aeamesp@aeamesp.org.br OPINIÃO DA DIRETORIA DA AEAMESP
O QUE NOS ENSINA A 11a SEMANA ntre outros pontos, as discussões desta 11a Semana reafirmaram que os sistemas sobre trilhos são bons investimentos, que trazem consideráveis benefícios sociais e econômicos. Trata-se de soluções benéficas e atrativas para todo e qualquer administrador público que esteja preocupado em oferecer mais sem deixar de racionalizar os recursos disponíveis. Isso porque, incontestavelmente, enquanto servem à população, ajudam a reduzir a poluição, os congestionamentos e os acidentes (bem como os custos que essas externalidades acarretam), e – com tempo, utilizando mecanismos jurídicos já existentes – trazem também retorno financeiro para o Tesouro. Diante de tais vantagens, não se pode deixar de notar que vivemos em uma época de contradições, na qual somente em São Paulo temos o avanço das obras de expansão do Metrô e de renovação da CPTM, e no restante do País, há a quase estagnação dos sistemas sobre trilhos.
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ebatemos nesta 11aSemana formas de obtenção de recursos e, mais uma vez, constatamos que esses recursos existem, porém, sua disponibilização tem sido sempre muito complicada. E quanto a isso, deparamo-nos com mais contradições: os recursos da CIDE, em vez de melhorar a infra-estrutura de transporte urbano e a inclusão social, servem para aumentar o superávit fiscal – emprestamos recursos para outros países enquanto temos imensa dificuldade de conseguir financiamentos para os nossos sistemas. Com isso, fica um claro sinal: é preciso perseverar na busca de estratégias e em ações firmes, que nos ajudem a fazer com que os recursos cheguem de fato ao setor (ou seja, à população) mais rapidamente e em maior quantidade
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integrada com a ampliação e qualificação do transporte público. Somente assim, poderemos conquistar a inclusão social e qualidade de vida para a população desses grandes aglomerados urbanos. Nesse quadro, é mais do que evidente que a implantação e manutenção do transporte público metroferroviário, por meio de projetos bem estruturados e fundamentados, é crucial para a racionalização da mobilidade nas grandes cidades. erificamos ainda que é imprescindível uma gestão metropolitana e a integração física e tarifária, para que se tenha uma maior racionalização, com reflexos na melhoria e na eficiência dos sistemas. Com a 11a Semana, aumentamos a nossa sinergia e o número de aliados, plantamos sementes que necessitam ser regadas e adubadas, mas com certeza crescemos. Os quatro dias foram muito produtivos, restando a certeza de que essas conclusões nos permitirão, tecnicamente, como profissionais; institucionalmente, como associados desta e de outras entidades do setor, e politicamente, como cidadãos, ajudar a concatenar e a colocar em prática ações que nos tragam soluções efetivas – imediatamente, mas também em médio e longo prazo.
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PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA AEAMESP – ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS EARQUITETOS DE METRÔ
JORNAL AEAMESP NÚMERO 8, PRIMAVERA DE 2005
AEAMESP ELEGE DELEGADO À 2a CONFERÊNCIA DAS CIDADES presidente da AEAMESP, Manoel da Silva Ferreira Filho, foi designado um dos 221 delegados paulistas à 2a Conferência Nacional das Cidades, nos dias 30 de novembro e 1, 2 e 3 de dezembro de 2005, em Brasília, no segmento que congrega Entidades Profissionais, Acadêmicas e de Pesquisa. O suplente da AEAMESP será o vice-presidente de Atividades Técnicas, Jayme Domingo Fo. O processo de definição dos delegados estaduais paulistas foi concluído nos dias 16 e 17 de setembro de 2005, quando da Conferência Estadual, que reuniu 1.500 delegados e foi realizada no Memorial da América Latina, na capital, ocasião em que foram validadas as Conferências Municipais realizadas em 267 cidades. O lema da 2a Conferência Nacional das Cidades é Reforma Urbana: Cidade para Todos. O encontro dá
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utro aspecto que ficou claro nos quatro dias é que a sustentabilidade das metrópoles depende da reordenação do espaço urbano de forma
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MODELO. Membro do Conselho Estadual de Cidades, Laerte Mathias, integrante da direção do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo e associado de primeira hora da AEAMESP, informou que no processo de estruturação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, está sendo discutida a criação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e de seu conselho gestor, modelo que deve ser desdobrado para os níveis estadual e municipal e também para outras áreas, como a de transporte público. A idéia é buscar que a parcela da Cide que cabe ao governo federal passe a integrar esse fundo, impulsionando investimentos no setor de transporte público urbano. Ainda segundo Laerte Mathias, outros temas em pauta no processo de discussão da 2a Conferência Nacional das Cidades têm sido a adoção de combustíveis limpos – incluive, alternativos – e o fim da tarifa horo-sazonal, que penaliza os grandes sistemas estruturantes sobre trilhos nos horários de pico. Obra em túnel da Linha 2-Verde
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seguimento a um processo iniciado há dois anos, quando se realizou a 1a Conferência e se criou o Conselho das Cidades (ConCidades), empossado em 2004. Desde então, o tema vem sendo discutido em todo o País e as propostas recolhidas têm sido sistematizadas servindo de base para a formulação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU).
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UM MANUAL SOBRE CAPACIDADE DE METRÔS E TRENS urante a 11a Semana, houve o lançamento do manual Capacidade do Transporte Urbano de Passageiros sobre Trilhos, produzido por técnicos do MetrôSP para disponibilizar às demais operadoras o conhecimento das práticas e metodologias de estudo adotadas na operação do sistema paulistano. O trabalho foi desenvolvido tendo como referência o manual Transit Capacity and Quality Service, da federal Trânsit Administration (FTA), órgão do governo dos EUA , e fundamentase nos conhecimentos acumulados por técnicos da operação do Metrô-SP. Seis capítulos compõem o manual: Fundamentos, Sinalização e Controle de Trens, Tempo de Parada nas Estações, Nível de Conforto, Aspectos Operacionais e Capacidade de Sistemas Segregados.
