", em co-autoria com Luiz Otávio Leão; “Julieta de Bicicleta"; "Diferentes: pensando conceitos e preconceitos"; "A caixinha de narizes", em
Mais: Confira no blog da Revista Em Família uma
co-autoria com sua filha
reportagem completa sobre o futuro da literatura
Anna Beatriz.
e os livros digitais. www.emfamiliamarista.com.br
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Perfil
Brilho nos olhos O
ex-aluno marista Marcelo Beltrão de Almeida é um devorador de livros. Formado pela PUCPR em Engenharia Civil, acionista do Grupo CR Almeida - um dos maiores grupos empresariais brasileiros - é ex-deputado federal. Com uma carreira tão extensa, apesar de ter apenas 44 anos, Almeida é mais conhecido por ser um grande incentivador da leitura. Na Câmara dos Deputados, foi o criador e presidente por três anos da Frente Parlamentar Mista da Leitura, que colocou os assuntos de incentivo ao livro e à leitura na pauta política nacional. Em Curitiba (PR), criou o programa “Conversa entre amigos”, no qual mais de mil participantes leem uma mesma obra e depois participam de encontros para discutir o livro. O programa já contou com as participações de escritores importantes, como Laurentino Gomes, Caco Barcellos, Cristóvão Tezza, Domingos Pellegrini, Miguel Sanches Neto e Roberto da Matta.
Como você descreve a magia de ler? Para mim, ler é sempre uma viagem. Conheço muitos lugares em diferentes partes do mundo, não apenas porque sempre viajei, mas porque leio bastante. Para mim, ler é viajar sem sair do lugar. A leitura proporciona à nossa mente a possibilidade de estar em todos os lugares descritos nos livros. E a magia está quando visitamos fisicamente um lugar descrito em um livro que já lemos! Isso acontece sempre comigo. Essa relação do livro com a realidade é encantadora e cativante! De onde vem sua paixão pelos livros? Aprendi a amar os livros com a minha mãe e meu avô. Aprendi com eles o prazer da leitura e não a obrigação de ler. Isso muda tudo na vida da gente! A criança ou adolescente que só lê por obrigação imposta pela escola nunca vai desenvolver o gosto pela leitura. Por isso, nós – pais, tios e avós – temos a grande tarefa de mediar a leitura com nossos filhos, sobrinhos e netos, desenvolvendo neles o gosto pela lei-
tura. Na minha época, a internet e a televisão não competiam com a leitura no quesito entretenimento, o que tornava mais fácil essa tarefa para minha mãe e meu avô. Hoje, creio que o nosso maior desafio nessa área é orientar crianças e adolescentes a buscar bom conteúdo na internet. O meio pode ter mudado, mas a mediação da leitura ainda se faz necessária dentro de casa. No ano passado, ainda como deputado federal, você solicitou ao ministro da Educação, Fernando Haddad, que a leitura fosse incluída na pauta de prioridades de ações do ministério para este ano. O que falta para o Brasil investir mais em leitura? Falta muita coisa! Mas, na área educacional, o primeiro passo tem que ser dado com os professores e não com os alunos. Temos que fazer com que os nossos professores sejam, primeiro, leitores para depois pedir para que eles estimulem a leitura em seus alunos. Nos últimos anos, em razão das atividades que promovo de leitura, tenho encon-
trado muitos professores que não leem, que declaram publicamente que não gostam de ler. Como um profissional desses poderá formar novos leitores? Nos tempos de Marista você lembra de alguma obra ou atividade que o marcou nesse sentido da literatura? O colégio era como a extensão da minha casa. Morava quase do lado! Éramos adolescentes agitados pela idade e pela mudança do ginásio para o científico. Não lembro mais o nome dela, mas tinha uma professora de Português que quando falava sobre um livro, seus olhos brilhavam! Esse era o mesmo encantamento que eu via no meu avô, em casa. Não tenho lembrança específica sobre algum momento marcante, mas essa sensação de estar em casa, de encontrar na escola o mesmo ambiente que eu tinha em casa, no que se referia à leitura, é uma sensação que guardo até hoje!
Mais: Quer conhecer o programa conversa entre amigos? Então acesse o site www.conversaentreamigos.com.br
Dia a dia
Até para as
supermulheres, elasticidade tem limite Como a elástica Senhora Incrível, as mulheres se desdobram para cumprir vários papéis. Mas é preciso cuidado: sabemos o que acontece quando esticamos demais um elástico...
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Maria Sandra Gonçalves
H
elena é mulher bonita, dedicada a cuidar da casa, dos três filhos e do marido Roberto, que vive se queixando dos problemas de trabalho. Você certamente já foi apresentado à história dessa heroína. Como? Não achou a vida dela muito heróica? Pois Helena é ninguém menos que a Mulher Elástica, aquela que no filme “Os Incríveis” se vê forçada a abrir mão da vida pacata e da
superproteção das crianças para salvar o marido e o planeta das armas do malvado Síndrome. Na vida real a mudança de papéis não é assim tão visível. As Helenas do nosso dia a dia vão usando suas habilidades sem fazer muito alarde. Mesmo que não estejam de uniforme vermelho e máscara no rosto, as mulheres precisam mesmo de muita elasticidade para
conciliar a vida doméstica, os cuidados pessoais, a atenção aos filhos e – em muitos casos – a dedicação ao trabalho. Cada uma tem seus segredinhos para dar conta de tudo. E, ao contrário do que aconteceria no cinema, nós podemos revelá-los. Eles se resumem à busca do equilíbrio. Equilíbrio no trabalho, pois, mais que presentes materiais, os filhos que-
Números incríveis
A presença feminina na população economicamente ativa (PEA) é maior que a dos Homens, 17% comparando com os 13% masculinos. Já a participação feminina com nível superior ultrapassou a masculina e é de um pouco mais de 54%. Em 2010 a taxa de mulheres que trabalham com carteira assinada aumentou para 44%, em 2000 essa taxa era de 33%. As mulheres ocupam quase 22% dos cargos elevados (presidência, gerência...) no Brasil. A participação das mulheres no mercado de trabalho desde a década de 70 ao ano 2000 subiu de 17 para 35%. Fonte: IBGE (ibge.gov.br) e Rede Brasil Atual (www.redebrasilatual.com.br)
"AS HEROÍNAS TAMBÉM FALHAM. DÊ A SI MESMA O DIREITO DE APRENDER E PROGREDIR COM SEUS ERROS."
