O MELHOR DE CURITIBA ESTÁ AQUI
EDIÇÃO ESPECIAL
90
ANOS DO COLÉGIO MARISTA SANTA MARIA
RELESPÚBLICA E LEASH A MÚSICA QUE NASCEU NO COLÉGIO
UMA VIAGEM ENTRE AMIGOS PELA ÁSIA
INSPIRE-SE
MÃES PODEROSAS + O QUE É SUCESSO? + ROTEIRO GASTRONÔMICO + HORA DO RECREIO + O VALOR NA EDUCAÇÃO
PATINS, GRUPO DE CORRIDA, BALLET FIT?
YES, YOU CAN! APRENDA A MEDITAR COM AS CRIANÇAS
www.colegiosmaristas.com.br/santamaria
Patrocinador
Apoio Cultural
Colégios Maristas. Preparação para todas as provas da vida.
Obrigado por fazer parte desta história! Quando os valores são duradouros, as pessoas também são. É por isso que o Colégio Marista Santa Maria agradece a todos que fizeram e fazem parte dessa trajetória de 90 anos. Graças a vocês, conseguimos manter viva a tradição do passado e, ao mesmo tempo, nos preparar para o futuro. Muito obrigado. Colégio Marista Santa Maria. Há 90 anos, atual desde sempre.
O que realizamos Casamentos 15 anos Coorporativos Formaturas
ÍNDICE
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MIX
16 A INFLUÊNCIA DO RETRÔ LINHA DO TEMPO
FATOS MARCANTES 20 OS DESTES 90 ANOS
CAPA
NA HISTÓRIA DE 32 INSPIRE-SE QUATRO MULHERES INCRÍVEIS
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BEM-ESTAR
O EXERCÍCIO 76 PROCURE QUE MAIS COMBINA COM VOCÊ 82 MEDITAÇÃO INFANTIL
GOURMET
84 ROTEIRO DE MUITOS SABORES RECEBER BEM
DE CASAMENTO 94 MESA INSPIRADORA
GENTE
MÚSICA
CARTÃO-POSTAL
SEMPRE AQUI
102 BANDAS QUE SURGIRAM 44 GUSTAVO FRUET CONTA NO SANTA MARIA SUAS HISTÓRIAS DE COLÉGIO INDONÉSIA, 68 #PARTIU TAILÂNDIA, CAMBOJA E SINGAPURA
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VIVER CURITIBA
112 SUPERFAMÍLIA 114 ETERNO APRENDIZ
CARTA A VOCÊ
PARABÉNS, SANTA MARIA! C
omo assim, uma VIVER Curitiba exclusiva do Colégio Santa Maria? Resolvemos encarar o desafio de contar de um jeito diferente a história do Marista no seu aniversário de 90 anos ao olhar para a nossa missão. Somos uma plataforma de comunicação que conecta pessoas e inspirações para uma vida melhor. Há cinco anos fazemos uma revista vibrante que valoriza as melhores histórias da nossa cidade e acreditamos nas pessoas e em como seus exemplos podem nos inspirar a ser melhores. Assim, não há forma melhor de comemorar que apresentando alguns dos personagens que passaram pelas salas, pátios e quadras desse colégio neste quase um século de vida, e que, ao ir além de seus portões, foram fundamentais na construção de Curitiba.
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VIVER CURITIBA
Não fizemos uma cobertura sobre o passado, mas procuramos valorizar o que nessa história é imutável. Afinal, passam-se os anos, o mundo se transforma, mas as amizades, a família, os sabores do recreio, as paqueras, as brincadeiras e os sonhos continuam vivos como nunca. Aqui vai nossa homenagem a todos aqueles que fazem parte dessa história e por limitações de espaço não estão em nossas páginas. Educadores e alunos de todas as épocas que viveram as melhores fases da vida nesse espaço mágico que acolhe, integra, mostra o caminho e nos entrega para o mundo mais preparados do que chegamos. LUÍS FERNANDO CARNEIRO Editor
0 9 E D O Ã Ç O PROM A T S I R A M S ANO A I R A M A T N SA l u c í r t a m e r a n e m r u n i fo e d a r p m o c A U S E P I A N T EC
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COLABORADORES Quem fez:
PABLO CONTRERAS O que faz: Fotógrafo O que fez: Esteve por trás das lentes durante a sessão de fotos para a nossa capa. Pablo fez um ensaio sofisticado com uma das super mulheres do Santa Maria.
Diretor Editorial Luís Fernando Carneiro (luis@editoraruah.com.br) Diretora Executiva Ellen Nogueira (ellen@editoraruah.com.br) Redação Rubens Binder (jornalismo@editoraruah.com.br) Angélica Mujahed (jornalismo2@editoraruah.com.br) Ana Luiza Souza (jornalismo1@editoraruah.com.br) Direção de Arte Moreno Maiarelli (arte@editoraruah.com.br)
Quem fez:
WOJ BEAUTY O que faz: Produção de cabelo e maquiagem
Colunistas Daura Carneiro (Eterno Aprendiz) Marcos Meier (Superfamília)
O que fez: Seguindo o conceito de atender em qualquer lugar, a Woj Beauty trouxe sua equipe até a Viver para realçar a beleza da nossa mamãe da capa. Quem fez:
MILENA STAHSEFSKI O que faz: Fotógrafa O que fez: Em um belo dia em família, Milena teve a missão de registrar para a nossa matéria de Bem Estar a felicidade do marido e a filha ao passearem de bicicleta.
Revisão Luana Dal Prá Publicidade Ariane G. Rodrigues (ariane@editoraruah.com.br) Capa Roberta Machado Branco Ramos Foto Pablo Contreras Tratamento Rodrigo Capuski
Quem fez:
NATY FOGAÇA E CAROL PIEGEL O que fazem: Produtoras e parceiras como As Floristas O que fizeram: As amigas de longa data fazem lindas produções, e nesta edição deixaram a nossa mesa e todo o ambiente do Receber Bem decorado de forma elegante e florida para um casamento dos sonhos.
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VIVER CURITIBA
A revista Viver Curitiba é uma publicação da Editora Ruah. Rua Casimiro José Marques de Abreu, 706 Ahú – Curitiba, Paraná CEP 82200-130 (41) 3018-8805 www.editoraruah.com.br Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução sem autorização prévia e por escrito. Todas as informações técnicas bem como anúncios e conteúdos assinados são de responsabilidade de seus respectivos autores.
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PARTE DE MIM
A SÁBIA ESCRITORA CORA CORALINA DISSE: “FELIZ AQUELE QUE TRANSFERE O QUE SABE E APRENDE O QUE ENSINA”. SE VOCÊ AINDA NÃO CONFERIU OS VÍDEOS DOS EX E ATUAIS EDUCADORES MARISTAS NA PÁGINA COMEMORATIVA AOS 90 ANOS NO FACEBOOK, AINDA DÁ TEMPO. NOS EMOCIONANTES DEPOIMENTOS É FÁCIL PERCEBER QUE NUM COLÉGIO QUE SE PROPÕE A EDUCAR PARA A VIDA, AS FRONTEIRAS ENTRE ENSINAR E APRENDER QUASE NÃO EXISTEM. www.facebook.com/90anosmaristasantamaria
ANTONIELLA POLINARI CAVASSIN
O que mais me marcou neste período que eu estou aqui é o cuidado com o ser humano, o cuidado com as pessoas e o comprometimento na formação do ser humano. Foi uma alegria imensa quando meu primeiro filho pode começar a estudar aqui.
RUBENS MATSUDA
O Colégio Santa Maria para mim é uma segunda casa, porque fez parte da minha formação e eu fiz parte da formação dos alunos. O colégio vai fazer 90 anos e vai prosseguir por mais 90, com certeza!
JOCA
Os alunos que eu mais lembro foram aqueles que me deram mais trabalho. Inclusive, o mais indisciplinado de todos, eu fui seu padrinho de casamento. Depois de dez anos ele apareceu na minha casa, já engenheiro, e me convidou, dizendo que eu marquei a vida dele.
MARCELO PINHEIRO,
EX-COORDENADOR DE ESPORTE
Eu, quando moleque, desfilando nos Jogos Escolares de Pernambuco, vi o professor Alexandre Borges com um blazer do Colégio Marista de Recife e disse assim: “Um dia vou trabalhar nesse colégio”. Foi um sonho concretizado.
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VIVER CURITIBA
MIX PRESENTES, ACESSÓRIOS, DESIGN, ARTE, CULTURA, ETC.
MÁQUINA
TEMPO
DO
Acessórios, decoração, cozinha, o retrô pode influenciar em muitas áreas. Os itens com essa pegada sempre têm um significado ou inspiração retirada da história, o que confere um toque de sofisticação. Além de terem cores e formas diferentes que dão um ar mais divertido e descolado para o produto. Confira esta seleção que preparamos para você e embarque conosco nessa viagem!
Para quem ama viajar e quer guardar suas recordações em um lugar especial, esta caixinha em madeira que remete a uma maleta antiga é uma ótima sugestão. viagema.com.br
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VIVER CURITIBA
Entre taças e cristais A textura bico de jaca, que até metade do século XX era unanimidade no gosto dos brasileiros, voltou a fazer sucesso. As cores dão mais alegria ao item, como nesta bombonière de vidro. casadeloucas.com.br
Repaginada
Para amantes de decoração, que tal uma bomba de gasolina antiga? Esta garrafa para bebida destilada vai agradar a quem procura por um acessório diferente. imaginarium.com.br
Nostalgia
Há anos a caixinha amarela é tradição na cozinha brasileira e agora é a vez de ilustrar uma linha de produtos. A caneca é perfeita para tomar café lembrando as receitas da vovó. tokstok.com.br
DESPOJADO
Temperos perdidos pela cozinha nunca mais! Além da praticidade, o saleiro e o pimenteiro são peças decorativas para ficar à mostra criando um ar mais despojado. regaliperlacasa.com.br
OLHAR DESCOLADO
O vintage nunca sai de moda. Para quem gosta de óculos neste estilo, o com armação arredondada e detalhes em animal print não deixa dúvidas de que é possível ser retrô com estilo. lema21.com.br
Bicicletando
O design minimalista das motos choppers inspirou a criação desta bicicleta. Esse estilo foi sensação durante os anos 60 e 70, principalmente após o lançamento do filme Easy Rider estrelado por Peter Fonda e Dennis Hopper. Os personagens dos galãs causaram desejo nos jovens da época ao pilotarem suas motos customizadas pelas estradas americanas. Para quem quer passear com estilo e atrair olhares, a bike vai fazer sucesso. twodogs.com.br
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Um grande Navio atracou no mueller trazendo um mundo mรกgico para Os pequenos.
Traga seu filho para se divertir com a magia de Peter Pan.
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LINHA DO TEMPO
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VIVER CURITIBA
E VOCÊ, ONDE VOCÊ ESTAVA? EM 90 ANOS MUITA COISA MUDOU. CONFIRA ESTA LINHA DO TEMPO ESPECIAL E UM POUCO DAS HISTÓRIAS DE QUEM VIVEU TUDO ISSO DE PERTO 1930 Primeira Copa do Mundo da FIFA, no Uruguai.
1925 – Janeiro Primeiro dia letivo no Instituto Santa Maria.
1936 Lançamento de um dos maiores clássicos do cinema Mundial Tempos Modernos, de Charles Chaplin.
1928 Walt Disney e o desenhista Ub Iwerks criam o personagem Mickey Mouse.
1930 Reforma do prédio do Instituto Santa Maria, que ganha mais um andar.
1942 Mudança de nome para Colégio Marista Santa Maria e construção da Capela Santa Maria. 1943 Lançamento do livro O Pequeno Príncipe. revistaviver.com.br 21
LINHA DO TEMPO
1946 – 23 de fevereiro Lançamento do ENIAC, primeiro computador do mundo.
1956 Fabricação do primeiro carro no Brasil.
1948 Criação do disco de vinil. 1958 Aquisição de um novo prédio para comportar os mais de 900 alunos. 1950 Inauguração do estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, para a Copa do Mundo.
1959 O então repórter Mauricio de Sousa cria Bidu e Franjinha, primeiros personagens da Turma da Mônica. 1963 The Beatles alcançam o primeiro lugar nas paradas americanas com a música I Want to Hold Your Hand.
1952 Adaptação do Sítio do Pica-Pau Amarelo estreia na TV Tupi. 22
VIVER CURITIBA
1967 Lançamento do romance Cem Anos de Solidão, do escritor colombiano Gabriel García Márquez.
revistaviver.com.br 23
LINHA DO TEMPO
1969 Neil Armstrong torna-se o primeiro homem a pisar na Lua. 1975 No dia 16 de julho, o curitibano deixou de reclamar do frio para comemorar a neve pela primeira vez. 1977 Estreia do filme Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança, primeiro filme da série.
1978 O Colégio passa a receber meninas e Jamile Zanardini foi a primeira aluna matriculada. 24
VIVER CURITIBA
1980 Papa João Paulo II visita Curitiba. 1982 Estreia do filme E.T.
1984 Com um número de alunos superior a 2.000, o Colégio muda-se para o atual edifício. 1985 Nintendo lança Super Mario Bros., um clássico entre os jogos para videogame.
1986 Cometa Halley é observado a olho nu.
revistaviver.com.br 25 FOTO ACERVO DA CASA DA MEMÓRIA / DIRETORIA DO PATRIMÓNIO ISTORICO, ARTÍSTICO E CULTURAL / FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA
LINHA DO TEMPO
1987 Madonna inicia sua primeira turnê mundial, a Who’s That Girl Tour. 1994 O piloto Ayrton Senna morre num acidente durante o Grande Prêmio de San Marino, na Itália. 1996 Nascimento da ovelha Dolly, primeiro mamífero a ser clonado. 1997 Publicação do primeiro livro da série Harry Potter, escrito por J. K. Rowling. 1999 Adoção da Avaliação por Objetivos nas séries iniciais do Ensino Fundamental. 1999 Canonização de Marcelino Champagnat, fundador do Instituto Marista. 26
VIVER CURITIBA
2001 Enquanto o mundo calou diante dos atentados às Torres Gêmeas, os alunos do Santa Maria falam de paz na Festa da Família. 2002 A Seleção brasileira de futebol conquista o pentacampeonato na Copa do Mundo, sediada no Japão e na Coreia.
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LINHA DO TEMPO
2004 Criação do site YouTube. 2005 PJM (Pastoral Juvenil Marista) é criada para acolher as necessidades de formação, alimentar a espiritualidade e fortalecer o protagonismo juvenil.
2012 O ex-aluno do Santa Maria Gustavo Fruet é eleito prefeito de Curitiba. 2013 O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é eleito papa. Francisco conquista o mundo com seu carisma e sua humildade. 2014 O Brasil sedia a Copa do Mundo e sofre a humilhante derrota de 7x1 para a Alemanha.
2008 – Novembro Barack Obama é eleito e torna-se o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. 2009 – 25 de junho Cantor Michael Jackson morre em sua casa em decorrência de uma parada cardíaca. 2010 A abertura da cápsula do tempo, após 10 anos, foi um momento de muita emoção no pátio do “Colegião”.
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VIVER CURITIBA
2015 90 anos do Colégio Marista Santa Maria.
revistaviver.com.br 29
CAPA
INSPIRE-SE COM VOCÊS, ROBERTA, LIZIANE, ANDREA E GIANE. GUERREIRAS, VITORIOSAS, ENCANTADORAS, OU SIMPLESMENTE MULHERES E MÃES
Roberta Machado Branco Ramos faz parte de uma geração de mães que exercem também o papel de pai. A advogada e professora universitária está entre as mulheres que chefiam os mais de 38% dos domicílios brasileiros – de acordo com o último Censo. A mãe de Lorena, 21 anos, e Francisco, 9, conta neste bate-papo sobre sua vida atribulada que envolve gerenciar o trabalho e os cuidados com a família. De forma descontraída e bem-humorada essa mulher guerreira revela o segredo do sucesso e como consegue ter tempo para si com a correria diário. Nas próximas páginas apresentamos algumas mulheres diferentes, mas com vidas igualmente inspiradoras. É nossa homenagem, nesta edição especial, a todas as mulheres, as primeiras educadoras. Com vocês, Roberta, Liziane, Andrea e Giane. Guerreiras, vitoriosas, encantadoras, ou simplesmente mulheres e mães.
