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EDITORIAL
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(Kon’nichiwa ou Olá!) É com muita alegria que apresentamos a primeira edição da Revista Gaijin SP, nova publicação nacional, que tem proposta inovadora de apresentar o universo japonês para brasileiros, não orientais, mas que se interessam por essa cultura tão rica e que está cada vez mais inserida em nosso cotidiano. Moda, arte, comportamento, gastronomia, tradições e tecnologia, sem esquecer o lado kawaii (fofo) tão marcante entre os “japas”. Tudo isso você encontra nesta publicação que leva o nome “Gaijin” (que se pronuncia “gaidjin”), por ser uma palavra japonesa que significa “estrangeiro” ou “não-japonês”. Ou seja, você! Na edição nº 1 da revista confira nossas dicas de turismo, filmes, eventos, lançamentos e novidades no mundo dos games e aplicativos. Tudo sobre o Anime Friends e, ainda, como manter a mente equilibrada em São Paulo por meio dos preceitos budistas. Conheça também o hentai e quem são os brasileiros que apreciam essa vertente da cultura pop japonesa. Delicie-se com as tentações da japanese junk food, e saiba como que a cultura nipônica nos influencia na música, moda e em nosso dia a dia. O resultado é uma divertida lista de expressões, costumes, ícones e informações que, certamente, conquistarão a todos!
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EQUIPE Cecilane Derzi Diretora
Jornalista, fotógrafa de Instagram, mãe da Liah, bem casada e descolada
Davis Almeida
EXPEDIENTE Gaijin SP é uma publicação da Editora Aurium Ltda. Rua Apeninos, 267 - Aclimação - São Paulo - SP - CEP 01533-000 | Tel.: (11) 3347-1000 E-mail: revista-gaijin-sp@googlegroups.com Periodicidade mensal Diretora Cecilane Lima Derzi
Redator chefe
Jornalista e ghostwriter, é o poeta conhecido como Davi Araújo. Publicou em Portugal seu Livro Ruído (Eucleia, 2011).
Marianne Perfetto Redação
Editor Danilo Oliveira REDAÇÃO Redator chefe Davis Almeida
Paulistana e jornalista que ama São Paulo, gosta de moda, cinema, fotografia e tem atração por coisas antigas. Gosta da boa música.
Reportagens Ana Paula Cruz, Cecilane Derzi, Danilo Oliveira, Davis Almeida, Marianne Perfetto Textos Ana Paula Cruz, Cecilane Derzi, Danilo Oliveira, Davis Almeida, Marianne Perfetto
COLABORADOR
Revisão Davis Almeida ARTE Direção de arte Eduardo Salustiano Foto da Capa Camilla Kirk Impressão Gráfica Imagem Digital Rua da Consolação, 1689 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3154-0401. Tiragem 10000 exemplares. http://gaijinsp.wordpress.com/
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Eduardo Salustiano Direção de arte
Designer gráfico, ilustrador, animador e owner do Estúdio Aurium. Gosta de tipografia, fotografia, HQ, cinema, música e videoclipes. Autor dos mangás Kingdoms e Raposas do Subúrbio.
Danilo Oliveira Editor
Jornalista, entusiasta da boa música de qualquer parte do mundo, games, cultura japonesa e um pouco fotógrafo.
Ana Paula Cruz Redação
Jornalista e Mídias Sociais , cinéfila contida, curiosa e observadora. Desenhista e cantora frustrada, geek nas horas vagas. Para economizar descobriu sua maior distração: caçar roteiros alternativos pela cidade de São Paulo.
ÍNDICE STUDIO GHIBLI (08)
VAI LÁ (22)
PERFIL (32)
Histórias intensas e cativantes. Mergulhe no mundo de fantasia do estúdio conhecido por trabalhar o imaginário oriental com
Conheça mais da cultura japonesa por meio dos mangás. Confira nossa lista de lugares em São Paulo onde você pode matar sua curiosidade
Confira o trabalho de Eduardo Salustiano, o destaque Gaijin desta primeira edição
riqueza de detalhes
nesse pequeno universo de histórias contadas em arte sequencial
O MUNDO DO ANIME FRIENDS (12) A revista Gaijin mostra como o evento, que completou uma década, se tornou o maior do segmento na América Latina Latina
NO JAPÃO TAMBÉM TEM ROCK (14) Sonoridade rock’n’roll e visual extravagante marcam o visual kei. Leia na entrevista com o guitarrista da banda Plaise
O MERCADO DE GAMES NO BRASIL (18)
OUSADIA DE SOBRA NAS TENDÊNCIAS DA MODA JAPONESA (24) Como o estilo dos japoneses influenciam os fashionistas brasileiros de plantão. Personalidade é o que não falta
SANGUE NOVO NO CINEMA (27) Veja quem é o mestre contemporâneo da violência gráfica e psicológica que está
GLUTONERIA GAIJIN (36) No melhor estilo “do it yourself ”, nossa reportagem garimpou o produtos da junk food japonesa em mercados no bairro da Liberdade e dá dica de itens que, a princípio, podem causar estranhamento
ESQUISITICES SABOROSAS (38) Vai experimentar japanese food? Se liga nessas informações curiosas sobre a gastronomia japonesa e não pague mico!
fazendo a cabeça dos cinéfilos
BUDISMO E O PODER DA MENTE (41)
COLUNA KAWAII (30)
Instrutores budistas gaijins dão a dica de como viver “numa relax, numa tranquila, numa boa...”
Após o “boom” da pirataria, gamers aos poucos voltam a consumir produtos
Na onda do Instagram, conheça a versão “japa” super fofa do aplicativo
originais e isso resulta em mudança no mercado de produção de jogos
que está virando febre por aqui
em capitais como São Paulo
AGENDA (44) Exposições, cursos e otras cositas más...
HENTAI, QUASE UM TABU (20)
GUIA GAIJIN DE CULTURA JAPONESA EM SP (48)
Arte erótica nos quadrinhos.
Respire o Japão! Aproveite os feriados
Ficou curioso (a)? Leia!
prolongados do final do ano e conheça lugares incríveis que farão você se apaixonar ainda mais pela cultura japonesa. E tudo aqui pertinho
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Conheça um pouco do oriente sem sair de São Paulo. E quando for, vá de metrô.
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O bairro da Liberdade é um dos mais tradicionais da cidade de São Paulo. Antes conhecido apenas como um bairro japonês dentro da capital paulista, hoje é um ponto de referência sobre a cultura e costumes orientais.
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ANIME
Por Ana Paula Cruz
Neste cenário de animes surgiu um estúdio que resolveu trabalhar o imaginário oriental com riqueza de detalhes e renovou a qualidade dessa vertente. Fundado em 1985, o Studio Ghibli foi criado para fazer filmes do jeito que seus fundadores, Hayao Miyazaki e Isao
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Outra vertente muito produtiva vinda do outro lado do mundo é o mercado de animes, os desenhos com personagens de olhos grandes coleciona admiradores no Brasil e no mundo. Milhares de pessoas se divertiram acompanhando a saga de Goku e seus amigos em busca
das esferas do dragão em Dragon Ball, jovens devoravam os nomes de centenas de monstrinhos exóticos que surgiam a cada novo capítulo de Pokémon.
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Quando falamos de cinema Japonês, o que muitas pessoas podem lembrar de imediato é seu cenário produtivo de filmes de terror, muitos deles são adaptados para novas versões em Hollywood.
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A Viagem de Chihiro: grande ganhador do Oscar de animação de 2003. História conta como uma garotinha antipática e preguiçosa aprende valores como humildade e dedicação para salvar seus pais, que foram transformados em porcos, de serem comidos.
Takaha, quisessem fazer. Os pais do Studio Ghibli buscavam animações de alta qualidade, desenhando cada layout dos episódios cuidadosamente, com enredo impecável e personalizado.
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Já se passaram mais de 30 anos desde o primeiro encontro entre os criadores e filmes premiados como “Ponyo - Uma amizade que veio do Mar”(2008), “Meu amigo Totoro” (1988) e “Princesa
Mononoke” (1997) foram feitos. E são filmes como esses que contribuem para o acumulo de fãs dessa arte ao redor do mundo. “Meu primeiro contato com o Studio Ghibli foi com ‘A Viagem de Chihiro’, quando assisti ao filme fiquei impressionada com a abordagem. A cultura dos brasileiros mentaliza desenho animado como ‘algo para criança’, mas a partir desse grande sucesso, notei que a percepção dos
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ANIME brasileiros estava diferente, lentamente amadurecendo. Nos filmes do Studio Ghibli há muita fantasia, com estória intensa e cativante, e sempre tiramos uma lição no final das histórias.” conta a gerente de projetos Julyana Djehdian, 26 anos.
Julyana é responsável pela animação do Conto Japonês Momotaro, apresentado como Trabalho de Graduação Interdisciplinar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ela conta que chegou ao Studio Ghibli por ele “passar lições de vida através de uma boa história com personagens cativantes”. Assim como diversos gaijins, Julyana teve influência da cultura japonesa de forma involuntária durante a infância, “tenho influência da cultura japonesa desde os 6 anos, nessa época a influência da cultura japonesa no Brasil era bem intensa, principalmente no vídeo game e nos programas de televisão”. ■ Julyana Djehdian é responsável pela animação do Conto Japonês Momotaro
Ficou curioso para descobrir um pouco mais sobre os animes do Studio Ghibli? A Revista Gaijin separou um top 5 dos que você não pode deixar de ver:
Com sua mãe no hospital, a solitária Mei encontra uma pequena passagem em seu quintal que a leva à um lendário espírito da floresta conhecido como Totoro. Somente ele poderá ajuda-la a encontrar o caminho de volta para casa quando ela se perder na floresta.
Quando Chihiro vê seus pais transformados em porcos por comer em um restaurante desconhecido, inicía uma viagem por um mundo misterioso para salvá-los. O filme ganhou o Oscar de Melhor Animação em 2003.
4º
PONYO - UMA AMIZADE QUE VEIO DO MAR (2008), dirigido por Hayao Miyazaki O garoto Sosuke acolhe a peixinha dourada Ponyo em sua casa, porém o amor que nasce dessa amizade faz com que Ponyo decida se tornar humana só para ficar mais tempo ao lado de Sosuke.
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O CASTELO ANIMADO (2004), dirigido por Hayao Miyazaki
SUSSURROS DO CORAÇÃO (1995), dirigido por Yoshifumi Kondo
Após ser amaldiçoada, a jovem Sophie transforma-se em uma velha Tal destino a leva a morar no castelo do bruxo Howl. Lá Sophie fará amizade com o demônio de fogo Calcifer que a ajudará a quebrar sua maldição enquanto ela o ajuda a fugir do castelo.
