Coordenador do Centro Municipal de Projetos Especiais da Secretaria de Planejamento da PMJP / Laboratório de inovação Cultural. Consultor da UNESCO para temas de design e artesanato. Autor do Termo de referencia da Economia Criativa para SEBRAE (2004) Responsável pela elaboração dos dossiês de candidatura à Rede Mundial de Cidades Criativas da UNESCO das cidade de Florianópolis em 2014( gastronomia), João Pessoa em 2017 (artesanato) e Fortaleza em 2019 (design).
Economia criativa economia criativa
Eduardo Barroso Neto
Contribuições para uma
Política Pública
Economia Criativa
João Pessoa Eduardo Barroso Neto 2020
Apresentação Este documento apresenta algumas sugestões de ações que contribuem para a formulação de uma política publica para Economia Criativa, pensada a partir das recomendações da UNESCO com foco nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS 2030) preconizados pela ONU. Foram pensadas a partir da ótica das ações empreendidas pelo Programa João Pessoa Criativa, pactuadas com a UNESCO para a obtenção dessa certificação, assim como as ações pendentes de execução, dentre elas a Fábrica Social de Artesanato. As experiências vivenciadas em outras cidades criativas, em especial Belo Horizonte, Brasilia, Florianópolis e Fortaleza no Brasil e Ensenada e Puebla no México, que somadas a distancia critica e emocional com João Pessoa, me permite identificar pontos sensíveis que merecem uma solução mais adequada como é o caso da proposta de criação do Distrito Criativo no centro da cidade. 2
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Contextualização Cenário atual da EC no Brasil Os segmentos criativos das artes,
artesanato, cinema, design, gastronomia, literatura e musica sempre foram tratados de modo
Conceito de Economia Criativa Economia criativa é o conjunto de atividades econômicas que dependem do conteúdo simbólico – nele incluído a criatividade como fator mais expressivo para a produção de bens e serviços. Isso permite caracterizar economia criativa como uma disciplina distinta da economia da cultura, que guarda grande relação com aspectos econômicos, culturais e sociais que interagem com a tecnologia e propriedade intelectual numa mesma dimensão, e tem relações de transbordamento muito próximo com o turismo e o esporte. (IPEA 2013)
fracionado ou isolados por políticas públicas específicas, em virtude das diferentes prioridades sociais, econômicas, culturais ou de interesse turístico. Esses segmentos específicos, nunca foram suficientemente e adequadamente atendidos em suas carências e necessidades, considerando sua importância e diversidade. Os agentes culturais ativos no âmbito da economia criativa, em especial aqueles do núcleo criativo (artistas, artesão, escritores, chefs, compositores, designers...) estão no vértice de uma pirâmide geradora de milhares de empregos formais e informais.
Estima-se que a Economia Criativa responda entre 5% e 7% do PIB de uma cidade ou país. Entretanto são pessoas difusas nas políticas publicas tradicionais. Necessitam de condições de trabalho e de vida para serem criativos e produtivos, além do estimulo e do apoio na satisfação de suas necessidades essenciais.
Instituir uma Política Publica de Economia Criativa é criar .uma espiral virtuosa trazendo riqueza para a cidade. 4
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Conceito geral
Política pública para a Economia Criativa
Gastronomia Artesanato Artes Midiáticas
Design
Trata-se de um conjunto de princípios estratégicos e operacionais com o sentido de orientar e ordenar a ação da municipalidade na áreas da economia criativa*, de modo efetivo, permanente e equitativo, promovendo a diversidade cultural, o incremento das oportunidades de trabalho, contribuindo ao desenvolvimento integral da sociedade;
reforçando a autoestima da população e sua capacidade de autodeterminação; criando o sentimento de pertencimento e de cidadania;
Cinema
Musica Literatura
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estimulando a necessidade de expressão de cada grupo social singular e original..
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Justitificativas Oportunidade
Características e potencialidades SEBRAE-2004 Produção não poluente. Inovação tecnológica. Fortemente vinculada às características regionais e locais. Gera trabalho e renda. Geradora de tributos – impostos, taxas e contribuições. Estimula novas qualificações profissionais. Alimenta a economia associada a outros segmentos produtivos. Promove a inclusão social e o reforço da cidadania. Promove a diversidade cultural e o respeito.
