Jil de Março de 2009

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Jornal Irene Lisboa Fundador João Alberto Faria . Director Nuno Faria . Director-Adjunto Orlando Ferreira . www.ejaf.pt . mail: ojcf@iol.pt . Março 2009

Viagem de estudo do Clube de Jornalismo

Nova Iorque F Times Square, Nova Iorque.

oi na manhã do dia 21 de Fevereiro que, com muito entusiasmo e ansiedade, nos encontrámos no Aeroporto da Portela, de malas e bagagens. A alegria e a agitação eram uma constante em cada um: íamos embarcar numa enorme aventura, na viagem de uma vida. E foi com este espírito, que depois de todas as despedidas e conselhos dos pais, partimos rumo ao aeroporto de Newark, nos Estados Unidos. A viagem durou cerca de 8 horas,

Gala de

que nos pareceram longas, tal a ansiedade e o desejo de chegar. Aterrámos por volta das 16 horas locais. Quando saímos à rua, fomos confrontados com o frio que se fazia sentir, uns meros dois graus negativos, comparados com as temperaturas que ainda estavam para vir. Realizámos os primeiros telefonemas para a família. Tudo tinha corrido como planeado e encontrávamo‑nos bem. Em seguida, apanhámos o transfer que nos levou à grande cidade: Nova Iorque. Págs. 2 e 3.

Valência

finalistas 09’

Cidade das Artes e das Ciências

N

o dia 7 de Março, ao cair da noite, o Pavilhão Multiusos, recebeu de novo o evento que mais pessoas reúne em Arruda dos Vinhos: a Gala de Finalistas, do Externato João Alberto Faria. Este ano, o tema foi Hollywood, e a decoração recebeu vários adornos relacionados com o mundo do espectáculo: paparazzi em esferovite, centros de mesa com a forma de estrela, sem esquecer o nome do famoso lugar recortado em grandes letras douradas sobre o palco. À entrada, um elegante Óscar recebia os convidados: “Senhoras e Senhores, esta é a Gala dos Finalistas EJAF 2009.” Pág. 5

Viagem de estudo dos alunos 10º ano

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rimeiras horas da madrugada do dia 23 de Fevereiro. Dois autocarros, com dez professores e mais de cem alunos do 10º ano de escolaridade, partem de Arruda dos Vinhos em direcção a Valência, Espanha. Cada autocarro funcionou como um micro-cosmos onde acontecia

um pouco de tudo: comia-se, bebia‑se, brincava-se, conversava-se, dormia-se, conheciam-se novos colegas, viam-se filmes, ouvia-se música, enfim… Aquelas viaturas foram, durante uma semana, autênticos habitats de uma boa parte da população estuP7 dantil do EJAF. Pág.Entrevista 4

Cosplay P6 Tempo de Talentos P7 Sobredotação, Talento e Precocidade P8 Entrevista ao Campeão Olímpico de Atletismo, Carlos Lopes P11

Caixa de Arruda dos Vinhos


2 Destaque/Nova Iorque

Agora, já instalados no Best Western President Hotel, mesmo junto a Times Square estávamos preparados para a nossa primeira refeição em terras americanas. Tivemos o nosso primeiro contacto com a cidade que nunca dorme. Os grandes edifícios pareciam não ter fim; as limousines eram comuns; a agitação na rua, enorme; as pessoas enchiam os passeios, as lojas, os restaurantes. Sentia-se no ar um odor a cachorros quentes, a frutos secos envolvidos em caramelo, da venda ambulante. Estávamos fascinados com as luzes e os néons da publicidade, numa avenida repleta de cor.

New York City

clube de jornalismo uma experiência nova

por Margarida Mangaz

C

omo não podia deixar de ser, jantámos no Burguer King. Este país é o berço do fast‑food e não podíamos fugir a isso. Em cada esquina, em cada rua, encontrávamos um ou mais Mc’Donalds, uma pizzaria, um Starbucks Caffee. Após o primeiro impacto, seguimos para o hotel onde íamos descansar e repor energias. Domingo, 22. Começámos com um pequeno-almoço ao estilo americano, no Mama Sbarro’s, um restaurante italiano perto do hotel. Observámos a cidade à luz do dia, frenética, espantosa e surpreendente. Depois, navegámos pelo rio Hudson, tentando abstrair-nos do frio que se fazia sentir. As gargalhadas eram uma constante. Estávamos divertidos e a adorar a grande cidade. Nesta viagem, observámos, pela primeira vez, a Estátua da Liberdade. Mesmo com a baixa temperatura, céu nublado e chuviscos, apanhámos o autocarro turístico que nos deu a conhecer a zona norte de Manhattan, onde acabámos por parar no Museu da Cidade. Após o jantar, juntámo-nos no quarto para assistirmos à cerimónia dos Óscares. Segunda-feira, 23. Realizámos a primeira visita oficial do Clube de Jornalismo aos estúdios da televisão NBC. Era o primeiro Manhattan vista do terraço do Rockefeller Center.

dia útil na Big Apple. As pessoas moviam-se apressadas para os seus empregos, enquanto terminavam o pequeno-almoço, falavam ao telefone, apanhavam táxis. Os estúdios da NBC situam-se na Plaza Rockefeller, onde mais tarde aproveitámos para subir ao terraço do Rockefeller Center. É como se tivéssemos Manhattan aos nossos pés. É uma sensação mágica observar todos aqueles edifícios quando estamos à mesma altura. Percorremos a Plaza Rockefeller, com a pista de gelo, a estátua dourada do Deus Prometeu e bandeiras de vários países a decorar a praça. Visitámos de novo a zona sul da cidade. Caminhámos por Chinatown. Aqui, como é obvio, tudo é chinês, até o logotipo do Mc’Donalds! Os chineses movem-se freneticamente pelas ruas e em lojas intermináveis. Tudo é confusão, até nos aproximarmos do Ground Zero, o lugar onde antes se erguia o World Trade Center. É uma avenida silenciosa, onde permanece um ar solene. Vimos nas paredes dos edifícios as homenagens aos bombeiros e polícias que morreram. Reparámos nas mensagens deixadas por pessoas que tentavam animar e consolar as famílias dos que ali hamostrar ao mundo que é possível reviam falecido. nascer das cinzas. A comunidade uniu-se e, no lugar Percorremos Wall Street, o centro das antigas Torres Gémeas, está a ser financeiro do mundo ocidental. Rua construído um edifício maior, para estreita, apertada, muito longe da imagem que dela fazíamos. À noite, apanhámos o autocarro para fazermos uma visita nocturna à cidade e vermos Nova Iorque, do outro lado do rio, a partir de Brooklyn. Terminada a visita, apressámo-nos para chegar rapidamente ao restaurante onde íamos jantar, pois estava um frio que mal se aguentava. Corremos que nem loucos pelas ruas, para aquecer, sempre com muitas gargalhadas à mistura.

Times Square, o coração de Nova Iorque.

coisas conhecemos. Embarcámos no ferry até à Estátua da Liberdade e, depois, até Ellis Island. Esta ilha situa-se na baía do rio Hudson e foi, ao longo do século XX, a principal porta de entrada de emigrantes nos EUA. Nessa noite, tivemos o prazer de jantar no Friday´s, com Victoria, a amiga americana de Sofia.

Quarta-feira, 25. Às 10 horas estávamos na revista The New Yorker. Esta revista não se dedica à publicação de notícias. Publica críticas, ensaios e reportagens de investigação, o que a torna invulgar e diferente de todas as outras. O ambiente era espantoso, todos Terça-feira, 24 trabalhavam em silêncio. Ficámos Visitámos a mais conceituada com o desejo de ali trabalhar, quem agência fotográfica do mundo, a sabe um dia mais tarde. Depois, para delícia de todas as Magnum Photos. Este foi, sem dúvida, o dia em que raparigas, corremos para o Macy’s, a mais caminhámos e em que mais maior loja do mundo. Não consegui-


Nova Iorque/Destaque 3

Magnum Photos. À esquerda, Matthew Murphy, o nosso anfitrião.