rem – e merecem atenção – com essa máxima em mente, fica mais fácil decidir entre assumir tarefas extras ou voltar mais cedo para casa. Afinal, a promoção que permite comprar uma casa na praia também rouba muitas horas de convivência familiar. Ponha tudo na balança e veja o que vale mais a pena. Os sábios alertam: “dinheiro perdido dá para recuperar; tempo perdido jamais”. Equilíbrio na divisão de tarefas. Toda Mulher-Elástico pode atuar melhor com o apoio do Sr. Incrível. Ou seja, as mulheres podem – e devem – compartilhar as tarefas com seus companheiros. Quando os dois estão
sobrecarregados, é preciso encontrar soluções simples para que toda a família viva em harmonia. Quer um exemplo? Você adora levar as crianças para a escola, mas, para isso, enfrenta um estresse diário e deixa o trabalho atrasado. De quebra, vive se perguntando por que essa tarefa cabe somente a você. Resultado: a ida para a escola (ou a volta) se transforma em um momento de tensão. Que tal mandar seus filhos de transporte escolar e se organizar melhor para dar atenção a eles em casa? Sem a pressão do trânsito e dos horários, as chances de boa convivência entre pais e filhos aumentam muito. Na vida pessoal, o bom senso também deve ditar as regras. É muito saudável cuidar da aparência e da saúde, mas se as visitas ao salão de beleza são sempre mais sagradas do que as situações em que sua presença é requisitada na família, alguma coisa está errada. O equilíbrio também se aplica a autoavaliação. A autoindulgência exagerada é um erro, mas culpar-se por tudo traz resultados ainda piores. Sabemos bem o que acontece se o elástico for esticado demais. Não deu para ir à reunião do colégio? Paciência. Marque um horário particular com a professora. Exagerou na dose ao chamar atenção dos filhos? Peça desculpas. As heroínas também falham. Dê a si mesma o direito de aprender e progredir com seus erros. Se a angústia aparecer, esqueça as soluções incríveis e vá pelo caminho certeiro: procure alguém com um ombro amigo e disponibilidade para ouvir um desabafo. Maria Sandra Gonçalves é jornalista e mãe dos alunos maristas Daniel e Mariana.
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Olhar
por Fabrício Carpinejar
Felicidade
não tem fim, tristeza sim
Quando não era pai, o riso pedia um motivo. Uma função. Uma explicação. A piada tinha que ser muito engraçada. Hoje a vida é mais engraçada do que a piada
M
eus filhos nunca perguntam: por que está triste? Eles me fazem feliz antes de perguntar. Só passei a rir à toa depois da paternidade. Rir por nada mesmo. Rir porque vejo meu filho desenhando uma casa com pernas ou reparo no modo como ele segura o garfo, igual à avó. Ou observando a concentração da filha diante da televisão ou seu bocejo esquecendo a proteção das mãos. Quando não era pai, o riso pedia um motivo. Uma função. Uma explicação. A piada tinha que ser muito engraçada. Hoje a vida é mais engraçada do que a piada. Ao largar a pasta do trabalho, há um alívio de que serei abraçado pelos filhos até ser derrubado. Levantarei as pernas para cima, desistindo das reservas. Meu riso dá cambalhotas sem colchão. Eu recebo diariamente pilhas de livros. Poderia confessar que felicidade é permitir que o Vicente abra os pacotes e me conte os títulos. Ele fica alucinado em ajudar. Mas os livros foram se espalhando, tomando os corredores. A esposa me advertia do avanço do escritório pelas peças. Tomei jeito e resolvi pedir novas estantes. Garantiria folga momentânea do problema e o filhote
seguiria rasgando os envelopes. O marceneiro chegou, amaciado de sotaque espanhol. Expliquei o que desejava e fui para minhas atividades. Não cessava de falar enquanto encaixava os parafusos. – Em que você trabalha? – Sou escritor e professor. – Professor de onde? – Da Unisinos... – Ah, a Unisinos, minha filha estuda lá, no curso de Letras, ela é aplicada. (Neste momento, vi que ele apenas encontrava um motivo para falar da filha. Achou o sinal do petróleo e não cessaria sua perfuração.) – Que bom, parabéns... – Não, parabéns para ela, que não puxou o pai e se dedicou a estudar. Quando olho para minha filha, me sinto realizado. Tudo o que passei na vida não teve borracha. – Não teve borracha? – Pai não apaga nada que viveu depois dos filhos. Não põe fora nem um desenho... Eu freei uma gargalhada desavisada. Na última semana, fui ao lançamento de um livro de alunos da Unisinos. Quando me escorei para pedir um autógrafo,
Teresa, uma das autoras, me encarou: – Põe esse livro na sua estante. – Sim, vou colocar. – Na estante de meu pai. – Como? – Ele fez sua biblioteca. Tenho orgulho dele. Me ensinou a escrever e nem sabe. O lápis que ele usava na orelha para medir a altura das paredes, sua filha pegou para escrever e alargar as palavras. Felicidade é quando o filho coincide com o pai e a mãe – e nenhum deles precisa ter consciência disso.
Fabrício Carpinejar é poeta, autor de Meu Filho, Minha Filha (Ed. Bertrand Brasil, 2007), entre outros livros
Inspirar é preciso Nas próximas páginas você vai encontrar o conteúdo
tos aos seus filhos todos os dias. Em cada aula, em cada
exclusivo do Marista São Luís. A revista Em Família é uma
momento ou experiência partilhada, há um pouco de
excelente oportunidade de reforçarmos o nosso com-
luz e de inspiração para fazer de cada criança ou jovem
promisso com uma educação de excelência, pautada
um ser humano melhor, mais capacitado e mais sensível
em valores. Aqui trazemos algumas histórias, projetos e
às necessidades do mundo que está à sua volta. Enfim,
principalmente um pouco das ideias que refletimos jun-
uma pessoa mais feliz.
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Com a palavra
Irmão Evilázio Tambosi - Diretor Geral
É tempo de plantar e cultivar N
o início deste terceiro milênio e frente à complexa sociedade atual, a educação encontra-se perante um novo desafio criado pelo contexto sócio-político e cultural. Trata-se especificamente da CRISE DE VALORES, que afeta, sobretudo, as novas gerações. Como as demais instituições, família e escola passam por mudanças que redefinem sua estrutura, significado e papel na sociedade. A escola de hoje não é apenas um espaço onde são desenvolvidos conteúdos e habilidades; é, também, o cenário responsável pela formação política, ética e estética de quem utiliza seus serviços. Ela é, sem dúvida, uma encruzilhada sensível da problemática que agita e reflete este inquieto ambiente social. Encontramo-nos com crianças, adolescentes e jovens que vivem as dificuldades do tempo atual: ressentem a fadiga, são incapazes de sacrifícios e de constância e nem sempre encontram modelos válidos de referência a começar, muitas vezes, pelas famílias que têm passado para a escola a responsabilidade de transmitir a seus filhos valores morais, princípios éticos e padrões de comportamento.
O olhar dirigido para as alegrias e fadigas da escola, leva-nos a pensar na contribuição que ela pode dar para a formação das novas gerações. A escola deve ser capaz de fornecer aos jovens instrumentos que os tornem aptos para poderem posicionar-se e encontrar lugar numa sociedade fortemente caracterizada por conhecimentos técnicos e científicos, mas, ao mesmo tempo, deve poder dar-lhes uma sólida formação de orientação humana-cristã. Por isso, para fazer da escola um instrumento educativo no mundo de hoje, é necessário RESGATAR E REVIGORAR A ESCOLA DE VALORES que constroem e sustentam o homem e a comunidade que o acolhe. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares. Num clima de relação aberta e respeitosa, juntos podemos construir um espaço de confiança, condição essencial para o desenvolvimento de um projeto que valorize o diálogo e participação de todos. Apesar das possíveis contradições, mesmo quando tivermos a sensação de estarmos plantando em solo infrutífero, não podemos desistir de semear. Nós, educadores Maristas, acreditamos nesta proposta.
