Segurança pública para LGBTI+: Brasil e Portugal Rodrigo Sales Queiroz Simone Brandão Souza
Introdução As demarcações teórico-metodológicas de ruptura no campo da pesquisa e da produção de conhecimento e que falam a partir de perspectivas que buscam descolonizar o saber, são por vezes estranhadas pela academia porque rasuram algumas normas acadêmicas instituídas. No entanto, são necessárias, porque revolucionam e apontam outros direcionamentos na construção intelectual, afirmando intencionalidades e posições ético-políticas. Portanto, enquanto escolha metodológica, utilizaremos “Notas Iniciais” e “Notas Finais” no lugar de “Introdução” e de “Considerações Finais” que, embora normalmente usuais, acreditamos, não fariam jus ao fato de este capítulo não introduzir o debate proposto, na medida em que outras autoras e autores potentes já vêm realizando essa discussão. Também não pretendemos que esse debate seja findo nas considerações finais, pois não esgota toda a produção sobre o tema que certamente será ampliada a partir de pesquisas que podem ser desenvolvidas futuramente. Discutimos, então, em notas iniciais, que as identidades de gênero, orientações sexuais, performatividades de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transgêneros, Intersexuais, entre outras identidades (LGBTI+), foram historicamente alocadas no lugar do corpo estranhado, e então violentadas/exterminadas, com participação sistêmica de instituições sociais como o Estado, a Medicina e a Religião (LOURO, 2001, 2004).