Você é inteligente o bastante para trabalhar no Google?

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William Poundstone

Você é inteligente o bastante para trabalhar no Google? Questões impossíveis e enigmas lógicos insanos usados nas entrevistas das maiores empresas do mundo

Tradução:

Maria Luiza X. de A. Borges


À memória de Martin Gardner (1914-2010), cuja influência sobre o tema deste livro é considerável. Título original: Are You Smart Enough to Work at Google? (Trick Questions, Zen-like Riddles, Insanely Difficult Puzzles, and Other Devious Interviewing Techniques You Need to Know to Get a Job in the New Economy) Tradução autorizada da primeira edição norte-americana, publicada em 202 por Little, Brown and Company, uma divisão da Hachette Book Group, Inc., de Nova York, Estados Unidos Copyright © 202, William Poundstone Copyright da edição brasileira © 202: Jorge Zahar Editor Ltda. rua Marquês de São Vicente 99 – o | 2245-04  Rio de Janeiro, rj tel  (2) 2529-4750 | fax (2) 2529-4787 editora@zahar.com.br | www.zahar.com.br Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.60/98) Grafia atualizada respeitando o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Preparação: Diogo Henriques  |  Revisão: Joana Milli, Eduardo Monteiro Indexação: Janayna Arrais  |  Capa: Dupla Design cip-Brasil. Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, rj Poundstone, William P894v Você é inteligente o bastante para trabalhar no Google?: questões impossíveis e enigmas lógicos insanos usados nas entrevistas das maiores empresas do mundo / William Poundstone; tradução Maria Luiza X. de A. Borges. – Rio de Janeiro: Zahar, 202. il. Tradução de: Are you smart enough to work at Google? Índice Inclui bibliografia isbn 978-85-378-0907-5 . Google (Firma). 2. Entrevistas (Seleção de pessoal). 3. Pessoal – Seleção e admissão. i. Título. cdd: 650.44 2-5040 cdu: 005.953


Sumário

. Em desvantagem no Googleplex  9 O que é preciso para ser contratado por uma companhia hiperseletiva 2. O culto da criatividade  27 Uma história dos recursos humanos, ou por que entrevistadores extrapolam 3. Vítima de pegadinha e superado em esquisitice  49 Como a grande recessão generalizou as perguntas extravagantes em entrevistas 4. A máquina de contratar do Google  59 Como a única pessoa a ser contratada é escolhida entre as 30 que se candidatam 5. Engenheiros e como não pensar como eles  76 O valor de manter as coisas simples 6. Guia de campo para perguntas ardilosas em entrevistas  88 Para decifrar os interesses ocultos do entrevistador 7. O uso do quadro-branco  05 A arte da solução visual 8. Dr. Fermi e os extraterrestres  3 Como estimar praticamente qualquer coisa em sessenta segundos ou menos 9. O ovo inquebrável  2 Questões que perguntam “Como você faria…?”


0. Pese a sua cabeça  32 O que fazer quando lhe dá um branco Respostas  45 Notas  26 Bibliografia  27 Websites e vídeos  276 Agradecimentos  277 Índice remissivo  278


Cem prisioneiros estão trancados cada um numa sala com três piratas, um dos quais será jogado ao mar de manhã. Cada prisioneiro tem dez garrafas de vinho, uma das quais foi envenenada; e cada pirata tem doze moedas, uma das quais é falsa e pesa mais ou menos que uma moeda genuína. Na sala há um único interruptor, que o prisioneiro pode ou não acionar. Antes de serem levados para as salas, os prisioneiros foram todos obrigados a envergar ou um chapéu vermelho ou um chapéu azul; eles podem ver os chapéus de todos os outros prisioneiros, mas não o próprio. Enquanto isso, um número primo de seis dígitos de macacos se multiplica até que seus dígitos se invertam, depois todos têm de atravessar um rio usando uma canoa que pode comportar até dois macacos por vez. Mas metade dos macacos sempre mente e a outra fala a verdade. Dado que o enésimo prisioneiro sabe que um dos macacos não sabe que um pirata não sabe o produto de dois números entre 1 e 100 sem saber se o enésimo primeiro prisioneiro acionou ou não o interruptor em sua sala após ter determinado que garrafa de vinho estava envenenada e de que cor é seu chapéu, qual é a solução deste quebra-cabeça? Paródia de pergunta feita em entrevista de emprego que circulou na internet



. Em desvantagem no Googleplex O que é preciso para ser contratado por uma companhia hiperseletiva

