UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO EDUCAÇÃO FÍSICA – BACHARELADO CLAUDIO PANDORI DAVID FONSECA VIEIRA
ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS RETO DO ABDOME E OBLÍQUO EXTERNO COM A UTILIZAÇÃO DA BOLA DE GINÁSTICA
BRAGANÇA PAULISTA 2010
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CLAUDIO PANDORI – R.A. 001200700432 DAVID FONSECA VIEIRA – R.A. 001200700984
ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS RETO DO ABDOME E OBLÍQUO EXTERNO COM A UTILIZAÇÃO DA BOLA DE GINÁSTICA Monografia apresentada ao Curso de Educação Física - da Universidade São Francisco como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Educação Física. Orientador: PROF. MS. Carlos Augusto Mota Calabresi Orientador Científico: Prof. Dr. Carlos Alberto Kelencz
BRAGANÇA PAULISTA 2010
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CLAUDIO PANDORI DAVID FONSECA VIEIRA
ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS RETO DO ABDOME E OBLÍQUO EXTERNO COM A UTILIZAÇÃO DA BOLA DE GINÁSTICA
Monografia aprovada pelo Curso de Educação Física da Universidade São Francisco como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Educação Física. Data de aprovação: ___/___/___
Banca Examinadora: _______________________________________________ Prof. M.e. Carlos Augusto Mota Calabresi (Banca Não Presencial) Universidade São Francisco
_______________________________________________ Prof. Dr. Carlos Alberto Kelencz (Banca Não Presencial) Universidade São Francisco
_______________________________________________ Prof. M.e. Fabiano Pinheiro Peres (Banca Presencial) Universidade São Francisco
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Ă DEUS, Aos meus pais, Minha namorada
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Primeiramente a Deus, A minha namorada, Minha famĂlia
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AGRADECIMENTO
Agradecemos primeiramente a Deus por estes quatros anos que estivemos na Universidade, tendo a oportunidade de aprender, trocar experiências e fazer amizades, e acima de tudo ter nos possibilitado fazer o que mais gostamos – trabalhar com Educação Física. Agradecemos a Universidade São Francisco, por nos ter dado a estrutura e material disponível para que pudéssemos realizar o testes. Aos professores que nos deram suporte durante esses quatro anos de graduação, para que hoje realizássemos nosso trabalho. Principalmente aos que estiveram atuando junto a essa pesquisa, Prof. Dr. Carlos Kelencz que deu todo suporte científico e Prof. M. Carlos Calabresi que nos orientou na parte pedagógica. Agradecer também aos nossos pais Alfredo e Irene (Claudio), Rosângela e Joaquim (David), pela educação, carinho e atenção sempre presente. As nossas namoradas Bianca e Bruna, por sempre nos apoiar e entender os momentos que ficamos longe por conta de trabalhos e provas e principalmente estar ao nosso lado nos momentos mais complicados durante a graduação. A todos os nossos colegas de classe que fizeram que nesses quatro anos juntos fossem maravilhosos.
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Nossas dĂşvidas sĂŁo traidoras e fazem-nos perder o bem que muitas vezes poderĂamos obter, por medo de tentar. Shakespeare
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RESUMO Esta monografia teve como objetivo mostrar a importância do treinamento de força funcional e o uso da bola de ginástica para os exercícios abdominais. Foi analisada através da eletromiografia a intensidade de cada exercício abdominal. Na bola o corpo é trabalhado através de múltiplos planos, possibilitando uma grande variedade de exercícios desafiadores e motivantes, melhorando a execução das atividades diárias e promovendo a sensação de bemestar. Uma boa postura deve ser um hábito. Um dos fatores que colaboram para a manutenção da boa postura é a ação da musculatura estabilizadora do tronco, conhecida como “CORE”. São músculos da região abdominal que trabalham em conjunto, formando uma cinta que dá suporte à coluna (transverso abdominal, oblíquo externo e oblíquo interno, reto-abdominal e multifídios), quando falham em sua função, a coluna fica vulnerável e suscetível a lesões, por isso a bola de ginástica é conhecida pela sua versatilidade e eficiência possibilitando uma grande variedade de exercícios desafiadores e motivantes, integrando o condicionamento físico e alinhamento postural, solicitando constantemente o equilíbrio e estimulando a participação do corpo inteiro durante o exercício. (MARTINS E CRUZ, 2007). A eletromiografia (EMG) é um método que permite a análise da atividade muscular. Isso é possível porque a excitação muscular é sujeita a atividade elétrica cujos efeitos podem ser medidos geralmente por eletrodos colados na pele do atleta, chamados eletrodos de superfície. Os impulsos oriundos do sistema nervoso central atingem o músculo esquelético por meio dos neurônios motores inferiores. (MENZEL, 2009). Portanto, o objetivo deste estudo foi realizar uma análise eletromiográfica dos músculos Reto do Abdome e Oblíquo Externo durante a execução do exercício abdominal com utilização da bola de ginástica. Trinta voluntários foram selecionados para amostra. Foi realizada 1 série para cada exercício perfazendo um tempo total de 15s. Os sinais foram captados com utilização de eletrodos de superfície e registrados em um eletromiógrafo computadorizado. Os principais resultados demonstram que quando se deseja trabalhar de forma mais intensa o reto do abdome, os exercícios mais eficazes são o abdominal convencional e o abdominal 3 tempos, e com relação ao oblíquo externo o exercício abdominal lateral seria o mais indicado. Já se o objetivo for um trabalho mais equilibrado entre os músculos RA e OE o exercício mais indicado seria o abdominal apoio de frente com Flexão de quadril. Palavras chaves: Exercícios Abdominais. Eletromiografia. Bola de Ginástica.