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VIVER CURITIBA
FOTO PABLO CONTRERAS
revistaviver.com.br 33
CAPA
NO COMANDO ROBERTA É MÃE, PAI, FORTE E FEMININA NA MEDIDA CERTA SER MULHER HOJE EM DIA É... Ser forte, leve e feminina, na medida certa. Mesmo com tanta evolução ainda sentimos as diferenças de gênero. Há segmentos que são visivelmente explorados pelo mundo masculino e mesmo onde a mulher já conquistou seu espaço ainda sofre com diferenças salariais e alguma discriminação. Mas a mulher desempenha com maestria seu papel, há naturalmente uma sensibilidade e intuição que, por vezes, apaziguam conflitos, acalmam ânimos acirrados e põem as coisas nos devidos lugares, com delicadeza e amor. O QUE É SER MÃE? É extremamente gratificante. Uma experiência única, de poder compreender a evolução de uma pessoa, acompanhar a formação do pensamento e do modo de encarar a vida, fazer parte desse processo doando o nosso melhor como pessoa para auxiliá-los neste crescimento e ver formar-se alguém por quem, incondicionalmente, seremos eternamente apaixonados e, quem sabe, servirmos de exemplo e sermos motivo de orgulho e admiração de nossos filhos. O QUE OS FILHOS MUDARAM NA SUA VIDA? Tudo! Como fui mãe precocemente, certamente minha vida mudou muito. Fiz faculdade e iniciei a vida profissional ao mesmo tempo que exercia a maternidade. Claro que a maturidade para assimilar os verdadeiros prazeres de ser mãe veio com o segundo filho, quando já havia concluído o mestrado, minha primeira filha iniciando a adolescência e me percebi formada na condição de mulher e mãe. QUE FUTURO VOCÊ ESPERA PARA SEUS FILHOS? Espero tão somente que eles se formem adultos com sentimento de plenitude, realização pessoal e gratidão pela vida. Que sejam pessoas amáveis, gentis, com leveza de ser e bem-humoradas. Que saibam encarar desafios com força e coragem, que saibam reconhecer seu papel na sociedade e que se sintam abençoados pela dádiva da vida.
SUCESSO É TER A MENTE E O CORAÇÃO ABERTOS PARA ENCARAR ESSA PASSAGEM COMO UMA DÁDIVA 34
VIVER CURITIBA
HÁ TEMPO PARA SER SIMPLESMENTE MULHER? Com a vida atribulada que levo realmente cuidar da “mulher” acaba ficando um pouco para segundo plano. Manicure é na hora do almoço, salão de beleza só quando o espelho me dá uma vaia, academia é praticamente um sonho de consumo, aquelas metas de ano-novo que nunca são cumpridas, infelizmente. Mas uma coisa já fiz por mim e pelos meus filhos, priorizo religiosamente os fins de semana para lazer, quando posso dar uma corridinha no parque, atualizar meu “santo” cinema e estar junto da minha família e de quem eu amo. Esse tempo é sagrado! COMO É SER MÃE E PAI? Uma dinâmica agitada, mas muito gratificante. Adoro levar meu filho à escola e fazer o caminho conversando com ele, observando seus pensamentos, suas questões, seus “grandes dilemas” como o lego que desmontou (risos). Passo o dia todo no escritório com os compromissos diários, entre prazos, audiências e atendimento aos clientes. De lá, direto para as aulas na faculdade. Nas noites em que não leciono, “volto a ser mãe”, um rápido mercado, algo para comer, acompanhar lição de casa, ouvir as histórias da escola e entro no movimento “slow” lá em casa. O QUE É SUCESSO PRA VOCÊ? É poder encontrar satisfação nos detalhes da vida. Ter a mente e o coração abertos para encarar essa passagem como uma dádiva. Amadurecer com os movimentos da vida, reconhecer-se enquanto pessoa única e aceitar-se como tal, nas virtudes e nos defeitos que todos temos. É sentir-se plena e realizada com o que a vida nos permite ser, sem resignação, mas aceitando com o amor o processo natural da vida. VOCÊ É UMA MULHER DE SUCESSO? Certamente! Com todas as minhas limitações e algumas dificuldades que as escolhas que eu fiz me impuseram, sou, sim, uma mulher de sucesso porque dou risada dos meus tropeços, aprendo com eles, e, mesmo com toda essa batalha diária, sempre sigo sorrindo e querendo bem a todos que me cercam.
CAPA
A FORÇA DO CORAÇÃO UMA SÍNDROME NÃO SERIA OBSTÁCULO PARA CRESCIMENTO, AMOR E FELICIDADE Liziane Braga Manzolli não acreditou quando lhe contaram que sua filha tinha síndrome de Down. “Olhava em seu rosto e não via os traços característicos de uma criança com Trissomia 21 livre.” Mas não houve tempo para não aceitar a doença, confirmada após exames mais detalhados. Hoje, 13 anos após o nascimento da filha, Liziane vê em cada olhar de Camila um novo sentido para viver. “Acredito que nós duas temos uma missão e Deus é minha fortaleza para me ajudar a encarar esse desafio diário.” A mãezona que vira fera quando mexem com a cria fala sobre a felicidade de ser mãe da pequena Camila. QUANDO VOCÊ SE TORNOU MÃE? Aos 33 anos, cheia de sonhos e com um coração carregado de amor pelo desejo da maternidade. QUANDO DESCOBRIU SOBRE TER UMA FILHA ESPECIAL, COMO FOI SUA REAÇÃO? Descobri quando cheguei ao quarto da maternidade e o médico obstetra e a pediatra do plantão me informaram que a Camila havia nascido com síndrome de Down (SD). A imagem que tinha de crianças com a síndrome foi até então sempre pesada e com as características marcantes na face. Por isso, eu não acreditei porque não via isso no rosto dela. Passados alguns dias fizemos o exame de sangue e a confirmação só aumentou nosso amor por ela. QUANDO COMEÇOU A ACEITAR A SITUAÇÃO? Não houve tempo para não aceitar minha filha, pois o fato era real. Lembro-me de que falava ao telefone com minha 36
VIVER CURITIBA
tia e disse a ela que não havia tempo a perder e não ia esperar que o mundo tivesse pena de mim. Arregacei as mangas e fui à luta, pois não ia deixar de amar a Camila. O QUE MUDOU NA SUA VIDA? Eu tive de abrir mão de algumas questões profissionais. Estava na área gerencial de uma empresa e, para ter tempo de cuidar da Camila, reduzi minha carga horária e abdiquei do meu cargo. Isso não foi fácil. Acabei saindo da empresa e me dediquei ainda mais à sua educação e desenvolvimento. O QUE A CAMILA LHE ENSINOU? Ela mudou o meu conceito sobre a vida. Hoje tenho mais paciência e compreendo melhor que cada ser humano tem o seu tempo e modo de aprender. Eu vejo o quanto aprendi e o quanto ainda tenho que aprender com a Camila. Aprendi que não posso fazer comparações porque isso traz frustração e sofrimento. Minha filha tem dificuldade, por exemplo, em amarrar o seu tênis. Mas não me importo, eu compro um de velcro para facilitar e vou sempre ficar feliz com cada conquista dela. Eu vibro com cada gesto, palavrinhas e atitudes. Sou feliz com o que tenho e não fico almejando o inalcançável, porque ele pode ser possível, mas sem cobranças e tudo no seu tempo. O QUE FAZ PARA ESTIMULAR A SUA FILHA? Desde os primeiros dias tudo foi pensado para estimulá-la por meio de sons, cores, tato, olfato, paladar... Desde os seus primeiros meses de vida corremos atrás de ferramentas e especialistas para ajudar em seu desenvolvimento. Quando
FOTO PATRÍCIA AMANCIO
tinha um ano e meio, ela foi para uma clínica de fisioterapia e começou a andar em menos de um mês. Tive o apoio de muitas pessoas que davam dicas do que fazer. Ler muito também ajudou a compreender a síndrome. Fizemos Terapia Ocupacional, Psicomotricidade, Fonoterapia, Fisioterapia, tudo ajudou na formação da minha filha. Ela começou a frequentar uma escola regular e o convívio e o amor das outras crianças e suas famílias são o maior estímulo. A aceitação é a chave; o amor, o complemento. PASSOU POR ALGUM PRECONCEITO? Eu tive alguns olhares tortos, mas devolvi na mesma medida. Lamento por pessoas que não têm a capacidade ou não aprenderam a amar. QUE FUTURO VOCÊ ESPERA PARA ELA? O que ela buscar daremos nosso apoio. Como muitas
crianças, ela já falou que deseja fazer coisas diferentes. Já quis ser professora, médica, cantora... essas coisas de meninas. O que vejo é uma garota esforçada, às vezes resistente, mas que quando alcança o que quer vibra com muita alegria. Eu brinco que ela é a personagem do Forrest Gump, uma contadora de histórias. Quando ela começa, faz uma viagem mental imensa e com situações das mais diversas. É muito interessante. Quem sabe vire uma escritora? Mas o que sonho e desejo é uma sociedade mais humana, que aceite cada um da sua forma, sem sofrimentos e rótulos. SER MÃE DA CAMILA É... Um aprendizado novo e constante. É receber muitos “eu te amo” ao amanhecer e ao deitar, é ter a alegria e a rebeldia. É um emaranhado de sentimentos. É vê-la feliz por tão pouco. Sobretudo é ser mãe, que era tudo o que eu queria ser, e sou. revistaviver.com.br 37
CAPA
LAÇOS QUE CONFORTAM O QUE UMA MÃE É CAPAZ DE FAZER POR SEU FILHO? FORMAR UMA NOVA FAMÍLIA E VOLTAR A SER FELIZ
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ustentar sozinha uma casa pode ser muito assustador, mas pode também ser o começo de uma nova vida. A pedagoga Andrea Pampuch Vidal passou pelo desafio de ser mãe e pai quando seu marido faleceu há 17 anos. Com um filho de cinco anos em casa, ela batalhou para garantir o sustento da família. A alegria que encontrou nos olhinhos das crianças do Colégio Santa Maria, onde começou a trabalhar como auxiliar de serviços gerais, foi o que a ajudou a descobrir a força que precisava para seguir em frente. “Meu filho tinha cinco anos quando eu perdi o meu esposo. Eu procurava emprego e não encontrava em lugar nenhum. Eu lembro que para conseguir segurar os gastos nos primeiros meses foi muito dif ícil”, lamenta Andrea. Naquela época, a saída foi vender as longas mechas de cabelo que ela mantinha. O trajeto de ida e volta da Rua Mateus Leme até o centro foi exaustivamente percorrido por Andrea enquanto procurava um emprego. As últimas esperanças estavam no grande prédio do Colégio Santa Maria, inaugurado alguns anos antes. “Um dia, quando estava voltando, eu sentei na frente do Coletão, onde fica o Mercadorama agora, e fiquei olhando para esse colégio. Eu pensei: ‘só falta esse lugar para eu entregar o meu currículo’”, lembra. Na portaria, ela descobriu que a única vaga disponível era de serviços gerais, o que não faria diferença, já que ela só pensava no sustento próprio e do filho, Eduardo. Alguns meses depois, ela passou a compor o quadro de funcionários do colégio.
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Começou trabalhando na limpeza, onde ficou por seis anos. “Foi um aprendizado muito grande, tanto é que até hoje tenho um laço muito grande com as meninas que trabalham nesse setor.” Nesse meio tempo, Andrea voltou a estudar e em alguns anos conseguiu o seu diploma de pedagoga. Logo a oportunidade de trabalhar no Serviço de Atendimento ao Aluno (SAA) surgiu e foi nesse cargo que Andrea mais se aproximou dos alunos e das famílias. “Acho que foi isso que me fortaleceu. O olhar sincero de cada criança, o reconhecimento dos pais, o cumprimentar de cada funcionário”, reconhece. Em abril deste ano uma experiência fortaleceu ainda mais seus laços com a família Marista. É que Andrea viajou com outros colaboradores e famílias para conhecer de pertinho a história do fundador do instituto, Marcelino Champagnat, lá na França. “Conheci toda a trajetória de Champagnat, vivenciei os costumes da época, foi uma peregrinação mesmo, com muitos momentos alegres.” Foi uma oportunidade para fazer novas amizades e renovar o compromisso com os valores ensinados por Champagnat. Valores estes que Andrea pretende manter por muito tempo em sua família: “Eu acredito que esta trajetória vai continuar na nossa família. Porque não tem como, é uma coisa que contagia, que traz ótimas lembranças, então com certeza eu quero isso para os meus netos e sobrinhos, quem eu puder trazer para cá.” O pequeno Eduardo cresceu e hoje é formado em Jornalismo. Uma dupla vitória para Andrea.
FOTO MARIANA BARCELLOS
CAPA
ALÔ! LEMBRA DE MIM? COMO UM ANJO DA GUARDA, ESTA PROFESSORA APOSENTADA ACOMPANHA OS PASSOS DE SEUS EX-ALUNOS E SE EMOCIONA COM SUAS REAÇÕES
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paixão por ensinar chegou meio despretensiosa. Para pagar a faculdade de Desenho Industrial, Giane Cavichiolo Storrer foi atrás de uma vaga de professora auxiliar no Colégio Santa Maria. “Naquele momento meu futuro estava traçado”, conta a pedagoga com pós-graduação em Psicopedagogia que por 28 anos lecionou na Educação Infantil do Colégio, seu primeiro e único emprego. “Apaixonei-me quando tive contato com as crianças. Tranquei a faculdade e voltei para o Ensino Médio para fazer Magistério e concomitantemente cursei Pedagogia na Universidade Federal do Paraná.” Desde que começou a trabalhar na escola sempre sentiu como se estivesse em casa. Aprendeu a lecionar observando o que as demais educadoras faziam e como lidavam com as crianças. “Peguei o que era bom de cada uma delas. Meus alunos sempre foram tratados como filhos... nunca gritei em sala, pois apenas com o olhar eles me conheciam!”, revela orgulhosa. Para encontrar a realização profissional, a vida dessa professora aposentada nem sempre foi tranquila. Encarou a perda do pai aos 22 anos com garra, sendo o pilar de sustentação da mãe e da irmã caçula que tinha apenas quatro anos. “Meus irmãos já estavam casados e não moravam conosco. Emocionalmente abalada, precisei tirar forças não sei de onde para encarar a nova realidade.” Desafios não faltaram. “Aos 29 anos, casada e esperando meu primeiro filho tive deslocamento de placenta e fiquei quatro meses em casa, olhando para o teto. Não podia me movimentar, porque corria o risco de um aborto.” “Minha filha Letícia tem hoje 21 anos e com a graça de Deus está com força e saúde. Existe presente melhor que esse? A vida me presenteou também com um menino, João Filipe, de 19 anos. Ser mãe é uma realização pessoal, é continuação dos meus ideais, dos meus princípios. É o retrato da educação que eu e meu marido em parceria com o Colégio semeamos e que hoje estamos colhendo bons frutos.”
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ANJO DA GUARDA Como um anjo da guarda, Giane acompanha cada passo de seus ex-alunos. Quando a sua primeira turma se formou no Terceirão, lá foi ela acompanhar esse momento mágico para tantos e tantos adolescentes. “Como ainda dava aula no Colégio e muitos eu tinha contato, ficou fácil parabenizar. Mas o tempo foi passando e alguns não se formaram ou mesmo aqueles que passaram no vestibular eu queria realmente parabenizá-los por suas conquistas.” Foi nesse momento que ela resgatou alguns álbuns que guardava com carinho de todas as crianças que passaram por ela. A história começou nos conselhos de classe, quando os professores criavam um documento para apresentar os alunos. “Fui guardando esses materiais e inserindo informações como nome dos pais e contato.” Quando sai uma lista de aprovação de vestibular, lá vai a professora atrás do nome dos ex-alunos. “No início, pegava a lista telefônica e ia atrás dos pais até conseguir falar com eles. Hoje, o Facebook me ajuda e consigo manter um relacionamento mais próximo com todos.” Já imaginou receber uma ligação de uma professora que teve aos cinco anos de idade? Com certeza uma surpresa para muitos. “É uma delícia ouvir a reação deles. Ficam espantados e lembrando-se da nossa época.” A professora diz que sempre brinca com eles que naquele momento da ligação ela fala que ajudou a semear o gostinho de estudar na vida deles: “Faço parte desta história! Somos nós que despertamos lá atrás o prazer de frequentar a escola”. Como ela se sente e sempre se sentiu em casa dentro do Colégio, a educadora confessa que o segredo para a educação é ser exemplo. “Somos espelhos para eles. Por isso sempre primamos por um ambiente de amor, tranquilidade, firmeza, religiosidade, limites firmes e amorosos.”