Jim estava sentado no saguão do Building 44 do Google em Mountain View, Califórnia, cercado por meia dúzia de outras pessoas em diferentes estados de estupor. Todas tinham os olhos estupidamente fixados no mais tolo, mais viciante de todos os programas de TV. É o quadro de buscas ao vivo do Google, a lista que não para de rolar dos termos de busca que as pessoas estão fazendo nesse mesmo instante. Olhar o quadro é como forçar a fechadura do diário do mundo e depois se arrepender. Por um instante, os desejos e anseios íntimos de alguém em Nova Orleans, Hyderabad ou Edimburgo são transmitidos para uma seleta audiência de voyeurs nos saguões do Google – a maioria deles pessoas na casa dos vinte e dos trinta anos à espera de uma entrevista de emprego. Bíblias com letra gigante ressemear Tales of Phantasia maior geleira do mundo JavaScript maquiagem para homem objetivo da educação leis russas relacionadas ao uso do arco Jim sabia que suas chances eram mínimas. Um milhão de pessoas estavam se candidatando a empregos no Google por ano. Estimava-se que cerca de 1 em 130 candidaturas resultava num emprego. Em comparação, 9


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em torno de 1 entre 14 estudantes secundaristas que se candidatam a Harvard é aceito. Como em Harvard, os candidatos ao Google têm de transpor alguns obstáculos consideráveis. O primeiro entrevistador de Jim chegou atrasado e suado: tinha ido de bicicleta para o trabalho. Começou com algumas perguntas polidas sobre o histórico profissional do candidato. O rapaz explicou com sofreguidão sua curta carreira. O entrevistador não olhou para ele. Estava teclando em seu laptop, tomando notas. “A próxima pergunta que vou fazer”, disse ele, “é um pouquinho inusitada.”

? Você foi reduzido à altura de uma moeda de cinco centavos de dólar e

jogado num liquidificador. Sua massa foi reduzida de tal maneira que sua densidade é a mesma de sempre. As lâminas entrarão em movimento em sessenta segundos. O que você faz?*

O entrevistador levantara os olhos do laptop e ria como um maníaco com um brinquedo novo. “Eu tiraria as moedas do meu bolso e as jogaria no motor do liquidificador para emperrá-lo”, disse Jim. O entrevistador voltou a teclar. “A parte interna de um liquidificador é hermeticamente fechada”, ele rebateu, com o ar de alguém que já ouvira aquilo antes. “Se você pudesse jogar moedas no mecanismo, sua vitamina penetraria nele.” “Certo… hum… eu tiraria o cinto e a camisa, então. Rasgaria a camisa em tiras para fazer uma corda, com o cinto também, talvez. Depois amarraria meus sapatos na ponta da corda e usaria isso como um laço…” Tecladas furiosas. “Laço não é a palavra”, Jim retomou. “Como se chamam aquelas coisas que os vaqueiros argentinos jogam? É uma espécie de peso na ponta de uma corda.” * Sempre que você vir o símbolo ? neste livro, isso significa que há uma discussão na seção

de respostas, que se inicia na p.145.


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Nenhuma resposta. Agora Jim sente que sua ideia foi pouco convincente, mas apesar disso sente-se compelido a completá-la. “Eu jogaria os pesos sobre a borda do copo do liquidificador. Depois escaparia escalando a corda.” “Os ‘pesos’ são apenas os seus sapatos”, objetou o entrevistador. “Como eles aguentariam o peso do seu corpo? Você pesa mais do que os seus sapatos.” Jim não sabia. Aquilo não tinha fim. O entrevistador se entusiasmara de repente pelo assunto. Começou a levantar objeções triviais, uma a uma. Ele não tinha certeza de que a camisa de Jim – que teria encolhido como o resto dele – poderia ser transformada numa corda longa o suficiente para ir além da borda de um liquidificador. Depois que Jim chegasse ao topo do copo – se conseguisse chegar lá –, como iria descer? Poderia ele realisticamente fazer uma corda em sessenta segundos? Jim não entendia muito bem onde uma palavra como realístico entrava naquela história. O sujeito falava como se o Google possuísse um raio redutor e estivesse planejando experimentá-lo na semana seguinte. “Foi um prazer conhecê-lo”, disse o entrevistador, estendendo a mão ainda úmida.

