Em Família Maringá ed 08

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2º SEMESTRE/2011

Geração

verde

Um novo futuro depende deles


CI Moema

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Av. Ibirapuera, 1858 Tel.: (11) 5051-0381 São Paulo

Rua Padre Chagas, 80 Tel.: (51) 3346-4654

Rua 18, 326 Salas 3/4 - Setor Oeste Tel.: (62) 3093-4353

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SCLN, 211 - Bloco B - Loja 06 Tel.: (61) 3340-2040

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Chegou a hora de você fazer um intercâmbio Cursos, estágios, trabalhos, passagens aéreas e viagens para o exterior, que fazem a vida acontecer.

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você aprende com o mundo


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Expediente A Província Marista Brasil Centro-Sul atua nas áreas de educação, solidariedade, saúde, editorial e comunicação. A PMBCS está presente nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Sua forma de atuação busca, por meio de processos educacionais, uma efetiva contribuição social e cultural, posicionando-se na defesa e promoção dos direitos das infâncias e juventudes. Desenvolver equilibradamente, afetividade e inteligência, dimensão comunitária e social, valores humanos e cristãos é a proposta da instituição.

PRESIDENTE DAS MANTENEDORAS: Ir. Dario Bortolini SUPERIOR PROVINCIAL: Ir. Davide Pedri SUPERINTENDENTE ABEC/UCE: Paulo Serino de Souza REDE DE COLÉGIOS: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina Michelan Azevedo, Vani Sant'ana COMUNICAÇÃO E MARKETING (ABEC/UCE): Patrícia Fatuch, Pollyana D. Nabarro, Alexandre L. Cardoso, Silvia S. Tateiva, Kelen Y. Azuma, Patrícia L. Egashira, Fábio Egg Mais, Tiago Ienkot COMUNICAÇÃO E MARKETING (COLÉGIOS): Bruna Finkensieper Gonçalves, Bruno Bonamigo, Caroline Damin Mertens ,Cláudia Cristina Batistela Francisco, Cristiane Rufino Santos, Daliane

BRASÍLIA • Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-690 - (61) 3442-9400 Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio - SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul Brasília - DF - 70200-750 - (61) 3445-6900 CASCAVEL • Colégio Marista de Cascavel - Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel PR - 85812-011 - (45) 3036-6000 CHAPECÓ • Colégio Marista São Francisco - Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó - SC - 89801-500 - (49) 3322-3332 CRICIÚMA • Colégio Marista de Criciúma - Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma SC - 88811-503 - (48) 3437-9122 CURITIBA • Colégio Marista Paranaense - Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário Curitiba - PR - 80440-080 - (41) 3016-2552

Anziliero Teston, Eros Augusto Asturiano Martins, Eziquiel

Colégio Marista Santa Maria - Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - Curitiba - PR 82200-210 (41) 3074-2500

Machado Ramos, Fábio Silvestrini Aparício, Katia Macedo Dias

GOIÂNIA • Colégio Marista de Goiânia - Avenida Oitenta e Cinco, n. 1440

Kely Cristine de Souza, Luana Mendonça Dias dos Santos, Mayara

St. Marista - Goiânia - GO - 74.160-010 - (62) 4009-5875

Amaral Haudicho, Raquel Aline Bortoloso, Renato Mobaid Pereira

JARAGUÁ DO SUL • Colégio Marista São Luís - Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro - Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 - (47) 3371-0313

Campos, Samira Damásio Dutra

Rua Imaculada Conceição, 1155 Prado Velho – Curitiba – PR Prédio Administrativo PUCPR – 8º andar CEP: 80215-901 Tel.: (41)3271-6500

JOAÇABA • Colégio Marista Frei Rogério - Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba - SC 89600-000 - (49) 3522-1144 LONDRINA • Colégio Marista de Londrina - Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina - PR - 86060-000 (43) 3374-3600 MARINGÁ • Colégio Marista de Maringá - Rua São Marcelino Champagnat, 130 Centro - Maringá - PR - 87010-430 - (44) 3220-4224 PONTA GROSSA • Colégio Marista Pio XII - Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho - Ponta Grossa - PR 84015-440 - (42) 3224-0374

www.marista.org.br

RIBEIRÃO PRETO • Colégio Marista de Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis - Ribeirão Preto - SP - 14015-130 - Fone:(16) 3977-1400

Em Família | 8ª Edição | 2º Semestre 2011

SÃO PAULO • Colégio Marista Arquidiocesano - Rua Domingos de Moraes, 2565 Vila Mariana - São Paulo - SP - 04035-000 - (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória - Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci São Paulo - SP - 01518-000 - (11) 3207-5866

CAPA: Mirela Schreck Welter, Gabriel Weiand, Lucas Petry Heck, Marina Gabriela Maia, alunos do Colégio Marista Pio XII, Novo Hamburgo - RS FOTO: D'Contreras - ILEXPHOTO

A Revista Em Família é uma publicação da Editora Ruah para a Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida aos pais e colaboradores. Visite o blog da revista e envie sua opinião: www.maristaemfamilia.com.br

EDITOR: Luís Fernando Carneiro | DIAGRAMAÇÃO: Goretti Carlos | PUBLICIDADE: Ariane Rodrigues | R. Casemiro José Marques de Abreu, 706 – Ahú – Curitiba/PR – CEP: 82200-130 – Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.com.br | Quer anunciar? Entre em contato conosco pelo fone (41) 3018-8805 ou pelo site www.editoraruah.com.br Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.


Primeira impressão

Vazio que extermina,

Amor que sustenta Por Ir. Paulinho Vogel

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esquisas recentes indicam que nosso planeta já não consegue mais recompor os recursos naturais consumidos pelos seres humanos. Se continuarmos com o ritmo voraz de consumo atual, em poucos anos exterminaremos todas as possibilidades de vida no planeta. Somos a geração de seres humanos que mais consome futilidades, ou seja, consumimos sem precisar e, não raras vezes, por puro prazer, hábito, vontade ou desejo. A cultura do descartável nos leva ao consumo inconsequente. Angustiados, buscamos preencher um vazio com coisas que, na verdade, aplacam a angústia

momentaneamente e não nos levam à satisfação plena. Nosso planeta não está sendo exterminado pelo fato de existirem muitos seres humanos ou por estes necessitarem cada vez mais de artefatos para se manterem. A responsabilidade não se deve às necessidades básicas da modernidade, que nos faz utilizar cada vez mais os recursos naturais. A responsabilidade pelo extermínio da vida no planeta está no vazio existente na alma dos seres humanos que aqui vivem. O reflexo da sede e do vazio na alma dos seres humanos está na ausência dos pequenos gestos que,

frequentemente, não nos damos conta, como um abraço aconchegante, uma palavra de conforto, um gesto surpreendente ou um olhar carinhoso e terno. Este vazio se faz presente quando não acolhemos ou não somos acolhidos pelas pessoas que nós amamos, e quando não educamos nossos filhos para a alteridade, para a empatia e para o desejo de ver o outro feliz antes de nós mesmos. Na escravidão do tempo, certos gestos custam demais. Bauman (2001), descrevendo nossa época, diz: “O que conta é o tempo, mais do que o espaço que lhes toca ocupar; espaço que, afinal, preenchem apenas ‘por um momento’”. A salvação da vida em nosso planeta está nas mãos do pai, da mãe, do professor, do educador, enfim, dos responsáveis pelas futuras gerações. Preencher os corações das crianças, adolescentes e jovens, com gestos de amor, fazendo-os perceber que, mais importante que a própria felicidade, é enxergar nos olhos do outro que sua felicidade depende de gestos concretos de acolhida, de proteção, de amparo e de tempo “perdido” / investido. Assim se constróem identidades seguras e sólidas que encontram a própria felicidade não nas futilidades de cada esquina, mas dentro si mesmos, a partir dos gestos de amor vivenciados no seio da família.

Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios

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Entrevista

Quando o lixo vira arte e vida


O artista plástico Vik Muniz fala sobre como o lixo pode se transformar em obra de arte apreciada no exterior e mudar a vida de toda uma comunidade Por Vivian Albuquerque

Quando começou este seu trabalho tão diferenciado? Quando resolvi deixar o Brasil e viver em Nova York. Minha ideia era abrir a mente para o mundo artístico, mas o que acabou acontecendo foi bem mais que isso. Comecei a produzir séries fotográficas que conquistaram o público por trabalhar com materiais nada ortodoxos: macarrão, algodão, pó, terra. Compúnhamos as imagens e eu fotografava. Uma foto, assim como uma pintura, não só mostra um tema, mas o material com que foi representado. Quanto mais distante o material do tema proposto,

V

icente José Muniz, o Vik Muniz, nasceu em São Paulo em uma família da classe média. Seus pais, um garçom e uma telefonista, com certeza nunca imaginaram que um dia seu filho – numa mudança para Nova York – poderia se tornar um ícone da arte pela fotografia, com trabalhos expostos nos mais importantes museus do mundo. Na década de 80, Vik decidiu estudar inglês em Chicago. Foi para ficar apenas seis meses, mas, numa visita a Nova York, se apaixonou e por lá acabou ficando e levando com ele o nome do Brasil, com uma arte nada convencional. Usando materiais como chocolate, açúcar, sucata e lixo, ele retrata pessoas e reproduz conhecidas obras de arte, provando que tudo, até mesmo o que ninguém mais quer, pode virar obra de arte “de valor”. Este ano, o documentário que mostra o trabalho do artista plástico brasileiro com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros sanitários do mundo concorreu ao Oscar. Apesar de toda a torcida brasileira, a estatueta não veio. Mas Vik, mais uma vez, conseguiu sensibilizar o mundo por meio da sua arte, trazendo à tona discussões sobre sustentabilidade e olhar solidário.

mais inspirador será o engajamento entre o espectador e a imagem. Em várias de suas fotos você reproduz obras de arte já conhecidas. Poderia explicar o porquê desta escolha? Procuro trabalhar com o que o próprio espectador traz para esse seu encontro com a imagem. Por isso tem de ser algo que ele reconheça. Os temas acabam sendo algo já digerido e subestimado por ele. Não raro, desenho o que quero reproduzir, vou a um museu ou faço de cabeça. Trabalho com séries para não precisar dizer tudo de uma só vez. Trabalho com materiais

diversos ao mesmo tempo e nunca encerro uma série definitivamente; elas vão se extinguindo naturalmente. O filme "Lixo Extraordinário" tornou seu trabalho ainda mais conhecido por nós, brasileiros. Ali, poderíamos dizer que além da matéria-prima – lixo – você ainda teve as pessoas como grande componente de inspiração? Eu queria mudar a vida de um grupo de pessoas usando o material com que lidam no dia a dia. Assim surgiu a ideia de transformar lixo em