É necessário RESGATAR E REVIGORAR A ESCOLA DE VALORES que constroem e sustentam o homem e a comunidade que o acolhe
abril 2011 nº 204
Saia do quadrado
Alunos falam sobre a experiência transformadora de passar 15 dias em uma comunidade carente no sertão do Piauí
ista, v e r u Penso uah R u o s pen Revistas são a nossa especialidade. Com uma equipe talentosa e comprometida com os seus resultados, editamos a sua publicação de forma objetiva, ágil e com muita qualidade. Conheça o nosso portfólio no site ww.editoraruah.com.br e entre em contato conosco.
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Educa�
Educação Infantil
Aprender na prática O envolvimento dos alunos em situações reais faz com que o aprendizado seja muito mais significativo
O
s projetos desenvolvidos na Educação Infantil partem, inicialmente, do interesse do grupo, manifestado pelas crianças em diversos momentos. Como não existe um percurso único a ser seguido, pois a aprendizagem não ocorre da mesma forma e no mesmo momento para todos, cada projeto acaba trilhando diferentes caminhos e tornando-se cada vez mais rico em todo o seu desenvolvimento. A palavra chave de todo o trabalho é a problematização, que faz com que seja explorado o processo de investigação, pesquisa e diálogos e desperte a capacidade de persistência, cooperação, negociação, trabalho em equipe, desenvolvendo diferentes habilidades. Um dos projetos realizados em 2010, que merece destaque, foi da turma do Infantil 5 da Professora Patrícia, que uniu o projeto da Feira Científico-Cultural, com o interesse das crianças em saber o que fazer com o material que não usamos mais, ou seja, o lixo, fazendo então nascer o projeto 3R´s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Foi uma experiência muito rica e que contribuiu para a construção de novos conhecimentos. Ele partiu dos conhecimentos prévios dos alunos e de seus questionamentos sobre a importância de diminuir o consumo de materiais, para reduzir a quantidade de
“Tenho visto e acompanhado uma riqueza de trabalhos, ferramentas e metodologias usadas pelas professoras, com a participação efetiva de todos os alunos. Isso movimenta nosso dia a dia e traz uma aprendizagem significativa, a qual estimula nossas crianças a aprender a fazer, errar, problematizar, discutir, levantar hipóteses, refletir, pesquisar, construir e tudo de uma maneira muito prazerosa e lúdica.” Viviane A. P. Manaia Coordenadora Psicopedagógica - Ed. Infantil
“Fazer parte do projeto sobre os 3R`s, foi uma experiência significativa tanto para a turma como para mim. O envolvimento das crianças era notório, sempre trazendo ideias e reflexões sobre o tema abordado. Além disso, os pais relatavam que seus filhos cobravam atitudes
lixo do planeta. Através da curiosidade e preocupação com os efeitos que o lixo pode trazer para o nosso planeta, foram propostas diversas situações de aprendizagem, ajudando a criar hábitos que, depois de interiorizados, se tornaram ações cotidianas. Dentre as várias ações realizadas podemos destacar: a diferenciação entre lixo orgânico e reciclável – e a importância da sua separação; a reflexão sobre a história
“Vamos abraçar o mundinho”; o estudo das cores da coleta seletiva; a confecção de objetos reutilizando o lixo; a produção de papel reciclado e a visita a uma empresa de reciclagem – Edepel – na qual o plástico é transformado em baldes e sacos de lixo. Dessa forma, por meio de experiências lúdicas e prazerosas, pudemos ampliar os conhecimentos, valorizando as descobertas e suas respectivas manifestações.
de separação do lixo, de cuidados com a água e com a energia elétrica, não apenas nas suas casas, mas de avós ou tios. Acredito que um dos momentos de maior destaque, foi a viagem de estudos até a Empresa Edepel, lá pudemos visualizar uma grande quantidade de lixo e suas possíveis formas de transformação.” Patrícia E. H. Adams Professora - Ed. Infantil
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Ser melhor
Educando para a solidariedade Projeto Solidariedade e Voluntariado envolve alunos em ações de convívio e reflexão Andréa Gomes Cardoso, Assessora de Pastoral
O
Marista tem por meta a Formação Integral (física – intelectual– social e espiritual) do aluno, que propicia o desenvolvimento de maneira harmoniosa e equilibrada. O jeito marista de educar se alicerça na pedagogia de Champagnat (fundador dos Irmãos Maristas), educando para a solidariedade, justiça social e para o compromisso coletivo. Pensando nisso, desenvolvemos o Projeto Solidariedade e Voluntariado, buscando o redimensionamento do conteúdo, trabalhando de forma contextualizada e estabelecendo uma ligação mais significativa no que diz respeito às relações humanas, ao conví-
vio social e fraterno, através de ação do voluntariado com as crianças. Esta ação é desenvolvida pelos alunos do 6º ano a 2ª série do Ens. Médio, junto às crianças da Ed. Infantil do nosso colégio, sendo esse o 9º ano de execução do mesmo. Como funciona O projeto inicia com o momento de formação: é feito um estudo sobre as faixas etárias das crianças e a importância de se exercer o voluntariado. São realizadas com os alunos atividades de reflexão e planejamento das atividades lúdicas que serão desenvolvidas com as crianças da Educação Infantil. Para o momento de
execução, os alunos são divididos em grupos, cada equipe é responsável por uma faixa etária, e enfim, acontece o contato direto com as crianças nas salas de aulas ou nos espaços da Ed. Infantil. São desenvolvidas atividades de recreação e contação de histórias, onde cada equipe é responsável pelo seu grupo e materiais utilizados. No encerramento é realizada a avaliação escrita em equipe e uma plenária do que foi mais significativo. Este projeto tem como objetivo proporcionar aos alunos a consciência da humanização, o espírito de solidariedade, voluntariado e o protagonismo sócio-transformador.
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Caleidoscópi� Orgulho Marista
Alguns clicks especiais de alunos do Terceirão 2010 aprovados no vestibular.
Destaque
No palco
Nas nuvens
Letícia Nunes de Oliveira é aluna do 7º ano – turma 171 - é destaque do Grupo de Teatro Marista. Além de atuar muito bem, a aluna participa da criação de roteiros e figurinos.
Caio Henrique Buzzarello, aluno do 5º ano – turma 151 - adora esportes radicais. Com total apoio dos pais, pratica surf, skate e já ensaia uns saltos de parapente.
No Marista Os Professores Maristas são, antes de tudo, educadores e estudiosos e essa postura interfere no modo como trabalhamos com nossos alunos. Vale destacar sempre o esforço e o aper-
feiçoamento constante dos nossos educadores, para melhorar os processos educacionais e efetivar a missão de educação que nos foi confiada.
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Diz aí
Tecnologia ajuda ou atrapalha? A tecnologia veio para somar. Há anos discutimos sua interferência na sociedade e, em especial, na vida das crianças, dos adolescentes e dos jovens. Conversamos com alguns alunos do Marista para saber qual a relação deles com a tecnologia, e se ela ajuda ou atrapalha na hora dos estudos. Confira algumas respostas!
