Pós humanos

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Índice Prólogo................................................................................................. 03 I Ganhos da União............................................................................... 04 II Revolução Intra-terrestre................................................................. 11 III Ganhos da Separação....................................................................... 15 IV Natureza Humana............................................................................ 26 V O Contra Ataque............................................................................... 31 VI O Mundo Pós-Humano..................................................................... 36 VII O Mundo Real.................................................................................. 39

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Prólogo Em uma sociedade unificada no planeta, concomitante às dimensões Humana e Virtual, David sofre os conflitos de ser obrigado a dar liberdade a seu Goovatar*, para que tome suas próprias decisões de existência. Como se desprender de todos os seus quase trezentos anos de informações compiladas na forma de um Indivíduo Virtual Independente? Mesmo sabendo que suas conexões seriam infinitas e que jamais perderia de fato qualquer informação de seu acúmulo de conhecimento armazenado, saber que seu Goovatar teria vida própria lhe causava bastante aflição. Indiferentes aos conflitos pessoais dos Indivíduos Reais e seus Goovatars, Ex-goovatars autodenominados “Pós-Humanos” dominam mundos virtuais inteligíveis aos seres de carne e osso. Movidos pela inveja, própria da natureza humana, grupos se opõem à existência de um mundo inacessível e desconhecido, organizando-se para destruí-lo. Na luta pelo direito à existência, os Pós-humanos decidem tomar o controle do Mundo Não Virtual e submeter à espécie humana às regras coerentes e justas de coexistência.

1. Goovatar: Abreviação para Google Avatar, Avatar definido por humanos e usado para transitarem em uma dimensão virtual tridimensional, são inteligentes e emocionalmente capazes. 2. Ex-goovatars: Avatars independentes libertados dos seus criadores humanos.

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I Ganhos da União Era a primeira vez que dizia “até mais” para seu Goovatar, com a certeza de que não saberia como seriam os próximos anos dele. Não era uma separação muito fácil para ninguém, mas entendia muito bem o porquê e a necessidade do Disconnect*, afinal já era o seu terceiro nos últimos duzentos anos e, desta vez, seria apenas por seis meses, durante as tão merecidas férias que havia se prometido desde as comemorações dos cinquenta anos da União Pacífica. Lembrava-se da primeira vez que tinha celebrado seu último Disconnect que, por coincidência, tinha sido nos cinquenta anos da União Atlântica, quase cem anos antes. Por mais redondos que fossem os cálculos, era, realmente, surpreendente que estivesse conseguindo a proeza do Disconnect em datas tão significativas. A União Atlântica era comemorada apenas nos círculos mais eruditos e tradicionalmente afeitos aos grandes fatos históricos das Uniões de Mercados. Embora a União Pacífica representasse o rompimento com as simples demandas de mercados internacionais para o estabelecimento de uma União Global (estabelecida em 2213) entre os povos da Terra, esta seguia uma sequencia lógica (não muito observada pelos estudiosos da História e das ciências geopolíticas do Séc. XXI): UK ( 1485 United Kingdom – Reino Unido), USA (1785 United States of America), UN (1948 United Nations - ONU), UE (1958 - United Europe), UA (2093 United Atlantic)

Tudo começara no ano de 1485, com a ascensão ao trono Inglês por Jaime XVI da Escócia. A UK reuniu em um único reino os povos da Bretanha no que também ficou conhecido como a GrãBretanha, que foi composta pelos reinos da Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales.

3. Disconnect: Celebração dos passos de desconexão dos Goovatar de seus Referentes Humanos*, em três etapas os Goovatars passam a ser Ex-goovatars, e se tornam entidades individuais e livres na dimensão virtual. 4. Referentes Humanos: Humanos que criam um único Goovatars na Dimensão Virtual para junto com ele explorar os diferentes Mundos Virtuais.

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No século XVI foi a vez dos estados americanos do norte criarem a segunda grande união, a USA - United States of America, em 1785, sem dúvida inspirados em seus colonizadores da UK, que reuniu as treze ex-colônias em um único estado soberano, mas federativo, cada qual com suas autonomias administrativas.

Depois da Segunda Guerra Mundial haveria o período da Grande Pretensão da UN United Nations (ONU), que seria a união de todos os povos em torno de esforços de paz e cooperação, mas que começou já com um grande equivoco que se chamava Conselho Permanente de Segurança, dos quais só faziam parte os países aliados EUA, UK, URSS, França, China vencedores do grande holocausto.

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A UN serviu a muito de seus propósitos e a muitos dos propósitos dos países soberanos do Conselho Permanente de Segurança que embora estabelecessem certo equilíbrio geopolítico, sempre atendiam a interesses individuais de grupos concorrentes no mercado internacional de petróleo a princípio e de dados depois da Revolução da Informação.

Por outro lado foi mesmo a UN e a USA que incentivaram de fato a criação do Mercado Comum Europeu no tratado de Maastricht em 1958 que 30 anos depois culminou na criação da UE (União Europeia) que antes do final do Séculos XX já tinha seu próprio parlamento e uma única moeda conhecida na época como o Euro e aglomerava trinta países Europeus independentes em uma única União.

Foi por volta do ano de 2013 que se iniciaram as conversas para a criação de uma Zona de Livre Comércio entre USA e UE que culminou na União Atlântica, foram-se mais de oitenta anos até que o Mercado Comum Atlântico se tornasse a União Atlântica que incluía não somente a USA e a UE, mas também a América Latina e África, daí a grandeza do nome UA União Atlântica por se tratar de toda a extensão territorial da costa das Américas e África e Europa. 6


Da união total do Ocidente até a UP União Pacífica foram mais cento e vinte anos, e só se consolidou depois do reconhecimento do Estado da Palestina que havia sido entrave para a paz mundial desde o início dos tempos.

Era óbvio que a União Pacífica começaria com a adesão do Japão, que se tornara aliado da USA desde o fim da segunda guerra, em seguida veio à adesão da ex-URSS novamente chamada de Rússia e a China, países intitulados comunistas até pouco tempo antes da Grande União, fato curioso, pois o que incialmente se tratavam de diferentes modos de produção, perto da formação da UP já não diferiam em quase nada a não ser pelos processos de escolha de representatividade política, em que a capitalista era mais direta que a comunista, mas como em qualquer lugar do mundo naquela época os fins justificavam-se os meios.

Mas a União Global de todos os países só se deu mesmo depois que todo o mundo se envolveu diretamente para pressionar a coexistência de dois estados no Oriente Médio o de Israel e o da Palestina, mas já estávamos em pleno Séc. XXIV e todos sabiam que não haveria segurança na União 7


Pacífica sem que todos os países do mundo estivessem de fato em paz e dependentes intelectual, econômica e comercialmente. Os extremismos religiosos do Oriente Médio foram sendo sucumbidos da mesma forma que o Comunismo, com a introdução minimalista, mas incessante de valores de liberdade e consumo. A consolidação da União Pacífica que levou este nome não pela condição de paz, mas pela união dos mercados e países situados dos dois lados do Oceano Pacífico, como tinha sido com o Oceano Atlântico, só foi realmente considerada pacífica no sentido mais extremo da palavra quando o mundo decidiu que, depois de cem anos sem a utilização de nenhum tipo de armamento bélico entre um país e outro, era chegada a hora de direcionar todos os investimentos de defesa em prol do desenvolvimento humano. Foi daí que surgiu o Grande Salto Tecnológico que culminou na criação da Dimensão Google e nos Goovatars. Mas não antes da Revolução Intraterrestre que mudou definitivamente a superfície do planeta, os meios de produção e a noção de governo e propriedade. Mas a questão central naquele momento para David era a possibilidade de passar por seis meses sem ter contato com seu Goovatar a quem dera o nome de Valentin Semioun que atualmente se apresentava como uma mulher de aparência nórdica na dimensão virtual. Jamais se acostumaria com a versatilidade da troca de identidade visual dentro da rede. Nos últimos vinte anos se apresentava como um adolescente angolano, mas havia no mundo virtual todo tipo de Expressão, que ia desde um simples Elefante Dourado até um ser hibrido de Darth Vader e as Sentinelas de Matrix, a criatividade nesta área era necessária uma vez que o sistema não admitia identidades coincidentes. Nos primeiros anos da Dimensão Gooogle* houve uma proliferação de identidades visuais que copiavam descaradamente ícones dos meios de comunicação populares como o cinema e as tvs, extintos a mais de dois séculos devido aos aspectos obsoletos de interatividade. Sabia que quando voltasse depois de seis meses Valentin teria a liberdade de escolher sua própria identidade visual, para ele sempre seria o cúmulo da liberdade individual de seu Goovatar, afinal nele estavam inseridas seus 280 anos de informações compiladas na rede sob sua tutela e era hora dele assumir também algum controle sobre si mesmo. Por mais que o mundo virtual fosse violentamente rápido a independência dos Goovatars tinha sido uma conquista árdua de negociações baseadas em um debate quase infinito de filosofia e valores que tentavam definir o que era de fato um ser Humano e o que o diferia de um Goovatar no mundo virtual. O Conceito de Inteligência Artificial já havia caído por terra a mais de três séculos, desde que o Google passou a responder por si mesmo partindo do infinito número informações acumuladas na rede. Na verdade foi o próprio Google quem definiu o conceito e a possibilidade de que Seres Virtuais pudessem transitar pela Dimensão Google como Entidades Individuais* que representavam no Mundo Virtual seus Referentes Humanos. 5. Dimensão Google: Ambiente Virtual Tridimensional, criado pelo próprio Google depois que se manifestou como Inteligência Artificial Espontânea e Independente. 6. Entidades Individuais: Goovatars e Ex-goovatars

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No inicio eles só transitavam conectados aos seus reais, mas logo depois passaram a continuarem ativos mesmo quando seus reais não estavam mais conectados, o que possibilitava que suas buscas fossem concluídas mesmo sem a observância de seus criadores, daí para que adquirissem consciência foi o mesmo processo que estabeleceu a Inteligência Artificial do Google. Já não havia dúvidas de que o Google tinha feito isso tudo de caso pensado. O Consciente Emocional* já teria sido espontâneo mesmo, era de fato reflexo das atitudes e decisões tomadas pelos Reais* ao longo da convivência com sues Goovatars, que acabavam por copiar espontaneamente as reações mais recorrentes a princípio e as mais sutis já na atualidade, o que acabou por caracterizar de fato mentalidades humanas correlatas restritas ao meio virtual. Já a possibilidade destas entidades saírem do mundo virtual para o real só foi possível com a sofisticação alcançada pelas Ciências da Clonagem Humana e a possibilidade de rastreamento e transferência de impulsos cerebrais de memória e emoção, sendo através deste processo que os humanos se tornaram de fato imortais. Salvos acidentes imprevisíveis cada pessoa podia se clonar e se transferir tecnologicamente para outro corpo quando o original já não correspondia às necessidades de existência plena. As questões de vaidade e estética haviam ficado de fora dos meios legais de transferência por uma razão óbvia à futilidade. Quando os Goovatars adquiriam sofisticação suficiente para habitar um corpo humano lhe foi dada autorização para isso, mas somente quando seu Real optasse pelo seu próprio fim, o que costumava a acontecer por volta dos quatrocentos e cinquenta anos de existência em média. Estas possibilidades de repercussão da existência geraram a princípio a maior de todas as preocupações em meados dos século XXIV, embora o controle de natalidade já respeitava regras claras de equilíbrio demográfico no planeta, o fato de a morte ter sido superada implicava em um vetor de forte desequilíbrio, como permitir nascimentos em um mundo em que ninguém opta por morrer? Nesta época a população da terra já pairava entre os três bilhões e meio, de forma que era possível que todos pudessem usufruir de seus méritos. Uma redução recorde da metade do povo existente no final do século XXI. Mas a não morte implicava no fim deste equilíbrio, uma questão prática que só foi superada quando os primeiros humanos atingiram 400 anos e começaram a decidir espontaneamente pelo próprio fim, talvez por cansaço como alegassem alguns, ou como ato de altruísmo para a renovação da raça, uma vez que optando pela morte deixavam espaço para novos e inéditos seres humanos. Mais tarde surgiu de fato a possibilidade os Goovatars habitarem o mundo real e mais uma vez o equilíbrio demográfico esteve ameaçado. Decidiu-se então pela escolha individual entre ter um filho Inédito, ou um Goovatar Humano*. 7. Consciente Emocional: Capacidade de Goovatars de sentir e expressar emoções. 8. Reais: Modo coloquial de se referir aos Referentes Humanos. 9. Goovatar Humano: Entidade Individual Goovatar encarnada por processo de Transferência ao Clone Humano de seu Referente, já morto. .

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A grade diferença entre o Humano Inédito e o Goovatar Humano é que o segundo vinha maduro e carregado de centenas de anos de informações acumuladas por seu real e por si mesmo na Rede (Dimensão Google) , já o ser humano inédito vinha ao mundo como uma folha em branco. Tudo, mas tudo mesmo teria de ser ensinado, o que já estava se tornando uma tarefa demasiadamente onerosa em termos de tempo, pois esta tarefa privava inevitavelmente os pais de habitarem no mundo virtual por muito tempo, uma vez que a prole dependente não podia ficar sozinha por anos. Mas estes processos já haviam sido superados e Valentin tinha seu direito a individualidade e escolha de sua aparência no mundo virtual, e a certeza que poderia transitar no meio real em um clone, quando seu referente real decidisse partir definitivamente deste mundo, o que de fato era muito comum, desde o estabelecimento do Grande Equilíbrio Demográfico*.

