Governo 2016/2017

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Estratégia e Desenvolvimento

Strategy and Development

2º Edição


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Foto: http://destinoseguinte.com.br

Forte do Leme.


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EXPEDIENTE Estratégia e Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016/2017 Todos os direitos reservados.

Produção Target Brasil Editora EIRELI

Revisão Juliana Prado Roberta Cardoso

Direção de Arte/Projeto Gráfico e Diagramação Karina Pussenti

Impressão Gráfica Nova Brasileira


4 Fotos: Ricardo Zerrener - RioTur

Minha alma canta....: Cidade Maravilhosa recebeu mais de 1 milhĂŁo de turistas.


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Turismo bate todos os recordes nos Jogos e cidade conquista visitantes

O RIO É NOSSO! Um roteiro turístico de tirar o fôlego, uma verdadeira celebração do Rio de Janeiro. Pense em poder visitar um pouco das belezas da capital fluminense começando pela Praça Mauá, subindo para o bairro de Santa Tereza, engatando a Estrada das Paineiras e, finalmente, chegando à Pedra da Gávea. Também na planilha, adicione Corcovado, stand up paddle na Praia da Macumba, passeio de bicicleta do Recreio até o Quebra Mar, na Barra, Mirante Dona Marta e Praia da Joatinga. Entre uma coisa e outra, trabalhar, trabalhar e trabalhar. Pois foi assim a rotina da analista de projetos, Angela Passaretti, durante os 40 dias em que esteve no Rio de Janeiro. Ela chegou à capital fluminense, vinda de São Caetano do Sul (SP), onde mora, para acompanhar os Jogos Olímpicos. E, claro, para fazer muito turismo. Angela atuou como voluntária durante os Jogos e ficou responsável por acompanhar o chefe da missão de Singapura no Rio. A cada folga de uma agenda apertada no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, lá ia ela atrás das belezas da Cidade Maravilhosa. “Visito o Rio frequentemente e fui acompanhando a mudanças para as Olimpíadas. A cidade conseguiu não somente atrair muitos turistas, mas fazer com que eles pensem em voltar”, acredita. Durante uma visita a Santa Tereza, bairro da Região Central da cidade, Angela conheceu os pais de uma atleta neozelandesa que elogiaram muito o clima e a receptividade dos brasileiros. “Eles estavam pensando em retornar nas próximas férias. Acredito que conseguimos fazer com que os turistas se sentissem em casa. Não acredito que este seja um fenômeno passageiro, desde que haja a manutenção adequada de todo o legado”, torce. Quem também aproveitou a competição olímpica para conhecer o máximo possível da cidade-sede foi o argentino Juan Bautista Cambiasso, morador de Buenos Aires. Durante os 12 dias de estadia, ele visitou Copacabana, Leblon, Ipanema e Botafogo – todos bairros da Zona Sul – além de ir até a Pedra Bonita, Barra da Tijuca e Pão de Açúcar. “A cidade é maravilhosa! Minhas impressões foram muito boas, eu não conhecia o Rio e fiquei fascinado. O melhor do Brasil é sua gente. Vocês sabem receber os turistas”, desmancha-se. O vendedor de seguros arrisca até mesmo um desejo recente: quem sabe, um dia, morar no Rio... E por que não? Potencial gigantesco A agenda lotada da turista paulistana e do visitante argentino é o símbolo mais claro possível da potencialidade do turismo do Rio. E essa vocação para receber não se restringe à capital, mas também às atraentes cidades turísticas do Estado. É nessa “onda olímpica” que o Governo do Estado pretende surfar nos próximos anos para atrair o maior número possível de visitantes. Os números são a prova da importância dos Jogos Rio 2016 para impulsionar a máquina do setor de Turismo. De acordo com dados da Riotur, órgão municipal que coordena a área, 1,17 milhão de turistas visitaram o Rio em agosto, durante as competições. Destes, 410 mil eram estrangeiros. O volume de dinheiro movimentado, em média, por cada turista de fora do Brasil foi de R$ 424/dia. Entre os países com mais representantes em terras brasileiras estiveram, na ordem: Estados Unidos, Argentina e Alemanha. Já de turistas brasileiros, foram 760 mil com gasto/dia de R$ 310. Os estados que mais atraíram gente para a cidade-sede foram São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Como não poderia deixar de ser, a ocupação dos hotéis também atingiu níveis altíssimos. De acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis/RJ, foram 94% de quartos ocupados no mês. Para se ter ideia, num agosto normal, esse número fica em torno de 65%. E, com tanta gente circulando por aí, sorte dos restaurantes e bares da cidade. De acordo com o sindicato da área, o crescimento nos bairros


6 Foto: Tânia Rêgo - ABr

No Aeroporto Tom Jobim, recepção calorosa a turistas estrangeiros. da Zona Sul, foi de 70% no movimento. Já na Barra da Tijuca, coração dos Jogos, o aumento foi de mais de 30%. O mesmo índice se repetiu no Centro, onde foi instalado pela Prefeitura o Boulevard Olímpico, na Praça Mauá. Nas Paralimpíadas, realizadas em setembro, os números positivos se repetiram. Pelo levantamento da Riotur, foram 243 mil turistas, sendo que 7% deles de fora do Brasil. A renda total gerada pelos visitantes e injetada na economia fluminense no período foi de R$ 410 milhões. Entre os países com mais visitantes, estavam Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão. Neste caso, o gasto médio foi de R$ 271. No Boulevard Olímpico da Região Portuária e no que foi instalado em Campo Grande, Zona Oeste, o público foi bastante significativo: 950 mil pessoas.


7 Foto: Tomaz Silva - AgĂŞncia Brasil

Foi assim por vĂĄrios dias e funcionou bem: aeroporto internacional recebeu gente de todos os cantos do mundo.


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A gente se encontra no Boulevard.... De longe a atração mais procurada durante os 17 dias de Jogos Olímpicos, o Porto Maravilha teve um número recorde de visitantes em agosto. O Boulevard Olímpico, instalado no local com telões, atrações de lazer e uma ampla estrutura de restaurantes e comércio de bebidas, já nos primeiros dias caía nas graças do público. Outros dois boulevards foram instalados para que as pessoas pudessem acompanhar os jogos ao vivo em outros pontos: um deles ficou no Parque Madureira, na Zona Norte, e outro em Campo Grande, Zona Oeste. Abaixo, alguns números registrados nestes espaços: - Público total: 4 milhões - Mais de 100 horas de transmissões esportivas em telões - 8,8 foi a nota média geral dada ao espaço. - 90% dos presentes classificaram como “extremamente bom”. - O quesito limpeza teve 90% de aprovação e o de sensação de segurança, 88%. - Sinalização entre o meio de transporte utilizado e a entrada do evento foi aprovada por 74% das pessoas. - Organização: aprovada por 87% - 904 artistas de rua envolvidos - 250 mil produtos vendidos nos 50 food trucks - 500 mil litros de bebidas consumidas


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Um lugar todo dedicado ao Rio Foto: Marcelo Horn

Espaço Rio: instalado no Porto Maravilha. Nada melhor do que aproveitar o maior evento esportivo do mundo para chamar atenção das pessoas e dos investidores para sua cidade e seu Estado. Foi pensando nisso que foi montado, pelo governo do Estado, o Espaço Rio, na Região Portuária da capital fluminense durante os Jogos. A central funcionou entre os dias 4 e 21 de agosto, período de duração da Rio 2016. Para sediar esse espaço, foi utilizado um belo armazém histórico de sete mil metros quadrados. O antigo prédio dos Armazéns Paranapanema foi todo transformado e adaptado para ser o local de irradiação de informações e conhecimento sobre o Rio de Janeiro. Além de divulgar o turismo e a cultura do Estado, o Espaço Rio serviu para sediar eventos de negócios nos mais variados setores da economia, como moda, turismo e tecnologia. Os encontros foram oportunidade ímpar para conectar investidores, empresários, executivos e agências de desenvolvimento do Brasil e de diversas partes do mundo. Também no local, 21 municípios do Rio puderam divulgar suas atrações econômico-culturais e turísticas para o público visitante. O ambiente criado foi favorável tanto ao fechamento de negócios e intercâmbio entre empresários quanto à troca de experiências culturais e turísticas.


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A hora de aproveitar a ‘onda olímpica’, diz secretário de Turismo Nilo Félix Foto: Tânia Rêgo - Agência Brasil

- Quais os resultados para o Turismo o Estado alcançou com a realização dos Jogos? Nilo Félix - Os Jogos Olímpicos compõem o maior evento do planeta e um dos mais populares. Por isso, recebemos um número tão expressivo de turistas. Para receber tantas pessoas, o setor hoteleiro se preparou à altura e cresceu vertiginosamente, tanto na capital, quanto no interior. A cidade passou de 28 mil quartos para 60 mil. Já os municípios do Estado oferecem, atualmente, 38 mil quartos. A capacitação dos trabalhadores também foi intensificada. A iniciativa privada e o poder público investiram forte nos profissionais, para que os visitantes pudessem receber um atendimento de excelência. Pensando em atrair mais visitantes no futuro, a Setur-RJ/TurisRio fez um trabalho junto ao Rio Media Center, espaço destinado aos jornalistas de todo o mundo. A ideia foi divulgar as peculiaridades dos municípios, que ofereceram atividades como press trips, apresentações musicais e de dança, esquetes teatrais, além de comidas e bebidas típicas do interior. Os jornalistas puderam conhecer 17 municípios, destacando Paraty, Angra, Petrópolis, Búzios, Vassouras, Nilópolis, Cabo Frio e Resende. - Quais as principais metas a serem ainda atingidas aproveitando a “onda olímpica”? Nilo Félix - A imagem positiva conquistada pelo Rio de Janeiro será um grande propulsor do turismo nos próximos anos. Para aproveitar essa onda


11 Foto: TurisRio

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Praias paradisíacas, destinos bucólicos e recantos históricos: beleza é o que não falta ao Estado.


12 Foto: Fernando Frazão ABr

Paraty, nas fotos acima e na página seguinte: um dos destinos turísticos mais procurados do Estado. olímpica, o Rio precisa atrair mais eventos, já que temos estrutura adequada para receber grande público. Pensando nisso, o Rio Convention & Visitors Bureau já trabalha em um calendário consistente de eventos para atrair visitantes e movimentar toda a cadeia produtiva do segmento. O projeto, intitulado Rio 20.20, prevê 174 eventos nacionais e internacionais, com estimativa de 1,5 milhão de congressistas, e tem como objetivo manter a ocupação hoteleira em torno de 70%. - Em 2015, foi lançado o programa Rio + 3, que busca incentivar o turismo nas cidades que ficam a três horas ou menos de distância da capital. Quais os resultados e as perspectivas para 2017? Nilo Félix - A campanha, lançada em maio de 2015, trouxe resultados extremamente positivos. A enorme divulgação, em diversas ações, dos municípios localizados a até três horas da capital ampliou o fluxo de turistas, gerando, no período olímpico, por exemplo, uma ocupação hoteleira que oscilou entre 88% e 92%, números bem superiores ao desse mesmo período em outros anos. A campanha Rio+3 é trabalhada desde o seu lançamento em várias vertentes. Entre elas, destaque para o material promocional impresso nas versões português, inglês e espanhol, composto por um guia com 98 páginas. Ali encontram-se sugestões de programações históricas, gastronômicas, ecológicas, culturais, além de centenas de dicas para o turista que deseja conhecer o interior.


13 Foto: Fernando Frazão ABr

Paraty é sede da Flip, Feira Literária mais importante do Brasil.


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16 Foto: Fernando Frazão ABr

Veículo Leve sobre Trilhos: ele deu cara nova para as regiões central e portuária do Rio e integrou modais.


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Transporte: ampliação do sistema para encurtar distâncias

ESTAÇÃO MOBILIDADE Uma cidade em que a palavra mobilidade não seja apenas um planejamento no papel. Este é o sonho de dez entre dez moradores de município de grande e médio porte no Brasil. Diminuir as distâncias e melhorar o sistema de transporte público se transformou em uma meta a ser alcançada nos pólos urbanos do país. Muitos já não aguentam mais se enrolar em seu próprio nó, que atende pelo nome de engarrafamento. Há algum tempo, o Rio começou a escrever sua história na tentativa de resolver este problema, que mexe com a vida de milhões de pessoas. Graças ao anúncio da cidade como sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, as portas para estes investimentos foram abertas. Foram anos de obras e o resultado, ao menos parcialmente, já começa a ser sentido pela população e pelos visitantes da capital fluminense. A cidade passou no teste inicial de mobilidade, que foi a própria realização dos Jogos. Com um sistema integrado de metrô, trem e ônibus, o deslocamento de autoridades, atletas e passageiros foi alvo geral de elogios e satisfação. Mas as conquistas, se foram boas para os Jogos, serão, mais do que isso, um importante legado para toda uma população que tanto esperou por essas melhorias. Resumidamente, a cidade ganhou: uma nova linha de metrô, que liga Ipanema, na Zona Sul, à Barra da Tijuca, na Região Oeste; a ampliação do sistema de BRT, que agiliza o transporte de ônibus e encurta distâncias, e o charmoso VLT, o Veículo Leve Sobre Trilhos, que transita na região central da cidade. De quebra, houve investimento na reforma do Aeroporto Internacional Tom Jobim e também o aprimoramento no sistema de trens da Supervia. Garagem vazia Fã declarado da nova Linha 4 do Metrô (Ipanema-Barra), o economista João Mattos é uma das muitas pessoas que já sentem a mudança profunda no seu dia a dia com a ampliação do serviço. Morador de Botafogo, na Zona Sul da cidade, e trabalhando na Barra, ele utilizava o carro todos os dias para se deslocar. Para chegar ao trabalho, o economista levava 40 minutos. Mas a volta era suplício garantido: impossível fazer o trajeto em menos de uma hora e meia. Na sexta-feira, dia de pico de movimento, duas horas era o mínimo de tempo gasto. Agora, usa o metrô e a integração da Linha 4 com o BRT e, claro, deixou o carro em casa. “Foi muito positivo. Pra quem trabalha na região, melhorou muito a vida”, garante. E João Mattos não mudou só os seus próprios hábitos não. Ele conseguiu, com muita conversa e bons argumentos, mudar a rotina - e o estresse - dos seus colegas de trabalho. Teve gente até que vendeu a moto, conta. “Tem pessoas que não vêm mais de carro. A garagem da empresa está até mais vazia... Muitas pessoas aderiram (ao metrô)”. Ele destaca que o caminho inverso também foi facilitado. “Melhorou também para quem estuda no Centro da cidade, por exemplo, e mora na Barra. São pessoas que perdiam muito tempo para ir para a faculdade”. ‘Batendo um bolão’ A abertura da Linha 4 do Metrô, tratava-se, com certeza, de uma das obras mais esperadas pela população do Rio e de toda a Região Metropolitana, já que muitos moradores de fora da cidade utilizam serviços e trabalham na Região Oeste – da Barra da Tijuca. O secretário de Estado de Transportes, Rodrigo Vieira, acredita que esta foi a realização que se destacou nas Olimpíadas e, claro, o principal legado em termos de mobilidade. “Todo mundo esperava por essas obras. Começamos agora a fazer jus a tudo que foi feito. Foram anos de trabalho que começam agora a ficar visíveis. A cidade começa a se reorganizar”. A partir da conclusão das obras, os usuários passaram a finalmente entender que a Barra fica ao lado do Leblon (bairro da Zona Sul), já que agora


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apenas 13 minutos separam as duas localidades. Afinal, as barreiras de um tráfego que beirava o insuportável começam a ser rompidas. Depois de seis anos de muita obra e transtornos, as distâncias entre duas regiões estratégicas e com alta concentração de população definitivamente se encurtaram. Rodrigo Vieira destaca que o sistema de transportes, com a integração dos modais, funcionou de acordo com o planejado e o projetado para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. “O transporte bateu um bolão! Fomos elogiados por todos os membros do Comitê Olímpico Internacional. Foram elogios rasgados mesmo”, diz o titular da pasta. Um trem digno Além da abertura da nova linha 4 do Metrô e da ampliação do BRT para toda a Região Oeste, o sistema de trens também vem sendo aperfeiçoado. Desde 2008, estão sendo feitos investimentos nesta área. “A história de ineficiência da Supervia acabou. Com os Jogos, ela foi, de certa forma, reapresentada à sociedade”, comenta Rodrigo Vieira. Durante a Rio 2016, era pelo sistema ferroviário, inclusive, que se chegava a um dos principais locais de competição da Rio 2016: o Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Bairro de Engenho de Dentro, na Zona Norte da capital fluminense. Foram seis novas estações, 120 trens novos, além da reforma, que garantiu 98% dos vagões com ar condicionado. Recordes para todos os gostos Recorde dentro e fora das arenas, pistas e estádios. Além do verdadeiro show dado pelos atletas brasileiros e estrangeiros, teve muito recorde sendo batido fora dos locais onde ocorriam os Jogos Olímpicos. Para se ter ideia, apenas o sistema de Metrô transportou, durante os 17 dias de competição, 13,9 milhões de passageiros. Isso somadas as linhas 1, 2 e 4 do sistema. Se avaliados diariamente, os números impressionam. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Transportes, o maior volume de embarques aconteceu no dia 17 de agosto. Na oportunidade, foram transportados 1,121 milhão de passageiros. No dia 16 de agosto foram 1,086 milhão de pessoas, e no dia 15, 1,037 milhão. Nesta corrida de números, os trens não ficaram para trás. O sistema teve quase 10 milhões de acessos durante os Jogos Olímpicos. Destes usuários, 1,5 milhão eram público da Rio 2016. O dia 17 de agosto também registrou um pico no atendimento na SuperVia, com 735 mil acessos. A grande atração dos Jogos, em termos de espaço público, foi, a Região Portuária do Rio de Janeiro. O Boulevard Olímpico se transformou em um ponto de encontro para que as pessoas pudessem acompanhar, por telões, os jogos em andamento. Esse “fenômeno” registrado no Porto também refletiu, em muito, no movimento das barcas. Foram 40% de aumento no número de passageiros em relação aos dias normais. Só durante a Olimpíada, foram 1,4 milhão de pessoas usando o serviço. Um bonde para chamar de meu Ele chegou para conquistar o coração dos cariocas e dos turistas do mundo todo. Com uma rede de 28 km, o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) caiu no gosto dos passageiros e já opera na primeira linha projetada, entre a Rodoviária Novo Rio, que fica nas proximidades do Centro, e o Aeroporto Santos Dumont, no Centro da cidade. Este trecho inicial tem 18 km de extensão, contando com 17 paradas no total. Na época da inauguração da primeira etapa do “bonde moderno”, em junho, o secretário de Transportes Rodrigo Vieira chegou a afirmar que se tratava de um marco na história do Rio de Janeiro. “O governo do Estado apoia a Prefeitura na implantação deste novo meio de transporte, que vai ser um integrador de modais, permitindo que a população se conecte ao metrô na estação Carioca, às barcas na Praça XV, e aos trens. Além disso, dará acesso ao aeroporto Santos Dumont e à região portuária”, destacou o secretário. Também durante a inauguração do VLT, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, comemorou a realização do projeto, que marca principalmente a revitalização da Região Portuária, por onde passa por um longo trecho de trilhos. “O VLT tem uma questão estética, que dá ares modernos à região. Mas, mais do que isso, estamos transformando a cidade e entregando uma nova realidade de transporte aos cariocas e turistas”, afirmou Paes, à época.