“The New Yorker”. À direita, em baixo, Thessaly LaForce, a nossa anfitriã.

NBC Magnum Photos The New Yorker por Sofia Lemos da Costa

A

visita à estação de televisão NBC começou por um corredor estreito ladeado por manequins vestidos com roupas usadas em filmes como o vestido de Rosamund Pike em Orgulho e Perconceito e as jardineiras de Meryl Streep em Mama Mia!, e fotos de actores e apresentadores famosos presentes nos estúdios da NBC. Depois de uma breve introdução à história da NBC, completada pelo famoso toque da estação de televisão, fomos conduzidos até a uma das salas/estúdio, onde se produzem alguns noticiários, num espaço giratório com fundos diferentes, dependendo da hora ou da notícia. Passámos pelo estúdio do famoso Friday Night Live, onde reconhecemos cenários e nos foi explicado que os bilhetes para a plateia são oferecidos online, apenas durante uns dias. Numa pequena sala, demonstraram-nos como se criam as mais espantosas máscaras e maquilhagens, capazes de tornar humanos em aliens em pouco tempo.

fotos são corrigidas dos riscos e manchas e onde são dados os últimos retoques. É na sede da Magnum, em Nova Iorque, que é criado o website da agência, com apresentações digitais que enquadram as fotos num ambiente natural ao estilo do fotógrafo sobre quem trabalham. É na Sala de Arquivo que são guardados os originais, cujo preço sobe Magnum Photos Perdida em Do- a cada dia que passa. A sala tem um wtown New York, perto do Flatiron sistema de climatização que lhe perBuilding, encontrámos o edifício que mite estar sempre à mesma tempeé a sede da Magnum Photos Agency, ratura. a maior agência de fotojornalismo do mundo. The New Yorker Foi lançada a 21 Num só andar, encafuada entre ar- de Fevereiro de 1925 e, desde então, quivos fotográficos, Matthew Mur- tornou-se uma revista de referência. phy, o Director de Arquivo, recebeu- Localizada em Times Square, a The ‑nos para nos falar do trabalho que New Yorker ocupa dois andares do realizam. edifício onde está localizada. A Magnum é uma agência que traPara além de verificarem os erros balha com fotógrafos por contrato e ortográficos e de sintaxe, os editores vende os seus trabalhos a empresas têm particular atenção à ortografia ou particulares, através do site ou de certas palavras para que correspor contacto directo. ponda ao estilo da revista, mantendo Fomos guiados até à sala onde as uma escrita em inglês cuidado e não

em inglês corrente. Para que nada escape no que diz respeito aos factos narrados, existe uma biblioteca, com dicionários de várias línguas e livros de história de praticamente todos os países. As paredes dos corredores estão cobertas com as capas das quase mil edições, ilustradas por cartonistas da revista. A edição começa às terças-feiras e termina no final de domingo. Como a maioria dos profissionais no ramo do jornalismo, a The New Yorker usa o programa InDesign para a criação do seu layout (o mesmo utilizado para fazer o JIL). Antes de criticar uma peça de teatro ou um filme, o repórter dessa secção é convidado para uma pré‑exibição, de forma a que possa fazer a sua crítica baseada no que já viu. Finalmente, o Banco dos Livros é um banco de jardim dentro do escritório, onde quem quiser pode deixar um livro ou levar outro para ler, de modo a partilharem os livros preferidos com a redacção.

mos comprar tudo o que queríamos, mas foi o suficiente para perder a cabeça com tanto consumismo. Após este momento de extravagância, fomos passear para o Central Park, um local agradável, onde é possível descansar da vida frenética de Manhattan. Regressámos ao hotel para um breve descanso, antes do último jantar na Big Apple, que viria a revelar-se diferente dos outros. A última refeição foi tomada num restaurante chinês que só tinha sete facas, o que nos proporcionou uma série de gargalhadas.

Central Park. Ringue de patinagem no gelo.

da, visitámos a Grand Central Terminal, uma estação de comboios ampla e movimentada, a mais importante do estado de Nova Yorque. Feita a última visita, regressámos ao hotel para apanhar o transfer que nos levaria ao aeroporto, de regresso a Portugal. Aterrámos na Portela, perto das 6 horas da manhã de sexta-feira, dia 27, onde nos reencontrámos com as famílias que nos aguardavam. Estávamos de volta, com a certeza de que havia sido a viagem de uma vida que jamais será esquecida, tanto pela nova experiência como pelos novos conhecimentos, mas principalmente pela amizade e cumplicidade que cresceu entre nós.

Quinta-feira, 26 Já com um sentimento de despedi-

Por último, foram pedidos dois voluntários para enfrentarem as câmaras. Um abriu o noticiário, lendo rapidamente o teleponto, enquanto o segundo (a Sofia, do EJAF) apresentou o Boletim Meteorológico. Com muito riso e palmas, foi decidido que estava “bom tempo dentro do estúdio” e que estava na hora de darmos por terminada a visita.


4 Destaque/Espanha

Valência por Carolina Pereira

A

primeira visita foi a Toledo, cidade muito peculiar na sua arquitectura. Linda! A sua catedral é esplendorosa e as suas ruas convidam ao passeio. A paisagem que cerca a cidade, com um rio e uma serra, ajudam a que o ambiente se torne bastante atractivo para explorar. Gostava de lá voltar com mais tempo. Seguiu-se a viagem para a estadia em Gandia (arredores de Valência), num hotel que nos proporcionou o à-vontade e as condições necessárias para passarmos três noites de conforto, convívio e alegria em comunidade. Valência era o “prato-forte” da ementa turística que estava planeada. Ali pudemos visitar o Oceanário e o Museu das Ciências Príncipe Felipe. Qualquer um destes sítios proporcionou a oportunidade de novos conhecimentos e “alargar horizontes”, momentos sempre envolvidos por uma atmosfera lúdica e simpática. Depois veio Madrid. O Estádio Santiago Bernabéu e o clube Real Madrid foram anfitriões de uma tarde bem passada, com muitas fotos e recuerdos à mistura ! Por fim, o Palácio do Escorial e o Vale dos Caídos. A visita ao Palácio do Escorial foi feita com o apoio de simpáticas guias espanholas que nos iam explicando o que de mais importante existia para ver. O Vale dos Caídos é uma obra imponente e ao mesmo tempo tenebrosa. Aquele memorial é construído por dentro da massa rochosa

09’

conhecimento e divertimento em terras de nuestros hermanos

Gradil

O

conforto deste grupo fantástico. Saídos de Madrid, começou a apoderar-se de nós um sentimento de nostalogia pelo regresso a casa. Na paragem para jantar, em Elvas, pudemos matar saudades de uns belos bifes “à portuguesa”. Foi uma viagem lúdico-cultural que só trouxe boas recordações para todos quantos estiveram nela envolvidos. Os professores que nos acompanharam zelaram pela nossa segurança e bem-estar. Também a eles, o nosso muito obrigado.

tecimento, promoveram a imaginação, fomentaram o sentido crítico e reforçaram os laços espirituais. Mais uma vez, todos cooperaram com entusiasmo e trabalharam com alegria, provando que o Mundo dos Afectos é de uma enorme doçura.

por Elisabete Luís

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inquenta alunos dos 7º e 8º anos de escolaridade, inscritos na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), participaram nos dias 27 e 28 de Fevereiro num acantonamento no Gradil, cujo tema central foi o “Mundo dos Afectos”. O local escolhido para este evento foi a Casa-Mãe, propriedade do Centro Social e Paroquial S. Silvestre do Gradil, concelho de Mafra. Afastados dos computadores, da televisão e dos DVD’s, os alunos descobriram novas formas de comunicação, baseadas no divertimentos que o convívio proporciona. As dinâmicas inerentes a este acon-

pela Direcção Pedagógica

Entrada para o Oceanário.

da montanha, causa admiração quer pela integração daquele espaço na paisagem envolvente, quer pelo esforço humano e obra de engenharia que foram necessárias para o concretizar. Vale pela invulgaridade da obra e não pelo seu fundamento, pois foi erguido em nome de algo que é desprezível: o Fascismo e a Guerra Civil Espanhola. Em Madrid, estivemos hospedados num hotel de 4 estrelas, um autêntico luxo para nós. Os alunos ficaram alojados em suites que tinham tudo e mais alguma coisa para satisfazer o

Favores em cadeia por Dora Videira

O Momento da refeição.