A viciada em livros Tsukishima entra numa busca inusitada após descobrir que o misterioso Amasawa Seiji vem lendo todos os livros que ela pega emprestado na biblioteca.
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A VIAGEM DE CHIHIRO (2001), dirigido por Hayao Miyazaki
3º
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MEU AMIGO TOTORO (1998), dirigido por Hayao Miyazaki
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2º
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1º
DICA DE DVD
CAMINHOS DA LIBERDADE Divulgação
UMA BOA DICA DE DVD É “GAIJIN – CAMINHOS DA LIBERDADE”, DA CINEASTA NIPOBRASILEIRA TIZUKA YAMAZAKI. BASEADO EM FATOS REAIS, O DRAMA MOSTRA O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO JAPONESA NO BRASIL. SINOPSE: Em 1908, uma época em que o Japão estava mergulhado em miséria, os irmão Yamada (Jiro Kawarazaki) e Kobayashi (Keniti Kaneko) decidem emigrar ao Brasil, vindo atender à falta de mão-de-obra nos cafezais, substituindo o trabalho dos escravos negros, recém libertados.
ritmo de trabalho desumano. As dívidas contraídas com as passagens pagas pelo contratante e com compras de alimento básico no armazém da fazenda, crescem continuamente, destruindo os sonhos de todos os japoneses, que vieram acreditando no retorno em um prazo de 5 anos, com um bom pé de meia.
A adolescente Titoe se vê obrigada a se casar com Yamada, amigo de seu irmão Kobayashi, para cumprir as exigências da Companhia de Imigração, que dava preferência aos candidatos que emigrassem com sua família. Dessa forma, embarcam juntos, no navio Kasato Maru, o casal, seu irmão e o seu primo Ueno.
O contador Tonho acaba se apaixonando por Titoe. Ele vive o conflito de ser obrigado a se sujeitar a malversações da contabilidade da fazenda, reconhecendo, por outro lado, as injustiças que sofrem os japoneses e italianos, estes liderados pelas idéias anarquistas de Enrico.
No Brasil, a família de Titoe é contratada para trabalhar para o Dr. Heitor, na Fazenda Santa Rosa, em São Paulo. Juntamente com outros imigrantes, são mal remunerados e explorados pelo capataz, que exige
Não suportando a pressão, alguns se suicidam. Se não morrem lutando, se degradam socialmente. Outros, como Ueno, que foge com Angelina, sofrem um processo de assimilação cultural, contribuindo para a
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formação do povo e da cultura brasileiros. Reconhecido internacionalmente, Gaijin – Caminhos da Liberdade venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (José Dumont), Melhor Trilha Sonora, Melhor Roteiro e Melhor Desenho de Produção no Festival de Gramado 1980 (Brasil). Foi eleito o Melhor Filme no Festival de Havana (Cuba) e de Nova Déli (Índia). ■
FICHA TÉCNICA: Gaijin – Os caminhos da liberdade Brasil, Japão 1980 • cor • 100 min Direção: Tizuka Yamasaki Roteiro: Tizuka Yamasaki e Jorge Duran Elenco original: Kyoko Tsukamoto, Antônio Fagundes, Jiro Kawarazaki, Gianfrancesco Guarnieri e Louise Cardoso. Género: drama Idioma original: japonês e português
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CULTURA
O mundo do Anime Friends
Por Danilo Oliveira
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SAIBA COMO O EVENTO, QUE COMPLETOU 10 ANOS, SE TORNOU O MAIOR DO SEGMENTO EM TODA A AMÉRICA LATINA
A primeira edição do Anime Friends aconteceu em 2003 e veio para mudar a história dos eventos de anime e mangá no Brasil. Diferente dos outros eventos convencionais de mesma temática, o Anime Friends renovou o segmento no mercado nacional trazendo atrações inovadoras como o Oscar da Dublagem (atração para premiar profissionais da dublagem nacional por seus trabalhos) e o Super Friends Spirits (show internacional com cantores japoneses das trilhas sonoras de famosos temas de animes e live actions). Neste mesmo ano, o Anime Friends recebeu 22.000 visitantes, em seus 4 dias de realização, o que foi um marco nacional, pois nenhum outro evento do gênero havia conseguido reunir tantas pessoas.
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Os cosplayers, pessoas que se fantasiam de seus personagens favoritos, são cada vez mais comuns em eventos de anime.
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Os visitantes que não moram em São Paulo vêm ao evento por meio das caravanas. Estas são formadas por fãs que, por conta própria, negociam o meio de transporte e a hospedagem. As caravanas vêm das mais variadas cidades e estados do país, desde a região norte, sul até as cidades do interior de São Paulo. O evento chegou a receber até caravanas vindas de outras parte da América do Sul e até mesmo algumas da América do Norte.
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Público
Caravanas
O Anime Friends 2003 reuniu 22 mil pessoas em quatro dias. Na época, o evento ficou marcado como “O maior evento do Brasil”. No ano seguinte, atingiu a marca de 31 mil pessoas, o que o tornou o maior da América Latina. Em 2005, esse número subiu para 42 mil pessoas. Já em 2006, obteve o impressionate status de “Maior evento do Continente Americano”, recebendo 51 mil pessoas. A expectativa de público para 2007 é de 120.000 pessoas nos 9 dias. JAM Project não deixou de marcar presença no Anime Friends mais esse ano
Estandes Os estandes representam hoje aproximadamente 30% da área utilizada nos eventos. Mais que isso, tornam-se “atrações”, muito procuradas pelo público. Desde 2003, na primeira edição do Anime Friends, o evento contou com a participação de grandes e renomadas empresas, que oferecem ao público uma vasta ala de entretenimento e qualidade. Além de jogos, atividades, promoções dentro do evento, os estandes oferecem brinquedos, roupas, jogos, dvds, acessórios, mangás, entre outros souvenirs que o público pode levar pra casa.
Anime Friends 2012: o que aconteceu? Depois de alguns anos ocupando o Mart Center na zona norte de São Paulo, o AF migrou para a Faculdade Cantareira, localizada na zona leste da cidade, próxima ao metrô Belém. O evento aconteceu durante 8 dias espalhados em duas semanas e recebeu cerca de 30 mil pessoas. O Anime Friends contou com, os já cativos aqui no Brasil no circuito dos grandes eventos, o JAM Project. A banda conta com grandes intérpretes de músicas como as aberturas de Dragon Ball, Changeman, Cavaleiros do Zodíaco, dentre muitas outras. ■
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MÚSICA
No Japão também tem rock! Por Danilo Oliveira
Dentro do cenário do rock japonês existe uma vertente chamada visual kei. Aliado ao rock, as roupas, maquiagens, performances extravagantes e até mesmo atitudes são partes essenciais de uma boa banda de visual kei. O termo significa “linhagem visual” ou “estilo visual” e é um movimento musical que surgiu no Japão na década de 1980. Consiste na mistura de diversas vertentes musicais como rock, metal e, muitas vezes, uso de instrumentos relacionados à música clássica, tais como violino, violoncelo e piano. Uma das peculiaridades desse movimento é a ênfase na aparência de seus artistas, muitas vezes extravagante, outras vezes mais leve, mas quase sempre misturada com a androginia, e shows chamativos. No visual kei a música anda sempre ao lado da imagem e vice-versa.
Visual kei feito no Brasil Por volta dos anos 2000 começaram a surgir as primeiras bandas brasileiras inspiradas com sonoridade baseada em grupos japoneses. As bandas que seguem por esse caminho começam fazendo covers de famosos grupos japoneses como Dir en grey, X Japan, the GazettE, mas, posteriormente, Psygai
Mask to Bara
muitas delas começaram a lançar material próprio em japonês.
como Kore Wa Anata e No Rekuiemu (Requiem for you).
A primeira banda no Brasil que se tem notícia a fazer esse tipo de som é a Pandora no Hako, do Rio Grande do Norte. O grupo é bastante conhecido, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde se apresentaram em diversos eventos. O repertório do grupo inclui covers de bandas como Lareine, Show-Ya, X-Japan e Sex Machineguns, além de músicas próprias
Banda também de bastante importância no cenário brasileiro é a carioca Psygai, que foi a primeira banda brasileira no estilo a lançar material próprio, o single Winter Dreams, lançado em 2003. Após o primeiro lançamento, ainda viriam outros três miniálbuns: MaDamn, em 2004 e Saigaichou, em 2005 e mais recentemente SHINKEI. Em São Paulo temos a Mask To Bara, que diferente das bandas anteriores, tem um visual bem mais carregado e extravagante. O grupo lançou o single Blue Magic, que conta com as músicas Mahö e Blue [AISHITERU]. Eles chegaram a lançar o PV (abreviação de Promotional Video, ou simplesmente, videoclipe) da música Blue [AISHITERU]. Também em São Paulo apareceu a, hoje extinta, Sleazoid, primeiro grupo a misturar em suas músicas o português, o inglês e o japonês. Tendo como referência principal a banda Dir en grey (que já realizou dois shows no Brasil), eles chegaram até a serem convidados para tocarem fora do país.
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Bruno acompanhado da banda Plaise se apresentando mais uma vez no palco do Anime Friends
Fotos: Regina Hirata - Equipe Plaise
Outra banda de grande destaque, que está ativa até hoje e com músicas próprias é a Plaise. Pra contar um pouco a história deles vamos conversar com o guitarrista Bruno Bortoloto, mais conhecido como Bort.
O que te motivou a tocar guitarra? Sinceramente? Não lembro! Sempre gostei de música, assim como sempre quis tocar algum instrumento, mas nunca tive paixão por nenhum em específico. Lembro que curtia muito bateria. Tentei alguma coisa, mais ou menos na mesma época que achei um violão empoeirado na casa da minha avó. Isso há uns 8 anos atrás.
De onde veio a ideia de querer ter uma banda que toca música japonesa? Curtíamos ir até o shopping tocar num jogo tipo Guitar Hero de bateria, a Neo Drum. Ali a gente entrou em contato com o X JAPAN. Quando se está começando a tocar, você quer fazer banda de tudo aquilo que gosta de ouvir e, X JAPAN era uma banda que começamos a curtir muito na época. Ao mesmo tempo eu tinha uma banda de
covers aleatórios com a Paulinha, a baixista da Plaise, e com o Yama que foi nosso primeiro vocalista. Queríamos muito tocar aquelas bandas japonesas que o Yama - que já conhecia muito J-rock- trazia pra gente ouvir: Gazette, MUCC, L’arc, D’espairs Ray, Ayabie, DIR EN GREY... tudo aquilo. Daí, puf, rolou! Mas, como te disse todo mundo era novato ainda, a gente só tirou aquilo que tinha capacidade ou que tinha tablatura na internet.
