A filosofia orientada

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Alteridade e subjetividade em Emmanuel Lévinas Najla Peixoto dos Santos Pablo Enrique Abraham Zunino

Introdução O objetivo deste trabalho é realizar uma análise na perspectiva do filósofo lituano Emmanuel Lévinas (1906-1995), procurando compreender a relação da ética da alteridade com a construção da subjetividade. Em sua filosofia, destacamos que, ao se estabelecer uma relação interpessoal, o outro deve ser compreendido na sua exterioridade, sendo percebido, não numa relação de totalidade na qual prevalece o imperialismo do eu, mas numa abertura à sua complexidade e diferença. A pesquisa pretende mostrar que a relação do Eu consigo mesmo, tão primordial na tradição filosófica, perde espaço para a intersubjetividade na filosofia levinasiana. Por conseguinte, o trabalho revela uma relação face-a-face em que o eu é convocado à responsabilidade ética. A responsabilidade, de acordo com Lévinas, se efetiva a partir da abertura ao outro e, assim, expõe uma constituição subjetiva que emerge da sociabilidade. Ao iniciar sua teoria filosófica, o autor almeja traçar uma linha de pensamento que assume um novo princípio para o filosofar: a ética como filosofia primeira. Deste modo, o presente estudo tem como finalidade tratar da ética levinasiana e suas implicações para a constituição da subjetividade. Com efeito, o pensamento de Lévinas amplia certos elementos conceituais a fim de descrever o processo da relação intersubjetiva em que o outro é enfatizado. Isso implica, consequentemente, uma inovada concepção de subjetividade. Perante essa constatação, fomos atraídos a apresentar uma reflexão


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