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Universidade Estadual de Campinas Reitor
Marcelo Knobel
Coordenadora Geral da Universidade Teresa Dib Zambon Atvars Projeto Comvest Coordenação Acadêmica Coordenador Executivo José Alves de Freitas Neto Coordenadora Adjunta Ana Maria Fonseca de Almeida Coordenadora Acadêmica Márcia Rodrigues de Souza Mendonça Comissão de Seleção das Redações Cynthia Agra de Brito Neves Daniela Palma Patrícia Aquino Secretárias de Execução do Projeto Heloísa Vieira da Silva Luciana Amgarten Quitzau
Conselho Editorial Presidente Márcia Abreu Ana Carolina de Moura Delfim Maciel – Euclides de Mesquita Neto Márcio Barreto – Marcos Stefani Maria Inês Petrucci Rosa – Osvaldo Novais de Oliveira Jr. Rodrigo Lanna Franco da Silveira – Vera Nisaka Solferini
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Pró-Reitoria de Graduação Comissão Permanente para os Vestibulares
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Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. Em vigor no Brasil a partir de 2009. ficha catalográfica elaborada pelo sistema de bibliotecas da unicamp diretoria de tratamento da informação Bibliotecária: Maria Lúcia Nery Dutra de Castro – crb-8a / 1724 V638
Vestibular Unicamp: Redações 2019 / Pró-Reitoria de Gra duação e Comissão Permanente para os Vestibulares. – Campinas, sp: Editora da Unicamp, 2019. 1. Redação. 2. Exame vestibular. 3. Linguística – Coletânea. I. Universidade Estadual de Campinas. Pró-Reitoria de Gra
duação. II. Universidade Estadual de Campinas. Comissão Permanente para os Vestibulares. III. Título. cdd - 469.5 - 378.1664 isbn 978-85-268-1484-4 - 410 Copyright © by Comvest Copyright © 2019 by Editora da Unicamp Direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19.2.1998. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização, por escrito, dos detentores dos direitos. Printed in Brazil. Foi feito o depósito legal.
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Sumário Apresentação..............................................7 Introdução...............................................13 A prova de redação 2019..........................31 Expectativas da banca..............................47 Redações selecionadas – Proposta 1......61 Redações selecionadas – Proposta 2....109
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Apresentação
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Este é mais um “livrinho” de redação da Comvest. Chamado assim por todos os que já conhecem a publicação, que circula há mais de 20 anos, nele, a Comvest divulga alguns dos melhores textos do vestibular de cada ano. A prova de redação passou por muitas mudanças, mas continua a ser uma referência nacional quanto à expertise de avaliação da produção escrita. Daí decorre sua influência no trabalho realizado por professores e pesquisadores, especialmente quando se considera o ensino da escrita como uma ação si tuada socioculturalmente, para a qual não basta “saber escrever”. Exige-se que os candidatos considerem todas as condições de produção do discurso – para que e para quem, em que suporte/mídia de veiculação, em que 9
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gênero e circunstâncias/contexto – e que leiam os textos oferecidos na prova, a fim de escolher as informações que melhor atendam a seu projeto, ou seja, àquilo que pretendem dizer e ao modo como pretendem fazê-lo. Como é próprio das provas do vestibular, os candidatos foram instados a refletir e a escrever sobre questões de relevância, sendo desafiados a experimentar perspectivas variadas a respeito dos temas em foco e, portanto, formas diversificadas de construir o discurso escrito. Muitas mudanças ocorreram nas propostas de escrita no contexto do vestibular, desde a quantidade de textos solicitados até os aspectos pedagógicos envolvidos. A partir de 2011, o Vestibular Unicamp passou a exigir a produção de dois textos de gêneros diferentes. Os candidatos devem continuar atentos às indicações na prova referentes ao contexto de produção. O intuito continua sendo o de aproximar, o mais possível, essa tarefa do exame aos modos como efetivamente as pessoas necessitam escrever na vida.
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Assim, ao apresentarmos a 21a edição da coletânea Vestibular Unicamp: Redações, compartilhamos com as comunidades universitária e escolar, entre outras, este acervo de textos elaborados pelos candidatos. Mas o objetivo maior deste livro é, de fato, valorizar tanto o esforço realizado pelas escolas para ensinar seus alunos a escrever textos de gêneros diversos e para diferentes finalidades quanto o papel central da escrita nas práticas acadêmicas voltadas para a vida universitária e para a ampla formação dos futuros profissionais. Esperamos que aproveitem a leitura das melhores redações do Vestibular Unicamp 2019.
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José Alves de Freitas Neto Coordenador Executivo da Comvest Márcia Mendonça Coordenadora Acadêmica da Comvest
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Introdução
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Neste livro estão 30 das melhores redações da segunda fase do vestibular da Unicamp: 15 redações de cada uma das propostas que fizeram parte da prova deste ano. A ideia é oferecer ao leitor uma visão panorâmica dos textos elaborados pelos candidatos nessa etapa de seleção. Aproximar a comunidade acadêmica da comunidade escolar é um dos objetivos desta publicação, já que o exame de entrada na universidade se tornou, ao longo dos anos, uma das referências para o ensino de leitura e escrita na escola. A Unicamp visa, portanto, dar transparência a seu processo seletivo de vestibular, divulgando uma amostra de textos bem avaliados na prova de redação de 2019.
