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Sumário 5
Entrevista com o Presidente da Câmara Municipal de Caminha
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Agenda de Natal
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Cineteatro: o ano que mudou a cultura em Vila Praia de Âncora
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Fim de Ano em Caminha com os “Queen”
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Destaques 2018
Edição, impressão e publicidade:
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Entrevista
Miguel Alves Presidente da Câmara Municipal de Caminha
MANDATO RENOVADO, NOVOS OBJETIVOS, QUATRO ANOS DE “HISTÓRIA” POSITIVA PARA CONSOLIDAR. MIGUEL ALVES FALA, NESTA REVISTA DE NATAL, DO QUE JÁ FOI POSSÍVEL CONSTRUIR, DE CONQUISTAS, MAS SOBRETUDO DOS DESAFIOS PARA OS PRÓXIMOS ANOS… E SÃO MUITOS. Revista - O novo mandato começa com uma extraordinária dinâmica. Em menos de dois meses de gestão do novo executivo, iniciaram-se grandes intervenções, grandes investimentos. Estou a falar de pelo menos três: a fibra ótica, a dragagem no Rio Minho e a construção da bacia de retenção em Vila Praia de Âncora. Quase parece que estamos em pré-campanha… Miguel Alves – Pois, mas nós não nos guiamos por calendários eleitorais. O que importa é o interesse do concelho e as necessidades da população. Se dúvidas houvesse, creio que esses três exemplos são até a melhor prova. R – Aliás…. A instalação de fibra ótica foi até um dos compromissos assumidos em campanha, prometida para o início de 2018.
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Entrevista MA– É verdade. Comprometi-me a trazer a fibra ótica para o concelho de forma faseada, começando por Caminha, Moledo e Vila Praia de Âncora numa primeira fase, num investimento de meio milhão de euros. Mas foi possível ir mais longe nesta fase, que levará a fibra ótica a 12 freguesias, investindo a Câmara mais de 100 mil euros. Previa que os trabalhos pudessem começar em 2018, mas quando é possível antecipar aquilo que é bom e necessário não hesitamos. A instalação da rede de fibra ótica começou logo em meados de novembro. É um sinal de modernidade, não queremos ser apenas um concelho bonito, temos de proporcionar a quem nos visita e à nossa população condições conformes com os tempos em que vivemos, em que as comunicações são essenciais.
(…) há 12 anos foi inaugurado este troço da A28 sem que tivessem sido acautelados, nem por parte do Governo, nem por parte da Autarquia soluções para o escoamento de águas pluviais
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R – …. E desatou-se o “nó cego” de mais um dossiê, o problema das águas pluviais causado pela construção da A28. MA – Não falamos nisso antes, embora estivéssemos a negociar há três anos, com a Ferrovial. Foi uma negociação difícil, mas chegamos lá e é isso que importa. É um problema que subiste pelo menos desde o dia 5 de novembro de 2005. Inaugurou-se a estrada, com pompa e circunstância, mas ninguém foi capaz de resolver o problema das águas pluviais durante uma década, castigando a população daquela zona de Vila Praia de Âncora. Nunca houve uma solução. Até agora. Está já em fase avançada a construção de uma bacia de retenção com capacidade para 1560 m3, que vai custar cerca de 250 mil euros. Estamos a cumprir aquilo que foi um compromisso que assumimos com as pessoas de Vila Praia de Âncora, que é de resolver os problemas crónicos de inundações que prejudicam as pessoas. Foi um projeto negociado nos últimos três anos entre o vice-presidente e a empresa responsável e vem dar resposta a um problema que tem precisamente 12 anos. Porque há 12 anos foi inaugurado este troço da A28 sem que tivessem sido acautelados, nem por parte do Governo, nem por parte da Autarquia soluções para o escoamento de águas pluviais. Isso na altura foi muito falado, mas pouco resolvido, ou nada.
