META-ANÁLISE DA FENOLOGIA DE ESPÉCIES FLORESTAIS COM MAIOR OCORRÊNCIA NA MATA CILIAR DOS MUNICÍPIOS

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VANUSA NASCIMENTO DA SILVEIRA

META-ANÁLISE DA FENOLOGIA DE ESPÉCIES FLORESTAIS COM MAIOR OCORRÈNCIA NA MATA CILIAR DOS MUNICÍPIOS DE SANTA ROSA DO PURUS E MANOEL URBANO, ACRE

RIO BRANCO – AC 2014


VANUSA NASCIMENTO DA SILVEIRA

META-ANÁLISE DA FENOLOGIA DE ESPÉCIES FLORESTAIS COM MAIOR OCORRÈNCIA NA MATA CILIAR DOS MUNICÍPIOS DE SANTA ROSA DO PURUS E MANOEL URBANO, ACRE

Monografia

apresentada

ao

curso

de

Graduação em Engenharia Florestal, Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, como parte das exigências para a obtenção do título de Engenheira Florestal.

Orientador: Profª. Esp. Alana Chocorosqui Fernandes

RIO BRANCO – AC 2014


Ă€ meus pais Wanderley Beraldo da Silveira

e

Luzanira

Nascimento

da

Silveira que sempre me apoiaram, me incentivaram

e

lutaram

por

meus

estudos sem nunca desistir de acreditar que um dia o sonho de ser formada se realizaria. Dedico.


AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar pelo objetivo alcançado e por nunca ter me abandonado nas horas mais difíceis dessa trajetória tão longa e cheia de obstáculos. Agradeço em especial a meus pais por todos os sacrifícios que fizeram por mim visando sempre a minha educação, as minhas irmãs Vanessa, Vitória e Vanderluza. A minha tia Vilma in memoria por ter ajudado meu pai com os primeiros documentos para que eu ingressasse na universidade. A meus avós Narciso e Ovidia e meu tio Hilton pelo apoio durante o primeiro semestre da universidade. A meus tios Geo e Vauderice e minhas primas Ingridy e Isis pelo acolhimento e apoio que têm me dado desde que precisei morar com vocês pra terminar a universidade. E a todos os demais familiares que de alguma forma ou momento em que precisei me ajudaram. Agradeço também em especial a minha orientadora Alana Chocorosqui por ter me orientado e ajudado desde o momento em que me passou o tema da monografia. Agradeço... As instituições de ensino pelas quais passei. As Universidades UAP e UFAC. A todos os professores que participaram de minha vida escolar e acadêmica com seus ensinamentos e sabedoria sobre os temas abordados em sala de aula. E a todos os amigos que encontrei durante a trajetória escolar e acadêmica que de alguma forma me ajudaram a vencer obstáculos. E principalmente as melhores amigas que conheci ao longo de minha vida de estudante. Enfim agradeço a todos sem citar nomes, pois são muitos e a página não caberia sem contar que em um lapso de memória poderia esquecer algum nome o que seria injusto, portanto aqui ficam os meus mais sinceros agradecimentos a todos que participaram direta e indiretamente ao longo da trajetória que percorri para que meu sonho de ser formada se realizasse.


“Cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir”. Steve Jobs.


RESUMO

O presente estudo analisou as principais informações fenológicas existentes a respeito das espécies florestais nativas com maior IVI Mata Ciliar, nos municípios de Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano, com o intuito de obter conhecimento acerca das espécies para que estas sejam utilizadas em projetos de restauração florestal das Matas Ciliares com maior eficiência. Das 20 espécies de cada município, uma foi comum nos dois lugares totalizando assim 39 espécies distribuídas entre 15 famílias, que foram caracterizadas. As famílias que melhor encontram se representadas ao longo da Mata Ciliar são Arecaceae e Fabaceae cada uma com oito espécies. Para suprir a falta de informação fenológica de algumas espécies cuja fenologia não pode ser encontrada na literatura, foram utilizadas as características fenológica de outra ou de outras espécies pertencentes ao mesmo gênero e de ocorrência da mesma região para que desta forma se possa ter certa dedução da época de frutificação e vir a obter as sementes que serão utilizadas na produção de mudas das espécies nativas para realização do plantio e recuperação das Matas Ciliares.

Palavras-chave: Fenologia, IVI Mata ciliar, Recuperação de Matas Ciliares.