Quais artistas japoneses que mais influenciaram a Plaise? A gente meio que ser “formou” como músicos na Plaise. Todo mundo tinha 1 ou 2 anos de prática nos seus respectivos instrumentos Então, tudo que passou pelo nosso repertório influenciou a gente de alguma maneira: L’arc, SIAM SHADE, X JAPAN, Gazette, MUCC, Malice Mizer. Se você ouvir todas essas bandas, perceberá uma leque abrangente de estilos. Tava todo mundo aprendendo ali. De qualquer forma, hoje depois de todo esse tempo, as que marcam bastante o nosso jeito de tocar são SIAM SHADE, L’arc e, nos
últimos anos, o DIR EN GREY.
Você lembra como foi o primeiro show de vocês como banda? Opa! Se lembro! É uma resposta clichê, mas “lembro como se fosse ontem”. hehe Foi numa escola de freiras em Santos, festival interno. A gente conhecia um pessoal lá dentro e o Ivo e eu íamos tocar com um Iron Maiden cover, daí colocamos a Plaise pra “estrear”. Devíamos estar ensaiando há uns 3 meses, no máximo. Aconteceu de tudo naquele dia, tudo mesmo. Tecladista que não trouxe teclado, pedaleira que eu consegui de última hora, pratos que chegaram em cima do show começar. Mas no fim das contas deu tudo certo!
Quais outras bandas brasileiras no estilo você destacaria? Cara, preciso te dizer que tenho bastante dificuldade de citar nomes porque já vi muitas bandas lançarem coisas de bastante qualidade, sólidas e tal, e na hora do show fizeram apresentações que não condizentes. Mas algumas que eu diria sem medo de errar
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MÚSICA é mais a fonética ou algo relacionado a isso. O cara pode até achar a música legal, mas sempre vai terminar com “é, mas o vocal deixa tudo meio estranho”. Mesmo assim, tenho um ou outro amigo que gostam de X JAPAN e nem sequer pensaram em ouvir outra banda japonesa. Gostam simplesmente porque é hard-rock. Nisso eu já vejo algum avanço. hehe
O que você falaria para alguém que quer ter uma banda com músicas em japonês no Brasil?
seriam: a Kaminari, uma banda que fazia covers do SIAM SHADE e que até hoje nunca vi ninguém fazer melhor que eles; a Animetal, que eu nunca vi nenhum live deles ruim além do material próprio ser muito bom; os caras da ao chi e da Myxine que, apesar de não terem acertado com um vocal mandavam muito bem nos cover de DEG - principalmente nas guitarras; e a Realize, banda cover de L’arc ainda na ativa que estão melhorando bastante a cada dia.
xiitas, um mundo musical à parte aonde não existem subdivisões. Tem pessoas que curtem j-rock e pronto, só por ser japonês. Acham que os eventos devem ser exclusivamente voltados pra cultura ou música japonesa. DIR EN GREY não pode ser tocado na sequencia de qualquer banda de metalcore. Isso barra bastante uma banda
Quais as principais dificuldades que vocês encontraram ou encontram? Bom, a primeira e principal eu diria que é desvencilhar da relação banda de rock japones - banda de anisongs. Desde o início, nunca nos propomos a fazer uma banda que toca “abertura de tal anime” ou “encerramento de tal tokusatsu”. Ou melhor, a tarefa era totalmente oposta: tocar músicas de bandas e as valorizar como tal, não ser a banda que toca a musica daquele anime e que ninguém sabe o nome. Mas, mesmo assim, até hoje falar que temos banda de j-rock pra alguém que não conhece é receber perguntas clássicas como “cês tocam aquela dos Cavaleiros?”. Sempre. Outra é que j-rock parece ser, pra alguns
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que quer fazer música em japonês e tá precisando de “uma ajuda de dentro” pra divulgar o som pra quem não conhece, saca? Por último, acho que vem a língua. Ou pelo menos falam que é a língua, mas na verdade
Não Faça! haha Brincadeira. Cara, falaria pra fazer como eu diria pra uma pessoa que quer fazer uma banda com qualquer outro tipo de som: invista não pelo retorno ou prestígio que isso possa te render, mas sim pela vontade de tocar a música que você ouve todo dia. Faça pela satisfação que é no fim de vários ensaios você tocar uma música bem e apresentar isso depois pra outras pessoas, que sejam só os seus amigos. Outra coisa é: não faça banda de anime. É a mesma coisa que fazer violão e voz no barzinho e tocar aquelas mesmas músicas que todo mundo toca do Seu Jorge ou do Lenine. A música é muito boa, mas a forma de escolha não. Não toque porque o público vai gostar, somente. Toque porque a escolha da música faz sentido pra você ou pra banda. Isso não quer dizer que você não vá tocar sucessos, mas o público não pode ficar preso só àquilo que tá acostumado, saca? Acho que toda a parada de uma banda cover é o fato de divulgar e, ao mesmo tempo, reinterpretar. Colocar as suas características naquilo. E só a música tendo algum significado que tu consegue uma interpretação satisfatória. E isso pra cover. Aliás, tudo isso pra um dia o cover conseguir virar uma coisa tua mesmo. E isso tudo, possivelmente, em japonês (se você tiver alguém que manje na sua banda). Óh que legal! ■
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TECNOLOGIA
O mercado de games no Brasil Por Danilo Oliveira
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OFERTA DE GAMES, APESAR DOS PESARES, VEM CRESCENDO GRADATIVAMENTE COM O PASSAR DO TEMPO.
Algumas produtoras tem se aventurado em território nacional, a que atualmente mais tem cogitado uma sede no Brasil para as suas atividades na América do Sul é a japonesa Square-Enix. Outras já tentaram vir pra cá, mas ficaram somente como sede administrativa e não como produtora co de games. AAinda é muito cedo para projetar aalgo positivo no mercado brasileiro devido aos inúmeros d impostos
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praticados no país. Os consumidores se aventuram cada vez mais em importar jogos e consoles de sites americanos. Mesmo se algo acontecer, esse prejuízo ainda é menor do que pagar por algo comercializado aqui. Além disso, hoje em dia, os gamers contam com serviços como a Steam, que disponbiliza para venda jogos para
PC e consoles a preços acessíveis, tudo digital, sem mídia física. É muito cedo para se afirmar que o Brasil será um dos pólos mundiais de desenvolvimento de videogames, mas se compararmos como o país está agora e como estava na época de PSX e PS2, podemos projetar algo positivo para o futuro. ■
A BGS (Brasil Game Show) aconteceu no começo de outubro desse ano
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Depois da turbulenta era do “três jogos por dez real”, os consumidores desses produtos vem cada vez mais dando preferência para artigos originais. Isso se deve a alguns fatores como, por exemplo, o bom momento econômico que o país vem atravessando. O otimismo com relação ao Brasil é tão evidente que está se tornando comum os jogos virem legendados em português e até mesmo dublados em nosso idioma.
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COMPORTAMENTO
HENTAI, QUASE UM TABU Por Marianne Perfetto
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OS DESENHOS INSPIRADOS EM SEXO FORAM PROIBIDOS DURANTE MUITOS ANOS. PARA SE TER UMA IDÉIA, AS PUBLICAÇÕES SÓ FORAM PERMITIDAS APÓS O FINAL DA SEGUNDA GUERRA, QUANDO O HENTAI MODERNO APARECEU.
Os desenhos e vídeos são parecidos com filmes pornográficos e os fetiches típicos dos japoneses são fielmente retratados. O exemplo mais comum é chamado de Bukkake, que é a ejaculação no rosto e corpo dos personagens. Já o Nekomimi é um dos mais bizarros. As partes dos corpos dos personagens são metade de animais. E nesses casos, os gatos são maioria. O mais curioso é que apesar de toda a criatividade do universo hentai, até os anos 90 existia uma certa preservação e os artistas eram proibidos de desenhar os pêlos púbicos dos personagens. A proibição acabou, mas a maioria dos desenhistas parece ter gostado da idéia e
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o detalhe dos pêlos é pouco visto até hoje. “Acho que fica mais bonito, os personagens parecem mais jovens sem os pêlos”. A explicação é do estudante Kaio Jurgensen, de 22 anos, que como bom fã de Hentai começa a entrevista se explicando. “Não tenho vergonha de gostar, mas quero deixar claro que não sou um tarado. Hentai pra mim é como ver pornô comum, é divertido. O Pangore por exemplo é um site com conteúdo mais pesado, é um hentai mais bizarro, assisti um vídeo em 3D, tem monstros, elfos.. é bem mais sujo que o hentai comum”. Para o estudante, o sexo retratado com beleza é o que chama mais atenção. “Esses desenhos aguçam minha criatividade. Os
personagens são bonitos e o sexo é bem mais bonito. Sexo anal por exemplo, fica menos sujo no Hentai. Acho legal também quando os personagens são hentalizados”. Hentalização é quando o personagem nãohentai de manga ou anime é transformado em Hentai. Mas os admiradores fiéis de mangás e animes não veem isso com bons olhos. Para eles hentalizar acaba com a originalidade e os personagens se transforam em algo que não são. Para Kaio, é bem diferente. “Não penso assim, acho que hentalizar só acrescenta. Óbvio que minha preferência é hentai, mas também gosto das histórias comuns. O legal é ver um personagem na íntimidade”. As opniões são divididas e o tabu ainda precisa ser quebrado. Por incrível que pareça, a maioria dos fãs de hentai morrem de medo de falar mais sobre o assunto. O Kaio Jurgensen
fotógrafo Heric Barbosa, de 21 anos, é um sem vergonha assumido. Apesar disso, ele entende bem o constrangimento dos admiradores. O motivo? as piadinhas de quem não conhece bem o hentai. “Não dá pra negar que é pouco constrangedor, a galera já te tacha como pornográfico. Como se ninguém assistisse filmes eróticos né? Eu falo sobre isso mostrando o lado artístico que é o mais importante pra mim. Hoje em dia, a indústria dos filmes tradicionais está tão comum que essa é a melhor alternativa de fuga para um conteúdo diferenciado e
que é viciada em Love Hina. Segundo ela, é um hentai mais romântico. “Meu namorado adorava e eu acabei conhecendo. O que me atraiu foi a história. O Keitarô por exemplo, é um personagem interessante dentro dessa história. Um garoto bem tímido e que ainda é virgem. Ele acaba trabalhando num alojamento só de meninas. É bem engraçado e eu acho que é mais sensual. Tem aquela tensão sexual, mas acaba sendo mais romance pela história em si. Sou muito romântica e o hentai normal é totalmente erótico, é mais explícito”. Divulgação
Explícito ou romântico, por diversão ou apenas pelo “lado artístico”, vale a pena
gosto”.
deixar a vergonha de lado e conhecer mais
E quem pensa que Hentai é coisa só pra
sobre o hentai. Os sites Brasil Hentai, Super
macho está enganado. A mulherada está
HQ, Hentai Home, Pangore, Hentaida e
cada vez mais atraída pelos desenhos
Quadrinhos eróticos tem um conteúdo bem
eróticos. É o caso da estudante Maísa Kuzer,
variado. Divirta-se! ■
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os mais diretos. Não tem jeito, é questão de
mais fantasiado. E antes que ache que eu sou um cara pervertido, sim eu sou um cara pervertido. Mas isso foi na adolescência, todo mundo que pira nisso é mais nessa época”. A grande diferença do hentai para o pornô comum é a variedade. Existem vários tipos, alguns mais leves e até com mais romance por exemplo. Para Heric, esse é o caso dos Yuri e Yaoi. “É o sexo entre lésbicas e gays. Não tem tantas cenas obcenas e mostra mais a história. Normalmente quem vê isso, gosta mais da novelinha. Mas tem sempre
Mangás Angels e Sakura Diaries, do mangaká U-Jin, o grande mestre do hentai no japão.