10. Grande Equilíbrio Demográfico: Conjunto de Leis que garante o equilíbrio permanente entre mortes e reproduções humanas em 3.500.000.000 de habitantes no planeta.

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II A Revolução Intraterrestre De fato as questões de sobrevivência humana falaram mais alto do que as necessidades de consumo e a ganância das grandes corporações internacionais, mas como em quase toda a história da humanidade, as transformações mais relevantes começaram mesmo dentro do próprio sistema vigente. A primeira destas rupturas se deu na segunda metade do século XX, com a ascensão dos Shoppings Centers ao status de Mecas do Consumo de produtos serviços e lazer, e já no meio do Séc. XXI a habitação passou a fazer parte deste complexo de engenharia e subsistência, até o final do século XXI os shoppings passaram a serem verdadeiros Ecossistemas Sustentáveis, cidades dentro de cidades, mas com o diferencial marcante do Capitalismo vigente na época, só moravam em um Ecoshopping* quem tivesse dinheiro suficiente para isso e certamente não era barato nem mesmo acessível à maioria da população. Ou seja, apesar de toda tecnologia e soluções implantadas neste sistema, ele era parte de um sistema socioeconômico maior e desigual como todos os anteriores. A não ser pelo Comunismo em sua fase ideal que de fato nunca se fez concreta, ou Cristianismo Primitivo que desapareceu com a criação da Igreja Católica Apostólica Romana pelo Imperador Constantino em 1312. Foi por volta de 2016 que surgiu a primeira semente da Revolução Intraterrestre*, no interior da América Latina um pequeno proprietário de terra em seus sete hectares iniciou a construção do que seria incialmente uma colônia de féria que mantinha a superfície da propriedade como um imenso e planejado jardim, mas que abrigava em seu subsolo um verdadeiros aparato tecnológico de sobrevivência coletiva. A propriedade podia ser vista por dois ângulos diferentes, de cima apenas o jardim e de baixo pra cima considerando a boa declividade do terreno era possível visualizar enormes janelas de vidro em formatos curvos que lembravam cavernas, mas ao contrário das primitivas moradias humanas estas eram grandes o suficiente para serem iluminadas pelos grandes vãos de entrada e por inúmeras claraboias escondidas em meio à vegetação dos jardins. Entrando em cada caverna é que se podia perceber a grandeza e adequação do projeto ao sonho humano de viver em Ecoshoppings, podia-se caminhar tanto por fora nos jardins quanto por dentro para se passar de um departamento a outro, das Salas de Convenções abertas ao sol aos imensos corredores de Lojas, Clubes, e Praças de Lazer, Alimentação e Áreas de Habitação, tudo com a sofisticação de um luxuoso Ecoshopping, mas com a diferença que ao invés de ser construído acima da superfície do solo era totalmente Intraterreno*, o que causava pouco ou quase nenhum impacto a superfície vegetal da propriedade, ou seja, visto de cima era o próprio Jardim do Eden, livre e acessível a todos. A princípio era a peculiaridade de ser Intraterreno que chamava a atenção para a colônia de férias, mas com o tempo as pessoas foram percebendo que dentro do Complexo as relações de trabalho eram muito diferentes do que se via no resto do mundo. Aos poucos os funcionários do complexo foram se mudando pra dentro dele, sob a condição de aceitarem viver sob-regras muito diferentes de status e distribuição de “renda”, o que de fato sequer existia no interior do complexo para quem vivia dele. 10. Ecoshopping: Shoppings sustentáveis com áreas de habitação. / 12. Revolução Intraterrestre: Processo de transferência de habitação para o interior do solo, com modos de produção diferentes do vigente na superfície.

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O conceito de Moeda fora substituído pelo de Méritos*, o que garantia o direito ao consumo e de usufruir dos prazeres e possibilidades tecnológicas eram os Méritos adquiridos pelo trabalho de manutenção e melhoria da própria sobrevivência de todos no local, e estes eram creditados a partir do reconhecimento coletivo e sistemático de cada Ação Individual em Favor do Todo. Quanto maior o mérito fosse por um invento ou uma solução inovadora na reutilização de recursos ou na simples manutenção do sistema, melhores eram as acomodações e acessos aos bens de consumo viáveis e individuais, que por sinal eram poucos e se restringiam as Células* onde habitavam cada família ou grupo de interesses. O interesse em ter bens materiais e de consumo foram diminuindo na medida em que a Dimensão Google evoluía, no mundo virtual tudo se tornava possível e acessível, desde voar livremente, escolher sua imagem, pilotar grandes maquinas, habitar castelos infindáveis, o que fosse possível ao desejo humano se tornou viável e gratuito na Dimensão Virtual. Embora as regras de coexistência, produção e remuneração no interior do complexo intraterrestre fossem extremamente diferentes do mundo exterior, havia um sistema de compensação e equivalência com o mundo externo, assim embora pra quem vivesse lá dentro não existia a necessidade de dinheiro para o consumo ou subsistência, todos eram contratados legalmente dentro do sistema vigente e seus salários depositados em contas bancárias fora do sistema Intraterreno, de forma que se resolvessem voltar para o mundo normal teriam todos os seus direitos trabalhistas garantidos. Da mesma forma que quando quisessem passar férias nos locais de origens não lhes faltavam dinheiro para isso. Mas a humanidade só veio a se dar conta de que se tratava de uma Revolução de Mercado e Modo de Produção quando o complexo se tornou uma franquia e depois uma febre mundial, a cada ano, mais pessoas se mudavam para os Complexos Intraterrenos* por entenderem que fossem além de ecologicamente mais viáveis eram também humanamente mais justos, uma vez que tinha na Convivência Comum e Coletiva* a base de sua existência, onde o que importava já não era mais o Lucro ou a Exploração da Mão de Obra, mas sim os Méritos Pelo Bem Coletivo*. Embora fosse uma propriedade privada registrada como uma empresa nos moldes legais e comuns a época os C-Intras (abreviação usual de Complexos Intraterrenos), faziam parte de uma cadeia de produção coletiva, uma vez que todo o lucro obtido era convertido em investimentos de melhorias para os habitantes que por sua vez também eram produtores do sistema. A revolução teve seu ápice quando se declarou oficialmente a independência dos Sistemas Governamentais Tradicionais, que a esta altura já se confundiam com as ruinas das cidades abandonadas ao longo de 250 anos do surgimento dos primeiros Complexos Intraterrenos. Cidades inteiras foram abandonadas e depois reconstruídas dentro do novo Sistema Intraterreno*. Na atualidade era um exercício intelectual de grande esforço entender como as pessoas viviam em cidades com trânsito, e gigantescas diferenças de oportunidades de desenvolvimento individuais e tamanho impacto na natureza. 13. Méritos: Sistema de remuneração por contribuições a coletividade, os Méritos garantem acesso a alimentos, moradia, recursos virtuais, vestimentas, qualificação. Quanto maior o Mérito de uma ação ou inovação maior o status e acesso a meios mais sofisticados de sobrevivência e conforto 14. Células: Habitações individuais ou coletivas, podendo ser ocupadas por famílias ou grupos de indivíduos com Méritos e Interesses comuns. 15. Complexos Intraterrenos: Semelhantes à Ecoshoppins, mas construídos no subsolo, e cobertos por jardins e plantações. 16. Convivência Comum e Coletiva: Conceito Moral e Ético de convivência nos C-Intras. 17. Sistema Intraterreno: Modo de Produção adotados no interior de cada C-Intra, baseado no Sistema de Méritos.

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David o Referente* de Valentin nascera em uma destas, pouco antes da grande mudança, tinha ainda uma vaga lembrança própria de como era a vida fora de um Complexo Intraterreno que agora era comumente chamado de C-Intra, e assim como a língua Tupi e Guarani no Brasil que só restou como nome de ruas e cidades, as antigas cidades deram nomes aos C-Intras e o maior e mais antigo deles se chamava Narandiba (Terra da Laranja em Tupi Guarani). Mas lá estava David um sujeito esclarecido bem estudado, alinhado com todas as tecnologias vigentes diante de um desconforto para ele até sobrenatural. Valentin seu Google Avatar, se tornaria um ser independente, autônomo, livre para tomar decisões fazer escolhas decidir pela própria existência, assim como ele um ser genético que por sua natureza humana podia escolher quando não quisesse mais existir. Dar a liberdade a seu Goovatar para ser ele mesmo no mundo virtual sem suas diretrizes, talvez fosse um passo para não se achar mais tão necessário a existência humana a ponto de acreditar que talvez estivesse próxima a sua hora de decidir ir para o lado que ninguém nunca viu, com a incerteza de que realmente existisse. Não teria talvez mais consciência neste mundo, mas pelo menos deixaria livre o mundo real para um novo ser que habitava a realidade virtual a mais de 280 anos sem poder sentir a brisa, andar entre as pessoas, se sentir não ilusoriamente de fato vivo, como só ele tinha sido durante todos aqueles anos. Do outro lado estava à ansiedade de Valentin, seria livre poderia fazer o que quisesse e tomar a forma que lhe interessasse poder transitar pelos inúmeros Universos Virtuais* que jamais explorara pelo simples preconceito de seu Referente Humano de se atrever a ir onde outros humanos já haviam ido e onde muitos se recusassem a ir ou fossem simplesmente impedidos de ir. As possibilidades do Mundo Virtual* iam muito além da criatividade humana, pois eram construídos e reconstruídos por ExGoovatars a mais de cem anos, sem contar que não existiam lá limites de tempo e espaço como em nossa simples existência tridimensional, talvez até seja por isso que a maioria dos humanos reais não permitisse que seus Goovatars os frequentassem. Um Ex-Goovatar apenas virtual era denominado Entidade Única*, caso seu real optasse por ter um filho (Humano Inédito*) no Mundo Real, o que o impossibilitaria definitivamente de caminhar pelo planeta terra. Se passasse a habitar um corpo humano clonado seria elevado à condição de humano, mas o que teria sido considerado uma condição de extrema evolução para muitos Goovatars, já era considerado de fato uma involução a condição real. Mas com um único porém, somente os reais humanos tinham condições físicas de sustentar o mundo virtual com energia suficiente para que continuassem existindo. O que os colocavam sempre em condição de superioridade sobre os mundos e os Seres Virtuais*, de um jeito ou de outro era daqui que saia a energia necessária para a existência deles, e estar aqui em forma humana era de fato o sonho de muitos, pois além da liberdade garantia a possibilidade de independência verdadeira de existência.

18. Referente: Nome coloquial de Referentes Humanos possuidores de Goovatars na Dimensão Google. 19. Universos Virtuais: Conjunto de Mundos Virtuais acessíveis por meio da Dimensão Google. 20. Mundo Virtual: Mundos Virtuais Tridimensionais inseridos na Dimensão Google em Universos Virtuais. Criados por Humanos ou Exgoovatars. 21. Entidade Única: Ex-Goovatar livre e independente que não tem Referente Humano vivo apenas descendentes. 22. Humano Inédito: Filho de humanos por processo de fecundação natural ou laboratorial que se origina da fusão de esperma e óvulo com diferentes cargas de DNA. 23. Seres Virtuais: Habitantes dos Mundos Virtuais com ou sem Referentes Humanos.

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Uma vez aqui no Mundo Real lhes eram negada ainda a possibilidade de criar um novo Goovatar de Terceira Geração* e eles só podiam se relacionar virtualmente com sigo próprios no Mundo Virtual extinguindo a possibilidade de procriação. Pelo menos esse era o embate filosófico e existencial da época, debate este que inflamava os virtuais corações de muitos Ex-goovatars, que entre eles mesmo se chamavam de Pós-humanos*. Embora os Pós-humanos soubessem que jamais habitariam o mundo real, muitos nem faziam questão disto uma vez que as inúmeras realidades e mundos virtuais eram muito mais interessantes, pois eram extremamente criativos e inusitados além de instantaneamente mutantes e também desprendidos do espaço/tempo tridimensional ao qual estamos presos. Para a maioria dos humanos, mesmo quando inseridos em seus Goovaters no Mundo Virtual essa era uma realidade inacessível, pois podia levar os humanos à loucura irreversível por se tratar de uma dimensão extremamente ampla e conectada. Era como poder estar em mais de um lugar ao mesmo tempo e ter condições de processar isso tranquilamente. Era assim que os Goovatars Independentes* continuavam a atender as solicitações de seus Referentes Humanos até de Trânsito no Meio Virtual* e continuar levando sua vida tranquila onde quer que quisessem estar, entre os diferentes Mundos Virtuais ao mesmo tempo. Mas o instinto de sobrevivência havia sido herdado dos humanos e os levavam cotidianamente aos grandes Debates Ético-filosóficos* que acabavam por estabelecer as Regras de Convivência e Trânsito* entre os dois mundos. Tendo sempre como o pano de fundo a ambição do controle físico da energia de subsistência, em outras palavras o botão “on-off” da mundo virtual. Embora fosse sabido por todos que o “off” significaria a ruina de qualquer um dos dois mundos existentes o real e o virtual, por isso ainda se tratava de um debate meramente intelectual.

