aeamesp@aeamesp.org.br OPINIÃO DA DIRETORIA DA AEAMESP
LIÇÕES DA 10a SEMANA DE TECNOLOGIA grande recado desta 10a Semana de Tecnologia Metroviária é a necessidade de união. Em vários momentos,foi dito e percebido que o setor precisa ter um enfoque comum, agregar-se em torno de princípios claros e exercer ação conjunta, em especial para angariar a força necessária que possibilite pressionar democraticamente os governantes por políticas públicas coerentes e duradouras. Ficou evidenciado que o transporte não pode ser considerado isoladamente em cada um dos vários níveis de governo – tanto mais nas regiões metropolitanas, importantes instrumentos de indução do desenvolvimento nacional. Para essas áreas cruciais do País, é preciso encontrar logo uma solução político-institucional, que garanta comando único do planejamento, implementação e operação do transporte público, sobre tudo dos sistemas estruturadores e de maior capacidade. Falou-se da importância de romper um velho paradigma: o de que os sistemas de transporte constituem obras, que se encerram nelas próprias. Para evitar o desperdício dos escassos recursos públicos investidos, é necessário haver a integração física entre os diferentes modos. E é preciso que se que avance, de forma criteriosa, para uma integração tarifária, de maneira que o usuário seja beneficiado, sem que os sistemas se desequilibrem.
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atenteou-se, a necessidade de que a mobilidade seja tratada em sua inteireza, o que vale dizer: desde o momento em que a pessoa sai da sua casa até chegar ao seu destino final, considerando as necessidades de pessoas com graus reduzidos de mobilidade e todos os modos de transporte urbano. Reiterou-se a necessidade de que os três níveis de governo se comprometam com o financiamento da infra-estrutura de transporte e, também, em algum nível razoável, com o custeio das operações, de modo a garantir tarifas suportáveis para a maior parte da população. E para começar, é fundamental que cada uma dessas esferas
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destine para o setor os recursos da Cide, nos moldes propostos pelo MDT: 25% dos recursos federais, 50% dos recursos estaduais e 100%dos recursos municipais. icou claro que é preciso também examinar outras fontes de financiamento, como os recursos proveninetes da valorização imobiliária, dos impostos gerados pela construção de linhas de metrô e da utilização de créditos de carbono. Nesta 10a Semana de Tecnologia Metroviária, comemoramos os 30 anos de operação do Metrô-SP e, em vários momentos, ficou claro o quanto o desenvolvimento desse sistema tem sido importante para que a cidade disponha não apenas de um transporte moderno e confiável, mas também possa se beneficiar de um caldo de cultura técnico e tecnológico, que contaminou todo o setor, permitindo que, nestas décadas, surgiessem na cidade e em outros pontos do País respeitáveis outras instituições voltadas para a mobilidade urbana.
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ão Paulo está passando por um momento especial. O governo do Estado está fazendo significativos investimentos na ampliação da malha metroviária e na recuperação da CPTM e a prefeitura procura priorizar o transporte público no sistema viário. A continuidade desse processo sinérgico e a união de propósitos são fatores que podem nos levar à construção de um futuro melhor, em que tenhamos efetivamente foco na mobilidade da pessoa e não no modo de transporte ou na tecnologia, levando em conta os vários tipos de sistemas, desde o transporte individual, passando pelos grandes sistemas estruturadores e pelos sistemas capilares, e chegando à possibilidade de qualquer um poder se deslocar com segurança sobre sua bicicleta ou caminhando calmamente por calçadas amplas e desobstruídas.
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PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA AEAMESP – ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DE METRÔ
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RENOVAÇÃO DA DIRETORIA E DOS CONSELHOS DA AEAMESP a segunda semana deste mês de novembro, serão realizadas eleições na AEAMESP para renovação da Diretoria Executiva, do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal. Até o final do prazo,no dia 8 de outubro, houve o registro de apenas uma candidatura: a da chapa Integração, Consolidação e Expansã o. Os nomes dos participantes dessa chapa, bem como sua plataforma de 14 pontos estão publicados na página 7 desta edição do JORNAL AEAMESP. Os eleitos deverão tomar posse no próximo mês de dezembro para um mandato de dois anos.
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PONTOS DO PROGRAMA. Manter a participação da AEAMESP,
Acima, um bolo pelos 30 anos de operação do Metrô-SP. Ao lado, o presidente da AEAMESP junto com o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes.
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com representante, na Comissão Metroferroviária da ANTP e no MDT e aumentar o quadro associativo, procurando estimular a participação de outras modalidades profissionais, conforme estabelecido no novo Estatuto, são dois dos itens constantes da plataforma. A chapa inscrita também enfatiza que trabalhará para acompanhar a concretização de um outro aspecto permitido pelo novo Estatuto e já iniciado nesta gestão: a filiação da AEAMESP ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (CREA-SP), inclusive com a possibilidade de vir a indicar conselheiros representantes das Câmaras de Engenharia e Arquitetura essa entidade.