Entrevista
Estamos a trabalhar na elaboração de um Plano de Intervenção Urbanístico para toda a zona norte de Vila Praia de Âncora e vamos também proceder à Revitalização do Centro Histórico de Caminha. São duas intervenções fundamentais. Asseguramos atempadamente financiamento para ambas, fazendo aprovar uma candidatura que implica um apoio comunitário de 1,5 milhões de euros, dos quais 800 mil serão para a zona da Sandia e Vista Alegre, contemplando uma população da zona alta da freguesia, maioritariamente envelhecida, e que até agora não tinha conseguido fazer ouvir a sua voz junto da Câmara Municipal.
Os pormenores da dragagem foram discutidos no local, num encontro em que participaram Câmara, responsáveis pela obra e pescadores (…). É assim que trabalhamos, em diálogo R – E também já começou a dragagem do Canal dos Pescadores… MA – Sim. É uma intervenção muito importante, porque vai melhorar as condições de navegabilidade para os pescadores. Além disso, os sedimentos retirados serão posteriormente aplicados na proteção, reabilitação e reforço do cordão dunar entre Camarido e Moledo. Para que isso fosse possível fizeram-se previamente análises, que nos garantiram a qualidade destes sedimentos. Não avançamos sem falar com todas as partes. Os pormenores da dragagem foram discutidos no local, num encontro em que participaram Câmara, responsáveis pela obra e pescadores, sobretudo com o intuito de acautelar a pesca durante a execução dos trabalhos. É assim que trabalhamos, em diálogo e sem precipitações que depois originam
problemas crónicos. Esse tempo acabou. Esta intervenção tem um duplo impacto, vindo não só beneficiar os pescadores, mas também contribuir para a proteção, reabilitação e reforço do cordão dunar entre Camarido e Moledo, numa extensão de cerca de 700 metros. Estamos a falar de um investimento global associado da ordem dos 500 mil euros, com uma taxa de cofinanciamento comunitário de 85%. R – E voltando aos compromissos, há um que beneficia com a construção a bacia de retenção e que falámos há pouco. MA – Claro. Acabando com as inundações temos também a possibilidade de agora avançar com a obra de requalificação da Sandia e Vista Alegre que esteve em discussão pública e que de acordo com as nossas expectativas poderá já avançar no inicio do ano de 2018.
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R – Só para terminar a questão dos compromissos, há mais três assumidos… MA – Assumidíssimos. Vamos acabar com a PPP ruinosa criada pelo executivo do PSD para a construção das piscinas de Vila Praia de Âncora; vamos trabalhar para conquistar uma nova Bandeira Azul para o concelho, a quinta, para a Praia das Azenhas, em Vilar de Mouros; e vamos continuar a apostar na Educação. Como disse, ao mesmo tempo que decorrer a obra de recuperação da Escola Secundária em Caminha, trataremos de criar as condições para construir um edifício em Vila Praia de Âncora que possa albergar o Ensino Básico, no Quarteirão da Educação, ao lado da Escola Secundária e ao lado do jardim de Infância. São compromissos para o mandato, para os próximos quatro anos, que tenho a certeza que vamos conseguir concretizar.
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R – É muita coisa. Entretanto há duas grandes obras perto da conclusão, em Caminha e em Vila Praia de Âncora. MA – Refere-se com certeza ao Cais dos Pescadores e ao Nó da Erva Verde.
Se há obras que me fazem sentir mais feliz essa (Cais dos Pescadores) é uma delas. O “sonho” tinha mais de quatro décadas e os pescadores viviam um continuado pesadelo R – Sim claro e no caso do Cais já quase ninguém acreditava. MA – Se há obras que me fazem sentir mais feliz essa é uma delas. O “sonho” tinha mais de quatro décadas e os pescadores viviam um continuado pesadelo. Muitos já não acreditavam que os pescadores de Caminha pudessem um dia ter as condições adequadas e justas para o seu trabalho. A obra de modernização do Cais dos Pescadores de Caminha, um investimento de cerca de 900 mil euros, que contempla a requalificação e revitalização da Frente Ribeirinha da sede do concelho, está quase concluída. É uma grande satisfação, os pescadores não mereciam o abandono a que foram votados durante tantos anos.