19 Foto: Beth Santos - PCRJ

Transolímpica, por onde passa o BRT: inaugurado em agosto de 2016, corredor tem 18 estações e conta com 26 quilômetros de pista exclusiva. Transcarioca e Transoeste são rodovias similares a esta.


20 Foto: Divulgação

Transportando 450 mil passageiros/dia no Rio, o BRT é um veículo articulado que usa corredores exclusivos, o que torna as viagens mais rápidas. De volta à prancheta Se os últimos sete anos foram de muitos investimentos e de ganhos no setor de Transportes, também é chegada a hora de uma “freada de arrumação”. Com a crise que se abateu sobre a economia do Brasil e do Estado do Rio no último ano, o momento é de planejar e pensar as obras estrategicamente. Não se trata de parar os investimentos, mas de “voltar à prancheta”, como cita o secretário Rodrigo Vieira. “É hora de planejar o futuro. Estamos verificando como a cidade vai se projetar. Voltamos para a prancheta. Vamos trabalhar no Plano Diretor Metroviário, por exemplo”, explica, em relação aos programas de ampliação da Linha 2. “Temos que analisar tudo sob uma cesta de critérios, como o impacto da obra. Tudo está sendo feito de forma muito cartesiana”. Independentemente do que vem pela frente, o tão sonhado legado olímpico tem no setor de Transportes um de seus mais importantes símbolos. Seja pelo VLT, pela Linha 4, pelas melhorias no sistema de trens ou pela importância do BRT, o balanço é positivo. Ainda há muito o que fazer, ninguém duvida, mas um passo foi dado.


21 Foto: Clarice Castro

Estação da nova Linha 4 do metrô: ampliação era uma reivindicação de anos dos usuários do transporte público.


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24 Fotos: Divulgação/FQM Farmoquímica

Com uma história de 80 anos, produção prima pela qualidade dos medicamentos.


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Investimento em aquisições e no bem-estar da comunidade

FQM Farmoquímica Há 80 anos, surgiu no Rio de Janeiro a FQM Farmoquímica, indústria farmacêutica especializada em medicamentos de prescrição médica. A perspectiva de entrada em um mercado promissor como o brasileiro fez brilhar os olhos de um dos maiores grupos farmacêuticos da América Latina: o Grupo Roemmers, com atuação na Argentina, México, entre outros países. A aquisição, que ocorreu em 2001, manteve a tradição de investimentos no Rio de Janeiro. Sua fábrica está localizada no bairro do Jacaré, Zona Norte da capital carioca, e conta com uma área de 26 mil m2 e certificação de boas práticas de fabricação emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão que regulamenta o setor. A empresa também conta com um Centro de Distribuição localizado na Pavuna, com mais de 2 mil m2 e capacidade para armazenar mais de 3 mil paletes de produtos. Dos mais de 1 mil colaboradores distribuídos por todo o Brasil, aproximadamente a metade atua no Estado fluminense. A linha de produtos da FQM Farmoquímica está presente em farmácias e drogarias de todo o país. A empresa dispõe de três unidades de negócios: a de medicamentos éticos (com produtos de marca registrada, com segurança comprovada), nutrição médica (com uma linha de prebióticos, probióticos e simbióticos) e a de dermatologia (com dermo e nutricosméticos). Atualmente, a FQM Farmoquímica detém a 19ª posição do mercado farmacêutico total no Brasil, de acordo com o ranking do IMS Health, em valores PPP (Pharmacy Purchase Price). No início de 2016, a empresa adquiriu a Melora, empresa do grupo espanhol IFC com mais de 10 anos de experiência no desenvolvimento de dermocosméticos. A operação de R$ 20 milhões marca um novo momento da empresa em um segmento considerado estratégico, ampliando o seu portfólio de marcas de dermocosméticos. Com isso, a unidade de negócios voltada para a dermatologia da Farmoquímica subiu da 14ª para a 12ª posição no mercado brasileiro nesse setor. “Com a aquisição da Melora, adicionamos ao nosso portfólio uma linha premium de dermocosméticos com produtos exclusivos, de eficácia comprovada e já reconhecida pela classe médica. Estamos há oito anos atuando nesta especialidade em sinergia com outras áreas já consolidadas da empresa, como pediatria e ginecologia. A área de dermatologia tem muito potencial e nos interessa bastante, especialmente pela ênfase na melhora do bem-estar dos pacientes”, afirma o Diretor Geral da FQM Farmoquímica, Fernando Itzaina. O mercado brasileiro de dermocosméticos apresenta um crescimento médio de 13% ao ano e ocupa a sexta posição do mercado mundial. Itzaina acredita na seleção apropriada do portfólio da farmacêutica e aposta em licenças e aquisições. Relacionamento Com a fábrica localizada próximo à comunidade do Jacarezinho, a empresa investe em ações sociais voltadas aos moradores da região. Desenvolvido desde 2006, o projeto ‘Eu Sou’, que promove o autoconhecimento dos participantes por meio do contato com a arte, é a principal ação neste sentido. O “Eu Sou” atende cerca de 200 pessoas por ano, entre crianças, jovens e mulheres, que têm a oportunidade de extravasar sentimentos e trabalhar a criatividade e a autoestima em atividades artísticas, de forma a ampliar os seus horizontes. O programa ainda investe na formação em arte e educação para professores da região, com o intuito de gerar replicadores locais. Segundo a Gerente Executiva de Recursos Humanos da FQM Farmoquímica, Renata Filardi, o projeto também é uma porta de entrada para os jovens no mercado de trabalho. “Ficamos de olho nos talentos para aproveitamento na empresa. Há cerca de quatro anos, um dos alunos do ‘Eu Sou’ participou do nosso processo seletivo para Jovem Aprendiz e foi contratado na fábrica. Com a experiência, ele ingressou na universidade, foi admitido


26 Foto: Divulgação

Linha de produção não para: empresa está em posição de destaque nos mercados nacional e mundial. como estagiário na área de Tecnologia da Informação e, recentemente, foi efetivado no setor”, conta. Além do projeto ‘Eu Sou’, a FQM Farmoquímica também apoia a Associação de Moradores do Jacarezinho por meio de atendimento médico e odontológico gratuito, doação de materiais de informática, arrecadação de donativos para famílias carentes, entre outras ações. Prevenção e cidadania Em 2016, a FQM Farmoquímica apoia o Movimento Brasil Sem Parasitose (MBSP), uma ação social e educacional, de iniciativa da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Alinhada às diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) de controle de parasitoses intestinais, mais conhecidas como verminoses, a ação tem o objetivo de colaborar na prevenção dessas doenças, que podem trazer consequências graves e até levar o infectado ao óbito. O Movimento Brasil Sem Parasitose consiste na circulação de uma unidade médica móvel que realiza atendimento gratuito itinerante e oferece


27 Foto: Divulgação

Projetos sociais, como o “Eu sou”, estão entre as prioridades. orientações sobre a importância dos hábitos de higiene pessoal e no preparo de alimentos. Ao todo, a unidade percorrerá 11 cidades, de Norte a Sul do país, com a expectativa de impactar milhares de pessoas. De acordo com José Olímpio Matos, Diretor de Marketing da FQM Farmoquímica, a primeira cidade a receber a unidade médica móvel foi o Rio de Janeiro, no mês de março de 2016. “Por ser a cidade onde estamos sediados, escolhemos o Rio para inaugurar oficialmente o projeto. Foram três dias de atendimento na Praça Saens Pena, na Tijuca, e três dias no Parque Madureira, totalizando cerca de 700 pessoas atendidas”, comentou. Autoestima e geração de emprego Em abril deste ano, a FQM Farmoquímica deu início ao projeto “#fortalizese”, uma campanha para ajudar a fortalecer a autoestima de pacientes com câncer por meio do incentivo à doação de cabelos para a confecção de perucas. O projeto é uma parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Fundação Laço Rosa.


28 Foto: Divulgação

Campanha pela autoestima de pacientes com câncer: funcionários são incentivados a doar cabelo para a confecção de perucas. A campanha prevê ainda a formação de peruqueiros por meio da capacitação de jovens de comunidades carentes fluminenses. O objetivo é contribuir para a geração de renda e fomento à empregabilidade em regiões de grande vulnerabilidade social. Compromisso socioambiental Para colaborar com a preservação dos recursos naturais, a FQM Farmoquímica possui um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) que visa, principalmente, a padronizar processos, diminuir desperdícios e gerenciar os impactos ambientais relativos à sua atividade. Um exemplo disso é o controle rigoroso dos resíduos gerados na unidade fabril, que começa com a coleta seletiva para a separação de materiais de reuso e de reciclagem. Além disso, cumprindo com as exigências legais, tanto os efluentes industriais (resíduos líquidos gerados na lavagem de equipamentos e salas da produção), quanto os efluentes sanitários (de banheiros e torneiras) da empresa passam por uma estação de tratamento, antes de serem enviados à rede pública. A FQM Farmoquímica também adota uma postura proativa quanto ao uso consciente dos recursos naturais, estabelecendo metas e adotando medidas para a redução do consumo de água, energia elétrica e gás natural em suas atividades. Ao longo do ano, os colaboradores participam de diálogos diários e campanhas internas que buscam conscientizá-los sobre as melhores práticas em relação ao meio ambiente.


29 Foto: Divulgação

Estoque: FQM cuida de cada detalhe para oferecer produtos de primeira linha.


30 Fotos: Reprodução Internet

E fez-se a luz: boas ideias fazem girar a engrenagem da economia.


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Inovação fortalece a economia e é saída para momentos de crise

FORA DA CAIXA Já ouviu falar naquela história de “pensar fora da caixinha”? Pois é, talvez este seja um dos momentos mais estratégicos para o Estado do Rio de Janeiro usar e abusar desta máxima. Na hora do sufoco, o pensar livre e a inovação podem ser a chave mestra para resolver situações extremas. E, felizmente, uma das mais significativas vocações do Rio é justamente essa: a capacidade de inovar. Quando a crise financeira aperta, não tem outra: é preciso ousar, ao invés de se deixar paralisar. Na economia, como na vida, criar alternativas aos momentos de crise pode ser a saída mais acertada. Atualmente, no Estado, são inúmeros os casos de empreendedores - na indústria, no comércio e na prestação de serviços - que estão conseguindo se reinventar com novas ideias. E o caminho já é conhecido de muitos. Os principais pilares da inovação são o investimento em sistemas de gestão e as novas tecnologias. Por isso, não se pode falar em inovação hoje no Brasil e no mundo sem falar em Tecnologia da Informação. Apesar do forte abalo na economia, que abateu o Brasil e o Rio no último ano, o Estado sai na frente em alguns aspectos. Conta muitos pontos favoráveis o fato de o território fluminense reunir importantes centros de conhecimento, como universidades, e estratégicos polos de tecnologia. Outro fator é que o Estado é responsável, atualmente, pela maior concentração de profissionais de tecnologia e inovação do país. Com esse perfil, é pavimentada a estrada para o intercâmbio de experiências entre Governo, empresários e centros de produção de conhecimento. O gerente de Soluções e Inovação do Sebrae/RJ, Ricardo Wargas, acompanha de perto esse dilema das empresas e as incontáveis ações de grupos de empreendedores para melhorar faturamento e se aguentar de pé em tempos turbulentos. “É na crise que o empresário, o empreendedor, tem que buscar saídas. Ele não pode, simplesmente, ficar parado. Tem que estar mais criativo e mais atento às transformações”. O jogo de xadrez pode não ser muito simples, mas também não é preciso nenhuma fórmula mágica para agir na crise. Otimizar o funcionamento da empresa, criar ou aprimorar o desempenho de uma linha de produtos e cortar custos são caminhos possíveis. “Na crise, é preciso olhar para o interior da empresa. Tem que tomar atitude pelo viés de gestão e mercadológico e aprimorar o patamar tecnológico da empresa”, acredita Wargas. ‘Caminho sem volta’ A inovação não é uma saída “fora da caixa” apenas para empresários ou pequenos investidores que se encontram em situação de impasse financeiro. Inovar também pode ser uma saída em uma macroestrutura, como a de governos estaduais, municipais e até federal. Há algum tempo, o Rio vem enxergando a necessidade de criar novos negócios e ampliar nichos de atuação econômica pela via da inovação. Tudo para potencializar os setores e depender menos da indústria do petróleo, que, apesar de potente e responsável por 30% do PIB do Estado, tem suas instabilidades. É aí que deve entrar em ação o famoso Plano B. O Estado do Rio de Janeiro tem, hoje, a seu dispor alguns mecanismos que se propõem justamente a seguir a cartilha da inovação. Um deles é o programa Startup Rio, iniciativa público-privada que fomenta a cultura do empreendedorismo por meio de financiamento de projetos e produção de novas ideias. No alvo, o estímulo ao desenvolvimento de microempresas que tenham base tecnológica. “A inovação é um caminho sem volta”, declarou o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Gustavo Tutuca, a um grupo de empresários durante evento realizado no Rio durante os Jogos Olímpicos. De acordo com dados da mesma Secretaria, a Startup Rio, criada em 2014, já capacitou nada menos que 300 empreendedores digitais e ajudou a construir mais de cem projetos de novos negócios. De quebra, facilitou a criação de 48 empresas. Os investimentos iniciais foram da ordem de R$ 10 milhões. A meta do Governo é, até o final de 2018, conseguir criar uma média de 150 startups por ano.


32 Foto: Reprodução Internet

Conexão e inovações: um mundo cada vez mais integrado às novas tecnologias. Peneira concorrida A alta competitividade para ter um projeto aprovado pela Startup Rio mostra a quantidade de gente envolvida com novas tecnologias e em busca de aprimorar seus negócios. No edital de chamada da Startup, no final de 2015, mais de 1100 empreendedores se candidataram, num total de 384 projetos recebidos. Destes, 60 foram selecionados, envolvendo 180 pessoas – três por projeto aprovado. Mas, mesmo que muito promissor, o mercado de inovação tem seus desafios a enfrentar. O gerente de Soluções do Sebrae, Ricardo Wargas, aponta alguns destes percalços: “Nem todas as empresas conseguem inovar. Isso está relacionado, até mesmo, à preparação do empresário e, claro, ao acesso ao recurso financeiro. Ainda é comum no Brasil o empresário ficar muito fechado na empresa. Ele precisa ver o que passa a seu redor”, defende o especialista na área. Os números no Brasil mostram os gargalos e, ao mesmo tempo, o potencial de crescimento e investimento das empresas em inovação. O PIB produzido pelas pequenas empresas no Brasil, por exemplo, é de 25%. Na Alemanha, esse valor salta para 40 ou até 50%.


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Não basta mais empreender, tem que inovar Foto: Bruno Itan

Sede do programa StartUp Rio, no bairro do Catete, Zona Sul do Rio. Atualmente, o conceito corrente entre os pensadores da área - e o pessoal que coloca a mão na massa – é do empreendedorismo inovador. “A gente quer ter empreendedores, mas principalmente que sejam inovadores”, decreta Ricardo Wargas. Não basta mais ter uma ideia e investir nela, é preciso carregar consigo algum diferencial potente. Neste ponto entra, por exemplo, o setor de Economia Criativa, que envolve conhecimentos especializados e agrega valor aos produtos. (Mais sobre Economia Criativa na página 88). Wargas destaca que países que investiram pesado em inovação tiveram ganhos econômicos concretos. Para potencializar as ações inovadoras, há vários segmentos e setores investindo. Enquanto os centros tecnológicos das universidades aperfeiçoam os estudos e o desenvolvimento de novos projetos, empresas e entidades de classe agem na outra ponta, buscando financiar ideias. O Sebrae, por exemplo, tem linhas de investimentos. O órgão atua em frentes diversas, como na difusão da informação e na melhoria do nível crítico do empresário para que tome decisões eficazes. “A gente aproxima as partes, mostrando quem tem a demanda e quem tem conhecimento”, comenta Wargas. O Sebrae lançou um edital de fomento à inovação com previsão de R$ 20 milhões em financiamento junto a pequenas empresas de todo o Brasil. Só no Rio, estão sendo beneficiados 70 projetos de inovação e linhas de fomento à tecnologia. Também se destaca a chamada linha Diferenciação, ligada ao programa Sebraetec, com previsão de R$ 3,5 milhões em recursos - com teto de R$ 120 mil por projeto de empresa de pequeno ou médio porte. O verdadeiro “pulo do gato” é fazer com que este valor se multiplique, já que, sabendo investir, o empreendedor vê os resultados práticos e concretos deste investimento inicial. Faça chuva, faça sol, a inovação é, sem dúvida, uma engrenagem potente e que ajuda, em muito, a fazer girar a economia fluminense. O primeiro passo? Pensar fora da caixinha.


