RIO DE JANEIRO
28-29 julho 2014
A comunidade universitรกria opina Sondagem de opinion
DIREÇÃO DO PROJETO E COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO Mercedes de Esteban Villar Fundación Europea Sociedad y Educación Ana Rey Secretaría Técnica. Fundación Europea Sociedad y Educación DIREÇÃO CIENTÍFICA E AUTORIA Víctor Pérez-Díaz* Presidente de Analistas Socio-Políticos Juan Carlos Rodríguez* Pesquisador de Analistas Sócio-Políticos *Autores dos capítulos de análise das sondagens e das conclusões EQUIPE TÉCNICA José Manuel Segovia* Técnico especializado em programação e gestão online José Manuel Lacasa* Analista e técnico especializado em estatística educativa *Autores do estudo técnico e trabalho de campo PLATAFORMA INFORMÁTICA Encuestafacil.com ASSESSORES ACADÊMICOS Federico Gutiérrez Solana Ramón Capdevila David Aguilar Alberto Dibbern José Jaime Rivera DESIGN GRÁFICO DO RELATÓRIO E DIAGRAMAÇÃO KEN / www.ken.es © Banco de Santander © Fundación Europea Sociedad y Educación José Abascal 57, 5º B 28003 Madrid T 34 91 455 15 76 www.sociedadyeducacion.org © Autores O Banco Santander e a Fundación Europea Sociedad y Educación permitem a exploração dos resultados da pesquisa, assim como a reprodução total do Relatório, sempre que não impliquem distorção, modificação, alteração ou atentado contra o mesmo ou seus autores e desde que seja feita referência ao seu conteúdo conforme as normas acadêmicas. O conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 International, http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
Índice
Apresentaçao
06
Introduçao
10
1. Universidades comprometidas
16
Introdução
17
1. Os fins e o impacto da universidade
20
2. A cooperação com outros atores para o cumprimento dos fins da universidade
30
3. A implicação social dos universitários
34
4. Para uma igualdade de acesso aos estudos universitários: situação e medidas
38
5. Programa Ibero-Americano de Ação Social
50
2. Universidades sem fronteiras
52
Introdução
53
1. A mobilidade interna dos estudantes
56
2. Importância da mobilidade internacional dos universitários e da internacionalização das universidades
62
3. A universidade do entrevistado e a mobilidade nacional ou internacional, e uma breve nota sobre a formação online
68
4. A experiência de mobilidade internacional de professores e estudantes
74
5. Obstáculos à mobilidade e medidas para orientá-la e melhorá-la
78
3. Universidades formadoras
91
Introdução
92
1. A mobilidade interna dos estudantes
95
2. A capacidade de ensino do corpo docente universitário
107
3. A formação online em geral: opiniões, expectativas e realidades
111
4. Um caso particular da formação online: os MOOCS
121
5. A qualidade do ensino universitário, medidas para melhorá-lo
125
4. Universidades criativas e inovadoras
128
Introdução
130
1. A inovação tecnológica como objetivo nacional
135
2. A pesquisa realizada nas universidades
140
3. Os futuros pesquisadores universitários
153
4. A gestão da pesquisa nas universidades
160
5. De volta ao binômio pesquisa-formação
167
6. Políticas de melhoria da capacidade de inovação das universidades
171
5. Universidades eficientes
186
Introdução
187
1. Os recursos financeiros
191
2. A contratação do professorado
207
3. Autonomia e prestação de contas
214
4. A governança das universidades
227
5. A gestão administrativa das universidades
235
6. Medidas para melhorar a eficiência das universidades
245
Conclusões finais
247
Introdução
248
1. Os resultados principais de cada pesquisa
249
Resultados principais da primeira pesquisa
249
Resultados principais da segunda pesquisa
251
Resultados principais da terceira pesquisa
255
Resultados principais da quarta pesquisa
259
Resultados principais da quinta pesquisa
263
2. Considerações de caráter geral
Relatório técnico e trabalho de campo
270
277
1. Planejamento estratégico e amostras
278
2. Características da ferramenta e programação online
288
3. Trabalho de campo
293
Acompanhamento das taxas de resposta
293
Períodos de exposição e frequência de respostas
293
Redes sociais
296
4. Análise de anulados
298
5. Ponderação dos dados
301
6. Bases de dados
302
7. Fichas técnicas de cada pesquisa
303
Questionários
310
Questionário 1. Universidades comprometidas
313
Questionário 2. Universidades sem fronteiras
317
Questionário 3. Universidades formadoras
321
Questionário 4. Universidades criativas e inovadoras
326
Questionário 5. Universidades eficientes
334
Apresentaรงao
Secretaria Técnica do Comitê Acadêmico do III Encontro de Reitores Universia encarregou à Fundação Sociedade e Educação (www.sociedadyeducacion.org), uma instituição de conhecimento especializada na reflexão e análise socioeducativa, a concepção, aplicação e análise de resultados de uma série de cinco pesquisas de opinião, dirigidas à comunidade universitária da Universia e segmentadas por públicos –estudantes, pessoal docente e de pesquisa, e de administração e serviços. Entre os objetivos do Comitê Acadêmico responsável pelo III Encontro de Reitores Universia no Rio de Janeiro, figurou o estímulo de mecanismos de participação que permitissem dispor de opiniões qualificadas, reforçar os vetores de mudança na instituição universitária ibero-americana, fortalecer seu protagonismo social, promover uma convergência de perspectivas através de uma participação ativa da comunidade universitária e contribuir para a consolidação da Universia. Um ambicioso objetivo cujo cumprimento incluiu, além das pesquisas de opinião, outros instrumentos, tais como os debates Rio 2014, Conselhos da Universia, entrevistas, inquéritos, grupos de trabalho e presença ativa em redes sociais. Os temas pesquisados entre os membros da comunidade universitária entre setembro de 2013 e maio de 2014 desenvolveram-se a partir do lema do III Encontro “A Universidade do século XXI, uma reflexão da Ibero-américa,” tomando como referência as conclusões alcançadas no Encontro de Reitores de Guadalajara 2010, e discorreram sobre diversos aspectos relacionados ao presente e futuro da
A
CINCO PESQUISAS DE OPINIÃO, DIRIGIDAS À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA DA UNIVERSIA E SEGMENTADAS POR PÚBLICOS –ESTUDANTES, PESSOAL DOCENTE E DE PESQUISA, E DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
# APRESENTAÇÃO
8
Universidade: compromisso social, internacionalização, funções de formação, pesquisa e inovação, e, por último, recursos, organização e funcionamento. Com a informação proporcionada por este estudo serão alimentados e enriquecidos os debates do III Encontro de Reitores Universia. A elaboração da Carta do Rio constitui, sem dúvida, um importante objetivo para todos os implicados neste III Encontro de Reitores Universia. A convergência de perspectivas que permitam dispor de um documento de consenso exige estabelecer mecanismos que deem espaço à voz da comunidade universitária. Para isso, a série de questionários respondidos pelos membros da comunidade universitária permitiu reunir um conjunto de avaliações dos temas debatidos segmentadas por públicos, conhecer um pouco melhor a escala de prioridades que estudantes, professores, pesquisadores e colaboradores na tarefa de administração e serviços atribuem a suas universidades, e determinar a possível contribuição da Universia para a construção de um espaço ibero-americano de conhecimento. O projeto foi dirigido pelo Instituto de Estudos Educativos e Sociais, departamento de pesquisa da mencionada fundação. A equipe, coordenada por Mercedes de Esteban Villar, diretora do Instituto, contou, para a elaboração e desenvolvimento dos questionários de cada pesquisa, assim como para a análise dos dados obtidos e a redação deste informe, com a direção científica de Víctor Pérez-Díaz, sociólogo, doutor pela Universidade Complutense e por Harvard, catedrático de universidade, e presidente de Analistas Sociopolíticos, Gabinete de Estudos, e com Juan Carlos Rodríguez,
O PROJETO FOI DIRIGIDO PELO INSTITUTO DE ESTUDOS EDUCATIVOS E SOCIAIS, DEPARTAMENTO DE PESQUISA À FUNDAÇÃO SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
# APRESENTAÇÃO
9
sociólogo, professor da Universidade Complutense e pesquisador do mencionado gabinete. A segmentação da comunidade universitária, os critérios de gestão dos diferentes públicos, a habilitação e adaptação da ferramenta online que abriga cada pesquisa e o processo de codificação e classificação da informação obtida foram efetuados com a colaboração de José Manuel Lacasa e José Manuel Segovia, analistas e técnicos especializados em estatística educativa, programação e gestão online. Os conteúdos e a idoneidade das perguntas para o contexto ibero-americano foram submetidos à avaliação de um grupo de especialistas formado por David Aguilar, reitor da Universidad de Granada, Federico Gutiérrez-Solana, diretor da Secretaria Técnica do III Encontro e ex-reitor da Universidad de Cantabria, Ramón Capdevila, assistente do Conselheiro Delegado da Universia, Alberto Dibbern, reitor da Universidad de La Plata e Secretário de Educação Pública da Argentina, e José Jaime Rivera, reitor da Universidad Sagrado Corazón de Porto Rico. A equipe de trabalho que tornou possível a elaboração deste Relatório agradece a confiança depositada pelo Comitê Acadêmico e espera ter proporcionado um importante capital informativo que confirme tendências, abra novas perspectivas e, sobretudo, forneça novas evidências sobre as opiniões e expectativas de todos os implicados nas tarefas universitárias.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
10
Introduรงao
este relatório apresentamos uma análise dos resultados das cinco pesquisas entre a comunidade universitária ibero-americana concebidas como parte do processo de participação da comunidade na preparação e implementação do III Encontro de Reitores Universia no Rio de Janeiro. Essas cinco pesquisas foram elaboradas seguindo de perto a temática da Agenda de Guadalajara 2010, isto é, o documento de conclusões do II Encontro Internacional de Reitores da Universia. Essas conclusões foram estruturadas em cinco eixos, a cada um dos quais correspondeu uma pesquisa. Os cinco eixos foram os seguintes: 1) universidades comprometidas (dimensão social da universidade), 2) universidades sem fronteiras (mobilidade e internacionalização universitárias), 3) universidades formadoras (qualidade docente e renovação dos ensinos), 4) universidades criativas, inovadoras e empreendedoras (pesquisa, transferência do conhecimento e empreendimento), e 5) universidades eficientes (recursos, organização e funcionamento). Cada um dos capítulos centrais do relatório dedica-se a um desses eixos de ação, analisando os resultados da pesquisa correspondente, segmentados segundo os três públicos consultados (estudantes, professores e pessoal de administração e serviços), e, em alguns casos, segundo as áreas geográficas, ou “regiões Universia”, em que as universidades1 foram agrupadas, ou segundo o âmbito do conhecimento em que os professores desenvolvem sua docência e pesquisa. Nas conclusões resumimos os resultados principais de cada pesquisa e apresentamos considerações
N
UMA ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS CINCO PESQUISAS ENTRE A COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA IBEROAMERICANA
1 Ver o capítulo “Estudo técnico e trabalho de campo”.
# INTRODUÇÃO
12
gerais resultantes de ter em conta todas as pesquisas em conjunto. O relatório completa-se com um estudo técnico em que se detalham as características das pesquisas, das amostras estudadas e do trabalho de campo. Os dados analisados são resultado de um processo árduo e trabalhoso de preparação das ferramentas de coleta e de organização dos contatos necessários para que estas fossem eficazes (ver estudo técnico). Dadas as dificuldades metodológicas e financeiras para efetuar uma amostragem aleatória (simples ou estratificada), optou-se por conceber uma pesquisa acessível pela internet e por centrar os esforços em facilitar o acesso à pesquisa ao maior número possível de potenciais entrevistados. Para isso foram aplicadas várias estratégias. Primeiro, foram inseridos diferentes banners nos portais da Universia, no site do III Encontro de Reitores e as universidades sócias foram incentivadas a inserir esses mesmos banners em seus sites. Em segundo lugar, solicitou-se às universidades que anunciassem a pesquisa através de suas redes sociais. Em terceiro lugar, a Universia enviou um e-mail solicitando a participação na pesquisa à sua base de usuários, e aos usuários da Rede Innoversia; desconhecemos o alcance e segmentação destas bases de usuários, mas sabemos contêm por volta de 600.000 e-mails, segundo os dados fornecidos. Solicitamos ainda a uma amostra de universidades escolhidas por seu maior tamanho que enviassem um link da pesquisa a suas listas de mailing: selecionamos aleatoriamente 53, atendendo a critérios de estratificação por países e por número de alunos. O sucesso desta última estratégia foi desigual, pois a maioria
# INTRODUÇÃO
13
das universidades que enviaram o e-mail estavam estabelecidas na Espanha, país em que, por outro lado e a partir da terceira pesquisa, foram incrementados os trâmites diretos para incitar a participação nas pesquisas. Por último, a equipe técnica da Fundação Sociedade e Educação implementou múltiplas iniciativas relacionadas à difusão das pesquisas em redes sociais de universidades do meio ibero-americano selecionadas aleatoriamente. Em definitiva, os dados foram coletados através de cinco pesquisas online, que constavam de duas partes. A primeira compunha-se de perguntas que filtravam os potenciais entrevistados, comprovando se mantinham um vínculo com uma universidade ibero-americana e obtendo informação sobre suas características demográficas. A segunda parte obtinha opinião sobre os temas substantivos da pesquisa. Finalizado o trabalho de campo de cada pesquisa, aplicou-se um segundo filtro para prescindir dos questionários insuficientemente preenchidos e para garantir um mínimo de qualidade nas respostas. As amostras definitivas obtidas atingiram tamanhos apreciáveis, de ao redor de vários milhares de casos em cada pesquisa. Como já apontamos, as pesquisas não foram aplicadas sobre uma amostra aleatória, estatisticamente representativa dos membros da comunidade universitária iberoamericana. No entanto, os dados têm qualidade suficiente para, entendidos adequadamente, oferecer pistas interessantes sobre as posições básicas da comunidade universitária ibero-americana sobre os temas em questão. Para começar, procuramos minimizar dentro do possível os desequilíbrios territoriais na taxa de resposta ponderando os
# INTRODUÇÃO
14
dados dos três públicos de cada país segundo a quantidade de estudantes universitários nesse mesmo país, um procedimento habitual nos estudos de educação. Em escala nacional, a autosseleção dos entrevistados também propiciou que algumas universidades estivessem mais presentes do que deveriam e outras, menos. No entanto, para os países com taxas de resposta mais altas, sempre contamos com a suficiente diversidade de universidades de procedência para imaginar que estamos recolhendo a hipotética diversidade de opiniões e atitudes que possa estar associada a tal diversidade. Por último, os que responderam são, com bastante probabilidade, os estudantes, os professores e o PAS mais implicados na vida da universidade, os mais ativos na multiplicidade de discussões públicas que formam, em parte, essa vida. Se isso for assim, também não é problemático. O objetivo último do estudo é escutar a voz dessa comunidade, e se não pode ser segundo critérios de estrita representatividade estatística, melhor que seja a dos que, efetivamente, estão dispostos a fazer o mínimo esforço necessário para que sua voz seja escutada. A voz que escutamos, é claro, é modulada pela ferramenta de coleta de dados de que pudemos dispor, um questionário aplicado online. Este foi elaborado com base, mais ou menos direta, no Documento de Conclusões da Agenda de Guadalajara 2010, traduzindo-as a fórmulas apropriadas para aquele tipo de questionário. Procuramos que as perguntas fossem sobretudo pertinentes, mas, ao mesmo tempo, inteligíveis, muito pouco ambíguas e simples de responder, apesar da complexidade de alguns as-
O OBJETIVO ÚLTIMO DO ESTUDO É ESCUTAR A VOZ DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
# INTRODUÇÃO
15
suntos. Para que funcionassem corretamente em uma pesquisa online, foram seguidos ainda os seguintes critérios: procurar que cada tela não contivesse muitas perguntas, evitar que os questionários durassem mais de 15 minutos, apresentar diferentes modelos de perguntas para evitar a monotonia e prescindir de perguntas abertas, dada a maior dificuldade de respondê-las. Com os questionários anexos no final deste relatório, o leitor pode comprovar como esses critérios se concretizaram. Com as bases de dados definitivas, publicadas na Internet, o estudioso interessado pode efetuar suas próprias análises. No relatório a seguir procuramos acompanhar de perto as respostas de cada um dos três públicos consultados, mas é inevitável que, por vezes, tenhamos que interpretar essas respostas ou, mais frequentemente, situá-las nos contextos apropriados para que adquiram sentido pleno. Obviamente, outras interpretações e outros contextos são possíveis, porém procuramos ser equânimes na análise.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
# Pesquisa 1
16
Universidades comprometidas
Introduçao
A primeira das cinco sondagens que compõem a consulta à comunidade universitária preparatória do III Encontro de Reitores Universia, realizou-se online entre os dias 20 de setembro e 21 de outubro de 2013. Foram obtidos questionários válidos de 13.049 estudantes, 5.614 docentes e pesquisadores (DP) e 2.766 membros pessoal da administração e serviços (PAS) de universidades iberoamericanas, majoritariamente pertencentes à Universia. Questionários validos
13.049
5.614
2.766
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
Estas cifras representam um alcance provavelmente sem precedentes, embora com certos desequilíbrios por áreas geográficas. Os dados que analisamos a seguir não refletem esse desequilíbrio, uma vez que se apresentam ponderados em função do peso dos estudantes universitários de cada país considerando o conjunto.
1. Para interpretar adequadamente os gráficos e as menções às diferenças regionais, consulte o Relatorio técnico e trabalho de campo, em que se descrevem os critérios de agrupamento das “Regiões Rio 2014” ou “Regiões Universia”. 2. Tendo em conta que apenas foi possível obter dados suficientemente fidedignos do número de alunos, também foram ponderados os resultados correspondentes a professores e PAS com os dados de alunos, uma prática, por outra parte, relativamente comum em estudos internacionais.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
18
Esta primeira sondagem centrou-se no tema “as universidades comprometidas”, isto é, na dimensão social da universidade. A seguir, revelam-se os seus resultados, distinguindo os correspondentes aos três públicos analisados (estudantes, DP e PAS), assim como, individualmente, alguma variação de interesse relacionada com a área geográfica a que pertencem os referidos públicos (Portugal e Espanha, Brasil e outros países da Ibero-américa). Primeiramente, analisamos a perceção que se tem dos objetivos de carácter social no âmbito do conjunto dos fins buscados pelas universidades, verificando as preferências a este respeito e medindo o grau de cumprimento percebido. Como complemento disso, buscamos estabelecer em que medida a universidade é relevante para a prosperidade dos países, no ponto de vista da comunidade universitária ibero-americana, em comparação com a percepção no ponto de vista de outros atores, em princípio, centrais para essa prosperidade. Em segundo lugar, estudamos as percepções sobre a relevância da cooperação das universidades com outros atores sociais (nacionais e internacionais) para a consecução dos seus objetivos. Em terceiro lugar, analisamos outro aspecto da dimensão social das universidades, que consiste na implicação social dos seus membros.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
19
Em quarto lugar, estudamos as opiniões dos entrevistados sobre as várias questões relativas às desigualdades de acesso à educação superior. Por último, refletimos as opiniões sobre a possível utilidade de um programa ibero-americano de ação social do tipo proposto no II Encontro Internacional de Reitores de Universia (Guadalajara, 2010).
1. Os fins e o impacto da universidade
Para compreender a importância que a comunidade universitária ibero-americana atribui ao compromisso social das universidades, é necessário situá-lo no âmbito do conjunto de propósitos que as sociedades costumam atribuir às suas universidades. Estes propósitos incluem, por um lado, as metas tradicionais da universidade, como o ensino das profissões ou a pesquisa e a formação de cientistas. Por outro lado, incluem também novos propósitos de crescente importância, em especial à medida que se estende a perceção de que as universidades, assim como outras instituições públicas ou privadas, adquirem responsabilidades perante a comunidade em que estão presentes, que vão além do cumprimento eficaz e eficiente dos seus fins específicos. Entre estas responsabilidades estão a contribuição para o desenvolvimento econômico e social, para a coesão social e para a proteção do ambiente.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
21
A HIERARQUIA DE FINS DA UNIVERSIDADE
GRÁFICO 1. Estudiantes. “Qual deveria ser o objetivo prioritário para a universidade do entrevistado?”
Estudamos a hierarquia dessas finalidades, solicitando aos respondentes que elegessem o objetivo prioritário para a sua universidade de uma lista que cobria todas essas possíveis missões da universidade, e que estivessem, especificamente, relacionadas ao seu compromisso social. Foram selecionados três objetivos por ordem de prioridade. Os resultados das opiniões são apresentados nos gráficos 1 a 3. No gráfico 1 podemos comprovar que os estudantes têm claro qual deveria ser a máxima prioridade das suas universidades: a formação de bons profissionais. Quase três quartos dos respondentes (73,9%) citam este objeti-
80
CITADO EN PRIMER LUGAR CITADO EN PRIMER, SEGUNDO O TERCER LUGAR
73,9
70 60
53,1
52,0
50 40,6
40
35,3
30
31,6
28,5
20 8,2
10
11,1
16,4
11,0 6,6
6,5
0
FORMAR BONS PROFISSIONAIS
FORMAR BONS PESQUISADORES
FORMAR BONS CIDADÃOS
REALIZAR ATIVIDADES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCONTRA
CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES E PARA A COESÃO SOCIAL
8,6 1,5
CONTRIBUIR PARA O CUIDADO E PARA A PROTEÇÃO DO AMBIENTE
1,7
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE MEMBRO DA IBERO-AMÉRICA
0,2
1,7
OUTRO
0,1 0,2
NÃO SABE
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
22
vo como uma das três primeiras prioridades, mas talvez o mais relevante é que mais da metade (53,1%) o colocou em primeiro lugar, o que posiciona este objetivo muito acima dos restantes. Em segundo lugar, com certa distância, estariam os objetivos de pesquisa, desenvolvimento do conhecimento Máxima prioridade para os estudantes
53,1%
FORMAÇAO DE DE BONS PROFISSIONAIS
e inovação, mencionados por 52% dos entrevistados (com 11% mencionando estes objetivos em primeiro lugar). Em terceiro lugar encontraríamos uma finalidade relacionada ao compromisso social das universidades, isto é, a sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social da região em que se encontram, mencionada por 40,6% dos entrevistados (6,6% dos quais colocam este objetivo em primeiro lugar). No quarto lugar situam-se diversas finalidades, com percentagens próximas dos 30-35%: formar bons cidadãos, contribuir para a coesão social e formar bons pequisadores. Como já era esperado, os dois objetivos classificados nas últimas posições foram o cuidado com o meio ambiente e a possível contribuição para um espírito comum de membro da Ibero-América. O primeiro com apenas 16,4% das indicações dos entrevistados (dentre eles, 1,5% como primeiro lugar), um objetivo que não está entre os mais associáveis com a instituição universitária.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
23
E o último, com a menção de apenas 8,6% dos entrevistados (1,7% dos quais o colocam em primeiro lugar), um objetivo das universidades que foi levado à discussão pública há poucos anos. No gráfico 2 observa-se como a hierarquia de prioridades entre os docentes das universidades ibero-americanas é bastante similar à que mantêm os estudantes. Destaca-se uma vez mais de forma clara a formação de bons profissionais, mencionada por mais de dois terços dos respondentes (69,4%, sendo que 45,5% destes o situam em primeiro lugar). Acompanham como prioridades principais, com certa distância, outras três prioridades, também destacadas pelos estudantes: as atividades de pesquisa e inovação, mencionadas por 50,4% dos entrevistados (11,8%
GRÁFICO 2. Professores. “Qual deveria ser o objetivo prioritário para a universidade do entrevistado?” CITADO EM PRIMEIRO LUGAR CITADO EM PRIMEIRO, SEGUNDO OU TERCEIRO LUGAR
80 70
69,4
60 50
50,4 45,5
47,7
42,5
40 30
25,4
20
28,8 19,9 11,8
10
9,8
5,8
5,0
0
FORMAR BONS PROFISSIONAIS
FORMAR BONS PESQUISADORES
FORMAR BONS CIDADÃOS
REALIZAR ATIVIDADES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCONTRA
15,5
12,6
CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES E PARA A COESÃO SOCIAL
0,8
CONTRIBUIR PARA O CUIDADO E PARA A PROTEÇÃO DO AMBIENTE
1,0
5,9
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE MEMBRO DA IBERO-AMÉRICA
0,4 1,1
OUTRO
0,0
NÃO SABE
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
24
dos quais o situam em primeiro lugar); a contribuição para o desenvolvimento regional, escolhida por 47,7% dos respondentes (9,8% dos quais o situam em primeiro lugar); e a formação de bons cidadãos, referida por 42,5% dos entrevistados (19,9% dos quais o situam em primeiro lugar). As prioridades do pessoal da administração e serviços são muito similares às dos outros dois públicos-alvo do questionário, com algumas poucas variações. Destacase mais uma vez, muito claramente, a formação de bons profissionais, mencionada por 69,2% dos entrevistados (47,4% dos quais o situam em primeiro lugar). Seguem-se com certa distância, menor do que no caso dos professores e, sobretudo, no caso dos estudantes, três propósitos aos quais se concede um peso bastante
GRÁFICO 3. PAS. “Qual deveria ser o objetivo para a universidade do entrevistado?” ” CITADO EM PRIMEIRO LUGAR CITADO EM PRIMEIRO, SEGUNDO OU TERCEIRO LUGAR
80 70
69,2
60 50
52,7
47,8
47,2
47,4
40
36,5
30
22,2
20
17,1
10
9,4
2,9
9,3
13,6 6,6
0
FORMAR BONS PROFISSIONAIS
FORMAR BONS PESQUISADORES
FORMAR BONS CIDADÃOS
REALIZAR ATIVIDADES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCONTRA
CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES E PARA A COESÃO SOCIAL
0,5
CONTRIBUIR PARA O CUIDADO E PARA A PROTEÇÃO DO AMBIENTE
9,3 1,4
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE MEMBRO DA IBERO-AMÉRICA
0,2 0,6
OUTRO
6,1 0,0
NÃO SABE
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
25
parecido: a contribuição para o desenvolvimento regional (52,7%), as atividades de pesquisa e inovação (47,8%) e a formação de bons cidadãos (47,2%). Ou seja, estes resultados distinguem-se dos alcançados no questionário aos estudantes (não tanto dos professores) por concederem uma maior importância ao desenvolvimento regional e à formação dos cidadãos, e porque a menção do propósito da contribuição para a coesão social (36,5%) parece ser a mais alta dos três grupos. A semelhança (e a relativa variação) das opiniões sobre os fins da universidade entre estudantes, professores e pessoal de administração e serviços comprova-se melhor no gráfico 4, em que apenas se reúnem as percentagens relativas aos objetivos mencionados em primeiro lugar.
80 70
GRÁFICO 4. Objetivo prioritário para a universidade do entrevistado (citado em primeiro lugar) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
73,9 69,4 69,2
60 47,2 42,5
50 40
52,0 50,4 47,8
52,7 47,7 40,6 36,5 31,6 28,8
35,3 28,5 25,4
30 20
17,1
16,4 12,6 13,6
10
8,6
5,9
0
FORMAR BONS PROFISSIONAIS
FORMAR BONS PESQUISADORES
FORMAR BONS CIDADÃOS
REALIZAR ATIVIDADES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCONTRA
CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES E PARA A COESÃO SOCIAL
CONTRIBUIR PARA O CUIDADO E PARA A PROTEÇÃO DO AMBIENTE
15,5
9,3
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE MEMBRO DA IBERO-AMÉRICA
1,7 1,1 0,6
OUTRO
0,2
6,1
NÃO SABE
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
26
EFICÁCIA NO CUMPRIMENTO DOS OBJETIVOS UNIVERSITÁRIOS
Além das preferências entre os objetivos para as suas respectivas universidades, temos também a percepção dos entrevistados para com o grau de cumprimento desses fins. A medição foi feita questionando o grau de eficácia com que a universidade dos respectivos entrevistados cumpre cada um dos objetivos mencionados, utilizando uma escala de 0 (nenhuma eficácia) a 10 (muita eficácia). Os resultados estão apresentados no gráfico 5, que reúne as médias de cada grupo (estudantes, professores e pessoal da administração e serviços) para cada um dos objetivos.
GRÁFICO 5. Grau de eficácia com que a universidade do entrevistado cumpre os diferentes objectivos (média numa escala de 0, nenhuma, a 10, muita)
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 9 8
7,8
7,6
8,1 6,9
7
6,4
6,9
6,8
7,1 6,6
7,0
6,7
7,2
6,6 6,7
7,2 6,2 6,2
6,7
6,4 6,2
6,6
6
5,6
5,1
5,7
5 4 3 2 1 0
FORMAR BONS PROFISSIONAIS
FORMAR BONS PESQUISADORES
FORMAR BONS CIDADÃOS
REALIZAR ATIVIDADES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCONTRA
CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES E PARA A COESÃO SOCIAL
CONTRIBUIR PARA O CUIDADO E PARA A PROTEÇÃO DO AMBIENTE
CONTRIBUIR AL DESARROLLO DE UN CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
27
De modo geral, caberia dizer que a nota média obtida pelas universidades ibero-americanas se situaria entre 6,5 e 7. Não reprovam, mas também possuem uma considerável margem de melhoria. Isto se aplica a quase todos os objetivos, cuja pontuação apresenta variações relativamente menores. Destaca-se por uma maior eficácia percebida a formação de bons profissionais, que os estudantes pontuam com 7,8, e que também obtém a pontuação máxima junto aos professores (7,6) e do pessoal da administração e serviços (8,1). A seguir, temos um grupo de objetivos com pontuações que se aproximam do valor 7, ou que o superam minimamente: as tarefas de pesquisa e inovação, a formação de pesquisadores, a formação de cidadãos e a contribuição para o desenvolvimento econômico e social. Em um terceiro grupo (proteção do ambiente e contribuição para a coesão social) as pontuações situam-se pouco abaixo dos 6,5. Em último lugar, com uma menor eficácia percebida, destaca-se a contribuição para um espírito comum de membro da Ibero-America, com pontuações inferiores a 6. A RELEVÂNCIA DA UNIVERSIDADE PARA A PROSPERIDADE DOS PAÍSES
Procuramos não apenas classificar os fins sociais da universidade no contexto de todos os seus objetivos, mas tentamos também classificar as contribuições da universidade para a sua comunidade (o seu país) no contexto das contribuições de outros atores decisivos. Sem este
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contexto, seria muito difícil avaliar o verdadeiro impacto da universidade. Optamos por comparar a contribuição das universidades com as de dois atores centrais da vida econômica e social das sociedades dos tempos atuais: o empresariado (identificado com as grandes empresas) e o governo e a administração pública. E centralizamos a atenção dos entrevistados na contribuição que todos eles fazem para a prosperidade do país, pois está muito relacionada tanto com os objetivos mais intrínsecos da universidade (a formação de profissionais e de pesquisadores e o desenvolvimento de pesquisa e inovação) como com os mais relacionados com o seu compromisso social (como regra geral, uma maior prosperidade está associada a uma maior coesão social). É possível afirmar que, se analisarmos os dados apresentados no gráfico 6, as universidades ibero-americanas aparecem bem situadas, embora seja preciso ter em 9 8
8,4 8,2 8,3
8,2 8,0 8,3
7,8
7,7
8,0
7 6 5 4 3
GRÁFICO 6. Grau de necessidade de que a universidade coopere com outros atores para cumprir seus objetivos (média em uma escala de 0 nenhuma a 10- muita)
2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0
AS DIVERSAS ATIVIDADES (FORMAÇÃO ACADÊMICA, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, PESQUISA, ETC.) QUE AS UNIVERSIDADES DO SEU PAÍS DESENVOLVEM
O QUE FAZ O GOVERNO E AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS DO PAÍS
AS ATIVIDADES DAS PRINCIPAIS EMPRESAS
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conta que o público entrevistado é também uma parte interessada, o que pode se classificar como um desvio-padrão dessa perceção. Estudantes, professores e pessoal de administração e serviços concedem uma pontuação de notavelmente elevada (8,2, 8,3 e 8,4, respetivamente) às universidades dos seus países no que diz respeito à vinculação da prosperidade desses países com as diversas atividades desenvolvidas pelas universidades. A avaliação da contribuição do governo e da administração pública é muito parecida, com médias respetivas de 8,2, 8,0 e 8,3. A avaliação da contribuição das grandes empresas também é bastante elevada, embora um pouco inferior: 7,8, 7,7 e 8,0. Tendo em conta que o adjetivo “grandes” pode ter despertado, de certa forma, preconceitos, é muito significativo que se obtenham médias tão elevadas.
2. A cooperação com outros atores para o cumprimento dos objetivos da universidade
O compromisso social das universidades não se refere apenas a procurar cumprir com determinados objetivos próprios, por assim dizer, de uma “responsabilidade social”. Pelo contrário, inclui decisivamente o cultivo das relações com os atores relevantes da sociedade com o propósito de cumprir o melhor possível com os objetivos da universidade. Não se trata, portanto, de favorecer a sociedade sem a sociedade, mas sim de a favorecer com a sua participação e de estabelecer associações mutuamente proveitosas. A NECESSIDADE DA COOPERAÇÃO COM OUTROS ATORES
A comunidade universitária ibero-americana reconhece amplamente a necessidade de estabelecer e de cultivar esses vínculos, aos quais concede uma importância considerável, um pouco maior no caso de alguns interlocutores sociais e menor no caso de outros. O gráfico 7 ilustra bem esta situaçao.
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Nele se reúnem as médias obtidas para uma pergunta que mede a perceção da necessidade de que a universidade coopere com um conjunto de atores para o cumprimento dos objetivos da instituição. Os atores considerados são as administrações públicas e o governo, as empresas e/ou associações empresariais, as associações voluntárias, outras universidades e centros de pesquisa do país, e as universidades e centros de pesquisa no exterior. Trata-se dos atores com os quais é mais provável que colaborem as universidades, sobretudo nas suas tarefas de pesquisa e inovação, mas não exclusivamente nelas. A necessidade de cooperação mede-se com uma escala de 0 (nenhuma necessidade) a 10 (muita). Os três públicos consultados atribuem níveis elevados de necessidade à cooperação com todos os atores consi-
GRÁFICO 7. Grau de necessidade de que a universidade coopere com outros atores para cumprir seus objetivos (média em uma escala de 0 nenhuma a 10 - muita) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 9
8,4
8,6 8,7
8
8,1
8,6
8,4 8,5 7,7
8,9 8,8
8,7 8,8 8,7
7,9 7,4
7 6 5 4 3 2 1 0
AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS, O GOVERNO NOS SEUS DIFERENTES NÍVEIS
AS EMPRESAS E/OU ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS
AS ONG E ASSOCIAÇÕES VOLUNTÁRIAS SIMILARES
OUTRAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA DO SEU PAÍS
AS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA FORA DO PAÍS
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derados, com médias superiores a 8 e inferiores a 9 para todos eles, com exceção das associações voluntárias, que apresentam médias inferiores a 8. Ou seja, todos os grupos parecem apostar claramente na cooperação com os agentes externos como modus operandi das universidades. AMPLIANDO AS RELAÇÕES COM AGENTES EXTERNOS À UNIVERSIDADE
Essa aposta na cooperação se corrobora pelos resultados de outra pergunta. Neste caso, medimos a propensão dos entrevistados a ampliar, reduzir ou manter no seu estado atual as relações da sua universidade com os atores anteriormente considerados. No gráfico 8 estão apresentadas as percentagens de entrevistados partidários de ampliar essas relações.
100 90 80
85,4 78,3 75,3 74,4
93,3 92,6 87,0
87,2
76,3
70
GRÁFICO 8. Percentagem de entrevistados partidários de ampliar as relações da sua universidade com diferentes actores (e não de as deixar como estão ou de as reduzir) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
95,3 90,2
92,2
77,6 72,4 71,8
60 50 40 30 20 10 0
AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS, O GOVERNO NOS SEUS DIFERENTES NÍVEIS
AS EMPRESAS E/OU ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS
AS ONG E ASSOCIAÇÕES VOLUNTÁRIAS SIMILARES
OUTRAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA DO SEU PAÍS
AS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA FORA DO PAÍS
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Como se pode observar, todos os grupos são nitidamente partidários de ampliar as relações com a administração pública, as empresas, as organizações voluntárias, outras universidades nacionais e também com as universidades estrangeiras. Os partidários dessa ampliação superam sempre os 70%, o que deixa os partidários do status quo de reduzir as relações em franca minoria. Pode-se interpretar uma opinião tão majoritária como uma expressão de uma necessidade que não se vê como encoberta, ou como uma expressão de um potencial ainda pouco explorado. No entanto, é possível observar uma variação interessante. A demanda de ampliação das relações é ainda mais clara quando referida a outras universidades e centros de pesquisa do país (com percentagens próximas dos 90%) e a universidades e centros de pesquisa no exterior (com percentagens acima dos 90%). No outro extremo, com percentagens entre 70 e 75% (isto é, sempre no âmbito de opiniões muito majoritárias favoráveis à ampliação das relações) estariam as administrações públicas (com as quais, cabe supor, as relações são já bastante intensas, na medida em que a maioria das universidades são públicas) e as associações voluntárias. As opiniões dos três grupos são muito parecidas, embora apresentem algumas divergências quando se pergunta pelas empresas e/ou associações empresariais. Novamente, no contexto de opiniões muito favoráveis à ampliação das relações, parece existir maior reticência entre os estudantes (76,3%) do que entre os professores (85,4%) e o pessoal de administração e serviços (87,2%).
3. A implicação social dos universitários
Tratamos a seguir, não da implicação da universidade como instituição, mas a implicação dos universitários enquanto indivíduos, dos quais caberia esperar, em especial pela sua maior educação formal, uma maior participação na via principal de contribuição gratuita para a sociedade, isto é, a participação na associações voluntárias e o trabalho voluntário em geral. A IMPLICAÇÃO SOCIAL DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS VISTA PELA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
Por um lado, procuramos obter a opinião da comunidade universitária ibero-americana sobre a implicação social dos estudantes universitários. Deles caberia imaginar que, devido à sua maior educação formal que lhes permite ter um conhecimento mais profundo dos problemas sociais, tivessem uma implicação social maior do que a do cidadão médio dos países em questão. Aos olhos desses mesmos estudantes, dos seus professores e do pessoal da administração e serviços das universidades não
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ESTUDANTES MUITO ALTA
8,5
1,3 5,0 21,3
23,1
ALTA GRÁFICO 9. MÉDIO Avaliação do envolvimento BAIXA(trabalho voluntário, social MUITO BAIXA participação em associações NÃO SABE ...) dos estudantes universitários em comparação com o cidadão médio
MUITO ALTA ALTA MÉDIO BAIXA MUITO BAIXA
40,8
NÃO SABE
PROFESSORES
9,5
PAS
2,4 3,3
8,2
18,3
3,2
5,5 20,9
25,1
23,9
41,4
38,3
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está muito clara essa diferenciação do cidadão médio, como se pode comprovar no gráfico 9. Apenas 26,3% dos estudantes consideram a implicação social dos universitários alta ou muito alta em comparação com a do cidadão médio do seu país, uma percentagem um pouco inferior à dos que a consideram baixa ou muito baixa (31,6%). Obviamente, a avaliação mais estendida (40,8%) não distingue ambas as implicações, ao considerar a participação dos estudantes como média. A avaliação é ainda menos positiva entre os professores, pois apenas 21,6% vêem a implicação dos estudantes como alta ou muito alta, sendo significativamente superior (34,6%) a percentagem dos que a vêem como sendo baixa, ou mesmo muito baixa. A perceção que tem o pessoal da administração e serviços é,no entanto,muito similar à que têm os estudantes sobre eles próprios, 26,4% vê a implicação dos estudantes como alta ou muito alta, e 32,1% consideram que é baixa ou muito baixa. A PARTICIPAÇÃO EM ASSOCIAÇÕES DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
Por outro lado, colocamos uma questão muito mais direta sobre a implicação social dos membros da comunidade universitária: se participavam ou realizavam algum tipo de trabalho voluntário em alguma associação. Os resultados estão apresentados no gráfico 10. 45,5% dos estudantes respondeu afirmativamente, contra 56,6% dos professores e 45,4% do pessoal da administração e serviços.
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Para comprovar se essas percentagens são altas ou baixas em comparação com o que acontece no conjunto ibero-americano, utilizamos dados do Latinobarômetro de 2005, que inclui uma pergunta muito parecida. A percentagem da população adulta nos países americanos para os quais existem dados disponíveis que participa ou realiza trabalho voluntário em alguma organização de um conjunto de 13 tipos de associações ascende a 32,7%. Este dado sugere que os índices de participação dos membros da comunidade universitária ibero-americana podem ser um pouco ou muito mais elevados do que os dos seus conterrâneos.
GRÁFICO 10. Percentagem de entrevistados que participa ou realiza trabalho voluntário em alguma associação (cultural, de jovens, de vizinhos, ONG, profissional, sindicato, ecologista, de consumidores, etc.) 80 70 56,6
60
45,4
45,5
50 40 30 20 10 0
ESTUDIANTES ESTUDIANTES PROFESORES PAS
PROFESORES
PAS
3. Os dados disponíveis resultam da aplicação de análise online (http://www. latinobarometro.org/ latino/LATAnalize. jsp), dos quais apenas resultam válidos para a nossa comparação os relativos aos seguintes países: Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Os dados da Argentina e da Bolívia não permitem calcular a percentagem de membros de associações. Para obter uma cifra global representativa dos países americanos da Ibero-américa, ponderámos os dados de cada país com os da população de 15 anos ou mais correspondente a 2005, tal como foram estimados pela Divisão de População da ONU (http://esa. un.org/unpd/wpp/ Excel-Data/population. htm). de 15 años o más correspondiente a 2005, tal como están estimados por la División de Población de la ONU (http://esa. un.org/unpd/wpp/ Excel-Data/population. htm).
4. Para a igualdade de acesso aos estudos universitários: situação e medidas
Abordamos, a seguir, a questão dos graus de desigualdade ainda existentes no acesso aos estudos universitários, do ponto de vista da situação atual, e também do ponto de vista das medidas aplicáveis ou aplicadas para melhorar a igualdade de acesso. Comenzamos por los juicios sobre la situación actual y continuamos con los juicios acerca de las medidas. Começaremos pelas opiniões sobre a situação atual e, em seguida, com as opiniões sobre as medidas. PERCEÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS NO ACESSO À UNIVERSIDADE
O alcance da educação universitária Para começar, todos os grupos estão de acordo de que o alcance da educação universitária nos seus países deveria ser maior. Pelo menos é a conclusão a que se pode chegar através das suas respostas à pergunta sobre se é suficiente ou não a proporção de jovens que completam uma educação universitária no país do entrevistado [GRÁFICO 11].
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39
ESTUDANTES MUITO INSUFICIENTE
8,2
1,5 3
12,3
INSUFICIENTE GRÁFICO 11. ADEQUADA de jovens A proporção EXCESSIVA que completam estudos MUITO EXCESSIVA universitários no país NÃO SABE do entrevistado é ... MUITO INSUFICIENTE
17,7
INSUFICIENTE ADEQUADA EXCESSIVA MUITO EXCESSIVA NÃO SABE
57,3
PROFESSORES
11,5
1,9 1,3
PAS
2,2
10,4
11,6
6,3 0,6
16,3 18,2
56,7
63,0
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
40
Como se pode observar no gráfico 12, uma maioria clara dos três grupos que estudamos, considera que as mulheres não estão nada discriminadas no acesso à educação universitária nos seus países. Se a essa maioria acrescentamos os que acreditam que estão pouco discriminadas, obtemos percentagens de respostas que podemos considerar como positivas superiores a quatro quintos dos entrevistados: 83,9% entre os estudantes, 82,4% entre os professores e 81,9% entre o pessoal de administração e serviços. Uma ampla maioria em cada grupo considera que essa proporção é muito insuficiente, ou insuficiente. Esta é a opinião de 69,6% dos estudantes, 67,1% dos professores e 74,6% do pessoal de administração e serviços. Em cada grupo representam percentagens mínimas os que consideram essa proporção excessiva, representando percentagens próximas dos 17% aqueles entrevistados que a vêem como adequada.
90
82,3 84,8 80,4
80
79,7 71,8 70,9
70 60 50 40 30
38,8 32,5
GRÁFICO 11 BIS. Percentagem que acredita que a proporção de jovens que completam estudos universitários no seu país é insuficiente ou muito insuficiente, por região Universia
27,1
20
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 0
PORTUGAL E ESPANHA
BRASIL
RESTO
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
41
ESTUDANTES
10,7
NADA DISCRIMINADAS GRÁFICO 12. DISCRIMINADAS NaPOUCO sua opinião, qual é a UM POUCO DISCRIMINADAS situação das mulheres noBASTANTE acesso ao ensino DISCRIMINADAS universitário no seu MUITO DISCRIMINADAS país? NÃO SABE
0,8 2,6 2,0
NADA DISCRIMINADAS POUCO DISCRIMINADAS UM POUCO DISCRIMINADAS
26,9
57,0
BASTANTE DISCRIMINADAS MUITO DISCRIMINADAS NÃO SABE
PROFESSORES
PAS
0,7 3,5 2,1
0,4 2,8 1,5 12,9
11,7
24,1
25,2 57,2
57,8
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42
A situação das mulheres A extensão da educação universitária pode parecer insuficiente para muitos, mas quase ninguém considera que ser homem ou mulher possa influir no acesso aos estudos universitários. Obviamente, como reflete o gráfico 11 bis, são significativas as variações de opinião consideradas regionalmente, com percentagens que consideram a proporção de jovens universitários insuficiente muito menores em Portugal e na Espanha (cujos dados, logicamente, pesam muito a situação espanhola). A evolução do acesso dos menos favorecidos As opiniões também refletem uma situação relativamente positiva no que tange o acesso à universidade dos grupos socialmente desfavorecidos. Como se pode observar no gráfico 13, a opinião da maioria em cada um dos públicos que estudamos considera que esse acesso melhorou (muito/bastante ou um pouco) na última década. É essa a opinião de 55,1% dos estudantes, de 57% dos professores e de 62,2% do pessoal da administração e serviços. De qualquer modo, a opinião majoritária entre os mais otimistas é a de que se observa alguma melhora (mas não suficiente ou significativa). São muito poucos os que acreditam que piorou: 22% dos estudantes, 26% dos professores e 20,3% do pessoal da administração e serviços. Nesta avaliação também se observam variações regionais substanciais, que provavelmente refletem dife-
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
43
ESTUDANTES
2,2 10,7
MELHOROU MUITO OU BASTANTE
GRÁFICO 13. MELHOROU UM POUCO O MANTEVE-SE que você acredita NUM NÍVEL SIMILAR que ocorreu com o PIOROU UM POUCO acesso aos estudos PIOROU MUITO OU universitários dos BASTANTE grupos socialmente NÃO SABE desfavorecidos na última década?
14,2
11,3
MELHOROU MUITO OU BASTANTE MELHOROU UM POUCO
40,9
20,6
MANTEVE-SE NUM NÍVEL SIMILAR PIOROU UM POUCO PIOROU MUITO OU BASTANTE NÃO SABE
PROFESSORES
PAS
2,0 11,6
8,0 19,7
1,1 17,1
12,3 14,3
16,4 15,0
37,3
45,1
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
44
rentes realidades (gráfico 13 bis). A avaliação positiva é muito elevada no Brasil, mas é muito baixa em Portugal e na Espanha. Este último dado pode ser simplesmente um reflexo da perceção existente entre os universitários sobre os possíveis efeitos dos recentes aumentos dos preços da matrícula verificados na Espanha. AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS QUE PROMOVEM A IGUALDADE DE ACESSO
A existência de medidas adequadas para facilitar o acesso dos menos favorecidos Perante uma opinião tão majoritária de que os estudos universitários ainda não alcançam a uma proporção suficiente da sociedade, o fato de que muitos acreditam que a situação tem melhorado (um pouco) não é suficiente para predominar uma avaliação positiva dos mecanismos dis-
100 90
85,0
91,1 89,4
80 70 60,7 52,1 51,4
60 50 40 30
32,1 28,9 24,9
GRÁFICO 13 BIS. Percentagem que acredita que o acesso aos estudos universitários dos grupos socialmente desfavorecidos melhorou na última década, por região Universia
20
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 0
PORTUGAL E ESPANHA
BRASIL
RESTO
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
45
poníveis para reduzir as desigualdades sociais de acesso à universidade. Solicitamos que os entrevistados avaliassem esses mecanismos, pontuando em uma escala de 0 a 10 o seu grau de acordo com a afirmação seguinte: “no nosso país dispomos de medidas adequadas para facilitar o acesso aos estudos universitários dos grupos socialmente desfavorecidos”. Os resultados estão apresentados no gráfico 14. Como podemos comprovar, apenas a pontuação dos professores alcança uma média de 5 (5,1, concretamente), o que caberia interpretar como uma aprovação “tangencial”, que não é corroborada pelos estudantes (4,6) nem pelo pessoal da administração e serviços (4,8). Preferências de financiamento para facilitar o acesso dos desfavorecidos Por último, apresentamos aos entrevistados três das alternativas mais comuns de financiamento da universidade, para que elegessem a sua preferida, com vista a me10 9 8 7 6 5
4,6
5,1
4,8
4 3 2
GRÁFICO 14. Grau de acordo com a afirmação: “No nosso país dispomos de medidas adequadas para facilitar o acesso aos estudos universitários dos grupos socialmente desfavorecidos” (média em uma escala de 0, nada de acordo, a 10, totalmente de acordo)
1 0
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
ESTUDIANTES PROFESORES PAS
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
46
lhorar o acesso à universidade dos grupos desfavorecidos, e considerando as condições financeiras em que se encontram as universidades do país.4 As três opções são as seguintes: A primeira é a da gratuidade ou quase gratuidade do ensino universitário para todo o mundo (“que a universidade pública fosse gratuita (ou quase gratuita) para todos os estudantes, independentemente do rendimento da sua renda familiar”). Modelo de gratuidade universal. A segunda implica que o estudante assuma os custos sempre que possível e, no caso de não ser possível, que contraia um empréstimo a devolver na medida que os seus rendimentos futuros lhe permitam (“que os estudantes que tiverem condições, paguem matrículas ajustadas ao custo real do ensino, mas que os que não tiverem condições, recebam empréstimos a juros muito baixos, que deverão devolver gradativamente quando obtiverem rendimentos do trabalho suficientes”). Modelo de financiamento à base de empréstimos. A terceira é similar à anterior: quem o pode fazer deve assumir os custos, mas para quem não pode, a matrícula deve ser gratuita (“que a universidade pública seja gratuita (ou quase gratuita) para todos os estudantes, independentemente do rendimento da sua renda familiar“). Modelo de financiamento à base de bolsas de estudo.
4. Optamos por apresentar as mais comuns, que eram, por sua vez, as que mais podiam esclarecer as orientações básicas da opinião, e redigimo-las de modo a que fossem inteligíveis em todos os países, tendo em conta as circunstâncias locais. Apenas modificamos a redação para o questionário brasileiro, para o qual a primeira opção é “que a universidade pública continue a ser gratuita...”, em vez de sugerir que seja gratuita (ou quase gratuita)...” pois a universidade no Brasil é gratuita na sua totalidade.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
47
Os resultados das respostas a esta pergunta, reunidos no gráfico 15, revelam que a opção da gratuidade universal é minoritária em todos os grupos, e é majoritária a soma das opções que implicam que os estudantes com rendimentos suficientes enfrentem os custos da universidade. Assim, entre os estudantes, apenas 42,4% é partidário da gratuidade universal, uma percentagem talvez mais elevada do que a revelada entre os professores (35%) e o pessoal da administração e serviços (31,5%). O que não está claro é se aqueles que se manifestam contrários à gratuidade universal se inclinam por um financiamento à base de empréstimos ou à base de bolsas, pois as percentagens a favor de uma ou de outra solução são muito similares em todos os grupos: 26,6 e 28,6% entre os estudantes, 30,7 e 31,9% entre os professores, e 32,9 e 32,8% entre o pessoal da administração e serviços. Sobre este tema observamos uma variação regional lógica [GRÁFICO 15 BIS]. Os entrevistados brasileiros destacam-se por serem mais partidários da gratuidade da universidade, o que era previsível se tivermos em conta que no seu país o ensino universitário público é efetivamente gratuito. Talvez o que chama a atenção é que não poucos brasileiros estariam dispostos a explorar modelos de financiamento diferentes da gratuidade universal.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
48
ESTUDANTES
2,4
28,6
42,4
QUE A UNIVERSIDADE PÚBLICA FOSSE GRATUITA (OU QUASE GRATUITA) PARA TODOS OS ESTUDANTES, INDEPENDENTEMENTE DO RENDIMENTO DA SUA RENDA FAMILIAR
GRÁFICO 15. Tendo em conta as condições financeiras das universidades do seu país, para conseguir um melhor acesso à universidade dos grupos socialmente desfavorecidos, supondo que apenas existam três opções, qual seria a sua preferida?
QUE OS ESTUDANTES QUE TIVEREM CONDIÇÕES, PAGUEM MATRÍCULAS AJUSTADAS AO CUSTO REAL DO ENSINO, MAS QUE OS QUE NÃO TIVEREM CONDIÇÕES, RECEBAM EMPRÉSTIMOS A JUROS MUITO BAIXOS, QUE DEVERÃO DEVOLVER GRADATIVAMENTE QUANDO OBTIVEREM RENDIMENTOS DO TRABALHO SUFI QUE OS ESTUDANTES QUE TIVEREM CONDIÇÕES, PAGUEM MATRÍCULAS AJUSTADAS AO CUSTO REAL DO ENSINO, MAS QUE ESTE SEJA GRATUITO PARA OS QUE NÃO AS POSSAM PAGAR
26,6
NÃO SABE
PROFESSORES
PAS
2,4
31,9
2,8
35
30,7
31,5
32,8
32,9
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
49
100 90 80 70 60
51,1
50 40 30
48,3 47,8
37,5
40,7 32,2
29,3 26,9
27,4
GRテ:ICO 15 BIS. Percentagem de partidテ。rios de que a universidade seja gratuita ou quase gratuita para todos, independentemente do nテュvel de rendimentos, por regiテ」o Universia
20
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 0
PORTUGAL E ESPANHA
BRASIL
RESTO
5. Programa IberoAmericano de Ação Social
A última questão colocada aos entrevistados se refere a uma proposta concreta da “Agenda de Guadalajara 2010”. Referimo-nos à proposta 1.8, sobre a implementação de “um Programa Ibero-Americano de Cooperação e Ação Social Interuniversitária, que promova o compromisso social dos universitários e a melhoria da qualidade de vida, a igualdade e o desenvolvimento das zonas deprimidas.”