ABSTRACT

The present study analyzed the main phenological information existing about the native species with highest IVI Riparian Forest in the municipalities of Santa Rosa do Purus and Manoel Urbano, in order to gain knowledge about the species for them to be used in restoration projects forest of Riparian Forests with greater efficiency. Of the 20 species of each municipality, one was common in both places totaling 39 species distributed among 15 families, which were characterized. Families that there are best represented along the riparian forest are Arecaceae and Fabaceae each with eight species. To address the lack of phenological information of some species whose phenology can not be found in the literature, we used the phenological characteristics of another or other species of the same genus and occurring in the same region so this way you can be certain of deduction fruiting period and come to get the seeds to be used in the production of seedlings of native species for completion of the planting and restoration of Riparian Forest.

Key-words: Phenology, IVI Riparian Forest, Riparian Forest Recovery.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cobertura Florestal do Município de Santa Rosa do Purus. .................... 21 Figura 2 - Cobertura Florestal do Município de Manoel Urbano. .............................. 22 Figura 3 - Mapa de localização da área de estudo. .................................................. 23 Figura 4 - Metodologia das parcelas dispostas em campo. ...................................... 24 Figura 5 - Fenofases da pupunheira na região de Manaus - AM. Fonte - Manual de sementes da Amazônia, ano 2005, fascículo 5........................................39 Figura 6 -Informações fenológicas do E. oleraceae e E. precatoria em diferentes regiões da floresta. Fonte: Shanley, 2005 In: Boas Práticas para Manejo Florestal e Agroindustrial. . ...................................................................... 40 Figura 7 - Floração e frutificação do E. precatoria. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica ano 2005...................................................................................41 Figura 8 - Porcentagem de espécies por família . .................................................... 73 Figura 9 - Porcentagem do número de espécie pela fenologia. ............................... 74


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Largura mínima da faixa de vegetação ciliar a ser mantida, no entorno das nascentes ou margens dos cursos de água, segundo a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. ........................................................................... 16 Tabela 2-Lista das 20 espécies florestais com maior índice de valor de importância (IVI-Mata Ciliar) indicadas para restauração florestal em Santa Rosa do Purus............................................................................... 26 Tabela 3 - Lista das 20 espécies florestais com maior índice de valor de importância (IVI-Mata Ciliar) indicadas para restauração florestal em Manuel Urbano até a foz do Rio Iaco ................................................................................ 27 Tabela 4 - Fases de produção do murmuru. Rio Branco, AC. .................................. 35 Tabela 5 - Fenologia de Atallea phalerata Mart. Ex Spreng. .................................... 38 Tabela 6 - Dados fenológico de Sapium glandulosum da família Euphorbiaceae. ... 44 Tabela 7-Dados fenológicos de espécie arbórea do Parque ecológico João Vasconcelos Sobrinho, no período de maio de 1998 a maio de 2001...... 54 Tabela 8 - Padrões de floração e frutificação de árvores da Amazônia maranhense Acta amazônica. ...................................................................................... 60 Tabela 9 - Porcentagem de entrevistados e os meses observados com floração e frutificação. E os meses em que se utiliza a Ficus maxima. .................... 62 Tabela 10 - Dados fenológicos de espécie arbórea do Parque ecológico João Vasconcelos Sobrinho, no período de maio de 1998 a maio de 2001. .... 63 Tabela 11 - Dados fenológicos das espécies de Santa Rosa do Purus que apresentaram pesquisas. ........................................................................ 75 Tabela 12 - Dados fenológicos das espécies de Manoel Urbano que apresentaram pesquisas. ............................................................................................... 76 Tabela 13 - Dados fenológicos das espécies pesquisadas. ..................................... 79 Tabela 14 - Quantidade de Materiais pesquisados.. ................................................. 83


LISTA DE SIGLAS a.C – Antes de Cristo APP – Áreas de proteção permanente BEP – Base de Estudos do Pantanal CAR – Cadastro Ambiental Rural CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente FUNASA – Fundação Nacional de Saúde IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH – Índice de Desenvolvimento Humano IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ISBN – International Standard Book Number IUCN – International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) IVI – Índice de valor de importância ONG – Organização não governamental OSCIP – Organização da sociedade civil de interesse público PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas


SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14

2

REVISÃO BIBILOGRÁFICA ..................................................................... 16

2.1. IMPORTÂNCIA DAS MATAS CILIARES PARA OS RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................................................ 16 2.2. 3

FENOLOGIA .......................................................................................... 17 MATERIAL E METODOS .......................................................................... 20

3.1.