34 Foto: Tânia Rego - Agência Brasil

Um dos atrativos principais de cariocas e visitantes, o mar também pode servir de inspiração para novos projetos, como o que desenvolve um software para monitoramento de ondas.


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Quando a inovação fortalece, sob medida, a vocação de um negócio

NOVA ONDA...

Muito se engana quem pensa que o mundo do surf é feito só de boas ondas e curtição. Como esporte ou como hobby, a prática que é a cara

do Rio de Janeiro também pode ser sinônimo de coisa muita séria, com direito a auxílio luxuoso da tecnologia e muita inovação. A gente explica. Um dos muitos projetos apoiados pelo Sebrae (leia mais na reportagem anterior) e que visa à inovação é o de Monitoramento de Ondas do surfista Rico de Souza, conhecido do pessoal das ondas desde a década de 1990. Criador de um sistema pioneiro de Condições do Mar e Previsão de Ondas no Brasil, Rico está dando um novo e importante passo em seu empreendimento. Com apoio logístico de empresas especializadas, via Sebrae, ele decidiu investir em um software que irá aprimorar, em muito, o serviço de informação que já é prestado aos surfistas e banhistas há mais de 20 anos. Ele conta um pouco sobre a sua nova aventura: “Iniciei este trabalho (de monitoramento de ondas) em parceria com algumas rádios, depois com o Disk Surf e, há 16 anos, com o portal Rico Surf. Aprendi muito sobre a necessidade deste mercado e como ele se comporta. Com base nisso, desenhamos um monitoramento da Previsão das Ondas que lê os dados de sites de satélites e boias em alto mar. Com o conhecimento que tenho sobre como estes dados de ondulação e vento chegam às praias conseguimos traduzir em forma de gráficos fáceis para o usuário”. Disposto mesmo a inovar e a tornar o seu negócio mais eficaz, Rico levou o conhecimento para a equipe que trabalha no seu site. O grupo também faz fotos diárias das praias e relata as condições do mar naquele dia. “Estes dados serão armazenados e futuramente poderemos disponibilizar, também, o comportamento das condições do vento e dos mares de cada praia”. Ele explica que a ideia é facilitar a vida de quem quer visitar uma praia que ainda não conhece, por exemplo. Com as informações do monitoramento, a pessoa vai poder saber como aquela praia costuma estar em determinada data do ano. Para os surfistas, será possível saber as condições consideradas ideais para que o local escolhido esteja com boas ondas. Outra proposta do projeto de inovação do empresário e surfista é que o público possa a interagir ainda mais junto ao site enviando também suas fotos, condições e vídeos das praias. Com vários pontos levados em consideração de forma estratégica e com uma consultoria afinada com as propostas do empreendedor, foi possível, então, desenhar um novo portal. É a lição simples da inovação no dia a dia de uma empresa ou de um pequeno empreendimento: informações disponibilizadas de forma rápida, fomentando assim o conteúdo colaborativo. ‘Dropando’ todos os problemas Para Rico de Souza, a importância de inovar, no caso de sua marca, é que, desta forma, ele se mantém pioneiro na área de monitoramento de ondas e prestando um serviço de excelência. E o mais importante, segundo ele, é poder seguir “fortalecendo o surf no Brasil”. O surfista faz questão de destacar que o seu trabalho de armazenamento das informações sobre as condições do mar e o comportamento das ondas, foi pioneiro no Brasil. E a equipe do empresário está em compasso com as propostas da área de inovação e com a realidade atual do mercado do surf. “Os objetivos que buscamos são os de inovar e aperfeiçoar o serviço para atender um mercado jovem que utiliza cada vez mais tecnologia de ponta e interatividade”, explica. O projeto tocado por Rico é apenas um dos muitos espalhados pelo Rio que provam que tempos de crise não são necessariamente para se cruzar os braços e esperar a tsunami passar. Para alguns, a crise talvez seja até mesmo a melhor hora para enfrentar as grandes ondas e os momentos de turbulências. “Atualmente tento manter vários produtos relacionados ao mercado do surf e sempre inovando para vencer a crise”, comenta Rico. Ele também mantém seu site em constante atualização para se adaptar aos períodos de crise e busca parcerias com os editais do Sebrae para dar aquela ajudinha estratégica. “O apoio do Sebrae está sendo essencial para realizarmos mais rápido as inovações no portal Ricosurf e podermos continuar com a tradição e pioneirismo no serviço”.


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ONDE PEQUENOS, MÉDIOS E GRANDES TÊM VEZ Criada para promover o desenvolvimento sustentável do Estado do Rio de Janeiro e apoiar projetos geradores de emprego e renda em território fluminense, a AgeRio - Agência Estadual de Fomento oferece soluções financeiras para empreendimentos de todos os portes. Com produtos diversificados e flexíveis para microcrédito, setor privado, setor público e atuação em participações e parcerias público-privadas, os mais de 16 milhões de habitantes do Estado, moradores de todos os seus 92 municípios e de todas as suas comunidades, podem crescer junto com o Rio de Janeiro. O portfólio completo de produtos customizados para capital de giro, máquinas e equipamentos, turismo, franquias, investimentos fixo e misto e inovação, somado à disponibilização de fundos garantidores, ao investimento em profissionais qualificados, e à utilização de fontes de recursos diversificadas geram resultado naturalmente positivo: são R$ 3 bilhões em ativos próprios e administrados, mais de 20 mil empregos gerados e mais de 80 mil cidadãos beneficiados que, juntos com a AgeRio, transformam o Rio de Janeiro no segundo maior PIB do Brasil.

www.agerio.com.br AgeRio: Av. Rio Branco, 245 - 3º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2333-1212


Faz pela sua empresa. Faz pelo Rio. 37


38 Fotos: Divulgação

Construção civil é uma das forças da carta de negócios da agência de fomento.


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AgeRio impulsiona o desenvolvimento da economia local

DEDICAÇÃO EXCLUSIVA Em um contexto global de economia desacelerada e consumo retraído, torna-se fundamental a proatividade do Governo no sentido de implementar ações de estímulo aos negócios. Momentos de crise são especialmente importantes para a atuação dos bancos públicos como ferramentas de incentivo à economia local, sobretudo diante de um cenário de incertezas, inadimplência alta e crédito encolhido. Nesse sentido, os bancos de desenvolvimento e agências de fomento têm o potencial de suprir as necessidades não contempladas por bancos comerciais. Eles entram em campo para analisar diferenciais de competitividade locais e para complementar o cenário de ação do Sistema Financeiro Nacional. No âmbito nacional, temos o BNDES como principal agente fomentador da economia brasileira. Mas, em um país de proporções continentais, com regiões tão distintas entre si, é fundamental que haja dedicação setorizada às economias locais. No Estado do Rio de Janeiro, a AgeRio – Agência Estadual de Fomento é quem busca cumprir esse papel, favorecendo o desenvolvimento sustentável e gerando emprego e renda dentro do território fluminense. Segundo maior PIB do Brasil, o Rio de Janeiro carrega consigo potenciais espalhados por suas oito regiões. Petróleo e gás, agroindústria açucareira, metalurgia, automotivo, indústria têxtil, além de hortifrutigranjeiros, indústria naval, pesca, energia nuclear, pecuária e turismo são apenas algumas das vocações desenvolvidas por todas as partes do Estado. Como é de se notar, a AgeRio tem um desafio e tanto. Ancorada em seu Programa Modernizar para Competir, que visa a tornar a empresa mais eficaz, a AgeRio busca desempenhar um papel relevante no contexto estadual como referência para empreendedores que desejam investir no Rio de Janeiro e como braço operacional da política de desenvolvimento do Estado. Houve reformulação de processos internos, criação de indicadores de desempenho, realização de concurso público e definição de nova marca, novo site, novo estatuto, novo plano de cargos e salários, além da implantação de regime de alçadas e comitês de crédito e um arrojado plano de tecnologia da informação. Foco no cliente Operando em quatro principais vertentes - setor privado, setor público, microcrédito e participações e parcerias público-privadas - a principal diretriz da Agência é agir sempre com o foco em seu cliente, buscando soluções financeiras customizadas para cada negócio. Com um portfólio de produtos completo para capital de giro, máquinas e equipamentos, turismo, franquias, investimentos e inovação; somado à disponibilização de fundos garantidores, profissionais qualificados, e fontes de recursos diversificadas, o resultado aparece naturalmente: são R$ 3 bilhões em ativos próprios e administrados. E não para por aí: já são mais de 20 mil empregos gerados e mais de 80 mil cidadãos beneficiados que contribuem para o desenvolvimento do Rio com uma verdadeira coleção de histórias de sucesso. O Bistrô R&R, bar especializado em cervejas artesanais, comandado por Marcelo Ramos, no Complexo do Alemão, é um exemplo. O negócio foi o grande vencedor do Prêmio Empreendedor em 2015 e do Prêmio Citi em 2016, consagrando o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado da Agência como um sucesso nacional. Exemplos de sucesso O Grupo Trigo - das franquias Domino’s, Koni Store e Spoleto - que, em parceria com a Agência, teve vários projetos atendidos, consolidando a expansão de sua rede. A Fumajet, que venceu o Prêmio MPE Brasil 2015, investindo em inovação apoiada pela AgeRio. Com sua Motofog, a empresa


40 Foto: Divulgação

A AgeRio também está no campo, incentivando a eficiência na produção. combate vetores e pragas urbanas em localidades de difícil acesso. A Coagro - Cooperativa Agroindustrial do Estado – que, com crédito da AgeRio, investe em eficiência energética para produzir de maneira limpa e economizar recursos, garantindo a manutenção de 2 mil empregos. E têm também as Parcerias Público - Privadas (PPPs), que começam a ser estruturadas com o apoio técnico da Agência. A meta é a construção de projetos com modelos de negócios interessantes, que prometem atrair grandes investidores para o Estado e trazer incontáveis benefícios à população. Fomentar uma economia tão diversa é um grande desafio, mas vivenciar estes êxitos que ajudam a desenvolver a economia do Rio de Janeiro vale todo o esforço. É assim que a AgeRio faz por você, pela sua empresa e pelo Rio.


41 Foto: Divulgação

Setores de petróleo, gás e a indústria naval constam do rol de investimentos.


42 Foto: Beth Santos - GERJ

Um belo cenĂĄrio: vista dos armazĂŠns reformados e de um trecho da Orla Conde.


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Região portuária se transforma no símbolo de um novo Rio

UM PORTO SEGURO É de cair o queixo e brilhar os olhos. Quem acompanhou, por intensos sete anos, as mudanças promovidas na Região Portuária do Rio de Janeiro custa a acreditar que aquela área de cinco milhões de metros quadrados já foi um lugar escuro - e um tanto inóspito. Lugar apenas de passagem. As obras de transformação do Porto da capital fluminense são daquelas realizações de lavar a alma. A derrubada dos nada menos que 4.790 metros do Elevado da Perimetral marcaram, definitivamente, a transformação da região. Toneladas e mais toneladas de concreto ao chão, tudo acompanhado de perto pela população, que mal sabia o que estava por vir. Não foi à toa que a nova “menina dos olhos” da cidade ganhou o nome de Porto Maravilha. A melhoria da infraestrutura urbana, do sistema de transportes, do meio ambiente, da história e da cultura do local explicam esse carinhoso apelido. Entre as propostas para a área - além de jogar luz sobre um novo e importante centro de lazer, cultura e gastronomia - está a recuperação das moradias, atração de novos moradores e de grandes empresas, além da melhoria dos serviços públicos oferecidos. A ideia central da Prefeitura foi criar um novo polo comercial, mas também de moradia para a capital. Tudo foi pensado levando em conta a proposta de aproximar as pessoas do local de trabalho, encurtando distâncias e fazendo da região central um lugar pulsante, vivo e não apenas uma área de passagem. Para isso, uma das metas com a instituição do Porto Maravilha é aumentar os atuais 32 mil moradores para 100 mil em dez anos. Pode-se dizer que o audacioso projeto para a região inclui, primeiramente, dar uma vida nova aos bairros do Santo Cristo, Gamboa, Saúde, Centro, Caju, Cidade Nova e São Cristóvão. Desde o início das obras, em 2009, uma meta foi perseguida: preservar e resgatar a importância histórica e cultural daquele verdadeiro patrimônio imaterial do Rio. Afinal, foi por ali, pelo Porto, que a história da cidade se iniciou. Com essa proposta em mente, os trabalhos foram tocados levando em conta princípios de sustentabilidade. Entre as inúmeras obras realizadas no local, a cargo da concessionária Porto Novo, estão: reurbanização de vias, recuperação e ampliação da infraestrutura, implantação de veículo leve sobre trilhos (VLT), abertura de túneis, novo mobiliário urbano, entre outros. O Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) e o Museu do Amanhã, parceria com a Fundação Roberto Marinho, fazem parte dessa “empreitada” e hoje são dois dos principais atrativos turísticos e culturais do local. ‘Foi um Porto que passou em minha vida’ Depois de anos de muitos transtornos, naturais em função do porte gigantesco das obras, o Porto Maravilha finalmente ganhava forma e poderia, já em meados de 2016, ser entregue à população e aos visitantes. E o ponto alto de todo esse trabalho veio com as Olimpíadas e as Paralimpíadas, realizadas em agosto e setembro de 2016. Quem foi até o chamado Boulevard Olímpico, que teve centenas de atrações gratuitas durante os jogos, sabe o que representa aquela nova área do Rio de Janeiro. Centenas de milhares de pessoas passaram pelo local durante as competições e puderam acompanhar, pelos telões instalados na Praça Mauá e na Praça XV, os maiores atletas do mundo em ação. Moradora de Resende, na Região do Médio Paraíba, a despachante aduaneira Michele Escobar foi uma das que puderam conferir a grande festa que se instalou no Porto Maravilha durante os Jogos. “O espaço ficou lindo! Foi como se transformassem um lugar pavoroso em um lugar mágico, dava pra sentir a energia boa que circulava (no Boulevard Olímpico). Se eu não tivesse conhecido antes (com a Perimetral), não iria acreditar que se tratava do mesmo espaço. E a cereja do bolo foi o VLT passando ali. Um luxo só!”, comemora, fazendo referência ao Veículo Leve Sobre Trilhos, que


44 Foto: Beth Santos - GERJ

De tirar o fôlego: agora visitantes podem fazer um trajeto a pé pela orla da Baía de Guanabara, algo impensável até bem pouco tempo atrás.


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46 Foto: Alexandre Macieira - Riotur

Foto: Fernando Frazão - ABr

Foto: Tomaz Silva

Novo ponto de encontro: região da Praça Mauá diversificou ainda mais a referência de turismo da cidade. passou a circular na região, integrando o sistema de transportes. Para ela, a valorização da região é inquestionável: “Nem precisa ser especialista pra saber disso. Ainda há muito o que se fazer, mas já foi um bom começo”. A dentista Cristiane Paim, moradora da capital, também se impressionou com a revitalização. Ela chama atenção para a alternativa que a Região Portuária passa a significar para o turismo: “A cidade ganhou uma área de lazer e cultura na região central. É uma opção a mais para o carioca e os turistas, saindo dos roteiros óbvios da Zona Sul, como Corcovado e Pão de Açúcar”. Cristiane destaca a valorização do espaço, antes “cinza” e praticamente esquecido. “Ficou lindo! Era tudo muito cinza, galpões velhos caindo aos pedaços, enfim, uma região de dar medo! Agora está colorida e arejada”. Entre as principais obras realizadas no local: - Demolição do Elevado da Perimetral - Construção do Museu de Arte do Rio (MAR) - Construção do Museu do Amanhã - Abertura da Via Binário do Porto e do Túnel Rio 450 - Abertura da Via Expressa e do Túnel Marcello Alencar - Construção da Nova Orla Conde - Implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos -70 km de vias reurbanizadas


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Presidente da CEDURP: ‘Quanto mais misturada a cidade, mais justa ela será’ A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (CDURP) foi criada por meio de uma lei complementar, de 2011, com a missão de gerir e fiscalizar a revitalização de toda aquela área. Nesta entrevista, Alberto Silva, presidente da CDURP, dá detalhes sobre a verdadeira “saga” que foi transformar a região em uma artéria cheia de simbolismos para este novo Rio de Janeiro. Fala-se tanto em legado, não é mesmo? A Região do Porto revitalizada surge como uma das mais importantes obras para a cidade. Em que medida o Porto Maravilha muda a vida e a história do Rio? Alberto Silva - Importante registrar que o Porto Maravilha e a Olimpíada foram uma feliz coincidência. Foi muito importante ter concluído as obras até os Jogos. Como estava previsto, 85% delas foram concluídas a tempo das Olimpíadas. Isso permitiu que a gente apresentasse para a cidade e para o mundo essa nova cara do Rio de Janeiro. O Porto Maravilha é um legado de transformação da cidade. Acho que isso agora fica mais visível, embora a população ainda esteja absorvendo e se apropriando da dimensão das transformações que ocorreram, ao longo de sete anos de obras. Lembrando que o prazo de vigência (do projeto de reurbanização como um todo) é de 30 anos. É um longo prazo. Quais os impactos até agora para a região e para a população local? Alberto Silva - O Porto Maravilha tinha a intenção de resgatar o patrimônio histórico material e imaterial da região. Isso fica visível com esse corredor cultural imenso que se formou, passando por vários equipamentos. A maioria dos equipamentos culturais já existia. Mas hoje eles estão ligados pelo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou a pé pela orla da Baía de Guanabara. Valorizar isso acrescentando o Museu do Amanhã e o MAR (Museu de Arte do Rio) e outros equipamentos culturais já é um ganho fantástico. O Cais do Valongo, prestes a ser declarado patrimônio da humanidade, é também fruto do Porto Maravilha. A Liga de Blocos da região abre o carnaval do Rio há três anos e é exemplo claro de legado. Alguns desses blocos sequer desfilavam mais. A cidade se constrói a partir do reconhecimento de sua história e cultura. Com o Porto Maravilha, você continua no coração do Rio, esbarrando na sua história. A ideia, antes das obras, era que elas trouxessem benefícios à população local. E eles estão aí com o teleférico da Providência, a Clínica da Família, a geração de empregos para um número grande de pessoas da região. Falava-se que moradores iam deixar a região, que iam ser expulsos, e isso não ocorreu. Existe a intenção da Prefeitura, inclusive, de regularizar moradias e construir dez mil novas residências. Qual a intenção do adensamento demográfico - que busca aumentar para até 100 mil o número de habitantes? Alberto Silva - Primeiro, para beneficiar os moradores. O adensamento é fundamental para levar gente para morar no Centro, rompendo uma lógica de cidade onde você especializa os locais: aqui é para trabalhar, lá é para morar. Essa lógica que produziu o engarrafamento nosso de cada dia. É importante incentivar as pessoas a morar perto de onde trabalham. Ao mesmo tempo, quanto mais misturada a cidade for, mais equilibrada e mais justa ela será. O adensamento é o que a gente espera. Mas este é um processo longo. A ideia é construir dez mil habitações em dez anos. Quais os resultados já visíveis na questão da mobilidade? Alberto Silva - As mudanças com a derrubada da Perimetral e implantação de novas vias melhoraram a fluidez do trânsito. Melhorou também a qualidade do transporte público com o VLT. Uma etapa de ampliação do VLT, aliás, foi prevista para ser concluída no final de 2016 e outra, para 2017.