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Os leitores encontrarão aqui um conjunto de redações composto por bons textos. E o destaque dado a esta amostra se justifica não por ela ser constituída de produções irretocáveis, considerando-se a pressão inerente ao processo de vestibular vivenciada pelo candidato, mas porque são redações que ilustram o resultado exitoso do trabalho de candidatos que cumpriram as tarefas de leitura e escrita exigidas pela prova. São textos que apresentam um panorama diversificado da qualidade de leitura e produção escrita dos candidatos à Unicamp em 2019. Com a preocupação de sempre abordar temáticas em debate na sociedade contemporânea e de trabalhar com gêneros discursivos relevantes para a vida acadêmica e para a participação cidadã, a prova de redação do Vestibular Unicamp de 2019 solicitou aos candidatos a produção de textos pertencentes a dois gêneros discursivos: o texto de um abaixo-assinado escrito por estudantes de uma escola e o texto de uma postagem em
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um fórum de ambiente virtual de determinada disciplina. A primeira proposta simula a seguinte situação de produção: uma professora de filosofia do ensino médio de uma escola pública estadual sofreu ofensas e ameaças anônimas, acusada de doutrinação política, por ter iniciado seu curso sobre as origens da cidadania e dos direitos humanos modernos com o texto “Teócrito e o pensamento”, atribuído ao filósofo grego Teócrito de Corinto (século II d.C.). A direção da escola não se manifestou publicamente em defesa da professora, o que despertou indignação nos alunos. A proposta era então que os candidatos “vestissem a máscara discursiva” de alunos daquela escola e escrevessem o texto de um abaixo-assinado reivindicando duas atitudes da instituição: a primeira, que a escola se posicionasse em defesa da professora ameaçada; a segunda, que as aulas de filosofia sobre direitos humanos permanecessem na grade curricular.
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Para sustentar suas reivindicações, os candidatos deveriam ler os excertos 1, 2, 3 e 4 da coletânea, bem como o texto que desencadeou a situação de violência sofrida pela professora, a fim de buscar argumentos para o seu abaixo-assinado. A coletânea de textos apresentada chama a atenção para dois pontos centrais que poderiam ser articulados de diferentes maneiras na construção das argumentações: a diversidade de pensamento e a liberdade de cátedra e de expressão nas escolas como caminhos para a formação de cidadãos conscientes e de uma sociedade justa. O texto filosófico “Teócrito e o pensamento”, transcrito no próprio enunciado da proposta, alerta para a tirania daqueles que visam censurar o direito de pensar das pessoas; por essa razão, dialoga diretamente com a tirinha de Alexandre Beck, no segundo excerto, na qual o personagem Armandinho conclui que “os professores são perigosos porque ensinam a pensar”. Essa leitura e a do excerto 1, que traz o artigo XXVI da
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Declaração Universal dos Direitos Humanos, foram os argumentos mais utilizados pelos candidatos para justificar suas reivindicações. Destacaram-se, contudo, as redações de candidatos que fizeram uso do excerto 3, de autoria de Celso Lafer, com referências ao pensamento da filósofa do século XX Hannah Arendt, articulando-o ao texto de Teócrito de Corinto. Embora historicamente distantes, os dois textos se aproximam ao situarem, dentro de seus respectivos contextos, o pensamento livre como o principal antídoto ao florescimento de regimes totalitários e tiranias, e os candidatos souberam fazer essa leitura mais sofisticada, aproveitando tal ponte para justificar a primeira reivindicação. O excerto de Lafer aponta como Arendt refletiu sobre as experiências do nazismo e do stalinismo, regimes que trataram as pessoas como “supérfluas e descartáveis”, para advertir a todos sobre o perigo de que, mesmo no mundo contemporâneo, perdurem a pobreza e a miséria, a
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ameaça do holocausto nuclear, a violência, os surtos terroristas, a limpeza étnica e os fundamentalismos excludentes e intolerantes. No contexto descrito na Proposta 1, as ofensas e ameaças sofridas pela professora de filosofia e o silêncio da direção da escola são os fatores que colocam a docente nesse lugar perigoso, como afirma Lafer, do “tudo é possível”. A segunda reivindicação, pela manutenção das aulas de filosofia (e de outras disciplinas e atividades) que tematizem os direitos humanos, pode ser sustentada não apenas pelo que diz a Declaração Universal do excerto 1, como também por argumentos à luz do quarto excerto, quando Sakamoto compara o currículo escolar brasileiro com o de países de alto desempenho em educação (Estados Unidos, Nova Zelândia, Suécia, Finlândia, França e Noruega) para mostrar a importância de uma instrução que leve em conta os direitos humanos. O jornalista condena a insensata ideia de “doutrinação
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