Livro 50 anos v03 completo

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PARÓQUIA SANTÍSSIMO SACRAMENTO

50 Anos Evangelizando e Transformando Vidas 1967-2017


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PARÓQUIA SANTÍSSIMO SACRAMENTO

50 Anos Evangelizando e Transformando Vidas 1967-2017

PARÓQUIA SANTÍSSIMO SACRAMENTO Arquidiocese de Curitiba


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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PARÓQUIA SANTÍSSIMO SACRAMENTO 50 Anos Evangelizando e Transformando Vidas 1967-2017 Pároco: Pe. Osmair José Prestes Padres Auxiliares: Pe. Octávio Aladio Vaz Filho e Pe. José Maia Conselho Editorial: Clarice Terezinha da Silva, João Dirceu Bressan, Jaime Luiz Gonçalves, Luiz Fernando Dornelles , Marcia Lipinski, Luiz Carlos Bertone, Luiz Carlos Borgonhoni Coordenador Editorial: Luís Fernando Carneiro Assistente de Produção: Michele Jamcoski Revisão: Ellen de Fátima Campos Nogueira Revisão Final : Cindy Mery Gavioli Prestes Fotos: Nicole Lopes, Jaelson Antunes, Marcia Lipinski, Roque José Kammers Foto Capa: Jaelson Antunes Projeto Gráfico e Diagramação: Goretti Carlos Impressão: Serze Graf IndústrIa Editora Gráfica Ltda. Este livro é uma produção da Editora Ruah (www.editoraruah.com.br) Todos os direitos da obra pertencem à Paróquia Santíssimo Sacramento.

PARÓQUIA SANTÍSSIMO SACRAMENTO Rua Leôncio Correia, 381 | Curitiba Fone: (41) 3242-5567


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As memórias da Paróquia do Santíssimo Sacramento


Felicitações Alegra-me vivamente poder participar destas páginas alusivas ao cinquentenário da Paróquia Santíssimo Sacramento. Quem já construiu sua história pode acalentar o realismo de um futuro de fidelidade. Quando um casal celebra seu Jubileu de Ouro, afloram à sua memória todos os grandes passos daquela longa experiência de comunhão: quando se conheceram, a história do namoro, o casamento, as dificuldades primeiras, o nascimento dos filhos, a mudança de casa ou de cidade...

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Todavia, quando se trata de uma comunidade paroquial foram os personagens a mudar. Quem vai aos registros poderá encontrar as belas notícias de um passado de desafios, de experiências às vezes dolorosas, de fatos assinalados por grandes iluminações e graças da parte de Deus. Sim, houve desafios, houve espinhos, tensões, diferenças... Por outro lado, quantos e nobres testemunhos de santidade, de obediência ao Senhor e de amor à Santa Eucaristia. Foram realidades, fonte de bênçãos. Quero expressar minha afeição à

comunidade paroquial. Desde os meus tempos de seminarista, eu a frequentei. Àquela época jamais chegaria a pensar que, como Arcebispo, estaria a participar de um marco eclesial tão rico de sentido. As décadas deixaram suas marcas, os tempos são outros e muito acelerados, mas a vida paroquial está viva. E com fortes afeições pela presença viva e vivificadora de Jesus Cristo Sacramentado. Estes cinquenta anos de história estão a dizer que a Paróquia faz parte dos desígnios do Senhor. Outrora fora conjugada a um pequeno mosteiro. Agora leva consigo um seminário. São sinais vivos de sua gratuidade e fecundidade. Muito me apraz reconhecer que é uma Paróquia densa de futuro. Que no seu cinquentenário a Paróquia Santíssimo Sacramento continue a abençoar nossa Arquidiocese.

Dom Jose Antonio Peruzzo

Arcebispo Metropolitano de Curitiba - Pr


felicitações

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Sim, houve desafios, houve espinhos, tensões, diferenças... Por outro lado, quantos e nobres testemunhos de santidade, de obediência ao Senhor e de amor à Santa Eucaristia. Foram realidades, fonte de bênçãos.


Paróquia Santíssimo Sacramento Histórias de vida e amor no serviço No ano de 1912, a Mitra de Curitiba comprou, num lugar aprazível, a área de 75.900 m2 para a construção do Palácio Episcopal e Mitra. No entanto, o Bispo Dom João Francisco Braga preferiu construí-lo no centro, na Avenida Jaime Reis, 369. O Arcebispo Dom Manuel da Silveira D’Elboux ofereceu em 1956 às Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento Contemplativas uma área para a construção do seu mosteiro e reservou um lote para a futura casa paroquial.

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Toda a área foi vendida por Dom Manuel para comprar uma ampla área no Mossunguê, para continuar a construção do Centro de Espiritualidade e Evangelização, que começou com as Filhas de Maria em 1961 e foi entregue à Mitra em 1968, e para maior parte da construção do Seminário São José em Orleans, iniciado em 1957 e inaugurado em 1968. As Irmãs Sacramentinas construíram o mosteiro, inaugurado a 1º. de dezembro de 1956, com pequena Capela para Adoração, com capacidade de mais ou menos 60 pessoas.

Ampla Capela No dia 12 de junho de 1960, com maior participação de adoradores do lugar, iniciaram a construção da ampla Capela, abençoada por Dom Manuel da Silveira D’ Elboux, a 03 maio de 1964.

Paróquia Tendo crescido muito a população, Dom Manuel, por iniciativa própria, fundou a Paróquia, em 21 de setembro de 1967, e instalando-a, no dia primeiro de outubro.

Para dar liberdade ao Pároco de usar a Capela para a matriz, missas, batizados e casamentos, restauraram a Capela primitiva a 09 de dezembro de 1999, que continua funcionando até hoje.

Avaliação Não podia ser melhor a iniciativa de Dom Manuel de fundar a Paróquia Santíssimo Sacramento, havendo população e até Igreja para Matriz. As Irmãs Sacramentinas aceitaram resignadamente, porque o Arcebispo lhes deu o terreno com escritura. Após a morte de Dom Manuel, mais de uma vez, as Irmãs Sacramentinas pediram a Dom Pedro que os paroquianos comprassem um terreno e construíssem a matriz e tudo mais. Nunca fui a favor que elas construíssem ampla Capela, pois eram poucas. Quero agradecer a Dom Manuel que fundou a Paróquia com determinação, bem como aos párocos e paroquianos. A Paróquia está muito bem conduzida pelo Pároco Pe. Osmair José Prestes, tão bem aceito pelos paroquianos que participam na liturgia, pastorais e associações religiosas e na adoração ao Santíssimo Sacramento, no dízimo e tudo mais. O Pe. Osmair é também Reitor do Seminário Propedêutico São João Maria Vianey, formando bem os futuros presbíteros, numa frutuosa convivência com os paroquianos. Quero destacar que a Paróquia, sendo do Santíssimo Sacramento, mantém a adoração diária a Jesus Sacramentado, que é um verdadeiro oásis de graças para os paroquianos, seminaristas, para a Arquidiocese de Curitiba e para a Igreja. Apresento-lhe, Pe. Osmair, seminaristas e paroquianos minhas preces de ação de graças pelo Jubileu de Ouro da Paróquia e minhas cordiais felicitações.


Rogério Machado/SECS prefácio

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Curitiba, 18 de agosto de 2017

Dom Pedro Antonio Marchet ti Fedalto

Arcebispo Emérito de Curitiba - Pr


A Nossa Paróquia “Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42). Assim relata o livro dos Atos dos Apóstolos a vida das primeiras comunidades cristãs após o Pentecostes, destacando estes elementos fundamentais: Palavra de Deus, solidariedade, Eucaristia e orações. Lucas aqui apresenta a inspiração para toda comunidade cristã que deve estar baseada nessas 4 colunas, pois só assim será missionária e atrairá outros para o seguimento de Jesus Cristo, exercendo uma autêntica pastoral paroquial.

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O Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium diz: “a paróquia é presença eclesial no território, ambiente para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração. Através de todas as suas atividades, a paróquia incentiva e forma os seus membros para serem agentes da evangelização. É comunidade de comunidades, santuário onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar, e centro de constante envio missionário” (n.28). É dentro dessa estrutura eclesial que são formados e enviados os discípulos missionários para atualizarem o agir misericordioso de Jesus. Por isso, celebrar 50 anos da nossa Paróquia Santíssimo Sacramento é elevar a Deus um hino de louvor por todo trabalho missionário evangelizador realizado nesse local. Foi a boa semente do Reino de Deus, lançada no coração de tantas pessoas ao longo dessa história de salvação, que já produziu frutos de conversão, de santificação, de solidariedade, de comunhão e de missão. Nossa Paróquia nasce do carisma das Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento que estiveram conosco por mais de quatro décadas. A verdadeira adoração ao San-

tíssimo Redentor nos impulsiona a construirmos o Reino de amor, de justiça e de paz. Dizia São João Paulo II: “a oração e a evangelização andam de mãos dadas”. A oração, como afirmava Santa Teresa: “é o íntimo diálogo de amor com Deus” que deve nos levar para a missão. Assim como nos 2 movimentos do Monte Tabor, na Transfiguração, um movimento de subida que nos mostra a experiência de Deus no alto da montanha e outro de descida para a planície que nos impulsiona a partilhar, comunicar, transbordar na vida cotidiana a experiência que fizemos de Deus. Podemos afirmar que as irmãs religiosas, os padres, os agentes de pastorais, os leigos fizeram aqui, neste chão sagrado, essa experiência do encontro com Deus que os levou a doar a vida em prol do Reino de Jesus. Atualizaram aqui a vivência das primeiras comunidades cristãs: o Evangelho anunciado, a caridade partilhada, a Eucaristia celebrada, a oração como adoração vivenciada e a missão realizada. Nós que fazemos parte dessa história temos um grande compromisso de acolher o chamado que Jesus nos faz e colocar em prática as orientações que a Igreja no Brasil apresenta no Documento 100 da CNBB: “comunidade de comunidades, uma nova paróquia”, exorta-nos a buscarmos uma autêntica conversão pastoral para transformar nossa comunidade numa paróquia missionária, acolhedora, samaritana, misericordiosa, casa da iniciação cristã, escola de comunhão, orante, eucarística, sal da terra, luz do mundo e fermento na massa. Agradecemos a Deus pela missão já realizada, mas há muito o que fazer para cumprir o mandato de Jesus: “Ide fazer discípulos entre todos os povos” (Mt 28,19).

Pe. Osmair Jose Prestes


APRESENTAÇÃO

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Celebrar 50 anos da nossa Paróquia Santíssimo Sacramento é elevar a Deus um hino de louvor por todo trabalho missionário evangelizador realizado neste local


VINDE, ADOREMOS!

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Vinde, adoremos! Esse é o convite que está estampado na fachada principal da nossa igreja universal. Convite que expressa perfeitamente a essência da missão da nossa comunidade. Na nossa paróquia, é comum, diante do Santíssimo Sacramento, os fiéis sussurrarem exclamações como: “Meu Jesus, eu te adoro”, ou, “Meu Senhor e Meu Deus” ou “Senhor, eu creio em Ti, mas aumentai minha fé” etc. O nosso Pároco, na hora da consagração, levanta devagar e solenemente, bem alto, a Hóstia Consagrada e, depois, o cálice, para adoração dos fiéis. Olhos fixos no pão e no vinho consagrados, ao som das campainhas, todos adoram a Jesus que “desceu sobre o Altar”, como é comum dizermos aqui na nossa paróquia. A adoração ao Santíssimo Sacramento na capelinha de adoração é uma prática perpétua na nossa paróquia, onde há mais de cinquenta anos Jesus é adorado e exaltado diariamente. Assim nos ensina o Magistério da Igreja: “adorar a Deus é reconhecê-Lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Mestre de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso... Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer o nada da criatura, que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-Lo, exaltá-Lo e humilharse a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que Seu nome é santo” (CIC n.2096 – 2097). Estamos convictos de que é na adoração que encontramos a nossa essência e a nossa missão de sermos uma comunidade que procura reconhecer e adorar ao seu Criador. Quando tantos andam pelo mundo totalmente perdidos em sua identidade e já não sabem mais por quem foram criados, sentem-se sem rumo, sem direção, não sabem de onde partir, nem aonde irão chegar, caminham desolados, abatidos,

fragilizados, pois já não sabem mais onde está a sua força. Procuram o seu refúgio em pessoas, em coisas, e até mesmo em suas próprias criações, mas deixam de procurar no seu verdadeiro Criador, o sentido de todas as coisas, o fundamento de todas as vidas, a razão de nossa esperança. Fato é que todos nós temos grande necessidade de nos aproximar d’Ele para reclamar, implorar, suplicar, pedir socorro em meio às dificuldades, pois há coisas que Deus nos concede mesmo sem pedirmos, mas há outras que o Pai nos concede somente quando recorremos a Ele. Ele quer que dependamos d’Ele para que evitemos cair na ilusão de recorrer a outros deuses que não promovem vida, tais como a busca desenfreada por dinheiro e lucro, os prazeres da sensualidade, as drogas e muitos outros deuses que, quando idolatrados, estimulam culturas contrárias ao Reino de amor e paz para o qual fomos criados. Entendemos que a nossa missão, como comunidade do Santíssimo Sacramento, é contribuir para amenizar essa falta, adorando o Senhor por estes que ainda não descobriram a maravilhosa alegria de estar com Ele. Jesus nos forma com Sua Palavra nas missas aqui celebradas, para que sejamos verdadeiros adoradores do único e verdadeiro Deus. Ao longo destes cinquenta anos, aprendemos que é a coerência da nossa vida com o Evangelho, que nos fará verdadeiros adoradores. Que adoramos em verdade a Deus quando o adoramos com uma vida rendida ao senhorio de Jesus, humilde e despojada de qualquer soberba, orgulho e prepotência. Que adoraremos em espírito e em verdade quando abandonamos o desgosto, a divisão, a maldade e a inveja, pois essas coisas não estão em conformidade com os desejos do Senhor para a nossa vida. Que adoraremos verdadeiramente o Senhor, quando nos conformamos com a nossa condição de criaturas e passamos a permitir que Deus seja Deus em nossa vida.


Que o fruto da verdadeira adoração é uma vida conduzida pelo Espírito Santo, uma vida transformada e conformada à vida de Jesus. E que é simplesmente impossível adorar o Senhor e continuar sendo a mesma pessoa. A prática da adoração ao Santíssimo Sacramento nos estimula à conversão e purifica o coração. Reaviva nosso coração e nos impulsiona à celebração da missa dominical. O ato de adorar Jesus no Santíssimo Sacramento nos aproxima de Deus Pai, abre nosso coração para a ação do Espírito Santo, faz arder nosso coração quando lemos as Escrituras, especialmente os Santos Evangelhos, impulsiona-nos para irmos ao encontro dos irmãos, especialmente os mais necessitados, firma-nos como discípulos e nos faz missionários ardorosos.

Luiz Cesar Martins

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Vinde, adoremos o Senhor. Sigamos o exemplo de tantos santos e santas que “na eucaristia encontraram o alimento para o seu caminho de perfeição. Quantas vezes eles verteram lágrimas de comoção na experiência de tão grande mistério e viveram indizíveis horas de alegria ‘esponsal’ diante do Sacramento do Altar. A presença de Jesus no Tabernáculo deve constituir como que um polo de atração, para um número sempre maior de almas apaixonadas por Ele, capazes de ficar longo tempo escutando a voz e quase que sentindo o palpitar do coração. Jesus no Sacrário espera por vós junto dEle, para derramar nos vossos corações aquela experiência íntima da sua amizade que é a única que pode dar sentido e plenitude à vossa vida”. Acolhamos nós também esse amável convite e não hesitemos em correr ao encontro do Senhor, para permanecermos em oração diante dEle.

Ao longo destes cinquenta anos, aprendemos que é a coerência da nossa vida com o Evangelho, que nos fará verdadeiros adoradores. Que adoramos em verdade a Deus quando o adoramos com uma vida rendida ao senhorio de Jesus, humilde e despojada de qualquer soberba, orgulho e prepotência.


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Sumario Introdução Capítulo 1 – 50 anos de história Capítulo 2 – Alimente sua fé Capítulo 3 – Um Sacerdote entre nós Capítulo 4 – A Paróquia em ação Capitulo 5 – A Paróquia em ação Capítulo 6 – Nosso álbum Capitulo 7 - Um olhar para o futuro A Senhora Santíssimo Oração Jubilar

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Introducao 19

A parรณquia somos nรณs


A paróquia somos nós Sempre acreditei nas pessoas. São elas que sonham, que se agregam e tornam o que antes era improvável em realidade. Vivemos um tempo em que coisas são maiores que pessoas. Na balança da vida, estamos perdendo espaço para a tecnologia e creio que é preciso, sempre que possível, ‘colocar os pingos nos is’.

