Serviço Social na UFRB: desafios da permanência x pandemia Albany Mendonça Silva Andréa Alice Rodrigues Silva Lúcia Maria Aquino de Queiroz Caroline dos Santos Lima Catharina Fernandes Alves Ediane Pereira Santana Gabriele Ribeiro Queiroz
Introdução O Brasil, como um país capitalista em desenvolvimento, marcado pelas contradições antagônicas entre classes sociais e entre capital e trabalho, tem sofrido historicamente crises cíclicas23 na sua economia. São crises típicas do capitalismo e das suas contradições, que apresentam um caráter multifacetado, com uma diversidade de fatores explicativos, sendo, entretanto, caracterizadas pela presença de elementos específicos capazes de possibilitar a identificação de aspectos peculiares a cada uma delas. Isto é, as crises são constitutivas da própria dinâmica do seu desenvolvimento. Para Netto e Braz (2006, p. 157) “[...] a crise é constitutiva do capitalismo: não existiu, não existe e não existirá capitalismo sem crise [...]”, portanto, entende-se que o próprio capitalismo cria as condições para que se possam construir as crises e intensificar os processos de lutas de classes. É nesse cenário de crise capitalista que se acelera – a partir dos anos 1990 –, nos marcos do contexto neoliberal, a tendência de redução dos gastos estatais com políticas públicas e a financeirização 23 Termo utilizado por Mandel (1985) para explicar que as crises no sistema capitalista são marcadas por ciclos.