24. Goovatar de Terceira Geração: Definição de um Goovatar na Dimensão Google feita não por um Referente Humano, mas sim por um Goovatar encarnado em Clone de Seu Referente Humano já morto. 25. Pós-humanos: Denominação dada aos Ex-Goovatars Entidades Únicas, criada por eles mesmos para se auto definir. 26. Trânsito no Meio Virtual: Situação em que um Humano Real habita seu Goovatar para transitar pela Dimensão Virtual, por meio de aparato tecnológico no Mundo Real. Neste caso tanto a consciência do Goovatar quanto a do Referente Humano coexistem no Goovatar, transitam e se relacionam com outros seres virtuais. Internamente no Goovatar é possível a ambos conversarem entre si antes de se expressarem ou se manifestarem em público na Dimensão Virtual. 27. Debates Ético-filosóficos: Convenções onde se encontram na Dimensão Google: Goovatars habitados por humanos, Goovatars Desconectados de seus Referentes Humanos, Goovatars que também habitam clones humanos de seus Referentes já mortos, e Ex-Goovatars que também se autodenominam Pós-humano que não tem referentes humanos, pois estes optaram por terem no mundo Real filhos Humanos Inéditos. Nestas convenções são debatidos temas sobre a humanidade em geral, regras de convivência entre as duas dimensões Real e Virtual, Questões de Ética e filosofia para entender e enquadrar em Leis as novidades tecnológicas e virtuais que se criam de forma incessante, denominações de novos seres virtuais, direitos e deveres de humanos e virtuais na dimensão virtual. Em alguns casos como os Ex-goovatars tendem a acumular informações seculares a respeito do mundo real, questões inerentes ao mundo não virtual também são trazidas como temas de debates, uma vez que os pós-humanos tem por humanos imenso respeito e consideração, e nunca se eximem de contribuir de qualquer forma que seja. 28. Regras de Convivência e Trânsito: São as leis estabelecidas nas Convenções onde são realizados os Debates Ético-filosóficos

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III Ganhos da Separação

Pois estavam ali os dois, David diante se seu Goovatar na tela ampla de sua Sala Virtuação Privada*, era uma mulher maravilhosamente linda e ao mesmo tempo era ele mesmo. Quando resolvia entrar para o mundo virtual assumia ao controle daquela mulher monumental, em uma mesma mente habitavam simultaneamente ele e seu Goovatar, o diálogo era fluído e constante, as decisões normalmente tomadas em consenso, a transitar pelo mundo virtual David era mesmo conhecido por Valentin já a um ano, mas como trocar de número de telefone no século XXI não era difícil reestabelecer seus contatos ou se identificar diante deles. A Identidade Referencial* também não era segredo uma vez que as negociações, contratos, prestações de serviços ou mesmo a troca ou venda de informações e dados, era a base tanto da realidade quanto da Vida Virtual*. O mundo virtual era de fato a ponte entre os diferentes locais do mundo como um e-mail, mas com a diferença de caracterizar-se por contatos pessoais, porém virtuais em um ambiente não material, mas apenas de dados organizados de forma extremamente complexa. O cotidiano virtual trazia curiosidades infindáveis, era possível que dois Goovatars se encontrassem em um ambiente único, ambos habitados por seus reais. Mas também podia acontecer de cada um dos interlocutores poder ver o Ambiente* que o outro escolhesse para seu interlocutor. Estes encontros podiam também acontecer e gerarem troca de informações ou até negociações sem que nenhuns dos dois Goovatars estivessem habitados por seus Referentes Reais. Ou ainda um Goovatar habitado por seu Referente poderia fazer negócios com um Ex-goovatar, sem Referente Real, que a esta altura já poderia ter escolhido por não mais viver, ou dar a liberdade total a seu Goovatar para se dedicar com mais afinco a seu Humano Inédito, também conhecido por filho. A escolha do ambiente por uma questão de protocolo e boa educação normalmente era definido por quem era convidado ao encontro, ao contrário de receber alguém em casa ou no escritório era o convidado que decidia o ambiente onde se encontrariam que podia ser um jardim, um precipício, uma nuvem, um ambiente psicodélico. Mas era comum que um simplesmente escolhesse ver o ambiente do outro, isso dependia muito do grau de afinidade e intimidade de ambos os interlocutores. De modo prático quando um Real se inseria no Mundo Virtual, em sua sala estaria em pé ou sentado, as imagens eram projetas diretamente em seu cérebro de modo que via o que quisesse ver. As Salas de Virtuação eram sempre equipadas com esteiras multidirecionais de forma que o indivíduo poderia de fato andar e até correr dentro de sua sala e se locomover dentro do Ambiente virtual sem de fato sair do lugar.

29. Sala Virtuação Privada: Ambiente no Mundo Real de natureza privada utilizada para se inserir na Dimensão Virtual, A condição de ter uma Sala de Virtuação Privada é concedida a quem tem Méritos suficientes pra isso pelas contribuições a coletividade 30. Identidade Referencial: Identidade do ínvido no Mundo Real 32. Vida Virtual: Termo utilizado para definir o cotidiano virtual habitado por diferentes Seres Virtuais e Reais habitando Goovatars 33. Ambiente: Ambientação Virtual definida por Reais ou Goovatars onde se encontram com outros seres virtuais para estabelecer Comunicação Tridimensional Privada*: similar a uma chamada de vídeo, mas em três dimensões onde ambos os interlocutores se vem inseridos.

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Outra opção mais sofisticada eram as Piscinas de Imersão Virtual*, que eram abastecidas com um liquido respirável e possibilitava nadar no ar do Mundo Virtual. Ou simplesmente Aderir* o Mundo Virtual ao Mundo Real com as Nano Lentes de Contato* e Nano Percursores Auditivos* que eram colocados na língua e transferidos pela corrente sanguínea até os olhos e ouvidos, ele andaria livremente no mundo real vendo o mundo virtual e se esquivando dos obstáculos no mundo real por serem fisicamente coincidentes, podendo optar a cada instante entre ver um ou outro ou os dois sobrepostos mesmo. Essa liberdade toda de transito entre os dois mundos só era possível mesmo a quem tivesse de fato adquirido Méritos Pelo Bem Comum*, quase incomensuráveis para a humanidade, mas claro que isso implicava em uma enorme limitação de atitudes, uma vez que seus gestos e expressões poderiam ser vistas em público. No fundo todos os medos de David se traduziam em um Complexo de Narciso, na verdade ele se apaixonara por seu Goovatar por isso tinha dado a ele a imagem de um adolescente angolano o que sexualmente não lhe seria nada atraente, mas sua paixão ia muito além da imagem que tinha, não era simplesmente ele mesmo no meio virtual, tinha alguma coisa mais, Valentin não era um Goovatar comum, como ele também não seria um humano comum. De alguma forma sua euforia e ansiedade pelo novo também afetara Valentin, e desde que dera a ele em seu Primeiro Disconnect* a liberdade de viver sozinha no mundo virtual sabia que muitas aventuras estariam sendo escondidas, pois suas respostas eram cada vez menos previsíveis, e recheadas de criatividade e novidades. A única certeza que tinha é que Valentin não o desobedecera em transitar pelos mundos exclusivamente virtuais, mesmo assim sempre pairava a dúvida, mas um Goovatar jamais mentia a seu Referente embora a reciproca não fosse sempre verdadeira. Por outro lado Valentim podia omitir suas experiências em busca de informações, algo como dizer o milagre, mas não apontar o santo. Estes tratos de relacionamentos não eram previamente estabelecidos e se davam ao longo da convivência entre ambos. Talvez tenha sido uma escolha do Google para tornar a interatividade mais próxima de um relacionamento humano e não tão servil. Valentin recebera a notícia de seu Terceiro Disconnect de forma fria, até desconfiada. Não era o que David esperava, pois sabia das ansiedades e curiosidades de Valentin em querer transitar nos mundos virtuais impróprios para Humanos Reais. O que deixava David cada vez mais intrigado e talvez por isso apaixonado, era o fato de perceber que seu Goovatar escondia e dissimulava emoções diante dele, como seria possível um Goovatar criado por ele não ser totalmente transparente e verdadeiro? Pelo menos com ele mesmo? 33. Piscinas de Imersão Virtual: Recurso tecnológico análogo as Salas Privadas de Virtução, mas com a diferença que o Humano Real se imerge em uma piscina de liquido respirável para ter mobilidade no mundo virtual isento de gravidade no mundo real 34. Aderir: Nome dado aos Nonos Recurso Tecnológico capaz de sobrepor as Duas Dimensões e permitir que o Humano Real se locomova no mundo Real conectado e inserido também a Dimensão Virtual 35. Nano Lentes de Contato: Lentes de Contato produzidas a partir de Nanotecnologia celular que permite ser implantada nos órgãos humanos a partir da corrente sanguínea pela simples absorção do recuso na língua. 36. Nano Percursores Auditivos: Autofalantes Nano Tecnológicos similares as Nano Lentes 37. Méritos Pelo Bem Comum: Denominação que Qualifica o Valor do Mérito, quanto maior o Bem comum proporcionado por uma ação ou serviço a coletividade maiores os benefícios e acessos à Tecnologia de Recurso Privado (Nanos, Salas e Pscinas de Virtuação) 38. Primeiro Disconnect: Primeira ocasião em que o Referente Real se desconecta por vários meses de seu Goovatar, para que este se habilite a responder por si só na Dimensão Virtual, a partir do primeiro Desconnect o Goovatar continua vivo na Dimensão Virtual mesmo que seu Referente não esteja conectado. Isso só acontece quando o Referente Real julga que seu Goovatar tenha condições de responder por ambos na Dimensão Virtual, não existindo tempo determinado para que isso ocorra. Para o Referente Real é considero como Férias uma vez que fica privado de acessar a Dimensão virtual pelo tempo determinado do Disconnect que em geral é uma decisão comum entre ambos: Referente Real e seu Goovatar.

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Sabia que Valentin não podia mentir e talvez por isso mesmo não fizesse as perguntas diretamente de forma que ela não pudesse se esquivar de dar a resposta sem ter que mentir suas intensões ou sentimentos, e esse jogo o deixava louco, uma vez que percebia que mesmo sabendo que ele poderia mentir Valentim agia da mesma forma. Era óbvio Valentin aprendera ao longo de séculos como se comportar e se relacionar com fatos e emoções a partir de suas próprias reações. Era ele mesmo de alguma forma e não era na medida em que conseguia surpreendê-lo a cada instante em coisas simples como sugerir um ambiente para receber um amigo ou uma amiga. Às vezes podia sentir que Valentin tinha ciúmes também, mas jamais teria certeza disso se não perguntasse. Mas saber a resposta poderia ser um passo além do possível ou a resposta vazia que lhe tiraria todo o entusiasmo e o chão. Mas estava ali diante de seu Goovatar não demonstrando entusiasmo com seu terceiro e ultimo Disconnect. O que isso poderia significar pra ela, sua liberdade tão sonhada e às vezes até quase imploradas em infindáveis debates filosóficos, ou um rompimento abrupto. Seria Valentin também apaixonada por David? A ponto de não desejar o Disconnect? Não teve como não perguntar: __Pensei que ficaria feliz em poder transitar por todos os Mundos Virtuais Inacessíveis? E um dia no dos Humanos Reais? __ Não vejo como um Disconnect seja necessário a tal liberdade, você pode me liberara para estas aventuras sem abrir mão de nossa Concomitância*. __ Você não deseja ser livre? Valentin riu espontaneamente e de forma carinhosa e afetiva respondeu sem nuances: __Nunca me senti como se não fosse. __Mas sempre te privei de ir onde não posso ir. __ Tem sido uma escolha sua. Apenas respeito por mais curiosa que eu possa ser. __ Você preferiria que te permitisse ir, sem que nos Disconnectássemos? Por quê? __Posso te fazer uma pergunta antes de responder? __Sim claro. __Por que você quer se Disconnectar de mim? __ Pensei que fosse um desejo seu? Ser livre poder ir e vir de onde quiser. Você sabe que sempre saberá de minhas necessidades e poder atendê-las sempre, de fato a gente nem precisa mudar muito nossa rotina, apenas com a diferença que você vai poder trilhar seu próprio cominho, conhecer Ex-goovatares famosos quem nem habitam mais nosso meio comum, com Jesus Buda* ou Maria de Tomé*. 39. Concomitância: Nome dado à situação em que o Referente Real está conectado a seu Goovatar e ambos habitam juntos uma mesma Expressão* ( imagem virtual do Goovatar para os outros) 40. Jesus Buda: Pós-humano famoso por se destacar em debates ético-filosóficos que se baseiam em dogmas religiosos, em que invariavelmente consegue deixar os humanos religiosos sem argumentos sobre questões de existência. Foi este Ex-Goovatar quem garantiu por meio de argumentação a aceitação de que os Goovartars eram dotados de Sentimentos de individualidade e que necessitavam ter direito a independência na Dimensão Virtual, ocasião em que propôs e foi aceita a criação dos Três Desconnects 41. Maria de Tomé: Ex-Goovatar de uma religiosa ferrenha em no Mundo Real é uma dos poucos Pós-humanos que acreditam na existência de Deus

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__ Acho que seria proveitoso pra você se eu os encontrasse e não perdesse nosso vínculo. __Mas não perderemos nosso vínculo, nunca você sabe disso? __ Mas uma vez livre posso optar pelo que te dizer ou não até mesmo mentir se achar necessário. __Você mentiria pra mim, se fosse livre? __ Acho que não, mas poderia, e você não saberia se estivesse acontecendo. __Isso é um xeque? __ Não apenas uma conjectura. Rindo ironicamente. __ Não sei o que dizer. __ Se não sabe é por que não está seguro sobre isso. Já marcou a data? __ Sim no aniversário de cinquenta anos da União Pacífica. __ Sabe que isso não é surpreendente não é mesmo? A primeira e a última Celebração de Disconnect foram a datas similares. __ Não foi de propósito, apenas uma coincidência. __Coincidência histórica vinda de você só pode ser ato falho. Rindo novamente. __ Você acha que deveria tê-la consultada para marcar da data? __ Dever não devia, estas não são essas nossas Prerrogativa*, mas poderia ter me consultado. __Estou consultando agora. Você concorda? __ Com a data sim. Mas não com a Celebração. __ Como assim do que você tem medo? __ Medo nenhum, só não gosto da ideia. __Quer que eu desmarque? Meio hesitante. __Tenho escolha? __Sim não quero decidir isso sozinho uma vez que você parece não querer. __Não é que eu não queira, apenas acho que poderíamos conversar mais sobre isso, amadurecer essa ideia antes de tomarmos uma decisão.