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ABSTRACT This monograph aims to show the importance of strength training and functional use of the exercise ball for abdominal exercises. Been analyzed by electromyography the intensity of each abdominal exercise. The body on the ball is worked through multiple planes, allowing a wide variety of challenging exercises and motivating, improving the performance of daily activities and promoting a sense of well-being. A good posture should be a habit. One of the factors that contribute to the maintenance of good posture is the action of the muscles stabilizing the trunk, known as CORE. Abdominal muscles are working together, forming a brace that supports the spine (transverse abdominus, external oblique and internal oblique, rectus abdominal and multifĂdios), when they fail in their function, the column is vulnerable and susceptible to injuries, why the gym ball is known for its versatility and efficiency enabling a wide variety of challenging exercises and motivating, integrating fitness and postural alignment, balance and constantly asking for encouraging the participation of the entire body during exercise. (MARTINS AND CRUZ, 2007). Electromyography (EMG) is a method that allows analysis of muscle activity. This is possible because the excitement is subject to muscle electrical activity whose effects can usually be measured by electrodes attached to the skin of the athlete, called surface electrodes. The impulses from the central nervous system affecting the skeletal muscle by means of lower motor neurons. (MENZEL, 2009). Therefore, the aim of this study was an electromyographic analysis of the rectus abdominis and external oblique muscle during the performance of abdominal exercise using the exercise ball. Thirty volunteers were selected to sample. We performed a series for each year amounting to a total time of 15s. The signals were obtained using surface electrodes and recorded in a computerized electromyography. The main results show that when one wants to work more intensively the rectus abdominis, the exercises are the most effective conventional abdominal and abdominal three times, and with respect to the external oblique abdominal exercise side would be more appropriate. Since the goal is a more balanced between the RA and OE muscles the exercise would be more appropriate abdominal support ahead with hip flexion. Keywords: Abdominal exercises. Electromyography. Ball Gymnastics.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Sinal Registrado ......................................................................................................21 Figura 2 – Sinal Bruto ..............................................................................................................21 Figura 3 – Módulo de Aquisição de Sinal Biológico de Oito Canais (EMG System do Brasil Ltda.®) .....................................................................................................................................23 Figura 4 – Fixação dos Eletrodos .............................................................................................24 Figura 5 – Gel Condutor com Fita Adesiva .............................................................................24 Figura 6 – Abdominal Normal – Posição Inicial .....................................................................26 Figura 7 – Abdominal Normal – Posição Final .......................................................................26 Figura 8 – Abdominal 3 Tempos – Posição Inicial ..................................................................27 Figura 9 – Abdominal 3 Tempos – Posição Final ....................................................................27 Figura 10 – Abdominal 3 Tempos – Fase I ..............................................................................27 Figura 11 – Abdominal 3 Tempos – Fase II ............................................................................27 Figura 12 – Abdominal 3 Tempos – Fase III ...........................................................................27 Figura 13 – Abdominal Lateral – Posição Inicial ....................................................................28 Figura 14 – Abdominal Lateral – Posição Final ......................................................................28 Figura 15 – Abdominal Prancha ..............................................................................................28 Figura 16 – Abdominal Prancha com Elevação da Perna – Posição Inicial ............................29 Figura 17 – Abdominal Prancha com Elevação da Perna – Posição Final ..............................29 Figura 18 – Abdominal Apoio de Frente e Flexão de Quadril – Posição Inicial .....................29 Figura 19 – Abdominal Apoio de Frente e Flexão de Quadril – Posição Final .......................29 Gráfico 1 – Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Convencional ..............................................31 Gráfico 2 – Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal 3 Tempos ....................................................31 Gráfico 3 – Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Prancha .......................................................32 Gráfico 4 – Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Direito..32
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Gráfico 5 – Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Esquerdo....................................................................................................................................33 Gráfico 6 – Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Lateral Direito .............................................33 Gráfico 7 – Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Lateral Esquerdo .........................................34 Gráfico 8 – Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Apoio de Frente com Flexão de Quadril ....34
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS M.M – Músculos ABS – Abdominais RMS – Raiz Quadrada Da Média RA – Reto Abdominal OE – Oblíquo Externo RAD – Reto Abdominal Direito RAE – Reto Abdominal Esquerdo OED – Oblíquo Externo Direito OEE – Oblíquo Externo Esquerdo TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido EMG - Eletromiografia ANRD – Abdominal Normal Reto Direito ANRE – Abdominal Normal Reto Esquerdo ANOD – Abdominal Normal Oblíquo Direito ANOE – Abdominal Normal Oblíquo Esquerdo A3RD – Abdominal 3 Tempos Reto Direito A3RE – Abdominal 3 Tempos Reto Esquerdo A3OD – Abdominal 3 Tempos Oblíquo Direito A3OE – Abdominal 3 Tempos Oblíquo Esquerdo APRD – Abdominal Prancha Reto Direito APRE – Abdominal Prancha Reto Esquerdo APOD – Abdominal Prancha Oblíquo Direito APOE – Abdominal Prancha Oblíquo Esquerdo APEDRD – Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Direita Reto Direito APEDRE – Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Direita Reto Esquerdo APEDOD – Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Direito Oblíquo Direito APEDOE – Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Direito Oblíquo Esquerdo APEERD – Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Esquerdo Reto Direito APEERE – Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Esquerdo Reto Esquerdo APEEOD – Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Esquerdo Oblíquo Direito
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APEEOE – Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Esquerdo Oblíquo Esquerdo ALDRD – Abdominal Lateral Direito Reto Direito ALDRE – Abdominal Lateral Direito Reto Esquerdo ALDOD – Abdominal Lateral Direito Oblíquo Direito ALDOE – Abdominal Lateral Direito Oblíquo Direito ALERD – Abdominal Lateral Esquerdo Reto Direito ALERE – Abdominal Lateral Esquerdo Reto Esquerdo ALEOD – Abdominal Lateral Esquerdo Oblíquo Direito ALEOE – Abdominal Lateral Esquerdo Oblíquo Esquerdo AAFFQRD – Abdominal Apoio de Frente e Flexão de Quadril Reto Direito AAFFQRE – Abdominal Apoio de Frente e Flexão de Quadril Reto Esquerdo AAFFQOD – Abdominal Apoio de Frente e Flexão de Quadril Oblíquo Direito AAFFQOE – Abdominal Apoio de Frente e Flexão de Quadril Oblíquo Esquerdo
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SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 15
2.
TREINAMENTO FUNCIONAL COM BOLA DE GINÁSTICA ............................ 18
2.1
Aspectos Gerais......................................................................................................... 18
2.2
AÇÃO METABÓLICA ................................................................................................... 20
2.3
ELETROMIOGRAFIA .................................................................................................... 20
2.4
HISTÓRIA ................................................................................................................... 22
3.
OBJETIVO ................................................................................................................. 24
4.