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A Paróquia Santíssimo Sacramento não é a bela Igreja de traços limpos construída com muito esforço no final da década de 60, mas a união de pessoas em torno de um ideal de vida cristã. A paróquia somos nós. É por esse motivo que, ao idealizar um livro que celebrasse os 50 anos da Paróquia Santíssimo Sacramento, procurei resgatar o espírito de comunidade. Um livro é a história de um olhar. Representa a visão de quem o escreve ou organiza as informações. Por mais que ha ja uma atenção obstinada com a verdade histórica, um livro será sempre um recorte, uma vez que é formado a partir da interpretação de seu autor. Este não é diferente. É produzido com muito amor e respeito à história de uma comunidade que no ano de 2017 completa 50 anos. Um álbum que encanta por mostrar que somos uma só família com muitos irmãos e irmãs, com celebrações e encontros diários. Confraternizamos os nossos melhores momentos com festas, a joelhamo-nos e nos unimos em oração e, quando era preciso, choravámos juntos. Partilhamos o Pão e temos o privilégio de viver um milagre a cada celebração eucarística.

As fotos que compõem as próximas páginas representam alguns dos momentos mais especiais na vida de cada família, nossa primeira comunidade. Foi por meio da família que chegamos à Paróquia Santíssimo Sacramento. Nos braços de um pai e de uma mãe, de uma tia ou avó. Esse livro só tem uma missão: celebrar a família. A sua, a minha, a nossa. Por falar nisso - a família, como vai? Talvez algumas imagens desse livro nos sejam úteis para refletir sobre isso. Ali, cada gesto congelado pelas lentes de um fotógrafo profissional ou amador - tem um sentido único. Na imagem de um batismo, ficou para sempre registrado o amor dos pais que trazem seus filhos para receber o Sacramento. O olhar cúmplice dos noivos em frente ao Altar, sob as bênçãos do Sacerdote, diz muito sobre o amor que uniu aquelas duas vidas. O que importa se o tempo passou, as dificuldades foram grandes e hoje a paixão tenha dado lugar a uma vida menos vibrante? É hora de resgatar, de reavivar. Quantas histórias de casais que se conheceram na paróquia e por isso mesmo superaram todas as dificuldades? Está tudo ali, naquelas fotos. Basta se deixar levar por elas, rezar e agradecer. E aquele menino sonhador que segurava a vela com o olhar curioso na Primeira Comunhão, ansioso por seu primeiro encontro com Jesus? Onde foi parar aquela fé singela, sincera, livre de questionamentos? Sempre é tempo de recomeçar.

Luis Fernando Carneiro


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Esse livro só tem uma missão: celebrar a família. A sua, a minha, a nossa. Por falar nisso - a família, como vai? Talvez algumas imagens desse livro nos sejam úteis para refletir sobre isso. Ali, cada gesto congelado pelas lentes de um fotógrafo - profissional ou amador tem um sentido único.


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A Historia

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50 anos de história Se o Senhor não construir a nossa casa, em vão trabalharão seus construtores; se o Senhor não vigiar nossa cidade, em vão vigiarão as sentinelas. Salmo 127 - 1


A Paróquia Santíssimo Sacramento nasceu de histórias de pessoas que se reuniram pela fé, acreditaram num mesmo objetivo de “espiritualidade e missão, e testemunharam Jesus Cristo e seu Reino na sociedade “(Objetivo geral do Ano do Laicato). Puderam fazer a diferença, colocando os seus dons a serviço na construção física e espiritual da comunidade, celebrando juntos a Eucaristia.

Nasce a paróquia

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Com o conhecimento do crescimento do número de pessoas e do vínculo que se havia criado entre as Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento e o povo, o Arcebispo Dom Manuel da Silveira D’Elboux resolveu instalar a Paróquia Santíssimo Sacramento. Foi fundada em 21 de setembro de 1967 e instalada em 1º de outubro de 1967 com uma celebração iniciada às 9h e presidida por Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto, Bispo Auxiliar da Diocese. Nesse momento, houve a posse do primeiro Pároco, Pe. Simão Tadeu Kalinovski, que permaneceu à frente da Paróquia de 1967 a 1975. Concelebraram Pe. Engeberto e Pe. Evilásio Volpato que, desde julho, vinham auxiliando na capela.

Os párocos você.” E realmente, é fundamental observar que nos 50 anos da Paróquia, cada Sacerdote que por aqui passou deixou um pouco de si, contribuindo com seu serviço, seu carisma e suas orações. O primeiro pároco foi o Pe. Simão Tadeu Kalinovski , que tomou posse em 1967 e ficou até 1975. O segundo pároco foi o Pe. Aleixo Kosinski que ficou aqui de 1975 a 1979. De 1979 a 1984, tivemos o Pe. Cornelio Papen e, depois, o Pe. Ervin Kauffmann, que ficou apenas seis meses. O quinto Pároco, Pe. Jackes Maltais, ficou de 1984 a 1987, quando foi construída a casa

paroquial, na Rua Silveira Peixoto, 97, e o salão paroquial. O sexto Pároco, Pe. Renato Burigo, ficou na Paróquia de 1987 a 1990. O sétimo Pároco, Pe. João Roberto Ceconello, ficou de 1990 a 1994, quando teve início a formação de várias pastorais e grupos. Na sua gestão, foi demolido o muro de arrimo que ficava na frente e na lateral da Igreja, na Avenida Iguaçu e na Rua Leôncio Correia, respectivamente, e então foi feito talude plantado de grama e grade de ferro. Foi construída, também, a escadaria na frente da Igreja e feita a pavimentação do pátio e o albergue nos fundos da casa paroquial. Foram momentos especiais quando a sopa, feita pelos paroquianos, começou a ser distribuída todas as tardes para os pobres. O oitavo Pároco, Pe. Manoel Messias Vilela, permaneceu na Paróquia de 1994 a 1996. Com seu carisma e animação, inspirava adolescentes e jovens a fazer parte de uma Igreja viva e missionária. O nono Pároco, Pe. Idenando Ramos Sobrinho, ficou de 1996 a 2006. Ele incentivou os grupos pastorais, preocupouse muito com a participação de casais e de famílias na Paróquia e reforçou a catequese de crianças. Seu tom ponderado e firme contribuiu para muitos avanços. Para que ele tivesse mais autonomia na utilização da Igreja para as celebrações, a capela do Convento foi restaurada e reaberta em 09 de dezembro de 1999.


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a histรณria


Está em funcionamento até hoje para Celebrações de Missas e Adoração ao Santíssimo Sacramento, sendo que a Fraternidade Eucarística, formada por diversos adoradores da Paróquia, é o grupo responsável pela adoração.

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Pe. Celso Antônio Marchiori foi o décimo Pároco a tomar posse. Ele ficou de 2006 a 2009, assumindo também como Reitor do Seminário Santíssimo Sacramento. Durante sua gestão, foram feitas várias benfeitorias na Igreja: a construção da Capela onde se localiza o Sacrário, Batistério, banheiros, pintura da Igreja, além da motivação e formação de grupos pastorais, reorganizando toda a Paróquia conforme a necessidade. Em julho de 2009, ele foi nomeado Bispo da Diocese de Apucarana e em seu lugar tomou posse como décimo primeiro Pároco e também como Reitor do Seminário Santíssimo Sacramento, Pe. Fabio Oliveira Endler. Nesse período foram feitas várias melhorias, tais como: reforma da casa paroquial, nivelamento do piso da Igreja e reforma dos bancos. Com alguns paroquianos, iniciou a implantação do Projeto Paroquial, colocado o TOTEM luminoso com as informações principais dos horários de missas, secretaria e pastorais e reorganizou algumas pastorais. Permaneceu até janeiro de 2016, quando foi para o Mato Grosso, na Prelazia de São Félix do Araguaia, para um trabalho missionário.

salas da catequese, foi feita a reforma da sala de reuniões, sacristias e secretaria. Além disso, retomou e deu andamento no projeto de reforma do salão paroquial, fortaleceu a Pastoral familiar, iniciou o grupo do Estudo Bíblico e autorizou a utilização da casa paroquial para funcionar um Bazar Beneficente organizado pela Pastoral da Saúde, sendo que a renda obtida é revertida aos enfermos. Muitos foram os avanços, mas vale lembrar que a Paróquia nestes 50 anos foi formada por pessoas e suas famílias, suas histórias e seus encontros com Jesus no Santíssimo Sacramento. É por isso que as fotos que estão nesse livro têm tanto significado. Cada uma delas não representa aquela pessoa ou família em si, mas a união de todos. Uma imagem de um menino em sua Primeira Eucaristia é o retrato de muitas catequistas dedicadas, de horas de oração, planejamento e do amor de pais comprometidos. Lembremos também daqueles que fizeram parte da história, a judaram na construção; são tantos benfeitores que não estão mais entre nós. A eles nosso agradecimento e orações!

Em fevereiro de 2016, Pe. Osmair José Prestes tomou posse como décimo segundo Pároco e Reitor do Seminário Propedêutico São João Maria Vianey. Em sua gestão, ele trocou o sistema de som da Igreja, o piso do Presbitério e alguns móveis, foram pintadas toda a estrutura da Igreja e as

Texto construído com base no Livro Tombo e nas pesquisas do saudoso paroquiano Luiz Fernando Guimarães, em setembro de 2009, por ocasião do aniversário de 42 anos da Paróquia.



OS LIMITES DA PARÓQUIA

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ENVIAR OUTRA IMAGEM


A reforma Em 2011 a igreja foi reformada, teve o piso nivelado, recebeu um novo e moderno espaço de oração e poltronas. Uma nova igreja, com mais conforto para os paroquianos.


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Nossos pastores Os párocos que construíram a história conosco 1. Pe. Simão Kalinowski 2. Pe. Aleixo Kosinski 3. Pe. Cornelio Papen, S.S.S 4. Pe. Ervin Kauffmann – Ad. Parq 5. Pe. Jacques Maltais, M. Afr. 6. Pe. Renato Burigo 7. Pe. João Ceconello – Ad. Paroq. 8. Pe. Manuel Messias Vilela 9. Pe. Idenando Ramos Sobrinho 10. Pe. Celso A. Marchiori 11. Pe. Fábio Endler 12. Pe. Osmair José Prestes

1967/1975 1975/1979 1979/1984 1984/1984 1984/1986 1986/1990 1990/1994 1994/1996 1996/2006 2006/2009 2009/2016 2016/


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Viver em comunidade é experimentar a alegria de Jesus Fiz parte da Paróquia Santíssimo Sacramento de 2006 até metade de 2009. E as lembranças que tenho marcadas no coração até hoje são os trabalhos pastorais de uma paróquia bastante movimentada, reavivada com o Espírito Santo.

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Outra grande recordação é a Adoração quase perpétua do Santíssimo Sacramento, que começava de manhã e ia até a tarde. Este ano, quando retornei à capelinha, lembrei-me de algumas pessoas que estavam ali sempre e hoje já estão lá no céu, como, por exemplo, o Senhor Milton e a Senhora Mary Pereira. Lembro com muita alegria da vida aqui no Seminário, da minha mãe e da minha irmã, que trabalhavam nos ajudando, e da visita que fazíamos aos enfermos, toda semana, percorrendo o bairro, indo de casa em casa; onde havia pessoas doentes, íamos visitar. Era maravilhosa aquela aproximação que tínhamos com as pessoas, principalmente as mais necessitadas, que precisavam da presença amiga e espiritual. Às vezes, nós nos deparávamos com situações que não sabíamos como encaminhar, mas o fato de estarmos presentes nas vidas das pessoas, em oração, fazia muita diferença. A comunidade é um sinal visível da igreja. Nós fazemos parte da igreja presente no mundo inteiro e a comunidade paroquial é a parte mais visível dessa grande comunidade. Uma igreja que triunfa, que se purifica, que peregrina. Fazemos parte de uma igreja enorme e a comunidade paroquial é a forma de experimentar,

ainda que com limitações, aquela alegria que Nosso Senhor Jesus Cristo nos mereceu com sua Paixão, Morte e Ressurreição na Cruz, pela salvação.

Dom Celso Antonio Marchiori

Pároco de 2006 a 2009, atual bispo da Diocese de Apucarana


a história

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A primeira paróquia Fui ordenado Sacerdote em 26 de dezembro de 1987, em Erexim, Rio Grande do Sul, e transferido para Curitiba, em 1990. A Paróquia Santíssimo Sacramento foi minha primeira experiência como pároco, foi o despertar para a missão de expressar o amor gratuito de Deus que desperta em nós a solidariedade para fazer dos excluídos os preferidos através de um trabalho social. Tenho lembranças marcantes da Missa da Saúde, do Grupo de Oração da Renovação Carismática, da implantação do MCC e do despertar para o desenvolvimento de um trabalho social com os catadores de papel. Fazíamos a distribuição da sopa diária e criamos o primeiro albergue para acolher pessoas doentes nas dependências da casa Paroquial. Esse trabalho deu origem à Associação Padre João Ceconello, que permanece até os dias de hoje atendendo mais de 200 pessoas (dentre elas, vítimas de dependência química, pessoas com

comprometimento mental e crianças vitimizadas) e também à criação da Pastoral da Sobriedade, por meio da vivência dos 12 Passos do Programa de Vida Nova nos GAA em todo o Brasil. Agradeço a Dom Pedro Fedalto por ter me acolhido nessa Arquidiocese e sempre motivado e apoiado o desenvolvimento desses trabalhos sociais. Agradeço aos paroquianos que também me apoiaram e até hoje rezam pela minha vocação e meu trabalho. Que o Santíssimo Sacramento, pela intercessão de Maria Santíssima, nos abençoe com muita saúde e paz! Por fim, é importante dizer que minha caminhada na Paróquia Santíssimo Sacramento representa a concretização da vocação. A transição para a valorização e o reconhecimento do carisma.

Pe. Joao Ceconello


A paróquia em números Em 12 de junho de 1960, com a participação da comunidade, foi iniciada a construção de uma ampla Capela, inaugurada em 03 de maio de 1964. Em 21 de setembro de 1967, a Paróquia foi fundada por Dom Manuel D’Elboux. Em 1º de outubro de 1967, a Paróquia foi instalada. 1.240 casamentos 3.209 batizados

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“Vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade e são esses adoradores que o Pai deseja” Jo 4, 23 A HISTÓRIA DA CAPELINHA E DA ADORAÇÃO A adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento surgiu em nosso bairro, com a chegada das Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento, a 30 de novembro de 1955. Eram elas: Ir. S.S.S. Maria Gertrudes, Maria Eymard, Albertina de Lourdes e Mary Helen. O carisma da congregação era: adorar a Jesus na Eucaristia. Na pequena capela construída por elas, as irmãs iniciaram a exposição do Santíssimo Sacramento, onde permaneciam em adoração contínua. As famílias do bairro também começaram a participar.

Em 1956, foi inaugurado um Convento para a Congregação (hoje o Seminário São João Maria Vianney). Em 1991, preparado pela Irmã Ana de Jesus Clis, formou-se o primeiro grupo de adoradores, com mais de 50 pessoas, que fizeram seu ato de consagração a Jesus na Eucaristia e realizaram as primeiras reuniões para a fundação de um movimento de leigos para a adoração ao Santíssimo Sacramento. Sob aprovação da Irmã Aparecida Pelusso, superiora das Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento, formou-se então a “Fraternidade Eucarística Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”. À frente do

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movimento, estavam a sra. Rizoleta Mary Pereira, como presidente, e Lucy Whithers, como Vice, sob a direção espiritual da Irmã Ana de Jesus Clis. A Fraternidade possuía seu próprio Estatuto e, com o tempo, organizou uma sede própria, que funcionava no Convento, mas que hoje está desativada. Após 50 anos, as Irmãs, sofrendo a falta de vocações e a dificuldade de manter o Convento, deixaram a nossa cidade, para a tristeza e pesar de muitos paroquianos. A capela foi fechada e a Fraternidade Eucarística suspendeu suas adorações em novembro de 2005. A Cúria Metropolitana adquiriu, nesse mesmo ano, a capela e o Convento, onde passou a funcionar o Seminário Arquidiocesano Santíssimo Sacramento. 40

Com a chegada do novo pároco, Pe. Celso Antônio Marchiori, também Reitor do Seminário, que agora funcionava nas antigas instalações do Convento, foi reaberta a capela, foram retomadas as adorações e sua coordenação entregue aos leigos, em 2006. Aos poucos, os adoradores antigos foram voltando e novos foram surgindo, aumentando o número de participantes que se revezavam de hora em hora, em grupos ou individualmente. Muito devemos à sra. Rizoleta Mary Pereira por sua dedicação a este apostolado e seu trabalho incansável por amor a Jesus-Hóstia. Em agosto de 2012, o grupo de adoradores passou a se chamar “Fraternidade Eucarística São Pedro Julião Eymard”, que além de uma homenagem ao Fundador da Obra de Adoração ao Santíssimo Sacramento (também conhecido como “O Apóstolo da Eucaristia”), tem também a finalidade de fazer o nome desse


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santo mais conhecido, de seguir seus ensinamentos e de aprender a amar a Eucaristia como ele amou. A Fraternidade zela por seu carisma maior que é levar mais pessoas a adorar Jesus no Santíssimo Sacramento; chamando, evangelizando, mostrando a todos nosso tesouro, Jesus Eucarístico, o caminho para a vida eterna. Desejamos que todos nós sejamos autênticos discípulos-missionários de Jesus Eucarístico; homens e mulheres que fortalecidos na Eucaristia testemunham a comunhão, põem-se a serviço, abrem-se ao diálogo e anunciam o Evangelho. E que a cada encontro com o CristoEucaristia, na “capelinha” do Santíssimo, o adorador sinta-se mais próximo de Jesus, mais ligado afetivamente a Ele. Pedimos a intercessão de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, a São Pedro Julião Eymard, aos Anjos e Santos que estejam ao lado dos que oram diante do Santíssimo Sacramento, intercedendo por suas preces.