10 9
8,9
8,9
9,0
8 7 6 5 4 3
GRÁFICO 16. Utilidade de um Programa IberoAmericano de Cooperação e Ação Social Interuniversitária, que promova o compromisso social dos universitários ... (média na escala de 0, nada útil, a 10, muito útil)
2 1 0
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
ESTUDIANTES PROFESORES PAS
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS
51
Solicitamos aos respondentes que avaliassem a utilidade de um programa deste tipo, utilizando, novamente, a escala de 0 (nada útil) a 10 (muito útil). Os resultados da sua avaliação estão apresentados no gráfico 16. Em vista dos resultados, parece que a toda a comunidade universitária ibero-americana consideraria de grande utilidade uma iniciativa deste tipo, pois as pontuações médias dos três grupos coincidem quase milimetricamente em uma utilidade média de 9 a 10.
# Pesquisa 2
Universiddes sem fronteiras
Introdução
A segunda das cinco pesquisas de que consta a consulta à comunidade universitária preparatória do III Encontro de Reitores Universia, foi realizada online entre os dias 5 de novembro e 9 de dezembro de 2013. Obtivemos questionários válidos de 14.212 estudantes, 5.367 professores (PDP) e 2.350 membros do pessoal administrativo e de serviços (PAS) de universidades ibero-americanas majoritariamente pertencentes à Universia1. O que significa, como na primeira pesquisa, um alcance notável, com desequilíbrios por áreas geográficas. Os dados que analisamos a seguir não refletem esse desequilíbrio, pois são Questionários validos
14.212
5.367
2.350
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
apresentados ponderados de acordo com o peso que o alunato universitário de cada país tem no conjunto 2. Esta segunda pesquisa foi focalizada no tema denominado “universidades sem fronteiras”, isto é, ocupou-se de uma variedade de aspectos da mobilidade universitária, tanto de professores quanto de alunos, bem como, de
1. Para interpretar adequadamente os gráficos e as menções às diferenças regionais, veja-se o Relatorio técnico e trabalho de campo, onde são descritos os critérios de agrupamento das “Regiões Rio 2014” ou “Regiões Universia”. 2. Levando em consideração que só pudemos obter dados suficientemente fidedignos do número de alunos, também ponderamos os resultados relativos a professores e PAS com os dados de alunos, uma prática, por outra parte, relativamente comuns em estudos internacionais.
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
54
modo geral, da dimensão internacional da universidade. A seguir mostramos seus resultados, diferenciando os referentes aos três públicos analisados (estudantes, PDP e PAS), bem como, a depender do caso, alguma variação de interesse relativa à área geográfica à qual pertencem os públicos mencionados (Península Ibérica, Brasil e América Espanhola). Em primeiro lugar, estudamos as percepções quanto à mobilidade interna (nacional) dos estudantes, focando nos critérios de escolha da universidade, na disponibilidade da informação necessária para efetuar esta escolha e em possíveis medidas para melhorar a informação disponível. Em segundo lugar, começamos a análise das percepções sobre a mobilidade internacional dos universitários e sobre a internacionalização das universidades ocupando-nos, por um lado, da importância que se atribui a ambas as questões, contemplando a possibilidade de que as estadias no exterior formem necessariamente parte da grade curricular e da relevância de contratar professorado estrangeiro. Por outro, tratamos de uma consequência indesejada da mobilidade internacional, a da “fuga de talentos”. Em terceiro lugar, descemos à escala da universidade do pesquisado, tratando das percepções quanto ao papel que desempenha nela a mobilidade: que importância é dada a este objetivo, em que medida a universidade se beneficia por contar com estudantes estrangeiros e em que medida está o pessoal de administração e serviços preparado para administrar a mobilidade. Complemen-
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
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tamos estas apreciações com uma mínima referência ao que hoje é complemento e, talvez, alternativa, não apenas à formação universitária tradicional, mas às próprias políticas de mobilidade: a formação online. Em quarto lugar, descemos uma vez mais, esta vez à escala dos estudantes e professores individuais, indagando-lhes sobre suas próprias experiências de mobilidade internacional. Em quinto lugar, ocupamo-nos das percepções quanto aos obstáculos à mobilidade nacional e internacional que ainda existem, bem como das medidas que podem melhorá-la, dando especial atenção às propostas do “Documento de conclusões” da Agenda de Guadalajara 2010, e anotando brevemente a opinião sobre a possível contribuição da Universia para a meta da mobilidade.
1. A mobilidade interna dos estudantes
CRITÉRIOS DE ESCOLHA DA UNIVERSIDADE
Abordamos a temática “universidades sem fronteiras” pensando não apenas nas que evidentemente existem entre os diferentes países, as internacionais, mas também nas não tão evidentes, mas também reais, dentro de cada país. Começamos, precisamente, estudando como se percebe a mobilidade nacional através de uma questão básica, a dos critérios que orientam a escolha da universidade, pois revelam, à simples vista, se o potencial de mobilidade interna é alto ou baixo. Para obter uma imagem mais clara, comparamos apenas dois critérios, o da localização e o da reputação das universidades. Se no parecer dos entrevistados prevalecer a primeira, ou seja, questões como a proximidade do centro universitário em relação ao domicílio, obteremos a imagem de uma mobilidade nacional relativamente reduzida, pois a escolha ocorrerá, sobretudo, em escala local. Se prevalecer a reputação da universidade sobre sua localização, obtere-
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
57
mos a imagem de um potencial de mobilidade interna superior, pois significa que os estudantes estão dispostos a abandonar a comodidade da proximidade em nome de, por exemplo, uma maior qualidade ou uma maior adequação do centro universitário a seus interesses, ou que o sistema universitário incentiva ou, pelo menos, não dificulta essas decisões Como se observa no gráfico 1, a sensação dominante na comunidade universitária ibero-americana é a de que costuma ser mais importante o critério da reputação da instituição universitária que o de sua localização na hora de escolher a universidade. É o que acreditam porcentagens altíssimas de estudantes (73,8%), professores (68,1%) e PAS (73,7%). Conhecedores que somos da realidade espanhola, onde o grau de mobilidade interna é relativamente reduzido, colocamo-nos a hipótese de que essas percepções pudessem variar geograficamente, dependendo ESTUDANTES
LOCALIÇÃO NÃO SABE
PAS
3,8
6,1 22,6
25,8
73,8
REPUTAÇAO
PROFESSORES
5,2 21,0
GRÁFICO 1. No seu país, que criterio costuma ser mais importante no momento de escolher a universidade para realizar uma determinada licenciatura: a reputaçao da instituiçâo ou a sua localiçâo (por exemplo, relativamente à proximidade da residência familiar)
73,7 68,1
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
58
das tradições locais ou de como estivessem configurados localmente os incentivos à mobilidade. O gráfico 2 revela que deve haver algum componente local nas opiniões, pois diferenciam-se muito claramente os dos públicos da Península Ibérica (lembremos que a grande maioria dos pesquisados é da Espanha) e os dos públicos das outras duas regiões Universia consideradas (O Brasil e a América Espanhola). Na Península Ibérica, as porcentagens que acreditam ser mais importante a reputação, cerca de 40% (mas com um mínimo de 31,8% entre o professorado) são claramente inferiores às obtidas nas outras duas regiões, por volta de 70/80%. Claro que o fato de que as opiniões sejam tão diferentes não prova que a mobilidade interna seja tão diferente em umas áreas ou em outras, mas sugere que seria necessário investigar a possibilidade de que o seja.
90 80,9 76,6 70,8
80 70
80,3
78,5 72,5
60 50 40 30
44,3 37,5 31,8
GRÁFICO 2. Percentagem que acredita que é mais importante a reputação da universidade (e não a sua localização) no momento de escolher onde estudar, segundo a região Universia
20
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 0
PORTUGAL E ESPANHA
BRASIL
RESTO
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
59
A INFORMAÇÃO NECESSÁRIA PARA ESCOLHER UNIVERSIDADE
De qualquer maneira, para que a escolha do curso universitário e da universidade onde realizá-lo seja feita nas melhores condições, os futuros estudantes devem contar com a informação adequada. A opinião que a comunidade universitária ibero-americana tem a este respeito é positiva, mas sugere a existência de uma ampla margem de melhoria
NO MEU PAÍS, OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS CONTAM COM INFORMAÇÃO SUFICIENTE PARA ESCOLHER ONDE ESTUDAR
Solicitamos aos entrevistados que expressassem seu grau de concordância com a afirmação seguinte: “no meu país, os estudantes universitários contam com informação suficiente para escolher onde estudar”. Deviam expressá-lo em uma escala de 0 (nenhuma concordância) a 10 (concordância total). As médias que obtivemos estão acima de 5, mas relativamente distantes de 10: 6,2 para os estudantes; 6,5 para o professorado; e 6,8 para o PAS [GRÁFICO 3].
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
60
POSSIBILIDADES DE MELHORIA DA INFORMAÇÃO PARA ESCOLHER UNIVERSIDADE
Que existe uma ampla margem de melhoria da informação com a que contam os universitários é comprovado com os resultados de outras duas perguntas, também reunidos no gráfico 3. Por um lado, os públicos entrevistados mostram-se bastante de acordo (com médias um pouco superiores a 8 sobre 10) com a ideia de que contar com relatórios independentes sobre a qualidade das universidades e suas grades curriculares ajudaria os estudantes a escolherem onde estudar. Na verdade, provavelmente se trate de uma opinião bastante geral entre os universitários. Nossa pergunta é uma variante de outra formulada no Eurobarôme-
10 8,1 8,2 8,2 8
8,0
7,7 7,7
6,8 6,2 6,5 6
4
GRÁFICO 3. Grau de concordância com afirmações relativas à informação necessaria para escolher a universidade no país do entrevistado (média numa escala de 0, “não concordo”, a 10, “concordo plenamente”)
2
ESTUDANTES PROFESORES PAS
0
NO MEU PAÍS, OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS POSSUEM INFORMAÇÃO SUFICIENTE PARA ESCOLHER ONDE ESTUDAR
RELATÓRIOS INDEPENDENTES SOBRE A QUALIDADE DAS UNIVERSIDADES E OS SEUS PLANOS DE ESTUDO AJUDARIAM OS ESTUDANTES A ESCOLHER ONDE ESTUDAR
RANKING DE RESULTADOS DAS UNIVERSIDADES E DOS SEUS PLANOS DE ESTUDO AJUDARIAM OS ESTUDANTES A ESCOLHER ONDE ESTUDAR
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
61
tro Flash nº 260 (de fevereiro de 2009), cujos resultados são muito similares aos que obtivemos: na escala europeia (UE27 e outros quatro países), 82,4% dos estudantes universitários pesquisados mostraram-se totalmente ou bastante de acordo com a afirmação que analisamos. Por outro lado, nossos pesquisados também se mostraram bastante de acordo com outra ferramenta para melhorar a informação de que os universitários dispõem, a dos rankings de universidades, que se disseminam cada vez mais desde suas origens norte-americanas. Neste caso, o grau de concordância talvez seja uma coisa inferior, chegando a 8 sobre 10 entre os estudantes, mas ficando em 7,7 entre professores e PAS [GRÁFICO 3]. Na escala europeia, com dados do Eurobarômetro Flash citado anteriormente, a concordância entre os universitários é também muito alta, de 75,1%.
2. Importância da mobilidade internacional dos universitários e da internacionalização das universidades
Nesta seção iniciamos nossa análise das opiniões de nossos pesquisados quanto à mobilidade internacional tratando várias questões gerais, para depois descer às escalas da universidade própria e da experiência própria nas seções seguintes. MOBILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTUDANTES COMO PARTE DA GRADE CURRICULAR
Tentamos medir a importância dada à mobilidade internacional com duas perguntas muito simples que acreditamos que englobam as disposições básicas dos entrevistados a este respeito. Em primeiro lugar, solicitamos o grau de concordância (escala de 0 a 10) com a afirmação: “todas as grades curriculares deveriam incluir um tempo de estudo em outro país, como parte integrante deles.”3 O nível de concordância é alto, com médias por volta de
3. Adaptamos uma pergunta do Eurobarômetro Flash nº 198 (janeirofevereiro de 2007), que foi aplicada em professores universitários.
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
63
8 sobre 10 em cada um dos públicos pesquisados (gráfico 4). Neste caso, a concordância não parece tão entusiasta em escala europeia, pelo menos entre professores universitários pesquisados em 2007, pois apenas 57,7% mostram-se de acordo com uma ideia semelhante. De qualquer maneira, como mostra o mesmo gráfico, talvez a concordância seja um pouco menor entre os estudantes e professores pesquisados da Península Ibérica do que entre os estudantes e professores das outras regiões Universia, o que faria sentido com a menor propensão à mobilidade na Península Ibérica observada mais acima.
4. Se em nossa pesquisa definimos a concordância como toda pontuação superior a 5, então 76,4% dos professores pesquisados estariam de acordo com a medida. O Eurobarômetro Flash nº 198 usou a palavra mobilidade, sem outro qualificativo, apesar de o contexto do questionário sugerir tratar-se de mobilidade internacional.
A RELEVÂNCIA DE CONTAR COM PROFESSORADO ESTRANGEIRO
Em segundo lugar, perguntamos aos pesquisados se acreditam ser conveniente que suas universidades contem com professorado estrangeiro. De novo, a pergunta solicita que se responda utilizando uma escala de 0 10 9
8,4
8,1 8
7,3 7,6
7,8
7,6 6,8
7
7,2
7,7
7,5 7,6 7,8
6 5 4
GRÁFICO 4. Grau de concordância com “todos os planos de estudo deveriam incluir um período de estudo noutro país, como parte integrante desses mesmos planos” (média na escala de 0 a 10), segundo a região Universia
3
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL RESTO
2 1 0
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
64
(muito pouco conveniente) a 10 (muito conveniente). Os resultados são bastante favoráveis à proposta, com médias por volta de 8 sobre 10 em todos os grupos: 8,0 entre os estudantes; 7,7 entre os professores; e 7,9 entre o PAS [GRÁFICO 5]. No fim das contas, observamos na comunidade universitária ibero-americana uma propensão bastante forte à internacionalização dos estudos superiores. EFEITOS INDESEJADOS DA MOBILIDADE INTERNACIONAL: FUGA DE TALENTOS
A mencionada propensão não torna os entrevistados insensíveis a um risco potencial da mobilidade internacional, o da chamada “fuga de talentos”. Em sua formulação mais simples, o problema consiste no seguinte: os sistemas universitários nacionais podem dedicar grande quantidade de recursos a formar estudantes, professores ou pesquisadores que depois desenvolvam sua carreira profissional fora do país. Deste modo, esses recursos não teriam obtido o rendimento esperado e teriam servido para financiar as necessidades de recursos humanos e/ou de inovação de outros países. É o risco que se corre sempre que a formação de um trabalhador corre por conta de uma entidade individual (neste caso, um país, mas em escala nacional trata-se de empresas), mas pode ser aproveitada por outras que não contribuíram para financiar os custos desta formação. Somente com a contribuição coletiva de todos os potenciais usuários desta formação para financiá-la evita-se, parcialmente, o problema. É isto o que ocorre com a formação
GRÁFICO 5. Em que medida acredita ser conveniente que a sua universidade conte com um corpo docente estrangeiro? (média na escala de 0, “muito pouco conveniente, a 10, “muito conveniente”) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
8,0
7,7 7,9
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
65
profissional da Alemanha, mas, evidentemente, é muito mais complicado em escala internacional. Aparentemente, o risco da fuga de talentos estaria muito disseminado nos países analisados, ao menos se dermos ouvido às opiniões da comunidade universitária. Proporções próximas de três quartos acreditam que seu país tem um problema de fuga de talentos, definido como a existência de pesquisadores muito qualificados formados em seu país que emigram para o estrangeiro e não voltam. É como pensam 76,4% dos estudantes, 74,2% dos professores e 71,5% do PAS [GRÁFICO 6]. O gráfico 6 também mostra uma diferença significativa de acordo com a localização geográfica dos públicos. Na Península Ibérica (isto é, sobretudo na Espanha), o temor a este problema é ainda mais elevado, com porcentagens de entrevistados superiores a 90% que acreditam que há fuga de talentos. Independentemente de que esses temores reflitam realidades diferentes, sustentamos a hipótese de que devem ter sido exacerbados conjuntu100
93,7
90 80 70
76,4
74,4 71,8
94,4
90,0
74,2
75,8 71,5
70,0 61,9
58,3
60 50 40 30
GRÁFICO 6. Percentagem que acredita que o seu país tem um problema de “fuga de cérebros” (investigadores muito qualificados formados no seu país que partem o estrangeiro e não regressam), segundo a região Universia TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL RESTO
20 10 0
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
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66
ralmente na Espanha devido à profunda crise econômica e à maior quantidade de espanhóis (jovens, mas não somente) que procuram trabalho em outros países europeus, muito difundidas e, provavelmente, exageradas pelos meios de comunicação de massas. Mais interessante, talvez, do que a extensão do temor a uma fuga de talentos é indagar nas opiniões a propósito das possíveis causas do problema, pois revelam, entre outras coisas, opiniões substantivas não apenas sobre o país de acolhimento desses “talentos”, mas sobre o próprio país. Levados a escolher as duas razões hipotéticas mais importantes pelas quais um pesquisador pode decidir não retornar ao seu país, as opiniões dominantes são claríssimas. O grupo mais amplo de entrevistados men-
MELHORES CONDIÇÕES SALARIAIS MELHORES INCENTIVOS ECONÓMICOS À INVESTIGAÇÃO MELHORES OPORTUNIDADES DE CARREIRA PROFISSIONAL MAIOR CAPACIDADE FINANCIEIRA PARA LEVAR A CABO PROJECTOS DE INVESTIGAÇ MAIOR LIBERTADE PARA O TRABALHO DE INVESTIGAÇÃ MAIOR RECONHECIMIENTO DOS ÊXITOS DOS INVESTIGADORES MELHOR FUNCIONAMIENTO DA COMUNIDADE CIENTÍFIC
GRÁFICO 7. De entre as seguintes razões hipotéticas pelas quais um investigador poderia decidir ficar num país estrangeiro e nnão retornar ao seu, qual acredita ser a mais importante? E em segundo lugar? (as percentagens acumuladas somam mais de 100)
MAIORES FACILIDADES PARA EXPLORAR PESSOALMENTE OS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO
60 54,0 51,0
50
49,4 43,3
40
38,8
38,0 37,5
35,6 30
30,8 26,5
25,5 18,3
20
10
36,7
13,4 13,3 9,3 5,1
6,2
12,4 11,6
7,1 3,8
3,5
0
ESTUDIANTES
PROFESORES
PAS
5,1
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ciona as melhores condições salariais: 54% dos estudantes, 51% dos professores e 49,4% do PAS (gráfico 7). Um nível abaixo se situam duas causas que são em parte econômicas e em parte relativas à vida profissional dos pesquisadores. Referimo-nos à existência de maiores incentivos econômicos à pesquisa (como poderiam ser, por exemplo, gratificações vinculadas a uma maior produtividade científica) e à existência de melhores oportunidades de carreira profissional. Em um terceiro nível estaria um motivo claramente econômico, o de contar com maior capacidade financeira para realizar projetos de pesquisa. Muito menos citadas são razões menos ligadas à disponibilidade de recursos suficientes e mais ligadas às características da comunidade de cientistas em que a pesquisa é realizada: ter mais liberdade para pesquisar, um maior reconhecimento das conquistas dos pesquisadores e um melhor funcionamento da comunidade científica. E cita-se pouco uma causa ligada ao aproveitamento pessoal dos resultados da pesquisa.
3. A universidade do entrevistado e a mobilidade nacional ou internacional, e uma breve nota sobre a Formação online
A IMPORTÂNCIA DO OBJETIVO DA MOBILIDADE
Descendo à escala da universidade dos entrevistados, a primeira coisa que podemos comprovar é que não têm uma opinião excessivamente positiva quanto à importância que as mencionadas universidades dão ao objetivo da mobilidade nacional ou internacional de seus estudantes e professores. As médias na escala de 0 (nenhuma importância) a 10 (grande importância) obtidas nas respostas de estudantes (6,3) e professores (6,6) passam ligei10 9 8 7 6 5
6,3
6,6
7,2
GRÁFICO 8. No caso concreto da sua universidade, que importância é concedida ao objectivo da mobilidade nacional ou internacional dos seus estudantes e professores? (média na escala de 0, “nenhuma importância”, a 10, “grande importância”)
4 3 2
ESTUDANTES
1
PROFESSORES
0
PAS
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5. Por um erro na implan tação da pesquisa de que fomos conscientes apenas a posteriori, nesta pergunta não contamos com dados do Brasil para estudantes e professores. No questionário de PAS as diferenças entre os dados do Brasil e da América Espanhola são mínimas, pelo que supomos que também o teriam sido nos outros dois questionários e, portanto, os dados globais apresentados no texto quase não teriam sofrido variação.
ramente de 6 sobre 10, ainda que o PAS seja mais otimista a este respeito (7,2) [GRÁFICO 8]. De qualquer maneira, a margem de melhoria, em vista destas opiniões, é relativamente ampla. O BENEFÍCIO DE CONTAR COM ESTUDANTES ESTRANGEIROS
Não são poucos os entrevistados que acreditam que sua universidade se beneficia de uma das consequências óbvias da maior mobilidade internacional, a presença de estudantes procedentes de outros países. Porcentagens que rondam 40% acreditam que esse benefício é grande ou suficiente: é como pensam 38,7% dos estudantes, 41% dos professores, e 45,9% do PAS [GRÁFICO 9]. Nesta apreciação observam-se certas diferenças geográficas [GRÁFICO 10]. Isso sugere que a presença de es-
MUITO BASTANTE POuCO
GRÁFICO 9. Actualmente, quanto beneficia a sua universidade com a presença de estudantes procedentes de outors países?
ESTUDANTES
9,4
PAS
11,4
16,8
9,8 23,3
11,1 26,4
NÃO SABE
PROFESSORES
15,4
23,8
NADA
8,7 24,2
39,8
16,4
29,5 34,0
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
70
tudantes estrangeiros é claramente maior na Península Ibérica, um pouco inferior na região que denominamos América Espanhola e bastante inferior no Brasil. PREPARAÇÃO DO PAS PARA ADMINISTRAR UMA MAIOR MOBILIDADE
Também quisemos comparar uma ideia à qual normalmente não se presta muita atenção nos estudos de opinião pública sobre a universidade, neste caso, a capacidade de administrar a mobilidade. E a propusemos ao público de entrevistados que mais próximo está da gestão cotidiana de tudo o que diz respeito à mobilidade nacional e internacional dos estudantes universitários, o PAS. A pergunta, de novo, foi bastante direta, ao indagar o grau de concordância (na escala de 0 a 10) com a seguinte afirmação: “o pessoal de administração e serviços da minha universidade está suficientemente preparado para apoiar e administrar uma mobilidade internacional
90 80 70
66,6 57,9
60 50
47,3 37,1 31,1
40 30
44,5 41,5 40,7
GRÁFICO 10. Percentagem que acredita que a sua universidade beneficia muito ou bastante com a presença de estudantes procedentes de outros países, segundo a região Universia
23,3
20
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 0
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
RESTO
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
71
de professores e estudantes consideravelmente maior do que a atual”. Ou seja, tentamos medir a sensação que tinham de estar preparados para contribuir com uma estratégia de desenvolvimento da mobilidade internacional que findasse resultando em uma mobilidade consideravelmente maior do que a atual. As respostas a esta pergunta sugerem uma sensação de dúvida a este respeito, pois o grau de concordância, mesmo sendo positivo, não é nada entusiasta, com uma média de 6 na escala de 0 a 10 [GRÁFICO 11]. Não são observadas grandes diferenças por regiões Universia, apesar de o grau de concordância no Brasil ser o menor, o que faria sentido com a opinião já vista a respeito da menor presença de estudantes estrangeiros nas salas de aula brasileiras. O PAS brasileiro estaria acostumado a administrar uma quantidade de estudantes estrangeiros relativamente baixa (ou, pelo menos, percebida como tal), pelo qual veria como um desafio maior um aumento considerável desta presença.
10 9 8 7 6
6,0
6,6
6,2 5,1
5 4 3 2 1 0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
RESTO
GRÁFICO 11. PAS. Grau de concordância com: “o pessoal administrativo e de serviços da minha universidade está suficientemente preparado para apoiar e gerir uma mobilidade internacional de professores e estudantes substancialmente maior do que a actual” (média na escala de 0, “não concordo nem um pouco”, a 10, “concordo plenamente”, segundo a região Universia)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
72
A UNIVERSIDADE DO PESQUISADO E A FORMAÇÃO ONLINE
Por último, tratamos brevemente en esta sección de las opiniones de nuestros encuestados acerca de la formación online en su universidad. A expensas de un tratamiento más completo en el sondeo dedicado a las “universidades formadoras”, queríamos tener una primera impresión de una cuestión que entendemos, en gran medida, como complementaria a la de la movilidad. Se a opinião quanto à importância dada pela universidade do entrevistado à mobilidade não era nem um pouco entusiasta, também não é o caso da opinião sobre a aposta dessas universidades na formação online (veja-se gráfico 12). Na escala de 0 (está apostando muito pouco) a 10 (está apostando muito), as médias obtidas quase não chegam a 6: 5,7 para os estudantes; 5,6 para os professores; e 6,0 para o PAS. O que sugere, de novo, uma margem de melhoria bastante ampla.
10 9
8,3
8
7,6
7,8
7 6
5,7 5,6
6,0
5 4
GRÁFICO 12. Quanto é que acha que a sua universidade está a apostar / deveria aspotar na formação online? (média numa escala de 0, “muito pouco”, a 10, “muito”)
3 2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0
ESTÁ A APOSTAR
DEVERIA APOSTAR
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
73
Confirma a existência dessa margem de melhoria a opinião média a respeito do quanto a universidade do pesquisado deveria apostar neste tipo de formação (medida na mesma escala de 0 a 10). Neste caso as médias situam-se claramente na faixa média alta da escala: 7,6 para os estudantes; 7,8 para os professores; e 8,3 para o PAS [GRÁFICO 12]. Em qualquer caso, os dados anteriores sugerem que as expectativas de desenvolvimento da formação online que os diferentes públicos têm em relação à sua universidade não são atendidas.
4. A experiência de mobilidade internacional de professores e estudantes
Nesta seção ocupamo-nos das experiências de mobilidade internacional de professores e estudantes, bem como dos planos a respeito destes últimos. OS PROFESSORES: SEU PASSADO COMO ESTUDANTES E COMO PROFESSORES
Entre os professores parece ter sido bastante frequente ter estudado no exterior. É o que afirmam 39,6% dos entrevistados, apesar de que esta porcentagem oculta variações geográficas de certa relevância (gráfico 13). Na Península Ibérica e no Brasil, a porcentagem ronda 30%, mas na América Espanhola chega até 43,9%. São menos os professores que afirmam ter exercido como docente ou pesquisador no exterior, ao menos durante o tempo equivalente a um curso acadêmico. No entanto, não se trata de uma porcentagem desprezível, pois chega a 26% [GRÁFICO 13]. Neste caso, as variações regionais são menores.
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
75
OS ESTUDANTES: PASSADO, PLANOS E CAPACIDADES
A experiência internacional dos estudantes é evidentemente menor que a dos professores, mas não é residual (veja-se gráfico 14). 15,8% afirmam ter cursado algum tipo de estudo universitário fora de seu país, ao que caberia acrescentar os 9,9% que o solicitaram, mas não foram selecionados. A grande maioria, claro, não o fez, seja tendo planejado e desistido da ideia (39,2%), seja não a tendo planejado nunca (35,1%). Como se verifica no gráfico 14, a porcentagem de estudantes com experiência no exterior é inferior no Brasil (7,2%) e mais alto na Península Ibérica (16,8%) e na América Espanhola (18,2%). Não são tantos os que estudaram fora de seu país, mas, se acreditarmos nas afirmações dos mesmos estudantes, sua propensão a fazê-lo é bastante alta. Dois terços (66,7%) dizem estar planejando continuar seus es-
50 45 40
43,9 39,6
35 30
30,9 30,3
30,7 26,4
26,0
25 21,7
20
GRÁFICO 13. Experiência no exterior dos professores universitários, segundo a região Universia FREQUENTOU ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS NOUTRO PAÍS FUNÇÕES COMO DOCENTE OU INVESTIGADOR NOUTRO PAÍS, POR AO MENOS UM PERÍODO DE TEMPO EQUIVALENTE A UM ANO LECTIVO
15 10 5 0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
RESTO
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
76
tudos em outro país, pelo menos parcialmente (gráfico 15). Nesta ocasião, os menos propensos são os estudantes da Península Ibérica (43,9%), a uma boa distância dos do Brasil (63,2%) e da América Espanhola (72,1%). Na mesma linha, são muitos os estudantes que se sentem capacitados para aventuras no exterior. Até 53,2% dizem ter um conhecimento adequado de algum idioma estrangeiro para cursar satisfatoriamente estudos univer-
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
15,8
16,8 9,9
35,1
4,5
42,4
36,4 39,2 BRASIL
7,2
RESTO
11,9
GRÁFICO 14. Estudantes: frequentou algum tipo de ensino universitário noutro país (segundo a região Universia)
18,2 30
SIM
10,3
47,3
NÃO: PENSAVA FAZÊ-LO, MAS RENUNCIEI À IDEIA NÃO: SOLICITEI-O, MAS NÃO FUI SELECCIONADO
33,6 41,4
NÃO: NUNCA PENSEI ESTUDAR NO ESTRANGEIRO
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
77
sitários em um país de língua não espanhola (“não portuguesa” no Brasil e Portugal) [GRÁFICO 16]. Os que se sentem mais seguros são os estudantes da Península Ibérica (65,1%), frente aos do Brasil e da América Espanhola, com porcentagens próximas.
80 70
72,1 66,7
63,2
60 50
GRÁFICO 15. Percentagem de estudantes que está a planear continuar os seus estudos pelo menos parcialmente, noutro país, segundo a região Universia
43,9
40 30 20 10 0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
RESTO
80 70 60
65,1 53,2
53,1
50
45,7
40 30 20 10 0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
RESTO
GRÁFICO 16. Percentagem de estudantes que afirman ter um conhecimento adequado de alguma língua estrangeira para frequentar com aproveitamento estudos universitários num país de língua não espanhola/portuguesa, segundo a regiã Universia
5. Obstáculos à mobilidade e medidas para orientá-la e melhorá-la
Ocupamo-nos, finalmente, da dimensão de política pública da mobilidade, coletando a opinião dos entrevistados sobre diversas medidas para melhorá-la. Previamente, comprovamos que importância dão aos obstáculos que a limitam. OBSTÁCULOS PARA A MOBILIDADE
Comparamos a opinião dos pesquisados quanto aos obstáculos mais frequentemente considerados nas análises sobre mobilidade internacional, focando na experiência de estudar fora. Para todas as circunstâncias que podem dificultar essa experiência (sete no total) perguntamos se significam um obstáculo muito grande, grande ou pequeno, ou se não representam nenhum obstáculo. A estrutura de percepções resultantes é bastante clara: uma das circunstâncias é um obstáculo maior (isto é, reúne uma porcentagem altíssima das respostas “obstáculo muito grande” ou “grande”); três são vistas como obstácu-
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
79
los, digamos, médios; e três vistas como obstáculos menores. Como a soma de porcentagens correspondentes às respostas “obstáculo muito grande” e “grande” quase não varia de acordo com o público considerado, concentramos nossos comentários nos resultados correspondentes ao público protagonista da pergunta sobre mobilidade: os estudantes. Os dados dos três públicos estão reunidos nos gráficos 17, 18 e 19. Obstáculo principal para os estudantes
91,9%
FALTA DE FONDOS
O principal obstáculo é, como era de se esperar, o da falta de recursos, que é visto como muito grande ou grande por 91,9% dos estudantes. Os três obstáculos “médios” são, em primeiro lugar, a falta de informação sobre as oportunidades de estudar fora, vista como obstáculo muito grande ou grande por 69,8% dos estudantes. Em segundo lugar, as barreiras linguísticas (56,9%). E em terceiro lugar, as dificuldades existentes para o reconhecimento ou homologação dos estudos cursados no exterior (53,7%). Os três obstáculos “menores” são, nesta ordem, os problemas quanto à emigração, tais como barreiras administrativas (48,1%); a falta de fomento à mobilidade na universidade do entrevistado (34,7%) e a qualidade educativa diferente no exterior (33,4%).
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
80
A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE AS OPORTUNIDADES PARA ESTUDAR NO ESTRANGEIRO
1,1 5,2
A POSSIBILIDADE DE OS ESTUDOS NO ESTRANGEIRO NÃO TEREM RECONHECIMENTO OU HOMOLOGAÇÃO OU SER DIFÍCIL OBTÊ-LOS
A FALTA DE FUNDOS
1,5 5,8 0,9
24,8
11,5
5,1
17,4
26,3
23,8
29,6 65,6
36,3
45,1
A DIFERENTE QUALIDADE EDUCATIVA NO ESTRANGEIRO
NA MINHA UNIVERSIDADE NÃO SE FOMENTA A MOBILIDADE
AS BARREIRAS LINGUÍSTICAS
9,8 1,0
3,9 9,9
8,5
20,3
13,0
23,1 23,5
27,6
32,3 36,6
39,7
21,7
29,2
PROBLEMAS RELACIONADOS COM EMIGRAÇÃO (BARREIRAS ADMINISTRATIVAS, POR EXEMPLO)
6,6 14,2
18,5
OBSTÁCULO MUITO GRANDE GRANDE PEQUENO NENHUM OBSTÁCULO NÃO SABE
31,1
29,6
GRÁFICO 17. Estudiantes. Para os estudantes do país do entrevistado que ambicionam estudar no estrangeiro, vários aspectos representam um...
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
81
A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE AS OPORTUNIDADES PARA ESTUDAR NO ESTRANGEIRO
8,8
A POSSIBILIDADE DE OS ESTUDOS NO ESTRANGEIRO NÃO TEREM RECONHECIMENTO OU HOMOLOGAÇÃO OU SER DIFÍCIL OBTÊ-LOS
A FALTA DE FUNDOS
1,6 5,4 0,5
0,8 19,4
11,2
2,7
20,3
28,7
26,0
28,4 63,8
37,3
45,1
A DIFERENTE QUALIDADE EDUCATIVA NO ESTRANGEIRO
NA MINHA UNIVERSIDADE NÃO SE FOMENTA A MOBILIDADE
AS BARREIRAS LINGUÍSTICAS
0,3 5,8
2,7 7,1 20,7 27,9
3,1 10,2
20,8
20,8
36,7
32,0
41,2
41,6
29,2
PROBLEMAS RELACIONADOS COM EMIGRAÇÃO (BARREIRAS ADMINISTRATIVAS, POR EXEMPLO)
4,4 18,3
OBSTÁCULO MUITO GRANDE GRANDE
13,1
PEQUENO NENHUM OBSTÁCULO
26,6 37,6
NÃO SABE
GRÁFICO 18. Profesores. Para os estudantes do país do entrevistado que ambicionam estudar no estrangeiro, vários aspectos representam um...
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
82
A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE AS OPORTUNIDADES PARA ESTUDAR NO ESTRANGEIRO
5,41,4
A FALTA DE FUNDOS
1,2 3,3 0,9
21,6
8,1
27,1
24,3
A POSSIBILIDADE DE OS ESTUDOS NO ESTRANGEIRO NÃO TEREM RECONHECIMENTO OU HOMOLOGAÇÃO OU SER DIFÍCIL OBTÊ-LOS
42,1
47,3
5,7 0,6
19,5 28,1
NA MINHA UNIVERSIDADE NÃO SE FOMENTA A MOBILIDADE
AS BARREIRAS LINGUÍSTICAS
3,4 7,5
21,1
25,7 67,6
A DIFERENTE QUALIDADE EDUCATIVA NO ESTRANGEIRO
3,1
5,6 6,3
21,8
34,0
14,6 42,1
37,9
41,5
31,4
PROBLEMAS RELACIONADOS COM EMIGRAÇÃO (BARREIRAS ADMINISTRATIVAS, POR EXEMPLO)
7,3
OBSTÁCULO MUY GRANDE GRANDE
8,8
15,0
PEQUEÑO NINGÚN OBSTÁCULO
29,4
39,5
NO SABE
GRÁFICO 19. PAS. Para os estudantes do país do entrevistado que ambicionam estudar no estrangeiro, vários aspectos representam um...
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
83
PROCEDÊNCIA E DESTINO PREFERIDOS
Medimos as opiniões quanto às mudanças na política de mobilidade das universidades e outros atores interessados (governos e empresas, entre outros), seguindo um caminho duplo. Por um lado, interessamo-nos pelas preferências geográficas dos pesquisados, ou seja, se preContinentes de procedencia preferidos
América central y del sur
Europa
ferem que os estudantes estrangeiros provenham de um continente ou de outro, ou se preferem que se incentive um continente ou outro como lugar de destino dos estudantes nacionais. Deste modo, podemos delimitar o mundo de referência que a comunidade universitária iberoamericana leva em consideração. Por outra parte, interessamo-nos pelas opiniões sobre as principais medidas ESTUDANTES
13,7
33,2
29,4
AMÉRICA CENTRAL E DO SUL EUROPA ASIA ÁFRICA OCEÂNIA NÃO SABE
PAS
10,4 7,5 0,4 5,7 4,2
1,0
6,1
AMÉRICA DO NORTE
PROFESSORES
6,8
9,8
GRÁFICO 20. Se fosse necessário facilitar a chegada de estudantes estrangeiros à sua universidade e conceder prioridade a algum continente ou região de procedência, qual a deveria ter?
11,9 0,6 7,1 42,4
29,4
5
6,9
38,9
29,6
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
84
de melhoria da mobilidade de estudantes e professores que cabe inferir das conclusões da Agenda de Guadalajara 2010. Quanto aos continentes de origem preferidos na hora de facilitar a chegada de estudantes estrangeiros à própria universidade (no suposto de que fosse preciso dar prioridade a um continente ou região), o desenho está bastante claro em escala geral e o que estudantes, professores e PAS fazem coincide (vide gráfico 20). Os continentes de procedência nitidamente preferidos são a América Central e do Sul (mencionadas por 33,2% dos estudantes, 42,4% dos professores e 38,9% do PAS) e a Europa (com menções respectivas de 29,4%, 29,4% e 29,6%). Os outros continentes ficam muito atrás, especialmente a Ásia. O desenho geral, de qualquer modo, oculta variações significativas de caráter regional que refletem padrões de proximidade geográfica e de afinidade cultural, e que analisamos colocando a atenção no público de estudantes [GRÁFICO 21]. A preferência pela América Central e do
PENÍNSULA IBÉRICA
15,4
AMÉRICA CENTRAL E DO SUL EUROPA ASIA ÁFRICA OCEÂNIA NÃO SABE
16,6
RESTO
8,6
0,7 6,8
1,3 26,0
1,0 8,2
AMÉRICA DO NORTE
BRASIL
6,0 24,1
GRÁFICO 21. ESTUDANTES Se fosse necessário facilitar a chegada de estudantes estrangeiros à sua universidade e conceder prioridade a algum continente ou região de procedência, qual a deveria ter? (segundo a região Universia)
10,8
7,4
38,8
21,1
2,6 42,7
4,0
22,4
6,5
29,0
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
85
Sul é muito mais reduzida na Península Ibérica (15,4%) do que no Brasil (26,0%) e, sobretudo, do que na América Espanhola (38,8%). Em contrapartida, a preferência pela Europa é máxima na Península Ibérica (42,7%). É, por último, destacável que a África, um continente pouco mencionado em escala geral (9,8%), reúna várias menções em um dos países ibero-americanos com mais vínculos históricos com esse continente, o Brasil (21,1%). Quanto aos continentes de destino preferidos como destino para os estudantes da própria universidade, o panorama é ainda mais amplo do que no caso dos continentes de procedência. Esta vez predomina nitidamente o continente europeu, mencionado por 51,7% dos estudantes, 52,5% do professorado, e 47,2% do PAS [GRÁFICO 22]. O segundo lugar é disputado pela América do Norte, muito pouco mencionada como continente de origem, e pela América Central e do Sul. A Ásia, a África e a Oceania reúnem menções apenas simbólicas.
ESTUDIANTES
2 1 7,8 4,9
PROFESORES
1,0 5,1 3,8 1,0
14,0
AMÉRICA CENTRAL E DO SUL EUROPA ASIA ÁFRICA OCEÂNIA NÃO SABE
1,0 6,0 6,5 2,0
18,7
18,7
18,5
18 51,7
AMÉRICA DO NORTE
PAS
18,8 52,5
GRÁFICO 22. E se fosse necessário facilitar que os estudantes da sua universidade frequentassem estudos fora do seu país e conceder prioridade a um continente ou região de destino, qual a deveria ter?
47,2
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
86
Também aqui se observa certa variação geográfica nas opiniões, mas é menos chamativa. Examinamos, de novo, focando nos estudantes [GRÁFICO 23]. A preferência pela Europa é um pouco mais pronunciada entre os estudantes da Península Ibérica, enquanto a preferência pelas Américas é mais clara no Brasil e na América Espanhola. Os brasileiros optam mais pela América do Norte, enquanto os estudantes das outras regiões se inclinam mais pela América Central e do Sul. AVALIAÇÃO DE MEDIDAS PROPOSTAS NA AGENDA DE GUADALAJARA
Para comparar as propostas relativas à mobilidade contidas na Agenda de Guadalajara elaboramos uma bateria de cinco medidas e a submetemos ao julgamento dos pesquisados, que deviam pronunciar-se a respeito da utilidade de cada uma delas para fomentar significativamente a mobilidade nacional e internacional de estudantes, professores e pesquisadores de seu país e ibero-
PENÍNSULA IBÉRICA
16,2 1,2 1,7 2,8
BRASIL
16,1 8,4
1,5 9,2 3,8 3,4
AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA CENTRAL E DO SUL EUROPA ASIA ÁFRICA OCEÂNIA NÃO SABE
RESTO
21,0
1,0 5,7 5,8 1,0
11,5
22,5 12,9
53,7
GRÁFICO 23. Estudiantes. E se fosse necessário facilitar que os estudantes da sua universidade frequentassem estudos fora do seu país e conceder prioridade a um continente ou região de destino, qual a deveria ter? (segundo a região Universia)
52,4 48,1
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
87
americanos em geral. Avaliaram a mencionada utilidade em uma escala de 0 (“muito pouco útil”) a 10 (“muito útil”). Os resultados desta bateria de perguntas apontam para a existência de um público disposto a empreender o debate sobre a promoção da mobilidade (nacional e internacional) em sua universidade, seu país e na escala ibero-americana, e, provavelmente, disposto a apoiar, ou, ao menos, a não contradizer medidas razoáveis que possam chegar a ser adotadas. Nossa afirmação baseia-se no acolhimento favorável das cinco medidas propostas, todas as quais obtêm pontuações próximas ou superiores a 8,5 sobre 10 em todos os públicos. Os resultados estão reunidos no gráfico 24. As medidas são as seguintes, e são mostradas acompanhadas
GRÁFICO 24. Utilidade de medidas para fomentar substancialmente a mobilidade nacional (entre universidades de um mesmo país) e internacional (com universidades estrangeiras) dos estudantes, professores e investigadores do seu país e ibero-americanos em geral (média na escala de 0, “muito pouco útil”, a 10, “muito útil” ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 9
8,9 9,1 8,9
8,6 8,7
8,6
8,5 8,5 8,3
8,8
8,7 8,4
8,9 9,0 8,8
8 7 6 5 4 3 2 1 0
UM MAIOR COMPROMISSO DOS GOVERNOS, EMPRESAS, PATROCINADORES PÚBLICOS E PRIVADOS NO FINANCIAMENTO DO OBJECTIVO DA MOBILIDADE DE ESTUDANTES E PROFESSORES
A ELIMINAÇÃO, POR PARTE DO GOVERNO, DE OBSTÁCULOS BUROCRÁTICOS, LEGAIS E MIGRATÓRIOS QUE LIMITAM A MOBILIDADE
A CONCEPÇÃO, POR PARTE DE CADA UNIVERSIDADE, DEPROGRAMAS ESPECÍFICOS DE MOBILIDADE
A IMPLEMENTAÇÃO DE UM "CARTÃO UNIVERSITÁRIO IBEROAMERICANO" QUE FACILITE A MOBILIDADE E O USO DOS SERVIÇOS NESSA ÁREA GEOGRÁFICA
A COORDENAÇÃO DE INICIATIVAS PARA PROMOVER A UNIVERSIDADE IBERO-AMERICANA, MEDIANTE PROGRAMAS CONJUNTOS E ESTRUCTURAS PARTILHADAS POR DIFERENTES UNIVERSIDADES
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
88
pela utilidade média atribuída pelo público de estudantes (como exemplo do conjunto, pois as diferenças com os outros públicos não são significantes). Em primeiro lugar, colocamos a ideia de um maior compromisso de governos, empresas e patrocinadores no financiamento da mobilidade, medida que obteve uma pontuação de 8,9. Em segundo lugar, medimos a utilidade percebida de que os governos eliminem os obstáculos de qualquer tipo (burocráticos, legais ou migratórios) que limitam a mobilidade, resultando em uma média de 8,6. Em terceiro lugar, medimos uma política muito concreta de que cada universidade conceba seus próprios programas de mobilidade, novamente muito valorizada (8,5 de utilidade). Em quarto lugar, comparamos uma das medidas mais concretas reunidas na Agenda de Guadalajara, o estabelecimento de um “Cartão Universitário Ibero-Americano”, a fim de facilitar a mobilidade e o uso dos serviços prestados pelas universidades da mencionada área geográfica, uma medida também bem recebida (8,8). Por último, medimos a utilidade percebida do estabelecimento de um espaço ibero-americano de conhecimento através da coordenação interuniversitária mediante programas conjuntos ou compartilhados, recebida com uma utilidade média de 8,9. O POSSÍVEL PAPEL DA UNIVERSIA
Tematicamente, ter considerado a utilidade desse espaço ibero-americano de conhecimento exigia prestar
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
89
atenção, ainda que minimamente, na possível contribuição da rede Universia. Pudemos aproveitar, também, para avaliar superficialmente o conhecimento que dela têm nossos pesquisados. Para começar, o nível de conhecimento da rede Universia que reconhecem ter os pesquisados tem bastante margem de melhoria, situando-se por volta de 4,5 a 5 na escala de 0 (“muito pouco”) a 10 (“muito”) [GRÁFICO 25]. De qualquer maneira, observam-se diferenças regionais de interesse. Os menores níveis de conhecimento reconhecido ocorrem na Península Ibérica e no Brasil; os maiores na região que denominamos América Espanhola. A diferença é especialmente significante no público de estudantes, com médias respectivas de 3,3 (Península Ibérica), 3,7 (Brasil) e 5,1 (América Espanhola).
7 6 5 4
5,1
4,6 3,3
3,7
5,2
4,9 4,3 4,0
5,2
5,5 4,6 4,5
GRÁFICO 25. Nivel de conhecimento sobre a rede Universia (média numa escala de 0, “muito pouco”, a 10, “muito”), segundo a região Universia
3
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL AMÉRICA ESPANHOLA
2 1 0
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS
90
Apesar destes níveis de conhecimento, é bastante elevada a confiança na possível contribuição da Universia com um hipotético espaço ibero-americano de conhecimento e inovação. Grandes maiorias de estudantes (80,6%), professores (80,3%) e PAS (80,3%) acreditam que a Universia pode desempenhar um papel muito ou bastante importante a este respeito [GRÁFICO 26].
GRÁFICO 26. Acredita que a rede Universia pode desempenhar um papel muito importante, bastante, pouco ou nada importante para estabelecer um espaço ibero-americano para o desenvolvimento do conhecimento e da inovação? MUITO IMPORTANTE BASTANTE IMPORTANTE POUCO IMPORTANTE NADA IMPORTANTE NÃO SABE
ESTUDANTES
0,6 4,5
PROFESSORES
14,8
14,3
1,7 6,2
0,8 4,1
11,8
39,3
40,8
40,0
40,6
PAS
39,5
41,0
# Pesquisa 3
Universidades formadoras
Introdução
A terceira pesquisa das cinco que compõem a consulta à comunidade universitária preparatória do III Encontro de Reitores Universia, foi realizada online entre os dias 17 de fevereiro e 26 de março de 2014. Obtivemos questionários válidos de 11.842 estudantes, 6.236 professores (PDP) e 2.615 membros do pessoal administrativo e de serviços (PAS) de universidades ibero-americanas majoritariamente pertencentes à Universia.1 O qual supõe, de novo, um alcance muito notável, mas com muitos desequilíbrios por áreas geográficas. Os dados que analisaQuestionários validos
11.842
6.236
2.615
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
mos a seguir não refletem esse desequilíbrio, pois são apresentados de forma ponderada segundo o peso do corpo discente universitário de cada país no conjunto.2 A terceira pesquisa centrou-se no tema denominado universidades formadoras, isto é, tratou de diversos aspectos relativos à função de formação realizada pelas uni-
1. Para interpretar adequadamente os gráficos e as menções às diferenças regionais, consultar o Relatorio técnico e trabalho de campo, no qual se descrevem os critérios de agrupamento das “Regiões Rio 2014” ou “Regiões Universia”. 2 Tendo em conta que pudemos obter dados suficientemente fidedignos apenas do número de alunos, também ponderamos os resultados correspondentes a professores e PAS com os dados de alunos, uma prática relativamente comum em estudos internacionais.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
93
versidades, aspectos que vão desde as finalidades dessa formação até os meios que se utilizam, com uma ênfase especial nos meios online, passando por um elemento central na formação, o corpo docente. A seguir apresentamos os resultados da pesquisa, distinguindo os correspondentes aos três públicos analisados (estudantes, PDP e PAS), assim como, em cada caso, alguma variação de interesse relacionada à área geográfica a que pertencem estes públicos (Península Ibérica, Brasil, México e demais países da Ibero-América).3 Em primeiro lugar, estudamos as percepções sobre as finalidades do ensino universitário. O principal interesse reside na posição da comunidade universitária iberoamericana a respeito das orientações gerais que deveria ter esse ensino. Também a confrontamos com uma variante do argumento de que “sem a realização de atividades de pesquisa é difícil contar com um bom ensino”. Concluímos a seção prestando atenção ao objetivo da formação de bons profissionais, apontado como prioritário na primeira pesquisa. Em segundo lugar, analisamos como é percebido um dos dois protagonistas principais do ensino, o corpo docente, o qual é avaliado por estudantes e professores no tocante a suas capacidades (conhecimento, pedagogia, inovação metodológica, vocação) como professor. Completamos essa avaliação com a percepção que os professores têm da oferta de formação permanente e de uma iniciativa para melhorá-la. Em terceiro lugar, dedicamos duas seções à formação online, à qual se concede bastante relevância na Decla-
3 Neste relatório contamos com um número de entrevistas no México suficiente para tratá-lo como região Universia diferenciada.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
94
ração de Guadalajara. Em uma das seções tratamos da formação online em geral, isto é, de sua realidade na universidade dos entrevistados, de sua comparação com a formação presencial, e de seu potencial. Na outra seção nos centramos em uma das variantes da formação online mais comentadas em tempos recentes, os MOOCs. Em quarto lugar, apresentamos a avaliação realizada pelos entrevistados do ensino em sua universidade, assim como suas apreciações sobre uma série de reformas institucionais que visam melhorá-la.
1. As finalidades da formação universitária
AS ORIENTAÇÕES GERAIS DA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA
A primeira pesquisa tratou a questão das finalidades que a universidade devia cumprir. Com ela pudemos comprovar a alta prioridade que a comunidade universitária ibero-americana confere à formação de bons profissionais, seguida a bastante distância pelo objetivo de efetuar tarefas de pesquisa, contribuir para o desenvolvimento regional e formar bons cidadãos. Na presente pesquisa, o foco é a finalidade da formação, procurando captar as orientações gerais predominantes nessa comunidade sobre a diversidade de objetivos que, por sua vez, podem ser perseguidos através da formação universitária. Procuramos cobrir as diferentes dimensões da formação, tendo em conta os fins tradicionais da universidade e as novas demandas à qual tem sido submetida. Para tanto, pedimos aos entrevistados que optassem entre finalidades que podem ser contrapostas, pelo menos teoricamente, e entre as quais, dado que os recursos não são infinitos, normalmente é preciso escolher. Como essa es-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
96
colha, na vida real, não é do tipo “tudo ou nada”, estruturamos as preferências do público em termos de uma gradação entre uma finalidade (por exemplo, a formação prática) e sua alternativa ou oposto (a transmissão de conhecimentos). Assim, tiveram que pontuar na escala de 0 a 10 conforme sua opinião se aproximasse a um ou outro polo em cada uma das seguintes gradações: • De “melhorar a capacidade para pensar” a “melhorar a capacidade para agir” • Da “formação prática” à “transmissão de conhecimentos” • Da “especialização profissional ou acadêmica” à “formação cultural de amplo alcance” • Da “formação inicial dos jovens” à “formação ao longo da vida toda” • De uma “formação mais ligada às necessidades do momento” a uma “formação mais atemporal”. Como regra geral, a opinião média dos entrevistados, independentemente do público (estudantes, PDP, PAS) a que pertençam, tende a situar-se muito perto do ponto médio (5) das cinco escalas, com uma exceção a destacar. Isso não implica a existência de consensos amplos; na realidade, a opinião média resume opiniões bastante diversas entre si. Tendo que escolher entre melhorar a capacidade para pensar ou melhorar a capacidade para agir, a opinião média dos três públicos situa-se perto de 6 (5,9, 5,5 e 6,1,
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
97
respectivamente), o que sugere uma leve inclinação favorável à ação [GRÁFICO 1]. Essa leve preferência pela ação não se traduz em uma leve preferência pela formação prática em detrimento da transmissão de conhecimentos. Na escala correspondente, as pontuações também se aproximam a 6 (5,6, 5,6 e 6,0), o que implica uma leve preferência pela transmissão de conhecimentos. E também não se traduz em uma preferência por uma formação mais ligada às necessidades do momento, que pareceria mais afim à formação para a ação. Na realidade, observa-se uma leve preferência por uma formação mais atemporal, com pontuações próximas a 6 (5,9, 6,1 e 6,2).