ÁREA DE ESTUDO ............................................................................... 20

3.2.

INVENTÁRIO FLORESTAL ................................................................... 22

3.3.

CÁLCULO DO IVI DA MATA CILIAR .................................................... 25

3.4.

LISTA DE ESPÉCIES ............................................................................ 26

3.5. ASPECTOS GERAIS DAS FAMÍLIAS E FENOLOGIA DAS ESPÉCIES PESQUISADAS DE AMBAS AS LISTAS ....................................................... 28 3.5.1.

FAMÍLIA ANNONACEAE ................................................................... 28

3.5.1.1.

Anona sp (ata brava)...................................................................... 29

3.5.1.2.

Ephedranthus amazonicus (envira preta) .................................... 29

3.5.1.3.

Xylopia benthami (envira amarela) ............................................... 30

3.5.2. 3.5.2.1. 3.5.3.

FAMÍLIA APOCYNACEAE ................................................................. 31 Aspidosperma auriculatum (carapanaúba amarela) ................... 31 FAMÍLIA ARECACEAE ...................................................................... 32

3.5.3.1.

Aiphanes sp. (pupunha brava) ...................................................... 33

3.5.3.2.

Astrocaryum ulei (murmuru)......................................................... 34

3.5.3.3.

Attalea butyracea (jaci) .................................................................. 35

3.5.3.4.

Attalea excelsa (urucuri) ............................................................... 36

3.5.3.5.

Bactris gasipaes (pupunha) .......................................................... 38

3.5.3.6.

Euterpe oleracea (açaí) .................................................................. 39

3.5.3.7.

Euterpe precatoria (açaí solteiro) ................................................. 41

3.5.3.8.

Iriartea deltoidea (paxiubão) ......................................................... 42

3.5.4.

FAMÍLIA EUPHORBIACEAE ............................................................. 42

3.5.4.1.

Hevea brasiliensis (seringueira) ................................................... 43

3.5.4.2.

Sapium sceleratum (burra leiteira) ............................................... 44

3.5.5.

FAMÍLIA FABACEAE / LEGUMINOSAE ........................................... 45


I. SUBFAMÍLIA FABACEAE - CAESALPINIOIDEAE (LEGUMINOSAE / CAESALPINIOIDEAE) ..................................................................................... 46 3.5.5.1.

Cassia fastuosa (bajão) ................................................................. 46

3.5.5.2.

Dialium guianense (tamarindo)..................................................... 46

II. SUBFAMÍLIA FABACEAE-FABOIDEAE (LEGUMINOSAEPAPILIONOIDEAE) ......................................................................................... 47 3.5.5.3.

Alexa grandiflora (melancieira)..................................................... 47

3.5.5.4.

Erythrina glauca (mulungu) .......................................................... 48

3.5.5.5.

Erythrina sp. (mulungu de capoeira) ............................................ 49

III. SUBFAMÍLIA FABACEAE-MIMOSOIDEAE (LEGUMINOSAEMIMOSOIDEAE) .............................................................................................. 50 3.5.5.6.

Inga sp. (ingá)................................................................................. 50

3.5.5.7.

Parkia sp. (angico) ......................................................................... 50

3.5.5.8.

Pithecellobium sp. (ingá dura) ...................................................... 51

3.5.6.

FAMÍLIA LAURACEAE ...................................................................... 52

3.5.6.1.

Ocotea glomerata (louro abacate) ................................................ 52

3.5.6.2.

Ocotea myriantha (toarí)................................................................ 54

3.5.7.

FAMÍLIA LECYTHIDACEAE .............................................................. 55

3.5.7.1.

Couratari macrosperma (tauari) ................................................... 55

3.5.7.2.

Eschweilera sp. (ripeiro vermelho) ............................................... 56

3.5.7.3.

Lecythis sp. (castanharana) .......................................................... 56

3.5.8.

FAMÍLIA MALVACEAE ...................................................................... 57

3.5.8.1.

Ceiba pentandra (samaúma branca) ............................................ 58

3.5.8.2.

Theobroma cacao (cacau) ............................................................. 58

3.5.9. 3.5.9.1.