FOTO JANETE ANDERMAN
“FAÇO PARTE DESTA HISTÓRIA! SOMOS NÓS QUE DESPERTAMOS LÁ ATRÁS O PRAZER DE FREQUENTAR A ESCOLA”. revistaviver.com.br 41
DIZ AÍ
BONS TEMPOS, BONS VALORES NADA DE PARAR! AS LEMBRANÇAS NOS AJUDAM A SOBREVIVER
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epois da guerra, a política é, certamente, uma das atividades mais brutalizadas. Princípios sólidos e bom humor fazem parte da “vacina” necessária para seguir adiante com firmeza e sem alimentar rancores. Falo sobre isso com frequência e, nessas ocasiões, vêm à memória muitas passagens ligadas à vida familiar e escolar. O Colégio Marista Santa Maria tem espaço importante nessa história. Mencionar o Santa Maria é buscar na memória bons momentos, o significado de bons valores. Estudei no Colégio do primeiro ano do antigo primário até o primeiro ano do Ensino Médio, quando mudei para Brasília. Segui assim os passos de meu irmão Cláudio, que estudou 10 anos no Santa Maria. Mais tarde, Eleonora, nossa irmã mais nova estudou no Marista de Brasília. No Santa Maria aprendi a importância da participação, por meio do incentivo à representação de sala, à atuação no GASM, à visão solidária. O esporte como fator de integração, participando dos jogos de futebol no campo do antigo prédio da Rua XV, dos jogos de vôlei nas olimpíadas maristas e nos jogos estudantis. Nas salas e nos corredores, a lembrança das aulas da Marilsa, da Sueli, da Esther, do Matsuda, do Airton, do Leonel, do Curi; das provocações com o sino na espera da bronca com o Joca; das vendas de livros com o professor Meroslau Marel; da orientação da Marian, do Dagoberto, do Irmão Salvatti. Lembro-me ainda dos acampamentos no parque, que também trazem à lembrança meu pai, aluno e depois presidente da APM. Uma geração que hoje é ativa nas mais
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diferentes áreas, na defesa de uma visão crítica e solidária. No feliz ensinamento de Norberto Bobbio, “se o mundo do futuro se abre para a imaginação, o mundo do passado é aquele no qual, recorrendo a nossas lembranças, podemos buscar refúgio dentro de nós mesmos e nele reconstruir nossa identidade; um mundo que se formou e se revelou na série ininterrupta de nossos atos durante a vida, encadeados uns aos outros, um mundo que nos julgou, nos absolveu e nos condenou para depois, uma vez cumprindo o percurso de nossa vida, tentarmos fazer um balanço final. É preciso apressar o passo... Cumpre-nos saber, porém, que o resíduo, ou o que logramos desencavar desse poço sem fundo, é apenas uma ínfima parcela da história de nossa vida. Nada de parar. Devemos continuar a escavar! Cada vulto, gesto, palavra ou canção que parecia perdido para sempre, uma vez reencontrado, nos ajuda a sobreviver”. Fecham-se e abrem-se novos ciclos. É o tempo da memória na busca do significado para lidar com a vida.
GUSTAVO FRUET ex-aluno do Colégio Marista Santa Maria e prefeito de Curitiba. Texto publicado na revista Em Família de junho de 2007.
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EDUCAÇÃO
ATUAL
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SEMPRE UM BATE-PAPO COM OS DIRETORES DO SANTA MARIA SOBRE FUTURO, EDUCAÇÃO, FAMÍLIA E, É CLARO, VALORES POR LUÍS FERNANDO CARNEIRO | FOTO PATRÍCIA AMANCIO
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especialidade de um é História. Do outro, Matemática. A dupla que hoje tem a missão de conduzir o Santa Maria para o futuro conhece bem cada pessoa e espaço do Colégio e busca fazer uma dobradinha perfeita entre passado e presente como forma de dar continuidade à educação de excelência que o caracteriza. O diretor-geral Prof. Everson Ramos Calef está há 15 anos na Instituição e se lembra com carinho da primeira vez que entrou no Santa. O tamanho do colégio chamou a atenção à primeira vista, mas foi o acolhimento das pessoas que o conquistou. O diretor educacional Flavio Sandi chegou em 1995 e viveu a mesma experiência. De lá para cá muita coisa mudou, mas o respeito pelo Ser Humano e a valorização dos princípios apresentados há 200 anos por São Marcelino Champagnat continuam presentes fazendo a diferença na vida de crianças e jovens. Conversamos com eles para conhecer um pouco melhor o Santa Maria de hoje, seus desafios e a parceria constante com as famílias para continuar fazendo valer o slogan “Atual desde sempre”. revistaviver.com.br 47
EDUCAÇÃO SUA ESPECIALIDADE É HISTÓRIA. NUM MUNDO QUE BUSCA TANTO O FUTURO, AS NOVAS TECNOLOGIAS, QUAL O VALOR DE SE OLHAR PARA TRÁS, DE CONHECER O PASSADO? Everson – Olhar para o passado é olhar para a origem com seus princípios e valores que não se podem esquecer. A missão marista e a filosofia de São Marcelino Champagnat, prestes a completar 200 anos, devem estar na nossa prática, no nosso dia a dia, nas nossas ações, e não apenas em nosso discurso. Por isso, devemos estudar os documentos; pensar, repensar e ressignificar esses valores é muito importante para se fazer uma educação de qualidade. VOCÊ LEMBRA A PRIMEIRA VEZ QUE ENTROU NO SANTA? O QUE PASSOU PELA SUA CABEÇA? E – Num primeiro momento fui barrado e não me deixaram nem passar da portaria, mas ficaram com meu currículo, e foi por meio dele que me chamaram depois. Quando entrei pela primeira vez fiquei impressionado com a grandiosidade da estrutura f ísica, mas o que mais me marcou realmente foi o acolhimento das pessoas. F – Realmente, o cuidado com as pessoas é a grande marca do Colégio. A nossa inspiração vem de Maria; sendo assim, necessariamente, precisamos acolher e bem as pessoas.
processo. Estou falando de educação aqui no sentido amplo, de formação espiritual, de valores, de princípios, de ética e, é óbvio, de conhecimento também. Quando a família não entende seu papel na formação dos filhos, o caminho é muito mais dif ícil, e os objetivos muitas vezes não são atingidos, ou o são parcialmente. F – Quando há essa interação, o jovem vive experiências de aprendizagens possibilitadas pela escola. As famílias precisam se identificar com esse currículo. Se a escola e família seguem itinerários distintos, a educação, no sentido que acreditamos, não se constrói. É só prestarmos atenção ao nosso redor para observar que educar exige a atenção tanto da escola quanto da família, pois os apelos do mundo, em muitas situações, tem uma lógica que difere dos valores importantes para a vida boa consigo mesmo e com os outros. E COMO EDUCAR EM UMA SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO? F – A escola não pode estar totalmente imersa das coisas do mundo, reproduzindo essas coisas sem uma reflexão. Tampouco pode ser uma instituição alheia à coletividade, parecendo estar num mundo paralelo. Entendemos que a escola precisa estar atenta às necessidades da vida moderna, à vida na coletividade, mas com certo distanciamento para ajudar as pessoas a refletirem sobre suas escolhas e com relação aos seus valores, propondo novos olhares para o mundo.
E – Quando há estrutura f ísica com o acolhimento, ela fica pequena, deixa de ser importante. O calor humano e os valores presentes NÃO É POSSÍVEL FAZER nas pessoas são tão intensos que a estrutura acaba virando nota de rodapé. UMA EDUCAÇÃO DE F – Uma coisa que me marcou desQUALIDADE SEM FAMÍde o início e ainda nos responsabiliza ainda mais é o compromisso das fa- LIAS PARCEIRAS. E NÃO mílias com a aprendizagem dos seus PARCEIRAS DA ESCOLA filhos. Porque a educação exige que escola e família trabalhem em prol de EM SI, MAS PARCEIRAS um mesmo sonho.
EM CADA UM DOS TRÊS NÍVEIS, EDUCAÇÃO INFANTIL, FUNDAMENTAL E MÉDIO, O QUE O SANTA ESTÁ FAZENDO PARA PREPARAR OS PRÓXIMOS 90 ANOS? F – A Educação Infantil, por exemplo, tem em sua identidade a prática da investigação para trabalhar a (re)consDOS PRÓPRIOS FILHOS trução do conhecimento. Outro ponto importante e em todos os níveis QUAL O PAPEL DAS FAMÍLIAS é perceber que todo espaço é espaço de aprendizagem. A NA EDUCAÇÃO? ONDE É POSSÍVEL MELHORAR aprendizagem de determinadas atitudes que se aprendem SEMPRE? na interação em espaços distintos da sala de aula. AprenE – As pessoas perguntam a que se deve o resultado exder a conviver durante o intervalo para o recreio é diferente celente que o Santa Maria tem no Enem, afinal estamos daquele vivido a partir da lógica de sala de aula. A vivência em primeiro lugar na Região Sul do Brasil entre as escolas do respeito ao outro, na fila da cantina exige uma postura privadas com índice de permanência maior de 80%. Nessa diferente daquele vivido em sala de aula, sob a orientação hora, a gente não esquece que a família tem um papel muido professor. to importante nesse desempenho acadêmico, por acompanhar seu filho, por instruir, por cobrar comprometimento, E – Acreditamos muito na nossa proposta pedagógica, que por estar presente. é bastante consistente. Estamos cotidianamente pensando e repensando o currículo, as estratégias, a mediação, a A PARCERIA ESCOLA-FAMÍLIA É FUNDAMENTAL? formação do nosso corpo docente, a tecnologia, o papel da E – Não é possível fazer uma educação de qualidade sem Pastoral. Esses são aspectos muito importantes da nossa famílias parceiras. E não parceiras da escola em si, mas parpedagogia, dessa pedagogia marista. Talvez o segredo da ceiras dos próprios filhos, que não deleguem a educação nossa longevidade esteja na preocupação com a formaapenas para a escola, porque ela é apenas uma parte desse 48
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EDUCAÇÃO
ção integral do indivíduo, preparando-o para as muitas e muitas provas que a vida certamente irá trazer para nossas crianças, jovens e ex-alunos. VESTIBULAR AINDA É UMA PREOCUPAÇÃO IMPORTANTE? É POSSÍVEL LIDAR COM ESSA QUESTÃO E AINDA ASSIM EDUCAR DA FORMA QUE VOCÊS ACREDITAM? E – Sem dúvida, dá para conciliar e as aprovações são excelentes. Aprovamos entre 35% e 45% dos nossos alunos em instituições públicas, o que é um número bastante substancial. E é possível preparar e ter uma aprovação consistente no vestibular, conciliando os valores institucionais e sem abrir mão do rigor acadêmico. Não são coisas díspares ou contraditórias. A HISTÓRIA DO SANTA MARIA SEMPRE FOI MARCADA POR INOVAÇÃO. QUAIS AS PRINCIPAIS QUE VOCÊS LEMBRAM? O QUE TÊM MAIS ORGULHO DE TER PARTICIPADO? E – Nossa proposta pedagógica é referência importante e está ancorada numa abordagem por objetivos didáticos, implantada a partir do ano 2000. O professor estabelece esses objetivos que têm uma intencionalidade, uma razão de ser, e por esses objetivos é possível mapear o que ele aprendeu e o que ele ainda precisa melhorar. Sem dúvida essa foi uma inovação importante que deixou e ainda deixa muitas marcas em nosso jeito de pensar e fazer educação. F – Existem algumas coisas que são extremamente tangíveis, facilmente observáveis, como esse exemplo da identidade da Educação Infantil. Contudo, uma marca importante do Santa Maria é a constante formação para oferecer uma mediação do conhecimento que acompanhe as descobertas da Neurociência, da Psicologia, da Filosofia, da Sociologia, ou seja, são várias pequenas ações que compõe O QUE É UMA PESSOA DE SUCESSO? F – Quando penso em sucesso, penso em alguém que obteve vitória de si mesmo, venceram obstáculos pessoais. Vitória daqueles que parece a vida não ter lhes sorrido como desejavam. Não há vitória maior do que superar-se. E, independentemente da fragilidade que cada um de nós possa ter, sempre se pode contribuir com uma sociedade em que todos possam ser incluídos, com respeito à diversidade em detrimento da igualdade. Nada mais desigual do que tratar todos com igualdade. Somos únicos! E – Tem gente que se preocupa muito com o sucesso financeiro, na carreira, na profissão, mas e o sucesso da pessoa com seus valores, com seus princípios? Em vez de 50
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o todo, que caracteriza de forma identitária o Santa Maria como uma escola atenta aos sinais dos tempos, conforme dizia o nosso fundador. Um exemplo disso é o processo avaliativo por meio de objetivos por componente curricular. Isso acontece faz quase duas décadas. E, também, por conta das novas tecnologias estamos investindo ainda mais na formação de professores visando ampliar a perspectiva de uma mediação por meio de metodologias ativas. É IMPOSSÍVEL EM UM ANIVERSÁRIO DE 90 ANOS REPRESENTAR TANTAS E TANTAS PESSOAS QUE CONSTRUÍRAM ESSA HISTÓRIA. QUAL A MELHOR FORMA DE HOMENAGEAR ESSES EDUCADORES? E – Lembrando que temos muitos alunos que saem daqui e fazem a diferença na sociedade, que pensam no coletivo e não apenas no individual, por meio do que ensinamos e do que somos. Nossos alunos, ex-alunos, educadores e ex-educadores fizeram e fazem a diferença, ajudam a construir um mundo melhor, mais justo e mais solidário. Nosso agradecimento e nossa fidelidade aos princípios institucionais são a nossa maior homenagem. F – Acredito que é isso mesmo, a melhor forma de homenageá-los é falar do nosso agradecimento pelo modo com que os educadores, de ontem e de hoje, ofereceram sua contribuição para que vivamos os valores que tanto nos caracteriza.
QUANDO A ESCOLA E FAMÍLIA NÃO SE COMPLEMENTAM, O CAMINHO É MUITO MAIS DIFÍCIL E OS OBJETIVOS, MUITAS VEZES NÃO SÃO ATINGIDOS. perguntar o que meu filho vai ser, talvez a pergunta mais importante seja “Que tipo de Ser Humano ele será?” Que tipo de contribuição vai trazer para a sociedade? Acho que esse é um parâmetro bem mais importante, porque o material a vida traz e leva, mas a essência fica. F – Até porque isso é bíblico: “O que me adianta amealhar tesouros na Terra? É preciso amealhar tesouros no céu”. Tudo que fazemos na esfera f ísica repercute na vida espiritual e aqui no Santa Maria criamos espaços, como a Pastoral, pois entendemos que cuidar da cabeça é muito importante, mas tão importante quanto é cuidar do espírito e do coração.