A ADORAÇÃO A JESUS EUCARÍSTICO – O QUE É? “A Adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-Lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Mestre de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso. “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás” (Lc 4,8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (6,13)”. “A adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão, do pecado e da idolatria do mundo” (CIC 2096-2097). A Adoração é um diálogo feito aos pés de Jesus Cristo, vivo e presente na Eucaristia; é falar a Ele, perguntar, ouvir e responder. É abrir nossa alma e nosso coração diante Dele, é expressar nosso amor, agradecer o muito que Ele nos ama.

(Texto escrito por Sra. Nilze Miranda Glus da Fraternidade Eucarística São Pedro Julião Eymard - Paróquia do Santíssimo Sacramento)


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No ano de 2006, com a vinda do Pe. Celso Antônio Marchiori para a Paróquia Santíssimo Sacramento e a saída das Irmãs Sacramentinas do Convento, a Arquidiocese de Curitiba adquiriu o prédio onde elas residiam, ao lado da Paróquia, e o transformou em casa de formação para os padres diocesanos. Nesse mesmo ano, essa casa se tornou o Seminário Santíssimo Sacramento, acolhendo os seminaristas do último ano de teologia, os diáconos, que tinham como enfoque a dimensão pastoral. Já em meados do ano de 2013, ela passa a ser, e o é até a presente data, o Seminário Propedêutico São João Maria Vianney, acolhendo seminaristas que se preparam para ingressar no seminário maior, com um enfoque na dimensão vocacional e catequética.

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casa de formação

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Abertura da Porta Santa da Misericórdia “Misericordiosos como o Pai” Nossa paróquia teve a graça de celebrar com intensidade o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco para ser realizado do dia 08 de dezembro de 2015 ao dia 20 de novembro de 2016.

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Nessa oportunidade, nossa paróquia celebrava seu aniversário de 49 anos da dedicação da igreja. Por isso, foi concedida pelo Arcebispo Dom José Antônio Peruzzo a autorização da Abertura da Porta Santa da Misericórdia, no dia 25 de setembro de 2016, na missa das 10 horas. Os fiéis foram convidados a se reunirem em frente à capela do seminário e em peregrinação se dirigiram até a porta da igreja, quando o Senhor Luiz Carlos Borgonhoni leu o decreto autorizando a Abertura da Porta Santa. Foi um momento de grande alegria, de renovação da fé e do comprometimento de viver as Obras de Misericórdia Espirituais e Corporais, para “sermos misericordiosos como o Pai”.


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O QUE FAZER DIANTE DELE? “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. Joao 6,51


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“Senhor vigário, eu não sei ler, não sei falar direito, então eu olho para Ele e Ele olha para mim...”


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escandalizaram e foram embora. Foi quando Jesus perguntou aos doze: “Quereis vós também retirar-vos?” Alguns apóstolos devem ter ficado perplexos, eram de pouca instrução. Mas Pedro, que confiava cegamente no Mestre, respondeu por todos: “Senhor, a quem iríamos nós? Só Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 68).

Eucaristia é o que a Igreja ensina como transubstanciação. Isto é, uma vez pronunciadas as palavras pelo Sacerdote: “Isto é meu Corpo...” e “Isto é meu Sangue...” (Mc 14, 22-24) sobre as espécies do pão e do vinho, já não temos mais pão nem vinho, mas sim o CORPO E SANGUE DE CRISTO VIVO. Depois, só restam as aparências (gosto, forma, olfato...), que continuam de pão e vinho espécies, porém, não são mais de pão ou de vinho, e sim verdadeiramente Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Jesus.

São Pedro Julião Eymard, chamado “Apóstolo da Eucaristia” (séc. XIX, na França), sugere dividir a Adoração a Jesus Eucarístico em quatro momentos: 1º) Momento de adoração, em que irá reconhecê-Lo como Deus Todo poderoso, criador de todas as coisas e infinitamente misericordioso. 2º) Momento de ação de graças ou agradecimento, por tantos benefícios, tantas graças alcançadas: a vida, as alegrias, vitórias que a gente nem mais se lembra. 3º) Momento de intercessão ou pedidos, pois são tantas as necessidades pessoais, da família e de terceiros. 4º) Momento de reparação, por tanta profanação e desrespeito, tanta injustiça praticada por seus filhos.

No Evangelho, Jesus falou: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” Ouvindo isso muitos discípulos se

Em toda visita ao Santíssimo, seja Ele exposto no Ostensório, Sacrário ou ao receber a sagrada Eucaristia, vale estar atento à pergunta que Jesus certamente fará a você, que é a mesma que fez a Pedro, três vezes: “Tu me amas...? (Jo 21, 15-17) ou ainda ouvir o que Ele disse a seus discípulos: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados, e eu vos aliviarei” (Mt 11, 28).

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Devem ser numerosos os momentos, da infância à idade adulta, em que se sente o calor de um abraço amigo do seu pai. Em algumas vezes, dizer a ele palavras de carinho filial, outras não, só o carinho, sem as palavras. Há momentos em que o amor e o carinho se expressam até melhor sem palavras. E esta outra experiência incrível: relacionar-se, sonhar com abraço amigo de um PAI que não é possível ver com esses olhos carnais, mas Ele é PAI e infinitamente amigo, PAI de todos. Já percebeu, é ELE mesmo, CRISTO JESUS, presente na EUCARISTIA, bem pertinho no Sacrário, em todas as igrejas. Jamais dirá a você: “espere um pouco!”, “venha amanhã!”. Mesmo se não percebemos a Sua presença real na Eucaristia, Ele sempre está aguardando a sua visita para conversar com você.

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Muitas vezes, comungamos mecanicamente ou nos distraímos. Não nos damos conta da dignidade da Eucaristia. Conta-se um fato da vida de São João Maria Vianney (o Cura D’Ars) que ele próprio em sua humildade costumava relatar nas homilias. No tocar do sino do “Anjo do Senhor”, todos os dias, ele observava um camponês muito simples entrando em sua Igreja; deixava no corredor o machado, enxada e sacola, sentava-se no primeiro banco e ali ficava, sem livro, sem nada, sem falar. Passado muito tempo, curioso, o Santo perguntou ao colono, já de saída: “Amigo, você não tem livro, não vejo você rezar, nem movimenta os lábios ...”. E o velho camponês encabulado: “Senhor vigário, eu não sei ler, não sei falar direito, então eu olho para Ele e Ele olha para mim...”. São palavras recentes do Papa Francisco: “Não nos esqueçamos de nos abrir a Ele e de contar-lhe a nossa vida, confiar-lhe as pessoas e as situações. Ele nos espera, não para resolver magicamente nossos problemas, mas para nos fortalecer neles. Jesus não tira os fardos da vida, mas a angústia do coração; não nos tira a cruz, mas a carrega conosco”. Jesus sabe quanto a vida pode ser dura, desilusões e feridas do passado, fardos a carregar e incertezas e preocupações pelo futuro... (Papa Francisco, Homilia do Ângelus, 09/07/2017). Finalizando, vale lembrar a mulher do Evangelho que sofria de grave hemorragia: devido à multidão, com dificuldade, conseguiu aproximarse de Jesus e pensava: “Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada.” E conseguiu. Jesus percebeu e lhe disse: “Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou; vai em paz” (Mt 9, 20- 22). E a mulher ficou instantaneamente curada, porque tinha muita fé.

Agora, analise, amigo leitor, o privilégio extraordinário como católicos, não de tocar no Manto de Jesus, mas pelo milagre da Eucaristia podermos tomar seu Corpo nas mãos, tê-lo dentro de nós, vivo, inteiro, o próprio Jesus!

Roque Jose Kammer

A FÉ “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11, 6) Essa verdade é a afirmação da nossa maneira humana de se relacionar, afinal de contas, quando não mantemos contato com uma determinada pessoa, acabamos por perder os laços de amizade e possivelmente a levamos ao esquecimento e por consequência há a perda da amizade. Com Deus é muito parecido, pois se não alimentamos essa amizade, perdemos todo o contato com Ele e por consequência a fé. O mesmo livro de Hebreus no capítulo 11, 1 diz: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê.” Todos nós temos amigos que vemos, mas não vemos a amizade materializada, pois a amizade está relacionada a gestos e atitudes de amigos. Com Deus é o inverso, pois vemos as atitudes e gestos, mas não vemos o amigo, sentimos a presença, mas não o vemos fisicamente.


E isso é tão verdadeiro que inspirou o Papa Francisco a dizer que: Diante das contrastantes provocações culturais dos dias de hoje, o cristão precisa, mais do que nunca, da Sagrada Escritura, onde a fé deve ser alimentada pela Palavra de Deus para poder resplandecer. Romanos 10,17 diz que a fé vem pelo ouvir. Encontramos a fé quando ouvimos, ou entramos em contato, com a verdade de Jesus. Então como nasce a fé? A Bíblia diz que a fé é um dom que Deus nos oferece, pela ação do Espírito Santo (Efésios 2,8-9). E, para nos dar esse dom, Ele usa Sua Palavra! Quando ouvimos o Evangelho (a Palavra de Deus), Deus nos oferece o dom da fé. Juntamente com os sacramentos, as Escrituras são o principal canal pelo qual a graça de Jesus e o Espírito Santo vêm até nós e nos moldam. Penso que seja isso o que Jesus deseja nos transmitir ao dizer que suas palavras são ‘Espírito e vida’. Elas infundem em nós o ser, o amor, a santidade de Deus e pouco a pouco nos transformam em novas criaturas. As Escrituras são a Palavra de Deus; a Bíblia é revelação.

Assim, as Escrituras são a revelação de Deus em veste humana, em linguagem humana. É isso que nos permite compreendê -las. Mas, por serem Palavra de Deus, elas devem sempre ser abordadas com veneração e reverência.

A PALAVRA DE DEUS CONCRETAMENTE FALANDO, COMO DEVEMOS LER AS ESCRITURAS (A BÍBLIA)? Há algum método a ser seguido que possibilitará que seu conteúdo nos penetre, converta e santifique? Diria que não há uma fórmula exata, mas há uma sabedoria básica que a Igreja tem acerca da interação sagrada entre a Palavra viva e a pessoa. O nome dessa abordagem - LECTIO DIVINA - tem se tornado relativamente bem conhecida no decorrer dos últimos anos. É como os monges descrevem sua meditação das Escrituras. Significa ‘LEITURA DIVINA’ tanto no sentido de que o conteúdo daquilo que é lido é divino quanto no que a própria atividade é divina: o próprio Deus falando e eu O escutando, Deus agindo dentro da minha escuta de modo que eu possa captar, assimilar e de certa forma ‘tornar-me’ aquilo que estou lendo. Para começar, a LECTIO DIVINA deve iniciar com uma oração ao Espírito Santo, que é a luz e a sabedoria de Deus. É acerca do Espírito Santo que o Credo diz: ‘Que falou pelos profetas’. Nós lhe pedimos, ao autor primário das Escrituras, que nos dê um co-

alimente sua fé

A fé em Deus Pai, em Jesus ou no Espírito Santo pode, na grande maioria das vezes, não ser vista, mas toda vez que é alimentada por nossas conversas com Ele ou por sentirmos a Sua presença, produz em nós uma força que supera em muito as nossas relações humanas. Pessoas que têm o hábito de conversar com Deus adquirem muito mais força para enfrentar os obstáculos do dia a dia. O simples fato de ler a Bíblia (a Palavra de Deus) renova a força e a motivação interior. Quem a lê através do agir de Deus na história e percebe os testemunhos de quem vivenciou a ação de Deus em sua vida é capaz de renovar a amizade com Deus.

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ração dócil e sensível, a fim de nos tornarmos aptos a escutar exatamente aquilo que nos deseja dizer. Em seguida, simplesmente começamos a ler uma breve passagem bíblica. Lectio (leitura) não é uma atividade ocasional, mas diária, então é bom haver uma continuidade entre a passagem de hoje e a de amanhã. Muitas pessoas fazem sua lectio com o texto do Evangelho da missa do dia. Isso pode ser especialmente rico a quem participa da missa diariamente e tiver a oportunidade de escutar mais tarde o mesmo texto, que havia refletido antes, proclamado na liturgia. Outras pessoas escolhem um livro da Bíblia e o leem inteiramente no decorrer de vários meses. Nos dois casos, é importante que o texto não seja demasiado longo - nunca mais de um capítulo. A leitura é feita devagar e com uma breve pausa entre os versículos - em Florença, há

um afresco maravilhoso de São Domingos fazendo lectio, com o dedo indicador nos lábios à medida que faz uma pausa para interiorizar o texto e uma estrela sobre a cabeça, simbolizando a graça iluminadora do Espírito Santo. Não é necessário ler até o fim da passagem do Evangelho ou do capítulo. Assim que sentir sua atenção e seu coração tocados por uma frase, uma palavra, uma imagem, é um bom lugar para parar, pois o leitor está passando do ato de ler para aquilo que se chama ruminatio (Ruminação ou Meditação). Ruminação (ou meditação) é o demorarse tranquilamente no texto que chamou a atenção do leitor. Esse demorar geralmente ocorre por meio de uma repetição interior pacífica da palavra ou palavras que nos ‘pegaram’. Posso garantir que qualquer pessoa que leia uma passagem das Escrituras devagar e pausadamente se expe-


Com frequência, passamos um tempo da lectio com a ruminação (meditação), mas pode ser que a Palavra divina provoque uma profunda resposta em nós. Talvez, por exemplo, estamos nos focando numa das bem aventuranças, como ‘Bem-aventurados os puros de coração’ (cf. Mateus 5, 8a), e o desejo que tínhamos por muitos anos de ter essa bem-aventurança de repente se faz sentir e faz sair uma oração que não compusemos, mas que significa nós mesmos naquele momento: ‘Ó Deus, fazei-me puro de coração’. Tal momento é chamado de oratio. É uma oração liberada pelo Espírito Santo que perscruta nosso coração.

Algumas vezes - isso não ocorre todo dia na lectio, mas é sempre inesquecível quando ocorre -, há a experiência da contemplatio. Aqui a Tradição fala de uma contemplação unitiva - quer dizer, que a palavra que vinha sendo meditada se torna verdadeiramente um evento, realidade na vida do leitor. Imagine o que aconteceria se a promessa de Jesus - ‘Quem crer em mim, guardará minha palavra, meu Pai o amará e nós viremos a Ele e faremos nele nossa morada’ (cf. João 14,23d) - se tornasse experiência de fato - se o leitor, não por um esforço, nem pela imaginação, nem por pedido, mas simplesmente no decorrer da meditação dessa palavra viesse a experimentar em seu interior a habitação do Pai e do Filho, toda a vida trinitária agindo dentro dele em vez de fora dele, e tudo isso como fruto e graça de seu contato com a Palavra viva e eficaz. Isso seria a plenitude da lectio - quando o ato de leitura se torna ato puro, ou seja, quando a Escritura ‘acontece’. Porém, não devemos pensar nesses quatro momentos, lectio, meditatio (ou ruminatio), oratio, contemplatio, como um programa diário a ser percorrido. Deus sabe como deseja nos tocar com a Sua Palavra e como deseja que nós respondamos a ela. O que importa é amar a Palavra de Deus e deixar que cada vez mais ela preencha - não somente os nossos tempos de lectio, mas todos os nossos momentos. Como diz o salmista: ‘Quanto eu amo, ó Senhor, a vossa lei! Permaneço o dia inteiro a meditá-la’ (cf. Salmo 119, 97). (cf. Textos adaptados de Dom Bernardo Bonowitz e de Ricardo Mari)

Comece hoje a ler e meditar um versículo da Palavra de Deus e você verá como a sua vida se transformará.

alimente sua fé

rimentará atraída por determinada frase – se não na primeira leitura, certamente na segunda ou na terceira. Se uma palavra em particular nos grita, ela quer ser apropriada, quer ser degustada e mastigada uma vez após a outra por nosso palato interior (é isso que significa ruminatio, no fim das contas). Não por meio de um processo de pensar muito, nem tentando forçar um texto a entregar os tesouros a partir da aplicação de todas as faculdades intelectuais sobre ele, mas pela receptividade representada pela repetição contínua, silenciosa ou audível da palavra que nos tocou. É dessa forma que a palavra via ja até nossas profundezas pessoais e daí pode evocar outros textos das escrituras de nossa memória para criar outras associações ou experiências do nosso passado que ainda necessitem de iluminação (ainda que não tenhamos consciência disso). Ou a Palavra pode se contentar em apenas encontrar um lar dentro de nós, enquanto podemos nos contentar simplesmente em ouvi-la novamente reverberar dentro de nós para nos desafiar ou nos consolar, por exemplo: ‘Os teus pecados estão perdoados’ (cf. Marcos 2,5b).