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SETOR TRANSPORTA EXPANSÃO DA REDE 4 MILHÕES POR DIA JURANDIR, OTIMISTA COM EXPANSÃO E GARANTE 21 MIL DO SISTEMA METROFERROVIÁRIO secretário DA estadual que ainda não EMPREGOS DIRETOS OBRAS LINHApara 2 oABREM Aestá NOVA
EM BUSCA DE UMA POLÍTICA PARA O SEGMENTO METROFERROVIÁRIO
presidente da Comissão MetroFerroviária da ANTP e diretor de Operações do Metrô, Décio Tambelli (foto), fez na 10a Semana de Tecnologia Metroviária um balanço, mostrando a compleição do setor metroferroviário no País. Ele informou que, atualmente, o segmento conta com 862 quilômetros de linhas para o transporte de pessoas. São 3.020 carros e quatro milhões de passageiros transportados todos os dias. O setor é responsável por 21 mil empregos diretos e fatura R$ 1,3 bilhão por ano. Como o secretário Jurandir Fernandes, Tambelli também está otimista com relação ao futuro. E disse ser possível duplicar esses números em pouco tempo, bastando, para tanto, que os dirigentes vejam os sistemas metroferroviários como “estadistas”. Ele fazia alusão a uma frase do presidente do Metrô-SP, Luiz Carlos David, que, em recente entrevista, afirmou que, para investir na construção de trens e metrôs, é preciso que os governantes pensem como estadistas, se preocupando com o futuro do País e não apenas em fazer as obras que possam ser concluídas e inauguradas em sua própria gestão.
m sessão da 10a Semana de Tecnologia Metroviária, que contou com a participação do diretor de Planejamento da CBTU, Raul de Bonis, diagnosticou-se que não há, hoje, no País, uma política para o setor metroferroviário. Para reverter esse quadro, foi definida a criação de um grupo de trabalho, reunindo operadoras metroferroviárias, a indústria e os órgãos técnicos do setor, entre os quais a AEAMESP e a Comissão Metroferroviária da ANTP, para formular e levar propostas concretas ao governo federal, a exemplo do que fez o setor de transporte ferroviário de cargas. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), Luíz Cesário da Silveira, se mostrou otimista com essa perspectiva. O primeiro vice-presidente da ABIFER e representante do sindicato empresarial do setor, o SIMEFRE, Ronaldo da Rocha, destacou que a instituição de uma política nacional para o segmento ajudará o transporte público e a indústria “Temos, no Brasil, tecnologia para produzir trens e construir centros de controle e, de forma alguma, queremos que isso se perca”, disse. A diretoria da AEAMESP vem participando das reuniões preparativas das atividades do grupo de trabalho.
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INTERAÇÃO. Tambelli também falou da parceria com a AEAMESP e agradeceu o apoio recebido. “Desde o primeiro momento em que assumimos a Comissão MetroFerroviária, os colegas da AEAMESP muito têm nos apoiado, a ponto de planejarmos juntos os eventos das duas entidades”. Ele assinalou ainda que a Comissão Metroferroviária fez questão de prestigiar a AEAMESP, realizando sua terceira reunião deste ano no contexto da 10a Semana.
O FASE DE EXPANSÃO DO METRÔ-SP E
de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, fez um balanço da evolução do setor metroferroviário desde sua participação da 8a Semana de Tecnologia Metroviária, em 2002, logo após ter assumido o cargo. Assinalou que, naquela ocasião, nutria sonhos e vontades, porém, poucas certezas, e que o sistema de transporte na RMSP precisaria avançar em três aspectos: a ampliação do rede do Metrô, a modernização da CPTM, e a racionalização do sistema sobre pneus. Reconheceu que não havia recursos para todas essas ações, mas assinalou que os recursos aparecem quando há perseverança: “Queríamos construir três linhas ao mesmo tempo e duas já estão aí, e não vamos desistir: se for possível, nós faremos a terceira”, disse.
MAIS TRILHOS. O secretário reiterou sua crença na possibilidade de que, em seis anos, a Região Metropolitana de São Paulo possa contar com 400 quilômetros de trilhos. “Faltam 70 quilômetros, pois já estamos com cerca de 330 quilômetros”, afirmou, acrescentando que o acréscimo teria a seguinte composição: 13 quilômetros da Linha 4 – Amarela, os cinco quilômetros da extensão da Linha 2 – Verde; 11 quilômetros da extensão da Linha 5 – Lilás; cerca de 30 quilômetros do Expresso Guarulhos, até Cumbica; a ampliação da Linha C da CPTM por mais oito quilômetros, até Grajau, e a substituição de bitolas no trecho de Itapevi até Amador Bueno, com ganho de mais oito quilômetros para o sistema. “Uma malha metroferroviária de 400 quilômetros, bem 'azeitada', equilibrada, com integração, não é desprezível. Podemos chegar a 7,2 milhões de passageiros por dia e, com isso, aumentar a participação metroferroviária no transporte público da região metropolitana de 22% para 35%” Sobre as fontes de recursos
contratado, informou estar autorizado pelo governador Geraldo Alckmin a buscar uma forma de financiamento para estender a Linha 2 até o Sacomã e, se possível, até o Tamanduateí. Quanto aos 11 quilômetros da Linha 5, disse que esse é um assunto para ser enquadrado nas alternativas que envolvam a iniciativa privada, com modalidades como Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Operações Urbanas. Ele elogiou o trabalho conjunto das equipes do Metrô-SP e da atual gestão da Prefeitura de São Paulo, que redundou na introdução, no Plano Diretor paulistano, das atuais e das futuras linhas metroviárias, permitindo que possam dar base a Áreas de Intervenção Urbana (AIU), com possibilidade de, a partir de leis municipais, tipificarem Operações Urbanas (OUs), gerando recursos para os sistemas de transporte.
ANIMADOR. Fernandes concluiu afirmando que todo o esforço despendido até aqui vem obtendo êxito. “Estamos inaugurando a integração na Estação da Luz, temos a perspectiva do Metropass, e, no âmbito municipal, há a racionalização do transporte público, com o bilhete único. As coisas positivas começam a se avolumar, a tomar corpo, e isso é muito animador”.
