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OPINIÃO DA DIRETORIA DA AEAMESP
O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO METRÔ ? Companhia do Metropolitano de São Paulo passa por uma fase que coloca interrogações sobre o seu futuro. Problemas financeiros, se existem, se resolvem com criatividade, cumplicidade e união. No momento em que o Governo de Estado anuncia a ampliação da malha metroviária com a construção da Linha 4 – Amarela e a iminente retomada do empreendimento Linha 2 – Verde, e o Metrô é eleito o melhor serviço prestado na RMSP, a CMSP decide diminuir seu quadro de funcionários, através de um corte linear. Todos sabem que o Metrô de SP acumulou nos seus 35 anos de existência conhecimentos que o transformaram em um dos melhores serviços públicos, porém sua política de recursos humanos enquanto desenvolvia continuamente os seus funcionários, inclusive através de planos de excelência gerencial, impediu que as áreas técnicas contratassem novos técnicos por um período de 15 anos. Como resultado, possuímos o melhor corpo técnico da área de transporte e infra-estrutura metro-ferroviária do País, porém que não teve a possibilidade de repassar seus conhecimentos de forma desejável. Uma das características de nossa Companhia é o envolvimento e a dedicação de seus funcionários, que sempre procuraram melhorar o desempenho e literalmente brigam pelo aperfeiçoamento e o crescimento da empresa. A experiência do PDV, há
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quatro anos, foi frustrante; ao final do ano seguinte tínhamos o mesmo quadro de funcionários e grandes vazios em setores técnicos. O corte indiscriminado ora proposto, sem critérios de competência, despreza os investimentos feitos em treinamento, pode desestruturar áreas altamente especializadas e compromete a autoestima de todos os metroviários. As decisões tomadas que provocaram o desequilíbrio econômicofinanceiro ainda não foram perfeitamente esclarecidas. São as demissões fundamentais? Foram esgotadas as outras possibilidades? Nós ainda não conseguimos estas respostas. empre defendemos posturas administrativas adequadas, a garantia da preservação da qualidade dos empreendimentos, a preservação do domínio e do desenvolvimento tecnológico e ambiental, a renovação dos quadros técnicos, a expansão do sistema, a manutenção dos conhecimentos adquiridos, os nossos técnicos, o Metrô e a STM. Lamentamos que, no momento em que temos uma diretoria de metroviários altamente qualificada, a qual, por meio de posicionamentos corajosos, propiciou o início de um novo ciclo de expansão, sejamos lançados neste paradoxo de expansão e demissão em momento de recessão. De uma coisa temos certeza, nem o Metrô nem o Governo do Estado ganharão com isto.
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(RE)NASCE O NOSSO JORNAL Com esta primeira edição do JORNAL AEAMESP, inaugura-se uma nova etapa do processo de comunicação com associados e organizações externas. Em momentos anteriores, tivemos 29 edições da REVISTA AEAMESP e, em seguida, cinco edições do boletim INFO AEAMESP. A proposta é retomar, com regularidade, esse trabalho de informação. E, para tanto, optou-se por definir uma trajetória bem objetiva: uma publicação com recursos gráficos mais simples e, portanto, menos onerosos, com periodicidade trimestral – patamar que deve ser aprimorado com o passar das edições, num processo que deverá envolver a participação de parceiros e anunciantes. Desde já, o JORNAL AEAMESP está aberto à participação de todos os associados. JORNAL AEAMESP No 1 PRIMAVERA DE 2003
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DO METRÔ DE SÃO PAULO
NÚMERO 1, PRIMAVERA DE 2003
Na sessão de abertura da 9 a Semana,Luiz Carlos David, presidente do Metrô-SP; Emiliano Affonso, presidente daAEAMESP,o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o secretário nacionalde Transporte e Mobildiade Urbana, José Carlos Xavier
LUTAR POR RECURSOS PARA O TRANSPORTE PÚBLICO o analisar os resultados da 9a Semana de Tecnologia Metroviária, realizada de 2 a 5 de setembro de 2003, o presidente da AEAMESP, Emiliano Affonso, disse acreditar que o evento teve amplo êxito, não só em razão do esforço da AEAMESP, mas também em razão do apoio de todos que contribuíram para sua concretização. “Foi um sucesso, mas saímos com grande missão e responsabilidades”, disse, referindo-se aos dados sobre exclusão social relacionados com o elevado custo das tarifas, a insuficiência de transporte público e a falta de investimentos no setor. Para Emiliano, é obrigação do setor buscar a eficiência e convencer governantes e representantes no Congresso de que a alocação de recursos em transporte público não é uma despesa e sim investimento em eficiência e na inclusão social. “É o caminho para manter nossas cidades vivas, dando aos seus cidadãos e às suas economias a possibilidade de crescer e diminuir as desigualdades sociais”.
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MOMENTO. Referindo-se ao momento crítico do segmento metro-ferroviário,
assinalou que as obras praticamente pararam, a busca de recursos através do BOT (Building Operation Transfer) não deslancharam e as experiências realizadas nos últimos anos se mostraram ineficientes ou regrediram. “Estamos atrasando o pagamento de fornecedores e temos dificuldade em manter nossas equipes ou obter os recursos mínimos necessários para operarmos eficientemente e recuperarmos nossos sistemas; não há prioridade real ao transporte coletivo e nossas cidades e suas economias perdem renda, empregos e competitividade”. De todo modo, não deixou de registrar aspectos positivos, como o fato de o Metrô-SP e a CPTM evidenciarem união de propósitos, com a reunião de seus processos de planejamento em uma mesma diretoria. Disse que o esforço de recuperação da CPTM vem sendo reconhecido e sublinhou que a atuação do Metrô-SP foi considerada pela população – em pesquisa de opinião — como o melhor serviço público. A Linha 4 – Amarela deve ser iniciada ainda este ano e a continuação da Linha 2 – Verde tem aval do BNDES e deverá ter as obras retomadas em 2004. PÁGINA 1