Nota Editorial

s alunos das turmas A e B, do 9º ano, dinamizaram uma actividade de solidariedade, denominada Favores em Cadeia, no âmbito da Área Curricular Não Disciplinar de Formação Cívica. A actividade envolveu a recolha de alimentos junto dos supermercados

Jornal Irene Lisboa (JIL), publicação escolar do Externato João Alberto Faria, em Arruda dos Vinhos, comemora este ano dez anos de existência. Para comemorar o seu aniversário, o EJAF e o Clube de Jornalismo levaram a cabo várias iniciativas, havendo a destacar as visitas de estudo a Londres (2007) e Nova Iorque (2009), dos alunos do Clube, que assim tiveram oportunidade de visitar redacções de elevado prestígio. Ao longo destes dez anos, o JIL tem sido um instrumento cooperativo e socializante, com grandes responsabilidades sociais e culturais. Tem cumprido os objectivos para que foi criado e tem complementado o Projecto Educativo de Escola, ajudando os nossos alunos a exercer a sua cidadania de forma mais consistente, responsável, adoptando atitudes mais activas e participantes. Consideramos ainda que o JIL tem sido um testemunho excelente da criatividade da escola, além de uma ferramenta essencial para o reforço das competências formais da leitura da informação, num mundo globalizado. O JIL tem conseguido ainda captar e representar o conhecimento/informação produzido pela escola e pelos seus órgãos de gestão. Esperamos que o JIL continue a apostar numa renovação das mentalidades e se torne num projecto de desenvolvimento humano, onde todos os alunos serão capazes de se projectar, de irem para além de si mesmos, movendo-se em direcção a um horizonte de diálogo, numa cultura de escola partilhada e assumida por todos. O projecto irá continuar e tornar-se-á num objectivo estratégico de escola, descobrindo percursos e criando rumos de pensamento para o século XXI. Por último queremos agradecer à comunidade escolar e a todos os que têm acolhido o nosso Jornal, ajudando-o e dando-lhe voz. Bem hajam. Pingo Doce e Intermarché, de Arruda dos Vinhos. Esta iniciativa teve como finalidade o arranjo de cabazes alimentares a serem distribuídos pelas famílias mais carenciadas da escola. Sublinhe-se que a motivação das turmas envolvidas foi importante no sucesso desta actividade.


Iniciativas 5

Gala de Sonho pelos finalistas

09’

Actividades da

Associação de Pais

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Associação de Pais do EJAF identificou uma necessiDesde o princípio de Janeiro que, aos sábados de manhã, o parque de dade crescente de proporcionar contacto entre toda estacionamento do Pavilhão Multiusos, de Arruda dos Vinhos, estava a comunidade educativa, tendo coordenado com a repleto de carros, enquanto no interior se escutava os compassos de uma valsa e as ordens de um professor que se esforçava até à rouquidão para Direcção Pedagógica um conjunto de actividades a realizar no decurso do presente ano lectivo. acertar os passos de uma coreografia.

N

um dia, quando regressava do trabalho, li nuns pendões amarelos: Gala de Finalistas do Externato João Alberto Faria, evento que já estava esgotado desde Janeiro. Podem não acreditar, mas este evento a que acabei por assistir foi produzido por um conjunto de professores, Joaquim Gonçalves, Onofre Pintor, Vítor Manso, os alunos finalistas e alguns pais e amigos, Mário Carvalho, Tó, Artur, Liliana, Tiago, Nunes, Lucinda, Zé… Quando cheguei ao pavilhão, no dia 7, pelas 19h30m, ao abrir das portas,145 mesas espraiavam-se pelo salão. Ao apresentar o meu bilhete, fui recebido por duas filas de alunos do 11ºano fardados a rigor com a t-shirt branca do EJAF (80 alunos). A sala estava deslumbrante. A receber os convidados, além dos alunos do serviço, estava um Óscar gigante, com cerca de 2,5 metros de altura. No palco, duas palmeiras ladeavam as letras gigantes que compunham a palavra Hollywood, por trás da orquestra Santos Rosa. Aqui e além viam-se cla-

Valsa dos Finalistas

quetes, rolos de filme e outros elementos alusivos ao tema, em tons de dourado, preto e vermelho. Por cima das nossas cabeças rodava uma grua de televisão que projectava imagens em directo em duas telas colocadas nos topos do pavilhão. Após todos terem entrado, foi servido o jantar, uma delícia de paladar e de ver aqueles jovens a cruzarem a pista, com um sorriso acanhado de quem está com medo de errar. Os finalistas estavam lindíssimos e honraram bem o tema da noite. Às 20 horas, subiram os primeiros apresentadores, Inês e Miguel, mas o espectáculo só começou cerca das 21h30. Mais de 1400 jantares foram servidos. E se contarmos com a organização, estavam no pavilhão perto de 1900 pessoas. A passagem do DVD retratou um conjunto de actividades realizadas pelos Finalistas ao longo do ano: Festas de Santo António, Arraial, Quermesse de Agosto, Recepção, Halloween, Miss da Vinha e do Vinho, Magusto, Cabaz de Natal, Passagem de Ano, Dia dos Namorados e

preparação da Gala. O Director Pedagógico do EJAF, Dr. Nuno Faria, referiu o valor acrescido desta instituição na formação dos nossos jovens, descansando os arrudenses no que toca à educação dos seus filhos. Depois, dançaram os alunos do 5º ano, que assim deram as boas-vindas aos finalistas. Em seguida, Miguel e Vanessa prepararam os espectadores para o que se seguia.E o que se seguiu foram mais de 100 finalistas a dançarem ao mesmo ritmo e cadência, resultado de semanas de ensaios, orientadas pelo professor Onofre. Obrigado pelo encantamento que nos proporcionaram. Esta é a melhor maneira de encerrar o quadro de uma festa que só vista com os olhos e o sentimento de cada um, pode ter a real dimensão do espírito e do corpo de uma Gala de Finalistas que transborda para o sonho de um homem que um dia teve a ousadia de criar uma escola na sua terra. Bem-haja, Dr. Faria. A sua obra continua! E que o espírito de finalista permaneça!

