Especial Noronha

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NO RO NHESE Prepare-se para uma viagem de sonho. Conferimos um dos destinos mais exclusivos do Brasil e entendemos porque Fernando de Noronha tem muito mais que turistas, tem fĂŁs Por LUIS CARNEIRO

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Pequena gigante

Graças a seu tamanho diminuto, a principal ilha de Noronha, a única habitada (são três mil moradores), pode ser exaustivamente explorada. Para um primeiro reconhecimento do espaço, o mais indicado é embarcar no Ilhatour, passeio feito de bugue ou veículo 4×4 que dá aquela boa noção de onde fica cada atração. No quesito faixas de areias, as estrelas do roteiro são as que moram em nossa memória de tanto que aparecem em guias turísticos: a Baía dos Porcos e a Praia do Sancho. A primeira, vista do topo do mirante que pega seu nome emprestado, causa uma certa confusão na cabeça por conta do degradê de tons do mar. Uma panorâmica embelezada ainda mais pela presença do famoso Morro Dois Irmãos.

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Sancho, a mais bonita

A vizinha Praia do Sancho também tem um mirante para chamar de seu. Para se chegar a ele é preciso pagar a taxa de R$ 89 (dá direito a visitas durante dez dias corridos) da EcoNoronha, que administra a área do Parque Nacional Marinho — há dois anos a concessionária instalou um posto de informação e trilhas que permitem o acesso de cadeirantes. Dali, o que se vê é um equilíbrio entre areia clara e mar límpido apoiado em altas falésias, cujas árvores servem de morada para aves de todas as espécies. Tal combinação rende ao Sancho um lugar cativo nos rankings das praias mais bonitas do País e uma das mais bonitas do mundo.

escritora curitibana Bettina Muradás descreveu muito bem Fernando de Noronha. Para ela, “a ilha guarda uma beleza escondida que se mostra para aqueles que desafiam a sua rusticidade. Percorridas as estradas esburacadas com o vento no rosto, as praias são um presente da Natureza! Não se trata de turismo fácil, mas sim de conquista e encantamento”. Ela conheceu a ilha há 12 anos e desde lá já foi seis vezes para lá. Sim, conhecer Noronha é para poucos. A entrada controlada de turistas — permite-se o desembarque de um número limitado de visitantes e cobrase uma taxa diária de preservação ambiental — é fundamental para a conservação de suas atrações tanto fora, como mirantes e trilhas, quanto dentro d’água, como a rica fauna marinha. O acesso restrito também ajuda a compor a ideia de exclusividade. Fernando de Noronha tem o mais belo conjunto de praias do Brasil. Não é pouco, principalmente quando se trata de um país com mais de 7 000

km de litoral. Aqui, tudo é superlativo e contrasta com o tamanho da sua ilha principal — são 21, no total —, com poucos 16 quilômetros quadrados de área. Para onde quer que se vá, sempre a partir da segunda menor rodovia federal do País (com 7km de extensão, perde apenas para a que passa pela cidade paulista de Aparecida), a ilha prova seu potencial. Prepare-se, também, para uma viagem nada econômica. A maioria das pousadas da ilha tem pouco conforto e preços altos, assim como os pratos mais básicos dos restaurantes, e as taxas ambiental e do Parque Nacional Marinho também aumentam essa conta. Mas pode ter certeza: não é disso que você vai se lembrar ao entrar no avião, quando voltar para casa. As águas límpidas, de um verde-esmeralda único, as areias finas e clarinhas, a vegetação exuberante, a imponência do Morro do Pico e os tão fotografáveis Dois Irmãos. Uma sequência de belezas naturais protagonizando cenários paradisíacos.

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O agito está no meio

Com quiosque pé na areia e guarda-sóis espalhados à beira-mar, algo raro em Noronha, a Praia do Cachorro é a mais familiar. Sua fama, porém, vem do bar homônimo, instalado no topo do paredão da praia, já na Vila dos Remédios, espécie de centrinho do arquipélago, que concentra restaurantes e lojinhas. Sinônimo de balada na ilha, o bar é destino de visitantes e moradores à noite. O forró faz das quartas e sextas-feiras os dias de casa cheia. Outras noitadas são organizadas no gramado do Museu do Tubarão, que se encarrega do papel de educar crianças e adultos sobre o animal que frequenta as praias locais. Um dos melhores lugares de Noronha para assistir ao por do sol, com visual privilegiada do Morro do Pico e Praia da Conceição, o Bar do Meio reúne o que há de melhor na ilha: gastronomia, boa música e drinks exclusivos.