GRÁFICO 1. Preferências sobre a finalidade da formação universitária, expressadas na escolha de uma pontuação em escalas que opõem fins alternativos (médias em escalas de 0 a 10) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10
8
6
6,9 6,1
5,9 5,5
7,1 7,4
6,0 5,6 5,6 5,2 5,2
5,9
5,5
6,1 6,2
4
2
0
DE 0 (MELHORAR A CAPACIDADE DE PENSAR) A 10 (MELHORAR A CAPACIDADE DE AGIR)
DE 0 (FORMAÇÃO PRÁTICA) A 10 (TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS)
DE 0 (ESPECIALIZAÇÃO PROFISSIONAL OU ACADÊMICA) A 10 (FORMAÇÃO CULTURAL DE AMPLO ALCANCE)
DE 0 (FORMAÇÃO INICIAL DOS JOVENS) A 10 (FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA TODA)
DE 0 (FORMAÇÃO MAIS LIGADA ÀS NECESSIDADES DO MOMENTO) A 10 (FORMAÇÃO MAIS ATEMPORAL)
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
98
O equilíbrio é ainda mais claro em termos da oposição entre a formação especializada e a formação cultural de amplo alcance. O pesquisado médio não se decidiu por um ou outro objetivo da formação, com pontuações que beiram 5 (5,2, 5,2 e 5,5). O único caso em que a preferência média dos pesquisados se inclina com relativa clareza por um dos dois polos é o que mais tem a ver com as novas demandas que se apresentam à universidade. Tradicionalmente, a formação universitária era concebida como algo que se adquiria no começo da vida adulta dos que seguiam esses estudos; isto é, era uma formação própria de jovens. Na atualidade, os estudos universitários são, cada vez mais, um elemento (importante) em trajetórias de formação que não concluem na juventude, mas estendem-se ao longo de quase toda a vida profissional. O membro médio da comunidade universitária ibero-americana parece consciente desta necessidade, tal como sugerem as pontuações médias obtidas na oposição entre “formação inicial dos jovens” e “formação ao longo da vida toda”. Estas pontuações ficam próximas de 7, o que implica uma preferência relativamente substancial pela formação ao longo da vida toda. Dizíamos acima que as pontuações médias não implicam que a opinião dos pesquisados se agrupe em torno delas. Antes, o que a distribuição de frequências das respostas a essas escalas denota é uma opinião bastante diversa, como se pode comprovar com o exemplo dos estudantes. No gráfico 2 observa-se como, em cada uma das
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
99
dimensões analisadas, a pontuação média (5) recolhe o maior número de respostas, mas estas superam apenas 25% do total na primeira dimensão (pensar/atuar). Nem sequer considerando como opinião média as pontuações de 4 a 6 chegamos a percentagens muito substanciais, pois o máximo, de novo para a primeira dimensão, seria de 41%. O qual significa que as opiniões não centrais atingiriam, no mínimo, três quintos dos estudantes pesquisados. O único caso um pouco diferente é o da oposição formação inicial/ formação ao longo da vida toda, pois a pontuação com mais respostas é o 10 (25%), claramente superior ao 5 (18,5%). Portanto, as respostas estão muito distribuídas ao longo das escalas. Se entendemos estas preferências como
GRÁFICO 2. Estudiantes. Distribuição de suas preferências sobre a finalidade da formação universitária, expressadas na escolha de uma pontuação em escalas que opõem finalidades alternativas (porcentagens)
35 30 25 20 15 10 5 0 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
DE 0 (MELHORAR A CAPACIDADE DE PENSAR) A 10 (MELHORAR A CAPACIDADE DE AGIR) DE 0 (FORMAÇÃO PRÁTICA) A 10 (TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS) DE 0 (ESPECIALIZAÇÃO PROFISSIONAL OU ACADÊMICA) A 10 (FORMAÇÃO CULTURAL DE AMPLO ALCANCE) DE 0 (FORMAÇÃO INICIAL DOS JOVENS) A 10 (FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA TODA) DE 0 (FORMAÇÃO MAIS LIGADA ÀS NECESSIDADES DO MOMENTO) A 10 (FORMAÇÃO MAIS ATEMPORAL)
10
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
100
indício da possível demanda universitária (no caso dos estudantes) e como indício da possível oferta (no caso dos professores), sua distribuição sugeriria uma demanda diversificada que procura se satisfazer através de uma oferta diversificada. O binômio formação/pesquisa Além de medir as orientações gerais da formação universitária esperada (ou demandada), aproveitamos a pesquisa para obter alguma evidência sobre uma das posições habituais na discussão sobre as finalidades da universidade, e sobre a do ensino em particular: a questão de se tem sentido que os centros universitários se especializem, seja em ensino, seja em pesquisa, ou se, pelo contrário, o lógico é que combinem ambos os tipos de atividades. Esta é uma das perguntas centrais do debate sobre a necessidade de uma oferta universitária diversificada, se essa diversidade também tem que implicar em uma especialização em um ou outro tipo de tarefas. Não pretendemos resolver esta questão, nem sequer estabelecer definitivamente qual ou quais são as posições da comunidade universitária a respeito, mas sim fornecer pistas para o debate. Para tanto, solicitamos aos entrevistados que mostrassem seu grau de acordo com uma afirmação que expunha o binômio ensino/pesquisa não em termos de tudo ou nada, mas sim, indiretamente, em termos da especialização em uma dessas atividades, o ensino, e recolhen-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
101
do a hipotética interação positiva entre ambas. A frase foi:
“UMA UNIVERSIDADE PODE PROPORCIONAR UMA FORMAÇÃO MUITO BOA SEM NECESSIDADE DE DEDICAR UMA QUANTIDADE SIGNIFICATIVA DE RECURSOS À PESQUISA
”
O grau de concordância foi mostrado utilizando a escala de 0 a 10. Em média, os três públicos pesquisados tendem a discordar moderadamente dessa afirmação, já que as médias obtidas se situam, aproximadamente, entre 3 e 4 (gráfico 3). No gráfico 3 observa-se, também, que o desacordo é menor no México, especialmente entre os estudantes. De novo, tenhamos em conta que essas médias não implicam uma concentração de respostas ao redor delas. Neste caso, entre os professores, os que se mostram em desacordo (pontuações de 0 a 4) são 63,3%,
10
8
6
4
5,6
4,7
4,2
4,1 4,1 3,8
3,8
3,3 3,3 3,3 3,8 3,2
4,3
GRÁFICO 3. Grau de acordo com “Uma universidade pode proporcionar uma formação muito boa sem necessidade de dedicar uma quantidade significativa de recursos à pesquisa” (médias em escalas de 0 a 10), por região Universia
3,6 3,9
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL MÉXICO RESTO
2
0
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
102
frente a 26,8% que se mostram de acordo (pontuações de 6 a 10). Entre os estudantes, as percentagens respectivas são de 52,8% e 35,1%. Assim, apesar de que a opinião majoritária reflete uma atitude favorável à combinação entre pesquisa e ensino, há minorias apreciáveis que aparentemente se conformariam com estudos universitários centrados no ensino e com pouca pesquisa. AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO OBJETIVO DE FORMAÇÃO DE BONS PROFISSIONAIS
A terceira pesquisa serviu também para contrastar a visão da comunidade universitária ibero-americana sobre o cumprimento de uma das finalidades que esta comunidade entende como prioritária, a formação de profissionais. A formação universitária e a inserção profissional dos formados Em média, tanto os estudantes como os professores estão bastante satisfeitos com a contribuição da universidade para o potencial de inserção profissional dos formados. Ambos os grupos tiveram que avaliar em uma escala de 0 (nada úteis) a 10 (muito úteis) a utilidade que têm para a inserção profissional adequada dos formados os conhecimentos que se adquirem na faculdade cursada pelo estudante ou, no caso dos professores, na faculdade em que desenvolvem a maior parte de sua docência. A média ob-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
103
tida entre os estudantes foi de 7,8, muito similar à obtida entre os professores, de 8,0 (GRÁFICO 4). A variação regional nesta questão é bastante notável, diferenciando-se com bastante clareza as opiniões formuladas na Península Ibérica das dos demais países, especialmente no caso dos estudantes. Na Península Ibérica, estes pontuam com uma média relativamente baixa, de 6,6, a utilidade que têm os conhecimentos que se adquirem na universidade para a inserção profissional dos que obtêm um título universitário. Trata-se de um valor claramente inferior aos obtidos no Brasil (8,4) e México (8,5), e também à média da região dos demais países (7,7). No caso dos professores as diferenças vão no mesmo sentido, mas são menores. A explicação desta diferença provavelmente tem um componente mais estrutural e outro mais conjuntural. Em termos estruturais, na Ibero-américa, pelo fato de a educação universitária ainda não ter um alcance tão am-
10
8
8,4 8,5
7,8
8,4 8,4
8,0 7,7
7,9
7,4
6,6 6
4
GRÁFICO 4. Utilidade dos conhecimentos adquiridos em sua faculdade / na faculdade em que desenvolve a maior parte de sua docência para a inserção profissional adequada dos formados (médias em escalas de 0, nada úteis, a 10, muito úteis) TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL MÉXICO RESTO
2
0
ESTUDANTES
PROFESSORES
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
104
plo, é provável que ter um diploma universitário ainda faça muita diferença no tocante ao sucesso no mercado profissional, tanto em termos de taxa de desemprego como de salário. Na Península Ibérica, especialmente na Espanha, a educação universitária tem uma penetração muito maior, de modo que o diploma não é um diferencial tão forte. Em termos conjunturais, a apreciação dos estudantes espanhóis e portugueses deve estar muito influenciada pelas altíssimas taxas de desemprego enfrentadas hoje pelos jovens em seus países, também os jovens com formação universitária. Os estágios nas universidades ibero-americanas A satisfação com a contribuição da universidade para a inserção profissional dos formados reflete-se, em certa medida, na opinião de estudantes e professores a respeito de um dos métodos mediante os quais se consegue o ajuste entre o que se ensina na universidade e o que se necessita no mundo profissional: os estágios em empresas. A demanda de mais estágios nas empresas é ampla (GRÁFICO 5) mas, como vemos a seguir, não é claramente majoritária. Entre os estudantes, 21,2% afirmam que em sua faculdade os estudantes não fazem estágios em empresas ou organizações similares, mas que deveriam fazer, enquanto para 25,9% estes existem, mas deveriam durar mais. O qual perfaz 47,1% que demandam mais estágios em sua faculdade. Os que acreditam que os estágios são adequados, somados aos muito minoritários que acredi-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
105
tam que deveriam durar menos, são 37,8%. Notavelmente, até 15,1% dos estudantes não sabem se há estágios em sua faculdade. Entre os professores, a demanda de mais estágios é similar (51,2%), com 12,8% que dizem que não existem, mas deveriam existir, aos quais seria preciso somar 32,4% que dizem que deveriam durar mais. No entanto, até 47,6% acreditam que são adequados ou deveriam durar menos. Nesta temática é notável a variação regional, pelo menos se a opinião de nossos pesquisados for um bom reflexo da realidade. Como se comprova no gráfico 6, a demanda de mais estágios atinge máximos entre os estudantes da Península Ibérica (56,3%) e na região dos demais países (56,0%), mas é muito reduzida no Brasil (25,8%), e bas-
GRÁFICO 5. Opinião sobre estágios em empresas ou organizações similares efetuados pelos estudantes em sua faculdade (porcentagem) Não há estágios, mas deveria haver Há estágios, mas deveriam durar mais Há estágios, mas deveriam durar menos Há estágios e, mais ou menos, têm uma duração adequada Não sabe
PROFESSORES
ESTUDANTES
7,2
15,1
12,8
21,2
32,4
44,2 35,5
25,9
2,3
3,4
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
106
tante reduzida no México (40,2%). Em certa medida, estas percentagens refletem a maior ou menor satisfação com os conhecimentos adquiridos na universidade perante a inserção profissional, uma satisfação muito menor na Espanha que no Brasil ou México.
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
NÃO HÁ ESTÁGIOS, MAS DEVERIA HAVER
9,5
22,3
24,2
GRÁFICO 6. ESTUDIANTES Opinião sobre estágios em empresas ou organizações similares efetuados pelos estudantes em sua faculdade (porcentagem), conforme a região Universia
27,7
HÁ ESTÁGIOS, MAS DEVERIAM DURAR MAIS
16,3
HÁ ESTÁGIOS, MAS DEVERIAM DURAR MENOS
3,5
17,9
NÃO SABE
34,0
1,6
43,1
MÉXICO
11,3
HÁ ESTÁGIOS E, MAIS OU MENOS, TÊM UMA DURAÇÃO ADEQUADA
TOTAL
RESTO
14,6
8,8
15,1
28,1 25,6
33,7
21,2
35,5 25,9
44,7 3,9
1,5
27,9
2,3
2. A capacidade de ensino do corpo docente universitário
Nesta seção consideramos a percepção da comunidade universitária ibero-americana sobre os principais recursos humanos de que dispõem as universidades para cumprir com suas finalidades educativas: os professores. CONHECIMENTOS, PEDAGOGIA, INOVAÇÃO METODOLÓGICA E VOCAÇÃO
Começamos pela apreciação recebida pelos professores universitários em termos de sua prática docente feita pelos próprios professores e pelos estudantes. Esta foi medida em quatro dimensões básicas do ensino: • o nível de conhecimentos dos professores sobre sua matéria • sua capacidade pedagógica • o grau de inovação de seus métodos de ensino • sua vocação para a docência.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
108
Pedimos aos estudantes que qualificassem (na escala de 0 a 10) seus professores em cada uma dessas dimensões; solicitamos aos professores essa mesma qualificação, não sobre si mesmos, mas sobre seus colegas, isto é, sobre os professores que dão aula na mesma faculdade que eles. Ambos os grupos tendem a conceder aos professores universitários qualificações médio-altas e altas (GRÁFICO 7). A nota mais alta é obtida pelo nível de conhecimentos que os professores têm de sua matéria (para os estudantes, 8,3; para seus colegas, 8,1), e a mais baixa no grau de inovação de seus métodos de ensino (6,4 e 6,2, respectivamente). Em sua capacidade pedagógica obtém uma pontuação médio-alta (7,0 e 6,9), uma nota muito similar à obtida em sua vocação para a docência (7,2 e 7,2). Trata-se de notas relativamente satisfatórias, embora, obviamente, haja margem de melhora, especialmen-
10 8,3 8
8,1 7,0
6,9
6,4
7,2 7,2 6,2
6
4
2
GRÁFICO 7. Qualificação média (na escala de 0 a 10) conferida pelos estudantes a seus professores, e pelos professores a seus colegas que dão aula na mesma faculdade, conforme as diversas características dos professores ESTUDANTES PROFESSORES
0
O NÍVEL DE CONHECIMENTO DE SUA MATÉRIA
SUA CAPACIDADE PEDAGÓGICA
O GRAU DE INOVAÇÃO SUA VOCAÇÃO DE SEUS MÉTODOS DE PARA A DOCÊNCIA ENSINO
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
109
te ampla em pedagogia e métodos de ensino. No entanto, os professores não são tão críticos quando se avaliam a si mesmos (não ao conjunto de professores, mas si próprios individualmente) no tocante a sua competência para utilizar metodologias ligadas às novas tecnologias da informação em suas aulas (um aspecto desses métodos inovadores). Qualifica-se com uma média de 7,9, substancialmente mais alta que os 6,2 pontuados por seus colegas no âmbito da metodologia inovadora. A OFERTA DE FORMAÇÃO PERMANENTE PARA OS PROFESSORES
Essa margem de melhora deveria ser coberta usando uma diversidade de meios, entre os quais deveria destacar a formação contínua ou permanente dos professores. No entanto, tendo em conta como esta é percebida entre os próprios professores, não parece estar cumprindo essa função com suficientes garantias. Os professores pesquisados avaliam a oferta de formação permanente ou contínua à disposição dos docentes de sua universidade com uma média bastante baixa, de 6 na escala de 0 (muito pouco adequada) a 10 (muito adequada) (GRÁFICO 8). Na realidade, até 29,2% conferem uma qualificação de reprovação (0-4) à oferta de formação, embora, obviamente, sejam em maior proporção os que a aprovam (68,8%). Uma qualificação tão próxima da média recolhe, no entanto, certa variação regional. A situação (na visão dos professores) parece um pouco mais satisfatória em al-
GRÁFICO 8. Avaliação feita pelos professores da oferta de formação permanente ou contínua à disposição dos docentes de sua universidade (média na escala de 0, muito pouco adequada, a 10, muito adequada), conforme a região Universia TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL MÉXICO RESTO 10
8 6,4 6
6,0
5,6
6,8 5,7
4
2
0
PROFESSORES
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
110
guns países, como o Brasil, com uma média de 6,4, e o México, com 6,8, e menos satisfatória em outros, como os da Península Ibérica, cuja média supera por pouco 5 (5,6). UMA REDE VIRTUAL PARA DIFUNDIR AS BOAS PRÁTICAS EM FORMAÇÃO DOCENTE
Dadas as carências que provavelmente os professores percebem no âmbito da formação docente, não é estranho acolham bem as medidas que possam, potencialmente, melhorá-la. Isso é o que ocorre com a proposta de uma rede virtual ibero-americana para a formação docente que difunda as boas práticas nesse campo, a qual é recebida com uma pontuação média de 8,3 na escala de 0 (muito pouco útil) a 10 (muito útil) [GRÁFICO 9]. É especialmente bem recebida no México (8,7) e na região dos demais países (8,7), mas não tanto na Península Ibérica (7,0).
10 8,7 8,7 8,3
7,8
8 7,0 6
4
GRÁFICO 9. Utilidade da oferta de formação permanente de uma rede virtual ibero-americana para a formação docente que sirva para difundir as boas práticas nesse campo (média na escala de 0, muito pouco útil, a 10, muito útil) TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL MÉXICO RESTO
2
0
PROFESSORES
3. A formação online em geral: opiniões, expectativas e realidades
A FORMAÇÃO ONLINE NA UNIVERSIDADE DO ENTREVISTADO
Esta seção e a seguinte tratam com certo detalhe das percepções e atitudes da comunidade universitária ibero-americana a respeito do ensino online, a que se presta bastante atenção na Declaração de Guadalajara. Recordemos, por outro lado, que já abordamos superficialmente esta questão na pesquisa dedicada a “universidades sem fronteiras”, cujas conclusões servem aqui como ponto de partida. Na referida pesquisa comprovamos que, do ponto de vista dos entrevistados, suas universidades não estavam fazendo o devido uso da formação online. Na escala de 0 (estavam apostando muito pouco nesse tipo de formação) a 10 (estavam apostando muito), as médias obtidas ficaram em 6 (ou ainda algumas casas decimais abaixo). As médias correspondentes a quanto se deveria estar apostando nessa formação foram cla-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
112
ramente superiores (7,6 a 8,3), o qual sugeria que as expectativas (médio-altas) de desenvolvimento da formação online em suas universidades estavam insatisfeitas. En la escala del 0 (estaban apostando muy poco por dicha formación) al 10 (estaban apostando mucho), las medias obtenidas se quedaron en el 6 (más bien, algunas décimas por debajo). Las medias correspondientes a cuánto se debería estar apostando por dicha formación fueron claramente superiores (7,6 a 8,3), lo cual sugería que las expectativas (medio-altas) de desarrollo de la formación online en sus universidades se veían insatisfechas. Esta conclusão mantém-se se temos em conta uma indagação muito mais específica, efetuada nesta terceira pesquisa. Nela, perguntamos a estudantes e professores pelo grau de desenvolvimento de cinco variantes da formação online relativas aos cursos oferecidos em sua faculdade (os estudantes) ou na faculdade em que
GRÁFICO 10. Na faculdade em que você efetua a maior parte de sua docência / em sua faculdade, em geral, qual é o grau de desenvolvimento das seguintes características dos cursos oferecidos? (média na escala de 0, muito baixo, a 10, muito alto) ESTUDIANTES PROFESORES
10
8 6,8 6,7 6
6,7 6,6
5,6
5,0
4
2
0
TRABALHOS DE CURSO EM GRUPO (COM FERRAMENTAS TIPO WIKI)
5,9 5,7
5,0 4,9
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
113
desenvolvem a maior parte de sua docência (os professores). Em nenhuma delas a pontuação média na escala de 0 (desenvolvimento muito baixo) a 10 (desenvolvimento muito alto) foi superior a 7 (GRÁFICO 10). O que tem mais peso, na opinião de estudantes e professores, é o acesso online a materiais e a comunicação online entre estudantes e professores, mas em ambos os casos as médias superam levemente 6,5 sobre 10. A seguir estariam os trabalhos individuais efetuados online, com médias que se aproximam a 6, e os trabalhos de curso em grupo com ferramentas tipo wiki, com médias mais próximas a 5,5. O menor desenvolvimento é o das autoavaliações online, com médias próximas a 5. Obviamente, essas médias ocultam uma ampla variedade de experiências com técnicas online. Para ter uma ideia basta apontar que, entre os estudantes, os que provavelmente têm um acesso mínimo (pontuações 0 a 3) a materiais online são 15,9%, enquanto os que provavelmente têm um acesso amplo (pontuações 7 a 10) são 63,6%. COMPARAÇÃO ENTRE FORMAÇÃO ONLINE E PRESENCIAL
Na realidade, os entrevistados não veem diferenças muito significativas entre a formação online e a presencial, pelo menos segundo as opiniões médias de cada público. Estes públicos manifestaram seu grau de acordo (na escala de 0 a 10) com diferentes afirmações que, implícita ou explicitamente, comparavam a formação online e a presencial.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
114
As médias dessas opiniões são recolhidas no gráfico 11. Três dos enunciados estavam relacionados a possíveis mudanças no comportamento de professores e estudantes. 1. Em primeiro lugar, três públicos coincidem claramente com que a formação online provavelmente requeira dos estudantes um maior esforço de autodisciplina, pois o acordo médio com essa afirmação fica próxima de 8,5, aproximando-se a 9. 2. No entanto, em segundo lugar, não fica tão claro, do ponto de vista da comunidade universitária, que aquela formação requeira um maior esforço por parte dos
GRÁFICO 11. Grau de acordo com diferentes afirmações sobre a formação universitária online (média na escala de 0 a 10) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 8,9 8,4 8,7 7,8
8
6,9
7,2 6,8 7,0
6,1 6
7,4 7,6 6,5
5,8
6,9
5,8
5,7 5,2 4,8
4
2
0
REQUER UM MAIOR ESFORÇO DE AUTODISCIPLINA POR PARTE DOS ESTUDANTES
REQUER MAIS ESFORÇO POR PARTE DOS PROFESSORES
FACILITA O ACESSO À UNIVERSIDADE DE GRUPOS MENOS FAVORECIDOS
EM CONJUNTO, IMPLICA EM UMA EXPERIÊNCIA UNIVERSITÁRIA MENOS ENRIQUECEDORA
EM CONJUNTO, PERMITE ADQUIRIR UMA PREPARAÇÃO ACADÊMICA OU PROFISSIONAL EQUIVALENTE À ADQUIRIDA COM OS CURSOS PRESENCIAIS
É UM COMPLEMENTO DA FORMAÇÃO PRESENCIAL, NÃO A SUBSTITUI
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
115
professores. O grau de acordo com esta ideia entre os estudantes é muito moderado (6,1). É um pouco maior entre o PAS (6,9). No entanto, os professores, com uma pontuação média de 7,8, concordam bastante com esta ideia, o qual é esperável pois para muitos deles a incorporação de metodologias ou técnicas próprias da formação online supõe mudanças de certo alcance em seu comportamento tradicional, o que não deixa de implicar em certo esforço. 3. Em terceiro lugar, consideramos um dos aspectos que mais se costuma mencionar ao falar de uma hipotética transição para a formação online, o do possível empobrecimento da experiência universitária. Segundo este argumento, a experiência universitária não se reduz a uma mera relação bidirecional entre professor e estudante como a que pode proporcionar com bastante facilidade a formação online, mas implica encontros, conversas e contatos múltiplos que podem dar lugar à formação de uma autêntica comunidade de aprendizagem, com usos próprios destilados ao longo do tempo em uma tradição, algo que seria mais difícil online. Nos públicos que estudamos não há uma opinião dominante a respeito, mas tendem a ser em maior número os que concordam com a hipótese do empobrecimento. O grau de concordância média com a ideia de que a formação online implica em uma experiência universitária menos enriquecedora (que a presencial, se subentende) fica próximo de 6 na escala de 0 a 10, e a opinião não se concentra em um ponto da escala. Em qualquer caso, entre os estudantes,
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
116
são claramente em maior número os que concordam (61,1% pontuam entre 6 e 10) que os que discordam (24,2% pontuam entre 0 e 4). Entre os professores e o PAS as maiorias favoráveis à hipótese do empobrecimento da experiência universitária não são tão claras (54,1 vs. 30% e 53,9 vs. 32,0%, respectivamente). Dois dos enunciados referiam-se às consequências de uma ou outra formação. Em primeiro lugar, os três públicos tendem a estar moderadamente de acordo com a afirmação de que a formação online facilita o acesso à universidade dos grupos menos favorecidos. As médias obtidas aproximam-se a 7 sobre 10, e os que pontuam com mais de 5 são maiorias muito claras, superiores aos dois terços. Em segundo lugar, e isto concerne muito mais diretamente ao tema central desta pesquisa, a comunidade universitária ibero-americana não concorda nem discorda com a ideia de que a formação online produz resultados equivalentes à presencial em termos da preparação acadêmica ou profissional que se adquire. A opinião média dos estudantes fica em 4,8; a dos professores supera levemente 5 (5,2); e as dúvidas a propósito dos efeitos da formação online seriam um pouco maiores entre o PAS (5,8). Logicamente, as proporções de concordância e discordância com aquela afirmação são muito parecidas. O que parece natural, pois a universidade online é um fenômeno relativamente recente e ainda pouco desenvolvido, portanto não é provável que seja possível emitir opiniões suficientemente claras sobre seus efeitos a médio ou longo prazo.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
117
Um último enunciado tentava comprovar a disposição a transitar definitivamente para a formação online ou, ainda mais, a considerar uma oferta universitária em que convivem a via presencial e a via online. De fato, a opção preferida parece ser a segunda, pois se observa uma concordância relativamente clara com a ideia de que a formação online é um complemento da formação presencial, e não a substitui. As médias ficam em torno a 7, e as percentagens com pontuações superiores a 5 beiram ou superam os dois terços. POTENCIAL DA FORMAÇÃO ONLINE
Em linha com os resultados das opiniões que acabamos de analisar, não há uma tendência dominante em relação às proporções desejáveis de formação presencial e online. Assim se comprova no gráfico 12, que recolhe a distribuição de respostas à pergunta sobre a percentagem
GRÁFICO 12. Segundo sua experiência universitária e/ ou segundo o que você sabe sobre a formação online, que porcentagem aproximada dos cursos presenciais poderia ser substituída satisfatoriamente por cursos exclusivamente online? ESTUDANTES PROFESSORES
25 21,6 20 15,5 15
13,5 11,5
13,3 11,9
14,6 12,9
11,8
11,6
10 7,7
7,1
5,8
6,7 5,3
5,9
5
5,2
4,7 3,8
4,1 2,2
3,5
0
>10%
10%-20%
20%-30%
30%-40%
40%-50%
50%-60%
60%-70%
70%-80%
80%-90%
>90%
NÃO SABE
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
118
aproximada de cursos presenciais que poderiam ser satisfatoriamente substituídos por cursos exclusivamente online. Tanto entre os estudantes como entre os professores, cerca de dois terços situariam essa percentagem em menos de 50%. Os dispostos a desequilibrar a balança a favor da formação online não chegariam a um terço. Nesta questão dão-se diferenças regionais de bastante relevo, conforme se observa no gráfico 13, em que se recolhe a percentagem média de formação online desejável calculada a partir dos intervalos do gráfico 12. Entre os estudantes, os mais propensos à formação online são os da Península Ibérica e os do México, enquanto os brasileiros são muito reticentes. Entre os professores, os brasileiros continuam sendo muito reticentes, os da Península Ibérica não são tão favoráveis como os estudantes desta região, e os mais propensos são os do México e os da região dos demais países.
50 45 40
43,8 41,3
41,3 36,8
35,3
35 30 25
39,0
43,2
34,7
26,4 22,2
20 15
GRÁFICO 13. Que porcentagem aproximada dos cursos presenciais poderia ser substituída satisfatoriamente por cursos exclusivamente online? (porcentagem média), conforme região Universia TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL MÉXICO RESTO
10 5 0
ESTUDANTES
PROFESSORES
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
119
O POTENCIAL DA UNIVERSIA
O potencial da formação online pode ser canalizado através de iniciativas individuais de cada universidade ou através da cooperação entre elas. Na pesquisa contrastamos a possibilidade de que esse potencial se canalizasse, em parte, através da rede da Universia. Maiorias muito amplas responderam afirmativamente à pergunta sobre se os portais da Universia poderiam se tornar um canal relevante para o desenvolvimento da formação universitária a escala ibero-americana
GRÁFICO 14. Acham que os portais da Universia poderiam se tornar um canal relevante para o desenvolvimento da formação universitária a escala ibero-americana, em porcentagem de cada categoria ESTUDIANTES PROFESORES PAS
[GRÁFICO 14].4 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
90,7 90,3 88,6
4. Um erro na aplicação online desta pergunta levou-nos a não incluir a opção “não sabe” como resposta nos questionários redigidos em castelhano, opção que, no entanto, constava nos redigidos em português. Para fins de comparação, optamos por considerar os “não sabe” como anulados para esta pergunta. Os dados dos questionários em português sugerem que a percentagem de “não sabe” não teria sido menor, mas também que não teria mudado a tendência esmagadoramente clara das respostas.
4. Um caso particular da formação online: os MOOCs
Nesta seção nos ocuparemos dos pontos de vista da comunidade universitária ibero-americana em relação a uma das variantes da formação online mais debatidas no último biênio. Estamos nos referindo aos MOOCs, isto é, aos Massive Open Online Courses (Cursos em Linha em Massa e Abertos). Os MOOCs são cursos universitários oferecidos através de plataformas educativas na In-
MOOCs
MASSIVE OPEN ONLINE COURSES CURSOS EM LINHA EM MASSA E ABERTOS
ternet, nos quais qualquer pessoa pode se matricular. Costumam constar de vídeos com aulas magnas de um professor e de ferramentas interativas para que cada estudante efetue suas tarefas e se submeta a avaliação.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
121
CONHECIMENTO DOS MOOCS
Para começar, não são muitos os que ouviram falar dos MOOCs, mesmo quando na pergunta correspondente se recolha o significado do acrônimo em inglês e em espanhol (ou português, em seu caso) (gráfico 15). Apenas 31,3% dos estudantes ouviram falar deles, embora pouco mais da metade de professores (55,3%) e PAS (55,7%) declarem conhecê-los. PERCEPÇÃO DO POTENCIAL DOS MOOCS
Dado esse nível de conhecimento, não é estranho que as opiniões sobre o potencial dos MOOCs sejam muito pouco concludentes, com uma exceção. Solicitamos aos entrevistados que mostrassem seu grau de concordância (na escala de 0 a 10) com diferentes afirmações sobre esses cursos, após explicar detalhadamente em que con-
100 90 80 70 60
55,3 55,7
50 40
GRÁFICO 15. Ouviram falar ou leram sobre os MOOCs (Massive Open Online Courses, Cursos Online em Massa e Abertos), em porcentagem de cada categoria
31,3
30 20 10 0
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
122
sistem. Os resultados são recolhidos no gráfico 16. Como se observa, a opinião média dos entrevistados é bastante indefinida, com médias próximas a 5 (isto é, nem concordam nem discordam), com respeito a duas afirmações, uma relativa a se é possível aprender tanto através desses cursos como através do ensino universitário tradicional, e a outra relativa a se os MOOCs poderão sobreviver sendo gratuitos. A opinião é um pouco mais clara no tocante a se os MOOCs, ou figuras equivalentes, acabarão sendo mais importantes que esse ensino tradicional. Tende a predominar, muito moderadamente, o desacordo com essa hipótese, pelas médias próximas a 4,5.
GRÁFICO 16. Grau de concordância com diferentes afirmações sobre os MOOCs (média na escala de 0 a 10) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10
8
7,5 7,5 7,9
6 4,4 4,6 4,3
5,1 5,2 5,0
5,2
5,4 5,1
4
2
0
OS MOOCS PERMITEM QUE MUITA GENTE TENHA ACESSO A UM ENSINO DE PRIMEIRO NÍVEL MUNDIAL QUE ANTES ESTAVA RESERVADO A POUCAS PESSOAS
OS MOOCS (OU FIGURAS EQUIVALENTES) ACABARÃO SENDO MAIS IMPORTANTES QUE A EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA TRADICIONAL
NO FINAL, OS MOOCS NÃO PODERÃO SOBREVIVER SENDO GRATUITOS
APRENDE-SE TANTO ATRAVÉS DOS MOOCS COMO ATRAVÉS DO ENSINO UNIVERSITÁRIO TRADICIONAL
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
123
E é muito mais clara no referente a uma das consequências mais facilmente observáveis, ou imagináveis, dos MOOCs, relativa à ampliação do acesso à educação universitária. A afirmação “Os MOOCs permitem que muita gente tenha acesso a um ensino de primeiro nível mundial que antes estava reservado a poucas pessoas” recolhe pontuações médias por volta de 7,5, e amplas proporções de concordância (pontuações superiores a 5), de mais de dois terços.
5. A qualidade do ensino universitário, medidas para melhorá-lo
Finalizamos nosso relatório com uma questão que pode servir para oferecer uma imagem geral do ensino universitário nos países ibero-americanos, a de sua qualidade. Por um lado, contamos com a avaliação da qualidade feita pelos entrevistados. Por outro, contamos com a avaliação da utilidade de uma seleção das propostas contidas na Declaração de Guadalajara para melhorar essa qualidade. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO ENSINO UNIVERSITÁRIO
Se há algo que chame a atenção na avaliação da qualidade do ensino em suas universidades feita pelos três públicos que estudamos é o grau de coincidência de suas opiniões médias. Como se pode ver no gráfico 17, a pontuação média conferida pelos estudantes ao ensino em sua faculdade, pelos professores ao ensino na faculdade em que desenvolvem a maior parte de sua docência, e pelo PAS ao ensino no centro universitário em que trabalha, é a mesma, 7,9 na escala de 0 (qualidade muito
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
125
ruim) a 10 (qualidade muito boa). Até 81,7% dos estudantes conferem uma nota de 7 ou mais, e os que conferem um “excelente” (9 ou 10) são 42,1%. As percentagens equivalentes entre os professores são similares: 84,1% dão à qualidade em sua faculdade uma nota médio-alta, e 39,7% uma nota excelente. O PAS também é generoso em suas pontuações (82,8 e 39,1%, respectivamente). São muito poucos os que qualificam a qualidade do ensino com uma reprovação: 6,5% dos estudantes, 4,1% do PDP, e 4,5% do PAS. O mesmo gráfico permite comprovar que há certa variação regional na avaliação da qualidade do ensino. Distinguem-se claramente por uma avaliação menos favorável os entrevistados da Península Ibérica, especialmente os estudantes. Os mais satisfeitos são os entrevistados do Brasil e México.
GRÁFICO 17. Avaliação do ensino em sua universidade (média na escala de 0, muito ruim, a 10, muito boa), segundo a região Universia ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 8,4 8
7,9 7,9 7,9 6,9
8,3 8,3
8,4
8,3
8,4 7,7 7,6 7,8
7,5 7,2
6
4
2
0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
126
MEDIDAS PARA MELHORAR A QUALIDADE DO ENSINO
Aparentemente, a comunidade universitária iberoamericana, ou pelo menos, o segmento que participou desta terceira pesquisa, está bastante satisfeita com o ensino oferecido em suas universidades. De qualquer modo, obviamente, há margem para a melhora.
A COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA IBEROAMERICANA ESTÁ BASTANTE SATISFEITA COM O ENSINO OFERECIDO EM SUAS UNIVERSIDADES Na Declaração de Guadalajara consideram-se diferentes medidas de mudança institucional para avançar nessa margem de melhora. Em nossa pesquisa tivemos em conta cinco, quatro delas diretamente ligadas à questão da qualidade. Por um lado, solicitamos a opinião dos entrevistados sobre até que ponto seria adequado estabelecer, no âmbito de um Espaço Ibero-Americano do Conhecimento, um sistema de reconhecimento mútuo dos diplomas baseado em critérios comuns sobre os créditos transferíveis, similar ao modelo europeu de credenciamento. O resultado é muito nítido: a imensa maioria dos entrevistados, em cada um dos grupos, considera muito ou bastante adequado, com percentagens por volta de 85% [GRÁFICO 18]. Por outro lado, pedimos que os entrevistados avaliassem a utilidade de diferentes medidas para conseguir melhoras substanciais da qualidade do ensino nas universidades de seu país. As medidas são as seguintes: a)
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
127
ESTUDANTES
1,5
9,6
7,0
47,0
GRÁFICO 18. Opinião sobre o estabelecimento, no âmbito de um Espaço IberoAmericano do Conhecimento, de um sistema de reconhecimento mútuo dos diplomas universitários baseado em critérios comuns para a definição de créditos transferíveis, similar ao modelo europeu de credenciamento MUITO ADEQUADO ADEQUADO POUCO ADEQUADO
35,0
NADA ADEQUADO NÃO SABE
PROFESSORES
7,1
1,7
PAS
6,0 5,2
47,6 37,7
1,0
6,5
52,3 35,0
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
128
a convergência a escala ibero-americana nas estruturas dos cursos universitários (por exemplo, para graduação, mestrado, doutorado); b) o credenciamento dos estudos universitários por parte de agências reconhecidas internacionalmente; c) acordos de colaboração entre universidades para oferecer diplomas conjuntos; e d) a colaboração com instituições públicas e empresas privadas com o objetivo de que os estudantes façam estágios [GRÁFICO 19]. A utilidade foi avaliada na escala de 0 (muito pouca utilidade) a 10 (muita). Todas essas medidas são consideradas muito úteis, tendo em vista as pontuações médias obtidas, que não são inferiores a 8 sobre 10 em nenhum caso e tendem a estar entre 8,5 e 9. 10 8,3
8,1 8,3
8,6 8,5 8,8
8,8
8,9 9,1
9,0 9,0
9,3
8
6
4
2
GRÁFICO 19. Utilidade de diferentes medidas para conseguir melhoras substanciais da qualidade do ensino nas universidades do país do entrevistado (média na escala de 0, muito pouca, a 10, muita) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
0
A CONVERGÊNCIA DAS ESTRUTURAS DOS CURSOS UNIVERSITÁRIOS (POR EXEMPLO, GRADUAÇÃO, MESTRADO, DOUTORADO OU OUTRA SIMILAR) A ESCALA IBERO-AMERICANA
O CREDENCIAMENTO DOS ESTUDOS OFERECIDOS PELAS UNIVERSIDADES POR AGÊNCIAS RECONHECIDAS INTERNACIONALMENTE
ACORDOS DE COLABORAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADES PARA OFERECER DIPLOMAS CONJUNTOS
PLANOS DE COLABORAÇÃO COM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E EMPRESAS PRIVADAS DESTINADOS A QUE OS ESTUDANTES POSSAM FAZER ESTÁGIOS
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS
# Pesquisa 4
129
Universidades criativas e inovadoras
Introduçao
A quarta das cinco pesquisas de que consta a consulta à comunidade universitária preparatória do III Encontro de Reitores Universia foi realizada online entre os dias 27 de março e 4 de maio de 2014. Obtivemos 6.372 questionários válidos de estudantes, 3.340 de professores e 1.128 do pessoal de administração e serviços (PAS) de universidades ibero-americanas majoritariamente pertencentes à Universia.1 O que representa, de novo, um alcance muito notável, mas com bastantes desequilíbrios por áreas geográficas. Os dados que analisamos a seguir Questionários validos
6.372
3.340
1.128
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
não refletem este desequilíbrio, pois se encontram ponderados de acordo com o peso que tem o alunado universitário de cada país no conjunto.2 A quarta pesquisa concentrou-se no tema denominado “universidades criativas e inovadoras”, isto é, ocupou-
1. Para interpretar adequadamente os gráficos e as menções às diferenças regionais, veja-se o Relatorio técnico e trabalho de campo, em que são descritos os critérios de agrupamento das “Regiões Rio 2014” ou “Regiões Universia”. 2. Levando em consideração que só conseguimos obter dados suficientemente confiáveis do número de alunos, também ponderamos os resultados correspondentes a professores e PAS com os dados de alunos, uma prática, por outro lado, relativamente comum em estudos internacionais.
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
131
se de vários dos aspectos relativos à função de pesquisa (ou inovação, em sentido mais amplo) que exercem as universidades, os quais vão do papel atual da universidade no âmbito dos sistemas nacionais de inovação às medidas que podem melhorar o desempenho daquela função, passando pela dedicação efetiva dos professores à pesquisa, certos detalhes da gestão administrativa da pesquisa ou um novo tratamento de uma das polaridades básicas da vida acadêmica, o binômio pesquisa-formação. A seguir apresentamos os resultados da pesquisa, distinguindo, como nos relatórios parciais anteriores, os correspondentes aos três públicos analisados (estudantes, PDP e PAS), bem como, quando for o caso, variações de interesse relacionadas à área geográfica à qual pertencem os mencionados públicos (Península Ibérica, Brasil e Resto da Ibero-América), e, nesta ocasião, ao campo do conhecimento em que estão inseridos os professores. Em primeiro lugar, apresentamos as preferências dos três públicos quanto aos objetivos de inovação (exemplificados pelo gasto em P+D) em escala nacional e quanto ao papel das universidades, e dos setores público e privado, nos sistemas nacionais de inovação. Em segundo lugar, oferecemos uma informação bastante nova quanto à experiência real da pesquisa universitária, pois resume o que nos foi contado por seus protagonistas, os professores, a propósito do tempo que lhe dedicam, de sua orientação principal (básica, aplicada ou de desenvolvimento tecnológico), e se é realizada em co-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
132
operação com outros atores, incluindo suas opiniões sobre como deveria ser pensada esta cooperação. Em terceiro lugar, ocupamo-nos dos futuros pesquisadores, quer dizer, dos planos que dizem ter os atuais estudantes universitários em relação à obtenção do título de Doutor e/ou de dedicarem-se profissionalmente à pesquisa, seja na universidade, seja no setor empresarial, em seu próprio país ou em um país estrangeiro. Do mesmo modo, temos em conta sua avaliação sobre em que medida a universidade prepara seus estudantes para a pesquisa. Em quarto lugar, confrontamos as percepções de professores e PAS a propósito da gestão da pesquisa na universidade, relacionadas com a facilidade dos trâmites, bem como com a existência de escritórios especializadas nestes assuntos, cujo funcionamento é avaliado. Mas também apresentamos dois elementos da autopercepção do PAS quanto ao seu desempenho em tarefas próprias da gestão da pesquisa: sua sensação de estar suficientemente capacitado e a quantidade de tempo que lhes dedicam. Em quinto lugar, retornamos ao binômio pesquisaformação, já considerado em pesquisas anteriores. Nesta ocasião, mostramos a impressão dos entrevistados sobre quão prioritárias são uma e outra em suas universidades, e, sobretudo, medimos as opiniões dos três públicos entrevistados quanto à existência de uma influência mútua frutífera entre a pesquisa e a docência. Em sexto lugar, apresentamos um bloco bastante amplo dedicado a uma variedade de políticas de melhoria
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
133
da capacidade de inovação das universidades. Este bloco começa examinando as opiniões do professorado a propósito do papel dos incentivos à pesquisa. Prossegue analisando uma exaustiva coleção de medidas ligadas à melhoria significativa da qualidade da pesquisa universitária. Continua estudando a avaliação de várias propostas orientadas a melhorar a inovação universitária. A seguir dedica certa atenção ao papel da universidade na configuração de uma cultura empreendedora. Conclui refletindo os pontos de vista dos entrevistados quanto ao papel que redes como a Universia e a Innoversia podem desempenhar na inovação universitária.
1. A inovação tecnológica como objetivo nacional
Para entender melhor as percepções que os membros da comunidade universitária ibero-americana têm sobre a função de pesquisa de suas universidades, preferimos situá-las no âmbito de suas opiniões quanto aos sistemas nacionais de inovação. Já de entrada, pudemos comprovar a importância relativa que eles atribuem a três dos principais atores nestes sistemas: a própria universidade, as empresas privadas e o Estado (ou, melhor dizendo, o governo, que age, sobretudo, financiando a pesquisa que os demais atores realizam). Os entrevistados tinham de avaliar a contribuição Atores principais
Universidade
Empresas privadas
Estado
da universidade, das empresas privadas e do governo da nação para a capacidade de inovação tecnológica de seu país, atribuindo a cada um desses atores uma pontuação na escala de 0 (pequena contribuição) a 10 (muita). O que
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
135
mais chama a atenção nos resultados (gráfico 1) é que as pontuações médias obtidas são relativamente baixas, se não decididamente baixas. No caso dos governos, apenas passaria de5 na estimativa do PAS, mas, para dizer de algum modo, seriam reprovados tanto pelos estudantes (4,5) quanto pelos professores (4,6). E não tiram melhores notas as empresas privadas, reprovadas pelos professores (4,4) e aprovadas “raspando” pelos estudantes (5,4) e pelo PAS (5,4). Não é de estranhar que as pontuações médias atribuídas às universidades sejam superiores, mas também não são particularmente altas. Só os estudantes aproximam-se do “ótimo” (6,7), enquanto professores (5,9) e PAS (6,1) concedem um “aprovado” claro, mas sem muito brilho. De fato, ao serem solicitados a avaliar a prioridade que a inovação tecnológica tem em seus países (na esca-
10 9 8 7 6
6,7 5,9
6,1 5,2
5
4,5
4,6
5,4
5,4 4,4
4 3
GRÁFICO 1. Contribuição dos diferentes atores para a capacidade de inovação tecnológica do país do entrevistado (média em uma escala de 0, pouco, a 10, muito)
2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0
UNIVERSIDADE
GOVERNO DO PAÍS
EMPRESAS PRIVADAS
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
136
la de 0, mínima, a 10, máxima), ofereceram respostas cujas pontuações médias foram, de novo, médias ou baixas. Os mais otimistas foram os membros do PAS, com 5,8 de média, que quase não se distingue das médias obtidas entre os estudantes (5,4) e os professores (5,1) (gráfico 2). Se entendermos como indício de prioridade da inovação tecnológica o peso do gasto interno em P+D sobre o PIB, uma medida padrão do esforço de inovação em escala nacional, não são de estranhar, em geral, essas respostas. A grande maioria dos países ibero-americanos, com níveis ainda baixos de renda per capita, não consegue gerar os excedentes suficientes para atribuir muitos recursos a seus sistemas de inovação, pelo que, para a grande maioria deles, o gasto em P+D sobre o PIB não chega sequer a 0,5%.3 No entanto, também não são obtidas avaliações mais generosas no Brasil, com um gasto em P+D de 1,1% do PIB no período 2006-2010, mas com pontuações médias próximas a5 (5,1 em professores; 5,4 em estudantes; 5,8 em PAS). Claro que as avaliações são muito menos generosas na região Península Ibérica, cujos entrevistados encontram-se entre os mais críticos, com médias de 4,1 em professores, de 4,2 em estudantes e 4,2 no PAS, apesar de Espanha e Portugal dedicarem ao gasto em P+D porcentagens superiores a 1,3%. Certamente, em todos esses países, principalmente nos da Península Ibérica, espera-se que o esforço em inovação seja maior, ou até muito maior. Prova dessa expectativa são as preferências por determinados níveis de gasto em P+D medidos na pesquisa. A fim de provocar o realismo na resposta, decidimos colo-
3. Cálculos propios con datos del Banco Mundial (http:// data.worldbank.org/ indicator/GB.XPD.RSDV. GD.ZS).
GRÁFICO 2. Prioridade da inovação tecnológica no país do entrevistado (média em uma escala de 0, mínima, a 10, máxima) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
5,4
5,8 5,1
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
137
car essas preferências em termos do esforço inversor feito por três países europeus suficientemente conhecidos, e que representam níveis de esforço claramente diferenciáveis. Assim, o entrevistado teve de escolher um objetivo de gasto em P+D em porcentagem do PIB para seu país, dentro de 10 anos, de acordo com a hipótese de que só podia optar pelos níveis da Itália (1,3% do PIB), da França (2,3%) e da Suécia (3,4%). Dados os baixos níveis de gasto em P+D observados na grande maioria dos países iberoamericanos atualmente, e tendo-se em conta que o crescimento desse gasto não necessariamente ocorre com rapidez, imaginamos que muitos dos entrevistados escolheriam o nível da Itália ou, ainda, o da França. No entanto, estávamos totalmente enganados, pois a maioria dos três públicos estudados optou pelo nível da Suécia, um dos mais altos do mundo (gráfico 3). Ele foi escolhido por 55,1% dos estudantes, 58,7% dos professores e 52,4% do PAS. Em segundo lugar ficou a opção favorável ao nível francês, com porcentagens por volta de 25%, enquanto a opção italiana chegou apenas à décima parte das respos-
ESTUDANTES
PROFESSORES
9,5
7,8
9,2
7,9 55,1 27,6
O DA SUÉCIA (3,4% DEL PIB) O DA FRANÇA (2,3% DEL PIB) O DA ITÁLIA (1,3% DEL PIB) NÃO SABE
PAS
10,1 9,8 58,7
24,4
GRÁFICO 3. Preferência por um objetivo de gasto em P+D em porcentagem do PIB para o país do entrevistado dentro de 10 anos, supondo que ele só pode escolher entre três opções
52,4 27,8
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
138
tas. Essas respostas revelam um nível altíssimo de ambição, mas também, provavelmente, de falta de realismo, pois não são conhecidos casos em que um país tenha transitado de níveis inferiores a 0,5% do PIB a níveis superiores a 3% em uma década. De fato, a grande maioria dos entrevistados considera improvável atingir em uma década esses objetivos de gasto em P+D (os preferidos por eles mesmos) [GRÁFICO 4]. Até 84,3% dos estudantes vê isto como pouco ou nem um pouco provável, uma proporção que quase não apresenta diferenças em relação à dos professores (84,9%) e à do PAS (80,1%). Não deixa de ser curioso propor para o próprio país objetivos ambiciosos de cujo cumprimento duvide-se tão claramente. Em qualquer caso, chamados a decidir quem, se o setor público ou o setor privado, deveria protagonizar o esforço inversor para aproximar-se aos mencionados objetivos, surge uma posição majoritária: o esforço deveria ser compartilhado [GRÁFICO 5]. A maioria dos entrevistados escolheu a opção favorável a um “protagonismo si-
ESTUDANTES
2,7 4
PROFESSORES
2,4 3,1
9,1
29,3
9,6
GRÁFICO 4. Probabilidade de que o país do entrevistado atinja nos próximos 10 anos a meta de gasto em P+D preferida pelo entrevistado
MUITO PROVÁVEL BASTANTE PROVÁVEL POUCO PROVÁVEL NEM UM POUCO PROVÁ NÃO SABE
PAS
1,8 4,5 24,1
13,7
33,8
55
51,1
56
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
139
milar” de ambos os setores: 55,5% dos estudantes, 63,5% do professorado e 64,9% do PAS. Em segundo lugar ficou a opção ”sobretudo o setor público”, com porcentagens que foram de 26,9% do PAS a 37,4% do alunado, enquanto o espaço reservado pelos entrevistados a um protagonismo claro do setor privado foi mínimo (com porcentagens que rondaram 7%). Também chama a atenção esta distribuição de tarefas, pois, em escala mundial, os países que atingem cotas de gasto em P+D mais altas costumam ser aqueles em que o protagonismo do setor privado (as empresas) no financiamento desse gasto é mais evidente. ESTUDANTES
PROFESSORES
0,7
0,5
37,4 55,5
SOBRETUDO O SETOR PÚBLICO SOBRETUDO O SECTOR PRIVADO PROTAGONISMO SIMILAR NÃO SABE
PAS
0,6 26,9
29,1 64,9
63,5 6,9
6,4
GRÁFICO 5. Que ator deveria protagonizar o esforço inversor para atingir a meta de gasto em P+D preferida pelo entrevistado?
7,6
2. A pesquisa realizada nas universidades
QUANTO TEMPO OS PROFESSORES DEDICAM À PESQUISA
A quarta pesquisa oferece-nos uma boa oportunidade de medir, ainda que seja aproximadamente, a quantidade e o tipo de pesquisa que os professores universitários fazem, tal como eles os percebem e entendem. Por um lado, pedimos que estimas sem o tempo que dedicam a diferentes atividades (ensino, pesquisa, tarefas administrativas ligadas à pesquisa e outras tarefas administrativas) ao longo de um curso acadêmico. Eles precisavam atribuir uma porcentagem de seu tempo a cada uma dessas quatro tarefas. Na grande maioria dos casos essas porcentagens somaram 100, mas também aceitamos as respostas em que a somatória rondava essa cifra.4 Os resultados foram reunidos no gráfico 6, que oferece uma informação pouco comum. Em média, os professores das universidades ibero-americanas dedicam 41,6% de seu tempo ao ensino, mas sua dedicação à pesquisa não é menor, pois a porcentagem média ascende a 31,6%. O resto do tempo é ocupado com tarefas administrativas, ligadas à pesquisa
4. Aceitamos as respostas cuja somatória de porcentagens estivesse na categoria de 90 a 110, ajustando as diferentes de 100 a esta quantidade. Para isso, arredondamos, para cima ou para baixo, os números mais altos de cada entrevistado, pois este proceder continua oferecendonos respostas realistas e minimiza o erro que possamos cometer no ajuste. Por exemplo, se um entrevistado responde 75% (ensino), 10% (pesquisa), 5% (tarefas administrativas ligadas à pesquisa) e 5% (outras tarefas administrativas), transformamos suas respostas em: 80, 10, 5 e 5. Se suas respostas são 60, 20, 20 e 5, tornam-se 55, 20, 20 e 5.