No seguimento das sugestões recebidas de pais/encarregados de educação, estas iniciativas da APEJAF pretendem criar espaços de encontro informal entre pais, filhos, professores e educadores, usando as instalações do EJAF fora do âmbito normal de funcionamento. Num tempo em que cada vez mais é difícil ter espaços de encontro, espera-se proporcionar contactos e experiências que enriqueçam o nosso dia-a-dia e criar uma atmosfera que permita perceber o Externato não unicamente como local de ensino, mas também como local de convívio e socialização. Assim, estão já planeadas as seguintes actividades: - Manhãs desportivas: - Todos os 2ºs e 4ºs sábados de cada mês, com início a 14 de Março. - Objectivo: juntar alunos, pais e professores, utilizando as instalações do EJAF para práticas de vida saudável. - Cada um trará os equipamentos necessários à prática pretendida (vestuário, bolas, skates, bicicletas,etc). - EJAF Baila: - Um sábado à tarde por mês, em datas a anunciar, com início em Abril próximo. - Objectivo: realizar matinés de dança nas instalações do Externato para todos os membros da comunidade educativa. - Cada sessão inicia-se com uma demonstração de um género de práticas de dança realizadas por alunos (por exemplo: danças de salão, hip hop, bailado, sevilhanas…). Seguese uma matiné dançante, animada de preferência pelo Clube de Rádio do EJAF. - Semana Cultural e da Oferta de escola: Destinado aos alunos do 9º ano, como tem sido habitual, a APEJAF dinamizará na última semana de Março uma manhã das profissões, convidando pais/encarregados de educação de diferentes áreas profissionais a dar o seu testemunho. Outras actividades estão planeadas para o 3º período e entretanto divulgadas. Contamos com a presença de todos para que, cada vez mais, criemos laços e se enalteça a actividade do Externato na nossa comunidade. PARTICIPE!!!!!


6 Histórias & Tendências

cultura japonesa

Cosplay por Carolina Carvalho

C

Sofia Lemos da Costa, aluna do 12º G, lê a sua história aos alunos do 5º ano. 22 de Janeiro, Hora do Conto, Centro de Recursos do EJAF.

Uma Caixa de Música por Sofia Lemos da Costa

J

á se escreveram histórias sobre princesas e seus príncipes, sobre moços de estrebaria e donzelas que lavavam o chão. Contaram-se histórias sobre guerreiros e quem os esperava em casa, sobre bruxas e feiticeiros, sobre dragões e arqueiros. Os mais velhos descrevem-nas aos pequenitos que as sonham em noites de lua cheia. Mas esta história é diferente. Esta história não fala de finais felizes, nem de amores e tristezas, nem de criaturas fantásticas, nem de reinos longínquos. Não, esta história não fala de nada disso e, ao mesmo tempo, fala de tudo. Esta história é a de uma moça, a de uma donzela, a de uma rapariga, e da bailarina que dançou para todas elas. Era uma caixa delicada, de branca cerâmica trabalhada por mãos velhas e conhecedoras. Era uma caixa feita de paz e amor, repleta de ingénuas rosas pintadas. Era uma caixa feita de música, em que a bela bailarina rodava. Quando a moça a recebeu de presente de um amado, a bailarina era jovem, de cabelo de chocolate, sapatilhas brancas e reluzente saia de vidro. A bailarina dançou noites sem fim ao som da romântica melodia, movendo-se como se a música fosse parte de si, embalando a moça para o reino dos sonhos, onde a vida é fácil e amantes ficam juntos para sempre. Noite após noite, o amado descia à vila, lançava pedrinhas à janela, a moça acendia uma vela. E à luz da lua, ao som da melodia, sob o olhar curioso da bailarina, trocavam juras de amor, sussurravam promessas, murmuravam planos para o futuro. O que aconteceu à moça e ao seu amado a bailarina nunca descobriu, pois numa noite fria, em que os dois se abraçavam lá dentro no quarto, um rapaz entrou pela janela entreaberta e levou a bailarina consigo, enfeitiçado pela luz no seu olhar. Era uma caixa delicada, levada numa noite fria de um quarto quente. Era uma caixa feita de paz e amor atirada para o mundo real, perdida numa feira poeirenta. Era uma caixa de música que tocava uma canção vazia. A donzela passou uma primeira vez pela banca onde a bailarina chorava, deitada no pano queimado pelo sol. Passou uma segunda vez e parou, olhando para todos os outros objectos que ali estavam, desde a boneca de trapos ao cão de vidro. Apontou dois ou três dos seus companheiros e depois indicou a bailarina,

sorrindo abertamente, e perguntou o preço. Puxou de uma bolsa e contou as moedas, que verteu para a mão suja do homem. Abraçou a bailarina contra si e levou-a no coração. Numa casinha pequenina, feita de pedra fria e portas que rangem, uma velhinha dormia na cama dura, gemendo entre dentes e chamando a neta. Apertou-lhe as mãos quando a donzela entrou no quarto, fazendo-a arrepiar-se de tão frias que estavam. A donzela sentou-se na cadeira à cabeceira e cuidou da doente, passando-lhe panos quentes pela face gelada, ajeitando-lhe as cobertas, servindo-lhe a sopa acabada de fazer. Quando a velha se acalmou, a donzela fez a bailarina dançar, ficando a observar os seus gestos delicados, preocupados, ouvindo a música triste e lenta, vendo os olhos de vidros chorarem a alma que partia. Ao cair da noite a donzela cobriu a avó, beijou-lhe a testa gelada, chamou o médico e deixou a bailarina só, na noite, esquecida nos degraus da igreja. A bailarina envelheceu rapidamente, deixada aos cuidados dos elementos, e já pensava estar para sempre perdida quando uma rapariga, que por ali brincava, trocou os bolinhos e as chávenas pela caixa de música. Era uma caixa circular, de pés de cristal, debruada com delicados fios de ouro. Era uma caixa gasta e gaga, com uma bailarina cansada e desastrada, de passos hesitantes. Era uma caixa rachada, velha, deixada ao acaso na escadaria de uma igreja. A rapariga achou-lhe piada, quando a viu perdida, abandonada. Deixou as amigas para trás, os bolinhos e as chávenas de chá, apresentou-se gentilmente à bailarina e levou-a consigo para casa. A bailarina cantou, ainda assustada, numa voz termida, a sua canção lenta sobre a saudade e infâncias perdidas, dançou um pouco, desconfiada, enquanto a rapariga dela cuidava. A rapariga escovou-lhe os cabelos com um pequeno algodão, arranjou-lhe novas sapatilhas e deu-lhe de beber. Cantou com ela uns quantos versos e compôs-lhe o vestido, devolvendo-lhe a dignidade. A bailarina dançou, então, a noite inteira, embalando a rapariga em sonhos doces e felizes, sussurrando‑lhe palavras meigas quando a rapariga suspirava. Era uma bailarina, uma moça, uma donzela, uma rapariga. Era uma melodia e muitas histórias. Era uma caixa de música e a sua vida.