A internet é fundamental para pesquisar, se comunicar, se divertir... Como quase todos os adolescentes, gosto de ficar no computador, tenho os meus sites preferidos e assim não vejo o tempo passar. Aqui em casa temos uma regra: nos dias de semana a internet é só para trabalhos e nos finais de semana é livre. Outro meio de uso é o celular com internet. A internet está ficando tão importante, que esse ano terá até provas online e obteremos o resultado na hora. Mas sempre tem um lado ruim, as pessoas estão ficando muito dependentes, principalmente os adolescentes, deixamos as coisas importantes, como estudar para uma prova ou ler um livro da escola pelo computador. Mas se tivermos cabeça e usarmos corretamente não terá nenhum problema. Gabriela Glasmeyer - Turma 192
A tecnologia trouxe mudanças na vida das pessoas, umas maléficas e outras benéficas. Cabe a cada um fazer suas escolhas e o modo de empregá-las no cotidiano. Na atualidade, as pessoas não convivem sem o uso de algum tipo de tecnologia, seja no trabalho, em suas casas ou nos estudos. O computador para mim é a principal ferramenta de interação com o mundo atual, pois com ele tudo é possível realizar, desde relacionamentos on-line até pesquisas para trabalhos e projetos. Na internet, meio onde a informação corre na velocidade da luz, eu busco muitas coisas como, por exemplo, lançamentos de novas tecnologias e que num futuro próximo estará em nosso cotidiano. Tecnologia é tudo. Use de forma racional. Tiago Muller – Turma 231
Na minha opinião, existe o lado bom e o lado ruim, tudo depende da cabeça de cada um. Eu sempre estou jogando, falando com meus amigos, mais sei também que muitas pessoas não sabem aproveitar de modo adequado. Acho muito interessante ter computador em casa, mas temos que estabelecer regras e um tempo na internet, porque se não, vicia, como muitos já estão e acabam não dando conta do estudo, do trabalho. O vício em computador já é considerado uma doença. Bom, acho que devemos usar a internet de forma adequada, sempre com consciência, ter um tempo estimado, para principalmente não se perder nos estudos. Aimee Persch – Turma 172
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Educa�
Ensino Fundamental
Ler é uma delícia Educadores e famílias, todos têm um papel fundamental no incentivo à leitura Adriana Santos, Prof. de Língua Portuguesa
I
mplantado há vários anos, o projeto de literatura a cada ano toma mais forma e ganha destaque entre alunos, professores e famílias Maristas, envolvendo assim todos os segmentos do Colégio. Na Educação Infantil e no Fundamental, os livros fazem parte da rotina, eles estão nas salas de aulas, em espaços próprios e os alunos têm acesso livre para manusear. As turmas do Infantil e Fundamental I visitam a biblioteca semanalmente para momentos de contação de histórias e troca de livros para levar para casa e efetuar a leitura. O trabalho com os primeiros gêneros literários tem início no Fundamental I. No Ensino Fundamental II, os projetos literários se ampliam e os alunos conhecem os grandes clássicos da literatura universal. Produzem textos, encenações, fotos-novelas, histórias em quadrinhos, entrevistas, enfim, criam seu mundo sociocomunicativo. Já no Ensino Médio, é trabalhada a literatura brasileira, seus diversos escritores e seus “brasis” multifacetados. Desta forma, o gosto pela leitura é passível de ser adquirido a partir do hábito estimulado e a função que cada gênero proporciona. Afinal, todos os dias estamos em contato com a leitura: ao ler um jornal, uma revista, uma regra de jogo, um texto e até mesmo o horóscopo. Compreendemos que um “mover de aproximação ao ambiente de leitura” está diretamente ligado à
formação de alunos leitores. O professor, o bibliotecário e os pais são agentes dinamizadores deste processo, sendo sua participação essencial para a seleção, aquisição e performances, como narradores e sensibilizadores da leitura. Estímulo familiar Os pais da aluna Bianca Zanluca, do 4º ano do Fundamental I, promovem, no ambiente familiar, a socialização da história lida. “Pedimos que a Bianca nos conte a história, embarcamos no suspense, estimulamos a sua imaginação quando ela nos conta a historinha por capítulos”, explicam. Acredito numa estratégia muito simples para que, desde pequenas, as crianças tenham o prazer e a alegria de realizar a leitura. Conte histórias, aquelas que você ouviu quando era criança ou aquelas que aconteceram com você quando brincava com seus amigos, na rua, nas suas férias, com seus familiares. Fale dos filmes que você assistiu, seus primeiros amores, suas viagens; do que mais gostava de brincar e, claro, dos livros que leu e das suas impressões sobre eles. Vá à livrarias, revistarias, sebos e leve seu filho. Adquira livros, revistas, gibis, leia-os com ele, faça perguntas, peça explicações, crie novos finais. E dê você também o exemplo. Leia:afinal, “filho de peixe, peixinho é”.
“Pedimos que a Bianca nos conte a história, embarcamos no suspense e estimulamos a sua imaginação"
Biblioconexões Neste ano, agregado ao propósito maior do Projeto de Leitura, estamos desenvolvendo o Projeto Biblioconexões. Além de trabalhar obras de Monteiro Lobato, tivemos atividades com os pais, como o 1º Recital Marista e a produção de um áudio-livro com os alunos da Educação Infantil (IV e V) ao 6º ano do Ens. Fundamental I. O áudio-livro será entregue a uma Instituição que atende portadores de deficiência visual e partilhado com todas as Instituições Maristas. Bibliotecária - Zeneide Lima
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Educa�
Ensino Médio
Vestibular e emoções As emoções com a chegada do vestibular estão relacionadas ao medo de errar. É preciso investir na autoestima Kelly de Moraes, Psicóloga – CRP-12/04372
E
ntão, chegou “O Terceirão”. Momentos de preparação e para nós que estamos acompanhando cada evolução de nossos queridos jovens alunos, muita atenção e foco para dar suporte em relação às mudanças e emoções desse último ano de escola e transformações para a vida adulta. E por falar em emoções, a mudança de humor, o sentimento, a necessidade de privacidade e também os rompantes temperamentais fazem parte deste momento de vida de todo ser humano. A grande causa desses destemperos nesta fase é atribuída ao pensamento no futuro, pressão para decidir o que irá fazer profissionalmente, a ansiedade para que este futuro chegue logo. As emoções com a chegada do vestibular estão relacionadas ao medo de errar, de não conseguir, de decepcionar a
família, os amigos e o medo do desconhecido. Por isso, estar perto de quem amamos e receber sinais de amor e compreensão, aumenta a autoconfiança, alimenta a autoestima e aproxima a família do jovem. O preparo para o vestibular pode vir do diálogo em casa, explicações e responsabilidades compartilhadas na escola. A valorização dos estudos, nota boa, deve ser elogiada e a nota baixa deve ser “conversada”. Quanto mais estudar, ler e escrever, mais rico se torna o pensamento, a memória e o poder criativo. O tempo voa e não podemos esquecer de que a hora do vestibular chega, e vale lembrar que “ninguém é igual a ninguém”, cada pessoa passa por seu aprendizado de modo diferente. Vamos nos preparar para as emoções que vêm aí? Contem com a gente!