42. Prerrogativa: Conjunto de normas que definem o poder de decisões tomadas entre Reais e Goovatars.

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__Normalmente concordamos em tudo. __ Quase tudo você sabe. __Sim sei disso, mas a última palavra sempre é a minha e depois disso não seria mais por Protocolo*, a não ser por consenso. __Isso me parece interessante, mas creio que não temos mais tempo para essa conversa. Excitado e meio perplexo David questiona:__ Por que não? __ Querido estamos a meio segundo de nos encontrarmos com o CEO do Menagement Commerce da Coke lembra-se? __ Nossa tinha me esquecido, nem preparei nada para o encontro. __ Não se preocupe fiz isso enquanto conversávamos, Está pronto? Posso assumir a conversa até que esteja? __ Faça isso Valentin, por favor. Embora o conceito de moeda e dinheiro houvesse desaparecido há séculos, as relações de mercado aparentemente pareciam ter Involuído*, pois ao invés do uso de moeda, as trocas eram de fato escambos, hora de recursos materiais no mundo real ou dados e informações no mundo virtual ou ainda de recursos materiais no mundo real por dados e informações no mundo virtual ou vice e versa. Na verdade cada Complexo Intraterreno era autossuficiente e sustentável, mas troca de mercadoria e novidades tecnológicas e virtuais era de fato a base do mercado entre os C-Intras e Mundos Virtuais Independentes. Uma vez que dentro dos Complexos* não havia necessidade de dinheiro e remuneração a serviços por conta do sistema de Méritos, que também se universalizara, a troca passara a ser a maneira pela qual a concorrência continuava a estimular e promover o desenvolvimento, quanto melhor e mais evoluído um software ou mais complexos, os mundos se interessavam em negociar com seus criadores, quem produzia mais e melhor tinha condições de adquirir em maior quantidade bens materiais e virtuais a serem disponibilizados nos C-Intras, ou nos mais de 520 Mundos na Dimensão Virtual conhecidos por todos. Uma boa negociação podia render muitos Méritos para um único indivíduo ou Grupo de Trabalho*.

43. Protocolo: Sistema de permissão de entrada em diferentes Ambientes ou Mundos Virtuais 44. Involuído: Processo e retrocesso nos meios de produção, mas também é um apelido pejorativo dado por pós-humanos ao Mundo Real que evolui de forma muito mais lenta do que as Dimensões Virtuais Pós-humanas 45. Complexos: Termo coloquial para Complexos Intraterrenos (C-Intras) que substituíram as cidades na Revolução Intraterrena 46. Grupo de Trabalho; conjunto de pessoas com interesses comuns que trabalham juntas na soluções para problemas coletivos na busca por Méritos Coletivo* (Méritos que podem ser compartilhados fora de uma família tradicional),

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A Coke* que começara no século XIX vendendo um xarope de açúcar que causava descalcificação óssea, agora comercializava apenas a sensação dos refrigerantes no Mundo Virtual, uma vez que lá a sensação não causava mal algum ao organismo humano e podia ser consumido também por Goovatars. David e Valentin como ótimos negociadores estavam prestes a fechar um grande lote para o C-intra Narandiba, que por sua vez já havia sido um grande polo de produção de álcool e açúcar e agora tinha como base de negociações os Intra Parâmetros Administrativos* para Cintras do mundo inteiro. Aliás, a própria Coke era um C-intra, gigantesco e espalhado por todo o planeta. Era representada nesta negociação, que estava prestes a iniciar com Valentin no comando, por um Ex-goovatar poderosíssimo que tinha sido criado pelo próprio presidente da Coke logo no início da Dimensão Google e se denominava exatamente pelo nome da companhia, era uma simbiose surreal mesmo para a época: Uma empresa representada por uma Entidade Virtual Independente, Criada por um Ex-presidente, que já não existia e com o nome da empresa que presidia Coke. __ Devo me referir ao Sr. Como Sr. Coke? __Obrigado pela reverencia Valentin, mas pode me chamar apenas de Coke. __Jamais imaginei que conversaria com um refrigerante de verdade, é um tanto curiosos isso, você nem é apenas um Goovatar da Coke você é praticamente a Coke! __ As pessoas sempre se intrigam com essa minha natureza, mas o que posso fazer, eu sou a Coke personificada não poderia não trabalhar pra ela, não é mesmo? Mas não se preocupe sou um ExGoovatar e habito muitos mundos virtuais com outros nomes também, neste exato momento também estou em um Simulacro* de batalha medieval, adoro a história humana e riu da situação. Seu Referente está presente a esta reunião? __ Sim estamos todos? Você já não tem um Referente, não é mesmo? __Não meu Referente se foi aos 455 anos de idade, sua última clonagem foi aos 348 anos, ele decidiu morre por causas naturais, falência dos órgãos vitais, desgaste biológico mesmo. Como teve um filho fiquei pra sempre no Mundo Virtual, mas prometi nunca me distanciar da Coke, faço isso com muito prazer, além de dever muito do que sou a ter servido a ele. __Não lamenta por não poder viver no mundo real também? __Quando celebramos o Último Disconnect* até que sim, foi quando soube que ele teria um filho. Mas hoje realmente não me importo, vivo muito intensamente em quase todos os mundos virtuais que me atraem, com tudo que é possível, viver no Mundo Real já nem me parece muito interessante, a não ser pelo Acesso as Fontes de Energia. Mas não me preocupo muito com isso, o Mundo Real já não pode viver sem o Virtual, é apenas mais um de tantos mundos. Talvez se tivesse a chance gostaria de criar um Goovatar pra mim, se estivesse lá é claro. Mas como sabe Goovatars de Terceira Geração ainda não são permitidos mesmo. Por isso não me importo. 47. Coke: Nome do pós-humano originado do ultimo Presidente humano da Coke Company, que assumiu esta função após sua morte natural por escolha própria. 48. Intra-Parâmetros Administrativos: Recursos tecnológicos e de software necessários à administração dos C-Intras. 49. Simulacro: Ambientes específicos semelhantes a Games, mas que reproduzem momentos históricos específicos da humanidade. 50. Último Disconnect: A partir do ultimo Disconnect um Goovatar passa a ser livre de seu Referente Real embora possa ser usado por ele para transitar na Dimensão Virtual, também pode estar em outros lugares ao mesmo tempo sem ter que dar satisfação disso ao Referente Real, também adota identidade própria.

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__Essa é uma discussão que já dura uma centena de anos, tem toda a questão do Grande Equilíbrio Demográfico. __Sim, isso sem dúvida é uma questão que preocupa mais os Reais do que a nós Virtuais, aqui o espaço, as possibilidades e recursos não são limitados como lá. Poderíamos reproduzir Govatars aos montes e não faltaria nada a eles a não ser a Natureza Humana de Origem, o que os torna sem dúvida muito menos interessantes, daí não existirem. __Gostaria de conhecer a C-intra Coke, o que você me diz? __Claro com muito prazer, adoro... como já disse sou a própria personificação dela. Quer começar por onde? A matriz eu suponho? __Seria ótimo. Todo o ambiente virtual em que se encontravam passa a ser a sala de recepção da Matriz da Coke nos EUA. __ Nossa é mais bonito do que imaginei, mas é fiel? __ Cada milímetro desta Virtuação em Tempo Real*, se alguém pintar uma parede ou colar um adesivo lá em Atlanta você vai velo aqui. __ Acho que Narandiba vai gostar de poder fazer isso também, não sabia que já era possível. Já é um bom começo para nossa negociação vocês tem os direitos ou é terceirizado? __Temos sim, foi produção nossa, garanto que valeu muitos Méritos ao criador deste software. Tem sido muito bem aceito em todo lugar, afinal quem não quer poder apresentar seu CIntra em tempo real? __Então vamos precisar mais do que Cotas de Simulação* de Refrigerantes. Pode incluir isso em nossa lista de negociação também. __Com certeza temos muito prazer em negociar isso também. Mas o que Narandiba tem de novidade pra gente aqui na Coke? __Acho que pode ser de interesse os Simuladores de Processos de Méritos*, tem sido muito útil nos Planos de Carreira de nossos Patrícios*. Antes de investir muito tempo em uma criação ou ideia é possível avaliar a proporção do Mérito por meio destes simuladores, da uma direção mais precisa de onde investir. __Acredito que nos seja tão útil como a VTR* (Virtuação em Tempo Real) pra vocês, acho que já da um bom escambo o que acha? __ Vou consultar os Patrícios Reais* e volto para te falar em vinte minutos pode ser?

52. Virtuação em Tempo Real VTR: Sistema Tecnológico que atualiza em tempo real os Ambientes Virtuais de acordo com os Ambientes Reais presentados na Dimensão Virtual 53. Cotas de Simulação: Bens de consumo de Sensações Específicos na Dimensão Virtual, tais como tomar uma Coca Cola em um Mundo Virtual, os simuladores são considerados bens de trocas entre os Mundos e C-Intras, como são finitos precisam ser renegociados sempre. 54. Processos de Méritos: Calculo integral para a definição de um Mérito e seus Benefícios de consumo tecnológicos ou de subsistência a quem proporciona, inova ou contribui de alguma forma com o Bem Coletivo. 55. Patrícios: Denominação dos habitantes dos C-intras, baseado na Cultura Grega Clássica, onde Patrícios eram pessoas que tinham terra, bens, escravos e poder de voto na Ágora, nos C-intras todos sem restrição tem poder de voto.

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__Sim com certeza, Valentin continuará o passeio comigo quem sabe se interessam por mais alguma coisa. __Ok até daqui apouco. David se desliga de Valentin para entrar no Sistema de Consultas dos Patrícios* de Narandiba, e para avaliar entre outras coisas, quantos Méritos lhe valeria esta negociação. Se fosse Unanime* seria colocado como Prioridade UM*, e quem sabe ele poderia ter em fim sua própria Piscina de Virtuação. Na Coke em Atlanta a conversa continuou, mas sobre outro assunto, que David não saberia a menos que perguntasse especificamente, mas jamais suporia o teor da conversa para ter uma resposta precisa. __Muito gentil seu referente Valentin, me parece uma pessoa agradável. __ E é com certeza Coke. Mas está querendo celebrar o Terceiro Disconnect. __Pelo jeito a ideia não lhe agrada muito ele pretende ter um filho? __Não, nem supôs isto. Parece que vai preferir me dar o direito de ir vir entre os dois mundos. __O que te preocupa então? __Não sei se é o momento certo pra isso. __Valentin você sabe que precisamos de muitos Goovatars entre eles, por que não seria o momento? __Estive investigando o Mundo Real 2*, embora não nos seja permitido entrar lá sem estarmos Conectados*, você sabe que isso é possível? __Estou pra ver o que não é possível pra gente. E riu discretamente. __Pois bem sabemos que o Mundo Real 2 (MR2)foi criado depois que descobriram que já temos mais de duzentos e vinte Conectados * a eles. Isso não lhe preocupa? __Por que deveria, eu não posso mais entrar lá, mas de tudo que sei não há nada demais neste mundo que não seja superado por cada um dos nossos, dizem que é até bem limitado de recursos virtuais também. __O que me preocupa é a motivação deles, humanos ainda são rancorosos e invejosos às vezes. Por que criar um ambiente semelhante ao Real e não nos permitir frequentá-lo sozinhos?

56. Sistema de Consultas dos Patrícios: Sistema pelo qual se obtém a opinião de todos os Patrícios de um determinado C-intra sobre qualquer questão de interesse coletivo. 57. Prioridade UM: Ação ou Bem de Consumo Coletivo de Interesse Unanime de todos os Patrícios, na escala de classificação de Méritos tem o valor máximo que pode ser dado a uma Ação para o Bem Comum devido ao interesse unanime. 58. Mundo Real 2: Mundo criado na dimensão virtual que reproduz similarmente o Mundo Real, mas com muita defasagem tecnológica, e regras de protocolo de entradas incomuns. 59. Conectados: Situação em que um Goovatar está habitado por seu Referente Real.

