A filosofia orientada

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Filosofia e cinema: Bergman, uma leitura bergsoniana Rosa Ilana Santos Geovana da Paz Monteiro

Introdução A obra fílmica e escrita do cineasta sueco, Ernst Ingmar Bergman (1918-2007), é permeada pela problemática religiosa. Em alguma medida, suas ideias parecem estar em sintonia com o pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941), embora não haja qualquer referência a Bergson por parte de Bergman. Cientes de tal conexão, nos propusemos a investigar a relação entre o pensamento do artista e o do filósofo no que tange à possibilidade deum conhecimento profundo da vida, seja pela arte, pela filosofia ou pela mística. Abordaremos a ideação bergmaniana a partir de obras específicas: as fílmicas O sétimo selo, A fonte da donzela, Através de um espelho e Luz de inverno, bem como as escritas, Lanterna mágica e Imagens. A abordagem bergsoniana se dará a partir das obras As duas fontes da moral e da religião, O riso, A evolução criadora e O pensamento e o movente. Trataremos inicialmente da relação entre filosofia e cinema, ou se quisermos, entre filosofia e arte. Nossa pretensão não é o aprofundamento filosófico da linguagem cinematográfica, mas o conteúdo reflexivo que a obra fílmica é capaz de suscitar a um expectador atento. A questão religiosa será sempre o foco da discussão, ou seja, visamos entender como esses dois pensadores, Bergman e Bergson, a compreenderam, suas críticas à instituição religiosa e seu papel em sociedades fechadas. Em suma, nosso objetivo aqui está posto: ler o cinema do artista pela ótica do filósofo.


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