FAMÍLIA MELIACEAE ........................................................................ 59 Trichilia quadrijuga (breu maxixe) ................................................ 60

3.5.10. FAMÍLIA MORACEAE ........................................................................ 61 3.5.10.1. Castilla ulei (caucho) ..................................................................... 61 3.5.10.2. Ficus maxima (gameleira) ............................................................. 62 3.5.11. FAMÍLIA OLACACEAE ...................................................................... 63 3.5.11.1. Aptandra tubicina (castanha de cutia) ......................................... 64 3.5.12. FAMÍLIA RUBIACEAE ....................................................................... 64 3.5.12.1. Calycophyllum sp. (mulateiro) ...................................................... 66


3.5.13. FAMÍLIA RUTACEAE ......................................................................... 68 3.5.13.1. Zanthoxylum pterota (espinheiro) ................................................ 68 3.5.14. FAMÍLIA SAPOTACEAE .................................................................... 69 3.5.14.1. Manilkara paraensis (maçarandubinha) ....................................... 70 3.5.14.2. Pouteria bilocularis (abiurana) ..................................................... 70 3.5.14.3. Pouteria sp. (abiurana rosa).......................................................... 70 3.5.15. FAMÍLIA URTICACEAE ..................................................................... 71 3.5.15.1. Pourouma sp. (torém amarelo) ..................................................... 72 4

RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 73

5

CONCLUSÃO ............................................................................................ 84

6

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA ............................................................ 85


14 1

INTRODUÇÃO

As matas ciliares são as formações vegetais localizadas nas margens dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes. É conhecida também por mata de galeria, mata de várzea, vegetação ou floresta ripária (RICARDO, 2008). Considerada pelo Código Florestal (Lei Nº 12.651/12) como uma área de Preservação Permanente (APP), deve ser conservada e recuperada caso esteja degradada seguindo uma largura específica mínima das faixas marginais de qualquer corpo d’água natural para cada largura de curso d'água. O Código Florestal (Lei Nº 12.651/12), também estabelece no Art. 29º sobre o Cadastro Ambiental Rural – CAR que é obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Essa exigência legal regula as propriedades rurais, indicando a recuperação das áreas de passivo ambiental. Mesmo assegurada por lei federal, às matas ciliares ainda continuam sendo deterioradas, devido ao continuo processo da agricultura, do aumento das cidades, da construção de barragens, pela mineração e dentre outras atividades antrópicas. Tais atividades por virem ocorrendo de maneira desenfreada são responsáveis pela supressão da vegetação ciliar (ATTANASIO et al., 2006; MARTINS, 2001). Vários problemas ambientais, como mudanças climáticas locais, extinção de espécies de fauna e flora, erosão dos solos e assoreamento dos cursos d’água vem ocorrendo por causa do continuo processo de degradação nas áreas ciliares (MARTINS, 2001). Por conta de tais problemas ambientais podemos ver que a presença da vegetação ciliar ao longo das bacias hidrográficas é de grande importância, sendo essencial ao equilíbrio ambiental pelo fato de desenvolver a qualidade de vida de toda a população ao longo da área de influência da bacia tendo assim a importante função de proteção dos recursos hídricos (RICARDO, 2008). De acordo com Ricardo (2008) a preocupação com o processo de degradação das matas ciliares é recente, e vem sendo liderado em todo o mundo pelas: Universidades, ONG´s, governos, ministério público, e empresas autônomas dos mais variados setores de atuação. Mas mesmo com os esforços de todas essas instituições, o desconhecimento e a falta de conscientização ainda é grande e, os


15 desmatamentos continuam constantes. Representando assim uma apreensão central para o desenvolvimento rural sustentável, no qual se a recuperação das matas ciliares estiver agindo em conjunto com as praticas de conservação e com o manejo adequado do solo, viram a assegurar a proteção da água que é sem duvida um dos mais preciosos recursos naturais. Diante dessas constatações, o Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus traz uma alternativa para a recuperação de áreas, propondo o uso de espécies nativas, identificadas através do inventário florestal nas matas ciliares, como prevê a Resolução do Conama N° 429 de, 28 de Fevereiro de 2011. O projeto buscou contribuir para melhoria das condições ambientais da bacia hidrográfica do Rio Purus, por meio da restauração florestal de trechos críticos da mata ciliar, na área de influência da cabeceira. Para a restauração será necessário produzir mudas das espécies nativas importantes para a região. Portanto, será necessária a coleta e preparo das sementes dessas espécies florestais. Para facilitar o processo de recuperação da mata ciliar do rio Purus são necessárias informações sobre as espécies com maior IVI, sugeridas pelo projeto, logo conhecer a fenologia de cada uma é fundamental. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo investigar as principais informações fenológicas existentes entre as espécies florestais nativas com maior IVI Mata Ciliar, nos municípios de Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano. Sobre as espécies com maior valor de importância estão contidas informações a respeito de sua ocorrência e principalmente as informações sobre a floração e frutificação contendo em algumas espécies as demais fenofases. Além de suas fases fenológicas várias espécies apresentam informações como sua utilidade, densidade da madeira, coleta das sementes e como se fazer as mudas. Deste modo o objetivo deste trabalho foi buscar informações sobre a fenologia das espécies de maior ocorrência na mata ciliar do Rio Purus, com informações sobre a época de produção de sementes, a fim de contribuir com a restauração da área ciliar.