METODOLOGIA ....................................................................................................... 25
4.1
Participantes .............................................................................................................. 25
4.2
Procedimentos para a coleta de dados ........................................................................ 25
5. 5.1 6. 6.1
EXERCÍCIOS UTILIZADOS COM AUXÍLIO DA BOLA DE GINÁSTICA ........ 27 EXERCÍCIOS ABDOMINAIS .......................................................................................... 28 ANÁLISES DOS RESULTADOS .............................................................................. 32 GRÁFICOS .................................................................................................................. 33
7.
DISCUSSÃO ............................................................................................................... 37
8.
CONCLUSÃO ............................................................................................................. 39
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 40 ANEXO I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .................................41 ANEXO II – QUESTIONÁRIO ............................................................................................42
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1. INTRODUÇÃO
Com o advento de novas tecnologias, a evolução dos transportes e aparatos que diminuem os esforços físicos naturais do ser, provocou o fenômeno da Hipocinesia, somada ao tempo de trabalho exagerado, e a falta de tempo livre que eleva o nível de estresse, arremete a idéia de prevenção e reabilitação, haja vista, os problemas e as queixas que a falta de atividade física provoca, dentre as maiores ocorrências, estão às dores na região lombar, tendo como origem a falta de atividade física, bem como ausência de orientação adequada por profissionais da educação física e consciência do próprio corpo na execução de gestos e exercícios com cargas acima das possibilidades do indivíduo. Cada dia mais pessoas buscam programas de exercícios físicos, e são submetidas a inúmeros métodos e técnicas que oferecem uma gama de estímulos inovadores, para que se mantenham motivadas a praticá-los. No entanto, deve considerar que esses métodos e técnicas muitas vezes não são para todos, pois não estão adaptadas as necessidades e limitações de cada um. Atualmente, o homem tende a utilizar cada vez menos sua musculatura. O tempo de lazer é pequeno e o estresse é grande. As pessoas carecem de cuidados, tanto preventivos, como reabilitativos, para que possam compensar as conseqüências da inatividade física. Um dos maiores problemas de saúde está relacionado com as dores na região lombar. As causas da dor lombar estão normalmente relacionadas com falta de atividade da musculatura abdominal, com o sedentarismo e com a falta de orientação e conscientização dos indivíduos ao levantarem cargas pesadas. Os músculos da parede abdominal têm como função principal proporcionar estabilidade à coluna vertebral. (FIGUEIREDO et al. 2005). Segundo Gurgel et al. (2009), a musculatura abdominal, indiscutivelmente, é uma das mais importantes que compõe o nosso corpo. Esta musculatura é utilizada para estabilização do tronco, respiração, movimentação e proteção de órgãos. Ao longo do tempo, foram criados e inovados exercícios físicos, tentando enfatizar diferentes porções dessa estrutura muscular. Uma das técnicas mais comumente utilizadas para análise do padrão de ativação muscular é a eletromiografia. Conforme Vaz et al. (1997), o trabalho dos músculos abdominais é de fundamental importância para o ser humano, pois estes músculos tendem a reduzir a compressão nos discos
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intervertebrais e auxiliam na melhora da mecânica respiratória e nos movimentos da pelve, colaborando assim na diminuição das dores lombares. O músculo reto abdominal é o principal responsável pela flexão do tronco e os músculos oblíquos pela respiração, estabilidade, desequilíbrio lateral e rotação do tronco. O músculo oblíquo externo do abdome se origina de oito digitações da face externa da 5ª a 12ª costelas. Esta origem está intercalada, da 5ª a (8ª) 9ª costelas, com as digitações do músculo serrátil anterior e da 10ª e 12ª costelas, com as digitações do músculo latíssimo do dorso. (PLATZER, 2008). Esse músculo se contrai bilateralmente e utiliza como ponto fixo à pélvis, provoca uma flexão de tronco sobre esta. Se o fizer de um lado, gera um movimento de rotação do tórax para o lado oposto, criando as ações musculares opostas, quando o que se fixa é o tórax e se traciona a pélvis. (GRIGOLETTO; MANSO, 2008). Ao longo do percurso desse músculo, apresentam bandas aponeuróticas transversais, que lhe conferem uma constituição peculiar que faz sobressair às porções carnosas (entre dois e cinco pares) nos músculos muito treinados e definidos. Essa estrutura em forma de ventres carnosos separados por intersecções tendinosas também lhe confere certa autonomia em sua ação permitindo que em sujeitos muito bem treinados seja possível isolar a ativação de cada um deles, sem que o efeito da contração seja neutralizado por uma distensão dos corpos musculares vizinhos. (GRIGOLETTO; MANSO, 2008). Os pontos de origem e inserção do músculo reto do abdome, bem como sua própria estrutura anatômica, permitem-lhe um comportamento funcional que se torna mais complexo do que parece, a uma primeira vista e que se vê condicionado pelas diferentes sinergias que são produzidas durante seu trabalho. Os aspectos mais importantes derivam da sua fixação ou não de alguma das estruturas corporais que estão em seus extremos. (GRIGOLETTO; MANSO, 2008). Como em qualquer outro grupo muscular, a contração do reto abdominal responde à formação de um potencial de ação no sistema nervoso, central ou periférico, que uma vez que chega à correspondente placa motriz, provoca a resposta muscular. Os músculos encontram-se organizados em grupos de fibras, que configuram pacotes com certa autonomia funcional e estrutural (anatômica). Embora a origem da inervação de um músculo seja única, a plasticidade do sistema nervoso pode permitir certa independência com relação aos diferentes