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R – Em fase de conclusão está também o Nó da Erva Verde. MA – É a entrada Sul da Vila, não podia permanecer degradada. Foi o maior investimento feito pelo Município de Caminha nos últimos anos, sem apoios comunitários, mas sabíamos que a requalificação do Nó da Erva Verde era fundamental. Foi uma intervenção de grande envergadura no coração nevrálgico de Vila Praia de Âncora, orçada em cerca de 600 mil euros. Sentimos que Vila Praia de Âncora não podia esperar mais. A obra tem uma componente invisível e subterrânea importante, ao nível das infraestruturas e encaminhamento de águas, mas a qualificação do espaço público é evidente, beneficiando moradores, serviços e toda Vila Praia de Âncora.
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Entrevista
R – Há outras grandes obras em curso. MA – Felizmente sim. Grandes obras em termos financeiros e grandes obras no que diz respeito ao benefício que trazem para as populações. Não vou elencar todas, mas gostaria de referir duas. Uma também em Vila Praia de Âncora, que é a continuação da aposta que fizemos nas ecovias, tanto a norte como a sul do concelho, um trabalho que foi reconhecido a nível internacional. Temos em Caminha uma boa parte dos percursos que foram considerados como os terceiros melhores da Europa. Há quatro anos não existiam, porque não existia qualquer obra da Polis. Mas o troço mais recente também já está em execução: é a Ecovia sobre o Rio Âncora, o futuro Passeio Dr. Francisco Sampaio.
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A população de Vilar de Mouros esteve esquecida durante muito tempo, foi marginalizada R – Disse que queria falar de duas… MA – Sim, a outra é o saneamento em Vilar de Mouros. Fizemos saneamento em várias freguesias e vamos continuar, mas esta obra é um bom, exemplo. A população de Vilar de Mouros esteve esquecida durante muito tempo, foi marginalizada, retiraram-lhes até o Festival. Esse é um problema resolvido, como todos sabemos, mas também avançamos com um investimento da ordem dos 800 mil euros. Felizmente, como disse, são muitas as obras já efetuadas. Recordo, entre outras, a execução da rede de drenagem da Ribeira das Preces, em Moledo; rede de saneamento zona Sul Vila Praia de Âncora, Vile e Riba de Âncora; execução da rede de saneamento da Meia Légua em Moledo; execução da “Infraestrutura em “baixa” do subsistema de Aspra, Viso e Currais - 1.ª
fase”, na freguesia de Âncora. Mas podia falar ainda da rede de saneamento e sistemas de interseção e elevação de Argela (orçada em mais de um milhão de euros), que queremos começar logo que o Tribunal de Contas o permita, e a rede de saneamento de Aspra, Viso, Currais e Igreja, na freguesia de Âncora, orçada em meio milhão de euros. Em Âncora, aliás, a segunda fase da rede de saneamento está em curso, ao mesmo tempo que beneficiamos a Rua do Calvário.
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O Município de Caminha tem três grandes objetivos a cumprir neste próximo ciclo e um deles, o primeiro, é o objetivo da Implementação da descentralização de competências do Estado nas autarquias
R – Os desafios deste novo mandato são grandes e vão além das obras. Falo por exemplo da descentralização de competências do Estado nas autarquias. MA – O Município de Caminha tem três grandes objetivos a cumprir neste próximo ciclo e um deles, o primeiro, é o objetivo da Implementação da descentralização de competências do Estado nas autarquias. O Governo da República tem vindo a negociar com as autarquias um pacote de competências que sendo do Estado, poderão ser assumidas pelas autarquias com mais eficácia e competência. R – O Município de Caminha está preparado?