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ASPECTOS. De acordo com os organizadores, os três principais componentes que influenciam na capacidade de transporte dos sistemas – sinalização e controle de trem, tempo de parada nas estações e nível de conforto – são abordados no manual, bem como outros aspectos operacionais que afetam diretamente aqueles três componentes. A publicação demonstra, também, que o cálculo da capacidade de transporte de passageiros em sistemas de transporte de massa é fundamental para o seu sucesso, tanto na fase de projeto como, principalmente, na fase de operação. Mostra ainda que, num sistema segregado, os padrões de conforto e segurança estabelecidos para a operação, além de dependerem dos limites físicos das instalações, dos equipamentos e do material rodante, dependem também de decisão administrativa. Os padrões do serviço devem, acima de tudo, refletir uma posição da alta administração da empresa, uma vez que são determinantes na inserção do serviço prestado no mercado de transporte da região que ela atende. Os padrões surgem como resposta à seguinte pergunta: Que tipo de serviço será colocado no mercado?
INFORMAÇÃO
NOTÍCIAS
COMISSÃO METROFERROVIÁRIA ANUNCIA EVENTOS E CRIA NOVO GRUPO DE TRABALHO
CBTU PREMIA MONOGRAFIAS
Comissão Metroferroviária da ANTP vai realizar na primeira semana de abril de 2006 o 6o Seminário Metroferroviário, no Rio de Janeiro. A informação foi prestada FOTO pelo diretor de 2A Operação e Manutenção da CPTM e membro daquela comissão técnica, o engenheiro José Luís Lavorente (foto).
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EM NOVEMBRO. Em novembro de 2005, também houve atividades. De 7 a 9 de novembro, foram realizados em Recife, tendo como anfitrião o Metrorec, a 69a Reunião da Comissão Metroferroviária e o II Encontro sobre Manutenção – este evento contou com o apoio da Associação Brasileira de Manutenção (Abraman). Também na capital pernambucana, no dia 9 de novembro, foi realizada uma reunião com o objetivo de promover a formação de um Grupo de Trabalho de Operação da Comissão Metroferroviária da ANTP, que terá como temas preliminarmente estabelecidos: Terceirização dos serviços; Comercialização através de máquinas, nas áreas pagas das estações; Venda automática de bilhetes; Sistema de arrecadação; Comunicação especial para deficientes visuais; escalas de serviço. ATUALIDADE. José Luís Lavorente considerou o tema da 11a Semana – O Metrô e a
Ferrovia para o desenvolvimento sustentável nas metrópoles – "absolutamente necessário e atual". Ele entende que o crescimento desordenado das grandes cidades, sem a infraestrutura necessária, tem provocado a queda brutal da qualidade de vida dos seus habitantes."Promover transporte ambientalmente sustentável é o grande desafio que nos compete", frisou. Lavorente defendeu os sistemas sobre trilhos. "Para os corredores estruturais de grande demanda em nossas metrópoles, as redes sobre trilhos são, certamente, os sistemas mais apropriados, não só em termos de qualidade, oferta, resistência e segurança e com respeito ao meio ambiente, mas também pelo impulso que imprimem na revitalização urbana e na renovação de seu entorno". Segundo o diretor da CPTM, do ponto de vista econômico, os sistemas sobre trilhos, quando analisados pelo seu ciclo de vida, são os mais econômicos e de menor custo por passageiro transportado, além de constituir em soluções sólidas e definitivas. Frisando que o tema foi abordado em várias palestras, assinala que o BNDES, o grande banco de fomento do Brasil, já está convencido disso. "Se vocês me permitem uma metáfora, não adianta ver a foto, tem que ver o filme", disse, acrescentando: "No filme, o sistema sobre trilhos se mostra mais atrativo e vantajoso para grandes redes estruturais de alta capacidade".
é uma publicação da Associação dos Engenheiros e JORNAL AEAMESP Arquitetos de Metrô – AEAMESP, Rua do Paraíso, 67, 2 andar, 041103-000, São Paulo-SP, telefone (11)3287-4565, fax (11)3285-4509. Diretoria o
Executiva – Presidente: Manoel da Silva Ferreira Filho. Vice-Presidentes: Ayres Rodrigues Gonçalves (Assuntos Associativos) e Jayme Domingo Filho (Atividades Técnicas). 1o Diretor Tesoureiro: Sergio Henrique da Silva Neves. 2o Diretor Tesoureiro: Antonio Marcio Barros Silva. 1o Diretor Secretário: Antonio Luciano Videira Costa. 2o Diretor Secretário: Carlos Augusto Rossi. Conselho Deliberativo – Eduardo Curiati, Nestor Soares Tupinambá, José Carlos Ganzarolli, Mario Gallo, Argimiro Alvarez Ferreira, Maria Beatriz Pestana Barbosa, José Alberto Horta Pimenta, Luiz Roberto Hiroshi Narata, Roberto Torres Rodrigues, Yoshihide Uemura, Paulo Donini, Antonio Fioravanti (titulares) Carlos Wanderley Alves Carneiro, Marcos Camelo Barbosa, Nelson Fernandes da Silva Filho, Luis Guilherme Kolle (suplentes). Conselho Fiscal – José Istenes Eses Filho, Manoel Santiago da Silva Leite, Ivan Finimundi (titulares) Celso Franco Porto Alegre, Antonio Garcia de Medeiros e Francisco Maria Baptista (suplentes). Conselho Consultivo. Emiliano Affonso, José Ricardo Fazzole Ferreire, Luiz Felipe Pacheco de Araujo, Laerte Conceição Mathias e Luiz Carlos de Alcântara. Jornalista Responsável: Alexandre Asquini (MTb 28.624).