48 Foto: Tomaz Silva - ABr

Museu do Amanhã é um do símbolos da revitalização do Porto. Qual o volume total de investimentos realizados na área? Eram previstos R$ 8 bilhões... Alberto Silva - A previsão são R$ 8 bilhões ao longo de 15 anos. Metade deste valor foi investido até agora, cerca de R$5 bilhões, com 85% das obras concluídas. Como funciona como PPP (Parceria Público Privada), a concessionária que faz a obra é que vai fazer a manutenção. Ela presta todos os serviços de preservação e de manutenção. Nossa preocupação a partir de agora é que esse ambiente favorável que se criou, de atração de cultura, se mantenha. E que o processo continue.


49 Foto: Tomaz Silva - ABr

A cidade olímpica e seu emblema: pira na região da Candelária durante os Jogos e se tornou atração à parte.


50 Fotos: Bruno Bartholini

Visitantes poderão conhecer e se informar sobre os peixes da costa brasileira, além de espécies do Caribe LEGENDA e do Pacífico.


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AquaRio é opção inédita de entretenimento na capital fluminense

DEBAIXO D’ÁGUA Foto: Agnnaldo Motta / Divulgação

Aventura oceânica: com apoio do município e por meio da iniciativa privada, maior aquário da América do Sul abriu as portas em novembro. Demorou um pouco, mas ele chegou. Há tempos, o Rio de Janeiro merecia um aquário marinho de grandes proporções que fizesse jus à vocação natural da cidade, que está sempre convivendo e indo em direção a ele, o mar. E foi com pompa que a capital fluminense ganhou em novembro de 2016 o seu primeiro local de visitação do tipo: o AquaRio, instalado na Região Portuária da cidade. O espaço tem números impressionantes. São 26 mil metros quadrados de área construída e capacidade de armazenamento de 4,5 milhões de litros de água. Uma verdadeira mania entre cariocas e turistas de todos os cantos, o AquaRio é o maior aquário marinho da América do Sul. Em exposição, nada menos que 3 mil animais de 350 espécies diferentes. Segundo informações divulgadas pelo site do empreendimento, além de ser destinado à visitação, o local também será fundamental para a realização de pesquisas e para fins educacionais. De quebra, um detalhe: uso de tecnologias inovadoras. Um prato cheio para as crianças e não menos para os adultos. O AquaRio é uma iniciativa tocada integralmente pela iniciativa privada e foi concebido pelo biólogo marinho Marcelo Szpilman.


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54 Foto: Divulgação

Negócio gigantesco: a Ball opera globalmente 75 fábricas e joint ventures de latas para bebidas; há unidades espalhadas pelas Américas do Norte, Sul e Central, Europa, Rússia, Ásia e Oriente Médio.


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Maior do setor, Ball aumenta atuação no Rio de Janeiro

NO MUNDO DA LATA! O mercado de latas brasileiro recebeu recentemente uma notícia importante: A Ball Corporation anunciou a conclusão da aquisição da Rexam PLC por aproximadamente US$ 6,1 bilhões, tornando-se a maior fabricante de latas para bebidas do mundo, inclusive no Brasil. Embora nem todos saibam, a Ball é, a partir de agora, a empresa responsável pela maioria das latas de bebidas que o brasileiro consome e está presente em nossas mesas ou mãos quase que diariamente – seja ao tomarmos um refrigerante no almoço em família ou ao bebermos uma cerveja com os amigos no final de semana. Embora tenha atuação nacional, o Estado do Rio de Janeiro é motivo de orgulho e atenção especial para a empresa. Afinal, agora, além da fábrica da cidade de Três Rios, ainda estão concentradas na região a sede corporativa de representação na América do Sul, na Barra da Tijuca, e a unidade de Santa Cruz, ambas na capital fluminense. As dimensões globais da corporação podem ser traduzidas em números. O negócio combinado de embalagens para bebidas da Ball opera globalmente 75 fábricas e joint ventures de latas para bebidas, bem como várias unidades administrativas nas Américas do Norte, Sul e Central, Europa, Rússia, Ásia e no Oriente Médio. As operações de latas para alimentos, aerossóis e produtos aeroespaciais complementam o portfólio comercial da empresa que, em 2015, atingiu US$ 11 bilhões em vendas líquidas pro-forma. Após a aquisição, a Ball passou a empregar 18.700 pessoas em cinco continentes. No Brasil, a companhia se concentra na fabricação de embalagens para bebidas e é líder absoluta desse segmento. Aqui, a empresa emprega atualmente um total de 2.100 funcionários. “Estamos muito felizes em podermos avançar como líder do setor de embalagens, fornecendo aproximadamente 100 bilhões de latas para bebidas, sempre com inovação e alta qualidade a partir de nossa eficiente presença mundial”, declara John A. Hayes, Chairman, CEO, Presidente Global da Ball Corporation. A capacidade da Ball de criar valor no longo prazo para seus públicos de interesse baseia-se em sua habilidade de atendê-los a qualquer hora, em qualquer lugar e garantir que as latas para bebidas continuem sendo a embalagem preferida de clientes e consumidores. O objetivo é consolidar a lata como a embalagem mais sustentável – do ponto de vista econômico, ambiental e social – da cadeia de suprimentos de bebidas. Foco em sustentabilidade Além de estar presente no Rio, a Ball possui representação fabril em todas as cinco regiões do país. No Sul, em Águas Claras (RS); no Centro-Oeste, em Brasília (DF) e Cuiabá (MT); no Norte, em Benevides (PA) e Manaus (AM); no Nordeste, em Simões Filho (BA) e em Recife (PE); e no Sudeste, além do Rio, em Jacareí (SP), Pouso Alegre (MG) e Extrema (MG). Em cada uma dessas praças, a companhia busca se aproximar das comunidades locais por meio de ações que promovam a sustentabilidade e a responsabilidade social. Um de seus principais projetos é o Re-Circo, realizado até setembro de 2016 em Bragança Paulista (SP) e Cuiabá (MT). O evento, que se tornou popularmente conhecido como o ‘Circo da Reciclagem’, tem como principais objetivos a conscientização e a educação sobre as práticas de reciclagem e reutilização de materiais por meio de ações socioculturais. Além disso, a proposta é reforçar a importância dos catadores de material reciclável para a cadeia de logística. A Ball é a idealizadora e fomentadora do evento, que é gratuito e aberto ao público. O foco principal da iniciativa é mesmo destacar a importância dos catadores. Hoje, o Brasil é o líder mundial em reciclagem de latas de alumínio, com um índice de 98,4%. Esse número só possui tamanha representatividade graças ao papel desempenhado pelos catadores de resíduos reciclá-


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veis que, devido ao alto valor do alumínio e da facilidade de armazenamento e transporte, optam por priorizar a coleta desse material. Apesar de toda a importância que estes agentes têm para a reciclagem de alumínio, em especial de latas, eles ainda vivem à margem da sociedade e muitas pessoas não reconhecem a relevância socioeconômica da atividade desempenhada por eles. Por isso, a Ball tem dado espaço para movimentos como o Pimp My Carroça, que reforma e instala itens de segurança nas carroças dos catadores, e por meio da manifestação artística do grafite dá visibilidade e contribui para aumentar a autoestima desses profissionais. Durante o evento, além de terem suas carroças reformadas, os catadores podem passar por check-up médico e sessões de fisioterapia. E não para por aí. Em 2016, a Ball participou da 6ª edição da Virada Sustentável, em São Paulo, maior festival de educação e mobilização para a sustentabilidade do Brasil. Na oportunidade, a empresa apoiou a inauguração da primeira biblioteca do país em uma cooperativa de reciclagem: a Reciclázaro, no bairro de Belenzinho, na capital paulista, foi escolhida para receber esse projeto, inédito no país. Ainda em 2016, a empresa apoiou a realização no Rio de Janeiro da Exposição ReciclaLata, que busca destacar a importância da reciclagem por meio da exposição de latas gigantes, decoradas por artistas brasileiros com ilustrações sobre a temática. “A Ball tem o maior prazer em valorizar, cada vez mais, a reciclagem no Brasil. Tendo um produto 100% e infinitamente reciclável, trabalhar para o fortalecimento da sustentabilidade não é só um dever para nós, é uma grande honra”, ressalta Carlos Medeiros, presidente da Ball Embalagens para Bebidas América do Sul. Potencial de inovação A Ball enxerga em seu produto, a lata, um artigo não somente importante do ponto de vista do meio ambiente, mas por seu potencial de inovação. Ela exerce um papel fundamental no momento de comercialização das marcas de bebidas e, por conta disso, tem ganhado visibilidade e destaque como peça de comunicação. As embalagens de alumínio permitem que toda a sua área seja explorada e modificada para atrair e pesar na hora da decisão de compra. Pensando nisso e no crescimento do interesse do mercado de bebidas nessa novidade, a empresa faz grandes investimentos na área. Uma das tecnologias de maior destaque no mercado brasileiro é a Dynamark™, que permite a produção de até 24 artes para o mesmo rótulo simultaneamente em um único palete. Ela já foi utilizada por grandes marcas como a Coca-Cola, em sua campanha de nomes, e pela cerveja Devassa, em uma homenagem feita à cidade do Rio de Janeiro. Além da Dynamark™, a companhia dispõe de outras oito tecnologias: - High Definition (alta definição) – Solução inovadora para impressão de rótulos em latas de alumínio que permite qualidade fotográfica em toda a área externa da embalagem. - Laser Engraved (gravação a laser) – A tecnologia, normalmente utilizada em ações promocionais, consiste na gravação a laser, no verso do anel da tampa da lata, de informações numéricas ou alfanuméricas com até 16 caracteres. Ela também permite a aplicação de imagens no topo do anel. - Tinta Termocrômica – Impressão de rótulos com tinta especial, que muda de cor quando a bebida atinge a temperatura ideal para consumo. Esta inovação representa uma importante estratégia para promover diferenciação e destaque do produto, além de uma forma de aprimorar a experiência do consumidor final com a embalagem. - Tinta UV – Utilização de tinta especial que faz a lata brilhar no escuro quando exposta à luz ultravioleta, a conhecida luz negra presente em casas noturnas. - Verniz Fosco – Quando aplicado à lata, este verniz dá a impressão de que ela está gelada na gôndola, sendo um diferencial para os produtos. - Verniz Táctil – A lata ganha rugosidade em determinada área, o que confere um efeito especial ao toque.


57 Foto: Divulgação

Tecnologia e reciclagem: lata é um artigo importante tanto do ponto de vista ambiental quanto por seu poder de inovação. - Cut out tab (corte do anel) – Inovação que permite oferecer diferentes formas recortadas no anel da lata. O portfólio da Ball contempla ainda latas de oito tamanhos diferentes. No Brasil, as embalagens de maior destaque são: 350ml, 473ml e 269 ml. Uma ótima oportunidade para investimento no mercado de latas especiais são os grandes eventos e festas que acontecem no país todos os anos. O carnaval no Rio e na Bahia, as festas de São João no Nordeste, a festa de Parintins no Amazonas, os diversos rodeios que acontecem no interior do país, festivais como Loolapalooza e o Rock in Rio, são todos bons exemplos. Além disso, como o Brasil foi palco de eventos esportivos de grande porte, como a Copa do Mundo e a Olimpíada, as marcas aproveitaram esses momentos para utilizar tais tecnologias. “Uma das grandes vantagens da Ball no mundo e no Brasil, com a aquisição da Rexam, é a capacidade de reunirmos o talento das pessoas, as soluções de produtos, tecnologias inovadoras e melhores práticas em uma única organização. É um orgulho poder ver que a Ball cresce e se fortalece ainda mais na liderança desse mercado. E é uma honra saber que a gente pode capitanear a liderança desse mercado na América do Sul a partir da nossa sede corporativa no Rio”, comemora Carlos Medeiros, Presidente da Ball Embalagens para Bebidas na América do Sul.


58 Foto: Ministério do Esporte

O símbolo principal: Pira Olímpica ficou acesa no Maracanã


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Um legado para a vida: Jogos entram para a história do Estado

RIO DE OURO De um lado, ídolos mundiais, superando seus limites, batendo recordes e fazendo história em solo brasileiro. Do outro, lá da arquibancada, uma infinidade de gente querendo ver os atletas do mundo inteiro. A comunhão vivida no Rio de Janeiro, entre ídolos e fãs, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, talvez seja difícil de registrar em palavras. O sucesso dos Jogos do Rio precisa de mais do que palavras para que se faça jus à magia do que foi visto na capital fluminense durante os meses de agosto e setembro. Foram dias de glória. De Usain Bolt a Simone Biles, de Diego Hipólito ao Serginho do vôlei, só pra citar pouquíssimos, os maiores nomes do esporte atual estavam ali, ao alcance dos olhos de centenas de milhares de pessoas, ávidas por ver de perto o espetáculo que é a superação dos limites do corpo. Seja pela bola, pelos pés, pela água, pelo salto, nas quadras, na rede, no tatame ou no estádio, o esporte foi centro de todas as atenções e intenções e dominou o Brasil por dias a fio. O coração dos Jogos foi o Parque Olímpico, construído na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, com suas arenas modernas e funcionais. No Estádio do Engenhão, na Zona Norte, brilhou o atletismo. No Complexo de Deodoro, na Região Oeste, fizeram a festa os esportes radicais. Em Copacabana, Zona Sul, a arena de vôlei de praia enchia os olhos do público com sua vista para o mar, um privilégio à parte, coisa mais carioca e cheia de bossa que se pode pensar. E nesse emaranhado de agendas, disputas, jogos, finais e grandes decisões teve gente que se dispôs a uma verdadeira maratona olímpica para acompanhar o máximo de competições possíveis. O médico Miguel Guimarães Macedo foi uma dessas pessoas. Se a ideia era celebrar o esporte, que fosse em alto estilo – com direito a perder a conta de quantos eventos esportivos assistiu. Apaixonado por vôlei, Miguel é, na verdade, um entusiasta nato pelo esporte em geral. No Rio, ele conferiu a entrega de medalhas históricas para o Brasil, como os ouros do futebol, do vôlei de quadra e do vôlei de praia masculinos. Viu de perto grandes partidas de tênis, com Rafael Nadal em quadra, por exemplo. Também esteve lá quando equipes de handebol de excelência se enfrentaram, viu as meninas do futebol brasileiro lutarem por um Ouro inédito, que infelizmente ainda não veio, e por aí vai.... “Estar em seu país, recebendo delegações e turistas estrangeiros e daqui, em uma cidade do porte do Rio, tão receptiva, é algo único. Foi um grande sucesso!”, comemora. O médico destaca o clima que dominou as arenas do Parque Olímpico da Barra. Para ele, foi “encantador” conferir os espaços de realização dos Jogos de perto e sentir o cenário de animação e harmonia que dominava o local. Como bom entusiasta do esporte, Miguel acabou se tornando uma espécie de “maratonista” para dar conta da sua agenda de competições. “Mesmo que fosse um esporte com o qual você não tivesse tanta afinidade, você já entrava no clima. Inclusive em partidas onde não estava o Brasil, eu me envolvia de uma forma muito saudável”, relembra. Agente de transformação O secretário de Estado de Esportes, Marco Antonio Cabral, acredita que a realização dos Jogos foi uma oportunidade única para o Rio e para o Brasil em geral. Com os maiores atletas do mundo disputando uma medalha no Rio, abriu-se a oportunidade de se tratar o esporte não apenas como sinônimo de hábitos saudáveis entre as pessoas, mas também como um importante agente de transformação social. Ele acredita que o caminho para formar novas gerações de grandes atletas no Brasil é investir no esporte de base. “Para chegar ao nível olímpico, atletas contam com variados suportes: alimentação balanceada, treinos diários e dedicação plena. Mas nada disso seria possível se o esporte de base não fosse fomentado”. Ele afirma que, por esse motivo, o Estado tem investido nas futuras gerações. Na mira, em primeiro lugar, a formação de crianças e jovens para o esporte.