Obra da Linha 2 – Verde JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004
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30 ANOS DE OPERAÇÃO
METRO-SP SE TORNOU REFERÊNCIA PARA O BRASIL E OUTROS PAÍSES m pronunciamento na 10a Semana de Tecnologia Metroviária, o presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Luiz Carlos David, se referiu aos 30 anos de operação do sistema. Disse que o Metrô-SP começou suas obras na época do prefeito Faria Lima, que tinha como símbolo de sua administração uma rosa depositada sobre uma colher de pedreiro, o que representava a necessidade de humanização da cidade. “Foi exatamente com esse espírito que o Metrô nasceu: humanizar São Paulo, ajudando, como dizia o também prefeito e depois governador de São Paulo, Mário Covas, a reduzir a distância entre os Jardins e a periferia”. Para David, o Metrô-SP é um instrumento importante de inclusão social, por oferecer mobilidade e qualidade de vida aos habitantes da cidade. Ele disse que, ao longo destes 30 anos, o Metrô venceu desafios, caminhando na velocidade da economia do País. “Na época do ´milagre brasileiro`, fizemos rapidamente 18 quilômetros. Depois, quando a economia começou a claudicar, o MetrôSP também andou mais devagar. Mas hoje o governo do Estado de São Paulo, demonstrando a importância que dá ao transporte coletivo, aplica no sistema 25% de todo
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Luiz Carlos David
o seu orçamento de investimento” O presidente do Metrô-SP ressaltou ainda o fato de, pela
primeira vez, estarem sendo executadas simultaneamente as obras de construção de duas linhas novas linhas do Metrô paulistano. Ao concluir, afirmou que é preciso discutir como fazer inclusão social, o que, no seu entendimento, que passa pela cobrança de uma tarifa baixa, que a população possa de fato pagar, sem que se comprometam os recursos para investimento no Metrô. “No final, vamos ter que discutir claramente quem paga a conta”. 30 ANOS. A 10a Semana teve uma sessão específica
EXPLICANDO A EXPANSÃO DA REDE A exemplo do que fez em duas exposições no Ciclo de Debates da AEAMESP, o diretor de Engenharia e Construções do Metrô-SP, Sérgio Salvadori (foto), falou sobre esta nova fase de expansão da rede, com o início dos trabalhos da Linha 4 – Amarela e o avanço das obras de extenção da Linha 2 – Verde em direção ao Sacomã e, posteriormente, rumo a uma interconexão com a Linha 3.
sobre os 30 anos do Metrô-SP, mostrando a evolução da visão dos usuários, numa exposição de Cecília Guedes, do próprio Metrô-SP, e depoimentos do engenheiro Milton Coimbra, do jornalista Pedro Zan e da arquiteta e urbanista Regina Meyer – todos destacando a importância de um sistema com as qualidades do metrô para dinamizar a metrópole. Em outro momento, Carlos Alberto Carmona, que representava o secretário municipal de Transportes, Gérson Bittencourt, e Pedro Luiz de Brito Machado, representando a EMTU, destacaram a contribuição do Metrô-SP para a formação, na cidade, de uma cultura tecnológica, fundamental não apenas para o segmento metroferroviário, mas também para os transportes públicos e para a mobilidade urbana como um todo. O presidente da AEMESP, Emiliano Affonso, reforçou esse ponto de vista, assinalando que o Metrô-SP, deve ser reverenciado como um marco para o Brasil e outros países. Num momento de descontração, ao final do primeiro dia dos trabalhos, foram servidos pedaços de bolo e taças de vinho pelos 30 anos de operação do Metrô-SP e pelos 14 anos da fundação da AEAMESP.
UMA FUNDAÇÃO VAI REUNIR EX-FUNCIONÁRIOS DO METRÔ-SP AEAMESP está apoiando a criação da Fundação para o desenvolvimento da Mobilidade em Transporte, que reunirá exfuncionários do Metrô-SP, aposentados. O objetivo da entidade será preservar e difundir o conhecimento e a experiência que esses técnicos e especialistas angariaram em anos de trabalho. O grupo se reúne todas as quartas-feiras na sede da AEAMESP. Conta com a assessoria de um advogado e já preparou uma minuta de estatuto. A previsão é de que em março de 2005 a entidade possa estar atuando.
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Em pronunciamento na sessão final da 10a Semana, em meio ao reconhecimento dos avanços da companhia em três décadas de operação, o presidente da AEMESP
comentou o episódio envolvendo a demissão de profissionais do Metrô já aposentados. “Foi aplicada uma política de redução de quadros, que
Houve bolo também pelos 14 anos da AEAMESP
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tirou gente muito competente, utilizando-se um critério com o qual não estávamos acostumados. Além do efeito direto nos que saíram, foi provocado um efeito perverso em quem ficou. Se não tomássemos cuidado, isso poderia levar a uma situação de desânimo, que comprometeria todo o futuro da empresa” disse, afirmando, em seguida, em tom otimista: “Felizmente, o que vemos é que o metroviário está dando a volta por cima, está tentando se realimentar com as novas obras, renovando-se e levando a nossa empresa para a frente”. PÁGINA 3
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OPERADORAS MOSTRAM MODELOS DE GESTÃO uatro operadoras metroferroviárias apresentaram suas experiências de gestão na 10a Semana. O presidente da CPTM, Mário Bandeira, mostrou que sua companhia vem se preocupando em estabelecer indicadores de desempenho operacional, que, uma vez acompanhados, possam redundar em efetiva melhora para os usuários. O Metrô Rio, representado por Eli Bensoussan Conetti, também apresentou o seu modelo de gestão, que se aproxima do adotado pela CPTM. Bandeira informou que o número de passageiros transportados diariamente pela CPTM aumentou de 800 mil, há dez anos, para mais 1,3 milhão, atualmente. A operadora adotou como paradigma os padrões metroviários de comunicação visual, segurança, limpeza. As linhas já modernizadas e que receberam melhorias têm índices muito bons de aceitação por parte dos usuários e da população, com reflexos positivos até mesmo sobre a aceitação em linhas que ainda não receberam melhoramentos. Em franca ascensão, a CPTM prova que, quando há recursos permanentes para o setor e uma gestão adequada, os efeitos positivos são logo percebidos.