osplay, aglutinação de costume play, é um movimento artístico que surgiu no Japão e que se propagou um pouco por todo o mundo. Consiste em encarnar uma personagem de manga, anime, visual novels, jogos ou mesmo uma pessoa de uma determinada banda Japonesa (as mais populares para cosplays são as ligadas ao Jrock, cujas indumentárias e penteados característicos tornam a associação à pessoa real mais fácil). Mas desengane-se quem pensa que é uma simples máscara como as que se vem no Carnaval e no Halloween. Não basta vestir o fato, há que viver a personagem e ser o mais fiel possível aos traços da sua personalidade. Os cosplays são geralmente feitos à mão pelo próprio cosplayer, ainda que muitos costumem socorrer-se de costureiros profissionais. Os cosplayers dedicam-se de corpo e alma aquilo que fazem e passam vários meses a planear um cosplay, alguns deles são verdadeiras obras de arte, chegando mesmo a ganhar prémios em dinheiro. Organizam-se vários eventos de cosplay por ano, onde os cosplayers tem a oportunidade de mostrar as suas criações e posar para os eventos. Os cosplayers recriam a personagem e agem como ela, é comum vários cosplayers organizarem-se em grupos e recriar personagens de um mesmo anime, ou jogo, ou pessoas da mesma banda. O fenómeno do cosplay, associado a animes, tornou-se uma imagem de marca do Japão, ainda que as pessoas fora da comunidade o considerem uma actividade bastante inútil. O foco de cosplayers encontra-se maioritariamente em Harajuku, ponto de encontro da juventude de Tokyo e no distrito de Akihabara, também em Tokyo (conhecido por ser um local geek chic e ponto de encontro de vários otakus- literalmente viciados em maga e anime) existem vários maid-cafés, onde as empregadas fazem cosplay de criadas vitorianas e que acabaram por tornar-se bastante populares, difundindo-se um pouco por toda a cidade. O fenómeno do cosplay, ainda que originado no Japão, tornou-se de tal forma popular que existem eventos de cosplay em todo o mundo. Portugal não é excepção. A comunidade otaku tem vindo a crescer e de ano para ano se verifica uma maior adesão aos eventos. ito esforço e dedicação dos cosplayers. É bem aceite pelos pais que consideram uma forma saúdavel dos filhos empregarem o seu tempo livre, chegando em Hatsune miko cosplay muitos casos a colaborar na criação dos fatos.


Perfil 7

Tempo

por Jorge da Cunha, professor e Bruno Costa (9ºA)

de

Discurso de Recepção pelo Dr. Nuno Faria

talentos

“Todos temos talentos diferentes, mas todos gostaríamos de ter iguais oportunidades nossos talentos”Faria (Kennedy). Directorpara dodesenvolver ExternatoosJoão Alberto

Bruno Costa, com o pai.

A

s perguntas que nos surgem logo são as seguintes: a escola tem tempo para ajudar a desenvolver esses talentos, promovendo as oportunidades? A nossa educação (formal e informal) é voltada para os talentos? Não vale a pena florearmos muito a questão. A escola não tem de facto tempo para promover seja o que for. Veja-se por exemplo o número de disciplinas de um 3.º ciclo: entre áreas e disciplinas contamos 16. Ora, se lhe acrescentarmos um ou dois clubes, uma sala de estudo, ou oficina, ficamos com um aluno a tempo inteiro na escola, então e o resto? Aquelas aprendizagens informais que fazemos na família, no grupo de amigos, nas colectividades, nas escolas de artes... Não há tempo, dizemos nós. Eles têm de estudar. E é verdade. Eles têm mesmo de estudar, pois ou são bons nas matérias que o programa definiu, ou então comprometem, às vezes irremediavelmente, o seu percurso académico. Mas será que este é o único talento que a escola deve promover? Não deveria, por exemplo, haver um leque de actividades, obrigatórias, mas voltadas para os talentos de cada um, que substituiriam um conjunto de matérias que não servem para nada, ou que deveriam ser promovidas por outros parceiros educativos? Mas voltemos à segunda frase deste parágrafo. A escola não tem tempo, mas às vezes arranja-o. Como? À custa de dois bens essenciais: o tempo dos professores e o dos alunos. Os primeiros, deixando para trás os seus deveres familiares e adiando alguns profissionais; os segundos, protelando

os afazeres escolares. Contudo, os resultados parecem valer a pena. São muitos os exemplos no Externato de promoção dos talentos. Apenas referiremos um, porque aconteceu na semana em que escrevemos este texto. Observámos o concurso “Entre Palavras”, vivemo-lo um pouco enquanto jurado, mas, essencialmente, o que mais nos emocionou foi o empenho, a luta por um objectivo que naquele momento fazia todo o sentido. A preparação dos temas por parte de alguns alunos foi surpreendente, não é verdade Alexandre? E o que dizer das três professoras (Rafaela, Teresa, Rosário) que habilmente arquitectaram e alinharam o caminho dos debates? A actividade referida pertence à categoria das actividades motivadas pela escola e de preparação, diríamos, colectiva, porque prevê a representação da escola. Mas há as outras, as de cariz individual, e essas parecem mais difíceis de encontrar. São pouco incentivadas, são ainda menos promovidas, talvez porque dura há demasiado tempo (e ainda não resolvido) o enfoque sobre as dificuldades do aluno, e quase nenhum sobre os talentos desse mesmo aluno. O sistema de ensino devia estar virado para o sucesso, entenda-se, para um sucesso real, efectivo, sustentado por saberes académicos, culturais e valores fundamentais à convivência e crescimento emocional. Mas voltemos então aos valores individuais. Também nesta primeira semana de Março, encontrámos um aluno desta escola que tinha um

sonho: ser árbitro de futebol, enquanto a maioria dos jovens quer ser jogador de futebol, este quis ser árbitro, e que árbitro. Segundo relatos exteriores, é considerado o melhor da sua categoria. Ora, aqui temos um talento. Mas o melhor é lermos na primeira pessoa esta parte da história do Bruno Costa: “Comecei a ganhar interesse pela arbitragem quando tinha 14 anos e ainda jogava no Arrudense. Havia muita falta de árbitros e cada vez que eles faltavam metiam-me como assistente (como muitos dizem, bandeirinha ou fiscal), devido a não jogar muito na altura. Graças a esses momentos, comecei a ganhar gosto pelo que fazia, muitas vezes era eu que me disponibilizava cada vez que faltava alguém. Nessa altura, houve um árbitro que me incentivou a tirar o curso. Tirei o meu curso na Freiria, Torres Vedras, com a duração de 4 meses. Terminei-o na época de 2005/2006. A época 2006/2007 foi o meu primeiro ano de habituação. Percebi então muitas coisas que nunca pensaria que se passassem na arbitragem, desde ofensas, ameaças e até presenciar a falta de cultura de muitas pessoas, hoje em dia. Mas apesar disso tudo, sempre me disseram para continuar e não desistir, pois tinha grandes capacidades para quem tinha começado há tão pouco tempo. Terminei esse ano já com muitos elogios e reconhecimento de muitas pessoas. Fizeram-me convites para arbitrar vários torneios e jogos amigáveis. Na época 2007/2008, recebi muitos prémios de torneios e, no fim, acabei por ser considerado por muitos o melhor árbitro jovem. Por isso, recebi muitos convites para equipas de arbitragem de escalão nacional e outras distritais que me abriam a porta para o meu futuro na arbitragem. Agora, na presente época de 2008/2009, já sou considerado uma grande promessa na arbitragem, pois recebi, só nesta época, mais 2 prémios de prestígio. Assim, espero poder seguir este caminho até ao fim, tendo como objectivo chegar à 1ª liga e pertencer à FIFA “ (Bruno Costa, 9.ºA). Cabe portanto a cada um de nós e às instituições desenvolver e descobrir os talentos excepcionais que por aí há e, se ainda não tivermos descoberto nenhum em nós, não desanimemos, pois, certamente, quando menos esperarmos ele surgirá, ou talvez não, mas, como dizia Henry James: “É preciso acreditar na dúvida, apaixonadamente, porque é isso que faz a grandeza do homem”.