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Entrevista "O momento quando uma coisa se transforma em outra é o momento mais bonito. A combinação de sons se transforma em música. E isso se aplica a tudo.” Vik Muniz

arte e reverter a venda das fotos em recursos para aquela comunidade. O aterro do Jardim Gramacho atende a pelo menos 2,5 mil famílias. Pessoas que passam o dia ali, entre os caminhões e as pilhas de lixo, para ganhar R$ 50,00. Eram pessoas que nem sequer tinham fotos delas. E o momento mágico se deu quando uma coisa se transformou em outra; o lixo se transformou na imagem delas. Como foi o trabalho de criação destas obras que acabaram ganhando o mundo de forma tão especial? Fiz os retratos das pessoas e depois as convidei para trabalhar comigo no estúdio, “pintando” suas próprias fotos. Muitos nunca tinham se visto em uma foto e, de repente, estavam vendo seus retratos reproduzidos com materiais que eram, ao mesmo tempo, o sustento do dia a dia. Estar envolvido em projetos sociais, para mim, é fundamental. O lixo é uma boa matéria-prima para a arte, afinal? O lixo é dinheiro. A gente perde muito dinheiro com ele. Quem mexe

com o lixo ou tem muito dinheiro ou não tem nenhum. Muitas vezes, quando convido as pessoas para verem meu trabalho no galpão que temos no Brasil, elas se assustam porque entram e só veem montanhas e montanhas de lixo e sucata. Mas fotografamos com uma câmera 8X10, a uma distância de 20 metros. Só quando se sobe na torre é que se vê a obra no meio daquilo tudo. Por isso é tão bacana. Conseguimos criar o retrato de um catador que, como o lixo que está ali, ninguém conhece. Você tem essa preocupação constante de aproximar a arte do maior número de pessoas. A resposta parece óbvia, mas mesmo assim perguntamos: por que? Uma grande obra de arte deve transcender barreiras espaciais, temporais e linguísticas. Deve utilizar a universalidade dos sentidos e buscar, incentivar, a cumplicidade entre as pessoas. Não há como manter o provincianismo intelectual, no qual a arte internacional fala um dialeto próprio e tão distante do público, sob o risco da condenação do popular e do culto a um produto que seja fruto do isolamento. O artista não pode dizer que faz arte só para si. A arte deve se inspirar em experiências pessoais, mas ter a capacidade de transmitir essas mesmas experiências em um âmbito universal. O filme “Lixo Extraordinário” foi resultado de três anos de trabalho e tem um apelo muito forte com o público por causa do emocional. Você vê lágrimas nos olhos de quem assiste. E isso a arte não pode deixar de fazer: emocionar.

LIXO EXTRAORDINÁRIO Um pouco sobre o documentário premiado internacionalmente O documentário “Lixo Extraordinário” acompanha o trabalho de Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo inicial de retratá-los. Segundo o dicionário, “lixo” significa qualquer material considerado inútil, supérfluo, e/ou sem valor, gerado pela atividade humana. Antes de chegar ao Jardim Gramacho, Vik Muniz e os diretores do documentário não esperavam encontrar nada muito diferente disso, mas se surpreenderam ao conhecer pessoas cativantes e cheias de dignidade, como o Tião, jovem presidente da Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, ou o Zumbi, catador que, resgatando os livros do lixão, acabou montando uma biblioteca.



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Sustentabilidade ĂŠ

sobrevivĂŞncia. Que ta


uma questĂŁo de tal fazer a sua parte?

Lucas Petry Heck, Marina Gabriela Maia, Mirela Schreck Welter, Gabriel Weiand, alunos do ColĂŠgio Marista Pio XII, Novo Hamburgo - RS


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as compras do supermercado, ela não utiliza mais sacolas, mas as caixas de plástico, que sempre leva no porta-malas. Em casa, cascas, restos de produtos orgânicos e até as folhas do quintal vão direto para o minhocário. E os cuidados não param por aí. “Opto por produtos sem embalagens ou de refil. Quando isso não é possível, escolho as de menor impacto. Um exemplo? Gosto de sabão líquido concentrado, mas ainda opto pela caixa de papelão, porque a embalagem se degrada com mais rapidez. Jamais levo uma bandeja de isopor para casa, opto pelo presunto cortado na hora e embalado apenas no plástico. Além de ter mais sabor, não fico pensando nos 450 anos – no mínimo, que o isopor levaria para se degradar no meio ambiente”, conta Joana Bicalho, de Brasília, mãe dos alunos Marcela, 16, e João Pedro, 14, do colégio Marista João Paulo II, da Rede Marista do RIo Grande do Sul. É pouco? Pois saiba que eles ainda levam as embalagens que não há como evitar para o supermercado, que as entrega para uma cooperativa

de reciclagem; mantém um relógio na parede do banheiro, para administrar o tempo e a consciência sobre o consumo; e fazem compras semanais, no lugar das mensais, para evitar o consumo desnecessário. “Percebi que, quando comprava mensalmente, consumia muito mais e ainda perdia muitos produtos por data de vencimento”, explica. Mas estas dicas, segundo Joana, são muito individuais. “Muitas vezes, algo que é facilmente adaptável no meu dia a dia, não se enquadra na vida de uma outra pessoa”, confirma. “O caminho é passar a observar o nosso excedente. Tudo o que sobra não

nos pertence e, por isto, pode passar a não mais ser desperdiçado. Todos nós podemos reduzir nosso consumo em 40%, sem prejuízo à nossa qualidade de vida. O famoso menos que vale mais”, garante. A preocupação com a sustentabilidade é tanta que até o trabalho de Joana tem profunda ligação com o tema. Ela é uma das idealizadoras e consultoras da Empresa Responsável (www. empresaresponsavel.com), consultoria que ensina empresas a trabalharem com o chamado Marketing Verde. “Sempre trabalhei com publicidade e propaganda e, mesmo antes de diálogos sobre os impactos do consumis-

SUSTEN… O QUÊ? Veja como surgiu e se popularizou o termo sustentabilidade Na década de 70, o chamado Clube de Roma, formado por personalidades interessadas em discutir temas cruciais para a sobrevivência humana, encomendou ao MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts – um estudo que culminou no relatório “Os Limites do Crescimento”. O texto tratava de problemas como energia e escassez de recursos naturais, entre tantos outros itens importantes para nossa vida. E o que ficou comprovado foi que nosso modo de consumo e descartabilidade era ambientalmente inviável. Na época houve um lobby contrário à ampliação da consciência, mas o assunto, a tal da “sustentabilidade”, aos poucos foi ganhando peso político, econômico e social. Hoje, o tema é central em muitos encontros globais. Exemplo disso é a Conferência Rio + 20, programada para 2012, no Rio de Janeiro. Ela discutirá a Economia Verde, assunto que compartilha as atenções com a Logística Reversa, que trata do uso do lixo para novas produções, por meio da reciclagem.


PRECISO MESMO DISSO? COMO PENSAR VERDE NO DIA A DIA “O caminho é simples e prazeroso”, garante Joana. “É preciso ‘passar a olhar, vendo’. Ou seja, perceber nossos hábitos de maneira sistêmica. Sair da máquina do consumismo, e começar a observá-la, optando em benefício próprio, e da coletividade. Não se permitir ser manipulado pela mídia, bem como aproveitar o leque de ofertas para escolher algo de fato bom para nossas vidas. Não permitir que a correria do dia a dia nos leve a viver de forma automática, sem perceber nossas relações e nossas escolhas. Daí, começar a perceber e se questionar: preciso de fato disto? Hoje, 60% do volume de um carrinho cheio do supermercado vira lixo em apenas 15 dias. O mundo produz de lixo, por dia, o equivalente a 15 montanhas do tamanho do morro Pão-de-Açúcar. Estamos trocando nossas paisagens verdes por montanhas de lixo.”

mo na finitude dos recursos naturais, já me sentia incomodada com o estímulo crescente ao consumo e descartabilidade. Canalizei, à época, meu trabalho para a ‘venda de serviços’, exatamente pela preocupação que tinha com este tipo de propaganda. Em 2003, decidi fazer meu mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental, e estudar profundamente os ganhos empresariais em investir no Marketing Verde. Percebi, então, uma enorme brecha na propaganda e no marketing: convencermos os consumidores de que os ‘produtos do bem’ fazem o bem para todos, em cadeia.”

SUSTENTABILIDADE E ECONOMIA Para a mãe e consultora, a sustentabilidade – termo da moda e até já meio banalizado – tem sido erroneamente vista como algo inatingível, que exige fortes mudanças, levando-nos ao menor conforto e a altos gastos. “Mas não é nada disto”, afirma. “Sustentabilidade ambiental e social não devem impactar negativamente na sustentabilidade econômica. Por exemplo: ao invés de abrirmos mão da claridade

de um ambiente para economizar energia, devemos abrir uma grande janela para iluminação natural. Outro exemplo: quando optamos pela fruta à caixa de suco, abrimos mão daquela praticidade que nos foi vendida, mas ganhamos em saúde e, consequentemente, qualidade de vida. Na verdade, devemos vender sustentabilidade como o conceito de saber viver, optar pelo bom, pelo respeito a si mesmo, numa escolha certa e inteligente. Com certeza, estamos num movimento importante. As escolas e seus projetos contribuem para isso. As empresas, forçadas pela necessidade de se mostrarem responsáveis socialmente, têm mandado seus executivos para cursos de pós-graduação em gestão socioambiental, ampliando o diálogo de necessidades e possibilidades. Fala-se muito mais em slow-life, qualidade de vida, tempo para a família e para a saúde. Tudo isto está virando moda e dados mostram que as pessoas que optam por este tipo de vida dependem menos dos médicos e se aproximam mais da família. Convivem mais, gastam menos e gastam certo, e por isto ampliam o ser ao ter.”


