A filosofia orientada

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O papel formador da angústia em Sören Kierkegaard Daiane Soares dos Santos Pablo Enrique Abraham Zunino

Introdução O objetivo deste texto é indicar o papel estabelecido pela angústia existencial na tarefa de edificação da nossa individualidade, que por sua vez, está interligada com a consciência da possibilidade da liberdade. Utilizamos como principal fonte bibliográfica o ensaio O conceito de angústia (1844), de Sören Aabye Kierkegaard (18131855), publicado com o pseudônimo de Vigilius Haufniensis (Vigia de Copenhague). Abreviadamente, trata-se de um professor de dogmática refletindo sobre o problema da angústia sob o prisma psicológico como pressuposição e consequência do pecado hereditário. Para tanto, percebemos que o caminho percorrido deveria, primeiramente, apresentar as condições que possibilitam e explicam o surgimento da angústia no homem em estado original, para em seguida delimitar a diferença estabelecida entre as categorias de liberdade, necessidade e possibilidade. Desse modo, pretendemos demonstrar que o tratamento da existência humana precisa ter como sustentáculo a mudança, a qual somente é possível no âmbito do devir histórico. Por fim, refletimos como a angústia conduz o sujeito cognoscente ao conhecimento de si mesmo enquanto existência viva, o que é diferente da autoconsciência pura, de uma conceituação aos moldes racionalistas. A pseudonímia é uma característica importante, utilizada como método para apresentar uma perspectiva, um ponto de vista, e não


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