8 Educação

T P

Sobredo ação por Carla Frade, Psicóloga

A

ctualmente ainda se confundem estes três conceitos, contudo eles são diferentes. A precocidade é um processo em constante evolução, pois quando se fala numa criança precoce estamos a referir-nos a atributos intelectuais que foram adquiridos mais cedo comparativamente às crianças da mesma idade, não significando, no entanto, que esta criança venha a ser um jovem ou adulto talentoso ou sobredotado. O desenvolvimento intelectual das crianças não tem o mesmo ritmo para todos e por isso haverá algumas que perante oportunidades sócio-educativas mais estimulantes poderão desenvolver-se mais precocemente, contudo, as suas capacidades cognitivas e os seus desempenhos futuros poderão não vir a ser excepcionais. O indivíduo talentoso é aquele que possui uma ou mais características que se destacam, significativamente, das restantes que poderão ser baixas ou na média para a sua idade cronológica. Tradicionalmente caracterizou-se a criança sobredotada como aquela cujas aptidões intelectuais eram excepcionais e mediam-se pelo conhecido QI (Quociente de Inteligência). No entanto, o conceito tem vindo a evoluir e têm sido valorizadas outras áreas do desempenho humano como a criatividade e a motivação. Actualmente, o conceito é mais alargado e a ANEIS (Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação) integra, no mesmo, os domínios intelectual, académico, artístico, social, motor e mecânico. Entenda-se por aptidão intelectual, capacidades de percepção, memória, organização, relacionamento de informação, análise, síntese, raciocínio e resolução de problemas; aptidão académica, facilidade e rapidez na aquisição de conhecimentos num ou mais domínio das

alento e

recocidade

aprendizagens escolares; aptidão artística para a pintura, escultura, desenho, música, literatura ou teatro; aptidão social, facilidade nas relações interpessoais (capacidade de empatia, ajuda, liderança); aptidão motora, capacidades de coordenação e expressão motora que se reflectem nas actividades físicas e desportivas e aptidão mecânica, habilidades de compreensão de problemas técnico-práticos do âmbito mecânico, electrónico ou computacional. Os autores que se dedicam ao estudo deste tema identificam a sobredotação como a coexistência de uma área acima da média e de níveis superiores de criatividade e motivação numa ou várias áreas das atrás referidas. Esta perspectiva, para compreender a sobredotação, enquadra-se no referencial teórico de Renzulli (Instituto de Investigação para a Educação de Alunos Sobredotados, Universidade de Connecticut, USA). Assim, para este autor, um aluno sobredotado revela uma capacidade intelectual superior à média, coexistindo ainda facilidade em obter êxito em determinadas matérias ou na aquisição de determinadas competências em áreas específicas, uma grande capacidade de trabalho e perseverança em actividades do seu interesse e níveis superiores de criatividade (expressão de pensamento divergente). Apesar de este quadro ser bastante optimista, nem sempre um aluno sobredotado é um aluno excelente ou uma criança cujo seu potencial é reconhecido. Muitas vezes, passam despercebidos ou revelam dificuldades em ambientes educativos que valorizam o pensamento convergente (mais reprodutivo do que criativo), a rotina e as tarefas demasiado dirigidas pelo professor. Muitas vezes, estes alunos podem mostrar grande resistência às instruções dos outros, dificuldade em aceitar o que

não é lógico no seu ponto de vista, ser exigentes consigo próprios e com os outros (insatisfeitos), tentar descobrir as coisas por si e não aceitar os procedimentos habituais, resistir fortemente às interrupções, serem rígidos e pouco flexíveis e sentirem-se frustrados com a inactividade ou falta de progressos. Podem ainda ter um comportamento facilmente perturbável, dificuldades de integração no grupo dos pares, exigirem demasiada atenção por parte do professor, serem dominadores em relação aos pares e desinteressarem-se por actividades de escrita. De acordo com este perfil será importante referenciar algumas intervenções educativas ao nível psicológico, cognitivo e social. A promoção de um ambiente de sucesso intelectualmente estimulante, flexibilidade nos tempos atribuídos para realização de tarefas, clima de participação e partilha de responsabilidades, suporte emocional para o fracasso, situações de prevenção de isolamento social e de promoção de competências sociais, criação de oportunidades educativas que lhes permitam pensar em níveis conceptuais elaborados, produzir trabalhos diferentes do habitual, estudar temas novos dentro e fora do programa escolar habitual, apreciar e discutir questões de natureza moral e ética e trabalhar em equipa são alguns exemplos de situações educativas que poderão promover o sucesso e o bem-estar destes jovens que também são nossos alunos. Referências Bibliográficas: Oliveira, J. Barros (2005). Psicologia da Educação: Aprendizagem - Aluno. Porto. Legis Editora. Ministério da Educação (1998). Crianças e Jovens Sobredotados – Intervenção Educativa. Lisboa. Editorial do Ministério da Educação.

“Quem não muda? Todos temos esse poder...” Área de Projecto, 12º A

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ste é um dos lemas da mais recente campanha ecológica a decorrer no EJAF, tendo como principais objectivos consciencializar a comunidade escolar para hábitos mais ecológicos e tornar a nossa escola mais verde. Green Power é um grupo constituído por alunos no âmbito da disciplina de Área de Projecto, que aborda questões como as energias renováveis e hábitos que beneficiam a Natureza. Como tal, surgiu a ideia do lançamento de uma campanha tendo em conta estes dois temas, de modo a tornar a escola mais ecológica e a diminuir o seu impacto no ambiente. “Green Power. O poder de uma escola verde” quer contar com a colaboração de todos: alunos, professores e funcionários, para que a campanha levada a cabo tenha sucesso, tendo em vista protecção do Ambiente e o facto de tornarmos a nossa escola mais verde.


Educação 9

por José Duarte

A Música eo

por Beatriz Colaço Dias

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Empire Total War por Sandro Santos

É

um jogo de computador que foi desenvolvido pela produtora Creative Assembly. O jogo foi anunciado a 22 de Agosto de 2007, mas o seu desenvolvimento começou em 2006. O seu lançamento está agendado para Março de 2009. Este será o quinto jogo da Série Total War. A distribuidora do jogo é a Sega, e a plataforma é o Windows. Dispõe dos modos de jogo Single‑Player e Multiplayer e o seu género é baseado em tácticas de tempo-real

com uma estratégia diferente a cada turno. O Empire: Total War desenrola-se durante o século XVIII e inícios do século XIX. É um jogo de estratégia e uma boa parte trata da exploração e conquista de novos territórios e reinos, fundando colónias em zonas tão contrastantes como a Europa, Norte de África, América do Norte e do Sul e Índia. Foi anunciado que cerca de 50 facções fazem parte do jogo, mas destas, apenas 12 são jogáveis.

Cérebro

os nossos dias a música está em toda a parte a toda a hora. Quem é que nunca viu alguém com os phones nos ouvidos a fazer jogging, a passear ou simplesmente a reflectir? A realidade é que a música cada vez mais marca presença no nosso quotidiano, mesmo que seja apenas para criar ambiente. Apesar de as músicas nos parecerem muito simples, na verdade, uma simples melodia é muito complexa. A realidade é que a percepção musical envolve várias áreas corporais, entre as quais as áreas primárias e secundárias do sistema auditivo, as áreas de associação auditiva e os lobos temporais (zonas que se situam por cima dos ouvidos). Passo a explicar, o cérebro humano é constituído por dois hemisférios: o direito e o esquerdo. O direito é tido em conta como o centro de apreciação musical. Alguns estudos realizados comprovam esta afirmação, uma vez que segundo Springer e Deutsch (1998), que realizaram testes em doentes de pós-operatório a quem tinham sido removidos tecidos de lobos temporais, tanto o esquerdo como o direito, demonstraram que a remoção no hemisfério direito conduzia a um maior número de erros nos testes que diziam respeito ao padrão melódico, sonoridade e duração do som. Além deste teste também se realizaram outros em pacientes com o hemisfério direito anestesiado, cujos resultados demonstraram que o canto ficou extremamente comprometido. Contudo, o lado esquerdo do cérebro, na maioria das pessoas, é excelente em transformação rápida mudanças na frequência e intensidade, tanto em música e palavras, o que remete para o facto de que também este tem importância na percepção musical. Quanto à dita análise da música, o lado esquerdo do córtex auditivo