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Educação que

transforma Como as escolas e universidades podem fazer a diferença

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ensando em contribuir não somente com a comunidade acadêmica, mas com a sociedade em geral, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) vem trabalhando num projeto participativo de transformação socioambiental, com a criação de um Núcleo de Sustentabilidade. “O que queremos é concentrar esforços no estudo de modalidades de integração entre os conhecimentos técnico-científicos e os conhecimentos sociais, políticos, ambientais e gerenciais para proporcionar a todos um ambiente mais equilibrado”, explica o professor da área de Engenharia Ambiental e um dos idealizadores do Núcleo, Altair Rosa. Segundo o professor, a sustentabilidade hoje está inserida em várias disciplinas dos diferentes cursos da universidade. Uma preocupação principalmente quando o que se vê é o uso saturado do tema, ou a própria má utilização. “A sustentabilidade é vista como moda ou marketing, mas

o sentido real, o significado, ainda é pouco conhecido pela população. Falta compromisso da sociedade em querer se informar, ou então por realmente em prática ações que possam concretizar o emprego da teoria. Sustentabilidade trata do desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades. O desenvolvimento não pode ocorrer ‘a qualquer preço’”, alerta. “Sustentabilidade implica numa equação entre demanda, necessidade e desenvolvimento. Nosso planeta está apresentando evidentes sinais de desequilíbrio ambiental. O novo paradigma do desenvolvimento sustentável sugere, de um lado, uma reorientação deste modelo no sentido de um uso mais racional e responsável dos recursos naturais e, de outro, uma ampliação da participação da sociedade nos processos de tomada de decisão.” É dentro deste contexto, que o


social e eficiência econômica. Ela traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável. A implantação dela não é um único acontecimento, documento ou atividade, mas sim um processo contínuo no qual a comunidade aprende sobre suas deficiências e identifica inovações, forças e recursos próprios ao fazer as escolhas que a levarão a se tornar uma comunidade sustentável”, conclui.

professor da PUCPR traz novamente à tona a Agenda 21, muito em voga nos jornais tempos atrás, mas hoje mais discreta. “A Agenda 21 é um programa de ação para o meio ambiente e o desenvolvimento. É composto de 40 capítulos que constituem a mais abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça

CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA “A educação para a sustentabilidade é algo sempre presente na proposta de Educação Infantil dos colégios maristas”, diz Ana Lúcia Souto, assessora educacional da Rede de Colégios Maristas da Província Marista do Brasil Centro-Sul. “Nosso currículo é dividido em dimensões e uma delas é a Consciência Planetária, que diz respeito a todas as formas de vida. Sou assessora na área de Ciências da Natureza. Não é um conhecimento científico, como um fato apenas, mas algo que tem de estar inserido na nossa realidade diária para a sustentabilidade do planeta.” Para exemplificar parte do trabalho feito nas escolas, Ana Lúcia fala

sobre o Congresso Virtual Interdisciplinar Marista, realizado no ano passado, quando foi comemorado o Ano da Biodiversidade. “Discutimos com os alunos assuntos como as mudanças climáticas, a escassez dos recursos naturais, usando como base o relatório da ONU, com números dos últimos 50 anos. Os alunos escolheram um tema e, sobre ele, escreveram artigos científicos, propondo várias ações.” Entre os artigos, vários deles publicados no endereço www.marista.org. br/congressobio, está um que fala sobre o uso exagerado das sacolas plásticas, com o sugestivo nome: "Que Saco!". Para ilustrá-lo, os alunos fizeram fotos de árvores, nas quais as folhas foram substituídas por sacolas plásticas. “A proposta de Champagnat era transformar a sociedade, tornando-a mais justa para todos: pessoas, animais, meio ambiente”, conclui Ana Lúcia. “E isso depende de todos nós.”


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Na prática Como fazer a sua parte no dia a dia por um planeta melhor

QUAL A PROCEDÊNCIA DO QUE VOCÊ COMPRA? De nada adianta trocar sacolas plásticas por uma “ecobag” se ela for feita no Vietnã. Todos os materiais têm prós e contras; o vidro, por exemplo, é 100% reciclável, mas é pesado e a logística de reutilização exige alto consumo de água e energia. O plástico é retirado de matérias-primas não renováveis, mas seu processo de produção não gera resíduos. Para escolher entre produtos, é preciso adotar um conjunto de critérios que inclua durabilidade e adequação ao uso. Design sustentável é aquele que usa menos matéria-prima, processos industriais e energia.

TUDO BEM DEIXAR O CARRO EM CASA ÀS VEZES? Manter o carro em ordem para evitar emissões desnecessárias de dióxido de carbono é lei. Deixá-lo em casa nos trajetos servidos por transporte coletivo, ainda que apenas fora dos horários de pico, é melhor ainda, pois o ônibus e o metrô já circulam regularmente.

XÔ, DESCARTÁVEIS! Coador de pano, sacola de pano. Introduzi-los em sua rotina não requer nenhuma grande mudança. Melhor, você produz menor quantidade de lixo. E no trabalho, desconsidere os copos descartáveis. Vá de caneca. É muito mais charmoso e bem menos nocivo para o meio ambiente. No Colégio Marista de Brasília todos os alunos adotaram essa ideia com muito sucesso. É POSSÍVEL REDUZIR O CONSUMO Regrinhas fáceis para reduzir o consumo de luz e água em casa: mantenha as instalações elétricas em dia; escolha eletrodomésticos certificados; use ferro a vapor e acumule roupas para passar de uma vez só; instale a geladeira longe de fontes de calor, como o fogão, que a fazem trabalhar mais; pinte as paredes de cores claras, que refletem luz; mantenha luminárias e lustres limpos para evitar a perda de luminosidade; use lâmpadas fluorescentes ou de vapor de sódio; desligue o monitor do computador quando parar de trabalhar; ensaboe toda a louça antes de ligar a torneira elétrica.


FRUTA DA ESTAÇÃO: A ESCOLHA MAIS SÁBIA Transportar alimentos por longas distâncias gera mais poluição do que trazêlos de perto; manter comidas em freezer ou estufa consome mais energia do que conservar alimentos frescos por poucos dias. Logo, dar preferência aos frutos da época e alimentos produzidos no cinturão de sua cidade são maneiras simples de contribuir para a redução da poluição atmosférica. De quebra, você ajuda a garantir a sobrevivência de pequenos produtores e comerciantes, que perderam espaço nas últimas décadas para as grandes redes do varejo. EXPERIMENTE CONSERTAR, TROCAR OU DOAR Pense bem: é mesmo necessário trocar o celular porque um modelo novo chegou ao mercado? É importante ser eficiente no uso das coisas, consertando-as quando preciso. Antes de se desfazer de algo, considere alternativas como feiras e sites de troca. Ou destine a quem precisa: de livros e móveis a eletrônicos, sempre há uma instituição disposta a receber doações. DÊ UMA CHANCE PARA OS ALIMENTOS ORGÂNICOS Sim, eles são, por enquanto, mais caros e, em alguns casos, mais difíceis de achar do que o fruto da agricultura e da indústria regulares. Mas vale a pena desembolsar mais e sair em busca de feiras e mercados que comercializem produtos naturais. O cultivo de alimentos sem agrotóxicos ou pesticidas envolve um manejo mais racional dos ciclos da terra e de resíduos; alimentos não processados – açúcar mascavo, sal marinho, arroz e farinhas integrais – poupam a energia do processo industrial. SERÁ QUE EU PRECISO MESMO DISSO? Você precisa mesmo de mais uma saia preta? E de uma calça jeans? Cultivar uma atitude racional diante do ato da compra é a primeira lição. É isso o que ensina o Instituto Akatu, ONG voltada à difusão da ideia de consumo consciente. Uma simples lista feita em casa previne compras desnecessárias no supermercado. E um exame honesto do armário mostra se você precisa mesmo de mais um sapato.

Fonte: Revista Vida Simples e Instituto Akatu / Ilustrações: João Gabriel Vanz


Olhar

Em caso de

despressurização Cuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano. Estando quite consigo mesmo, vá em frente e mostre aos outros como se faz

Carlos Contreras

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Por Martha Medeiros | Ilustração Mariana Poczapski

E

u estava dentro de um avião, prestes a decolar, e pela milionésima vez na vida escutava a orientação da comissária: "Em caso de despressurização da cabine, máscaras cairão automaticamente à sua frente. Coloque primeiro a sua e só então auxilie quem estiver ao seu lado". E a imagem no monitor mostrava justamente isso, uma mãe colocando a máscara no filho pequeno, estando ela já com a dela. É uma imagem um pouco aflitiva, porque a tendência de todas as mães é primeiro salvar o filho e depois pensar em si mesma. Um instinto natural da fêmea que há em nós. Mas a orientação dentro dos aviões tem lógica: como poderíamos ajudar quem quer que seja estando desmaiadas, sufocadas, despressurizadas? Isso vem ao encontro de algo que sempre defendi, por mais que pareça egoísmo: se quer colaborar com o mundo, comece por você. Tem gente à beça fazendo discurso pela ordem e reclamando em nome dos outros, mas mantém a própria vida desarrumada. Trabalham naquilo que não gostam, não se esforçam para manter uma relação de amor prazerosa, não cuidam da própria saúde,

não se interessam por cultura e informação e estão mais propensos a rosnar do que a aprender. Com a cabeça assim minada, vão passar que tipo de tranquilidade adiante? Que espécie de exemplo? E vão reinvindicar o quê? Quer uma cidade mais limpa, comece pelo seu quarto, seu banheiro e seu jardim. Quer mais justiça social, respeite os direitos da empregada que trabalha na sua casa. Um trânsito menos violento, é simples: avalie como você mesmo dirige. E uma vida melhor para todos? Pô, ajudaria bastante colocar um sorriso nesse rosto, encontrar soluções viáveis para seus problemas, dar uma melhorada em você mesmo. Parece simplório, mas é apenas simples. Não sei se este é o tal "segredo" que andou circulando pelos cinemas e sendo publicado em livro, mas o fato é que dar um jeito em si mesmo já é uma boa contribuição para salvar o mundo, esta missão tão heróica e tão utópica. Claro que não é preciso estar com a vida ganha para ser solidário. A experiência mostra que as pessoas que mais se sensibilizam com os dilemas alheios são aquelas que ainda têm

muito a resolver na sua vida pessoal. Mas elas não praguejam, não gastam seu latim à toa: agem. A generosidade é seu oxigênio. Tudo o que nos acontece é responsabilidade nossa, tanto a parte boa como a parte ruim da nossa história, salvo fatalidades do destino e abandonos sociais. E, mesmo entre os menos afortunados, há os que viram o jogo, ao contrário daqueles que apenas viram uns chatos. Portanto, fazer nossa parte é o mínimo que se espera. Antes de falar mal da Caras, pense se você mesmo não anda fazendo muita fofoca. Coloque sua camiseta pró-ecologia, mas antes lembre-se de não jogar lixo na rua e nem de usar o carro desnecessariamente. Reduza o desperdício na sua casa. Uma coisa está relacionada com a outra: você e o universo. Quer mesmo salvá-lo? Analise seu próprio comportamento. Não se sinta culpado por pensar em si próprio. Cuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano. Agora sim, estando quite consigo mesmo, vá em frente e mostre aos outros como se faz.

Martha Medeiros é escritora e colunista dos jornais Zero Hora e O Globo.


Feita para você Nesta edição reforçamos o compromisso com uma edu-

Marista, mas tem como grande diferencial a apresenta-

cação planetária, focada nas necessidades globais, mas

ção deste caderno exclusivo. Nas próximas páginas você

principalmente voltada para uma atuação local de nos-

encontra as histórias, personagens, projetos e ideias do

sos alunos e suas famílias. Da mesma forma, a Em Família

Colégio Marista de Maringá. Divirta-se e participe com

é uma revista que circula em todos os colégios da Rede

seu filho desta grande aventura do conhecimento.