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um sacerdote entre nós ” Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça”. Joao 15,16A


Prata da casa Lema: “Fazei-vos servos na caridade” (Gal 5,13). Na nossa vida ou na comunidade, é preciso sempre estarmos atentos para os nossos frutos. Eles revelam onde estamos, para onde iremos, o que estamos buscando. Nestes 50 anos da Paróquia Santíssimo Sacramento, muitos frutos de amor e generosidade foram colhidos, mas talvez a vida de Régis Soczek Bandil seja a melhor síntese de uma comunidade que acolhe, que desenvolve e que envia em missão.

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Filho de Roniomar e Ceslava, esse “piá curitibano” apaixonado por futebol e que morava ali pertinho, no Rivoli, tornouse padre para a felicidade de muitos. O caminho certamente não foi fácil para viver sua missão, mas as pessoas sempre elas - foram determinantes para inspirá-lo a ir em frente. Esse bate-papo com o Pe. Régis ensina muito sobre a importância de uma comunidade, de investirmos nos jovens, em semear palavras e exemplos bons. Que nos próximos 50 anos tenhamos a coragem de viver nossas vocações, conforme a vontade de Deus, mas sempre com dignidade, determinação e, como Pe. Régis faz questão de destacar, com muita alegria.


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Quais foram os primeiros passos para descobrir sua vocação? Eu sempre tive envolvimento com a comunidade. Após a Crisma, eu não me afastei e fui convidado a participar de um grupo de adolescentes; fui me envolvendo e foi nascendo uma vontade cada vez maior de estar na igreja, mas esse grupo não foi muito longe. O tempo passou e eu estava meio desorientado. Eu morava no Rivoli na época e num sábado de manhã, quando estava indo ao mercado, encontrei o Adriano Chyla, que era um conhecido meu do condomínio que me disse: “por que você não participa do grupo de jovens?”. 66

Eu entrei no grupo de jovens, que era a sensação do momento; todo mundo queria fazer parte. Mas eu era novo, tinha 13 anos e o pessoal tinha 18, 20. Eu os via lá na frente e falava: “meu Deus, quando que eu vou chegar lá?”. Esse era um grupo muito forte, muito realizador. Promovia festas, encontros e quanto mais eu me envolvia, mais as pessoas me perguntavam se eu não queria ser padre. Eu dizia que queria casar, namorar e ter filhos. Essa era a minha negativa, mas no fundo eu tinha esse desejo.

Todos apoiavam? Por incrível que pareça a gente recebe alguns baldes d´água de pessoas da própria comunidade. Ao invés de incentivar, afastam. As pessoas falavam que era muito difícil, que eu devia seguir outro caminho. Na época do Pe. João Ceconello, aconteceu algo muito interessante. Nós tivemos um atrito com ele, que tinha

uma personalidade forte e nós, jovens, não cedíamos. Eu sofri com o grupo e pensava: “um padre fazendo isso?”. Claro que os dois lados estavam errados. Mas como aquele desejo de ser padre permanecia, a minha mãe um dia disse: “olha, se você quiser ser padre, você tem que ser diferente. Um padre diferente”. Isso ficou por muito tempo falando alto no meu coração.

Mas a vida continuou... Sim, aquele primeiro grupo de jovens foi até 1993. Foi um desgaste natural - o pessoal começou a se formar, a casar e foram entrando num outro ritmo de vida. Em 1994, eu, o Antônio, a Ângela e o Rogério fizemos um retiro e reerguemos o grupo, agora com novos jovens: o Paulo, da Bene, o Rosano, a Ana - que a gente brinca que hoje são todos quarentões -, o Wilson e o Vinícius, que faziam parte do primeiro grupo e permaneceram conosco. E foram entrando muitos jovens: o Sidney, a Sibelle, a Mônica, o Denis, o Dorli, a Tarcila e muitos outros.

Quais foram os diferenciais desse grupo? A gente focou mais na espiritualidade de fazer retiro, vigílias, jejum. Isso fez a diferença, tanto é que no ano passado comemoramos 20 anos. Como era um grupo em que todos tinham a mesma idade, nós tínhamos os mesmos sonhos e nos apegamos muito na oração e na amizade. A gente se encontrava todo domingo na missa e na Master Pizza. Chegamos a contar com 100 pessoas, que para o padrão do nosso bairro é algo incrível. Eu já perdi as contas, mas mais de 30 casais foram formados nessa história de 25 anos.


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E qual foi o momento mais marcante?

O próximo passo foi entrar para o Seminário?

Em 1998, quando tivemos uma experiência com a Renovação Carismática. Eu e o Antônio participamos num encontro em Rondinha com o Pe. Robert de Grandis, que era um pregador norteamericano famosíssimo. A gente se encantou e decidiu compartilhar com o grupo. Fizemos nosso retiro de primeiro anúncio em agosto. Essa era a época do Pe. Idenando, que, de início, não foi muito receptivo, mas depois nós o conquistamos.

Ainda não. Iniciei os acompanhamentos vocacionais e queria entrar para o seminário logo. Só que eu estava no quarto ano da faculdade de Serviço Social. Aí o Pe. Chemin me aconselhou: “Régis, espere um pouco. Vai ser muito útil para a igreja essa tua faculdade”. E dito e feito. Eu terminei a faculdade em 2001 e continuei fazendo os encontros vocacionais. Eu brinco, inclusive, que eu tenho mestrado em encontros vocacionais, porque os fiz por três anos. E até hoje trabalho com isso!

Por conta do fervor do grupo e da Renovação Carismática, veio novamente a vontade de ser padre. Nessa época, eu já estava na faculdade de Serviço Social, comecei a namorar, mas sempre com aquela pulguinha atrás da orelha. Eu via os padres lá no altar, a forma que eles atendiam o povo, a homilia e as funções sacerdotais me chamavam muito a atenção. E me perguntava: “por que não eu, um dia?”. Só que eu já estava trilhando aquele que era o caminho natural dos jovens da minha época. Mas nunca deixei de pensar no sacerdócio, a ponto da minha ex-namorada se incomodar quando eu falava dessa questão.

Sua decisão envolveu muita oração? Sim, e o momento decisivo foi quando fui para Aparecida do Norte e, na frente da imagem de Nossa Senhora, pedi para a Virgem: “Por favor, me ilumine, porque eu não sei o que fazer da minha vida. Se é para casar ou para ser padre”. Voltei de lá determinado. Terminei o namoro, porque eu não queria nem enganá-la nem enganar a mim mesmo.

Em 2002, entrei no Seminário, fazendo Filosofia, no qual o reitor era o próprio Pe. Chemin.

Quais foram as pessoas decisivas na sua vida? Foram muitas e impossível citar todas aqui, mas vou citar três padres. Veja como é a mão de Deus. Em 2001, entrou na minha vida e na vida do grupo de jovens um padre chamado Sérgio Belmont, de Santa Maria (RS), que era amigo do Pe. Idenando. Ele veio passar as férias aqui em Curitiba e ficou um mês por aqui. Foi uma passagem relâmpago, mas ele era muito legal; era a pessoa que faltava para me impulsionar. Ele me cativou e disse que eu deveria, sim, ir em busca desse chamado. Em 1998, nós tivemos o fenômeno do Pe. Marcelo Rossi e ele tinha algumas características muito parecidas com a minha. Ele era apaixonado por futebol. Ele era corintiano e eu atleticano. Ele dizia que o fato de ser padre não o impedia de ir ao jogo e de torcer para o seu


Inspirado nele, no Pe. Sérgio e também no Pe. Idenando, eu segui em frente. Quando eu entrei no Seminário e fui falar com o Pe. Idenando, ele me falou algo que até hoje está marcado no meu coração: “Seja obediente aos teus formadores e à igreja. E saiba que você vai fazer um processo de discernimento vocacional. Se você decidir que não quer ser padre, não se preocupe”. Aquilo me tirou um peso das costas. Depois ele falou isso na frente da comunidade e então eu segui o meu caminho.

Não é fácil se tornar padre, certo? Terminei a faculdade de Serviço Social, depois entrei no seminário, fiz três anos de Filosofia e quatro de Teologia. Eu engatei três faculdades e na última já estava mais cansado.

Alguma vez pensou em desistir? Tive dificuldades, como toda vocação. Na Filosofia, tive uma disciplina chamada Lógica e tive que estudar muito. Acabou o semestre, meu pai veio me buscar, olhou para mim e viu que eu estava cansado. Quanto estava fazendo Teologia tive duas provações: primeiramente em uma matéria chamada Profetismo, que fiquei em recuperação, e depois meu pai que fez uma cirurgia do coração. Foram dificuldades muito próximas e eu precisei ter serenidade.

Eu fiquei pensando: “será que se eu estivesse em casa ia ser melhor?”. Mas a minha família é muito presente, nós nos ajudamos muito e cada um fez sua parte. Deixar o seminário seria precipitado, mas houve um questionamento normal diante de um problema.

As vocações diminuíram nos últimos tempos? Sou rReitor do Seminário e coordenador do Serviço de Animação Vocacional (SAV) da Arquidiocese de Curitiba. Há menos vocações, mas elas são mais consistentes. Na minha época, entrava muita gente sem saber o que queria. Hoje os que entram têm mais convicção. Tem menos, mas a perseverança é maior. Antes, para cada 100 jovens que entravam, um se tornava padre. Hoje, de cada 20 temos dois, três padres. Mas é claro que poderia ser melhor.

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time. Eu fiquei muito feliz, porque vi que poderia manter minha rotina. Ele havia se formado em Educação Física e eu estava terminando uma faculdade. Ele havia terminado um noivado para seguir sua vocação. Quando eu conheci a história dele pensei comigo: “Se ele conseguiu, posso conseguir também”.

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Quais fatores influenciam nesse quesito?

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O padre deve ser um sinal de alegria. Veja, na minha vida houve três padres. Pe. Sérgio, Pe. Marcelo e Pe. Idenando. Se um deles me desse uma palavra de desânimo, eu não entraria. É um testemunho de alegria, de acolhimento e principalmente, mostrar que padre é normal. O padre vai ao cinema, tem amigos, vai ao jogo, faz exercícios, joga futebol.

Por incrível que pareça, acho que um ponto importante que contribui para a diminuição de jovens dispostos a seguir a vocação religiosa é a falta de testemunho de alegria dos padres. O padre deve ser um sinal de alegria. Veja, na minha vida houve três padres: Pe. Sérgio, Pe. Marcelo e Pe. Idenando. Se um deles me desse uma palavra de desânimo, eu não entraria. É um testemunho de alegria, de acolhimento e principalmente, mostrar que padre é normal. O padre vai ao cinema, tem amigos, vai ao jogo, faz exercícios, joga futebol. Terceiro ponto: as Paróquias devem fazer trabalhos vocacionais. É preciso jogar a semente.

E as famílias? Tem gente que reza para o filho do vizinho ser padre, mas nunca para o seu próprio filho, porque não se vê a vocação sacerdotal como uma realização de vida plena. Há doze anos trabalho com animação vocacional e o que mais me dói é a família que se opõe ao filho. Há um pensamento de que se vai perder o filho quando, na verdade, muitas vezes, é o filho padre que cuida mais dos pais, em geral; diferente da minha situação, na qual os filhos são todos presentes.

O senhor se tornou o padre diferente que a sua mãe pediu? Acredito que sim. Sinto-me muito feliz, realizado, não sei o que seria da minha vida se eu não fosse padre. Atender o povo, escutar o povo, rezar a Missa e dar os sacramentos me realiza. Eu me imaginava trabalhando com as multidões e hoje me vejo trabalhando


A comunidade sempre apoiou sua decisão? No começo o pessoal desconfiava e pensava: “como esse piá, que eu via aqui na catequese, que tinha namorada, que fazia bagunça, quer ser padre?”. E aos poucos o pessoal da desconfiança foi migrando para o outro lado. Quando chegou minha ordenação, todo mundo me apoiou. O que eu tive de tapas nas costas, dizendo que rezaram por mim, foi algo incrível. Acredito que eles tenham se convertido nesse sentido (risos). Mesmo dentro da minha família, não era todo mundo que acreditava totalmente. Acho que é um processo normal.

E hoje, sua família tem muito orgulho? Sim, meu pai e minha mãe têm muito orgulho por eu ser padre, mas são equilibrados no sentido de não se esquecer dos meus dois irmãos. Minha mãe procura se cuidar para não chegar a um lugar e ficar falando que o filho dela é padre. Meu pai teve um AVC há uns anos e fala pouco. Mas sempre que estou brincando com ele, incentivando a falar, das poucas palavras que ele pronuncia, ele sempre se esforça para falar que eu sou padre.

Como um pai pode incentivar os filhos a participar da Igreja? Primeiro, os próprios pais precisam acreditar, mostrar para seus filhos a

importância de se ter uma fé, uma religião, porque uma família sem Deus é uma família vazia. Acho muito importante mostrar para o jovem concretamente a importância do amor, da bondade, da honestidade - desses valores que Cristo viveu e nos convida também a viver. É preciso incentivar os filhos a viverem a experiência de comunidade. Esse é o papel dos pais, aqueles que incentivam e estão juntos. Muitas vezes o pai fala “vai para a igreja”, mas ele mesmo não vai.

Como é a comunidade ideal na sua visão? Para mim, a comunidade ideal é aquela na qual todos têm a sua função e a sua vocação e trabalham juntos. Uma comunidade em que o padre não está lá em cima, mas ao lado, trabalhando junto. É como se fosse um trem. O padre é o maquinista, mas nos outros vagões estão as pastorais, os movimentos, as pessoas que participam da igreja. O padre é o primeiro animador, mas sozinho não é nada. A paróquia vive com a união de todos.

Como o senhor procura viver a vida? Com muita alegria. Esses dias fui num velório vestido de padre e um senhor me olhou e disse: “você é o padre que vai à academia com seu pai e fica a aula inteira brincando com ele”. Acredito que esse é o jeito alegre de conquistar. É preciso ser normal e saber se comunicar com as pessoas que vivem nesse tempo. João 15, 16a: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça”.

entrevista

com pequenos grupos. Já rezei Missas com multidões, mas o meu sacerdócio é para pequenos grupos. Gosto do olho no olho, da conversa particular, da direção espiritual, da confissão. É assim que me realizo. A igreja é isso, cada um com seu carisma se complementando.

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A Paroquia em acao 73

Pastorais e movimentos “... ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo...” Mateus 28,19


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O protagonismo dos leigos é uma das marcas do Divino Salvador. Os movimentos são verdadeiras pontes de acolhida, abrindo oportunidade para que as pessoas possam experimentar o encontro com Jesus. Frequentar ou servir na Paróquia através dos trabalhos nas pastorais, grupos ou movimentos é engajar-se diretamente na nobre tarefa da evangelização, assumindo o papel da boa semente, da terra fértil; é ser árvore que produz bons frutos, unindo a fé às obras.

A IGREJA HOJE Como mãe prestimosa, a Igreja tem grande preocupação em acolher seus filhos e filhas em segurança, no caminho da salvação. A Barca de Pedro, a Santa Igreja, busca abrigar todos, dedicando carinho especial aos mais afastados, pois como Jesus deixou claro: “Não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mc 2,17). Embora respeitando o livre arbítrio de cada irmão, a Igreja se preocupa em oferecer condições para um caminho seguro, em ser remédio aos doentes e amparo e perdão aos pecadores. Esse é o papel da Igreja e de cada cristão em particular. A Paróquia Santíssimo Sacramento (Comunidade de comunidades), além de cumprir o mandado de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15), busca responder situações e necessidades diversas da vida cristã na comunidade. E o faz unindo os fiéis na missionariedade das PASTORAIS, MOVIMENTOS E GRUPOS, aprofundando a fé dos cristãos que estão enga jados na ação paroquial e que buscam ampliar a experiência com Deus, com diversas iniciativas, sendo verdadeiras pontes de acolhida para que todas as pessoas, batizadas ou não, possam experimentar o encontro com Jesus.

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Organizando uma Missão para ir aos que mais precisam, “servindo e anunciando Jesus”. (Grupo de Jovens Jesus Vive e Reina no Santíssimo Sacramento)


A seguir são apresentadas resumidamente as principais informações dos movimentos, pastorais, grupos e serviços que compõem a Paróquia, bem como a experiência de fé de cada coordenador, com a intenção de que mais pessoas possam ser atraídas pela graça do chamado de Jesus.

MINISTÉRIO DO LEITORATO A Pastoral do Leitorato iniciou com o nome de Pastoral da Liturgia, em 2006, com a chegada à Paróquia do Padre Celso (hoje Bispo Dom Celso Marchiori). Antes disso, diferentes Pastorais ficavam responsáveis pelas leituras de cada missa.

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INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS

Dom Celso deu uma outra forma de trabalho, formando uma equipe de paroquianos que se responsabilizavam e se preparavam para a proclamação da Palavra.

Este movimento visa ser um caminho amplo para a evangelização, levando ao conhecimento das crianças, adolescentes e adultos a importância de Deus em suas vidas, por meio da experiência e adesão à pessoa de Jesus Cristo, do conhecimento e vivência de Sua palavra e da imitação do Seu modo de vida. Assim é possível prepará-los para os sacramentos da iniciação cristã, batismo, crisma e eucaristia, introduzindo-os na vida de oração e na vida comunitária junto com seus familiares.