MA – Está, claro que sim. O concelho de Caminha tem vindo a dar conta da sua posição e das suas dúvidas, sobretudo relativamente aos recursos alocados a essa descentralização, mas o nosso posicionamento passa por assumir aquilo que for considerado que pode ser feito melhor por nós do que pelo Estado. Estamos preparados para assumir competências nos próximos anos que passam pela gestão de diversos territórios, com destaque para as praias e zonas concessionadas, mas também para todo o setor da Educação. Sabemos que, em conjunto com o Agrupamento, saberemos fazer melhor com o mesmo dinheiro e os mesmos recursos. Queremos ser parte ativa do futuro coletivo da nossa população com cautela, naturalmente, mas sem medo. E queremos também dar o exemplo no interior do nosso concelho: alargar a descentralização de competências para as Juntas de Freguesia de acordo com cada situação específica e com os recursos disponíveis; aprofundar o diálogo e a participação pública como forma de expressão da cidadania e motor de boas decisões municipais; desconcentrar serviços de modo a que os munícipes não fiquem reféns da burocracia ou da necessidade de ser deslocarem aos Paços do Concelho ou ao Gabinete de Apoio ao Munícipe para resolver todos as suas questões com a Câmara Municipal. R – Existe aliás uma unidade móvel. MA – Sim, foi uma boa novidade que vai facilitar muito a vida da nossa população, sobretudo do interior. Dispomos de uma Unidade Móvel que prestará serviços em cada freguesia e até em diferentes lugares de cada freguesia que, até agora, só estavam disponíveis junto dos edifícios municipais. É uma carrinha adaptada que contará com várias ferramentas de trabalho que permitirão servir as populações com menos possibilidades de ser deslocarem. O equipamento está em fase de testes, mas em janeiro começará a percorrer todas as freguesias.
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A consolidação financeira sustentada. Bem sei que todos queremos fazer todas as obras, que todos os cidadãos pensam ser fundamental começar pela obra que cada um tem na sua mente, (…) Sei bem que tudo parece óbvio, que tudo parece necessário e que tudo o resto, parece dinheiro mal empregue. Mas não é assim
R – Suponho que a área financeira continua a ser um desafio. MA – Sim, nunca escondi que os problemas crónicos da Câmara de Caminha não poderiam ser resolvidos num mandato. Nem sequer em dois. A consolidação financeira é um objetivo que quero aliás destacar para este mandato. A consolidação financeira sustentada. Bem sei que todos queremos fazer todas as obras, que todos os cidadãos pensam ser fundamental começar pela obra que cada um tem na sua mente, que cada presidente de freguesia quer que a sua seja contemplada sem gradações nem esperas. Sei bem que tudo parece óbvio, que tudo parece necessário e que tudo o resto, parece dinheiro mal empregue. Mas não é assim: a Câmara Municipal tem a sua atuação limitada pelos recursos que tem ao seu dispor e pelas despesas que, em cada momento, deve pagar. É por isso que tenho dito que o orçamento municipal para 2018 vai ser um dos mais duros dos últimos anos. Vamos ter de cortar na despesa porque, simplesmente, a receita, o dinheiro não estica.
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R – Os recursos são escassos. MA – Diria, com alguma simplificação, que os recursos financeiros chegam por três vias: pelas transferências de Estado (tendencialmente rígidas, não sobem nem descem muito em cada ano), pelos fundos comunitários (que só existem para algumas coisas, que só são atribuídos num contexto de concurso com todos os outros municípios e que exigem que a Câmara faça sempre uma parte do investimento) e pelos impostos. Pela receita, ou se aumentam os impostos, o que não queremos, ou não há muito a fazer. A consolidação financeira da Câmara é, por isso, feita a partir da despesa. E aqui temos um problema: o funcionamento corrente da Câmara, mais os compromissos bancários, os acordos de pagamento e o contributo para o Estado, deixa o Município com uma margem sempre inferior a 10%, que é como quem diz, 90% da receita municipal está praticamente gasta ou consignada, no dia 1 de janeiro de cada ano. É, pois, por isso, fundamental continuar a consolidar as contas, a seguir um caminho que, antes de melhorar, ainda tem escolhos pela frente.