CONTRATOS DE GESTÃO, UM CAMINHO PARA A EFICIÊNCIA DO TRANSPORTE PÚBLICO
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INTEGRAÇÃO. Manoel Marinho de Barros Filho, do Metrorec, que opera na capital pernambucana, e Humberto Kasper, da Trensurb, de Porto Alegre, apresentaram os esforços dessas companhias para efetivar a integração dos sistemas. Em Recife, está havendo uma interação maior entre o governo federal, o governo estadual e municipal, na busca pela integração física e tarifária dos dois mais importantes sistemas de transportes, o metrô e o ônibus. Quanto a Porto Alegre, o que se mostrou foi a evolução da Trensurb, com a criação de dois grupos voltados para a busca da integração, um com escopo técnico e o outro para examinar questões institucionais, também com a participação das três esferas de governo.
ntre 21 e 24 de setembro de 2004, em São Paulo, a 10a Semana de Tecnologia Metroviária, organizada pela AEAMESP, teve a participação de aproximadamente 1.500 técnicos e autoridades, consolidando-se como o principal evento anual do setor metroferroviário em todo o País. Houve a apresentação de 35 trabalhos técnicos e 12 sessões com temáticas políticas, direcionadas para a compreensão do tema geral do evento: qual exatamente a função social do transporte metroferroviário no Brasil? Um dos pontos evidenciados é que a forma custeio cada vez determina se o transporte público pode ser um efetivo instrumento para otimizar a mobilidade urbana, fomentar o desenvolvimento econômico das cidades e promover a inclusão social, cobrindo com regularidade, qualidade e eficiência as distâncias urbanas por uma tarifa que a população possa pagar.
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UM EXEMPLO. Dos debates da 10a Semana, cabe destacar o exemplo da RATP, operadora
multimodal que atende a Paris e região, cuja remuneração é feita de acordo com a qualidade e a extensão dos serviços. Jean Pierre Balladour, da RATP, mostrou como é o modelo de parceria com o governo francês quanto à prestação e remuneração dos serviços. O transporte público na Ilede-France, onde está Paris, é gerenciado e parcialmente financiado pelo Serviço de Transporte da Ile-de-France (STIF), autoridade que reúne representantes do governo central e de oito departamentos incluídos na região. A RATP firmou um acordo com a STIF, obrigando-se a cumprir três compromissos: responder às expectativas e necessidades dos usuários de um modo mais eficiente, fornecer os serviços esperados tanto em termos de volume como de qualidade e garantir qualidade ótima em todos os serviços. A avaliação, feita de acordo com critérios pré-estabelecidos, revela se o acordo foi total ou parcialmente cumprido, ou mesmo se foi excedido pela
DESEMPENHO. A experiência da RATP mostra ser possível automatizar uma linha sem demissões e, ainda por cima, melhorando os indicadores de desempenho. Ao desenvolver a apresentação do tema Aspectos Organizacionais, Econômicos e Sociais da Automação da Linha
FINANCIAMENTO DO SETOR DEVERÁ SER FEITO POR MEIO DE UM m dois momentos da 10a Semana de Tecnologia Metroviária a questão do financiamento teve maior destaque nos debates. Em sessão realizada no terceiro dia, o consultor Adriano Branco apresentou um quadro com um mix de fontes que podem ser utilizadas para o financiamento de sistemas de alta capacidade. Ele afirmou que o próprio município pode carrear para o sistema metroferroviário uma série de recursos que o próprio sistema gera a partir do desenvolvimento urbano e da valorização dos imóveis, com o conseqüente aumento de arrecadação. O consultor propõe também que parte da arrecadação gerada por uma obra de infra-estrutura de
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transporte retorne como investimento para financiar esse mesmo projeto. O secretário de Planejamento do município de São Paulo, Jorge Wilheim, apresentou e comentou os mecanismos do novo Plano Diretor da cidade, que podem propiciar investimentos em sistemas metroferroiviários, por meio dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) Jorge Rebelo, do Banco Mundial fez uma provocação, sugerindo que, para racionalizar do setor, houvesse a fusão das três empresas estaduais – Metrô-SP, CPTM e EMTU – em uma só. Ele afirmou a necessidade de haver recursos para os sistemas
metroferroviários oriundos dos três níveis de governo e não apenas da esfera estadual, como tem acontecido em São Paulo. Tocou na questão da exclusão social, asseverando que o Banco Mundial tem colocado recursos no transporte público, justamente por permitir a inclusão de pessoas de baixa renda. PPPs. Em sessão realizada no segundo dia, abordou-se a questão das Parcerias PúblicoPrivadas (PPPs), que se desenham como uma das opções para o financiamento de sistemas de transporte público em um futuro próximo. O consultor Rubens Teixeira Alves, da KPMG, mostrou dados de estudos sobre as experiências internacionais no emprego de JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004
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operadora. Essa avaliação determinará se a remuneração paga pela STIF à RATP será menor, igual ou maior do que a básica acordada. Essa sistemática substitui os subsídios tradicionais, estimulando a operadora a melhorar seu desempenho. A definição de uma linha de remuneração feita com recursos públicos e aval da sociedade, mas respeitando a critérios muito bem delimitados e convenientemente avaliados, se mostra como o caminho mais adequado para o custeio de sistemas de transporte público, porque permite ao poder público desenvolver políticas que possam estimular a economia e promover a inclusão social, sem alterar o equilíbrio das operadoras e sem desperdiçar recursos públicos.