Sunset

Além da beleza natural de tirar o fôlego, gostei muito da energia da ilha, do espírito de preservação que as pessoas têm com a natureza e da simplicidade da vida por lá! Me encantei com tudo! Praia do Leão, meio que deserta, com uma paisagem impressionante. E também assistir ao pôr do sol no Bar do Meio, um espetáculo! Tângria Pavesi, empresária

Tângria e o marido com Zul Noronha, mascote da pousada Casa Luz

Mergulhando num aquário

Nunca havia pensado em mergulhar com cilindro, mas diante das belezas naturais de Fernando de Noronha resolvi vencer o medo. O resultado foi uma das melhores experiências da minha vida, assistindo de perto o espetáculo dos peixes multicoloridos passando por mim com a maior naturalidade. Vale destacar a atenção e o profissionalismo da equipe da operadora de mergulho Águas Claras, que durante o mergulho de batismo fica o tempo todo atenta para garantir a melhor experiência. Portanto, fica a dica: se for a Noronha, procure os instrutores e divirta-se! Ellen Nogueira, Diretora da VIVER Curitiba

DE BARCO

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O Porto é também ponto de partida de outros passeios, como o tour de barco tradicional. Se a grana permitir, invista no barco Maria Bonita, uma passeio inesquecível com vista das praias. Saindo do Porto Santo Antonio, passando pelas praias do Mar de Dentro, como Conceição, Praia do Meio, Cacimba, Morro Dois Irmãos, Baía dos Porco, chegando até o outro extremo, a Ponta da Sapata, a visão do mar para a terra é deslumbrante, com um almoço inesquecível com peixe fresquinho, assado e servido ancorado na Baía do Sancho.


NO LUgAR CERtO Em 2016 fui pela primeira vez para Noronha para passear com um grupo de amigos. Eu estava bem em curitiba, trabalhando com fotografia, mas naqueles nove dias senti uma energia muito boa e em determinado momento da viagem comecei a pensar em morar lá, a viver um novo ciclo. Fiz alguns contatos com amigos que moravam na ilha, voltei, me organizei, e em menos de um mês tudo deu certo e fui trabalhar na Pousada Maria Bonita. Desde que eu cheguei parecia que eu estava voltando para casa. Morar na Ilha não é fácil, mas me senti muito acolhida. hoje eu digo que Noronha é meu mar doce lar. O estilo de vida que eu levo é muito bom. Faço tudo a pé ou de bicicleta, tenho mar no quintal de casa e me permito viver a ilha de uma forma simples. Isso me traz paz e felicidade. É a certeza de que estou onde eu deveria estar.

PERCORRIDAS AS ESTRADAS ESBURACADAS COM O VENTO NO ROSTO, AS PRAIAS SÃO UM PRESENTE DA NATUREZA! NÃO SE TRATA DE TURISMO FÁCIL, MAS SIM DE CONQUISTA E ENCANTAMENTO.” BETTINA MURADÁS”

Carol sÁBio, fotógrafa

manual de soBrevivÊnCia

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A ilha possui uma única linha de ônibus, que vai dos extremos Praia do Porto ao Sueste. Ela funciona das 7h às 23h e o bilhete custa r$ 3.

há voos para Fernando de Noronha partindo de Natal e recife – a viagem leva aproximadamente 1h20.

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Para contar com um veículo próprio, há bugues para serem alugados por r$ 250 o dia; bicicletas têm diárias de r$ 20; e bikes elétricas saem por r$ 25, por 12 hora.

Na chegada, você evita uma fila razoável se já tiver pago a taxa ambiental obrigatória pela internet (r$ 48,20 por dia; no site oficial). hotéis e pousadas oferecem traslado grátis a partir do aeroporto.

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As diárias ficam mais baratas entre março e junho, quando chove mais (o que não costuma atrapalhar os passeios). Entre setembro e outubro, o mar é perfeito para mergulhos. E, de dezembro a fevereiro, as ondas favorecem os surfistas. Para quem não dispensa uma lojinha, o O Pico é o destino certo. há uma parede inteira com xilogravuras de J. Borges feitas especialmente para Fernando de Noronha – as figuras estão à venda, assim como algumas peças de artesanato e decoração. também tem loja de roupas, café e restaurante.