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O incremento da demanda por bens e serviços culturais teve um crescimento acima do esperado durante a Pandemia, demonstrando sua importância para a sanidade da população, exigindo uma política publica com maior amplitude e consistência, demanda essa caracterizada pelos seguintes fatores. . Em primeiro lugar o paradigma tecnológico, proporcionando a comunicação planetária em tempo real e a custo zero associado ao comercio eletrônico mundial e ao poder de penetração das redes sociais estão ampliando exponencialmente as oportunidades com uma migração em massa do comercio presencial para comercio eletrônico. O segundo fator é socioeconômico. A elevação da expectativa de vida e o incremento do nível médio de instrução da população contribuem para o incremento da demanda pelo consumo e fruição das manifestações de arte e cultura. E por último os fatores sociológicos, relacionados ao processo de urbanização intensa e aumento do ócio e o tempo de lazer, que levam a sociedade a aspirar um padrão de vida mais rico e diversificado Por tudo isso se justifica uma política publica para a economia criativa, necessariamente, inserida em um planejamento mais amplo e implantada de acordo com as disponibilidades de recursos em função das necessidades da sociedade, sejam estas explicitas (caracterizada pela demanda espontânea) ou latentes (uma demanda ainda não revelada). 9 .
Importância sociocultural Condições de uma política de EC
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Uma política publica para a economia criativa deve contemplar as demandas implícitas, que para se revelarem necessitam que a população seja colocada diante da oferta cultural, de modo a exprimir suas preferências e desejos. Uma política robusta e consequente deve se preocupar não somente com a valorização e preservação do passado ou com o apoio as manifestações do presente. Deve, principalmente, se voltar para o futuro. Além dos públicos habituais da produção cultural cabe ainda explorar o conceito de nãopúblico, nem real e nem potencial, constituído da massa de excluídos da produção e do consumo cultural, direito esse que deveria ser inalienável de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Não se trata de chamar para a esfera pública a responsabilidade exclusiva de promoção do desenolvimento da economia criativa. O que se deve buscar é uma ação coordenada entre todos os agentes econômicos e culturais, onde cada um possa aportar, de acordo com sua disponibilidade e natureza institucional, os meios que somados
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A construção de uma politica de EC
A construção de uma política pública para a Economia Criativa de longo prazo, é o resultado da contribuição e compartilhamento de informações entre os agentes culturais mais ativos, integrantes de instituições publicas e privadas que atuam no campo da economia criativa, e organizações sócias de interesse público. A heterogeneidade e multidisciplinaridade desse grupo contribuem para uma visão plural do momento e para os processos de tomada de decisão. A formalização desse grupo na estrutura de governo estabelece um ponto de conexão e interlocução com a sociedade.
Uma cidade inovadora e criativa tem como riqueza sua diversidade e pluralidade cultural, cujos atores locais são capazes de aportar soluções diferenciadas para os problemas do cotidiano com base em suas raízes, sua história, experiência e potencialidades. Diferenças culturais tornam um lugar único e singular, atributo cada vez mais valorizado frente à homogeneização cultural dos produtos e serviços. 12
A formalização institucional do local de gestão desta Política de Economia Criativa (Secretaria, Diretoria, Superintendência, Coordenadoria, Departamento...deriva do seu grau de importância na estrutura de poder, que quanto mais perto estiver do núcleo central de decisão mais chances terá de viabilizar projetos que muitas vezes fogem das classificações, hábitos e práticas tradicionais.
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Carta da Cidade Criativa
A Carta da Cidade Criativa é o documento resultante dessa construção coletiva que dá origem ao Programa Municipal de Economia Criativa, onde cada atividade ou projeto proposto é apresentado para a população de modo resumido, e compreensível, com seus objetivos, justificativas, contexto, importância, socioeconômica e cultural, público alvo, resultados esperados. Os projetos podem ser de duas categorias, estruturantes ou estratégicos. Os projetos estruturantes são aqueles que servem de base para o desenvolvimento de outros projetos, ações e atividades que requeiram insumos (informações e inteligência) para os processos de tomada de decisão. Constituem-se em uma infraestrutura de apoio a Economia Criativa enquadra-se nessa categoria de Projetos estruturantes, tais como: Laboratórios de Inovação; Observatório de Sinais; Espaços interativos e formativos (museus vivos); Incubadoras de empresas criativas; Centrais de promoção e comercialização.