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
141
(12,1%) ou não ligadas a ela, ou seja, sobretudo, ligadas ao ensino (13,7%). O interessante é que essas porcentagens quase não apresentam variação por região Universia, como se verifica no mesmo gráfico. Também não há variações muito significativas de acordo com o campo de estudo do professor, ainda que pareçam dedicar, em termos relativos, um pouco menos de tempo à pesquisa os professores do âmbito das ciências médicas (27,2%) e um pouco mais os do
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
12,4
13,7 42,6
12,1
10,7 41,4
GRÁFICO 6. Tempo que os professores dedicam a diferentes atividades ao longo de um ano acadêmico, em porcentagem sobre o total, de acordo com a região Universia
35,5
31,6
ENSINO PESQUISA BRASIL
12,6
18 39,6
12,8
29,5
TAREFAS ADMINISTRATIVAS ASSOCIADAS À PESQU
RESTO
12,1
31,5
OUTRAS TAREFAS ADMINISTRATIVAS
43,8
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
142
âmbito das ciências naturais (matemáticas, física, química, biologia...) (36,3%) [GRÁFICO 7]. QUE TIPO DE PESQUISA REALIZAM
Por outro lado, perguntamos aos professores das universidades ibero-americanas que tipo de pesquisa eles realizavam. Para facilitar as respostas perguntamos pela que praticavam com maior frequência, tendo de escolher entre os três tipos de pesquisa estabelecidos na discussão sobre estes temas: básica, aplicada e de desenvolvimen-
CIÊNCIAS HUMANAS
CIÊNCIAS SOCIAIS
CIÊNCIAS MÉDICAS
13,8
13,8
15,7
12,1
10,7
43,8
43,7
30,3
31,9 ENGENHARIA E TECNOLOGIA + CIÊNCIAS AGRÍCOLAS
11,6
45,5
27,2
CIÊNCIAS NATURAIS ENSINO
11,5
14,1
PESQUISA
11,1
13,4
GRÁFICO 7. Tempo que os professores dedicam a diferentes atividades ao longo de um ano acadêmico, em porcentagem sobre o total, de acordo com o campo de estudo
41,1
40,1
TAREFAS ADMINISTRATIVAS ASSOCIADAS À PESQUISA OUTRAS TAREFAS ADMINISTRATIVAS
32,4
36,3
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
143
to. Como se pode ver no gráfico 8, eles não se enfrentaram apenas a estes rótulos, já que estavam suficientemente explicados. No conjunto do professorado, a maioria afirmou dedicar-se com maior frequência à pesquisa aplicada (54%), dividindo-se os que optaram pela básica e pelo desenvolvimento em partes quase iguais (19,7 e 20,2%, respectivamente). Não há grandes variações por regiões Universia, apesar de a pesquisa básica parecer ter um peso maior nos países da Península Ibérica. TOTAL
5,8
PENÍNSULA IBÉRICA
19,7
13,7
2,6
20,2
31
BRASIL
4,9 16,6
RESTO
6,6
23,2
16,5
22,5
54,6
PESQUISA BÁSICA (DIRIGIDA A OBTER CONHECIMENTOS SOBRE OS FUNDAMENTOS DOS FENÔMENOS OBSERVÁVEIS, SEM PENSAR EM DAR A ELES NENHUMA APLICAÇÃO ESPECÍFICA PESQUISA APLICADA (DIRIGIDA A ADQUIRIR NOVOS CONHECIMENTOS, MAS ORIENTADOS, FUNDAMENTALMENTE, A UM OBJETIVO PRÁTICO ESPECÍFICO)
52,3
54,0
GRÁFICO 8. Professores. Que tipo de pesquisa realizam com maior frequência, de acordo com a região Universia
54,1
DESENVOLVIMENTO (APROVEITA OS CONHECIMENTOS EXISTENTES E ESTÁ ORIENTADO A PRODUZIR NOVOS MATERIAIS, PRODUTOS, PROCESSOS OU SERVIÇOS, OU A MELHORAR SIGNIFICATIVAMENTE OS EXISTENTES) NÃO SABE NÃO SE APLICA (QUASE NÃO FAZ PESQUISA)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
144
De fato há diferenças significativas, como era de se esperar, a depender do campo de estudo do professorado [GRÁFICO 9].
TOTAL
GRÁFICO 9. Professores. Que tipo de pesquisa realizam com maior frequência, de acordo com o campo de estudo
CIÊNCIAS NATURAIS
5,8
19,7
20,2
5,4 12,7 43,7 38,2
54,0 ENGENHARIA E TECNOLOGIA + CIÊNCIAS AGRÍCOLAS
7,4
16,9
14,4
24,7
61,6
CIÊNCIAS HUMANAS
4,9
18,1
28,7
25,3
19,6
56,4
DESENVOLVIMENTO (APROVEITA OS CONHECIMENTOS EXISTENTES E ESTÁ ORIENTADO A PRODUZIR NOVOS MATERIAIS, PRODUTOS, PROCESSOS OU SERVIÇOS, OU A MELHORAR SIGNIFICATIVAMENTE OS EXISTENTES)
61
CIÊNCIAS SOCIAIS
5,6
PESQUISA APLICADA (DIRIGIDA A ADQUIRIR NOVOS CONHECIMENTOS, MAS ORIENTADOS, FUNDAMENTALMENTE, A UM OBJETIVO PRÁTICO ESPECÍFICO)
CIÊNCIAS MÉDICAS
6,1 7,2
40,2
PESQUISA BÁSICA (DIRIGIDA A OBTER CONHECIMENTOS SOBRE OS FUNDAMENTOS DOS FENÔMENOS OBSERVÁVEIS, SEM PENSAR EM DAR A ELES NENHUMA APLICAÇÃO ESPECÍFICA
NÃO SABE NÃO SE APLICA (QUASE NÃO FAZ PESQUISA)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
145
O peso da pesquisa básica é máximo entre os professores que pesquisam no âmbito das ciências naturais (43,7%) e é mínimo no dos que o fazem no campo da engenharia (7,2%). Entre estes últimos, no entanto, é alto o peso da pesquisa aplicada (61,6%), como o é entre os professores da área das ciências médicas (61%), e é mínimo entre os que trabalham no campo das ciências naturais (38,2%). O peso da pesquisa em desenvolvimento é um pouco mais elevado nas engenharias (24,7%) e, surpreendentemente, na área de humanas (25,3%). A COOPERAÇÃO NA PESQUISA UNIVERSITÁRIA
A quarta pesquisa também nos deu uma boa oportunidade de aproximar-nos de outro dos temas fundamentais nos estudos sobre inovação, o da pesquisa que é realizada em cooperação com outros pesquisadores. Esta é cada vez mais incentivada por governos e outras instâncias financiadoras da pesquisa, pelo que, entre outras razões, não é de estranhar sua tendência em alta nas últimas décadas, como se verifica no crescente peso dos artigos científicos assinados por mais de um autor nas bases de dados correspondentes. Na verdade, segundo as respostas à nossa pesquisa, quase todos os professores universitários ibero-americanos trabalham, em algum momento, em colaboração na realização de suas atividades de pesquisa [GRÁFICO 10]. Até 72,3% afirmam que no último ano realizaram suas pes-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
146
quisas em cooperação com outros pesquisadores ou instituições. Esta porcentagem é mais alta na Península Ibérica (86,2%) e no Brasil (80,4%), mas um pouco mais baixa na região Resto, na qual, de qualquer modo, continua sendo majoritária (66,9%). A cooperação está um pouco mais difundida nos campos de estudos mais próximos dos que tradicionalmen-
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
1,1
11,8
2,1
26,6
72,3
86,2
GRÁFICO 10. Professores. No último ano, realizaram suas atividades de pesquisa em colaboração com outros pesquisadores ou instituições (de acordo com a região Universia)? SÍ NO
BRASIL
17,6
NÃO SABE
RESTO
0,6
1,9 32,5
80,4
66,9
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
147
te são considerados saberes científicos (ciências naturais, engenharias, ciências médicas) e um pouco menos no resto (ciências sociais e humanas) [GRÁFICO 11]. Claro que as relações de cooperação não se estabelecem do mesmo modo com todos os parceiros potenciais, tal como mostra o gráfico 12. Entre os professores que realizaram pesquisas em colaboração com outros atores no último ano, a grande maioria (82,8%) afirma ter trabalhado com pesquisadores de sua mesma universidade, e não são poucos (51,2%) os que o fizeram com pesquisadores de outras universidades de seu próprio país.
TOTAL
1,1
CIÊNCIAS NATURAIS
17,3
SÍ NO NÃO SABE
ENGENHARIA E TECNOLOGIA + CIÊNCIAS AGRÍCOLAS
0,7
0,4 20,4
26,6
72,3
GRÁFICO 11. Professores. No último ano, realizaram suas atividades de pesquisa em colaboração com outros pesquisadores ou instituições (de acordo com o campo de estudo)?
78,9
82,3
CIÊNCIAS MÉDICAS
CIÊNCIAS HUMANAS
CIÊNCIAS SOCIAIS
2,3
1,2
20,7
1,3
33,6
77
32,2
65,2
66,5
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
148
Aproximadamente um terço (34,4%) colaborou com centros de pesquisa de seu país, cerca de um quarto (24,3%) com empresas de seu país, e quase a mesma quantidade (22,8%) o fez com associações ou fundações nacionais. A cooperação com atores estrangeiros está menos difundida, mas não é marginal, pois até 44,3% diz ter trabalhado com pesquisadores de universidades estrangeiras, ainda que a cooperação com centros de pesquisa, empresas ou entidades sem fins lucrativos do exterior seja menos difundida. Os resultados mostram que o vínculo universidade-empresa no tocante à pesquisa, talvez pudesse ser reforçado, mas os resultados gerais ocultam variações interessan-
GRÁFICO 12. Professores que pesquisaram em cooperação: com que atores colaboraram nos últimos anos?
100 82,8 80
60
51,2 44,3
40
34,4
20
24,3
22,8
14,3 4,2
5,2
0 PESQUISADORES DE SUA PRÓPRIA UNIVERSIDADE
OUTRAS UNIVERSIDADES DE SEU PAÍS
UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS
CENTROS DE PESQUISA (PÚBLICOS OU PRIVADOS) DE SEU PAÍS
CENTROS DE PESQUISA (PÚBLICOS OU PRIVADOS) ESTRANGEIROS
EMPRESAS DE SEU PAÍS
EMPRESAS ESTRANGEIRAS
ASSOCIAÇÕES OU FUNDAÇÕES DE SEU PAÍS
ASSOCIAÇÕES OU FUNDAÇÕES ESTRANGEIRAS
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
149
tes de acordo com o campo de estudo ao qual pertencem os professores [GRÁFICO 13]. A cooperação com empresas nacionais está muito mais difundida entre os professores do campo da engenharia e da tecnologia (46,9%), como era de se esperar, e muito menos entre os professores de ciências humanas (5,7%). De qualquer modo, chama a atenção que apenas um quinto dos professores que pesquisam tendo cooperado com algum ator o tenham feito com empresas nacionais nos campos das ciências naturais e das ciências médicas. Em geral, os professores que pesquisam em colaboração consideram essa cooperação bastante ou muito frutífera. Pelo menos é o que mostram suas respostas a uma pergunta em que devem usar uma escala de 0 (cooperação nem um pouco frutífera) a 10 (muito frutífera). A
50
GRÁFICO 13. Professores que pesquisaram em cooperação: porcentagens que cooperaram com empresas nacionais ou estrangeiras (de acordo com o campo de estudo)
46,9
45 40 35 30 25
24,3 20,8
20
19,5
15
13,5 8,8
10 5
4,2
4,1
6,3 1
0
TOTAL
CIÊNCIAS NATURAIS
ENGENHARIA E CIÊNCIAS TECNOLOGIA + MÉDICAS CIÊNCIAS AGRÍCOLAS
EPRESAS DE SEU PAÍS
5,7
CIÊNCIAS SOCIAIS
1,3
CIÊNCIAS HUMANAS
EMPRESAS ESTRANGEIRAS
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
150
média para o conjunto é de 8,3, e quase não se observam alterações por região Universia [GRÁFICO 14]. PRIORIDADES NA COOPERAÇÃO PARA A PESQUISA
A realidade da cooperação com estes ou aqueles atores externos à universidade do professor que responde à pergunta traduz-se, mas não com toda a fidelidade, nas prioridades que, no entender dos professores, deveriam guiar a cooperação de sua universidade com entidades externas (gráfico 15). A maior prioridade é concedida a outras universidades nacionais (mencionadas por 28,6% em primeiro lugar e 9,4% em segundo lugar). Em um segundo nível, com posições difíceis de diferenciar, estariam situadas as universidades estrangeiras (19,8% em primeiro lugar, 19,1% em segundo lugar), os centros de pesquisa nacionais (17,1 e 16,7%), as empresas privadas nacionais (16,4 e 14,1%) e os centros de pesquisa estrangeiros (14,8
10 9
8,3
8,3
8,2
8
7,5
7 6 5 4 3 2 1 0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
RESTO
GRÁFICO 14. Professores que pesquisaram em cooperação no último ano: em que medida a cooperação foi, em geral, frutífera (média em uma escala de 0, nem um pouco, a 10, muito; de acordo com a região Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
151
e 18,3%). Em um terceiro nível estariam as empresas privadas estrangeiras (1 e 4,2%). Também solicitamos dos professores entrevistados que estabelecessem suas prioridades a respeito da área geográfica de procedência das instituições estrangeiras com as quais cooperar (gráfico 16). O conjunto dos entrevistados destaca a Europa, com a América do Norte e América Central e do Sul em um segundo nível, e são poucos os que mencionam a Ásia, a África ou a Oceania. Como se observa no gráfico 16, a prioridade européia é muito mais acentuada entre os professores da Península Ibérica.
35 30
28,6
25 20
17,116,7
15 10
19,8 19,1 16,4 14,1
18,3 14,8
9,4
5
1
0
OUTRAS UNIVERSIDADES NACIONAIS
OUTROS CENTROS DE PESQUISA NACIONAIS
EMPRESAS PRIVADAS NACIONAIS
UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS
CENTROS DE PESQUISA ESTRANGEIROS
4,2
2,4
NÃO SABE EMPRESAS PRIVADAS ESTRANGEIRAS
GRÁFICO 15. Professores: se sua universidade tivesse de estabelecer prioridades na hora de escolher com quem cooperar em tarefas de pesquisa ou inovação, qual dos seguintes atores deveria ocupar o primeiro lugar? E o segundo lugar? PRIMEIRO LUGAR SEGUNDO LUGAR
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
152
90
GRÁFICO 16. Professores. Em termos de prioridades quanto à área geográfica das instituições estrangeiras com as quais cooperar em tarefas de pesquisa e inovação, qual das seguintes deveria ocupar o primeiro lugar? E o segundo lugar? (De acordo com a região Universia)
80
70
60
50
40
30
20
10
PRIMER LUGAR 0
OCEANIA
ÁFRICA
ÁSIA
EUROPA
CA CENTRAL E DO SUL
AMÉRICA DO NORTE
OCEANIA
ÁFRICA
ÁSIA
EUROPA
CA CENTRAL E DO SUL
AMÉRICA DO NORTE
OCEANIA
ÁFRICA
ÁSIA
EUROPA
CA CENTRAL E DO SUL
AMÉRICA DO NORTE
OCEANIA
ÁFRICA
ÁSIA
EUROPA
CA CENTRAL E DO SUL
AMÉRICA DO NORTE
SEGUNDO LUGAR
3. Os futuros pesquisadores universitários
Nesta seção ocupamo-nos dos futuros pesquisadores procedentes da universidade, quer dizer, tratamos dos planos a este respeito de um dos públicos que analisamos, o dos estudantes. Como se trata de planos é preciso entender as respostas, em boa medida, como uma expressão não só de intenções, mas também de desejos, pelo que será preciso adotar certa distância a respeito de algumas declarações de intenção se não quisermos enganar-nos a respeito dos planos reais dos estudantes ibero-americanos. PLANOS DE OBTER O TÍTULO DE DOUTOR
Essa tarefa de “distanciamento” é obviamente necessária quanto às intenções que os estudantes dizem ter de obter o título de doutor em seu curso atual ou em outro (gráfico 17). Até 69,7% afirma tê-lo pensado, e até 7,9% está realizando os estudos de doutorado (4,0%) ou elaborando sua tese doutoral (3,9%). Essa propensão é ainda maior no Brasil e na região Resto, e bastante menor na Península Ibérica. No entanto, mesmo nesta última região a porcen-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
154
tagem dos que pretendem obter o título de doutor (45,4%) parece-nos excessiva, haja vista a proporção real de doutores entre a população relativamente jovem e que tem título universitário. Na Espanha, por exemplo, segundo o Censo de População de 2011, entre os habitantes de 30 a 39 anos com alguma titulação universitária, apenas 2,8% afirmam ter um doutorado. PLANOS DE CARREIRA DE PESQUISA
Também convém tomar distância, provavelmente, das intenções anunciadas por nossos entrevistados quanto a dedicarem-se à pesquisa uma vez finalizados os estudos TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
22,5 46
3,9 4,0
45,4
GRÁFICO 17. Estudantes. Você tem intenção de obter o título de doutor em seu curso atual ou em outro? (De acordo com a região Universia)
69,7 SIM SIM, JÁ ESTOU CURSANDO O DOUTORADO
4,8 3,8 BRASIL
18,2
NÃO
19,3 2,9 1,8
6,5 11,2
SIM, JÁ ESTOU ESCREVENDO MINHA TESE DE DOUTORADO
RESTO
64,1
76,1
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
155
universitários [GRÁFICO 18]. Nada menos que 56% dizem ter pensado dedicar-se à pesquisa: 24,6% na universidade, 8,6% na empresa, e 22,9% em outro tipo de organizações. Obviamente, o número de pesquisadores em qualquer país representa uma proporção relativamente baixa (em qualquer caso, muito aquém desses 56%) dos que contam com um título universitário. Contudo, é interessante deter-se nas preferências relativas, especialmente no muito que se menciona a universidade e no relativamente pouco que se menciona a empresa. Como no caso da intenção de obter o doutorado, as perspectivas parecem mais realistas (no âmbito de um nível de realismo bastante baixo) na Península Ibérica, pois “só” 33% pensam dedicar-se à pesquisa. TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
17,1
24,6 32,7
5,3
44,3
10,6
8,6
GRÁFICO 18. Estudantes. Ao finalizar seus estudos, você tem a intenção de dedicarse à pesquisa? (De acordo com a região Universia) SIM, NA UNIVERSIDADE
11,3
22,9
SIM, NA EMPRESA
22,8
BRASIL
SIM, EM OUTRAS ORGANIZAÇOES NÃO
RESTO
NÃO SABE
19,8
25,1 32,8
9,6
45,2
9,6 13,0
7,2
9,6
28,2
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
156
Aos estudantes que imaginavam desenvolver sua carreira de pesquisador na universidade, perguntamos se essa universidade seria a sua, outra universidade nacional ou uma universidade estrangeira, como meio de medir a tendência destes estudantes, por um lado, à endogamia, e, por outro, a explorar vias longínquas. A verdade é que a proporção maior (27,7%) inclinava-se por sua própria universidade, e eram muito menos os que optavam por outra universidade do país (14,1%). É notável que sejam bem mais (25,6%) os que prefeririam uma carreira de pesquisador universitário no exterior. Não se observam diferenças significativas de acordo com a região Universia [GRÁFICO 19]. TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
22,6 37,7
35,1
33,4
25,6 14,1
9,7
21,8
BRASIL
RESTO
EM LA PRÓPIA UNIVERSIDADE EM OUTRA UNIVERSIDADE DE SEU PAÍS
18,9
25,4
40,6
34,1 29,6 20,6 19,9
GRÁFICO 19. Estudantes que têm intenção de dedicarse à pesquisa na universidade: onde pretende desenvolver majoritariamente sua carreira como pesquisador? (De acordo com a região Universia)
10,9
EM UMA UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA NÃO SABE
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
157
As preferências geográficas daqueles que se sentiam inclinados por uma universidade estrangeira são bem claras (gráfico 20). Uma maioria de 57% opta por uma universidade européia, bem longe dos que optam por uma universidade da América do Norte (16,3%) ou da América Central e do Sul (14%). Também não se observam diferenças relevantes por região Universia. Se no caso das preferências acerca dos objetivos de gasto em P+D para o próprio país observávamos uma mistura de ambição pouco realista e de realismo (ou pessimismo), neste caso, o dos planos de carreira de pesquisa dos estudantes, a ambição vem de mãos dadas com uma TOTAL
0,6 5,5 4,8 1,7
PENÍNSULA IBÉRICA
0,7 7,5 2,7
16,3
13,6 12,3
14
63,2
57,0
GRÁFICO 20. Estudantes que têm intenção de dedicarse à pesquisa em uma universidade estrangeira: em que área geográfica? (De acordo com a região Universia) AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA CENTRAL E DO SUL
BRASIL
2,2 4,3 1,1 2,2
21,6
5,9 1,6 6,9
ÁSIA ÁFRICA OCEANIA
14
NÃO SABE
17,6
7,0
61,6
EUROPA
RESTO
54
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
158
convicção difundida de que esses planos podem dar certo. De fato, até 70% vê muito (24,1%) ou bastante provável (45,9%) que suas previsões a este respeito sejam cumpridas [GRÁFICO 21]. Novamente as expectativas são mais moderadas na Península Ibérica (47,5%). A PREPARAÇÃO COMO PESQUISADOR
A sensação de que os planos podem ser cumpridos talvez se deva, em parte, a que muitos acreditam contar com uma preparação suficiente para uma carreira de pesquisador. Devem ser muitos os que pensam assim, haja vista a avaliação média da medida em que seus estudos univerTOTAL
0,56,0
PENÍNSULA IBÉRICA
24,1
4,5
9,8
12,5
23,5 35 38,3 45,9
GRÁFICO 21. Estudantes que têm intenção de dedicar-se à pesquisa: percepção quanto à probabilidade de que suas previsões sejam cumpridas (De acordo com a região Universia) MUITO PROVÁVEL BASTANTE PROVÁVEL POUCO PROVÁVEL NEM UM POUCO PROVÁVEL
BRASIL
RESTO
0,4 4,7 13,6
6,1 33,1
48,3
NÃO SABE
22,4
25,3
46,2
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
159
sitários estão proporcionando as bases suficientes para serem bons pesquisadores no futuro (expressa em uma escala de 0, muito pouca, a 10, muita) [GRÁFICO 22]. A pontuação média obtida para esta preparação é de 7,1. Não é excessivamente alta, e de fato, essa pontuação é inferior à relativa à qualidade do ensino que se obteve na terceira pesquisa (um 7,9). No entanto, são bastantes (50,4%) os estudantes que dão à preparação para a pesquisa pontuações altas ou muito altas, entre 8 e 10. 10 9 7,6
8 7
7,1
7,2
6,1
6 5 4 3 2 1 0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
RESTO
GRÁFICO 22. Estudantes: avaliação da medida em que seus estudos universitários estariam proporcionando as bases suficientes para ser um bom pesquisador no futuro (média em uma escala de 0, muito pouca, a 10, muita; de acordo com a região Universia)
4. A gestão da pesquisa nas universidades
Nesta seção tratamos das perspectivas de professores e PAS acerca da gestão administrativa da pesquisa em suas universidades. Começamos com o tema da facilidade ou dificuldade dos trâmites na obtenção de financiamentos, seguimos com o da existência de escritórios especializados nestes assuntos, e concluímos com a percepção que tem um ator central (o PAS) nessa gestão de suas capacidades e do tempo que dedica a essa parte de seu trabalho. A DIFICULDADE DOS TRÂMITES PARA OBTER FINANCIAMENTO DE PESQUISA
Professores e PAS concordam em destacar a dificuldade dos trâmites para obter financiamento para a pesquisa, tanto nacional quanto de origem internacional. Ambos os públicos mostram um baixíssimo grau de concordância com a afirmação de que os trâmites administrativos para obter financiamentos nacionais para projetos de pesquisa são simples, como se observa no gráfico 23. A média do professorado na escala de 0 (não concordo) ao 10 (con-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
161
cordo plenamente) é de 2,5, e a do PAS é apenas um pouco superior, de 3,3. Valores quase idênticos repetem-se para a concordância manifestada com uma afirmação semelhante aplicada aos financiamentos internacionais para a pesquisa. O grau de concordância de ambos os públicos é de 2,5 e 3, respectivamente. Tudo isto sinaliza uma margem de melhoria muito considerável. ESCRITÓRIOS ESPECIALIZADOS NA GESTÃO DA PESQUISA
A pesquisa permitiu-nos ter uma ideia da medida em que as universidades ibero-americanas consideram suficientemente importante a cooperação na pesquisa, em escala nacional ou internacional, como para contar com um órgão especializado nela. Por um lado, perguntamos a professores e PAS se há em sua universidade um escritório ou departamento especializado na gestão e avaliação de projetos de pesquisa com empresas ou da transferência 9 8 7 6 5 3,3
4 3
2,5
2,5
3,0
2 1 0
OS TRÂMITES ADMINISTRATIVOS PARA OBTER FINANCIAMENTOS NACIONAIS PARA PROJETOS DE PESQUISA SÃO SIMPLES
OS TRÂMITES ADMINISTRATIVOS PARA OBTER FINANCIAMENTOS INTERNACIONAIS PARA PROJETOS DE PESQUISA SÃO SIMPLES
GRÁFICO 23. Professores e PAS. Grau de concordância com duas afirmações a respeito dos trâmites para a obtenção de financiamentos para a pesquisa (média em uma escala de 0, não concordo, a 10, concordo plenamente) PROFESSORES PAS
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
162
dos resultados da pesquisa às empresas. Por outro lado, consultamos se existe um escritório ou departamento especializado em administrar a internacionalização da atividade de pesquisa da universidade. Quanto ao escritório dedicado à cooperação com empresas, 50,6% dos professores e 64,3% do PAS afirmam sua existência, e 20,1% dos primeiros e 16,7% dos segundos revelam ignorá-lo (“não sabem”) [GRÁFICO 24]. Dá a impressão de que este tipo de escritório é mais frequente nas universidades dos países da Península Ibérica. Quanto ao escritório especializado na internacionalização da pesquisa, 40,1% dos professores e 50,6% do PAS afirmaram sua existência (e ignorá-la, 24,4% e 20,5%, respectivamente), o que sugere uma difusão um pouco me-
100
GRÁFICO 24. Há em sua universidade um escritório ou departamento especializado na gestão e avaliação de projetos de pesquisa com empresas ou da transferência dos resultados da pesquisa às empresas? (De acordo com a região Universia)
90 80 70 60 50 40 30 20 10
PROFESSORES
RESTO
BRASIL
PENÍNSULA IBÉRICA
TOTAL
RESTO
BRASIL
PENÍNSULA IBÉRICA
TOTAL
0
SIM NÃO
PAS
NÃO SABE
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
163
nor desta figura [GRÁFICO 25]. Parece um pouco mais comum na Península Ibérica e no Brasil do que na região Resto. A avaliação que ambos os públicos fazem do funcionamento desses escritórios ligados à cooperação em pesquisa é positiva, mas não excessivamente. Os professores avaliam sua satisfação com o funcionamento do escritório focado na cooperação com as empresas com um 6, e sua satisfação com o do especializado na internacionalização com um 6,1 (ambos os valores expressos na esca100
GRÁFICO 25. Há em sua universidade um escritório ou departamento especializado na gestão da internacionalização da atividade de pesquisa da própria universidade?
90 80 70 60 50 40 30 20
SIM
10
NÃO NÃO SABE
PROFESSORES
PAS
RESTO
BRASIL
PENÍNSULA IBÉRICA
TOTAL
RESTO
BRASIL
PENÍNSULA IBÉRICA
TOTAL
0
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
164
la de 0, funcionamento nem um pouco satisfatório, a 10, muito satisfatório) [GRÁFICO 26]. O PAS é mais positivo, talvez porque se sinta mais identificado com esses escritórios ou, simplesmente, porque os conhece mais de perto, pontuando sua satisfação com cada um deles com um 7,1 e um 7,2, respectivamente [GRÁFICO 26]. A DEDICAÇÃO DO PAS À GESTÃO DA PESQUISA UNIVERSITÁRIA E SUA CAPACITAÇÃO PARA ELA
Se acreditarmos no PAS pesquisado, deveremos concluir que não é menor sua dedicação à gestão da pesquisa. Em média, eles afirmam dedicar à gestão dos trabalhos de pesquisa e inovação que os professores de suas universidades realizam 38,3 de cada 100 horas de seu tempo de trabalho, um número que quase não varia de acordo 8
7,1
7 6
6,0
7,2 6,1
5 4 3 2 1 0
GESTÃO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA COM EMPRESAS OU DA TRANSFERÊNCIA DOS RESULTADOS DA PESQUISA UNIVERSITÁRIA PARA AS EMPRESAS
GESTÃO DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE PESQUISA DA UNIVERSIDADE
GRÁFICO 26. Professores e PAS. Opinião sobre o funcionamento dos escritórios universitários ligados à pesquisa (média em uma escala de 0, nem um pouco satisfatório, a 10, muito satisfatório; só respondem aqueles que afirmam que há)
PROFESSORES PAS
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
165
com a região Universia sede da universidade do entrevistado [GRÁFICO 27], do mesmo modo que quase não variava segundo esse critério a dedicação à pesquisa do professorado. O que de fato se observa é uma grande variedade quanto à proporção do tempo dedicado pelo PAS à pesquisa. Por volta de um quarto dedica 70% de seu tempo ou mais, enquanto aproximadamente a metade dedica 30% ou menos. Por outro lado, o PAS avalia positivamente sua capacitação para essas tarefas, apesar de ter a sensação de que há bastante margem de melhoria. Os entrevistados tiveram de mostrar sua concordância (na escala de 0 a 10) com a seguinte afirmação: “o pessoal de administração e serviços da minha universidade está suficientemente preparado para apoiar e administrar os trabalhos de pesquisa e inovação realizados pelos professores e pesquisadores da minha universidade”. O grau de concordância médio foi de 7 em 10, valor que quase não variou de acor100 90 80 70 60 50 40
40,3
38,3
35,6
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
33,1
30 20 10 0
BRASIL
RESTO
GRÁFICO 27. De seu tempo de trabalho, de cada 100 horas, quantas, aproximadamente, você diria que são destinadas à gestão destas tarefas de pesquisa e inovação? (Resposta aberta; de acordo com a região Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
166
do com a região Universia [GRÁFICO 28]. Ou seja, sentem-se capacitados para este tipo de tarefas, mas reconhecem que poderiam melhorar significativamente.
10 9 8 7
7,0
7,3
6,6
7,0
6 5 4 3 2 1 0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
RESTO
GRÁFICO 28. PAS. Concordância com “o pessoal de administração e serviços da minha universidade está suficientemente preparado para dar apoio e gerenciar as tarefas de pesquisa e inovação realizadas pelos professores e pesquisadores da minha universidade” (média em uma escala de 0, não concordo, a 10, concordo plenamente; de acordo com a região Universia)
5. De volta ao binômio pesquisa-formação
A seguir tratamos dos pontos de vista da comunidade universitária a propósito da relação, potencialmente frutífera, entre duas das principais funções da universidade: o ensino (ou docência) e a pesquisa. Mostramos, por um lado, a percepção dos entrevistados quanto à prioridade de cada uma delas em suas universidades. Por outro, mostramos suas opiniões quanto à existência de uma interação positiva entre ensino e pesquisa. O ENSINO E A PESQUISA COMO PRIORIDADES DAS UNIVERSIDADES
Como era de se esperar, em média, os três públicos entrevistados acham que a prioridade que suas universidades atribuem ao ensino é maior que a que atribuem à pesquisa. Em uma escala de 0 (prioridade mínima) a 10 (máxima), eles avaliam a prioridade que suas universidades atribuem ao ensino com pontuações médias próximas de 8 (7,9 no caso dos estudantes; 8,1 no dos professores; e 8,4 no caso do PAS) [GRÁFICO 29]. Sua avaliação da priorida-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
168
de concedida à pesquisa é inferior, com um 6,8 de média no caso de estudantes e PAS, e um valor mais baixo, de 6, no caso dos professores. A INTERAÇÃO ENTRE O ENSINO E A PESQUISA
Na terceira pesquisa (“universidades formadoras”) abordamos a interação entre ensino e pesquisa na escala da universidade. Os entrevistados deviam mostrar seu grau de concordância com a frase: “uma universidade pode proporcionar uma formação muito boa sem a necessidade de dedicar uma quantidade significativa de recursos à pesquisa”. O nível de concordância obtido foi baixo, entre 3 e 4 de 10 a depender do público pesquisado, o que implicava que a opinião majoritária refletia uma atitude favorável à combinação entre pesquisa e ensino, ainda que minorias apreciáveis poderiam conformar-se com estudos universitários centrados no ensino e com pouca pesquisa. 10 9
7,9 8,1
8,4
8 6,8
6,8
7
6,0
6 5 4
GRÁFICO 29. Prioridade que tem o ensino/a pesquisa na universidade do entrevistado (média em uma escala de 0, mínima, a 10, máxima) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
3 2 1 0
ENSINO
PESQUISA
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
169
Nesta ocasião, colocamos a questão na escala do professor individual. Os três públicos mostraram seu grau de concordância (de novo em uma escala de 0 a 10) com a afirmação “é possível ser bom professor sem ser bom pesquisador”. Como resultado, obtivemos uma opinião, para dizê-lo de algum modo, indecisa nos três públicos, como refletem as médias respectivas de 5,4 (estudantes), 5,3 (professores) e 5,4 (PAS). Na verdade, essas médias significam que os que concordam (pontuações de 6 a 10) com a ideia e os que não concordam (pontuações de 0 a 4) representam proporções amplas e de tamanho bastante similar, em um equilíbrio com uma levíssima inclinação para a concordância. Por exemplo, no caso dos professores, a discordância (ou seja, a posição de que não está claro que se possa ser bom professor sem ser bom pesquisador) atinge 39,3%, enquanto a concordância chega a 49%. Proporções similares ocorrem nos outros dois públicos. Esta indecisão não é obstáculo para que professores e estudantes reconheçam majoritariamente que a docência pode beneficiar-se da pesquisa. Ambos os públicos mostram níveis muito altos de concordância com o enunciado “a atividade docente de um professor universitário beneficia-se muito com as pesquisas que ele realiza”. A média para os estudantes é de 8,6, e a dos professores é de 8,9 [GRÁFICO 30]. Finalmente, a interação entre ensino e pesquisa também parece frutífera quando o sentido da influência vai do primeiro à segunda, pelo menos aos olhos do professorado. Sua concordância é bastante ampla (média de 8em
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
170
10) com a afirmação “o confronto de ideias com os alunos em aula pode ser muito útil para as pesquisas realizadas pelos professores universitários”. Trata-se, de qualquer modo, de um grau de concordância que admite certa variação a depender do campo de estudo do professor, de um mínimo de 7,2 para os professores em cursos de ciências naturais até um máximo de 8,6 para os que dão aulas em cursos de humanas.
10 8,6 8,9
9
8,0 8 7 6
5,4 5,3 5,4
5 4 3
GRÁFICO 30. Grau de concordância com afirmações relativas à relação entre ensino e pesquisa (média em uma escala de 0, não concordo, a 10, concordo plenamente)
2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0
É POSSÍVEL SER UM BOM PROFESSOR SEM SER UM BOM PESQUISADOR
A ATIVIDADE DOCENTE DE UM PROFESSOR UNIVERSITÁRIO BENEFICIA-SE MUITO DAS PESQUISAS QUE ELE REALIZA
O CONFRONTO DE IDEIAS COM OS ALUNOS EM AULA PODE SER MUITO ÚTIL PARA AS PESQUISAS REALIZADAS PELOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS
6. Políticas de melhoria da capacidade de inovação das universidades
Esta seção cobre as opiniões dos três públicos pesquisados sobre uma variedade de políticas de melhoria da capacidade de inovação das universidades. Começa examinando as opiniões do professorado quanto ao papel dos incentivos econômicos em sua dedicação à pesquisa. Segue analisando uma ampla coleção de medidas ligadas à melhoria da qualidade da pesquisa universitária. Continua estudando a avaliação de várias propostas orientadas a melhorar a capacidade de inovação das universidades. A seguir, aborda o papel da universidade na configuração de uma cultura empreendedora. Conclui reunindo os pontos de vista dos três públicos quanto ao papel que podem desempenhar as redes Universia e Innoversia no âmbito da inovação protagonizada pelas universidades ibero-americanas.
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
172
PESQUISA E INCENTIVOS AOS PROFESSORES
Pedimos os professores que expressassem seu grau de concordância com três afirmações gerais relativas aos incentivos à pesquisa. A primeira diz respeito à dimensão que alcançou este fenômeno nos últimos tempos. Tratava-se de mostrar o grau de concordância com a frase “os incentivos à pesquisa universitária melhoraram nos últimos dez anos” (subentende-se que se trata da situação no país do entrevistado). Em média, os professores não se mostram nem de acordo nem em desacordo com a afirmação, pois a média que se obtém é de 4,7 na escala de 0 (não concordo) a 10 (concordo plenamente), com porcentagens de concordância (6 a 10) e discordância (0 a 4) muito parecidas (43,6 e 39,4%, respectivamente) [GRÁFICO 31]. O mais provável é que essas opiniões reflitam as situações locais, 10 9 8
7,4
7
5,7
6,5 5,7 5,4
6 5 4 3
4,7
4,4
5,9
6,1 6,2
4,9
3,1
2 1 0
OS INCENTIVOS À PESQUISA UNIVERSITÁRIA MELHORARAM NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
UMA PARTE CONSIDERÁVEL DA REMUNERAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO DEVE DEPENDER DA PESQUISA QUE ELE REALIZA
OS INCENTIVOS À PRODUÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS ACABAM GERANDO MUITA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE QUALIDADE INSUFICIENTE
GRÁFICO 31. Professores. Grau de concordância com afirmações relativas aos Incentivos à Pesquisa que os professores podem receber (média em uma escala de 0, não concordo, a 10, concordo plenamente; de acordo com a região Universia) TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL RESTO
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173
que podem chegar a ser bastante diferentes. Algo assim sugerem as notáveis diferenças nas médias dependendo da região Universia do entrevistado. A opinião é bastante mais negativa na Península Ibérica (3,1 em 10) que no Brasil (6,5), com a região Resto em uma posição intermediária (4,4). A segunda afirmação aborda uma variante de um critério de remuneração do professorado cada vez mais frequente em universidades de todo o mundo. Referimo-nos a que suas remunerações dependam, em alguma medida, das pesquisas que o professorado realiza. Nossa formulação deixa claro que não se trata meramente de que uma parte da remuneração esteja ligada à pesquisa, mas que deve ser uma parte considerável. O fato é que os pesquisados mostram-se pouco favoráveis a esta proposta, pois sua concordância média quase não chega a 6 de 10 (fica em 5,7), o que representa a existência de uma minoria significativa (30,4%) que discordada ideia. A terceira afirmação faz referência a uma das consequências não desejadas do incentivo à pesquisa, a de uma produção excessiva de artigos científicos e, portanto, a de uma abundante produção científica de qualidade insuficiente. Em média, o professorado tende a concordar moderadamente com a opinião (pontuação de 6,1 em 10), o que sinalizaria a existência de amplas porcentagens conscientes desta problemática, mas também de porcentagens minoritárias, mas significativas, que a negam.
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MEDIDAS PARA MELHORAR A QUALIDADE DA PESQUISA UNIVERSITÁRIA
Na quarta pesquisa propusemos um total de 11 medidas orientadas a conseguir melhoras significativas na qualidade da pesquisa das universidades do país dos entrevistados. Para elaborá-las inspiramo-nos na discussão acadêmica sobre estes temas, mas também na Declaração de Guadalajara. A seguir observamos a utilidade que nossos entrevistados atribuem a essas medidas, diferenciando dois tipos de medidas, as que dizem respeito apenas ao que acontece dentro do mundo universitário e as relativas à cooperação entre as universidades e outros atores dos sistemas de inovação. Medidas relativas à capacidade de pesquisa das universidades Para começar, e como era de se esperar dadas as características dos públicos pesquisados, eles reconhecem uma utilidade muito alta a uma maior dotação de recursos públicos para a pesquisa universitária. As pontuações médias aproximam-se de 9 na escala de 0 (nenhuma utilidade) a 10 (muita utilidade) [GRÁFICO 32]. Os professores pesquisados mostram-se aparentemente muito partidários de que seus pares sejam decisivos na atribuição de recursos à pesquisa, pois concedem uma utilidade média de 8,1 a uma medida segundo a qual o financiamento público dos projetos de pesquisa dependa mais de alguma modalidade de peer review.
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175
No entanto, não vêem tanta utilidade em que a remuneração dos professores universitários torne-se mais dependente da quantidade e da qualidade de suas pesquisas, apesar de que a opinião média continua sendo positiva (7,3). A qual é, por outro lado, muito similar à que mantêm estudantes (7,2) e PAS (7,4), ainda que não se trate de grupos afetados por essa hipotética mudança. A aplicação de fundos (subentende-se que de caráter público) como incentivos à cooperação com outros pesquisadores universitários, sejam nacionais, sejam situados em universidades estrangeiras, também é percebida como de grande utilidade, pois recebe médias superiores a 8 por parte dos três públicos analisados.
GRÁFICO 32. Utilidade de diferentes medidas para obter melhoras significativas na qualidade da pesquisa realizada pelas universidades do país do entrevistado (média em uma escala de 0, nenhuma, a 10, muita) (I) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 9
8,9 9,0
8,8
8,8
8,3
8,1
8
7,2 7,3
7
8,1 8,1
8,5 8,3 8,4
8,4 7,4
7,4
7,7
8,1
8,4
6 5 4 3 2 1 0 QUE AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS DESTINEM MAIS RECURSOS A FINANCIAR A PESQUISA UNIVERSITÁRIA
UMA MUDANÇA NA REMUNERAÇÃO DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS QUE A TORNE MAIS DEPENDENTE DA QUANTIDADE E DA QUALIDADE DA PESQUISA QUE REALIZAM
INCENTIVOS ECONÔMICOS À COOPERAÇÃO ENTRE PESQUISADORES DE DIFERENTES UNIVERSIDADES DO PAÍS
INCENTIVOS ECONÔMICOS À COOPERAÇÃO ENTRE PESQUISADORES DE UNIVERSIDADES COM PESQUISADORES DE UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS
LIBERAR NA MEDIDA DO POSSÍVEL OS PROFESSORES DAS TAREFAS ADMINISTRATIVAS LIGADAS À PESQUISA
PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DE PESSOAL ADMINISTRATIVO E DE SERVIÇOS EM TAREFAS DE APOIO À PESQUISA
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176
Por último, consideramos duas medidas que não implicam de maneira evidente a dotação de fundos, mas, antes, mudanças na organização ou melhoras na capacitação dos que se encarregam da gestão da pesquisa. Por um lado, propusemos a medida de liberar, tanto quanto possível, os pesquisadores das tarefas administrativas ligadas à pesquisa. Os estudantes avaliaram a utilidade desta medida com um 7,4. O PAS com um 7,7, apesar de que esta medida implicaria, logicamente, uma maior carga de trabalho para essa conclusão. Os professores, como era de se esperar, concederam-lhe uma utilidade maior, de 8,4. Por outro lado, perguntamos pela utilidade de programas de formação do PAS em tarefas de apoio à pesquisa, medida que foi claramente bem recebida pelos três públicos, especialmente no seio do próprio PAS, que, em média, lhe concedeu uma utilidade de 8,8. Isso encaixaria com a necessidade (implícita) de melhorar sua capacitação para estas questões, a que fizemos referência mais acima. Medidas relativas à cooperação com empresas privadas e outros atores dos sistemas de inovação Todas as medidas relativas a intensificar as relações das universidades com seu meio econômico e institucional recebem pontuações altas ou muito altas no que diz respeito à sua utilidade para melhorar a qualidade da pesquisa [GRÁFICO 33]. A dotação de recursos públicos para financiar programas de transferência de conhecimento por parte das
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177
universidades às empresas recebe pontuações de 8,2 ou superiores, a depender de que público se trate. Os incentivos econômicos (subentende-se que de caráter público) para a cooperação entre as universidades nacionais e as empresas privadas recebem pontuações médias por volta de 8. Promover que as universidades registrem patentes próprias e possam explorá-las comercialmente recebe pontuações de 8,4 ou superiores. As pontuações mais altas (com um mínimo de 8,6 nos professores e um máximo do 8,8 no PAS) são dadas às medidas para incentivar a formação de clusters, ou seja, espaços de inovação intensiva de que participam empresas, administrações e instituições de pesquisa. Em conjunto observa-se uma ampla disposição nos três públicos consultados a favor de explorar uma varie10 9
8,2
8,3 8,5
8,7 8,6 8,8
8,8 8,0 7,9 8,1
8
8,4 8,4
7 6 5 4 3 2
GRÁFICO 33. Utilidade de diferentes medidas para obter melhoras significativas na qualidade da pesquisa realizada pelas universidades do país do entrevistado (média em uma escala de 0, nenhuma, a 10, muita) (II)
1 0 QUE AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS DESTINEM MAIS RECURSOS A FINANCIAR PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS DAS UNIVERSIDADES ÀS EMPRESAS
MEDIDAS PARA ESTIMULAR A FORMAÇÃO DE CLUSTERS OU ESPAÇOS DE INOVAÇÃO INTENSIVA, DOS QUAIS PARTICIPEM EMPRESAS, ADMINISTRAÇÕES E INSTITUIÇÕES DE PESQUISA
INCENTIVOS ECONÔMICOS À COOPERAÇÃO ENTRE PESQUISADORES DE UNIVERSIDADES DO PAÍS E EMPRESAS PRIVADAS
PROMOVER QUE AS UNIVERSIDADES REGISTREM PATENTES PRÓPRIAS E POSSAM EXPLORÁ-LAS COMERCIALMENTE
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
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dade de vias de melhora da qualidade da pesquisa, ainda que seja preciso reconhecer que quase nenhuma delas faz recaírem os custos nas costas desses públicos. RECOMENDAÇÕES DESTINADAS A MELHORAR A INOVAÇÃO UNIVERSITÁRIA
Em uma linha semelhante, observamos uma ampla aprovação de várias propostas destinadas a que as universidades ibero-americanas façam uma contribuição significativa à geração de conhecimento e à sua aplicação na sociedade. Estas propostas procedem quase diretamente da Declaração de Guadalajara. Na pesquisa solicitamos aos três públicos que avaliassem a utilidade de cada uma delas para o fim supracitado. Os resultados desta avaliação estão reunidos no gráfico 34. 10 9
8,8
8,7
9,0
8,7 8,9 9,0
9,0 9,1 9,0
8,9 9,0 8,7
8 7 6 5 4 3 2 1 0 PROPICIAR INICIATIVAS DE MOBILIDADE DE DOCENTES E DE INCORPORAÇÃO DE PESQUISADORES NA EMPRESA
DISPOR DE UM FUNDO DE RECURSOS PARA O APOIO À COOPERAÇÃO CIENTÍFICA ATRAVÉS DE REDES DE PESQUISA ENTRE UNIVERSIDADES IBERO-AMERICANAS
PROMOVER PLANOS DE DOTAÇÃO E MELHORIA DE RECURSOS BIBLIOGRÁFICOS, DE INFRAESTRUTURA E EQUIPAMENTOS CIENTÍFICOS E GRANDES INSTALAÇÕES QUE, CHEGADO O CASO, POSSAM SER COMPARTILHADOS
GRÁFICO 34. Opinião sobre várias propostas destinadas a que as universidades iberoamericanas contribuam significativamente para a geração de conhecimento e sua aplicação na sociedade (média em uma escala de 0, nem um pouco necessária, a 10, muito necessá ESTUDANTES PROFESSORES PAS
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As propostas são as seguintes. Em primeiro lugar, tratar-se-ia de disponibilizar fundos para desenvolver incubadoras universitárias e iniciativas de spin-offs, capital de risco e empreendimento. Em segundo lugar, tratar-se-ia de favorecer iniciativas de mobilidade de doutores e de incorporação de pesquisadores à empresa. Em terceiro lugar, propõe-se dispor de uma bolsa de recursos para apoiar a cooperação científica por meio de redes de pesquisa entre universidades ibero-americanas. Por último, propõe-se promover planos de dotação e melhoria de recursos bibliográficos, de infraestruturas e equipamentos científicos e grandes instalações, que podem chegar a ser compartilhados. Todas estas propostas recebem pontuações que se aproximam muito de 9 em uma escala de 0 (medida nem um pouco necessária) a 10 (medida muito necessária). Novamente, mesmo reconhecendo que não é colocada a questão de quem arca com os custos dessas medidas, observa-se uma disposição geral para experimentar mudanças institucionais dirigidas à melhoria da capacidade de inovação das universidades ibero-americanas. A IMPORTÂNCIA DA CULTURA EMPREENDEDORA
Um elemento cada vez mais reconhecido na capacidade de inovação dos diferentes países é em que medida conta com certos traços culturais propícios. Um deles é, provavelmente, o que poderíamos chamar de “cultura empreendedora”, que, tal como a definimos na pesquisa, poderia ser entendida como uma maior disposição para
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assumir riscos por conta própria, para aproveitar oportunidades ou para mudar e explorar novas vias profissionais. A socialização nos valores e comportamentos afins com uma cultura empreendedora é um processo no qual certamente intervêm muitas instâncias sociais, incluindo as famílias e o sistema escolar, entre outras. Neste sentido, cada vez são mais escutadas propostas para tentar transmitir essa cultura empreendedora no ensino médio e na universidade. Dadas as limitações de tempo e espaço, quisemos tratar esta última questão com duas perguntas que proporcionassem uma informação suficientemente significativa a respeito. Por um lado, quisemos estar certos de que a comunidade universitária ibero-americana confiava, de fato, em que uma instituição como a universidade possa contribuir para formar indivíduos dotados com estes traços culturais. Por outro, quisemos saber a importância que os três públicos davam a esta possível finalidade da universidade. Quanto ao nosso primeiro objetivo, partindo de uma definição da cultura empreendedora como a referida anteriormente, pedimos aos pesquisados que optassem por dois entendimentos opostos de como são transmitidos, no fundo, esses traços culturais e da possível contribuição da universidade. Eles deviam optar entre uma afirmação em que se destacava a possível contribuição significativa da universidade (“com programas adequados e professores preparados, a universidade pode transformar significativamente a cultura empreendedora trazida pelos novos estudantes”) e outra que enfatizava o cará-
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ter complexo da socialização nesse tipo de cultura e, portanto, relegava a universidade a um papel secundário (“a cultura empreendedora que os graduados universitários acabam tendo depende, sobretudo, de fatores alheios à universidade, pelo qual a influência desta é menor”). Procuramos redigir ambas as opções da maneira mais equilibrada possível, para não desviar as respostas. Os resultados falam por si sós [GRÁFICO 35]. Porcentagens altíssimas dos três públicos (com um mínimo de 81,1% entre os estudantes e um máximo de 89,2% no PAS) mostram-se confiantes no potencial transformador da universidade, e são poucos os que acreditam que seu papel é menor na formação da cultura empreendedora dos universitários. Quanto ao nosso segundo objetivo, os resultados são também muito claros. Convidados a avaliar a importância que deveriam atribuir suas universidades ao estímulo de uma cultura empreendedora entre os estudantes em
00 89,2
90
82,4
81,1 80 70 60 50 40 30 20 10
14,4 4,5
13,0 4,7
8,7 2,1
GRÁFICO 35. Entendendo-se por cultura empreendedora uma maior disposição para assumir riscos por conta própria, para aproveitar oportunidades ou para mudar e explorar novos caminhos profissionais, com qual das duas opções seguintes você concorda mais?
COM PROGRAMAS ADEQUADOS E PROFESSORES PREPARADOS, A UNIVERSIDADE PODE TRANSFORMAR SIGNIFICATIVAMENTE A CULTURA EMPREENDEDORA TRAZIDA PELOS NOVOS ESTUDANTES A CULTURA EMPREENDEDORA QUE OS GRADUADOS UNIVERSITÁRIOS ACABAM TENDO DEPENDE, SOBRETUDO, DE FATORES ALHEIOS À UNIVERSIDADE, PELO QUAL A INFLUÊNCIA DESTA É MENOR NÃO SABE
0
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
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uma escala de 0 (importância mínima) a 10 (máxima), as avaliações médias aproximam-se muito de 9 [GRÁFICO 36]. Não observamos este fim no âmbito de outras finalidades, pelo qual não podemos saber que lugar ele ocupa, de fato, na escala de prioridades dos membros das universidades ibero-americanas. No entanto, uma pontuação tão alta sugere uma disposição aberta a considerar esta temática como própria das tarefas de suas instituições. POSSÍVEIS PAPÉIS DA UNIVERSIA E DA INNOVERSIA
Por último, sondamos a percepção dos pesquisados quanto ao potencial de contribuição para uma melhoria das capacidades de pesquisa e inovação das universidades ibero-americanas, não de medidas hipotéticas, mas de duas redes que já estão em funcionamento há anos. Referimonos à Universia e à Innoversia, que cumprem finalidades bastante diferentes. Antes, aproveitamos esta quarta pesquisa para medir o grau de conhecimento que os três públicos pesquisados têm a respeito de ambas as redes. Isto proporciona uma informação interessante por si só e, diante da avaliação do potencial de ambas as redes, permite-nos concentrar as perguntas nos pesquisados que afirmam ter certo nível de conhecimento. Na escala de 0 (nenhum conhecimento) a 10 (muito), as médias obtidas para o conhecimento da rede Universia situam-se abaixo de 5 no caso dos estudantes (4,4) e dos professores (4,6), mas acima desse ponto médio no caso do PAS (5,7) [GRÁFICO 37]. Como era de se esperar, o ní-
GRÁFICO 36. Importância que a universidade do entrevistado deveria dar ao estímulo de uma cultura empreendedora entre os estudantes (média na escala de 0, mínima, a 10, máxima) ESTUDANTES PROFESSORES PAS 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
8,8
9,0 8,6
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
183
vel médio de conhecimento da Innoversia, uma rede muito mais especializada, é inferior, como revelam as médias de 2,4 no público estudantil, de 2,9 no de professores e de 3,2 no do PAS. Para obter uma avaliação mais confiável da sensação que esses três públicos têm a respeito do potencial de ambas as redes de contribuir para a melhoria das capacidades de pesquisa das universidades ibero-americanas, colocam os as respectivas perguntas apenas para os pesquisados que tivessem declarado ter um conhecimento entre 5 e 10 da escala. Os resultados são bastante promissores. Quanto à rede Universia, a imensa maioria desses pesquisados acha que seus portais podem chegar a ser um instrumento relevante para obter e trocar informação sobre a inovação e a transferência de conhecimentos realizadas pelas universidades. É como pensa 86,9% dos estudantes, 87,9% dos professores e 87,1% do PAS [GRÁFICO 38].
10
GRÁFICO 37. Nível de conhecimento acerca das redes Universia e Innoversia (média em uma escala de 0, nenhum, a 10, muito)
9 8 7 5,7
6 5
4,4
4,6
4 3
2,4
2,9
3,2
2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 UNIVERSIA
INNOVERSIA
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
184
As porcentagens que representam os que têm a opinião contrária são ínfimas. Em relação à rede Innoversia, pedimos aos que declaravam conhecê-la suficientemente uma avaliação de seu funcionamento atual, isto é, da utilidade que tem para colocar empresas com necessidades de pesquisa em contato com os pesquisadores que podem satisfazê-las. Eles deviam avaliá-la utilizando uma escala de 0 (nenhuma 100 90
87,9
86,9
87,1
80
SIM NÃO NÃO SABE
70 60 50 40 30 20 10
GRÁFICO 38. Conhecem a rede Universia (pontuações 5 a 10): Você acha que os portais da Universia podem chegar a ser uma ferramenta importante para obter e trocar informações sobre a inovação e a transferência de conhecimentos realizadas pelas universidades?