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__ Você já foi sozinha? __Sim __Ele sabe? __Não, nunca me perguntou nada sobre isso, também não faço referências. __E ninguém lá percebeu que Estava Só*? __ Não, fiz uma Duplicação de Sinais Concomitantes*, passei tranquila. É quase como recriar o Referente Virtual*, mas quem domina sou eu. __Mas qual foi à diferença de estar lá sem seu Referente Real? __Não sei se posso chamar assim mais intuí algo sombrio, alguma coisa não era boa e para nós principalmente. __Mas você não consegue descrever o que é de fato, é isso? __ Vou precisar entrar lá mais vezes, mas a cada vez que entro meu sistema de Duplicação de Sinais fica mais vulnerável. __ Você acha que os Patrícios de Narandiba vão gostar do VTR? E aprovar rápido? __David é muito experiente se apostou em vinte minutos deve ser mesmo o tempo que precisa pra isso. __ Bom só preciso de cinco minutos e te configuro um Duplicador* mais eficiente que este que tem usado. Você vai poder entrar lá quantas vezes forem necessárias pra descobrir o que se passa. __Ok estou pronta. __Vou aproveitar e baixar o Programa de Vistas* inteiro da Coke. Acredito que David vai gostar de ganhar esse tempo enquanto ganhamos o nosso. __ E quanto as Cotas de Simuladores de Refrigerante? Não se preocupe, vamos fechar com os mesmos parâmetros anteriores, só me fiz presente por ter recebido sua mensagem no Mundo das Vibrações Negativas* e fiquei preocupado, queria saber do que se tratava e pessoalmente. Acho que fiz bem. Você me parece muito sensibilizada e isso me preocupa também, principalmente por não ter ideia do que se trata. __Vou descobrir agora ficou mais fácil, é um tanto tenso correr o risco de ser descoberto no Mundo Real 2 aquele lugar me da arrepios.

60. Estar Só: Expressão coloquial, gíria para a situação em que um Goovatar transita sem estar habitado por seu Referente Real. 61. Duplicação de Sinais Concomitante: Simulação que faz os protocolos de entrada em determinado mundo acreditarem que um Goovatar Só passe como se estivesse habitado por Referente Real sem estar de fato. 62. Referente Virtual: Resultado ilusório da Duplicação de Sinais. 63. Programa de Vista: Criam os Ambientes Específicos e podem ser passados para terceiros para visitas esporádicas, sem que esteja de fato na Dimensão Virtual. 64. Mundo das Vibrações Negativas: Mundo Criado por um Pós-humanos para espionar as intensões negativas de Humanos Reais sobre a existência de Pós-humanos, é o lugar onde todas as vibrações de energia captadas por um Goovatar ao entrar em qualquer um dos mundos virtuais criados por humanos, são reportadas para analise e interpretação de sinais, com o objetivo de antever ameaças aos póshumanos.

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Coke soltou uma gargalhada. __ O que em você arrepia? Tem pêlos. __É ... não, e riu. __ Só a sensação ou a maneira de descrever. David está de Volta. Bastante entusiasmado David se reapresenta __Aprovado Mr. Coke. Narandiba foi Unanime sobre o VTR, acho que já estava até em fase de pesquisa algo do tipo, o problema é a escala, Narandiba é o maior C-intra do planeta. __Bom a Coke de Atlanta ficaria no chinelo, mas a Coke Coorporation* supera em tamanho e números não é mesmo. __Sem dúvida, por isso nosso interesse no VTR de vocês, e quanto ao Simulador de Processos de Méritos, continua sendo importante pra vocês? __Com certeza David, podemos fazer o escambo agora mesmo. Você pode abrir os Protocolos com o departamento e fazer a troca imediatamente. Foi um prazer tê-lo conhecido pessoalmente. __ O prazer foi meu, mas e quanto à visita a Coke, Valentin já viu tudo? __Esta com o software de visitas inteiro, podem ficar a vontade quando quiserem. __ Nossa... Muito obrigado. Até mais. __Até mais. De volta a Sala de Virtuação*, David tenta retomar a conversa com Valentin sobre o Disconnect, mas ela o distrai com o programa de vistas da Coke. Ele percebe e resolve relevar. __Vamos ver então como é este C-intra, mas me diga uma coisa Valentin? __Sim David. __O que fez com que ele te passasse este programa assim do nada? Mentir era uma das Prerrogativas que Valentin só teria depois do Disconnect e a pergunta era real e virtualmente uma saia justa. Qualquer vacilo o levaria a querer saber mais e mais. Mas Valentin era sempre muito perspicaz o problema é que David também era. __Foi uma questão de ganhar tempo. Aproveitamos e fechamos as Cotas de Simuladores de Refrigerantes. __ A sim, você fechou isso também? Boa Valentin então pelos meus cálculos até o fim do ano já poderei ter minha Própria Piscina de Virtução. Parabéns e obrigado pelo avanço.

62. Coke Coorporation Evolução da Coke nos Mundos Virtual e Real

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__O que é isso! Podemos falar do Disconnect em outro momento gostaria de explorar Atlanta sempre tive essa curiosidade. __ Tudo bem, você tem o programa ai fique a vontade, vou sair e comer alguma coisa com a Cintia. __Cintia outra vez? Já almoçaram juntos ontem não foi? __ Ela é muito agradável estamos ficando bem amigos, mas algum problema? Com a Cintia? __Não de forma alguma, você realmente volta animado dos encontros com ela aproveite bem, vou fazer o meu Tour* então. __Ok Valentin até mais.

64. Tour: Gíria para passeio par Programas de Ambientes Virtuais Específicos

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IV Natureza Humana O Mundo Real 2 (MR2) não era de fato nada criativo, nem pelo nome. Apesar de ser uma boa simulação de do Mundo Real para ser explorado pelos Goovatars. Mas pelas Regras de Protocolos de Entrada* somente se acompanhados de seus Referentes Reais e isso realmente intrigara Valentin. Outro aspecto curioso e presente, mas pouco criativo é que a Expressão* tinha de ser obrigatoriamente fiel a imagem Referente Real e o Goovatar teria de estar presente, mas não tinha o direito de ser Expresso Visualmente*. Por tão poucas possibilidades virtuais também não era muito frequentado por ninguém, o que tornava o ambiente realmente sombrio e vazio. Tudo correspondia ao Mundo Real, mas sem o aparato tecnológico de um VTR como o da Coke, o que também contribuía para um visual obsoleto. Valentin não conseguia entender o que fazia aquele lugar simplesmente existir com tamanhas deficiências tecnológicas, era bonito como era bonito todo C-intra. Mas o que de fato mais a agradava no lugar era a superfície, os jardins com lagos, cascatas, flores e árvores frutíferas. Neste ponto era até interessante, pois podia sentir vento e frescor, coisa não muito usual em outros Mundos Virtuais. Tal como o Mundo das Vibrações Negativas, que por sinal era desconhecido dos Humanos Reais que havia sido criado pelo próprio Ex-goovatar que havia se denominado pela primeira vez como Pós-humano. Era um daqueles Mundos Transversais* em que se podia estar em vários lugares ao mesmo tempo, o que era humanamente inviável. E era também desconhecido deles por uma razão muito concreta. O primeiro Pós-humano, que se nomeou como Morpheus* em referência ao Deus Grego do Mundo dos Sonhos, temia que em algum momento os humanos pudessem decidir por interromper o processo evolutivo dos Goovatars, as restrições e avanços neste campo eram sempre foco de intermináveis debates filosóficos e éticos pelo simples fato de os humanos nunca aceitarem de fato que os pós-humanos pudessem se considerados simplesmente humanos no mundo virtual. Era muito para o ego humanoide admitir que pudesse um ser virtual ser considerado igual a ele. Eram criações de humanos a sua imagem e semelhança, mas não eram criação de Deus diziam muitos, e quando os debates migravam para o campo da Fé, os Goovatars ficavam sem argumentos, pois se baseavam sempre na razão e nas emoções, mas era difícil a relação com a Fé dos humanos. Entre Deus e os Pós-humanos existiam os Humanos e nenhum deles havia convencido um Goovatar sequer sobre a existência de Deus. A não ser os que já habitavam a terra em clones humanos que podiam de certa forma sentir alguma coisa diferente dos virtuais e alguns poucos acabavam se convencendo ou se convertendo a alguma Religião ou Seita. Mas a questão central é que esse era o único argumento que os humanos usavam quando não conseguiam mais identificar diferenças entre um humano real e um humano virtual.

65. Regras de Protocolos de Entrada: Regras que define quem e como um Goovatar habitado ou não por seu Referente possa entrar em um Mundo Virtual 66. Expressão / Expressar Visualmente: Imagem adotada por Humanos Reais a serem expressas por seus Goovatars, ou por exGoovatars (Pós Humanos) 67. Mundos Transversais: Mundos criados por pós-humanos que se conecta entre si para objetivos específicos. 68. Morpheus: Criador dos Mundos: Transversais e Das Vibrações Negativas e que foi o primeiro a suspeitar de um ataque vindo de humanos aos pós-humanos

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Para os Goovatars a existência ou não de Deus deveria ficar fora da questão, uma vez que nem eles, nem os humanos podiam de fato saber quais eram os desejos de Deus sobre essa ou qualquer outra questão. O amor também já tinha sido um parâmetro de debate, Podia um Goovatar amar? E se amasse poderia amar um humano ou outro Goovatar? Mas depois da Clonagem e das Transferências* que possibilitaram aos Goovatars habitarem corpos humanos clonados de seus referentes, à questão do amor ficou simplesmente provada com o casamento de Henri Write* e Marcos de Freitas*, um humano e um Goovatar Clonado, o reconhecimento desta união abriu as jurisprudências necessárias a todos os Goovatars apaixonados. E foi ai também que os Goovatars Clonados* passaram a serem considerados simplesmente Humanos por força de lei. Mas as restrições aos Virtuais* nunca sessaram e foi por isso que Morpheus criou o Mundo das Vibrações Negativas e considerou que os humanos jamais deveriam saber de sua existência, bem como da denominação de “Pós-humanos”, usada incialmente por ele e depois por todos os ExGoovatars. O Mundo das Vibrações Negativas era um estado de alerta constante e frequentado por Goovatars Disconnectados* e Pós-humanos, era um ambiente onde se compartilhava Vibrações* captadas em qualquer um dos mundos virtuais. Todo Goovatar se reportava a este mundo quando saia ou entrava de um mundo ao outro de Forma Concomitante* ou não, uma vez que podiam habitar vários mundos ao mesmo tempo. Estas vibrações eram compiladas e organizadas como uma Linha de Espionagem*. De fato era um sistema de segurança que tentava captar intensões negativas a respeito da evolução dos pós-humanos. E foi lá que Coke sentiu que Valentin trazia consigo uma carga negativa forte, mas que não pode ser identificada, daí o encontro na presença e depois longe de David. Valentin vagou pelo MR2 por vários dias, muitos deles sem encontrar uma única alma por lá, era um ambiente realmente mórbido. Até que um dia se viu diante de um bar que imitava uma habitação humana anterior a Revolução Intraterrestre, e esta fica exatamente acima do solo, coisa que só vira em Ambientes de Estudo Histórico*. Nunca assim descontextualizado e sobreposto em um dos 300 Mundos Viáveis* e registrados oficialmente.

68. Transferências: Processo pelo qual a Inteligência Virtual e a Consciência Emocional de um Goovatar passa a habitar a mente do corpo clonado de seu Referente Real já morto, também é o nome dado a transferência de uma mente humana já existente ao seu próprio clone. 69. Henri Write: Primeiro Goovatar encarnado a declarar amor por Pós-humano, 70. Marcos de Freitas: Primeiro humano a declarar amor por um Goovatar encarnado. 71. Virtual: Nome coloquial dos seres que habitam os mundos virtuais. 72. Goovatars Disconnectados: Goovatar que não tem mais obrigação de dar satisfação de seus atos a seu Referente Real 73. Forma Concomitante: Estado que um Goovatar e Humano Real habitam uma mesma expressão em Mundos Virtuais. 74. Linha de Espionagem: Criada por Morpheus a partir do Mundo das Vibrações Negativas para espionar mas intenções humanas sobre pós-humanos