Foto: Rogério Santana - Seelje

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Agátha Rippel, que conquistou a Prata no Vôlei de Areia formando dupla com Bárbara Seixas.


61 Foto: Rogério Santana - Seelje

Rafaela Silva, Ouro na categoria peso-leve do Judô: exemplo de superação e de força.


Foto: Divulgação

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Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil

O atleta jamaicano Usain Bolt, fenômeno inigualável das pistas, foi uma das sensações dos Jogos.

O fôlego inalcançável de Michael Phelps: 28 medalhas olímpicas, sendo 23 de Ouro.


63 Foto: Fernando Frazão - ABr

Festa de encerramento dos Jogos no Maracanã: a maior festa do esporte encantou milhões de pessoas e deixou muitas saudades.

Foto: Roberto Castro - Brasil 2016

Foto: Francisco Medeiros - ME

Thiago Braz foi Ouro no salto com vara.

Isaquias Queiroz, da canoagem: foi dele o feito inédito para um brasileiro ao conquistar três medalhas numa só Olimpíada.


Foto: Roberto Castro - Rio 2016

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O sonho de ver a Seleção Brasileira de Futebol campeã olímpica finalmente se tornou realidade.


65 Foto: Roberto Castro - Brasil 2016

O grande nome do Brasil nas argolas: Artur Zanetti levou a prata.


66 Foto: Franciso Medeiros

Marcha atlética tomou as ruas de várias regiões do Rio: cidade misturou sua rotina à dos atletas, celebrando o esporte mundial. Para o secretário, a realidade do Estado só será transformada quando forem levadas em conta alternativas que andem junto com a segurança pública. “Violência também se combate com esporte, cultura e educação. Por isso, nossos projetos estão instalados nas comunidades pacificadas da capital e da Baixada Fluminense – as escolinhas com atletas, o programa Caminho Melhor Jovem e o Esporte RJ são os destaques”, afirma o titular da pasta. Tendo este pensamento como norte, o Estado passou a criar ou expandir escolas de formação, via Lei Pelé e também com a verba das loterias federais destinadas às secretarias estaduais. Entre estas escolinhas estão: de Futebol e Cidadania Léo Moura, de Artes Marciais Anderson Silva, de Tênis Fabiano de Paula, além da Lutas José Aldo, e a Irmãos Nogueira. Talentos RJ O Estado também apoia dezenas de atletas em fase de competições internacionais, como alguns que foram destaques durante a Rio 2016. Trata-se do programa Talentos RJ, de investimento, por meio de uma bolsa-auxílio, nos competidores de alto rendimento. Entre os participantes do projeto está a judoca Rafaela Silva, medalha de Ouro na categoria até 57 quilos nas Olimpíadas, cuja história de vida e de superação encantou o Brasil e o mundo. Também participa do Talentos RJ a dupla da vela, Marine Grael e Kahena Kunze, medalhistas de ouro nos Jogos. De acordo com a Secretaria de Esportes, ao todo, 15 atletas deste programa foram classificados para os Jogos. No seleto time, ainda estão: Ágatha e Bárbara, prata no vôlei de praia; Sérgio Sasaki, Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, da Ginástica Artística; Pedro e Evandro, do vôlei de praia; Ygor Coelho, do Badminton, e Marcus D’Almeida, representante do tiro com arco.


67 Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil

Mayra Aguiar, Bronze no Judô na categoria meio-pesado.


Foto: Ministério do Esporte

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Bailarina e atleta Amy Purdy, que é biamputada, foi uma das atração na abertura dos jogos.


69 Foto: Ministério do Esporte

O nadador Clodoaldo Silva emocionou o público na cerimônia de abertura das Paralimpíadas.


Foto: Tomaz Silva - AgĂŞncia Brasil

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Corrida em cadeira de rodas 1500 metros


71 Foto: Fernando Frazão - ABr

Ele é o cara: Daniel Dias se firmou como o maior nome da história da natação paralímpica. Com os pódios conquistados no Rio, ele soma 24 medalhas.


Foto: Fernando FrazĂŁo - ABr

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Atletas durante provas de atletismo no EngenhĂŁo


73 Foto: Tânia Rego - ABr

Seleção brasileira durante partida de Goalball.


74 Foto: Tomaz Silva - ABr

Vamos malhar? Atleta se preparando para provas de Atletismo. Potência na Educação A realização dos Jogos no Rio encheu de esperanças quem sonha com mudanças profundas que tragam alguma luz para o problema da desigualdade social do país. A lição do esporte contaminou muitas pessoas, que acreditam que, pelo esporte, é possível mudar a história de toda uma gente. O recordista em “revezamento de estádios e arenas olímpicas”, o médico Miguel Macedo, que também é professor, nos ajuda a traduzir o sonho de todo um país. “Eu penso, por também ser educador, que o esporte, mais que uma ferramenta de levar saúde à população, é uma grande ferramenta de educação de massas”. E o médico ainda fala de algo precioso a todos, o tão incensado legado olímpico: “Espero que o legado seja esse: mais que almejar medalhas e recordes, que aconteça uma busca por inclusão social. Torço por um legado que seja muito maior do que nos tornarmos uma potência olímpica. Temos que ser uma potência na educação”, defende. É isso: ouro para a educação e para a valorização do esporte no Rio e em todo o Brasil.


75 Foto: Tomaz Silva - ABr

Esportistas paralĂ­mpicos na Vila dos Atletas, na Barra.


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78 Foto: Divulgação

Fábrica de sabores: cervejaria já é a maior empresa de bebidas com capital 100% nacional.


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Itaipava é a marca que mais cresce no mercado cervejeiro

Ela é do Rio Não é exagero dizer que o Rio de Janeiro é o Estado da cerveja no país. Desde os tempos do Brasil imperial, o Rio tem uma conexão íntima com o líquido dourado à base de lúpulo e cevada. Das praias do extenso litoral às bucólicas cidades da Serra, o fluminense adora a bebida em todas as ocasiões. Não à toa, é o Estado com maior consumo per capita de cerveja no país, consumindo mais de 14% de todo o líquido produzido no Brasil, e uma das regiões com a maior concentração de fabricantes. E é nesse contexto que, na década de 1990, surge a Itaipava em Petrópolis. Um produto que já nasceu unindo o melhor da tradição cervejeira com ingredientes de excelente qualidade para a produção de uma cerveja leve e encorpada. O resultado? Em menos de uma década, a marca já tinha destaque no mercado e não parou mais de crescer, passando – nos anos 2000 - de 1% para quase 10% de participação nas vendas. Uma marca jovem que une excelência a um preço justo, Itaipava é considerada um fenômeno do setor cervejeiro, sendo a marca que mudou o cenário de vendas e da produção nacional. “Itaipava caiu no gosto do brasileiro por conta de sua qualidade e excelência, distribuição acertada, além de todas as ações de comunicação e marketing”, conta Eliana Cassandre, gerente de propaganda do Grupo Petrópolis. Atualmente a quarta marca mais vendida do mercado, Itaipava em breve alcançará o terceiro lugar, mantendo sua trajetória positiva e orgulhosa de ser um produto brasileiro de qualidade e, sobretudo, genuinamente do Rio de Janeiro. O Verão chegou Se a propaganda é a alma do negócio, a cerveja 100% sempre soube utilizar muito bem essas ferramentas de marketing e divulgação para seu crescimento. Com bom humor, as campanhas da marca reforçam seus atributos de leveza e sabor inigualável. Em 2014, entendendo o mercado e seu público consumidor, Itaipava lançou a campanha “O Verão é Nosso”, em uma das mais certeiras ações publicitárias dos últimos anos do setor. “O verão é a época do ano mais desejada por quem gosta de aproveitar, sair, se divertir e é também aquela em que mais se consome cerveja. A ideia da campanha foi simples e impactante. O tema ‘O Verão é Nosso’ está completamente adequado ao nosso cenário cervejeiro. Encontramos uma maneira forte e divertida de brincar com o verão”, reitera Eliana. A ação com a personagem Verão, interpretada pela modelo e atriz Aline Riscado, logo caiu no gosto do público e a campanha da cerveja está, desde então, no Top of Mind de lembrança de marca com o bordão “vai Verão”. Em time que está ganhando... Ao contrário do que diz o ditado popular, em time que está ganhando se mexe sim. Em maio desse ano, a marca anunciou a sua mais profunda evolução visual em duas décadas de existência. A tradicional lata branca cedeu espaço para novos grafismos e cores e a logo da Itaipava recebeu outros contornos, com o dourado ganhando destaque e o vermelho característico adquirindo tom mais escuro. Simplicidade, autenticidade e ousadia foram os elementos de inspiração. A nova identidade visual é fruto de um ano e meio de trabalho das equipes de design, marketing, inteligência de mercado, pesquisa e branding. É mais um movimento para tornar a marca uma das três mais vendidas do Brasil nos próximos anos. “Ouvimos consumidores, parceiros comerciais e especialistas para traduzir em nossas embalagens todos os conceitos e o nosso jeito de fazer cerveja”, conta Eliana Cassandre.


80 Foto: Divulgação

Produção primorosa garante uma cerveja leve e encorpada. Orgulhosamente brasileira A força de seus rótulos, em especial a Itaipava, ajudou a impulsionar também o crescimento do Grupo Petrópolis, atualmente a maior empresa de bebidas com capital 100% nacional e a segunda maior cervejaria do país. São quase 26 mil empregos diretos e mais de 100 mil indiretos espalhados por sete fábricas e quase 190 unidades de distribuição. Suas 14 marcas estão em todo o território nacional, em mais de 700 mil pontos de vendas.


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Matéria-prima de qualidade para chegar às gôndolas com produto de excelência.


82 Foto: Divulgação

A Serra como cenário: sede da Itaipava, em Petrópolis Mas, apesar de todo este crescimento, a empresa mantém seu espírito fluminense de origem. Com quase cinco mil empregos diretos, o Grupo Petrópolis é um dos líderes de vendas no Estado e entende, como poucos, o espírito de quem mora no Rio. “O Rio de Janeiro é a nossa casa e o local em que sempre iremos acreditar. Além de uma importante região consumidora, é a nossa referência em diversos outros aspectos, como estilo de vida e tendências de mercado”, conta Eliana Cassandre. Em seus tanques de maturação da fábrica de Petrópolis, a cervejaria produz, além da Itaipava, as marcas Crystal, Petra Pilsen e o chopp Itaipava. Já na fábrica de Teresópolis, são produzidas as cervejas Itaipava, Crystal e Lokal, mas o orgulho também vem da produção do TNT Energy Drink, um dos líderes do crescente mercado de energéticos no país, e as cervejas especiais Black Princess, Petra e Weltenburger Kloster. Esta última ainda vem com um charme extra: é considerada a cerveja tipo abadia mais antiga do mundo, produzida na Alemanha desde 1050.


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Atenção a cada detalhe: marca investe em qualidade na fabricação.


84 Fotos: Tánia Rêgo / Agência Brasil

Treinamento: Bope realizou várias ações de simulação para prevenir possíveis ataques e atentados.


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Jogos do Rio: com planejamento e estratégia, segurança foi garantida

DEU CERTO Ninguém disse que seria fácil. Pelo contrário. A certa altura do campeonato – pra ficar na metáfora esportiva – muita gente teve receio de atentados terroristas ou de explosão da violência em solo carioca durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Pois nada disso aconteceu – deu tudo certo. Com um trabalho conjunto, árduo e muito planejado por anos, as forças de segurança conseguiram o que todos sonhavam: ver uma Olimpíada ser realizada em solo brasileiro num clima de paz e sem sobressaltos. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, neste planejamento antecipado e durante os eventos, realizado em agosto (Olimpíadas) e setembro (Paralimpíadas), 88 mil agentes de segurança estiveram envolvidos. Juntos, serviços de Inteligência, Exército, Força Nacional de Segurança, Polícias Militar e Civil chegaram a um esquema de proteção eficaz tanto nas arenas e estádios olímpicos como nas ruas da cidade, tomadas por moradores e turistas. A missão era complexa e abarcou também locais de hospedagem de autoridades, instalações de apoio e centros de mídia. Para se ter ideia do aparato necessário, desde 2012, houve reuniões rotineiras para tratar da coordenação integrada dos Jogos e da forma de aplicação do Plano de Segurança. Ainda segundo a Secretaria de Segurança, um levantamento do Instituto de Pesquisas e Estudos do Turismo do Rio de Janeiro (Ipetur-RJ) e pela Fundação Cesgranrio mostra que nada menos que 90% dos turistas estrangeiros consideraram a segurança como “boa” ou “excelente” neste período. Em outro levantamento, ficou constatado que 87% dos turistas brasileiros aprovaram a atuação das forças policiais durante os dois eventos. De repente, o medo de o Brasil não ter capacidade para lidar no combate ao terrorismo foi substituído por um clima de muita tranquilidade e confiança. Ganhou o Rio, que pode sediar, de forma inesquecível, o maior evento esportivo do mundo. Ganhou o Brasil, por ter cumprido seu papel com responsabilidade e respeito a todos os participantes. No caminho certo Para a jornalista Fernanda Melo, que esteve no Rio vinda de Campinas (SP) para assistir aos Jogos Olímpicos, em agosto, o clima foi de total segurança. “Às vezes, o policiamento ostensivo com caminhões do Exército em alguns pontos assustava, mas me senti bem segura. Eu também gostei muito do esquema dos trabalhadores voluntários, que estavam em diversos pontos”. Na visão dela, a presença desses funcionários acabou passando maior sensação de segurança: “A gente sabe que está no caminho certo (de acesso aos locais de jogos ou provas) e está protegido”, completou. Ao fim de 29 dias de competições – entre Olimpíadas e Paralimpíadas - o resultado foi uma ação bem sucedida da Operação Integrada de Segurança, fruto da união entre os governos federal, estadual e municipal. Quem também conta um pouco da sua “incursão” pelo Rio de Janeiro durante os Jogos é a fisioterapeuta Bruna Mendes, que vive em Juiz de Fora (MG). Ela teve certo receio de visitar a cidade durante os Jogos Olímpicos. O temor era em relação à possibilidade de ocorrer um atentado terrorista. Mas ela resolveu esse problema em tempo. “Decidi acompanhar os jogos pela televisão e pelas redes sociais e me surpreendi com os relatos dos amigos sobre o quanto o Rio estava tranquilo. Então decidi ir aos Jogos Paralímpicos”. E a fisioterapeuta não teve motivos para se arrepender da decisão. Ela conta que, no seu trajeto específico, não viu muitos policiais nas ruas, mas diz que o clima de tranquilidade era geral. “Durante todo o percurso até o Parque Olímpico (na Barra da Tijuca), o clima transmitia paz. Fiquei super satisfeita com a organização e a segurança. Fico feliz em ter rompido com a barreira do medo e ter frequentado os Jogos”.


86 Foto: Clarice Castro

Em alerta: segurança em frente ao Engenhão durante os dias de Olimpíadas. Para além dos grandes eventos Todos sabem que para ser atraente 12 meses por ano para turistas de todo o mundo, uma cidade precisa oferecer segurança. Esse desafio, cumprido à risca durante os Jogos, é perseguido pelo Estado do Rio há anos. Apesar da reconhecida preocupação dos agentes de segurança e dos governos locais, as estratégias de ação alcançam resultados. Por mais que tenha apresentado desgaste, o programa que introduziu as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) alcançou dados positivos de 2007 até setembro de 2016. Para se ter ideia, neste período foram evitadas 21 mil mortes no Estado do Rio. Estudos do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostram que as UPPs contribuíram para esta queda, principalmente na Região Metropolitana do Estado. A primeira UPP foi instalada no Morro Dona Marta, em Botafogo, Zona Sul da cidade, em 2008. Segundo dados da Secretaria de Segurança, atualmente são 38 comunidades abrangidas pelo programa, num efetivo de mais de dez mil policiais. Além do programa de pacificação, o Rio tenta saídas mais imediatas para estancar a violência e oferecer uma cidade mais justa aos moradores e mais atraente aos turistas. Uma das ações que tem dado certo é a de policiamento presencial, como o Centro Presente. Este modelo é fruto de parceria entre Prefeitura, Governo Estadual e o Sistema Fecomércio e já está também em outros bairros como Lapa, Flamengo, Méier e Lagoa. Só no caso da Operação Centro Presente, são empregados nas ações de prevenção e combate à criminalidade 522 agentes, entre policiais militares da ativa, da reserva e agentes civis vindos das Forças Armadas. Para obter sucesso nas operações, uma rede de ações foi criada com a participação, entre outros, dos seguintes órgãos: Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Polícias Militar e Civil, Guarda Municipal, além das secretarias municipais de Ordem Pública, Desenvolvimento Social, Conservação e Transportes.


87 Foto: Clarice Castro

Ações como Centro Presente (foto), Lapa Presente e Aterro Presente são reforços para tentar melhorar os índices.


88 Foto: Divulgação

Coworking: um dos ‘segredos’ da Economia Criativa, trabalho coletivo cria ambiente favorável a inovações e boas ideias.


