Sexualidade: uma ferramenta de poder Ana Lúcia dos Santos e Santos Giovana Carmo Temple
Introdução Ao pensar o sujeito, podemos refletir sobre seus desejos e prazeres, seu corpo e seus atributos, sua sexualidade. Esta proposição pode ser problematizada a partir do pensamento foucaultiano, o qual estará diretamente vinculado com a história genealógica deste sujeito, de seus desejos, seus prazeres, seu corpo e sua sexualidade. Nos permitindo compreender, por exemplo, diferentes maneiras de pensar a sexualidade. Por isso, ao voltarmos nosso olhar para as sociedades antigas pagãs e as cristãs, entenderemos que com o decorrer dos séculos a sexualidade passou a ser analisada a partir de uma história do estudo da sexualidade, e essas análises estavam carregadas de valores e de pré-conceitos de cada sociedade e época. Desse modo, é relevante pensar a sexualidade e entender que essas cargas de valores se organizam pela análise das relações de poder, como nos mostra Foucault. É na esteira das problematizações foucaultianas que o presente texto propõe analisar a sexualidade e a maneira como essa sexualidade é compreendida como uma ferramenta de poder. Para tal, analisaremos a relação consigo cuidado de si, e a subjetividade desenvolvida no período da antiguidade clássica que, em alguma medida, se modifica no período cristão. Como esses indivíduos que inicialmente se reconheceram como sujeitos da sexualidade prazer, passaram a se verem na condição de “sujeito do desejo”. Nesse caso, tomaremos como referencial teórico a obra História da sexualidade II, o uso dos prazeres, de Michel Foucault, e a obra Foucault, de Gilles Deleuze.