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Compromissos
João Pessoa na Rede Mundial de Cidades Criativas da UNESCO - UCCN
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A importância que a Economia Criativa tomou em algumas cidades do mundo, traduzidas em políticas, projetos e atividades que impactaram positivamente o seu desenvolvimento harmônico e sustentável, despertou o interesse da UNESCO e o desejo de compartilhar essas experiências. Assim foi criada em 2004 a Rede Mundial de Cidades Criativas que conta hoje com 250 cidades de 72 países, sendo apenas 10 do Brasil. Em 2017, após um exaustivo trabalho de levantamento de dados e informações foi apresentado o dossiê de candidatura de João Pessoa com Cidade Criativa do Artesanato e da Arte Popular, tendo sido admitida à Rede UCCN em novembro do mesmo ano. Nesse dossiê foram apresentadas as atividades previstas para os próximos 4 anos, cuja avaliação dos resultados permite a renovação da permanência da cidade na Rede por igual período, devendo isso acontecer com João Pessoa ao final de 2021. Dentre as atividades pactuadas parte delas foi realizada, e algumas ainda estão inconclusas e outras ainda por inciar, como é o caso da Fábrica Social de Artesanato.. Em 2021 o encontro anual das cidades criativas da UNESCO será realizado no Brasil, na cidade de santos, oportunidade ímpar para as cidades brasileiras participantes da Rede apresentarem e compartilharem seus resultados, incrementado a cooperação e o intercambio internacional. 17
Proposta
Distrito Criativo de João Pessoa A delimitação de um espaço na malha urbana para promoção das atividades criativas tem sido um estratégia de êxito em muitas cidades para revitalização de áreas decadentes ou degradadas, qualificando esses espaços como Territórios ou Distritos Criativos. O conhecimento acumulado com essas experiências demonstra que os resultados positivos em termos de melhoria da qualidade de vida e de trabalho são decorrentes de ações cooperativas e colaborativas de seus habitantes, estimulados por iniciativas afirmativas e indutoras promovida por instituições publicas e privadas atuando de modo harmônico e planejado, fazendo emergir uma atmosfera receptiva à diversidade social e cultural e ao surgimento de novas ideias. Em algumas capitais do mundo onde esse processo se verificou de modo espontâneo, pela restauração, redirecionamento de uso e ocupação de imóveis degradados ocorreu uma maior valorização desse espaço urbano, expulsando os antigos moradores, sem os quais o território perde sua historia, seus personagens, sua cultura urbana, fenômeno esse conhecido como gentrificação. Não basta preservar o patrimônio físico sem preservar sua história. Sem essas referencias desaparece nas pessoas o sentimento de pertencimento, indispensáveis em qualquer processo criativo ou produtivos que queira se vincular a um determinado lugar. 18
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Distrito Criativo de João Pessoa
Um Distrito Criativo se faz também com atividades não permanentes ou de ocupação efêmera no território como é o caso de feiras, shows e eventos temáticos com uma agenda permanente, preferencialmente nos finais de semana, incentivando a frequência, e consequentemente o interesse, de residentes não locais, criando a necessária aproximação e a diversidade sociocultural.
Constituir grupo de trabalho para formatar o projeto 20
Determinar os limites onde começa e termina o espaço urbano que será privilegiado com uma serie de medidas de estimulo a atividade criativa podem ser visíveis, seja pela sinalização, posicionamento e tipologia dos equipamentos urbanos, seja pela seleção dos pontos de interesse ou determinados por uma legislação especifica de incentivos fiscais para empreendimento da Economia Criativa instalados. No Distrito Criativo podem existir zoneamentos específicos com regras próprias dada a diversidade de usos do tecido urbano atual e que devem ser respeitadas. Os limites de um território podem ser definidos pelo inicio do estranhamento, onde uma praça ou uma rua podem ter seu perfil de ocupação definido pelo tipo de equipamento ou empreendimentos existentes. Locais de maior interesse turístico e cultural são pontos sensíveis onde medidas de maior proteção devem ser planejadas incluindo estacionamentos e acessos seguros, assim como a ocupação cultural desses espaços. A proposta consiste em determinar usos e ocupações diferenciados para algumas ruas e praças. As ruas e avenidas que possuírem empreendimentos criativos instalados terão tratamento diferenciado estimulando sua ocupação por novos empreendimentos da economia criativa, através de incentivos fiscais, redução ou isenção temporária de impostos municipais e financiamento subsidiado para restauração e reforma de imóveis. 21
Projetos estuturantes - Em operação
Laboratório de Inovação Cultural - Labin
. Organização do Labin Coordenação: PMJP e UFPB Equipe: Funcionários cedidos, pesquisadores em cooperação, terceirizados. Colaboradores : Profissionais e acadêmicos voluntários Grupo Gestor: Conforme orientação da UNESCO, as cidades devem constituir uma equipe interinstitucional e multidisciplinar, com representantes do poder publico, iniciativa privada e academia, para propor, gerenciar e/ou acompanhar as ações e projetos pactuados em seu dossiê de candidatura. Em João Pessoa participam representantes da PMJP , SEBRAE, FIEP, SENAI, UFPB, IFPB, Conselho Consultivo – Personalidades de notório conhecimento em suas áreas de atuação para avaliar, aconselhar e propor ações e projetos de relevância. ..