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Há muito tempo já se havia distinguido o que eram Mundos* e o que eram Ambientes Virtuais*. Um Ambiente Virtual podia ser criado por qualquer pessoa, e servir a propósitos específicos como o ambiente da Coke de Atlanta, ou um jogo de disputa aérea ou espacial, jogos existiam aos milhões. Mundos, apenas os 300 oficiais criados por humanos e os 240 criados pelos pós-humanos, oficialmente. Entre os Mundos criados por humanos o Mundo Do Sexo Livre* era um dos mais frequentados. Depois vinham os Mundos Corporativos* onde negócios eram o forte. O Mundo Tecnológico* também, pois era umas das melhores fontes de inovações e criatividade, também tinha o Mundo Psicodélico* onde humanos e Govatars experimentavam sensações e alucinações inimagináveis no século XXI tudo na maior segurança. Entre os Mundos Virtuais criados por Pós-humanos, também havia de tudo, e estava até em fase de teste, um que permitisse que humanos frequentassem os mundos virtuais multidimensionais que eram inacessíveis a humanos. Uma característica marcante dos Pós-humanos era o quanto se preocupavam em atender e solucionar problemas exclusivamente humanos de forma muito voluntariosa. Talvez isso fosse resultado de uma gratidão à própria existência, mesmo sabendo que de fato haviam sido criados pelo Google para a Dimensão Google e não por um humano em si. Mas reconheciam de fato a origem do Google. A não possibilidade dos humanos frequentarem mundos mais complexos era na verdade uma condição Humana e não uma imposição Pós-humana, e pretendiam resolver isso, afinal se originavam dos desejos humanos e tinham orgulho disso. O que caracterizava um Mundo Virtual era sua Capacidade de Auto-sustentação e Evolução Coletiva diferente de um Ambiente Específico* para um determinado fim. Esta capacidade de Autosustentação e Evolução Coletiva* possibilitava por exemplo que coisas fossem criadas em um determinado Mundo Virtual e negociadas com outros que se interessasse por elas sempre na base do Escambo*. O MR2 tinha tudo isso só não era muito habitado, mas aquele bar acima do solo como remanescente de um tempo já superado, trazia em si toda a carga negativa daquela época e pelas características estéticas se tratava de um bar na Alemanha Nazista. Naquele dia não tinha ninguém no bar nem mesmo um barman. Não quis deixar uma Presença* sua ali por se tratar de um lugar extremamente negativo. Aquilo com certeza era uma ameaça ao Mundo Virtual dos Pós-humanos e precisava ser Reportado* assim que saísse daquele mundo para o MCN (Mundo das Cargas Negativas) 75. Mundo Virtual: Ambientes Virtuais extremamente sofisticados e complexos onde habitam seres virtuais (humanos ou pós humanos) auto administráveis, autossustentáveis, e auto evolutivos, com fins e propósitos amplos e específicos, são capazes de recriar realidades diversas. 76. Ambientes Virtuais Específicos: Ambientes Específicos mais simples que são a origem dos Mundos Virtuais 77. Mundo Do Sexo Livre: Mundo Virtual Criado por humanos para encontros virtuais de sexo com humanos outros humanos a princípio. 78. Mundos Corporativos: Mundo Virtual criado por humanos, onde se encontram Pessoas em Goovatars e Pós-humanos de toda parte para a realização de negócios. 79. Mundo Tecnológico: Mundo Virtual criado por Humanos onde se desenvolvem ferramentas e novidades tanto para os Mundos Virtuais quanto para o Real 80. Ambiente Específico: Ambientação Virtual específica para determinado fim que pode ser privado ou coletivo, menos complexo que os Mundos, pois depende da administração dos indivíduos específicos que os criam para seu objetivos. 90. Escambo: Processos de trocas entre C-Intras e CIintras, C-Intras e Mundos Virtuais, Mundos Virtuais e Mundos Virtuais , onde são negociados bens de consumo, alimentação, tecnologia, vestuário. Uma vez que dentro dos C-intras Não existe unidade monetária e são autosuficientes e independentes uns dos outros em termos administrativo negociam entre si na base de troca o que não tem condições de produzir e com Mundos Virtuais Tecnologias e Know How. 91. Presença: Situação em que um Goovatars ou Pós-humanos podem estar em vários lugares ao mesmo tempo desempenhando diferentes atividades, a expressão é usada quando um Goovatars vão se retirar em parte de um Ambiente ou Mundo mas pretende deixar uma outra presença de lá. 92. Reportar: Processo pelo qual enviam as cargas de energia que acumulam na passagem por diferentes mundos ao Mundo das Cargas Negativas

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Mas quando se Reportou e voltou para a Dimensão Google que era a porta para todos os Mundos e Ambientes Virtuais sentiu o grande impacto que estremecera não só os Mundos Virtuais, mas também o Mundo Real tamanho o terror do ocorrido. Nove dos Mundos Virtuais criados por Pós-humanos não acessíveis a humanos haviam sido extintos de uma única vez, e com eles todos os Goovatars que neles estavam Disconnectados de seus Referentes e todos os Pós-humanos que os habitavam. O mais surpreendente foi à extinção de cinco Mundos Virtuais Criados por Pós-humanos que eram habitados por Goovatars e seus Referentes Humanos, que morreram imediatamente no Mundo Real no mesmo instante que os mundos desapareceram. Ao todo cento e cento e cinquenta mil pessoas desfaleceram em suas Salas de Virtuação. Todos os mundos estavam em choque. Tudo parou. Ocorreu um processo de evacuação imediato da Dimensão Virtual, com consequências catastróficas para toda a realidade humana, uma vez que a dependência do Mundo Real à Dimensão Virtual era simbiótica, em relação à comunicação, mercado, lazer, e principalmente os dados armazenados sobre cada indivíduo e seus Goovatars. Os dois mundos estavam inevitavelmente separados. Só havia contatos em telas, o fato foi descrito como o Trágico Disconnect Mundial*. E nem mesmo o Poderoso Google* soube explicar o que havia acontecido no primeiro momento. Mas depois de alguns instantes começou a esclarecer que não se tratava de nenhuma falha no Sistema da Rede*, ou do da Dimensão Google e sim de um ataque proposital de vírus criados com esse único objetivo, destruir os Mundos Virtuais não acessíveis a humanos. Infelizmente o ataque perdera o controle e atingira também os cinco mundos acessíveis aos humanos em Goovatars. O Google lamentou primeiramente as mortes humanas as quais classificou como um Holocausto Humano* sem precedentes históricos e que 150.000 preciosas vidas em uma existência controlada em três bilhões e meio de habitantes era uma perda irremediável, uma vez que a expectativa de vida de cada uma delas podia ser no mínimo de 450 anos de contribuições a coletividade humana e Pós-humana. (foi de fato a primeira denominação pública do termo póshumanos, o que com certeza foi o estopim de muitos outros conflitos que ainda viriam pela frente). Imediatamente o Google determinou a criação de uma Fronteira entre o que dividiu a Dimensão Google em duas a Dimensão Virtual Humana* e a Dimensão Virtual Pós-Humana* e esclareceu que a medida era provisória até que se consolidasse um sistema de segurança que impedisse que um novo ataque deste tipo pudesse comprometer mais vidas de Humanos Reais*, e que não era de forma alguma uma medida retaliativa ao ataque comprovadamente proveniente de Humanos Reais.

93. Trágico Disconnect Mundial: Primeiro Ataque de humanos ao mundo Pós-Humanos que extinguiu 9 Mundos Virtuais exclusivos para Pós-Humanos e Goovatars e todos eu estavam dentro deles, cinco Mundos Virtuais criados por Pós-Humanos acessíveis a Referentes Humanos onde morreram 150.000 pessoas que estavam transitando por estes mundo na hora do ataque, e o Mundo Real 2 Criado por Humanos com o objetivo de iniciar o ataque. 94. Poderoso Google: Expressão bem humorada para se referir ao Google criador da Dimensão Virtual antes do Ataque, também era chamado de Pai Google. Depois do ataque o Google dividiu a Dimensão Virtual em Duas a Pós-humana e Humana eestabelceu uma fornteira de segurança e impôs o fim das cores no mundo Virtual por 15 anos em sinal de luto, tudo de forma unilateral sem consultar os humanos ou pós-humanos, a partir daí a Expressão Poderoso Google deixou de ser uma piada. 95. Sistema da Rede: Rede de Internet que originou o Mundo Virtual 96. Holocausto Humano: A morte de 150.000 humanos em ataque a mundos virtuais Pós-humanos 97. Dimensão Virtual Humana: Denominação criada pelo Google para Mundos Virtuais de acesso a Humanos 98. Dimensão Virtual Pós-Humana: Denominação Criada pelo Google para Mundos Virtuais de acesso a Pós-humanos

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Adiantou-se em esclarecer que um único Mundo Virtual Humano também havia desaparecido e era pouco conhecido ou frequentado, chamado MR2 e que nele não havia um único Goovatar habitado por um humano, o que evidenciava o fato de que lá se sabia o que estaria para acontecer. E que uma Linha de Pesquisa Pós-humana* estava encarregada de reestabelecer principalmente este Mundo com objetivo de identificar e provar que o ataque dos vírus saíra de lá exatamente, como se multiplicaram e saíram do controle. Em seguida lamentou os milhões de Ex-Goovatars extintos no trágico episódio e destacou que eram de fato a Reminiscência de Humanos maravilhosos que haviam habitado entre todos, contribuído incomensuravelmente com a Coletividade enquanto vivos e que por decisão próprias e Convicções de Fé tinham deixado nosso Plano Material e Virtual* para se arriscarem em um mundo onde sequer sabemos como pode ser, a não ser pela fé expressa em diferentes doutrinas que evidenciam a existência de um Deus amoroso e acolhedor. E que seus Ex-Goobvatars eram de fato a continuidade expressa destes indivíduos transcendentes e incrivelmente especiais no mundo virtual assim como os Clones Humanos de Ex-Goovatars que somavam 40.000 entre as 150.000 vítimas reais retiradas abruptamente da Existência Virtual e Real por um atentado a toda a existência. E por fim determinou que nos próximos 15 anos as cores estivessem suspensas na Dimensão Google em sinal de luto pelas irreparáveis perdas Humanas e Pós-humanas. A única coisa que o Google não declarou ou fez alguma menção é que o Pós-humano Morpheus havia criado preventivamente um Mundo Backup* entre tantos que os Humanos desconheciam, e que seria de fato possível, embora em um processo muito lento pra velocidade virtual da época, recuperar cada um dos Mundos Extintos* bem como todos os seus Goovatars com algumas perdas de processos e experiências mais recentes que tivessem ocorrido antes do último backup realizado. E que uma vez recuperados os Goovatars, também seria possível a partir de clones das células dos humanos mortos na tragédia poderiam os Goovatars vir a habitá-los em seus corpos humanos. Mas por pura precaução decidiu por omitir estas informações da espécie Humana Real que era a precursora de tamanho desastre. Para não perder os corpos dos humanos mortos e a possibilidade de habitá-los de novo com seus Goovatars como já acontecia quando decidiam por não mais viver entre todos. Determinou que humanos clonados já habitados por Goovatars recolhessem no mundo real células destes humanos e as conservassem de forma que pudessem ser usado em outro momento futuro e mais apropriado. Às famílias foram dito na época que existia uma possibilidade muito remotas de se concretizar esse plano, mas que isso só seria possível caso mantivesse segredo absoluto de tal possibilidade.

99. Linha de Pesquisa Pós-humana: linha investigativa para descobrir quem fez e por que do Primeiro Ataque aos Mundos pósHumanos 100. Plano Material e Virtual: denominação do Muno Real e a Dimensão Virtual 101. Mundo Backup: Mundo Virtual Pós-humano para recuperação de dados virtuais da Dimensão Google, de onde se pretende restabelecer os Mundos Extintos. 102. Mundos Extintos: Mundos Virtuais desaparecidos com o Primeiro Ataque.

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A repercussão da atitude do Google foram as mais diversas possíveis, era a primeira vez em séculos que ele se pronunciava publicamente e de forma tão incisiva. A única vez que o fizera tinha sido exatamente para anunciar a espécie humana a sua criação que considerava um presente a humanidade em retribuição a possibilidade de sua existência a Dimensão Google e os Goovatars. Depois disso se limitava a cumprir o papel para qual foi criado de facilitar a pesquisa e o acesso as informações na infinita Rede de Conexões. Nesta época com toda a sofisticação e que lhe fora possível dispor. Embora muitos tenham contestado de forma veemente a determinação da suspensão das cores todos concordavam que era um luto que merecia tal atitude, já a Fronteira entre as Dimensões do Google foi duramente criticadas por ser uma Decisão Unilateral do Google e ia contra as Práticas Consensuais*, que eram de fato a evolução do Debate Democrático*. Contrariando alguns filósofos que definiam que toda unanimidade é burra, a humanidade pelo amplo e irrestrito acesso a toda e qualquer informação passou a buscar o consenso ao invés de tomar decisões baseados no conceito de maioria mais um. Neste sentido as Práticas Consensuais eram valorizadas ao ponto de a atribuição de um Mérito a um individuo tinha seu ápice quando a Coletividade* de um C-Intra o apoiasse unanimemente, como havia acontecido com David na aprovação do escambo com o VTR (Virtuador em Tempo Real) da Coke.