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TUDO A UM CLIQUE EDUCASTORE ALIA PRATICIDADE E PREÇOS ATRAENTES PARA FACILITAR A VIDA DOS PAIS
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e itens de supermercado a produtos tecnológicos, contratar serviços ou comprar uma pizza, hoje tem de tudo na internet. Com apenas alguns cliques o comércio eletrônico é ideal para aqueles que adoram fazer compras, mas vivem na corrida contra o tempo, acham cansativo ter de enfrentar filas ou encarar o trânsito... As vantagens são inúmeras, mas se destacam a praticidade e os preços atrativos. Só para se ter uma ideia, o comércio eletrônico apresentou resultado positivo em 2014, registrando crescimento de 24% em relação a 2013, receita que ultrapassou os R$ 35 bilhões, segundo o 31º WebShoppers, relatório sobre o comércio eletrônico brasileiro da E.bit. Isso faz com que cada vez mais empresas ampliem seus horizontes para além das lojas f ísicas, apostando nessa forma de negócio. “A cada ano, o setor de e-commerce cresce no Brasil, e não poderíamos ficar de fora. Criamos o Educastore para que os pais pudessem encontrar livros didáticos, paradidáticos e uniformes para os filhos, aproveitando a praticidade
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e as diversas vantagens que a compra on-line oferece, como descontos, promoções e entrega em casa”, explica a diretora de negócios suplementares do Grupo Marista, Cintia Luisa Marini. A loja virtual Educastore existe há dois anos e começou com vendas apenas de uniformes, estendendo para livros em 2015. “A receptividade e aceitação dos pais foi enorme e a ideia é oferecer a cada ano mais produtos da lista de materiais”, conta Cintia. “Queremos atender as famílias na integralidade quando se fala em educação e toda a cadeia que envolve esse processo.” Fernanda Dall’ Agnol Teixeira de Freitas, mãe da Giorgia e da Rafaella, alunas do 4º e 6º ano do Ensino Fundamental do Santa Maria, conta que virou fã do digital desde a primeira compra. “Sempre compro coisas pela internet porque é prático e o preço final fica mais atrativo”, comenta. “Descobri o site no próprio Colégio Marista e foi fantástico poder comprar o uniforme e todo o material das minhas filhas por lá. Fiz uma compra grande e recebi um bom desconto.”
FOTO PATRÍCIA AMANCIO
SIMPLES E CONFIÁVEL Mãe do Mateus, do 1º ano do Ensino Fundamental, Glaucia Boaron Fleischfresser é gerente de compras em uma empresa e agiliza tudo pela internet. “Como trabalho com compras on-line, tudo que eu consigo agregar para a minha vida pessoal facilita. O sistema Educastore é confiável e simples, os preços dos produtos estão inseridos, sem falar na rapidez da entrega”. Segundo ela, a melhor vantagem da compra on-line é que se pode visualizar as ofertas e pesquisar o menor preço. “Não conseguimos ir de loja em loja conferir o preço das coisas, só na internet isso é possível; por isso, quem pesquisa consegue os melhores preços”, explica.
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Waldis é uma das pessoas que acompanha a PJM desde sua fundação em 2005.
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os últimos dez anos, a trajetória de muitos alunos do Colégio Santa Maria foi marcada pelos projetos da Pastoral Juvenil Marista (PJM). O próprio coordenador do Núcleo de Pastoral no colégio, Felipe Rocha, mais conhecido como Waldis, tem a sua história muito atrelada à da Pastoral. Seu envolvimento começou quando ainda era aluno e entrou para a crisma, algo visto mais como obrigação no início, mas que logo se tornou prazeroso, principalmente pelo companheirismo dos monitores. “Eu tive um encantamento a partir das pessoas e das experiências que a pastoral me trouxe. Quando estava lá pensava que um dia gostaria de poder tratar os meus amigos da mesma maneira como aquele grupo se tratava”, conta. Naquela época ainda não existia a PJM como é conhecida hoje, mas Waldis foi uma das pessoas que pôde acompanhar de pertinho a sua evolução. Em agosto de 2005, no mesmo mês em que o Instituto nascia, ele entrou como funcionário no Colégio e desde então nunca mais deixou de se envolver com as ações do projeto. Atualmente a Pastoral Juvenil Marista está presente em seis estados, incluindo aproximadamente 20 colégios, mas o que faz dela tão especial? “Os jovens, tanto do Santa Maria como de outras unidades Maristas, encontram na PJM um espaço de diálogo, de partilha, de amadurecimento da fé. E esse espaço é muito valorizado, pois o jovem se sente à vontade para ser ele mesmo”, explica.
Assim como Waldis, muitos ex-alunos levaram o engajamento com a PJM para além do período escolar e continuam desenvolvendo seu protagonismo juvenil. Gabriel Crivellaro estudou no Santa Maria até 2008 e aproveitou seu egresso como aluno na PUC para difundir as atividades que partilhou no colégio. “Hoje participo dos eventos destinados aos ex-alunos, eventos provinciais e atividades ligadas à PUC e ao TecPUC, mas os valores e carismas que aprendi na PJM são o grande legado que me liga diariamente a ela”. Gabriel destaca que a alegria para enfrentar as dificuldades, o respeito e amor ao próximo independentemente de quem seja são os principais valores que aprendeu, e tenta aplicar no seu dia a dia.
A CARA DO JOVEM
Durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, o Papa Francisco declarou: “Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Esse é o caminho a ser percorrido!”. A proposta da PJM se alinha muito ao que o pontífice propõe. O Agente de Pastoral e ex-aluno do Santa Maria Gustavo Queiroz explica: “Os projetos são desenvolvidos com os jovens, não somente para eles. Isso aproxima a linguagem e constrói um processo com a cara do jovem. Acredito que o processo aqui construído tem amadurecido bastante e possibilita um número significativo de participantes”.
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SOLIDARIEDADE
ALÉM DOS MUROS
MISSÃO SOLIDÁRIA MARISTA PROMOVE EXPERIÊNCIA DE APRENDIZADO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
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ntre as várias iniciativas da PJM, uma delas é a Missão Solidária Marista, que acontece todos os anos durante uma semana de janeiro. A cada edição, os jovens viajam até uma comunidade em vulnerabilidade social e ficam hospedados nas casas de famílias locais. Esse projeto já reuniu aproximadamente 1,8 mil participantes com o objetivo de promover uma experiência vivencial de aprendizado e transformação social, por meio de palestras e reformas em locais de convivência para a comunidade, como escolas e praças. Neste projeto, a garotada tem a oportunidade de experimentar uma atividade diferente
Durante a Missão Solidária em São Bento do Sul, os jovens tiveram a missão de reformar uma praça.
SEMPRE CABE MAIS UM
Em 2013, o destino dos voluntários foi São Bento do Sul, em Santa Catarina. Foram nas férias daquele ano que Roseli e Bernardo Hoetemann ganharam mais um filho, o Waldis, que até hoje é considerado parte da família. “Desde que entrou aqui parecia que ele morava há anos com a gente, por isso continuamos de portas abertas para ele”, conta Bernardo. A família Hoetemann já era formada pelos pais e dois filhos. Primeiro veio Marco Aurélio, que é portador de necessidades especiais, e depois Luciano Augusto, que é adotado. Ao conhecer essa história, Waldis já percebeu que se tratava de uma família muito especial. “Apesar de toda a atenção que precisavam dedicar ao filho mais velho, eles ainda demonstraram ter um coração gigante ao adotar outra criança”, conta. Com o passar dos dias, o relacionamento entre eles só foi se intensificando. Waldis levava os pais para as palestras e eles faziam questão de tratá-lo como um verdadeiro filho, inclusive buscando-o na escola após as atividades noturnas com a comunidade. “Nós tínhamos o maior orgulho de acompanhá-lo
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Gabriel Crivellaro já participou de três Missões em diferentes cidades e afirma que “esse contato com comunidades diferentes da que vivemos faz com que os jovens deem mais valor para sua realidade, respeitem mais as condições de vida do próximo e faz pensar como as atitudes que tomamos refletem na sociedade”. Para Waldis o resultado desse contato com as comunidades vai muito além do que se pode enxergar. “A parte de reforma de toda a Missão é algo que serve muito mais para nós do que para eles. Porque aquilo ali o tempo corrói, mas o que fica mesmo são as relações. Para os alunos é uma oportunidade de experimentar uma atividade diferente.”
nas palestras, era uma companhia nota dez. A gente se preocupava com ele como se fosse filho mesmo”, lembra Roseli. O momento da despedida foi tomado por lágrimas, mas Waldis continua em contato e até já voltou para um almoço com a família. “Muitas histórias marcaram, mas essa teve algo diferente. Uma sintonia que é difícil de explicar”, conta Waldis.
Da esquerda para a direita: Bernardo, Waldis, Roseli, Luciano, Marcos, o aluno Erick e um casal amigo da família Hoetemann
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PARA A VIDA
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COMO UM COLÉGIO SE TORNA INESQUECÍVEL? HISTÓRIAS DE GENTE QUE FEZ DO SANTA MARIA SUA SEGUNDA CASA
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ão há como negar. Todo colégio tem um espaço guardado com carinho no coração de cada pessoa. Afinal, ali são vividos seus melhores momentos. Os primeiros amigos, as brincadeiras no recreio, a grande aventura do conhecimento. Mas há quem diga que algumas escolas têm algo especial. Fabiana Murta Albuquerque é uma dessas pessoas. Apaixonada pelo Santa Maria, ela foi da turma que “inaugurou” a nova sede, no São Lourenço. “Lembro-me como se fosse hoje do primeiro dia de aula no colégio novo. Fomos os primeiros a entrar nos banheiros, nas salas e ficamos encantados com o tamanho e a modernidade do Santa”. Para ela, o Santa Maria se confunde com sua história de vida. “Sempre que falo do colégio
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me emociono porque me lembro dos professores, de grandes momentos que vivi e de amizades especiais que cultivo até hoje”, destaca. FAMÍLIA MARISTA O amor pelo colégio só aumentou quando Fabiana conheceu e se casou com Humberto, que também havia sido aluno marista. “Temos muitos amigos em comum e nossos encontros sempre tiveram de uma forma ou de outra o colégio como tema”, conta. Quando as filhas chegaram, a escolha do colégio foi uma consequência. “Sempre valorizamos muito a educação que tivemos e a oportunidade de viver os valores ensinados pelos maristas. Quando pensamos na educação das nossas filhas, a decisão foi muito fácil”, conta Humberto.
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APRENDER SEMPRE A FÓRMULA DA PROFESSORA LILIANE NALDONY PARA ESTAR HÁ 35 ANOS COM OS ALUNOS
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FOTO MARIANA BARCELLOS
uem a vê com os alunos nas quadras poliesportivas não imagina que Liliane Nadolny é professora há 35 anos no Santa Maria. O biotipo de atleta somado às aulas de Pilates que faz no próprio colégio disfarçam muito bem a idade que ela tem orgulho de estampar. “Afinal, é uma grande conquista participar ativamente dos principais momentos de uma instituição como essa”, declara. Ela lembra, por exemplo, as alunas do Magistério (Sim, o Santa Maria formou professoras no início da década de 80), algumas delas tornaram-se colegas. “Sempre me senti em casa, em família. Foram muitos desafios, muitos aprendizados e posso dizer que só estou com os alunos até hoje porque ensino, mas também aprendo com eles”, conta. Aprender sempre é a grande dica da Liliane para estar muito bem em qualquer profissão e mesmo na vida pessoal. “O Colégio tem como diferencial a formação de professores. Fazemos cursos, workshops e buscamos estar sempre atentos à qualquer mudança que aconteça na nossa área”, destaca. “Além disso, é preciso olhar para os alunos com uma postura aberta, de diálogo, deixando claro que não sou a dona da verdade.” A recompensa? “Com certeza o agradecimento de alunos como o Raul, que era um menino tímido e que após muito incentivo começou a treinar vôlei. Passaram alguns anos e, quando ele estava no Terceirão, após vencer uma competição em São Paulo, ele veio até mim, mostrou a medalha e agradeceu por eu ter acreditado nele. Eu nunca vou me esquecer disso”.
BOM DIA COM ALEGRIA
“O que faz o Colégio Santa Maria inesquecível é a troca de experiências e de energia com essa juventude. Isso é o que me faz estar aqui ainda. A minha formação é de eletrotécnico. O que eu estou fazendo dentro de uma escola? Eu sempre trabalhei com pessoas e sempre administrando conflitos, então foi por isso que deu certo. A gente cuida da parte disciplinar, trocamos ideias com os alunos sempre procurando o melhor para eles. O diferencial da nossa escola é que nós fazemos a recepção desses alunos de manhã quando eles chegam. A direção da escola fica no hall de entrada e eu fico ali no trânsito auxiliando os carros e interagindo com eles na chegada. Eu digo bom dia, boa semana, falo que segunda-feira é o melhor dia da semana e eles não acreditam, mas é verdade. Sabe por quê? Porque a outra segunda-feira está longe ainda. Mas voltando a falar de coisa séria, o que faz esse colégio diferente dos outros é a solidariedade, a interação com as pessoas, o valor que elas dão pelo seu trabalho. Essas coisas pequenas são importantes para todos. Eu já estou aposentado, mas você acha que eu ia ficar em casa sem fazer nada? Claro que não. Quero continuar dizendo bom dia pelo resto da minha vida”. Domingos Antônio de Oliveira, funcionário do Colégio Santa Maria há 24 anos.
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SEMPRE SERÁ MINHA SEGUNDA CASA “Eu cresci no Santa Maria, estudei por 14 anos no Colégio e posso falar com toda certeza de que foi o lugar que mais me ensinou a ser como eu sou agora. O Colégio foi uma segunda casa para mim, até porque todos os funcionários me tratavam de um jeito maravilhoso, me acolhendo todos os dias com um simples sorriso, um abraço ou uma conversa. Hoje em dia consigo ver o quanto foi inesquecível o Santa Maria para mim pelo simples fato de sentir falta de tudo que me proporcionou. Antes de sair de lá, nunca imaginei que sentiria tanta falta de um lugar que costumava reclamar diariamente, mas agora só queria um professor que eu possa considerar como amigo, participar das reuniões da Pastoral Juvenil Marista toda semana e dos acampamentos, estar sempre fazendo novas amizades verdadeiras... Enfim, são tantas coisas maravilhosas, seria impossível falar todas. Mas o melhor de tudo é saber que mesmo não estudando mais no Santa Maria, eles sempre estarão de portas abertas para mim quando eu quiser visitar e matar as saudades.” Fernanda Schollemberg, 18 anos, é ex-aluna e estudante de Publicidade e Propaganda na PUCPR.
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CHEIRO DE INFÂNCIA “Acho que para começar a explicar o motivo pelo qual o Santa Maria é tão inesquecível para mim é só dizer que eu cresci lá. Ou seja, tudo relacionado ao colégio tem um cheiro de infância, um ar de segunda casa. É um lugar onde me sinto bem, me sinto acolhida e sempre que tenho a oportunidade volto lá para reviver todas as boas memórias. Fora que criei amigos para a vida inteira, aprendi com professores maravilhosos, que muitas vezes foram mais que professores, e saí de lá com mais coragem para enfrentar a vida. A base que o Santa Maria me deu eu não poderia encontrar em nenhum outro lugar. Hoje é fácil ver como foi importante ter uma formação muito além dos livros. Aquela frase ‘ex-aluno sim, ex-marista nunca’ não poderia ser mais verdadeira. Afinal, os valores que aprendemos lá são para sempre.” Ana Luiza Ferreira de Souza, 22 anos, estudou no Santa Maria desde os 5 anos e atualmente cursa Jornalismo na PUCPR.
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CONHECIMENTO PARA A VIDA FOTO MARIANA BARCELLOS
“O Colégio Marista Santa Maria para mim é inesquecível por duas razões: no que tange à parte didática, com 90% de bons professores, o Colégio proporcionou-me uma base sólida de conhecimentos, que possibilitou o meu ingresso na Universidade Federal do Paraná sem maiores dificuldades; no tocante ao relacionamento social, o Santa Maria facilitou-me a formação de boas amizades – que se perpetuaram –, por meio da participação ativa nas suas entidades religiosas (Cruzada Eucarística, Apostolado da Oração e Congregação Mariana), em seu Grupo Teatral e na Academia Literária Dom Pedro II.”
O LUGAR QUE ESCOLHI
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Levy de Brito Buquera Filho é advogado, tem 75 anos, e estudou no Colégio de 1947 a 1957.
