Atpc 08 e 12 06 - O Aluno em Foco

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EE. Bartolomeu de Gusmaã o Pe. O ALUNO EM FOCO


DROP LITERÁRIO “A FOLHA AMASSADA”


• Quando criança, por causa de meu caraá ter impulsivo, reagia aà menor provocaçaã o. • Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes, sentia-me envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado. • Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosaã o de raiva, e entregou-me uma folha de papel lisa e me disse: • – Amasse-a! • Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha. • – Agora, deixe-a como estava antes. Voltou a dizer-me.


• ÓÓ bvio que naã o pude deixaá -la como antes. Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas. • Ó professor me disse, entaã o: • – Ó coraçaã o das pessoas eá como esse papel. A impressaã o que neles deixamos seraá taã o difíácil de apagar como esses amassados. • Assim, aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro-me daquele papel amassado. • Autor desconhecido


Ó que eá indisciplina? • Exaustiva e desafiadora, a indisciplina representa uma enorme dificuldade para o trabalho dos professores. Naã o existe soluçaã o faá cil, mas naã o desanime! Nesta reportagem, convidamos voceê a refletir sobre as causas do problema. E neste conjunto de links, sugerimos mais de 90 alternativas para começar a venceê -lo.


• Que a profissaã o docente passa por um momento delicado eá algo reconhecido naã o apenas por quem faz da sala de aula o seu dia a dia, mas tambeá m pelos estudiosos que se debruçam sobre o assunto. Philippe Perrenoud, refereê ncia na sociologia da Educaçaã o, costuma afirmar que nunca foi taã o difíácil ser professor. • Isso porque a escola passa por dois movimentos de mudança - ambos externos aos seus muros. Por um lado, cobram-se cada vez mais tarefas da instituiçaã o: ensino dos conteuá dos regulares, temas transversais, cidadania, eá tica, Educaçaã o sexual e por aíá vai. De outro, afirma o especialista, "as condiçoã es de exercíácio da profissaã o estaã o cada vez mais difíáceis". • Entre essas dificuldades, a indisciplina lidera a lista de queixas. Pesquisa realizada por NÓVA ESCÓLA e Ibope em 2007 com 500 professores de todo o paíás revelou que 69% deles apontavam a indisciplina e a falta de atençaã o entre os principais problemas da sala de aula. Soá quem sente na pele a questaã o no cotidiano tem a real dimensaã o de como o problema eá desgastante, levando ao desestíámulo com a profissaã o e, muitas vezes, ateá ao abandono.


• Mas, calma. Respire. EÓ possíável, sim, virar esse jogo. Quer conseguir uma turma atenta e motivada? • Sim, eá possíável. Na maioria das vezes, trata-se de um trabalho de longo prazo, com avanços e recuos e rediscussoã es permanentes, em que o trabalho em equipe eá essencial. Naã o haá receita maá gica, mas muitos caminhos para chegar laá . • E, no quadro abaixo, reuníámos mais de 90 links para atacar de frente a indisciplina e seus problemas correlatos, bullying e violeê ncia escolar. • Esta reportagem especial pode servir como porta de entrada para o assunto. Nela, fazemos um convite: eá hora de rever sua ideia de indisciplina e o que haá por traá s dela. A proposta de reflexaã o eá a seguinte: • Seraá que existe algo que voceê pode transformar em sua praá tica pedagoá gica para diminuir o problema?


Para que voceê avance nessa reflexaã o, eá preciso entender que a indisciplina eá a transgressaã o de •dois 1- Ó primeiro o as regras morais, construíádas socialmente com base em tipostipo desaã regra.

princíápios quevisam o bem comum, ou seja, em princíápios eá ticos. Por exemplo, naã o xingar e naã o bater. Sobre essas, naã o haá discussaã o: elas valem para todas as escolas e em qualquer situaçaã o.

• 2- Ó segundo tipo saã o as chamadas regras convencionais, definidas por um grupo com objetivos especíáficos. Aqui entram as que tratam do uso do celular e da conversa em sala de aula, por exemplo. Nesse caso, a questaã o naã o pode ser fechada. Ela varia de escola para escola ou ainda dentro de uma mesma instituiçaã o, conforme o momento. Afinal, o diaá logo durante a aula pode naã o ser considerado indisciplina se ele se referir ao conteuá do tratado no momento, certo?


• EÓ na distinçaã o entre moralidade e convençaã o que podemos começar a trilhar um caminho promissor. Na praá tica, separar uma coisa da outra naã o eá faá cil. Frequentemente, mistura-se tudo em extensos regimentos que pouco colaboram para manter o bom funcionamento da instituiçaã o e o clima necessaá rio aà aprendizagem em sala de aula. • "A situaçaã o piora ainda mais se essas convençoã es se baseiam em permissoã es, proibiçoã es e castigos sem nenhum tipo de negociaçaã o", explica Ana Aragaã o, da Faculdade de Educaçaã o da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ós cartuns do adoraá vel Calvin, criaçaã o do norte-americano Bill Waterson, exploram com maestria essa constante em sala de aula.


Mas, e na vida real? Existe algum jeito de driblar essas situaçoã es que soá tem graça no papel? Sim, e seu papel eá fundamental. EÓ o que discutimos na continuaçaã o deste texto.