16 2

REVISÃO BIBILOGRÁFICA

2.1.

Importância das matas ciliares para os recursos hídricos

Apesar da preocupação atual com as florestas elas estão sendo destruídas em larga escala por causa do desenvolvimento da pecuária, da agricultura, da construção de usinas, das rodovias, do crescimento das cidades, da extração madeireira dentre outras atividades. Até mesmo as matas ciliares que ocorrem às margens dos corpos d’água vêm sendo suprimidas por vários proprietários rurais, a fim de se fazer a extração florestal. Por conta disso substitui-se a vegetação nativa por vegetação de valor comercial elevado, passando a degradar suas áreas que deveriam ser preservadas por um bem maior (SANTOS et al., 2008). As matas ciliares também denominadas como APP – “Área de Preservação Permanente”, são instituídas legalmente, através do Código Florestal e Resolução CONAMA. A Resolução N° 302 do CONAMA de 20/03/2002, estabelece que a Área de Preservação Permanente tenha a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas. O Art. 4º do Código Florestal estabelece que a área que abrange a APP deve possuir uma extensão específica (tabela 1) a ser preservada de acordo com a largura do rio, lago, represa ou nascente.

Tabela 1 - Largura mínima da faixa de vegetação ciliar a ser mantida, no entorno das nascentes ou margens dos cursos de água, segundo a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Largura Mínima da Faixa Situação 30 metros em cada margem

Rios com menos de 10 metros de largura

50 metros em cada margem

Rios com 10 a 50 metros de largura

100 metros em cada margem

Rios com 50 a 200 metros de largura

200 metros em cada margem 500 metros em cada margem

Rios com 200 a 600 metros de largura Rios com mais de 600 metros de largura Nascentes e dos olhos d'água, qualquer Raio de 50 metros que seja a sua situação topográfica. Fonte: Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 - Código Florestal.


17 As matas ciliares são protetoras dos recursos hídricos e o dos solos de seu entorno, reduzindo dessa maneira o assoreamento dos rios e o aporte de poluentes, criando ainda corredores ecológicos que favorecem o fluxo gênico entre os remanescentes florestais, fornecendo alimento e abrigo para a fauna, funcionando como barreira natural contra a disseminação de pragas e doenças nas culturas agrícolas. Além do mais, florestas em crescimento podem fixar mais carbono contribuindo desta maneira para a redução dos gases de efeito estufa que é um dos fatores que mais contribuem para as mudanças climáticas que afetam o planeta (RICARDO, 2008). A mata ciliar é de extrema importância para a proteção das margens dos rios, lagos, nascentes e de todo e qualquer corpo d’água assim como os cílios são importantes para a proteção de nossos olhos (MARTINS, 2007). É uma importante proteção natural contra o assoreamento, pois sem ela as margens sofrem erosões ocasionadas principalmente pela chuva deixando sólidos em suspensão, trazem prejuízos ecológicos, dificuldade no tratamento da água para o abastecimento, comprometimento da qualidade da água para uso e consumo humano, a vida aquática é prejudicada (SANTOS et al, 2008).

2.2.