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RJ é pioneiro em setor potente que não para de crescer

ESTADO DE CRIAÇÃO Essencialmente criativo. Assim pode ser definido o Estado do Rio de Janeiro quando o assunto é o perfil para desenvolver novos negócios. E foi justamente esse tremendo potencial de inventar, criar e recriar que deu ao Rio o título de primeiro Estado do Brasil a investir, formalmente, na chamada Economia Criativa. O Rio foi pioneiro ao instituir, pela via governamental, uma portaria específica de fomento ao setor. Hoje, os números são pujantes e ainda há muita margem para crescimento. Mas, afinal, que história é essa de Economia Criativa? O conceito deste novíssimo ramo da máquina produtiva do país e do mundo é amplo. São considerados criativos setores diversos, como música, artes visuais, literatura, audiovisual, animação, games, gastronomia, além de moda, arquitetura, design e entretenimento. E os números deste setor no Rio são robustos, apesar de serem necessários investimentos na área e incentivo aos profissionais e às empresas. Para se ter ideia, só no Estado são gerados R$ 21 bilhões pelo setor a cada ano. O número equivale a quase 4% de tudo o que é produzido no Rio no período. Estima-se que cerca de 28 mil empresas estejam, atualmente, produzindo bens e serviços criativos. Só na capital, são R$ 13 bilhões. E, para movimentar essa máquina, um foco específico é priorizado: a busca pelo modelo de empreendedorismo. A Economia Criativa gira em torno dessa concepção que alia inventividade e proatividade. O setor vem ganhando tanto destaque que chegou a receber uma menção à parte no Mapa Estratégico do Comércio, um amplo estudo sobre o Terceiro Setor lançado este ano pela Fecomércio. No documento, é destacado que, com sua natureza multidisciplinar, a Economia Criativa gera oportunidades para “o desenvolvimento de novos produtos e serviços, além de impulsionar a inovação e a geração de novos modelos de negócios”. O estudo destaca um ponto crucial deste ramo de atividades em uma economia que precisa sempre se reinventar: “em franco crescimento mundial e no país, a Economia Criativa se apresenta como oportunidade estratégica para consolidar e reorientar vocações territoriais.” Espírito do tempo Um dos principais órgãos de incentivo a esta “indústria de empreendedores” é a incubadora Rio Criativo, ligada ao Governo do Estado. Em linhas gerais, trata-se de um centro de inovação que estimula o fortalecimento deste mercado. Agregando nada menos que 17 áreas de produção diferentes, a entidade está no segundo ciclo de incubação, com 15 empresas tendo sido escolhidas para projetos dos mais diversos perfis. Entre os destaques, estão grupos dos setores de audiovisual, arquitetura, moda e gastronomia. “A pergunta que motivou a criação (da incubadora) foi: ‘como podemos transformar projetos culturais em empreendimentos sustentáveis sem perder a essência?’, explica a diretora da Incubadora, Ivana Beltrão. Ela destaca que há uma infinidade de projetos impactantes no Rio que nascem de uma ideia inovadora de economia: “Vejo na Economia Criativa, colaborativa e cultural mais do que um conceito ou um novo modelo de economia, é um resgate da confiança nas relações. É o espírito do tempo”, define. Casos de sucesso Existem, atualmente, ótimos exemplos de projetos que deram certo e que mostram o potencial do setor para o desenvolvimento da economia. Um deles é a Junta Local, uma comunidade que reúne, de um lado, pequenos produtores do campo e da cozinha, e de outro, pessoas que querem consumir produtos saudáveis e de forma consciente. “A Junta Local, hoje, está impactando diretamente mais de 150 produtores que cresceram e se-


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Sede do Espaço Rio Criativo: gestão de ideias. guem crescendo graças a essa abertura no canal de vendas que tanto a Sacola Virtual, quanto as feiras, promovem”, explica a diretora da incubadora. A Junta começou pequena, como apenas um hobby para alguns produtores. Hoje, vendendo diretamente ao consumidor final nas feiras ou pela internet, o grupo aumentou significativamente o faturamento. Outro exemplo de empreendedorismo que deu certo é a Benfeitoria, plataforma de crowdfunding (financiamento coletivo de projetos) que também tem o apoio da Rio Criativo. “A Benfeitoria é a primeira plataforma de crowdfunding do Brasil a não cobrar comissão. No começo, esse modelo de negócios parecia improvável. Somando o modo de trabalho horizontal, onde todos são ‘chefes’, com projetos de impacto, eles ajudam diversos sonhos a tornarem-se realidade”, comemora Ivana Beltrão. E o tal coworking? Mais do que incentivar os setores criativos, esta indústria vem fazendo “pequenas revoluções” na forma de se criar ideias e produtos. Para isso, uma das engrenagens mais interessantes é o coworking, espaço de trabalho coletivo que favorece um ambiente favorável e justamente com este fim: de se reinventar. “Para que a Economia Criativa aconteça, é preciso haver um ambiente de pessoas criativas. Essa densidade é necessária para que se trabalhe bem”, explica o diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), Fabro Steibel. Um dos exemplos, ele conta, é o Vale do Silício, localizado na Califórnia, Estados Unidos, onde surgiram grandes ideias no setor de Tecnologia da Informação, como o próprio Facebook. “A estrutura do Vale do Silício favoreceu o cenário de inovação”, afirma. Fabro destaca que o Rio tem características favoráveis à Indústria Criativa, uma vez que é conhecido como lugar de celebração da diversidade. Alguns polos de coworking já surgiram


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Genuinamente criativa: grafites se espalham pelos muros do Rio e são a representação de uma cidade em constante movimento de criação.


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ETINERÂNCIAS, programa com apoio da plataforma de crowdfunding Benfeitoria vai até comunidades tradicionais e espaços de resistência, criando projetos criativos. na capital fluminense, como um espaço de audiovisual na Gávea, Zona Sul do Rio, e também na Região Portuária, um espaço ligado ao Youtube. Ele ressalta que grandes marcas e projetos de ponta podem nascer destes espaços de troca e densidade do coworking. “Soluções para empresas e cidades muitas vezes surgem de pequenos empreendimentos. O coworkgin baixa os custos, além de permitir a conexão e a troca de experiências”. Colaboração, a alma do negócio Neste novo mundo de criação coletiva não se pode falar em projeto criativo sem falar em colaboração. Segundo Ivana Beltrão, da Rio Criativo, ela é, inclusive, um dos pilares desta indústria. “Tanto na incubação quanto no coworking estimulamos a troca e as parcerias entre empresas. Acreditamos que a colaboração potencializa e fortalece a rede da incubadora. A empresa Estúdio Giz, por exemplo, é uma das beneficiadas do Fundo do Audiovisual e foi contemplada com R$1 milhão para desenvolver roteiros. Sua proposta incluiu no time outras sete empresas da Rio Criativo”, afirma. Isso dificilmente seria possível se cada grupo estivesse agindo sozinho. É justamente pelos bons resultados já alcançados, que os incentivadores da Economia Criativa são incansáveis na luta, por exemplo, pelo grande espaço colaborativo no Rio. “Esse grande espaço ainda não existe, e ele é muito necessário. De lá é que podem sair grandes negócios”, explica Fabro


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O sonho do grande espaço coletivo, segundo Fabro Steibel, da ITS Rio: ‘dele é que podem sair grandes negócios’. Steibel, da ITS Rio. Um dos problemas, segundo o especialista, é que o Brasil consome mais este tipo de produto do que o produz. “A maioria dos aplicativos móveis, por exemplo, não é feita no Brasil. Somos importadores deste conteúdo, sendo que temos um potencial enorme para produzir”. Seguindo em frente Entrevistado da primeira edição da revista Estratégia e Desenvolvimento, em 2015, o youtuber e autor de games de computador, Marcos Castro, não para de criar. Ele é um exemplo fiel do profissional que, com perfil múltiplo, contribui para fazer girar a máquina criativa no Rio de Janeiro. A revista voltou a ouvir o personagem para saber a quantas anda a “fábrica de ideias” de Castro. Hoje, ele está colhendo os resultados do game “A lenda do herói”, lançado em março de 2016 e que já teve quase dois milhões de visualizações em vídeos de youtubers que promovem o jogo. Ele leva a sério um aspecto caro à Economia Criativa: várias melhorias de “A lenda do herói” são propostas pelo público, que é parceiro desde o início do projeto. O ano não foi muito fácil para o empreendedor. A Economia Criativa, como não poderia deixar de ser, foi atingida pela crise financeira que o país atravessa. No entanto, Castro está muito confiante e decreta: “Estamos dando passos à frente, e este cenário vai melhorar. “Eu estou otimista para 2017”.


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Foto: Alexandre Macieira - RioTur

Vista do Pão de Açúcar, na Cidade Maravilhosa: o equilíbro da natureza é a busca urgente e comum a todos.


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Desafio está posto: colocar a economia a favor da sustentabilidade

RIO SAUDÁVEL Há tempos, felizmente, o cuidado com as boas práticas ambientais deixou de ser assunto restrito a um grupo de especialistas e passou a ser problema de cada um de nós. O que era preocupação antes de um pequeno número de Organizações Não Governamentais que lutavam pelo meio ambiente passa a ser tema obrigatório na ordem do dia dos cidadãos e dos governos em suas três esferas. O Estado do Rio vive uma situação de impasse: tem grandes iniciativas de preservação ambiental e, ao mesmo tempo, luta contra problemas de grandes proporções. Um deles, não é segredo para ninguém, é a poluição da Baía de Guanabara. Mas, como avançar definitivamente já que o tempo corre e as ações são emergenciais? “Um dos desafios é colocar a economia a favor da sustentabilidade”. Cirúrgica, essa frase da subdiretora do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, Geiza Rocha, talvez resuma o momento estratégico a que se chegou com relação ao tema ambiental. Quando as grandes empresas, responsáveis por fazer funcionar a todo vapor a roda da economia no Estado, estiverem integradas a essa mentalidade urgente de sustentabilidade, um grande passo terá sido dado. Afinal, governos e iniciativa privada sabem da urgência de se tomar posição. Despoluição e reciclagem É nisso exatamente que está focada a Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável, que atua dentro deste Fórum Permanente, órgão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). “A Câmara tenta fazer uma análise aprofundada sobre as formas com que as instituições estão se encaixando nestes desafios”, explica Geiza. É a partir dos estudos avançados deste grupo de especialistas, que se pode jogar luz e orientar as muitas ações governamentais direcionadas à sustentabilidade. Os dois pilares da atuação do grupo em 2016 foram: a despoluição da baía e a reciclagem, outra medida urgente em um Estado que ainda reaproveita pouco os plásticos, vidros, papel e alumínio. O foco sobre a Baía de Guanabara se baseou numa pergunta principal: o que fazer nesse momento pós-olímpico? Já a batalha ligada à questão da reciclagem é, como primeiro passo, acabar com a bitributação do setor de reciclagem. “Hoje paga-se para o material ir para o mercado, o plástico, por exemplo, e também quando o material vai para a reciclagem”, comenta Geiza Rocha. A consequência é que o mesmo material tem duas taxações e, claro, fica mais caro ao ser reciclado. Uma das metas é aprovar uma legislação na Alerj, com a anuência do Governo do Estado, que extinga essa tributação dupla. Isso levaria de imediato, ou ao menos em médio prazo, ao aumento da adesão das empresas aos programas de reciclagem. Uma baía, seus problemas e uma luz Por motivos óbvios, a despoluição da Baía de Guanabara merece um capítulo à parte. As ações para resolver um problema histórico e que atinge milhões de pessoas e toda uma cadeia produtiva estão sendo pensadas em conjunto pelo Estado, ONGs e associações ligadas à questão ambiental. Uma vez finalizados os Jogos Rio 2016, realizados em agosto e setembro, a Secretaria de Estado do Ambiente propõe um novo modelo de Governança da Baía de Guanabara. A intenção é que todos os atores envolvidos no assunto sejam chamados à discussão. Uma das instituições que já está participando dessa nova fase é a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), contratada para desenvolver um novo plano de ação. O secretário da pasta, André Correa, divulgou em seu blog, no mês de outubro, informações detalhadas


96 Foto: Rogério Santana

Sem problemas para velejar: Martine Grael e Kahena Kunze, Ouro na categoria 49er FX. sobre essa etapa de trabalhos. Ele próprio destacou que os primeiros estudos sobre a saúde da Baía de Guanabara apontaram a Região do Rio de Janeiro como tendo a menor pontuação em relação à qualidade da água. Um dos entendimentos compartilhados por todos os especialistas e interessados na questão ambiental é o seguinte: limpar as águas da baía não depende apenas da cidade do Rio. Ou se trabalha junto com todos os municípios cortados pela baía e os que recebem seus afluentes juntos ou não se avança muito. Geiza defende que uma das saídas possíveis é trabalhar a partir da Câmara Metropolitana, órgão criado no final de 2014, com intenção de montar uma governança específica para 21 municípios da região. Medalha de Ouro nos Jogos Apesar dos desafios, uma boa notícia confortou os cariocas, turistas e atletas durante a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Foram por terra todas as teorias que davam como certo que a poluição atrapalharia as competições na baía. Nada disso. Velejadores não tiveram qualquer tipo de problema com a qualidade da água. Barcos de coleta flutuante entraram em ação e as barreiras de contenção instaladas garantiram o sucesso das competições. Nos dias de eventos de vela, por exemplo, 12 ecobarcos da Secretaria de Estado do Ambiente foram usados e removeram 20 toneladas de lixo flutuante. De acordo com informações da pasta, para limpar o espelho d’água, a frota de ecobarcos atuou monitorada por satélites. Para completar o trabalho, as 17 ecobarreiras foram instaladas desde o início do ano na foz dos principais rios que deságuam na baía. Uma ideia simples, uma grande solução Falar de soluções ambientais e preservação do ecossistema é falar de planos e de muitos passos ainda necessários a serem dados. Mas não faltam ações em ótimas direções. Um dos casos emblemáticos de que é possível envolver a população em uma causa ambiental é o Light Recicla. Criado em 2011, o programa incentiva a troca de material reciclável em comunidades pacificadas por desconto na conta de luz para os clientes


97 Foto: Rogério Santana

A baía não foi um adversário: Isabel Swan e Samuel Albrecht, atletas da vela.


98 Foto: Acervo Light

Light recicla: Rio tem hoje 11 Ecopontos espalhados por comunidades, como esse aí no Morro Santa Marta. cadastrados. Presente na capital fluminense e no município de Paraíba do Sul, na região Centro Sul do Estado, o programa já tem 14 mil clientes participantes em 11 Ecopontos espalhados por diversas regiões da capital. “Desde o início do projeto, foram coletados mais de seis milhões e 700 mil quilos de material reciclável e quase 50 mil litros de óleo de cozinha que seriam descartados sem tratamento adequado”, comenta o gerente de Comunidade e Eficiência Energética da Light, Carlos Alberto Mocny. Para participar, basta que o cliente da companhia de energia elétrica vá até um ecoponto levando uma conta para cadastro. Isso feito, é só começar a entregar o material (plástico, metal, vidro, papel e óleo vegetal) e receber os descontos. Existe uma tabela de valores que varia de acordo com o material entregue. Atualmente, há um grande número de clientes que conseguem realizar aquilo que é um verdadeiro sonho de muitas pessoas: zerar a conta de luz. O material, uma vez coletado nos postos, é encaminhado para empresas especializadas em reciclagem do chamado lixo seco. As pessoas que não pertencem às comunidades envolvidas no projeto podem doar o material também. Elas é que escolherão qual a entidade cadastrada junto à Light receberá o desconto em sua conta. É ou não é uma ideia simples e de ótimos resultados?


99 Fotos: Juliana Prado

Exemplo de preservação e de orgulho para os cariocas: as belezas do Jardim Botânico, em plena Zona Sul da cidade, simbolizam bem a importância de se cuidar do meio ambiente.


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A experiência de Dois Arcos: quando o lixo vira combustível As saídas para garantir um meio ambiente saudável são inúmeras e, em muitos casos, se tornam exemplos para todo o Brasil. Mas há casos que realmente saltam aos olhos. Um projeto de tirar o chapéu quando o assunto é meio ambiente fica na cidade de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos fluminense. Trata-se do Aterro Sanitário de Dois Arcos, instalado em 2008, e que, de forma pioneira, tornou real, numa segunda etapa, com a instalação da Usina de Dois Arcos, o projeto que transforma o lixo em combustível. Como já foi comprovado em diversos estudos, ambientalmente, o biometano (gás produzido a partir do lixo) é o combustível que promove a maior redução de gases do efeito estufa. Para falar mais do assunto, a revista Estratégia e Desenvolvimento ouviu a subsecretária de Parcerias Público Privadas (PPPs) do Estado, Paula Martins, que conhece como poucos a realidade daquele empreendimento. Ela era a coordenadora do programa Rio Capital da Energia à época do projeto de instalação de Dois Arcos. A seguir, alguns pontos importantes sobre esse trabalho, de acordo com a especialista: FUNCIONAMENTO DE DOIS ARCOS - Nove cidades da Região dos Lagos enviam seus resíduos sólidos urbanos para o aterro. A decomposição do lixo aterrado gera o biogás, captado por um sistema de drenos de tubos conectados a um soprador, que exerce pressão negativa e suga o gás produzido pelo aterro em direção à Planta de Tratamento de Biogás. A planta purifica o biogás, separando o metano do CO2, H2S e demais impurezas não permitidas para consumo, produzindo biometano de alta qualidade. RESULTADOS JÁ ALCANÇADOS PELO ATERRO - Entre os principais avanços, estão questões ambientais como conversão e abastecimento de um caminhão de coleta que substitui parcialmente o diesel consumido por biometano, instalação e operação há 30 meses de um sistema eficiente de coleta e queima de metano, contribuindo para a mitigação dos gases de efeito estufa e aprovação do projeto como mecanismo de desenvolvimento limpo, com aprovação da ONU. Na questão comercial, já abastece um cliente que consome 35.000 m3 por semana de biometano, além de ter realizado mais de mil análises sobre a qualidade do biometano. Com isso, foi criada uma base de dados confiável. VANTAGENS DO USO DO BIOMETANO - Economicamente, vale dizer que conforme regulamentação da AGENERSA (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro) não haverá alteração de preço para o consumidor final que consumir biometano. A aquisição do biometano, quando for mais onerosa que a de gás natural, será custeada por todos os consumidores do Estado do Rio, gerando impactos na terceira casa decimal. Já quando se leva em conta a questão ambiental, o biometano é o combustível cuja utilização promove a maior redução de gases do efeito estufa. AVANÇOS DO RJ EM RELAÇÃO À CHAMADA ECONOMIA DO LIXO - A lei 6361, de 2012, que cria a Política Estadual de Gás Natural Renovável, visando a incentivar a produção e o consumo deste tipo de combustível, foi o primeiro passo efetivo dado. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto 44885/14 e, recentemente, foi aplicada uma política de incentivo fiscal de crédito presumido, que viabiliza a implantação de aterros sanitários e incentiva a produção de gás natural nesses terrenos. Além disso, o governo qualificou o órgão ambiental para ter competência de licenciar locais para destinação final do lixo, reduzindo significativamente a quantidade de resíduos enviada para lixões.