Com a chegada do Padre Fábio, a forma de trabalho foi mantida e o nome foi mudado para Pastoral do Leitorato. “A Pastoral do Leitorato é composta de pessoas que emprestam sua voz a Deus para que Ele possa falar. Proclamam a Palavra de Deus, por isso os leitores precisam estar bem preparados para exercer este ministério. Não se lê de qualquer jeito; é necessário proclamar. O proclamador vai além de simples leitura. Medita a Palavra antes, deixa a Palavra penetrar na sua vida. Estuda o sentido do texto. Quando lê na celebração, as palavras não saem de um texto frio, mas do calor de seu coração”.

Miriam Terezinha Ventura (Coordenadora)

José Cláudio Arthur (Coordenador)


FUNCIONÁRIOS A missão da secretaria paroquial é acolher e auxiliar na proximidade entre os fiéis e a paróquia. É o “braço direito” do pároco, auxiliando-o no dinamismo pastoral e no funcionamento da Igreja, bem como a judando-o em seu trabalho, em sua rotina e na atualização de sua agenda. Além disso, ela planeja e controla os registros paroquiais, e também auxilia todos os grupos que fazem parte da comunidade. Ter sensibilidade com as necessidades do próximo e escutar as dificuldades do dia a dia fazem parte de nossa rotina de homens e mulheres de Deus. Servir na secretaria paroquial é uma honra, uma graça, um presente de Deus. Além dos secretários, há outras pessoas que a judam profissionalmente a Igreja, tais como as zeladoras da limpeza, as pessoas que cuidam dos serviços de alimentação e também aqueles que cuidam da segurança da Paróquia. Louvado seja Deus por todas essas pessoas que realizam com zelo e alegria esse trabalho tão fundamental para a Igreja e para o próximo. Elio Ranciaro (Secretário)

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PASTORAL DO BATISMO As preparações para pais e padrinhos que buscavam batismo para seus filhos em nossa Paróquia passou por um processo contínuo de transformação. A partir de 2005, deixou-se o tradicional curso e tiveram início as preparações personalizadas: a princípio estava sendo feito um encontro na casa dos pais e padrinhos e outro na Igreja, reunindo todos os casais que tinham participado do primeiro encontro em suas respectivas casas A partir de 2007, a preparação para pais e padrinhos passou apenas nas casas. Atualmente, continuamos com a preparação personalizada constando de dois encontros, pós-natal, e quando procurados realizamos o encontro prénatal (celebração da vida). Além disso, em 2009, os agentes da pastoral do batismo de nossa Paróquia fizeram parte da equipe da Arquidiocese

que elaborou o manual com orientações para pastoral do batismo de crianças. “Essa pastoral busca informar, instruir e conscientizar os pais e padrinhos para o sacramento do batismo, visando a introdução gradativa dos batizados às atividades e celebrações cristãs católicas da Igreja. Um dos pontos fundamentais é mostrar o compromisso que por meio dele se assume com Deus e com a comunidade e, principalmente, demonstrar que Sacramento não se resume apenas em batizar. É necessário vivenciar, testemunhar e ensinar os filhos e afilhados a serem cristãos autênticos e fiéis seguidores de Jesus”. João Dirceu Bressan e Eneide Bressan (Coordenadores)


MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA SAGRADA COMUNHÃO (MESCs) Em nossa Paróquia, os primeiros MESCs começaram a ser investidos a partir dos anos 90, quando o Padre João Ceconello era o pároco. Desde então, os MESCs auxiliam o sacerdote nas atividades paroquiais e em especial na distribuição da Eucaristia aos fiéis reunidos para a celebração da Santa Missa (celebração da palavra), bem como aos enfermos e idosos que não podem recebê-la junto à comunidade reunida. O exercício deste Ministério nos permite vivenciar e aprofundar o amor ao próximo e o espírito de caridade para com os irmãos. Estar próximo a Cristo, não só através da oração, mas também por meio da Adoração Eucarística e do serviço ao próximo, faz com que encontremos diariamente a força e o sustento necessários para trilhar o caminho da santidade. Carlos Bernardi (Coordenador)

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SACRISTÃS Nosso grupo surgiu em 1989, a pedido do Padre Idenando Ramos Sobrinho, pois as Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento que eram responsáveis pela sacristia não seriam mais. A princípio eram duas senhoras que cuidavam de tudo e depois foi aberto para mais pessoas. O serviço de uma sacristã é discreto. Ele tem algumas funções, como: abrir a Igreja, preparar os paramentos, as alfaias, a credência, os livros sagrados, o incenso, acender as luzes e as velas, ligar os microfones, cuidar da ornamentação do Altar, cuidar para que as Celebrações aconteçam liturgicamente e, após a Missa, fechar a Igreja e organizar a Sacristia.

Hoje somos em sete. Algumas funções mudaram, mas o sentido continua sendo o mesmo. Ser sacristã para o nosso grupo é uma responsabilidade muito grande e um presente de Deus, pois temos a responsabilidade de chegar uma hora mais cedo para abrir a Igreja, aguardar os responsáveis pela Liturgia, verificar se está tudo organizado para que as pessoas possam participar com tranquilidade do Ápice da nossa fé que é a Missa. Tânia Dearo Casagrande (Coordenadora)


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OFICINA DE ORAÇÃO E VIDA TOV A Oficina de Oração e Vida (TOV), fundada em 1984, pelo Frei Ignácio Larrañaga, OFM Capuchinho, presta serviço nesta Paróquia do Santíssimo Sacramento desde 1996. A primeira Guia que atuou nesta comunidade foi Acácia Inês Marchesini de Barros, que fez o Estágio Supervisionado nesta Paróquia e ao terminar a Escola de Preparação para Guias, em 1996, continuou seu trabalho como Guia, aplicando uma oficina por semestre, até o ano 2000. A partir daí até a data atual, vários Guias continuaram esse trabalho com Oficinas para Adultos, Jovens e Crianças e Escolas de Preparação para Guias. “A Oficina de Oração e Vida (TOV) é a resposta esperada no mundo de hoje. São mais de 15.000 Guias evangelizando no mundo todo, através de Oficinas (para Adultos, Jovens, Adolescentes e Crianças),

Jornadas, Palestras, Retiros, Encontro para Casais e Encontros de Experiência de Deus (EED). Ensinam as pessoas a orar, de maneira experimental e progressiva, implantando o Deus Vivo nos corações e ao mesmo tempo abrindo um manancial de paz, fortaleza e alegrias nesses mesmos corações. Através da Palavra e da Oração, as pessoas aprendem a entrar em sintonia profunda com Deus. Venha participar! Informe-se na secretaria da Paróquia e participe desses benefícios!” Teresinha Zangiski Alves (Guia das Oficinas de Oração e Vida)

Visite o Site das Oficinas de Oração e Vida - TOV Brasil. www.tovbrasil.com.br


CERIMONIAL

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O objetivo do cerimonial é fazer com que a celebração do casamento na Paróquia brilhe pela realização prática e principalmente pelo aspecto pastoral, preparando e executando a cerimônia sem perder de vista a tradição litúrgica da Igreja Universal e os bons costumes da Igreja particular. Esse serviço teve início na gestão do Padre Vilela Messias, em meados de 1995 e, logo depois, em 1996, com a posse do Padre Idenando Ramos Sobrinho, o cerimonial passou a fazer de uma forma mais completa os preparativos para os casamentos, com o acolhimento e apoio aos noivos, ensaios das partes da celebração e os direcionamentos para que tudo esteja conforme as normas litúrgicas da Igreja. “Através deste trabalho acabo participando de uma forma mais estreita do contato e amizade com os noivos e a partir daí pude experienciar o quanto podemos, pela graça de Deus, passar confiança a eles para que aquele momento tão esperado de suas vidas saia o mais perfeito possível, e que eles possam sentir e vivenciar todo o amor de Deus através desse sacramento. Peço a Deus que esse serviço possa trazer a todas as pessoas que participam da celebração uma experiência de Deus e da vida em comunidade e que se sintam motivados a se tornarem autênticos cristãos. Você que tem este perfil de tratar e servir as pessoas, venha fazer parte deste serviço”! Jeanete Pontarolli Rodbard (Coordenadorea)


CAEP – Comissão para Assuntos Econômicos da Paróquia e CPP – Conselho Pastoral Paroquial CAEP - Esse Conselho tem por finalidade colaborar com o pároco na administração dos bens da Paróquia, cuidar do seu patrimônio e do quadro de funcionários da mesma e de maneira especial estar a serviço do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP) e prover as necessidades de ordem econômica das pastorais, movimentos, grupos e serviços da Comunidade. CPP - O Conselho Pastoral Paroquial é um organismo criado para gerar representatividade e participação na ação evangelizadora da paróquia, em sua comunidade, pastorais e movimentos. Cabe ao CPP cuidar do planejamento, da execução e da avaliação das resoluções e compromissos assumidos nas reuniões mensais e/ou nas Assembleias Paroquiais, bem como acompanhar toda a vida pastoral da comunidade paroquial, zelando pela unidade na caminhada pastoral da paróquia, naquela região onde este povo é chamado a evangelizar. Ser comunidade na Paróquia Santíssimo Sacramento é experimentar continuamente o amor de Deus que se manifesta concretamente em cada gesto fraterno de amizade e a juda mútua ofertados por todos que dela fazem parte. Coordenador CAEP: Luiz César Martins Coordenador CPP: Luiz Carlos Bertone

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PASTORAL DA SAÚDE

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A Pastoral da Saúde teve seu início em novembro de 2015. As atividades que exercemos são inúmeras, desde o atendimento espiritual aos enfermos de nossa comunidade até ações educativas, sociais e de promoção da vida no âmbito da saúde (palestras, formações, bazar beneficente etc.). Nossa missão é ir ao encontro das pessoas que sofrem, especialmente dos enfermos e idosos, para a judar, oferecer amizade, fazer companhia, dizer uma palavra de conforto que a jude essas pessoas a resgatar a esperança de dias melhores, levar a palavra de Deus, através de atividades, e educar e prevenir em relação às enfermidades e conscientizar cada pessoa dos seus direitos e deveres em relação ao Sistema de Saúde. Nossa experiência junto a essa pastoral é estar ao lado dos “excluídos “da sociedade, porém “preferidos” aos olhos de Nosso Senhor. Todos que fazem parte desta Pastoral têm experimentado um grande crescimento humano e espiritual em suas vidas. Venha fazer parte deste grupo! Jesus convida você a ser um instrumento em suas mãos. Levaremos o consolo, a esperança, o amor...o próprio Cristo aos que mais precisam, e assim nós e nossos irmãos experimentaremos o que é a vida em abundância (João 10,10). Kelly Cristina Dornelles (Coordenadora)


LITURGIA A Equipe de Liturgia, de forma destacada do Leitorato, foi criada em novembro de 2013, quando o Padre Fabio Endler era o Pároco, com o objetivo de planejar e preparar as celebrações do Ano Litúrgico, a fim de auxiliar a compreensão, por toda a comunidade, do mistério celebrado. “Compreender profundamente aquilo que se celebra, faz-nos viver melhor aquilo que Deus nos pede. Por meio deste serviço nos tornamos participantes e colaboradores da obra de Deus”. “Toda ação pastoral terá como ponto de referência a liturgia, na qual se celebra a memória e se proclama a atualidade do projeto de Jesus Cristo.” (cf. documento 38 da CNBB). Clarice Terezinha da Silva (Coordenadora)

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DIMENSÃO MISSIONÁRIA

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A Dimensão Missionária como organismo constituído teve início na Paróquia no ano de 2009 com o pedido do Pároco e hoje Bispo de Apucarana Dom Celso Marchiori. Desde o início, foi pensada não como algo a mais a se fazer ou uma pastoral a mais na Paróquia, mas sim como uma ação que deve perpassar toda a vida da Igreja, todas as pastorais, movimentos, grupos e serviços da comunidade. A essência dessa atividade é trazer maior proximidade e conhecimento das verdadeiras necessidades humanas e espirituais de nossos irmãos e levar a todos o anúncio de esperança, de reconciliação e de comunhão, o anúncio da proximidade de Deus, da sua misericórdia e da sua salvação e o anúncio de que a força do amor de Deus é capaz de vencer as trevas do mal e guiar pelo caminho do bem. “Como mensagem, peço a Deus, com todo amor, que agite nossas consciências para reconhecermos a tarefa desta hora histórica dos 50 anos de nossa Paróquia: a tarefa de não nos deixarmos cair na indiferença diante de todo o sofrimento pelo qual passa nossa sociedade, de respeitarmos a memória de todas as pessoas que construíram esta comunidade ao longo destes cinquenta anos de história, de não deixarmos que o nosso coração se torne insensível àqueles que sofrem e àqueles que ainda não conhecem Jesus; precisamos sair de nós próprios e nos abrir aos outros, escutando-os e partilhando a própria existência. O homem e a mulher

do nosso tempo necessitam de uma luz segura que ilumine a sua estrada e que só o encontro com Cristo lhe pode dar. Com o nosso testemunho de amor, levemos a este mundo a esperança que nos dá a fé em Cristo, pois aquilo que vimos e ouvimos, não podemos guardar só para nós, mas precisamos partilhar com todos à nossa volta (I João 1,3). Ai de nós se não evangelizarmos (I Coríntios 9,16)”! Luiz Fernando Dornelles (Coordenador)


LEGIÃO DE MARIA A Legião de Maria em nossa Paróquia foi fundada em 07.05.1996. O núcleo de Membros Ativos da Legião de Maria chamase Praesidium. Essa palavra latina indica um destacamento da Legião Romana incumbido de determinada tarefa: um setor da linha de batalha, uma praça forte, uma guarnição. Cada Praesidium adota como nome um título de Nossa Senhora, sendo que o nosso é Praesidium Nosssa Senhora do Santíssimo Sacramento e possui: 4 ativos, 50 auxiliares, 02 ministros da Eucaristia e 01 pretoriano (de Santa Missa diária). Nossas reuniões acontecem nas sextasfeiras, às 14 horas, na Sala de Reuniões. Nossas atividades são: visitas aos doentes, visitas aos velórios (e exéquias), às famílias enlutadas e o acompanhamento das pessoas visando seu enga jamento na Igreja.

silencioso e de muita fé e oração, em que Nossa Senhora, a Mãe de Jesus Cristo, é venerada e solicitada como intercessora no céu. Essa é a grande missão de Nossa Senhora na vida da Igreja, na vida do povo brasileiro e na vida de cada um de nós. E não poderia ser diferente! Foi o próprio Cristo quem lhe deu essa missão materna em relação a nós, seus discípulos amados, recomendando-nos naquela cena dramática no calvário, quando disse à sua mãe, indicando o discípulo amado, que é cada um de nós, cada cristão, católico ou não: “Mulher, eis aí teu filho” (João 19,26). Não foi ela que escolheu ser nossa mãe. Não! Foi o Filho mesmo quem lhe deu esta missão: “Eis o teu filho, os teus filhos, Virgem Maria”. Maria é a mulher do “Sim”, que foi dado com AMOR, assim como é a mulher da obediência e da entrega. Por isso, Maria teve grande importância na história da salvação e na vida de muitos cristãos. Porém, ela tem na Bíblia um lugar discreto, revelando Jesus Cristo e não a si mesma. Presença discreta, silenciosa, animada pelo ideal de uma fé pura e de um amor pronto a compreender e a servir os desejos de Deus e dos homens (cf. Lucas 1,38-39, 4656; João 2,3). Desejo que todos os homens e mulheres de boa vontade sejam retos, justos, servidores do bem comum e sobretudo dos mais necessitados. Sejamos discípulos missionários! Caro leitor, convido-te a vir nos a judar a levar Maria a todos que necessitam do Amor de Deus. Claudete Pereira (Coordenadora)

A Legião é um alicerce dos demais grupos pela intercessão e a oração constante do Santo Terço de Maria. É um trabalho

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Apostolado da Oração O Apostolado nasceu na Paróquia em 08/11/1978, com a finalidade de agregar pessoas sob o carisma de “difundir e propagar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus”, aquele coração manso e humilde. O movimento sempre esteve ativo na Paróquia, e nos reunimos toda 1ª sextafeira de cada mês onde - participamos da Missa e logo após fazemos nossa reunião de formação.