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Com a palavra

Irmão Pedro Danilo Trainotti -

Direção Geral

“Caminheiro, você sabe Não existe caminho... Passo a passo, Pouco a pouco, E o caminho se faz.” (Canção do Caminheiro)

Compartilhar para multiplicar 2011

pode ser definido como ano de mudanças e realizações. A Comunidade Educativa Marista é fiel ao seu legado de educar pessoas preocupadas com a excelência acadêmica e com a vivência da cidadania. A dedicação dos profissionais, aliada à infraestrutura, ao compromisso dos estudantes, ao empenho das famílias e ao desenvolvimento de muitos projetos e ações educativas eficazes faz do Marista uma escola de vida. Iniciamos o segundo semestre com nova diretoria educacional. Somos gratos às contribuições das anteriores e acreditamos no trabalho da Valéria. Sua experiência na área lhe permite aprofundar as questões fundamentais e motivar os profissionais para se atualizem constantemente, sempre trabalhando com organização, focando o trabalho em equipe e apresentando os valores maristas. São

qualidades que promovem uma gestão eficiente, que cria sinergia e produz muitos e bons frutos. O NAP passou por melhorias. Após estudos realizados por diversos profissionais da instituição e reconstrução coletiva dos princípios e direcionamentos da inclusão, ganhou entendimento mais aprofundado, nova nomenclatura - Núcleo de Apoio Pedagógico-, melhorou sua estrutura e continuará desenvolvendo um excelente trabalho. O segundo semestre também foi palco de um planejamento estratégico participativo. A colegiada ampliada traçou caminhos objetivos para aliar tradição, excelência acadêmica, formação integral, solidariedade e ética à inovação, com sinergia entre todos. E muitas outras riquezas foram experienciadas, como a abertura de nova turma matutina de dois anos, com intuito de expandir para melhor

atender; a culminância de projetos interdisciplinares através de múltiplas linguagens pelo festival de curtas metragens, teatros e apresentações. Ocorreram também viagens pedagógicas para diversas séries; a participação de jovens líderes nas conferências municipais de direitos das crianças, dos adolescentes e dos jovens, com foco na valorização, garantida, promoção e defesa de direitos; experiências e ações formativas dos grupos de adolescentes e jovens (PJM); reformas na chácara para atender melhor; integração com a PUCPR e o Centro Social Marista Irmão Beno, entre outros. Ser marista é compartilhar para multiplicar, compartilhar conhecimentos, vivências, trabalho, amor e justiça para multiplicar sabedorias, experiências, realizações, conquistas e direitos. Agradecemos a todos que participam desta história e sonhamos com um 2012 ainda melhor.



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Educa�

Educação Infantil

Água para todos Projeto dos alunos do Infantil 2C reforça a preocupação do Marista com a preservação dos recursos naturais

O

contexto histórico atual traz para sociedade muitos problemas que remete à população como um todo, em que a educação dos cidadãos é o ponto de partida para a superação de desafios gerados no próprio contexto cultural da vida das pessoas. Uma das temáticas que atualmente é pauta constante na mídia impressa e televisa é a Educação Ambiental, que traz em suas discussões as alterações diversas ocorridas em nosso meio ambiente e que prejudicam de forma considerável a vida dos homens na Terra. Diante disso, destacamos que o Colégio Marista sempre esteve preocupado em trabalhar temáticas que envolvem a vida de nossos alunos dentro e fora do ambiente escolar. O objetivo é fornecer subsídios às nossas crianças para lidar com situações sociais diversas e a partir de uma leitura crítica, transformar o meio em que vivem para a construção de um mundo melhor.


PROJETO ÁGUA O projeto se desenvolveu a partir do conhecimento prévio das crianças. Por meio de atividades de história, músicas, pinturas, desenhos, visualização de imagens diversas e brincadeiras, os alunos construíram conceitos sobre a importância que a água tem em nossas vidas e que a mesma é utilizada para suprir necessidades do dia-a-dia.

No decorrer do ano letivo, os alunos da Educação Infantil desenvolvem projetos de investigação, a fim de aprofundar seus conhecimentos de diversas áreas e relacioná-los com seu contexto de vida. De acordo com a discussão em pauta, destacamos o Projeto Água desenvolvido com as crianças do Infantil 2C – Professora Beatriz, em que a preocupação maior dos alunos, fora investigar a origem da água e como devemos mantê-la

com qualidade e preservá-la para consumo. O projeto se desenvolveu a partir do conhecimento prévio das crianças e por meio de atividades de história, músicas, pinturas, desenhos, visualização de imagens diversas e brincadeiras, os alunos construíram conceitos sobre a importância que a água tem em nossas vidas e que a mesma é utilizada para suprir necessidades do dia-a-dia.

As atividades realizadas pelas crianças foram expostas no corredor da escola, como forma de comunicar a toda comunidade escolar os conhecimentos adquiridos a respeito do assunto e a importância de nos educarmos para uma vida mais saudável em que o respeito com o meio ambiente, é condição necessária para a manutenção da vida no planeta. Clovis Lopes Junior é Assessor Psicopedagógico da Educação Infantil e Ensino Fundamental I


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Ser melhor

Um sonho atual Com fé em Deus e nas pessoas, Champagnat transforma a história de muita gente há 200 anos Por César Augusto Ribeiro

Q

uem diria que um menino interiorano semi-analfabeto, nascido num período de caos por causa de vários conflitos sociais (1789), seria o fundador de uma instituição de ensino que atende diariamente, com excelência educativa, mais de meio milhão de crianças e jovens de todos os segmentos? Seu segredo: ter fé em Deus e nas pessoas, trabalhar pelo que acredita, cativar parceiros com seu testemunho e sonhos, caminhar superando os contratempos que surgem e aperfeiçoar-se constantemente. Em 2011, a partir do trabalho realizado por diversos educadores, a equipe de pastoral também desenvolveu uma reflexão sobre a história de Marcelino e a atualização do seu legado. Muitos alunos ficaram admirados ao perceber que Champagnat não é alguém distante, é um ser humano mais próximo da realidade deles do que imaginam. Ele cresceu numa família com valores, passou por dificuldades na escola, aprendeu muitas habilidades práticas dos pais, cultivou amizades, delineou seu projeto de vida a partir de sua fé, teve sensibilidade solidária, cativou as pessoas e buscou fazer o seu melhor para mudar o mundo. O sonho e os valores de Marcelino ganharam novas rou-

pagens através dos quase 200 anos de existência da Rede Marista no mundo. E hoje se atualizam por meio da parceria entre os cinco mil Irmãos religiosos e os quarenta e cinco mil colaboradores. Na base de tudo estão alguns princípios fundamentais, como a formação integral do ser humano (mente, corpo, coração e espírito), a pedagogia que alia competência e afetividade (para educar é necessário amar), o bem comum e a ética cristã (formar bons cristãos e virtuosos cidadãos). No coração da proposta o Evangelho, a Fé e a Caridade Cristã alimentam o todo. Também surgem no horizonte da identidade e missão Marista alguns elementos inculturadores, que serão parâmetros de atualização e fidelidade nos próximos anos: a dignidade humana, a educação emancipadora, a espiritualidade, a alteridade, a solidariedade socioambiental, as dinâmica das infâncias e juventudes, os valores maristas e a catequese no seu sentido lato. Por isso e muito mais a Instituição fundada por Champagnat é válida para o mundo atual. Parabéns para todos que optam por ajudar este sonho a se tornar realidade e corresponder às necessidades fundamentais da sociedade. César Augusto Ribeiro é Coordenador de Pastoral



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Caleidoscópi�

Comemoração dos aprovados no VESTIBULAR de Inverno 2011 da UEM. Parabéns a todos!

Abertura das XXXIX OLIMPÍADAS Champagnat.

Alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I de Saci Pererê em ação do Projeto BIBLIOCONEXÕES.

PROJETO GRAFITE. As salas do 3º ano do Ensino Médio foram grafitadas por um profissional com base nos desenhos feitos pelos alunos para a disciplina de Arte.

O SHOW DE TALENTOS 2011 agitou o colégio no mês de julho.

O DIA DAS MÃES foi comemorado com atividades culturais, artísticas e esportivas. As mães participaram da matroginástica com seus filhos.

No RETORNO ÀS AULAS os alunos foram recepcionados com a apresentação do cover ofical do Michael Jackson.

Mais uma vez a tradicional FESTA JUNINA do Colégio Marista Maringá foi sucesso de participação dos alunos e da comunidade.


Destaque

Paula Moreno Zorman, aluna Marista

Mais que uma boa aluna Para Paula, participar das atividades extraclasse só aumentou seu amor pelo colégio.

Time de Futsal Feminino do Colégio Marista de Maringá

O

envolvimento dos alunos Maristas com o colégio está além do dia a dia em sala de aula. Encontramos alunos que participam ativamente das atividades extraclasse culturais, esportivas e pastorais. Aluna do 2º ano do Ensino Médio, estudando no colégio desde 1998, Paula Moreno Zorman é um desses exemplos. Não é preciso conversar muito tempo com ela para perceber em seus olhos o carinho e respeito que tem pelo Colégio Marista Maringá. Suas atitudes e envolvimento com as atividades extraclasse transparecerem a dedicação que tem com o Colégio. Paula participa ativamente da PJM – Pastoral Juvenil Marista, e afirma que é nesse momento que trabalha a sua espiritualidade e debate assuntos que a levam a pensar nas atitudes que tem em sua vida e como poderia mudar para ser uma pessoa melhor. Nos esportes, a aluna está envolvida com o time de Futsal Feminino. Participando desde a 4ª série, Paula conta que ela e suas amigas de sala sempre quiseram jogar futebol, mas só havia time a partir da 5ª série. A insistência em participar foi tanta que conseguiram montar uma equipe para a idade delas e desde esse dia não pararam mais de jogar. O reconhecimento vem em forma de vitórias nos campeonatos locais e regionais. E não para por aí. Em todas as Olimpíadas Champagnat, Paula participa jogando e nas demais atividades culturais e sociais. “É uma forma de trabalhar a coletividade, integrando a todos”, diz a aluna. O Colégio Marista é muito mais que uma escola, é um local de aprendizado para a vida. Ao ser questionada sobre o que faria caso tivesse que mudar de colégio, Paula afirma que não pensa nessa possibilidade e que não trocaria o Marista por nenhum lugar, pois pretende terminar seus estudos aqui.

