As filosofias se condensam em enunciados mínimos e autônomos, dotados de propriedades formais que lhes conferem um aspecto notável, assinaturas doutrinárias (“Conhece-te a ti mesmo”, “A existência precede a essência”) ou enunciados de alcance universal (“Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, “O homem é o lobo do homem”). Essas fórmulas emblemáticas circulam entre as grandes obras e são recontextualizadas em textos segundos (doxografias, manuais, dicionários, coletâneas de formas breves etc.). Elas se inscrevem nos usos essenciais à atividade discursiva: memorização, transmissão, ensino, comentário, contribuindo fortemente para tecer o interdiscurso filosófico. Elas exercem igualmente o papel de embaixadoras em relação a outras formas de discurso e no espaço público.