“O Santa Maria é inesquecível para mim porque sempre sonhei em trabalhar na rede Marista, pois já sou marista antes mesmo de nascer. Meus pais trabalhavam na PUC e depois que eu nasci tive muito contato com os irmãos maristas. Estudei a vida toda em escola marista e sou professora do Santa Maria há 11 anos com muito orgulho. Aqui dentro vivencio valores e cada dia que passa tenho mais certeza de que os valores de Marcelino Champagnat são passados de gerações a gerações. Eu espero continuar essa história passando aos meus filhos e netos esses valores. O Santa Maria é inesquecível pois aqui aprendi e aprendo todos os dias, aqui é a escola que escolhi para o meu filho, aqui encontrei o amor da minha vida, aqui existem valores!” Uria Cavalcanti Ceschin, 38 anos, professora da Educação Infantil há 11 anos.
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É PIQUE! QUE TAL UMA FESTA SURPRESA PARA UM EX-ALUNO DE 90 ANOS?
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ompletar 90 anos de vida ao lado de familiares e amigos é simplesmente emocionante. É como abrir um baú de lembranças e deixar os sentimentos fluírem por meio de risadas e lágrimas. É agradecer as pessoas próximas que fazem a vida valer a pena. Esse é o flash da comemoração que Paulo Affonso Grötzer, um senhor carismático e de sorriso contido, recebeu do Colégio Marista Santa Maria. A homenagem é mais que merecida. Tanto o Colégio quanto o senhor comemoram 90 anos de vida. Mesmo após 71 anos da formação que recebeu da escola, nunca deixou de ser marista, pois guarda aqueles anos na memória e no coração. Apaixonado por livros de História e colecionador de relógios antigos, seus olhos azuis claros escondem segredos, mas também revelam a sabedoria e a experiência adquiridas durante a vida. Receber a homenagem após ter saído do colégio há tanto tempo foi algo inusitado. “Eu não imaginaria que a escola a qual eu não esqueço também se lembrasse de mim. Eu agradeço por isso”, fala emocionado. Quando perguntado se havia desconfiado de alguma coisa, ele revela: “Senti que tinha algo diferente no ar, mas não imaginei que fosse uma homenagem dessas”. A esposa Luiza Regina Sartori Grötzner mal podia falar, tamanha a emoção com a surpresa. “Sinto-me emocionada. Eu não esperava por isso”, confessa. Em meio a lágrimas, a
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companheira garante que a paixão do casal dura até hoje. Vê-se no cuidado que um tem pelo outro em 64 anos de casados. “Decidimos homenagear o Paulo no ano que também é representativo para o Colégio que completa a mesma idade. Faz 71 anos que ele se formou no Colégio, mas nunca deixou de ser um marista, porque guarda o Colégio no coração”, afirma Everson Caleff Ramos, diretor do Santa Maria. O filho do casal, Afonso Grötzner, que estudou no Santa Maria até 1972, ficou muito feliz com a festa. “Meu pai ficou emocionado. Foi uma surpresa fantástica”, conta. Do tempo de escola, relembra que não havia só uma relação de professor com aluno, mas que foram criadas relações de amizade. “Lembro-me muito do irmão Ruperto, que foi meu professor de Desenho e eu gostava muito de Geometria. Ele me ensinou muita coisa, me incentivou. É uma boa lembrança. Até hoje ainda tenho minha prancheta e desenho de vez em quando”, recorda. Escolher a escola para o filho foi natural, pelas experiências e pela proximidade ao Colégio. “Com um binóculo conseguíamos vê-lo no pátio”, brinca Seu Paulo. Luiza Regina conta que o filho do casal saía sempre atrasado, com o sapato na mão para não perder a aula, porém com o tempo foi aprendendo muitas lições. “O Marista nos preparou para a vida”, ressalta Afonso.
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VALORES
VALORES PARA SEMPRE É MUITO BOM LEMBRAR-SE DE PESSOAS E ATITUDES QUE MARCAM A ALMA DA GENTE – Chico, você quer trabalhar no Santa Maria??? – Vou perguntar para a minha esposa e para as crianças e já lhe falo. (...) – Vamos! Com alegria. E assim chegamos no Marista Santa Maria. Depois de 15 anos em outra escola Marista, fui acolhido por uma comunidade vibrante e criativa. Seis anos de trabalho em equipe, com muitas aprendizagens e a consolidação de muitas novas amizades maristas. Dois episódios me ajudam a resgatar momentos e pessoas inesquecíveis. RECEPÇÃO COM COBRANÇAS SÉRIAS Ao iniciar nosso trabalho em Curitiba, com o Ir. Pedrão (Pedro Trainotti) e o Prof. Paulo Moretti, tivemos que administrar muitas situações complexas, que envolveram e repercutiram em toda a comunidade. Por conta de uma dessas mudanças, atendi a um grupo de mães e pais que vieram para conversar sobre essa situação. No meio da conversa, para evidenciar o vínculo que as famílias do Santa Maria têm com o Colégio, uma das mães assim se expressou: - “Professor, o senhor não ama o Santa como nós amamos!” De fato, esse é um argumento irrefutável! Quem ama tem autoridade para decidir adequadamente. Respirei, com tranquilidade, concordei com a mãe e lhe pedi que me desse algum tempo para que, conhecendo melhor o Colégio, eu também pudesse amá-lo mais e também dar a minha contribuição para melhorar sempre mais o nosso Colégio. Pedi a ajuda e a paciência do grupo para viver esse processo de paixão que o Santa desperta em todos que o conhecem bem. Assim se deu: o amor foi crescendo com o conhecimento do Colégio e das pessoas que constroem essa grande escola, que agora completa 90 anos. 66
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PRESO NO COLO DO DIRETOR EDUCACIONAL Sempre transitei muito pela escola e acompanhei momentos ricos. Estava na Educação Infantil e presenciei uma criança chutando o portão e a canela da professora. Era uma adaptação um pouco complicada num começo de vida escolar daquela criança de 3 anos. Apesar de pequeno, o menino era forte! Peguei a criança no colo e segurei-a enquanto ela se acalmava, o que demorou interessantes minutos. Passeei no bosque até que o menino topasse andar de mãos dadas comigo e conversamos bastante. Ele não teve mais problemas ao entrar na escola, felizmente. Conheci sua família, tornamo-nos amigos ao longo dos anos que passei no Santa Maria. Este ano, esse menino entrou na universidade. Na minha vida ele já tinha entrado quando o segurei no colo, lá na Educação Infantil. Valores e pessoas que ficam para sempre! Atitudes que marcam a alma da gente. Saudades que eu cultivo ao encontrar todas as memórias e os queridos amigos que eu formei ao longo daqueles anos que convivi, eduquei e me deixei educar no Santa Maria.
ESTE ANO, ESSE MENINO ENTROU NA UNIVERSIDADE. NA MINHA VIDA ELE JÁ TINHA ENTRADO QUANDO O SEGUREI NO COLO, LÁ NA EDUCAÇÃO INFANTIL
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CARTテグ-POSTAL
Os viajantes em Bangkok no Grand Palace, na Tailテ「ndia VIVER CURITIBA 68
PARTIU
TAILÂNDIA,
INDONÉSIA,
CAMBOJA e
SINGAPURA? QUATRO AMIGOS “DAS ANTIGAS” EM UM MOCHILÃO INESQUECÍVEL PELA ÁSIA
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CARTÃO-POSTAL
Angkor, cidade cheia de templos no Camboja
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azer uma viagem dos sonhos, conhecer belas paisagens, novas culturas e quatro países com amigos da época do colégio. Isso parece meio distante em um mundo no qual as coisas são cada vez mais passageiras e virtuais, inclusive as amizades. Mas foi o que Thiago Cardoso, Marcelo Bora, Stéfano Calomeno e Guilherme Perito, que estudaram juntos no Colégio Marista Santa Maria durante o Ensino Médio, conseguiram realizar em 2014. Os quatro fizeram um mochilão na Ásia durante 35 dias, entre março e abril, passando pela Tailândia, Indonésia, Camboja e Singapura. Eles escolheram esse destino por ser menos popular e pela cultura totalmente diferente da brasileira, explica Thiago Cardoso, que nunca havia tido uma experiência como essa. A aventura começou com o grupo saindo de Curitiba e indo até São Paulo para pegar o primeiro voo internacional, que durou aproximadamente 16 horas, até Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Depois eles foram para Bangkok, na Tailândia, e passaram ainda por Chiang Mai. Os amigos seguiram então para o próximo destino, o Camboja, e visitaram as cidades de Siem Reap e Phnom Phen. De lá, foram para Singapura e para a Indonésia. Nos últimos dias retornaram à Tailândia, onde conheceram algumas ilhas, e depois retornaram para Bangkok, ficando lá até o fim da viagem.
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Cansado só de ler? Pois saiba que cada lugar deixou os viajantes maravilhados de alguma maneira. “Além das incríveis paisagens asiáticas, o que mais nos surpreendeu foi a cultura e as tradições do povo, bem como a simpatia e felicidade constantes demonstradas pelas pessoas que tivemos a oportunidade de conhecer”, conta Thiago, destacando alguns feitos inesquecíveis, como andar de elefante, fazer uma tatuagem em um templo budista e conhecer algumas praias consagradas em filmes e no surfe. Perrengues S.A. Apesar de recomendarem a viagem, mochilão não é mochilão se você não voltar para casa cheio de histórias para contar, certo? Principalmente aqueles perrengues, que na hora dão vontade de correr para casa, mas depois rendem boas risadas. Os meninos voltaram com vários desses maus bocados para dividir. A viagem de Siem Reap para Phnom Penh, capital do Camboja, foi em um ônibus bem antigo e levou cerca de oito horas, parando em um local precário para comer. Em Koh Phi Phi, uma ilha na Tailândia, eles não reservaram o hostel e ficaram mais de duas horas rodando com as mochilas nas costas para encontrar um local para se hospedar, sendo que o melhor que acharam foi um lugar com um quarto com 20 e poucas camas e só um banheiro.
Curtindo Maya Bay na Tailândia, local onde Leonardo DiCaprio gravou “A Praia” Templo Ta Prohm em Ankgor, no Camboja
POR QUE IR?
DOS QUATRO PAÍSES QUE VISITARAM, O QUE ELES MAIS RECOMENDAM É A TAILÂNDIA. • Em Chiang Mai, a capital espiritual da Tailândia e segunda maior cidade do país, você pode visitar belíssimos templos. Para quem gosta de aventura, o local ainda tem cachoeiras e dá para fazer trekking, rafting e brincar com tigres. • Quer conhecer as Mulheres Girafa? A tribo delas fica perto de Chiang Mai. • Já em Bangkok você pode visitar desde templos budistas, passar pelo mercado flutuante, ver o palácio da rainha e até andar de elefante. • O país ainda tem belas ilhas, como Koh Samui, Koh Tao, e Koh Phi Phi no Sul, que tem festas sensacionais e vida noturna agitada.
Visitando o Templo Wat Rong Khun em Chiang Rai na Tailândia
Templo Wat Phra That Doi Suthep na cidade de Chiang Mai na Tailândia
No Tiger Kingdom em Chiang Mai na Tailândia
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CARTÃO-POSTAL
DE BOCA FECHADA Mas a melhor história foi em Bali, na Indonésia. Dessa vez eles haviam reservado o hostel, mas a estalagem anotou a reserva errada e o grupo teve que dormir no lobby/cozinha/recepção do local em pufes e almofadas. Acha que parou por aí? No dia seguinte era o Dia do Silêncio, que marca o início do ano hindu na ilha, e deve ser respeitado por todos. “Basicamente, não é permitido sair na rua, as luzes permanecem apagadas e as pessoas devem ficar em silêncio. Para eles é um dia destinado a meditação e autorreflexão, porém os turistas são obrigados a respeitar a tradição, de modo que ficamos no hostel o dia inteiro sem poder sair”, explica Thiago.
Belíssima paisagem nas ilhas Koh Phi Phi na Tailândia
FICA A DICA
“Viajar entre amigos é a melhor forma de conhecer lugares novos. Os interesses normalmente são os mesmos, as conversas fluem com naturalidade e as risadas são constantes”
Passeio inusitado no Elephant Camp em Chiang Mai na Tailândia
PEGANDO LEVE O que diferencia essa viagem de qualquer outra é a intimidade que eles têm uns com os outros. “Como somos amigos de longa data as decisões e os problemas que surgiam eram resolvidos mais facilmente. A amizade nos ajudou a se ‘aturar’ por 35 dias”, brinca o aventureiro. Para ele, viajar entre amigos é a melhor forma de conhecer lugares novos. “Os interesses normalmente são os mesmos, as conversas fluem com naturalidade e as risadas são constantes.” Os amigos, que atualmente seguem carreiras diferentes (apenas Thiago e Guilherme fizeram o mesmo curso), ainda se encontram bastante depois de formados no colégio. E se você pensa que depois do mochilão eles não conseguem mais se ver, mensalmente suas famílias organizam um jantar para reunir o pessoal e relembrar os momentos que viveram por lá. 72
VIVER CURITIBA
Cidade histórica de Ayutthaya na Tailândia
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DA ESCOLA PARA O MUNDO TURISMO ESTUDANTIL É UMA EXCELENTE OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO E INTEGRAÇÃO, MAS É PRECISO QUE SEJA FEITO COM SEGURANÇA
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s destinos são os mais variados. De praias paradisíacas do litoral brasileiro, passando pelas belezas naturais da região central do país, viagens internacionais ou aquelas de cunho pedagógico, o turismo estudantil tem ganhado cada vez mais força. Trata-se de um público importante para o setor de turismo no Brasil, que somente em 2014 movimentou R$ 492 bilhões entre atividades diretas, indiretas e induzidas, segundo dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). Com foco nesta garotada que ajuda a movimentar o segmento, a AWS Turismo Estudantil atende cerca de 4 mil adolescentes e jovens por ano somente em Curitiba. A empresa está presente na capital paranaense há mais de 20 anos e é uma das principais operadoras especializadas em viagens para jovens da cidade. O objetivo é proporcionar
“NA NOSSA PARCERIA COM O MARISTA BUSCAMOS ESTAR ATENTOS AOS OBJETIVOS DE CADA ATIVIDADE E PRINCIPALMENTE AOS VALORES DA INSTITUIÇÃO” Wanderlei Camargo 74
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viagens de formaturas e passeios de campo, garantindo a vivência da teoria à prática. “Os roteiros para os formandos têm foco exclusivo no lazer e integração por meio de atividades em grupos, como gincanas e dinâmicas”, explica o proprietário Wanderlei Camargo. “Quanto às viagens de cunho pedagógico, elas cumprem um papel fundamental, complementando o ensino e oportunizando aos estudantes momentos para colocar em prática o aprendizado teórico”, destaca o empresário, que atende o Colégio Marista Santa Maria há 16 anos. Wanderlei Camargo destaca que o turismo estudantil é uma excelente oportunidade de crescimento e integração, mas é preciso atenção dos pais e do colégio para garantir máxima segurança e uma experiência sem contratempos. “A integração entre a empresa de turismo e o colégio são fundamentais. Na nossa parceria com o Marista buscamos estar atentos aos objetivos de cada atividade e principalmente aos valores da instituição. É preciso lembrar que a viagem é um momento de convivência intensa, no qual o respeito e a troca de conhecimento são colocados em prática”, explica. AWS Turismo Estudantil (41) 3029-0468 www.awsturismo.com.br
CÉU AZUL AWS APOSTA EM DESENVOLVIMENTO DOS SERVIÇOS E CRESCIMENTO DE 30% EM 2016 “Atuamos neste segmento com foco nos colégios das cidades que estamos presentes, sendo a primeira agência especializada em Curitiba. Hoje, estamos com filiais em Florianópolis e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e em breve vamos inaugurar outra filial em Porto Alegre (RS)”, explica Camargo. A expectativa da empresa é atender 30% do público curitibano em 2016.
No próximo ano a agência vai investir em novos pacotes, desenvolvendo ainda mais o atendimento com relação à segurança e à qualidade dos serviços prestados. “Um dos nossos diferenciais é nossa relação com os colégios, estando muito próximos para entender as necessidades, patrocinando eventos e conhecendo muito bem os alunos. Isso é fundamental quando se fala em conquistar a confiança dos pais e garantir que tenham tranquilidade ao contratar nossos serviços”, finaliza.