Abertura das Olimpíadas Champagnat 2011

Participação na PJM

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Diz aí

Um mundo sustentável depende de nós

No mundo em que vivemos hoje, diante de tantos problemas, é difícil ser totalmente otimista em relação ao futuro, mas para continuar vivendo é preciso acreditar que o dia de amanhã será muito melhor e que muito do que foi feito poderá ser melhorado. Isto decorre da preocupação atual com a recuperação do meio ambiente danificado, buscando através da informação e ações concretas a sua recuperação. Minha geração tem uma responsabilidade muito grande, por que observa a busca incessante da geração de nossos pais em recuperar o que foi destruído, além é claro da nossa formação ecoprogressista, que busca o desenvolvimento sustentável.

Em relação ao futuro, eu sou bastante otimista. Acredito que as pessoas estão cada vez mais conscientes e interessadas em cuidar do nosso futuro e do futuro do planeta. Com o passar do tempo, percebemos que devemos nos preocupar com os cuidados que o mundo merece, para que possamos deixar um mundo sustentável para nossos filhos e netos. Acredito que a nossa geração é consciente em relação ao meio ambiente, e buscamos preservar e não poluir. Existem movimentos que incentivam a preservação da natureza, e grande parte deles são coordenados e integrados por jovens. Com isso, nós jovens colaboramos com nosso futuro e de todos.

Para acabar com os problemas ambientais precisamos de muito mais que economizar e reciclar. É necessário mudar nosso jeito de pensar, mudar a forma de consumir. Atualmente contribuímos para criar um sistema econômico totalmente insustentável, porque extraímos mais que podemos, industrializamos, liberando muita poluição, compramos o que não precisamos a um nível astronômico, alimentando o sistema e descartamos muitas vezes de forma errada. Mas o mundo muda, sociedades se adaptam. Basta observar a diferença das pessoas que viveram há 50, 20 ou 10 anos com as que vivem hoje. Apesar do desafio ser grande, o planeta contará com pessoas conscientes.

Isabella Campos de Oliveira é aluna do 3º ano do Ensino Médio

Juliana Borges Paulino é aluna do 1º ano do Ensino Médio

Vitor Mauricio Merlin Maschietto é aluno da 8ª série do Ensino Fundamental



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Educa�

Ensino Fundamental

Material elaborado pelos alunos do 4º ano B para o projeto

Ver e sentir Projetos como “Um pouquinho sobre slide” são fundamentais na educação ambiental dos alunos Por Clovis Lopes Junior

A

Educação Ambiental assume em nosso contexto histórico papel relevante nas discussões e reflexões abordadas pela mídia impressa e televisiva. Essa temática é muito trabalhada nas escolas, por entender que a educação é um instrumento de transmissão e preservação cultural. Compreender as situações que ocorrem ao nosso redor referente aos problemas que a natureza passa, é condição necessária para o desenvolvimento educativo dos indivíduos rumo à preservação ambiental para a manutenção da vida no planeta. É de conhecimento de todos que o homem estabelece relações com a natureza procurando transformála com o objetivo de atender suas necessidades. Nesse processo, atitudes são colocadas em prática provocando mudanças significativas no meio ambiente alterando consideravelmente a vida dos seres humanos.

A escola Marista, atenta ao contexto social, procurou por meio de um projeto intitulado “Um pouquinho sobre slide”, refletir sobre temáticas que influenciam direta ou indiretamente a vida de nossos estudantes e familiares. No caso específico do problema ambiental, o 4º ano B – da professora Sibele -, ao desenvolver um trabalho para estudar gêneros textuais, trouxe como temática para o estudo, o problema do desmatamento e poluição dos rios. Ao estudarem sobre histórias em quadrinhos, os alunos realizaram uma releitura do clássico Chapeuzinho Vermelho, em que a personagem principal, viaja para Amazonas para investigar como ocorre o desmatamento e a poluição dos rios daquela região, com o objetivo de pensar e sugerir soluções para a problemática ambiental por que passam os moradores do referido local. A partir desta

ação, os alunos construíram uma história em quadrinhos sobre o assunto abordado. Por meio deste trabalho, os estudantes desenvolveram a consciência de que, a preservação das matas e dos rios, é de grande importância para a vida humana. Os alunos, assim como a personagem da história, refletiram junto com a professora e sugeriram ações que poderiam ser tomadas para resolver o problema do meio ambiente. Diante do exposto, o Colégio Marista considera ações como essa, essenciais para o processo de educação ambiental dos seus alunos. A finalidade é compartilhar com toda a comunidade, conceitos internalizados acerca do assunto, com a intenção de provocar mudanças na sociedade para uma vida mais saudável e com qualidade.

Clovis Lopes Junior é Assessor Psicopedagógico da Educação Infantil e Ensino Fundamental I


Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil. Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária). As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!

O Kit do Aluno é composto de: • 6 livros • 1 DVD

0800 772 2300 central.atendimento@ftd.com.br www.ftd.com.br


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Educa�

Ensino Médio

Sua profissão é sustentável? Alunos mostram que estão conscientes de que a sustentabilidade é coisa séria Por Adriane Gisbert Maranho

D

Lorena Gonzales Donadon Leal e Gabriel Salgado de Morais

"A PROFISSÃO QUE ESCOLHI ESTÁ REALMENTE LIGADA COM TODAS AS IDEIAS DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE, POIS ESTÁ PRESENTE LÁ NO INÍCIO DA OBRA, ONDE OS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO SÃO ESCOLHIDOS” GABRIEL

e acordo com o dicionário Michaellis, a palavra sustentabilidade significa sustentável + idade, o que nos leva a pensar em coisas que devem se sustentar ao longo do tempo, como por exemplo, o meio ambiente. Sendo assim, transpondo isso ao mundo do trabalho, devemos pensar nas profissões sustentáveis. Agora a moda é verde! Será que os nossos jovens conhecem as profissões sustentáveis? Será que eles têm noção de qual a implicação da profissão verde no mercado de trabalho atual e futuro? Em conversa com dois dos nossos alunos que acabaram de passar no vestibular da UEM, na área da construção civil e moda, percebemos que estão "antenados " com as novas propostas mundiais de sustentabilidade. Gabriel Salgado de Morais, 18 anos, diz: "a profissão que escolhi (Engenharia de Produção Civil/ Construção Civil) está realmente ligada com todas as ideias de proteção ao meio ambiente, pois está presente lá no início da obra, onde os materiais de construção são escolhidos; por exemplo, a tinta sem solvente, um material que não provoque muita poeira e eliminação de resíduos tóxicos à natureza. Energias alternativas como o teto solar podem ser inseridos nessas

medidas que a minha futura área pode ajudar o meio ambiente, afinal o sol é um recurso natural. " Lorena Gonzales Donadon Leal, 16 anos, ao falar em moda enfatiza que é possível ser sustentável seguindo o que dita a moda. A aluna destaca que já existem várias empresas e marcas famosas que trabalham para garantir a sustentabilidade das mais diversas formas. "Também já é comum ouvir falar sobre roupas produzidas com garrafas PET. Pneus velhos podem virar sapatos, assim como outros materiais recicláveis. " Diante da fala dos nossos alunos, futuros profissionais, percebemos que eles estão, sim, conscientes de que a sustentabilidade é coisa séria e está diretamente relacionada com suas profissões. Ao fomentar a discussão sobre esse assunto com nossos alunos vestibulandos, sentimos a curiosidade de investigar se a nossa educação Marista também é verde. Para isso, procuramos alunos de séries fundamentais e perguntamos a eles se sabiam o significado da palavra sustentabilidade e como eles poderiam contribuir para um mundo melhor. O resultado foi muito legal, pois nossos alunos mostraram que estão por dentro do assunto.

Adriane Gisbert Maranho é Assistente Psicopedagógica Ensino Fundamental II e Ensino Médio


O QUE PODE VIRAR O QUÊ

“[...] NAS ESCOLAS, AVISAR OS ALUNOS SOBRE O MAL QUE O DESPERDÍCIO DE ÁGUA TRAZ PARA O FUTURO E COLOCAR LIXEIRAS RECICLÁVEIS PARA QUE ELES TENHAM MAIS CONSCIÊNCIA. " MURILO INCERT DIAS, 13 ANOS, 7ª SÉRIE C

“TEMOS QUE PENSAR NÃO SÓ NO TRABALHO QUE TEREMOS EM AJUDAR, MAS SIM NOS BENEFÍCIOS QUE TRARÁ PARA AS FUTURAS GERAÇÕES, DEIXANDO O PLANETA EM BOAS CONDIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DAS DIVERSAS FORMAS DE VIDA. "

Murilo Incert Dias, Carolina Piancó Gulla, Beatriz Andrade

CAROLINA PIANCÓ GULLA, 12 ANOS, 7ª SÉRIE B

"EU ACHO QUE UMA FORMA DE CONTRIBUIR PARA UM MUNDO SUSTENTÁVEL É CONSCIENTIZANDO AS PESSOAS DESDE PEQUENAS, POIS ASSIM ELAS VÃO CRESCER COM A IDEIA DE QUE A SUSTENTABILIDADE É CORRETA E QUE ELES TÊM QUE PENSAR NO FUTURO, NAS GERAÇÕES FUTURAS. " BEATRIZ ANDRADE, 13 ANOS, 7ª SÉRIE A


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Gente noss�

Tempos Felizes Levo meu filho ao “meu colégio” e desejando que ele possa ser tão feliz como eu fui Por Lígia Maria Bertoncelo

F

alar sobre minha passagem pelo Colégio Marista é muito fácil. Digo isso porque é sempre muito bom relembrar de tudo que um dia te fez feliz. Entrei para o Marista no ano de 1983, com cinco anos na época, e minha primeira professora chamava-se Silvia. Aliás, lembro do nome de todas as minhas professoras, da pré-escola ao final da antiga 4º série. Com o tempo fui construindo valores que me acompanham até hoje, como a minha devoção a Maria e a São Marcelino Champagnat, que são frutos de uma educação religiosa importante. Recordo-me com carinho da especial convivência com os Irmãos Maristas, o Irmão Pedrão e o saudoso e querido Irmão Virgílio, que nos tratavam como verdadeiros “filhos e filhas”, inclusive chamando nossa atenção quando necessário. As atividades extracurriculares, como as viagens para chácara e as Olimpíadas Maristas, eram momentos de muita união entre alunos, pais e professores. Lembro de envolver minha avó (já falecida) em um concurso do bolo com maior número de andares possível. Foi aí que executei meu primeiro “projeto” de engenharia, que acabou se tornando minha profissão hoje.

