A filosofia orientada

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O conhecimento de si nos ensaios de Montaigne Rosemare dos Santos Pereira Vieira Pablo Enrique Abraham Zunino

Introdução O objetivo deste capítulo é analisar a condição do homem como ser pensante, no que diz respeito à apreensão do conhecimento e ao resgate da sua identidade, que se projeta em um olhar voltado para o mundo exterior, o mundo dos costumes e das descobertas. Assim, o homem que busca conhecer-se em profundidade deverá aceitar conscientemente seus problemas, inseguranças e desafios para aprender a conviver com eles. Na obra do filósofo francês, Michel de Montaigne, encontramos um caminho investigativo que nos ajuda a pensar o homem em toda sua complexidade, levando-nos a repensar a nossa própria condição de seres pensantes. Através da leitura atenta dos capítulos III e XXIII dos Ensaios, percebemos que o próprio autor vivencia um processo do conhecimento de si a partir do ato decisivo de retirar-se da vida pública, experiência que reflete sobre questões presentes na vida cotidiana e que ainda hoje nos inquietam. Em pleno século XVI, Montaigne viveu em um contexto de grandes conflitos sociais, políticos e religiosos; também foi um apreciador da figura de Sócrates, principalmente no exercício do exame constante de si mesmo, que culminaria numa vida autêntica, tal como ele a apresenta em sua obra Ensaios: um retrato de si mesmo. A postura do filósofo em relação ao problema do conhecimento se dá no exercício do conhecimento de si, na experiência consigo mesmo diante de um contexto conturbado e conflituoso em sua época.


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