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R – Daí algumas medidas, como a extinção da PPP? MA - Vamos continuar a diminuir a dívida bancária, vamos conter as despesas correntes até ao limite do bom funcionamento dos serviços municipais, vamos acordar com as Águas de Portugal o pagamento da dívida acumulada e vamos extinguir a PPP das piscinas de Vila Praia de Âncora recuperando poder total sobre esse fantástico equipamento que será, doravante, verdadeiramente municipal. Vamos, assim, diminuir a herança financeira da PPP em mais de 60%, permitindo-nos agilidade financeira imediata e retirar um peso de 19 milhões que impende sobre a comunidade até 2033. Desde as eleições autárquicas que estamos a tentar encontrar bom enquadramento deste tema no Orçamento de Estado para 2018, em diálogo com o Governo e os grupos parlamentares. Também nes-
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te tema precisamos da compreensão e da inteligência da Assembleia da República. R – Há bons indicadores este ano, fatores encorajantes… estou a referir-me ao emprego, turismo … MA - O turismo é o grande motor da nossa economia e é indesmentível que temos conseguido atrair cada vez mais pessoas. É público que o número de dormidas nas unidades hoteleiras do concelho de Caminha, em 2016, cresceu 37% face ao ano anterior. Um resultado histórico, como disse na altura o presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal. Estes números são também um recorde ao nível do país e de toda a Região Norte. Caminha ainda cresceu mais do que o Alto Minho: o concelho de Caminha cresceu 37%, o que se traduz em mais 18 mil dormidas do que em 2015. Ainda
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não fechamos o ano de 2017 e não conhecemos os números finais, mas acredito que vão ser também muito positivos. Já sabemos, por exemplo, que o número de turistas que passaram pelos Postos de Turismo de Caminha e de Vila Praia de Âncora tem vindo a subir e aumentou 29% só no primeiro semestre de 2017 relativamente ao mesmo período do ano passado. Este é sem dúvida o resultado das estratégias que têm sido desenvolvidas: boa programação cultural, eventos de grande qualidade, uma politica fiscal que favorece a compra da segunda habitação e uma política de comunicação forte e eficaz, com o importante contributo das empresas e dos cidadãos. Acredito que vamos conseguir progredir ainda mais já no próximo ano, com a ajuda também da visibilidade que conseguimos para o concelho e que vai ser reforçada com o “Verão M”.
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R - Uma série televisiva a exibir na televisão pública? MA – Exatamente. A série televisiva “Verão M” vai ser exibida na RTP já no próximo verão. As gravações começam na primavera e as histórias das personagens centram-se em Moledo. Sabemos que vai ter 13 episódios. É uma série fresca, jovem, transversal e um ponto de encontro de gerações. “Verão M” é um grande projeto, uma parceria que junta a RTP, as empresas Skydreams e Santa Rita Filmes, a Câmara de Caminha e o Turismo Porto e Norte. É assim que gostamos de trabalhar.
MA – Creio que se refere ao Festival de Vilar de Mouros e ao Rally de Portugal. Com certeza que sim. São eventos que nos trazem prestígio e re-
ceita. Ninguém terá a coragem hoje de o desmentir. Desafio seja quem for a provar o contrário.
Festival de Vilar de Mouros e ao Rally de Portugal (…) São eventos que nos trazem prestígio e receita. Ninguém terá a coragem hoje de o desmentir. Desafio seja quem for a provar o contrário R - Continuam outras parcerias na cultura e no desporto…
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R – O dinamismo da economia reflete-se no emprego. MA – É o funcionamento do mercado e das políticas. Os últimos números do IEFP, e falo dos números oficiais portanto, são de setembro e apontam para um total de 465 desempregados no concelho. O desemprego tem vindo a cair consecutivamente, de mês para mês. É uma tendência real e sustentada. Os números caíram para além dos 50% relativamente há pouco mais de quatro anos, quando cheguei à Câmara. Na altura o concelho tinha ultrapassado os mil desempregados, o que era dramático. R – Há também uma recuperação no imobiliário, que não deixa de ser curiosa… MA – É mais um indicador positivo, muito positivo. Ficamos a saber há uns meses que Caminha é o 17º concelho português (entre 308) que regista uma maior recuperação de preços no imobiliário, depois da profunda crise que atingiu o país. O semanário Expresso publicou uma short-list de 18 municípios. Nas melhores performances de saída da crise económica e imobiliária, Caminha é o único concelho do distrito a integrar esta seleção, que o jornal baseia num estudo do Confidencial Imobiliário, que reuniu informação das 400 mediadoras imobiliárias de todo o país. Somos, também aqui, notícia pelas razões positivas. R - Como em matéria de IRS. MA – Exatamente. O concelho de Caminha é o 6º município de Portugal que mais IRS devolve em média à sua população. Como se sabe, as contas foram feitas pelo “Jornal de Negócios”, a partir da informação oficial, ou seja, dos dados disponibilizados pela Autoridade Tributária (AT), que detalham o número de declarações por município e a coleta líquida de 1RS. A Câmara