10 3,1
3,3
8,9
3,3
9,5
0
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS
185
utilidade) a 10 (muita utilidade). A avaliação resultante é claramente positiva, com médias superiores a 7 nos três públicos [GRÁFICO 39]. 10 9 8
7,7
7,4
7,2
7 6 5 4 3 2 1 0
ESTUDIANTES
PROFESORES
PAS
GRÁFICO 39. Conhecem a rede Innoversia (pontuações de 5 a 10): utilidade atual da Innoversia para colocar empresas com necessidades de pesquisa em contato com os pesquisadores que podem satisfazê-las (média em uma escala de 0, nem um pouco útil, a 10, muito útil)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
# Pesquisa 5
186
Universidades eficientes
Introduçao
A quinta das cinco sondagens de que consta a consulta à comunidade universitária preparatória do III Encontro de Reitores Universia foi realizada online entre os dias 3 de maio e 1º de junho de 2014. Conforme indicado mais detalhadamente na ficha técnica, obtivemos 8.476 questionários válidos de estudantes, 4.863 de professores e 1.916 do pessoal de administração e serviços (PAS) de universidades ibero-americanas majoritariamente pertencentes à Universia.1 O que representa, de novo, um alcance muito notável, mas com bastantes desequilíbrios Questionários validos
8.476
4.863
1.916
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
por áreas geográficas. Os dados que analisamos a seguir não refletem este desequilíbrio, pois se encontram ponderados de acordo com o peso que tem o alunado universitário de cada país no conjunto.2 A quinta sondagem foi focada no tema denominado “universidades eficientes”, isto é, ocupou-se de vários dos aspectos relativos ao funcionamento das universidades
1. Para interpretar adequadamente os gráficos e as menções às diferenças regionais, veja-se o Relatorio técnico e trabalho de campo, em que são descritos os critérios de agrupamento das “”Regiões Rio 2014” ou “Regiões Universia”. 2. Levando-se em consideração que só conseguimos obter dados suficientemente confiáveis do número de alunos, também ponderamos os resultados correspondentes a professores e PAS com os dados de alunos, uma prática, por outro lado, relativamente comum em estudos internacionais.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
188
como organizações, ou seja, a como elas administram os recursos de que dispõem e a como são dotadas de estruturas de governança que regulam essa gestão e às relações entre os diferentes membros que as compõem. Consideramos as perspectivas dos membros da comunidade universitária ibero-americana quanto aos recursos econômicos e humanos (professorado) de que dispõem suas universidades, quanto à maior ou menor autonomia com a qual os administram (e quanto à prestação de contas de que deve vir acompanhada esta autonomia), quanto ao modo de governança das universidades, e quanto à qualidade da gestão administrativa. A seguir apresentamos os resultados da sondagem, distinguindo, como nos relatórios parciais anteriores, os correspondentes aos três públicos analisados (estudantes, Pessoal Docente e de Pesquisa (PDP) e PAS), bem como, quando for o caso, as variações de interesse relacionadas à área geográfica à qual pertencem os mencionados públicos (Península Ibérica, Brasil, México e Resto da Ibero-América). Em primeiro lugar, apresentamos os pontos de vista dos três públicos quanto aos recursos financeiros de que as universidades dispõem, isto é, quanto à sua suficiência, quanto à conveniência de aumentar as contribuições procedentes de umas fontes ou de outras, bem como quanto aos critérios que devem orientar a distribuição de recursos públicos entre estes ou aqueles centros universitários. Em segundo lugar, ocupamo-nos do recurso humano principal das universidades, o professorado, mostran-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
189
do como o público percebe a autonomia com que devem operar as mencionadas instituições ao contratá-lo e a adequação dos mecanismos de contratação para efetuar uma seleção eficaz do professorado. A propósito do professorado apresentamos também uma informação interessante quanto ao grau de endogamia (ou, visto de outro modo, de exogamia) real em seu recrutamento, bem como quanto à opinião da comunidade universitária a respeito da conveniência de uma contratação, para dizê-lo de algum modo, exogâmica. Em terceiro lugar, consideramos a questão da autonomia universitária na manipulação de seus recursos, tanto do ponto de vista de sua quantidade, aos olhos dos entrevistados, quanto de seu elemento correlativo lógico, o da prestação de contas frente a grupos externos à universidade. Nesta última questão prestamos uma atenção especial no papel das agências de avaliação. Em quarto lugar, analisamos as percepções dos três públicos quanto à governança das universidades, especialmente a respeito das modalidades de eleição ou nomeação de reitores ou presidentes, mas também da adequação do modo de governança das universidades dos entrevistados. Em quinto lugar, prestamos uma atenção bastante detalhada nas perspectivas desses três públicos quanto à gestão de suas universidades, pois solicitamos deles uma avaliação de sua eficácia (também comparando centros públicos e privados), uma estimativa do grau de profissionalização necessário nos diferentes níveis da hierarquia organizacional, e seus pontos de vista a res-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
190
peito da preparação dos professores para realizar tarefas de gestão. Em sexto lugar, estudamos as opiniões dos entrevistados quanto a várias medidas propostas na Declaração de Guadalajara e que estão dirigidas a melhorar a eficiência das universidades ibero-americanas.
1. Os recursos financeiros
Começamos a análise das perspectivas da comunidade ibero-americana quanto à eficiência de suas universidades colocando-nos algumas questões básicas a respeito dos recursos financeiros que elas administram. LA EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA COMO BEM PÚBLICO OU PRIVADO
Uma das questões fundamentais é o entendimento que se tem da educação universitária como um bem privado ou como um bem público, ou como um bem que mistura ambas as dimensões. Enquanto bem privado, esta educação proporciona, como regra geral, um prêmio salarial aos que desfrutam dela, permite-lhes terem acesso a empregos mais seguros, facilita-lhes o acesso a um status social superior, entre outras vantagens particulares. Enquanto bem público, por exemplo, contar com um número suficiente de formados em nível superior nos cursos adequados, melhora a capacidade de inovação de um país e, portanto, melhora seu potencial de crescimento econômico, do qual terminam beneficiando-se todos ou a
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
192
grande maioria dos cidadãos. O tipo de financiamento da educação universitária, em lógica econômica (e, provavelmente, em termos de justiça distributiva), deveria depender, em princípio, de em que medida seja considerada um bem público ou um bem privado. Caso se considere tratar-se, sobretudo, de um bem privado, o estudante (e sua família) deveria arcar com a maior parte dos custos de sua formação universitária, salvo que, por razões de igualdade de oportunidades, a coletividade, através de suas instituições públicas, decidisse financiar, de algum modo, os custos daqueles que não os podem enfrentar por si próprios. Caso se considere que se trata, sobretudo, de um bem público, seria esperável que a coletividade arcasse com a maior parte dos custos, independentemente do poder aquisitivo dos estudantes e suas famílias. Na sondagem obtivemos uma primeira informação a respeito de como os três públicos (estudantes, professores e PAS) veem os pesos relativos da educação universitária como bem público e como bem privado. Após explicar na pergunta que o ensino superior pode ter um retorno privado e/ou um retorno público ou social, perguntamos se o que se investia na formação de um estudante universitário no país do pesquisado tinha um retorno público (claramente ou um pouco) superior, similar ou (claramente ou um pouco) inferior ao privado. Os resultados estão reunidos no gráfico 1. Nele verifica-se que não há uma opinião dominante em nenhum dos três públicos, os quais, por outro lado, têm opiniões médias muito parecidas. Focando, como exemplo das três, no que o professorado acha verificamos que 35,8% acredita que o retorno público da educação uni-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
193
versitária é superior ao privado, 37,3% acha que é inferior, e 18,8% acredita que ambos os retornos sejam similares. Ou seja, encontramos uma ampla diversidade de opiniões, o que representa um interessante potencial de debate a respeito dos fundamentos finais do financiamento universitário. Esse potencial de debate não parece o mesmo em todas as regiões Universia que analisamos. Continuando com o caso dos professores (que é representativo dos três públicos), é possível verificar com clareza que o convencimento de que o ensino superior tem, sobretudo, uma dimensão de bem privado está bastante mais difundido no Brasil. É o que se deduz dos 52% que acham que o retorno público é um pouco ou claramente menor que o privado, frente a aproximadamente 23,3% que acham o contrário [GRÁFICO 2].
10,2
NÃO SABE
8,1
10,2
22,6
20,2
21,4
13,9
19,2
TEM UM RETORNO PÚBLICO CLARAMENTE MENOR QUE O PRIVADO
PAS
20,2
16,6
TEM UM RETORNO PÚBLICO UM POUCO MENOR QUE O PRIVADO
PROFESSORES
19,3
20,7
TEM UM RETORNO PÚBLICO UM POUCO MAIOR QUE O PRIVADO TEM UM RETORNO PÚBLICO SEMELHANTE AO PRIVADO
GRÁFICO 1. Como você sabe, a educação universitária tem um retorno privado ou pessoal que repercute individualmente em cada estudante (salários mais altos, melhores empregos etc.) e um retorno público ou social, que repercute na sociedade como um todo (mais inovação, maior crescimento econômico etc.). Como regra geral, o que se investe na formação de um estudante em seu país... (porcentagens)
ESTUDANTES
TEM UM RETORNO PÚBLICO CLARAMENTE MAIOR QUE O PRIVADO
14,2
13,2 17,1 18,8
16,4
17,7
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
194
Nas outras regiões, ambas as opiniões estão muito mais equilibradas, e na Península Ibérica há, inclusive, certo predomínio das opiniões que destacam a dimensão de bem público.
TEM UM RETORNO PÚBLICO UM POUCO MENOR QUE O PRIVADO TEM UM RETORNO PÚBLICO CLARAMENTE MENOR QUE O PRIVADO NÃO SABE
PENÍNSULA IBÉRICA
8,1
11,8
22,6
TEM UM RETORNO PÚBLICO UM POUCO MAIOR QUE O PRIVADO TEM UM RETORNO PÚBLICO SEMELHANTE AO PRIVADO
GRÁFICO 2. Professores: como você sabe, a educação universitária tem um retorno privado ou pessoal que repercute individualmente em cada estudante (salários mais altos, melhores empregos etc.) e um retorno público ou social, que repercute na sociedade como um todo (mais inovação, maior crescimento econômico etc.). Como regra geral, o que se investe na formação de um estudante em seu país... (porcentagens; de acordo com a região Universia)
TOTAL
TEM UM RETORNO PÚBLICO CLARAMENTE MAIOR QUE O PRIVADO
BRASIL
7,5
28,2
12,3
20,2
14,1 9,2
32,3 13,2
13,1
17,1 20,7
18,8
MÉXICO
9,5
19,7
RESTO
6,9
24,4
14,4
24,0
19,5 13,9
18,3
14,4
16,6 19,5
17,2
13,9
18,7
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
195
PREFERENCIAS RELATIVAS A LAS FUENTES DE FINANCIACIÓN
Os pontos de vista sobre a dimensão pública ou privada da educação universitária têm reflexo, mas apenas parcialmente, nas preferências dos três públicos quanto às fontes de onde deve proceder o financiamento universitário. O reajuste destas fontes é objeto de um dos debates atuais mais intensos no mundo do ensino superior, especialmente nos países que contam com administrações públicas que já não podem ou não estão dispostas a financiar na mesma medida os custos das universidades públicas. Neles são cada vez mais frequentes as vozes e as medidas a favor de uma maior participação dos próprios estudantes no financiamento de seus estudos, bem como do aumento do peso de outras fontes de financiamento privado, como doações de empresas ou contratos de pesquisa (ou de outro tipo) com estas. Propusemos aos nossos entrevistados um menu de fontes de financiamento da universidade pública (fundos da administração pública, taxas de estudantes, contratos de pesquisa com empresas, doações de empresas privadas e doações de ex-alunos) para que eles opinassem a respeito de se deveriam aumentar ou diminuir os fundos provenientes de cada uma dessas fontes. Isto foi feito escolhendo-se um ponto na escala de 0 (diminuir muito) a 10 (aumentar muito), sabendo que o ponto central, 5, representava a opção de que os fundos permanecessem no mesmo nível. Os resultados mostram que o convencimento de que a educação universitária tem um importante retorno pri-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
196
vado não está tão difundido como insinuava a resposta à pergunta considerada mais acima. Fica relativamente claro que os três públicos prefeririam que aumentassem bastante os fundos da administração pública, isto é, dos impostos gerais, pois a pontuação média obtida nos três grupos fica por volta de 7 em 10 [GRÁFICO 3]. Pelo contrário, a opinião média (próxima de 4 em 10) nos três grupos sugere uma preferência a baixarem um pouco ou a que sejam mantidas iguais as taxas pagas pelos estudantes universitários. Pode acontecer que os entrevistados achem que as taxas atuais já cobrem o retorno privado que o ensino superior gera ou, talvez, na verdade, poucos estabeleçam a conexão entre tipo de retorno e tipo de financiamento. Que essa conexão pode existir, ainda que seja fraca, é mostrado, de qualquer modo, pela opinião média a respeito do que deve acontecer com as doações de ex-
9 7,9 8,0
8 7
6,7
7,4
7,2
7,1
7,4
7,9 8,0
6,2 6,3
6
5,4
5
4,4 4,4
4
GRÁFICO 3. Quanto deveria aumentar ou diminuir a quantia dos ingressos das universidades públicas provenientes de diferentes fontes de financiamento? (média na escala de 0, diminuir muito, a 10, aumentar muito, sendo 5: permanecer igual)
3,5
3 2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 OS FUNDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, ISTO É, DOS IMPOSTOS GERAIS
AS TAXAS PAGAS PELOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
OS CONTRATOS DE PESQUISA COM EMPRESAS PRIVADAS
AS DOAÇÕES OU SUBVENÇÕES DE EMPRESAS PRIVADAS
AS DOAÇÕES DE EX-ALUNOS
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
197
alunos. Esta opinião passa de 6 em professores e PAS e aproxima-se de 5,5 entre os estudantes. Pelo menos nos dois primeiros grupos sugere certo (reduzido) potencial favorável a explorar com mais intensidade esta via de financiamento, que, em parte, implicaria certo reconhecimento dos lucros privados obtidos graças a terem recebido formação em um centro universitário determinado, e, em parte, certa sensação de pertencimento a uma comunidade ligada a este centro. Por último, eram de se esperar preferências relativamente claras favoráveis ao aumento do financiamento empresarial, tanto através de contratos como de doações, afinal de contas, não representariam custos para nenhum dos três públicos. As médias são superiores a 7 nos três públicos e aproximam-se de 8 entre professores e PAS. O FINANCIAMENTO PROVENIENTE DE EMPRESAS PRIVADAS
Que os três públicos, com diferentes intensidades, deem as boas-vindas a um maior financiamento proveniente da empresa privada condiz não apenas com que não implica custos financeiros para eles, mas também com que a grande maioria não vê problemas adicionais oriundos de um aumento deste financiamento. Pelo menos é o que se deduz das respostas a uma pergunta muito direta relativa a se receber fundos das empresas privadas reduz a autonomia das universidades públicas. Para a grande maioria dos pesquisados dos três públicos isso não é assim, ainda que os estudantes estejam um pouco menos
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
198
convencidos disso (60,1%) que os professores (72,6%) e PAS (73,3%) [GRÁFICO 4]. Estas diferenças seriam coerentes com as preferências vistas mais acima quanto à conveniência de obter mais fundos da empresa privada, que eram um pouco menos favoráveis entre o alunado universitário ibero-americano. Em relação ao financiamento proveniente das empresas privadas, aproveitamos a sondagem para comparar a opinião do professorado quanto a um dos aspectos principais desta questão. Referimo-nos a se a legislação de cada país favorece ou, pelo menos, não dificulta as doações privadas, qualquer que seja a forma que possam assumir. Os professores deviam responder uma pergunta sobre em que medida a legislação de seus países, aquela relativa ao mecenato ou às deduções fiscais por doações às universidades, dificultava ou favorecia que as empresas privadas proporcionassem recursos para o financiamento das universidades, tanto públicas como privadas. Eles deviam responder situando-se na escala de 0 (dificulta muito) a 10 (favorece muito). Os resultados são rela-
ESTUDIANTES
GRÁFICO 4. Você acha que receber recursos de empresas privadas reduz a autonomia das universidades públicas? (em porcentagem) SÍ NO NO SABE
PROFESORES
5,0
10,1
22,4
PAS
6,1
28,9
60,1
72,6
73,3
20,6
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
199
tivamente claros [GRÁFICO 5]. A pontuação média é de 4 em 10, o que implicaria uma opinião média na linha de que a legislação dificulta um pouco essas doações. Isto sugere, pelo menos aos olhos do professorado universitário, que existe um amplo potencial para a melhoria da legislação geral ou específica que rege este tipo de financiamento. De qualquer modo, é preciso levar em consideração que 20,8% não têm opinião a respeito, o que implica um desconhecimento relativamente amplo. Não há grandes diferenças por regiões, mas, como se observa no próprio gráfico 5, as sensações negativas em relação à legislação que comentamos são um pouco mais abundantes no Brasil e na Península Ibérica.
9 8 7 6 5
4,7 4,0
4
3,4
4,2 3,2
3 2 1 0
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
GRÁFICO 5. Professores. Em que medida a legislação de seu país dificulta ou favorece (por exemplo, aquela relativa ao mecenato ou às deduções fiscais por doações às universidades) que as empresas privadas contribuam com seus recursos para o financiamento das universidades, sejam públicas ou privadas? (média em uma escala de 0, dificulta muito, a 10, favorece muito).
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
200
ENTRANDO EM DETALHES: COMO DISTRIBUIR OS RECURSOS PARA AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
Questão muito diferente à da procedência dos recursos é a de como são distribuídos entre os diferentes centros universitários públicos após serem obtidos. Esta distribuição é um assunto central das políticas universitárias dos países que estudamos, especialmente naqueles países em que estes recursos estão estagnados ou crescem muito menos que no passado. Exploramos a opinião dos três públicos a este respeito solicitando-lhes que estabelecessem sua própria hierarquia dos critérios que as administrações públicas poder levar em consideração para repartir os recursos entre as universidades. Alguns critérios são mais comuns que outros, e um deles provavelmente seja ainda hipotético. A lista de critérios foi a seguinte: a quantidade de alunos de cada universidade, o número de formados que cada universidade produz por curso, o número de centros com que conta cada universidade, o número de titulações que cada universidade oferece, o número de professores de cada universidade, os resultados da pesquisa realizada por cada universidade, e os resultados de avaliações externas sobre a qualidade de cada universidade. Os entrevistados tinham de decidir a qual deles dar maior importância, e quais se situariam em segundo e em terceiro lugar. Nos gráficos 6 a 8 observa-se que um critério sobressai, o da quantidade de alunos de cada universidade, mencionado como mais importante por porcentagens que vão de 28,1% dos professores a 32,3% dos estudan-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
201
tes, e que acaba sendo mencionado como um dos três critérios principais por aproximadamente a metade dos pesquisados. Em um segundo nível estaria o resultado da pesquisa, mencionado como mais importante por 20,8% dos estudantes, 26,6% dos professores e 25,5% do PAS. Nestes dois últimos grupos, cerca de dois terços mencionam este como um dos três critérios mais importantes. Em um terceiro nível estaria o resultado das avaliações externas, mencionado como mais importante por 16,7% dos estudantes, 21,3% dos professores e 21,6% do PAS. Nos dois últimos grupos a menção dos resultados das avaliações externas como um dos três critérios mais importantes chega a três quintos dos pesquisados (à metade no caso dos estudantes). Em um quarto nível seria incluído o número de formados, que refletiria uma perspectiva mais ajustada da eficiência com que trabalham as universidades. Ele é men-
GRÁFICO 6. Estudantes: dentre os seguintes critérios para o financiamento das universidades públicas por parte da administração, qual deveria ter maior importância? E em segundo lugar? E em terceiro? (em porcentagem)
EN PRIMER LUGAR EN SEGUNDO LUGAR EN TERCER LUGAR
70 60 50 40
32,3
30 20 10
10,410,6
11,8
12,7
20,8 19,8 12,5
9,3 10,5 4,8
12,6 13,0 5,8
4,4
9,5 10,3
14,1
16,717,514,9 0,9 0,7
0 O NÚMERO DE ALUNOS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE FORMADOS QUE CADA UNIVERSIDADE GERA POR CURSO
O NÚMERO DE CENTROS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE TITULAÇÕES QUE CADA UNIVERSIDADE OFERECE
O NÚMERO DE PROFESSORES DE CADA UNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA POR CADA UNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES EXTERNAS SOBRE A QUALIDADE DE CADA UNIVERSIDADE
OUTROS
3,8
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
202
cionado como mais importante por 11,8% dos estudantes, 11% dos professores e 13,3% do PAS. Sua menção como um dos três critérios mais importantes fica em torno de um terço dos pesquisados entre estudantes e professores, mas supera os dois quintos no caso do PAS. Em um último nível seriam situados, por um lado, critérios que, de fato, influenciam nos custos enfrentados por cada universidade, mas que, objetivamente, têm menos relevância neles do que, por exemplo, o número de alunos. Referimo-nos ao número de centros de cada universidade e ao número de titulações que oferece. Muito poucos pesquisados de cada público mencionam cada um desses dois critérios como o mais importante, e são relativamente poucos (entre 20 e 30%, aproximadamente) os que os mencionam entre os três primeiros. Por outro lado, neste último nível também se inclui outro critério, o do número de professores, que, estritamente falando, deveria ser central, na medida em que
30
EM PRIMEIRO LUGAR EM SEGUNDO LUGAR EM TERCEIRO LUGAR
28,1 26,6 23,6
20
10
GRÁFICO 7. Professores: dentre os seguintes critérios para o financiamento das universidades públicas por parte da administração, qual deveria ter maior importância? E em segundo lugar? E em terceiro? (em porcentagem)
16,7 9,7 11,4
11,012,0 12,7 3,3
20,7 18,5
10,9 9,7
7,9 9,4
7,8 7,8
21,3
4,0 3,7
1,2 0,7
0 O NÚMERO DE ALUNOS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE FORMADOS QUE CADA UNIVERSIDADE GERA POR CURSO
O NÚMERO DE CENTROS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE TITULAÇÕES QUE CADA UNIVERSIDADE OFERECE
O NÚMERO DE PROFESSORES DE CADA UNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA POR CADA UNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES EXTERNAS SOBRE A QUALIDADE DE CADA UNIVERSIDADE
OUTROS
3,8
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
203
grande parte dos custos das universidades são custos de pessoal e, particularmente, de pessoal docente. No entanto, as menções a este critério são tão escassas quanto aos dois comentados anteriormente. A NECESSIDADE DE DESTINAR MAIORES RECURSOS ÀS UNIVERSIDADES
Por último, ocupamo-nos da que costuma tornar-se a questão central no debate público sobre o financiamento universitário em muitos países, a da quantidade dos recursos disponíveis. Nossa intenção foi propor aos três públicos uma pergunta muito simples, a de se a quantidade de dinheiro público destinada a financiar as universidades públicas em seus países era insuficiente, adequada ou excessiva, e confrontar aqueles que a considerassem insuficiente com uma dose de realidade, a de se estavam dispostos a encarar um aumento de impostos para financiar esse maior gasto. Problemas na implan-
30
EM PRIMEIRO LUGAR EM SEGUNDO LUGAR EM TERCEIRO LUGAR
29,4 25,8 25,5
20
10
GRÁFICO 8. PAS: dentre os seguintes critérios para o financiamento das universidades públicas por parte da administração, qual deveria ter maior importância? E em segundo lugar? E em terceiro? (em porcentagem)
12,6 10,0
15,3
14,914,7 13,3 8,2
10,3
8,9
11,6 6,1 6,6
5,0 1,5
0 O NÚMERO DE ALUNOS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE FORMADOS QUE CADA UNIVERSIDADE GERA POR CURSO
O NÚMERO DE CENTROS DE CADA UNIVERSIDADE
21,6 17,8 20,5
1,9 O NÚMERO DE TITULAÇÕES QUE CADA UNIVERSIDADE OFERECE
O NÚMERO DE PROFESSORES DE CADA UNIVERSIDADE
1,0 1,0 OS RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA POR CADA UNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES EXTERNAS SOBRE A QUALIDADE DE CADA UNIVERSIDADE
OUTROS
2,0
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
204
tação do questionário levaram a que a primeira pergunta fosse respondida apenas pelo professorado e a segunda fosse respondida pelos três públicos: completamente no caso de estudantes e PAS (pois não foi aplicado o filtro que representava a primeira pergunta), e só aqueles professores que consideravam insuficientes os recursos atuais. De qualquer modo, os resultados são suficientemente claros como para oferecer uma ideia da opinião do conjunto da comunidade universitária ibero-americana. Para começar, a imensa maioria (80,2%) dos professores considera a quantidade de dinheiro público destinada a financiar a universidade pública de seu país como muito ou bastante insuficiente (42,8%) ou como um pouco insuficiente (38,0%) [GRÁFICO 9]. Apenas 13,8% a considera adequada, e porcentagens mínimas qualificam-na como excessiva. Dada a frequente semelhança das respostas dominantes em cada um de nossos três públicos, e dada a semelhança observada concretamente nas respostas à questão sobre a conveniência de que aumentassem os recursos provenientes da administração pública (vejase gráfico 2), o que se esperava era que as respostas de estudantes e PAS tivessem sido muito parecidas com as dos professores. Por outro lado, quase não há variações por região Universia, apesar de a apreciação dos recursos atuais como insuficientes ser realmente mais notável na Península Ibérica (com 88,2%), o que provavelmente tenha a ver, em parte, com as limitações orçamentárias marcadas pela crise econômica que está afetando países europeus como a Espanha e Portugal.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
205
A seguir, colocamos os três públicos no contexto de ter de contribuir com parte de seu próprio pecúlio para aumentar os recursos para a universidade pública, ou seja, consultamos se estariam dispostos a pagar mais impostos para financiar o aumento do gasto público em ensino público superior. Responderam todos os pesquisados estudantes e do PAS, mas, no caso do professorado, só os que tinham considerado os recursos públicos insuficientes. De qualquer modo, já que tinham sido considerados insuficientes por quase todos os professores, as respostas dos três públicos seriam comparáveis entre si. O que elas revelam é uma maioria reticente a este aumento de TOTAL
13,8
GRÁFICO 9. Profesores: você acha a quantidade de verba pública destinada a financiar a universidade pública em seu país... (em porcentagem; de acordo com a região
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
1,5 2,0 1,6 6,7
1,1 2,2 2,1
42,8
1,0 1,7 2,7 18,3 54,4
33,8
37,1
38,0 39,2
MÉXICO
10,2
RESTO
1,1 2,7 1,7
0,7 1,7 2,8
MUITO OU BASTANTE INSUFICIENTE
15,2
UM POUCO INSUFICIE ADEQUADA
37,0
47,6
44,3 35,0
UM POUCO EXCESSIVA MUITO OU BASTANTE EXCESSIVA NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
206
impostos, de 55,9% dos estudantes, 59,6% dos professores e de 65,7% do PAS. No entanto, não são poucos os que aceitariam pagar mais impostos para financiar esse gasto extra.
GRÁFICO 10. Em que medida você estaria disposto a pagar mais impostos para financiar o aumento do gasto público em ensino público superior? (porcentagens) (*)
MUITO DISPOSTO BASTANTE DISPOSTO POUCO DISPOSTO NEM UM POUCO DISPOSTO NÃO SABE
ESTUDANTES
5,6
PROFESSORES
3,5 7,9
1,7 13,3
14,1
22,1
24,9 24,4
33,8
PAS
25,4
34,7
(*) Os professores responderam que haviam considerado que o financiamento público da universidade pública era insuficiente (80.8% do total)
22,9
33,5
32,2
2. A contratação do professorado
Nesta seção tratamos das percepções dos três públicos pesquisados quanto a como é administrado o principal recurso humano das universidades, seu professorado. Oferecemos informação de várias opiniões a respeito de aspectos centrais desta gestão, mas também informação muito significativa quanto à procedência do professorado e dos critérios que deveriam guiar seu recrutamento, justamente segundo esta procedência. NÍVEL DE AUTONOMIA NA CONTRATAÇÃO
Em primeiro lugar, os três públicos concordam em que as universidades deveriam gozar de bastante autonomia na hora de contratar professores. Eles tiveram de pontuar a autonomia que deveria ter cada universidade para estabelecer os critérios de contratação de seu professorado em uma escala de 0 (mínima) a 10 (máxima). As respostas médias, por volta de 8 em 10 nos três públicos considerados, sinalizam uma reivindicação de uma autonomia relativamente ampla, mas não total [GRÁFICO 11].
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
208
Destacam-se, de qualquer modo, os entrevistados da Península Ibérica, por uma menor demanda de autonomia (médias por volta de 7 em 10). A ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE ACESSO AO PROFESSORADO UNIVERSITÁRIO
Em segundo lugar, os pesquisados avaliaram a adequação do sistema de acesso ao professorado em seus países, tanto para o caso das universidades públicas como para o das particulares. Isto foi feito mostrando seu nível de concordância (em uma escala de 0, não concordo, a 10, concordo plenamente) com dois enunciados em que se afirmava que este sistema de acesso é adequado para selecionar eficazmente o pessoal docente e pesquisador (veja-se gráfico 12). As opiniões médias revelam certa distância em relação a este sistema, que, aparentemente, poderia melhorar bastante aos olhos dos pesquisados. 10 9 8
7,8
8,1
8,1 8,0 6,9
7
7,6
7,2
7,8
8,1
8,6 8,5 7,9
8,2
8,3
6,8
6 5 4 3 2
GRÁFICO 11. Nível de autonomia que cada universidade deveria ter para estabelecer os critérios segundo os quais o professorado é contratado (média em uma escala de 0, mínima, a 10, máxima; de acordo com a região Universia)
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
209
No caso das universidades públicas, o nível de concordância com o enunciado correspondente aproxima-se de 5 em 10, o que poderia ser interpretado como uma aceitação fraca, e, certamente, como sinalizando um potencial amplo de melhoria. No caso das universidades privadas, o grau de concordância médio também está por volta de 5 em 10, e é preciso levar em consideração que os que não sabem o que responder representam uma proporção claramente maior do que a correspondente às universidades públicas. ENDOGAMIA E EXOGAMIA NA CONTRATAÇÃO DO PROFESSORADO
Em terceiro lugar, tratamos de um aspecto da contratação do professorado de destaque teórico e prático. Refe-
10 9 8 7 6 5
5,0 4,8 4,9
5,0
5,2 4,5
4 3
GRÁFICO 12. Grau de concordância com duas afirmações sobre o acesso ao professorado em universidades públicas e privadas (média em uma escala de 0, não concordo, a 10, concordo plenamente)
2 1 0 O SISTEMA ATUAL DE ACESSO PARA O PROFESSORADO NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS É ADEQUADO PARA UMA SELEÇÃO EFICIENTE DO PESSOAL DOCENTE E DE PESQUISA.
O SISTEMA ATUAL DE ACESSO PARA O PROFESSORADO NAS UNIVERSIDADES PRIVADAS É ADEQUADO PARA UMA SELEÇÃO EFICIENTE DO PESSOAL DOCENTE E DE PESQUISA.
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
210
rimo-nos a se o normal é que cada universidade selecione seu professorado entre seus próprios formados ou se, pelo contrário, é muito mais normal que contratem professores formados em outras universidades. No primeiro caso, a contratação seria endogâmica e no segundo caso, exogâmica. O interessante do predomínio de um ou de outro modelo de contratação é que pode ter consequências no funcionamento e, especialmente, nos resultados da atividade universitária, especialmente, da atividade de pesquisa. De fato, foi estudado e ficou comprovado empiricamente que quanto maior o grau de endogamia na contratação do professorado em um país, menor é sua produtividade científica e sua inovação.3 Por um lado, se os formados em uma universidade acabam sendo professores nesta universidade, tenderão a reiterar os modos de aprendizagem e ensino habituais nela, a confiar menos na produção científica dos professores de fora, e a preferir os tratos (de todo tipo) com pessoas de dentro da universidade. Se prevalecer este tipo de seleção, as influências externas serão mais reduzidas que no caso contrário. Por outro lado, quanto menos professores procedam de outra universidade, menor será a capacidade de combinar conhecimentos diversos e maior a dificuldade para estabelecer conexões com pesquisadores externos. Se a capacidade de combinação de influências diversas e de formação de redes externas é inferior na universidade endogâmica, o esperável é que também o seja sua produtividade científica, sobretudo dadas as condições atuais da pesquisa.
3. Veja-se Víctor PérezDíaz e Juan Carlos Rodríguez, Capital social e inovação na Europa e na Espanha (Madri, Fundação Cotec), pp. 92-95.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
211
Esses raciocínios estão por trás do interesse das perguntas que colocamos aos professores a respeito de sua proveniência. Por um lado, perguntamos pela universidade em que tinham cursado a licenciatura (ou estudos equivalentes) que lhes tinham permitido serem professores universitários. 41,9% afirmaram tê-la cursado na mesma universidade em que trabalham atualmente, 49,6% a teriam feito em outra universidade do mesmo país, e 8,5% ter-se-iam formado em uma universidade estrangeira [GRÁFICO 13]. A taxa de endogamia, assim medida, ficaria, então, por volta de dois quintos do professorado. É mais alta na Península Ibérica, com 49,8%, e no
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
41,9
4,1 26,7
49,8 43,4
49,6
69,2
MÉXICO
RESTO
5,5
12,0 50,1
44,4
BRASIL
6,8
8,5
GRÁFICO 13. Professores. Em que universidade você fez a licenciatura ou estudo de nível equivalente que te habilitou para ser professor universitário? (porcentagens; de acordo com a região Universia)
43,0 45,1
NA UNIVERSIDADE EM QUE TRABALHA ATUALMENTE EM OUTRA UNIVERSIDADE DO MESMO PAÍS EM UMA UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
212
México, com 50,1%. E é claramente mais baixa no Brasil, com 26,7%. Por outro lado, perguntamos aos professores com título de doutor se tinham apresentado sua tese doutoral na mesma universidade em que tinham obtido a graduação ou em outra. Combinando suas respostas a ambas as perguntas, pudemos classificá-los a depender de se a tinham defendido na universidade em que trabalhavam atualmente, em outra universidade do mesmo país (diferenciando entre se era a mesma em que tinha obtido a graduação ou outra), e em uma universidade estrangeira. Para este segmento do professorado, a taxa de endogamia seria um pouco inferior, de 35,7%, e aumentaria claramente a porTOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
12,8
8,5
51,1
24,6
18,8
MÉXICO
RESTO
6,5
NA UNIVERSIDADE EM QUE TRABALHA
18,1 46,3
38,4 19,0
28,3
15,8
46,4
26,1
24,4
18,8
BRASIL
8,7
35,7
27,1
GRÁFICO 14. Professores doutores: em que universidade você defendeu sua tese? (porcentagens; de acordo com a região Universia)
24,5
EM OUTRA UNIVERSIDADE DO MESMO PAÍS (A MESMA DE SUA LICENCIATURA) EM OUTRA UNIVERSIDADE DO MESMO PAÍS (DIFERENTE À DE SUA LICENCIATURA) EM UMA UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
213
centagem dos que tinham obtido seu título de doutor em universidades estrangeiras (12,8%) [GRÁFICO 14]. Novamente o recrutamento interno é mais alto na Península Ibérica (46,4%) e muito reduzido no Brasil (15,8%). Assunto diferente é qual o modelo de recrutamento preferido pelos diferentes membros da comunidade universitária, e, particularmente, se eles estão convencidos das vantagens da exogamia. Não parecem estar completamente. Pedimos-lhes que mostrassem sua concordância (na escala de 0 a 10) com a seguinte afirmação: “os sistemas universitários deveriam estar desenhados de tal forma que os professores tendam a trabalhar em uma universidade diferente daquela em que se formaram”. Isso é o que acontece, de um modo ou de outro, nos Estados Unidos, no Reino Unido ou na Alemanha. As pontuações obtidas apontam para uma opinião indecisa ou para um grau mínimo de concordância, pois ficam por volta do ponto médio na escala, 5 [GRÁFICO 15]. A concordância é um pouco mais alta no México, mas é um pouco mais baixa na outra região com maior taxa de endogamia, a Península Ibérica. 10 9 8 7 6 5
6,1 5,0
5,5 4,7
4,3
4,6
4,9
5,7
6,0
5,0
4,7
5,6 4,9
4,3
4,5
4
GRÁFICO 15. Grau de concordância com: “os sistemas universitários deveriam ser desenhados de tal modo que os professores tendam a trabalhar em uma universidade diferente daquela na qual se formaram” (média em uma escala de 0, não concordo, a 10, concordo plenamente; de acordo com a região Universia)
3 2
ESTUDIANTES PROFESSORE PAS
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
3. Autonomia e prestação de contas
Uma vez analisadas as percepções relativas a alguns dos aspectos básicos da quantidade e da qualidade dos recursos humanos e não humanos administrados pelas universidades, colocamos nossa atenção em sua organização e funcionamento. Começamos estudando a questão da autonomia universitária na administração destes recursos, tanto do ponto de vista de seu alcance, tal como o veem os entrevistados, quanto da outra face da autonomia, que é a responsabilidade ou, na linguagem atual, a necessidade que têm de prestar contas frente a grupos externos à universidade. Neste último aspecto interessanos, particularmente, o papel das agências de avaliação. AVALIAÇÃO DO GRAU DE AUTONOMIA DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
Os três públicos qualificaram o grau de autonomia na gestão de seus recursos com que contavam as universidades públicas de seu país utilizando uma escala de 0 (mínima) a 10 (máxima). Dá a impressão de que lhes atribuiriam uma autonomia média, pois as médias obtidas ficam em
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
215
torno de 6 em 10 nos três grupos [GRÁFICO 16]. Talvez os entrevistados do México percebam uma maior autonomia universitária (com pontuações médias que se aproximam de 7) e talvez os entrevistados da Península Ibérica a percebam menor (com médias que quase não passam de 5). PRESTANDO CONTAS FRENTE A AGENTES EXTERNOS: AS PREFERÊNCIAS
As preferências quanto aos agentes externos às universidades frente aos quais estas deveriam prestar contas estão relativamente claras nos três públicos, ainda que se observe certa variação por regiões Universia. No caso dos estudantes [GRÁFICO 17], uma maioria relativamente clara (55,3%) acha que as universidades públicas de seu país deveriam prestar contas ao público ou à sociedade em geral, de onde eram lembrados de que procedia, através dos impostos, a maior parte do financiamento. Em segundo lugar, a quinta parte (24,8%) mencionou
10 9 8 7 6
5,7
6,0
6,7 6,7 6,7
6,2
6,0 5,0 5,1
5
5,4
6,2 6,2 5,6
5,4 5,4
4
GRÁFICO 16. Qualificação do grau de autonomia com que contam as universidades públicas do país do entrevistado para administrarem seus recursos humanos e não humanos (média, em uma escala de 0, mínima, a 10, máxima), de acordo com a região Universia
3 2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
216
os órgãos das administrações públicas, e apenas 15,3% mencionou o que poderiam considerar a “clientela” principal da universidade, os estudantes e suas famílias. Em uma comparação regional, destacam-se os casos do Brasil, com uma menção máxima (72,3%) do público em geral, e do México, com uma menção mínima (34,5%) do mencionado ator, o que se traduz em uma menção maior aos estudantes e suas famílias. No caso dos professores, a primeira preferência é a mesma, com aproximadamente 60,2% deles favoráveis a prestar contas frente ao público ou à sociedade em geral. TOTAL
24,8
3,13,1 1,5 1,5
GRÁFICO 17. Estudantes. Frente a quem, principalmente, as universidades públicas deveriam prestar contas em seu país? (porcentagens), de acordo com a região Universia
PENÍNSULA IBÉRICA
24,8
BRASIL
4,44,4 0,817,6 17,60,8
18,5
1,5 0,6 0,6
18,5 7,2
55,3
15,3
20,0 57,3 72,3
MÉXICO
1,6
1,7 2,1
7,0 29,4
34,5
56,3 27,4
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
RESTO
27,7
12,2
FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EM GERAL, QUE É QUEM AS FINANCIA MAJORITARIAMENTE FRENTE A OUTROS ATORES NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
217
Também concordam com os estudantes em sua segunda preferência, a das administrações públicas, ainda que a porcentagem que as menciona seja mais alta que a dos estudantes (33,3%). No entanto, apenas 3,6% mencionam os estudantes e suas famílias. Também entre os professores está mais acentuada a preferência pela sociedade em geral que no resto das regiões, mas os professores mexicanos não confirmam a opinião menos inclinada ao mencionado ator de seus estudantes.
TOTAL
33,3
1,7
PENÍNSULA IBÉRICA
1,2
2,0 1,5
33,3
GRÁFICO 18. Professores. Frente a quem, principalmente, as universidades públicas deveriam prestar contas em seu país? (porcentagens), de acordo com a região Universia
BRASIL
0,5
30,7
1,5 23,9
2,6 60,2
3,6
3,7
62,1
71,5
MÉXICO
2,3
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
RESTO
1,1
2,0
1,0
FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS
27,9 40,0 60,6
8,1
54,8 2,3
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EM GERAL, QUE É QUEM AS FINANCIA MAJORITARIAMENTE FRENTE A OUTROS ATORES NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
218
No PAS também se observa uma preferência clara por prestar contas frente ao público ou à sociedade em geral: 58% dos pesquisados escolhe esta opção. A variação regional nas opiniões deste público é similar à observada para os professores. PRESTANDO CONTAS FRENTE A AGENTES EXTERNOS: A REALIDADE TAL COMO É PERCEBIDA
As preferências em termos de prestação de contas dos três públicos contrastam nitidamente com a realidade tal como é percebida por eles.
TOTAL
1,2
PENÍNSULA IBÉRICA
1,5
1,2
GRÁFICO 19. PAS. Frente a quem, principalmente, as universidades públicas deveriam prestar contas em seu país? (porcentagens), de acordo com a região Universia
BRASIL
2,9
1,2 25,4 34,2
35,1
1,4
58,5
58
3,3
4,1
72,6
MÉXICO
2,2
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
RESTO
2,2
1,4
1,3
27,4
8,3
42,7 50,8
59,9 3,8
FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EM GERAL, QUE É QUEM AS FINANCIA MAJORITARIAMENTE FRENTE A OUTROS ATORES NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
219
Fica bastante claro que os três grupos concordam em afirmar que as universidades públicas, na prática, prestam contas, sobretudo, frente aos órgãos das administrações públicas. É o que acredita quase a metade dos estudantes e quase dois terços de professores e PAS [GRÁFICOS 20 A 22]. Também é interessante assinalar que não são poucos os que acham que, na realidade, quase não se presta contas frente a nenhum dos atores considerados: é como o vê aproximadamente um quinto de cada público estudado. Em qualquer caso, fica muito claro que poucos
TOTAL
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EM GERAL, QUE É QUEM AS FINANCIA MAJORITARIAMENTE
20,8 51,3
49,1
19,2
FRENTE A OUTROS ATORES NA VERDADE, QUASE NÃO PRESTA CONTAS A NENHUM DESTES ATORES
20,5 2,7
7,1
2,3 2,7 2,5
5,1
BRASIL
1,8 3,5 1,1
NÃO SABE
MÉXICO
RESTO
15,1
17,2
17,5 12,0
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS) FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS
PENÍNSULA IBÉRICA
16,8
GRÁFICO 20. Estudantes. Frente a quem prestam contas, na prática, as universidades do seu país (porcentagens), de acordo com a região Universia
64,2
8,2 39,6
4,0
45,9
26,7 16,5 14,5
2,76,0 3,6
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
220
entrevistados acham que o público ou a sociedade em geral seja o destinatário principal da prestação de contas das universidades públicas. As respostas dos três públicos mostram, por sua vez, uma variação regional bastante similar. O mais evidente é que a menção dos órgãos das administrações públicas como principal ator frente ao qual se presta contas está mais difundida no Brasil. No entanto, os estudantes mexicanos diferem de seus professores ao atribuir bastante menor relevância às administrações públicas e maior aos estudantes (e suas famílias) e ao público em geral.
GRÁFICO 21. Professores. Frente a quem prestam contas, na prática, as universidades do seu país (porcentagens), de acordo com a região Universia
FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS
PENÍNSULA IBÉRICA
21,6 63,4 1,4 5,3 0,9
27,7
60,3
FRENTE A OUTROS ATORES NA VERDADE, QUASE NÃO PRESTA CONTAS A NENHUM DESTES ATORES
1,0 2,9 0,3
BRASIL
NÃO SABE
MÉXICO
RESTO
6,7
7,0
9,0 16,7
14,1 1,3 3,2 0,5
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EM GERAL, QUE É QUEM AS FINANCIA MAJORITARIAMENTE
7,9
7,4
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
72,0
56,8
3,1 13,2 3,2
25,0 0,9 3,9 0,3
63,3
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
221
O PAPEL DAS AGÊNCIAS EXTERNAS DE AVALIAÇÃO
Quando se fala de prestação de contas, o conteúdo mínimo da expressão inclui que as universidades forneçam a informação suficiente que permita a um observador externo emitir juízos razoáveis quanto à qualidade, eficácia ou eficiência daquelas no cumprimento de seus fins. Emitir estes juízos implica, por outro lado, uma necessidade de comparar o desempenho de algumas universidades com o de outras, visto de um modo geral ou de maneira específica (comparando, por exemplo, o rendi-
TOTAL
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EM GERAL, QUE É QUEM AS FINANCIA MAJORITARIAMENTE
8,1 17,8
22 64,2 1,1 5,6 0,8
1,0 2,7 0,5
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS) FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS
PENÍNSULA IBÉRICA
6,4
GRÁFICO 22. PAS. Frente a quem prestam contas, na prática, as universidades do seu país (porcentagens), de acordo com a região Universia
FRENTE A OUTROS ATORES NA VERDADE, QUASE NÃO PRESTA CONTAS A NENHUM DESTES ATORES
70
NÃO SABE
BRASIL
11,3
MÉXICO
5,2
RESTO
6,2
6,9 13,6
1,7 5,2 0,3
2 76,2
61,1
30,8 58,9
13,4 3,1
0,5
3,4 0,2
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
222
mento entre os cursos). Essa informação, individualizada e comparável, pode depois fazer parte dos cada vez mais comuns rankings universitários ou ser a base das análises, individuais ou comparativas, a propósito da qualidade universitária realizadas por determinadas agências, públicas ou privadas. Em princípio, a relevância dessas agências cresceu nos últimos lustros, pelo qual uma primeira questão interessante era a de se, de fato, os três públicos a reconheciam. Colocamos esta questão pedindo-lhes que atribuíssem uma pontuação na escala de 0 (nenhuma importância) a 10 (muita importância) à importância real que as agências externas têm na avaliação da qualidade das universidades. As médias obtidas (por volta de 6 em 10) sugerem que sua relevância nesta avaliação é média [GRÁFICO 23].
10 9 8 7 6
7,1 7,2 6,0 6,1
6,5 5,8 5,7
7,5
6,4 6,3 6,3
6,3 5,6 5,7
4,7
5 4 3 2
GRÁFICO 23. Importância real que têm na avaliação da qualidade das universidades as agências (públicas ou privadas) externas às universidades (média em uma escala de 0, nenhuma, a 10, muita), de acordo com a região Universia ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
223
De qualquer modo, se levarmos em consideração a opinião dos entrevistados, pareceria que no México essa importância é um pouco maior (pontuações superiores a 7) e um pouco menor na Península Ibérica (as pontuações não chegam a 6 e a dos estudantes sequer chega a 5). Em geral, os pesquisados desejariam que a importância das agências externas fosse maior que a que têm. Na escala de 0 (deveriam ter uma importância mínima) a 10 (importância máxima), obtêm-se médias muito próximas de 8, isto é, 2 pontos acima da importância real tal como é percebida pelos pesquisados [GRÁFICO 24]. Os entrevistados da Península Ibérica são um pouco mais indiferentes a esta mudança. Uma das questões que se debate a respeito do papel que podem desempenhar estas agências nos sistemas
10 9 8
7,8 7,9
8,3 7,0
7
6,8
7,2
7,7 7,8
8,0
8,0 8,2
8,4
8,0 8,2
8,5
6 5 4 3
GRÁFICO 24. Importância que deveriam ter as agências externas na avaliação da qualidade das universidades (média em uma escala de 0, mínima, a 10, máxima), de acordo com a região Universia
2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
224
universitários atuais é a de sua titularidade, pública ou privada. A postura dominante nos três públicos é, para dizê-lo de algum modo, bastante aberta. Maiorias claras, por volta de três quintos, são partidárias de que possa haver agências públicas e agências privadas [GRÁFICO 25], ainda que em segundo lugar se situe a quinta parte que opta por que sejam todas públicas. São muito poucos os partidários de que sejam todas privadas. Não há diferenças significativas de acordo com a região Universia à que pertencem as universidades dos estudantes e do PAS, mas há alguma de interesse no que se refere ao público dos professores. Como se verifica no gráfico 26, entre eles destacam-se muito claramente os professores da Península Ibérica, que são, em média, bastante menos partidários da postura aberta (44,8%, frente a 62,2% da amostragem total) e bastante mais de que só haja agências públicas (45,7%, frente a 28% do total). GRÁFICO 25. Qual das seguintes opções relativas a essas agências externas de avaliação melhor reflete a sua opinião? (em porcentagem)
ESTUDIANTES
PROFESORES
26,5
DEVEM SER TODAS PRIVADAS DEVERIAM PODER EXISTIR AGÊNCIAS PÚBLICAS E AGÊNCIAS PRIVADAS NÃO SABE
PAS
5,1
3,8
8,1
DEVEM SER TODAS PÚBLICAS
25,7
28,0
7,3
7,1
6,0
58,1 62,2
62,1
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
225
GRÁFICO 26. Professores. Qual das seguintes opções relativas a essas agências externas de avaliação melhor reflete a sua opinião? (porcentagens), de acordo com a região Universia TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
4,7
6,1
3,8
23,5
45,7
28,0
4,6 6,0 67,1
44,8
62,2
3,4
MÉXICO
RESTO
3,4
2,9 25,9
25,6
DEVEM SER TODAS PÚBLICAS DEVEM SER TODAS PRIVADAS
6,4 64,6
7,1 64,1
DEVERIAM PODER EXISTIR AGÊNCIAS PÚBLICAS E AGÊNCIAS PRIVADAS NÃO SABE
4. A governança das universidades
Analisamos nesta seção as percepções dos três públicos a respeito de vários aspectos centrais da governança das universidades públicas: a avaliação do modo de governança existente em cada país, a conveniência de que o modo de governança seja único para todas as universidades, e as preferências quanto ao tipo de eleição ou nomeação da máxima autoridade das universidades (reitores ou presidentes), bem como em relação ao peso que devem ter os diferentes partícipes da vida universitária nesta nomeação. AVALIAÇÃO DOS MODELOS DE GOVERNANÇA REALMENTE EXISTENTES
Os três públicos pesquisados não parecem muito satisfeitos com o(s) modelo(s) de governança das universidades públicas de seus países. Seu grau de concordância médio com este modelo, medido na escala de 0 (discordância total) a 10 (concordância total), quase não passa de 5 na mencionada escala, o que se pode interpretar como uma
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
227
concordância extremamente fraca [GRÁFICO 27]. Esta concordância é ainda mais fraca na Península Ibérica e no Brasil, e um pouco menos no México. A seguir oferecemos algumas pistas a respeito de quais seriam as características dos modelos de governança universitária que mais poderiam aumentar essa satisfação. DIVERSIDADE OU HOMOGENEIDADE DO MODELO DE GOVERNANÇA DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
Uma das opções básicas que os sistemas universitários efetuaram historicamente, seja por um projeto imposto, seja por uma evolução semiespontânea vinda de baixo, refere-se à existência de vários ou de apenas um modelo de governança das universidades públicas. Em um país como a Espanha tendeu-se à homogeneidade, enquan-
10 9 8 7 6 5
6,2 6,1 5,3 5,2 5,4
4,7
4,9 5,0
4,8 4,7
6,4 5,2 5,1 5,4
4,5
4 3 2
GRÁFICO 27. Grau de concordância com o modelo de governança das universidades públicas no país do entrevistado (média em uma escala de 0, discordância total, a 10, concordância total), de acordo com a região Universia ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
228
39,2
42,4
57,1
56,4
0,7 38,0
1,2
3,7
2,9 23,6
26,9
33,4 62,3
44,3
33,3 61,2
60
58,1
70
36,9
80
21,8
90
1,6
7,0
2,3
4,3
5,5
5,2 49,9 44,9
5,2
7,3 48,3
2,0 39,2 58,8
44,5
2,4 37,8 59,8
100
5,2
to há maior diversidade em países como o Reino Unido ou os Estados Unidos. De qualquer modo, pelo menos na Europa, tendeu-se a regular legalmente a composição e as funções dos órgãos máximos de governança, deixando um espaço limitado para a autonomia de cada universidade.4 Para os nossos pesquisados foi colocada aquela alternativa, ou seja, que escolhessem entre a opção de que cada universidade pública possa decidir livremente seu modelo de governança e a de que todas tenham o mesmo. O resultado é bastante claro: uma maioria clara (próxima de 60%) em cada um dos três grupos prefere a opção da diversidade potencial, enquanto não chegam a 40% os que escolhem a opção da homogeneidade.
10
61,3
73,6
66,1
53,5
20
36,7
30
58,0
40
76,6
50
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
0
4. Veja-se Thomas Estermann e Terhi Nokkala, University autonomy in Europe I. Exploratory study (Bruxelas, European University Association, 2009), pp. 14-17.
GRÁFICO 28. Se você pudesse escolher, o que preferiria: que cada universidade pública decida livremente seu modelo de governança ou que todas as universidades públicas tenham o mesmo modelo de governança? (em porcentagem, de acordo com a região Universia)
QUE CADA UNIVERSIDADE DECIDA QUE TODAS TENHAM O MESMO NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
229
De qualquer modo, essas preferências ocultam variações significativas de acordo com a região da universidade do entrevistado. A opção pela diversidade potencial está especialmente difundida entre os pesquisados do México, atingindo, por exemplo, 76,6% de seus professores. Pelo contrário, tem um alcance bem menor na Península Ibérica, região em que talvez seja majoritária a opção pela homogeneidade. PREFERÊNCIAS QUANTO AOS MECANISMOS DE ESCOLHA DE REITORES OU PRESIDENTES
Que seja observada uma demanda relativamente ampla de liberdade de escolha do modelo de governança não implica que cada membro da comunidade universitária não tenha suas próprias preferências a este respeito, que também foram pesquisadas. Por um lado, pedimos que escolhessem entre os quatro modelos mais difundidos de eleição ou nomeação dos reitores (ou presidentes) das universidades públicas.5 Os quatro modelos de escolha de reitor são os seguintes: a) eleito por um corpo eleitoral específico que representa (direta ou indiretamente) os diferentes grupos da comunidade universitária (pessoal acadêmico, pessoal administrativo e de serviços, estudantes); b) eleito por uma congregação (ou órgão equivalente) que foi eleita democraticamente pela comunidade universitária; c) nomeado por órgão de governança que decide assuntos estratégicos, por exemplo, uma junta de governança, um conselho de administração, um conselho social ou o titular da Universidade; e d) eleito por meio de um procedimento em que intervêm o conselho de governança e a congregação.