• Sem sua ajuda, jaá na infaê ncia, a criança naã o aprende o valor das regras Ó movimento contíánuo de construçaã o e reavaliaçaã o de regras, mais o respeito a elas, eá aà base de todo convíávio em sociedade. Da mesma forma que os conflitos nunca vaã o deixar de existir na vida em comunidade - no contexto escolar, especificamente, eles tambeá m naã o vaã o desaparecer. Saber lidar com eles faz com que voceê consiga trabalhar melhor. "Esperar que os pequenos, de modo espontaê neo, saibam se portar perante os colegas e educadores eá um engano. EÓ abrir maã o de um dever docente", explica Luciene Tognetta, do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educaçaã o da Unicamp.


• Mas muitos professores esperam que essa formaçaã o moral seja feita 100% pela famíália... "Naã o se trata de destituíá-la dessa tarefa, mas eá preciso enxergar o espaço escolar como propíácio para a viveê ncia de relaçoã es interpessoais", pondera AÓ urea de Óliveira, do Departamento de Educaçaã o da Universidade Estadual Paulista "Juá lio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Rio Claro. • As questoã es ligadas aà moral e aà vida em grupo devem ser tratadas como conteuá dos de ensino. Caso contraá rio, corre-se o risco de permitir que as crianças se tornem adultos autocentrados e indisciplinados em qualquer situaçaã o, incapazes de dialogar e cooperar. Pesquisa de 2002 com 120 universitaá rios, de Montserrat Moreno e Genoveva Sastre, da Universidade de Barcelona, indagou sobre a utilidade do que eles aprenderam na escola para a resoluçaã o de conflitos na vida adulta. • Apenas 3% apontaram que os professores lhes ensinaram atitudes e formas especíáficas de agir. • "Esses resultados certamente saã o proá ximos da realidade brasileira", afirma Luciene. "Nosso estilo de ensinar eá parecido, pois joga pouca luz sobre o curríáculo oculto, aquele que leva em conta o sentimento do estudante, seus desejos, suas incompreensoã es."


“A escola tambeá m pode contribuir para gerar a indisciplina, partindo do pressuposto das regras escolares, que muitas vezes saã o impostas e naã o claras”. Ó naã o entendimento ou a contestaçaã o das mesmas (falta de diaá logo) pode reverte-se em atitudes, consideradas indisciplinadas.


• Em vez de agir sobre a consequeê ncia, procurar a causa saber como o ser humano se desenvolve moralmente eá essencial para encontrar as raíázes da indisciplina. Antes de entender por que precisam agir corretamente, as crianças pequenas vivem a chamada moral heteroê noma, ou seja, seguem regras aà risca, ditadas por terceiros, sem usar a proá pria conscieê ncia para reelaboraá -las de acordo com a situaçaã o. Por exemplo: se elas sabem que naã o se deve derramar aá gua no chaã o, julga o fato um erro mesmo no caso de um acidente. Nessa fase, a autoridade eá fundamental para o bom andamento das relaçoã es. • Por volta dos 9 anos, abre-se espaço para a construçaã o da moral autoê noma, quando o respeito muá tuo se sobrepoã e aà coaçaã o. Mas a mudança naã o eá maá gica. Ó cientista suíáço Jean Piaget (1896-1980) questionava a possibilidade de a criança adquirir essa conscieê ncia se todo dever sempre emana de pessoas superiores. Assim, eá possíável dizer que a autonomia soá passa a existir quando as relaçoã es entre crianças e adultos (e delas com elas mesmas) saã o baseadas, desde a fase heteroê noma, na cooperaçaã o e no entendimento do que eá ou naã o eá moralmente aceito e por queê .


• Sem isso, eá natural que, conforme cresçam mais indisciplinados fiquem os alunos. • Isso deixa claro que a rota de combate aà indisciplina naã o passa, como pensam alguns, por uma volta aà "rigidez de antigamente" - inflexíável, que contava ateá mesmo com castigos fíásicos. Ó professor precisa, sim, de autoridade perante a classe. Mas ela soá eá conquistada quando ele domina o conteuá do e sabe lançar maã o de estrateá gias eficientes para ensinaá -los. • Se naã o, como bem descreve o psicoá logo austríáaco Alfred Adler (1870-1937), a Educaçaã o se reduz ao ato de o aluno transcrever o que estaá no caderno do professor sem que nada passe pela cabeça de ambos. “Ó resultado eá o teá dio”. E gente entediada busca algo mais interessante para fazer, o que muitos confundem com indisciplina. “A escola eá , sem duá vida, a instituiçaã o do conhecimento, mas eá preciso deixar espaço para a açaã o mental da turma”, afirma Luciene.


Ólhar para a sala de aula tendo como base essa concepçaã o de indisciplina faz diferença. Ós benefíácios certamente seraã o maiores se houver o envolvimento institucional. Por isso, o trabalho exige naã o apenas autorreflexaã o, mas tambeá m formaçaã o e esforço de equipe. Para transformar o ambiente, o discurso tem de ser constante e exemplificado por açoã es de todos.


Orientações Gerais /Coordenação;


Orientações Gerais /Coordenação;


Orientações Gerais /Coordenação • Orientação geral sobre digitação de notas, diário de classe, plano de aula mensal e conselho de série/ classe. • Preenchimento da ficha individual do aluno (deliberação 120/2013). • Orientação geral sobre digitação de notas, diário de classe, plano de aula mensal e conselho de série/ classe; • Socialização e Encerramento.


Adicionar Tíátulo de Slide – 1


CÓÓRDENAÇAÃ Ó PEDAGÓÓ GICA 2017


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