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MENÇÕES. Receberam menções honrosas: Desenvolvimento Tecnológico na Modernização do Transporte Metropolitano de Passageiros, de Raphael Kling David; Os Transportes sobre Trilhos na Região Metropolitana de São Paulo: O Poder Público Acentuando a Desigualdade, de Flávio Villaça e Silvana Maria Zione e O Retorno do Bonde: Análise da Implantação de Novas Redes de Transporte Urbano sobre Trilhos na França, de Maria Beatriz Almeida Cunha de Castro. NOVO. O site da CBTU já traz as condições para as inscrições para 2o Concurso de Monografia CBTU 2006 - A Cidade nos trilhos http:// www.cbtu.gov.br/publicacoes/ concurso/concurso.htm JORNAL AEAMESP NO 8 – PRIMAVERA DE 2005
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oi divulgado em outubro o resultado do Concurso de Monografia CBTU 2005 - A Cidade nos Trilhos, com o tema Transporte metroferroviário, mobilidade e desenvolvimento urbano. O objetivo do concurso é estimular a pesquisa na área de transporte público urbano, reconhecendo os trabalhos de qualidade técnica e de aplicabilidade no setor de transporte. Os premiados foram os seguintes: 1o lugar - Estação Intermodal como Gerador de Centralidades Metropolitanas: o nó metroferroviário da Luz, de Lourenço Urbano Gimenes; 2o lugar - Articulação doTransporte - Desenvolvimento: Elementos Conceituais e Estudo de Caso, de Ronald Colman Pamphile; 3o lugar - Procedimento Baseado nas Centralidades para Integrar o Sistema Metroferroviário e o Desenvolvimento Urbano, de Jorge Augusto Martins Gonçalves e Licinio da Silva Portugal; 4o lugar - A Estrada de Ferro Mauá: O Trem de Desenvolvimento Urbano de Magé, de Isabel Cristina dos Reis Lima e Silva e Raul Cahet Lisboa, e 5o lugar - Conflitos e Rupturas em Torno do Transporte Urbano: A GeoHistória dos Trilhos como Indutor da Urbanização no Brasil no Século XX, de Amélia Maria da Costa Silva.
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11a SEMANA DE TECNOLOGIA METRO-FERROVIÁRIA
ATO COMEMORA OS QUINZE ANOS DE ATIVIDADES DA AEAMESP
PRIMEIROS PASSOS. No encerramento da 11a Semana de Tecnologia, Laerte Mathias voltou ao tema dos 15 anos da AEAMESP para resgatar os momentos que antecederam criação da entidade. Disse que em junho de 1990, foi constituída a Comissão Organizadora Pró Fundação
da AEAMESP, com a participação, entre outros, de José Carlos Ganzaroli, Ricardo Fazzole, Ivan Generoso, que se achavam presentes a 11a Semana de Tecnologia. "Em 14 de setembro de 1990, nós fundamos a AEAMESP e, em 1994,
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Dirigentes se confraternizam diante do bolo de 15 anos da AEAMESP
AEAMESP AJUDARÁ DEPUTADOS A ACERTAR MAIS NAS VOTAÇÕES TÉCNICAS, DIZ RODRIGO GARCIA
Foto: AEAMESP
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organizações se comprometem a desenvolver estudos sobre a possibilidade de intercâmbio, integração e cooperação técnica, visando à análise e sugestão de proposições legislativas relativas a assuntos de interesse público e do setor representado pela entidade, assuntos relativos aos transportes metropolitanos, além de outros que visem ao aprimoramento do legislativo. Assinaram o documento, representando a Assembléia Legislativa, Rodrigo Garcia e também o deputado Fausto Figueira, primeiro secretário. INTERATIVIDADE. "Este acordo propiciará maior interatividade nas questões do transporte público, entre o legislativo e a entidade, visando à análise e sugestão de proposta relativas a assuntos de
interesse público e do setor", disse o presidente Manoel Ferreira, que assinou o documento como representante da AEAMESP. SIGNIFICADO. O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes (foto), também fez referência ao acordo e à participação do presidente e do primeiro secretário da Assembléia FOTO Legislativa no evento da 3C AEAMESP. Disse que todos se sentiam muito honrados com a presença dos dirigentes do legislativo estadual, acentuando: "Isso é para todos motivo de muita segurança, porque por aquela Casa passam projetos de muita importância para toda a população", sublinhou o secretário.
Foto: Cristiane Isidoro
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo terá o apoio técnico dos engenheiros e arquitetos de metrô, por meio de uma interação institucional, transparente e pública com esse setor, para que, nos momentos das decisões dos deputados, possa dispor de informação com respaldo técnico para acertar FOTO mais e errar 3B menos. Assim se resume o entendimento do presidente do legislativo paulista, deputado estadual Rodrigo Garcia (foto), sobre o protocolo de intenções firmado pela AEAMESP e pela Assembléia Legislativa, na sessão de abertura da 11a Semana. Pelo acordo, as duas JORNAL AEAMESP No 8 – PRIMAVERA DE 2005
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implementamos a primeira edição da Semana de Tecnologia, apoiada pelo Sindicato dos Engenheiros, que aportou recursos que viabilizariam aquela iniciativa, e apoiada também pelo Instituto de Engenharia, que nos cedeu o seu auditório".
UM CONVÊNIO COM A ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS DA ESTRADA DE FERRO SANTOS A JUNDIAÍ urante a comemoração do décimo quinto aniversário da AEAMESP, no início da 11a Semana de Tecnologia Metroferroviária, houve a assinatura do convênio entre a AEAMESP e Associação dos Engenheiros FOTO da Estrada de Ferro 3D SantosJundiaí (AEEFSJ), esta representada por seu presidente, Adelson Martins Portela (foto). "Este convênio reforça a aproximação dos profissionais do setor metroferroviário de São Paulo, em atividades técnicas, sociais e esportivas", afirmou o presidente da AEAMESP, Manoel da Silva Ferreira Filho.
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Foto: AEAMESP
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tecnológico bem como na promoção dos profissionais do nosso setor, compromisso que a atual gestão reafirma. Manoel disse ser motivo de orgulho para toda a Diretoria estar à frente da AEAMESP num momento tão importante como este. "Mas é preciso assinalar que é grande também a nossa responsabilidade quanto a assegurar e expandir as conquistas obtidas por nossos companheiros em gestões anteriores. Sentimo-nos fortes para isso, tanto mais porque temos a certeza de sempre poder contar com o apoio de todos os senhores, que são a AEAMESP", frisou.