Vivemos uma época de desespero. Nunca, pelo que podemos lembrar, a competição por vagas de trabalho foi tão intensa. Nunca as entrevistas de trabalho foram tão árduas. Esse é o fruto amargo da recuperação econômica com taxa de desemprego ainda alta e da natureza cambiante do trabalho. Para algumas pessoas à procura de emprego, o Google é a cidade brilhante no alto do morro. É onde as pessoas mais inteligentes fazem as coisas mais bacanas. A companhia é classificada regularmente no topo, ou perto dele, da lista das “100 melhores companhias para as quais trabalhar” publicada pela Fortune. Seu campus em Mountain View (o “Googleplex”) é uma cornucópia de comodidades para seus presumivelmente afortunados empregados. Há onze restaurantes de alta gastronomia servindo comida


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gratuita, orgânica e localmente cultivada; muros de escalada e piscinas para natação no local; quadros-brancos com dimensões de mural para o compartilhamento de pensamentos espontâneos; mesas de pingue-pongue, totó e hóquei aéreo; toques afetados como cabines telefônicas vermelhas britânicas e arbustos podados na forma de dinossauros. Os empregados do Google têm acesso a máquinas de lavar roupa que dispensam o uso de moedas, vacinas contra gripe gratuitas, aulas de línguas estrangeiras, lavagens de carro e trocas de óleo. Há serviços de transporte entre a casa e o trabalho; 5 mil dólares de reembolso na compra de um carro híbrido; patinetes comunais à disposição de todos no campus. Os que têm filhos recebem quinhentos dólares para pedir comida em casa e têm direito a dezoito semanas de licença para curtir o bebê. O Google paga o imposto de renda sobre benefícios de saúde para parceiros domésticos do mesmo sexo. Todos os empregados ganham uma viagem anual para esquiar. Esses benefícios extras não têm necessariamente a ver com generosidade, e, diferentemente dos ganhos trabalhistas de gerações anteriores, não foram negociados por sindicatos ou indivíduos. É um bom negócio para a companhia oferecê-los numa indústria tão dependente da atração de talentos de primeira linha. Eles não só mantêm os empregados felizes, como também mantêm todos os demais com os narizes colados no vidro. O Google não é tão excepcional quanto você poderia pensar. O exército de desempregados atual transformou todas as companhias num Google. Mesmo aquelas pouco atraentes se veem com múltiplos candidatos bem qualificados para cada cargo. Isso é muito bom para as que podem contratar. Como o Google, elas podem escolher a dedo o maior talento em seus campos. Não é tão bom para os candidatos. Eles estão enfrentando um escrutínio mais duro, mais rude e mais invasivo que nunca. Isso fica muito evidente nas entrevistas. Há, é claro, muitos tipos de perguntas tradicionalmente formuladas em entrevistas de emprego. Elas incluem as questões “comportamentais” que quase se tornaram clichês: “Fale-me sobre uma situação em que você simplesmente não conseguiu se entender com um colega de equipe.”


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“Descreva um momento em que teve de lidar com um cliente grosseiro.” “Qual foi seu maior fracasso na vida?” “Algum dia já se viu incapaz de cumprir um prazo de entrega? O que fez?” “Descreva a equipe mais heterogênea que teve de conduzir.” Há questões relacionadas a negócios: “Como você descreveria a Whole Foods para um visitante de outro país?” “Fale-me sobre como a Target compete com o Walmart, e como deveríamos reposicionar nossa marca para ganhar uma fatia de mercado.” “Como você conquistaria mais clientes para a Wachovia?” “Que desafios a Starbucks enfrentará nos próximos dez anos?” “Como você monetizaria o Facebook?” Além disso há a amostragem de trabalho. Ao invés de perguntar aos candidatos a empregos o que podem fazer, as companhias esperam que eles demonstrem isso durante a entrevista. Gerentes de vendas têm de criar um plano de marketing. Advogados devem minutar um contrato. Engenheiros de software devem escrever um código. Por fim, há desafios mentais na forma de perguntas de resposta aberta – algo pelo qual o Google é particularmente conhecido. Questões do tipo “e se você fosse jogado num liquidificador” são uma tentativa de medir a flexibilidade mental e até a capacidade empresarial do candidato. Isso tem sido importante no Google em razão do rápido crescimento da companhia. Uma pessoa contratada para um trabalho pode estar fazendo alguma outra coisa alguns anos depois. A amostragem de trabalho, embora valiosa, testa apenas um conjunto particular de habilidades. As questões mais excêntricas tentam avaliar algo que toda companhia deseja, mas poucas sabem como medir: a capacidade de inovar. Por essa razão, muitas das perguntas de entrevista do Google se difundiram entre companhias muito além de Mountain View. Estima-se hoje que a “marca” Google é a mais valiosa do mundo, valendo 86 bilhões de dólares segundo a Millward Brown Optimor. O sucesso gera imitação.


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Companhias de todo tipo prometem hoje “tornar-se mais parecidas com o Google” (seja o que for que isso signifique para a indústria de pisos de cozinha). Não é de surpreender que isso inclua a contratação.