Fenologia

Desde os tempos mais remotos a fenologia dos vegetais já vinha sendo estudada pelas civilizações antigas, onde o homem por necessidade de encontrar alimento começou a diferenciar as plantas comestíveis em cada época do ano. Os humanos sempre procuraram descobrir e analisar o desenvolvimento e o comportamento dos vegetais, principalmente daqueles de interesse agrícola. Há 500 anos a.C. na China foi realizado o primeiro calendário dos fenômenos naturais das plantas. Mais tarde o imperador romano Júlio César pediu a realização de um calendário fenológico contendo a evolução dos principais cultivos do império (PASCALE & DAMARIO, 2004). Fenologia do grego “Phainestai”, que significa “mostrar, aparecer” é um ramo da ciência que foi introduzida por Linneo (PASCALE & DAMARIO, 2004). De acordo com Longhi (1984), fenologia trata-se da observação dos fenômenos biológicos acomodados a certo ritmo por um determinado período, como


18 brotação, floração e maturação dos frutos de uma planta. Portanto podemos dizer que a fenologia é o estudo das fases ou atividades do ciclo de vida das espécies e sua ocorrência temporal ao longo do ano (MORELLATO, 1995). A realização de estudos fenológicos é importante para se avaliar os diferentes tipos de fruto, que quantidade e quando estes estarão disponíveis em cada lugar. Antecipadamente aos estudos fenológicos é indispensável decidir que nível de análise será utilizado (indivíduo, população ou comunidade), e depois escolher o método de amostragem dos indivíduos que por sua vez serão monitorados periodicamente na área (GALETTI et al., 2006). Na fenologia toda vez que procuramos através de estudo saber sobre o ciclo anual dos vegetais podemos ver os fenômenos de floração, frutificação, brotamento e queda de folhas. Todos esses acontecimentos estão intimamente correlacionados às diversidades climáticas e à adequação de cada indivíduo em seu espaço de disseminação (ANDREIS et al., 2005). Talora e Morellato (2000) evidenciam que a fenologia coopera para o entendimento da regeneração e reprodução dos vegetais, da organização temporal dos recursos dentro das comunidades, das interações entre plantas-animais e do desenvolvimento histórico da vida dos animais que são dependentes das plantas para sobreviver, como os herbívoros, os polinizadores e os dispersores. Conforme Nunes et al., (2008), a descrição de acontecimentos biológicos repetidos, em nível de população e comunidade, buscam relacionar estes com os fatores bióticos e abióticos que podem influenciar inteiramente no estudo da fenologia. Os fatores abióticos como a precipitação, a temperatura, o foto período, a intensidade da radiação e a característica do solo e, os fatores bióticos como ter ou faltar

animais

dispersores

e

predadores

dos

frutos

e

sementes,

estão

correlacionados aos períodos de floração, frutificação, queda e brotamento das folhas. Dessa maneira, a determinação das fenofases distingue a dinâmica das populações vegetais, significando uma resposta dos vegetais às condições climáticas e edáficas. O período de existência dos indivíduos em uma população consiste de uma série de estágios morfologicamente reconhecíveis, determinados um após o outro até o depauperamento do individuo e caracterizados pela obtenção ou perda de certas estruturas e propriedades, além de diversas modificações morfológicas, anatômicas, fisiológicas e bioquímicas que acontecem durante a ontogenia. Desta


19 maneira, um indivíduo pode ser caracterizado em cada fase ao longo de sua vida não só por sua idade cronológica, mas também por critérios biológicos característicos de determinados trecho de seu desenvolvimento, que é chamado de fenofases (BERNACCI et. al., 2008). As observações fenológicas, devem ser feitas pelo menos mensalmente. Intervalos de tempo menores podem ser indispensáveis, dependendo de que se tratam os objetivos do estudo escolhido, sendo que as observações fenológicas necessitarão pelo menos ser realizadas durante um ano. Contudo, consideram-se de três a quatro anos como a menor duração ideal, indispensável para o estudo das fenofases reprodutivas na maior parte das espécies com periodicidade regular. Ainda que o estudo da fenologia seja difícil é essencial para avaliar a disponibilidade de recursos para os animais, assim como, a situação da espécie na área (GALETTI et al., 2006). Diante deste contexto pode-se citar o estudo de Morellato (1991), que abordou a fenologia de árvores, arbustos e lianas em uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil.


20 3

MATERIAL E METODOS

3.1.