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ONDE ENCONTRAR
VAI LÁ!
Quer conhecer um pouquinho mais sobre cultura japonesa? Então a dica é procurar alguma história em mangá. Mangá, ou em japonês 漫画 , são literalmente histórias em quadrinhos. A partir de histórias publicadas neles que surgiram desenhos famosos que você deve ter assistido na sua infância. Aqui no Brasil, esse tipo de quadrinho surgiu na década de 1960 e não ache que isso é coisa para crianças, existem mangás para todas as idades e gostos, vale muito a pena procurar a história que você mais se identifica e mergulhar neste mundo. Mas preste muita atenção quando for começar a ler, a grande maioria dos mangás possuem uma linha diferenciada de leitura, ao contrário. Sim, as histórias começam no último quadrinho da última página e terminam no primeiro quadrinho da primeira página. Além de diferente, vai te fazer exercitar um pouco mais sua mente. Por isso, nós da Gaijin SP separamos alguns lugares com espaços aqui em São Paulo que vai te deixar bastante à vontade para matar sua curiosidade nesse pequeno universo de histórias contadas em arte sequencial. Vai lá!
COMIX
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A maior loja de mangá e quadrinhos do Brasil. Você pode comprar online ou, se preferir visitar a loja que é recheada de títulos, além de muita coisa Geek. www.comix.com.br Alameda Jaú, 1998, Jardim Paulista
GEEK.ETC.BR
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O mais novo espaço da Livraria Cultura é inteiro dedicado ao universo Geek, além de games, e aparatos nerds lá você poderá encontrar mangás de todos os tipos. www.geek.etc.br Alameda Santos 2.152 – Conjunto Nacional – Loja 122
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MANGASPROJECT
Site que sempre trás novidades fresquinhas do universo mangá que conta com fóruns de discussão sobre o assunto e espaço para gamers. E o melhor de tudo, milhares de títulos que você pode ler gratuitamente direto de seu computador. www.mangas.xpg.com.br/
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O espaço começou como uma banca na Praça da Liberdade, em pouco tempos tornou-se referência no segmento de anime manga e card game. Hoje conta com um espaço bem bacana para duelos de card games e diversos títulos e action figures para levar para casa. www.lojashinozaki.com.br Av. Liberdade nº363 loja 231 2º andar
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LOJA SHINOZAKI
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MODA
Ousadia de sobra nas tendências da moda japonesa Por Marianne Perfetto
Cores vibrantes, roupas que parecem
produto vai dar certo, mande para o
terem saídas de desenhos animados e
Japão primeiro. Isso porque a moda
diferentes acessórios num mesmo look é
japonesa inspira o mundo todo e vem
uma marca desse estilo.
ganhando mais espaço na preferência
Em São Paulo, as roupas causam certo
dos brasileiros. Apesar das bizarrices!
espanto e curiosidade nas ruas. Mas
Quem adere ao estilo ousado sabe.
a ideia é essa mesmo: Ser diferente e
principal símbolo dessa vertente é a
Os looks refletem muita ousadia e
notada por todos.
liberdade exagerada. Descombinar sem
personalidade em todas as peças.
Escapando das regras fashionistas, o
medo e usar referências de personagens.
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Reza a lenda que se quer saber se um
O estilo lolita por exemplo, é o preferido das garotas que gostam de expressar delicadeza com ar juvenil. Saias rodadas e com pregas, cabelo super colorido, franja, muitas cores misturadas que, a princípio, não combinam com nada. É por ai mesmo que um look japonês é montado.
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Garotas Gangore: pele bronzeada, maquiagem carregada e longas cabeleiras cacheadas tingidas de loiro. Movimento surgiu nos anos 2000, com o desejo das adolescentes japonesas de serem iguais à Britney Spears.
que dá pra se inspirar tranquilamente.
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Sigo a moda e gosto das peças mais urbanas”, completa. Mesmo com toda essa demanda no Brasil, é difícil encontrar lojas específicas que ofereçam trajes ousados e diferenciados. Em São Paulo, ainda não existe uma loja que venda peças exclusivamente japonesas. Um sonho para as admiradoras do estilo. Na falta de opções, as meninas acabam usando a internet. Maíza sabe bem o que é isso. “É complicado encontrar uma loja assim por aqui, eu não conheço nenhuma com peças específicas do estilo. Tenho
do tradicional.
A ideia é parecer uma boneca por meio de
de comprar pela internet ou em lojas
Maíza conta que essa é outra inspiração
um estilo totalmente diferente. E quem
que vendem todo tipo de roupa, vou
para o estilo dela. “Sou apaixonada
usa as peças garante: pode não parecer,
procurando e sempre acho alguma peça”,
por maquiagem, as de gueisha são as
mas todos os looks são bem pensados.
informa.
minhas preferidas. É meio complicado
Maíza Kuzer, estudante de jornalismo,
A maquiagem japonesa também é
fazer porque os traços do contorno dos
é uma dessas “seguidoras” da moda
muito copiada por aqui. Obviamente, a
olhos são bem marcados e certinhos. Tem
japonesa. Ela garante que passa horas
maquiagem se aprimora e foge um pouco
muitas cores também e alguns traços
vendo blogs, buscando referências para
que muita gente não usaria, são bem
conseguir montar um look. “Sempre
diferentes. Fica mais fácil fazer se você
gostei desse estilo e passo muitas horas
pesquisar vídeos na internet. É só ter
procurando coisas novas. O Japão é
paciência”.
muito rico em tendências. As japonesas
Alguns blogs podem ajudar na hora de
para mim são inspiração. Adoro procurar
abusar do estilo japonês. Um dos mais
fotos do famoso bairro Harajuku
famosos é o Tokyo Street Style, com fotos
(município de Shibuya, em Tóquio), pois
dos looks da moda pelas ruas do Japão.
imagens de todas as ‘tribos’ e sempre
Interessou? Abuse da criatividade e
algo de interessante que você pode
busque peças diferentes em qualquer
usar”, diz. “É peculiar e tem tantas coisas
loja. Ouse! ■ 25
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CINEMA
SANGUE NOVO NO CINEMA
Por Davis Almeida
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AO PENSAR EM CINEMA ASIÁTICO CONTEMPORÂNEO, ENTRE DEZENAS DE JOVENS GENIAIS CINEASTAS DE VÁRIOS PAÍSES E ESTILOS, APENAS UM NOME É INCONTORNÁVEL: TAKASHI MIIKE, O MESTRE DA VIOLÊNCIA GRÁFICA E PSICOLÓGICA.
Nascido a 1960 em Osaka, no Japão, Miike é o mais prolífico realizador japonês, tendo feito desde 1991 mais de sessenta filmes, em cinema, direto para vídeo e televisão (só entre 2001 e 2002 fez quatorze filmes). Ficou famoso em 1999, com o horror romântico de Audition, tornando-se mais conhecido por encenar cenas chocantes de extrema violência e bizarras perversões sexuais. Eclético e controverso, é conhecido como o Tarantino oriental. Tarantino, aliás, é um fã confesso do trabalho de Miike, tendo inclusive atuado em um de seus filmes, “Sukiyaki Western Django”, de 2007.
público, e o pequeno sucesso lhe rendeu a oportunidade de trabalhar em produções de maior orçamento. O filme já exibia o estilo extremo e boa parte de seus temas recorrentes, tornando-se a primeira parte da “Black Society Trilogy”, que ainda inclui “Rainy Dog” (1997) e “Ley Lines” (1999). Ganhou fama mundial quando seu violento épico yakuza “Vivo ou Morto” (1999) e sua adaptação controversa do mangá “Ichi o Assassino” foram exibidos em festivais
internacionais. Desde então tem status de cult no Ocidente, o que vem crescendo com o lançamento de sua obra em DVD. Seu último filme, “Hara-Kiri: Morte de um Samurai”, estreou em competição no Festival de Cannes 2011. Miike recebeu notoriedade internacional por retratar cenas chocantes de violência e perversões sexuais. Muitos de seus filmes contêm sangue gráfico e lúgubre. Muito
Estreou em 1991 com o filme “O Terceiro Gangster”, mas foi só com “Shinjuku Triad Society”, de 1995, que recebeu atenção do
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Filho de pai soldador e mãe costureira, foi criado em uma área operária e de imigrantes. Embora alegue que raramente assistia aulas, graduou-se na Yokohama Vocational School of Broadcast and Film, sob a orientação do renomado cineasta Shohei Imamura, fundador e reitor da instituição.
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CINEMA
de seu trabalho descreve as atividades de criminosos (especialmente da Yakuza) ou sobre a preocupação com os não-japoneses que vivem no Japão. Ele é conhecido por seu senso de humor negro e por empurrar os limites da censura tanto quanto puder. Apesar dessa reputação, Miike também dirigiu obras de outros gêneros. Criou filmes infantis como “Zebraman” e “A Grande Guerra Yokai”, peças de época como “Sabu”, um road movie de imagens suaves como “O Povo Pássaro da China”, o drama adolescente “Andromedeia”, e uma comédia de terror musical, “A Felicidade dos Katakuris”, entre inúmeras outras produções.