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Municipal desceu o IRS por duas vezes em quatro anos, para ajudar as famílias e incentivar a economia local obtendo, agora, o reconhecimento nacional. Mesmo assim, o valor arrecadado é aplicado em termos de Orçamento participativo, de acordo com o que as pessoas decidem. Temos tido também preocupação em termos de IMI e dos impostos pagos pelas empresas. Nada é resultado de uma decisão só, mas de um conjunto de medidas que estão a dar os resultados que queríamos. R – E sem recorrer ao aumento de impostos. MA – Entendemos que não devemos penalizar a população do concelho pelo desequilíbrio das contas, por uma má gestão que foi dos políticos e não dos munícipes. R – Passando a um assunto muito atual, pelas piores razões, sabemos que, de repente, as florestas passaram também para primeiro plano e o concelho de Caminha tem uma vasta área florestal. MA – Esse é o terceiro grande objetivo, por assim dizer, depois da descentralização e competências e da consolidação financeira. Está muito relacionado com o que vivemos nestes últimos meses no nosso país e que teima em não sair das televisões e das nossas cabeças. Já o disse, é preciso reforçar a autoridade e eficácia da ação política, sobretudo em questões estruturantes que dizem respeito ao território e à vida das pessoas. Vemos o país que arde, as tragédias acontecerem, algumas situações a repetirem-se e sabemos que não estamos a salvo de nada. Não estamos isolados do mundo, não estamos à parte das alterações climáticas, da gestão deficitária da floresta, da falta de planeamento global ou da maior ou menor eficiência dos serviços de
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proteção civil. Existimos no Mundo e somos parte de Portugal, para bem e para mal. Mas podemos fazer a nossa parte! Devemos fazer a nossa parte! Estamos a fazê-la e vamos continuar o nosso trabalho.
Fizemos a revisão do PDM que impede a construção em zona florestal, em duna e em leito de cheia. Fomos criticados por alguns setores, é verdade, mas sabíamos que, em essência, tínhamos a razão do nosso lado R – A revisão do PDM foi criticada por alguns setores, mas foi importante nesta estratégia? MA – É fácil criticar, difícil é fazer. A realidade dos incêndios, infelizmente, deu-nos razão. Fizemos a revisão do PDM que impede a construção em zona florestal, em duna e em leito de cheia. Fomos criticados por alguns setores, é verdade, mas sabíamos que, em essência, tínhamos a razão do nosso lado. Infelizmente, as tragédias que aconteceram pelo nosso país vieram confirmar uma razão que não queríamos provada daquela maneira. R – Que outras medidas estão a ser tomadas para defender a floresta do concelho? MA - Criámos equipas de limpeza florestal, vimos aprovada uma can-
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didatura para Sapadores Florestais e vamos apoiar a criação de Equipas de Intervenção Permanente que vão ficar sediadas juntos das nossas duas corporações de bombeiros. Vamos ter bombeiros profissionais 12 meses por ano. Mas não ficamos por aí. R – Então…. MA - Como é sabido, um concelho com as nossas características não tem só que enfrentar a calamidade dos incêndios florestais. Isso acontece no verão, é certo, mas no inverno temos que enfrentar os problemas das cheias e da erosão costeira. Somos um concelho
abençoado, mas com uma geografia que será posta à prova de sobrevivência nos próximos anos, nas próximas décadas. Para além dos desafios do emprego, da educação, da coesão social, todos os nossos desafios da cidadania, o concelho de Caminha tem pela frente um desafio de sobrevivência económica pela frente, seja na floresta, seja na faixa atlântica e fluvial. Este discurso há quatro anos não seria entendido, não seria, se calhar, adequado, mas hoje temos que entender a verdade desta afirmação. Temos que nos preparar, o Estado tem responsabilidades, mas o Município também as tem.