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Sabores da ilha Chef Auricélio Romão e as delícias do Cacimba Bistrô

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Com ótimos endereços gastronômicos, Noronha reforça o título de destino completo

eus restaurantes, espalhados de Leste a Oeste da ilha principal, servem pratos criativos, em que as estrelas são os pescados e os frutos do mar. Porém, como quase tudo por lá, comer bem é caro. Explica-se: somente algumas frutas e verduras são provenientes de suas terras, os demais insumos chegam de barco via Recife ou Natal (são mais de 30 horas de viagem) ou de avião, o que inflaciona desde o preço da água até o da refeição. Nome de destaque na ilha, o chef potiguar Auricélio Romão conta com o Cacimba Bistrô, com ambiente informal e decoração que privilegia a cultura nordestina. Ele recebeu a VIVER Curitiba com uma sequência de pratos deliciosos

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e a simpatia, sua marca registrada. Antes de empreender, Auricélio trabalhou na cozinha de outro ícone noronhense, a Pousada Zé Maria. Seu restaurante promove, às quartas e aos sábados, o Festival Gastronômico Zé Maria, em que o anfitrião faz questão de apresentar os sabores expostos na farta mesa, como ceviches, sushis, paellas e pratos feitos com peixes locais, como a arabaiana e a cioba. Para um jantar mais aconchegante há o Corveta prepara receitas que primam pelo sabor e pela apresentação. E ainda conhecemos a Pizzaria Forno Noronha, a única da ilha com um legítimo forno a lenha.


Conexão

Curitiba Noronha

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O chef Celso Freire tem muitas histórias para contar da ilha

Top da gastronomia da Ilha

Voce tem grandes amigos em Fernando de Noronha? São muitos! Isso tudo começou há mais ou menos 14 anos quando fui a Noronha pela primeira vez com meu amigo Paulo Fatuch, sócio da pousada Zé Maria. A Ilha inspira sua culinária? De que maneira? O “improviso” é a cozinha da ilha. A dificuldade no fornecimento dos produtos nos faz aproveitar ao máximo o que temos de fresco e a disposição. A famosa galinhada do Zé Maria é curitibana? A primeira edição foi em “família”, seis frangos com farofa na praia do Sancho. E como diz meu grande amigo Zé Maria, “a festa mais democrática da ilha”, organizada pela sua pousada, cresceu muito! Na edição de 2018, foram cerca de 2 mil pessoas, 500kg de frango, 70kg de farinha de mandioca, 15kg de manteiga, 15kg de alcaparras, 20kg de cebola, 400 ovos... A alegria de servir, ao lado do Zé, individualmente todas essas pessoas é indiscritível!

por Bruno Gagliasso

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O Festival Gastronômico no Restaurante do Zé Maria é clássico da ilha e uma excelente pedida às quartas e aos sábados

almoço no Barco Maria Bonita 2 Um em frente para a Praia do Sancho no Palhoça da Colina, 3 Bate-papo com mesa comunitária Bistrô com as delícias do 4 Cacimba Chef Auricélio Romão

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É bonita, é bonita e é bonita A pousada mais famosa do mundo fica em Noronha e é assinada por uma curitibana Por LUIS CARNEIRO

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ão mais de 800 mil de seguidores no Instagram. Onze quartos e a maior concentração de estrelas por metro quadrado. Só em dezembro passaram por lá a top model Izabel Goulart e seu marido Kevin Trapp, goleiro do Paris Saint Germain, as atrizes Fernanda Paes Leme e Giovanna Lancelotti e a blogueira Camila Coelho, entre outras. É literalmente a casa de Bruno Gagliasso e Gio Ewbank em Noronha. E como se isso não bastasse, na virada desse ano foi o cenário do reencontro de Neymar e Bruna Marquezine. Estivemos na Pousada Maria Bonita com a arquiteta curitibana Angela Chinasso, que assinou o elogiado projeto de interiores com estilo rústico contemporâneo. O lugar respira brasilidade e valoriza a essência e a cultura simples do Nordeste. “Essa mistura dá à pousada um jeito despretensioso de bem morar com design e conforto”, conta Angela. Não é por acaso que o ator Bruno Gagliasso, um dos sócios do empreendimento, é o maior garoto propaganda da pousada. “Sou apaixonado por Noronha e aqui na Maria Bonita me sinto em casa para receber os amigos”, destaca. De acordo com a arquiteta, o principal objetivo do projeto foi criar uma atmosfera de refúgio, um lugar para