Com 20 anos de carreira, por que nenhum de seus filmes foi exibido em circuito comercial no Brasil? Pretto cita a dificuldade de classificação da obra do cineasta e, justamente, as marcas de “cinema de exagero” e “cineasta de filmes violentos” com as quais seu trabalho é rotulado. Tudo isso contribuiu para afastar a produção de Miike do popular. Ele foge muito daquela linha linear que se espera de filmes
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“A cada filme ele muda tudo. Pode rodar uma comédia para a família, e o próximo ser um terror censurado. Em um projeto pode ter uma câmera elegante e calma com uma grande estrutura de produção e alto orçamento, e o filme seguinte ser com uma câmera mais marginal e agitada, com pouca estrutura e baixo orçamento. Isso torna os longas dele imprevisíveis”, diz o cineasta e produtor de audiovisual Davi Pretto, curador da recente mostra que faz uma retrospectiva com os filmes mais significativos de Miike.
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policiais, de samurais ou de ação. Miike inclui muitos elementos que podem surpreender o espectador. No geral, os elementos que ele usa são pop, como sangue jorrando, música e comédia. O espectador tradicional pode não achar sério, mas os mais jovens podem ser conquistados justamente por essa mistura de referências. Um de seus filmes mais controversos foi o ultraviolento “Ichi, o Assassino” (2001), adaptado do mangá homônimo, e estrelado por Tadanobu Asano, no papel de um capanga yakuza sadomasoquista. A alarmada violência foi explorada para promover o filme: durante a sua estreia internacional no Festival de Cinema Internacional de Toronto de 2001, o público recebeu sacos de vômito com o logotipo do filme antes da sessão. O British Board of Film Classification não permitiu o lançamento sem cortes na Grã-Bretanha, citando seus níveis extremos de violência sexual contra as mulheres. Em Hong Kong, 15 minutos de cenas foram cortadas. Nos Estados Unidos, foi apresentado em versão unrated. Um DVD sem cortes também foi lançado no Benelux.
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conteúdo violento e sexual, mas quando a rede de TV Showtime adquiriu os direitos da série, o episódio de Miike, "Imprint", foi considerado preocupante, não sendo transmitido, mesmo depois de negociações prolongadas, embora tenha sido mantido como parte do lançamento
da série em DVD. Mick Garris, criador e produtor executivo da série, descreveu o filme como "incrível, mas difícil até mesmo para mim assistir. Definitivamente o filme mais perturbador que já vi". ■
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Em 2005, Miike foi convidado para dirigir um episódio da série televisiva "Masters of Horror", da qual também participaram outros mestres do gênero, como John Carpenter, Tobe Hooper e Dario Argento. O diretores tinham liberdade criativa e restrições relaxadas sobre o
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COLUNA
Kawaii
Por Cecilan e Derz i
Coisas fofas, tecnologia e afins...
Snapeee p ara turbinar suas fotos Com o aplicativo de foto versão “ japa ” do nosso qu Snapeee,
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nossas fotos pode erido Instagram, o m ser decoradas diferentes temas co m ad esivos fofos de , carimbos, moldu ras e, claro, filtros. mesmo sistema: Basicamente é o criar uma conta, en feitar a foto, publ monte de gente. icar e seguir um Amay!
Coleção Quite Cute da M.A.C.
A M.A.C. tem uma coleção chamada “Quite Cute” inspirada nas jovens do bairro Harakujo, em Tóquio, que se vestem de bonecas com uma make up bem colorida. O destaque fica por conta das cores vivas nos blushes, gloss, lápis, sombras, batons e até nos esmaltes. Aproveitem porque o neon vem com tudo também no verão 2013!
Emergên a aivaêo Turivit rou alternat
O Twitte no Japão. A de emergência, da em caso poderá ser usa dica para exemplo. Fica a aquelas b passeando por
pa a c e d o t Fo ittpelo dro Facebook, q no Tw Twitter, a exem
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u E por falar em s agora podem ro ei it tu ), a” ap “c fund famosa foto de e destaque, ao d em ag im a m u que ap no centro e u a, item do men ci ên ar p A em ● clicar ize o seu; ina até Personal g pá a ar x ai b capa. ● ar em Alterar a ic cl a, p Ca o çã ● na se Enjoy!
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meline (a cabeçalho da ti o n la p am to aparece fo que usa uma atar do usuário av o a, el N o. rs recu passos: usar o mesmo ciso seguir três re p é a, su a r ra do. Para configu da; parece à esquer
Há quem ache “fofo” ser bizarro! Piercing, tatuagem que nada... Os japoneses apostam na modificação do corpo para chocar os mais caretas. Depois da moda das operações para deixar os olhos arredondados e até mesmo entortar os dentes para ficarem mais “bonitos”, a onda do momento é implantar rosquinha na testa, técnica conhecida como de “Bagel Head”. Que lindo! Só que ao contrário... Para chegar ao resultado, uma solução é injetada na testa da “vítima” até formar uma enorme bolha. Depois, basta colocar um dedo para “afundar” o meio e, pronto! Ui. A boa notícia é que o soro aplicado para dar o efeito é absorvido pelo corpo em até 24h e tudo volta ao normal. ■ 31
PERFIL
Identidade Gaijin Quando a Revista Gaijin SP nasceu, todos os profissionais envolvidos buscavam encontrar personagens com uma grande identificação com o nosso trabalho. Gente que, assim como cada um de nós, cresceu e vive com alguma referência desse universo tão cativante quanto é o universo japonês. O que não poderíamos imaginar, é que durante as pesquisas acabaríamos encontrando Eduardo Salustiano, com 28 anos, formado em Comunicação Empresarial. Edu também se arriscou na faculdade de Design Digital, mas trancou para cursar Desenho Animado Tradicional. Seus trabalhos como designer e ilustrador possuem muita influência japonesa. Eduardo teve seu primeiro contato com a cultura japonesa ainda na infância, mas nos contou que no início não achou tão bom assim. “Achava tudo aquilo muito inútil e pensava: ‘Que coisa chata!’. Gostava dos desenhos da Disney, As Aventuras de Tintim... Lembro que comecei a me interessar pelos desenhos japoneses com Os Cavaleiros do Zodíaco, que foi a porta de entrada de muita gente tinha resistência a mangá, animes, olhos grandes ”. E foi com esse interesse em Cavaleiros do Zodíaco que o designer começou a perceber que poderia produzir histórias com os desenhos que fazia ainda durante sua infância. Você pode conferir um pouco mais na entrevista a seguir.
Quando você começou a desenhar? Desenho desde que me conheço por gente, toda criança começa copiando, com a família “palitinho”. Mas nunca desenhei exatamente palitinho, sempre desenhei forma, o que chamamos de shape, o contorno. Também gostava muito do Tintim. Os desenhos animados em geral me influenciaram muito no gosto pelo desenho.
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E quando você pensou que poderia desenhar profissionalmente? Depois de alguns anos sem desenhar tive um insight. Posso criar personagens para mim e meus amigos como os dos animes. Cada um tendo sua armadura, uniforme e sua cara de mangá. Comprei cartolina e todos conseguiram algum material para que eu pudesse criar. Assim, desenhava cada um da turma, criava armaduras..Com o
tempo, começamos a criar essas armaduras de verdade, com papelão de pizza. Percebi também que poderia fazer histórias.
Quais são suas influências? Hoje minhas influências também vêm do cinema. Amo Miyazaki (Hayao Miyazaki). Na verdade, tanto o cinema em geral, quanto as produções do Studio Ghibli são minhas principais referências hoje. Hoje, meu
trabalho é com pré-produção de animação, ou character design e concept art. Acho que estou no caminho certo.
são algumas lapiseiras da Zebra, um tablet de desenho da Wacon e o Photoshop.
Como é seu processo de criação?
Sim. Pretendo dar continuidade no projeto do meu próprio estúdio de design e animação, o Estúdio Aurium. Futuramente também gostaria de abrir uma editora com um selo exclusivo para quadrinhos nacionais. Serviria como estímulo para desenhistas brasileiros lançarem trabalhos do mesmo nível de qualidade dos grandes mangakás.
Muita gente foca numa mensagem e para transmiti-la, cria signos e sensações para alcançar tal objetivo. No meu caso é o contrário, primeiro eu tenho a sensação que quero passar - e que geralmente vem de uma junção de uma música que estou ouvindo, com uma imagem aleatória que me vem a cabeça. Depois tenho que me virar para tentar arranjar algum significado nisso, o que torna o processo criativo trabalhoso em alguns momentos.
E quanto à sua tecnica de desenho? Por anos eu produzi material artesanal, com canetas nanquim e pinturas feitas a guache. Eu gosto muito dos métodos tradicionais, mas é preciso de adaptar ao mercado, por uma questão de praticidade e prazo. Atualmente meu pricipal material de desenho
Você está abrindo um estúdio?
Quais seus filmes favoritos? Dos animes, o Mononoke Hime, dos Studios Ghibli, é um filme que me tocou muito pela riqueza de valores, por toda ambientação que é muito apaixonante, pois todos os elementos são bem reunidos. Dos filmes em geral, gosto bastante do “As Horas”, adaptado do livro de Michael Cunninghan, que trata de forma metalinguística a relação entre a escritora Virginia Woolf e seu livro “Mrs. Dalloway”.
Fale um pouco sobre os seus projetos. Tenho vários projetos que não só desenho, mas também escrevo. Minha principal obra é “Raposas do Subúrbio”, que conta a história de um garoto que, para descobrir o paradeiro do próprio pai e para salvar o resto da família da falência, vai se envolver numa trama de crimes e trapaças. Outra história que terminei o roteiro a pouco é “Kingdoms”, que conta a história de dois garotos que se amam e que vão parar em dois reinos distintos que estão em guerra. O o problema é que cada um toma partido do seu respectivo reino, abalando relação de ambos.
O que mais você está produzindo no momento? Atualmente estou produzindo um curta metragem com temática steampunk com colegas do curso de animação. Conta as trapalhadas de um cientista maluco quando este tenta fazer a fusão de animais de espécies nada semelhantes. ■
Páginas do mangá e ilustrações de personagens de “Raposas do Subúrbio”
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CULINÁRIA
Glutoneria GAIJIN Por Davis Almeida
Em um passeio pelo bairro da Liberdade, em São Paulo, ao entrar em um dos vários mercadinhos, sempre lotados de clientes, encontro milhares de produtos variados que, para mim, gaijin, parecem geralmente exóticos, já que desconhecidos do grande público ocidental. Olhando para as curiosas embalagens, coloridas, com design bem diferenciado e pop, escritas em japonês, mal posso ter uma ideia do que é cada coisa, nem mesmo chegando a saber se o produto é doce ou salgado, ou do que é feito, e ainda menos se vale a pena arriscar uma compra para experimentar, uma vez que grande parte dos itens é importado, e, portanto, custa relativamente caro. Louco para ir muito além do temaki, sushi e sashimi, pratos já bem conhecidos dos paulistanos, convidei Emilly Naoi, uma sansei (neta de japoneses), acostumada a consumir esses produtos desde criança, para me ciceronear pelas misteriosas e interessantes prateleiras. Disposto a gastar ao todo 80 reais, tendo em vista um custo razoável para um jantar para dois, compramos 10 itens para preparar uma refeição completa, com entrada, prato principal e sobremesa, sobre os quais ela me explicou. Provei e aprovei tudo.