5. Obtidos de Estermann e Nokkala, University autonomy in Europe.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
230
ELEITO POR UM CORPO ELEITORAL ESPECÍFICO QUE REPRESENTA (DIRETA OU INDIRETAMENTE) OS DIFERENTES GRUPOS DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA (PESSOAL ACADÊMICO, PESSOAL ADMINISTRATIVO E DE SERVIÇOS, ESTUDANTES)
A hierarquia de opções é fácil de entender a partir do ponto de vista das potenciais demandas de voz e voto dos públicos pesquisados. A opção claramente predominante é a primeira, a que implica a participação mais direta dos membros da comunidade universitária na eleição. É a preferida por 58% dos estudantes, 50,6% dos professores e 55,4% do PAS [GRÁFICO 29]. A segunda opção é outra que também garante, ainda que por vias mais indiretas (a de uma congregação eleita democraticamente), a participação dos diferentes estamentos da comunidade universitária, isto é, dos três públicos que estudamos. É a preferida por 16,9% dos estudantes, 24,1% dos professores e 21,5% do PAS. A terceira opção também o é em termos do grau de participação dos membros da comunidade universitária, que interviriam de maneira indireta (através da congregação) e em colaboração com o conselho
ELEITO POR UMA CONGREGAÇÃO (OU ÓRGÃO EQUIVALENTE) QUE FOI ELEITA DEMOCRATICAMENTE PELA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA NOMEADO PELO ÓRGÃO DE GOVERNANÇA QUE DECIDE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS, POR EXEMPLO, UMA JUNTA DE GOVERNANÇA, UM CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, UM CONSELHO SOCIAL OU O TITULAR DA UNIVERSIDADE ELEITO POR UM PROCEDIMENTO NO QUAL INTERVÊM O CONSELHO DE GOVERNANÇA E A CONGREGAÇÃO
GRÁFICO 29. Dos modelos seguintes, qual você acha mais adequando para a escolha dos reitores (ou presidentes) das universidades públicas? (em porcentagem)
ESTUDIANTES
10,5 4,9
21,5
NO SABE
PROFESORES
7,7
12,9 55,4 7,6
24,1
PAS
4,8
13,8
50,6 8,7
16,9
2,6 58,0
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
231
de governança. É a preferida por 13,8% dos estudantes, 12,9% dos professores e 10,5% do PAS. Em último lugar, com muito poucas menções, encontra-se a opção em que a participação de estudantes, professores e/ou PAS parece mínima, ao intervir nela exclusivamente a junta de governança ou o conselho de administração. Seja como for a participação dos três públicos na eleição do reitor, também pode variar o peso relativo de cada um deles no corpo eleitoral ou nos órgãos correspondentes. Também incluímos esta temática no questionário, perguntando que importância deviam ter diferentes partícipes da vida universitária na nomeação de reitores (ou presidentes) das universidades públicas, ao que deviam responder os pesquisados utilizando uma escala de 0 (nenhuma importância) a 10 (muita). As tendências básicas das respostas foram novamente as esperáveis, tendo-se em conta os plausíveis interesses de cada público em participar da governança das universidades, mas também a intensidade da vinculação com estas instituições. Ao professorado os três públicos atribuíram níveis altos de importância, ao redor de 8,5 em 10, sem diferenças apreciáveis entre públicos (gráfico 30). Essas diferenças apareceram na opinião dos estudantes. Para professores e PAS, em média, sua importância devia ascender a níveis próximos de 6 em 10, mas para os próprios estudantes devia situar-se perto de 8. Também se observam diferenças no que se refere ao PAS: para estudantes e para o próprio PAS, a importância deste na nomeação dos reitores devia superar o nível de 7 em 10, mas para os professores devia situar-se apenas acima de 6.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
232
Em qualquer caso, essas diferenças são menores em comparação com as que existem entre a importância atribuída a esses três públicos, digamos, de insiders e a atribuída aos que provavelmente esses mesmos três públicos percebem como outsiders. Assim, em média, para professores e PAS, a importância que deveriam ter os representantes da administração que financia a universidade ficaria apenas em 5 de 10, enquanto que para os estudantes sequer chegaria a 6. Quer dizer, proporções amplas dos três grupos seriam contra prestar contas, sobretudo, frente a órgãos da administração pública, e contra conceder a estes um peso relevante na governança da universidade.
10 9
8,5
8,8
8,4
8,1
8
7,4
7,2
7 6,0
6
6,5
6,3
5,9 5,2
5,0 5,0
5
4,6 4,3
4,3
4
3,4 3,4
3 2
GRÁFICO 30. Que importância deveriam ter os seguintes participantes da vida universitária na nomeação dos reitores (ou presidentes) das universidades públicas? (média em uma escala de 0, nenhuma, a 10, muita)
1 0 O PROFESSORADO
OS ESTUDANTES
O PESSOAL DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
OS OS REPRESENTANTES REPRESENTANTES DA ADMINISTRAÇÃO DAS EMPRESAS QUE QUE FINANCIA A FIZERAM UNIVERSIDADE DONAÇOES OU TÊM CONTRATOS COM A UNIVERSIDADE
OS REPRESENTANTES DO TECIDO ECONÓMICO E SOCIAL DA CIDADE OU REGIÃO DA UNIVERSIDADE
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
233
As pontuações dadas aos representantes do tecido econômico e social do território em que se assenta a universidade são ainda mais baixas, entre 4,3 e 5,2. Mais baixas ainda são as que recebem os representantes das empresas que fazem doações ou que têm contratos com a universidade, entre 3,4 e 4,3. Nesta ocasião, as variações regionais são observadas, justamente, em relação àqueles que denominamos outsiders. Mostramos o caso dos representantes da administração (gráfico 31) e o dos representantes do tecido econômico e social local (gráfico 32). Parece ser dada maior importância aos representantes da administração no México, e menor, talvez, na Península Ibérica.
10 9 8
7,2
7 6 5
6,0
5,9 5,0 5,0
5,9
5,4
5,1 4,2 4,2
6,4 5,6 4,8 4,9
4,6
4 3
GRÁFICO 31. Que importância deveriam ter os representantes da administração que financia a universidade na nomeação dos reitores (ou presidentes) das universidades públicas? (média em uma escala de 0, nenhuma, a 10, muita) de acordo com a região Universia
2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
234
Aos representantes do tecido econômico e social local também é atribuída uma maior importância no México, e parece que lhes é dada menor importância na Península Ibérica.
10 9 8 6,8
7 6 5
5,2 4,5
4,9 4,3
4
4,1
3,6 3,6
5,3 5,2 4,6
5,0 4,3 4,4
3,8
3
GRÁFICO 32. Que importância deveriam ter os representantes do tecido econômico e social da localidade ou região da universidade na nomeação dos reitores (ou presidentes) das universidades públicas? (média em uma escala de 0, nenhuma, a 10, muita) de acordo com a região Universia
2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
5. A gestão administrativa das universidades
Continuando com as percepções do funcionamento das universidades como organizações, nesta seção tratamos, com certo detalhamento, da temática da gestão das universidades. Tratamos de como os três públicos veem a eficácia desta gestão, de suas preferências a respeito do grau de profissionalização que deveria ocorrer nos diferentes níveis de gestão, e de seus pontos de vista quanto à preparação do professorado para realizar tarefas de gestão. EFICÁCIA DA GESTÃO DAS UNIVERSIDADES
Em média, os três públicos têm certas dúvidas quanto à eficácia da gestão ou da organização administrativa de suas próprias universidades. Ao avaliá-las em uma escala de 0 (ineficácia total) a 10 (eficácia total), as pontuações médias que se obtêm situam-se entre 5,5 e 6, o que sugere certa margem de melhora, não necessariamente a que chega ao ponto 10 da escala [GRÁFICO 33]. Como se vê
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
236
no gráfico 33, a opinião sobre a eficácia organizacional da própria universidade é um pouco mais benevolente no México. Na avaliação comparativa da eficácia das universidades públicas e das universidades privadas do país do pesquisado saem-se um pouco melhor as universidades privadas, como se observa no gráfico 34. Elas são mencionadas como mais eficazes, em média, por 43,6% dos estudantes, 46,4% dos professores e 54,1% do PAS, porcentagens que são claramente superiores às dos que mencionam as universidades públicas (22,7, 20,4 e 17,5%, respectivamente). Não se deve esquecer, de qualquer modo, a presença de um segmento intermediário de certo tamanho que pensa que a eficácia é similar em ambos os tipos de instituições, nem um segmento não desprezível de pesquisados que não sabe o que responder nesta pergunta.
10 9 8 7,0
7 6
6,0 5,4
5,6
5
6,8 6,2
5,7 5,1
4,8
5,4 5,4 5,3
6,0 5,2
5,4
4 3
GRÁFICO 33. Grau de eficácia da gestão ou da organização administrativa da universidade do entrevistado, em geral (média em uma escala de 0, ineficácia total, a 10, eficácia total) de acordo com a região Universia
2
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
1 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
237
É precisamente o nível de desconhecimento o que marca as diferenças inter-regionais mais claras, pois é muito mais alto na Península Ibérica (com valores próximos de 30%) que no resto (em torno de 10/12%). Além do mais, observam-se outras diferenças relevantes. O peso relativo das universidades privadas é ainda maior no Brasil, e é menor no México e na Península Ibérica. A PROFISSIONALIZAÇÃO DOS DIFERENTES NÍVEIS DE GESTÃO
Outra das questões com certo destaque na discussão pública sobre as universidades, particularmente as públicas, tem a ver com certa tendência, nos últimos lustros, à substituição de acadêmicos por profissionais, ou à sua complementação, em diversos cargos, começando pelos
9,8
8,2
10,1
7,1
8,7
49,5
52,6
19,9
20,9 RESTO
PAS 11,8
18,4 PROFESSORES
20,5
11,9
66,5 MÉXICO
ESTUDANTES
23,3 29,5 PAS
21,6 29,2 PROFESSORES
36,0 ESTUDANTES
13,6 PAS
17,1
16,2
18,2
PROFESSORES BRASIL
40,1
40,5
30,6 48,8 21,4
23,1
PENÍNSULA IBÉRICA
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
0
TOTAL
56,8
47,1 19,8
24,8 18,1
19,8 22,0
13,8 19,0
20,4
10
22,7
20
17,5
30
15,9
40
27,0
35,0
50
27,6
46,4 21,0
54,1
43,6 19,6
70 60
10,4
12,5
13,6
30,1
80
30,5
32,3
15,0
12,5
12,2
90
14,1
100
GRÁFICO 34. Em seu país, em que instituições é mais eficaz, em média, a gestão, nas universidades públicas ou nas universidades privadas? (porcentagens), de acordo com a região Universia PÚBLICAS SIMILAR EM AMBAS PRIVADAS NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
238
de máximo nível executivo (gerentes nas universidades). Exploramos os pontos de vista sobre esta questão solicitando que os pesquisados decidissem como compor órgãos de gestão de diferentes níveis nas universidades públicas escolhendo dentro de uma gama de possibilidades a depender do peso relativo dos acadêmicos e dos profissionais da gestão. As possibilidades eram: a) a gestão deveria estar exclusivamente nas mãos de profissionais de gestão; b) deveria estar, sobretudo, nas mãos de profissionais de gestão; c) deveriam estar igualmente representados os profissionais de gestão e os que não são profissionais de gestão (acadêmicos); d) deveria estar, sobretudo, nas mãos de não profissionais da gestão (acadêmicos); e e) deveria estar exclusivamente nas mãos de não profissionais de gestão (acadêmicos). Os três níveis foram: os níveis máximos de governança (Reitor, Presidente, e sua equipe direta), a gestão de uma Faculdade, Escola ou instituição equivalente, e a gestão de um Departamento ou órgão equivalente. Em relação aos níveis máximos de gestão e governança, a opinião média dos professores diferenciou-se com certa clareza da dos estudantes e do PAS. Entre os professores, os que optavam por que a gestão correspondesse exclusiva ou majoritariamente a profissionais chegavam a 28,8%, uma porcentagem claramente inferior à obtida entre os estudantes (41,7%) e o PAS (42,5%) [GRÁFICO 35]. Entre os professores, a preferência por uma presença exclusiva ou majoritária de acadêmicos alcançava um nível máximo, de 23,4%, acima dos 14% dos estudantes e 10,8% do PAS. De qualquer modo, nos três grupos
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
239
1,0
47,2
46,1
11,4
1,4 21,9
4,3 37,6 44,9
13,3
2,8 11,5 40,5
48,6 45,2
2,3 16,8
9,2 14,7 27,1
40,8
41,6
29,5
32,3
49,0
49,5 31,6
43,4
31,0
17,2
42,5
24,3
10
28,8
42,7
43,8
40
20
39,6
48,7
45,7
52,4
45,0
37,5
50
41,7
70 60
2,2
24,5
6,7
3,2
5,0 12,1
36,5
13,7
2,9
2,5
7,5
2,1
1,8 10,8
19,6
80
23,4
90
14,1
100
5,7
é apreciável o segmento partidário de que a gestão seja paritária entre profissionais e acadêmicos: representam 37,5% dos estudantes, 45,7% dos professores, e 45% do PAS. No gráfico 35 observam-se algumas variações geográficas de interesse. A opção por uma profissionalização total ou ampla da gestão é menor na Península Ibérica, e parece um pouco maior no México. Logicamente, a opção por uma gestão nas mãos dos acadêmicos é máxima entre os professores da Península Ibérica. Em relação ao nível das faculdades ou escolas, cabe ressaltar que se vê reduzida a opção por níveis altos de profissionalização e aumentada a opção favorável a que a gestão esteja sobretudo nas mãos dos acadêmicos [GRÁ-
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
0
GRÁFICO 35. Nos níveis máximos de governança (Reitor, Presidente, e sua equipe direta), como você acha que deveria ser a gestão das universidades públicas do seu país? (porcentagens), de acordo com a região Universia DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE GESTÃO DEVERIAM ESTAR IGUALMENTE REPRESENTADOS OS PROFISSIONAIS DE GESTÃO E OS NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS) DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS) NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
240
1,0 25,4
1,7 33,9
2,7
4,6 23,8
28,3
20,8
2,4
8,6
PAS
34,1
41,5 22,9
35,7 ESTUDIANTES
PROFESORES
35,1 PAS
26,8 PROFESORES
ESTUDIANTES
35,9
42,5
41,5
29,0 42,0
42,2 PAS
39,5
43,0 39,5 21,7 PROFESORES
31,9 ESTUDIANTES
24,4 9,5 PROFESORES
PAS
15,9 ESTUDIANTES
PAS
PROFESORES
ESTUDIANTES
0
20,4
35,3
41,5
47,6 31,2 34,6
21,6
33,5
10
41,8
39,9
36,5
40
20
41,6
60 50
1,9 12,9
5,4 21,3
3,5
3,6
56,8
34,8
70
24,4
2,5
7,5
21,9 36,1
80
24,1
90
1,8
100
2,3
Isto se observa especialmente entre os professores da Península Ibérica, que optam majoritariamente (56,8%) por que a gestão das faculdades esteja apenas ou sobretudo nas mãos de acadêmicos. No nível dos departamentos volta a perder peso a opção por modelos de gestão muito profissionalizados e a ganhar a opção favorável a um maior peso dos acadêmicos [GRÁFICO 37]. Esta opção chega a tornar-s primeira para os professores da Península Ibérica (com uma porcentagem máxima, de 72,2%), do Brasil (47,7%) e da região Resto (45,3%), mas também tem um alcance notável entre o alunado da Península Ibérica (53,8%) e o PAS (43,7%) dessa mesma região.
5,9
FICO 36].
GRÁFICO 36. Na gestão de uma Faculdade, Escola ou instituição equivalente, como você acha que deveria ser a gestão das universidades públicas do seu país? (porcentagens), de acordo com a região Universia DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE GESTÃO DEVERIAM ESTAR IGUALMENTE REPRESENTADOS OS PROFISSIONAIS DE GESTÃO E OS NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS) DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS) NÃO SABE
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
241
A PREPARAÇÃO DO PROFESSORADO PARA AS TAREFAS DE GESTÃO
1,0 28,6
45,3 36,3
32,8
PAS
34,1
32,2 20,4 PROFESORES
33,1 ESTUDIANTES
38,2 PAS
24,3 PROFESORES
ESTUDIANTES
30,9 PAS
37,8
31,3 17,4 PROFESORES
22,9 ESTUDIANTES
2,1
5,5 28,6
39,8 39,8
28,9
41,4
2,5 19,6
10,4
2,6 33,4
25,4 47,7
36,7
34,4 PAS
PROFESORES 5,8
ESTUDIANTES 11,9
PAS
PROFESORES
ESTUDIANTES
0
18,7
32,1
18,6
10
29,1
20
18,4
26,0
31,6
32,0
40
37,7
50
72,2
60
34,3
43,7
28,3
53,8
70
47,1
80
32,0
90
22,9
2,2
3,7
6,1
3,4
3,2
8,4
1,8
2,7
100
6,9
A reivindicação de um peso notável nos diferentes níveis de gestão para o professorado não termina de encaixar com a visão que têm os três públicos a respeito da capacitação daquele para desempenhar esse tipo de tarefas. Como se observa no gráfico 38, só 46,2% dos estudantes acreditam que esteja preparado, mas é inclusive mais baixa a porcentagem de professores que acha a mesma coisa, 35,8%. Era de se esperar que aqueles que estão mais implicados na gestão cotidiana das universidades, o PAS, mantivessem a opinião mais negativa a este respeito: apenas 28,4% veem os professores suficientemente preparados para tarefas de gestão. As dúvidas a respeito
GRÁFICO 37. Na gestão de um Departamento ou órgão equivalente, como você acha que deveria ser a gestão das universidades públicas do seu país? (porcentagens) de acordo com a região Universia DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE GESTÃO DEVERIAM ESTAR IGUALMENTE REPRESENTADOS OS PROFISSIONAIS DE GESTÃO E OS NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS) DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS) NÃO SABE
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
242
são menores no México, mas estão especialmente difundidas no Brasil. Talvez a sensação de que os professores não estejam suficientemente preparados para desempenhar tarefas de gestão deva-se a que não receberam a formação adequada para elas. Pelo menos é o que caberia deduzir das opiniões que têm os três públicos quanto à eficácia que teria formar os professores nesse tipo de tarefas no sentido de sua preparação para elas. Entre os estudantes, 85,1% acham que essa formação seria muito ou bastante eficaz, o que representa uma porcentagem muito similar a 86,1% dos professores e à de 85% do PAS que opinam da mesma forma. De qualquer modo, nenhum dos três públicos tem uma confiança tão difundida nas virtudes da formação, como sugerem essas porcentagens. Colocados na situação de escolher entre formar os professores para as tarefas de gestão ou optar por que estas sejam realizadas sobre100 90
64,9
80 70
36,8 29,9
48,3
11,7
20
18,7
21,1
30,8
35,9
35,8 28,4
30
46,2
40
43,0
50
47,1 47,8
60
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
10 0 TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
GRÁFICO 38. Você acha que, em geral, os professores da sua universidade estão suficientemente preparados para realizar tarefas de gestão? (em porcentagem), de acordo com a região Universia
BRASIL
MÉXICO
RESTO
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
243
tudo por profissionais especificamente preparados para elas, apesar de não serem majoritários, não são poucos os que optam pela segunda alternativa. Entre os estudantes, a maioria (57,7%) opta por formar os professores, mas 36,7% optam por contar com profissionais. Entre os professores, logicamente, a maioria favorável à formação é ainda maior (69,2%), mas até 27,9% seria partidário de ceder essas tarefas a profissionais. Também com certa lógica, no PAS, a opção por formar os professores sequer chega à metade dos pesquisados (47,6%), o que o faz a opção por contar com profissionais (50,5%). Precisamen-
ESTUDIANTES
9,7
PROFESORES
1,2 4,1
10,6
1,7 1,6 41,2
37,9
44,9
47,2 PAS
1,8 2,1 11,1
39,0
MUITO EFICAZ BASTANTE EFICAZ POUCO EFICAZ NEM UM POUCO EFICAZ
46,0
NÃO SABE
GRÁFICO 39. Pelo que você sabe, em que medida seria eficaz formar os professores em tarefas de gestão no sentido de sua preparação para estas tarefas? (em porcentagens)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
244
1,2
1,4 25,4
5,0
45,8
34,2
2,1 34,6
22,3 32,2 63,7
69,2
60
32,0
40,5
38,7
46,3
50,5
70
36,7
80
27,9
90
2,3
6,5
0,8
4,1
4,6
6,0
7,5
8,9
1,9
2,9
100
5,7
te, nesta ocasião, as variações regionais têm a ver, sobretudo, com as opiniões do PAS. Na Península Ibérica e no Brasil, justamente os dois países em que o PAS era mais crítico em relação à formação do professorado em tarefas de gestão (veja-se gráfico 38), observam-se grandes maiorias favoráveis a confiar em profissionais da gestão: 69,2% na Península Ibérica, e 63,7% no Brasil.
53,0
60,9 ESTUDANTES
73,2
63,3
75,3 35,5
10
61,4
63,9
54,9 24,8
44,8 ESTUDANTES
53,8
47,6
20
PAS
69,2
57,7
40
PAS
50
TOTAL
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL
MÉXICO
RESTO
PAS
PROFESSORES
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
ESTUDANTES
PAS
PROFESSORES
PROFESSORES
ESTUDANTES
0
GRÁFICO 40. O que você preferiria: formar os professores para que possam desempenhar tarefas de gestão ou que estas tarefas sejam realizadas, sobretudo, por profissionais especificamente preparados para elas? (porcentagens), de acordo com a região Universia FORMAR OS PROFESSORES PARA QUE DESEMPENHEM TAREFAS DE GESTIÃO CONFIAR EM PROFISSIONAIS DE GESTÃO NÃO SABE
6. Medidas para melhorar a eficiência das universidades
Concluímos este relatório coletando a opinião dos três públicos a respeito de algumas das medidas específicas de melhoria da eficiência das universidades, propostas na Declaração de Guadalajara. Como em outros relatórios, pedimos aos três públicos que avaliassem a eficácia destas medidas em uma escala de 0 (nem um pouco eficaz) a 10 (muito eficaz). Uma das medidas está ligada à possibilidade de que as universidades aprendam umas com as outras, para o que é necessário que conheçam seu rendimento relativo. Tratar-se-ia de construir um sistema de indicadores de resultados comparáveis para o sistema universitário ibero-americano. Os três públicos consultados atribuem a esta medida uma eficácia alta, por volta de 8 em 10 [GRÁFICO 41]. As outras duas estão ligadas ao uso das novas tecnologias da informação e da comunicação, e também recebem avaliações positivas. Por um lado, os pesquisados concedem pontuações médias por volta de 8 em 10 à medida de
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
246
avançar significativamente no uso das novas tecnologias digitais em todos os âmbitos da vida universitária. Por outro, concedem pontuações que se aproximam de 8 em 10 à ideia de incentivar o uso de redes sociais e das ferramentas interativas 2.0 para estabelecer relações interuniversitárias de tipo acadêmico e de outros tipos.
7,8
8,1 8,2
CONSTRUIR UM SISTEMA DE INDICADORES DE RESULTADOS COMPARÁVEIS PARA O SISTEMA UNIVERSITÁRIO IBERO-AMERICANO
8,1 8,0
8,4
UM AVANÇO SIGNIFICATIVO NO USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS EM TODOS OS ÂMBITOS DA VIDA UNIVERSITÁRIA
7,6 7,7
8,0
INCENTIVAR O USO DAS REDES SOCIAIS E DAS FERRAMENTAS INTERATIVAS 2.0 PARA ESTABELECER RELAÇÕES INTERUNIVERSITÁRIAS DE TIPO ACADÊMICO E DE OUTROS TIPOS
GRÁFICO 41. Grau de eficácia das diferentes medidas para conseguir que as universidades iberoamericanas prestem seus serviços de modo mais eficiente (média em uma escala de 0, nem um pouco eficaz, a 10, muito eficaz) ESTUDANTES PROFESSORES PAS
Conclus천es
Introduçao
Concluímos o relatório sobre as cinco pesquisas resumindo os principais resultados de cada uma e expondo as considerações de caráter mais geral a que chegamos após considerá-los em conjunto. Estas considerações têm a ver, por um lado, com a comparação das opiniões dos diferentes públicos (estudantes, professores e PAS) e das diferentes regiões Universia para as quais pudemos contar com dados. Por outro, trata-se de questões substantivas, relacionadas à relevância social das universidades, à opinião sobre como estas desempenham suas funções, ao modelo desejável de universidade que implica essa opinião e outras informações, e a uma interpretação dos apoios generalizados às medidas concretas derivadas da Declaração de Guadalajara que contrastamos nas pesquisas.
1. Os resultados principais de cada pesquisa Resultados principais da primeira pesquisa (“universidades comprometidas”) A primeira pesquisa centrou-se na temática das “universidades comprometidas”, isto é, nos diferentes aspectos da dimensão social, ou de compromisso social, da universidade. Em primeiro lugar, analisamos a percepção dos objetivos de caráter social (relativos a seus impactos no desenvolvimento econômico e social do país) no âmbito do conjunto de finalidades das universidades. A respeito, ficou muito clara qual deveria ser a prioridade das universidades ibero-americanas: a formação de bons profissionais. A bastante distância situaram-se as tarefas de pesquisa e uma finalidade social, o desenvolvimento regional. No entender da comunidade universitária ibero-americana, as universidades estariam cumprindo essa variedade de finalidades satisfatoriamente, mas observa-se uma margem relativamente ampla de melhora, pois a qualificação desse cumprimento fica por volta de 6,5 sobre 10. Das opiniões dos entrevistados, se refletem bem a realidade, infere-se que essa melhora deveria resultar nitidamente na prosperidade do país, pois uma clara maioria aponta a grande relevância que as universidades têm para a prosperidade (em um mesmo nível que governos e empresas privadas).
# CONCLUSÕES
250
Em segundo lugar, estudamos os pontos de vista dos três públicos sobre a importância da cooperação das universidades com outros agentes sociais. Segundo os entrevistados, o cumprimento dos fins da universidade deveria implicar doses altas de cooperação com agentes externos (empresas, outras universidades nacionais, universidades estrangeiras...), com os quais seria preciso ampliar relações, segundo uma clara maioria. Quanto a um terceiro aspecto do compromisso social das universidades, a implicação social de seus membros, a opinião média dos entrevistados não distinguiu a implicação social dos estudantes universitários da do cidadão médio. No entanto, se comparamos os resultados da pesquisa com outras pesquisas do meio ibero-americano, observa-se que a participação em associações dos estudantes universitários provavelmente seja superior à do cidadão médio (como a dos professores e a do PAS). O quarto aspecto do compromisso social analisado refere-se às possíveis desigualdades no acesso à universidade. Para começar, a grande maioria acreditava que o acesso deveria ser muito mais amplo, não por questões de gênero (muito poucos pensavam que as mulheres são discriminadas a respeito), mas por razão de desigualdade social. A maioria opinou que o acesso dos grupos menos favorecidos tinha melhorado na última década. No entanto, as medidas disponíveis em cada país para facilitar o acesso desses grupos foram qualificadas com pontuações relativamente negativas (abaixo de 5 sobre 10). Entre essas medidas, e tendo em conta a situação financeira das uni-
# CONCLUSÕES
251
versidades, foram muitos os que se mostraram dispostos a explorar fórmulas de financiamento diferentes da gratuidade ou a quase gratuidade universal. Por último, quase todos reconheceram a ampla utilidade de alguma das medidas propostas na Agenda de Guadalajara 2010, um Programa Ibero-Americano de Cooperação e Ação Social Interuniversitária. Resultados principais da segunda pesquisa (“universidades sem fronteiras”) A temática da segunda pesquisa foi a das “universidades sem fronteiras”, isto é, cobriu uma diversidade de aspectos da mobilidade universitária, de professores e de alunos, bem como a dimensão internacional da universidade. Estudamos, em primeiro lugar, questões relativas à mobilidade interna (nacional) dos estudantes. As opiniões dos três públicos coincidiram em que, na hora de escolher universidade, prevalecia a reputação sobre a localização, embora essa prevalência estava longe de ser clara na Península Ibérica. No entender dos entrevistados, essa escolha não é facilitada pela informação disponível, que recebeu uma pontuação próxima de 6 na escala de 0 a 10. Por isso, não é estranho que vejam com bons olhos a publicação de relatórios independentes ou rankings universitários (com pontuações de por volta de 8 sobre 10). Em segundo lugar, tratamos a importância atribuída à mobilidade internacional e à internacionalização das universidades, utilizando duas perguntas muito simples. Descobrimos um notável apoio à ideia de incorporar a
# CONCLUSÕES
252
mobilidade exterior como parte integral da grade curricular e à de contar com professores estrangeiros (ambas com pontuações médias próximas de 8 sobre 10). Com respeito às consequências não desejadas da mobilidade internacional, comprovamos que estava muito difundida a opinião de que o país do entrevistado tinha um problema de “fuga de cérebros” (mais na Península Ibérica que nas outras regiões). As causas atribuídas do problema apontavam, sobretudo, que os pesquisadores que não retornam dispõem de mais recursos nos países de destino. Em terceiro lugar, centramos a atenção em um âmbito mais próximo, o da universidade do entrevistado. De início, não ficou claro que, a olhos dos três públicos considerados, essas universidades concediam grande importância ao objetivo da mobilidade de seus professores e estudantes, pois as pontuações rondaram 6,5 sobre 10. Obviamente, nem todas beneficiam-se do mesmo modo da presença de estudantes estrangeiros, mas as opiniões de se havia muito benefício ou benefício rondaram 40%, com diferenças geográficas (mais na Península Ibérica, menos no Brasil). O PAS não se sentia totalmente preparado para administrar uma mobilidade internacional substancialmente maior (pontuação de 6 sobre 10). Por último, os três públicos concordaram em que suas universidades deveriam dar mais importância à formação online: a proposta atual deste tipo de formação foi qualificada com médias inferiores a 6 sobre 10; a proposta que deveria ser feita em formação online obteve médias próximas a 8. Em quarto lugar, estudamos a mobilidade internacional efetiva de professores e estudantes. Muitos professores
# CONCLUSÕES
253
afirmaram ter cursado estudos no exterior (cerca de 40%; com porcentagens mais baixas na Península Ibérica e no Brasil). E cerca de 25% afirmaram ter exercido a docência ou pesquisa fora de seu país, pelo menos durante um ano acadêmico. Cerca de 15% dos estudantes disseram ter cursado algum estudo universitário no exterior, aos quais seria preciso adicionar os 10% que teriam tentado sem sucesso. Além do mais, muitos, aproximadamente dois terços (apenas dois quintos na Península Ibérica), estariam planejando essa experiência, e muitos (pouco mais da metade) sentiam-se capacitados, por conhecerem suficientemente algum idioma estrangeiro diferente do espanhol (ou do português, no Brasil e Portugal). Por último, ocupamo-nos da avaliação dos obstáculos à mobilidade e das medidas para orientá-la e melhorá-la. De uma lista de sete obstáculos à mobilidade internacional dos estudantes, o mais mencionado, de forma muito ampla, foi a falta de fundos. Em um segundo nível, como obstáculos também consideráveis, situaram-se a falta de informação, as barreiras linguísticas e as dificuldades para o reconhecimento dos estudos cursados no exterior. Obstáculos relativamente menores foram os problemas relativos à imigração (barreiras administrativas, por exemplo), o fato de a mobilidade não ser estimulada na universidade do entrevistado e a diferente qualidade educativa no exterior. Orientando a prioridade de mobilidade dos estudantes a algum continente de procedência, os dois mais citados foram a América Central e do Sul, e a Europa. Se se trata de dar prioridade a um continente de destino, as prefe-
# CONCLUSÕES
254
rências eram ainda mais claras, com a Europa em primeiro lugar, com notável distância da América do Norte e da América Central e do Sul. Como medidas de melhora da mobilidade de estudantes e professores, elaboramos a seguinte série a partir das propostas da Agenda de Guadalajara 2010: maior compromisso dos diferentes partícipes no financiamento da mobilidade, eliminação de obstáculos, programas específicos de mobilidade em cada universidade, o Cartão Universitário Ibero-Americano e o estabelecimento de um espaço ibero-americano do conhecimento através da coordenação entre as universidades. Perguntamos sobre a utilidade de cada uma dessas medidas e obtivemos médias altas (próximas ou superiores a 8,5 sobre 10) nos três públicos e para todas as medidas, o que sugere que o público universitário está disposto a participar do debate sobre a promoção da mobilidade em sua universidade, seu país e em escala ibero-americana. Apesar de que o nível de conhecimento declarado da Universia é melhorável, são muitos (por volta de 4/5 em todos os públicos) os entrevistados que atribuem a ela um papel importante na construção de um espaço ibero-americano do conhecimento e a inovação.
# CONCLUSÕES
255
Resultados principais da terceira pesquisa (“universidades formadoras”) A terceira pesquisa centrou-se no tema das “universidades formadoras”, isto é, nos diferentes aspectos da função de formação exercida pelas universidades. Em primeiro lugar, ocupamo-nos das opiniões dos entrevistados sobre as finalidades do ensino universitário. Colocadas de maneira geral, a postura do entrevistado médio foi bastante equilibrada em quase todas as contraposições propostas (melhorar a capacidade para pensar / para agir; formação prática / transmissão de conhecimentos; especialização / formação de amplo alcance; formação ligada às necessidades do momento / mais atemporal), salvo em uma, em que se revelou uma preferência clara sobre o ensino universitário como algo ligado à formação ao longo da vida, e não só à formação inicial. Na realidade, as respostas não se concentraram em pontos específicos das escalas utilizadas para medir essas preferências, mas sim estavam muito repartidas. Se as entendemos como indício de demandas potenciais (por parte dos estudantes) e ofertas potenciais (por parte dos professores), essas preferências demonstram a presença de uma demanda diversa que poderia ser satisfeita através de uma oferta diversa. Essa diversidade incluiria, para proporções menores de entrevistados, universidades concentradas em atividades de ensino, e não de pesquisa, mas a maioria mostrou sua discordância com a ideia de que se pode proporcionar bom ensino sem uma dedicação suficiente à pesquisa.
# CONCLUSÕES
256
Em termos de uma finalidade específica do ensino universitário, a formação de profissionais, a avaliação resultante da pesquisa foi positiva, com pontuações próximas a 8 sobre 10 concedidas à utilidade dos conhecimentos adquiridos para a inserção profissional dos formados. Em relação a este objetivo da formação, observou-se certa demanda de mais estágios em empresas, especialmente entre os estudantes. Em segundo lugar, a capacidade dos professores como docentes foram avaliadas pelos estudantes e pelos professores (que responderam sobre os professores de sua faculdade, não sobre eles mesmos como indivíduos). A avaliação foi positiva, especialmente no nível de conhecimentos de sua matéria atribuído aos professores (cerca de 8 sobre 10), e também em relação a sua capacidade pedagógica e sua vocação pelo ensino (por volta de 7 sobre 10). No entanto, em termos do grau de inovação de seus métodos de ensino a avaliação não foi tão positiva (com uma qualificação mais próxima de 6). Por outro lado, os professores não se mostraram muito satisfeitos com a oferta de formação docente permanente em suas universidades, pois deram-lhe uma pontuação de 6 na escala de 0 (muito pouco adequada) a 10 (muito adequada). Essa relativa insatisfação talvez esteja por trás da boa avaliação recebida por uma possibilidade de melhora na formação: o estabelecimento de uma rede virtual ibero-americana de boas práticas (qualificada com uma utilidade de 8 sobre 10). Em terceiro lugar, prestamos uma atenção especial à formação online. Primeiro, comprovamos sua extensão
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nas universidades dos entrevistados, tal como estes a avaliavam. Em seu ponto de vista, o grau de desenvolvimento deste tipo de formação é médio, com uma ampla margem de melhora, especialmente em aspectos como a colaboração online dos estudantes (com ferramentas tipo wiki) ou as autoavaliações online, mas nem sequer acreditavam que dispor de materiais online estivesse especialmente desenvolvido. Segundo, os entrevistados compararam o ensino online com o tradicional, concordando bastante em que exigia mais autodisciplina dos estudantes, embora o consenso era bastante menor em que requeresse mais esforço dos professores. A opinião média tendia a partilhar o argumento de que a educação online supõe uma experiência menos enriquecedora, e não apresentou uma posição clara em relação a que este tipo de formação permita adquirir uma preparação equivalente à que se obtém com o ensino presencial. Predominava, no entanto, a sensação de que graças à formação online o acesso de grupos desfavorecidos aos estudos universitários melhorará. Por último, observa-se um acordo amplo com a ideia de que a educação online complementará a tradicional, mas não a substituirá. Terceiro, com respeito ao potencial da formação online, a proporção média de cursos presenciais que, no entender dos entrevistados, poderia ser substituída por cursos online é de cerca de um terço. Quarto, detivemo-nos com certo detalhe em uma variante bastante comentada da formação online, os MOOCs. Para começar, seu conhecimento não estava muito difun-
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dido entre os estudantes, e sim um pouco mais entre os professores e o PAS. Dado um nível baixo de conhecimento, e o fato de a experiência com MOOCs ser recente e pouco generalizada, era esperável que fossem pouco claras as opiniões sobre alguns de seus aspectos, como se poderão sobreviver sem ser gratuitos, se acabarão sendo mais importantes que a educação universitária tradicional, ou se se aprende tanto com eles como através do ensino tradicional. No entanto, observamos um acordo amplo com a ideia de que os MOOCs vão permitir que muita gente tenha acesso a um ensino de primeiro nível mundial antes reservado a poucos. Concluímos a análise comentando a avaliação da qualidade do ensino em suas universidades efetuada pelos três públicos. A avaliação resultante foi bastante positiva e coincidente entre os três grupos, com uma média de 7,9 na escala de 0 a 10. Contudo, os entrevistados mostraramse muito propensos a acolher medidas de reforma institucional orientadas para melhorar a qualidade, tais como estabelecer um sistema de reconhecimento mútuo de diplomas similar ao europeu, a convergência da estrutura dos cursos universitários, o credenciamento dos cursos por parte de agências homologadas internacionalmente, a colaboração entre universidades para oferecer diplomas conjuntos e a colaboração com agentes externos (empresas, por exemplo) para oferecer estágios aos estudantes.
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Resultados principais da quarta pesquisa (“universidades criativas e inovadoras”) A quarta pesquisa tratou o tema das “universidades criativas e inovadoras”, isto é, de assuntos relativos à função de pesquisa (ou inovação, em sentido mais amplo) das universidades. Estudamos, em primeiro lugar, o que os três públicos pensavam sobre a inovação tecnológica como objetivo estratégico de seus países. Em geral, pensavam que as empresas, o governo e as universidades não contribuem muito para a capacidade tecnológica de seus países, o qual, talvez, reflete certo descontentamento com o nível real desta capacidade. Na realidade, os entrevistados fixariam objetivos muito ambiciosos na hora de dedicar recursos a P&D, na medida em que mais da metade optou por que seu país aspirasse em uma década ao nível de gasto da Suécia (3,4%). Os objetivos são tão ambiciosos que, na realidade, a grande maioria dos entrevistados não acreditava que pudessem ser cumpridos. Em qualquer caso, pensando na contribuição de cada agente para alcançar esses objetivos, para a maioria o esforço deveria ser distribuído por igual entre o setor público e o privado. Em segundo lugar, oferecemos cenas interessantes da área da pesquisa desenvolvida nas universidades iberoamericanas, tal como é vista, sobretudo, pelos professores. A maior novidade é a proporção de seu tempo que afirmaram dedicar à pesquisa (31,6%, em média) e ao ensino (41,6%); o resto é dedicado a tarefas administrativas. Também é interessante que a maioria (54%) tenha
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dito dedicar-se, sobretudo, à pesquisa aplicada (e o resto é repartido por igual entre a pesquisa básica e o desenvolvimento), embora tenham sido observadas as diferenças esperáveis segundo o campo de estudo (a extensão da pesquisa básica foi máxima nas ciências naturais e a da aplicada foi máxima entre os professores do âmbito da engenharia). Por sua vez, muitos professores (72,3% no último ano) afirmaram realizar suas pesquisas em cooperação com outros agentes, sobretudo pesquisadores de sua mesma universidade ou de outra universidade do país, embora a dimensão da cooperação transfronteiriça também tenha sido substantiva (até 44,3% dos que trabalham em cooperação em sua pesquisa disseram ter colaborado com pesquisadores de universidades estrangeiras). Em geral, os professores universitários viram a cooperação com outros pesquisadores como algo muito frutífero. Em terceiro lugar, estudamos os futuros pesquisadores universitários, isto é, quais eram os planos dos estudantes a respeito disso. Muitos disseram ter previsto obter o título de doutor e/ou seguir uma carreira de pesquisa, sobretudo na universidade (e não tanto na empresa), e muitos mostraram-se convencidos de que essas previsões de carreira de pesquisa podiam cumprir-se. Isto talvez se deva, em parte, à sensação de que estão sendo suficientemente bem preparados pela universidade. De qualquer modo, ao tratar-se de declarações de intenção (e, provavelmente, de desejos) convém tomar com certa cautela os valores obtidos, pois se afastam muito das que corresponderiam aos dados reais disponíveis.
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Em quarto lugar, proporcionamos informação, também interessante, sobre como os professores e o PAS veem a gestão da pesquisa nas universidades. O mais chamativo, talvez, é que ambos considerem bastante difíceis os trâmites necessários para obter fundos nacionais ou internacionais para projetos de pesquisa. No entanto, também é interessante o que nos disseram sobre a existência de departamentos especializados na gestão da pesquisa. 50,6% dos professores afirmaram que existia um órgão dedicado à cooperação com as empresas, e 40,1% relataram a existência de um departamento especializado na internacionalização da pesquisa. O inquérito ao PAS revelou que dedicam uma parte bastante substancial de seu trabalho (38 horas de cada 100) a administrar assuntos relacionados com a pesquisa, e que se sentem bastante preparados para essa gestão, embora, implicitamente, tenham reconhecido uma necessidade de melhorar. Em quinto lugar, revemos um dos binômios centrais na vida das universidades, o que relaciona o ensino à pesquisa. Por um lado, comprovamos a importância que as universidades atribuem a ambos, pelo menos na opinião dos entrevistados: uma importância médio-alta, maior no caso do ensino (por volta de 8 sobre 10) que no da pesquisa (por volta de 6,5). Por outro, a opinião média dos três públicos não se decidiu sobre a pergunta de se se pode ser um bom professor sem ser bom pesquisador. No entanto, estudantes e professores reconheceram muito majoritariamente que a atividade docente se beneficia muito da atividade pesquisadora.
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Em sexto lugar, examinamos um conjunto amplo de medidas de melhora da capacidade de inovação das universidades. Primeiro, consideramos os incentivos aos professores ligados a sua atividade de pesquisa. O mais chamativo é que, em média, não tivessem uma posição muito clara sobre a conveniência de que uma parte considerável de sua remuneração tivesse que depender da atividade de pesquisa, embora, como apontamos, dediquem a ela uma parte substancial de seu tempo. Segundo, obtivemos a opinião sobre onze medidas dirigidas à melhora substantiva da qualidade da pesquisa das universidades do país dos entrevistados. Algumas estavam mais relacionadas à capacidade de pesquisa das universidades por si mesmas; outras, à cooperação com empresas privadas e outros agentes dos sistemas nacionais de inovação. Em geral, são muito bem recebidas, o que revela não só uma predisposição a solicitar mais recursos, como também certa abertura a mudanças organizativas e institucionais. Entre as primeiras, seria preciso destacar, por ser a mais valorizada, que as administrações dediquem mais fundos à pesquisa universitária, mas também foi muito valorizada a proposta de programas de formação do PAS. Entre as segundas, destaca-se o atrativo das medidas para incentivar a formação de clusters. Terceiro, também observamos uma ampla aprovação de várias propostas, procedentes da Declaração de Guadalajara, orientadas para que as universidades ibero-americanas contribuam substancialmente para a geração de conhecimento. Essas medidas vão desde a promoção de
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spin-offs até favorecer a incorporação de pesquisadores universitários às empresas. Quarto, comprovamos como uma ampla maioria dos pesquisados achava legítimo que as universidades contribuíssem muito substancialmente para a transmissão de uma cultura empreendedora a seus estudantes, e como consideravam essa transmissão como uma finalidade muito importante. Por último, ocupamo-nos das possíveis contribuições da Universia e Innoversia à melhora das capacidades de inovação das universidades ibero-americanas. Se levarmos em conta as respostas dos entrevistados que melhor dizem conhecer ambas as redes, seu potencial é interessante: uma imensa maioria acreditava que a Universia podia ser um instrumento relevante para o intercâmbio de informação sobre a inovação desenvolvida pelas universidades; por sua vez, foi avaliada com uma pontuação média de 7,5 sobre 10 a utilidade da Innoversia para estabelecer contato entre as empresas e os pesquisadores que podem satisfazer suas necessidades de pesquisa. Resultados principais da quinta pesquisa (“universidades eficientes”) A quinta pesquisa ocupou-se do tema das “universidades eficientes”, isto é, de vários dos aspectos relativos ao funcionamento das universidades como organizações. Em primeiro lugar, analisamos as percepções sobre várias questões básicas relativas aos recursos financeiros administrados pelas universidades. A primeira referiu-se
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a uma das bases teóricas da justificação de que o Estado financie generosamente a educação superior, isto é, a sua potencial dimensão de bem público. As opiniões dos três públicos revelaram-se como muito diversas, já que, por exemplo, entre os professores, eram quase em mesmo número os que acreditavam que a educação superior tem um rendimento público superior a seu rendimento privado como os que acreditavam o contrário (35,8 e 37,3%, respectivamente), enquanto 18,8% atribuíam a ambos os rendimentos um peso similar. A segunda referiu-se às preferências dos entrevistados sobre as fontes de financiamento das universidades públicas. Em geral, eram bastante partidários de que aumentassem os fundos procedentes dos impostos gerais, dos contratos de pesquisa com empresas e das doações, mas não eram tão favoráveis a respeito de que isso fosse feito através de doações de ex-alunos, e muito menos através de taxas pagas pelos estudantes. A pouca reticência em receber fundos das empresas privadas fundamenta-se, provavelmente, em que não significa custos econômicos diretos a nenhum dos três públicos e em que a maioria confiava em estes fundos não reduzissem a autonomia das universidades públicas. Em relação a este tipo de financiamento, os professores demonstraram muitas dúvidas sobre a medida em que a legislação sobre doações ou mecenato favorecia o financiamento privado da universidade pública. A terceira referiu-se a como devem ser distribuídos os fundos públicos disponíveis entre as universidades públicas de cada país. O critério claramente mais favorecido
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foi o do número de alunos de cada universidade. Em um segundo nível de menções situou-se o dos resultados da área de pesquisa. Em um terceiro nível, os resultados de avaliações externas. Em um quarto nível ficou o número de formados, o qual reflete uma perspectiva mais certeira da eficiência com que as universidades trabalham. Em último nível, bastante longe do primeiro, ficaram, por um lado, critérios sem uma relação muito evidente com os custos da educação universitária (como o número de instituições ou o número de cursos), mas também, por outro, um que em princípio está muito mais associado aos custos, o número de professores. A última questão relativa ao financiamento universitário referiu-se a se era conveniente dotar as universidades públicas de mais fundos. Para os professores isso parece muito mais que óbvio, pois até 80,2% consideraram que a quantidade de verba pública destinada a financiar a universidade pública era insuficiente. De qualquer modo, 59,6% dos professores que reclamavam um maior gasto público universitário mostraram-se pouco ou nada dispostos a pagar mais impostos para financiá-lo. Em segundo lugar, analisamos diversas percepções sobre a gestão do principal recurso humano das universidades, os professores. Em geral, os entrevistados seriam partidários de que as universidades gozassem de muita autonomia para administrar esses recursos humanos. Talvez tenha a ver essa demanda com a necessidade de melhorar os modelos de contratação docente, pois não são vistos como adequados para selecionar eficazmente o pessoal docente e de pesquisa, nem nas universida-
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des públicas nem nas privadas. Além do mais, medimos, grosso modo, o grau de endogamia no recrutamento do corpo docente. O dado mais interessante é que 41,9% dos professores pesquisados afirmaram ter obtido seu diploma de bacharel (ou equivalente) na mesma universidade em que trabalhavam, um valor ainda mais elevado na Península Ibérica (49,8%) e México (50,1%). De qualquer modo, não ficou nada claro que os três públicos preferissem um sistema universitário em que os professores tendam a trabalhar em uma universidade diferente daquela em que se formaram. Em terceiro lugar, revimos as opiniões dos três públicos sobre a autonomia universitária e seu correlato, a prestação de contas. Em geral, não viam a autonomia de suas universidades como muito elevada, pois esta recebeu uma pontuação média de 6 sobre 10. Pensando na prestação de contas a agentes externos, a maioria concorda com que as universidades públicas deveriam fazêlo ao público em geral, isto é, quem financia, em última instância, grande parte de seus gastos, mas foram muito menos os que prestariam contas à segunda fonte de ingressos, os estudantes e suas famílias, menos inclusive que os que as prestariam à administração pública. Na realidade percebida pelos três públicos, as contas são prestadas, sobretudo, à administração pública (mencionada, por exemplo, por 63,4% dos professores), embora muitos acreditassem que não se presta contas a ninguém (opinião de 21,6% dos professores). Também exploramos o papel das agências de avaliação externas, às quais se atribuiu uma importância média, claramente inferior à
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que, no entender dos entrevistados, deveriam ter. Em quarto lugar, recolhemos os pontos de vista dos três públicos sobre vários aspectos centrais do governo das universidades públicas. Primeiro, não se mostraram especialmente satisfeitos com o modelo de governo das universidades de seu país, pois o acordo médio com este modelo ficou por volta de 5 sobre 10. Segundo, demonstraram uma clara concordância com que cada universidade pública escolhesse seu modelo de governo, frente à opção de que todas tivessem o mesmo. Terceiro, suas preferências sobre os mecanismos de escolha ou nomeação do reitor favoreceram claramente as opções que maior e mais direta representação permitem a estudantes, professores e PAS, isto é, a eleição através de um corpo eleitoral que os representa direta ou indiretamente e a de um conselho acadêmico em que esses interesses também estejam representados. Em todo caso, seja qual for o método de escolha, tendiam a pensar que o peso dos professores na escolha do reitor deveria ser alto, o de estudantes e PAS médio-alto, e baixo ou médio-baixo o de atores não tão diretamente ligados com a vida cotidiana das universidades (representantes da administração pública, das empresas ou do tecido econômico e social local). Em quinto lugar, tratamos com certo detalhe da temática da gestão administrativa das universidades. Parece ser que os três públicos tinham dúvidas sobre a eficácia da gestão, pois a pontuaram, no máximo, com 6 na escala de 0 a 10; foram mais os que tendiam a acreditar que as universidades privadas são mais eficazes que as públicas que o contrário. Para melhorar a eficácia e a eficiência
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universitárias, uma das mudanças mais debatidas é, hoje, a de uma maior profissionalização da gestão. Perguntados pelo grau de profissionalização desejável da gestão em três níveis (universidade, faculdade, departamento), nos três públicos a opção menos preferida foi que a gestão esteja preeminentemente nas mãos de acadêmicos, dividindo-se em proporções variáveis segundo o público e segundo o nível as menções a uma gestão preeminentemente profissional e a uma gestão compartilhada em partes iguais entre profissionais e acadêmicos. A expectativa de maior profissionalização atingiu um máximo na escala do governo da universidade e foi caindo à medida que se descia na hierarquia. Como era esperável, os professores foram os mais reticentes a uma gestão ocupada por profissionais. O fato de os três públicos atribuírem uma relevância considerável aos acadêmicos na gestão das universidades públicas não implicava que acreditassem estar preparados para esse tipo de tarefas, mas sim o contrário. De qualquer modo, confiavam majoritariamente nas virtudes transformadoras da formação, embora muitos simplesmente prefiram a opção de que as tarefas de gestão sejam realizadas principalmente por profissionais especificamente preparados para elas. Por último, solicitamos a nossos entrevistados que avaliassem a eficácia de três medidas específicas recolhidas na Declaração de Guadalajara e orientadas para que as universidades ibero-americanas prestem seu serviço de maneira mais eficiente. As três receberam avaliações bastante positivas, tanto a que aspira a estabelecer um sistema de indicadores de resultados comparáveis a es-
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cala ibero-americana como as que promovem a aplicação das novas tecnologias digitais, utilizando-as mais e, em particular, aproveitando suas vantagens para estabelecer relações entre universidades.