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ramos nervosos terminais que dão a ordem de contração da musculatura. (GRIGOLETTO; MANSO, 2008). Segundo Grigoletto e Manso (2008), um abdome forte e saudável é fundamental, não somente para incrementar o rendimento esportivo, mas também, para a melhora da saúde de qualquer pessoa, incidindo nos planos funcionais, fisiológicos e psicológicos daqueles que aplicam com rigor e inteligência os exercícios adequados para trabalhar esses importantes músculos. Os abdominais cumprem entre outras funções, as de proteção, fixação, estabilização, transmissão, potencialidade etc., todas fundamentais na vida do ser humano e na fonte de otimização dos recursos motrizes que os diferentes especialistas esportivos necessitam. Entre todas elas, algumas das mais importantes são relacionadas na área da saúde, nesse âmbito, uma musculatura em diminuição da qualidade de vida do indivíduo e o elemento que desencadeará disfunções que possam terminar em modestas patologias (dor lombar, prolapsos, funcionalidade visceral etc.) ou em alterações em sua força estática ou em sua capacidade de movimento. Sobre sua levada importância funcional sua posição anatômica faz que não seja uma estrutura muito solicitada durante a realização das atividades cotidianas da maioria dos indivíduos. Essa hipocinesia a que habitualmente submetemos os músculos da região abdominal faz que, com o passar do tempo, percam paulatinamente a tonicidade. Segundo Balagué e Tous (1998), as importâncias da musculatura abdominal bem tonificada vêem que juntamente com a lombar essa musculatura apresenta entre outros os seguintes aspectos: • Absorve as forças resultantes dos impactos produzidos pelos saltos, rebotes ou exercícios pliométricos, ao mesmo tempo em que potencializa e garante o sucesso desse tipo de ação; • Estabiliza o corpo de modo que as extremidades inferiores e superiores possam realizar qualquer tipo de movimento tendo o tronco como suporte; • Forma uma cadeia muscular transmissora de forças entre as pernas e os braços; • Proporciona pressão intra-abdominal, que mantém a musculatura abdominal estável e reduz o estresse na zona lombar; • Ajuda a manter as vísceras na sua posição prevenindo possíveis patologias, derivadas de um desenvolvimento errôneo dessa musculatura (por exemplo: incontinência urinária de esforço, prolapsos ou disfunções sexuais); • Colabora na manutenção da postura corporal;
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2. TREINAMENTO FUNCIONAL COM BOLA DE GINÁSTICA
2.1 Aspectos Gerais
Verderi (2008) nos mostra que o programa de exercícios físicos com bola, oferece benefícios significativos aos padrões posturais por meio da ação isométrica e isotônica, fortalecendo assim os músculos paravertebrais, abdominais, glúteos e lombares, bem como o alongamento das cadeias musculares. A função estática não é regida por músculos isolados, mas por um conjunto de músculos, toda disfunção que ocorre nesse conjunto leva a um desequilíbrio do tônus muscular e conseqüentemente, à má postura (VERDERI, 2005) O exercício físico com bola oferece uma ação global aos músculos durante a sua realização, todos os músculos são ativados durante os exercícios e dessa maneira suprem as necessidades da funcionalidade muscular, propriocepção, do equilíbrio e dessa forma a manutenção do padrão postural. (VERDERI, 2005). O trabalho com a bola proporciona grande instabilidade, ela também pode ser inflada ou esvaziada para trabalhos com diferentes níveis de dificuldade. Esse aparato pode, também, ser combinado com uma série de outros para dinamizar o treinamento, a bola pode ser utilizada para todos os níveis de condicionamento. (EVANGELISTA; MONTEIRO 2010). Segundo Craig (2006), o segredo do sucesso da bola é o seu aspecto mais proeminente, a forma esférica, diferentemente de qualquer outro colchonete ou máquina, a bola tem uma superfície móvel. A instabilidade da bola faz os músculos inativos trabalharem, recrutando tanto as fibras musculares profundas quanto as superficiais. Paul Check, especialista do exercício e cuidados com a coluna, internacionalmente conhecido, explica como a instabilidade da bola treina a velocidade de reação do corpo a ponto do organismo ativar os músculos estabilizadores por absoluta necessidade. O treinamento de força com bola deve abranger muito mais do que apenas treinamento com pesos e a bola. “Igualmente importantes são a flexibilidade, a força abdominal, a prevenção da lombalgia, como recuperar força depois de uma lesão, e o treinamento da
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postura e do equilíbrio”. Na bola o corpo é trabalhado através de múltiplos planos. Os membros do corpo realizam movimentos como flexão, extensão, flexão lateral, rotação, translação e circundução, ou seja, não são feitos para se movimentar apenas em um plano como é simulado nos aparelhos tradicionais de musculação. (CRAIG, 2007). Trabalhar os membros em vários ângulos, em diagonais, cruzando o corpo e em círculos faz que mais músculos individuais entrem em atividade, e estimula muito mais a ação dos músculos e das articulações. Explorar movimentos funcionais e desafiar o equilíbrio prepara os alunos para a realização mais eficiente e segura de tarefas em suas atividades esportivas e da vida diária. Para Cruz e Martins (2007) “uma boa postura deve ser um hábito. Um dos fatores que colaboram para a manutenção da boa postura é a ação da musculatura estabilizadora do tronco, conhecida como CORE”. São músculos da região abdominal que trabalham em conjunto, formando uma cinta que dá suporte à coluna (transverso abdominal, oblíquo externo e oblíquo interno, reto-abdominal e multifídios), quando falham em sua função, a coluna fica vulnerável e suscetível a lesões, por isso a bola de ginástica é conhecida pela sua versatilidade e eficiência possibilitando uma grande variedade de exercícios desafiadores e motivantes, integrando o condicionamento físico e alinhamento postural, solicitando constantemente o equilíbrio e estimulando a participação do corpo inteiro durante o exercício. A bola de ginástica é um material comumente usado em exercícios abdominais por treinadores e outros profissionais da saúde, por ser considerado um método seguro de realizar exercícios para os músculos do tronco, além de ser um acessório para vários tipos de aulas em academias e clubes, principalmente em reabilitações fisioterápicas (BERNARDINO JÚNIOR, et al. 2007) Homens e mulheres dão preferência a intensidade e o desafio que a bola proporciona e usam isso como uma maneira de tirar o tédio dos exercícios físicos. E mais importante, a bola quebra os padrões de movimentos já existentes e ajuda a reequilibrar os músculos e trabalhar o lado fraco, e não só o lado forte do corpo.
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2.2 Ação Metabólica
Os exercícios físicos na bola oferecem benefícios, melhorando VO2 máx., freqüência cardíaca de repouso, débito cardíaco e melhora do transporte de oxigênio para os músculos, além de favorecer a queima de caloria e a perda de peso. (VERDERI, 2005).
