O CONCEITO GRAMSCIANO DE INTELECTUAL ORGÂNICO APLICADO AOS EMBATES ENTRE AMBIENTALISTAS E RURALISTAS: A EXPERIÊNCIA DO MATO GROSSO Carlos Hiroo Saito Andréa A. Azevedo
Carlos Hiroo Saito é biólogo e analista de sistemas, com Mestrado em Educação e Doutorado em Geografia. Sua área de atuação é em Ecologia e Sociedade, numa abordagem interdisciplinar, com linhas de pesquisa em educação ambiental, geoprocessamento e ecologia da paisagem, gestão de recursos hídricos, e pesquisa-ação emancipatória, entre outros. Atualmente é professor do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília e Pesquisador-bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. Email: carlos.h.saito@hotmail.com; carlos.saito@pq.cnpq.br
Andrea Aguiar Azevedo é bióloga, com Mestrado em Gestão Econômica do Meio Ambiente e Doutorado em Desenvolvimento Sustentável. Sua linha de pesquisa principal é política e gestão ambiental voltada ao uso e ocupação dos territórios rurais e conservação da natureza em propriedades privadas. Atualmente trabalha na Rede Clima, sub rede Desenvolvimento regional e Mudanças Climáticas (CDS/ UnB), como pesquisadora bolsista CNPq. Email: aaabio@terra.com.br
Resumo O objetivo deste artigo é analisar o papel que teve o governador do Mato Grosso, período 20032010, na continuidade da implantação da política florestal do estado. A política é arrojada em termos de adoção de tecnologia e teria condições de efetivamente controlar parte dos desmatamentos do estado, o que cria aparentemente uma contradição, pois tem à frente um governador organicamente ligado ao agronegócio. O conceito de intelectual orgânico de Gramsci é revisitado, de forma a buscar apoio teórico para explicar o paradoxo mato-grossense e entender o papel exercido pelo governador do estado nesse processo. Nesse sentido, é levantada uma hipótese que coloca o governador como um intelectual orgânico, que não é revolucionário, mas sim um formulador de propostas reformistas para justamente manter a hegemonia do seu grupo que enxerga a questão ambiental como uma ameaça.
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