orgulho “Estou orgulhosa em perceber que minha filha soube aproveitar o ensino escolar que lhe oferecemos. Na época dos vestibulares, além das aulas no marista, ela passava horas em casa estudando tudo que foi passado pelos professores. Durante os vestibulares houve momentos de nervosismo, afinal, era muito assunto. Porém, valeu tanta dedicação, hoje ela está colhendo o que plantou: conseguiu passar na UFSC e na PUCPR no curso de Odontologia. Acredito que três coisas foram fundamentais: a dedicação, o colégio que ofereceu as informações necessárias e a família que está sempre cuidando para que ela siga um bom caminho e seja realizada profissionalmente. Enfim, estamos todos contentes e vibramos muito cada vez que vimos o nome dela na lista dos aprovados.” Danielle Maria de Souza e Silva Mãe da aluna Bruna Carolina Souza e Silva Terceirão Marista 2010
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Gente noss�
Desfilando atitude Ex-aluna fala sobre os tempos de Marista e as suas boas lembranças
M
eu nome é Irma Marquardt, tenho 44 anos, sou casada há 19 e tenho dois filhos adolescentes. Seguindo os passos do meu pai, eu e meus dois irmãos estudamos no Colégio Marista São Luís todo o ginásio e colegial. Lembro com saudades do tempo de escola. A minha alegria na época e o que mais me marcou foi fazer parte da fanfarra, eu era uma das balizas – com um mastro fazíamos a evolução da banda. Além dos desfiles de Sete de Setembro, nos apresentávamos em outras cidades, competições entre as bandas dos colégios... Eu me sentia o máximo, acho que nasci para brilhar! Sou empresária, meu ramo é a publicidade, tenho uma agência de modelos que se chama Cekat e que já comemorou 24 anos de atividade aqui em Jaraguá do Sul. Isto me faz pensar que aos 20 eu já tinha o peso da responsabilidade de gente grande, mas como sempre fui muito "louca", não
tive medo de encarar este desafio e me sinto realizada, com a certeza que realmente faço o que gosto. Quando falo que sempre fui louca, é por que tenho coragem, determinação, faço o que bem entendo, da forma que quero e sem me preocupar com a opinião dos outros... Sou polêmica, extrovertida, talvez demais, mas não ligo, sou feliz. Acredito que essas atitudes me titularam e eu concordo! Imagino o que os professores e diretores do Marista devem pensar: como aquela maluca deu certo? Acredito que o Marista foi essencial para a minha formação, porque mesmo exigindo muita disciplina, deixou aflorar a minha personalidade e isto fez com que eu pudesse exercer meu espírito de liderança. Além disso, sempre tive respeito, bom senso e muita responsabilidade, principalmente profissional. Tenho certeza de que cada professor que me deu aula deve ter alguma
história para contar, tanto é que quando encontro algum, me reconhecem na hora e falam que aluno como eu professor não esquece. Fico feliz em saber que o Colégio Marista teve uma grande influência no que me tornei hoje... uma mulher autêntica e uma empresária de sucesso.
MESMO EXIGINDO MUITA DISCIPLINA, o marista DEIXOU AFLORAR A MINHA PERSONALIDADE E ISTO FEZ COM QUE EU PUDESSE EXERCER MEU ESPÍRITO DE LIDERANÇA
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Vestibular
Abaixo a TPV! É preciso aprender a lidar com o problema da tensão pré-vestibular Fabíola Almeida
“F
oi a melhor sensação do mundo!”. É assim que a ex-aluna Marista, Iana Dornelas Fonte Boa, descreve o que sentiu ao ver o nome na lista dos aprovados. Mas a caloura em Direito lembra que a preparação não foi fácil e no 3º ano chegou a recorrer a acompanhamento psicológico para controlar a ansiedade pelo vestibular. Assim como Iana, vários estudantes sofrem com a tensão pré-vestibular (TPV). Um levantamento feito com 1.046 vestibulandos verificou que 56,3% apresentaram sintomas de ansiedade, considerando os níveis de intensidade leve, moderado e grave. Dentre os estudantes que apresentaram transtorno depressivo, destacou-se a prevalência mais elevada em meninas (59,3%) do que em meninos (28,4%). De todos os participantes da amostra, 947 (90,5%) responderam ainda que o vestibular alterou seus hábitos de vida, sendo as principais modificações na vida social com amigos, no relacionamento familiar, no sono, na atividade física e na alimentação. O estudo foi comandado pelo psiquiatra Daniel Guzinski Rodrigues, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), e pela psicóloga Cátula Pelisoli, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)*.
O ex-aluno Andre Luis Tavares, aprovado no Programa de Avaliação Seriada (PAS), da UnB, e na Unicamp para o curso de Ciência da Computação, reforça a ideia de que a tranquilidade pode ser um diferencial na hora de realizar as provas. “Estudar demais por obrigação pode atrapalhar mais do que ajudar, porque você acaba se sobrecarregando e não fixa direito o que aprendeu. Acho importante ter um tempo para se divertir e pensar em outras coisas, senão fica difícil aguentar a pressão do vestibular.” TENSÃO PRÉ-VESTIBULAR Conhecida como TPV, a tensão pré-vestibular é quase inerente à vida dos estudantes. Dificuldade de concentração, inquietação, dores de cabeça e musculares, além de tonturas, são sintomas típicos da TPV, de acordo com a pesquisa. O medo da reprovação, as incertezas relacionadas ao desempenho no dia da prova, a forte cobrança da família e de amigos, são situações que acabam contribuindo para o surgimento da ansiedade que, em muitos casos, pode ultrapassar os limites da normalidade e prejudicar o desempenho. A ex-aluna Fernanda de Carvalho,
recém-aprovada no PAS e no vestibular para o curso de Nutrição, conta que com ela não foi diferente: “No último ano procurei ficar mais calma e encarar a prova com menos pressão, acho que isso pode ter ajudado”. A professora de Física Samara Meira acompanha os alunos na Central de Vestibulares do Maristão, em Brasília, e sugere que os jovens não mudem muito a rotina: diversão, atividades físicas e alimentação saudável ajudam a manter o equilíbrio. “Exercite o pensar, exercite a capacidade de crítica, exercite o hábito da leitura”, destaca. Em resumo, a TPV não mata, mas impede viver intensamente um dos períodos mais bonitos da vida. * Para ler o artigo "Ansiedade em vestibulandos: um estudo exploratório", de Daniel Guzinski Rodrigues e Cátula Pelisoli, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/Fapesp).
“ESTUDAR DEMAIS POR OBRIGAÇÃO PODE ATRAPALHAR MAIS DO QUE AJUDAR, PORQUE VOCÊ ACABA SE SOBRECARREGANDO E NÃO FIXA DIREITO O QUE APRENDEU. ACHO IMPORTANTE TER UM TEMPO PARA SE DIVERTIR E PENSAR EM OUTRAS COISAS, SENÃO FICA DIFÍCIL AGUENTAR A PRESSÃO DO VESTIBULAR.” Andre Luis Tavares
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Como fazer
Esqueça o que você sabe sobre hábitos de Ricardo Marchesan
E
stamos acostumados a ouvir diversas recomendações sobre bons hábitos de estudo, como escolher um local silencioso, manter uma rotina para fazer tarefas, estabelecer metas e limites, entre tantas outras. Mas como sabemos se esses hábitos são realmente bons?