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Ambiente facilitou acesso do público aos estandes da exposição
Dança cigana na festa de encerramento Jorge Rebelo e Adriano Branco: idéias para o financiamento do transporte público no Brasil
Jean Pierre Balladour mostrou como funciona o acordo da RATP com o órgão gestor na região de Paris
14 do Metrô de Paris, Jean Pierre Balladour disse que automação desta linha trouxe significativa redução de custos e, sem a diminuição de pessoal. Os funcionários foram mantidos e utilizados em outras funções dentro da própria linha, e geraram uma melhoria de todos os índices de desempenho. Os índices da Linha 14 são melhores do que os observados nas demais linhas.
EIO DE UM MIX DE FONTES PPPs, revelando que foram observados três aspectos positivos: eficiência nos gastos públicos, diminuição dos prazos e, em sua grande maioria, o cumprimento das metas acertadas. A única ressalva que fez se refere à dificuldade muito grande para conseguir a adesão de investidores quando a necessidade de recursos ultrapassa a casa de um bilhão de reais. Ronaldo da Rocha, do SIMEFRE e da ABIFER, assinalou que, para se firmarem, as PPPs devem estar apoiadas no tripé: retorno financeiro, garantias claras e liquidez – neste caso, permitindo ao investidor a oportunidade de eventualmente repassar o negócio a terceiros.
AÇÃO PARLAMENTAR NO APOIO AO TRANSPORTE PÚBLICO m aspecto ressaltado em diferentes sessões da 10a Semana foi a importância da ação parlamentar, para que sejam implementadas políticas de apoio ao transporte público. O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, apontou o desgaste que representa ver os esforços direcionados para grandes projetos de transporte público serem derrubados em pouco tempo, por falta de apoio. “Um projeto de transporte de massa exige um trabalho contínuo e difícil, mas é impressionante como pode ser facilmente destruído. É importante que tenhamos o respaldo das casas do legislativo, inclusive, para cobrar coerência e continuidade dos governantes”, afirmou. Na sessão inaugural, o deputado Rodrigo Garcia (foto), presidente da Comissão de Transportes da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, se comprometeu com a formulação de uma frente parlamentar estadual em defesa de recursos para
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ampliação e qualificação do transporte público, sugerindo que esse organismo inclua parlamentares municipais. Renato Boareto, diretor do Departamento de Mobilidade Urbana, da Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, concorda que, sem mobilização e apoio social, nada será mudado. Ele conclamou o setor a produzir bons projetos a serem financiados com verbas federais. O coordenador da Frente Parlamentar do Transporte Público, aliada do MDT, deputado federal Devanir Ribeiro (foto), falou da importância da ação parlamentar no Congresso Nacional para que seja colocada na ordem do dia a inclusão social. Ele também acentuou a necessidade da criação de fundos para os transportes públicos urbanos. O deputado reiterou o que o ministro Olívio Dutra, das Cidades, afirmou no 1o Encontro do MDT, em agosto: é preciso pressionar o governo, pois o executivo “só trabalha sob pressão”. Homens como Jurandir Fernandes e Renato Boareto, em
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cargos do executivo, e Rodrigo Garcia e Devanir Ribeiro, em cargos do legislativo, foram levados a esses postos como representantes do setor e precisam ser apoiados e democraticamente pressionados para que as casas a que pertencem se movam no sentido de implementar políticas para o setor. O "bolo" de recursos é pequeno, e a pressão tem que vir da sociedade. Se o setor de transportes públicos não se mobilizar, outros que estiverem mais organizados e capacitados para exercer pressão levarão os recursos. MINISTÉRIO PÚBLICO. O procurador Ricardo Figueiredo deu apoio ao movimento para ampliar e qualificar o transporte público e baratear as tarifas. Ele entende que a exclusão no transporte público desrespeita o artigo primeiro da Constituição e ofende a dignidade humana. Figueredo crê também que a perda de mobilidade nas cidades, reduz o dinamismo da economia, com redução de arrecadação – quadro que, se não for revertido, com investimentos no transporte público, determinará a falência das cidades. PÁGINA 5
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UM AGRADECIMENTO AOS PARCEIROS E AOS ASSOCIADOS alando em nome da Diretoria da AEAMESP e da Comissão Organizadora da 10a Semana, o primeirosecretário da AEAMESP, Manoel S. Ferreira Filho, agradeceu a organizações e pessoas que apoiaram o evento. Ele mencionou especialmente a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, a Companhia do Metropolitano de São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-SP), o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, o Instituto de Engenharia, bem como a associação industrial
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e o sindicado do setor – ABIFER e SIMEFRE. . PATROCINADORES. Manoel S. Ferreira Filho agradeceu às empresas patrocinadoras, "que viram nesta 10a Semana de Tecnologia Metroviária uma oportunidade de apresentar a um público altamente qualificado seus produtos e serviços e que, dessa forma, se tornaram parceiras nesta nossa iniciativa". Ele anunciou os nomes de todas as empresas: Alstom, Amorim, Andrade Gutierrez, Bombardier, Camargo Correa, Ezalpha, Gerb/Getzner, Ieme Brasil, Nossa Caixa, OAS, Odebrecht, Quart, Queiroz Galvão, Siemens, Socicam, Teknits e Trends.
EQUIPE DA AEAMESP. O diretor da AEAMESP se referiu também ao apoio recebido de funcionários, associados e diretores da AEAMESP, diretamente envolvidos na organização e que ajudaram a tornar realidade a 10a Semana. GRUPO DE APOIO. Ele agradeceu ainda, aos integrantes do Grupo de Apoio – pessoas que
ajudaram a AEAMESP a idealizar a formatação do evento em termos dos painéis técnicos e das sessões políticoinstitucionais. “Por fim, quero apresentar nosso muito obrigado aos associados que atuaram na direção das diferentes mesas de trabalho, apesar de eventualmente estarem interessados em outras palestras", disse, concluindo.