No Colégio Marista Maringá desenvolvi habilidades imprescindíveis como ler e interpretar textos, organizar e realizar planejamentos, que me auxiliam hoje na minha atividade profissional. Tudo isso, porque sempre fomos incentivados a exercer a liderança sem deixar de lado a responsabilidade social. Em 1993 tive um sério problema de saúde, e durante esse momento difícil da minha vida pude sentir de perto o carinho de professores e funcionários, que chegaram a me visitar em casa. Minhas amigas me passavam a matéria por “fax” (uma novidade na época) para que eu pudesse estudar em casa. Quando ouço falar que amigos são para sempre, hoje sei o que isso representa, pois sei que essas amizades cultivadas na época de colégio se tornaram minha família. E quando a saudade aperta, nos comunicamos por e-mail ou telefone. Enfim, hoje, quando entrego meu filho, todos os dias na Educação Infantil Marista, faço muito mais que levar um filho à escola. Levo meu filho ao “meu colégio”, na extensão da minha casa e desejando que ele possa ser tão feliz como eu fui.

Lígia Maria Bertoncelo, é engenheira civil e ex-aluna Marista Maringá



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Defesa

Campanha do Marista tem o apoio do Unicef e prevê dez iniciativas para contribuir com o direito ao brincar

E

ducadores concordam que o ato de brincar é uma das principais formas de expressão e atividade essencial das crianças. Assim, garantir espaço e tempo para que elas brinquem com os amigos, familiares ou sozinhas, é condição básica e fundamental para o seu desenvolvimento. Dentro da visão Marista de educar e formar cidadãos, as brincadeiras estimulam a criatividade nas crianças e contribuem para o desenvolvimento integral. O tempo legítimo do brincar está diretamente ligado à Infância, momento da vida no qual a fantasia, o faz de conta e o “era uma vez” ganham força. A Declaração Universal dos Direitos da Criança (aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1959), no artigo 7º, junto ao direito à Educação, enfatiza o direito ao brincar: Toda criança terá direito a brincar e a se divertir, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desse direito. Educadores, famílias e autoridades públicas devem se atentar e reconhecer nessa evidência social a responsabilidade de garantir espaços e

condições para que as crianças exerçam as linguagens da criatividade e da alegria vivenciadas pela prática do brincar. O brincar faz parte da essência da infância e o ato de brincar se faz presente desde o seu nascimento. Esse direito, uma das marcas inconfundíveis da criança cidadã, é sempre garantido nos espaços Maristas. Em nossa proposta socioeducativa, diariamente, os educadores organizam brinquedos e materiais não estruturados, como tecidos, potes, garrafas e caixas vazias, para as crianças inventarem suas brincadeiras. A Rede Marista de Solidariedade, mantém 27 Unidades Sociais em atividade nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. E é para fortalecer o direito ao brincar, que a Rede Marista de Solidariedade promove a Campanha pelo Direito ao Brincar, que tem por objetivo fomentar uma série de atividades envolvendo crianças, educadores e familiares na garantia desse direito. Desenvolvida com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a campanha


10 iniciativas para o Brincar

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Brincar é a essência de ser criança. Incentive a criança a brincar, em diferentes espaços, em todos os momentos. Brinque junto! Você vai aprender muito com ela. Brincar em um espaço adequado e seguro é um direito. As crianças têm direito a ter uma escola, um bairro e uma cidade apropriados para brincar, como está garantido no artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas. Brincar permite que a criança expresse as fantasias, desejos, imaginação e criatividade. Incentive a brincadeira espontânea, com materiais diversificados e alternativos, pois eles permitem a invenção de novas formas de brincar. Brinquedos comprados prontos podem limitar as possibilidades da criação e incentivar ao consumismo infantil. Brincar oportuniza à criança vivenciar a ludicidade, descobrir a si mesma, desenvolver suas potencialidades e habilidades, aprender a relacionar-se e construir identidade. Participe do brincar. Aproxime-se da cultura lúdica da criança. Interaja com ela na brincadeira. Isso a fará sentir-se segura, respeitada e amada.

é muito importante para as crianças com 5 Brincar deficiência.Incentive a criação de espaços acessíveis

Unidades Sociais que trabalham com Educação Infantil: • • • • • • •

Centros Sociais Maristas Itaquera, Irmão Justino e Robru, em São Paulo; Centro Social Marista Lar Feliz, em Santos; Centro Social Marista Santa Mônica, em Ponta Grossa; Centro Educacional Marista Curitiba; Centro Social Marista Champagnat, em Cascavel; Centro Social Marista Irmão Rivat, em Samambaia/Distrito Federal; Pró-Ação (Programa de Ação Comunitária e Ambiental) Irmã Eunice Benato, também em Curitiba; 1200 crianças atendidas nas unidades sociais. prevê a divulgação de dez iniciativas que devem ser consideradas por todos que se almejam contribuir para a efetivação deste direito. Crianças que brincam e vivem plenamente sua infância certamente terão uma vida mais saudável e feliz.

e materiais adequados para a interação, criação e expressão das crianças com deficiência com outras crianças. A riqueza dessa experiência contribui para o desenvolvimento de atitudes de valorização, acolhida e respeito às diferenças.

não é perder tempo! Respeite quando uma 6 Brincar criança estiver brincando. Ela precisa de concentração

e dedicação para construir a experiência do brincar. Se precisar interromper essa atividade, justifique sua atitude e combine o momento para a dar continuidade à brincadeira.

é uma forma de aprender princípios da 7 Brincar solidariedade e de colaboração. Promova a convivência

da criança com outras crianças e adultos, em atividades lúdicas que favoreçam o contato com a diversidade e a partilha. É uma forma de aprender com as diferenças e exercitar a solidariedade desde cedo.

possibilita a transmissão de tradições e da cultura 8 Brincar para as novas gerações. Proporcione para as crianças os encontros geracionais para vivências brincantes entre adultos e crianças: é uma possibilidade de integrar-se ao meio físico e cultural. Incentive brincadeiras entre meninos e meninas: essa atitude ensina a respeitar as diferenças.

ensina a cuidar do meio ambiente, a descobrir 9 Brincar como as coisas são feitas e a valorizar o que é simples.

Incentive a criação e o conserto de brinquedos. Materiais alternativos podem ser utilizados para fabricar brinquedos. A criança não precisa necessariamente de brinquedos sofisticados, mas de brinquedos desafiadores e interativos.

de corpo inteiro é substituir a televisão, o 10 Brincar computador e o videogame. Equilibre o tempo da criança, cuide para que o tempo da infância não seja tomado pelo consumismo e pela dedicação excessiva aos produtos eletrônicos. Incentive o brincar e a interação entre amigos.


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Como fazer

Dinheiro nรฃo dรก em รกrvore Como educar nossos filhos para um consumo consciente? Por Vivian de Albuquerque


É

de Angola, na África, que Cássia D’Aquino nos atende. O que ela faz por lá? Colabora na criação de um programa financeiro, coordenado pelo Banco Central Africano, como consultora do Governo Americano. Autora de artigos e livros sobre o tema, educadora, e uma das primeiras pessoas a usar o termo Educação Financeira em Português, ela fala com propriedade sobre o assunto. “Trabalho há 17 anos com escolas”, comenta. “E a preocupação com o consumismo faz muito sentido. É parte da educação financeira não apenas gastar menos do que se ganha, mas aprender a fazer escolhas, ponderar. A escola tem papel importante nisso tudo, não como fonte de informações financeiras, mas como preparadora das crianças para o desenvolvimento do espírito crítico com relação ao consumo, para que na vida adulta possam lidar melhor com isso.”

CÁSSIA D´AQUINO: “É PARTE DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA APRENDER A FAZER ESCOLHAS, PONDERAR”.

A FORÇA DO EXEMPLO Cássia explica que o passatempo dos filhos é observar pai e mãe. Observar inclusive como eles compram e pagam as coisas gostosas, coloridas e divertidas que ganham. Por isso não é de se surpreender quando eles pedem uma coisa e dizem aos pais frases como: “pai, paga com o cheque”, “pai, você não tem dinheiro agora? Então paga com o cartão.” Mas afinal, quando devemos falar com eles sobre esse assunto tão importante? “Quem decide o momento é a criança”, garante Cássia. “Mas é bom saber que é um momento que vai levar pelo menos vinte anos. Com dois anos, dois anos e oito meses, as

crianças já falam sobre isso naturalmente. Já demonstram que entenderam o que é o dinheiro e para o que ele serve: comprar as coisas coloridas, gostosas e divertidas, das quais elas tanto gostam. Por isso é preciso pensar numa forma didática de falar com elas. Ter clareza de que os pequenos são absurdamente ‘concretos’. Um caminho interessante é mostrar cédulas e moedas, fazendo com que eles usem lupas para achar os elementos de segurança. Falar que dinheiro é algo que não se deve molhar, rasgar ou estragar. Tudo isso é uma maneira de construir o edifício de 20 anos, mas na realidade delas.” NA ESCOLA A escola ajuda; em casa também se ensina, mas e quando há discordâncias entre pais e mães na relação com o dinheiro? Um permite e outro não. Um compra sempre presentes e outro “regula”... É preciso saber que as crianças são muito hábeis para descobrir como explorar um ou outro para conseguir o que querem. E grande parte das famílias vive o problema. Para Cássia, escola e pais têm de estar muito atentos sobre o que querem com a educação financeira de suas crianças. Simular um supermercado em sala de aula não é educação financeira. “A escola pode ajudar muito se trabalhar com elas, por exemplo, a crítica da publicidade. Se despertar o espírito crítico dos alunos, pensando em formas criativas de resolver problemas e também desejos. Eu quero muita coisa: um triplex em Paris, por exemplo. As crianças também querem. O fato de verem coisas


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Como fazer

na televisão e pedirem não faz delas consumistas. É preciso saber interpretar isso da forma correta”, destaca. COMO LIDAR Segundo Cássia, uma criança com menos de nove anos que consome demais, provavelmente enfrenta dificuldades emocionais. Quer chamar a atenção e faz isso através do consumo exagerado. Após os nove, começa a entrar nos chamados grupos sociais e, uma vez neles, quer os chamados “pontos de contato” – uma mochila de marca, um tênis, um celular. “Atendo pais que me dizem que a filha de quatro anos só usa roupas de determinada marca e que quando não usa fica muito irritada. O que costumo fazer é perguntar como ela vai ao shopping para comprá-las? De carro? Dirigindo? Antes dos nove anos, a criança normalmente mimetiza o comportamento dos próprios pais. Por isso outra frase comum é aquela ‘essa menina é consumista como a mãe’. Quando a criança pede, os pais atendem e confirmam o destino que eles mesmos previram. A única forma de prepará-las para o consumo consciente é com o desenvolvimento do espírito crítico e, principalmente, observando o nosso próprio comportamento de consumo, enquanto pais”, conclui. Mais informações no site www.educacaofinanceira.com.br.