primário faria a rápida análise de estruturas de tempo, diferenças de voz e de articulações e o lado direito faria a análise da decomposição de sons. Estes dados significam que todo o processo de análise e interpretação das diversas músicas implicam processos cerebrais bastante complexos de que os seres humanos nem se apercebem devido à sua enorme velocidade. A audição da música é também um processo muito complexo, pois engloba diversos padrões, associações, emoções e expectativas. Na verdade, as emoções são de extrema importância quando ouvimos uma música, porque se associamos determinada canção a um momento triste das nossas vidas, teremos tendência a não gostar da canção ou a não a querer ouvir, mas para isso é ainda necessário recorrer ao processo de memória e realizar associações entre os acontecimentos e os sentimentos que aquela determinada música em nós suscita, processos que têm de ocorrer em fracções de segundos. Para além da complexidade de processos que a percepção musical causa no nosso corpo, está provado que certos géneros musicais também podem afectar de outra forma o nosso organismo. É o exemplo da música barroca que diminui a pressão arterial e os batimentos cardíacos, dando-nos a sensação de calma e descontracção, mas, em simultâneo, mantendo-nos também alerta para que nos possamos concentrar e aprender, Um estudo canadiano mostra que um ano de estudo de música entre os quatro e os seis anos leva a uma mais desenvolvida actividade cerebral, para além da relação criada com os sons. A música envolve, então, uma enorme quantidade de processos físicos e psicológicos de que nos é impossível dar conta no nosso quotidiano devido à sua enorme velocidade de acção.

Fábrica, Sede e Exposição 1: Rua Alto da Fonte, 3 e 6 - Camondes -2630-083 Arranhó Telef. 219 694 991 Fax. 219 687 008 Email: carpintariacamondes@iol.pt Exposição 2: Estrada da Arcena, Lt. 17 R/C Dtº - Bom Sucesso 2615 Alverca Tel./Fax 219 576 074 Email: carpintariamecloja@iol.pt


10 Livros & Cinema

Óscares por Cláudio Alves

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a passada madrugada do dia 23 de Fevereiro deu-se em Los Angeles, EUA, o mais importante evento do mundo do cinema, a 81ª cerimónia dos Óscares, apresentada por Hugh Jackman. O grande vencedor da noite foi o filme “Quem quer ser Bilionário?”, que arrecadou 8 Óscares, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento Adaptado. Este filme acompanha a vida de Jamal (a maior parte é contada em flashbacks), um rapaz indiano que está a uma pergunta de vencer o famoso concurso televisivo “Quem quer ser Milionário?” quando o filme começa. Este filme que foi aclamado como o o filme “feel good” do ano, é uma enérgica adaptação do livro best seller “Q&A”, que já está a ser comercializado em Portugal, acompanhada com uma moderna banda sonora, que também venceu o Óscar, e que enche o ecrã de cores vibrantes, que valeram ao director de fotografia deste filme o Óscar de Melhor Fotografia, juntamente com uma montagem brilhante que valeu ao filme o Óscar de Melhor Montagem. Apesar de ser o filme mais nomeado da noite “O Estranho Caso de Benjamin Button”, com 13 nomeações, apenas ganhou três, os de Melhor

09’ Direcção Artística (os cenários), Melhor Maquilhagem e Melhores Efeitos Especiais. Nas categorias de actuação os vencedores foram Sean Penn, que venceu o seu segundo Óscar para Melhor Actor, tendo o primeiro sido ganho pelo filme “Mystic River” pela sua performance em “Milk”, acabando por derrotar o favorito Mickey Rourke em “O Wrestler”, Kate Winslet que venceu o Óscar de Melhor Actriz pela sua prestação em “O Leitor”, sendo esta a sua sexta nomeação, o falecido Heath Ledger pela sua assustadoramente brilhante performance no blockbuster de Verão “ O Cavaleiro das Trevas”, que arrecadou também o Óscar de Melhor Montagem Sonora para além do de Melhor Actor Secundário, e finalmente a espanhola Penélope Cruz , vencedora do Óscar de Melhor Actriz Secundária pelo filme de Woody Allen “Vicky Christina Barcelona”. Um dos grandes derrotados da noite foi o filme de animação “Wall-e”, que apesar de ser o filme de animação com mais nomeações de sempre (tendo em conta que 3 das nomeações do filme “A Bela e o Monstro” foram para a mesma categoria, Melhor Canção), apenas venceu o Óscar para Melhor Filme de Animação, acabando por perder os de Melhor

A Viagemdo por Diogo Silva

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olémico. Provocador. Ateu. Iberista. José de Sousa Saramago, ironicamente único Prémio Nobel Português, traz-nos uma metáfora sobre a vida, mascarada no preto que tinge as páginas e nos fala aparentemente apenas e só de um elefante. Fluindo... críticas, observações alheias, narrativa, realidade e ficção. Mistura aparentemente homogénea de pensamentos que recolheu do ar e da terra, da vida e da doença que quase lhe custou um caixão. Confesso, não antes lera Saramago. Odiado e amado, quando o livro amarelo e roxo surgiu de um emaranhado de papel de embrulhar, acolhi-o com um sorriso e curiosidade. Um leve olhar revelou-me que “Sempre chegamos ao sítio onde nos esperam”. Alguns abraços e beijos depois, encontrava-me no meu quarto

O

Mundo

Argumento Original para “Milk”, Melhor Som, Melhor Banda Sonora Original e Melhor Canção para “Quem quer ser Bilionário?” e Melhor Montagem Sonora para “O Cavaleiro das Trevas”. Os outros Óscares foram para “A Duquesa” para Melhor GuardaRoupa, “Departures” Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Documentário para “Man on Wire”, Melhor Curta-Metragem “Toyland”, Melhor Curta-Metragem de Animação “Les Maison en Petis Cubes”, Melhor Curta-Metragem Documentário “Smile Pinki”. Um dos mais esperados filmes para este ano estreou a 5 de Março no nosso país. Estou a falar do filme de super-heróis “Watchmen” que tem arrecadado críticas mistas, sendo aclamado por alguns como um óptimo filme de acção com grande qualidade no que diz respeito aos aspectos técnicos. No entanto, outros dizem que tenta demasiado ser o próximo “Cavaleiro das Trevas”, acabando por lhe faltar o realismo do filme anterior que se tornou o segundo filme mas visto de sempre a seguir a “Titanic” e até criticam os efeitos especiais, acusando-os de serem pouco realistas comparados com o de outros filmes recentes.

Elefante

absorvendo aquela escrita. Surpreendiam-me as vírgulas que precediam as falas iniciadas em letra maiúscula, as interrupções momentâneas do discurso para dar apontamentos de ideias ou simplesmente alertar o leitor para algo que, sendo irrelevante, adquiria a sua relevância ao ser falado (como sendo o tratador do elefante ser o cornaca e ninguém o saber), ou os saltos ao futuro ou ao passado do elefante. Após o pasmo inicial, já o elefante não é só um elefante mas sim Salomão; o cornaca não só um tratador, mas sim Subhro; e Subhro não ser só nome mas “branco” em indiano, símbolo de pureza. Baseada em poucos factos históricos, desde a saída de Salomão de Lisboa, à tensão entre portugueses e austríacos em Castelo Rodrigo e à morte do elefante em Viena um ano

após o término desta jornada trianual que começa em 1550; tudo nesta história (ou deverei dizer estória?) me cativou a mim, que sou adepto da originalidade. Desafio-vos pois a todos, desde os adeptos do Harry Potter, aos fãs de Agatha Christie, aos que se perdem num livro de BD ou simplesmente aos que acham que o dormir devia ser um estado permanente, a lerem este livro! Se não o é já, acredito se vai tornar num clássico de Saramago, seja pela genialidade do seu género literário atípico, ou por ser provavelmente um dos seus últimos livros… Afinal de contas, é a ler que mais alto sonharás. Como dizia o poeta, “Sempre que o Homem sonha/o Mundo pula e avança/como bola colorida/nas mãos de uma criança”.

por Joana Alves

Este mundo é um mundo sofredor Pobreza, fome e desleixo Tudo para além da dor. Não há pessoas sinceras Mas sim inúteis Só pensam em comprar São completamente fúteis Há desleixo por parte das pessoas Não sabem amar É só guerras Só vivem para lutar. Os adultos não acreditam em milagres Nem as crianças em fadas vivem num mundo paralelo Até seram desmascaradas

Arte e Reciclagem por Ana Catarina Anjos

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o desenvolvimento da nova disciplina já nasceram os insectos que irão povoar os átrios da escola. Trata-se de uma disciplina que une a Reciclagem com a Arte e estimula o acto criativo de cada aluno, com orientação individual para a melhoria do meioambiente.