CRESCE NÚMERO DE TRABALHOS TÉCNICOS número de trabalhos técnicos e tecnológicos apresentados na 10a Semana de Tecnologia Metroviária foi cerca de 50% maior do que os mostrados no encontro do ano passado – 35 contra 24. Os trabalhos técnicos e outras exposições com enfoque sócio-econômico estarão disponíveis no site da AEAMESP, no endereço www.aeamesp.org.br Uma novidade importante deste ano foi quanto aos relatos feitos por três grupos de trabalho da Comissão Metroferroviária da ANTP, que discutiram a revisão tarifária e a necessidade de um novo modelo para o setor elétrico, em apresentação do GT de Energia; a apresentação das ações do GT de Manutenção e os resultados de um estudo realizado pelo GT de Integração, sobre a integração dos sistemas de transporte público no Brasil.
na Linha 5 e o monitoramento de sistemas de máquinas de chave e proteção da sobre-tenção nos dispositivos de aterramento de linhas de metrô. Houve, na seqüência, uma apresentação do projeto do VLT de Goiânia, a questão da automação integral na movimentação de trens, o projeto de modernização e restauro da Estação da Luz, em São Paulo, e um estudo sobre segurança na determinação da posição no controle de trens baseado em comunicação. Outros temas focalizados nesse primeiro dia se referiram a inovações tecnológicas em engenharia de túneis, um estudo para racionalização da energia elétrica a nos trens do Metrô-SP, a modernização da CPTM e aspectos organizacionais, econômicos e sociais da automação da Linha 14 do metrô de Paris, gerenciado pela RATP.
ABERTURA. As sessões técnicas foram desenvolvidas no período da manhã. No dia 22 de setembro, o público pôde optar entre a apresentação sobre custos da energia elétrica para o setor, um debate sobre avanços tecnológicos em sistemas metroferroviários, a questão da redução de ruídos em vibrações
SEGUNDO DIA. As atividades do GT de Manutenção da Comissão Metroferroviária foi um dos temas na abertura dos trabalhos no dia 23 de setembro. Também foram apresentados: um estudo sobre evolução e perspectivas da questão ambiental no metrô, um trabalho sobre ganhos sociais
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Integrantes da diretoria aplaudiram o apoio recebido
com a implantação de transporte público sobre trilhos e um projeto de “integração cidadã”, a cargo da empresa Socicam. Outros temas nesse dia foram: o uso de benefícios legais para conservação de energia, reforço de instrução operacional em programas de capacitação continuada, o emprego de redes neurais de planejamento para implantar terminais metroferroviários e um trabalho sobre um sistema de monitoração de corrente de fuga. Também houve a apresentação de estudos sobre supervisão de carga em subestações retificadoras, o programa de eduação para o trabalho do Metrô-SP, um estudo comparativo entre custos de sistemas de média capacidade, e uma apresentação sobre manutenção e requalificação de carros de passageiros, a cargo da Alstom. SESSÃO FINAL. Na abertura dos trabalhos no último dia, houve uma apresentação
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sobre integração em sistemas de transporte público no País, um trabalho sobre o sistema de informações a respeito dos caminhos metropolitanos na RMSP, e estudos estudo sobre equivalência de semicondutores de potência e sobre proteção contra corrosão. Em seguida foram apresentados estudos a respeito da questão dos empreendimento associados a linhas de metrô, sobre como investimentos em metrô podem integrar uma estretégia de inclusão social, e usobre o simulador de marchas aplicado a projetos de sinalização. As últimas apresentações versaram sobre compras eletrônicas no Metrô-SP, a possibilidade de uso de créditos de carbono, previstos no Protocolo de Kyoto para obter recursos para a expansão das linhas metroviárias; análise probabilística do desgaste de fios de contato e um estudo sobre controle, comando e supervisão para veículos metroviários.
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ELEIÇÕES PARA A DIRETORIA E CONSELHOS DA AEAMESP
ELEIÇÕES EM NOVEMBRO RENOVAM A DIRETORIA E OS CONSELHOS DELIBERATIVO E FISCAL DA AEAMESP os dias 9, 10 e 11 de novembro de 2004 serão realizadas as eleições para renovar a diretoria da AEAMESP. Foi enviado comunicado a todos os associados um comunicado com os nomes e a plataforma da única chapa inscrita, cujo nome e lema é Integração, Consolidação e Expansão. A chapa eleita terá mandato de dois anos. Foi estabelecido um cronograma para funcionamento dos locais de votação. No dia 9 de novembro, terça-feira, as urnas estarão no Pátio Jabaquara (das 8h30 às 12h30), e nos edifícios Cidade I e Cidade II (das 14h30 às 18h). No dia 10, quarta-feira, os votos serão recolhido na Bresser (8h30 às 12h30) e no CCO (das 14h30 às 18h). No dia 11,
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quinta-feira, as urnas estarão no Metrô I e Capão Redondo (das 8h30 às 12h30) e na sede da AEAMESP (das 12h30 às 18h). DIRETORIA EXECUTIVA. Os nomes que compõem a chapa para a Diretoria Executiva são os seguintes: presidente, Manoel da Silva Ferreira Filho (DE/GEP/EPC/ CVP); vice-presidentes Ayres Rodrigues Gonçalves (DE/ GMO) e Jayme Domingo Filho (P/GCE/CEP); primeiro tesoureiro, Sergio Henrique da Silva Neves (DO/GMT/MT5/ MRV); segundo tesoureiro, Antonio Marcio Barros (DO/ GMT/MTE/EML); primeiro secretário, Antonio Luciano Videira Costa (DO/GMT/MTO/ OFJ) e segundo secretário, Carlos Augusto Rossi (DE/ GMO/MOQ/CEM).
