aeamesp@aeamesp.org.br OPINIÃO DA DIRETORIA DA AEAMESP
O QUE NOS ENSINA A 11a SEMANA ntre outros pontos, as discussões desta 11a Semana reafirmaram que os sistemas sobre trilhos são bons investimentos, que trazem consideráveis benefícios sociais e econômicos. Trata-se de soluções benéficas e atrativas para todo e qualquer administrador público que esteja preocupado em oferecer mais sem deixar de racionalizar os recursos disponíveis. Isso porque, incontestavelmente, enquanto servem à população, ajudam a reduzir a poluição, os congestionamentos e os acidentes (bem como os custos que essas externalidades acarretam), e – com tempo, utilizando mecanismos jurídicos já existentes – trazem também retorno financeiro para o Tesouro. Diante de tais vantagens, não se pode deixar de notar que vivemos em uma época de contradições, na qual somente em São Paulo temos o avanço das obras de expansão do Metrô e de renovação da CPTM, e no restante do País, há a quase estagnação dos sistemas sobre trilhos.
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ebatemos nesta 11aSemana formas de obtenção de recursos e, mais uma vez, constatamos que esses recursos existem, porém, sua disponibilização tem sido sempre muito complicada. E quanto a isso, deparamo-nos com mais contradições: os recursos da CIDE, em vez de melhorar a infra-estrutura de transporte urbano e a inclusão social, servem para aumentar o superávit fiscal – emprestamos recursos para outros países enquanto temos imensa dificuldade de conseguir financiamentos para os nossos sistemas. Com isso, fica um claro sinal: é preciso perseverar na busca de estratégias e em ações firmes, que nos ajudem a fazer com que os recursos cheguem de fato ao setor (ou seja, à população) mais rapidamente e em maior quantidade
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integrada com a ampliação e qualificação do transporte público. Somente assim, poderemos conquistar a inclusão social e qualidade de vida para a população desses grandes aglomerados urbanos. Nesse quadro, é mais do que evidente que a implantação e manutenção do transporte público metroferroviário, por meio de projetos bem estruturados e fundamentados, é crucial para a racionalização da mobilidade nas grandes cidades. erificamos ainda que é imprescindível uma gestão metropolitana e a integração física e tarifária, para que se tenha uma maior racionalização, com reflexos na melhoria e na eficiência dos sistemas. Com a 11a Semana, aumentamos a nossa sinergia e o número de aliados, plantamos sementes que necessitam ser regadas e adubadas, mas com certeza crescemos. Os quatro dias foram muito produtivos, restando a certeza de que essas conclusões nos permitirão, tecnicamente, como profissionais; institucionalmente, como associados desta e de outras entidades do setor, e politicamente, como cidadãos, ajudar a concatenar e a colocar em prática ações que nos tragam soluções efetivas – imediatamente, mas também em médio e longo prazo.
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PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA AEAMESP – ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS EARQUITETOS DE METRÔ
JORNAL AEAMESP NÚMERO 8, PRIMAVERA DE 2005
AEAMESP ELEGE DELEGADO À 2a CONFERÊNCIA DAS CIDADES presidente da AEAMESP, Manoel da Silva Ferreira Filho, foi designado um dos 221 delegados paulistas à 2a Conferência Nacional das Cidades, nos dias 30 de novembro e 1, 2 e 3 de dezembro de 2005, em Brasília, no segmento que congrega Entidades Profissionais, Acadêmicas e de Pesquisa. O suplente da AEAMESP será o vice-presidente de Atividades Técnicas, Jayme Domingo Fo. O processo de definição dos delegados estaduais paulistas foi concluído nos dias 16 e 17 de setembro de 2005, quando da Conferência Estadual, que reuniu 1.500 delegados e foi realizada no Memorial da América Latina, na capital, ocasião em que foram validadas as Conferências Municipais realizadas em 267 cidades. O lema da 2a Conferência Nacional das Cidades é Reforma Urbana: Cidade para Todos. O encontro dá
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utro aspecto que ficou claro nos quatro dias é que a sustentabilidade das metrópoles depende da reordenação do espaço urbano de forma
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MODELO. Membro do Conselho Estadual de Cidades, Laerte Mathias, integrante da direção do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo e associado de primeira hora da AEAMESP, informou que no processo de estruturação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, está sendo discutida a criação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e de seu conselho gestor, modelo que deve ser desdobrado para os níveis estadual e municipal e também para outras áreas, como a de transporte público. A idéia é buscar que a parcela da Cide que cabe ao governo federal passe a integrar esse fundo, impulsionando investimentos no setor de transporte público urbano. Ainda segundo Laerte Mathias, outros temas em pauta no processo de discussão da 2a Conferência Nacional das Cidades têm sido a adoção de combustíveis limpos – incluive, alternativos – e o fim da tarifa horo-sazonal, que penaliza os grandes sistemas estruturantes sobre trilhos nos horários de pico. Obra em túnel da Linha 2-Verde
JORNAL AEAMESP No 8 – PRIMAVERA DE 2005
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seguimento a um processo iniciado há dois anos, quando se realizou a 1a Conferência e se criou o Conselho das Cidades (ConCidades), empossado em 2004. Desde então, o tema vem sendo discutido em todo o País e as propostas recolhidas têm sido sistematizadas servindo de base para a formulação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU).
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