L

Desporto 11

CAR OS Atleta Olímpico OPES Nacional por Carolina Pereira

temos de ser inteligentes. Acima de tudo, temos de nos conhecer muito bem para poder-os retirar de nós todas as capacidades e saber usar o que fazemos melhor. Na corrida, a Matemática torna-se importante porque temos de ter o cronómetro na cabeça, saber se passamos em 2.40 ou 2.50, gerir o nosso ritmo conforme o tempo, saber o espaço que podemos deixar entre os outros atletas, é tudo a fazer contas. Ao contrário do que possamos pensar, a matemática está mesmo presente em tudo na nossa vida.

CJ - Os novos atletas são melhores ou piores? CL – Não são melhores, nem são piores. Cada um na sua época. Agora há melhores condições para que cheguem a melhores resultados, é verdade. E é aí que eu noto que influenciei muito no atletismo. Foi a partir de mim que se começou a investir Carlos Lopes, com Carolina Pereira (esq.) da redacção do JIL. mais nesta modalidade, foi a partir de mim que surgiram outros atletas como a Rosa Mota. Os Carlos Lopes é um dos maiores atletas portugueses de sempre. Em 1976, ganhou meus resultados fizeram com que a alta competio Campeonato do Mundo de Corta-Mato, em Atletismo. Foi também Campeão ção deixasse de ser vista como um sonho impossíOlímpico da Maratona, em 1984, em Los Angeles. O EJAF teve a oportunidade de vel para muitos portugueses e passasse a ser vista como uma meta a alcançar. recebê-lo e o Clube de Jornalismo de entrevistá-lo. Muitos treinadores evoluíram, quando eu evoluí. Os resultados de hoje não me surpreendem, mas Clube de Jornalismo - Qual é a sensação de cortar CJ - Qual o momento mais importante da sua car- ainda há muito para fazer. Existem jovens com a meta em primeiro lugar… condições e capacidades para atingirem estes vaCarlos Lopes - É a sensação de quem trabalhou reira? muito e bem, de termos a consciência de todo a CL - Os momentos importantes são muitos e lores. trabalho que desenvolvemos. Vemos o contributo bons. Para chegar a alguma etapa é preciso um disso e o acumular de todo o trabalho que trans- grande trabalho de equipa e confiarmos uns nos CJ - Quer deixar alguma mensagem aos futuros atlemitimos e sentimos. É acreditarmos que somos outros. É preciso ter convicções. Mais tarde ou tas portugueses? capazes, que conseguimos, e fazermos! E quando mais cedo uma dificuldade vem ao de cima, e te- CL - A minha mensagem é que façam alguma conseguimos é uma sensação óptima. mos de continuar a trabalhar. Um bom momento coisa com ambição. Ambição de se vencerem a si mesmos. Que façam algo por gosto e não a pensaé quando a ultrapassamos. rem que é através daquilo que vão ganhar muito CJ - Nunca pensou em desistir? dinheiro. O desporto não dá. Mesmo no futebol, CL - Não. Sinceramente, não. Eu penso que CJ - De que forma é que se iniciou no atletismo? quando trabalhamos com amor, quando fazemos CL - Iniciei-me numa brincadeira com amigos, nem todos ganham muito dinheiro. É tudo paiaquilo de que gostamos, não desistimos. O que vínhamos de uma festa, perto da minha terra, per- sagem.Eu nunca pensei muito em fazer vida do desiste é aquele que sente que não é capaz, e temos to de uns pinhais. De repente, com medo não sei desporto para ser rico. de nos sentir capazes. bem do quê, talvez até mesmo da própria sombra, Eu sempre me senti capaz, sempre senti uma con- começámos a correr uns atrás dos outros e eu chefiança tremenda. Mesmo não ganhando, o que guei à frente. Depois disso, surgiu uma equipa. acontece a todos, não sentia medo. O medo não por Carolina Pereira é bom para nada, quem o sente e por isso desiste, CJ - Por que deixou de correr? o passado dia 17de Dezembro, pelas é fraco! São pessoas fracas e não é isso que o des- CL - Deixei de correr porque tinha 38 anos. Eu 10 horas, realizou-se mais uma edição porto quer. era das pessoas mais velhas a fazer alta competição. do Corta-Mato EJAF que contou com Existem vitórias, existem derrotas, e aprendemos Comecei com 17 anos e foram vinte e dois anos muito com as derrotas. É das derrotas que tira- de desporto. Temos de aceitar que há um princí- a maior adesão de sempre por parte dos alunos, mos as convicções para o futuro. Logo, desistir, pio e há um fim, comecei para ser grande e quis ultrapassando os 200 participantes.O atleta olímnunca! acabar também em grande. As pessoas devem ter a pico Carlos Lopes deu a partida. No final da prova os alunos dirigiram-se para o coragem de saber sair no momento certo. Centro de Recursos do EJAF para receberem as CJ - Considera importante o trabalho desenvolvido pelo seu treinador? CJ - Por que considera a Matemática importante medalhas. Na presença de Carlos Lopes entregaram-se as 30 medalhas aos alunos que conseguiram CL - Sim, sem dúvida. Foi um trabalho muito im- para o atletismo? portante. Foi um trabalho de confiança. CL - No atletismo, como em qualquer desporto, chegar ao pódium nos vários escalões e equipas.

Corta-Mato

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08’

Jornal Irene Lisboa Ano IX nº 27 Março 2009. Sede, Editor e Redacção: Externato João Alberto Faria, Casal do Cano 2630-232 Arruda dos Vinhos. Director: Nuno Faria Director-Adjunto: Orlando Ferreira. Redacção: Ana Isa Pinheiro, Bárbara Casteleiro, Beatriz Colaço Dias, Carlota Trovão, Carolina Pereira, Catarina do Canto, Cláudio Alves, Diogo Silva, Margarida Mangaz, Marília Machado, Marta Avelar, Sandro Santos, Sofia Lemos da Costa. Fotografia. Celso Ameixa e Sofia Lemos da Costa Revisão: Jorge da Cunha e Rafaela Pessoa. Arte Final e impressão: SOARTES - artes gráficas, lda. Tiragem: 1200 exemplares.


artes happening por Ana Catarina Anjos

Dia dos Namorados no EJAF, com a encenação de um Jantar a Dois. Trabalho desenvolvido na disciplina de Desenho A, pelos alunos do 12º G, de Artes Visuais. Canapés, Sicilian Timballo, Happy Farm, Cocktails e Bolo do Amor, um menu completo realizado com expressão plástica e exploração de materiais e técnicas de modelação.

dia dos namorados


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