DELIBERATIVO. Para o Conselho Deliberativo, foram inscritos dezesseis candidatos, dente os quais o associado deverá escolher doze. Integram também o Conselho Deliberativo os membros da Diretoria Executiva. Os candidatos são estes: Antonio Fioravanti (DF/GCP/CGE), Argimiro Alvarez Ferreira (DE/ GEP/EPC), Carlos Wanderley Alves Carneiro (associado), Eduardo Curiati (DE/GMO/ MOT), José Alberto Horta Pimenta (DM/GPP/PPR), José Carlos Ganzarolli (associado), Luis Guilherme Kolle (DE/GEP/ EPS/CTC), Luiz Roberto Hiroshi Narata (P/GCE/CEC), Marcos Camelo Barbosa (DM/ GPP/PPT), Maria Beatriz Pestana Barbosa (DO/GOP/ OPR/CPA), Mario Gallo (DM/ GPP/PPR), Nelson Fernandes
da Silva Filho (P/GCE/CEP), Nestor Soares Tupinambá (DE/GEP), Paulo Donini (associado), Roberto Torres Rodrigues (DO/GMT/MTR/ MRN), Yoshihide Uemura (DO/ GOP/OPG/CTC). FISCAL. Para o Conselho Fiscal, foram inscritos seis candidatos, dentre os quais o associado deverá escolher três (número de integrantes do órgão). São estes os candidatos: Antonio Garcia de Medeiros (CPTM), Celso Franco Porto Alegre (DE/GMO/MOQ/CEM), Francisco Maria Baptista (GEP/EPP), Ivan Finimundi (DE/PMU), José Istenes Eses Filho (P/GCE/CEC), Manoel Santiago da Silva Leite( DE/GMO/MOQ/CQF).
CHAPA INSCRITA DIVULGA SUA PLATAFORMA DE 14 PONTOS sta é a plataforma de 14 itens divulgada pela chapa Integração, Consolidação e Expansão, inscrita para as eleições dos dias 9, 10 e 11 de novembro de 2004 na AEAMESP.
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ASSOCIADOS. Aumentar o quadro associativo, buscando a participação de outras modalidades profissionais, conforme estabelecido no novo estatuto. QUESTÃO AMBIENTAL. Promover o desenvolvimento das relações entre transporte e meio ambiente. PRESENÇA INSTITUCIONAL. Manter a participação da
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AEAMESP, com representante, na Comissão Metroferroviária da ANTP e no MDT. TRANSPORTE . Apoiar e participar de mobilizações em prol do transporte coletivo. RELACIONAMENTO COM CREA. Efetivar o processo de registro da AEAMESP no CREA. CREA NA SEDE. Viabilizar a instalação de um posto de atendimento do CREA na sede da AEAMESP. PROFISSÃO. Apoiar e incentivar a participação de profissionais da AEAMESP em entidades que desenvolvam a tecnologia.
CONHECIMENTO TECNOLÓGICO. Intensificar as apresentações e os debates tecnológicos, na AEAMESP, buscando a disseminação do conhecimento entre metroviários e associados de empresas ligadas ao transporte público; SEMANA DE TECNOLOGIA. Promover a realização da Semana de Tecnologia Metroviária. ATIVIDADES SOCIAIS E ESPORTIVAS. Promover atividades sociais e esportivas, buscando o congraçamento entre associados e o seu envolvimento com a entidade.
EX-FUNCIONÁRIOS. Apoiar a constituição da Fundação para o Desenvolvimento da Mobilidade em Transporte visando á manutenção da tecnologia e conhecimentos adquiridos por metroviários e ex-metroviários. FINANÇAS. Manter o equilíbrio financeiro da AEAMESP e ampliar as fontes de recursos. COMUNICAÇÃO. Divulgar os eventos do Setor de Transportes Público e as atividades desenvolvidas pela AEAMESP.
é uma publicação da Associação dos Engenheiros e
Arquitetos do Metrô de São Paulo – AEAMESP, Rua do Paraíso, 67, 2o andar, 041103-000, São Paulo-SP, telefone (11)287-4565, fax (11)2854509. Diretoria Executiva. Presidente: Emiliano S. Affonso Neto. 1o Vice-Presidente: José Geraldo Baião. 2o Vice-Presidente: Ivan L. Piccoli. 1o Diretor Tesoureiro: Ayres R. Gonçalves. 2o Diretor Tesoureiro: Mário De Mieri. 1o Diretor Secretário: Manoel S. Ferreira Filho. 2o Diretor Secretário: Manoel S.S. Leite. Conselho Deliberativo Eduardo Curiati, Eduardo Maggi, José Nicodemos P. Barretos, Carlos A. Rossi, Nestor S. Tupinambá, Odécio Braga Loureiro Filho, Iria A. Hissnauer Assef, Antônio Márcio B. da Silva, Arnaldo Luiz Borges, Ivan Finimundi, Marcos Figueiredo Vicentini e Milton Carlos de Campos Vergani. Conselho Fiscal. Paulo Donini, Antônio L. Videria Costa e Jelson Antônio S. Siqueira (titulares).Conselho Consultivo. Laerte Conceição, José R. Fazzole, Luiz Felipe P. Araújo e Luiz C. Alcântara. Jornalista Responsável: Alexandre Asquini (MTb 28.624).
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SEDE SOCIAL. Adequar a nossa sede social buscando seu melhor aproveitamento.
