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• Alimentação infantil: De pequenino…. Bons hábitos alimentares têm impacto em toda a vida • Descubra os benefícios dos sabonetes
from Infopharma nº1
by editorialmic
Alimentação infantil: De pequenino…. Bons hábitos alimentares têm impacto em toda a vida
A ALIMENTAÇÃO NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA É ESSENCIAL PARA UM ADEQUADO CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AINDA PARA A MODULAÇÃO INDIVIDUAL DO RISCO DE DOENÇAS CRÓNICAS NO ADULTO. CONHEÇA AS RECOMENDAÇÕES DA DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE SOBRE ESTE TEMA.
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Autor: Camila da Mota Neves, Medicina Geral e Familiar
ADireção-Geral da Saúde (DGS) lançou em outubro de 2019 o “Manual de Alimentação Saudável dos 0-6 anos” dirigido a profissionais de saúde e educadores, no sentido de uniformizar as recomendações relativamente à alimentação infantil.
A criação de bons hábitos alimentares e de um estilo de vida saudável desde cedo tendem a persistir até à idade adulta. A alimentação nos primeiros anos de vida é essencial para um adequado crescimento, desenvolvimento cognitivo e ainda para a modulação individual do risco de doenças crónicas no adulto.
De uma forma geral, o manual assenta na premissa de que a alimentação infantil deve basear-se na roda dos alimentos, em produtos não processados e isentos da adição de sal e açúcar.
É consensual que nos primeiros seis meses de vida o leite materno é o alimento ideal: previne infeções, obesidade e diabetes. Para além disso, está sempre pronto e à temperatura ideal, sendo económico e de fácil digestão. Para a mãe, a amamentação previne hemorragias no período pós-parto, reduz o risco de osteoporose, cancro da mama e cancro do ovário, ajudando ainda a recuperar o seu peso pré-gravidez. O recém-nascido deve iniciar a amamentação na primeira hora de vida mantendo-o em exclusivo e em livre demanda até ao mais próximo possível do 6º mês. A mãe deve adotar uma alimentação variada e equilibrada, sem evicção de qualquer alimento de modo a promover o treino do paladar do bebé.
Na impossibilidade do aleitamento materno devem ser utilizadas fórmulas infantis standard pelo menos até ao final do 1º ano. A fórmula infantil para lactente ou fórmula 1 pode ser mantida até aos 24-36 meses. Caso se opte por uma fórmula infantil de transição (fórmula 2) a partir do 6º mês, esta deve ser de baixo teor proteico. As fórmulas infantis especiais (anti-refluxo, etc) devem apenas ser utilizadas mediante indicação médica, e pelo mínimo de tempo possível.
A partir dos 6 meses recomenda-se a introdução progressiva de outros alimentos. A diversificação alimentar pode ocorrer entre os 4 meses e 1 semana e os 6 meses e 1 semana (idealmente o mais próximo dos 6 meses), mantendo o aleitamento materno. A diversificação alimentar deve ocorrer de igual forma num lactente com ou sem história familiar de atopia (alergia), não havendo indicação para atrasar ou proibir nenhum alimento. A introdução de cada grupo de alimentos pode ser feita sequencialmente, com intervalos de 2-3 dias. Pode iniciar-se pelo creme de legumes ou papa de cereais com glúten (desde os 4 meses, preferindo as sem açúcares adicionados). A proteína animal (carne ou peixe) não deve exceder as 30 g/dia, >
devendo oferecer-se carne quatro vezes e peixe tres vezes por semana. O ovo pode ser introduzido a partir dos 8-9 meses de idade, podendo ser oferecido inteiro até tres vezes por semana, em vez da carne ou do peixe. A partir dos sete meses os alimentos devem ser progressivamente menos moídos para estimular o treino da mastigação. O iogurte natural pode ser introduzido aos 8-9 meses, desde que se mantenha o leite materno ou a fórmula infantil como fontes lácteas principais. É proibida a oferta de sumos (naturais ou não) e deve ser estimulado o consumo de água. Deve ainda ser interdito da alimentação da criança no primeiro ano de vida o mel, alimentos processados (bolachas, enchidos, etc.) e a adição de sal ou açúcar aos alimentos. A partir dos 12 meses o lactente pode partilhar a dieta familiar, evitando fritos, doces, refrigerantes e outros alimentos processados, mantendo-se se possível o aleitamento materno/fórmula infantil de baixo teor proteico. Nesta fase é essencial a variedade/ qualidade e não tanto a quantidade.
Relativamente à suplementação é recomendada de forma universal a vitamina D desde o nascimento até pelo menos ao final do 1º ano de vida. Um outro ponto de destaque no manual é a referência à importância do exercício físico, logo desde o nascimento, promovendo o movimento e limitando o tempo sentado/parado. A família e a escola desempenham um papel fundamental na alimentação e na adoção de um estilo de vida saudável e, consequentemente, na promoção da saúde e na prevenção da doença. Este manual visa orientar todos os intervenientes para a criação de uma população mais saudável. •
PROPOSTA DE DIVERSIFICAÇÃO ALIMENTAR PARA UM LACTENTE SAUDÁVEL INDEPENDENTEMENTE DO RISCO DE ALERGIA
Leite Materno * Carne¤ Peixe¤ Açorda, farinha de pau Arroz, massa Alimentos não triturados “Comer com as mãos” (Finger-foods)
Dieta Familiar
Idade/meses
4 5 6 7 8 9 12
Creme de legumbres Fruta fresca Papas de cereais (con glútem#) Ovo Leguminosas Iogurte
* Na ausência deve ser utilizada uma Fórmula Infantil de baixo teor proteico. # A introdução do glútem deverá ocorrer depois dos 4 meses, em doses crescentes, e até aos 12 meses. ¤ Cerca de 30 g/dia de carne OU de peixe, devendo haver a oferta de carne 4x por semana e de peixe 3x por semana. Os 30 g poderão ser totalmente oferecidas na refeição do almoço ou fraccionadas entre esta e o jantar.
Fonte: DGS