Que número vem em seguida? O estilo de entrevista adotado no Google foi influenciado por uma tradição mais antiga de usar enigmas lógicos para testar candidatos em companhias de tecnologia. Considere este. O entrevistador escreve seis números no quadro-branco da sala:

A pergunta é, que número se segue na série? Enigmas semelhantes foram usados em testes psicológicos de criatividade. Na maior parte das vezes, os candidatos ficam tropeçando a esmo, tentando bravamente encontrar algum sentido numa série que dá todas as indicações de ser completamente disparatada. A maioria desiste. Um pequeno número de afortunados tem um lampejo. Esqueça a matemática. Escreva os números por extenso em inglês, o que lhe dá o seguinte: ten nine sixty ninety seventy sixty-six Os números estão ordenados segundo o número de letras contido em seus nomes!


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Agora olhe com mais atenção. Ten não é o único número que podemos escrever por extenso em inglês com três letras. Há também one, two e six. Nine não é o único com quatro letras; há zero, four e five. Esta é de fato uma lista dos maiores números que podem ser escritos com um dado número de letras. Agora, quanto ao ganho, que número vem em seguida? Para se qualificar a vir depois de sixty-six, um número deveria conter nove letras (sem contar um possível hífen) e ser o maior número com nove letras. Pense um pouco e você provavelmente chegará a ninety-six. Não parece que dá para conseguir nada acima de 100, porque isso começaria com “one hundred”, requerendo no mínimo dez letras. Você poderia se perguntar por que a lista não arrola 100 (“hundred”) em vez de 70 (“seventy”). “Million” e “billion” têm sete letras também. Uma suposição razoável é que estão sendo usados números cardeais, grafados no inglês correto dos manuais de estilo. A maneira como se escreve o número 100 é “one hundred”. Na On-Line Encyclopedia of Integer Sequences, pode-se digitar uma série de números e ficar sabendo que outros vêm em seguida. Você não tem permissão para acessar o site durante a entrevista, é claro, mas a resposta que ele dá para esta sequência é 96. Nos últimos anos, companhias em todos os tipos de indústria adotaram esta pergunta em entrevistas. Muitas vezes os entrevistadores a lançam só para deixar o pobre candidato embaraçado. Em muitas dessas companhias, a única resposta certa é 96. Não no Google. Em Mountain View, 96 é considerado uma resposta aceitável. Uma resposta melhor é 10.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000. 000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Também conhecido como “one googol”. Mas esta não é a melhor resposta. A resposta preferida é


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100.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000. 000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Ten googol. A origem desta resposta pode ser encontrada por volta de 1938. Milton Sirotta, então com nove anos, e seu irmão Edwin passeavam um dia com um tio pelos New Jersey Palisades. O tio vinha a ser Edward Kasner, um matemático de Columbia que já tinha certa fama por ser o primeiro judeu a obter um cargo permanente como professor de ciências naquela instituição da chamada Ivy League. Para entreter os sobrinhos, Kasner falou sobre um assunto calculado para atrair crianças estudiosas de nove anos – a saber, o número que podia ser escrito como um “1” seguido por uma centena de zeros. O tio desafiou os sobrinhos a inventar um nome para esse número. A sugestão de Milton foi “googol”. Essa palavra apareceu em 1940 no livro que Kasner escreveu com James Newman, Mathematics and the Imagination. Junto com ela, apareceu o nome para um número ainda maior, o “googolplex”, definido como 10 elevado à potência de um googol. Ambas as palavras pegaram e permearam a cultura popular, aparecendo em Os Simpsons – e como o nome para o mecanismo de busca arquitetado por Larry Page e Sergey Brin. Segundo David Koller, de Stanford, Sean [Anderson] e Larry [Page] estavam em sua sala, usando o quadro-­ branco, tentando inventar um bom nome – alguma coisa relacionada à indexação de uma imensa quantidade de dados. Sean sugeriu verbalmente a palavra “googolplex”, e Larry respondeu verbalmente com a forma mais curta, “googol” (cada uma dessas palavras designa um grande número específico). Como estava sentado diante de seu terminal de computador, Sean fez uma busca no banco de dados de nomes de domínio registrados da internet para ver se o novo nome sugerido ainda estava disponível para registro e uso. Não estando a salvo de erros ortográficos, Sean cometeu o lapso de procurar o nome grafado como “google.com”, o qual descobriu estar disponível. Larry


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gostou dele e horas depois tomou a providência de registrar o nome “google. com” para si mesmo e Sergey.