Formalizar LABIN na estrutura da PMJP e realocalo junto ao Celeiro 22
O LABIN funciona como núcleo de gestão do Programa João Pessoa Cidade Criativa, propondo e coordenando as ações e projetos pactuados com a UNESCO e acolhendo atividades convergentes com a promoção da economia criativa. Institucionalmente seus integrantes estão lotados na Secretaria de Planejamento, além de pessoal cedido pela UFPB. A locação física do Labin, programada para ocupar o segundo piso do Espaço Celeiro Criativo, cujas obras de reforma ainda estão inconclusas, deixaram um vácuo na locação fisica da equipe agravada pela pandemia, que atuou de modo coordenado e virtual dunate todo ao nos de 2020. O compartilhamento do mesmo espaço entre o LABIN e o CELEIRO é crucial em virtude das atividades que ambas realizam de modo complementar como o desenvolvimento de novas coleções de produtos artesanais referenciados culturalmente, eventos de promoção e capacitação, entre outros. A proposta de criação de um Laboratórios de Inovação Cultural contribuiu para a aprovação da inclusão de João à Rede Mundial de Cidades Criativas. a UNESCO., por seu caráter diferenciado privilegiando projetos que sejam capazes de inovar culturalmente preservando os saberes e fazeres da comunidade . .. 23
Projetos estruturantes – Em reforma Central de Comercialização
Concluir reforma e definir normas de funcionamento
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O Celeiro Criativo é um dos três pilares do programa “João Pessoa Cidade Criativa da UNESCO” conformando com o Laboratório de Inovação Cultural e a Fábrica Social de Artesanato o ciclo virtuoso de criação, produção e comercialização do artesanato de referencia cultural da Paraíba. Situada no Bairro do Altiplano, uma das áreas mais nobres da cidade, é importante que sua destinação seja coerente com o perfil do público para o qual está direcionado. Posiciona-se como um verdadeiro Centro de Referência do melhor da produção artística e artesanal produzida no Estado da Paraíba, cuja porta de escoamento dessa produção é inquestionavelmente a cidade de João Pessoa. A oferta do Celeiro se concentra em produtos utilitários e de decoração atendendo primeiramente a demanda da vizinhança de alto poder aquisitivo. Trata-se, acima de tudo, da formação de uma consciência crítica sobre a importância da arte popular e do artesanato como fator de identidade cultural, em consonância com o titulo de João Pessoa como Cidade Criativa da UNESCO. O Celeiro necessita no momento de um planejamento estratégico e reposicionamento mercadológico. 25
Projetos estruturantes – Não concluído
Fábrica Social de Artesananto
Licitar e instalar equipamentos
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A Fábrica Social de Artesanato foi pensada como uma espécie de incubadora de talentos preparando artesãos qualificados, sendo o local de produção dos projetos desenvolvidos no Laboratório de Inovação Cultural, viabilizando com o Celeiro Criativo o ciclo da inovação preconizado pela UNESCO através de um processo contínuo que incorpora a pesquisa, o desenvolvimento, a produção e a comercialização. O principal objetivo deste projeto é gerar oportunidade de trabalho e renda para jovens em situação de risco, carentes ou marginalizados do mercado de trabalho, ensinando um novo ofício através da prática profissional. Ao mesmo tempo instituir um sistema de produção cooperativa ou associada, dando resposta as demandas por bens simbólicos geradas pelo programa “João Pessoa Cidade Criativa da UNESCO”. Com previsão de inicio de sua operação no segundo semestre de 2021 esse deverá ser um desafio da próxima gestão para cumprir as ações pactuadas com a UNESCO e que serão avaliadas ao final desse período. A Fábrica deverá ocupar as instalações desativadas da antiga Estação da Moda, no centro histórico de João Pessoa, contribuindo para a revitalização desse espaço urbano de inegável importância e valor cultural.