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BEM-ESTAR
VAI ENCARAR? ESCOLHA A AULA QUE QUISER E O EXERCÍCIO QUE MAIS COMBINA COM VOCÊ. SEM DISPOSIÇÃO? CHAME UMA AMIGA. FILHOS? EXERCITE-SE ENQUANTO BRINCA COM ELES. NÃO GOSTA DE ACADEMIA? DANCE! SÓ NÃO VALE ARRUMAR DESCULPAS. POR ANGÉLICA MUJAHED | FOTO JANETE ANDERMAN
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rabalho, filhos, casa e ainda aquela preguicinha que bate de vez em quando que não dá vontade de levantar do sofá. Todas essas coisas fazem com que muitas mulheres reforcem o time das sedentárias. Mas, afinal, o que você precisa para se sentir mais disposta e começar a praticar uma atividade f ísica? Se for a preguiça que atrapalha, uma excelente dica é ter alguém do seu lado para motivá-la. Foi nisso que as participantes do grupo The Running Moms pensaram. A nutricionista Katia Regina Castro de Lacerda queria correr em grupo, mas não encontrava uma assessoria de corrida perto de sua casa e nos horários que estava disponível. Então, conversou com sua amiga Ana Paula Costodio e elas combinaram de começar a correr juntas no Parque São Lourenço. Logo depois convidaram Caroline Kiel Borges e Luciane Rangel
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Shirai, que nunca tinham corrido, mas gostaram da ideia de, além de queimar calorias, conversar e descontrair. Elas são mães de crianças que estudam no Colégio Santa Maria e atualmente coordenam o grupo que se reúne para treinar com a orientação de um profissional de Educação Física. Kátia lembra que, apesar do nome, o grupo não é formado apenas por mães. Segundo a nutricionista, a ideia é aliar o exercício à diversão de correr com amigas, sendo que qualquer participante pode convidar alguém. “Muita gente tem vontade de começar a correr, mas não se anima sozinha e outras têm medo de se machucar”, conta. Mas por que correr? Para ela, além de todos os benef ícios já conhecidos dessa prática, “a corrida é o meu antidepressivo natural e é melhor que chocolate nos dias de TPM”.
“A CORRIDA É O MEU ANTIDEPRESSIVO NATURAL E É MELHOR QUE CHOCOLATE NOS DIAS DE TPM” revistaviver.com.br 77
BEM-ESTAR
BALLET FIT
FOTO BRUNA BURKAT
Outra opção um pouco mais pesada é a Dança Fit, ou Ballet Fit, oferecida pelo Santa Maria, que mistura ginástica localizada com música e um pouco de barra, como se fosse balé. A médica pediatra Manuela Bassetti, que tem um casal de filhos, começou a fazer essa aula no próprio Colégio porque gosta de dançar e garante que não precisa experiência para acompanhar. “Somos dez mães e só eu fiz ballet quando era adolescente, e todo mundo acompanha”. Segundo Manuela, a aula é puxada, mas ela acredita que é só ter vontade para conseguir acompanhar. A médica também é um exemplo de força de vontade: “Além da Dança Fit também estou fazendo Pilates e reeducação alimentar com nutricionista. Perdi 5 quilos desde que comecei e sinto uma melhora na postura, no equilíbrio e no tônus muscular”, conta. Ela garante também que a aula é descontraída, pois as alunas falam sobre tudo e se encontram até fora dali: “É um tratamento para o corpo e para a mente”.
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COMO NOS MUSICAIS
Para quem não gosta de musculação e do clima de academia, uma sugestão é apostar na dança, que é uma maneira divertida de ficar em forma. Uma novidade aqui em Curitiba é a Broadway Dance do Studio D1, uma modalidade que monta sequências de coreografias de músicas da Broadway, como os conhecidos Chicago e Cabaret. Juliana Ferraz, mãe de dois alunos do Santa Maria, interessou-se pela aula porque nunca gostou de academia, mas ama dança. Quando viu sua sobrinha se apresentar ao som de uma música do Chicago com todas as dançarinas usando roupas de melindrosa, perucas vermelhas e até uma metralhadora na mão, ela se apaixonou. Na época, porém, só havia uma turma no sábado. “Então postei em dois grupos de mulheres do Facebook convidando todas para uma aula experimental. Deu certo!”, comemora. Segundo Juliana, a aula não tem restrições e, mesmo contando atualmente só com mulheres, homens também são bem-vindos. O grupo tem desde meninas mais jovens, que fazem balé clássico, até mais maduras. “Acho que todas têm a aprender e ganhar com essa mistura, até porque, quanto maior a turma, mais lindo fica o resultado final”, complementa.
FOTO PATRÍCIA AMANCIO
SOBRE RODAS
Desistiu dos exercícios porque quer passar mais tempo com os filhos? E se fosse possível aliar os dois? A designer Fernanda Ercoli teve uma ótima ideia que, além de divertida, queima muitas calorias. Anda de patins no parque com os filhos de 11 e 10 anos. Achou curioso? Essa prática oferece um exercício aeróbico completo, pois envolve todos os grupos musculares do corpo, fortalece os tecidos conjuntivos e músculos, além de melhorar a saúde cardiovascular. Fernanda sempre praticou atividade f ísica, mas admite que após o nascimento da primeira filha ficou mais dif ícil conciliar a rotina com os exercícios, mas nunca parou, chegando até a frequentar academias 24 horas. Atualmente, além da diversão com os filhos, ela ainda faz academia e aula de zumba no Santa Maria. A dica da designer para quem está parada é “conciliar o que lhe faz bem. É importante perceber o momento em que você sente falta e encontrar uma forma de retomar a prática de exercícios”.
5 perguntas para Fernando Amaral
FAÇA A HORA DO RECREIO! 1. QUANTO TEMPO VOCÊ ESTUDOU NO COLÉGIO? Foram 11 anos, antigos 1° grau e 2°grau. 2. QUAIS SUAS MELHORES LEMBRANÇAS? São várias, mas os dias de formação no Parque Santa Maria eram sempre muito especiais, onde tínhamos uma manhã de trabalhos no parque ou nas escolas da periferia e à tarde podíamos fazer churrasco, ir até as letras do parque, na Gruta, e jogar bola no campo oficial de grama. Também não há como esquecer a música “Oh vem conosco vem ca minhar”, que era o sinal de fim de aula. O Hino Nacional nos dias cívicos, as olimpíadas internas, e outras memórias que ficaram gravadas. 3. TEM ALGUM OU ALGUNS PROFESSORES MARCANTES? Sim, vários....Prof.a Geise, Marquinhos, Zero, Celso, Siderlei, entre outros. 4. QUAL A SUA FORMAÇÃO E COMO O MARISTA FOI IMPORTANTE PARA SUA VIDA? Sou Químico Industrial e Educador Físico. Os valores maristas fazem parte da formação humana, ajudam a moldar o nosso comportamento, a ter uma atuação mais solidária e humana na sociedade. 5. COM RELAÇÃO À SAÚDE E BEM-ESTAR, TEM ALGUMA DICA QUE GOSTARIA DE COMPARTILHAR COM OS LEITORES? A minha dica é faça a sua “hora do recreio”, aquele momento de alegria! Assim como no colégio, é preciso fazer pausas, ter seus momentos para a atividade física, contato com a natureza, amigos e conhecer novos lugares.
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BRINCAR DE SER FELIZ
AS ATIVIDADES FÍSICAS ESTÃO SE TORNANDO MAIS UMA OBRIGAÇÃO DO QUE UM MOMENTO DE DIVERSÃO PARA AS CRIANÇAS. O SEGREDO É RESGATAR O PRAZER PELO ESPORTE POR ANA LUIZA SOUZA | FOTO MILENA STAHSEFSKI
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esde cedo as crianças aprendem, seja na escola, seja em casa, que é importante praticar esportes. Os benef ícios são muitos e vão desde o desenvolvimento da noção corporal até a autoconfiança. No entanto, com tantas tecnologias e gadgets disponíveis atualmente é muito raro ver as crianças se exercitando fora da escola. O que acontece é que muitas vezes o esporte acaba virando uma obrigação, como a aula de judô ou de natação toda semana. O exemplo do pai que matricula o filho em uma atividade por recomendação do médico é clássico. A criança acaba cansando dessa rotina e quando tem um tempo livre para brincar prefere ficar no celular ou no tablet. Aí vem a questão: Como incentivar o interesse dos filhos pela prática esportiva sem tornar isso um dever? Uma boa solução para esse desafio é apresentar o lado prazeroso dos esportes, para que o gosto pelas atividades f ísicas se desenvolva naturalmente nas crianças. Para Daniel Marques Stahsefski, transmitir esse valor para a filha Sofia, aluna do Santa Maria, foi algo muito natural. “É importante criar esse estilo de vida. Desde que ela nasceu pensei que ela tinha que ter isso presente em sua vida”, lembra. Sofia aprendeu a andar de bicicleta sem rodinhas antes de quatro anos de idade e sempre participou dos passeios de bike em família. Hoje, praticar atividades f ísicas é algo espontâneo para ela, que costuma chamar os amigos em casa para “brincar de esporte”, como conta Daniel. “No fundo de casa temos balanço, escorregador, slackline. Até circuito de crossfit já fiz para ela brincar com os colegas.”
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É LOGO ALI
São muitas as opções para se divertir e curtir a natureza perto do Santa Maria O bairro São Lourenço é uma das áreas mais valorizadas em termos de área verde na cidade. São vários parques, bosques e ciclovias. É também nessa região onde Daniel mora há mais de 30 anos com sua família. Para aproveitar a natureza ao redor e respirar ar puro, ele costuma pedalar pelo menos duas vezes na semana. A dica do Daniel para aproveitar esse momento com as crianças é começar pelo Parque São Lourenço e seguir a ciclovia até o Bosque do Papa. “Dá para fazer uma parada no Bosque ou até mesmo no Museu que fica ao lado, tomar um suco, uma água, aproveitar o parquinho do Bosque para os pequenos brincarem e depois fazer o trajeto de volta”. Se o dia estiver quente, a pedida é um caldo de cana com limão bem gelado. Perto do Colégio Santa Maria também estão o Parque Tanguá, o Bosque do Alemão, a Universidade Livre do Meio Ambiente e a Ópera de Arame, pontos turísticos com floras e faunas riquíssimas. É só escolher um deles e fazer sua atividade preferida.
Nos finais de semana a diversĂŁo de Sofia ĂŠ a passear de bike com o pai Daniel
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BEM-ESTAR
FECHE OS OLHINHOS
E CHEIRE A FLORZINHA...
É
assim, com a simplicidade típica das crianças, que o professor de Educação Física Hé-
lio Ricardo Wolff ensina os alunos da Educação Infantil do Santa Maria
a meditar. Conhecido por todos como Girafa, ele já é referência no Colégio por
transformar as aulas em momentos prazerosos para os alunos. Há três anos, Hélio começou a fazer exercícios de meditação com as crianças no começo e no fim das aulas e essa inovação está dando resultados positivos. “Depois das nossas sessões, eles comentam que estão com o corpo mais calmo, sentem-se mais atentos, mais tranquilos. É muito legal gerar essa percepção”, comemora. Na meditação, a consciência corporal é muito estimulada e para as crianças esse momento é ainda mais importante. É nessa fase que elas estão desenvolvendo a inteligência emocional, uma das habilidades mais importantes para a construção de bons relacio-
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namentos, e para isso o autoconhecimento é fundamental. “Temos de plantar desde cedo a sementinha de que é importante dar uma pausa no dia a dia para absorver energias positivas e desenvolver uma consciência do seu corpo”, explica. Hélio é voluntário do Projeto Mãos sem Fronteiras, que propõe a prática de meditação por pelo menos cinco minutos ao dia. Segundo o professor, essa atividade envolve uma transformação interior essencial para quem busca transformar o mundo em que vive.
“TEMOS DE PLANTAR DESDE CEDO A SEMENTINHA DE QUE É IMPORTANTE DAR UMA PAUSA NO DIA A DIA PARA ABSORVER ENERGIAS POSITIVAS E DESENVOLVER UMA CONSCIÊNCIA DO SEU CORPO” Professor Hélio Ricardo Wolff
“Cinco minutos ao dia mudarão sua vida”. É esse o lema da organização Mãos sem Fronteiras, fundada há mais de vinte anos na Espanha com o objetivo de desenvolver o bem-estar pessoal e a saúde social. Um dos projetos da ONG é o aplicativo para smartphone Eu Medito, que explica diferentes técnicas e permite ao usuário ter um maior controle de como está a sua prática de meditação. Para o professor Hélio, essa é uma maneira de utilizar a tecnologia, algo tão presente na vida das crianças, de forma positiva. “Eu apresentei o aplicativo para meus alunos e eles adoraram, já até pediram para os pais baixarem”, conta. eumedito.org
FOTOS MARIANA BARCELLOS
EU MEDITO
Cheire a florzinha e assopre a velinha. São com essas referências lúdicas que o professor ensina as crianças a respirarem e inspirarem com calma, parte fundamental da meditação.
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GOURMET
NAQUELA MESA PERTINHO DO SANTA MARIA EXISTEM DEZENAS DE OPÇÕES PARA UM ALMOÇO DESPRETENSIOSO OU UMA BOA COMEMORAÇÃO
Rose Petenucci Chocolates e Biscoitos Finos
A chocolateria é conhecida por seus doces variados, bolos, balas, tortas, trufas, biscoitos e chocolates, entre tantas outras opções. Instalada em uma charmosa casa de madeira, o espaço oferece também sopas e sanduíches que dão água na boca, como o sanduíche de Parma (foto), além de salgados, espressos e chocolates quentes. Rua Elias Joaquim, 55
M.I.A. Trattoria Criativa
Prime Grill Curityba
Donnastta Frutos do Mar
Rua Albano Reis, 471
Rua Mateus Leme, 2835
Rua Dr. João de Oliveira Passos, 562
Instalado em uma casa típica do início do século XX, o restaurante oferece atendimento personalizado para os clientes. O prato pode ser montado, com opções de massas, ingredientes e molho, além das carnes grelhadas que também ficam por conta do cliente. O espaço oferece ainda entradas e sobremesas e uma boa carta de vinhos e cervejas gourmet.
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Na churrascaria Prime Grill Curitiba, especializada em carnes nobres, todas as carnes contam com o selo de qualidade Maria Macia, contando com rebanho próprio. É a primeira churrascaria Premium do Paraná a oferecer essa exclusividade. Entre as iguarias servidas pela casa está a parrilla (foto), grelha argentina servida na mesa com diferentes tipos de corte.
Para quem gosta de peixe e frutos do mar o restaurante é uma boa pedida. Com clima familiar, o espaço oferece saborosas opções desde peixes, como o pescado e a tilápia, até pratos mais nobres, como ostras gratinadas (foto). Para quem tiver dificuldade em decidir entre tanta variedade, a dica é o Combinado do Donnastta, uma refeição completa escolhida a dedo pelo chefe da casa.