Área de estudo

A área de estudo caracterizou-se ao longo da mata ciliar as margens do rio Purus entre os municípios de Santa Rosa do Purus e Manuel Urbano até a foz do rio Iaco onde foi realizado um inventário florístico pra determinar as 20 espécies que apresentam o maior valor de importância em cada município. O município de Santa Rosa do Purus está localizado na região central do Estado, nas coordenadas geográficas (9º25’28” S e 70º 29’ 36” W), nas margens do rio Purus. De acordo com o censo do IBGE (2010) Santa Rosa do Purus tinha uma população de 4.691 e uma estimativa para 2013 de 5.374 pessoas, densidade demográfica de 0.76 hab./km², e extensão territorial de 6.145.610 km². Segundo dados da FUNASA (ACRE, 2006) a população ribeirinha de Santa Rosa do Purus era de 1.958 pessoas, vivendo em 29 localidades ao longo dos Rios Chandless e Purus. Santa Rosa do Purus limita-se ao Sul com o Peru, a Leste com o município de Manoel Urbano e a Oeste com o município de Feijó e está distante de Rio Branco 405 km. É talvez o município de mais difícil acesso, por não dispor de rodovias, possuindo apenas uma pequena pista de pouso para pequenas aeronaves. O transporte fluvial é o único meio para o escoamento de produtos agrícolas, como também, transporte de seus habitantes até o município de Sena Madureira e outras regiões (ACRE, 2006a). O relevo da área estudada é formado por formas erosivas correspondentes a áreas esculpidas pelo rio (erosão fluvial), com declividade em direção ao leito do rio. A altitude varia de 150 a 580 metros. Os solos variam em fertilidade, predominando os argissolo, cambissolo e vertissolo. E a tipologia florestal varia de floresta ombrófila aberta a densa, ocorrência de terra firme, área parcialmente alagável, com grande incidência de eixos d’água. O clima, de acordo com a classificação de köeppen, é Am, correspondente a quente e úmido, com um curto período de estação seca, apresentando precipitação média anual de 2.250 mm, e temperaturas médias podendo ultrapassar 26°C (VERAS & MELO, 2011).


21 Figura 1 – Cobertura florestal do Município de Santa Rosa do Purus

Fonte: Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus Já o município de Manoel Urbano está localizado na região central do Acre, no censo do IBGE (2010) tinha uma população de 7.981 com uma estimativa para 2013 de 8.386 pessoas, densidade demográfica de 0.75 hab./km² e extensão territorial de 10.634.462 km². Segundo dados da FUNASA (ACRE, 2006) a população ribeirinha de Manoel Urbano era de 1.892 pessoas, vivendo em 28 localidades ao longo dos rios Chandless e Purus. Manoel Urbano situa-se na margem esquerda do rio Purus, a 162 m de altitude, nas coordenadas geográficas de (8º50’20” S e 69º15’35” W). Limita-se ao norte com o estado do Amazonas, ao Sul e a Leste com o município de Sena Madureira, a Oeste com o município de Santa Rosa do Purus, a Noroeste com o município de Feijó e a Sudoeste com o Peru (ACRE, 2006a). De acordo com um estudo realizado por Silva (2008), que teve por objetivo avaliar as mudanças ocorridas na cobertura e uso da terra no município de Manuel Urbano-Acre, nos anos de 1987 e 2007, usando imagens TM/landsat-5. No qual concluiu que ao longo do rio Purus, o município de Manoel Urbano possui uma área de 700.765 ha de Floresta Ombrófila com Bambu (65,88%) e 326.207 ha de Floresta


22 Ombrófila Densa (30,67%), totalizando 1.026.972 ha (96,55%) de áreas com cobertura florestal.

Figura 2 - Cobertura florestal do Município de Manoel Urbano

Fonte: Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus

3.2.

Inventário florestal

Todos os dados sobre do inventário florestal foram retirados do relatório final do Inventário florestal diagnóstico da várzea do rio Purus entre os municípios de Santa Rosa do Purus à Sena Madureira - Acre do (Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus), realizado por Veras & Melo (2011). O inventário foi realizado com a finalidade de se identificar as vinte espécies com o maior índice de importância (IVI) para os municípios de Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano, identificando desta maneira as espécies com maior potencialidade para a recuperação das áreas degradadas da mata ciliar. A área de estudo consistiu em percorrer o Rio Purus realizando inventário florestal em alguns pontos de ambos os lados no trecho localizado no estado do Acre, entre os municípios de Santa Rosa do Purus, Manoel Urbano, Sena Madureira


23 (Figura 3). Como o objetivo do estudo é indicar uma metodologia de inventário para área de mata ciliar foi determinado 2 km da margem do rio para o interior da floresta, em ambos os lados como a área efetiva de trabalho que resultou em 167.021 ha.