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Projetos estruturantes – Em negociação Museu Interativo da Cidade
Retomar negociação com FIEP 28
A cidade de João Pessoa completa em 2021 em 436 anos de existência sem dispor de um local adequado para contar sua historia ou preservar sua memória. A cidade não dispõe sequer de um Arquivo Publico. Uma cidade sem memória é uma cidade sem identidade. Em uma cidade com identidade difusa sua população tem dificuldade de expressar um sentimento de pertencimento e de autoestima, elementos essenciais para os processos criativos capazes de propor novos produtos e serviços lastreados na cultura do lugar. Essa diferenciação cultural é o valor agregado que faz a diferença em um mercado globalizado e competitivo, próprio dos bens simbólicos. A criação de um Museu Interativo da Cidade de João Pessoa vem de reencontro da cidade com seu passado, um legado para as gerações futuras, um espaço de fruição e de reflexão sobre o futuro da cidade. Esta proposta foi apresentada a FIEP em novembro de 2019 que solicitou a PMJP a cessão do Hotel Globo por 20 anos. Todas as despesas de instalação do Museu e sua manutenção seriam de responsabilidade da FIEP. Entretanto, esse contrato/convênio ainda não se efetivou. 29
Projetos estruturantes – Em negociação Observatório do Artesanato
Principais atividades Informações sobre a oferta artesanal e a xilogravura por tipologia, cidade e estado (artesãos, unidades de produção, produtos); Informações sobre a demanda artesanal (indivíduos ou empresas que comercializam artesanato, feiras e eventos; arquitetos e decoradores); Informações sobre os insumos para o artesanato (máquinas, equipamentos e ferramentas, lojas de insumos e de matérias primas); Informações sobre a oferta e demanda de capacitação para o setor artesanal (cursos, treinamentos, capacitações); Informações sobre projetos, ações e atividades de apoio e promoção do artesanato (eventos comerciais, blogs, seminários) Resultados de pesquisas sobre identidade cultural; Análises de conjunturas e de tendência.
Formalizar ao SEBRAE interesse e apoio ao projeto pela PMJP 30
A proposta de criação do Observatório do Artesanato e da Xilogravura do Nordeste foi apresentada ao SEBRAE Nacional tendo por objetivo desenvolver e disponibilizar uma plataforma online, de acesso livre e gratuito, mapeando e compartilhando dados e informações referentes ao segmento do artesanato, da arte popular e da xilogravura, envolvendo produção, comercialização, promoção, capacitação, pesquisas e difusão de ações do setor público, privado, sociedade civil e a academia, para apoio aos processos de tomada de decisão em questões relacionadas ao ciclo de produção e suas implicações econômicas, sociais e culturais. O Observatório do Artesanato e da Xilogravura do Nordeste é um Núcleo de Inteligência do artesanato, identificando carências e necessidades, apontando alternativas e soluções, antecipando tendências e demandas futuras. A proposta de ter a cidade de João Pessoa como área piloto se justifica por ser a única cidade do Brasil reconhecida pela UNESCO como Cidade Criativa do Artesanato e por dispor de recursos humanos qualificados para colaborar na implantação desse Observatório, atualmente alocados no Laboratório de Inovação Cultural. 31
Cartografia das Singularidades
Atualizar os dados do conteúdo e contratar desenvolvimento do APP 32
Objetivo deste projeto é identificar, documentar e difundir as singularidades culturais da cidade através de uma plataforma digital que apresente em sete mapas, um para cada segmento da Economia Criativa definidos pela UNESCO, o que de mais relevante e único a cidade oferece. Será um guia digital da cidade mostrando cartograficamente a localização dos ativos culturais mais relevantes e os espaços de criação, produção e comercialização mais expressivos. Trata-se de um projeto apresentado no dossiê de candidatura de João Pessoa para entrar na Rede Mundial de Cidades Criativas da UNESCO cumprindo a exigência de uma ação transversal envolvendo as sete áreas da Economia Criativa. E um projeto para ser compartilhado com as demais cidades da rede . João Pessoa vem desenvolvendo esse projeto em quatro etapas. Na primeira o desenvolvimento da metodologia e das ferramentas de pesquisa, atividade realizada pelo LABIN. A segunda parte o desenvolvimento das interfaces gráficas e a estruturação da arquitetura pelo Departamento de Design da Universidade Iberoamericana de Puebla, no México. A terceira parte trata da produção do conteúdo a partir da consulta a 84 especialistas da área cultural, A quarta e ultima etapa do desenvolvimento do sistema, que será realizado por empresa contratada pelo SEBRAE. 33