2.3 Eletromiografia
Segundo Rodriguez-Añez (2000), a eletromiografia está fundamentada no fenômeno conhecido como potencial de ação, que provoca uma série de eventos na fibra muscular, culminando com o encurtamento ou deslizamento da suas estruturas no conjunto denominando acoplamento eletromecânico. Na biomecânica a eletromiografia é utilizada principalmente para determinar a ativação de determinados grupos musculares durante as diversas fases de uma tarefa motora. A técnica da eletromiografia está baseada no fenômeno do acoplamento eletromecânico do músculo. Sinais elétricos gerados no músculo eventualmente conduzem ao fenômeno da contração muscular, potenciais de ação simples ou em salva atravessam a membrana muscular (sarcolema), essas diferenças de potencial viajam profundamente dentro das células musculares através dos túbulos t. (RODRIGUEZ-AÑEZ, 2000). Os túbulos t são invaginações da membrana muscular dentro das células musculares. Tais invaginações são numerosas e ocorrem na junção das bandas claras e escuras das miofibrilas e as circundam como um anel no dedo. Estes anéis estão interconectados com os anéis das miofibrilas vizinhas formando um extensivo sistema de túbulos. Esta organização permite que o potencial elétrico viaje até as mais profundas partes do músculo quase instantaneamente. Estes potenciais de ação são o gatilho que libera íons de cálcio do retículo sarcoplasmático para dentro do citoplasma muscular. Os íons de cálcio são responsáveis pela facilitação da contração muscular, que se manifesta pela movimentação dos membros do corpo e a geração de força (KUMAR e MITAL, 1996).
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Segundo Menzel (2009), a eletromiografia (EmG) é um método que permite a análise da atividade muscular. Isso é possível porque a excitação muscular é sujeita a atividade elétrica cujos efeitos podem ser medidos geralmente por eletrodos colados na pele do atleta, chamados eletrodos de superfície. Os impulsos oriundos do sistema nervoso central atingem o músculo esquelético por meio dos neurônios motores inferiores. Cada neurônio inerva um conjunto de fibras musculares. Esse conjunto neuromuscular é denominado como unidade motora, que é a menor unidade funcional do sistema neuromuscular. Em repouso, existe uma diferença de cargas elétricas entre os dois lados da membrana da célula muscular, permanecendo a parte interna com carga negativa e a externa, com positiva. A excitação da membrana ocorre por um impulso nervoso que proporciona sua despolarização, que, por sua vez, resulta em uma carga positiva na parte interna (potencial de ação). Essa despolarização se propaga até as fibras musculares, provocando a contração muscular. Quando o potencial de ação alcança seu máximo, a despolarização da membrana será revertido (repolarização) e o potencial volta ao valor de repouso. A atividade elétrica captada pelos eletrodos superficiais consiste na soma dos potenciais de ação transmitidos às fibras musculares em um dado momento. As alterações dos potenciais elétricos podem ser medidas por meio de eletrodos. Em aplicações clínicas, e quando for necessário analisar a inervação de músculos mais profundos ou a inervação de unidades motoras específicas (coordenação intramuscular), eletrodos de agulhas devem ser utilizados, porém, pelo fato de ser um método invasivo pode provocar efeitos colaterais como o aumento do risco de infecção e de dores agudas. Em função disso, esse tipo de eletrodo não deve ser utilizado na prática da análise de movimentos esportivos. Para esse tipo de análise, o padrão de coordenação de diferentes grupos musculares superficiais poderá ser realizado através de eletrodos de superfície colocados sobre a pele. Geralmente são utilizados eletrodos bipolares com uma distância de 2 a 4 cm entre eles, assim, os eletrodos de superfície avaliam a atividade de várias unidades motoras que participam na contração muscular. Porém, é necessário colocar um par de eletrodos em cada músculo a ser pesquisado e um eletrodo de referência (terra) em um lugar onde não há atividade elétrica. Os eletrodos, geralmente, são compostos de silver-silver choride (ag-agcl), porque são considerados eletroquimicamente os mais estáveis.
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O sinal registrado (Figura 1) depende da orientação das unidades motoras em relação aos eletrodos. Eles também influenciam o sinal de acordo com seu recrutamento e a freqüência de ativação. Desse sinal podem ser analisadas as características de intensidadetemporal e suas freqüências. O sinal bruto (Figura 2) é a base para possíveis passos posteriores de análise. Ele pode ser analisado com objetivo de detectar o início e o fim da inervação muscular. Para identificar o início e o final de ativação é necessário definir um valor limiar de ativação que pode ser superado (início) ou não mais alcançado (fim). Pelo fato da amplitude do sinal depender do tipo da fibra muscular, da localização dos eletrodos, do diâmetro do músculo, do tecido entre o músculo e os eletrodos, da distância entre os eletrodos e da área deles, o sinal não pode ser analisado diretamente. (MENZEL, 2009)
Figura 1
Figura 2
2.4 História
Em 1960 foi denominada bola de ginástica por terapeutas da América do Norte, que viram a bola ser usada pela primeira vez na Suíça, inicialmente, eram usadas para problemas ortopédicos para aumentar a consciência corporal e estimular o desenvolvimento neurológico. Em 1963 iniciou-se sua fabricação na Itália por um fabricante de brinquedo, Kong e Mary Quinton trabalharam com crianças deficientes usando o método de Bobath para a reeducação neuromuscular. Na década de 1970, a fisioterapeuta tcheca Maria Kucera e a especialista em bola a Dra. Susanne Klein-Vogelbach influenciaram a teoria, os exercícios e as aplicações clínicas
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da bola, sendo as pioneiras no uso desta em pacientes ortopédicos adultos. Em 1995, PosnerMayer implantou o trabalho com bolas com o objetivo de prevenir lesões e garantir o bem estar, beneficiando a saúde em geral. Atualmente, já não é mais um campo exclusivo da fisioterapia, sendo usada em aplicações de fitness, educação postural, idosos, gestantes. Os exercícios físicos com bola trazem resultados significativos para os músculos, como melhora de funcionalidade muscular, aumentando a força, resistência e o poder contração e elasticidade. Nossos músculos precisam estar fortes para favorecer a realização das atividades diárias, prevenirem lesões, proteger tendões e ligamentos, além da melhora da aparência física (VERDERI, 2008).
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3. OBJETIVO O objetivo deste estudo é realizar uma análise eletromiográfica dos músculos reto do abdome e oblíquo externo durante a execução do exercício abdominal com utilização da bola de ginástica.
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4. METODOLOGIA
4.1 Participantes
Participaram desta pesquisa 30 voluntários de ambos os sexos, (sendo 15 homens e 15 mulheres), com idade média de 25 anos e praticantes de atividade física no mínimo três vezes por semana, na cidade de Bragança Paulista, interior do Estado de São Paulo.