10 Dicas para crescer na economia

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Ensine seu filho a distinguir as coisas que compramos porque “queremos” daquelas que “precisamos”. Desde cedo, faça seu filho entender a importância de não desperdiçar e cuidar do dinheiro. Ensine a criança a controlar o consumo por impulso, mostrando como elaborar uma lista de compras e obedecê-la no supermercado. Explique aos filhos qual é o seu trabalho. Isso ajudará a criança a estabelecer relação entre ganho de dinheiro e os limites de seu uso. Mostre as diferenças entre coisas “caras” e “baratas” em diferentes ambientes (padaria, farmácia, papelaria, etc.). Assuma as próprias deficiências com relação ao dinheiro. Use o bom senso e não dê lições de moral. Estimule a criança a participar do orçamento doméstico, incentivando-a a dar sugestões sobre modos de reduzir despesas. Dê mesada à criança. Isso irá ajudá-la a tomar decisões e fazer escolhas, mesmo que em pequena escala. Não sinta-se desanimado se a criança gastar todo o dinheiro da mesada. Cometer erros é normal e vai ensiná-la a evitar erros maiores no futuro. Reforce a ideia de que a responsabilidade social e a ética devem estar sempre presentes no ganho e no uso do dinheiro.

Extraído do livro Educação Financeira - 20 dicas para ajudar você a educar o seu filho, da educadora Cássia D’Aquino.


Firmes na fé A saga da Jornada Mundial da Juventude

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m interessante movimento incidiu sobre a Europa, no mês de agosto. Aproximadamente 2 milhões de pessoas do mundo inteiro deixaram o conforto de seus lares e os seus afazeres pessoais e profissionais, para migrarem até a Espanha, permanecendo por lá durante 2 semanas. A cidade espanhola de Madri foi palco da tão aguardada Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento organizado pela Igreja Católica, a cada dois ou três anos, e que é considerada uma grande festa da fé, composta por diferentes culturas, porém todas em consonância com Aquele que é caminho, verdade e vida: Jesus Cristo. Para se falar em JMJ, é preciso retornar à história de alguém que esteve muito à frente de seu tempo: o Papa João Paulo II. Já na década de 80, e percebendo a importância da relação entre juventude e Igreja, ousou elaborar um encontro que reunisse os jovens de todo o mundo, com a intenção de professarem a fé católica. Diversos países já tiveram a oportunidade de acolhê-la. Embora sua programação varie conforme as especificidades locais e as demandas de cada época, um fator é comum a elas: a presença do Papa, líder da Igreja Católica e sinal de união entre seus fiéis.

Motivados pela maravilhosa experiência vivenciada por seus 40 peregrinos na Jornada de 2008, na Austrália, os Maristas do Brasil organizaram-se para estarem presentes ainda em maior número na edição de Madri. Ao todo, 81 pessoas compuseram a delegação Marista do Brasil, sendo 68 membros da Província Marista do Brasil Centro-Sul, 6 da Província Marista do Brasil Centro-Norte, 6 da Província Marista do Rio Grande do Sul e 1 representante da União Marista do Brasil (UMBRASIL). Para que ela fosse aproveitada da melhor maneira possível, um grande processo preparatório foi realizado, com atividades locais, regionais, provinciais e nacionais. VIGÍLIA A vigília merece um destaque à parte: do inicial calor escaldante da tarde até a tempestade inesperada surgida no meio da noite, ela foi uma prova de resistência para toda e qualquer pessoa. No momento em que o Papa iria discursar à juventude, uma torrencial chuva fez com que todos fossem pegos de surpresa. Ao invés de se retirar para um local seco, o Pontífice resolveu permanecer no palco, alegando depois que “se os jovens poderiam ficar ali, ele também pode-

ria”. Durante a missa de envio, Bento XVI convocou a todos a colocarem Cristo no centro da vida, dizendo que o seguimento a Cristo só é possível com a inserção nas comunidades, a participação na Eucaristia, o sacramento do perdão e o cultivo da oração da Palavra de Deus. Brasil! Coroando o encerramento da Jornada Mundial, o Papa anunciou que a próxima edição acontecerá na cidade do Rio de Janeiro, em 2013. Uma grande festa tomou conta dos corações brasileiros, que, enquanto agitavam fervorosamente suas bandeiras, já conseguiam imaginar aquela grande massa juvenil celebrando em terras brasileiras. Ao retornarem ao Brasil, além das roupas sujas e dos souvenires espanhóis, sentimentos de alegria, responsabilidade em levar a missão adiante e certa nostalgia quase causaram excesso de peso na bagagem dos peregrinos. Quase! Felizmente, o avião conseguiu comportar os 81 corações Maristas repletos de sonhos, carregados de esperança, edificados em Cristo e mais firmes do que nunca na fé. Setor Provincial de Pastoral


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Turma do Infinito Ex-aluno Marista, Raí lança livro sobre valores Por Sandra Santos

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epois de tornar conhecido internacionalmente seu trabalho social com crianças na Fundação Gol de Letra, o ex-jogador Raí se aventura pelo mundo da literatura. O livro “Turma do Infinito” marca sua estreia como autor de literatura infantojuvenil. Nesta entrevista exclusiva para a Revista Em Família, o craque conta um pouco sobre o livro e como o Marista fez a diferença na sua vida. Como surgiu a ideia de escrever o livro? A inspiração nasceu após ler uma redação escrita por minha neta, Naira, de 12 anos. O livro trata de espiritualidade, de solidariedade. É uma coisa antiga que eu tenho comigo. A criança nasce pensando que é o centro das atenções e depois ela descobre que não é bem assim. Precisa aprender a compartilhar e a ter interesses comuns. O ser humano tem tendência a ser individualista. Então, esse livro tem a proposta de pensar em um mundo melhor juntos. De onde vieram esses valores tratados no livro? Valores fortes, tanto em casa como na escola, marcaram minha infância saudável de interior. Posso dizer que o colégio Marista é o segundo fator

mais importante da minha formação. Estudei lá desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Só saí quando fui para a Faculdade. O Marista sempre incentivou questões lúdicas, música, arte e esportes. Isso também ajudou muito na minha carreira. Eu passava quase todo o dia no colégio; participava da banda, do time de basquete e de futebol. Posso dizer que o meu primeiro time de futebol foi o do Marista. Um dos momentos mais marcantes no Colégio? Eu devia ter entre 9 e 10 anos, foi quando perguntei a um irmão o que era pecado. Ele me respondeu: “pecado é aquilo que você sabe que está errado mas você insiste em fazer”. Foi uma resposta diferente daquela que eu esperava. Não foi uma resposta religiosa, foi para a vida. Só depois de algum tempo é que fui entender realmente o que ele quis dizer. Isso me marcou muito. Relembrando seu tempo de criança, que mensagem você deixa aos alunos maristas? Que sejam curiosos em relação às questões da vida, dos valores. Que encarem sempre o aprendizado dentro de casa, na escola, como crescimento pessoal.

TURMA DO INFINITO, Editora Cosac Naify O livro conta a história de quatro crianças que se conhecem na escola e percebem que juntas podem fazer a diferença no mundo ao seu redor.


Prateleira ADOLESCENTES: QUEM AMA, EDUCA! Içami Tiba Editora Integrare Não está nada fácil para os pais e educadores lidarem com os adolescentes de hoje, muito mais informatizados, globalizados e independentes que os do passado, mesmo recente. Adolescentes precoces (tweens) e tardios (caronas) são produtos dessa galopante evolução tecnológica e social. A educação dos filhos é um projeto de vida com a finalidade de prepará-los para a ética e a felicidade, a autonomia comportamental e a independência financeira. QUEM INDICA: Mário José Pykocz, Diretor Educacional do Colégio Marista Paranaense

QUAL É A TUA OBRA? Mário Sergio Cortella Editora Vozes Depois do sucesso de "Não Nascemos Prontos" e "Não espere pelo epitáfio", Mário Sergio Cortella publica um texto envolvente sobre as inquietações do mundo corporativo. Neste livro o autor desmistifica conceitos e pré-conceitos, e define o líder espiritualizado, como aquele que reconhece a própria obra e é capaz de edificá-la, buscando incessantemente o significado das coisas. QUEM INDICA: Tânia Serafim Búrigo , Diretora Educacional do Colégio Marista de Cascavel

A CARTA DA TERRA A Carta da Terra é um documento que traz um conjunto de princípios e valores que nortearão a construção de uma sociedade global mais justa, sustentável e pacífica. Transformado em vídeo, ganha acesso ao público maior em várias versões. QUEM INDICA: Ana Lúcia Souto, Assessora Educacional da DERC – Diretoria Executiva da Rede de Colégios da PMBCS


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Solidariedade

Você faz parte desta história Conheça o trabalho da Rede Marista de Solidariedade na promoção e defesa dos direitos de crianças e jovens “Minha trajetória no Centro Social Marista Ecológica foi muito boa. No primeiro dia de aula a primeira impressão que tive foi: Que escola bonita! Mas, a partir daí, eu percebi que não era só uma escola bonita, e sim uma escola que se preocupava ao máximo com seus alunos. Como era essa preocupação? Quando a gente precisava de ajuda em algumas matérias, sempre tinha alguém pra nos auxiliar, tirar nossas dúvidas, e a equipe pedagógica é maravilhosa! (...). Mas a gente não aprendeu só história, geografia etc. Aprendemos também a filosofia marista, os valores, competências, que, com certeza nos preparou para enfrentar a sociedade. Com nossas habilidades adquiridas, com nossos valores, vamos exercer na sociedade uma solidariedade, uma amizade, que com certeza vamos levar para o resto da vida.”

Estados de atuação da Rede Marista de Solidariedade

DF

GO

MS SP

PR DF: 1 Centro Social;

SC

MS: 1 Centro Social; SP: 7 Centros Sociais; PR: 7 Centros Educacionais e Sociais, 4 ProAção e 1 Centro de Defesa; SC: 7 Centros Sociais.


Quem conta essa experiência é Matheus Henrique Alves, ex-aluno do Centro Social Marista Ecológica, em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, Paraná. Hoje, Matheus já terminou o Ensino Fundamental, mas continua ligado ao Marista. Por meio de um projeto em parceria com a organização internacional King Baudouin Foundation, ele recebe uma bolsa de estudos para dar continuidade à sua trajetória de estudante. Histórias parecidas acontecem em diversos espaços onde atua a Rede Marista de Solidariedade, seja nas capitais como Curitiba, São Paulo, Florianópolis, Brasília, ou em cidades das regiões metropolitanas e do interior dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. O comprometimento do Marista com as crianças e jovens está expresso no depoimento de Matheus. A proposta social e educativa prioriza a qualidade do aprendizado e as relações huma-

Educação Infantil

Biblioteca Interativa

nas. Para que isso aconteça no dia a dia, a Rede Marista de Solidariedade investe na formação dos profissionais e na produção e socialização do conhecimento, com vistas a favorecer processos de participação infantil e juvenil, o envolvimento da família e a cidadania, para a geração de oportunidades e vivência da solidariedade. A PROMOÇÃO DOS DIREITOS A Rede Marista de Solidariedade atua na promoção dos direitos das crianças e jovens, oportunizando acesso à educação de qualidade, seja na educação infantil, no ensino fundamental, na qualificação profissional, no apoio socioeducativo (oficinas de arte educação desenvolvidos no contraturno escolar), ou por meio de projetos da Biblioteca Interativa e ações voltadas para as famílias. São 23 Centros Educacionais e Sociais Maristas e 4 Programas de Ação Comunitária e Ambiental (ProAção), oportunizando o atendi-

Qualificação Profissional

Atendimento indireto 216 mil adolescentes, jovens e famílias

Apoio Socioeducativo Orientação Sociofamiliar e Socioeconomia Solidária

Ensino Fundamental Vida Feliz

Atendimento direto 10,5 mil adolescentes, jovens e famílias.


