Redações do vestibular Unicamp - Ano 2008

Vestibular UNICAMP Redações 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL

DE

CAMPINAS

Reitor JOSÉ TADEU JORGE Coordenador Geral da Universidade FERNANDO FERREIRA COSTA

Projeto COMVEST Coordenação Acadêmica Coordenador Executivo LEANDRO RUSSOVSKI TESSLER Coordenador Adjunto RENATO HYUDA DE LUNA PEDROSA Coordenador Acadêmico CLAUDIO HENRIQUE DE MORAES BATALHA Comissão de Seleção das Redações LOURENÇO SBRAGIA NETO ORNA MESSER LEVIN SIDNEY CHALHOUB Secretárias de Execução do Projeto HELOISA VIEIRA DA SILVA MEIRÉLEN SALVIANO ALMEIDA

Conselho Editorial Presidente Paulo Franchetti Alcir Pécora – Arley Ramos Moreno Eduardo Delgado Assad – José A. R. Gontijo José Roberto Zan – Marcelo Knobel Sedi Hirano – Yaro Burian Junior

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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO COMISSÃO PERMANENTE PARA OS VESTIBULARES

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ficha catalográfica elaborada pelo sistema de bibliotecas da unicamp diretoria de tratamento da informação Vestibular UNICAMP: redações 2008 / Pró-Reitoria de V638 Graduação e Comissão Permanente para os Vestibulares. – Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2008.

1. Redação. 2. Exame vestibular. 3. Lingüística – Coletânea. I. Universidade Estadual de Campinas. Pró-Reitoria de Graduação. Comissão Permanente para os Vestibulares.

II. Título.

ISBN 978-85-268-0815-7

CDD 469.5 378.1664 410

Índices para catálogo sistemático: 1. Redação 2. Exame vestibular 3. Lingüística – Coletânea

469.5 378.1664 410

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...................................................

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INTRODUÇÃO ....................................................... 13 A PROVA DE REDAÇÃO 2008 ............................... 27 EXPECTATIVAS DA BANCA .................................... 45 TEXTOS SELECIONADOS — PROPOSTA A .......... 55 TEXTOS SELECIONADOS — PROPOSTA B .......... 105 TEXTOS SELECIONADOS — PROPOSTA C .......... 155

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APRESENTAÇÃO

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Por quase dez anos a UNICAMP vem publicando as melhores redações de seu Vestibular Nacional. Desde o início do Vestibular da UNICAMP, em 1987, a Redação tem sido, junto com a prova inteiramente dissertativa, a marca desse processo seletivo.

Nesse sentido, o objetivo deste livro é, por um lado, reafirmar a importância da Redação em nosso Vestibular e, por outro, premiar as melhores redações, independentemente do destino final de seus autores. Portanto, são selecionadas as melhores redações do Vestibular e não apenas as daqueles que ingressaram na UNICAMP. Visamos, com isso, reconhecer publicamente o mérito desses 9

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30 autores, que se sobressaíram em um universo de quase 50 mil candidatos.

O tema da Primeira Fase do Vestibular 2008 foi Saúde, incluindo as mais diversas abordagens sobre o tema, tanto na atualidade quanto no passado. Foi dada ênfase nas políticas públicas relacionadas à saúde.

Tradicionalmente o Vestibular da UNICAMP busca evitar temas muito em evidência, mas por vezes as coincidências são inevitáveis.

Dessa vez ocorreu a epidemia da dengue no Rio de Janeiro, que obviamente não poderíamos ter previsto quando elaboramos as provas.

Como em anos anteriores, as questões da Primeira Fase seguiram de perto o tema da Redação.

Os 30 textos incluídos neste volume, com representantes de cada uma das três propostas da redação, foram selecionados por uma comissão de docentes de diferentes áreas disciplinares que assinam a Introdução 10

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do livro, evidenciando os diferentes enfoques que o tema permite. Compuseram essa comissão os professores Lourenço Sbragia Neto (Faculdade de Ciências Médicas), Orna Messer Levin (Instituto de Estudos da Linguagem) e Sidney Chalhoub (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas).

Esta edição do livro Vestibular UNICAMP: Redações 2008 foi realizada por meio de uma parceria entre a COMVEST e o Gabinete do Reitor, que tem como objetivo estabelecer um diálogo produtivo com os alunos e professores do Ensino Médio. Através da divulgação anual de textos dos vestibulandos e outras iniciativas como a Oficina de Redação e o Encontro com Professores do Ensino Médio, esperamos promover, em variadas instâncias educacionais, a sempre necessária discussão sobre a qualidade dos textos produzidos pelos alunos das nossas escolas públicas e particulares. Com isso, a UNICAMP pretende contribuir de forma 11

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marcante para a formação permanente de estudantes e professores.