Edward Kasner morreu em 1955 e nunca viu o xará de seu número. Mais recentemente, a linhagem googol-Google tornou-se uma questão delicada. Em 2004, a sobrinha-neta de Kasner, Peri Fleisher, queixou-se de que a companhia de Page e Brin se apropriara da palavra sem pagar uma indenização. Fleisher disse estar explorando suas opções legais. (A melhor manchete dizia: “Have Your Google People Talk to My ‘Googol’ People” — Faça o seu pessoal do Google se entender com o meu pessoal do “Googol”.) O enigma googol-Google tem camadas, como uma cebola. Primeiro você tem de perceber que o que importa é a grafia dos nomes dos números, não suas propriedades matemáticas. Isso é bastante difícil. Depois você precisa ter conhecimento do número de Kasner e lembrar-se dele. Um simples mortal se consideraria esperto ao propor “one googol” e pensaria já ter ganhado o dia. Mas ainda resta uma última camada. “Ten googol” é maior que “one googol” e deveria ser a resposta.

Imaginação e invenção Seria essa uma pergunta descabidamente difícil para ser feita a um candidato a emprego? Não no Google. Mas enigmas como este têm desvantagens como questões de entrevista. A resposta, neste caso, é uma simples questão de insight: ou você o tem ou não. Não há um processo de dedução a relatar, e assim não há como distinguir alguém que soluciona o problema de alguém que já conhecia a resposta. No Google, mais do que em qualquer outro lugar, qualquer pessoa que se candidate a um emprego sabe como usar um mecanismo de busca. Espera-se que candidatos deem um google em busca de conselhos sobre entrevistas no Google, inclusive as perguntas formuladas. Em consequência, o Google estimula seus entrevistadores a usar um tipo diferente de pergunta, de resposta mais aberta, sem nenhuma resposta “certa” cabal. Na filosofia do Google, boas questões de


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entrevista são como testes para resolver em casa. O desafio é propor uma resposta que o entrevistador nunca tenha ouvido antes e que seja melhor que todas as que já ouviu. Os entrevistadores do Google “não são pessoas afáveis e efusivas”, contou-me um candidato. Uma outra palavra que você ouvirá muito é “impassível” – a completa falta de emoção. O entrevistador se senta, teclando suavemente um laptop. Você diz alguma coisa que pensa ser brilhante… nenhuma reação. O ritmo da digitação não se altera. Isso é programado. Os desafios mentais do Google tendem a ser enigmáticos. Os candidatos não são informados se sua cadeia de pensamentos está ficando “mais fria” ou “mais quente”, ou se sua resposta final está certa ou errada. Com frequência os desafios do Google têm mais de uma resposta boa. Algumas são consideradas boas, outras são banais e algumas são brilhantes. O entrevistado pode deixar a sala com pouca ideia de quão bem se saiu na entrevista. Isso levou a intensa especulação e franca paranoia entre candidatos a uma vaga na companhia. Levou também a um fenômeno curioso: outras companhias adotam as questões de entrevista do Google sem realmente saber qual deveria ser a resposta.

O principal benefício proporcionado pelo Google não é sashimi nem massagem. É o projeto 20%. Os engenheiros do Google têm permissão para dedicar um dia por semana a um projeto de sua escolha. É uma jogada de risco fantástica. Não é fácil imaginar a Procter and Gamble dando a seus empregados um dia por semana para inventar novos xampus. No Google, isso funciona. Já foi relatado que, hoje, mais da metade da receita da companhia vem de ideias que começaram como projetos 20%. A lista inclui Gmail, Google Maps, Google News, Google Sky e Google Voice. Como medir um talento para a invenção? As escolas de negócio vêm fazendo esta pergunta há décadas. É claro que muitas pessoas inteligentes não têm essa centelha extra, seja ela o que for. A questão foi bem formulada por Nicolai Gogol (cujo nome é uma maneira errada e frequente de escrever “googol” e “Google”). Em seu conto “O capote”, Gogol faz uma