ENTRADA: petiscos & cerveja
Ade Nishiki (1) é um salgadinho sortido de amendoim, ervilha, bolinhas de farinha de trigo e de moti (arroz), e peixe miúdo; cada um com um tempero específico, variando principalmente entre gergelim, nori (algas) e shoyu (molho de soja). É uma gostosura viciante, além de muito curiosa, por causa da presença dos estranhos peixinhos secos. Outra iguaria é o Yagai (2), lula seca desfiada, consumida como salgadinho no Japão. Pode parecer estranho, mas é uma delícia, servida como aperitivo, ou como acompanhamento nas refeições. Petiscamos tudo com Sapporo (3), uma das cervejas mais consumidas no Japão, certamente a mais conhecida no exterior, principalmente pela qualidade reconhecida e por sua icônica lata prateada de 650 ml. Com um exuberante aroma de lúpulo, a versão Premium tem um sabor incrivelmente nítido e refrescante, de amargor refinado, que proporciona um final marcante.
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PRATO PRINCIPAL: macarrão & saquê 4
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Udon (4) é um tipo de macarrão grosso feito de farinha, parte das refeições do dia-a-dia dos japoneses. É servido normalmente como sopa, em caldo quente ao qual são acrescentados um ou mais ingredientes, como dashi (tempero de peixe), shoyu (molho de soja), mirin (vinho de arroz), negi (cebolinha) picada, ovo cozido e shitake (cogumelo) fresco, que substituímos por champignons. É comum que se use sachês de tempero que já contém a maioria desses itens semiprontos, desidratados e em pó, como o Tsuyu (5). Em nossa receita, acrescentamos ainda Tikuwa (6), uma massa de farinha de trigo e carne de peixe. Vendido em conserva, consome-se cozido, frito ou até cru; é muito usado para dar sabor a outros alimentos com os quais é cozido. O nome significa anel de bambu, devido a forma cilíndrica do produto, que possibilita recheá-lo com raízes. Comemos bastante, acompanhando o prato com Saquê (7), a bebida tradicional do Japão, tomada geralmente quente e em grandes comemorações, como Ano Novo e cerimônias xintoístas de casamento. Classificada na mesma categoria do vinho, é fabricada pela fermentação natural do arroz, ao que se acrescenta somente água. Tem teor alcoólico em torno de 16%.
SOBREMESA: doces tradicionais & modernos
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Namagashi (8) é uma bandeja de doces tradicionais sortidos, um tipo diferente de wagashi, que é um termo geral para lanches usados na cerimônia do chá japonesa. Bem colorida, contém gelatinas de algas e doces de azuki (pasta de feijão). Em seguida, Koala’s March (9), que é um biscoito doce crocante com recheio cremoso, do tamanho de uma mordida. Tem forma de coala, e cada unidade apresenta o desenho de um coala em atitude diferente. É o doce mais consumido no Japão, e atualmente é comercializado em muitos outros países. Possui uma embalagem única, mundialmente reconhecida pelo formato hexagonal. Os sabores de recheio mais comuns são chocolate e morango, mas também são produzidos de chocolate branco, mel, cafe latte, abacaxi e banana. Parte dos lucros é revertida para apoiar a Australian Koala Foundation. E, para finalizar, experimentamos as famosas Balas de melão rendado (10), deliciosas e naturais, cujo sabor surpreendeu meu paladar. ■
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CULTURA
Esquisitices saborosas Irashaimase! Divulgação
Um dia você vai ouvir essa saudação ao entrar em um restaurante oriental. Irashaimase quer dizer “bem-vindo”. Mas você não precisa responder. Só acene com a cabeça.
Sushi, qual a origem?
Mistura estranha Algumas iguarias da culinária do Japão são degustadas com ovo cru. É o caso do sukiyaki. Ao comer, a pessoa deve colocar um ovo cru em um chawan e bater. Só após isso deve mergulhar a carne e comer junto com os legumes grelhados.
Quase que acidentalmente o sushi foi criado. A princípio, era só uma maneira de preservar o peixe, prensado e conservando com sal. Só no último século é que o sushi virou essa iguaria que conquistou os japoneses e porque não dizer todo o universo.
Tempero No século 16, alguns comerciantes e missionários de Portugal chegaram no Japão levando consigo costumes ocidentais como o de fritar alimentos. Por isso, pode ser que a palavra tempurá tenha vindo do português tempero ou têmpera, que é uma panela portuguesa no formato de chapa.
Almoço ou café da manhã?
No Brasil, os primeiros imigrantes japoneses não tinham os principais ingredientes para se produzir o missô (pasta de soja) que é feito de soja, trigo e sal. Por isso, tiveram de substituir por milho, mel de cana e glutamato monossódico. A fórmula, criada por Suekichi Nakaya, é usada até hoje.
O café da manhã tradicional japonês mais parece um almoço. Conhecido como choshoku, é uma refeição completa. Leva arroz, missoshiru, alga, arroz, salmão grelhado, soja fermentada e picles. Ainda é bem acompanhado de chá verde ou preto.
Carne não! No Japão, durante 1.197 anos, as pessoas não consumiam carne de aves, de boi e porco. Carne de javali e de coelho podia, mas em algumas situações. O abate de galo, por exemplo, era proibido, pois ele era considerado sagrado. Ou seja, os peixes eram a única opção por lá.
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Toalinha O oshibori, aquela toalinha quente e úmida oferecida nos restaurantes japoneses serve para limparmos as mãos antes de comer. Lá do outro lado do mundo, os japoneses também costumam limpar o rosto e a testa. Depois de usar é só colocar sobre a mesa e não precisa dobrar. Divulgação
Missô brasileiro
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Para que serve?
Individuais
Muitas pessoas devem se perguntar: Porque colocam gengibre como acompanhamento da maioria dos pratos japoneses? Simples, O gari (como é conhecido por lá) tem a finalidade de refrescar o paladar. Desta forma, fica mais fácil distinguir os sabores de cada tipo de sushi.
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O nozoki, aquele recipiente para colocar o shoyu, os de wasabi e outros temperos são para ser usados individualmente. E por falar em shoyu, não vá exagerar na dose a ponto de transbordar, deixe isso para o saquê. Só deve molhar o peixe.
Para comemorar
Mundo lámen
Liberdade
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Os gaijins abriram os olhos para as delícias e prazeres do bairro da Liberdade, em São Paulo, no fim dos anos 70. O atrativo? O estilo de vida mais saudável dos orientais e o peixe como a grande estrela. Muitos restaurantes japoneses surgiram a partir daí em bairros como Jardins, Paraíso e Cerqueira César.
O querido arroz
Não pode!
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Mostre elegância e educação à mesa. É só pronunciar a palavra “itadakimassu”, que é a maneira de você avisar que vai se servir. É uma forma também de dizer muito obrigado por tudo que foi oferecido e por todos os envolvido naquela refeição, desde o pescador que fisgou o peixe até o sushiman que preparou e ao garçom que serviu.
Antes da chegada do arroz no Japão, em 2500 a. C. proveniente da China e Coréia, a dietas dos olhinhos puxados era baseada em caça, coleta e pesca. Ah, arroz em japonês é Gohan.
Só para eles E porque só encontramos sushiman e não mulheres preparando sushi? Calma, nós explicamos. A temperatura das mãos masculinas é mais fria que a das mãos femininas. Dizem que as mãos das mulheres podem alterar o sabor do prato.
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Educado
Os japoneses são tão loucos por lámen que lá existe até um museu especial para o macarrão, o Shin Yokohama Ramen Museum, que fica em Yokohama. Sem contar que existem vários restaurantes especializados na massa e elas ocupam corredores inteiros nos mercados de lá.
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Dia 1º de novembro é comemorado o dia do sushi. O prato tão querido no Japão e por aqui merece ter essa data para ser festejado.
Nunca, mas nunca chupe ou tente lamber os hashis. Outra coisa que significa grande gafe é apontar com os palitos pessoas, coisas ou apertar a comida. Não faça isso! 39
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TRADIÇÃO
Budismo entre nós! Por Cecilane Derzi
que são, em sua maioria, católicos. Por isso
para desenvolver paz mental e conviver em
indiana, o Budismo chegou ao Japão por volta
não é difícil encontrar gaijins atraídos pela
harmonia com todos os seres”.
de 550 D.C. e se desenvolveu rapidamente
filosofia de vida oriental.
Em um país de católicos, evangélicos e
naquele país. Aqui no Brasil, a prática
Newton Gmurczyk é um deles. Brasileiro,
umbandistas, o antropólogo comenta que
cresce e é disseminada principalmente
paulista, antropólogo e diretor administrativo
não sente dificuldade alguma em expressar
em São Paulo. Hoje, no Estado, existem 16
do Centro Budista Kadampa Avalokiteshvara,
suas crenças e de vivenciá-las no seu dia
templos budistas e, segundo dados do
Newton nos recebeu em um sábado
a dia. Na prática, Gmurczyk diz que aplica,
censo demográfico do IBGE, nacionalmente
agradável de primavera, quando visitamos
entre outras coisas, os ensinamentos
existem cerca de 200 mil praticantes dos
o templo de meditação e budismo moderno
sobre a natureza dos sofrimentos, o porque
ensinamentos de Buda.
onde atua, próximo da capital paulista, em
sofremos e o que fazer para se livrar
O curioso é que, ainda que o país abrigue
Campinas.
do sofrimento. “Ser budista é sobrepor,
a maior colônia japonesa do mundo e
Gmurczyk conta que segue os preceitos
em todos os momentos da sua vida, os
descendentes, e essa comunidade nipônica
budistas há cinco anos e buscou seguir as
ensinamentos que Buda deu sobre como
tenha trazido consigo muitos sacerdotes e
crenças dessa religião tão popular na Ásia
se livrar do sofrimento e ajudar todos a
instrutores budistas, essa religião não é tão
por conta “da clareza e a profundidade da
fazerem o mesmo. Confiar sempre nisso,
difundida entre descendentes de japoneses
visão sobre a vida humana e as instruções
desenvolvendo sabedoria e compaixão por
Foto: Steve McCurry
Tradicionalmente oriental e de origem
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TRADIÇÃO todos os seres”, afirma em tom calmo e paciente, algo que parece ser comum entre os que buscam desenvolver uma mente de paz, solidariedade e compaixão por todos os seres, por meio do Dharma, base das filosofias, crenças e práticas que se originaram na Índia. Thais Carvalho, gaijin paulista, fotógrafa e coordenadora do Programa de Educação no Centro de Meditação Kadampa Mahabodhi, conhecido templo de São Paulo, localizado na Vila Madalena, também fala sobre essa forma diferente de ser e de reagir às adversidades da vida. “Escolhi seguir essa crença quando passei a observar as pessoas que a seguiam. Ao conhecer o Budismo Kadampa vi qualidades em seus praticantes que fiquei
Thais Carvalho decidiu seguir o budismo após ver as qualidades em seus praticantes, tais como paciência e concentração.