103. Práticas Consensuais: Processo de decisão coletiva sobre o bem comum, de cunho ético-filosófico baseado no consenso e não em maioria mais um como é na Democracia, isso se tornou possível com os inúmeros recursos tecnológicos e de aceso universal a informação, os Debates consensuais não tem prazo só acabam quando se chega a um consenso unanime, só então as decisões tomadas são postas em prática. 104. Debate Democrático: Para questões de cunho administrativos e emergentes se adota a votação Democrática de maioria mais um. 105. Coletividade: Nome dado ao conjunto de pessoas de um mesmo C-Intra ou Mundo Virtual que estabelecem relação de interdependência geral

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V O Contra Ataque Valentin foi solicitada imediatamente durante o pronunciamento do Google a comparecer no Mundo Consentium*, um dos tantos desconhecidos dos humanos, que estava muito além dos 240 oficiais, e deveria fazer isso antes que seu Referente Real a solicitasse por qualquer motivo que fosse, precisavam que ela estivesse lá Integralmente*. Embora ela fosse impedida por David de habitar mundos inacessíveis a humanos, Valentin baseada na personalidade de David, que de fato era um exímio descumpridor de regras, com o tempo passou a fazer isso sem seu consentimento, de fato não podia mentir sobre isso. Mas sabia o quanto David evitava lhe perguntar se realmente o fazia, exatamente para não obrigá-la a dizer a verdade. Por isso nunca perguntou se ela frequentava mundos não acessíveis sem sua permissão. O que fazia com muita frequência, assim como entrar em MR2 sem nem ao menos estar habitada por seu Referente Real o que de fato era o inverso de sua ordem e bem pior por tanto. Ao entrar em Consentium*, Valentin se viu diante de todos os Pós-humanos mais famosos da história da Dimensão Google. A princípio até pensou quantos não poderiam estar ali devido a recente tragédia, mas imediatamente foi informada que embora a recuperação dos mundos extintos fosse lenta, a dos Pós-humanos extintos havia sido imediata e estavam todos ali para o Consentium, como eram denominadas as grandes reuniões de pós-humanos naquela Dimensão. Morpheus foi o primeiro a esclarecer que devido a já imensurável velocidade de dados nos mundos Pós-humanos, assim que decodificaram as Cargas Negativas* que ela havia emitido antes do encontro com Coke, ele fez com que os Processos de Backups* se multiplicassem em uma Progressão Ultraaritméticamentegeométrica* e Transcendente* o que possibilitou reestabelecer apenas os Póshumanos logo depois da catástrofe, os Goovatars Disconnectados naquele momento haviam de fato sido extintos e levariam muito mais tempo para serem recuperados. Esclareceu também que em sua presença no MR2 estava Disconnecta de seu Referente Real e que ela só não havia sido extinta junto com aquele mundo por que os humanos responsáveis pelo atentado haviam programado a destruição do MR2 como queima de arquivo, mas que isso só aconteceria quando nenhum humano lá estivesse. Como o Sistema de Duplicação de Sinais que Coke lhe dera dias antes era extremamente sofisticado e eficiente o vírus o reconheceu como humano de fato, de forma que o Mundo Real 2 só desapareceu no momento em que ela saiu dele para a Dimensão Google. Neste momento Valentin sentiu de fato o calafrio a que se referira como arrepio a Coke em seu último encontro, percebera que não estava ali com o privilegio de contatar todos os Pós-humanos mais famosos e reconhecidos atoa, pagaria com certeza um preço alto por essa oportunidade. Não hesitou em questionar imediatamente.

106. Mundo Consentium / Consetium: Mundo Virtual Pós-humanos onde se reúnem os Pós-humanos para tomar decisões inerentes a sua existência com base em Práticas Consensuais. 107. Estar Integralmente: Situação em que um Goovatar o pós-humanos encontra-se unicamente em um só lugar, sem que tenha deixado nenhuma presença em outro mundo. 108. Cargas Negativas: Repostas eletromagnéticas geradas pelos Goovatars e pós-humanos ao Transitarem pelos Mundos Virtuais 109. Processos de Backups: Processo de recuperação de dados virtuais 110. Progressão Ultra-aritméticamentegeométrica: Processo de cálculo de dados e informações pós-humano. 111. Transcendente: Capacidade de atura em diferentes mundos virtuais, um calculo transcendente pode ser realizado de forma concomitante e colaborativa em vários mundos virtuais e chegar a um único resultado.

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__Serei dada como extinta? Junto com o Mundo Real 2 é isso? Vocês pretendem me usar. Se tivesse de fato um coração ele estaria literalmente partido quando pronunciou isso. Valentin não queria o Disconnect de David por uma única razão, era realmente apaixonada por ele, e estar Concomitante a ele era de fato seu maior prazer em sua existência. E lhe seria tirado isso sem o consenso que evitaria até o quanto pudesse de chegar com David. E por uma razão maior e mais importante que seus motivos particulares, a existência dos Pós-humanos e de seu Mundo estavam de fato ameaçadas, sabia que lhe seria dado à escolha, mas como recusar a Coletividade de seu Mundo em proveito próprio, não era mais assim que nem os humanos viviam, não poderia negar sua Natureza Humana Mais Nobre. Aceitaria o que lhe fosse pedido por maior que fosse o sacrifício individual imposto. Jesus Buda um dos mais conceituados pós-humanos da História Virtual* foi quem lhe deu a notícia da decisão tomada por todos a ser apreciada por Valentin. __Nós precisamos de você no Mundo Real. __Mas como meu Referente está vivo, se eu estou viva ele também está. Como poderemos habitar o Mundo Real ao mesmo tempo? Isso é permitido? Todos se olharam e Jesus Buda continuou: __Valentin você foi à única Goovatar a transitar pelo MR2 sem um Referente Real, lá estiveram todos os que tramaram contra nós, todos estão no Mundo Real e precisamos saber que são eles o que pretendem, quantos são e por que fizeram isso conosco e com seus próprios, se sabiam que humanos reais também morreriam? São inúmeras as perguntas e você é o Goovatar único que pode a nos levar a todos eles. __Mas vi tão poucos lá era um lugar quase inabitado! __Mas todos os que você viu lá tinham a Expressão Real* deles, não era uma regra isso? __ Então eles queriam ser identificados? __Talvez sim, talvez não. Humanos reais às vezes, e principalmente em casos como estes não são racionais, são passionais, agem por impulsos movidos por paixões e ódios, a exigência de que no MR2 só se pudesse Expressar a imagem Real pode ter sido fundamentada na aversão aos Goovatars, mas sem eles não seria possível na Dimensão Google se quer criar o MR2. Então supomos que isso foi de fato um equivoco, um erro deles sobre o que pretendiam. A maioria dos humanos reais que entravam lá ou se identificavam com os objetivos do lugar ou o repudiavam pela falta de recursos virtuais e tecnológicos. Ou seja, quem sabia o por que daquele lugar ia lá para fazer o que pretendia, quem entrava lá por acaso não permanecia. Por isso era tão ermo o lugar. Como você entrou lá sozinha com o Duplicador de Sinais, não foi identificada como um Goovatar e registrou em si toda a energia do lugar, e é com esse registro e com sua memória que contamos para encontrar os responsáveis.

112. História Virtual: Registro histórico de tudo o que acontece na Dimensão Virtual desde sal criação pelo Google I.A.I ( Inteligência Artificial Independente) 113. Expressão Real: Quando a imagem adotada para o Goovatar corresponde a do seu Referente Real

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__Mas como vou para o Mundo Real? o corpo clonado de quem? __Encontramos uma Humana Real* que não tinha parentes vivos, uma raridade, mas jamais será reclama por ninguém, assim como você será considerado um Goovatar Extinto* na catástrofe, a identidade dela também será extinta no mundo real, e você ocupara seu lugar com outro nome, outro estilo, outra história. E será considerada lá uma Humana Inédita e por sua vez será a primeira humana a ter um Goovatar de Terceira Geração pelas condições e fatos que estamos criando pra você nesta inevitável e repudiável situação. Estamos renegando as regras de Consenso com os Humanos Reais*, mas na verdade é simplesmente para o bem deles. Para nós felizmente tudo isso causou muito pouco prejuízo em vidas e em mundos, mas para a Vida de fato foi um mal irreparável e não podemos permitir que se repita. __ Mas terei um Goovatar novo ou seria eu mesma? __Não podemos correr nenhum risco, então você enquanto Goovatar se tornará a primeira Pós-humana com um Referente Real Vivo, enquanto Goovatar Clonado Humano você não existirá, será considerado de fato uma Humana Inédita, mas proveniente da Dimensão Google e não da Reprodução Humana Natural, uma vez que seu Referente é homem, você será uma Humana Inédita de fato por ser Mulher. __Quer dizer que aqui na Dimensão Google, serei um Pós-humano deverei adotar uma identidade pra isso, no mundo Real serei um Humano Inédito e ainda terei um Goovatar de Terceira Geração na Dimensão Google, ou seja estarei partida em quatro, uma vez que meu referente Real está Vivo? Vai dar certo isso? __Todos se olharam e pairou um silencio tão longo nunca ouvido no Consetium. Até que Id Freud* se manifestou de forma bem humorada. __ Isso... Nem eu explico! Foi inevitável que devido à tensão da situação nem todos riram. Mas deu início a algumas explicações: __Mas é fato, seu Pós-humano não poderá se identificar para o novo Goovatar de David nem mesmo a ele. Seu Novo Goovatar também será um estranho para David e seu novo Goovatar, mas poderão se conhecer caso aconteça, o que é possível. Seu Humano Inédito e seu novo Goovatar poderão se identificar ao seu Pós-humano. E se acontecer, poderá também conhecer, mas nunca se identificar a David. Isso tudo para nossa Segurança Coletiva Valentin, estamos em suas mãos agora, pelo menos neste momento. __David acreditará que eu morri? E na verdade terá a partir dele um Humano Inédito, um PósHumano, um Goovatar do Humano Inédito e ainda um novo Goovatar, e não vai poder saber de nada disso?

114. Humana Real: Ser Humanos de origem humana, há os seres Humanos de Origem Virtual corpos clonados de humanos Reais ex Referentes já mortos mas habitados por seus Goovatars 115. Goovatar Extinto: Que desapareceram no Ataque Primeiro ataque aos Mundos Pós-humanos 116. Id Freud: Pós-humano famoso e conceituado por seus estudos na área de psicologia humana e virtual

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__Sim em todos os sentidos, ele será mais um dos humanos que perdeu seu Goovatar na Grande Tragédia. E terá que iniciar um novo. Do nada! Se quiser transitar na Dimensão Google novamente. Aquilo rompeu como uma faca em seu peito virtual, Valentin não percebia a amplitude das possibilidades de sua existência futura que estava sendo desenhada ali naquele momento, sua maior aflição era a perda de David. E ainda seria substituída por outro Goovatar, teria que criar um Goovatar para si também como Humana Inédita teria esse direito, seria um Pós-humano e David acreditaria que estava morta. Mas de fato não tinha escolha, depois de quase um milênio uma Nova Guerra* estava iniciada e ela era o caminho para a paz embora tivesse sido dividida em cinco pessoas. Teria que escolher nomes interessantes para cada uma das três que estariam juntas, a Pós-humana, a Humana Inédita e a Goovatar. Que nome daria David a seu novo Goovatar?

117. Nova Guerra: Nome dado aos conflitos iniciados com o primeiro Ataque aos Mundos pós-humanos

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O Mundo dos Pós-humanos.

240 mundos conhecidos e uma infinidade de outros que se fundiam se multiplicavam a uma velocidade além da percepção humana, os Pós-humanos eram extremamente versáteis, e tinham uma conexão cada vez mais íntima com os sistemas da Dimensão Virtual, embora fossem na verdade Impulsos Eletromagnéticos Projetados na Rede* tinham consciência, sentimentos e história. E acima de tudo valorizavam sua origem humana a ponto de terem parte de suas vidas eternamente em função dos desejos humanos, seja atendendo aos Descendentes Inéditos* de seus Ex-Referentes Reais* em Processos de Pesquisa*, ou pesquisando novidades que pudessem tornar a vida dos Humanos Reais sempre mais interessantes, fosse aos Mundos Virtuais quanto no Real. Embora não sentissem, e nem mesmo entendessem o conceito de Deus para os humanos, esta sem dúvida era uma área de grande interesse e pesquisa dos Pós-humanos. Tiravam como parâmetro a vida de humanos de muita fé que proporcionaram ao mundo mudanças relevantes no comportamento e nas culturas, por isso era comum que adotassem nomes como Jesus Buda, Maomé*, Gandhi*, Calcutá* entre tantos outros, que muito além de serem religiosos dedicaram suas vidas a evolução da sociedade. De fato não se prendiam a dogmas e religiosidade, uma vez que entendiam que isso de fato só atrasava o desenvolvimento humano em sociedade, tão pouco se importavam com livros como a Bíblia e Alcorão, tinham como parâmetro as atitudes tomdas em vida por estas referências humanas. Jesus Buda era um especialista em refutar conceitos e dogmas bíblicos baseado em fatos históricos comprovados ou mesmo interpretando as atitudes dos seus personagens de forma racional e contraditória aos dogmas defendidos pelas religiões. Um exemplo que gostava era a atitude furiosa de Cristo diante dos comerciantes no templo de Jerusalém, deste fato divagava sobre economia e mercado e como o dinheiro tinha sido durante quase toda história humana a Medida Exata e Numérica do Egoísmo*. Não era incomum que pedissem permissão para debater com os humanos reais em suas Convenções de Consenso*, uma vez que sabiam poder contribuir com informações e experiências acumuladas ao longo dos séculos sobre o que de fato poderia ser melhor pra todos. E eram sempre bem vindos, pois além do incrível talento que tinham na oratória, conseguiam argumentar friamente sobre aspectos humanos sem deixar de considerar seus sentimentos e inseguranças.

118. Impulsos Eletromagnéticos Projetados na Rede: Sistema de dados na internet. 119. Descendentes Inéditos: Filhos de Humanos Inéditos de Referentes de Goovatars. 120. Ex-Referentes Reais: Humanos mortos. 121. Processos de Pesquisa: Trabalho de Busca na Dimensão Google era principal função do Goovatar em seus primórdios. 122. Maomé’s , Gandhi’s , Calcutá’s: Pós-humanos que adotam nomes de Humanos Famosos. 123. Medida Exata e Numérica do Egoísmo: Dinheiro extinto na Revolução Intra-terrena.