Foto: AEAMESP
m ato ao final do primeiro dia da 11a Semana de Tecnologia Metroferroviária marcou as comemorações do décimo quinto aniversário da AEAMESP. Em seu pronunciamento de abertura dos trabalhos, o presidente Manoel da Silva Ferreira Filho assinalou a importância técnica e política da AEAMESP. "Nossa Associação está, por assim dizer, saindo da adolescência, com a maturidade e a credibilidade de uma organização responsável, adulta, capaz de externar seus pontos de vista sobre temas cruciais do nosso setor e que são igualmente relevantes para a toda a sociedade e para o País". Ele ressaltou que, em todos estes anos, a AEAMESP tem conseguido estabelecer metas, definir as ações e agir para alcançá-las, e, dessa forma, tem atuado de forma decisiva para o fortalecimento e o desenvolvimento técnico e
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JURANDIR CRITICA ENTRAVES A PROJETOS QUE AMPLIAM MOBILIDADE URBANA
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METRÔ E TRENS URBANOS NA DO DESENVOLVIMENTO SUSTE o período de 20 a 23 de setembro de 2005, em São Paulo, a AEAMESP realizou sua 11a Semana de Tecnologia Metroferroviária, atraindo 1.100 participantes, entre representantes das operadoras, fabricantes, projetistas, construtores, fornecedores de equipamento, bem como especialistas nacionais e internacionais, além de representantes do Ministério das Cidades, do BNDES e de Secretárias Estaduais e Municipais. Houve a apresentação de 36 trabalhos técnicos além de seis debates técnicos,e cinco painéis temáticos, com a participação de 49 debatedores, abordando de forma aberta temas de interesse do setor metroferroviário.
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SOLUÇÕES. A proposta desta 11a Semana de Tecnologia foi promover o debate de temas agudos para delinear soluções possíveis e, de imediato, empreender um esforço para fazer com que estas soluções sejam compreendidas, aceitas e implementadas – sempre dentro do entendimento de que o metrô e as ferrovias estão na rota do desenvolvimento sustentável das metrópoles. As contribuições do primeiro dia vieram com a apresentação de Maria Antônia Garcia San Andrés, responsável pela Manutenção do Material Rodante do Metrô de Madri, representando Aurelio Rojo Garrido, secretário-geral da Alamys e Diretor de Operações do Metrô de Madri, que fez um relato a respeito da estrutura e dos procedimentos de manutenção naquele sistema. O sociólogo e professor Gilberto Dupas, da Universidade de São Paulo, expôs aspectos econômicos e sociais do drama da exclusão social nos principais centros brasileiros. Um texto assinado por ele, com o exato teor da palestra que fez na 11a Semana foi publicado na seção Tendências&Debates,
da Folha de S. Paulo, e pode ser lido no site da AEAMESP (www.aeamesp.org.br). CUSTOS. Os debates do segundo dia levaram à constatação de que o metrô não é caro, exatamente porque sua implantação não significa um gasto, mas, sim, um investimento, que, além de impulsionar economicamente as metrópoles e trazer melhoria de qualidade de vida para a população, também acarreta efetivo retorno financeiro para os três níveis de governo. Divulgar esse entendimento, fazendo com que seja encampado por líderes de opinião e por aqueles que detêm o poder de decidir sobre políticas públicas, é um passo político fundamental para que se criem facilidades para novos investimentos em transportes públicos, sobretudo, em sistemas estruturantes sobre trilhos. No painel Transporte, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, foram apresentados os altos custos decorrentes da poluição gerada pela opção pela mobilidade centrada nos automóveis e seus efeitos na diminuição do nosso tempo
AMPLIAR. No terceiro dia dos trabalhos, houve aproximação com setor imobiliário e firmou-se um outro compromisso: buscar alternativas para maximizar o potencial dos nossos sistemas e com isso aumentarmos as receitas não operacionais e os benefícios para a cidade. Também se chegou à conclusão de que não pode haver planejamento do transporte feito de modo setorial, desvinculado do planejamento e do uso e ocupação do solo. E, num debate com representantes da comunidade da Freguesia do Ó, da Associação Comercial do Ipiranga e do Rotary, ficou evidenciado o caminho para ampliação da sinergia com a sociedade civil e para o estreitamento de laços, para o crescimento de nossos sistemas.
SEMANA DE TECNOLOGIA AGORA m seu pronunciamento na abertura da 11a Semana de Tecnologia Metroferroviária, o presidente da AEAMESP, Manoel da Silva Ferreira Filho, chamou a atenção para o fato de que o evento passou a focalizar a tecnologia metroferroviária, e não mais metroviária. "Isso por entendermos que nossos debates abrangem todo o transporte sobre trilhos nas regiões metropolitanas – e que, portanto, dizem respeito não apenas a metrôs, mas, também, aos trens metropolitanos, já que ambos são fundamentais para a reordenação e
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racionalização do transporte público". FELIZ. O presidente da CPTM, Mário Bandeira(foto), disse estar feliz pelo fato de, pela FOTO primeira 4A vez, CTPM ter se integrado dessa forma aos debates da AEAMESP. "Já não era sem tempo. A CPTM não poderia ficar fora das Semana de Tecnologia, uma vez que o metrô e a ferrovia compõem um sistema único praticamente, pois são integrados física e JORNAL AEAMESP NO 8 – PRIMAVERA DE 2005
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de vida. A direção da AEAMESP frisa que a Entidade saiu desse debate com o compromisso de juntar forças com a Secretária do Meio Ambiente, a companhia ambiental paulista – Cetesb –, e com professor Paulo Hilário Nascimento Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP para o desenvolvimento de ações conjuntas.