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Usina Dois Arcos produz biogás purificado (biometano) a partir de resíduos sólidos.


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104 Foto: Divulgação

Funcionários em campo: companhia está presente em 71 cidades; com ampliação constante, rede já chega a sete mil quilômetros de extensão.


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Desde 1997, CEG já investiu R$ 5,8 bilhões no Brasil

COM O GÁS TODO O ano de 2016 já pode ser considerado de grandes realizações para a Gas Natural Fenosa Brasil, operadora da Ceg e da Ceg Rio, no Rio de Janeiro; da Gas Natural Fenosa em São Paulo; e da Gas Natural Serviços, empresa de serviços e soluções energéticas. Ainda no primeiro semestre, a Companhia atingiu a marca de um milhão de clientes atendidos graças ao trabalho de captação nas três áreas de concessão. O resultado é fruto do plano de investimentos e estratégia operacional do grupo, que atua há 19 anos no Brasil. Logo que venceu o leilão de privatização, em 1997, a Gas Natural Fenosa era responsável pela distribuição de gás para 570 mil clientes e todos estavam localizados praticamente só na cidade do Rio de Janeiro. De lá para cá, a empresa investiu R$ 5,8 bilhões nas três distribuidoras de gás, sendo boa parte destinada à expansão de suas redes. Hoje, além de atender um milhão de clientes, a companhia já está presente em 71 cidades e possui uma rede de 7,03 mil quilômetros de extensão. Só no ano passado, foram mais de 66 mil novos clientes captados. Vale lembrar que, em São Paulo, as atividades só foram iniciadas no ano 2000. Na ocasião, tratava-se de uma área greenfield, em que não havia serviço de distribuição de gás. Hoje, a empresa, com sede em Sorocaba, ocupa a posição de terceira maior distribuidora em número de clientes, com uma carteira de mais de 40 mil consumidores e uma rede com mais de 1.400 quilômetros de extensão. Para este ano, ainda estão previstos investimentos de R$ 402,7 milhões em renovação e expansão de redes e a captação de mais 91 mil novos clientes. Estima-se que o mercado-alvo da Ceg e Ceg Rio seja de 1,7 milhão de domicílios. Para 2016, a expectativa é de um aumento de clientes da ordem de 4% na área de concessão da Ceg e de 18% na da Ceg Rio. O Rio de Janeiro é o estado com o maior nível de penetração do gás natural, com cerca de 25% do total das residências abastecidas com essa energia; seguido de São Paulo, com 8%, e demais estados, com menos de 2%. Novas redes Até o fim de 2017, está prevista a chegada do gás natural aos municípios de Mangaratiba, Cachoeira de Macacu e Saquarema, por meio do sistema de distribuição conhecido como gás natural comprimido (GNC). O ano também marca a conclusão de uma série de investimentos planejados para atender ao aumento da demanda gerada pelos Jogos Olímpicos Rio 2016, como o projeto de reforço do Anel Metropolitano do Rio Janeiro, composto pela realização de três grandes obras: Reforço Presidente Kennedy, Reforço Campo Grande e Reforço Largo do Tanque. O investimento total foi de cerca de R$ 98 milhões, contemplando 32 quilômetros de novas redes. Desde 2012, equipes da companhia também trabalham a todo vapor na execução da infraestrutura necessária para a realização dos Jogos. Daquele ano até 2016, foram construídos mais de 170,5 quilômetros de redes e ramais em polietileno, material que atende a elevados padrões de qualidade e segurança. Em mais de 30 bairros, foram realizadas obras que possibilitaram que 100% dos 80 novos hotéis construídos para os Jogos sejam abastecidos com gás natural. No total, foram investidos R$ 11,4 milhões, sendo R$ 2,5 milhões em materiais e outros R$ 8,9 milhões em obras espalhadas pela cidade. Toda a estrutura da Gas Natural Fenosa é monitorada pelo Centro de Controle e Operações de Rede, que recebe informações online e trabalha 24 horas por dia para garantir a segurança e a continuidade do abastecimento. A Companhia também conta com uma base avançada no Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro, onde atua em conjunto com os órgãos públicos e as demais concessionárias.


106 Foto: Bruno Fortuna - Fotos públicas

Áreas de TI e informática não perderam fôlego.


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Alguns setores resistiram à crise e até preveem ano de bons resultados

MENOS SUFOCO “Não está fácil pra ninguém”. Os últimos dois anos foram de sufoco e aperto para a economia brasileira de forma geral e também para os negócios no Rio de Janeiro. Mas essa máxima, já tão assimilada pelos brasileiros para retratar os momentos de aperto, pode não ser uma regra tão geral para alguns segmentos da economia fluminense. Teve gente que conseguiu, sim, manter seus investimentos, mesmo em um cenário turbulento. A expectativa do Estado do Rio em receber os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 estancou o que poderia ter virado uma sangria de recursos em algumas áreas. O momento é delicado, isso é um fato. Mas há boas perspectivas no horizonte e o sentimento que começa a se fortalecer é de que chegou a hora da retomada do crescimento.O fato é que algumas áreas, para as quais o Estado do Rio é mais vocacionado, conseguiram se manter de pé em meio à turbulência. Em seguida, elencamos uma relação de cinco destes vários segmentos em que o samba, felizmente, não atravessou e os resultados se mantiveram positivos nos últimos meses. ELETROELETRÔNICOS, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) E INOVAÇÃO - A universalização da internet e os investimentos em cadeia no setor de informática levaram a resultados positivos esta área, que não para de crescer. Detentor, atualmente, do maior número de profissionais de TI e inovação do país, o Estado conseguiu manter os investimentos. Especialistas destacam que é justamente na crise que o setor de inovação – que consiste em investir em sistemas de tecnologia para aprimorar um serviço ou um projeto – apresenta avanços. É a velha história de ser criativo, ter visão estratégica e investir em gestão quando o cenário se mostra mais hostil. TURISMO - Como não poderia ser diferente, o setor de turismo teve os melhores números previstos para 2016 em função das Olimpíada. Os dados estatísticos falam por si só. Foram 1,17 milhão de turistas na capital fluminense durante o mês de agosto, em que aconteceram as competições olímpicas. Destes turistas, 410 mil eram estrangeiros. O volume de dinheiro movimentado por cada visitante de fora do Brasil foi de R$ 424/dia. Já de turistas brasileiros, foram 760 mil com gasto/dia de R$ 310. A hotelaria também comemorou. Durante os jogos, 94% de quartos da capital ficaram ocupados no mês. Mas, para além da “onda olímpica”, o setor quer manter a todo custo os dados ascendentes. Para isso, algumas medidas já começaram a ser tomadas. Uma delas, por iniciativa do Rio Convention Bureau, é o programa Rio 20.20, que prevê a realização de 20 grandes feiras e congressos na cidade até o ano de 2020. FRANCHISING - Outro setor que surpreendeu e se solidificou ainda mais com dados positivos foi o de franquias. No país, o crescimento do setor foi de 8,3%, enquanto no Estado foi de 14,2% em 2015. O Rio é hoje o segundo em número de redes franqueadoras do Brasil - 349 – e também de unidades, com 13.834 lojas. O líder do setor é São Paulo. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a maioria das redes fluminenses atua nos mercados de alimentação (29%), esporte, saúde, beleza e lazer (18%), e educação (13%). Só no Rio, o setor movimentou R$ 18,4 bilhões. Neste caso, também a onda olímpica foi fundamental para ampliação dos negócios, já que investir no Estado-sede se tornou algo promissor para certos ramos de atuação da economia. ATACADISTA, COM DESTAQUE PARA BEBIDAS E ALIMENTOS - Mais uma consequência do aquecimento econômico em torno dos Jogos


108 Foto: Alexandre Macieira - RioTur

Turismo teve saldo positivo com realização da Rio 2016. Olímpicos e Paralímpicos: o setor atacadista também pôde respirar mais aliviado em 2016. As principais áreas beneficiadas foram as de alimentos e bebidas. A expectativa, em agosto deste ano, era de que o segmento atacadista fechasse 2016 com aumento real nas vendas entre 2% e 3%, sendo puxado por alimentos e bebidas. Já para 2017, o aumento previsto no volume de negócios é de 5%. Quando se analisa o mês de maio isoladamente, por exemplo, os dados chamam atenção. À época, enquanto a produção nacional de alimentos cresceu 3,8%, no Estado do Rio o volume foi de 10,7%. Para bebidas, a expansão nacional foi de 4,4% e a do Rio, de 8,1%. VESTUÁRIO - COM DESTAQUE PARA MODA ÍNTIMA - Outro setor que merece destaque por ter passado sem grandes perdas por 2016 foi o de vestuário, especialmente na Região Serrana fluminense. E não foi preciso reinventar a roda. Empresários do setor já vinham investindo em duas frentes: exportação das mercadorias e uso de tecnologia (novamente aí entra o fator inovação) na produção dos tecidos. E esses dois investimentos acabaram andando juntos. É que as peças fabricadas passaram a contar com qualidade diferenciada, graças ao uso da tecnologia, o que levou a um aumento de 32% nas exportações entre 2014 e 2015, principalmente de lingerie. O valor exportado subiu de US$ 762 mil para US$ 1 milhão entre um ano e outro. O polo de fábricas fica na cidade de Nova Friburgo, que é conhecida como a “capital da moda íntima” no Brasil.


109 Foto: Divulgação

Mercado de bebidas em alta mesmo em uma época de crise financeira.


110 Foto: Valdecir Galor - Fotos Públicas

A luta pelo emprego: setor é o maior empregador do Estado, oferecendo 2 milhões de vagas, daí sua grande importância estratégica.


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Comércio: estudo mostra rumos a seguir em tempos difíceis na economia

E AGORA?

Ele é um dos setores econômicos mais importantes do Estado do Rio de Janeiro e no Brasil de modo geral. Também é o que mais gera empregos e riqueza. O Comércio de Bens (atacado e varejo), Serviços e Turismo do território fluminense, por essas e várias outras razões, deve ser olhado com atenção. Em momentos delicados da economia principalmente, a condução estratégica do setor é imprescindível para ajudar no bom funcionamento da máquina financeira do Estado. Em meio a um período turbulento, muitos têm se perguntado: “E agora? Para onde irá caminhar a economia do Estado?” O tema é complexo e demandará ainda ações profundas para se chegar de novo ao crescimento real. Mas algumas respostas a essas perguntas começam a ser encontradas no esforço de vários grupos diferentes. Um exemplo é o amplo estudo realizado pelo Sistema Fecomércio RJ, denominado Mapa Estratégico do Comércio, finalizado em 2015 e que busca traçar um panorama do ambiente econômico do Estado até 2020. O trabalho elencou ações diversas, levando em conta o peso econômico do setor e o quanto emprega e gera de renda para a população fluminense. O Mapa também sintetiza as informações socioeconômicas de todas as regiões do Estado. Neste aspecto, foram levantados dados como indicadores sociais, infraestrutura e segurança. Segundo o próprio Mapa explica, o trabalho foi conduzido “de forma a produzir uma quantidade de conhecimento sistematizado inédito sobre o setor e as regiões de Governo”. Tendo como recorte este período, entre 2015 e 2020, o Mapa Estratégico deixa claras quais as propostas para o crescimento sustentável do Comércio. O estudo lança luzes, especialmente, sobre temas que atingem e influenciam diretamente o desempenho do setor, aqueles que fazem movimentar a engrenagem da economia e o dia a dia das cidades. Num cenário instável, mesmo com a clara tendência de melhores resultados em 2017, “o planejamento de um setor tão complexo constitui-se em um desafio”, diz o próprio documento da Fecomércio. Essas complexidades devem ser vencidas por meio de ações planejadas que incorporem soluções alinhadas às vocações regionais, propõe o estudo. “O atual momento econômico do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro desafia o setor a enfrentar questões que afetam a sua competitividade, a sustentabilidade de seus negócios, a sua imensa capacidade de geração de emprego e renda e sua contribuição para a melhoria do padrão de vida dos trabalhadores e famílias fluminenses”, destaca o Mapa. Desafios à frente e chances para o Estado O documento da Fecomércio cita os principais desafios que o setor deve enfrentar até 2020 para se adequar a uma profunda mudança nas relações comerciais em geral. O estudo cita, de um lado, os principais desafios e, de outro, as oportunidades à vista. São eles: JOGOS DO RIO 2016 - Representa, pelo fato de ter aquecido a economia, inúmeras oportunidades para o setor de Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Eles motivaram mudanças estruturantes em mobilidade, com a implantação de Bus Rapid Transit (BRT), Bus Rapid Service (BRS) e Veículos Leves Sobre Trilhos (VLTs). Outros pontos destacados pelo documento são a modernização da região Portuária e a implantação de equipamentos esportivos na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital. Os impactos para o turismo já deixam claro quais as oportunidades podem surgir. Os legados do setor imobiliário, por exemplo, “levam à necessidade de novos comércios de bairro, como mercados, padarias, farmácias, salões de beleza, papelarias, bares e restaurantes”, cita o Mapa. Os Jogos representaram aumento na procura por capacitação de profissionais para as milhares de vagas abertas. Entre elas, destaque para alimentação, transporte, serviços de limpeza, acomodações e hospitalidade.


112 Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil

Comércio também precisa se reinventar para sair mais forte de turbulências. TURISMO - O documento da Fecomércio destaca que a capital fluminense é o principal indutor de turismo no Estado, o que ficou ainda mais forte com os Jogos. O alerta feito é de que esse potencial deve ser aproveitado por todo o Estado e não só pela cidade-sede das Olimpíadas e Paralimpíadas. A orientação da Federação é que, para explorar essa oportunidade, é importante “ter ações planejadas que envolvam a construção de um calendário de eventos, a qualificação da prestação de serviços de hospitalidade, a promoção da segurança pública e da melhoria da logística intraestadual”. ECONOMIA CRIATIVA - Como tratado em reportagem da revista Estratégia e Desenvolvimento, a Economia Criativa não pode mais ser colocada como uma coadjuvante da máquina produtiva. É ela quem ajuda, com sua natureza multidisciplinar, no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Também é pela Economia Criativa que se ajuda a impulsionar a inovação e o estabelecimento de modelos promissores de negócios – geralmente com uso de novas tecnologias. “Moda, gastronomia, games, design e artesanato são segmentos que podem contribuir para a geração de trabalho e renda e para o desenvolvimento de empreendimentos econômicos solidários no Estado”, destaca o Mapa Estratégico do Comércio. COMÉRCIO ELETRÔNICO (E-COMMERCE) - “O crescimento significativo que o comércio eletrônico vem tendo, acompanhando uma tendência mundial, também representa um conjunto de desafios e oportunidades para o setor de Comércio no Rio de Janeiro”, cita o mapeamento. REDES DE SERVIÇOS PÚBLICOS INTELIGENTES – O estudo mostra, ainda, que, para o setor ter bons resultados e se tornar sustentável é preciso que funcione cada vez melhor toda uma rede de serviços públicos, como: mobilidade urbana, segurança pública e educação, por exemplo. Além disso, são urgentes espaços urbanos social e ecologicamente inteligentes e sustentáveis. É chegada a hora definitiva das “cidades inteligentes”. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - Com os novos desafios, o setor de Comércio de Bens, Serviços e Turismo passa a necessitar de trabalhadores com escolaridade e formação mais elevadas, além de precisar investir de forma mais sistemática em educação profissional, qualificação e treinamento.


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Alguns números de um dos segmentos mais potentes da economia fluminense: - Estabelecimentos do setor de Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Estado do Rio: 349 mil - Estes representam nada menos que 62,2% do total. - Empregos formais gerados: cerca de 2 milhões ou 46,2% dos postos de trabalho formais no Estado. - Crescimento médio anual de estabelecimentos entre 2009 e 2014: 1,6% e o de empregos formais, 4,4%. - Remuneração média paga pelo setor no Estado do Rio de Janeiro: R$ 1.708 em 2014. - Divisão da ocupação por escolaridade em 2014: pessoas com ensino médio completo eram 53%. Outros 24% tinham o ensino fundamental completo e 12%, o superior completo.


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‘Economias feitas de comércio e serviços: uma tendência sem volta’ Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil

Das prateleiras para a mesa: desafio de manter consumidor com poder de compra. Saídas criativas e produtos mais populares podem ser uma solução temporária.