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Solidariedade

mento direto às crianças e jovens. Em outras frentes de atuação Marista, como na universidade e nos colégios, a promoção se efetiva por meio das bolsas de estudo. A DEFESA DOS DIREITOS A Rede Marista de Solidariedade atua na defesa dos direitos das crianças e jovens, ou seja, busca dar visibilidade às situações de violação desses direitos. Exemplo disso é o Centro Marista de Defesa da Infância, que desenvolve projetos com foco no controle social, produzindo informações sobre as realidades das crianças e jovens do Paraná, divulgando-as e realizando capacitações dos agentes que trabalham com esse público. Além disso, a rede desenvolve projetos de advocacy. A partir de suas práticas, avalia e sistematiza seus conhecimentos, participa e fortalece redes das áreas da educação, assistência social e direitos, desenvolve campanhas e busca incidir nas políticas públicas.

Para isso, participa de conselhos e fóruns municipais, estaduais e nacionais, com o objetivo de contribuir para mudanças que propiciem a crianças e jovens o exercício de seus direitos. PRESENÇA SOLIDÁRIA MUNDIAL A Rede Marista de Solidariedade compartilha das diretrizes da Fundação Marista para a Solidariedade Internacional (FMSI), que possui o status de organização consultiva das Nações Unidas (ONU). Por meio do FMSI, a Rede Marista de Solidariedade contribui com subsídios aos temas pautados pela ONU. REDE MARISTA DE COLÉGIOS E PARCEIROS Em quase todas as cidades onde há um Colégio Marista, existe também um Centro Educacional e Social. Parte da receita gerada pelos colégios por meio das mensalidades é aplicada na Rede Marista de Solidariedade. Além disso, a rede de colégios e rede de solidarieda-

de realizam ações em parceria no campo educacional e campanhas que contribuem para a promoção e defesa dos direitos de todas as crianças e jovens. Além dos recursos provenientes das mensalidades para potencializar e inovar projetos, a rede conta com parcerias com empresas, organizações da sociedade civil, Poder Público e pessoas físicas. VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL POR ISSO As transformações promovidas por educadores, crianças e jovens que integram a Rede Marista de Solidariedade geram protagonismo, oportunidade e solidariedade. Você, pai e mãe de aluno ou aluna dos colégios Maristas, também fomenta e favorece essas transformações. Acesse www.solmarista.org.br e conheça os projetos maristas de solidariedade.


Essência

Herdeiros de um sonho

Ir. Franki destaca que, Irmãos, colaboradores e leigos, somos todos corresponsáveis pela obra iniciada por Champagnat

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ransformar a realidade a partir do que há de melhor nos corações e mentes das pessoas comprometidas com os valores humano-cristãos. Foi com esta missão em vista que os Maristas deram início a uma história que agora se aproxima dos 200 anos. Em 1817, Marcelino Champagnat fundava o Instituto Marista. Um visionário para a época, ele já tinha a certeza de que seria um árduo, mas gratificante trabalho. Os resultados de tanta dedicação ao longo de toda a sua vida hoje estão distribuídos pelo mundo e, como não poderia deixar de ser, em várias regiões do Brasil.

O País responde por 32% da presença Marista no mundo, atuando nas áreas de educação, saúde, solidariedade e comunicação. Leigos, colaboradores e Irmãos, são mais de 24 mil pessoas, que atuam como herdeiros de um sonho, o sonho de Champagnat, atendendo a mais de 200 mil crianças, adolescentes e jovens. “Viver isso é estar em total conexão com o sonho”, explica Ir. Franki Kleberson Kucher, Diretor do Setor de Comunicação e Imagem Institucional da Província Marista do Brasil Centro-Sul, em um bate-papo com a Revista Em Família. Confira a seguir alguns trechos dessa conversa. CONECTADOS COM O SONHO É como se fosse a experiência do primeiro amor de nossas vidas, o tempo passa, mas você não a esque-

ce. Seria como um ponto de partida, que te apaixona, move e dá sentido a tudo o que você faz. Quando você se perde ou, por vezes, perverte o sonho, você precisa voltar e focar novamente os seus esforços para a perpetuidade. Champagnat sonhou infâncias e juventudes cidadãs, pro-tagonistas e felizes; não podemos traí-lo – temos de dar continuidade a obra por ele iniciada. PORTA-VOZES DA MENSAGEM MARISTA Nossos esforços caminham no sentido de encantar pessoas para compartir dos mesmos propósitos. Esse princípio da transparência requer cuidados apurados para que sejamos fidedignos à causa Maris-ta sonhada por São Marcelino. Por meio da comunicação, traduzimos e ressignificamos para nossos diver-

sos públicos de relacionamento o que nos identifica enquanto continuadores desse legado. Em todas as nossas frentes apostólicas, somos portadores e porta-vozes da mensagem Marista. SOMOS CORRESPONSÁVEIS NA MISSÃO No meu entendimento, o sonho de Champagnat é um projeto de Humanidade. São corações ao alto, em total sintonia com a dádiva divina; e corações nas mãos, em disposição de oferta do melhor que podemos dar. Ser herdeiro é sentir-se parte e corresponsável pela construção desta obra de Deus, cuja necessidade ainda é premente em nossas realidades. Temos muito o que fazer para que o sonho continue lindo, encantador e transformador. Corações nas mãos, então.

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Inspiração

SUPERSEIDI Para ele, superação é uma tarefa diária Por Kely Cristine de Souza

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illian Seide Arake, o Seidi, como é conhecido e gosta de ser chamado pelos amigos e professores do Colégio Marista de Cascavel, é aluno Marista desde 2006. Hoje, com 10 anos, está no 5º ano do ensino fundamental. “Quando eu cheguei no Marista ninguém me conhecia, mas eu não fiquei com medo não. Hoje todo mundo aqui no colégio me conhece”, explica. Com nove meses de idade, Seidi teve o diagnóstico do neurologista de paralisia cerebral. O médico relatou à família que ele poderia apresentar uma deficiência mental, não falar e não andar. A partir desse diagnóstico foi iniciado um longo e contínuo tratamento multidisciplinar que dura até hoje. Para alegria de todos, Seidi se desenvolveu e continua em pleno desenvolvimento, superando a cada dia as dificuldades que aparecem. Embora possua dificuldade para se locomover, é uma criança como qualquer outra, adora

brincar, correr e se divertir. “Eu não consigo jogar futebol com meus amigos, então às vezes eles jogam basquete comigo, porque eu aprendi esse jogo. Na sala, durante as atividades, eu sempre me atraso para copiar e fazer as atividades, mas os meus amigos e as minhas professoras me ajudam e eu consigo terminar”, conta. O Colégio Marista de Cascavel realiza um evento esportivo todos os anos, a OLIMAR, onde as crianças competem em diferentes atividades, e Seidi é um dos orgulhosos participantes: “Eu me sinto muito feliz na

OLIMAR porque tem várias competições e todos os pais e as mães vêm torcer para os filhos. Eu também gosto muito de ganhar a medalha de participação. Eu não sou muito bom em alguns esportes, mas eu gosto de participar mesmo assim, porque todo mundo torce por mim." No último mês de julho, Seidi foi ao estado de Minas Gerais para realizar um novo exame em virtude de sua dificuldade visual e foi diagnosticado que ele possui a SINDROME DE IRLEN, que é caracterizada por sintomas de pressão nos olhos, dores de cabeça e distorção da imagem durante a leitura. A família dele já providenciou um óculos que foi enviado aos Estados Unidos para receber um tratamento especial nas lentes e permitir que ele possa superar mais essa dificuldade. Além disso, ele precisa ir pelo menos uma vez ao ano até Curitiba para fazer aplicação de botox nas pernas para que consiga movimentá-las. A escola é muito importante para qualquer criança, mas é ainda mais importante para a criança com deficiência. É na escola que a criança aprende a confiar em si mesma, percebendo que é capaz de realizar a maioria das atividades, mesmo levando um pouco mais de tempo.

Kely Cristine de Souza é assistente de marketing do Marista de Cascavel



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Diversão

Brincando juntos

Ensinamos uma experiência que você pode compartilhar em família. Garantia de diversão!

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m tempos de tantas mudanças virtuais, fica cada vez mais difícil acompanhar nossos filhos. Muitas vezes lembramos que, na “nossa época”, as famílias passavam mais tempo juntas porque ainda podiam participar dos jogos e brincadeiras das crianças. Hoje, ao tentar levá-las a uma das nossas brincadeiras, passamos por “antiquados”. Até mesmo ouvimos que é “chato” ou que “não tem graça”. Eles gostam de transformar, mudar, criar e recriar mundos fictícios, avatares, entre outros. Pensando nisso e nas dificuldades com os jogos preferidos dos nossos filhos, acabamos buscando na memória experiências ou brincadeiras que conhecemos e que possam despertar o interesse deles. Neste novo espaço da Revista Em Família, apresentaremos algumas atividades que podemos fazer junto com nossos filhos. Serão experiências ou jogos que fazíamos quando tínhamos a idade deles, proporcionando um momento de integração familiar e com muita diversão, é claro. A receita é básica e todos os materiais podem ser comprados em mercados ou farmácias. Esperamos que tenham gostado da nossa dica. Até a próxima!

CRIANDO CRISTAIS Estamos vivenciando nos colégios o Ano Internacional da Química. Com isso, tiramos do “baú” uma interessante experiência de transformação. Afinal, vamos ver quem consegue transformar pedras comuns em cristais? Vamos à receita para que vocês vivam juntos esta experiência: 10g de sulfato duplo de alumínio e potássio (alume); Um copo de vidro; Um palito de sorvete (limpo); Água morna; Linha; Pedrinhas pequenas e irregulares. Método: lave as pedras cuidadosamente em água corrente. Coloque no copo água morna suficiente para cobrir as pedras (mais ou menos 1/3 do copo). Junte o alume e mexa com o palito até o produto parar de se dissolver facilmente. Podem sobrar alguns grãos no fundo. Coloque as pedras no copo ou amarre como na figura. Você pode acrescentar corante e criar cristais coloridos.


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