Foto: AEAMESP
a11a Semana de Tecnologia, o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, mostrou e criticou um conjunto de práticas persistentes, as quais dificultam projetos que ampliam e qualificam a mobilidade urbana. "É importante que as grandes linhas de financiamento neste País sejam mais coerentes", disse, assinalando o impasse com o BNDES, com a negativa de liberação de recursos para novas linhas do Metrô-SP. Ele se referiu também a alguns custos de insumos, como a energia de tração, gravada pela horo-sazonalidade. "Trata-se de absurdo, que nós não conseguimos resolver". Assinalou que há mais de um ano o setor discute o tratamento diferenciado para o diesel usado no transporte público sobre pneus e, em setembro, houve reajuste nos derivados de petróleo, cabendo ao diesel acréscimo maior do que o da gasolina. E se queixou de que o setor é também fortemente tributado. Criticou o fato de não haver uma definição clara de quem são os beneficiários das políticas de gratuidades e, principalmente, as fontes de custeio desses benefícios. Ele criticou a possibilidade de haver práticas como a de pessoas oficialmente incapacitadas para o trabalho que, não obstante, conseguem emprego registrado em carteira e querem os dois benefícios: a gratuidade e o vale-transporte. O secretário se referiu à "indústria de liminares", que atribui a um mercado "autofágico, predador, que se mata". Segundo explicou, a Justiça recebe um pedido e concede uma liminar em 24 horas, e vai examinar o tema depois de 40 ou 50 dias, e, enquanto isso, tudo se paralisa, gerando custos; a população está lá aguardando, e os excluídos continuam andando a pé!" Ele criticou o andamento dos processos ambientais, os quais não podem ser antecipados para agilizar a implantação da obra. "Ninguém é contra esses procedimentos, nem quer passar por cima deles. Mas é preciso que os aparelhos de estado que tratam dessa matéria se modernizem para dar respostas rápidas".
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CNOLOGIA METRO-FERROVIÁRIA
NOS NA ROTA SUSTENTADO ÚLTIMO DIA. No último dia de atividades da 11a Semana de Tecnologia, ficou evidenciado que, com empenho, inovação e boa vontade, é possível colher frutos. Um dos exemplos foi o da CPTM, que, por intermédio da Companhia Paulista de Parcerias, desenvolveu um convênio com base em modelagem de securitização de receitas, de modo que possa captar recursos financeiros no mercado pagando com a oferta futura de passageiros. Os debates apontaram a também ser necessário construir políticas de transporte que levem em consideração os efetivos custos de deslocamentos e que muito há que se fazer para que o transporte público tenha a efetiva prioridade. Será preciso uma mobilização do setor para que as barreiras que dificultam os financiamentos sejam derrubadas e que os recursos cativos fluam para o setor. Também a Semana mostrou que, se houver vontade política, os sistemas metro-ferroviários podem cresces e dar frutos, como está acontecendo em São Paulo, cujo governo estadual tem priorizado o setor e foi mostrado pelo secretário Jurandir Fernandes, pelo diretor de Engenharia do Metrô de SP, Sergio Salvadori, e por representante da CPTM. .
FOTO 5B FOTO 5A Ingrid, viuva do companheiro Luís Gonçalves Clemente, engenheiro civil, coordenador do Projeto da Linha 2 –Verde, do Metrô-SP, homenageado nesta 11a Semana de Tecnologia. Aspecto geral do ambiente da Metroferr 2005
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Sérgio Salvadori e Manoel Ferreira
FOTO 5E Maria Antônia Garcia San Andrés, responsável pela Manutenção do Material Rodante do Metrô de Madri, recebe exemplar do Livro Dom Quixote.
AGORA DEBATE OS DOIS SISTEMAS SOBRE TRILHOS tarifariamente. Na realidade, são complementares, e não excludentes", frisou.
Foto: Brna Calegari
CONTRIBUIÇÃO. Representando a Secretaria Nacional de Mobilidade e Transporte Urbano do Ministério das Cidades, Renato Boareto(foto) disse ter vindo com muita vontade de participar da 11a Semana de FOTO Tecnologia. "Isso 5F porque a AEAMESP tem se constituído em verdadeira referência na discussão
sobre sistemas metroferroviários no Brasil e também na América Latina, com toda sua competência e com todo o conhecimento acumulado dos profissionais que integram o Metrô de São Paulo e agora também a CPTM". EXPANDIR. Boareto apontou o que considera outro desafio para os técnicos do setor: colocar todo o conhecimento que o Brasil produz à disposição da população, visando principalmente à redução de custos de deslocamento. Ele disse ser preciso que toda a discussão e
reflexão se expanda para além do setor de transporte público, alcançando um público mais amplo. "A sociedade brasileira precisa ter muita consciência do modelo de mobilidade adotado nos maiores centros brasileiros e quais são os seus efeitos sobre a população, em termos de custos, de acidentes, de poluição, em termos de perdas de vidas humanas, e esse conhecimento, esse desafio de mudança dessa política de mobilidade e de construção dessa política inclusiva que contribua para a cidade sustentável".
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Gilberto Dupas
O PRÓXIMO ENCONTRO, EM 2006 A 12ª Semana de Tecnologia Metroferroviária e a exposição de produtos e serviços a ela associada, a Metroferr, serão realizadas em de setembro de 2006, também no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo. Em breve, será divulgado o tema principal da 12ª Semana, a ser definido com base nas sugestões que estaremos colhendo por meio de manifestações no site da AEAMESP. Acompanhe pela Internet – www.aeamesp.org.br. PÁGINA 5
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a sessão de encerramento da 11a Semana de Tecnologia Metroferroviária, o coordenador da Comissão Organizadora, Emiliano Affonso, agradeceu aos expositores e patrocinadores – Alstom, Siemens, Phelps Dodge, Consórcio Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez, Consórcio Via Amarela Queiroz Galvão, OAS, Odebrecht, Nossa Caixa, Trends, Electrowatt, Gerb/ Getzner, MC-Bauchemie, Kanaflex, CDM, IEME Brasil,
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Ezalpha, Socicam e Tekhnites. Ele se referiu ao "apoio imprescindível do Metrô de São Paulo e da Secretaria dos Transportes Metropolitanos", à colaboração do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo e do CREA-SP, e também ao apoio institucional da ABIFER, da ANTP, do Ministério das Cidades, do Instituto de Engenharia e do Simefre.
de sala, membros da comissão organizadora, integrantes da comissão do concurso da logomarca, além da equipe da Technical Fairs e associados e amigos "que não pouparam esforços para fazer deste evento um sucesso". Agradeceu ainda a ajuda
da equipe da própria AEAMESP, funcionários, associados, conselheiros e diretores. Por meio de carta no site da AEAMESP (www.aeamesp.org.br), o presidente Manoel da Silva Ferreira Filho reitera os agradecimentos.