4.2 Procedimentos para a coleta de dados
A aplicação do teste foi individualizada e conforme a disponibilidade dos participantes. Antes da aplicação dos exercícios foi exposta aos participantes a finalidade da pesquisa e entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os músculos analisados através da eletromiografia de superfície foram: o reto abdominal e oblíquo externo, devido ajudarem na estabilização e controle da coluna e postura do tronco. Para a captação dos sinais foi utilizado eletrodos de superfície da marca Heat Bret® e um módulo de aquisição de sinal biológico (Eletromiógrafo) de oito canais (EMG System do Brasil Ltda.®), constituído de um condicionador de sinais com um filtro passa-faixas entre 20 e 500 HZ, um ganho de amplificação de 1000HZ e um modo de rejeição de modo comum superior maior que 120 dB (Figura 3). Os dados foram adquiridos usando uma placa analógico-digital de 12 bits com uma taxa de amostragem de 2000 HZ cada canal. O software AdData foi utilizado para aquisição de dados.
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Figura 3 Para diminuir possíveis interferências na indução do estímulo na região do músculo estudado, foi realizado, anteriormente à colocação dos eletrodos, tricotomia (no caso de voluntários do sexo masculino) e limpeza da pele com álcool 70%. Para a fixação dos eletrodos foi utilizado um gel condutor com fita adesiva na linha da porção média da porção central do músculo, com a superfície de detecção perpendicular as fibras do músculo. (SOLOMONOW, 1995; WILLIAMS, 1987). (Figura 4 e 5).
Figura 4
Figura 5
Em todos os procedimentos, a aquisição e análise dos sinais eletromiográficos seguiu as recomendações da Sociedade Internacional de Eletromiografia e Eletrocinesiologia (ISEK, International Society of Electrophysiology and Kinesiology) (WILLIAMS, 1987). O posicionamento dos eletrodos foi adotado o procedimento descrito por Delagi et al (2005). Para definir a posição dos eletrodos utilizados para monitorar o músculo oblíquo externo, inicialmente identificado o ponto mais alto da crista ilíaca, assim como a espinha ilíaca superior anterior. Nesta linha, o eletrodo foi colocado em direção da cabeça da crista
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ilíaca, até que a aponeurose seja identificada. Para o músculo reto abdominal, o eletrodo foi colocado lateralmente a linha média abdominal (a porção umbilical em T10). Para coleta dos dados foram utilizados: (a) Questionário para caracterização dos participantes, contendo os dados: idade, sexo, se é fumante ou não, formação, área de atuação, tempo de atividade física, se apresenta algum problema de saúde (hipertensão, diabetes), uso de medicamentos; (b) Um eletromiógrafo de 8 canais da marca EMG System do Brasil®; (c) Para captação dos sinais utilizou-se eletrodos de superfície da marca Heart Beat®; (d) Bola de ginástica; (e) Colchonete; (f) Microcomputador com o software próprio para análise; e (g) Termo de Consentimento. Realizou-se 1 série para cada exercício físico perfazendo um tempo total de 15s.
5. EXERCÍCIOS UTILIZADOS COM AUXÍLIO DA BOLA DE GINÁSTICA
Algumas considerações fazem-se necessárias para a realização dos exercícios com a bola de ginástica como, escolhermos um local seguro, ou seja, um solo firme e antideslizante. Para que o aluno e a bola não escorreguem é melhor usar calçados com sola de borracha, ou ficar descalço. De acordo com Carrière (1999) o tamanho da bola precisa ser selecionado, baseandose no aluno. “Para sentar em uma bola de ginástica, a pessoa com pernas longas requer uma bola maior (diâmetro de 65 cm ou mais) do que uma com pernas curtas (55 cm de diâmetro ou menos pode ser suficiente)”. O professor deve observar se o aluno tem mobilidade em manter uma coluna neutra facilmente ao se sentar com quadris e joelhos em ângulo de aproximadamente 90° sobre a bola de ginástica nos exercícios abdominais convencional e 3 tempos. Os exercícios que serão demonstrados a seguir podem ser utilizados no programa de treinamento funcional, lembrando que nem todos os exercícios são apropriados para todos os indivíduos. Portanto, devemos escolher corretamente respeitando a individualidade de cada um, sabendo que cada exercício tem um objetivo, uma posição inicial e uma execução.
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Foram realizados seis estilos diferentes de exercícios abdominais: abdominal convencional; abdominal convencional três tempos; abdominal lateral; prancha; prancha com elevação das pernas e apoio de braços com flexão de quadril.
5.1Exercícios abdominais
A abordagem postural nos programas de exercício com a bola de ginástica é, sem dúvida, bastante significativa, pois fundamenta a compreensão da funcionalidade do corpo e de suas alterações e adaptações, contribuindo para a reorganização do sistema musculoesquelético e a sustentação do nosso corpo nas posturas dinâmicas e estáticas. No exercício Abdominal Convencional (Figura 6 e 7), o principal músculo utilizado é o reto abdominal. Para a execução do movimento o aluno ficará deitado na bola de ginástica com as costas ligeiramente alongadas, os ombros em uma altura mais elevada que os quadris e o lombar firmemente apoiado na bola. Com os joelhos flexionados, formando um ângulo de 90 graus. Pernas separadas, com os joelhos afastados um pouco além da largura do quadril. Com os braços cruzados sobre o peito, é realizado o movimento. Elevação da caixa torácica em direção da pelve até que os músculos dos abdominais estejam totalmente contraídos. Após a elevação do tronco é feito a volta para a posição inicial.
Figura 6 (Posição Inicial)
Figura 7 (Posição Final)
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No exercício Abdominal 3 Tempos (Figuras 8, 9), principal músculo utilizado é o reto abdominal. É realizada uma isometria na parte final do exercício em três tempos (Figuras 10, 11, 12). Basicamente é o mesmo estilo de exercício que o abdominal convencional, a diferença está no movimento. O aluno ficará deitado na bola de ginástica com as costas ligeiramente alongadas, os ombros em uma altura mais elevada que os quadris e o lombar firmemente apoiado na bola. Com os joelhos flexionados, formando um ângulo de 90 graus. Pernas separadas, com os joelhos afastados um pouco além da largura do quadril. Com os braços cruzados sobre o peito, é realizado o movimento. Elevação da caixa torácica em direção da pelve até que os músculos dos abdominais estejam totalmente contraídos. Após a elevação do tronco é feito a volta em três paradas para a posição inicial.
