UMA CAIXA DE PANDORA: CRÍTICA À EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR CATARINENSE NO PERÍODO 1960-2010 - Maurício José Siewerdt
A alternativa encontrada pela classe dominante catari-
nense para a reprodução da força de trabalho em nível
superior foi por meio do ensino pago, e com professo-
res subordinados ao regime de trabalho celetista em
instituições municipais fundacionais públicas de direito
privado, aglutinadas em torno da Associação Catarinen-
se das Fundações Educacionais (ACAFE). No entanto,
com a concessão desenfreada para a implantação de
IES particulares pelo CNE a partir dos anos 1990, impli-
cando o aumento da concorrência intrassetorial, as IES
ACAFE, que até então gozavam do monopólio da ofer-
ta de seus serviços, acabaram subordinadas à Lei do
Valor. Nessas condições, a relativa autonomia adminis-
trativa às legalidades do ser do capital é inversamente
proporcional à realização da autonomia da instituição e
da atividade docente. Conclui-se que essa concorrên-
cia põe tanto os dirigentes como