Foto: AEAMESP
AEAMESP AGRADECE A PARCEIROS E ASSOCIADOS
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PARTICIPANTES. Emiliano falou da dedicação de todos os palestrantes, coordenadores
AO TODO, 36 TRABALHOS TÉCNICOS 11a Semana de Tecnologia possibilitou a apresentação de 36 trabalhos técnicos. Resumos dos conteúdos desses trabalhos foram reunidos em um caderno específico, distribuído na pasta do encontro, o que facilitou aos inscritos a escolha dos temas a acompanhar.
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MATINAIS. As sessões destinadas à apresentação dos trabalhos técnicos aconteceram no período matutino. No dia 21 de setembro, o público pôde presenciar a apresentação de um trabalho sobre a avaliação do estado estrutural de vias sobre lastro, da CPTM, conforme sistemática adotada na Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp, ou assistir à exposição sobre estratégias de relacionamento com a população no processo de expansão do Metrô em São Paulo, ou ainda, um trabalho sobre simulações de trens, focalizando métodos e ferramentas para concepção de linhas metroviárias. Os trabalhos apresentados na segunda faixa horária desse dia estavam voltados para manutenção da via permanente, monitoramento e medida de proteção ambiental em obras civis no processo de expansão da Linha 2 - Verde, em São Paulo, e uma palestra sobre pintura de peças de plástico reforçado de uso em carros metroferroviários e que atendam a requisitos internacionais de comportamento ao fogo.
Ainda no primeiro dia, houve apresentação de um trabalho a respeito da metodologia de reparo interno dos transformadores das subestações retificadora na Linha 3 - Vermelha do Metrô de São Paulo e um estudo sobre modelo de tratamento e de implantação de gestão ambiental em áreas operativas do metrô. SEGUNDO DIA. Como controlar e manter sob controle processos foi um dos temas desenvolvidos na primeira etapa de apresentação de trabalhos técnicos, no segundo dia de atividades. Houve também apresentação do projeto Vá de Metrô, de estimulo ao uso do metrô para atividades de lazer, cultura, turismo e diversão na maior cidade do País; uma explanação sobre a correlação entre o Plano Diretor do Município de São Paulo e as políticas de transporte na Região Metropolitana da capital paulista, e a apresentação de um trabalho sobre detecção de incêndio por aspiração e aplicações especiais para metrôs. Na segunda faixa, apresentou-se a metodologia para negociação dos novos contratos de energia elétrica para o Metrô de São Paulo e seus impactos operacionais, uma explanação sobre o tratamento do eixo Rangel Pestana e Celso Garcia com um sistema de metrô leve e uma avaliação dos impactos urbanos e sociais do metrô. Coube à
Integrantes da Diretoria e da Equipe da AEAMESP
Siemens apresentar um estudo sobre resinalização e interoperabilidade, com apresentação de exemplos internacionais. As apresentações do segundo dia foram concluídas com quatro trabalhos. Um deles focalizava a importância da qualidade de software em segurança crítica, outro, o plano plurianual de investimentos em acessibilidade, elaborado pelo Metrô-SP para atender à necessidade imposta pelo decreto presidencial que regulamenta as leis de acessibilidade. Houve ainda apresentação de estudo sobre o tema da mobilidade urbana e sustentabilidade na bacia do Guarapiranga com a implantação de sistemas de transporte, e uma explanação da Alstom com o título Manutenção à distância – tecnologia em call center. SESSÃO FINAL. No último dia, houve apresentação do trabalho Auto-suficiência financeira para expansão e renovação do sistema metroviário, através da maximização das receitas nãotarifárias; Avaliação do AHP para Priorização de Atuações em sistemas metroferroviários; Simulação digital do sistema de
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tração elétrica: conceituação, métodos e evolução e Desenvolvimento comercial em estações de passageiros: a experiência do terminal rodoviário Tietê em São Paulo. Na segunda faixa, apresentou-se um estudo a respeito da otimização dos investimentos e redução dos custos operacionais dos metrôs, um estudo sobre o simulador para treinamento do Metrô de São Paulo, um trabalho contendo análise comparativa entre acionamento C.C. e C.A. em sistemas de tração, e o estudo Usuário cruzado: uma demanda virtual. O último conjunto de trabalhos da 11a Semana incluía os estudos: Gestão Corporativa CPTM – foco na prestação de serviços do trem metropolitano; Os dimensionamentos preliminar e final de um sistema de tração, e Influência do índice pluviométrico na vida útil de materiais de desgastes de sistemas de freio por atrito e na periodicidade das manutenções de veículos ferroviários e outros veículos. Representante da Siemens Energy Automation do Brasil discorreu sobre o tema IEC 61850 - Impactos na proteção de equipamentos de automação.
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O INFORMAÇÃO o participar em São Paulo da 3a Conferência Regional da Divisão América Latina, da União Internacional de Transportes Públicos (DAL-UITP), a respeito do tema Redes Integradas de – FOTO Transporte evento realizado 7A de 17 a 19 de outubro de 2005 –, o diretor de Planejamento e Expansão dos Transportes Metropolitanos do Metrô-SP, Renato Viegas, fez considerações sobre as perspectivas de integração tarifária com a extensão do bilhete único do sistema sobre pneus para a rede sobre trilhos na Região Metropolitana de São Paulo. Explicou inicialmente que, hoje, há um sistema de linhas integradas, com tarifa única, um cartão com tarja magnética. Esse sistema sobre trilhos tem transferência livre e independente do tempo – tanto do metrô com o próprio metrô, quanto do metrô com a ferrovia. Os trilhos e os ônibus, principalmente os municipais, têm uma integração tarifada, utilizada por apenas 3% dos usuários.As gratuidades são dadas a idosos, escolares, desempregados, deficientes físicos e os subsídios são para a operadora e o ressarcimento é feito pelo Tesouro. O Metrô-SP, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, é obrigado a ter sua taxa de cobertura positiva, garantindo mais autonomia administrativa.