Figura 8 (Posição Inicial)
Figura 9 (Posição Final)
Figura 10 (Fase I)
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Figura 11 (Fase II)
Figura 12 (Fase III )
No exercício Abdominal Lateral (Figuras 13 e 14), o principal músculo utilizado é o oblíquo externo. O aluno ficará deitado de lado sobre a bola de ginástica, com o tronco lateralmente flexionado, mantendo a curvatura natural da coluna lombar. Com a perna que está abaixo estendida e a de cima semi flexionada é realizado o movimento com a elevação lateral da caixa torácica na direção lateral da pelve e no retorno abaixe o tronco lentamente até a posição inicial.
Figura 13 (Posição Inicial)
Figura 14 (Posição Final)
No exercício da Prancha (Figura 15), o principal músculo utilizado é o reto abdominal. Com isometria de abdome e da lombar sem movimentos o aluno manterá as costas alinhadas durante os 15 segundos. Com o corpo estendido, ele se apoiará sobre os dedos dos pés e na bola usará o apoio dos cotovelos.
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Figura 15 O exercício da Prancha com Elevação da Perna (Figuras 16 e 17), os principais músculos utilizados são o reto abdominal e o oblíquo externo, com uma ênfase maior neste último. É a mesma posição do exercício da prancha. O aluno irá contrair os músculos abdominais e inspirar conforme estender a perna para trás. Manterá a bola controlada. É realizado o exercício com ambas as pernas (direita e esquerda).
Figura 16 (Posição Inicial)
Figura 17 (Posição Final)
O exercício Abdominal Apoio de Frente e Flexão de Quadril (Figuras 18 e 19), os principais músculos utilizados são reto do abdome e oblíquo externo com ênfase maior no reto do abdome. Posição inicial: Posição estilo “carrinho de mão”, com as pernas em cima da bola, os músculos do abdome contraídos e as mãos alinhados aos ombros. Flexione as pernas
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dobrando os joelhos e levando-os na direção do tórax. Volte à posição inicial usando os músculos do abdome para manter o controle do movimento.
Figura 18 (Posição Inicial)
Figura 19 (Posição Final)
Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento, conforme normas do Comitê de Ética, (com acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE), distribuídos em dois grupos, dos quais 15 do sexo masculino (SM), e 15 do sexo feminino (SF), com idade entre 18 a 32 anos. A coleta de dados foi iniciada a partir da obtenção do parecer de aprovação do Comitê de Ética.
6. ANÁLISES DOS RESULTADOS
Com a coleta realizada, os sinais eletromiográficos foram analisados utilizando o software MATLAB e BIOMEC 4000. Após o processamento dos sinais, estes foram analisados estatisticamente e assim comparados os resultados. Para uma análise mais detalhada dos seis exercícios abdominais, realizamos uma coleta eletromiográfica dos músculos Reto Abdominal Direito (RAD), Reto Abdominal Esquerdo (RAE), Oblíquo Externo Direito (OED) e do Oblíquo Externo Esquerdo (OEE) em cada um dos exercícios.
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6.1Gráficos
Os resultados as seguir, apresentam as médias expressas pelos valores da raiz quadrada da média (RMS) de todos os músculos testados durante os exercícios. No exercício abdominal convencional (Gráfico 1) observamos uma atividade elétrica intensa de todos os músculos testados para ambos os sexos, sendo que o músculo reto abdominal foi o mais ativo.
Gráfico 1. Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Convencional. O exercício abdominal 3 tempos (Gráfico 2), apresentou resultados muito semelhantes ao registrado no abdominal convencional, sendo ainda o músculo reto do abdome o mais ativo.
Gráfico 2. Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal 3 Tempos.
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Com relação ao exercício abdominal prancha (Gráfico 3), este apresentou um RMS muito próximo para todos os músculos testados, embora o reto do abdome ainda apresente maior atividade que o oblíquo externo.
Gráfico 3. Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Prancha. No exercício abdominal prancha com extensão de quadril direito (Gráfico 4) observamos um equilíbrio maior em relação aos músculos testados, sendo que neste caso o oblíquo externo foi superior ao reto do abdome.
Gráfico 4. Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Direito.
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No exercício abdominal prancha com extensão de quadril esquerdo (Gráfico 5), observamos resultado semelhante ao anterior mas apenas o oblíquo esquerdo apresentou RMS maior que o reto do abdome, no caso do masculino, no feminino foi o oblíquo direito que apresentou maior atividade em relação aos outros músculos.
Gráfico 5. Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Esquerdo. Nos exercícios abdominal lateral direito (Gráfico 6) e no abdominal lateral esquerdo (Gráfico 7), observamos que o músculo oblíquo apresentou RMS maior que o reto do abdome.
Gráfico 6. Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Lateral Direito.
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Gráfico 7. Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Lateral Esquerdo. O último exercício, o abdominal apoio de frente com flexão de quadril (Gráfico 8) apresentou para o grupo masculino e feminino uma alta atividade elétrica de todos os músculos testados, sendo que no feminino o RMS foi muito próximo para todos os músculos testados.
Gráfico 8. Comparação dos resultados das coletas eletromiográficas dos músculos RAD, RAE, OD e OE, durante o exercício Abdominal Apoio de Frente com Flexão de Quadril.