Campinas, junho de 2008 LEANDRO RUSSOVSKI TESSLER CLAUDIO H. M. BATALHA

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INTRODUÇÃO

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O livro Vestibular UNICAMP: Redações 2008 proporciona aos seus leitores uma agradável oportunidade de mergulhar em profundidade no universo rico e criativo dos textos produzidos, em 2008, pelos candidatos que tentaram ingressar na Universidade. Vale lembrar, de início, que os textos aqui reunidos foram redigidos em condições específicas, sob a pressão do tempo e de um possível nervosismo que a própria situação impôs.

Por isso, é importante levar em conta que, em seu conjunto, representam maneiras diversas pelas quais os candidatos responderam à demanda de leitura e escrita que lhes foi apresentada pela banca examinadora. O livro oferece, desse modo, uma possibilidade 15

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de o leitor conhecer melhor o horizonte de realizações dos candidatos e a variedade daquilo que consideramos um bom texto, nas circunstâncias de uma prova de vestibular.

Poder participar do processo de seleção dos textos que figuram neste livro foi para nós três uma grande satisfação. Gostaríamos de reiterar quão prazerosa e estimulante foi essa leitura. A escolha das 30 redações permitiu-nos apreciar o preparo daqueles candidatos que souberam desenvolver reflexões maduras e que revelaram domínio sobre o tema proposto, ainda que isso, em alguns casos, não significasse produzir um texto perfeito. Dentre os concorrentes, avaliamos melhor os que souberam valer-se com propriedade dos subsídios fornecidos pela coletânea, associando-os a um repertório de leituras prévias que revelou o conhecimento adquirido e a criatividade no trato com as matérias da atualidade.

Na proposta A da prova de redação, solicitou-se aos candidatos que discutissem 16

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os desafios que as ações preventivas lançam ao Estado na esfera da saúde pública. Esperava-se que os candidatos identificassem as tensões decorrentes da adoção de medidas preventivas pelo governo, que muitas vezes atingem a vida privada dos cidadãos, e considerassem as campanhas públicas sob diferentes ângulos, percebendo o que motiva tais tensões.

Destacaram-se os textos que conseguiram abordar as tensões geradas pelas ações preventivas de saúde pública sem preconceitos e/ou desconsideração por pontos de vista outros que não os da medicina dita científica. Nessa área, é comum considerar os modos de a população lidar com as ações de prevenção — em especial quando ocorre resistência a elas — como testemunho de ignorância e falta de informação. Agora mesmo esse mote se repete no drama da epidemia de dengue no Rio de Janeiro, no qual a inoperância das diferentes instâncias do poder público — com as au17

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toridades estadual e federal em conflito com o prefeito, no habitual jogo de empurra sobre as responsabilidades no episódio — serve para elidir causas outras ao menos tão deter minantes quanto a suposta falta de colaboração da população. Se desejarmos citar algumas, basta lembrar que o Rio é uma cidade-favela, com falta de saneamento básico em muitas áreas, com falta de moradias adequadas, com exclusão do poder público de amplas regiões da cidade dominadas por traficantes etc.

Nas redações, o equívoco mais comum foi escorregar para um discurso laudatório das ações de Oswaldo Cruz quanto à vacina antivariólica, quando a atuação dele nessa área, caracterizada pela transformação da vacinação em problema de polícia, foi um dos fracassos marcantes da história da saúde pública no país. Na verdade, o episódio deixou a lição de que, sem comunicação e respeito aos pontos de vista da população, não há como conferir credibilidade e aceita18

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ção à política pública de saúde alguma, não importa qual seja.

Em suma, os textos mais bem avaliados foram aqueles que souberam mostrar a complexidade das tensões entre os interlocutores necessários das políticas de saúde pública — autoridades, médicos, população — sem postular a maior ou menor racionalidade de qualquer ponto de vista.

Na proposta B, solicitou-se aos candidatos que trabalhassem sua narrativa de maneira a tratar dos conflitos pelos quais uma personagem passa depois de ter sua doença diagnosticada. Esperava-se que os candidatos elegessem uma doença e mostrassem os conflitos que surgem a partir do diagnóstico, envolvendo dificuldades no convívio com ela, seja pela atribuição da responsabilidade ao indivíduo, seja pelo preconceito.

A seleção das narrativas buscou privilegiar a diversidade de perspectivas quanto ao tema proposto. Os textos mais bem avaliados foram aqueles que conseguiram 19

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abordar, de algum modo, o nó clássico das políticas de informação em saúde pública, qual seja: como conciliar a necessidade de informar com a de fugir ao procedimento fácil de culpar as vítimas por seus males? Afinal, apesar de todas as pesquisas, ainda não se compreendem inteiramente os mecanismos do vício e da dependência. Na verdade, está cada vez mais claro que informação não basta. Qualquer fumante hoje em dia sabe dos males do fumo, e o país ainda conta com 30 milhões deles.

Assim, consideramos que as narrativas foram bem-sucedidas quando conseguiram representar, de alguma maneira, o excerto de número quatro da coletânea, sobre o procedimento freqüente na história de “atribuir ao doente a culpa dos males que o afligem”, no que tange ao sofrimento desnecessário de pacientes que se sentem culpados pelo que lhes ocorre sem que se possa saber ao certo o grau de responsabilidade deles no ocorrido.

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