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R - Caminha tem em curso o projeto piloto de cadastro florestal. MA – Está a ser implementado no concelho de Caminha o projeto piloto de cadastro florestal. A ideia é mapear toda a nossa florestal, dar nomes aos proprietários de todos os seus terrenos, encontrar os responsáveis diretos pela limpeza e cuidado do monte para que possam ser responsabilizados e, eventualmente, substituídos com penalização. Isto acontece em Caminha e em apenas nove concelhos do nosso país, estamos na linha da frente.
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Talvez este empenhamento dê menos votos que as obras de betão, mas permite ao executivo municipal ter a consciência limpa quanto a tudo o que se faz para encontrar soluções para a segurança da nossa população e a sobrevivência da nossa economia. R – É um privilégio? MA – É sobretudo uma grande oportunidade. Não estamos na linha da frente porque o nosso território ardeu
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e porque morreram pessoas, como estão os outros concelhos, estamos porque entendemos que era prioritário ganhar esta batalha política e de influência, canalizamos as nossas energias para poder entrar neste grupo restrito que terá o seu cadastro mais cedo de modo a termos mais um instrumento de prevenção e combate aos fogos. Talvez este empenhamento dê menos votos que as obras de betão, mas permite ao executivo municipal ter a consciência limpa quanto a tudo
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o que se faz para encontrar soluções para a segurança da nossa população e a sobrevivência da nossa economia. R – Existe também uma vasta costa. MA - Na nossa costa, o trabalho é para continuar. O que fizemos na foz do rio Âncora, o modo como soubemos consolidar a Duna dos Caldeirões e as margens, o meio milhão de euros que convencemos a APA a investir no reforço da duna de Moledo a norte do paredão são bons exemplos do que
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estamos a fazer, longe dos holofotes políticos e mediáticos, mas perto das populações. Agora que todos falam em incêndios e que ninguém fala em cheias nem em erosão à espera das desgraças do próximo inverno. Daí a importância, também, da draga que promoverá o desassoreamento dos canais de navegação dos pescadores, por um lado, e a consolidação da duna do Camarido que protege o avanço das águas nas marés que teremos nos próximos anos. R – Além do mais, há um trabalho de continuidade a desenvolver nestes quatro anos. MA – Naturalmente. Há muito a fazer e este é o ciclo que vai dar continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos. A confiança da população manifestada nas urnas, a participação crescente dos cidadãos nos atos públicos, é também uma vitória da ação politica desenvolvida nos últimos quatro anos. O concelho está diferente, mobiliza-se, quer ser parte, quer ser mais e nós aceitamos o desafio.
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Dezenas de filmes e espetáculos no primeiro ano sob gestão cultural da Câmara
Cineteatro: o baluarte cultural de Vila Praia de Âncora
Desde que a Câmara assumiu a gestão cultural do Cineteatro, em janeiro deste ano, além de espetáculos diversificados e de outros eventos, o cinema passou a ser presença regular no cartaz, com pelo menos dois filmes por mês, sempre atuais, com as exibições a decorrerem em simultâneo com as dos cinemas de todo o país. Com a recuperação e reabertura do Cineteatro, o cinema regressou em força a Vila Praia de Âncora, sendo parte importante da dinâmica cultural da Vila, mas os espetáculos sucederam-se. A Cultura em Vila Praia de Âncora mudou e mudou para muito melhor.
Sucessos como o premiado “La La Land”, “Velocidade Furiosa”, “Piratas das Caraíbas – Homens Mortos não contam Histórias”, “Guardiões da Galáxia 2”, “A Bela e o Monstro” e muitos outros títulos do momento passaram pela tela do Cineteatro de Vila Praia de Âncora, sempre com a bilheteira a reverter a favor da corporação de Bombeiros, em pelo menos quatro sessões por mês.