2. Considerações de caráter geral A comparação das cinco pesquisas permite-nos formular um conjunto de considerações gerais, pelo menos de maneira tentativa. Primeiramente, chama a atenção que seja tão limitada a variação das opiniões e atitudes, tanto segundo os públicos pesquisados (estudantes, professores e PAS) como segundo a região Universia a que pertencem. Nas cinco pesquisas observamos uma reduzida variação nas opiniões médias de cada um dos públicos (estudantes, professores, PAS). Só se observam diferenças, e não muito amplas, no caso de perguntas relativas a circunstâncias ou interesses muito específicos de algum desses públicos, como no caso de se a gestão administrativa deve ser realizada por acadêmicos ou profissionais da gestão. Uma interpretação possível desses consensos é que se derivam de interesses comuns aos três públicos, enquanto membros de uma mesma organização, a universidade. Neste sentido, não é estranho, por exemplo, que os três públicos se mostrassem muito partidários de que aumentasse o financiamento público das universidades públicas, ou muito reticentes a formas de governo com pesos substanciais de agentes “externos” à universidade. Outra interpretação possível é que se derivem, mais que de interesses comuns, de experiências comuns ou de pontos de vista que se desenvolvem por desempe-
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nhar seu trabalho nas mesmas organizações. Tal seria o caso, muito claramente, da maioria das avaliações de diferentes aspectos da vida universitária em que participaram os três grupos. Uma última interpretação, compatível, em parte, com as anteriores, é que os membros de cada público não deixam de ser, obviamente, cidadãos de seus países, em que podem existir, por sua vez, consensos valorativos básicos, também, sobre os fins que deve servir a educação superior e os meios com que deve fazê-lo. Assim, por exemplo, não imaginamos que o público em geral fosse ter opiniões médias muito diferentes das da comunidade universitária a respeito dos fins principais da universidade ou o tipo de financiamento universitário requerido para facilitar o acesso aos grupos menos favorecidos. Por sua vez, nas cinco pesquisas observamos, por um lado, certas diferenças entre as opiniões e as atitudes dos públicos entrevistados segundo a região Universia. Essas diferenças estavam, provavelmente, ligadas a traços idiossincrásicos de suas nações ou de seus sistemas universitários (ou de suas universidades, sem mais). No entanto, por outro lado, e isto é mais chamativo, observamos uma notável coincidência em muitas das opiniões médias das regiões Universia que pudemos ter em conta, coincidência que é talvez superior à esperável dadas as diferentes realidades nacionais dos entrevistados. Isto nos levaria a pensar no que têm em comum as sociedades em que se inserem as comunidades universitárias analisadas. Por um lado, podemos imaginar que as opiniões sobre os fins das universidades, sobre se o acesso a elas deve ser igua-
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litário ou sobre se desempenham um determinado papel no crescimento econômico não serão muito diferentes, ao tratar-se de sociedades que alcançaram certo grau de desenvolvimento econômico e social, o que implica uma presença significativa de instituições de educação superior. Por outro lado, não se deve descartar a possível relevância de ter estudado uma área (Ibero-américa) que, provavelmente, compartilha traços culturais fundamentais, que podem ter se refletido nessas opiniões, e que poderiam ter sido diferentes das opiniões médias de outras áreas culturais de âmbito mundial. De qualquer modo, convém tomar a descoberta de certo consenso transfronteiriço com cautela, pois não pudemos ter em conta todas as variações regionais possíveis, dado o diverso alcance das pesquisas nos países considerados. Essas linhas de consenso, que, repetimos, é preciso entender com certa distância, serão resumidas a seguir. Em primeiro lugar, concorda-se com que as universidades são muito relevantes para o desenvolvimento econômico e social (incluindo a luta contra a desigualdade) de seus países, razão pela qual, seguramente, também há acordo na necessidade de que os fundos públicos dedicados a elas sejam suficientes (e cresçam). De qualquer modo, observa-se certa incoerência, pois apesar de serlhes atribuído um papel central, por exemplo, no crescimento econômico, isso não se reflete necessariamente em que lhes seja reconhecido um papel muito importante na capacidade de inovação de seus países. Em segundo lugar, está generalizada uma opinião média moderadamente positiva sobre como as universida-
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des desempenham suas funções, principalmente entre os professores. Como os entrevistados avaliaram com frequência essas matérias em escalas de 0 a 10, é relativamente fácil elencar as linhas básicas destas avaliações recordando as pontuações médias aproximadas nas questões mais substantivas. O cumprimento, em geral, dos fins das universidades obteve uma média de 6,5, a mesma que sua contribuição à capacidade de inovação dos países. No entanto, obtiveram 8 no aspecto da formação de profissionais, precisamente a finalidade à qual se concede mais importância. A qualidade do ensino também recebeu uma pontuação alta (8), da mesma forma que foi alta a avaliação dos professores como docentes (8), mas não tanto em relação a ter em conta suas capacidades pedagógicas e sua vocação (7) e, especialmente, à inovação de seus métodos de ensino (6). Também não foi muito alta a importância dada à mobilidade de estudantes e professores (6,5) ou a aposta pela formação online (6,5). Talvez as dúvidas sejam maiores no que respeita ao funcionamento das universidades como organizações (e como parte de um sistema). A esse respeito, um elemento fundamental de um sistema competitivo é uma autêntica liberdade de escolha de instituição por parte dos estudantes, o que seria facilitado por dispor de boa informação. No entanto, a informação com que contam os estudantes para escolher universidade foi avaliada com uma média de 6. Quanto ao funcionamento das universidades (públicas) como organizações, os entrevistados mostraram dúvidas sobre se o sistema de acesso à docência é ade-
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quado para selecionar os melhores docentes (pontuação inferior a 5), sobre o grau de autonomia com que contam as universidades (6), sobre seus modelos de governo (5) e sobre a eficácia de sua gestão administrativa (6). Em definitiva, há uma margem relativamente ampla de melhora para o funcionamento das universidades, pelo menos tal como os membros da comunidade universitária percebem. Em terceiro lugar, esse apoio moderado às universidades realmente existentes e a grande margem de melhora potencial são condizentes com uma ampla propensão a explorar possibilidades de mudança. Referimo-nos, por um lado, à receptividade entusiasmada que os três públicos entrevistados tendem a dar a uma multiplicidade de medidas concretas, extraídas quase literalmente da Declaração de Guadalajara, orientadas, entre outros fins, para favorecer a mobilidade de professores e estudantes, melhorar a qualidade do ensino, contribuir para gerar conhecimento ou prestar um serviço mais eficiente. Note-se, de qualquer modo, que, por razões de espaço, não contrastamos essas opiniões com uma disposição a enfrentar os custos que muitas delas implicam, e que, na única ocasião em que medimos essa propensão, foi um pouco minoritária. No entanto, acreditamos que interpretar o acordo com essas medidas como desejo de mudança, de adaptação a novas circunstâncias, de renovação... é apropriado, sobretudo porque, por outro lado, esse desejo de transformação também se reflete em uma predisposição ampla a medidas de reforma de maior alcance. Referimo-nos, em
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parte, à melhora da informação disponível que implicaria contar com os adequados rankings de universidades. Ou às demandas, mais ou menos explícitas, de maior formação online, ou de incorporar decididamente a mobilidade internacional dos estudantes à grade curricular. Ou a um conjunto de medidas para melhorar a capacidade de inovação das universidades que implicariam mudanças substantivas no sistema de incentivos enfrentado pelos professores. Mas referimo-nos, sobretudo, à disposição para explorar transformações institucionais maiores, na linha de um financiamento mais diverso em que cabe uma maior presença da empresa privada, de uma maior autonomia universitária, em geral e na gestão de seus recursos humanos, acompanhada por uma maior prestação de contas ao público em geral, e não só às autoridades administrativas, de sistemas de universidades mais diversas em seus modos de governo, e de uma abertura a uma maior profissionalização da gestão em seus diferentes níveis (sobretudo, os superiores). Por último, seria preciso situar todo esse potencial de mudança no âmbito de um entendimento da oferta universitária como algo diverso, que possa atender uma demanda diversa, não só de tipos de ensino, mas de combinações de ensino e pesquisa. Que essas disposições à mudança e a uma maior abertura ao exterior coincidam ainda com uma sensação relativamente generalizada de que o governo da universidade (pública) deve ser, principalmente, feito por insiders, pode ser compreensível, como âncora de segurança e como reação diante de um meio bastante mutável que, às vezes, pode parecer aos estudantes e sobretudo a professores
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e pessoal de administração e serviços como invasor de seu próprio mundo universitário. Pode ser compreensível, mas não é totalmente compatível com o resto das mudanças para as quais, parece ser, os membros da comunidade universitária ibero-americana estão bastante dispostos, nem especialmente com a necessidade de melhora substantiva que eles mesmos, implícita ou explicitamente, reconhecem.
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Relat贸rio t茅cnico e trabalho de campo
1. Planejamento estratégico e amostras Com objeto de conhecer a opinião da comunidade universitária ibero-americana com respeito a diversos temas baseados nas conclusões do II Encontro de Reitores de Guadalajara em 2010, foram elaboradas cinco pesquisas destinadas aos três grandes grupos que compõem essa comunidade: estudantes, pessoal docente e de pesquisa (PDP) e pessoal de administração e serviços ou colaboradores (PAS). Nas cinco pesquisas houve perguntas comuns aos três grupos –o qual permitiu efetuar comparações entre as opiniões dos três públicos–, mas em nenhum caso os questionários foram iguais. Os temas sobre os quais discorreram as pesquisas e os questionários concretos são abordados em outras partes deste relatório. População Dado o tamanho da comunidade universitária ibero-americana e a extensão das cinco pesquisas, e uma vez descartada a amostragem aleatória pelas dificuldades metodológicas e financeira que implicaria, tomou-se uma série de decisões técnicas (vid. infra) que afetaram a definição do universo das pesquisas. Primeiro, reduziu-se a população objetivo à formada pelos que estudavam ou trabalhavam em universidades ibero-americanas ligadas à Universia, salvo no caso do Brasil, cujo universo inclui, além do mais, um amplo número de universidades não pertencentes à Universia. Isso supôs uma redução do universo
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
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pouco significativa em regiões como a Península Ibérica, Argentina ou no centro-oeste da América do Sul, assim como contar com cerca de 65% da comunidade universitária no norte da América do Sul, e na América Central e Caribe (os dados exatos podem ser consultados na tabela 1). A exceção brasileira deveu-se a duas razões: era a região onde a vinculação das universidades à Universia era inferior a 50% e era o país anfitrião do III Encontro de Reitores em 2014. Amostra e acesso às pesquisas No entanto, dado que parte da difusão da pesquisa foi realizada através de páginas de internet de livre acesso, que algumas das listas empregadas não se limitavam aos membros de universidades ligadas à Universia e que não foram incluídos filtros na pesquisa para evitar que respondessem os que estudam ou trabalham em universidades não ligadas à Universia –existiam filtros para pessoas não ligadas a universidades ibero-americanas–, é possível que haja alguns questionários respondidos por pessoal de instituições não ligadas à Universia. Como indicado, renunciou-se a efetuar uma amostragem aleatória, fosse esta simples ou estratificada por país ou universidade. Por isso optou-se por um método que, por um lado, permitisse ter acesso a toda a comunidade universitária ibero-americana através das páginas da Universia e de algumas universidades, centrando os esforços em comunicar o maior número possível de membros da comunidade da existência da pesquisa. Por outro, decidiu-se empregar as listas ad hoc de membros
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
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da comunidade universitária ibero-americana com que cabia contar, tanto as pertencentes à Universia e Innoversia, como as listagens de estudantes, PDP e PAS de cada uma das universidades ibero-americanas. Tudo isso significa que, apesar de que se fizeram esforços para que a amostra fosse o mais representativa possível e o mais estável entre pesquisas, os resultados das pesquisas não podem ser extrapolados ao conjunto da comunidade universitária ibero-americana, valendo apenas para o conjunto dos entrevistados. Cada um dos questionários, cujo acesso era realizado através de um link na internet, começava com várias perguntas que filtravam os possíveis entrevistados e coletavam informação sobre suas características sociodemográficas, enquanto um segundo bloco coletava sua opinião sobre os temas de cada pesquisa. A informação sociodemográfica obtida e as vias de acesso à pesquisa –dentro de certas limitações que se descrevem mais adiante– permitiram comprovar que não parece haver diferenças substanciais entre as opiniões dos entrevistados segundo se pertencem a países com diferente sucesso das estratégias de difusão das pesquisas nem entre os entrevistados que acessavam através das listas de distribuição das universidades e o resto. Isto nos faz pensar que a opinião sobre os temas tratados é bastante estável dentro de cada região e dos diferentes grupos pesquisados –estudantes, PDP e PAS- e que a metodologia empregada reduziu substancialmente possíveis vieses. No entanto, especialmente no caso dos estudantes do Brasil e da Espanha, as amostras não foram homogêneas
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
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ao longo das pesquisas. No caso da Espanha, a idade média dos estudantes sofreu variações, devido fundamentalmente à maior ou menor participação dos alunos da Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED), uma instituição pública com um grande número de alunos matriculados, especializado no ensino à distância. No caso do Brasil, a composição por idade dos estudantes foi similar nas cinco pesquisas, mas substancialmente diferente da do resto da comunidade ibero-americana. Este fato e algumas perguntas das pesquisas fazem-nos pensar que algumas das listagens tendiam a obter as opiniões de alunos dos últimos anos ou de pós-graduação, reduzindo-se a probabilidade de que a opinião dos alunos mais jovens fosse coletada. Com os dados disponíveis não pudemos saber se este fato introduziu vieses nas opiniões dos estudantes brasileiros. Resumindo a metodologia empregada, e estabelecido que esta não é uma amostragem aleatória, podemos concluir que, primeiro, dispomos de um grupo autosselecionado que acessou as pesquisas através dos portais da Universia ou das redes sociais. Segundo, temos um grupo que chegou à pesquisa através de e-mails a listas como as da Universia (592.704 cadastros) ou Innoversia (9.947 cadastros). A lista da Universia era composta por estudantes, professores ou pesquisadores de universidades ibero-americanas que tinham se cadastrado voluntariamente, fornecendo, entre outros dados, seu e-mail. A lista da Innoversia só incluía pesquisadores. Em ambas produziu-se uma autosseleção entre os que decidiram responder ou não o questionário recebido por e-mail. E
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terceiro, um grupo um pouco mais complexo, resultado do seguinte procedimento. Partiu-se de uma amostragem aleatória estratificada ponderada (por número de alunos) para selecionar as universidades em cada região, formando três grupos: prioritárias (53 universidades), de reserva e resto. Foi solicitado a estas universidades que enviassem o link de acesso a cada pesquisa a suas listas de distribuição segmentadas por tipo de público (estudantes, PDP, PAS). Dessas listas obteve-se, de novo, uma resposta autosselecionada dentro de cada grupo.
Regiones Río 2014 o regiones Universia Para conseguir o número de respostas suficiente para efetuar análises confiáveis estabeleceu-se como objetivo uma taxa de resposta de 1 por 1000 para o universo das pesquisas. Isso significa que, a partir de uma população universitária estimada na Ibero-américa de 22.000.000, com mais de 15.000.000 estudando ou trabalhando em instituições ligadas à Universia, pretendia-se chegar a uma taxa de resposta que permitisse análises regionais solventes. Para isso foram delimitadas 7 áreas geográficas, que se denominaram regiões Rio 2014 ou Regiões Universia (ver a Tabela 1) que, além de proporcionar dados gerais para o conjunto da comunidade universitária, permitissem estabelecer, se se dispunha de suficientes questionários para cada Região Rio 2014, algum tipo de diferença substantiva entre elas.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
REGIÕES RIO 2014
283
ALUNOS UNIVERSIA
Península Ibérica
ALUNOS TOTALES
1.825.983
1.937.628
Andorra
1.000
1.000
Espanha
1.546.355
1.546.355
Portugal
278.628
390.273
Argentina
1.582.560
1.718.507
Brasil
2.840.369
6.739.689
México
2.567.216
2.981.313
América Central/Caribe
1.194.116
1.826.316
Costa Rica
99.022
170.907
Cuba
71.670
380.000
El Salvador
82.987
123.983
Guatemala
150.559
205.690
Honduras
126.689
145.592
Nicarágua
91.408
93.566
Panamá
126.584
138.075
Porto Rico
198.960
250.192
República Dominicana
246.237
318.311
1.969.165
2.968.072
Colombia
754.340
1.323.611
Venezuela
1.045.504
1.293.736
169.321
350.725
2.127.773
2.233.942
305.859
362.137
Paraguai
93.964
105.657
Uruguai
133.910
133.910
Chile
860.211
849.268
Perú
733.829
782.970
América do Sul-Norte
Ecuador América do Sul/Centro/Oeste Bolivia
Se o objetivo geral era obter 15.000-20.000 respostas por pesquisa, esperava-se além do mais que em cada uma das regiões estabelecidas fossem obtidas 2.500-3.000 respostas, o que permitiria realizar análises representa-
TABELA 1. Alunos universitários ibero-americanos por país, tanto totais como das universidades ligadas à Universia
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
284
tivas tanto destas regiões como dos coletivos objetivo (estudantes, docentes e pesquisadores, pessoal de administração e serviços). Como já se mencionou, contávamos com três estratégias de difusão da pesquisa, duas mais convencionais (internet e envio a listas às quais o usuário se cadastrava voluntariamente) e uma terceira através das listas de distribuição de universidades selecionadas aleatoriamente em cada país. Esta última estratégia foi concebida por várias razões: para conseguir alcançar o número de respostas desejado; para tentar garantir que as respostas tivessem uma distribuição homogênea que evitasse vieses; e para facilitar o trabalho das delegações da Universia em cada país. Como foi apontado, a terceira estratégia teve um grau de sucesso muito desigual entre países e regiões. Por exemplo, na quinta pesquisa aproximadamente 75% das respostas conseguidas na Espanha chegaram através dessa via, enquanto no México só chegaram 45%. Nos países em que não foi feito ou não funcionou o trabalho com as universidades, a percentagem de respostas obtidas por estes meios oscilou entre 0% e 10%. Como resultado de não se aplicar esta estratégia, ou de não ser efetiva, o número de respostas foi insuficiente para alguns países e, portanto, reduziu-se o número de regiões com análises separadas: a Península Ibérica e o Brasil têm análises separadas em todas as pesquisas, mas o México só em dois, e o resto das regiões estabelecidas em nenhum. Esta terceira estratégia, com o fim de garantir um número de respostas suficiente, partiu da definição, segun-
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
285
do o critério do tamanho da universidade, de três universidades prioritárias e outras três universidades similares como alternativa, de cujos reitores era preciso conseguir que concordassem em enviar um link da pesquisa às listas de e-mail de suas universidades, oferecendo substituir as universidades selecionadas por outras similares se o contato era mais factível para os encarregados de realizá-lo. Apesar do trabalho realizado, as universidades nem sempre responderam igualmente. Algumas universidades selecionadas enviaram o link em algumas pesquisas, mas não em outras, em algumas pesquisas enviaram ao PAS e ao PDP mas não aos estudantes, etc. Outras vezes a universidade estava em período de férias, pelo que o número de respostas caiu consideravelmente. Isto é, muitos fatores foram impossíveis de controlar. Um resumo do sucesso ou fracasso das estratégias empregadas nas diferentes regiões Rio pode ser consultado na tabela 2.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
286
TABELA 2. Número de pesquisas e taxas de resposta (em tanto por 1.000), em cada pesquisa e em cada região Universia Taxas de resposta de estudantes e PDP (tanto por mil) Número de respostas Universidades Universia
Universidades iberoamericanas
Estudantes
PDI
PAS
Total
8.627 2.279 677
3.418 643 426
1.904 304 178
13.949 3.226 1.281
7,1 1,0 0,5
6,7 0,5 0,4
610 503 149
440 446 115
194 112 21
1.244 1.061 285
0,5 0,5 0,2
0,5 0,3 0,1
204 13.049
126 5.614
53 2.766
383 21.429
0,3 1,4
0,2 1,0
8.202 3.412 1.095
2.580 615 1.144
1.272 215 481
12.054 4.242 2.720
6,2 1,4 1,0
5,8 0,6 0,8
699 453 275
371 326 227
150 89 88
1.220 868 590
0,5 0,4 0,3
0,5 0,3 0,3
76 14.212
104 5.367
55 2.350
235 21.929
0,2 1,4
0,2 1,0
4.658 2.186 4.061
1.767 723 3.084
991 324 1.141
7.416 3.233 8.286
3,8 1,0 2,9
3,6 0,5 2,5
382 322 130
213 249 112
28 58 32
623 629 274
0,3 0,3 0,2
0,3 0,2 0,1
93 11.832
88 6.236
41 2.615
222 20.683
0,2 1,4
0,1 1,0
Pesquisa 1 Península Ibérica Brasil México América do Sul centro/oeste América do Sul norte Argentina América central/ Caribe TOTAL Pesquisa 2 Península Ibérica Brasil México América do Sul centro/oeste América do Sul norte Argentina América central/ Caribe TOTAL Pesquisa 3 Península Ibérica Brasil México América do Sul centro/oeste América do Sul norte Argentina América central/ Caribe TOTAL
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
287
TABLA 2. (continuação) Número de pesquisas e taxas de resposta (em tanto por 1.000), em cada pesquisa e em cada região Universia Taxas de resposta de estudantes e PDP (tanto por mil) Número de respostas
Pesquisa 4 Península Ibérica Brasil México América do Sul centro/oeste América do Sul norte Argentina América central/ Caribe TOTAL Pesquisa 5 Península Ibérica Brasil México América do Sul centro/oeste América do Sul Argentina América central/ Caribe
Estudantes
PDI
PAS
Total
Universidades Universia
Universidades iberoamericanas
3.393 1.994 286
1.465 773 472
617 220 132
5.475 2.987 890
2,8 1,0 0,3
2,6 0,4 0,3
207 335 108
166 282 131
46 74 22
419 691 261
0,2 0,3 0,1
0,2 0,2 0,1
49 6.372
51 3.340
17 1.128
117 10.840
0,1 0,7
0,1 0,5
2.568 1.403 3.622
1.596 1.162 1.352
773 377 585
4.937 2.942 5.559
2,5 0,9 2,0
2,4 0,4 1,7
317 368 99
218 345 111
47 89 24
582 802 234
0,3 0,4 0,1
0,2 0,3 0,1
99
79
21
199
0,2
0,1
Em cada pesquisa apenas foram consideradas regiões Universia com análise separada as que tinham obtido uma taxa de resposta superior a 1 por 1.000 (ou muito próxima dela) e que tivessem uma distribuição dos três públicos (estudantes, PDP e PAS) razoável (não foi o caso do México na segunda pesquisa, pois obteve muito poucas respostas de estudantes).
2. Características da ferramenta e programação online Há inúmeros provedores de serviços de pesquisas online disponíveis, mas a ferramenta selecionada pelo Universia para a integração dos questionários foi Encuestafacil. com, da qual é usuária e da qual dispõe de licença profissional. Esta ferramenta cumpria o requisito mínimo, o de permitir aos pesquisadores integrar seus questionários em sua plataforma CAWI (Computer Assisted Web-Interviewing). Um sistema de inquéritos CAWI, como responsável por sua integração, difusão e armazenamento, deve permitir que os entrevistados se sintam cômodos respondendo, que as pesquisas sejam acessíveis e não gerem problemas aos entrevistados. Além do mais, o ambiente de programação das pesquisas tem que ser capaz de se adaptar às necessidades de cada pesquisa, oferecendo uma variedade suficiente de tipos de perguntas e filtros para o controle da lógica de resposta. O ambiente do Encuestafacil.com não foi capaz de cobrir todas as necessidades, portanto a equipe de desenvolvimento e adaptação dos questionários encontrou sérias dificultadas e erros no desenho do sistema de pesquisas CAWI que impediram, em alguns casos, manter a estrutura dos questionários concebidos e, em outros, o formato das próprias perguntas. Após selecionar a ferramenta, efetuou-se a integração das pesquisas no sistema. Em um primeiro momento, e
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
289
assim estava concebido o trabalho de campo, seria integrado no Encuestafacil.com um questionário único para toda a Ibero-américa que teria uma tradução para o português, permitindo ao entrevistado selecionar o idioma em que queria responder o questionário assim que o acessava. No entanto, devido a que a ferramenta não permitia segmentar o conteúdo de uma lista dependendo de uma resposta anterior e a que houve mudanças de última hora na estrutura do estudo (a necessidade de usar um terceiro idioma, o português do Brasil, e a incorporação de perguntas específicas para alguns países em diferentes pesquisas) foi preciso integrar três questionários diferentes em cada onda. Também foi preciso paliar o problema de velocidade de acesso derivado de integrar em cada questionário uma pergunta por cada uma das zonas em que cada país podia estar segmentado, e, por sua vez, uma pergunta com a listagem de todas as universidades de cada uma dessas zonas. Por exemplo, no caso do questionário em espanhol, foi necessário introduzir mais de 90 perguntas para que o entrevistado simplesmente selecionasse o país de sua universidade, a divisão administrativa do país em que se encontrava essa universidade, e uma universidade entre as disponíveis nessa divisão administrativa. Evidentemente, os entrevistados não viam essas 90 perguntas, mas o sistema, através de filtros estabelecidos, mostrava umas ou outras (no final mostrava três a cada entrevistado), mas o processo de filtração era tão lento que foi necessário realizar três questionários independentes, um para universidades de língua espanhola, outro para Portugal e outro para as universidades brasileiras.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
290
Por fim, ao longo das 5 pesquisas efetuou-se a integração de 15 questionários diferentes sobre o sistema de pesquisas do Encuestafacil.com. Cada um deles continha no início várias perguntas que serviam, por um lado, para descartar os entrevistados que não cumpriam o critério mínimo de ter vinculação com alguma universidade ibero-americana [Tem um vínculo atual (como estudante, professor ou como pessoal de administração e serviços) com alguma universidade ibero-americana (incluída a Península Ibérica)?] e, por outro lado, para classificar as respostas dadas ao resto do questionário, como se vê a seguir.
Identificação do território e da Universidade
Em que país está sua universidade? Em que país está sua universidade? Em qual das seguintes divisões administrativas do seu país se situa a sua universidade?
Sexo
Você é...?
Idade
Por favor, indique sua idade (em anos)
Segmentación
Qual é sua relação com a universidade? (estudante, professor/pesquisador ou pessoal de administração e serviços) Poderia indicar o campo de ciências ou de humanidades ao qual corresponde...?
Além da estrutura de cada pesquisa em três questionários (separados por idioma), dos filtros iniciais que permitiam que o entrevistado selecionasse sua universidade, do primeiro filtro que aceitava ou descartava os entrevistados e das perguntas de classificação, também foram aplicados dois conjuntos de filtros adicionais:
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
291
1. Os próprios de algumas perguntas gerais do questionário. 2. Os correspondentes a perguntas para cada coletivo estudado (estudantes, professores/pesquisadores e pessoal de administração e serviços) 3. Filtros para mostrar perguntas que só eram feitas a entrevistados pertencentes a um território concreto dentro de cada questionário (por exemplo, dentro do questionário em espanhol, foram feitos filtros para realizar perguntas só a entrevistados de universidades espanholas). Todos estes conjuntos de filtros na maioria das vezes estavam relacionados entre eles, o qual tornava mais complexa a lógica dos questionários. Isso, unido às limitações do sistema CAWI do Encuestafacil.com, levou em várias ocasiões a mudar a estrutura dos questionários para adaptá-los à lógica da programação. Por último, queremos fazer menção ao procedimento estabelecido para poder difundir o link final que dava acesso ao questionário. Devido às inúmeras fontes de contato com a amostra foi necessário condensar todos os acessos a três únicos links, um para cada questionário. Desta maneira, apesar de que o sistema CAWI gerava um URL independente para cada um dos questionários de cada pesquisa, foram estabelecidos três direcionamentos, em três diretórios do servidor que abrigava o site do Universia Rio 2014 (http://participa.universiario2014.com). Desta maneira antes de iniciar cada pesquisa, era necessário que os administradores do site do Encontro configurassem os
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
292
redirecionamentos aos URLs gerados pelo sistema CAWI e que davam acesso aos questionários. Desta maneira, ao estarem fixos os URLs finais, sua difusão era mais fácil e coerente, permitindo acessar sempre a pesquisa que nesse momento estava ativa, sem necessidade de alterar os links dos diferentes suportes de difusão.
3. Trabalho de campo Acompanhamento das taxas de resposta Dado que as diferentes vias para chegar aos entrevistados precisavam de numerosos trâmites e do apoio de terceiros –normalmente autoridades acadêmicas e técnicos das universidades selecionadas–, e que a combinação dessas diferentes vias exigia certo controle, estabeleceu-se um procedimento de acompanhamento diário das possíveis incidências e das respostas obtidas. Com a informação assim obtida reforçavam-se trâmites com uma ou outra universidade, em um ou outro país, além de solucionar os pequenos problemas que podiam ir ocorrendo. Além deste acompanhamento diário, foram remetidos às equipes da Universia e Santander Universidades pelo menos dois relatórios de controle de respostas por semana, com a informação do número de respostas por países e regiões, por sexo, por tipo de vinculação à universidade dos entrevistados (estudantes, PDP e PAS), etc. Com bastante frequência, também foram elaborados relatórios de resposta de cada uma das universidades de alguns países (Espanha, México, Portugal, Brasil). Períodos de exposição e frequência de respostas As pesquisas foram planejadas de modo que cobrissem um ano acadêmico no hemisfério norte, entre setembro e junho. Foram espaçadas para evitar um efeito de cansaço e para dar tempo de elaborar os questionários, programar a ferramenta, fazer os testes oportunos e analisar os
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
294
dados obtidos em cada pesquisa. Em princípio, a duração da exposição ia ser de duas semanas, mas logo ficou claro que a complexidade da metodologia empregada, com diversos patamares e a necessidade de colaboração de muitas pessoas mais ou menos ligadas ao projeto, obrigava a prolongar a exposição. Assim, a duração da exposição de cada pesquisa oscilou entre 29 e 38 dias, como se pode ver na tabela 3. Inicio
Fim
Dias de exposição
Pesquisa 1
20-sept-2013
21-out-2013
32
Pesquisa 2
5-nov-2013
9-dez-2013
34
Pesquisa 3
17-fev-2014
26-mar-2014
37
Pesquisa 4
27-mar-2014
4-mai-2014
38
Pesquisa 5
3-mai-2014
1-jun-2014
29
Em alguns casos foram ainda mais prolongados os tempos de exposição, na terceira pesquisa para cobrir as férias de verão no hemisfério sul, e no quarto, para cobrir incidências em algum dos países. O período mais curto foi o da quinta pesquisa, devido ao final das aulas e à necessidade de dispor do tempo necessário para elaborar os relatórios que se apresentariam no encontro do Rio de Janeiro.A frequência diária das respostas teve um comportamento muito similar em todas as pesquisas. Vemos a seguir o exemplo da pesquisa 3, sabendo que as variações com as outras pesquisas são menores, e somente afetam o pico de respostas da quarta semana,
TABELA 3. Períodos de exposição das cinco pesquisas
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
295
que nem sempre existiu, e que corresponde sobretudo à participação das universidades mexicanas. A terceira pesquisa manteve-se exposta entre 17 de fevereiro e 26 de março, ampliando-se a exposição para alguns países do hemisfério sul até o dia 30, devido a sua particular regulação do ano acadêmico. Como se pode ver no gráfico 1, a pesquisa teve uma frequência de resposta um pouco irregular, marcada pelos movimentos cíclicos próprios de cada semana, mas também pela variação dos esforços realizados em diferentes momentos e países. Na primeira semana só se destaca o envio da lista de distribuição da Universia, enquanto o trabalho com as listas de distribuição das universidades não começa até alguns dias depois de iniciada a pesquisa. O pico mais alto da segunda semana tem a ver com o trabalho realizado nas universidades espanholas e brasileiras, enquanto os das últimas semanas devem-se especialmente ao trabalho realizado no México.
2.500
GRÁFICO 1. Distribuição diária de respostas: terceira pesquisa
2.000
1.500
1.000
20140327
20140326
20140325
20140324
20140323
20140322
20140321
20140320
20140319
20140318
20140317
20140316
20140315
20140314
20140313
20140312
20140311
20140310
20140309
20140308
20140307
20140306
20140305
20140304
20140303
20140302
20140228
20140301
20140227
20140226
20140225
20140224
20140222
20140223
20140221
20140220
20140219
20140218
0
20140217
500
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
296
Redes sociais Como complemento ao contato com a amostra para difundir o link para o questionário pelos meios já apontados anteriormente, a equipe de pesquisa da Fundação Europeia Sociedade e Educação realizou uma segunda amostragem, neste caso a das páginas que as universidades selecionadas tinham disponíveis no Facebook. Para isso, foram revisados os portais principais de cada universidade e se dispunham de um link para sua página no Facebook, esta foi adicionada à listagem. As universidades que não publicitavam sua página do Facebook na página principal do portal da universidade não foram adicionadas à listagem. Também não foram adicionadas as que não tinham página no momento de fazer a seleção ou as cuja página não estava acessível. No total, não foi possível conseguir um link para a página do Facebook para 75,8% das universidades que constavam na listagem fornecida pela Universia. Isto pode ter mudado ao longo do trabalho de campo das cinco pesquisas. Foi criada assim uma base de dados dos URL de cada universidade na citada rede social. Esta base foi segmentada para que em cada pesquisa se contatasse com universidades diferentes, evitando na medida do possível repetições. O contato foi realizado por meio do botão Mensagem que há disponível nas páginas do Facebook, e só nas universidades que tinham decidido deixá-lo habilitado. Esta mensagem, que era recebida pelos administradores da página, continha uma breve descrição do projeto, a petição
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
297
da distribuição da pesquisa e o link para o questionário. Desta maneira facilitava-se a publicação da mensagem no mural de suas respectivas páginas. Ao longo das cinco pesquisas entrou-se em contato, por este meio, com 350 universidades, que receberam a solicitação de difusão do link para a pesquisa correspondente. Em alguns casos seus administradores responderam agradecendo a mensagem ou solicitando que entrássemos em contato com o responsável diretamente por e-mail para difundi-lo por esse meio e por outros adicionais. É difícil determinar o alcance de cada uma das mensagens, já que o Encuestafacil.com não permite salvar o URL de origem do entrevistado diretamente, além de ser difícil seguir a difusão dos links dentro do Facebook, devido a sua opacidade para realizar este tipo de buscas e à falta de ferramentas que o permitam. O que podemos afirmar é que a difusão das pesquisas no Facebook teve uma consequência não esperada: não só as universidades mostraram quando assim consideraram pertinente a mensagem em seu feed, como também alguns seguidores destas páginas também o compartilharam em seus murais pessoais.
4. Análise de anulados Enquanto cada pesquisa estava aberta, aplicavam-se os seguintes filtros para considerar válido um questionário: perguntava-se se o entrevistado estava ligado a uma universidade ibero-americana, e se não pertencia a nenhum dos grupos estabelecidos (estudantes, PDP e PAS), o programa finalizava a pesquisa. No entanto, este critério não tinha em conta o grau de preenchimento das perguntas de contexto necessárias para realizar as análises nem o das perguntas substantivas de cada pesquisa. Por isso, primeiro foram descartados os questionários em que não estivessem respondidas as perguntas de contexto: país, relação do entrevistado com a universidade e sexo. Além do mais, no caso de estudantes e PDP, era necessário responder à pergunta sobre o campo geral de estudo ou trabalho em que se especializava. A falta de resposta a uma destas perguntas invalidava o questionário completo. No entanto, mesmo tendo aplicado esta primeira seleção, ainda havia certa quantidade de questionários que, preenchidos parcialmente, não ofereciam suficiente quantidade de informação sobre as opiniões do entrevistado e, portanto, deviam ser recusados. Para selecionar os questionários válidos optou-se pelo critério de “última pergunta respondida”, considerando que cada questionário era abandonado após a última resposta válida. Deste modo, era válido o questionário em que a última pergunta respondida correspondesse, pelo menos, à metade mais
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
299
uma das perguntas substantivas do questionário, isto é, uma vez descontadas as perguntas de contexto. Trata-se de um critério exigente, dado que os questionários eram bastante extensos em se tratando de questionários online. A duração habitual real de preenchimento dos questionários oscilou entre os 400 e os 800 segundos, segundo a pesquisa, isto é, exigia uma atenção de entre sete e quinze minutos. Tendo isto em conta, a percentagem de entrevistados que, após superadas as perguntas de contexto, responderam um número significativo de perguntas substantivas, foi bastante alta: os questionários anulados por abandono rondaram 15% entre o PDP, entre 15% e 20% dos estudantes, e entre 20% e 25% no caso do PAS. O interesse do pessoal docente e de pesquisa manteve-se muito alto mesmo na quarta pesquisa, em que seu questionário foi substancialmente mais longo que no resto de pesquisas e para o resto de categorias. As taxas de anulados (questionários invalidados) em cada uma das fases anteriores permaneceram bastante constantes ao longo das cinco pesquisas, pelo qual bastam como exemplo os dados da quarta pesquisa. Na quarta pesquisa 17.223 entrevistados responderam pelo menos uma pergunta do questionário. Deles, cerca de 18% disseram não estar ligados à universidade como estudantes, PDP ou PAS, e portanto não puderam continuar com o questionário. 7% adicionais não responderam a alguma pergunta de contexto considerada essencial, e foram também eliminados, restando 12.954 questionários admitidos provisoriamente. Neste ponto dividiu-se a base de dados nas três categorias (estudantes, PDP e PAS) e
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
300
foram anulados os questionários que não cumpriam o critério da última pergunta, explicado no parágrafo anterior. Como resultado, foram anulados 16% dos questionários de estudantes, 14% dos questionários docentes e 25% dos questionários do PAS, restando 6.372, 3.340 e 1.128 questionários válidos para as respectivas categorias. Baseando-nos nos diferentes gráficos de abandono por pergunta, foram estabelecidos os seguintes critérios de validez dos questionários da quarta pesquisa: os estudantes tinham que ter respondido pelo menos até a pergunta 25 (a décima nona de 35 se eliminamos as perguntas de contexto, 51% do questionário); o PDP tinha que ter respondido pelo menos até a pergunta 43 (a trigésima sétima de 72 se eliminamos as perguntas de contexto, 51% do questionário); o PAS tinha que ter chegado pelo menos à pergunta 25 (a vigésima primeira de 39 se eliminamos a pergunta de contexto, 54% do questionário). Aplicando estes critérios, garantíamos que todos os questionários válidos tivessem atingido pelo menos pouco mais da metade das perguntas substantivas de cada questionário, procurando em cada caso um corte significativo na variação do número de anulados de cada pergunta.
5. Ponderação dos dados Devido à desigual taxa de resposta por país, e à escassez destas em alguns países, foi necessário ponderar os dados para evitar vieses territoriais. Para isso utilizou-se o número de alunos universitários por país em 2012, último ano do qual se dispõe de dados. Esta ponderação foi aplicada tanto ao arquivo de estudantes como aos do PDP e o PAS, já que não se dispunham de dados de PAS de todos os países e considerando que o número de docentes ou auxiliares é proporcional ao número de alunos. O fato de que algumas regiões não alcançassem um número mínimo de respostas levou a que a ponderação aplicada não cumpra todos os critérios técnicos necessários, embora sim os suficientes para análises não muito complexas. Nas bases de dados inclui-se esta ponderação, mas para análise de maior detalhe ou dentro de um só país é conveniente utilizar uma ponderação por região ou mesmo por universidade. A base de dados incluirá a informação de contexto necessária para que os pesquisadores possam utilizar a ponderação que entenderem conveniente.
6. Bases de dados As bases de dados utilizadas nas análises estarão à disposição dos pesquisadores em formato de arquivo de texto em que as colunas se separam por tabuladores e as linhas por quebras de linha. Estes arquivos de dados serão acompanhados de um arquivo de identificação dos campos e dos valores válidos. No total serão disponibilizadas três bases de dados por pesquisa (quinze no total), pertencentes às respostas de estudantes, PDP e PAS. Nestas bases de dados só serão incluídos os registros que foram considerados válidos (ver acima a seção dedicada à análise de anulados).
7. Fichas técnicas de cada pesquisa FICHA TÉCNICA DA PRIMEIRA PESQUISA Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Universia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui, adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Universia. Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estudantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em páginas ou portais destinados ao público universitário. Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com. Amostra definitiva. 21.429 questionários válidos, 13.049 de estudantes, 5.164 de professores ou pesquisadores e 2.766 do pessoal de administração e serviços. Dados resultantes de submeter os 25.782 questionários registrados por sua vinculação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes: Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entrevistado com a universidade e sexo) 23.958 questionários Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos a metade delas. Foi um total de 21.429 questionários válidos Distribución de la muestra por países
Andorra Argentina Bolivia Brasil Chile Colombia Costa Rica Ecuador El Salvador Espanha Guatemala Honduras México Nicaragua
Total 5 285 31 3.226 475 755 30 137 25 13.606 27 29 1.281 140
Estudantes 3 149 16 2.279 259 408 10 30 13 8.421 13 13 677 95
Professores 2 115 14 643 135 257 17 96 8 3.326 12 13 426 32
PAS 0 21 1 304 81 90 3 11 4 1.859 2 3 178 13
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
Panamá Paraguai Perú Portugal Puerto Rico Rep. Dominicana Uruguai Venezuela Total
Total 20 121 566 338 79 33 51 169 21.429
Estudantes 6 54 247 203 38 16 34 65 13.049
304
Professores 13 40 236 90 16 15 15 93 5.614
PAS 1 27 83 45 25 2 2 11 2.766
Ponderação dos dado. Utiliza-se o número de alunos universitários por país correspondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS. Segmentação regional. Mantêm-se para esta primeira pesquisa duas das regiões previstas (Península Ibérica e Brasil) e agrupam-se as outras em uma terceira categoria, a partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia. Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público em 20 de setembro de 2013 e fechada em 21 de outubro de 2013.
FICHA TÉCNICA PESQUISA 2 Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Universia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui, adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Universia. Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estudantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em páginas ou portais destinados ao público universitário. Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com. Amostra definitiva. 21.929 questionários válidos, 14.212 de estudantes, 5.367 de professores ou pesquisadores e 2.350 do pessoal de administração e serviços. Dados resultantes de submeter os 25.852 questionários registrados por sua vinculação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes: Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entrevistado com a universidade e sexo): 23.939 questionários. Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos a metade delas. Total de 21.929 questionários válidos.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
305
Distribuição por países.
Andorra Argentina Bolivia Brasil Chile Colombia Costa Rica Ecuador El Salvador Espanha Guatemala Honduras México Nicaragua Otros Panamá Paraguai Perú Portugal Puerto Rico Rep. Dominicana Uruguai Venezuela Total
Total 1 590 47 4.242 481 651 35 64 54 10.219 16 12 2.720 39 9 10 41 591 1.834 39 21 60 153 21.929
Estudantes 0 275 28 3.412 242 362 9 20 10 6.856 11 5 1095 4 3 1 19 368 1.346 24 9 42 71 14.212
Professores 1 227 16 615 165 208 19 42 24 2.187 3 4 1144 24 6 8 14 160 392 10 6 16 76 5.367
PAS 0 88 3 215 74 81 7 2 20 1.176 2 3 481 11 0 1 8 63 96 5 6 2 6 2.350
Ponderação dos dados. Utiliza-se o número de alunos universitários por país correspondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS. Segmentação regional. Mantêm-se para esta pesquisa duas das regiões previstas (Península Ibérica e Brasil) e agrupam-se as outras em uma terceira categoria, a partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia. Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público em 5 de novembro de 2013 e fechada em 9 de dezembro de 2013.
FICHA TÉCNICA PESQUISA 3 Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Universia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui, adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Universia.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
306
Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estudantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em páginas ou portais destinados ao público universitário. Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com. Amostra definitiva. 20.693 questionários válidos, 11.842 de estudantes, 6.236 de professores ou pesquisadores e 2.615 do pessoal de administração e serviços. Dados resultantes de submeter os 25.564 questionários registrados por sua vinculação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes: Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entrevistado com a universidade e sexo): 25.149 questionários. Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos a metade delas. Total de 20.693 questionários válidos. Distribuição por países.
Andorra Argentina Bolivia Brasil Chile Colombia Costa Rica Ecuador El Salvador Espanha Guatemala Honduras México Nicaragua Panamá Paraguai Perú Portugal Puerto Rico Rep. Dominicana Uruguai Venezuela Otros Total
Total 7 274 16 3.233 296 439 17 55 38 7.310 22 22 8.286 12 12 24 233 99 57 30 54 135 22 20.693
Estudantes 3 130 8 2.186 205 247 8 12 9 4.589 11 7 4.061 1 2 7 132 66 39 8 30 63 18 11.842
Professores 1 112 7 723 78 141 9 39 19 1.745 9 7 3.084 10 7 14 94 21 12 12 20 69 3 6.236
PAS 3 32 1 324 13 51 0 4 10 976 2 8 1.141 1 3 3 7 12 6 10 4 3 1 2.615
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
307
Ponderação dos dados. Utiliza-se o número de alunos universitários por país correspondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS. Segmentação regional. Mantêm-se para esta pesquisa três das regiões previstas (Península Ibérica, Brasil e México) e agrupam-se as outras em uma quarta categoria, a partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia. Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público de 17 de fevereiro a 26 de março de 2014.
FICHA TÉCNICA PESQUISA 4 Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Universia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui, adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Universia. Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estudantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em páginas ou portais destinados ao público universitário. Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com. Amostra definitiva. 10.840 questionários válidos, 6.372 de estudantes, 3.340 de professores ou pesquisadores e 1.128 do pessoal de administração e serviços. Dados resultantes de submeter os 14.188 questionários registrados por sua vinculação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes: Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entrevistado com a universidade e sexo): 12.954 questionários. Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos a metade delas. Total de 10.840 questionários válidos. Distribuição por países.
Andorra Argentina Bolivia Brasil Chile Colombia Costa Rica Ecuador El Salvador
Total 1 261 15 2.987 176 531 8 45 10
Estudantes 0 108 6 1.994 85 275 2 11 4
Professores 0 131 8 773 71 198 4 25 5
PAS 1 22 1 220 20 58 2 9 1
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
Espanha Guatemala Honduras México Nicaragua Otros Panamá Paraguai Perú Portugal Puerto Rico Rep. Dominicana Uruguai Venezuela Total
Total 5.429 9 8 890 18 4 8 15 176 45 23 29 37 115 10.840
Estudiantes 3.371 5 2 286 4 2 1 4 88 22 11 18 24 49 6.372
308
Profesores 1.442 3 4 472 13 2 6 10 65 23 6 8 12 59 3.340
PAS 616 1 2 132 1 0 1 1 23 0 6 3 1 7 1.128
Ponderação dos dados. Utiliza-se o número de alunos universitários por país correspondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS. Segmentação regional. Mantêm-se para esta pesquisa duas das regiões previstas (Península Ibérica e Brasil) e agrupam-se as outras em uma terceira categoria, a partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia. Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público entre 27 de março e 4 de maio de 2014.
FICHA TÉCNICA PESQUISA 5 Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Universia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui, adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Universia. Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estudantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em páginas ou portais destinados ao público universitário. Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com. Amostra definitiva. 15.255 questionários válidos, 8.746 de estudantes, 4.863 de professores ou pesquisadores e 1.916 do pessoal de administração e serviços. Dados resultantes de submeter os 21.288 questionários registrados por sua vinculação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes:
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO
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Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entrevistado com a universidade e sexo): 19.085 questionários. Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos a metade delas. Total de 15.255 questionários válidos. Distribuição por países.
Andorra Argentina Bolivia Brasil Chile Colombia Costa Rica Ecuador El Salvador Espanha Guatemala Honduras México Nicaragua Panamá Paraguai Perú Portugal Puerto Rico República Dominicana Uruguai Venezuela Otros Total
Total 2 234 30 2.942 253 511 17 81 23 4.558 32 16 5.559 23 13 29 222 377 38 21
Estudantes 1 99 12 1.403 148 261 8 29 18 2.374 13 7 3.622 8 1 14 114 193 24 11
Professores 1 111 16 1.162 78 182 7 43 4 1.459 17 8 1.352 12 8 14 94 136 8 8
PAS 0 24 2 377 27 68 2 9 1 725 2 1 585 3 4 1 14 48 6 2
48 210 16 15.255
29 78 9 8.476
16 120 7 4.863
3 12 0 1.916
Ponderação dos dados Utiliza-se o número de alunos universitários por país correspondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS. Segmentação regional. Mantêm-se para esta pesquisa três das regiões previstas (Península Ibérica, Brasil e México) e agrupam-se as outras em uma quarta categoria, a partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia. Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público de 3 de maio a 1 de junho de 2014.
# QUESTIONร RIOS
310
Questionรกrios
# QUESTIONÁRIOS
311
Esta seção do Relatório A comunidade universitária opina apresenta os conteúdos dos cinco questionários aplicados online aos membros da comunidade universitária parceira da Universia. O desenho original e a estrutura das perguntas em seus correspondentes blocos atenderam tanto as diferentes áreas geográficas em que as Universidades se inscrevem como as singularidades dos entrevistados segundo a categoria a qual pertenciam — estudantes, professores e pesquisadores, e pessoal de administração e serviços—, introduzindo os filtros preceptivos. Pode-se consultar o detalhe das características da ferramenta e as seções dedicadas a, por um lado, dados descritivos do entrevistado e, por outro, conteúdos da pesquisa na seção deste Relatório denominada “Estudo técnico e trabalho de campo”. Uma equipe de assessores nomeados pela Secretaria Técnica do Comitê Acadêmico validou a redação dos questionários efetuada pela direção científica do projeto, encomendada a Víctor Pérez-Díaz e Juan Carlos Rodríguez, presidente e pesquisador de Analistas Sociopolíticos, respectivamente. A maioria das contribuições e sugestões da equipe assessora foram integradas nas versões finais de cada pesquisa. As pessoas designadas para realizar esta tarefa foram Federico Gutiérrez-Solana, diretor da Secretaria Técnica do III Encontro e ex-reitor da Universidad de Cantabria, Ramón Capdevila, assistente ao Conselheiro Delegado da Universia, Alberto Dibbern, reitor da Universidad de La Plata e Secretário
# QUESTIONÁRIOS
312
de Educação Pública da Argentina, David Aguilar, reitor da Universidad de Granada e José Jaime Rivera, reitor da Universidad Sagrado Corazón de Porto Rico. Nota técnica. Para facilitar a ordenação e a leitura, atribuiu-se um código numérico consecutivo às perguntas de cada questionário. Na fase de programação e durante sua exposição online, alguns destes questionários sofreram leves modificações acidentais, devidas a problemas de ajuste nos filtros, adaptações às funcionalidades e desenho da ferramenta informática, omissão de alguma das perguntas originais e atendimento de solicitações cursadas a posteriori por alguns responsáveis pela difusão das pesquisas em cada país. Essas modificações foram comentadas nos capítulos correspondentes do relatório. Com o fim de facilitar futuras explorações das pesquisas, recomenda-se empregar a codificação, tabulação e registros contidos nas bases de dados do projeto.
# QUESTIONÁRIOS
313
Questionário 1 A Universidade Comprometida
5. Qual é a sua relação com esta universidade? 1. Estudante 2. Professor e/ou pesquisador 3. Pessoal de administração e serviços
DESENHO DO QUESTIONÁRIO Analistas Socio-Políticos Fundación Europea Sociedad y Educación Setembro 2013
6. Identifique o seu gênero: 1. Masculino 2. Feminino 7. Idade (em anos) [deixar espaço para que digite]
INTRODUCCIÓN Em julho de 2014 se realizará o III Encontro de Reitores Universia no Rio de Janeiro com o lema “A Universidade do século XXI. Uma reflexão da Iberoamérica”. Visando a preparação e o bom andamento deste encontro, o Comitê Acadêmico quer abrir um canal de participação que permita que os professores, estudantes e pessoal não docente das universidades proporcionem a sua própria visão sobre o futuro da Universidade ibero-americana. Trata-se de uma série de questionários que se inicia com este, dedicado à “Universidade Comprometida” ou, dito de outra forma, à dimensão social da universidade. Valorizamos e agradecemos muito a sua colaboração ao responder a este breve questionário, e lembramos que os seus dados serão tratados de forma anônima e agregada. Por favor, clique en SEGUINTE para iniciar a pesquisa.
-_____ AOS ESTUDANTES 8a. Indique-nos qual o campo da ciência ou das humanidades que correspondem aos estudos que está cursando? 1. Ciências naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...) 2. Engenharia e tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia ambiental ou industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências médicas e da saúde (Medicina, Enfermaria, Biotecnologia da saúde...) 4. Ciências agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências sociais (Psicologia, Economia, Administração, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanidades (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...)
QUESTIONÁRIO 1. Possui um vínculo atual (como estudante, professor ou como pessoal de administração e serviços) com alguma universidade ibero-americana? 1. Sim —> p2 2. Não —> Agradecemos muito o seu interesse e a sua atenção, mas o seu perfil não se ajusta ao definido para esta pesquisa, que está dirigida aos que atualmente estão matriculados numa universidade iberoamericana ou que prestam serviços a ela. FIM DA PESQUISA. 2. Em que país está a sua universidade? 3. Em qual das seguintes divisões administrativas do seu país se situa a sua universidade? 4. Identifique a sua universidade na lista seguinte.
A PROFESSORES E/OU PESQUISADORES 8b. Indique-nos o campo da ciência ou das humanidades em que desempenha as suas tarefas de docentes e/ou de investigador? 1. Ciências naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...) 2. Engenharia e tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia ambiental ou industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências médicas e da saúde (Medicina, Enfermaria, Biotecnologia da saúde...) 4. Ciências agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências sociais (Psicologia, Economia, Administração, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanidades (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...)