Uma excelente matéria publicada no jornal "The New York Times" analisou as descobertas mais recentes em hábitos de aprendizado e descobriu muitos resultados surpreendentes que podem ajudar qualquer pessoa, desde uma criança aprendendo a fazer contas, a um idoso aprendendo um novo idioma. Muitas destas descobertas contradizem a sabedoria popular, como por exemplo, ao invés de manter apenas um local de estudo, simplesmente alternar a sala onde a pessoa estuda aumenta a retenção. De acordo com o autor da pesquisa, o cérebro faz associações sutis entre o que se está estudando e as sensações exteriores naquele momento, independentemente dessas percepções serem conscientes. Forçar o cérebro a fazer
múltiplas associações com o mesmo material pode, na verdade, dar a essa informação mais relevância neural. Variar o tipo de material estudado numa única sessão de estudos – alternando, por exemplo, entre vocabulário, leitura e conversação de um novo idioma – parece deixar uma impressão mais profunda no cérebro do que se concentrar apenas em uma coisa de cada vez. Muitos atletas também costumam também misturar seus treinos com séries de força, velocidade e habilidade.
Cientistas descobriram que o estudo espaçado de um assunto – uma hora hoje, uma hora no final de semana e uma hora daqui a uma semana – melhora a capacidade de recordar esse assunto. Uma explicação é que o cérebro, quando volta naquele material num outro dia, precisa reaprender um pouco daquilo que ele havia esquecido e esse processo, em si, reforça o aprendizado. Essa é uma razão pela qual os cientistas julgam que os testes – ou provas simuladas – são ferramentas poderosas de aprendizagem, além de meramente ferramentas de avaliação. O processo de se extrair uma ideia parece fundamentalmente alterar a forma com que a informação é armazenada subsequentemente, tornando-a bem mais acessível no futuro. Nada sugere que somente essas técnicas – alternar ambientes de estudo, misturar conteúdo, espaçar as sessões de estudo, fazer testes – resolverão os problemas de aprendizado, pois a motivação também importa muito. Mas, pelo menos, essas técnicas oferecem aos pais e estudantes um plano de estudo baseado em evidências, e não em sabedoria popular ou teorias vazias. Vale lembrar que a forma como aprendemos importa não só para retermos eficientemente algumas informações para as diversas tarefas que executamos todos os dias, mas também porque o aprendizado induz mudanças neuroplásticas no cérebro que, consequentemente, podem aumentar nossas reservas funcionais e nossa saúde.
DICA ESPECIAL Cérebro vivo é cérebro ativo! “Pesquisas indicam que o cérebro inicia um processo de declínio cognitivo já a partir dos 25 anos de idade. É possível, contudo, manter o cérebro afiado, adiar o declínio das suas funções e habilidades, e minimizar esse declínio, com atitudes ao alcance de todos. Engajar-se em atividades regulares de exercícios físicos e mentais, ajudam na estimulação do cérebro.”
* Ricardo Marchesan é sócio fundador do Cérebro
Suzana Herculano, neurocientista, desde 2008 é
Melhor, empresa especializada em treinamento
apresentadora e roteirista do quadro Neurológi-
cerebral por meio de jogos online.
ca, do Fantástico, e autora de seis livros, “Pílulas de Neurociência para uma Vida Melhor”
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Como fazer
Os
hábitos de estudo campeões Confira algumas estratégias que podem contribuir com os melhores hábitos de estudo, todas baseadas em pesquisas científicas:
ALTERNE O AMBIENTE Variar o ambiente onde se estuda aumenta a retenção da memória. Quando se troca de local, o cérebro faz associações sutis entre o que se está estudando e as sensações externas, sendo percepções conscientes ou não. Quando forçamos o cérebro a praticar múltiplas associações com o mesmo material, essa informação passa a ganhar maior relevância neural. VARIE O MATERIAL A SER ESTUDADO Mesclar o tipo de material numa mesma sessão de estudos pode deixar uma impressão mais profunda no cérebro do que se concentrar apenas em um assunto de cada vez. Assim como esportistas possuem treinos alternados, poderíamos, por exemplo, ter uma sequência que passasse por vocabulário, leitura e conversação de um novo idioma.
ESTUDE ESPAÇADAMENTE Quando montamos um cronograma espaçado para a aprendizagem de um determinado assunto, como por exemplo, uma hora hoje, uma hora no final de semana e uma hora daqui a uma semana, melhoramos nossa capacidade de recordar esse tema. Ao voltar no material trabalho em um curto período de tempo, nosso cérebro acaba reaprendendo uma parte daquilo que ele havia esquecido, dessa forma, se tornando um processo de reforço de aprendizado.Alterar para: “ ao voltar ao material trabalhado em um curto período de tempo, nosso cérebro acaba reaprendendo uma parte daquilo que ele havia esquecido, dessa forma, se tornando um processo de reforço de aprendizado. TESTES SÃO BEM VINDOS As provas simuladas ou exercícios são ótimas ferramentas de aprendizagem e não
uma simples forma de avaliação. O processo de se extrair o conhecimento absorvido na resolução desses testes acaba alterando a forma como essas informações são armazenadas e, subsequentemente, torna o acesso mais fácil no futuro. MOTIVE-SE Assim como a prática, a motivação é fundamental para o aprendizado. Quanto mais se pratica, mais chance o cérebro tem de reforçar as modificações sinápticas que constituem o que está sendo aprendido. Quanto mais motivação se tem, mais se pratica, mais importância se dá ao aprendizado e, portanto, mais facilmente acontecem as modificações sinápticas do aprendizado.
Fonte: Cérebro Melhor (www.cerebromelhor.com.br)
Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil. Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária). As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!
