RONDÔNIA E SUAS PERSPECTIVAS
Artur de Souza Moret José Manuel C. Marta
Uma das referências para este texto está baseada na perspectiva de es-
cala, entre o local e nacional, bem como o transnacional fronteiriço, onde “A
valorização dos ativos (produtivos e financeiros) encontra diversas oportunidades na conquista horizontal, extensiva de novos mercados, com um vasto leque
regional de possibilidades de reprodução ampliada e de realização dinâmica do excedente” (BRANDÃO, 2012, p. 189).
Assim, é um discurso que descreve que a vocação é voltada para atividades
de pecuária e da soja, bem como solução para as agruras do trabalho rural, carecen-
do assim de inter-relação entre as escalas de planejamento, bem como as vocações locais balizadas na preservação ambiental e no respeito ao conteúdo social.
Todavia, baseada em incentivos e subsídios, parece mais uma atividade
armadilha em função da Lei Kandir que um produto que oferece margens de
lucro adequadas a sua existência. Desse modo, como se entende, essa fixação pelo agronegócio parece mais uma determinação de objetivos relacionados à
produção de matérias-primas dentro de uma lógica de divisão do trabalho, o que altera pouco a economia do Estado.
Desse modo, o discurso parece ter base na velha e desgastada Divisão
Internacional do Trabalho (DIT interna), cujas matérias-primas devem ser produzidas nas regiões “novas” do Centro-Oeste e da Amazônia e os produ-
tos finais, de preferência industriais, produzidos nas regiões centrais, onde se agrega mão de obra, tecnologia e energia, como a região hegemônica do país. A Revista Valor Econômico (2017), na carta ao leitor, sugere que
o Estado [...] está preparado para dar novo salto na expansão econômica ... e que o avanço obtido é creditado à pecuária, à safra de grãos, ao cultivo do
peixe, com os quais o governo pretende oferecer novas oportunidades na 12