Saberes e Sabores da Paraiba
Fazer prototipos, selecionar com os chefs e licitar produção 34
O projeto consiste inicialmente em identificar os pratos da culinária da Paraiba presentes na memória emocional de seus habitantes para poder reinseri-los nos restaurantes de João Pessoa de modo mais atual e cenográfico. Essa novo modo de apresentação dos pratos típicos seria resultado de uma oficina criativa propondo a utilização de travessas e vasilhames produzidos localmente por artesãos ou pequenas empresas gerando uma demanda constante e crescente por esses produtos, criando assim um espiral virtuosa unindo a gastronomia com o artesanato através do design. Para proceder a essa identificação foi realizada uma pesquisa qualitativa online com uma centena de pessoas. Os resultados foram comparados com uma pesquisa sobre os cadernos de receita antigos. O resultando se constitui em uma lista expressiva dos pratos típicos da Paraíba. A Oficina Criativa foi realizada com 10 designers, artistas e ceramistas que propõem modo especifico de apresentação para cada prato, em geral de cerâmica refratária ou esmaltada. A produção desses utensílios será de responsabilidade da Fábrica Social de Artesanato. O acompanhamento da produção piloto será feita pelo Labin 35
Projeto estruturante Memória afetiva e Identidade local
Concluir analise e design editorial da publicação com os resultados da pesquisa 36
Identificar, documentar e disponibilizar os elementos principais de uma matriz cultural da cidade, constituído das principais referências presentes na memória afetiva de seus habitantes, servindo como insumo indispensável para todos os processos criativos. Abrangência Memória oral (mitos, lendas, crenças, fatos históricos, culinária, cantos, danças, folguedos) Memória pictórica (Fotografias, quadros, mapas) Memória material (artefatos, arquitetura, embarcações, edificações, monumentos, instrumentos e apetrechos) Memória religiosa (espaços de culto, objetos, vestimentas) Memória existencial (espaços públicos, fauna e flora, locais de convívio, mirantes) Metodologia Entrevista presencial semiestruturada (qualitativa) Cruzamento de dados com as apresentações orais temáticas (seminários de identidade) e sugestão dos consultores (metodo Delphi) Como produto final uma publicação dos resultados da pesquisa relacionando (com verbetes e imagens) dos elementos mais expressivos da cultura material e imaterial de João Pessoa. 37
Compromissos Internacionais
2021 Compromissos mais importantes Janeiro Indicação do ponto focal de João Pessoa junto à UNESCO e comunicação sobre a continuidade das ações programadas. Março 3º ECriativa – Encontro das Cidades Criativas do Brasil em Salvador. Julho Encontro Anual das Cidades Criativas da UNESCO em Santos. Mesa redonda dos prefeitos. Dezembro Entrega do relatório quadrienal de atividades para aálise da permanência de João Pessoa na UCCN .
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Uma das razões de existência da Rede UNESCO é a cooperação técnica e o intercâmbio entre as cidades. Neste sentido foram formalizados alguns convênios para receber estagiários e pesquisadores. Em 2018 e 2019 o LABIN recebeu dois estudantes de design, em final de curso, provenientes da Universidade Iberoamericana de Puebla no México.. Desde 2019 temos assento como vocal no Conselho Mundial de Artesanato para a América Latina. Diversos convites para a participação em eventos internacionais foram atendidos provenientes da Argentina, Chile e México. Participar do encontro anual das cidades criativas da UNESCO é a única atividade compulsória comum a todas as cidades da rede. Em 2018 a cidade participou do encontro na Cracóvia/ Polonia na pessoa do Prefeito Luciano Cartaxo e em 2019 em Fabriano / Itália, representada por Eduardo Barroso. Em 2020 a cidade escolhida para sediar o encontro foi Santos no Brasil. Em razão da pandemia o encontro foi adiado para 2020 em Santos e 2021 em Istambul. . 39