Bar do Victor
Dentre os cinco restaurantes da tradicional rede de frutos do mar, o bairro São Lourenço é agraciado com nada menos que a matriz do Bar do Victor. Se o que você procura é fartura em forma de cardápio esta a pedida. A experiência de um almoço em família ou amigos ficará ainda mais agradável acompanhada por um linguado grelhado ou uma moqueca de camarão. Rua Lívio Moreira, 284
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GOURMET
Goodies Bakery
Quem passa pelo lugar logo quer experimentar todos os sabores. A casa oferece cupcakes de blueberry, cheesecake, Rafaello, Nutella e Goodies ou mesmo algumas combinações inusitadas como o Candy Bacon e Banoffi. A Goodies oferece também mais de 30 opções de cookies, além de salgados para aquele lanche no meio da tarde. Rua Brasilino Moura, 382
O CHARMOSO MANGIATTO BENE POR MARIAN GUIMARÃES
Marreco recheado, paleta de carneiro, perdiz recheada, steak au poivre, carne de panela, salada de funghi e massas frescas são algumas das sugestões do cardápio do Ristorante Mangiatto Bene, localizado numa bonita área verde da Rua Zapata Centro Cívico João Gava, 545, atrás do Colégio Santa Maria. A casa oferece diversos pratos com a Comandado pela família Simão, a proposta do Mangiatto Bene se reflete autenticidade da cozinha mexicana. num cardápio sucinto, principalmente de massas caseiras. Talharim, lasanha, A dica é a sequência de pratos com nhoque, ravióli, capeletti, brodo, servidos com uma variedade de molhos (à nachos, tacos, fajitas e pastelitos. Para quem gosta de um chop para relaxar bolonhesa, ao sugo, alla carbonara, ao funghi, gorgonzola, na manteiga, quatro no fim do dia vale a pedida Los Naqueijos, pana com presunto, alho e óleo) que ficam à escolha do cliente. chos Concorrientes (foto), que leva A comida preserva sabores caseiros, sem grandes firulas, mas de indiscutível triângulos de tortilhas de milho croautenticidade, como a excelente carne de panela que nos remete aos tempos de cantes cobertos com chilli de alcatra infância, com aquele molho grosso e aromático. moída, bacon, cheddar derretido, Destaque também para o marreco recheado feito à moda alemã cuja receita guacamole e sour cream. do recheio é tradicional da família Simão. Acompanha repolho roxo e talharim Rua José Sabóia Cortes, 383 na manteiga. Entre os filés, o mais solicitado é o com molho ao poivre. Já entre as massas é difícil dizer, todas são muito apreciadas. Na sobremesa, perde quem não experimentar o profiterole. Outra boa pedida é o doce de abóbora em cubos, servido com sorvete de creme. O Mangiatto Bene começou com capacidade para 50 lugares. Hoje oferece 150, distribuídos em três salões, em construções separadas, um na frente do outro, mas que funcionam integrados. Sua decoração é feita com objetos antigos – ferros de brasa, telefones, rádios, cabideiros, utensílios de cozinha, belíssimos canecos de chopes, posters de algumas regiões da Itália, e por aí afora. Tudo colocado de maneira aleatória, mas que fica simpático aos olhos. Marian Guimarães é jornalista e mãe da ex-aluna Marina Guimarães Cestaro marianguimaraesemblog.blogspot.com
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GOURMET
OS SABORES INESQUECÍVEIS POR LUIZ AUGUSTO XAVIER
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assei pela fase de transição, da mudança do Colégio Santa Maria da Praça Santos Andrade para o São Lourenço. Minha filha era novinha, cursava ainda o Ensino Fundamental e o prédio novo era imponente, o local belíssimo, tudo diferente, amplo, lembrando muito o Colégio Pio XII, também Marista, onde eu havia estudado na minha infância, em Ponta Grossa. Era um fim de mundo – costumava-se dizer na época, quase metade dos anos 1980. Era longe mesmo, mas numa região que já estava se desenvolvendo bem e que até apresentava algumas boas atrações na gastronomia. A começar pelo Bar do Victor, então ainda um bar, tocado pelo Victor Schiochet na Mateus Leme, que era uma portinha e um corredor lá para os fundos e existia desde 1967. Era ali que eu comia os (então) maiores camarões que havia visto e para onde ia, regularmente, nossa turma de jornalistas ainda em início de carreira. Lembro-me de uma dessas colegas que pedia Underberg com vodka e de uma noite de frio e muita chuva na qual a bebida acabou sendo a favorita de todos, para esquentar o corpo – e a alma. O Bar do Victor, numa negociação com o empreiteiro Cecílio do Rego Almeida, que morava em frente e se incomodava com o barulho, ganhou um espaço maior numa rua lateral, onde funciona até hoje como restaurante referência de frutos do mar em Curitiba – e cabeça de um grupo com mais quatro restaurantes na cidade. Mais para a frente, já no Abranches, embora ainda perto, havia a Casa Velha, que já na época era velha, funcionando desde a segunda década do século XX. Praticamente na frente do cemitério, com petiscos interessantes e local acolhedor. A dobradinha dos sábados sempre foi a marca, mas me lembro de ir às quintas comer codorna. Gostava também das costelinhas de porco, que se desmanchavam. O bar funciona até hoje e acrescentou algumas novidades no cardápio. Mas mantém a dobradinha, impecável. Não sei das codornas... Por falar em codornas, ali perto também havia saborosas perdizes. Alguns anos depois, década de 1990, quando foi fundado o Restaurante Mangiatto Bene, propriedade de um ex-garçom do Bologna – que ainda funcionava no cen-
tro da cidade. É uma cantina que existe até hoje, com estilo bem tradicional, mesas rústicas, toalhas de renda, cadeiras de palha. Adorava as perdizes, mas também havia um interessante marreco recheado e talvez tenha sido pioneiro por aqui na massa com molho funghi, já que, na época, era dificílimo encontrar cogumelos frescos no mercado. Outro restaurante que marcou muito na região foi o Le Chef, que chegou a ter os melhores fondues de Curitiba. Aberto originalmente na República Argentina pelo suíço Rudolf Bugmann, substituído pelos filhos após seu falecimento, transferiu-se para a Rua Brasilino Moura, onde permaneceu até fechar, acho que pouco antes do ano 2000. Foi, durante um bom período, a melhor casa na especialidade. Mas o que havia mais próximo do Colégio, quase na frente, era uma enorme casa de chope. Fundada em meados da década de 1980, a Bavarium Park foi pioneira no modelo brewpub, a microcervejaria, cuja ideia depois se espalhou pelo país. Era um sucesso, lotava por dentro e por fora (de gente querendo entrar, fazendo filas na rua) e tinha o charme de oferecer, em algumas mesas, uma torneira para quem quisesse se servir de cerveja à vontade. Durou alguns anos como point certo do curitibano, mas não resistiu ao fim da onda e teve de fechar. Hoje as cercanias do Santa Maria são marcadas por diversas opções gastronômicas. Especialmente frutos do mar, puxados pelo sucesso do Bar do Victor. Um pouco mais adiante, em direção ao centro, há algumas churrascarias interessantes, casas de massas e alguns bares de boa comidinha. Isso para não contar um churrasquinho logo ali em frente, no belo Parque São Lourenço.
LUIZ AUGUSTO XAVIER é jornalista e pai dos ex-alunos Juliana Xavier de Lima, André Magnani Xavier de Lima e Luiz Henrique Magnani Xavier de Lima. Ele estudou no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa de 1961 até 1964. gazetadopovo.com.br/blogs/ panela-do-anacreon
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GOURMET
ALMOÇO EM FAMÍLIA SE O DIA A DIA ESTÁ CORRIDO, QUE TAL UMA BOA REFEIÇÃO NO COLÉGIO?
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velho hábito de reunir toda a família à mesa parece uma tarefa complicada nos dias de hoje. Diante de pais cada vez mais ocupados com o trabalho, arrumar um tempo para almoçar com os filhos exige quase um planejamento para que o encontro aconteça. As atividades dos filhos, a agenda lotada, tudo vira corrida contra o relógio e parece dificultar esse momento simples, mas de relevância extremamente importante para a estrutura familiar. Pode até parecer antiquado, mas as refeições compartilhadas são uma forma de interação fundamental para reforçar laços afetivos. Para a coordenadora do Período Ampliado do Santa Maria, Josiane Miara Barbosa, esses momentos são importantes para fortalecer as relações familiares e também para ajudar no desenvolvimento das interações sociais da criança. “Almoçar juntos faz com que a família se sinta segura. É o momento em que os pais participam mais ativamente da vida dos filhos, entendendo o papel da escola na formação e educação dos pequenos. Já as crianças entendem nesse ato a preocupação dos pais e sentem-se mais tranquilas.” Iniciativas que se propõem a retomar e a revalorizar a estrutura familiar são sempre bem-vindas. Para ressaltar e tentar resgatar a importância do almoço como uma forma de interagir com os filhos e seus colegas, o Marista oferece a possibilidade desse convívio em suas cantinas. A ideia caiu no gosto dos pais e tornou-se uma opção para aqueles que querem compartilhar bons momentos com os filhos.
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EM CASA
“Meu filho se sente importante quando venho almoçar com ele no colégio”, relata Wanessa Farignoli, mãe de Gustavo, aluno do 6º ano. Ela conta que há dois anos começou a frequentar a cantina e tem momentos importantes como conhecer os colegas, funcionários e acompanhar a rotina da escola. “A vida corrida me fez optar por almoçar na escola pelo menos três vezes na semana. Mas eu ganhei muito mais que economia de tempo. Sinto-me especial porque no meio do dia eu consigo passar um tempo com meu filho, fazendo com que ele se sinta valorizado, protegido e que faz parte de uma família. A escola consegue fazer o papel social que é o de aproximar os pais, e isso é extremamente importante”, reforça Wanessa. Ela diz que o colégio, de certo modo, é como se fosse a casa dos filhos, pois eles passam muito tempo naquele espaço e têm orgulho de contar as coisas que acontecem ali. “Ele me mantém a par de tudo, das notas, de como estão as aulas, como estão os professores, dos lugares do colégio”, relata.
FOTO PATRÍCIA AMANCIO
SEMPRE JUNTOS
Andrelize Farago Machado é mãe de Hamile e Halani e diz que reunir a família para o almoço é regra em sua casa. “Sempre valorizei isso com minhas filhas e agora que elas estão crescendo não tem por que ser diferente”, conta. Com atividades que exigem que as pequenas fiquem em horários estendidos, a opção por comer na escola surgiu como uma excelente opção. “Às vezes eu não consigo ir, mas meu marido ou mesmo as avós tentam marcar presença. Acredito que conseguimos passar o valor de família ao estar com elas no colégio.” Para o pai das meninas, Giancarlo Machado, o convívio com as filhas não tem preço. “É o momento que consigo participar ainda mais da vida delas, conversar e dialogar, pois sei que esse contato é fundamental para o desenvolvimento delas.”
A família Machado almoça no Santa Maria pelo menos duas vezes na semana.
PERÍODO AMPLIADO
“No Período Ampliado também proporcionamos esse momento familiar e a participação das famílias só tem crescido. Os pais estão reorganizando seu dia a dia e buscando passar mais tempo com seus filhos, e, como educadora, é muito satisfatório perceber essa preocupação”, destaca Josiane. “Quando esses encontros acontecem, o significado de alimentação vai além da questão de sobrevivência, pois é o momento de alimentar sentimentos, alimentar as relações afetivas”, finaliza. revistaviver.com.br 91
Job: 21935-093 -- Empresa: africa -- Arquivo: AF-FER-21935-093-An-Rev-VIVO-Casal-420x275_pag001.pdf
RECEBER BEM
CASAMENTO DOS SONHOS BASEADOS EM UMA HISTÓRIA DE AMOR EMOCIONANTE RECRIAMOS UMA MESA DE CASAMENTO INSPIRADORA POR ANGÉLICA MUJAHED | FOTOS PATRÍCIA AMANCIO | PRODUÇÃO NATY FOGAÇA E CAROL PIEGEL
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magine se você tivesse perdido seu pai aos nove anos e tempos depois pudesse recriar a festa de casamento de seus pais? Nessa grande viagem especial que a VIVER está promovendo para celebrar os 90 anos do Santa Maria, descobrimos a história incrível da família da Cake Designer Daniela Teixeira de Freitas Chrisóstomo. Seus pais casaram-se na Capela do antigo colégio.
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Para homenagear o Colégio e reviver a história de amor dos seus pais, ela abriu as portas de casa e produziu uma festa especial. “Procuro colocar muito amor nos bolos que faço porque sei que estarão presentes em situações especiais. Dessa vez pude viver a experiência única de unir meu trabalho a um momento que não ficou apenas em 1967, mas está na memória e no coração da minha mãe e da minha família”, conta. Embarque com a gente nesta festa que celebra o passado, mas que pode fazer parte do futuro em uma mesa de uma nova história de amor.
Daniela se emociona ao oferecer o bolo para a mãe, Maria Helena.
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UMA CAPELA, LÍRIOS E MUITO AMOR
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história toda tem tanto valor à família, que durante uma semana inteira Daniela ficou emocionada, e enquanto fazia o bolo de casamento para a produção das fotos, sentiu-se muito feliz. A união de Maria Helena Loureiro Teixeira de Freitas e José Joaquim Muniz Teixeira de Freitas foi coisa do destino. Um casamento de dez anos interrompido pelo falecimento de José, mas que ainda avassala o coração de Maria Helena e que deixou como fruto dois filhos. O casal se conheceu em 1952, moravam perto, ambos no Mercês, e eram amigos, brincavam juntos, pois ela tinha 12 anos e ele 14. “Era aquela coisa, criança adolescendo, e a gente se conhecendo, e depois a vida nos separou. Eu namorava, ele namorou outras... Cheguei a ficar noiva, desmanchei o noivado e ele foi me consolar. Que consolo foi esse, que dois anos depois estávamos casados?”, brinca a eterna apaixonada, que estudava em um colégio só para meninas, e José no Santa Maria, que na época só aceitava meninos. Quando decidiram se casar, em 1967, queriam que a cerimônia acontecesse na capela do colégio do noivo, que tinha uma ligação forte com a família Teixeira de Freitas. Pediram autorização ao Arcebispo Dom Manuel da Silveira d’Elboux, que pediu à Roma a bênção Papal. Foi o primeiro e único casamento realizado no local, com missa às 18h e cerca de 200 convidados. “Estava tocando Ave Maria e eu entrando”, relembra Maria Helena emocionada, adicionando que a festa continuou com uma recepção na casa de seus pais. Com lágrimas caindo pelo rosto, ela revela que não voltou à capela após a reforma, pois quer lembrar-se daquele local como estava naquele dia, com a decoração simples e singela que ela mesma fez, com lírios-de-são-josé, uma toalha branca do enxoval de sua mãe para decorar o altar e o mais importante: o esposo, que leva na memória e no coração até hoje.
Maria abre seu álbum e mostra as fotos do casamento na Capela Santa Maria
A louça com referência aos azulejos portugueses remete à origem da família, já o dourado é clássico e elegante
Tradição e modernidade, brigadeiros gourmet e papos de anjo compõem a mesa
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O BOLO O Naked Cake leva massa de baunilha com açúcar impalpável e o recheio de crème patissière com frutas frescas (framboesa, blueberry (mirtilo), morango, amora e groselha). Já a decoração foi feita com minirrosas, remetendo ao bolo original do casamento dos pais.
Daniela optou por um bolo mais fino, romântico e atemporal, que, segundo ela, poderia ter sido feito tanto para um casamento em 1950 como agora. A única fruta aparente era o blueberry para remeter ao azul do Marista, colégio do pai.
Bolo: Daniela Teixeira de Freitas Chrisóstomo www.facebook.com/dani.chrisostomo danichrisostomo@onda.com.br | (41) 9923-0878 Brigadeiros: Dolce Pallina contato@dolcepallina.com.br Flores e vaso: Agapanthus Rua Augusto Stresser, 1133 | Juvevê | (41) 3013-3940 Pratos, taças e porta retratos: Bergerson Presentes Alameda Pres. Taunay, 45 | Batel | (41) 3304-4426 Outros objetos decorativos: acervo Daniela Teixeira de Freitas Chrisóstomo
Fotografia: Marcos Braguetto / Studio Braguetto Foto e Vídeo Produção: Victor Salvaro
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CULTURA
A CAPELA QUE VIVE DE MÚSICA APROXIMAR O PÚBLICO DA CAMERATA É UM DESAFIO CONSTANTE, MAS POR MEIO DE APRESENTAÇÕES QUE VÃO DOS CLÁSSICOS À MÚSICA POPULAR BRASILEIRA, A CAPELA SANTA MARIA ESTÁ DESPERTANDO A ATENÇÃO DOS APAIXONADOS POR MÚSICA
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ngana-se quem pensa que a Capela Santa Maria é um espaço inacessível. Sua programação já aguçou a curiosidade do público ao unir a canção dos séculos XVI a XVIII com músicas da consagrada banda inglesa The Beatles, em 2012. O concerto em comemoração aos 50 anos do quarteto de Liverpool é um dos exemplos do que a administração da Capela Santa Maria vem realizando para aproximar cada vez mais o público curitibano e tornar ainda mais atraentes as apresentações da Camerata Antiqua de Curitiba. Lugar para quem é apaixonado por música, a Capela está logo ali, no centro da cidade, e próxima aos teatros Guaíra, da Reitoria e da Caixa. Mesmo para aqueles que não têm tempo para assistir às inúmeras apresentações que acontecem no local ao longo do ano, vale a visita pela construção, que por si só já chama a atenção, pois seu estilo neoclássico é um registro histórico do patrimônio da cidade. “O público mudou ao longo dos anos e a busca por iniciativas e apresentações para atrair e formar um novo público é constante”, explica Janete Andrade, coordenadora de música erudita do espaço. “O grande desafio é gerar interesse, mas por meio da realização de projetos dife-
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renciados a percepção da importância da Camerata para a cidade de Curitiba está ganhando força e a Capela Santa Maria está cada vez mais sendo reconhecida pelo público.” Quem comanda atualmente o espaço é o Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), organização social sem fins lucrativos que executa as políticas públicas traçadas pela prefeitura e implementadas pela Fundação Cultural de Curitiba. “Desenvolvemos projetos para levar a música para os mais variados locais de Curitiba, como hospitais e asilos, com o projeto “Música pela Vida”. Temos também apresentações que mostram as diversas vertentes da música brasileira com repertórios variados. O resultado disso tudo tem sido excelente”, explica a coordenadora.
