A escola e os efeitos do exercício do poder disciplinar Evandro Salvador Miranda Giovana Carmo Temple
Introdução Em suas pesquisas, Michel Foucault identificou mecanismos de controle que efetivam, entre os sujeitos, o exercício do poder; dentre eles a vigilância, a punição e o adestramento. Dessa forma, traremos para esta reflexão o pensamento de Foucault sobre o exercício do poder nas instituições, particularmente na escola. O interesse pela pesquisa surge através das experiências que obtivemos em sala de aula, em turmas do ensino médio da rede pública de educação, através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID. Na perspectiva de elucidar como os mecanismos de poder estabelecem o funcionamento da escola, e as relações entre os sujeitos que participam desta instituição, é que apresentamos as reflexões deste texto. Podemos definir a escola como uma instituição responsável pela formação educacional do sujeito e também produtora de saberes. É comum desde o século XVIII, século este que para Foucault é um dos mais importantes para a história da humanidade, pois é o berço da revolução industrial e dos ideais humanistas, caracterizado pela atenção ao cuidado e bem-estar da população, a importância da instituição de ensino na formação do sujeito para a sociedade. Contudo, muitas vezes, não notamos a arquitetura que sustenta as instituições, ou o exercício do poder que tais instituições têm no controle dos corpos, em uma “descoberta do corpo como objeto e alvo de poder” (FOUCAULT, 2004a, p. 117).