# QUESTIONÁRIOS
A TODOS 9. Do seguinte conjunto de objetivos, qual acha que deveria ser prioritário para sua universidade? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? [A lista seguinte aparece cada vez com uma ordem, aleatoriamente, para não condicionar as respostas] 1. Formar bons profissionais 2. Formar bons investigadores 3. Formar bons cidadãos 4. Realizar tarefas de pesquisa, desenvolvimento do conhecimento e inovação 5. Contribuir para o desenvolvimento econômico e social da região em que está situada 6. Contribuir para a redução das desigualdades e para a coesão social 7. Contribuir para o cuidado e para a proteção do meio ambiente 8. Contribuir para o desenvolvimento de um espírito comum de pertença ibero-americana 9. Outro 99. Não sei 10. Se tivesse que expressar, numa escala de 0 (nenhuma) a 10 (muita), o grau de eficácia com que a sua universidade está cumprindo os objetivos que acabamos de referir, como qualificaria o cumprimento do objetivo de... 10a. Formar bons profissionais 10b. Formar bons pesquisadores 10c. Formar bons cidadãos 10d. Realizar tarefas de pesquisa, desenvolvimento do conhecimento e inovação 10e. Contribuir para o desenvolvimento económico e social da região em que está situada 10f. Contribuir para a redução das desigualdades e para a coesão social 10g. Contribuir para o cuidado e para a proteção do meio ambiente 10h. Contribuir para o desenvolvimento um espírito comum ibero-americano
314
11. Entre 0 (nada) e 10 (muito), em que medida acha que a prosperidade do seu país depende das diversas atividades (formação acadêmica, formação profissional, pesquisa, etc.) realizadas pelas universidades do seu país? -_____ 99. Não sei 12. Na mesma escala, em que medida a prosperidade do seu país depende das ações do governo e das administrações públicas do país? -_____ 99. Não sei 13. E das atividades das principais empresas? -_____ 99. Não sei 14. Para conseguir os objetivos aos que a sua universidade se propõe, em que medida acha que é necessária a cooperação da universidade com os seguintes atores? Responda utilizando, de novo, a escala de 0 (nada necessária) a 10 (muito necessária). [Rotar opções] 14a. As administrações públicas, o governo nos seus diferentes níveis 14b. As empresas e/ou associações empresariais 14c. As ONGs e associações voluntárias similares 14d. Outras universidades e centros de investigação de seu país 14e. As universidades e centros de investigação de fora do país -_____ 99. Não sei
[O entrevistado clica num dos valores na escala de 0 a 10, com uma última opção de “Não sei”; isto aplicase para todas as perguntas com a escala 0 a 10] [Vão aparecendo os diferentes objetivos, aleatoriamente, e os entrevistados vão qualificando a eficácia, um por um]
# QUESTIONÁRIOS
15. O que seria preciso fazer com as relações de sua universidade com cada uma das seguintes entidades: ampliá-las, deixá-las como estão, ou reduzi-las? 15a. As administrações públicas, o governo nos seus diferentes níveis 15b. As empresas e/ou associações empresariais 15c. As ONGs e associações voluntárias similares 15d. Outras universidades e centros de investigação de seu país 15e. As universidades e centros de investigação de fora do país. 1. Ampliar as relações 2. Deixá-las como estão 3. Reduzir as relações 9. Não sei 16. Em comparação com a média dos cidadãos de seu país, como qualificaria o compromisso social (trabalho voluntário, pertença a associações...) dos estudantes universitários? 1. Muito alto 2. Alto 3. Médio 4. Baixo 5. Muito baixo 9. Não sei 17. Atualmente, participa ou faz trabalho voluntário em alguma associação (cultural, de jovens, de bairro, ONG, profissional, sindicato, ecologista, de consumidores, etc.)? 1. Sim 2. Não 18. Você acha que a proporção de jovens que terminam uma educação universitária no seu país é... 1. Muito insuficiente 2. Insuficiente 3. Adequada 4. Excessiva 5. Muito excessiva 9. Não sei
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19. Em que medida você está de acordo com a seguinte afirmação: “No nosso país dispomos de medidas adequadas para facilitar o acesso aos estudos universitários dos grupos socialmente desfavorecidos”? Expresse seu grau de acordo utilizando uma escala de 0 (“nada de acordo”) a 10 (totalmente de acordo). -_____ 99. Não sei 20. Tendo em conta as condições financeiras em que se encontram as universidades no seu país, para conseguir um melhor acesso à universidade dos grupos socialmente desfavorecidos, supondo que só houvesse três opções, qual preferiria? 1. Que a universidade pública siga sendo gratuita para todos os estudantes, independentemente de sua renda familiar, independientemente de su renta familiar 2. Que os estudantes que possam paguem matrículas ajustadas ao custo real do ensino, mas que seja gratuita para os que não as possam pagar 3. Que os estudantes que possam paguem matrículas ajustadas ao custo real do ensino, mas que os que não o possam fazer recebam empréstimos com baixíssimos juros que devem devolver paulatinamente quando tiverem rendimentos profissionais suficientes 9. Não sabe 21. O que acha que aconteceu com o acesso aos estudos universitários dos grupos socialmente desfavorecidos na última década? 1. Melhorou muito ou bastante 2. Melhorou um pouco 3. Manteve-se em um nível similar 4. Piorou um pouco 5. Piorou muito ou bastante 9. Não sabe 22. Como acha que as mulheres estão quanto ao acesso à educação universitária em seu país? 1. Muito discriminadas 2. Bastante discriminadas 3. Um pouco discriminadas 4. Pouco discriminadas 5. Nada discriminadas 9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
23. Por último, de novo numa escala de 0 (nada útil) a 10 (muito útil), que utilidade acha que teria o lançamento de um Programa Ibero-americano de Cooperação e Ação Social Interuniversitária, que promova o compromisso social dos universitários e que procure a melhoria da qualidade de vida, a igualdade e o desenvolvimento de zonas desfavorecidas? -_____ 99. Não sabe
Muito obrigado pela sua atenção e tempo dedicado. Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
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# QUESTIONÁRIOS
Questionário 2 Universidades sem fronteiras DESENHO DO QUESTIONÁRIO Analistas Socio-Políticos Fundación Europea Sociedad y Educación Outubro 2013 INTRODUCCIÓN Em julho de 2014, será realizado o III Encontro Internacional de Reitores Universia no Rio de Janeiro com o tema “A Universidade do século XXI. Uma reflexão Ibero-Americana”. Para efeito de preparação e para o bom andamento do evento, o Comitê Acadêmico abriu um canal de participação que permite que professores, estudantes e colaboradores das universidades expressem suas próprias visões sobre o futuro da Universidade Ibero-Americana. Este é o segundo de uma série de questionários que tem como assunto principal a mobilidade e a internacionalização universitária, tema unânime no II Encontro Internacional de Reitores Universia em Guadalajara (2010). Os reitores presentes na ocasião acordaram o objetivo de atingir 2,5% de mobilidade nacional e internacional entre seus alunos no ano de 2015. Valorizamos e agradecemos muito a sua colaboração por responder este breve questionário e lembramos que seus dados serão tratados de maneira anônima e agregada. Por favor, clique en SEGUINTE para iniciar a pesquisa. QUESTIONÁRIO 1. Atualmente possui vínculo (como estudante, professor ou colaborador) com alguma universidade ibero-americana? 1. Sim —> p2 2. Não —> Agradecemos o seu interesse e atenção, porém seu perfil não está de acordo com o definido para a pesquisa. Esta se dirige a quem, atualmente, está matriculado em uma universidade ibero-americana ou presta serviços a ela. FIM DA PESQUISA. 2. Em que país está a sua universidade? 3. Em qual estado brasileiro se situa a sua universidade? 4. Selecione sua universidade na lista a seguir:
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5. Qual é a sua relação com esta universidade? 1. Estudante 2. Professor e/ou pesquisador 3. Colaborador administrativo e serviços Identifique o seu gênero: 1. Homem 2. Mulher 7. Idade (anos) -_____ SOMENTE PARA ESTUDANTES 8a. Indique o campo da ciência ou humanas que corresponde ao seu curso? 1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...) 2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Meio-Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...) 4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Empresariais, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanas (História, Filologias, Literatura, Filosofia, Arte...) SOMENTE PARA PROFESSORES 8b. Indique o campo da ciência ou humanas que corresponde ao seu curso? 1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...) 2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Meio-Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...) 4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Empresariais, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanas (História, Filologias, Literatura, Filosofia, Arte...)
# QUESTIONÁRIOS
PARA TODOS 9. No seu país, qual costuma ser o principal critério na hora de escolher a universidade: a reputação da instituição ou sua localização (por exemplo, em relação à proximidade da residência)? 1. Reputação 2. Localização 9. Não sei 10. Aponte, em uma escala de 0 (discordo totalmente) a 10 (concordo totalmente), sua opinião em relação às afirmações a seguir: 10.a. No meu país, os estudantes universitários contam com informações suficientes para escolher onde estudar. 10.b. Relatórios independentes sobre a qualidade das universidades e seus planos de estudos ajudariam os estudantes a escolher onde estudar. 10.c. Rankings de resultados das universidades e seus planos de estudo ajudariam os estudantes a escolher onde estudar.
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13A. Você considera que tem conhecimento adequado de algum idioma estrangeiro para fazer um curso de nível universitário com bom aproveitamento em um país de língua espanhola? 1. Sim 2. Não SOMENTE PARA PROFESSORES 11B. Você já fez algum curso de nível universitário em outro país? 1. Sim 2. Não 12B. Você já atuou como docente ou pesquisador em outro país por pelo menos um período equivalente a um curso acadêmico? 1. Sim 2. Não 13B. Você tem planos de atuar como docente ou pesquisador em outro país? 1. Sim 2. Não
-_____ PARA TODOS 99. Não sei
SOMENTE PARA ESTUDANTES 11A. Você tem planos de continuar pelo menos parte dos seus estudos em outro país? 1. Sim 2. Não 12A. Você já fez algum curso de nível universitário em outro país? 1. Sim 2. Não: solicitei, porém não fui selecionado 3. Não: tinha planos de fazer, mas desisti da ideia. 4. Não: nunca planejei estudar fora do país.
14. Indique se os aspectos a seguir representam um obstáculo muito grande, grande, pequeno ou nenhum obstáculo para os estudantes do seu país que desejam estudar fora: 14.a. A falta de informações sobre as oportunidades para estudar fora do país 14.b. A falta de fundos 14.c. O fato de os estudos fora do país não terem reconhecimento ou homologação ou que estes sejam difíceis de obter 14.d. A diferença de qualidade educacional fora do país 14.e. As barreiras linguísticas 14.f. Na minha universidade não se fomenta a mobilidade 14.g. Problemas relativos à emigração (barreiras administrativas, por exemplo) 1. Obstáculo muito grande 2. Grande 3. Pequeno 4. Nenhum obstáculo 9. Não sei
# QUESTIONÁRIOS
15. Aponte, em uma escala de 0 (discordo totalmente) a 10 (concordo totalmente), sua opinião sobre a afirmação a seguir: “Todos os planejamentos de estudos deveriam incluir um período de estudos no exterior, como parte integrante”. -_____ 99. Não sei 16. Na atualidade, quanto sua universidade se beneficia da presença de estudantes procedentes de outros países? 1. Muito 2. Suficiente 3. Pouco 4. Nada 9. Não sei 17. Se fosse necessário facilitar a vinda de estudantes estrangeiros à sua universidade e precisasse priorizar um continente ou região de procedência, qual deveria ser privilegiado? 1. América do Norte 2. Américas Central e do Sul 3. Europa 4. Ásia 5. África 6. Oceania 9. Não sei 18. E se fosse necessário facilitar a ida de estudantes de sua universidade para fora do país e precisasse priorizar a um continente ou região de destino, qual deveria ser? 1. América do Norte 2. Américas Central e do Sul 3. Europa 4. Ásia 5. África 6. Oceania 9. Não sei 19. ¿En qué medida cree que es conveniente que su Em uma escala de 0 (muito pouco conveniente) a 10 (muito conveniente), quanto você considera conveniente que sua universidade conte com professores estrangeiros? -_____ 99. Não sei
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20. Na contratação de novos professores, sua universidade deveria dar alguma importância para experiência de trabalho ou estudo no exterior? 1. Sim 2. Não 9. Não sei 21. Em uma escala de 0 (muito pouco útil) a 10 (muito útil), na sua opinião, qual é o grau de utilidade das medidas a seguir para fomentar substancialmente a mobilidade nacional (entre universidades do próprio país) e internacional (com universidades estrangeiras) dos estudantes, professores e pesquisadores do seu país e da Ibero-América em geral? 21.a. Um maior compromisso de governos, empresas, patrocinadores públicos e privados no financiamento da mobilidade de estudantes e professores. 21.b. Que os governos eliminem os obstáculos burocráticos, legais e migratórios que limitam a mobilidade. 21.c. Que cada universidade projete programas específicos de mobilidade. 21.d. O estabelecimento de um “Instrumento Universitário Ibero-americano” que facilite a mobilidade e o uso dos serviços prestados pelas universidades nesta área geográfica. 21.e. A coordenação de ações para promover a universidade ibero-americana mediante programas conjuntos e estruturas compartilhadas entre diferentes universidades. -_____ 99. Não sei SOMENTE PARA COLABORADORES ADMINISTRATIVOS E DE SERVIÇOS (NO BRASIL) 21bis. Em uma escala de 0 (discordo totalmente) a 10 (concordo totalmente), qual é a sua opinião sobre a afirmação “os colaboradores administrativos e de serviços da minha universidade estão suficientemente preparados para apoiar e administrar a mobilidade internacional de professores e estudantes substancialmente maior do que a atual”? -_____ 99. Não sei
# QUESTIONÁRIOS
PARA TODOS 22. Qual é a importância, de fato, dada pela sua universidade ao objetivo da mobilidade nacional ou internacional de seus estudantes e professores? Responda em uma escala de 0 (nenhuma importância) a 10 (uma grande importância) -_____ 99. Não sei 23. Você acredita que seu país tem um problema de “fuga de cérebros”, ou seja, pesquisadores altamente qualificados formados em seu país que vão para o exterior e não voltam? 1. Sim 2. Não 9. Não sei 24. Hipoteticamente, por quais razões você acredita que um pesquisador pode decidir permanecer em um país estrangeiro e não voltar ao seu país de origem? Qual acredita ser a mais importante? E a segunda opção? [ROTAR OPÇÕES] 1. Melhores condições salariais 2. Mais incentivos econômicos para a pesquisa 3. Melhores oportunidades de carreira profissional 4. Mais capacidade financeira para aplicar projetos de pesquisas 5. Mais liberdade para o trabalho de pesquisa 6. Mais reconhecimento das conquistas dos pesquisadores 7. Melhor funcionamento da comunidade científica 8. Mais facilidades para explorar pessoalmente os resultados das pesquisas 9. Não sei 25. De 0 (muito pouco) a 10 (muito), quanto sua universidade está apostando na formação online? -_____ 99. Não sei
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26. O quanto você acredita que a universidade deveria apostar na formação on-line? Responda em uma escala de 0 (“fazer uma aposta mínima”) a 10 (“fazer uma aposta máxima”).. -_____ 99. Não sei 27. De 0 (muito pouco) a 10 (muito), qual é o nível de conhecimento que você considera ter sobre a rede Universia? -_____ 99. Não sei 28. Você acredita que a rede Universia possa desempenhar um papel muito, suficiente, pouco ou nada importante no estabelecimento de um espaço iberoamericano para o desenvolvimento do conhecimento e da inovação? 1. Muito importante 2. Suficiente importante 3. Pouco importante 4. Nada importante 9. Não sei
Agradecemos pela sua atenção e tempo dedicados. Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
# QUESTIONÁRIOS
Questionário 3 Universidades formadoras DESENHO DO QUESTIONÁRIO Analistas Socio-Políticos Fundación Europea Sociedad y Educación Janeiro 2014 INTRODUÇÃO Em julho de 2014 será celebrado o III Encontro de Reitores Universia no Rio de Janeiro com o lema “A Universidade do século XXI. Uma reflexão da IberoAmérica”. Com o intuito de preparar e garantir o bom andamento deste encontro, o Comitê Acadêmico abriu um canal de participação que permite que professores, estudantes e pessoal administrativo e de serviços das universidades deem sua própria visão sobre o futuro da Universidade ibero-americana. Trata-se de uma série de questionários, de que este é o terceiro e é dedicado à função de formação que as universidades realizam, em suas diferentes dimensões e modalidades. Valorizamos e agradecemos muito sua colaboração ao responder este breve questionário, e lembramos que seus dados serão tratados de modo anônimo e agregado.
QUESTIONÁRIO 1. Tem vínculo atual (como estudante, professor ou como pessoal de administração e serviços) com alguma universidade ibero-americana? 1. Sim -> p2 2. Não -> Agradecemos muito seu interesse e a atenção dispensada, mas seu perfil não se encaixa no definido para esta pesquisa, que está dirigida àqueles que atualmente estão matriculados em uma universidade iberoamericana ou prestam seus serviços nela. FIM DA PESQUISA 2. Poderia dizer em que país fica a sua universidade? 3. Em qual das seguintes divisões administrativas do seu país localiza-se a sua universidade?
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4. Poderia marcar sua universidade na seguinte lista? 5. Qual é a sua relação com a mencionada universidade? 1. Estudante 2. Professor e/ou pesquisador 3. Pessoal de administração e serviços 6. Você é...? 1. Homem 2. Mulher 7. Idade (em anos) -_____ APENAS PARA ESTUDANTES 8a. Poderia indicar o campo da ciência ou das humanidades ao qual correspondem os estudos que está cursando? 1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...) 2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...) 4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração de Empresas, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanidades (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...) APENAS PARA PROFESSORES 8b. Poderia indicar o campo da ciência ou das humanidades em que desempenha suas tarefas docentes e/ou de pesquisa? 1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...) 2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...) 4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração de Empresas, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanidades (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...)
# QUESTIONÁRIOS
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PARA TODOS
TODOS OS ESTUDANTES
9. A formação universitária pode ser focada em diferentes objetos (formação acadêmica, profissional, cultural, de pesquisa, etc.). Como o tempo e os recursos são limitados, não é possível dar a mesma importância a todos os objetos. Se tivesse que escolher, quais seriam suas preferências a este respeito? Em uma escala de 0 a 10, dê uma pontuação a depender de se sua preferência se aproxima mais ou menos das opções dos extremos. Um 5 significa que sua opinião encontra-se em um meio termo entre ambas as opções. 9.a. melhorar a capacidade de pensar (0) melhorar a capacidade de agir (10)) 9.b. formação prática (0) transmissão de conhecimentos (10) 9.c. especialização profissional ou acadêmica (0) formação cultural de amplo espectro (10) 9.d. formação inicial dos jovens (0) formação ao longo da vida toda (10) 9.e. formação mais ligada às necessidades do momento (0) formação mais atemporal (10)
11a. Poderia dar sua opinião quanto aos estágios nas empresas ou organizações semelhantes que os estudantes do seu curso realizam? 1. Não há estágios, mas deveria haver 2. Há estágios, mas deveriam durar mais 3. Há estágios, mas deveriam durar menos 4. Há estágios e têm, mais ou menos, a duração adequada 9. Não sabe
-_____ 99. Não sabe
12a. m que medida acredita que são úteis os conhecimentos adquiridos em seu curso para a adequada inserção no mercado de trabalho daqueles que obtêm a titulação? Responda, por favor, em uma escala de 0 (nem um pouco úteis) a 10 (muito úteis). -_____ 99. Não sabe 13a. Em geral, de 0 (muito ruim) a 10 (muito boa), como qualificaria a qualidade do ensino no curso que está fazendo? -_____ 99. Não sabe
ESTUDANTES 10a. Em uma escala de 0 (qualificação mínima) a 10 (qualificação máxima), como qualificaria seus professores, em geral, de acordo com...? 10.a.1. O nível de conhecimentos de sua matéria 10.a.2. Sua capacidade pedagógica 10.a.3. A inovação de seus métodos de ensino 10.a.4. Sua vocação pelo ensino -_____ 99. Não sabe
PROFESSORES 10b. Em uma escala de 0 (qualificação mínima) a 10 (qualificação máxima), como qualificaria, em geral, os professores da sua universidade que dão aula no(s) mesmo(s) curso(s) universitário(s) que você, em geral, quanto a...? 10.b.1. O nível de conhecimentos de sua matéria 10.b.2. Sua capacidade pedagógica 10.b.3. A inovação de seus métodos de ensino 10.b.4. Sua vocação pelo ensino -_____ 99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
10b2. Como você, particularmente, na escala de 0 (muito baixa) a 10 (muito alta), avaliaria sua competência para utilizar metodologias ligadas às novas tecnologias da informação em suas aulas? -_____ 99. Não sabe
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TODOS 14. Por favor, diga-me em que medida concorda com a seguinte afirmação. Responda com a escala de 0 (não concordo) a 10 (concordo plenamente): “Uma universidade pode proporcionar uma formação muito boa sem necessidade de dedicar uma quantidade significativa de recursos à pesquisa”.
A TODOS OS PROFESSORES
-_____
11b. Poderia dar sua opinião a respeito dos estágios nas empresas ou organizações semelhantes que os estudantes do seu curso realizam? 1. Não há estágios, mas deveria haver 2. Há estágios, mas deveriam durar mais 3. Há estágios, mas deveriam durar menos 4. Há práticas e têm, mais ou menos, a duração adequada 9. Não sabe
99. Não sabe
12b. Em que medida acredita que são úteis os conhecimentos adquiridos no curso em que desenvolve a maior parte de sua docência para a adequada inserção no mercado de trabalho dos que obtêm a titulação? Responda, por favor, em uma escala de 0 (nem um pouco úteis) a 10 (muito úteis). -_____ 99. Não sabe 13b. Em geral, de 0 (muito ruim) a 10 (muito boa), como qualificaria a qualidade do ensino neste curso? -_____ 99. Não sabe
PAS 13c. Em geral, de 0 (muito ruim) a 10 (muito boa), como qualificaria a qualidade do ensino no centro universitário em que desempenha seu trabalho? -_____ 99. Não sabe
PROFESSORES 15b. Na escala de 0 (muito pouco adequada) a 10 (muito adequada), como avaliaria a oferta de formação permanente ou contínua à disposição dos docentes de sua universidade? -_____ 99. Não sabe 16b. ¿Que utilidade poderia ter, para melhorar essa oferta de formação permanente, estabelecer algo semelhante a uma rede virtual ibero-americana para a formação docente que sirva, entre outros propósitos, para difundir as boas práticas neste campo? Responda, por favor, em uma escala de 0 (muito pouco útil) a 10 (muito útil). -_____ 99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
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PARA ESTUDANTES E PROFESSORES
ESTUDANTES
16. De acordo com a sua experiência universitária e/ ou com o que possa conhecer a respeito da formação online, que porcentagem aproximada dos cursos presenciais poderia ser substituída satisfatoriamente por cursos exclusivamente online, isto é, através da Internet? 1. Menos de 10% 2. Entre 10% e 20% 3. Entre 20% e 30% 4. Entre 30% e 40% 5. Entre 40% e 50% 6. Entre 50% e 60% 7. Entre 60% e 70% 8. Entre 70% e 80% 9. Entre 80% e 90% 10. Mais de 90% 99. Não sabe
18a. Em sua carreira, em geral, sendo o 0 um desenvolvimento muito baixo e o 10 um desenvolvimento muito alto, que grau de desenvolvimento têm as seguintes características dos cursos que são oferecidos? 18.a.1. Acesso online a materiais (livros, artigos, apresentações...) 18.a.2. Comunicação online (e-mail, fóruns...) com os professores 18.a.3. Trabalhos de curso em equipe (com ferramentas tipo wiki) 18.a.4. Tarefas individuais realizadas online 18.a.5. Possibilidade de autoavaliações online
PARA TODOS
PROFESSORES
17. De 0 (não concordo) a 10 (concordo plenamente), diga, por favor, em que medida você concorda com as seguintes afirmações a respeito da formação universitária online, isto é, através da Internet:
18b. Na carreira em que você realiza a maior parte da sua docência, em geral, sendo o 0 um desenvolvimento muito baixo e o 10 um desenvolvimento muito alto, que grau de desenvolvimento têm as seguintes características dos cursos que são oferecidos? 18.b.1. Acesso online a materiais (livros, artigos, apresentações...) 18.b.2. Comunicação online (e-mail, fóruns...) com os professores 18.b.3. Trabalhos de curso em equipe (com ferramentas tipo wiki) 18.b.4. Tarefas individuais realizadas online 18.b.5. Possibilidade de autoavaliações online
17.a. Requer um maior esforço de autodisciplina por parte dos estudantes 17.b. Requer mais esforço por parte dos professores 17.c. Facilita o acesso à universidade de grupos menos favorecidos 17.d. Em conjunto, implica uma experiência universitária menos enriquecedora 17.e. Em conjunto, permite adquirir uma preparação acadêmica ou profissional equivalente à que se adquire com os cursos presenciais 17.f. É um complemento da formação presencial, não a substitui -_____ 99. Não sabe
-_____ 9. Não sabe
-_____ 99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
PARA TODOS 19. ¿Ouviu falar alguma vez ou leu a respeito dos MOOCs (Massive Open Online Courses, Cursos Online em Massa e Abertos)? 1. Sim 2. Não EM TELA DIFERENTE
[A depender de se tiverem respondido sim ou não/ não tiverem respondido, a pergunta seguinte não vai precedida de “Como você sabe,”] 20. Os MOOCs são cursos universitários que são oferecidos através de plataformas educativas na Internet e nos quais qualquer pessoa pode se matricular. Costumam constar vídeos com aulas magistrais de um professor e ferramentas interativas para que cada estudante realize suas tarefas e se submeta à avaliação. Nós gostaríamos de conhecer sua opinião sobre eles. Em que medida você concorda com as seguintes afirmações sobre esses cursos? (0=não concordo, 10=concordo plenamente) 20.a. Os MOOCs permitem que muita gente tenha acesso a um ensino de primeiro nível mundial que antes estava reservado apenas para alguns 20.b. Os MOOCs (ou figuras equivalentes) acabarão sendo mais importantes do que a educação universitária tradicional 20.c. No final os MOOCs não poderão sobreviver sendo gratuitos 20.d. Aprende-se tanto através dos MOOCs quanto por meio do ensino universitário tradicional -_____ 99. Não sabe 21. Acredita que os portais da Universia ou outras redes virtuais poderiam tornar-se um canal relevante para o desenvolvimento da formação universitária em escala ibero-americana? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe
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22. O que acharia se, no âmbito de um Espaço IberoAmericano do Conhecimento, fosse estabelecido um sistema de reconhecimento mútuo das titulações universitárias baseado em critérios comuns para a definição de créditos transferíveis, semelhante ao modelo europeu de acreditação? 1. Muito adequado 2. Bastante adequado 3. Pouco adequadoo 4. Nem um pouco adequado 9. Não sabe 23. Por último, qual utilidade teriam as seguintes medidas para conseguir melhoras significativas na qualidade do ensino nas universidades do seu país? Responda, por favor, com a escala de 0 (muito pouca utilidade) a 10 (muita utilidade). 23.a. A convergência das estruturas dos cursos universitários (por exemplo, para um de graduação, mestrado, doutorado, ou outro semelhante) em escala ibero-americana 23.b. A acreditação dos estudos que as universidades oferecem diante de agências homologadas internacionalmente 23.c. Acordos de colaboração entre universidades para oferecer titulações conjuntas 23.d. Planos de colaboração com instituições públicas e empresas privadas dirigidos a que os estudantes façam estágios
Muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo. Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
# QUESTIONÁRIOS
Questionário 4 Universidades criativas e inovadoras DESENHO DO QUESTIONÁRIO Analistas Socio-Políticos Fundación Europea Sociedad y Educación Março de 2014 INTRODUÇÃO Em julho de 2014 será celebrado o III Encontro de Reitores Universia no Rio de Janeiro sob o lema “A Universidade do século XXI. Uma reflexão da IberoAmérica”. No intuito de preparar e promover o bom andamento deste encontro, o Comitê Acadêmico abriu um canal de participação que permita a professores, estudantes e funcionários das universidades fornecerem suas próprias visões sobre o futuro da Universidade ibero-americana. Trata-se de uma série de questionários, de que este é o quarto, dedicado às funções de pesquisa, inovação e transferência tecnológica realizadas pelas universidades, todas as quais se referem a aspectos centrais das sociedades dinâmicas e competitivas. Valorizamos e agradecemos muito sua colaboração ao responder este breve questionário, e lembramos que seus dados serão tratados sigilosamente e de forma conjunta.
QUESTIONÁRIO 1. Você tem um vínculo atual (como estudante, professor ou como funcionário de administração e serviços) com alguma universidade ibero-americana? 1. Sim -> p2 2. Não -> Agradecemos muito seu interesse e sua atenção, mas seu perfil não se adapta ao definido para esta pesquisa, que está dirigida àqueles que atualmente estão matriculados em uma universidade ibero-americana ou prestam serviços nela. FIM DA PESQUISAA. 2. Poderia dizer em que país fica a sua universidade? 3. Em qual das seguintes repartições administrativas de seu país situa-se sua universidade?
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4. Poderia marcar sua universidade na lista a seguir? 5. Qual é a sua relação com a mencionada universidade? 1. Estudante 2. Professor e/ou pesquisador 3. Pessoal de administração e serviços 6. Você é...? 1. Homem 2. Mulher 7. Idade (em anos) -_____ SÓ PARA ESTUDANTES 8a. Poderia indicar o campo de ciências ou de humanidades ao qual corresponde o seu curso? 1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Processamento de Dados...) 2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...) 4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração de Empresas, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanidades (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...) SÓ PARA PROFESSORES 8b. Poderia indicar o campo de ciências ou de humanidades em que desempenha suas tarefas docentes e/ou de pesquisa? 1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Processamento de Dados...) 2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...) 4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração de Empresas, Ciências da
# QUESTIONÁRIOS
Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanidades (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...) PROFESSORE 9. Pensando no conjunto de suas atividades como professor (e pesquisador, se for o caso) ao longo de um curso acadêmico, aproximadamente que porcentagem do seu tempo você dedica a...? 9.1. Ensino 9.2. Pesquisa 9.3. Tarefas administrativas ligadas à pesquisa 9.4. Outras tarefas administrativas 9.9. Não sabe 1. 0% 2. 5% 3. 10% 4. 15% 5. 20% 6. 25% 7. 30% 8. 35% 9. 40% 10. 45% 11. 50% 12. 55% 13. 60% 14. 65% 15. 70% 16. 75% 17. 80% 18. 85% 19. 90% 20. 95% 21. 100%
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10. Que tipo de pesquisa você realiza com maior frequência? [Só pode ser selecionada uma opção] 1. Pesquisa básica (orientada a obter conhecimentos sobre os fundamentos dos fenômenos observáveis, sem pensar em darlhes nenhuma aplicação determinada) 2. Pesquisa aplicada (orientada a adquirir novos conhecimentos, mas dirigidos fundamentalmente a um objetivo prático específico) 3. Desenvolvimento (aproveita os conhecimentos existentes e tem como finalidade produzir novos materiais, produtos, processos ou serviços, ou a melhorar significativamente os existentes) 9. Não sabe 99. não se aplica (quase não faz pesquisa) [IR À PERGUNTA 12] 11.a. Nos últimos anos, ele tem realizado atividades de pesquisa em colaboração com outros investigadores ou instituições? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe 11.b. Nos últimos anos, com quais dos seguintes atores você cooperou para realizar a sua pesquisa? [É possível selecionar vários] 11.b.1. Pesquisadores de sua própria universidade 11.b.2. Outras universidades de seu país 11.b.3. Universidades estrangeiras 11.b.4. Centros de pesquisa (públicos ou privados) de seu país 11.b.5. Centros de pesquisa (públicos ou privados) estrangeiros 11.b.6. Empresas de seu país 11.b.7. Empresas estrangeiras 11.b.8. Associações ou fundações de seu país 11.b.9. Associações ou fundações estrangeiras 11.b.10. Outro? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
AOS QUE COOPERARAM COM ALGUM DESSES ATORES 12. Como regra geral, essa cooperação foi produtiva? Responda, por favor, em uma escala de 0 (nem um pouco produtiva) a 10 (muito produtiva). -_____
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13.3. Por favor, diga-me seu grau de concordância com as seguintes afirmações. Use, por favor, a escala de 0 (discorda totalmente) a 10 (concorda totalmente) 13.3.1. Os trâmites administrativos para obter fundos nacionais para projetos de pesquisa são simples 13.3.2. Os trâmites administrativos para obter fundos internacionais para projetos de pesquisa são simples
99. Não sabe -_____ PARA TODOS OS PROFESSORES 13.1. Por favor, diga-me seu grau de concordância com as seguintes afirmações. Use, por favor, a escala de 0 (discorda totalmente) a 10 (concorda totalmente). 13.1.1. É possível ser bom professor sem ser bom pesquisador 13.1.2. O confronto de ideias com os alunos em aula pode ser muito útil para as pesquisas que os professores universitários desenvolvem 13.1.3. A atividade docente de um professor universitário beneficia-se muito com as pesquisas que ele desenvolve
13.2. Por favor, diga-me seu grau de concordância com as seguintes afirmações. Use, por favor, a escala de 0 (discorda totalmente) a 10 (concorda totalmente) 13.2.1. Uma parte considerável da remuneração do professor universitário deve depender da pesquisa que ele desenvolver 13.2.2. Os incentivos à pesquisa universitária melhoraram nos últimos dez anos 13.2.3. Os incentivos à produção de artigos científicos acabam dando lugar a muita produção científica de qualidade insuficiente
99. Não sabe 14. Há em sua universidade um departamento especializado na gestão e avaliação de projetos de pesquisa com empresas ou na transferência dos resultados da pesquisa universitária às empresas? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe
ÀQUELES QUE DIZEM QUE HÁ UM ESCRITÓRIO DE TRANSFERÊNCIA 15. De 0 (nem um pouco satisfatório) a 10 (muito satisfatório), pelo seu conhecimento direto ou indireto, como avaliaria o funcionamento desse departamento? -_____ 99. Não sabe
PARA TODOS 16. Há em sua universidade um departamento especializado na administração da internacionalização da atividade de pesquisa da própria universidade?1. Sí 1. Sim 2. Não 9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
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AOS QUE DIZEM QUE HÁ UM ESCRITÓRIO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
AOS QUE PRETENDEM DEDICAR-SE A PESQUISAR EM UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA
17. De 0 (nem um pouco satisfatório) a 10 (muito satisfatório), pelo seu conhecimento direto ou indireto, como avaliaria o funcionamento desse departamento?
19.c. Em qual das seguintes áreas geográficas você esperaria desenvolver sua carreira como pesquisador? 1. América do Norte 2. América Central e do Sul 3. Europa 4. Ásia 5. África 6. Oceania 9. Não sabe
-_____ 99. Não sabe
ESTUDANTES 18. Você pretende obter o título de doutor em seu curso atual ou em outro? 1. Sim 2. Sim, já estou fazendo os cursos de doutorado 3. Sim, já estou elaborando minha tese doutoral 4. Não 19.a. Uma vez finalizados os seus estudos universitários, você pretende dedicar-se à pesquisa? 1. Sim, na universidade 2. Sim, na empresa 3. Sim, em outras organizações 4. Não 9. Não sabe
A TODOS OS ESTUDANTES QUE PENSAM DEDICARSE À PESQUISA 20. Você acha que é muito, bastante, pouco ou nem um pouco provável que suas previsões de dedicar-se à pesquisa após finalizar seus estudos universitários sejam cumpridas? 1. Muito provável 2. Bastante provável 3. Pouco provável 4. Nem um pouco provável 9. Não sabe
A TODOS OS ESTUDANTES
AOS ESTUDANTES QUE PRETENDEM DEDICAR-SE A PESQUISAR NA UNIVERSIDADE 19.b. Você espera desenvolver sua carreira como pesquisador, sobretudo, em sua própria universidade, em outra universidade do seu país ou em uma universidade estrangeira? 1. Na própria universidade 2. Em outra universidade de seu país 3. Em universidade estrangeira 9. Não sabe
21. Independentemente de pretender dedicar-se ou não à pesquisa, avalie, por favor, de 0 (muito pouca) a 10 (muita), em que medida seus estudos universitários estariam proporcionando as bases necessárias para que você fosse um bom pesquisador no futuro. -_____ 99. Não sabe 22. Por favor, mencione seu grau de concordância com as seguintes afirmações. Use a escala de 0 (discorda totalmente) a 10 (concorda totalmente). 22.1. É possível ser bom professor sem ser bom pesquisador 22.2. A atividade docente de um professor universitário beneficia-se muito com as pesquisas que ele desenvolve -_____
# QUESTIONÁRIOS
330
99. Não sabe ESSOAL DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS (COLABORADORES NO BRASIL)
AOS QUE DIZEM QUE HÁ UM ESCRITÓRIO DE TRANSFERÊNCIA
23. Em que medida você concorda com a seguinte afirmação: “o pessoal de administração e serviços da minha universidade está suficientemente preparado para apoiar e administrar os trabalhos de pesquisa e inovação que os professores e pesquisadores da minha universidade desenvolvem”. Responda, por favor, em uma escala de 0 (discordo totalmente) a 10 (concordo totalmente).
27. De 0 (nem um pouco satisfatório) a 10 (muito satisfatório), como você avaliaria o funcionamento desse departamento? -_____ 99. Não sabe
-_____
PARA TODOS
99. Não sabe
28. Há em sua universidade um departamento especializado na administração da internacionalização da atividade de pesquisa da própria universidade? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe
24. Do seu tempo de trabalho, de cada 100 horas, quantas, aproximadamente, você diria que têm a ver com a gestão desses trabalhos de pesquisa e inovação? -_____ 99. Não sabe 25. Por favor, mencione seu grau de concordância com as seguintes afirmações. Use a escala de 0 (discorda totalmente) a 10 (concordo totalmente) 25.1. éÉ possível ser bom professor sem ser bom pesquisador 25.2. Os trâmites administrativos para obter recursos nacionais para projetos de pesquisa são simples 25.3. Os trâmites administrativos para obter recursos internacionais para projetos de pesquisa são simples -_____ 99. Não sabe 26. Há em sua universidade um departamento especializado na gestão e avaliação de projetos de pesquisa com empresas ou na transferência dos resultados da pesquisa universitária às empresas? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe
AOS QUE DIZEM QUE HÁ UM ESCRITÓRIO DE INTERNACIONALIZAÇÃO 29. De 0 (nem um pouco satisfatório) a 10 (muito satisfatório), pelo seu conhecimento direto ou indireto, como você avaliaria o funcionamento desse departamento? -_____ 99. Não sabe
A TODOS OS PESQUISADOS 30. Entre 0 (pouco) e 10 (muito), quanto você diria que a universidade contribui com a capacidade de inovação tecnológica do seu país? 31. E quanto o que o governo nacional contribui? 32. ¿E quanto as empresas privadas contribuem? -_____ 99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
33. Que prioridade tem a pesquisa em sua universidade? Responda, por favor, na escala de 0 (prioridade mínima) a 10 (prioridade máxima). -_____ 99. Não sabe 34. E que prioridade tem o ensino em sua universidade?
331
38. Independentemente de que essa cifra seja atingida, quem deveria protagonizar o esforço de investimento para atingi-la, sobretudo o setor público (o Estado e o resto das administrações públicas), sobretudo o setor privado (empresas), ou deveriam ter um protagonismo semelhante? 1. Sobretudo o setor público 2. Sobretudo o setor privado 3. Protagonismo semelhante 9. Não sabe
-_____ PARA PROFESSORES 99. Não sabe 35. Que prioridade tem a inovação tecnológica em seu país? -_____ 99. Não sabe 36. O conjunto do gasto em pesquisa e desenvolvimento (P+D) que as administrações públicas, as empresas, as universidades e outras organizações fazem, representa, na Suécia, aproximadamente 3,4% do PIB; na França 2,3% do PIB; e na Itália 1,3%. Se você tivesse de estabelecer um objetivo para o gasto em P+D do seu país dentro de dez anos e só pudesse escolher uma dessas três cifras, qual escolheria? 1. A da Suécia (3,4% do PIB) 2. A da França (2,3% do PIB) 3. A da Itália (1,3% do PIB) 9. Não sabe
A TODOS OS QUE RESPONDEM À PERGUNTA ANTERIOR 37. Você acha muito provável, bastante, pouco ou nem um pouco provável que seu país atinja essa cifra de gasto em P+D em porcentagem do PIB nos próximos 10 anos? 1. Muito provável 2. Bastante provável 3. Pouco provável 4. Nem um pouco provável 9. Não sabe
39. Se sua universidade tivesse de estabelecer prioridades na hora de escolher com quem cooperar para realizar tarefas de pesquisa ou inovação, qual dos seguintes atores deveria ocupar o primeiro lugar? E o segundo lugar? 1. Outras universidades nacionais 2. Outros centros de pesquisa nacionais 3. Empresas privadas nacionais 4. Universidades estrangeiras 5. Centros de pesquisa estrangeiros 6. Empresas privadas estrangeiras 9. Não sabe 40. Se sua universidade tivesse de estabelecer prioridades na hora de escolher a área geográfica à qual pertencem as universidades, os centros de pesquisa ou as empresas com os quais cooperar para realizar tarefas de pesquisa ou inovação, qual das seguintes áreas deveria ocupar o primeiro lugar? E o segundo lugar? 1. América do Norte 2. América Central e do Sul 3. Europa 4. Ásia 5. África 6. Oceania 9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
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PARA TODOS
PARA TODOS
41. Entendendo por cultura empreendedora uma maior disposição para assumir riscos por conta própria, para aproveitar oportunidades ou para mudar e explorar novos caminhos profissionais, com qual das duas opções a seguir está você mais de acordo? 1. com programas adequados e professores preparados, a universidade pode transformar significativamente a cultura empreendedora que os novos estudantes trazem 2. a cultura empreendedora que os formados universitários acabam tendo depende sobretudo de fatores alheios à universidade, pelo qual a influência desta é menor 9. Não sabe
45. De 0 (nenhum) a 10 (muito), que nível de conhecimento você diria que tem a respeito da rede Innoversia?
42. De 0 (importância mínima) a 10 (importância máxima), que importância sua universidade deveria dar ao estímulo de uma cultura empreendedora entre os estudantes?
-_____ 99. Não sabe
AOS QUE RESPONDEM 5 OU MAIS 46. De 0 (nem um pouco útil) a 10 (muito útil), qual você acha que é a utilidade atual da Innoversia para estabelecer contato entre empresas com necessidades de pesquisa e os pesquisadores que podem satisfazê-las? -_____ 99. Não sabe
-_____
PARA TODOS
99. Não sabe
47. A seguir, gostaríamos de saber sua opinião quanto à utilidade que teriam as seguintes medidas para conseguir melhorias significativas na qualidade da pesquisa que é desenvolvida pelas universidades do seu país. Responda, por favor, usando a escala de 0 (nenhuma utilidade) a 10 (muita utilidade).
43. De 0 (nenhum) a 10 (muito), que nível de conhecimento você diria que tem a respeito da rede Universia? -_____ 99. ão sabe
AOS QUE RESPONDEM 5 OU MAIS 44. Você acha que os portais da Universia podem se tornar um instrumento relevante para obter e trocar informação sobre a inovação e a transferência de conhecimentos realizadas pelas universidades? 1. Sim 2. Não 9. ão sabe
47.1. Uma mudança na remuneração dos professores universitários que a torne mais dependente da quantidade e da qualidade da pesquisa que é desenvolvida 47.2. Incentivos econômicos à cooperação entre pesquisadores de diferentes universidades do país 47.3. Incentivos econômicos à cooperação entre pesquisadores de universidades do país e pesquisadores de universidades estrangeiras 47.4. Incentivos econômicos à cooperação entre pesquisadores de universidades do país e empresas privadas 47.5. Desobrigar na medida do possível os pesquisadores das tarefas administrativas ligadas à pesquisa
# QUESTIONÁRIOS
47.6. Programas de formação do pessoal de administração e serviços [colaboradores, no Brasil] em tarefas de apoio à pesquisa 47.7. Que as administrações públicas destinem maiores recursos ao financiamento da pesquisa universitária
333
48. Por último, gostaríamos de saber sua opinião a respeito de um conjunto de recomendações do II Encontro Internacional de Reitores Universia em Guadalajara, que tem como finalidade que as universidades ibero-americanas contribuam significativamente para a geração de conhecimento e sua aplicação na sociedade. Em uma escala de 0 (nem um pouco necessária) a 10 (muito necessária), diga, por favor, quão necessária você considera cada uma das seguintes medidas:
[47.8 A SEGUINTE SÓ PARA PROFESSORES] 47.8. Que o financiamento público dos projetos de pesquisa dependa mais de algum modo de avaliação por pares (peer review) 47.9. Facilitar que as universidades registrem patentes próprias e possam explorá-las comercialmente 47.10. Medidas para incentivar a formação de clusters ou espaços de inovação intensiva, do qual participem empresas, administrações e instituições de pesquisa 47.11. Que as administrações públicas destinem mais recursos para o financiamento de programas de transferência de conhecimento das universidades às empresas
48.1. Promover planos de investimento e melhoria de recursos bibliográficos, de infraestruturas e equipamentos científicos e grandes instalações que, chegado o caso, possam ser compartilhadas 48.2. Dispor de uma bolsa de recursos para o apoio da cooperação científica através de redes de pesquisa entre universidades iberoamericanas 48.3. Favorecer iniciativas de mobilidade de doutores e de incorporação de pesquisadores à empresa 48.4. disponibilizar fundos para o desenvolvimento de incubadoras universitárias e de iniciativas de spin-offs, capital risco e empreendimento
-_____ -_____ 99. Não sabe 99. Não sabe
Muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo. Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
# QUESTIONÁRIOS
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Questionário 5 Universidades eficientes
6. Você é...? 1. Homem 2. Mulher
DESENHO DO QUESTIONÁRIO Analistas Socio-Políticos Fundación Europea Sociedad y Educación Abril de 2014
7. Idade (em anos)
INTRODUÇÃO Em julho de 2014, será realizado no Rio de Janeiro o III Encontro de Reitores Universia com o lema “A Universidade do século XXI. Uma reflexão da IberoAmérica”. Com o intuito de preparar e garantir o bom andamento deste encontro, o Comitê Acadêmico abriu um canal de participação que permite que professores, estudantes e pessoal administrativo e de serviços das universidades dêem sua própria visão sobre o futuro da Universidade ibero-americana. Trata-se de uma série de questionários, da qual este é o quinto, dedicado aos recursos, à organização e ao funcionamento das universidades. Valorizamos e agradecemos muito sua colaboração ao responder este breve questionário, e lembramos que seus dados serão tratados de modo anônimo e agregado.
-_____
APENAS PARA ESTUDANTES 8a. Poderia indicar o campo de ciências ou de humanas ao qual corresponde seu curso? 1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...) 2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...) 4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanas (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...)
QUESTIONÁRIO
APENAS PARA PROFESSORES
1. Você tem um vínculo atual (como estudante, professor ou como funcionário de administração e serviços) com alguma universidade ibero-americana?
8b. Poderia indicar o campo de ciências ou de humanas em que você desempenha suas tarefas docentes e/ou de pesquisa?
1. Sim -> p2 2. Não -> Agradecemos seu interesse e atenção, porém seu perfil não está de acordo com o definido para esta pesquisa. Esta se dirige a quem, na atualidade, está matriculado em alguma universidade ibero-americana ou presta seus serviços a ela. FIM DA PESQUISA. 2. ¿Em que país está sua universidade? 3. Em qual estado se situa sua universidade? 4. Selecione sua universidade na lista a seguir: 5. Qual é sua relação com a universidade? 1. Estudante 2. Professor e/ou pesquisador 3. Funcionário administrativo e de serviços
1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...) 2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...) 3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...) 4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...) 5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...) 6. Humanas (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...)
# QUESTIONÁRIOS
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PARA TODOS
APENAS PARA PROFESSORES
9. A verba pública destinada a financiar a universidade pública em seu país, na sua opinião, é: muito insuficiente, um pouco insuficiente, adequada, um pouco excessiva ou muito excessiva? 1. Muito insuficiente 2. Um pouco insuficiente 3. Adequada 4. Um pouco excessiva 5. Muito excessiva 9. Não sabe
12. Em que medida a legislação de seu país (por exemplo, a relativa ao mecenato ou às deduções fiscais por doações a universidades) dificulta ou favorece que as empresas privadas contribuam com seus fundos para o financiamento das universidades, públicas ou privadas? Responda, por favor, com a escala de 0 (dificulta muito) a 10 (favorece muito). -_____ 99. Não sabe
ARA OS QUE DIZEM MUITO INSUFICIENTE OU UM POUCO INSUFICIENTE 10. Até que ponto você estaria disposto(a) a pagar mais impostos para financiar o aumento do gasto público em educação universitária pública? 1. Muito disposto 2. Bastante disposto 3. Pouco disposto 4. Nada disposto 9. Não sabe
PARA TODOS 11. Por favor, indique se a receita das universidades públicas procedente de cada uma das seguintes fontes de financiamento deveria diminuir, permanecer igual ou aumentar. Utilize a escala de 0 (diminuir muito) a 10 (aumentar muito), sabendo que o 5 equivale a “permanecer igual”. 11.1. Os fundos da administração pública, isto é, dos impostos gerais 11.2. As taxas pagas pelos estudantes universitários 11.3. Os contratos de pesquisa com empresas privadas 11.4. As doações ou subvenções de empresas privadas 11.5. As doações de ex-alunos -_____ 99. Não sabe
PARA TODOS 13. Na sua opinião, receber fundos das empresas privadas reduz a autonomia das universidades públicas? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe 14. DDos seguintes critérios para o financiamento das universidades públicas por parte da administração, qual deveria ter maior importância? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? [Rodízioaleatório] 1. O número de alunos de cada universidade 2. O número de formados que cada universidade produz por curso 3. O número de centros com que conta cada universidade 4. O número de cursos oferecidos por cada universidade 5. O número de professores de cada universidade 6. Os resultados da pesquisa de cada universidade 7. Os resultados de avaliações externas sobre a qualidade de cada universidade 8. Outro 9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
15. Como se sabe, a educação universitária tem um rendimento privado ou pessoal, que repercute individualmente em cada estudante (salários mais altos, melhores empregos, etc.), e um rendimento público ou social, que repercute na sociedade em seu conjunto (maior inovação, maior crescimento econômico, etc.). Em média, o investimento para formar um estudante em seu país ... 1. Tem um rendimento social claramente maior que o pessoal 2. Tem um rendimento social um pouco maior que o pessoal 3. Tem um rendimento social similar ao pessoal 4. Tem um rendimento social um pouco inferior ao pessoal 5. Tem um rendimento social claramente inferior ao pessoal 9. Não sabe 16. De 0 (autonomia mínima) a 10 (autonomia máxima), que grau de autonomia deveria ter cada universidade para estabelecer os critérios segundo os quais o corpo docente é contratado? -_____ 99. Não sabe
APENAS PARA PROFESSORES 17. Em que universidade você cursou a graduação ou os estudos de nível equivalente que lhe permitiram ser professor universitário? 1. Na mesma universidade em que trabalha na atualidade 2. Em outra universidade do mesmo país 3. Em uma universidade estrangeira 18. Neste caso, defendeu sua tese nessa mesma universidade? 1. Sim 2. Não, em outra universidade do mesmo país 3. Não, em uma universidade estrangeira 4. Não é aplicável
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PARA TODOS 19. De 0 (discordo totalmente) a 10 (concordo totalmente), diga, por favor, em que medida concorda com as seguintes afirmações: 19.a. “O atual sistema de acesso à docência nas universidades públicas é adequado para uma seleção eficaz do pessoal docente e de pesquisa” 19.b. “O atual sistema de acesso à docência nas universidades privadas é adequado para uma seleção eficaz do pessoal docente e de pesquisa” 19.c. “Os sistemas universitários deveriam ser concebidos para que os professores tendessem a trabalhar em uma universidade diferente daquela em que se formaram”
PARA TODOS 20. ¿Você acha que, em geral, a gestão ou a organização administrativa de sua universidade é eficaz? Utilize, por favor, a escala de 0 (totalmente ineficaz) a 10 (totalmente eficaz). -_____ 99. Não sabe 21. De acordo com os níveis de administração e gestão a seguir, como você acredita que deveria ser a gestão nas universidades públicas do seu país? 21.a. Nos níveis máximos de administração (Reitor, Presidente, e sua equipe direta) 21.b. Nos níveis de direção de uma Faculdade, Escola ou instituição equivalente 21.c. Nos níveis de direção de um Departamento ou órgão equivalente 1. Deveria estar, exclusivamente, a cargo de profissionais da gestão 2. Deveria estar, principalmente, a cargo de profissionais da gestão 3. Deveria estar, igualmente, a cargo de profissionais da gestão e de não profissionais da gestão (acadêmicos)) 4. Deveria estar, principalmente, a cargo de não profissionais da gestão (acadêmicos) 5. Deveria estar, exclusivamente, a cargo de não
# QUESTIONÁRIOS
profissionais da gestão (acadêmicos) 9. Não sabe 22. Você acha que, em geral, os professores de sua universidade estão suficientemente preparados para realizar tarefas de gestão?? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe 23. Na sua opinião, em que medida seria eficaz formar os professores em tarefas de gestão com o intuito de prepará-los para estas tarefas? 1. Muito eficazz 2. Bastante eficaz 3. Pouco eficaz 4. Nada eficaz 9. Não sabe 24. Em qualquer caso, se você tivesse que escolher, o que preferiria: formar os professores para que possam desempenhar tarefas de gestão ou optar por que as tarefas de gestão sejam realizadas, sobretudo, por profissionais especificamente preparados para essas tarefas? 1. Formar os professores para que desempenhem tarefas de gestão 2. Confiar em profissionais da gestão 9. Não sabe
337
2. Que seja eleito por um conselho acadêmico (ou órgão equivalente) que tenha sido eleito democraticamente entre a comunidade universitária 3. Que seja nomeado pelo órgão de governo que decide sobre assuntos estratégicos, por exemplo, um conselho de administração, um conselho social ou o titular da Universidade 4. Que seja eleito através de um procedimento em que intervêm o conselho de administração e o conselho acadêmico 9. Não sabe 27 Que importância deveriam ter os seguintes partícipes da vida universitária na nomeação dos reitores (ou presidentes) das universidades públicas? Responda, por favor, usando a escala de 0 (nenhuma importância) a 10 (muita importância) 27.a. Os estudantes 27.b. O corpo docente 27.c. O pessoal administrativo e de serviços 27.d. Os representantes da administração que financia a universidade 27.e. Os representantes do tecido econômico e social da localidade ou região da universidade 27.f. Os representantes das empresas que fazem doações ou que têm contratos com a universidade -_____
25. Em seu país, em que instituições a gestão é mais eficaz, em média: nas universidades públicas ou nas universidades privadas? 1. Nas universidades públicas 2. Nas universidades privadas 3. A eficácia da gestão é similar nas públicas e nas privadas 9. Não sabe
26. Dos seguintes modelos, qual você acha mais adequado para escolher os reitores (ou presidentes) das universidades públicas? 1. Que seja eleito por um corpo eleitoral específico que representa (direta ou indiretamente) os diferentes grupos da comunidade universitária (pessoal acadêmico, pessoal administrativo e de serviços, estudantes)
99. Não sabe 28. Se você pudesse escolher, o que preferiria, que cada universidade pública decida livremente qual é seu modelo de administração ou que todas as universidades públicas tenham o mesmo modelo de administração? 1. Cada universidade decide 2. Todas têm o mesmo 9. Não sabe 29. Em geral, você concorda ou discorda do modelo de administração das universidades públicas em seu país? Use, por favor, a escala de 0 (discordo totalmente) a 10 (concordo totalmente). -_____ 99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS
30. Em geral, como qualificaria a autonomia com que as universidades públicas de seu país contam para administrar seus recursos (humanos e não humanos)? Utilize, por favor, a escala de 0 (autonomia mínima) a 10 (autonomia máxima). -_____ 99. Não sabe 31. A quem deveriam prestar contas, acima de tudo, as universidades públicas em seu país? 1. A órgãos das administrações públicas (centrais, regionais ou locais) 2. Aos estudantes e suas famílias 3. Ao público ou sociedade em geral, que é quem as financia muito majoritariamente 4. A outros agentes 9. Não sabe 32. A quem prestam contas, na prática, as universidades públicas em seu país? 1. A órgãos das administrações públicas (centrais, regionais ou locais) 2. Aos estudantes e suas famílias 3. Ao público ou sociedade em geral, que é quem as financia muito majoritariamente 4. A outros agentes 5. Na realidade, não presta contas a nenhum desses atores 9. Não sabe 33. Em seu país, que importância real têm na avaliação da qualidade das universidades as agências (públicas ou privadas) externas às universidades? Responda, por favor, com a escala de 0 (nenhuma importância) a 10 (muita importância). -_____ 99. Não sabe 34. E que importância deveriam ter essas agências externas de avaliação? Responda com a mesma escala, por favor. -_____ 99. Não sabe
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35. Qual das seguintes opções relativas a essas agências externas de avaliação reflete melhor sua opinião? 1. Devem ser todas públicas 2. Devem ser todas privadas 3. deveria poder haver agências públicas e agências privadas 9. Não sabe 36. Até que ponto você acha que seriam eficazes as seguintes medidas para conseguir que as universidades ibero-americanas prestem mais eficientemente seus serviços? Responda, por favor, com a escala de 0 (nada eficaz) a 10 (muito eficaz). 36.a. Construir um sistema de indicadores de resultados comparáveis para o sistema universitário ibero-americano 36.b. Um avanço substancial no uso das novas tecnologias digitais em todos os âmbitos da vida universitária 36.c. Incentivar o uso das redes sociais e das ferramentas interativas 2.0 para estabelecer relações interuniversitárias de tipo acadêmico e de outros tipos -_____ 99. Não sabe
Muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo. Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
# CUESTIONARIOS
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