Artigo 01 - RTP 129

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Editorial

Afinal, o que a ANTP defende? Ailton Brasiliense Pires Presidente da ANTP

AN P

Vez ou outra alguém nos rotula como defensores de transporte de trilhos, ou de pneus, ou de trânsito. Ao longo dos 34 anos da ANTP realizamos 18 congressos, publicamos mais de 125 números da Revista dos Transportes Públicos, cada um deles com, em média, oito artigos, totalizando mais de 1.000 documentos. Promovemos centenas de seminários, cursos, palestras; secretariamos os fóruns de secretários nacional e estaduais de transportes públicos e trânsito, além de, recentemente, gerarmos mais de 200 horas de programação na ANTP TV, contribuindo para o debate nacional sobre os problemas e as soluções para o setor. Para realizarmos eventos de tal envergadura, estimulamos a criação de mais de 10 comissões técnicas que têm sido uma base fundamental para aglutinarmos pessoas e empresas, na construção de propostas que são encaminhadas aos poderes Executivos e Legislativos, nos três níveis de governo. A tônica de nossa atuação tem sido a de colocar a vida urbana como foco. Nossas cidades, com raras exceções, tiveram, têm ou deveriam ter um Plano Diretor como orientador de seus planejamentos. Temos tomado como referência aquelas poucas que assim têm trabalhado. Assim sendo, defendemos a necessidade de desenvolvermos projetos que corrijam as enormes distorções de planejamento urbano implantadas no passado. Condenamos a manutenção de erros históricos, tais como: a concentração de empregos em áreas centrais e a expulsão da população para moradias em regiões periféricas, aumentando a dependência do transporte motorizado, os tempos de viagem e seus custos. Aumentar a oferta de transporte público, simplesmente, e não rediscutir o uso do solo, não é suficiente. Tomo como referência a cidade de São Paulo. Todas as linhas de transporte público que operam no eixo leste-oeste têm 80% da demanda nos horários de pico em uma direção e, apenas 20% no contrafluxo, provocando um péssimo serviço num sentido e superdimensionado no outro. Não é à toa que, nas nossas cidades, se praticam as tarifas mais altas da história de cada uma delas. 5


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