O Kit do Aluno é composto de: • 6 livros • 1 DVD
0800 772 2300 central.atendimento@ftd.com.br www.ftd.com.br
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A internet pode ser segura Presença e diálogo são as grandes armas dos pais também no ambiente virtual
N
ão é preciso destacar o quanto a rede mundial de computadores revolucionou o dia a dia das pessoas e transformou a sociedade. O que assusta, ainda, é que por ser uma novidade não há normas e leis específicas para coibir os crimes praticados por meio dos computadores. São fraudes financeiras, envio de vírus, roubo de senhas, crimes contra a honra, calúnia, injúria, difamação, cyberbullying (humilhação de pessoas por meio de postagens na Internet) e, talvez o crime mais preocupante, a pedofilia. “A despeito de terem sido criadas delegacias especializadas, é importante que todos os usuários da Internet saibam que existem meios mais seguros de usar a rede mundial, a partir da adoção de alguns medidas práticas”, destaca Luiz Flávio Borges D’Urso, Presidente da OAB SP, que organizou a
cartilha “Recomendações e boas práticas para o uso seguro da Internet para toda a família”. SEM BARREIRAS Os especialistas destacam que é importante que a barreira digital que separa os pais de seus filhos seja rompida, já que muitos pais ficam alheios à conduta de seus filhos no ambiente virtual em razão do próprio desconhecimento que têm a respeito da informática. Respeitar a privacidade dos filhos não pode ser sinônimo de ausência de supervisão, de vigilância, o que deve ser feito em consonância com o respeito aos valores da própria família. É também essencial que os filhos saibam que seus pais têm conhecimento do que ocorre na Internet e que podem confiar neles caso sofram alguma agressão no meio virtual. Além disso, é necessário que os pais expliquem sobre a importância do uso consciente da Internet e das consequências que atitudes irresponsáveis podem causar. SERVIÇO: A Cartilha pode ser acessada no site da OABSP, pelo link: www.oabsp.org.br/comissoes2010/crimes-alta-tecnologia/cartilhas/cartilha_internet.pdf
6 CUIDADOS PARA NÃO CAIR EM ARMADILHAS DA REDE
1
Lembre-se de que as relações estabelecidas na Internet são relações interpessoais e, por isso, é importante ter os mesmos cuidados tomados no contato pessoal do dia a dia: não revele a estranhos informações pessoais que possam comprometê-lo ou comprometê-la, tais como: endereço, telefone, seu nome completo, nome de familiares, local de trabalho, nome da escola onde estuda, dados que indiquem sua rotina
2
Preserve sua intimidade: não divulgue informações, contatos, fotos ou vídeos pessoais e tenha cuidado ao realizar negócios e manter relacionamentos via Internet
3
Tome cuidado com novas amizades, procurando referências antes de considerá-las como conhecidas
4
Antes de publicar algo, lembre-se de que não são apenas os seus amigos e pessoas honestas que utilizam a Internet. Desconfie das pessoas e dos sites que desrespeitam as leis e promovem a intolerância ou se manifestam em desacordo com a ética
5
Utilize em seu computador um programa firewall, um software antivírus e aplique mensalmente as atualizações mais recentes fornecidas pelo fabricante do sistema operacional e do software antivírus
6
Não clique em links da web presentes em e-mails, nem abra arquivos anexos enviados por pessoas desconhecidas. Em caso de dúvidas entre em contato com o remetente da mensagem antes de clicar em um link ou abrir um arquivo anexo
Prateleira
QUEM INDICA: Marize Mazzoli Rufino, Diretora Educacional do Colégio Marista de Londrina
QUEM INDICA: Ascânio João Sedrez, Diretor Educacional do Colégio Marista Arquidiocesano
ídeo "GERAÇÃO Y" Sidnei de Oliveira, Editora Integrare O autor apresenta de forma sutil as eras em que vivemos como sociedade: era da terra (do feudo), era da força do trabalho, industrial, da informação e a que vivemos hoje, a era das conexões. O livro situa as pessoas no tempo em que vivemos e dá um "toque" de que precisamos aprender a nos relacionarmos respeitando essa diferença de contexto (essa conexão é de se relacionar). Especialmente entre pais e filhos, afinal, os pais devem entender que a era de seus filhos é bem diferente da qual viveram antes.
O AMOR FECUNDA O UNIVERSO Marcelo Barros e Frei Betto, Editora Agir Diz Leonardo Boff que “o propósito da vida não é só a simples sobrevivência, mas a realização das potencialidades presentes no Universo e que querem se expressar”. Este livro, cheio de poesia e mística, quer nos convocar ao cuidado com a vida, com a espiritualidade que dá sentido a todas as expressões de vida. Com tantas versões catastróficas sobre o nosso planeta e sobre o nosso papel no mundo, buscar caminhos de compromisso ecológico e espiritual torna-nos ainda mais vinculados com a transformação da realidade, integrando-nos à grande sinfonia da Vida.
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. Um livro para refletir sobre a nossa mania de autossuficiência. QUEM INDICA: Cristiane Mazolla Vieira, Assessora Psicopedagógica (Ensino Fundamental II) do Colégio Marista Santa Maria
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Solidariedade
Em que mundo você
deseja viver? Proposta Marista nos convida a fazer parte da cultura da solidariedade
“
Um mundo melhor é o que todos nós queremos para nossos filhos e para todas as crianças e adolescentes. Um mundo digno, que respeite nossa liberdade e a diversidade ideológica, religiosa, étnica e de gênero, e que respeite também nossa integridade humana. E é por esse mundo que devemos trabalhar”, afirma Jimena Djauara N. C. Grignani, assessora da Rede Marista de Solidariedade. Mais que caridade, o comprometimento de todos com a construção de uma sociedade mais justa é que define a cultura da solidariedade, tão discutida e aplicada em cada uma das unidades Maristas. Afinal, se você é incentivado a pensar e agir por um mundo melhor, sua posição sobre a vida e as demais pessoas será diferente daquela de alguém que aprendeu apenas a buscar o primeiro lugar num mundo compe-
titivo. Essa maneira de pensar vai além da postura de ajuda ao outro e busca uma interação de pessoas de realidades sociais distintas numa via de mão dupla onde todos ganham. É como afirmava João Paulo II: ser solidário implica uma “determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum” em busca da justiça social e da fraternidade. Em resumo, a cultura da solidariedade vem para inverter a lógica de um mundo regido pela competição. “Só quando nos aproximamos de outras realidades sociais e econômicas é que podemos exercitar a cooperação. Este é um movimento complexo, uma nova maneira de ver as coisas, mas à medida que essa cultura for sendo compreendida e vivenciada pelas pessoas, naturalmente a realidade do país se transformará”, finaliza Jimena.
BOA NOVA A partir do que indica a Missão Educativa Marista, educa-se na e para a solidariedade, pois essa missão apresenta a Boa Nova, não apenas em termos pessoais, mas também a partir de uma visão comunitária. Tal visão segue a lógica de Jesus Cristo, alcançando os mais empobrecidos, buscando o bem comum e assumindo a responsabilidade pelo presente e o futuro da humanidade, assim como por toda a Criação. Fonte: "Termos, Expressões e Valores Institucionais – Diretrizes para comunicação da Província Marista Brasil Centro Sul – N°1".
Novoscenårios para as infâncias juventudes
&
A Rede Marista de Solidariedade acredita que a cultura e a arte transformam as realidades de pessoas e comunidades.
www.solmarista.org.br
Essência
À Mãe,
com carinho Maristas do Brasil dedicam 2011 a Maria
A
“PARECE-ME QUE, ÀS VEZES, INCLUSIVE SEM DAR-NOS CONTA, SIMPLESMENTE POR NOSSO MODO DE FAZER, POR NOSSAS OPÇÕES, POR NOSSA MANEIRA DE RELACIONAR-NOS, MOSTRAMOS O ROSTO MARIANO DA IGREJA, QUE REALMENTE QUEREMOS”
última grande Assembleia Geral do Instituto dos Irmãos Maristas, ocorrida em Roma há dois anos, acentuou a figura de Maria, mãe de Deus, como grande inspiradora e protetora da obra marista no mundo. Nos documentos publicados depois da Assembleia, o exemplo de Maria e exaltação de suas virtudes foram destacados, o que despertou a União Marista do Brasil (UMBRASIL) a estabelecer um Ano Mariano. Com o tema Maria no coração da Igreja e o lema Com Maria, para uma nova terra, o Ano tem a perspectiva de reavivar a presença de Maria na vida Marista e da Igreja Católica, contribuindo também como preparação para a comemoração dos 200 anos de nascimento do Instituto dos Irmãos Maristas (1817-2017). A celebração do Ano Mariano, no período de 25 de março a 8 de dezembro de 2011, acontece em todas as Unidades Maristas do Brasil por meio de atividades e eventos nacionais. As ações propostas mostram que, sob diversos títulos e matizes, Maria é retratada nas diversas culturas, comunidades e povos como companheira, modelo de inspiração, força para acolher a realidade da vida e lutar para sua transformação. Maria é a mulher plena de Deus, a mãe, a irmã, a amiga, a intercessora junto a Cristo, solidária com os pobres e humildes.