CRIANÇA NA PLATEIA Entre os tantos projetos executados está o “Criança na Plateia” que visa aproximar o público infantil das apresentações da Camerata. “Trabalhamos com a rede pública de ensino e chegamos a atender até 6 mil crianças ao longo do ano. As crianças vêm até a Capela para assistir a uma apresentação temática e didática, pensada justamente nelas, ou seja, com uma linguagem direcionada”, explica.
O PÁTIO DE VOLTA?
Transformar o pátio que fez parte da história de tantas e tantas crianças e jovens num espaço cultural é uma das novas ideias para tornar o complexo cultural mais conhecido. “A Capela vive um bom momento e o futuro será de consolidação de um espaço de excelência de eventos artísticos e culturais.”, explica o presidente do ICAC, Marino Júnior. “Um dos projetos mais audaciosos é tornar nossa praça central em um belo cortile (pátio em italiano), com uma livraria ou um café e realizar uma série de eventos diários, como lançamentos de livros e entrevistas. Para 2016 estamos atraindo parceiros e investidores interessados em garantir uma intensa e completa programação”, finaliza.
REVITALIZAÇÃO
O prédio abrigou por 60 anos o Colégio Marista Santa Maria, construído pela Congregação Marista em 1939. Propriedade do município desde 1998, a construção entrou no programa de Recuperação dos Espaços Culturais e revitalização da região central da cidade. Finalizadas em 2008, a restauração e adaptação fizeram surgir a sala de concertos com capacidade para 203 lugares na plateia e 75 lugares nos mezaninos laterais e no primeiro balcão.
MÚSICA
A ESCOLA (+) ROCK’N’ROLL
MUITOS MÚSICOS E BANDAS SUBIRAM AO PALCO PELA PRIMEIRA VEZ NO SANTA MARIA, COMO RELESPÚBLICA E LEO BAGGIO, DA LEASH POR ANGÉLICA MUJAHED
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escola é onde os sonhos começam. Alguns decidem seguir as profissões mais tradicionais, já outros são atraídos pelas coisas diferentes desde pequenos, como o amor pela música. Foi o que aconteceu com o cantor Fabio Elias que, aos quatro anos, ao ver um jovem americano tocar violão se apaixonou pela arte. O vocalista de uma das bandas de rock mais conhecidas de Curitiba, a Relespública, estudou no Santa Maria de 1981 até 1991, e foi lá que tudo começou. O baterista da “Reles”, Emanuel “Moon” Lorenzzoni, também estudava no colégio, e em 1989 ensaiaram pela primeira vez e nunca mais pararam. O primeiro de muitos shows foi no pátio da escola, no intervalo entre as aulas. “Lembro que tocamos umas músicas nossas e uma interpretação de Igreja
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e Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas, ambas dos Titãs. O inspetor Joca e principalmente o Irmão Celedônio não aprovaram muito”, brinca o vocalista. Apesar de não aprovarem as canções, o músico sentia o apoio, pois o mais importante era esse espaço para se apresentar, “além de ter os festivais de música, como o FICAS e o ART ALU, nos quais várias bandas de alunos se apresentavam. Era muito legal!”, relembra animado. CELEDÔNIOS Outra banda que surgiu no colégio foi a Celedônios, uma homenagem ao ex-diretor Ir. Celedônio Cruz, famoso entre os alunos de várias gerações. Segundo o integrante Victor Schroeder, ele e seus amigos Leo-
Leo Baggio (de 贸culos) com a sua banda, a Leash
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MÚSICA
Relespública: o rock começou no colégio
nardo de Britto, Eduardo Miranda, Luciano Vercesi e Rogério Naressi tinham bandas diferentes na época da escola, a STEINHART e M.U.C.K., e em 2002 decidiram se juntar para a festa de dez anos de sua formatura e tocam até hoje. Para ele, o sonho da música foi realizado “apesar de não como músicos profissionais. Eu tenho uma empresa de identidade sonora e também trabalho em rádio. O Rogério está estudando e trabalhando com produção sonora em Washington. Além disso, desde que saímos do Colégio sempre tivemos banda. O Leonardo teve a Cidade Dorme e eu estou até hoje na Funky Calamari”. Já Pedro Andrade, que mais tarde formou a banda Labrador, participava de várias atividades que envolviam música no Santa Maria, incluindo os festivais. “Foi muito bacana porque a gente gostava de subir no palco, nos divertíamos muito só de estarmos juntos tocando músicas que gostávamos para nossos amigos”, recorda. Henrique Neves, da Farol Cego, afirma que o apoio do Colégio foi importante para que ele corresse atrás desse sonho. “O Santa sempre teve algumas iniciativas artísticas legais. Chegamos a tocar no pátio duas vezes. Também participei do festival do Colégio. Ainda não tinha a Farol Cego, mas tocava alguns covers com os amigos. Eu lembro que o som era muito bom e foi um dos nossos primeiros shows, com certeza me motivou a continuar tocando.” O festival Blues & Jazz da escola foi quando Leo Baggio teve a oportunidade de se apresentar pela primeira vez. Hoje ele é o baterista da banda Leash, que ficou conhecida 104
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no Brasil inteiro, e até em Portugal, após aparecer no programa Superstar da Rede Globo. “Na época do Santa Maria eu nem esperava isso, mas sonhava. Todo mundo que toca sonha, mas é dif ícil.” Para os outros sonhadores por aí, Leo dá a dica: “É importante estudar o instrumento, dedicar-se. Isso é a alma de tudo. E também trabalhar para que as coias aconteçam, além de gerar conteúdo e informação”. PROFES NO PALCO Mas se engana quem acha que são só os alunos que gostam de se apresentar. Quatro professores da escola tocam uma ou duas vezes por ano para os alunos em eventos do Colégio. Segundo o baixista Edson Liberato, eles tocam rock nacional dos anos 80, como Legião Urbana e Paralamas do Sucesso. Para essa nova geração que estuda no Santa Maria eles são inspiradores. “Muitos alunos vêm conversar com a gente, trocar ideias. Eles estão aprendendo a tocar instrumentos e ensaiam em garagens”. Vários ex-alunos estão vivendo o sonho trabalhando com música, como Leo Baggio, Fabio Elias e Victor Schroeder. Porém, Fabio ainda deseja algo: “Nunca mais voltei no Santa desde que saí do colégio. Tenho um sonho de tocar lá de novo no pátio e no auditório também”. Entre bandas novas e antigas e meninos com sonhos carregando seus instrumentos por aí, o que nunca vai mudar é o espaço e o apoio para que os garotos subam ao palco pela primeira vez para se tornarem astros. Nem que seja apenas em suas mentes.
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WHATSAPP ME,
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MY FRIEND!
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m uma cidade grande como Curitiba é comum acabar perdendo contato com amigos, principalmente com os dos tempos de colégio, pois alguns acabam se mudando, formando-se em especialidades diferentes, casando, tendo filhos... Mas Fabiane Prohmann não quis saber de nada disso e foi atrás dos colegas da turma de 1983 do Santa Maria. Ela começou a procurar os amigos pelo Facebook e depois de um tempo já tinham um grupo na rede social com os ex-alunos da turma. Após reunir todos, a “panelinha” das mulheres que estudaram juntas por mais tempo criou um grupo pelo WhatsApp, que tem cerca de 15 ex-colegas, para se reaproximarem e marcarem encontros. No começo do ano a reunião foi em um barzinho, depois no próprio Colégio para fazer uma foto da turma, e agora elas se encontram na casa das meninas uma vez a cada dois meses. Todas levam os maridos e os filhos, sendo que alguns até estudam juntos atualmente no Colégio. “Brincamos que os maridos
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viraram santos, porque não estudaram lá, mas aguentam a gente”, fala Fabiane, gargalhando. Porém, não são apenas as mulheres que levam as amizades do colégio. Humberto Luiz Mussi de Albuquerque que se formou em 1991 ainda encontra os amigos daquela época. Eles também têm um grupo no WhatsApp, por onde marcam seus encontros, que geralmente são a cada quinze dias e acontecem em bares, restaurantes, ou na casa de algum deles. A internet também os ajudou em 2001, quando esse aplicativo nem existia. Como dois amigos estavam morando fora do país e outros fora de Curitiba, Humberto criou um grupo de e-mails para que eles conti nuassem se falando. “Nós passamos todas as etapas das nossas vidas juntos. Comemoramos a aprovação no vestibular, as formaturas, fomos aos casamentos uns dos outros, vimos o nascimento dos filhos. Nossa amizade sempre perdurou.”
FOTO LARISSA OKSANA
AS AMIZADES CONSTRUÍDAS NO SANTA MARIA DURAM PARA SEMPRE, E A INTERNET, AS REDES SOCIAIS E OS APPS AJUDAM OS EX-ALUNOS A MANTEREM CONTATO E MARCAREM ENCONTROS
FOTO VIRGINIA GUIMARÃES FOTO BIANCA MUZZILLO
CADÊ VOCÊ?
CONFIRA NOSSAS DICAS PARA ENCONTRAR UM EX-COLEGA NA INTERNET Segundo Erica Marques do Google Business Group Brasil, é possível encontrar um antigo amigo nas redes sociais sem ser um detetive. Redes como Facebook, LinkedIn e Google Plus estão aí para isso, e normalmente os próprios ex-alunos criam grupos como “Ex-alunos do Colégio Marista Santa Maria 1988”. Ao encontrar o grupo, vá até a aba “membros”, clique no link “ver todos” e faça a busca pelo nome. Caso sua turma não tenha criado um grupo, você pode buscar esse ex-colega pelo Google, colocando o nome completo da pessoa na busca. Ainda não encontrou? Outra dica da especialista é buscar em uma rede social por um amigo em comum. Porém, se quem você está procurando for uma amiga, talvez ela tenha casado e trocado de sobrenome. Nesse caso, segundo Erica, o importante é colocar na busca todas as informações possíveis, como o nome dos irmãos, cidade, escola e bairro. Quanto maior o número de informações, mais chances de encontrar a pessoa. Outro caso recorrente é o de pessoas que perderam contato com ex-colegas que tinham perfil no Orkut. Então pesquise no Google: site: orkut.google.com e o nome da pessoa. Isso irá mostrar o perfil antigo do ex-colega e poderá ajudar você a encontrá-lo novamente.
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NO RECREIO EX-ALUNOS DE TODAS AS ÉPOCAS NOS CONTARAM OS 10 MELHORES
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LUGARES PARA RIR COM OS AMIGOS
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Sentado no meio do pátio, lanchando embaixo do relógio No murinho em frente à cantina O SAA, que rendia histórias para contar de como tinham ido parar lá Perto da banquinha do pipoqueiro, em uma das ilhas No bosque Perdendo o intervalo na fila da cantina Nas quadras de borracha Mesas no pátio No pátio em frente às salas (colégio antigo) Perto da escada (colégio antigo)
GOSTO DE INFÂNCIA Por muitos anos o Sr. Rodoaldo Cesar Pinheiro, o Baiano, foi o pipoqueiro oficial do Santa Maria. Bons tempos em que se vendia de tudo por lá, de fazer inveja para as crianças de hoje, que já não encontram tantas delícias na cantina. “Trabalhar no Santa era a grande paixão do meu pai”, conta José Roberto Cesar Pinheiro, o filho mais velho, que trabalha há 33 anos no Colégio. Baiano faleceu há alguns anos, mas deixou na lembrança de muita gente o gostinho doce da infância. OS TOP 10 DA BANQUINHA 1. Pipoteca 2. Mirabel 3. Balas (Xaxá, Bala Soft, Bala Frumelo, Bala 7 Belo, TNT, Banda, Rin Tin Tin)
4. Pirulitos que pintavam a língua de azul (e ainda tinha competição pra ver quem deixava a boca e os dentes mais azuis)
5. Pirocóptero 6. Dadinho 7. Bolo de chocolate com calda quente 8. Chup Chup de doce de leite Mu-Mu 9. Cocada 10. Chicletes Mini (o do sorrisinho)
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SUPERFAMÍLIA POR MARCOS MEIER
CORAÇÕES TRANSFORMADOS UMA AULA DE MATEMÁTICA, UMA LIÇÃO DE VIDA
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rabalhei em várias escolas públicas e particulares e quando soube como era o Colégio Santa Maria, não tive dúvidas: meu objetivo passou a ser lecionar Matemática ali. Mas havia um problema: os professores não pediam demissão, não queriam sair e, como o investimento na formação continuada era grande, possivelmente ninguém seria demitido. Fiquei esperando mais um ano. E outro. Até que dei uma palestra num congresso de Educação a respeito de como as crianças formam conceitos matemáticos. Um dos participantes me fazia uma pergunta atrás da outra e eu pensei: “Esse cara quer me ferrar!” Mas felizmente, não era isso. O questionador, professor Odilon Scroccaro, era coordenador pedagógico no Santa Maria, e em seguida me contratou, pois havia aberto uma vaga para professor de matemática. Fiquei muito feliz. Logo levei meus filhos para estudar lá. Foi uma excelente decisão, pois cresceram como alunos e principalmente como pessoas. Tive muitas experiências significativas, mas uma delas foi especial e gostaria de compartilhar com você: Numa das minhas aulas de matemática para alunos do primeiro ano do ensino médio, vi que eles estavam agitados, não paravam de conversar, no entanto não eram brincadeiras corriqueiras, eram papos sérios, eles estavam impressionados com algo e estavam realmente mexidos com o que aconteceu. Sentei entre eles e perguntei:
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- Tá, podem falar, o que aconteceu com vocês que estão tão diferentes hoje? Um das alunas respondeu: - É que a gente foi entregar os donativos para famílias que moram no lixão e, meu Deus do céu, a gente entrou num barraco onde morava uma família toda, mas só tinha um único espaço. Era um quarto sala cozinha tudo junto, uma coisa só e todos os cinco filhos mais o casal dormiam ali no chão. – Ela disse isso com voz séria, quase chorando e todos estavam de cabeça baixa. Alunos de classe média poderiam ver essa realidade na TV ou em algum documentário, ou ler em algum livro, mas a escola oportunizava a experiência real. Corações foram mudados. O meu foi. Um abraço a todos vocês e aproveitem bem o tempo entre os maristas!
MARCOS MEIER é psicólogo, escritor e palestrante. Autor do livro Desligue Isso e Vá Estudar – Orientações Práticas para os Pais meiererolim.com.br
ETERNO APRENDIZ POR DAURA CARNEIRO
PARA SEMPRE O “VIZINHO” PAULO LEMINSKI NÃO PODIA FICAR DE FORA DESSA EDIÇÃO ESPECIAL
Foi abrindo um antigo caderno que descobri. Antigamente eu era eterno.
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UM SORRISO PODE MUDAR SUA VIDA
Dra. Andressa C.N. Rohling Odontologia Estética | Implantodontia CRO 16503 PR
Dra. Cleusa M.C. Nagornni Ortodontia | Clínica Geral CRO 3426 PR
Av. Anita Garibaldi, 850 Sala 210 Torre Royal | Ahú (41) 3206-4616 | (41) 9515-6061 acodontologiaintegrada@gmail.com