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7. DISCUSSÃO
No exercício Abdominal Convencional observamos uma alta atividade elétrica (RMS) dos músculos RAD e RAE, sendo para o grupo masculino uma média de 160 RMS e para o feminino 100 RMS, o que corrobora com os resultados de grande parte dos autores que ressaltam que esse exercício abdominal é muito eficiente no recrutamento do músculo reto do abdome. (VAZ; GUIMARÃES; CAMPOS, 1991; VERA-GARCIA; GRENIER; MCGILL, 2000; STERNLICHT; RUGG, 2003). Já com relação ao músculo Oblíquo Externo, a média masculina foi aproximadamente 60 RMS (63% menor que a registrada para o reto abdominal), e a feminina de aproximadamente 40 RMS (60% menor que a registrada para o reto abdominal). Mesmo com uma atividade elétrica menor que a do reto abdominal, podemos considerar que o oblíquo externo tem uma participação importante na execução deste exercício. No exercício Abdominal 3 Tempos, houve um pequeno aumento de atividade elétrica comparado com o Abdominal Convencional, o músculo reto do abdome apresentou para o grupo masculino 185 RMS, já o grupo feminino foi semelhante ao anterior 105 RMS. Este aumento pode ter ocorrido devido à fase isométrica do movimento que mantém o músculo em atividade intensa por mais tempo (HALL, 2000). No exercício Abdominal Prancha, a atividade elétrica do músculo reto do abdome foi em média 117 RMS para o grupo masculino e de 64 RMS para o grupo feminino. Para o músculo oblíquo o masculino apresentou em média 101 RMS, e no feminino 52 RMS. Observamos que neste exercício, não houve uma diferença estatisticamente significante (P≤0,05), entre os músculos testados nos dois grupos. Isso acontece porque o participante teve que manter o equilíbrio devido ao trabalho de isométrica e estabilização do tronco. Nos exercícios Abdominais Prancha com Extensão de Quadril Direito e Esquerdo houve uma pequena diferença entre os valores de RMS dos músculos trabalhados. Como mostra o gráfico 4 (Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Direito), a média masculina mostra que a intensidade elétrica maior está no Oblíquo Esquerdo, quando o esperado seria que a intensidade maior estaria no Oblíquo Direito devido ao movimento da perna (Extensão de Quadril), onde seria trabalhado o mesmo lado. O gráfico 5 (Abdominal Prancha com Extensão de Quadril Esquerdo), já mostra que na média do feminino a intensidade está no
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Oblíquo Direito, quando o esperado seria que a maior atividade fosse do lado esquerdo. Uma hipótese para responder esta questão é o fato de quando se retira um dos pés do chão, a musculatura abdominal do lado oposto tem que realizar mais esforço para manter a estabilidade do tronco. Nos exercícios Abdominais Lateral Direito e Esquerdo, não houve intensidade fora do padrão esperado, ou seja, os músculos referentes ao lado que foi executado o movimento, apresentaram maior atividade. Em média o oblíquo externo demonstrou um RMS 100% maior que a do reto do abdome do mesmo lado. Esse fato pode ser justificado, pois o oblíquo externo tem como uma de suas funções primárias a flexão lateral do tronco. No exercício Abdominal Apoio de Frente com Flexão de Quadril, como mostra o gráfico 8, observamos uma atividade elétrica alta em todos os músculos testados, sendo que a diferença entre o reto do abdome e o oblíquo externo foi em média 24 RMS para o grupo masculino e de 10 RMS para o grupo feminino, o que significa não ter ocorrido diferença significativa entre os músculos RA e OE. Por este fato podemos considerar bom quando se deseja trabalhar os músculos de forma equilibrada.
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8. CONCLUSÃO
Concluí-se que nesse estudo que os exercícios abdominais estudados são eficazes para o trabalho de fortalecimento abdominal, contudo observamos que há uma variação importante no que se refere à intensidade e estimulo dos músculos. Quando se deseja trabalhar de forma mais intensa o reto do abdome, os exercícios mais eficazes são o abdominal convencional e o abdominal 3 tempos, e com relação ao oblíquo externo o exercício abdominal lateral seria o mais indicado. Já se o objetivo for um trabalho mais equilibrado entre os músculos RA e OE o exercício mais indicado seria o abdominal apoio de frente com Flexão de quadril. Desta forma podemos dizer que a bola de ginástica pode ser usada para diversificar os exercícios abdominais e o treinamento do aluno, visto que exercícios na bola exigem um maior controle na execução dos movimentos por estar em uma superfície instável.
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REFERÊNCIAS
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ANEXO I Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS RETO DO ABDOME E OBLÍQUO EXTERNO COM A UTILIZAÇÃO DA BOLA DE GINÁSTICA Eu,____________________________________,RG_______________; Idade__________; endereço:___________________________________________________________, abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade do(s) pesquisador (es) Claudio Pandori e David Fonseca Vieira do curso de Educação Física – Bragança Paulista, da Universidade São Francisco. Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que: 1 - O objetivo da pesquisa é realizar uma análise eletromiográfica dos músculos reto do abdome e oblíquo externo durante a execução do exercício abdominal com utilização da bola de ginástica. 2 - Durante o estudo que será realizado no laboratório de fisiologia do exercício e avaliação física da Universidade São Francisco será fixado os eletrodos em cada voluntário nas regiões do abdome e oblíquo externo para que seja analisada o quanto é eficaz os exercícios para abdome feitos com a bola de ginástica. 3 - O participante responderá a um questionário para caracterização, contendo os dados: idade, sexo, fumante, formação, área de atuação, tempo de atividade física, se apresenta algum problema de saúde (hipertensão, diabetes), uso de medicamentos. 4 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa; 5 - A resposta a este (s) instrumento(s) /procedimento(s) não oferece riscos conhecidos à saúde física e/ou mental, mas poderão causar constrangimento; 6 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 7 – Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 8 - Poderei entrar em contato com os responsáveis pelo estudo, Claudio Pandori ou David Fonseca Vieira, sempre que julgar necessário pelo telefone (11)7322-2670 ou (11)7242-3431; 9 - Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável. Bragança Paulista,_____de _____________de 2010. Assinatura:___________________________________________
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ANEXO II QUESTIONÁRIO NOME:____________________________________________________________________ IDADE:_______
SEXO: M (
)F(
)
DATA: ____/____/____
FORMAÇÃO:______________________________________________________________ ÁREA DE ATUAÇÃO: ______________________________________________________ TABAGISMO: FUMANTE:
SIM (
) NÃO (
)
SIM (
) NÃO (
)
HÁ QUANTO TEMPO: ________________ PRATICANTE DE ATIVIDADE FÍSICA: HÁ QUANTO TEMPO: ________________ QUAIS:____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ REALIZA EXERCICIOS ABDOMINAIS:
SIM (
) NÃO (
)
COM QUE FREQUENCIA: __________________________________________________ APRESENTA ALGUMA PATOLOGIA: HIPERTENSÃO:
SIM (
) NÃO (
)
DIABETES:
SIM (
) NÃO (
)
LESÃO ÓSTEOMUSCULAR:
SIM (
) NÃO (
)
ONDE:_____________________________________________________________________ FAZ USO DE MEDICAMENTO:
SIM (
) NÃO (
)
QUAIS:____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ______________________________________________________