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observação sobre “o abismo que separa alfaiates que só enfiam forros e pregam remendos daqueles que confeccionam roupas novas”. O Google está apostando 20% dos custos de seu plantel de engenheiros que é capaz de distinguir alfaiates de software competentes daqueles capazes de criar aplicações geniais a partir de um corte inteiro de tecido. O enigma do liquidificador sintetiza o processo de invenção de um novo produto. Você começa fazendo um brainstorming e tentando pensar nas mais diferentes respostas. Há muitas possíveis, e você não deveria ter pressa em se decidir pela primeira que lhe pareça “suficientemente boa”. Para propor uma resposta superior é preciso começar ouvindo atentamente a formulação da pergunta. “Imaginação é mais importante que conhecimento”, disse Einstein. Você não precisa ser um Einstein para responder bem à questão, mas de fato precisa de imaginação para conectá-la com algum conhecimento que adquiriu muito tempo antes. Para muitos de nós, a resposta automática é uma piada. (Uma tentativa, postada num blog: “É possível supor que, estando o liquidificador prestes a ser ligado, o alimento logo será introduzido, portanto provavelmente eu preferiria expor meu pescoço à lâmina a ser sufocado por alguma obscena bebida saudável.”) As duas respostas sérias mais apreciadas parecem ser (1) deitar-se abaixo das lâminas e (2) permanecer fora do alcance das lâminas. O espaço entre as lâminas rodopiantes e o fundo ou os lados do copo deve ter uma largura pelo menos igual à altura de uma moeda de cinco centavos. Uma outra resposta comum é (3) subir nas lâminas e posicionar o próprio centro de gravidade sobre o eixo. Segurar firme. A força centrífuga líquida deve ser próxima de zero, permitindo-lhe agarrar-se. Como muitas questões feitas nas entrevistas do Google, esta silencia sobre muita coisa. Quem ou o que o jogou no liquidificador, e por que razão? Se um ser hostil estiver decidido a fazer uma vitamina de gente, sua chance de sobrevivência a longo prazo será pequena, não importa o que faça. Um líquido será despejado no liquidificador? Ele tem tampa? Por quanto tempo as lâminas vão girar? Se elas girarem por muito tempo, a resposta 3 o deixaria tonto. Isso poderia levá-lo a perder a consciência e despencar.


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Você tem liberdade para questionar o entrevistador sobre esses pontos. As respostas canônicas são: “Não se preocupe com seres hostis”; “Nenhum líquido será despejado”; “Não há tampa”; e “Imagine que as lâminas continuarão girando até você morrer”. Uma outra abordagem é (4) pular fora do copo. O entrevistador perguntará como você pretende realizar essa façanha. Você não tem ventosas. Uma resposta inteligente é que, com esse tamanho, você é como uma mosca e capaz de escalar o copo. Uma resposta boba é (5) usar seu celular ou enviar um torpedo para pedir ajuda. Isso depende de seu telefone ter encolhido junto com você e ser capaz de acessar a torre de telefonia celular (não encolhida) mais próxima. Também depende da capacidade que tenham o número 190 ou seus seguidores no Twitter de enviar ajuda em menos de sessenta segundos. Uma outra resposta muito comum é (6) rasgar suas roupas para fazer uma “corda” e usá-la na tentativa de escalar para fora do copo. Ou (7) usar suas roupas e pertences na tentativa de emperrar as lâminas ou o motor de alguma maneira. Como vimos, as duas encerram problemas.

Ratos e homens Nenhuma das respostas anteriores lhe renderá muitos pontos no Google. Entrevistadores da companhia, atuais e antigos, disseram-me que a melhor resposta que ouviram é (8) pular fora do copo. Hã? A pergunta fornece uma pista importante, a palavra densidade. “Ser reduzido ao tamanho de uma moeda de cinco centavos” não é uma situação realística. Para começar, isso poderia significar a eliminação de 99,9% dos neurônios em seu cérebro. Para lidar com uma questão como esta, você tem de decidir onde suspender a incredulidade e o que levar a sério. O fato de o entrevistador mencionar um detalhe como densidade é uma dica. Isso revela que coisas como massa e volume importam nessa questão (ao passo que o número de neurônios talvez não) e que uma boa resposta pode usar física elementar.