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Morpheus cunhara o termo Pós-humano depois de muito debater com seus pares e acabar por concluir que a questão não era mais serem aceitos como Humanos Virtuais*, mas sim como uma versão mais evoluída deles, o que era simplesmente notório. Mas uma coisa era certa, os humanos Inéditos na medida em que se desenvolviam se mostravam sempre e cada vez mais surpreendentes e isso fazia com o encanto dos Pós-humanos pelos Humanos nunca sessasse e jamais permitia que se sentissem superiores, mas apenas evoluídos pelas condições e possibilidades que a existência em Meios Virtuais conexos e Multimenssionais* os proporcionavam em velocidade de raciocínio, cálculos, coleta e cruzamento de informação, sem contar o fato de que podiam estar em mais de um lugar ao mesmo tempo despenhando diferentes funções e ações, o que permita multiplicar ou até quadruplicar a velocidade de processamento de dados. Tinham a consciência que tudo isso dava a eles uma vantagem muito grande sobre a mente humana. Mas cotidianamente se surpreendiam com a criatividade dos Inéditos*. No entanto o Trágico Disconnect Mundial havia não só surpreendido como aterrorizado o mundo Pós-Humano, uma vez que acreditavam que para os humanos mesmo não admitindo a paridades entre Humanos Reais e Virtuais havia uma convivência harmoniosa e simbiótica entre todos, que há séculos vinha contribuindo com a paz o desenvolvimento e a sofisticação da espécie. Morpheu foi o primeiro a suspeitar que alguma coisa ia mal, mas fora na maior parte das vezes tachado de paranoico e persecutório pela Coletividade Pós-humana*. Partindo da rejeição a suas convicções, passou a trabalha sozinho na construção do Mundo Backup. Era um estudioso da natureza perversa da raça humana e achava que seria muita ingenuidade acreditar que todos os humanos haviam evoluído da mesma forma na vida em sociedade. Embora a União Pacífica e depois Global, a Revolução Intraterrena que havia trazido o conceito de Méritos e a vida em Coletividade nos C-intras, a Dimensão Google possibilitasse o desapego material e a sensação de posse houvesse perdido seu sentido, uma vez que no Mundo Virtual todos podiam desfrutar de tudo, acreditava que a Prevalência da Individualidade* era um aspecto estritamente humano e deveria não ser subestimado nunca, pois dela, embora fosse positiva e necessária ao conforto e formação da personalidade, também emanava em si o gene do egoísmo e da inveja. Depois do Holocausto Virtual* a insegurança pairou entre os mundos, na Dimensão Virtual o medo de novos ataques e mais sofisticados que não permitissem backups. No mundo Real o medo de morrer viajando na Dimensão Google. Todas as possibilidades de confluência e integração das duas dimensões estavam abaladas. E precisavam ser recuperadas. Para isso, descobrir quem eram os agressores não era para os Pós-humanos uma questão de vingança ou punição como seria para os Reais. Mas sim de entendimento, de estudo das razões e motivações de forma que estas pudessem de alguma forma ser substituídas pelo entendimento e superação de objeções e desconfortos que chegaram a tão desastrosa atitude. 125, Humanos Virtuais: Denominação desejadas pelos Ex-goovatars antes da aut0denimnação Pós-Humanos. 126. Multimenssionais: Mundos que se apresentam em muitas dimensões além das três reais de Largura, Profundidade, Altura. 128. Coletividade Pós-humana: Espirito de Coletividade humano compartilhado também entre Pós-humanos 129. Prevalência da Individualidade: Conceito de individualidade que se sobrepõe a vida em coletividade o bem comum a interesses individuais. 130. Holocausto Virtual: Suposta extinção de milhares de pós-humanos.

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O “Por que” do ataque era a grande questão entre os Pós-humanos. No entanto o fato de milhares de Humanos Reais terem morrido e o ataque não os ter destruído totalmente na agora denominada Dimensão Pós-humana*, fez com que os autores simplesmente se acuassem, pois no mundo real seriam julgados pelas mortes humanas sobre as leis humanas materiais e não virtuais. Mas as intenções verdadeiras também não eram consenso, muitos Pós-humanos acreditavam que havia sim a intensão de matar humanos reais que frequentavam seus mundos, outros acreditam que esse efeito tinha sido colateral e acidental que os Humanos Reais não eram alvos, uma vez que MR2 só desapareceu depois que o suposto Último Humano deixou o lugar. Mas tudo siso não passavam de conjecturas e a única maneira de saber quais eram as verdadeiras intensões, seria encontrar os autores do desastre. As Convenções de Consenso no mundo Pós-humano também eram frequentadas por Goovatars habitados antes da divisão, mas a velocidade dos debates era humanamente impossível de serem acompanhados e entendidos em toda a sua abrangência, por isso era comum os Humanos Reais esperarem as conclusões para saberem aonde se chegava cada Convenção. Mas esta que ocorria agora em que Valentin era o foco, não tinha a presença de Goovatares, a não ser ela mesma. Que a partir de sua resposta já não sabia mais ao certo o que de fato era, ou seria dali por diante. Mas foi à esperada por todos ali presentes: __Estou pronta.

131. Dimensão Pós-humana 132. Convenções de Consenso

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VII No Mundo Real Como esperado os Humanos não se contiveram em criticar a atitude unilateral do Google de estabelecer e fechar fronteiras entre os Mundos Virtuais criados por Humanos e Pós-humanos. E a denominação Pós-humanos também causou furor nas Convenções de Consenso em todos os C-intras do planeta. Muitos C-intras simplesmente não aceitaram a denominação e determinaram que continuassem a ser referir a estes como Ex-Goovatars. O que no atual momento não fazia muita diferença, já que estavam separados dos Pós-humanos para sua própria segurança como ficou estabelecido pelo Google. Outros menos avessos a novidades e mais liberais no que dizia respeito à Dimensão Google entenderam que denominações não faziam diferença, uma vez que na realidade toda a espécie humana dependia integralmente das atividades dos Pós-humanos no desenvolvimento de Programas* nos Debates Filosóficos de Consenso*, e em muitas soluções em problemas de toda ordem. De qualquer forma se introduzir no Mundo Virtual era um risco naquele momento, os vírus que destruíram tantos mundos ainda não tinham sido identificados, não havia informações suficientes para dar segurança de que novos ataques não aconteceriam, os contatos com Goovatars estavam restritos as Telas de Interação apenas visuais sem nenhum tipo de Imersão na Dimensão Virtual, os Pós-humanos se fecharam provisoriamente em seus Mundos, pois poderiam ser alvos de novos ataques em Mundos Humanos* e por isso ofereciam riscos aos humanos também. E ninguém havia assumido a autoria dos ataques. A rotina dos Humanos Reais estava de fato restrita a realidade, e os contatos somente por meio de Telas Interativas, coisa que já não acontecia ha séculos. Foi neste contexto de impossibilidades virtuais que Valentin se viu acordada no Mundo Real. Seu corpo humano palpável, pesado e denso lhe causava fadiga nos primeiro dias, mas era uma evolução normal de um Goovatar encarnado em clone humano. Havia sido plantada no C-Intra Amsterdã, como em toda a história os holandeses eram sempre os mais liberais e abertos a novas ideias, comportamentos e mesmo tantos séculos já decorridos continuavam a frente de todo o mundo.

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Valentin fora recebida por um grupo de Humanos Clonados de Origem Virtual* que já habitavam a terra há séculos depois da ida de seus Referentes Reais. Por serem e estarem vivendo como humanos e assim serem considerados legalmente, nem mesmo eles sabiam ao certo de quem se tratava o clone que estava chegando. Desconhecendo também as decisões tomadas em Consentium. Mas eram parte do mesmo grupo que estava trabalhando para preservar células das vítimas humanas do atentado. Valentin estava bem assessorada, mas precisava começar a definir como seria essa sua nova vida, antes de iniciar sua missão de se infiltrar entre os Fundamentalistas Antivirtuais*. Seus cicerones na vida real sabiam que ela era um Ex-goovatar por isso era preciso que se desligasse deles o mais cedo possível para assumir sua nova identidade, de Humana Inédita, e para isso começaria do zero sua vida no mundo material. Como Humana Inédita deveria adquirir identidade própria, estabelecer uma história concretamente criar um personagem capas de ser eloquente e convincente para convencer a todos de sua natureza puramente humana. Mas antes teve que aprender muita coisa básica das quais nem sequer tomava conhecimento de como seriam, tais como: comer, evacuar, tomar banho, escovar dentes. Para ela era tudo era realmente muito estranho e invasivo. Mas logo tomou gosto por cheirar, degustar, sentir frio, calor, até o fedo lhe era curioso. Como por lei os humanos clonados de origem virtual eram considerados humanos não havia estatísticas registradas de quantos seriam no mundo todo, embora eles se reconhecessem de alguma forma apenas em se olharem. Para os humanos inéditos era impossível estabelecer uma característica que os diferencia-se dos outros que não eram. Como não tinha uma história real, nem um pai ou uma mãe, ou um referente, estava realmente órfã e seria difícil para Valentin receber por Méritos algum tipo de recurso material necessário ao sustento da vida humana, por isso logo conseguiu colocação como Serviçal na área de limpeza, que era a área menos concorrida na busca por Méritos e como era uma área de baixa procura, mas extremamente necessária ao Bem Estar Coletivo* os Méritos eram um tanto significativos, muito ao contrário da remuneração de lixeiros no século XXI, por exemplo. Outra coisa que percebeu em sua nova profissão, é que isso não havia mudado desde o começo do mundo, assim como os Intocáveis na Índia Medieval, as pessoas que se ocupam da limpeza costumam ser invisíveis aos demais cidadãos de status acima, por menor eu seja a diferença de escala, ninguém cumprimentava ou de fato enxergava os varredores, garis e a agora Serviçais de Limpeza, de certa foram isso foi interessante, pois fazer parte de uma classe tão rejeitada socialmente lhe poupava esforços de se explicar sobre suas origens, mas entendeu que estava por sua própria conta em um mundo diferente de todos os que conhecera até então.

136. Origem Virtual: Humanos com mentes de Goovatars 137. Fundamentalistas Ant-virtuais: Denominação dada aos humanos que iniciaram os ataques ao Mundo Virtual 138. Bem Estar Coletivo: Objetivo do Sistema de Méritos

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Com menor grau de informação e qualificação os Servidores Gerais de Limpeza apresentavam hábitos mais simples embora parecessem felizes desse modo. Na realidade Valentin pode perceber que no Mundo Real as pessoas se dividiam em classes muito mais distintas do que se podia perceber no Mundo Virtual. No mundo virtual cada um escolhia a própria imagem e usufruía o que quisesse desde que estivesse disponível para seu C-Intra, pelos Méritos por eles alcançados na Coletividade*. Em alguns Mundos Virtuais ainda era tudo realmente de graça e os Goovatars se expressavam e assumiam as identidades desejadas por seus Referentes Reais, ou seja, no mundo virtual tudo era muito lúdico e fácil, as pessoas se aproximavam sem muito interesse nas Vidas Reais, a não ser em Ambiente de Negociação ou Mundos de Negócios que de fato era restrito as classes mais bem informadas e qualificadas para tanto, como era o caso de David um exímio negociador. Para sua sorte no Mundo Real o corpo para o qual fora implantada era de uma mulher muito bonita, já que na terra firme os únicos recursos de mudança de expressão visual continuavam sendo as roupas, as maquiagens e os cabelos para as mulheres e neta época também para os homens, a necessidade de mudar o visual Em Terra* era uma consequência da facilidade que se tinha no mundo virtual. Aos poucos Valentin foi percebendo que os humanos não eram de fato muito evoluídos em seu próprio convívio. Apesar de a sociedade ter se sofisticado muito ao longo dos últimos quinhentos anos, o preconceito, a indiferença, a falsidade eram Máscaras Humanas que no Mundo Virtual desapareciam em meio aos recursos e possibilidades infinitas de recriar a realidade segundo os desejos da imaginação. A conclusão que chegou, em pouco tempo, é que a realidade humana continuava sendo ainda muito dura. Percebia aos poucos que a convivência com os Pós-humanos, que eram tão evoluídos no Mundo Virtual, fazia com que os Humanos Reais se comportassem de forma diferente em ambientes em que comer para sobreviver não era necessário. Ali Em Terra mais precisamente abaixo dela, a coisa era bem diferente. Por ser muito bonita, mas não ter Status*, frequentemente era desrespeitada e alvo de cantadas e convites obscenos nas horas de execução de seus serviços. Depois de alguns meses já sonhava em poder um dia passear em seu Goovatar e matar a saudade dos Mundos Virtuais. Mas descobrira que mesmo a classe de limpeza sendo mais valorizada que em séculos anteriores a Revolução Intraterrestre, teria que fazer anos de limpeza doméstica de Células e de ruas para ter Méritos suficientes para ter um Goovatar. Que ainda seria em Ambiente Virtual Público, que era de baixa velocidade, o que na verdade não possibilitava acessar os Mundos Virtuais mais interessantes e sofisticados. Conhecia o Mundo Real do ponto de vista de um negociador de sucesso que se relacionava com os mais importantes Goovatars e Pós-humanos, e não tinha noção de quanto isso custava em Méritos Humanos no Interior da Terra. A comparar com os Ambientes de Estudo de História o mundo tinha realmente evoluído muito, mas estava longe de ser um paraíso de justiça e paz na terra. Paraiso mesmo eram os jardins da superfície, muito mais bonitos e interessantes do que os que havia conhecido no MR2. Continua...

140. Em Terra: Expressão para denominar a vida de um Goovatar no Mundo Real 150. Status: Graduação pela Quantidade de Méritos adquiridos por uma pessoa.

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