descansar. “Buscamos nos ater ao essencial, ao que se integrasse perfeitamente à natureza, sem em momento algum competir com as maravilhas do paraíso que a cerca que é Fernando de Noronha”. A maior curiosidade deste projeto é que foi feito com fornecedores de Curitiba em quase sua totalidade. Dos móveis Artefacto aos tampos de madeira da Boulle, tudo contou com os fornecedores de confiança capazes de responder aos desafios de uma obra a 400 quilômetros da costa de Recife. Para Nelson Calcagnotto, diretor da Florense, a montagem da cozinha e dos quartos foi um exercício de logística. “Ficamos muito felizes por participar deste projeto sobretudo por que sinaliza a qualidade não apenas dos nossos produtos, mas principalmente nosso comprometimento com a excelência na entrega”, conta. “Conciliar tudo isso às particularidades que a hotelaria da ilha requer, o acesso restrito e a preocupação com a manutenção, com certeza foi um grande desafio”, explica a arquiteta. Pelas fotos que você confere nas próximas páginas, pela nossa experiência por lá e os milhões de likes no Instagram dá para perceber que o projeto é mais que sucesso.

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Cozinha Charm Santa Fé, da Florense

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Lifestyle da ilha

A pousada segue o lifestyle da ilha com um plus de sofisticação, adicionando um certo luxo à simplicidade original, sem ofuscar a exuberância natural do local. Sócio no empreendimento, Bruno Gagliasso destaca que a Maria Bonita é sua segunda casa.


Garimpo local

Complementam a decoração, as obras do artesanato do norte e nordeste brasileiro, enaltecendo a história e o valor da indústria nacional e do design brasileiro, com o reconhecimento de pessoas com repertório internacional.

Rústico contemporâneo

O mix surpreendente de materiais naturais com peças de design, artesanato e mobiliário nacional, com uma paleta de cores neutras, munida de tons acinzentados, uma linguagem de elegância e serenidade dada à arquitetura que se contrapõe com a natureza de vegetação árida do Nordeste, da terra, do barro e das tramas, mesclando as texturas, volumes e sensações.

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especial noronha MARIA BONITA Approach natural

No décor, peças que evocam raízes, tramas e design. Um mobiliário essencial, de desenho apurado, contemporâneo e de cores neutras, porém artesanal, feito à mão, exclusivo, mobiliário de identidade nacional.

Luxo casual

Eu já havia assinado anteriormente a Pousada Da Praia, em Noronha, que foi “debut” do meu trabalho na ilha e um excelente estágio. Ali vivenciei as dificuldades e a necessidade de adaptações que um projeto em Noronha exige. Lá nem tudo o que sonhamos e projetamos conseguimos realizar. Com esta bagagem, quando fui chamada para fazer a Maria Bonita, pude colocar em prática tudo o que tinha detectado anteriormente, a falta de referências ao Brasil, e, um pouco mais de “luxo casual” na hotelaria. Para mim foi um prazer indescritível assinar este projeto, com certeza um diferencial na vida e no currículo de qualquer profissional. Trabalhar com marcas de Curitiba, com fornecedores que eu conheço e confio, foi fundamental no sucesso do trabalho.

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De casa A chef curitibana Gabriela Freire é quem assina o cardápio da Pousada Maria Bonita Como o conceito do cardápio da Maria Bonita? A ideia do cardápio é ser simples mas com qualidade e charme. A pousada tem um ar de “casa” e tentamos manter isso no café da manhã também. Evitamos exageros e desperdício com um buffet enorme e optamos pela maioria das coisas sendo feitas na hora, conforme o pedido dos hóspedes. Qual a melhor experiência que você viveu em Noronha? Um luau na praia da Conceição vazia com lua cheia e peixe na brasa. Também gosto de passar o dia na praia da Conceição e subir a pé para tomar um drink e ver o pôr do sol no Bar do Meio. A ilha tem uma energia única.

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Uma aventura em Noronha para descobrir o misto de cores e texturas perfeito para um verão que, se depender da gente, não vai ter fim LAURA KUBRUSLY + FOTOS HENRIQUE SCHMEIL

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AteliĂŞ Cris Saldo e Bruna Garcia


Framed


Animale, Sapato Branco Amaro


Renata Campos para Impelle


Zara


Animale


Framed


Salt Sun & Biquinis


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