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PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO MDT
EM UM ANO, QUANTO
O MDT AVANÇOU? esumidamente, o objetivo do MDT é inserir na agenda social e econômica do País o transporte público – um serviço essencial para a população – como um direito para todos. A pergunta, depois de um ano que o movimento foi lançado, é a seguinte: quanto o movimento de fato conseguiu avançar? O saldo de organização foi grande e houve também conquistas objetivas. Por exemplo, o MDT conseguiu mobilizar os setores organizados da sociedade e chamou a atenção da imprensa para a questão da exclusão social. No fim de 2003, como resultado do trabalho do MDT e de sua aliada no Congresso, a Frente Parlamentar dos Transportes Pùblicos, o governo mudou a medida provisória da Cofins, excluindo o transporte público do aumento da alíquota de 3% para 7,6%. Ao longo de 2004, o MDT consolidou parceria com a Frente Nacional de Prefeitos, que, em 9 e 10 de novembro de 2004, reunirá prefeitos eleitos nas capitais e regiões metropolitanas para debater o transporte público e outros temas.
MDT COMPLETA UM ANO DE LUTAS PELA PRIORIZAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO
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EIXOS. O 1o Encontro do MDT, em agosto deste ano, em São Paulo, teve 350 participantes de todos os segmentos do setor, em especial 115 lideranças, representando entidades nacionais dos movimentos sociais e populares - Central Nacional de Movimentos Populares (CNMP), União Nacional de Moradia Popular (UNMP), Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM) e Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). representantes diretos dos extratos que mais usam e precisam do transporte público. Na ocasião, foram aprovadas as linhas gerais de um documento com propostas que corporificam os cinco eixos de luta do MDT: mobilidade para todos, investimento permanente no transporte coletivo, barateamento das tarifas para permitir a inclusão social, prioridade ao transporte público no trânsito e que o transporte público seja feito com desenvolvimento tecnológico e respeito ao meio ambiente.
a sessão final da 10a Semana de Tecnologia Metroviária, em 24 de setembro de 2004, comemorou-se o primeiro aniversário do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT), que quer barateamento das tarifas, mais qualidade no transporte público urbano e recursos permanentes para o setor Participam do MDT cerca 460 organizações, incluindo organizações nãogovernamentais, entidades representativas de trabalhadores, de empresas operadoras metroferroviárias e rodoviárias e de fabricantes de equipamentos para transportes públicos, associações de profissionais liberais, universidades, órgãos e empresas vinculados a governos estaduais e municipais e entidades populares organizadas nacionalmente e localmente. O MDT tem como aliada a Frente Parlamentar do Transporte Público, com 150 parlamentares de todos os partidos na Câmara Federal e no Senado. As conquistas do MDT até
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aqui foram significativas, mas há muito mais a ser feito. Na pauta de objetivos do movimento está, por exemplo, o descontingenciamento recursos da Cide, de forma que Municípios, Estados e a União possam direcioná-los para o transporte público urbano. É preciso também conquistar um novo padrão de cobrança da energia elétrica utilizada para tração dos sistemas de trens e metrôs. A tarifa horo-sazonal, hoje em vigor, pune as operadoras do setor pelo excesso
A imprensa mostra mais interesse por debates sobre o transporte público
NO ANIVERSÁRIO DO MDT, UMA HOMENAGEM À AEAMESP fato de o primeiro aniversário de lançamento do MDT ter sido comemorado durante da 10a Semana de Tecnologia Metroviária foi uma espécie de homenagem à AEAMESP, que, nos últimos anos, ao lado de outras entidades, tem exercido papel decisivo na luta por mais recursos e mais qualidade para o transporte público e pelo barateamento das tarifas. Na 7a Semana, em 2001, diante de um quadro de incertezas, entidades que exercem lideranças do setor constataram a necessidade de iníciar uma mobilização, tendo como eixo a luta para fazer com que os recursos da Cide Combustíveis favorecessem também o setor. O esforço inicial aproximou ainda mais aquelas entidades e atraiu outras. Na 8a Semana, em 2002, foi criado o Grupo de Ação Pró-Transporte (GAT), que
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aglutinaria propostas e esforços pela qualificação do transporte público, e obteve a aprovação da emenda constitucional que permitia a destinação de recursos (hoje 29% da receita) para Estados e Municípios. Com a Cide Combustíveis, pela primeira vez em 20 anos estão sendo destinaodos recursos federais a fundo perdido para o Metrô de São Paulo. Em 2003, na 9a Semana, houve o pré-lançamento do MDT, já, então, um movimento claramente definido, com um diagnóstico preciso da situação, um conjunto de propostas, e que hoje reúne cerca de 500 organizações filiadas. O lançamento ocorreria em 25 de setembro de 2003, no Congresso Nacional. “Uma medida de quanto avançamos com o GAT e depois com o MDT é que, naqueles primeiros tempos, tínhamos dificuldades para falar
com os parlamentares e há um ano, quando lançamos o MDT, pudemos ajudar a criar e a lançar também a Frente Parlamentar do Transporte Público”, assinalou o presidente da AEAMESP, Emiliano Affonso. Naquele mesmo dia, lideranças do MDT foram recebidas em palácio pelo presidente da República em exercício . A AEAMESP entende que, antes do MDT, as questões do setor ficavam dentro das entidades e das empresas, e, hoje, ganharam as ruas. Hoje, a sociedade discute questões que envolvem o transporte público, percebendo que estas questões são reveladoras de problemas mais profundos, como o da exclusão social – comprovada por estudos como os realizados pelo IPEA e pelo Itrans – e a inviabilidade econômica de nossas principais cidades, ocasionada pelo agravamento da crise de mobilidade. JORNAL AEAMESP No 4 – PRIMAVERA DE 2004
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de consumo de energia, exatamente quando os sistemas circulam com seu maior carregamento. Um terceiro desafio, entre outros que se colocam para o MDT, é fazer com que o transporte público seja entendido pelas administrações públicas e lideranças da sociedade como instrumento indispensável para promover o desenvolvimento econômico das cidades e, por isso mesmo, o caminho para auxiliar efetivamente o desenvolvimento do País.
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