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Em resumo, a questão quer que você considere os efeitos da mudança de escala. Você provavelmente se lembra de ouvir falar deles no ensino médio. Uma formiga é capaz de levantar cerca de cinquenta vezes o peso de seu corpo. Isso não ocorre porque músculos de formiga são melhores que músculos humanos. Ocorre porque elas são pequenas. O peso de uma formiga (ou de qualquer coisa) é proporcional ao cubo de sua altura. A força dos músculos – e dos ossos ou do exoesqueleto que os suportam – depende da área de sua seção transversal, que é proporcional ao quadrado da altura. Se você fosse encolhido a 1/10 de sua altura atual, seus músculos teriam apenas 1/100 da sua força atual… mas você só pesaria 1/1000 do que pesa agora. Tudo o mais sendo igual, criaturas pequenas são “mais fortes” para levantar seus corpos contra a gravidade. Elas são mais capazes de levantar múltiplos de seu próprio peso no supino. Um tratamento clássico da mudança de escala é o ensaio “On Being the Right Size”, publicado por J.B.S. Haldane em 1926, e que você pode encontrar dando um google. Usando alguns princípios básicos, Haldane foi capaz de explicar muitos mistérios do mundo biológico. Não há camundongos ou lagartos ou outros animais pequenos nas regiões polares. Em contraposição, ursos polares e morsas prosperam. A razão é que criaturas pequenas logo morreriam congeladas, tendo uma área de superfície relativamente grande para seu volume. Insetos voam facilmente, mas para os anjos é impossível: as asas requereriam energia demais para suportar um corpo humano. O raciocínio de Haldane foi menosprezado por décadas de filmes de ficção científica de segunda. A gravidade esmagaria um inseto mutante gigante como um percevejo. A vantagem iria para os heróis de filmes ruins como Querida, encolhi as crianças ou O incrível homem que encolheu. Seres humanos encolhidos seriam fantasticamente fortes, em termos relativos. No filme de 1957, o Incrível Homem que Encolheu rechaça uma aranha com uma agulha, arrastando-a como se fosse um poste telefônico. Na verdade, ele seria capaz de manobrar essa agulha com facilidade. Vê que rumo isto está tomando? Se tivesse sido reduzido ao tamanho de uma moeda de cinco centavos, você seria forte o bastante para saltar fora do liquidificador, como o Super-Homem.


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Este é o cerne de uma boa resposta para esta questão. Mas os entrevistadores no Google não estão procurando apenas alguém que tenha a ideia básica. As melhores respostas fornecem um raciocínio coerente. Em meados do século XVII, Giovanni Alfonso Borelli, um contemporâneo de Galileu, deduziu esta regra notável: tudo que salta, dá saltos aproximadamente da mesma altura. Pense nisto. A menos que tenha uma deficiência física, você provavelmente pode dar saltos de cerca de 75 centímetros, um pouco mais ou um pouco menos. Este é o tanto que você eleva seu centro de gravidade. Essa medida de 75 centímetros não fica muito distante da marca para um cavalo, um coelho, uma rã, um gafanhoto ou uma pulga.

Há variações, é claro. Uma espécie cuja própria sobrevivência depende de saltos será otimizada para isso e terá melhor desempenho que outra com poucos motivos para pular. Há espécies que não saltam em absoluto, como caracóis, tartarugas e elefantes. Mas quando consideramos as enormes variações em tamanho e anatomia, é assombroso que Kobe Bryant e uma pulga possam ambos pôr mais ou menos a mesma quantidade de ar sob seus pés. O Google não espera que todo mundo saiba quem é Borelli, mas fica impressionado com candidatos capazes de reproduzir seu raciocínio. Na verdade, isso não é assim tão difícil. A energia muscular provém em última análise de substâncias químicas – a glicose e o oxigênio que circulam no sangue, e o trifosfato de adenosina (ATP) nas células musculares. A quantidade de qualquer dessas substâncias químicas será proporcional ao volume de seu corpo. Portanto, se você for encolhido a um ené-


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simo de seu tamanho atual, sua energia muscular será reduzida por um fator de n3. Felizmente, sua massa também será menor, exatamente pelo mesmo fator n3. Em consequência, a redução ao tamanho de uma moeda de cinco centavos não aumentaria nem diminuiria a altura que você pode pular (ignorando-se a resistência do ar). O copo do liquidificador tem cerca de trinta centímetros de altura. Contanto que possa dar saltos dessa altura, você está salvo. A parte da descida poderia ser um motivo de preocupação. Um liquidificador tem cerca de vinte vezes a altura de uma moeda de cinco centavos. Nas circunstâncias atuais, você não gostaria de cair de uma altura vinte vezes maior que a sua. Mas depois do encolhimento isso deixa de ser um problema. Você terá 1/n2 da atual área de superfície versus 1/n3 da massa. Isso significa que terá n vezes mais área de superfície por massa para resistir à queda – e para conseguir segurar seu intestino ao aterrissar. Basicamente, qualquer ser do tamanho de um camundongo ou menor não precisa temer a queda de qualquer altura. Haldane compôs esta expressiva descrição: “Você pode deixar um camundongo cair num poço de mina de mil metros de profundidade; e, ao chegar ao fundo, ele sofrerá um ligeiro choque e sairá andando, contanto que o solo seja razoavelmente macio. Um rato é morto, um homem é quebrado e um cavalo se esfacela.” Antes, dei uma resposta (4) em que você sai do copo simplesmente escalando-o, como uma mosca. Isto também pode ser justificado pelo raciocínio da mudança de escala. Talvez suas mãos não lhe pareçam grudentas, mas as patas de um inseto que sobe por uma vidraça também não são. Tente esfregar a mão numa vidraça: há resistência. Na verdade, toda superfície adere um pouco a qualquer outra. Depois que você foi encolhido, haverá n vezes mais superfície de mãos e pés por massa, e a aderência relativa crescerá na mesma medida. Isso poderia ser suficiente para lhe permitir bancar o Homem-Aranha. A resposta do Homem-Aranha ainda não é considerada tão boa quanto a do Super-Homem. A escalada é um processo lento. Em termos proporcionais, escalar os trinta centímetros do copo do liquidificador seria como


