planejamento e gestão urbana
AN P
Ensaio sobre o impacto do mercado imobiliário formal na matriz de viagens do Rio de Janeiro* Eduardo Andrade, M.Sc.
E-mail: eduardoand@yahoo.com.br
Rômulo Orrico, Dr. Ing.
E-mail: romulo@pet.coppe.ufrj.br PET – Coppe - UFRJ
As viagens realizadas em uma determinada cidade são derivadas da distribuição das residências e atividades nelas existentes, bem como da sua infraestrutura e serviços de transportes. Partindo dessa afirmativa fica clara a necessidade de compreender a produção do uso do solo para entender o comportamento de uma matriz de transporte. A integração desses dois campos do conhecimento, planejamento urbano e de transportes é advogada por diversos setores, como apontam Brömmelstroet & Bertolini (2008). Esses autores ressaltam a academia (Banister, 2005; Cervero, 1998; Meyer & Miller, 2001), governo (European Commission, 2007; European Conference of Ministers of Transport, 2002) e o empresariado (WBCSD, 2001, 2004). Este artigo pretende analisar o crescimento do mercado imobiliário da cidade do Rio de Janeiro nos últimos anos com o intuito de compreender qual o impacto que ele vem gerando (ou poderá gerar) na matriz de viagens da cidade. Para tal, serão utilizadas as bases de dados da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário - Ademi e do Plano Diretor de Transporte Urbano - PDTU. Esta pesquisa acontece dentro de um cenário urbano dinâmico e peculiar. A cidade do Rio de Janeiro apresentou, nos últimos anos, um crescimento demográfico muito pequeno. Poder-se-ia dizer insignificante, pois, é menor que o crescimento vegetativo, portanto, exporta população. Observa-se, contudo, um intenso processo de migrações internas, cujo principal movimento é a transferência de população dos bairros das macrozonas (ver figura 1) 3, 5 e 7 para as macrozonas 3, 8 e 9 (Andrade, 2009). Nesse processo, o mercado imobiliário formal é elemento central a ser estudado e compreendido. * Agradecimentos ao CNPq - pelo apoio no fornecimento de bolsa de Doutorado.
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