Foto: AEAMESP
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AS PERSPECTIVAS DA INTEGRAÇÃO TARIFÁRIA ENTRE TRILHOS E PNEUS "Se receber qualquer subsídio para o seu custeio – não para investimento –, deixa de ser 'controlada', e passa a ser 'dependente', e perde muito da autonomia administrativa, o que vai ter reflexos claros e evidentes sobre a qualidade dos serviços". FUTURO. Viegas explicou que a autoridade de transporte na RMSP é múltipla. O transporte é estadual no sistema sobre trilhos e nos ônibus intermunicipais, havendo ainda os sistemas municipais de ônibus, com a participação significativa da Capital. Num futuro próximo – a data anunciada é 28 de novembro de 2005 –, haverá a adoção do bilhete inteligente em uso nos ônibus da Capital também no sistema sobre trilhos. Essa medida foi definida por meio de convênio já firmado entre autoridades estaduais e municipais do setor. Em 19 de outubro de 2005, foi realizada audiência pública, para o lançamento, até o final de 2005 ou início de 2006, do edital para concessão da Linha 4, em construção. "Com essa concessão, a transferência livre do sistema sobre trilhos terá que ter um ressarcimento ao concessionário", disse. REDE ESTRUTURADA. Conforme o diretor do Metrô, a
extensão da bilhetagem para o sistema sobre trilhos e a concessão da Linha 4 levam a RMSP a ter, em futuro próximo, uma rede estruturada de transporte. "Em função das novas expansões que estamos fazendo, será criado um desenho de rede. Teremos um cartão inteligente ainda trabalhando com créditos de viagem, mas teremos já um ressarcimento ao concessionário do sistema sobre trilhos. Vamos ter um uso difundido dessa nossa integração tarifada de ônibus e metrô, porque, com o bilhete inteligente, todos passarão a se beneficiar de uma tarifa que será menor do que a soma dos dois serviços". O convênio entre autoridades a partir da adoção do bilhete único, já assinado, vai determinar um acordo de rateio de receitas. Por outro lado, o governo do Estado já encaminhou à Assembléia Legislativa um projeto de lei prevendo a organização da RMSP. POSSIBILIDADES. Com esse conjunto de tendências, segundo Viegas, abrem-se algumas possibilidade, uma das quais a de aplicação de tarifas diferenciadas, o que é permitido pelo cartão inteligente. "Acho fundamental essa possibilidade, porque considero que vamos ser obrigados, com essa
complexidade da região metropolitana, a pensar muito mais nas alternativas de viagens que o usuário possa fazer, e nas alternativas que cada empresa, respeitadas suas características, terá que adotar para que haja equilíbrio econômico. O bilhete inteligente possibilita essa diversidade, essa flexibilidade". Viegas disse também ser importante pensar nesse bilhete com a possibilidade transportar crédito de viagem e trazer também o porta-moedas. Faz parte do compromisso com o edital da concessão, como já está estabelecido no convênio com o Município da Capital, que se caminhe para haver uma empresa independente das operadoras, realizando os trabalhos de arrecadação. INTEGRAÇÃO TOTAL. O diretor do Metrô-SP disse ainda que, com a rede estruturada e com o cartão inteligente, será possível pensar numa integração total, com rateio entre os modos. Haverá um conhecimento mais preciso de todas as movimentações e dos custos de cada empresa, podendo ocorrer a aplicação de tarifas próprias para cada sistema e diversificadas. Quanto às gratuidades, será possível garantir que sejam destinadas a quem de fato necessita delas, e os sistemas de transporte sejam ressarcidos pelo setor público responsável pela concessão daquele benefício.
OBRAS RENOVAM INSTALAÇÕES DA ESTAÇÃO TIETÊ, DA LINHA 1 – AZUL Companhia do Metropolitano de São Paulo informou que até o início deste mês de dezembro, estarão concluídas as obras de renovação das instalações da estação Tietê, da Linha 1- Azul, em operação há mais de 30 anos. Com a denominação de Projeto Renova Tietê, contando com recursos da ordem de R$370 mil, a iniciativa busca oferecer mais conforto e segurança dos usuários. O conjunto de intervenções inclui a recuperação do piso em granito nas áreas de acesso e mezanino da estação, até a linha de bloqueios, devolvendo o seu tom original. Haverá a substituição do piso em ladrilho hidráulico, junto aos acessos leste e oeste
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da estação, por um modelo "intertravado", que além de atender às recomendações de normas técnicas propicia uma redução do nível de manutenção das peças de acabamento. AMPLITUDE. Além de ganhar piso novo após a reforma, a estação Tietê ficará mais clara e com melhor iluminação.Todas as placas de amianto, material agressivo à saúde durante manuseio e manutenção, utilizadas atualmente como elemento de acabamento nas paredes da estação, serão substituídas. No lugar das placas de amianto, que apresentam irregularidades de difíceis
correções, o Metrô utilizará a cromatização como técnica de acabamento. A estação ficará mais clara já que o efeito do concreto em sua forma natural será reduzido. Para o acabamento das paredes laterais e do teto da estação serão utilizadas tintas em tons claros, gerando uma sensação de maior amplitude e um ambiente mais agradável. As bilheterias e a Sala de Supervisão Operacional (SSO) também receberão cores internas novas. Junto às bilheterias, serão instalados novos anunciadores de chamada de fila. Para aprimorar a segurança, o Metrô também fará modificações nas escadas fixas e rolantes da estação Tietê.