115 Fotos: Marcos Santos - USP Imagens Fotos Públicas

Em busca de rentabilidade: cálculos precisos na hora de pensar o futuro de um dos segmentos mais importantes da economia. Para entender melhor as motivações e os resultados práticos esperados pelo Mapa Estratégico do Comércio, a revista Estratégia e Desenvolvimento ouviu um especialista ligado diretamente ao estudo. Segundo o gerente de Economia da Fecomércio RJ, Christian Travassos, o mapeamento foi feito com um grande apuro técnico em parceira com a Fundação Getúlio Vargas Projetos e também por meio de workshops nas oito regiões do Estado. “O setor cresceu durante anos acima da média da economia. E vai continuar crescendo. As economias são cada vez mais feitas de comércio e serviços. É uma tendência mundial sem volta”, decreta o especialista. A seguir, os destaques da entrevista com o especialista: CRISE, COMO SUPERAR - Enfrentamos uma conjuntura desfavorável nesse período (2015 e 2016), mas já há sinais de recuperação para 2017. Indicadores de confiança, intenção de consumo e investimento, inflação e emprego sugerem uma virada, sobretudo a partir do segundo trimestre de 2017. Os princípios básicos da economia foram revalorizados no cenário recente, em especial o controle da inflação e das contas públicas. Hoje, os ativos domésticos, impactados pela contratação da atividade econômica nos últimos anos, se mostram atrativos ao investidor com visão de médio prazo. Segmentos como fármacos e eletroeletrônicos têm desempenho acima da média. Como se diz, toda crise traz também oportunidades. ESPAÇO DE CRESCIMENTO PARA O SETOR - Ao comércio interessa um consumo sustentado ao longo do tempo. O setor é dinâmico e tem adotado estratégias para enfrentar esse momento (de crise), com diversificação de produtos, promoções, uso de novas tecnologias e treinamento. COMO O MAPA PODE AJUDAR NA PRÁTICA O COMÉRCIO - O Mapa representa um esforço para estabelecer diretrizes estratégicas de crescimento. Nele, estão fatores-chave e prioridades que estimulam a reflexão sobre o crescimento desejado. O atual momento, associado ao protagonismo do setor, apresenta novos desafios, cuja superação depende da capacidade de o setor atuar sobre as questões apontadas em conjunto com a sociedade e o Poder Público. O Mapa almeja ser um catalisador do desenvolvimento. NOVAMENTE ELES, OS DESAFIOS - O consumidor está mais seletivo, em função do cenário econômico. Em cidades muito influenciadas pela atividade de óleo e gás, o comportamento é ainda mais evidente, porque o avanço do desemprego tem sido relativamente maior. A saída está na criatividade das empresas, em produtos mais populares, no uso da internet para manter clientes, na negociação com fornecedores e na melhoria do atendimento.


116 Foto: Carlaile Rodrigues

Interior também é prioridade: alunos em laboratório do curso de Eletrotécnica do Ciep 493, em Barra Mansa.


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Missão é investir em metas ambiciosas e vencer desafios

EDUCAÇÃO Com uma rede complexa, que conta hoje com 1.274 unidades de ensino em todo o Estado, o setor de Ensino Médio tem metas ambiciosas e desafios não menos importantes. Para se ter ideia do tamanho da estrutura, 740 mil estudantes estão matriculados na rede estadual. Titular da pasta desde maio de 2016, o secretário Wagner Victer comenta, nesta entrevista, sobre os índices do IDEB, os investimentos em ensino profissionalizante, os desafios em um ano de ajustes financeiros, entre outros pontos. - O Estado vinha melhorando os índices do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o IDEB. Como está a colocação agora e quais as metas para o próximo ano? Wagner Victer: Com relação a 2013, o Rio de Janeiro manteve sua nota de 3,6; ficando entre as quatro melhores notas (São Paulo e Pernambuco, primeiro e segundo lugares, respectivamente tiveram a mesma nota, portanto o quinto lugar do Rio de janeiro). De acordo com o MEC, desde 2009, a rede estadual do Rio foi a que apresentou o maior rendimento do país: 16%. Isso representou avanço de 21 posições no ranking das redes estaduais e o segundo maior crescimento no indicador do país, ficando em 2015/2016 com a quarta melhor nota no Ensino Médio. Desde o último IDEB, em 2013, a rede estadual também melhorou no Índice de Fluxo (aprovação, reprovação e abandono), de 0,82 para 0,84. Quanto ao abandono, houve expressiva queda, de 7,2% para 4,6% e melhoria na taxa de aprovação, de 77,7% para 80,4%. As desigualdades entre as redes pública e privada também diminuíram. Para 2017, vamos continuar investindo na melhoria constante dos indicadores, buscando sempre as melhores práticas pedagógicas e administrativas. - O sr. defende a “gestão” como forma de ter um Ensino de melhor qualidade? Wagner Victer: Minha missão na pasta estadual é a de fortalecer o diálogo com professores, funcionários e alunos. A Seeduc busca novas parcerias nos setores público e privado que ajudem a impulsionar a melhoria do Ensino Médio, visando à ampliação do horário integral, que hoje está presente em cerca de 10% das nossas escolas. O Ensino Médio tem sido um grande desafio para o país, tanto que o governo federal publicou, recentemente, Medida Provisória sobre o tema. Porém, a efetiva implementação de políticas nesse sentido vai requerer, certamente, a definição da Base Nacional Comum Curricular. Um novo modelo de Ensino Médio acontecerá de forma gradual, e será necessário criar condições para isso. - A tendência hoje é investir cada vez mais no ensino integral. É possível se ampliar na rede estadual? É o caminho escolhido? Quais os desafios? Wagner Victer: Além do conhecimento que adquire no Ensino Médio, nosso aluno precisa de qualificação para lidar com os desafios e as necessidades do mercado profissional. A Secretaria está promovendo mudanças, especialmente no ensino em tempo integral, em dezenas de escolas. Aqui no Rio, criamos um programa que oferece metodologia diferenciada, com ensino intercultural, profissionalizante ou com foco nas habilidades socioemocionais. Os planos são os melhores possíveis, mas nosso desafio é matemático. Para dar um exemplo, o Estado tem cerca de 446 mil alunos matriculados no Ensino Médio Público. Dentre eles, uma parcela de 42 mil alunos em horário integral. Agora perceba o tamanho do nosso desafio: alcançar 50% das matrículas em horário integral em 10 anos significará a necessidade de implantação de mais de uma centena de novas unidades, considerando a folha de pagamento dos professores e direção, recursos de merenda escolar e manutenção.


118 Foto: Marcia Costa

Ensino de línguas: estudantes do Colégio Estadual Hispano Brasileiro. - Quais os investimentos realizados em ensino técnico e profissionalizante? Wagner Victer: Diversas unidades fazem parte do programa “Dupla Escola”, que tem como objetivo transformar a unidade em um espaço de oportunidade para o aluno, onde ele entenda que o investimento nos estudos é importante para o futuro. “Dupla Escola” significa jornada dupla. Hoje são 19 escolas sob este modelo que ofertam ensino médio integrado a cursos técnicos e proficiência em línguas estrangeiras, como inglês, chinês e turco, todas em horário integral. Essas escolas têm parcerias com empresas e instituições como Embratel; Instituto Grupo Pão de Açúcar; Thyssenkrupp CSA; Lojas Americanas; Lafarge; Grupo PSA; embaixadas dos Estados Unidos e Espanha; Consulado da França; Instituto Oi Futuro; Sistema Firjan; Instituto Ibelga, banco Santander, entre outras. Cada parceria atua de uma forma. Por exemplo, o Colégio Estadual Hebe Camargo, em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste da capital, tem parceria com a Fundação Xuxa Meneghel e a Embratel na oferta de curso técnico em Telecomunicações. A escola possui laboratórios e estrutura para o aluno concluir o Ensino Médio e fazer um curso técnico de referência. O estudante sai da escola com uma profissão e boas chances no mercado. No ensino de línguas, o Colégio Estadual Hispano Brasileiro João Cabral de Melo Neto – Intercultural Brasil-Espanha, no Méier, Zona Norte, tem parceria com a Embaixada da Espanha e ênfase em espanhol. Outra escola neste modelo, o Ciep 117 – Carlos Drummond de Andrade – Intercultural Brasil-Estados Unidos, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, conta com a parceria da embaixada dos Estados Unidos e foco em Língua Inglesa. Nesta escola, os alunos têm chances de fazer intercâmbio e conhecer a cultura norte-americana durante a viagem e melhorar o idioma. Alguns alunos, inclusive, dão aulas de inglês para outros jovens. Essas parcerias também estão no interior do Estado.


119 Foto: Carlaile Rodrigues

Colégio Estadual Hebe Carmargo: alunos e professores em laboratório de curso técnico. - Difícil falar em ensino hoje sem levar em conta o protagonismo das novas tecnologias. Como fazer essa soma fechar em um momento de contenção de despesas? Wagner Victer: A Secretaria não tem o mesmo orçamento de antes e, como gestor público, preciso traçar prioridades e vislumbrar um horizonte. Quando cheguei à pasta, em maio, cortei gratificações e funções de confiança, reduzi cargos e mais de 60% da quantidade de veículos, além de devolver prédios administrativos alugados. Em um momento de crise no país, é importante manter a rede estadual de ensino funcionando plenamente, mas sem perder de vista a responsabilidade com cada medida adotada. Estamos intensificando parcerias para que o trabalho seja melhorado sem gerar impactos financeiros. - Como a secretaria lidou com a questão das ocupações das escolas estaduais durante todo esse ano? Wagner Victer: O diálogo foi a principal ferramenta. Atendi a uma série de reivindicações, algumas legítimas, identificando o que era possível fazer. Obviamente que não conseguimos atender a tudo, mas gerenciar conflitos é uma das minhas especialidades.


120 Foto: Pedro Bolle - USP Imagens - fotos públicas

Foto: Marcelo Horn

Foto: João dos Santos - Aerofoto - Blog do Planalto

Polos automotivo, petrolífero e de negócios (a partir da foto acima, em sentido horário): regiões tem suas peculiaridades a serem cada vez mais exploradas.


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Diversificação reforça as diferentes vocações econômicas no Estado

RIQUEZAS REGIONAIS Um polo de riquezas e talentos variados. Para muito além do turismo, do petróleo e da prestação de serviços, o Estado do Rio guarda vocações em vários outros segmentos da Economia. De alguns anos pra cá, cientes dos limites naturais e mercadológicos impostos principalmente ao mercado de petróleo e gás, governos, entidades de classe e iniciativa privada começaram a enxergar o território fluminense por meio de uma lupa mais apurada. Desde então, muitos investimentos têm sido feitos no sentido de diversificar a economia fluminense. E os resultados podem ser vistos avaliando os vários polos de desenvolvimento que hoje já se consolidaram no Estado. A Região Metropolitana tem um protagonismo natural, uma vez que concentra, no Grande Rio e cidades da Baixada Fluminense, mais de 70% da população e aproximadamente 12% do PIB do país. A região contribui, também, com cerca de 60% do PIB do Estado. Os setores de comércio de bens e serviços e turismo são os destaques, além de uma potente atividade industrial ali concentrada. Mas, felizmente, o Estado conseguiu ampliar suas fronteiras econômicas para o interior, explorando o potencial específico de cada região. Em tempos de instabilidade econômica, como a que o Rio passou nos últimos dois anos, a diversificação dos negócios é fundamental. Acaba se tornando uma estratégia acertada para que a economia se sustente melhor nos momentos de baixa de alguns setores produtivos. Num exercício de visualizar a atividade econômica do Rio a partir de alguns destes polos produtores, chega-se a um traçado interessante das potencialidades e até mesmo de promissores talentos do segundo Estado mais rico do Brasil. Confira uma divisão do Rio de Janeiro a partir de suas vocações e nichos de desenvolvimento: Polo de serviços e negócios: Região Metropolitana. Concentra o grande volume de negócios do Estado, com destaque para o comércio de bens e serviços, turismo e produção industrial. É a locomotiva do Estado, responsável por 12% de todo o PIB produzido nacionalmente. Polo automotivo: Região do Médio Paraíba. Desde que a primeira montadora de veículos chegou à região de Resende, uma nova realidade passou a reger a vida das pessoas e a economia daquela localidade. Um dos principais polos automotivos do país, o Médio Paraíba conta com as fábricas da MAN Latin America, Nissan, Peugeot Citroën, Hyundai Heavy Industries, Jaguar/Land Rover, entre outros. Já na região de Três Rios, o segmento também se fortalece com a fábrica da Neobus. Polo de moda: Região Serrana, com destaque para Nova Friburgo. O setor de vestuário tem ganhado cada vez mais destaque na economia do Estado do Rio. O chamado polo de moda íntima de Nova Friburgo e região concentra nada menos que 1.900 empresas e gera 30 mil empregos diretos e indiretos. Com forte investimento em exportação de peças, o produto fabricado em Nova Friburgo tem conquistado a confiança crescente de outros mercados. Com fôlego para crescer ainda mais, o setor de vestuário no Estado possui hoje mais de 26 mil estabelecimentos e gera mais de 195 mil empregos. Polos turísticos: Capital, Costa Verde e Região dos Lagos. Destaque para as cidades de Paraty, Angra dos Reis, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Búzios, Mangaratiba, entre outras. Os atrativos naturais, com belas


122 Foto: Salvador Scofano

Novo Polo Industrial: fábrica da Nestlé foi uma das muitas que se instalaram em Três Rios nos últimos anos. praias e cachoeiras, se somam a uma potente vocação para o turismo cultural e histórico. Campeã disparada na preferência de turistas, a capital fluminense tem seus inúmeros atrativos e é considerada uma das cidades mais belas do mundo. Programas de incentivo ao turismo têm sido desenvolvidos de forma a aliar a vocação da capital como porta de entrada dos visitantes aos atrativos das outras regiões. Polo petrolífero: Norte Fluminense Cidades como Campos dos Goytacazes e Macaé se destacam no setor de petróleo, óleo e gás. Com a construção do Porto de Açu, a pequena São João da Barra se tornou referência como um novo ponto para desenvolvimento da economia do Estado. Andando naturalmente junto aos investimentos desta indústria, o setor naval também se expandiu e muito nos últimos anos. No Estado do Rio estão instalados, hoje em dia, 15 dos 25 principais estaleiros do Brasil. Polo industrial: Três Rios Pode-se dizer que a região de Três Rios começa a se desenhar, nos últimos anos, como um novo polo industrial do Estado. Com uma posição geográfica invejável e acesso estratégico aos estados de São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, o município atraiu vários investimentos industriais nos últimos anos. Entre os destaques, as fábricas da Nestlé, da Ball e da Neobus. A região tem outro ponto importante a seu favor: uma ampla área territorial ainda a ser ocupada. Polo de inovação: Região Metropolitana Conforme mostra reportagem desta edição de Estratégia e Desenvolvimento, a inovação é praticamente um novo ramo da economia do país. Investimentos em novas tecnologias, com amparo de centros de pesquisas de ponta, são cada vez mais significativos. A Tecnologia da Informação, aliada a uma vocação natural para o empreendedorismo digital, encontrou no Rio de Janeiro um terreno fértil e aqui vem se desenvolvendo. Hoje, o Estado tem a maior concentração de profissionais de tecnologia e inovação do país. E a grande parte de toda essa máquina produtiva concentra-se na Região Metropolitana.


123 Foto: Rafael Neddermeyer - Fotos Públicas

Búzios, na Região dos Lagos, é uma das muitas referências turísticas do Rio.


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O Rio em detalhes 126

Foto: Alexandre Macieira - Riotur

Ponte Rio Niterรณi


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Foto: Rafael Neddermeyer - Fotos Públicas

Búzios


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Foto: RogĂŠrio Santana

Bacia de Campos


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Foto: mapio.net

Santo Antônio de Pádua


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Foto: Juliana Prado

Serra de Teresรณpolis


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Foto: Divulgação

Fábrica da Peugeot Citroen em Porto Real


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Foto: Divulgação

Imagem aérea de Três Rios


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Foto: Divulgação/TurisAngra

Praia do Japariz: Angra dos Reis


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No rumo certo Para quem quer investir, empreender, estreitar contatos ou se informar, relação de alguns órgãos estratégicos: Governo do Estado do Rio de Janeiro www.rj.gov.br/

Secretaria de Esportes, Juventude e Lazer www.rj.gov.br/web/seelje

Secretaria de Estado de Turismo www.rj.gov.br/web/setur

Secretaria de Estado de Segurança http://www.rj.gov.br/web/seseg

Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação http://www.rj.gov.br/web/secti

Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio http://www.querodiscutiromeuestado.rj.gov.br/

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços www.rj.gov.br/web/sedeis

BNDES www.bndes.gov.br

Secretaria de Estado de Fazenda www.fazenda.rj.gov.br

Rio Solidário www.riosolidario.org

Secretaria de Estado de Ambiente www.rj.gov.br/web/sea

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro www.alerj.rj.gov.br

Secretaria de Estado de Educação www.rj.gov.br/web/seeduc

Prefeitura do Rio de Janeiro www.rio.rj.gov.br


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Cia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro http://www.portomaravilha.com.br/cdurp

Firjan – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro www.firjan.com.br

Rio Negócios www.rio-negocios.com

RioTur - Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro www.rio.rj.gov.br/riotur

AgeRio www.agerio.com.br Codin – Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro www.codin.rj.gov.br Faperj – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio www.faperj.br Faetec – Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio www.faetec.rj.gov.br Confederação Nacional da Indústria www.portaldaindustria.com.br Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro www.fecomercio-rj.org.br

Sebrae RJ www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ rj?codUf=20 Sebrae Nacional www.sebrae.com.br Rio Criativo www.riocriativo.com Startup Rio www.startuprio.org Associação Brasileira das Empresas Limpeza Pública e Resíduos Especiais http://www.abrelpe.org.br/ Agência Brasileira de Inovação www.finep.gov.br

de



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