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Pela 2ª vez sou coordenadora do Apostolado da Oração da Paróquia e a experiência é muito gratificante. É um privilégio poder ser instrumento de Cristo para a vida de outras pessoas. A cada 1ª sexta-feira do mês a gente sente o carinho e o amor de Deus pelo Apostolado e por cada participante. A mensagem que deixo aos leitores é de que o caminho mais fácil para crescer na fé e na espiritualidade é a participação ativa de um movimento, pastoral, grupo ou serviço. O Apostolado da Oração estará sempre de braços abertos para receber aqueles que queriam participar. Venha experimentar as virtudes do Coração de Jesus através da unidade e amizade que queremos te lhe oferecer! Sagrado Coração de Jesus, eu confio e espero em vós. Nilva Maria Borgonhoni e Luiz Carlos Borgonhoni (coordenadores)


ESTUDO BÍBLICO O intuito do Estudo Bíblico Permanente é permitir que Deus fale ao coração de cada participante por meio da leitura do estudo da Bíblia, para que desfrute em todas as áreas da sua vida, da comunhão com Ele, aprendendo que “toda escritura é divinamente inspirada e é proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”. O Estudo Bíblico iniciou-se em 30/04/2016 com a presença de 51 participantes. Um dos objetivos do Estudo Bíblico é de cumprir uma das urgências de evangelização – Igreja: Comunidade animada pela Palavra de Deus. É sermos obedientes e dispostos a orar com a Palavra do Senhor. É levar a comunidade a fazer uma experiência pessoal com Jesus Cristo, Senhor e Salvador. É fazer com que todos tenham o desejo de mergulhar, através da oração, nos segredos de Deus, revelado pela Palavra. Na coordenação atual, conseguimos uma frequência média de 25 pessoas a cada encontro. Atualmente, as nossas reuniões estão sendo realizadas na Sala de Reuniões da Paróquia, aproximadamente duas vezes por mês, dentro da disponibilidade da presença do Pároco e das solenidades da Paróquia, sempre aos sábados, das 16h às 17h30. A missão do Estudo Bíblico é ser uma célula vital da Igreja Arquidiocesana, dentro de suas urgências, que evangeliza a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo,

IMAGEM RUIM tornando possível o renascimento e a renovação tanto espiritual como social do ser humano. Nós convidamos a comunidade a responder o chamado de Jesus, com o seu despojamento; o reconhecimento de que não somos nada sem a presença do Senhor em nossas vidas; ter esse momento reservado com Deus, na confiança absoluta no Senhor; com a disposição de orar com a Palavra e com o compromisso profundo de transformar o mundo com as nossas ações e aprendendo que toda a escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir na justiça. Jaime Luiz Gonçalves (Coordenador

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O Educandário Madre Carmela de Jesus foi fundado pela Congregação das Irmãs do Sagrado Coração do Verbo Encarnado, cuja missão específica é a evangelização e a promoção humana da infância e da juventude. O Educandário teve início em 26 de março de 1962, porém, somente em 20 de março de 1965, é que foi registrado e cadastrado juridicamente. Não tendo lugar fixo, passou por várias casas, ora por doação provisória, ora alugada, até que, finalmente, em 12 de setembro de 1981, foi construído e inaugurado um prédio próprio situado na Rua Estado de Israel, 190, no Bairro Vila Izabel.

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Comunidade Religiosa Educandário Madre Carmella De Jesus Essa associação tem como missão testemunhar o amor salvífico de Cristo e de sua verdade, por meio de um empenho constante na evangelização e na educação, fornecendo apoio socioeducativo na educação infantil, dando orientação humana e religiosa às famílias na educação de seus filhos.

Nos primórdios do Educandário, as crianças e os adolescentes eram atendidos pelas Irmãs e pelas jovens que pretendiam ser religiosas. Eles recebiam de tudo: abrigo, alimentação, higiene, formação humana e espiritual. Muitos foram preparados e receberam os sacramentos do Batismo, Eucaristia, Crisma e até Matrimônio. Aquelas crianças que tinham alguém responsável por elas iam passar os finais de semana com eles. Aquelas que não tinham família, as Irmãs procuravam pessoas generosas e solidárias que as levassem de vez em quando ou por alguns dias do período das férias escolares. Algumas foram adotadas, outras estudaram e com a influência das Irmãs conseguiram emprego com alguns dos benfeitores do Educandário, conquistando, assim, independência e autonomia. Atualmente são atendidas 210 crianças de 02 a 05 anos pelo CEI Madre Carmela e um número menor no contra turno escolar através do “Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos”. Para tal, a obra conta com a colaboração de 35 funcionários, 05 Irmãs Religiosas, voluntários e benfeitores. Irmã Rosicleide Defavari (Superiora da Comunidade)


GRUPO DE ORAÇÃO JOVEM (RCC) Durante o ano de 1994, o grupo de jovens da Paróquia era composto de apenas quatro jovens que se reuniram por um ano, até meados de agosto de 1995, quando realizaram um retiro para os jovens que frequentavam a missa. Com o empenho e dedicação característico dos jovens, reuniram convidados de outras Paróquias, e, em um domingo, 90 jovens celebraram o nascimento do Grupo Jesus Vive e Reina no Santíssimo Sacramento (JVR). Três anos depois, o grupo se filiou à renovação Carismática Católica. “O grupo de jovens definitivamente transforma nossas vidas. Aprendemos a ser Igreja; temos a graça de vivermos a comunhão fraterna, de nos aprofundarmos nas coisas de Deus e crescermos na fé; a graça também de nos apoiarmos e contarmos com amizades verdadeiras, que têm como vínculo nosso maior amigo, Jesus! A cada sábado, a cada encontro, a cada momento de vivência fraterna, uma experiência única! Vale a pena ser de Deus, vale a pena ser Igreja! Todos os sábados após a missa das 18h”. Daniele Botelho de Souza (Coordenadora)

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PASTORAL DO DÍZIMO

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Não há na Paróquia Santíssimo Sacramento, em Curitiba, uma data precisa sobre a implantação do dízimo, mas, desde 1967, o paroquiano Joni Zanetti fazia coleta de casa em casa das ofertas feitas pelos fiéis. Muitos anos mais tarde, os paroquianos passaram a entregar sua contribuição diretamente na Igreja, mas ainda sem pleno conhecimento das dimensões do dízimo (religiosa, social e missionária). Na prática, o dízimo é uma expressão de gratidão a Deus por tudo o que recebemos. É uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como compromisso em relação à manutenção da vida de sua Comunidade, a Igreja”. “Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que ha ja alimento em minha casa. Fazei a experiência - diz o Senhor dos exércitos - e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário“. COLOCAR REFERÊNCIA DA CITAÇÃO Ivandir Valesi e Sirlei Casado Valesi (Coordenadores)


CAMINHADA PARA SCHOENSTATT A caminhada iniciou em nossa Paróquia em meados de 1996, com o então pároco Padre Idenando Ramos Sobrinho. A caminhada é um momento em que os fiéis vão pedir graças ou agradecer pelas graças recebidas. A decisão de caminhar em direção ao santuário já é uma confissão de fé; o caminhar é um verdadeiro canto de esperança e a chegada é um encontro de amor. O olhar do peregrino se deposita sobre uma imagem que simboliza a ternura e a proximidade de Deus. Aí, o peregrino vive a experiência de um mistério que o supera, não só da transcendência de Deus, mas também da Igreja, que transcende sua família e seu bairro. E sempre o ponto alto da caminhada é a participação da Santa Missa no santuário. Depois fazemos uma confraternização e retornamos à Paróquia, sempre num clima de alegria e amizade. José Carlos de Souza (Coordenador)

GINÁSTICA PARA A PESSOA IDOSA O objetivo é proporcionar atividades físicas para os idosos, em diferentes modalidades e com abordagem criativa, bem como palestras e um informativo sobre saúde, visando a melhoria da qualidade de vida, o bem-estar físico, social e emocional dos indivíduos. Janaina Rodrigues Gomes Assis (Coordenadora)

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MOVIMENTO DAS CAPELINHAS O movimento das Capelinhas chegou a Curitiba no ano de 1937 e na Paróquia Santíssimo Sacramento teve início no ano de 1967, sendo vigário na época o Padre Simão Tadeu Malinowski. Neste ano jubilar de 2017, são 39 famílias que recebem a capelinha. O movimento aproxima seus participantes de Maria e Ela nos inspira a cada dia para o serviço dedicado ao próximo. A devoção a Maria é o destaque do Movimento das Capelinhas. A visita de Maria nas casas é um excelente instrumental para incentivar a evangelização, despertar as vocações sacerdotais e religiosas, sendo um instrumento propagador da Palavra de Deus, favorecendo a união fraterna e a oração, especialmente o Terço.

Devemos fazer com que todos os momentos de nossa vida sejam um aprendizado. Que aprendamos com ela a dizer: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38). Neiva Volpato Conte (Coordenadora)


MOVIMENTO DE IRMÃOS OFICINA DE MARIA O grupo da Oficina de Maria teve início no dia quatro de agosto de 2005. Era um grupo formado por quatro senhoras que faziam orações em grupo e atendimentos individuais à comunidade. Hoje, fazem parte vinte senhoras que se reúnem todas as terças-feiras, das 14h às 17h. Além das orações que são solicitadas pela comunidade, elas fazem mantas e roupinhas de lã, tricô e crochê para doações a instituições carentes. Um trabalho totalmente voluntário. Caro leitor: venha participar conosco para servir àqueles que mais precisam. Maria Souto (Coordenadora)

É um movimento de leigos que agrega, preferencialmente, casais unidos em matrimônio e integrados na comunidade para os objetivos gerais do plano de pastoral da Diocese, além de motivar a luz para viver o Evangelho, levando o amor de Deus ao próximo e à família. José Augusto Armentano e Maria de Fátima Armentano (Coordenadores)

IMAGEM RUIM

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VICENTINOS As ações na Paróquia Santíssimo Sacramento tiveram início com a conferência vicentina, em 6 de dezembro de 1970. Com o carisma vicentino da caridade, tendo São Vicente de Paulo como patrono, atualmente são 10 vicentinos atendendo 16 famílias, sendo 60 pessoas ao todo.

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Esse movimento contribui mensalmente por meio da a juda material (alimentos, roupas, sapatos, remédios etc.) aos mais necessitados de nossa comunidade ou de outros locais específicos, inclusive entrando em suas casas para levar também o apoio espiritual através da palavra de Deus e da semente do amor fraterno. Joni Zanetti (Coordenador)


GRUPOS DE REFLEXÃO E ORAÇÃO Esse grupo busca fazer acontecer a Igreja nas casas, por meio da reunião em nome de Jesus, com os amigos, vizinhos e familiares, para que Ele ilumine a vida de todos por meio da leitura, mediação e partilha da Sua palavra e dê forças para que todos possam viver, no cotidiano da vida, o amor e o testemunho cristão. Temis Ruaro (Coordenadora)

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LIGA DAS MÃES E DAS FAMÍLIAS DE SCHOENSTATT A liga visa oferecer a cada mãe e a cada casal um caminho de renovação e de realização da sua missão como casal e família cristã dentro da comunidade e no dia a dia de suas vidas. A Mãe de Deus (Maria Santíssima) é o modelo mais perfeito ao qual seguimos e no qual nos espelhamos. Assim, queremos por nosso ser, viver, agir e levar Cristo a todos os corações, através de uma Aliança de Amor com Maria. Maria Aparecida Amorim dos Santos (Coordenadora)


CANTO LITÚRGICO A equipe de canto litúrgico prepara todas as músicas, hinos e salmos que são cantados na celebração, de acordo com cada tempo do ano litúrgico vivido pela Igreja, e se dispõe para servir nas pastorais e grupos da comunidade. O Ministério de Música é um instrumento de Deus a serviço da Igreja para acolher todos os que ali estiverem. Através da música, Jesus administra o Amor, a Palavra e o Espírito de Deus a todos que se deixam tocar. As pessoas gostam de cantar e Deus gosta que elas cantem. 98

Com a música e o canto se pode evangelizar, inspirar, revigorar, profetizar e adorar a Deus. Os servos desse ministério se sentem acariciados por Deus, por Ele ter confiado tamanha missão: “ser a voz de Deus nas missas e celebrações, para encher os corações de amor e de alegria”. “Através da música, Deus consola, acolhe, dá esperança, gozo, amor e paz....E nós, com a força do Espírito Santo, retribuímos com cantos para dar-Lhe Glória, Louvar, agradecer, pedir... Servir a Deus É MUITO BOM!” Rubia Carla Potier (Coordenadora)


PASTORAL FAMILIAR Atendendo ao pedido do Padre Idenando, nosso pároco em janeiro de 1.998, iniciamos o curso de preparação para a pastoral familiar com duração de um ano com aulas quinzenais. “Nessa mesma época, iniciamos nossa pastoral familiar que, para mim e para a Bene, nos aproximou muito de nossa comunidade e também de Deus. Melhoramos nossas orações pessoais e, com nossos irmãos, aprendemos mais da Palavra de Deus, e passamos a participar de uma forma mais ativa das celebrações e momentos festivos da comunidade. Nesse primeiro grupo, tivemos a graça de Deus de termos casais como o Emanuel e a Vera, o João Dirceu e a Eneide, o Paulo e a Pureza - que na época traziam um colchão para a reunião, pois seus filhos eram muito pequenos (com alguns meses de idade) - e a Maria Letícia e o Paulinho. Esse pequeno grupo, bastante dedicado e de grande importância para o desenvolvimento de nossa pastoral, começou, nessa época, o trabalho, junto com os Vicentinos, com as famílias carentes na Fazenda Rio Grande, em que providenciávamos moradia e incentivo à mudança de vida, encaminhando pessoas com as mais diversas necessidades.

Neste ano de 2017, reiniciamos nossa pastoral atendendo ao pedido do Padre Osmair e no dia quatro de agosto aconteceu nosso 1º Encontro para Casais que, com a graça de Deus, contou com a participação de vinte e seis casais de nossa comunidade e também de fora. Grande parte deles continua participando com suas famílias de nossos reuniões e da Santa Missa que preparamos para todo terceiro domingo de cada mês, às 19h. Todas as famílias da comunidade são convidadas a participar conosco. Participar da Pastoral Familiar é muito mais que servir a nossa paróquia; é estarmos mais próximos de Deus, servindo às famílias e nos reciclando junto à presença de Deus de uma forma mais direcionada, crescendo na companhia do Espírito Santo em nosso meio e suprindo com muito mais força a nossa fé, fazendo-nos sentir mais fortes para enfrentar com confiança o dia a dia de nossas vidas”. Luiz Carlos Bertone e Benediita Tieppo Bertone (Coordenadores)

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GRUPO DE ORAÇÃO (RCC) O grupo de oração é o lugar da expectativa e, ao mesmo tempo, da realização da promessa perene de Deus. É o cenáculo de Pentecostes dos dias atuais, em que, juntamente com Maria, nos reunimos semanalmente, todas as quintas-feiras, das 20h às 21h30, em humildade e unânime oração, para que se cumpra a promessa feita tanto para os homens de ontem, quanto para os de hoje: “… acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre todo ser vivo” (Joel 3,1a).

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“Temos como objetivo, levar os participantes a experimentar esse pentecostes pessoal, a crescer e chegar à maturidade da vida plena do Espírito, segundo os desejos de Jesus: ‘Eu vim para que as ovelhas tenham vida e a tenham em abundância’ (Jo 10,10b). Pessoas enga jadas na Renovação Carismática Católica (RCC), líderes e servos – através de encontros, orações e formação – buscam “fazer acontecer um processo poderoso de renovação espiritual, que transforma a vida pessoal do cristão e todos os seus relacionamentos com Deus, com a família, com a Igreja e a comunidade”. Convido você leitor a vir participar desse momento de louvor, pregação da Palavra de Deus, oração e convivência fraterna”. Antônia J. Severo Martins e Maria Aparecida Amorim dos Santos (Coordenadoras)


TERÇO DOS HOMENS O Terço dos Homens iniciou-se em 16 de julho de 2008, conforme o Livro Tombo da Paróquia, com 15 participantes. O objetivo do terço é que os homens sejam intercessores junto com Nossa Senhora, para que seu filho Jesus Cristo atenda às intenções pelo Papa, pela Santa Igreja, por nossa comunidade paroquial e pelas intenções particulares. Vários milagres já foram testemunhados diante das preces oferecidas. Na coordenação atual, aproximadamente 25 pessoas fazem parte do movimento. As reuniões são realizadas na Capela, ao lado da Paróquia, duas vezes por mês, nas segundas e quartas segundasfeiras de cada mês, sempre às 20h. A missão do Terço dos Homens é resgatar para o seio da Igreja de Cristo homens de todas as idades. É um exemplo de fé e devoção. A oração do terço, além de nos conduzir para a oração, leva-nos a meditar sobre os principais mistérios da redenção que Cristo nos oferece. Dessa maneira, também lembramos Maria de Nazaré, que assumiu a maternidade divina fazendo a vontade de Deus, dando-nos o Salvador. Esse foi o jeito que o Pai escolheu para nos dar seu único Filho e ela foi o exemplo de como recebê-Lo. Contamos com você, homem ou mulher de fé, para participarmos juntos nessa oportunidade que Jesus nos concede para nos encontrarmos com Ele e Sua mãe. Jaime Luiz Gonçalves (Coordenador)