absolutamente normal, não gerando nenhum
professor e nossos amigos espirituais”.
tipo de aversão ou confronto, pelo contrário,
A meditação também é muito lembrada pelo
treinamos em equanimidade e respeito a
antropólogo Newton, que acredita que as
Meditação
todos os seres vivos”. Segundo Thais, para
técnicas são ponto forte do budismo, o que
A fotógrafa também diz que não sente
conseguir manter o equilíbrio por meio da
o diferencia de outras religiões. “As técnicas
meditação em um ambiente tão caótico
de meditação budistas são muito úteis
que é a cidade basta recorrer ao seu local
para desenvolvermos uma mente calma e
de refúgio, nesse caso, o templo em que
preparada para enfrentar as turbulências da
freqüenta. “Meditar demanda muito esforço
vida moderna, com paciência, abandonando
e dedicação. Por isso é importante manter
o foco que temos em nós mesmos e
contato com nosso Centro de Dharma, nosso
desenvolvendo consideração pelos
admirada, tais como paciência, concentração, etc”, conta Thais.
nenhuma resistência de não budistas ao demonstrar suas crenças em seu cotidiano, mesmo na correria conhecida por quem mora em São Paulo. “A prática budista é basicamente interna, um treino mental.
outros”, informa. E completa: “São métodos Divulgação
Nosso comportamento na sociedade é
poderosos para controlar a mente, ajudando a combater a raiva, stress e estados depressivos”.
Positividade Portanto, o segredo, segundo os gaijins budistas, está na mente. Assim mesmo, como estamos acostumados a ver em filmes ou em matérias que divulgam a maneira de viver da maioria dos orientais. É assim que o budismo encara a vida. É reencarnacionista.
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Divulgação
por isso que um budista não mata nenhum ser vivo, nem uma formiga, se puder evitar”, expõe Newton. Thaís também defende o poder da mente e expõe as principais diferenças e semelhanças do Dharma para as religiões tradicionais brasileiras como o catolicismo. “A principal diferença é que não acreditamos em um ser ‘criador’. No Budismo o criador é nossa própria mente. Venerável Geshe-la, nosso professor, diz: ‘mude sua mente, mude seu mundo’. Temos algumas semelhanças como os ensinamentos no amor, na compaixão e provavelmente muitos outros que desconheço. Jesus Cristo deu um grande exemplo de amor e respeito aos outros, em corpo, de uma vida para outra, como um hóspede que muda de quarto de hotel. Enquanto ele está no quarto ele desfruta de tudo que há nele, depois ele vai embora e sabe que nada do que tinha no quarto era dele. A mente viaja e pode habitar vários tipos de corpos, inclusive o de animais. É
cultivarmos as causas de felicidade. A vida se transforma, mas de um jeito positivo”. E afirma: “Simplesmente ao tentar fazer
e sua pessoa e religião são totalmente
isso sentiremos os efeitos imediatamente
respeitadas pelos budistas”, explica. Para
e todos podem fazê-lo, budistas e não
ela, um dos principais ensinamentos do
budistas, religiosos e não religiosos. Cultivar
budismo é aprender a controlar nossa
mentes positivas!”.
mente. “Fazemos isso entendendo que felicidade e sofrimento são estados mentais, por isso nos treinamos em abandonar as causas de sofrimento (mentes negativas tais
E eles dão a dica para quem se interessou e quer iniciar nas práticas do budismo. Newton indica a ida em algum centro ou templo budista. “Observe a prática e converse com budistas. Eles estão tentando tomar
Divulgação
“A mente é um contínuo que migra de corpo
como raiva, apego, orgulho e ignorância) e
o remédio. Faça o mesmo, mas leia a bula também”, simboliza. “Tente aplicar em sua vida e, se der resultado, se você se sentir melhor, prossiga. Se não funcionar, abandone. O próprio Buda disse que nenhuma de suas palavras deveriam ser aceitas sem reflexão”, declara. “Busque um Centro de Dharma na sua cidade ou região. Lá você encontrará muitas ferramentas, atividades para começar e aprofundar nesse treino”, aconselha Thais. No final das contas, a base dos ensinamentos é simples: Controle sua mente! ■
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AGENDA
Eventos • EXPOSIÇÃO “MARCAS DO TEMPO” A Galeria Deco apresenta a exposição Marcas do Tempo, que reúne produção de artistas nipo-brasileiros e japoneses, como Tomie Ohtake, Futoshi Yoshizawa, Nobuo Mitsunashi, Nobuhiko Suzuki, Divulgação
Takafumi Kijima, Yasuo Ogawa e Yasuichiro Suzuki, entre outros. A Galeria, aberta em 1981 por Hideko Suzuki Taguchi e
• TRAVESSIAS EM CONFLITO - O LADO B DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL
Programação (Retirar senha 1 hora antes
Ciclo de palestras, filmes e debates;
21 de novembro, 19h30
Serviço:
leituras dramatizadas e apresentação
- Ciclo de palestras, filmes e debates
O que: Exposição Marcas do Tempo
de peças teatrais com foco nas ques-
Shindo Reimei e o conflito vitoristas x
Onde: Galeria Deco - Rua dos Franceses,
tões e conflitos vividos pelos imigrantes
derrotistas
153 - Bela Vista - São Paulo - SP
japoneses e seus descendentes no país.
Exibição do documentário: Yami no Ichini-
Quando: Até dia 28 de outubro de 2012.
Outros olhares e perspectivas sobre a
chi (2012, 90’)
Diariamente, das 10h às 19h
experiência dos nikkeis no Brasil e dos
21h – Encontro com o realizador Mario
Informações: (11) 3289-7067
dekasseguis no Japão apresentados por
Jun Okuhara (diretor e produtor) e Jorge
pesquisadores, cineastas, dramaturgos
Okubaro ( jornalista, autor do livro O
e pelo testemunho dos protagonistas
súdito [Banzai, Massateru!])
dessas histórias.
Sinopse: Yami no Ichinichi (Um dia de
Serviço:
trevas – O crime que abalou a colônia
O que: Travessias em conflito - O lado B
japonesa) traz a saga de Tokuichi Hidaka,
da imigração japonesa no Brasil
que, em 1946, aos 19 anos, foi um
Onde: Associação OKINAWA Kenjin do
dos autores do assassinato do coronel
Brasil - Rua Tomás de Lima, 72, Liberdade
Jinsaku Wakiyama, em crime atribuído
– São Paulo
a uma entidade denominada Shindo
René Sadayuki Taguchi, se dedica exclusivamente à arte contemporânea japonesa
Divulgação
e nipo-brasileira.
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das atividades)
Reimei (Liga dos Caminhos dos Súditos). Entregou-se à polícia com o restante do grupo e cumpriu 15 anos de prisão. Em liberdade, sofreu a punição da colônia japonesa: foi discriminado, condenado ao ostracismo, sem oportunidade para contar a sua versão. Décadas mais tarde, Hidaka inicia uma busca por amigos e pessoas desse período para reconstruir a memória da época e contar o sentido
28 de novembro, 20h
Divulgação
de sua vida no Brasil.
- Espetáculo – Teatro de Família
Hai Yah!” (1985, 27’)
Apresentação do repertório de obras
Encontro com Olga Futemma (cineastra,
• 13ª EXPOVERÃO - EXPOSIÇÃO DE ORQUÍDEAS
criadas a partir de relatos da vida de
realizadora dos filmes Chá verde e arroz
A Associação Orquidófila de São Paulo
imigrantes japoneses, dekasseguis e fa-
e Hiá Sá Sá – Hai Yah!), Shinji Yonamine
realiza este evento que também ofe-
miliares. Parte-se da premissa que “cada
(presidente da Associação Okinawa Ken-
rece aulas gratuitas de cultivo e reúne
pessoa tem e é em si mesma um arquivo,
jin do Brasil) e Laís Miwa Higa (Memorial
diferentes produtores que trazem para
uma reserva de experiências, saberes,
do Imigrante Okinawano)
a feira vasos, mudas, livros e materiais
textos e imagens” (Vivi Tellas, diretora
Por vezes confundidos e misturados com
para cultivo.
teatral argentina).
a imigração japonesa, os imigrantes de
Serviço:
Direção: Alice K.
Okinawa trouxeram consigo uma cultura
O que: 13ª Expoverão - exposição de
Com a participação dos atores: Henrique
própria e diferenciada. Em 1879, o antigo
orquídeas
Kimura, Ricardo Oshiro, Rogério Nagai,
reino de Ryukyu foi anexado ao território
Quando: 30 de novembro a 2 de dezem-
Ulisses Sakurai e convidados.
japonês, constituindo a província de
bro de 2012, de sexta à domingo, das 9h
Okinawa. Trinta anos após se tornarem
às 19h
12 de dezembro, 19h30
“japoneses”, 325 okinawanos emigraram
Onde: Rua Galvão Bueno, 540 - Liberdade
- Ciclo de palestras, filmes e debates
ao Brasil a bordo do Kasato Maru. Hoje,
- São Paulo – SP (estacionamento)
Imigrantes okinawanos: uma minoria na
cem anos após a chegada desses primei-
Informações: (11)3207-5703
minoria?
ros okinawanos, se sentiriam eles uma
www.aosp.com.br
Exibição do documentário: “Hiá Sá Sá –
minoria dentro de uma minoria? 45
AGENDA • EXPOSIÇÃO “ACIMA SÓ O CÉU”
Serviço: O que: Exposição “Acima só o céu”, de Tatewaki Nio Quando: Até dia 21 de outubro de 2012; terça a sexta, das 10h às 21h; sábados,
Divulgação
Acima só o céu é o título da exposição do fotógrafo japonês Tatewaki Nio que acontece até o dia 21 de outubro no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo. A seguir, parte do texto da crítica Thais Rivitti sobre a exposição: “O familiar e o estranho convivem nas imagens que Tatewaki Nio nos oferece da cidade de São Paulo. Ao mesmo tempo em que reconhecemos a paisagem, identificamos alguns prédios, construções, traços da sinalização urbana, grafites, pichações e outras marcas que recobrem as superfícies da cidade – as fotografias nos surpreendem.”
domingos e feriados, das 10h às 18h Onde: Centro Universitário Maria Antonia, Edifício Joaquim Nabuco, Rua Maria Anto-
nia, 258, Vila Buarque, São Paulo-SP Quanto: Entrada gratuita Informações: (11) 3123-5201
Cursos
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A Aliança Cultural Brasil- Japão promove no mês de novembro curso que ensina a arte do origami com temas para o Natal.