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Pelo palco do Cineteatro passaram artistas notáveis como António Zambujo, Ricardo Carriço, Rodrigo Leão e muitos outros. Houve cinema e música, teatro e cerimónias várias, incluindo a tomada de posse do novo Executivo e da Assembleia Municipal. Em dezembro, mês do Natal e de férias para muitos, além do restante programa, a Câmara Municipal reforçou a oferta de cinema. Há quatro filmes excecionais para ver, e dois deles são sessões especiais de Natal, com entrada livre,
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Remember Queen Caminha vai entrar no novo ano ao som dos Queen: Nada menos. A música da famosa banda britânica de rock vai ouvir-se no Terreiro, num grande espetáculo de som e luz. Esta é também uma homenagem ao grupo e ao seu vocalista, o lendário Freddie Mercury, que inclui vídeos originais, figurinos que imortalizaram a banda e, claro, músicas de sempre. Serão recriados os grandes momentos artísticos e musicais, as coreografias e os sucessos, numa apresentação divertida, cheia de cor e alegria, como convém para dar as boas vindas a 2018. Piero Venery será Freddie Mercury. O italiano é um artista fantástico e oferece a melhor interpretação do mito de Freddie Mercury, sendo considerado o seu melhor duplo, não apenas pelas semelhanças em termos físicos, mas sobretudo pela performance, tom de voz e presença em palco. Quem já viu o espetáculo garante que a sensação é a de estar a assistir a um concerto ao vivo dos Queen. A banda original já vendeu mais de 300 milhões de discos em todo o mundo, tendo lançado 15 álbuns inéditos, várias coletâneas e trabalhos em vídeo. A melhor forma de a “rever” é estar por cá no dia 31 de dezembro, em Caminha, claro, onde o Norte passa o Ano.
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Destaques para 2018
Caminha é turismo, é qualidade de vida, é a certeza de uma oferta cultural e de lazer que não teme a rivalidade dos grandes centros. É Terra de património arquitetónico e natural, de desportos, de boa gastronomia, de gente hospitaleira e acolhedora, que gosta de bem receber. Para saber as datas ao certo e escolher os eventos que não quer mesmo perder, basta estar atento à Agenda Cultural e ao site e página de Facebook do Município. As datas podem variar um ou outro dia, em cada ano, mas há espaços a reservar desde já na sua agenda. Depois existem sempre novidades, que o vão surpreender. Numa breve ronda por alguns dos principais momentos, apresentamos imagens deste ano de 2017, a começar pela gastronomia, porque o ano começa com a LAMPREIA DO RIO MINHO – UM PRATO DE EXCELÊNCIA, cuja temporada costuma prolongar-se até ao mês de abril.
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Entretanto, normalmente em finais de fevereiro, realiza-se a CAMINHA DOCE e as calorias não vão fazer mal, porque nessa altura há folia nas ruas, com o CARNAVAL, que já é uma tradição em Caminha, sobretudo com o excecional CORTEJO NOTURNO e com o BAILE DO ASSALTO.
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Chegados à primavera será tempo de VILA PRAIA em FLOR e da grande festa mundial do desporto motorizado, o RALLY DE PORTUGAL.
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A temporada mais forte de eventos vai pelo verão fora, com destaque para o ENTRE MARGENS, VIAGENS À TERRA NOVA, ARTBEERFEST, FEIRA MEDIEVAL DE CAMINHA, FESTA DO MAR E DA SARDINHA, FESTIVAL DO ESPADARTE e o consagrado FESTIVAL DE VILAR DE MOUROS, que voltará a ter na EDP o grande parceiro para a edição 2018.
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Destaques para 2018
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Ainda no verão será tempo de subir à serra d’Arga, não apenas para caminhadas, para apreciar a natureza, ou para participar na famosa ROMARIA DE S. JOÃO D’ARGA (uma das muitas festas tradicionais do concelho), mas também para apreciar a ARTE NA LEIRA, uma exposição de arte moderna de caraterísticas únicas no país. E se vier até cá na primavera pode também ser surpreendido pelas filmagens da nova série da RTP, Verão M”, que vai ser exibida no verão. A maior parte das gravações terá Moledo como fundo.
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