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COROINHAS

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O Grupo de coroinhas foi fundado no ano de 2003 pelo seminarista Regis Soczek Bandil (hoje Padre Regis, Reitor do Seminário Menor São José) e Leonardo Ost Bento, do Grupo de Jovens Jesus Vive e Reina, a pedido de Padre Idenando Ramos Sobrinho. Eles ficaram na coordenação durante o ano de 2003. Em 2004, Marcia Lipinski assumiu a coordenação e ficou até 2012, tendo como apoio as Senhoras Elenice P. C. Langer e Cristiana Nacif. Em 2013, assumiram a coordenação Maria Aparecia Pureza Silva Sousa e Ana Paula Bertol. Em todos esses anos, o grupo teve incentivo de todos os Párocos: Padre Idenando Ramos Sobrinho, Padre Celso Antônio Marchiori, (hoje Dom Celso Antônio Marchiori - Bispo de Apucarana), Padre Fabio Oliveira Endler e, atualmente, Padre Osmair José Prestes. As crianças e adolescentes que fizeram e fazem parte do grupo de coroinhas participam de atividades e serviços na Igreja. No grupo, eles aprendem a amar a Igreja, a conhecer a importância da Missa e a auxiliar os Sacerdotes no serviço do Altar. O grupo é um celeiro de vocações. Maria Aparecida Pureza Silva Sousa (Coordenadora)


FRATERNIDADE EUCARÍSTICA A Fraternidade Eucarística, fundada em 19 de agosto de 1991, com o nome de Fraternidade Eucarística Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, nasceu do desejo de alguns leigos serem adoradores, auxiliando as Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento. Em novembro de 2005, as Irmãs fecharam o Convento em Curitiba e, em 2006, o local passou a ser o Seminário Santíssimo Sacramento, tendo como Reitor e Pároco da Paróquia Santíssimo Sacramento, Padre Celso Antônio Marchiori. Ele propôs para a Senhora Mary Pereira a reabertura da Capela para Adoração Eucarística e que a Fraternidade assumisse essa missão, que foi aceita e perseverada. Em agosto de 2012, a Fraternidade passou a ser denominada Fraternidade Eucarística São Pedro Julião Eymard. Com a missão de adorar Jesus Eucarístico e formar espiritualmente os adoradores, a Fraternidade também realiza trabalhos manuais e outros eventos em prol do Seminário e da Paróquia. Atualmente há mais de cem adoradores. “Devemos sempre lembrar que Jesus é o nosso melhor amigo e quer que atinjamos a maturidade espiritual, através da intimidade da oração. Depois da Missa, o melhor caminho é o nosso encontro com Ele na Adoração Eucarística, uma fonte de muitas graças! Vinde adoremos!” Thereza M. Shimohara (Coordenadora)

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O Jubileu de Ouro

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A PARÓQUIA EM SEU JUBILEU “Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte.” Mateus 5,13-14


“Quem já construiu sua história pode acalentar o realismo de um futuro de fidelidade.” Dom José Antônio Peruzzo Certos de escrever mais 50 anos de história com entusiasmo e alegria, com força e ânimo renovados, sigamos o caminho que o Senhor nos propõe, com fé atuante, amor misericordioso e esperança perseverante (cf. 1Ts 1,3)

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O Jubileu de Ouro O Jubileu de 50 anos da Paróquia Santíssimo Sacramento foi marcado pelo fortalecimento na fé, pela celebração conjunta e pela certeza de que quando estamos unidos recebemos muitas graças. As comemorações iniciaram num lindo sábado de sol, 16 de setembro de 2017, com a presença do Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo. Ele pregou um retiro com o tema: “a vida em comunidade”. Ao compartilhar e meditar sobre Palavra, oração e silêncio, Dom Pedro nos lembrou a importância de estarmos juntos e construirmos uma comunidade cada vez mais forte. Na semana do Cerco de Jericó, tivemos a presença dos Sacerdotes que fizeram parte da história e que presidiram a missa da noite. Tivemos também a presença de Dom Amilton Manoel da Silva, recémnomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba.


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No dia 17 de setembro, aconteceu a Missa com acolhida das intenções e os oferecimentos de pedidos de oração para o Cerco de Jericó. A semana de 18 a 24 de setembro foi dedicada à oração, contando com uma programação religiosa e festiva. Os paroquianos participaram com muita fé e devoção em dias que ficarão marcados na história da comunidade. Todos os dias houve missa às 7h10, adoração o dia todo, missões nas ruas, confissões e bênção do Santíssimo Sacramento. No primeiro dia do Cerco de Jericó, a oração foi dedicada às crianças, aos jovens e aos adolescentes. A missa da noite foi presidida pelo Padre Renato Búrigo com o tema: “paróquia: comunidade de fé e oração”. No segundo dia, as orações foram pelos encarcerados e dependentes químicos. A missa da noite foi presidida pelo Padre João Roberto Ceconello com o tema: “comunidade misericordiosa e da caridade”. No terceiro dia, as orações foram dedicadas aos trabalhadores e desempregados e pelos poderes públicos. A missa foi presidida pelo Padre Régis Bandill e teve como tema:“paróquia: comunidade acolhedora e vocacionada”. No quarto dia do Cerco de Jericó, as orações foram pelos enfermos, idosos e viúvos. A missa foi presidida pelo Padre José Maia com o tema “paróquia: casa da Palavra e do testemunho” e encerrou-se o dia com uma deliciosa noite do cachorro-quente, momento de confraternização e encontro dos paroquianos.


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Na sexta-feira, quinto dia, a missa presidida por Dom Amilton Manoel da Silva teve como tema: “paróquia: comunidade missionária”. No sábado, sexto dia do Cerco de Jericó, a oração foi pelas vocações sacerdotais, religiosas e leigas. A missa foi presidida pelo Padre Octávio Vaz Aládio Filho, diretor e formador dos Seminários da Arquidiocese de Curitiba, dos quais faz parte o Seminário Propedêutico São João Maria Vianey. Ele auxiliou a Paróquia em diversas atividades religiosas, tais como as Celebrações e Confissões, e presidiu a missa que teve como tema: “paróquia e a devoção à Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”. No dia 24 de setembro, aconteceu a GRANDE FESTA que iniciou com adoração silenciosa às 7h30, e, às 10h, teve a missa Solene com o Bispo de Apucarana, Dom Celso Antônio Marchiori, pregando sobre o tema “paróquia: lugar da comunhão, do perdão e da missão”. Logo após, houve uma procissão pelas ruas do bairro, encerrando com a Bênção do Santíssimo Sacramento. Em seguida, tivemos um almoço, encerrando assim, as festividades religiosas e festivas do aniversário do Jubileu de Ouro.


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Nosso Album 115

“...Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. Joao 13,35


Ao mencionar o Santo Depósito da Fé Católica, lembrei-me de submeter-lhe um texto, por mim organizado, resultante das meditações diárias na capela do Santíssimo Sacramento, a qual precedeu no tempo à edificação da igreja paroquial Venite Adoremus. A justificação segundo a qual Jesus sofreu a paixão e morte na cruz para nos assegurar a vida eterna me soava um tanto incompleta, pois no fundo, eu sentia a necessidade de saber o porquê de tão terríveis sofrimentos. Consultei autorizadas fontes da Santa Igreja e, afinal, com a graça do Espírito Santo, satisfiz essa velha inquietação, e, como tenho o hábito de registrar meus achados mentais, registrei-o no referido texto1 , que transcrevo a seguir. 116

No ano em que a Paróquia foi instalada, foi um momento de natural alegria, sentimento sonegado agora a nós, católicos, diante do escandaloso número de igrejas atualmente transformadas em restaurantes e lojas comerciais, sobretudo na Europa, ingrato berço da Cristandade. O que mais me marcou nestes anos e ainda hoje, participando desta comunidade, foram as procissões de Corpus Christi e sobretudo a possibilidade do encontro pessoal com Jesus Sacramentado, e, em especial, a urgência de orar e orar e orar pelo respeito absoluto ao intocável Depósito da Fé, cercado pela muralha do sangue dos santos mártires”.

POR QUE SOFREU NOSSO SENHOR JESUS CRISTO? Na antiguidade pagã, acreditava-se que o mal humano ofendia as divindades e que a proteção contra suas vinganças só era possível através da efusão de sangue. O culto de então consistia na oferta de animal sacrificado, em que o sangue da vítima inocente era derramado nos altares dos templos. Como a cólera dos seus deuses não se abrandava, sacerdotes ofereciam até sacrifícios humanos. Já no Antigo Testamento, a expiação das ofensas exigia o sacrifício, que implicava a entrega pessoal a Deus. Como não podiam se matar, ofereciam algo deles, ou seja, ofereciam um animal como se estivessem simbolicamente se oferecendo. Tal oferenda expressava um ato religioso em si mesmo. Daí as diferentes formas sucessivas de sacrifício, sendo o principal e derradeiro o sacrifício de holocausto, no qual, em atitude de adoração, o sacerdote judeu reconhecia a grandeza de Deus e, submis-


so, queimava a vítima inteira, oferecendo-Lhe tudo em louvor, adoração, súplica de perdão e ação de graças. Nós, cristãos, cremos que o mal, isto é, o pecado, consiste na transgressão, pessoal e consciente de um mandamento de Deus, de sorte que “a ofensa é tão mais grave quanto maior a dignidade da pessoa ofendida” (Santo Tomás de Aquino). Ora, Deus é infinitamente justo: vê o mal e deve castigá-lo. Ademais, Deus é também infinitamente misericordioso e quer perdoar. Portanto, se a justiça deseja o castigo, a misericórdia deseja a expiação. Assim, desde que a gravidade do pecado implica ofensa infinita, em virtude da infinita dignidade do Ofendido, era preciso que a reparação contivesse igualmente um valor infinito, inalcançável pela criatura. Compadecido, Deus enviou seu Cordeiro para tirar o pecado do mundo e reparar a ofensa, ou seja, substituiu os sacrifícios do Antigo Testamento pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Em outras palavras, quando Jesus se oferece como vítima sacrifical em nosso lugar, Ele realiza tudo o que os sacrifícios antigos almejavam. A propósito, ensina Santo Tomás de Aquino: “se Deus, na liberdade do seu amor, queria oferecer ao homem decaído a graça de poder apresentar à Sua majestade ofendida uma reparação perfeita, não o podia fazer de outro modo senão pela Encarnação; somente um Homem-Deus era capaz de pagar à Divindade a dívida relativamente infinita do pecado”. Segundo Santo Agostinho: “o mediador entre Deus e os homens devia

ter alguma semelhança com Deus e alguma semelhança com os homens. Se ele se parecesse apenas com os homens estaria longe de Deus, e se fosse semelhante só a Deus estaria longe dos homens, e assim não poderia ser verdadeiro mediador”. Por outras palavras: era necessário que o reparador fosse Deus, porém Deus e homem ao mesmo tempo: homem, para sofrer e morrer, pois “a morte é o salário do pecado” (Rm 8,32), e Deus, para comunicar um valor infinito aos seus sofrimentos e à sua morte. Esse Homem/Deus é Jesus Cristo. Na Cruz do Calvário, Jesus derramou seu sangue até a última gota. São Paulo dá o motivo: “Sem efusão de sangue não há Redenção” (Hebr. 9, 22). Em suma: a expiação pagou a dívida e resgatou a humanidade, abrindo-lhe as portas do céu. E o terrível sofrimento de Jesus, no Holocausto da Paixão, retrata o incomensurável peso do pecado. Se Deus estava no Cristo, nós também estamos todos nEle; e Ele fez da Sua morte e da nossa morte, dos Seus sofrimentos e dos nossos sofrimentos, uma só imolação, efetuando assim, para sempre, a reconciliação da humanidade com Deus. Finalmente, o sacrifício de Jesus, de forma cruenta, se repete de forma incruenta na Eucaristia, na Santa Missa. Eis, pois, o sentido do divino sacrifício de Jesus, expiatório e redentor, que soterrou o abismo cavado pelo pecado entre Deus e o homem. Reginaldo Fanchin

O texto retrata as seguintes fontes: 1 – Teologia Dogmática, Bernardo Bartmann, Vol. II, Edições Paulinas, 1962. 2 – Suma Teológica, Santo Tomás de Aquino. 3– Curso de Instrucção Religiosa, Apologética (com Breve do Papa Leão XIII) – Mons. Cauly, Vigário Geral de Reims – FR , Tom IV, Livraria Paulo de Azevedo & Cia, SP, 1930. 4 – Confissões de Santo Agostinho – Paulus, 2010. 5 – Homilia Dominical do Padre Paulo Ricardo, nº 391, sobre o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João, capítulo 2, versículos 13 a 25.

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Minha maior alegria é ter realizado tudo ali: o meu casamento e o dos meus filhos, o batizado dos meus netos, enfim, o crescimento da minha família na igreja. Um momento marcante foi a construção do salão paroquial, quando eu era tesoureiro. O pároco era o Pe. Jacques Maltais e o bispo Dom Pedro Fedalto nos pediu total prioridade para o início da obra, já que tínhamos o terreno. Com muita determinação e união da comunidade conseguimos dar mais esse passo e garantir uma estrutura melhor para o trabalho e formação de todos na paróquia” Erminio Campos Nogueira


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Minha maior alegria é fazer parte de um dos momentos mais especiais na vida das pessoas, o casamento, e procuro dar todo o apoio aos noivos para que tudo ocorra na mais perfeita harmonia. Fico muito feliz quando volta e meia sou surpreendida na missa por casais que vêm me mostrar os filhos e agradecem pelo apoio que oferecemos. A gratidão é algo muito bonito”. Janete Pontarolli


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o jubileu de ouro Bispo D. Celso Marchiori


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“Frequento a paróquia desde o início e uma lembrança que eu tenho é que mesmo antes de haver catequistas da comunidade, as irmãs acolhiam as crianças, ensinando músicas e catequizando. Quando eu via as crianças se aproximando de Jesus e Maria pelas mãos das irmãs meu coração se enchia de alegria na esperança de um mundo melhor”. Claudete pereira


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“Esta foi a paróquia em que participamos desde nossa vinda para Curitiba em 1962. Meus pais, minha irmã e eu recebemos todo carinho das Servas do Santíssimo Sacramento. Participávamos quando crianças da Guarda Angélica aos sábados à tarde. Minha mãe fazia parte do grupo de senhoras dos bordados e como ela era costureira auxiliava as irmãs na confecção dos hábitos. Meu pai era vicentino e ajudava famílias carentes. Só lembranças boas dos 17 anos que moramos na paróquia”. Ana Maria Ferraresso Barbosa


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“A comunidade do Santíssimo Sacramento faz parte da minha história e também de minha família. Nesta comunidade fui acolhido. Vim do interior do Paraná, no início de 2000, e a convite de alguns amigos comecei a participar do grupo de jovens em julho daquele ano. Nesta comunidade, fiz amizades verdadeiras que permanecem até hoje. Certamente, a comunidade contribuiu de forma muito significativa para nossa formação humana e cristã. Conheci minha esposa no grupo de jovens. Hoje formamos uma família e temos 4 filhos. A história de nossa a história da Paróquia. Foram muitos momentos especiais, dentre os quais destaco os vários encontros e momentos de oração que nos permitiram conversão e por consequência muitos frutos de felicidades, como nosso matrimônio celebrado pelo então Pe. Celso e o batizado dos nossos filhos. Por fim, temos profunda gratidão por esta comunidade. E seja louvado e Adorado o nosso bom Jesus, no Santíssimo e Digníssimo Sacramento!” Dorli Zanini


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“Em 1.975 quando nos casamos e viemos morar no Conjunto Rivoli, procuramos a paróquia mais próxima e começamos a participar do Santíssimo Sacramento. Frequentávamos a Missa das 19hs e como não havia ainda equipe de leitores, me coloquei a disposição. Fui coordenador dos leitores desta missa durante muitos anos, e até hoje ainda participamos, eu e minha esposa Nilva de algum trabalho na paróquia. Vários momentos foram marcantes para mim em todo este tempo de comunidade. Lembro quando, a pedido do padre, iniciamos o primeiro Grupo de Jovens na paróquia; Também quando fui investido na função de Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão e quando fomos coordenadores da Catequese (tínhamos + de 220 crianças). Outro momento importante foi quando fui eleito coordenador do Grupo de Oração da RCC na paróquia. Sem falar dos momentos de batizado, catequese, primeira eucaristia e crisma de nossos filhos. A Paróquia do Santíssimo Sacramento se tornou uma extensão da nossa casa e dos nossos relacionamentos, pois aqui está um grande numero de amigos. Nossa família sempre foi acolhida e aqui foram inseridos na fé todos os nossos filhos e que até hoje fazem parte ativa da Igreja. Sempre digo que a paróquia é o lugar do encontro, o lugar onde somos “unidos no amor de Cristo”, onde somos reconhecidos e amados, o melhor lugar para conviver”. Luiz Carlos e Nilva Borgonhoni


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“Comecei a participar da comunidade do Santíssimo Sacramento em meados dos anos 70. A Paróquia ainda não existia, e participava das Missas na Capelinha, construída pelas irmãs. Algumas lembranças me marcaram muito, logo que comecei a participar, era o recolhimento das Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento, tanto nas Missas na Capelinha como na Igreja inaugurada. Outro momento marcante foi quando fui convidada pelo então pároco na época Pe. Idenando para ser Ministra Extraordinária da Comunhão Eucarística, e aceite prontamente. Também quando recebi da Sra. Lila o convite para participar da Legião de Maria, e como legionária pude fazer visitas aos doentes e enfermos levando Jesus Eucarístico, como um alívio para suas dores. Lembrome quando fui acompanhante de uma irmã enferma no Hospital, momento muito importante para minha vida. E não podia deixar de me lembrar das primeiras caminhadas ao Santuário de Shoenstatt A participação nesta comunidade como serva, me fez crescer espiritualmente e aprofundar-me na minha fé a Jesus e no serviço ao próximo. E através desta vivência na Igreja e em casa (a Igreja doméstica) pude ser testemunho e exemplo para minha família, que hoje, de maneira especial meus filhos, perseveram na mesma fé e seguem firmes caminhada de Jesus”. Nadir Mendes da Silva (hoje com 76 anos)