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As escadas fixas terão as extremidades dos degraus pintadas na cor amarela. Já os acessos às escadas rolantes ganharão melhor iluminação, com o rebaixamento das estruturas de suporte das luminárias. As escadas receberão novos adesivos de piso e a plaquetas amarelas nas muretas próximas, com mensagens de orientação do tipo Utilize o Corrimão. As intervenções incluem ainda a substituição dos portões de acesso, tratamento paisagístico das áreas verdes, rebaixamento de guias com rampas e adequação de toda a comunicação visual de orientação de fluxo, bem como a instalação de novos mapas. PÁGINA 7
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MDT DENUNCIARÁ FALTA DE AÇÃO DE GOVERNOS SOBRE MOBILIDADE URBANA Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT), de cuja direção a AEAMESP faz parte, está elaborando e espera aprovar ainda em novembro de 2005 um novo Manifesto, assinalando seus dois anos de luta. Nesse documento, o mvoimento denunciará a paralisia nas esferas federal e estadual quanto a soluções para a melhoria da mobilidade urbana.
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DESINTERESSE. O Secretariado do MDT entende que tem havido desinteresse dos governos em relação ao setor do transporte público, uma vez que os esforços para viabilizar recursos, incluir investimentos no PPI e baratear os serviços por meio de medidas diversas, como leis, ações tributárias e desoneração, pouco caminharam. Na verdade, observam-se ações do governo federal na contramão destes esforços, como o desvio dos recursos da CIDE e a sua não utilização no setor, a diminuição dos investimentos na CBTU e o aumento do preço do diesel e da eletricidade usada na tração de sistemas de transporte. Já os governos estaduais – com algumas exceções – vêm se mantendo afastados dessa questão. AGRAVAMENTO. Para as lideranças do MDT, o adiamento de ações que priorize o setor de transporte público traz como conseqûëncias a ampliação de muitos dos graves problemas já enfrentados pelas cidades brasileiras: congestionamentos, grande número de mortes causadaspela poluição e pelo trânsito e o recrudecimento da exclusão social, que permanece em patamares inaceitáveis.
EM QUESTÃO
A REGRA DE DEMISSÕES NO METRÔ TERÁ DE SER REVISTA? ma decisão tomada em agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a instância máxima do Poder Judiciário, modifica interpretação feita pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) quanto à seguinte questão: aposentadoria espontânea extingue o contrato de trabalho?. O TST dizia que sim e o STF diz, agora, que não. O rompimento do vínculo foi o elemento justificativo de um grande número de demissões no Metrô-SP no final de 2003.
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TST interpretou que a aposentadoria pelo INSS acarretaria de forma automática o rompimento do vínculo empregatício. Dessa forma, um funcionário aposentado não poderia continuar trabalhando numa empresa
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estatal como o Metrô-SP, já que qualquer emprego público de carreira só pode ser preenchido mediante concurso. Engenheiros e arquitetos do Metro-SP demitidos no final de 2003 disseram ao JORNAL AEAMESP que se sentiram enganados pela Companhia. Relataram que a Companhia os chamou para palestras de orientação, em auditório, afirmando que seria bom para eles aderir à aposentadoria, pois receberiam um dinheiro a mais e continuariam trabalhando normalmente no Metro-SP. Depois que houve um grande número de aposentadorias, veio o entendimento do TST. ambém falando ao JORNAL AEAMESP, opresidente do MetrôSP, Luiz Carlos David, negou no início de 2004 que a
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NO INÍCIO DO MÊS DE DEZEMBRO, SERÁ PUBLICADO O EDITAL PARA A CONCESSÃO DA LINHA 4 - AMARELA erá no início de dezembro de 2005 a publicação do edital correspondente ao processo de concessão da Linha 4-Amarela do MetrôSP, interligando a estação Luz à Vila Sônia, com prolongamento até o vizinho município de Taboão da Serra.
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AUDIÊNCIA PÚBLICA. Em 19 de outubro de 2005, houve audiência pública no Instituto de Engenharia, quando os interessados do setor privado em participar dessa concorrência tiveram acesso às informações necessárias sobre a exploração da operação da nova linha. O período de consulta pública encerra-se em 21 de novembro. Obrigatória pela lei de Parcerias PúblicoPrivadas, essa fase tem por obejtivo permitir o encaminhamento de
comentários ou sugestões por parte dos interessados. O recebimento das propostas será em fevereiro de 2006, e a assinatura do contrato deverá ocorrer em março próximo. VALORES. Conforme noticiou a Companhia do Metropolitano de São Paulo, a PPP referente à Linha 4 – Amarela estipula a concessão da operação comercial dessa linha a um agente privado por 30 anos. O concessionário será responsável pelo investimento na compra da frota de trens e de outros sistemas operacionais (sinalização e controle, telecomunicações móveis e supervisão e controle centralizado), com o desembolso de cerca de US$ 340 milhões. Segundo o presidente do Metrô-SP, Luiz Carlos David, que considera esta a
primeira experiência de grande porte de PPP no Brasil, será possível obter com a concessão todo o material rodante da nova linha – 14 trens na sua primeira etapa e 15 trens na segunda etapa, num total de 29 trens além da conclusão da sinalização. O governo estadual paulista investirá US$ 922 milhões, destinados à infraestrutura, obras civis e sistemas de alimentação elétrica, telecomunicações fixas, arrecadação, ventilação e escadas rolantes. FRENTES. A nova linha metroviária está em implantação, com 21 frentes de obras civis nos 12,8 quilômetros de túneis entre a estação Luz e o futuro pátio de estacionamento e manutenção de trens em Vila Sônia, próximo ao bairro do Butantã. JORNAL AEAMESP NO 8 – PRIMAVERA DE 2005
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Companhia tivesse agido de caso pensado, garantindo que a empresa não conhecia previamente o entendimento do TST. De todo modo, justificou em 2004 o processo de enxugamento do quadro e definiu novas as regras de demissão que talvez tenham que ser revistas David informou que pessoas com 55 anos ou mais, aposentadas pelo INSS, que fazem jus a uma complementação da Metrus e que não estão comissionadas, serão demitidas. "Uma pessoa com 54 anos, aposentada, sabe que será demitida aos 55 anos. Quem se aposentar agora, tenha 53 ou 48 anos, automaticamente estará demitido", foram as palavras do presidente do Metrô-SP há quase dois anos. Resta saber se, com o novo entendimento do STF essas regras terão de ser revistas. O assunto pode ser lido no Informativo do STF, neste endereço http:// www.stf.gov.br/noticias/ informativos/anteriores/ info401.asp
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