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escalar uma parede de cerca de 150 metros para um alpinista perito. Seria necessário posicionar cada mão ou pé com cuidado. Isso tomaria tempo, mais do que sessenta segundos. As lâminas começariam a girar antes que o Homem-Aranha chegasse ao topo. Um passo em falso poderia ser fatal. A solução do Super-Homem é mais rápida e mais segura. Se você não conseguisse pular fora do copo de primeira, poderia fazer mais uma tentativa, provavelmente várias.

Aumento de escala Enquanto escrevo estas palavras, 15 milhões de americanos estão desempregados. Muitos dos empregos que eles tinham outrora nunca voltarão a existir. Pessoas em campos como publicidade, varejo, vendas, meios de comunicação de massa e jornalismo estão propensas a ser entrevistadas no que talvez vejam como companhias de “tecnologia” – mas elas não são isso, e sim o futuro dos negócios. Isso as põe em contato com uma cultura nova e estranha de práticas intensas de entrevista. A questão do liquidificador é uma metáfora. O crescimento de uma companhia, ou de qualquer coisa com que nós seres humanos nos importamos, está prestes a mudar de escala. Soluções que funcionam quando algo é pequeno não funcionam necessariamente quanto seu âmbito se expande. “No último ano minha maior preocupação foi aumentar a escala do negócio”, disse Eric Schmidt, então CEO do Google, em 2007. “O problema é que estamos crescendo depressa demais. Quando admitimos pessoas tão rapidamente, corremos sempre o risco de perder a fórmula.” Questões difíceis em entrevistas de admissão são uma das maneiras pelas quais o Google tenta preservar sua fórmula. Eles sabem mais sobre “aumento de escala” que a maioria das organizações por causa da natureza única de seu negócio e de seu rápido crescimento. Mas sua experiência tem lições para todos nós neste novo mundo escorregadio, sempre cambiante, sempre contextual. Isso inclui tanto empregadores quanto pessoas que procuram emprego.


Em desvantagem no Googleplex

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A contratação nas companhias seletivas de hoje repousa na decepção da grande maioria. Esta costuma ser uma estratégia lucrativa para os empregadores – e exige uma nova estratégia por parte dos que procuram emprego. Este livro examinará as questões superdifíceis feitas atualmente nas entrevistas – o que são, como surgem e qual é a melhor maneira de responder a elas. Quer você esteja no mercado de empregos ou não, aqui está uma chance de entrar em competição intelectual com algumas das companhias mais inteligentes, mais inovadoras do mundo. (As questões são muito engraçadas, contanto que não seja você o entrevistado.) Ao longo do caminho, você aprenderá alguma coisa sobre o mistério ainda profundo do pensamento criativo. Os empregadores aprenderão muito sobre o que funciona, e o que não funciona, em entrevistas, e por que a abordagem do Google – que vai muito além de perguntas difíceis – foi tão influente. Quanto aos que estão à procura de emprego, este livro os ajudará a evitar serem eliminados do jogo por algumas perguntas complicadas. Muitas vezes, a única coisa necessária para vencer é um bom salto mental.

questões Amostra de perguntas feitas atualmente em entrevistas Experimente estas questões, muito comuns em entrevistas de emprego numa ampla variedade de indústrias. As respostas começam na p.146.

? Quando há vento, uma viagem de ida e volta de avião leva mais tempo, menos tempo ou o mesmo tempo?

? O que vem em seguida na série abaixo?

? Você e seu vizinho estão promovendo um bazar de garagem no mesmo

dia. Os dois planejam vender exatamente o mesmo item. Você pretende


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Você é inteligente o bastante para trabalhar no Google?

pôr o seu à venda por cem dólares. O vizinho o informou que pedirá quarenta dólares pelo dele. O que você faz, supondo-se que não esteja em termos especialmente amistosos com esse vizinho?

? Você põe um copo d’água sobre o prato de uma vitrola e começa a aumentar a velocidade pouco a pouco. O que acontece primeiro: o copo escorrega, cai ou a água entorna?


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