Ir. Emili Turú, Superior-Geral dos Irmãos Maristas
ia o Marcor açã no da Igreja.
TUDO POR MARIA Inspirados em Maria, o marista se deixa transformar por ela para ser presença de qualidade na vida das pessoas, em especial dos que mais necessitam. Somos convidados a descobri-la como peregrina na fé. Como Jesus... ...ir ao encontro daqueles que estão à margem, fazê-los “avançar para águas mais profundas” (Cf. Lc 5,1-4); ...servir, escutando a voz serena e presente da Mãe: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5); ...celebrar a vida, processando a conversão do coração: “não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?” (Lc 24,32); ...reafirmar a vocação e o desejo de ser filho e filha de Maria: “eis tua mãe!” (Jo 19,27). Fonte: Documento de Orientações do Ano Mariano
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Inspiração
em milagres?
Você acredita A ex-aluna marista, Pauline Becker Zacaron, venceu o câncer e encontrou novas maneiras de ser feliz
U
ma célebre frase de Albert Einstein ensina que “só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem; a segunda é vivê-la como se tudo fosse um milagre”. De fato, entre o nascimento e a morte, cada momento deve ser vivido como um milagre. E nossa medida de felicidade certamente será proporcional à nossa sensibilidade para enxergar cada um destes pequenos dons que recebemos ao longo da vida. Com apenas 18 anos, logo após a conclusão da 3ª série do Ensino Médio no Marista, Pauline Becker Zacaron iniciou uma batalha pela própria vida e precisou rapidamente rever esses conceitos. Com dores fortes, descobriu que possuía um tumor em um dos ovários e, então, fez a primeira operação. Mesmo depois da cirurgia, as dores não só continuaram, mas aumentaram ainda mais. Vários exames foram realizados e constataram-se algumas manchas na coluna. A jovem submeteu-se a mais uma cirurgia para retirada de um fragmento da coluna para biópsia e foi
descoberto que o problema na coluna era consequência de uma das células que havia se deslocado do ovário. “Na hora da notícia, o desespero tomou conta de mim ao saber que estava com câncer. Segurei firme na mão do médico e de meus familiares e disse: “façam tudo que tiver que ser feito com a ajuda de Deus, mas não me deixem morrer”, relembra Pauline. Foi realizada, então, a terceira cirurgia; dessa vez, porém, para retirada da vértebra onde o tumor se alojara. Após o procedimento cirúrgico de 12 horas, Pauline iniciou as sessões de quimioterapia, momento em que sofreu bastante com os sintomas: enjoo, falta de apetite e queda dos cabelos, entretanto, jamais perdeu o desejo de viver. Hoje, três anos depois da descoberta da doença, Pauline faz faculdade de Administração, está plenamente curada e, acima de tudo, muito feliz. A doença lhe trouxe muitas lições e a principal delas é de que cada momento deve ser vivido em sua plenitude, algo que todos sabem, mas poucos
colocam em prática verdadeiramente. “Como o hospital em Criciúma fica em frente ao Marista, o colégio foi a primeira imagem que tive após levantar da cama do hospital. Com a ajuda de meus familiares, dei os primeiros passos até a janela e não consegui segurar as lágrimas. O Marista abriu as portas de uma educação de qualidade e a virtude como família. Os amigos que formei e os funcionários sempre estarão em meu coração”, conta. Como para cada um de nós, também para Pauline o colégio estava associado às amizades, aos valores universais e às coisas mais significativas que constroem a nossa vida. Ali ela havia sido feliz e presenciado todos os milagres diários que só uma criança é capaz de enxergar. Por isso, fica a dica: nos momentos de dificuldades, que tal lembrar dos tempos de colégio? Pode ser que a força daquela criança seja tudo o que o homem ou a mulher de hoje precisem para vencer os problemas e continuar a enxergar os milagres diários.
INFORME PUBLICITÁRIO
DIVERSÃO E CONHECIMENTO JUNTOS
NAS AULAS DE ROBÓTICA
É
num cenário especial, que integra diversão com conhecimento, que os alunos dos colégios maristas de Londrina, Criciúma, Paranaense e Santa Maria (Curitiba) estão aprendendo a fazer a diferença. Com modernas ferramentas de eletrônica, informática e mecânica, crianças a partir de cinco anos constroem e desenvolvem projetos incríveis com a orientação de professores. É a L.A. Robótica Educacional, uma rede de franquias presente em quatro unidades do Marista e com planos de expansão. Segundo o idealizador do projeto, o matemático Leandro Augusto, a idéia principal do curso é propor ao aluno o projeto e a construção de um experimento investigatório e exploratório que seja "divertido fazer". A partir daí as crianças trabalham con-
ceitos e práticas de disciplinas como matemática, física, eletrônica, informática, tudo isto com aplicação da qualidade total. “Procuramos estimular o desenvolvimento e as habilidades do aluno na interação do uso de novas tecnologias sempre de maneira crítica e investigativa”, destaca o professor. Um dos pontos mais importantes da robótica é o aprendizado conquistado através do trabalho realizado em grupo, desde a etapa de estudo. Princípios de trabalho em equipe e cooperação, que são exigidos na atuação profissional, são desenvolvidos nos alunos a partir de cada um dos projetos. “O resultado é uma pessoa muito mais preparada para enfrentar os desafios educacionais e profissionais”, finaliza Leandro Augusto.
DESENVOLVIMENTO Confira o que a L.A Robótica Educacional estimula e desperta nos alunos: 1. A curiosidade na criação e planejamento de projetos 2. O interesse pelo estudo e análise de mecanismos existentes 3. A compreensão dos conceitos físicos presentes no cotidiano e as habilidades cognitivas, motoras e perceptivas 4. O curso amplia a visão de mundo deles e estimula o sociabilizar do aluno. Trabalho em equipe, a criatividade e organização INFORMAÇÕES: www.laroboticaeducacional.com.br
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Humor
Galera, a Turma Cósmica chegou! Venha com a gente nessa aventura espacial! Jogos e desafios incríveis esperam por você.
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s a r v Pala vida têm Palavras podem andar depressa e até voar. Podem construir, registrar, bendizer, eternizar. A especialidade da Editora Ruah é reuni-las, organizá-las e multiplicá-las em revistas. Fazemos isso pelo Grupo Marista com as revistas Em Família (Rede de Colégios), Vida Universitária (PUCPR), Brasil Marista (Umbrasil) e podemos fazer pela sua empresa também.
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