Serviço: O que: Curso de Origami de Natal Quando: De 22 a 29 de novembro de 2012. Às quintas-feiras, dias 22 e 29/11, das 14 às 16h30 ou das 18 às 20h30. Onde: Aliança Cultural Brasil-Japão. Rua Dep. Lacerda Franco, 328 – Pinheiros São Paulo Quanto: R$100,00 + Material R$5,00. Novos alunos R$15,00 Informações: (11) 3031-9665
• WORKSHOP TOY ART
O Sala Ilustrada, espaço do Estúdio Catarina Gushiken, organiza o workshop Toy Art. O objetivo é ensinar o aluno a base da modelagem e da estrutura do personagem, para que, após as horas de 46
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• ORIGAMI DE NATAL
prática, ele consiga evoluir sua técnica em casa. Serviço: O que: Workshop Toy Art Quando: 24 e 25 de novembro de 2012, das 10:00 às 17:00 (pausa de 1 hora para almoço) Onde: Rua Topázio, 380, Aclimação, São Paulo-SP Informações: (11) 7814-8504/ relacionamento@catarinagushiken.com.br ou no site www.salailustrada.blogspot.com.br
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GUIA GAIJIN DE CULTURA JAPONESA EM SP
Turismo
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O Jardim do Pavilhão Japonês O jardim que envolve o Pavilhão Japonês • MUSEU HISTÓRICO DA IMIGRAÇÃO foi inspirado nos tradicionais conceitos japoneses, e reúne variadas plantas JAPONESA NO BRASIL e flores típicas. Nele foram instalados O Museu Histórico da Imigração Japonesa vários marcos relacionados à amizade e no Brasil foi inaugurado em 18 junho de intercâmbio entre o Brasil e o Japão. Um 1978, idealizado como a grande realizadeles, por exemplo, é o pinheiro japonês, ção do 70º aniversário da imigração japo- plantado em 1967 pelo atual Imperador nesa no Brasil. A cerimônia de abertura e Imperatriz do Japão. Outro é uma foi prestigiada pelo então príncipe herdei- escultura em pedra, com a inscrição de ro Akihito do Japão e pelo presidente da um poema haiku, de autoria de Nempuku República Ernesto Geisel. Sato, que imigrou ao Brasil em 1927 e, O objetivo da Sociedade Brasileira de Cul- desde então, dedicou-se ao ensino e à tura Japonesa - Bunkyo, responsável pela divulgação dessa poesia. iniciativa, foi o de registrar e preservar tudo o que pudesse contar a vida dos O Lago das Carpas imigrantes japoneses no Brasil. AtualO lago foi construído na mesma época mente o MHIJB soma 1.592 m² de área em que o Pavilhão e recebeu as primeiras expositiva, dividida em 3 andares: 7o, carpas coloridas no início da década de 8o e 9o andares, localizados no Edifício 70, graças à iniciativa da Associação BraBunkyo, em pleno bairro da Liberdade. sileira de Nishikigoi e ao intercâmbio com Museu Histórico da Imigração Japonesa criadores de várias províncias japonesas. no Brasil Rua São Joaquim, 381 - Liberdade 01508-900 - São Paulo - SP 3º andar - Biblioteca/Escritório 7º, 8º e 9º andares - Exposição Permanente
• PAVILHÃO JAPONÊS
Pavilhão Japonês, símbolo da amizade entre dois países Localizado no Parque do Ibirapuera, o Pavilhão Japonês ocupa uma área de 7.500 m2 às margens do lago do parque, e é composto de um edifício principal suspenso, que se articula em um salão nobre e diversas salas anexas, salão de exposição, além de um belíssimo lago de carpas. O Pavilhão Japonês foi construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira e doado à cidade de São Paulo, em 1954, na comemoração do IV Centenário de sua fundação. 48
Com capacidade para cerca de 100 mil litros de água, o lago abriga cerca de 320 carpas. A Sala de Chá O Chashitsu, local para a prática da cerimônia do chá, está localizado no edifício central, com sua atmosfera wabi sabi, isto é, de austero refinamento envolto por quietude e pura simplicidade. A inauguração da sala da cerimônia de chá foi realizada em 1954, com a presença do Grão-Mestre Herdeiro Sen Soko (posteriormente, XV Grão-Mestre do Urasenke) e seu irmão mais novo, o mestre Naya Yoshiharu. O Salão de Exposição O Salão de Exposição, ligado ao Pavilhão por uma passagem com vista ao jardim zen, apresenta o acervo permanente de arte japonesa constituído de peças doadas e consignadas pelo governo do Japão,
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entidades, empresas e personalidades diversas. É composto de peças originais e de réplicas perfeitas de “tesouros nacionais” japoneses. Periodicamente, o local recebe exposições especiais, sempre com temas relacionados à arte e cultura japonesa. Local: Parque do Ibirapuera - portão 10 (próximo ao Planetário e ao Museu Afro Brasil - mapa no final desta página). Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - São Paulo
• CENTRO DE ESTUDOS JAPONESES
Acervo de 19,8 mil volumes em japonês, 2,2 mil em outros idiomas e 7 mil revistas, entre romances, poesias e contos, com destaque para os títulos de literatura, cultura, artes, história e linguística. Para associar-se, é necessario apresentar documento de identidade. Biblioteca USP - Av. Prof. Lineu Prestes, 159 - Cidade Universitária - Cep: 05508900 - São Paulo - Tel:(11)3031-9665.
Templos budistas Restaurantes • TEMPLO BUDISTA HIGASHI HONGWANJI Bispo: Masao Ryose Avenida Cursino, 753 – Jardim da Saúde CEP: 04133-000 Fone: 274-4766
• TEMPLO BUDISTA JODOSHU BETSUIN NIPPAKUJI DE S.P. Bispo: Yomei Sasaki e Monge Pedro Avenida Paula Ferreira, 1133 – Piqueri CEP: 02915-100 Caixa Postal: 11534 Fone: 3976-5771
• TEMPLO BUDISTA KOYASAN SHINGONSHU DA AMÉRICA DO SUL,DIVISÃO BRASIL Rev. Taishin Sugimoto Rua Col. João Oliveira Melo, 741 – Vila Antonieta
• MOMOTARO
Ex-Kinu, Kanashiro aposta em uma base clássica, com toques de modernidade na mistura dos ingredientes, para apresentar uma longa lista de criações, ideal para jantar beliscando. Para começar, chega à mesa, como cortesia, uma porção de “edamame” (soja cozida na vagem), que vai bem com uma taça do saquê japonês Hakutsuru Karakuchi (R$ 17). Na sequência, opções são pratos como o Momotaro (tipo de tomate japonês), que vem com esse ingrediente cortado em fatias e com salmão marinado no shoyu e croûtons de tofu (R$ 32), o “kinoko”, um mix dos cogumelos shimeji, shiitake e “eringi” salteados com espinafre (R$ 26), e o “shake unagui”, um baterá (sushi prensado) de salmão e enguia ao molho “tarê” com abacate (R$ 27). R. Diogo Jácome, 591, Vila Nova Conceição, zona sul, São Paulo, SP. Tel.: 0/ xx/11/3842-5590. 72 lugares. Seg. a dom.: 7h às 24h. Zé Carlos Barretta 22.ago.11/Folhapress 49
• AYA JAPANESE CUISINE Juraci Pereira começou como manobrista em um restaurante japonês, mas há 20 anos, 11 deles ao lado de Jun Sakamoto, sushiman, com passagens pelo Nagayama e pelo Kosushi. Ele comanda essa casa que abriu com o empresário Roberto Ganme. Pequena e elegante, tem o balcão como principal atração. Há opções de menu-degustação (R$ 190 e R$ 230, com a inclusão de dois pratos quentes no final), que dividem a atenção com os quentes à la carte, como a merluza grelhada com missô e servida com legumes (R$ 48). Av. Pedroso de Moraes, 141 - Pinheiros Oeste. Telefone: 3097-9856
• BAN
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Com 40 anos de profissão, 36 deles no Brasil, o sushiman japonês Massanobu Haraguchi (ex-Miyabi) abriu, em setembro do ano passado, essa casa que também tem um quê de “izakaya”. O nome é uma homenagem ao sushiman Ban Shuzo, com quem Haraguchi trabalhou no Japão. Junto com Marcelo Nakaya (ex-Shin-Zushi), ele serve “tirashi”, arroz recoberto por peixe cru e frutos do mar (R$ 65, no jantar), além de sashimis mistos com quatro tipos de peixe (R$ 55, 14 fatias). Há também opções de “teishoku”, combinações de pratos quentes e frios
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GUIA GAIJIN DE CULTURA JAPONESA EM SP
(R$ 22 a R$ 70, no almoço). R. Thomaz Gonzaga, 20 - Liberdade Centro. Telefone: 3341-7749
pessoa), em que o sushiman sugere os itens e inclui duas iguarias, que podem ser vieira e água-viva. Há ainda pequena oferta de pratos quentes, como variações de tempurá e de yakisoba, além de • OHKA É outra casa comandada por profissionais empanados e um prato do dia. R. Prof. Carlos de Carvalho, 105 - Itaim Bibi egressos do Nagayama (o sushiman - Oeste. Telefone: 3078-3979 “Robson” e o gerente “Menudo”) que se associaram a investidores. Com ambiente dominado pela cor preta, o restaurante • STO. BENTÔ tem o balcão como melhor opção para Três médicos amantes da culinária japocomer as estrelas do cardápio, que são nesa se uniram para abrir esta casa, cujo os crus. Boas pedidas são os sashimis, comando é do chef Renan Brassolatti, pucomo o de robalo (R$ 15, cinco fatias) e pilo de Adriano Kanashiro (do Momotaro). os menus do chef (R$ 51 a R$ 65, por O nome faz referência às marmitas japonesas (o bentô). O cardápio, no entanto, não lista os bentôs, mas, sim, pratos variados. Opções de pratos frios são os sashimis de peixes brasileiros, como o namorado (R$ 12, com cinco fatias). Na parte dos quentes, há exemplos como o mero grelhado com teriyaki de jambu e legumes “sauté” (R$ 52). No sushi-bar, há opções de drinques à base de saquê. R. Artur de Azevedo, 299, Pinheiros, zona oeste, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/25792527. 80 lugares. Seg. a sáb.: 11h30 às 15h e 18h30 às 23h.
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