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“Estas poucas linhas não são suficientes para relatar todas as inúmeras graças a mim concedidas, por Deus, a partir de março de 1980, quando comecei a participar na Paróquia do Santíssimo Sacramento, onde durante trinta e sete anos fui agraciada com a presença amorosa de tantos Santos Sacerdotes. Sacerdotes do Coração de Deus: Pe. Cornelis, Pe. Jaques, Pe. João Ceconello, Pe. Idenando, Pe. Vilela, Pe. Celso, hoje Bispo de Apucarana, Pe. Renato, Pe. Fábio, Pe. Osmair, Pe. José Maia, Pe. Jair, Pe. Gilberto, Pe. José Carlos, Pe. Octávio. Estes sacerdotes marcaram profundamente a minha vida . Os exemplos que deixaram foram tantos, que é impossível calcular quantas pessoas chegaram tristes e angustiadas nesta Paróquia e após poucas palavras desses Sacerdotes saiam totalmente transformadas, verdadeiramente tocadas por Deus, nosso Senhor. Todos eles brilharam como luzeiros na minha caminhada de cristã. Verdadeiros instrumentos de Deus. Pastores do confissionário, da Palavra, da Adoração, do amor aos enfermos, misericordiosos com aqueles que não tinham voz e nem vez, sofridos, chagados pela doença, pela pobreza. Homens cheios de sabedoria e discernimento. Amigos de todos. Com eles aprendi que só no Senhor se encontra a vitória, a força e a glória. Que não existe outro Deus além Dele, que Ele não abandona aquele que o ama. Que Ele é um Deus Real, um Deus vivo, e que Ele veio para salvar todos aqueles que Nele põem sua esperança. Posso afirmar: que a Paróquia do Santíssimo Sacramento não é somente a “Casa do Culto”, mas é também a “casa da acolhida, do olhar misericordioso, da oração, da Adoração, da Palavra de Deus, da partilha, da reconciliação, lugar da festa, do amor e do perdão”. Sou extremamente grata a Deus pela comunidade que pertenço, não só pelos sacerdotes, mas também por todo povo de Deus, que eu encontro todos os dias nas celebrações, quando posso experimentar o Amor de Deus, e posso testemunhar que: “Somos um só coração e uma só alma”, a exemplo dos apóstolos. Membros do Corpo Místico de Cristo, que quando um sofre, todos sofrem juntos, vivendo como verdadeiros irmãos em Jesus Cristo, como filhos amados de Deus Pai, com a graça e a unção do Espírito Santo, e com a ternura de “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”. Mitzi Apparecida Paschoalino Thome


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“No ano em que a Paróquia foi instalada, foi um momento de natural alegria, sentimento sonegado agora a nós, católicos, diante do escandaloso número de igrejas atualmente transformadas em restaurantes e lojas comerciais, sobretudo na Europa, ingrato berço da Cristandade. O que mais me marcou nestes anos e ainda hoje, participando desta comunidade, foram as procissões de Corpus Christi e sobretudo a possibilidade do encontro pessoal com Jesus Sacramentado, e, em especial, a urgência de orar e orar e orar pelo respeito absoluto ao intocável Depósito da Fé, cercado pela muralha do sangue dos santos mártires”. Venite Adoremus! Reginaldo Fanchin


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“Participei com minha família, desde quando as Missas eram na capelinha (hoje capela do Santíssimo Sacramento) década de 1960. Fui Vicentino com meu Pai Edmundo, Sr. Leopoldo. Acredito que fui o primeiro cobrador do Dízimo da Paróquia. Cobrava-se o Dízimo indo na casa do Dizimista. Jamais vou esquecer os momentos de Fé, das Missas, das Comemorações, dos serviços. O maior legado que ficou em minha vida foi o carisma da Caridade”. Joni Zanetti.


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“...Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. Joao 13,35


A FÉ DAS CRIANÇAS, PRESENTE E FUTURO DA PARÓQUIA “Se não vos tornardes como crianças...” (Mt. 18,3) As crianças animam, embelezam, dão vigor e são parte viva do Corpo de Cristo. É o cuidado, a acolhida, o testemunho e a formação que a família e a igreja proporcionam que vai marcar o tipo de pessoa e de cristão que essas crianças serão amanhã. Por isso, é muito importante que a família e a igreja cuidem dos pequenos, sendo as mãos de Deus na orientação e no crescimento delas em estatura, sabedoria e graça divina (cf. Lucas 2,52). 140

Todos nós experimentamos o que é “ser criança”. Possivelmente nossas lembranças da infância se misturam às histórias que nossa família conta a respeito de nós. Lembranças como os primeiros passos, palavras e a chegada na escola são muito ricas de significado para a formação de nossa identidade. A proposta deste texto é falar sobre a criança e a fé. “O primeiro âmbito que a fé ilumina na cidade dos homens é a família” (Papa Francisco, Lumen fidei, n. 52). A família é um canteiro de bons cristãos, de vocações consagradas e sacerdotes, e de futuros Santos. “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22,6). Quando uma criança é evangelizada na família, ela passa a carregar uma semente da Palavra de Deus em seu coração, que poderá amadurecer a qualquer momento.


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Um cristão autêntico vive a caridade de forma concreta. Começa a praticá-la a partir de casa, pela forma como se tratam mutuamente os esposos, os pais e filhos, os irmãos, assim como todos os parentes e até os vizinhos. Vive-se através do serviço — especialmente para com as pessoas mais necessitadas —, o perdão (inclusive aos inimigos), a escuta, a acolhida, a companhia, a renúncia ao egoísmo, a abnegação, a moderação, a humildade, o pudor, a paciência… quer dizer, de muitas formas. Quando as crianças veem os adultos vivendo a caridade, são capazes de ver o Evangelho transformado em vida neles, e descobrir que o Amor de Cristo não é uma utopia, mas é real, salvador e reconciliador. Como é importante viver em família o caminho da conversão. Quando os pais tomam a valente decisão de não educar “segundo a corrente” (“porque todos o fazem”), os filhos também se nutrem de valor para viver e dar testemunho do Evangelho em qualquer circunstância.

Unida no Senhor e em Sua Palavra, a família é capaz de fazer presente os valores do Evangelho em seu meio educacional, social, acadêmico, profissional e religioso. Também é capaz de fazer frente às tentações e lutar contra o pecado, vivendo a prudência e o discernimento dos caminhos de Deus. O segundo âmbito que a fé ilumina é a igreja. E na maioria das vezes a iniciação das crianças na igreja se dá pelo Batismo. O Papa Francisco afirma que a porta de entrada da igreja é o batismo. “À Igreja se entra pelo Batismo! E todos entramos por meio da mesma porta. É o Batismo que faz de cada pessoa um discípulo do Senhor, sal da terra, luz do mundo, fermento que transforma a realidade a partir de dentro”. Por meio dele, todos nós somos consagrados, ungidos e marcados para sermos propriedade do Senhor. Por isso, desde pequenos, nós começamos a trilhar os caminhos do Senhor. Não vamos esperar crescer, ter vontade própria e assim por diante, para


pensarmos em entregar nossos filhos para Deus. Fazer isso é a mesma coisa que decidir esperar a criança crescer para ver se quer ou não estudar, se quer fazer o bem ou não. Tudo de bom que temos, precisamos dar aos nossos. E não há coisa mais sagrada, mais bela e importante do que educá-los na fé. Assim como Nossa Senhora foi apresentada no templo ao Senhor, apresentemos a Deus nossos filhos. Assim como Maria cresceu sendo ‘menina de Deus’, queremos que os nossos meninos e meninas também sejam de Deus. Não basta esperar que seja uma coisa mágica: eu vou à igreja, batizo a criança e pronto. 144

Maria foi educada todos os dias para ser uma mulher de fé. Eduquemos nossas crianças para que cresçam e sejam homens e mulheres de fé! E é na Iniciação à Vida Cristã (Catequese) que as crianças são inseridas na vivência da fé e dão início a uma jornada cristã. O papa João Paulo II dizia que as crianças são os pequenos-grandes missionários. A missão que Jesus confiou aos cristãos é a de “ir e fazer discípulos entre todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 19-20). Nesse caminho, a igreja (nossa paróquia) proporciona diversas atividades, espaços, iniciativas e experiências que visam a evangelização dos pequeninos, tais como a Iniciação à Vida Cristã (Catequese), como já falamos, a organização de pequenos grupos, tais como a Catequese Infantil (no horário da Missas), o Grupinho de Oração (no horário do Grupo de Oração Adulto), o

Grupo dos Coroinhas etc., que têm como finalidade suscitar o espírito missionário universal nas crianças, desenvolvendo o protagonismo na solidariedade e na evangelização e, por meio delas, em todo o Povo de Deus: “Crianças a judam e evangelizam crianças”. São crianças em favor de outras crianças. As crianças inseridas em um ambiente cristão tendem a desenvolver comportamentos mais humanizados, como compaixão, companheirismo, solidariedade, disciplina, respeito, amor fraternal, reconhecimento dos limites, clareza do certo e errado e inúmeras outras características, pois acreditam no ser humano”. A experiência está demonstrando que, quando as crianças se empolgam com uma proposta, elas se tornam missionárias, evangelizando seus colegas e suas famílias. Que bom! Assim teremos uma nova geração de cristãos, mais abertos às diferentes realidades do mundo e comprometidas com as necessidades locais. Caro (a) leitor (a), para pertencermos ao Reino de Deus devemos ser, nos braços do Pai, COMO crianças, puras e inocentes, que acreditam e confiam que o Pai vos dará tudo que for necessário e importante para o seu crescimento saudável e abençoado. (cf. Texto adaptado de “Notícias da Igreja – CNBB - Dia das Crianças 2017”).

Este livro que celebra o Jubilieu de 50 anos homenageia todas as famílias que apresentam a Igreja às crianças e, principalmente, que caminham junto com elas em todos momentos.


Elevamos a Deus nossas preces para que nossas crianças sejam abençoadas e conduzidas pelo Espírito Santo.

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A cada criança que é batizada a Igreja renasce, sua família está professando que confia no Senhor e quer que Seu plano tenha continuidade.

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“O QUE VIMOS E OUVIMOS…”

Do encontro de tanta gente, emerge uma comunidade rica em ministérios, carismas e serviços, pastorais, grupos, movimentos, associações de ensino e vida consagrada e tantas formas de ser Igreja. Somos um povo – o Povo de Deus que, de diversas formas, e com muito esforço, tem buscado realizar o Reino de Deus anunciado por Jesus Cristo. Ele é a fonte de nossa mais profunda alegria. A Alegria do Evangelho enche nosso coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, da doença, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria”.(cf. Evangelii Gaudium, 1) Por isso o Papa Francisco nos exorta a “sermos uma Igreja que deve sair de si mesma, rumo às periferias, não apenas as geográficas, mas também as periferias existenciais: as do mistério do pecado, as da dor, as da injustiça, as da ignorância e da dispensa religiosa, as do pensamento, as de toda a miséria’. “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”.

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Neste tempo da graça do Senhor (50 anos), a Paróquia do Santíssimo Sacramento sente-se impelida a contemplar sua história. Somos fruto do chamado de Jesus à vida consagrada (Irmãs Servas do Santíssimo Sacramento) e do encontro de muitas famílias, que fizeram deste território paroquial seu lar e seu chão de missão, carregando consigo a riqueza do Evangelho.

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“...ISSO VOS ANUNCIAMOS” Por nos reconhecermos herdeiros das promessas; por testemunharmos a alegria que brota do Evangelho, sentimos que não podemos permanecer parados. Ver e comover-se não basta, é preciso agir: dialogar, anunciar, testemunhar, servir à Palavra são ações interligadas que também hoje qualificam nossa missão. E esta missão só pode se realizar conforme o estilo de Jesus, que é um estilo missionário. Para anunciar o Reino de Deus Ele percorria as aldeias e cidades, ensinava nas sinagogas, anunciava

a “boa nova do Evangelho” pelos caminhos, em lugares conhecidos e em outros pouco conhecidos ou passando por aqueles hostis, como a Samaria ( cf Mt 9,35-36). Em todos os lugares, sua passagem era marcada por uma tomada de consciência sobre a realidade, desde se comover vendo a multidão com fome ou sem pastor, até chorar diante da angústia e da morte de pessoas queridas. Nessas situações Jesus age para curar, fazer voltar à vida, consolar, acolher, perdoar e despedir com coração libertado.


E só poderemos transmitir aos outros o que nós mesmos experimentamos, aprofundamos, contemplamos, se em nosso coração ressoar com alegria a Palavra de Jesus: “Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês (Jo 20,21). É um mandato acompanhado pelo dom do Espírito (cf. Jo, 20,22) e garantido pela mesma presença de Jesus cada dia (cf. Mt 28,20). Animados pela força do Espírito Santo, que forma em nós os sentimentos de Jesus, podemos estar em todos os ambientes complexos e problemáticos e fazer ressoar com nosso testemunho e ação a mensagem simples que desarma: Deus é amor e veio entre nós para dizer-nos que a última palavra é o amor. Vamos a partir deste Jubileu renovar nosso compromisso de “Amar o Senhor nosso Deus de todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com toda a nossa força, e de amarmos o nosso próximo como a nós mesmos (cf. Lucas 10,27). (cf. o Manual Missionário, páginas 12 e 13 – Arquidiocese de Curitiba - e cf. os escritos do Papa Francisco na EvangelliI Gaudium)

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O Senhor, neste Jubileu, nos convoca a sair. Ele, pela força de seu Espírito, nos impele a irmos ao encontro daqueles que ainda aguardam o anúncio do Evagelho. Isto para nós não é um peso, mas uma oportunidade! Não existimos para nós mesmos! Existimos para comunicar aquilo que vimos, aquilo que ouvimos no encontro com o Ressussitado! Comunicar no diálogo aberto e sincero, a vida que nos foi dada e testemunhada, a comunhão fraterna que nos edificou e fortaleceu.

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A SENHORA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO ...Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!” Lucas 1,38


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Neste Jubileu, peçamos a Maria, a Senhora do Santíssimo Sacramento, que traga mais uma vez, a cada um de nós, a nossas famílias e à comunidade, o dom imenso, a graça única que devemos sempre pedir por primeiro e acima das outras graças que também estão no coração: a graça que é Jesus Cristo”.

“Que possamos continuar a caminhada com uma fé forte, alegre e misericordiosa, que nos a jude a sermos santos, para nos encontrarmos com ela um dia no Paraíso”. (cf. Fala do Papa Francisco no Angelus do dia 15/ agosto/2017 - Solenidade da Assunção de Nossa Senhora).

João 2, 5 “... fazei o que Ele vos disser”.

“E trazendo Jesus, Nossa Senhora traz também uma nova alegria, cheia de significado; traz-nos uma nova capacidade de atravessar com fé os momentos mais dolorosos e difíceis; traz-nos a capacidade de misericórdia para nos perdoarmos, compreendermos-nos e apoiarmo-nos uns aos outros”.

O Papa Francisco nos fala no Angelus do dia 15 de agosto de 2017 que: “Dando-nos Jesus, Nossa Senhora oferecenos também uma alegria nova, plena de significado; concede-nos uma nova capacidade de atravessar com fé os momentos mais dolorosos e difíceis; doanos a capacidade de misericórdia, para nos perdoar, nos compreender, nos apoiar reciprocamente. E peçamos-lhe que nos guarde e nos apoie; que possamos ter uma fé firme, jubilosa e misericordiosa; que nos a jude a ser santos, para nos encontrar com ela, um dia, no Paraíso”.

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ORAÇÃO JUBILAR

Deus, Pai das Misericórdias, a Ti rendemos nosso louvor e gratidão por criar com amor nossa Paróquia, sabemos que cada detalhe da criação tem o Senhor como amoroso escultor. Senhor Jesus Cristo, elevamos um hino jubilar por Tua presença salvadora na vida de nossa Paróquia, chamando-nos pelo nome e apascentando vosso povo. Espírito Santo santificador, alma da Igreja, dá-nos a Tua força e consolo, e confirma nosso espírito missionário. À Santíssima Trindade, nossa ação de graças por nos ter dado este grande presente: 50 anos evangelizando e transformando vidas. Ó Senhora do Santíssimo Sacramento, lançai um olhar misericordioso por nossa Paróquia, que suplica a vossa proteção e que consagra a vós. Protegei-nos de todas as ciladas do inimigo, guardai nossa fé, fazei crescer a nossa esperança, e aumentai o nosso amor por todos os vosso filhos. Que sob o vosso olhar vivamos a expectativa da volta de Jesus, como verdadeiros discípulos missionários. Amém!

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PARÓQUIA SANTÍSSIMO SACRAMENTO Rua Leôncio Correia, 381 | Curitiba Fone: (41) 3242-5567


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