9. DA CONSTRUÇÃO A REVITALIZAÇÃO: UMA ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO HISTÓRICO ESPACIAL DO MERCADO MUNICIPAL DE RIO BRANCO - ACRE Dhuliani Cristina Bonfanti Janete Farias Mendonça
Introdução Os mercados públicos, como espaços voltados não apenas para a comercialização, mas também para a socialização, revelam a essência da cidade, pois no mercado é possível apreender elementos e produtos típicos de cada região, cidade ou país. Na cidade de Rio Branco, a dinâmica apresentada pelo mercado municipal não é distinta. O mercado teve sua construção no fim década de 1920, pela gestão do governador Hugo Carneiro, e sua edificação se deu às margens do rio Acre, por ser uma região onde estava instalado o porto, que atendia a priori a população ribeirinha que fazia uso diariamente na venda e busca de produtos que não eram produzidos nos seringais e colônias. Ou seja, servia como ponto de encontro e comércio de produtos agrícolas. A construção do mercado teve uma forte representatividade para o então governo, expressando o início da modernidade, busca incessante traçada por Hugo Carneiro, que pretendia transformar a cidade em uma “Paris em meio a selva”. No entanto, esta cidade do imaginário do então governador em nada refletia a realidade das estruturas econômicas, sociais e culturais da população. Sua construção ocorreu na margem esquerda do rio Acre, no centro da cidade (Figura 1), local onde estavam concentrados o setor econômico, governamental e em que residiam as famílias mais abastadas, como os governantes. A localização escolhida para a instalação do