Figura 3 - Mapa de Localização da área de estudo

Fonte: Inventário florestal diagnóstico da várzea do rio Purus entre os municípios de Santa Rosa do Purus à Sena Madureira–Acre - Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus Utilizou-se a amostragem de conglomerado adaptativo para alocação das parcelas devido a área ter grande incidência de lagos e desmatamento, logo teria um aproveitamento maior de trabalho, alocando as parcelas em área de floresta, livre de campo e água. Cada ponto equivale a um conglomerado corresponde a quatro unidades amostrais. Para alocá-las em campo, foi utilizado imagens de média resolução do satélite LANDSAT – 5, sensor ETM (Enhanced Thematc Mapper) de 2007. As parcelas foram estabelecidas a 200 metros da margem do rio Purus, a primeira unidade amostral corresponde a 10 m x 250 m (2.500 m²), em seguida, do ultimo vértice na parte inferior esquerda da parcela, sentido 90 graus para esquerda, percorreu-se 50 metros para alocar outra parcela com as mesmas dimensões,


24 fazendo esse mesmo procedimento até que totalizassem quatro subunidades alocadas (FIGURA 4).

Figura 4 - Metodologia das parcelas dispostas em campo

Fonte: Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus

A área amostrada corresponde a 23,75 ha, equivalentes a 96 parcelas implantadas, sendo cada com área de 0,25 ha. Isso representou 0,014% da área amostrada. Para executar em campo a demarcação das parcelas, foram determinadas as coordenadas geográficas das unidades amostrais no escritório, em seguida inseriu-as em um aparelho de GPS para que servisse de orientação a equipe de campo. Para acessar as subunidades foi utilizado um barco típico da Amazônia, chamando de baleeira ou batelão, tendo apoio de uma voadeira com motor de 40 hp através do rio Purus. Bússolas foram manipuladas para orientar a direção das parcelas, através de azimutes determinados pelo GPS, para determinar o tamanho dos transectos. Dentro das parcelas foram mensurados todos os indivíduos com DAP ≥ 10 cm, quando possível foram identificados através do nome vulgar, as espécies não identificadas, foram coletadas exsicatas e depositadas no herbário da UFAC, qualidade do fuste foi outra variável tomada. O inventario resultou em 5207 indivíduos inventariados e distribuídos em 48 famílias e 175 espécies botânicas, a diversidade de Shannon-Weaver (H’) e equabilidade de Pielou (J) foram 4,199 e 0,813, respectivamente (VERAS & MELO, 2011). As famílias que possuíam maior riqueza de indivíduos foram Arecaceae com 1461 (28,06%), Malvaceae com 317 (6,09%), Moraceae com 315 (6,05%),


25 Euphorbiaceae com 300 (5,76%), e Fabaceae com 244 (4,69%), juntas totalizaram 50,64% do total de indivíduos amostrados. As famílias Moraceae (15), Arecaceae (11), Sapotaceae (11), Caesalpiniaceae (11) foram as que apresentaram mais espécies (VERAS & MELO, 2011).

3.3.

Cálculo do IVI da mata ciliar

Todos os dados sobre o cálculo do IVI da mata ciliar foram retirados do relatório final do Inventário florestal diagnóstico da várzea do rio Purus entre os municípios de Santa Rosa do Purus à Sena Madureira - Acre do (Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus), realizado por Veras & Melo (2011). O Índice de Valor de Importância (IVI) é expresso pela soma dos valores relativos de densidade relativa. O IVI permite integrar os referidos índices, caracterizando a estrutura florística do povoamento analisado. O IVI é aplicado na determinação da importância de cada espécie dentro da comunidade florestal, pois, quanto maiores os valores de abundância, frequência e dominância, mais importante à espécie será no complexo florístico do povoamento.

O IVI é calculado pela seguinte expressão:

IVIi (%) = Dri + DoRi + FRi 3

Onde: IVIi = Índice de Valor de Importância da espécie i Dri = Densidade relativa da espécie i DoRi = Dominância relativa da espécie i; e FRi = Frequência relativa da espécie i.

Para o cálculo do índice de valor de importância verificou a quantidade de indivíduos presentes por espécies por unidade secundária, em seguida somou-se os


26 indivíduos inseridos nas parcelas das faixas um e dois, devido o rio Purus ser bastante largo, pretendeu-se determinar dentro dessas faixas, que representa a mata ciliar, as 20 espécies com maiores valores de importância. Por sua vez identificou as espécies que foram comuns em todas as faixas (um/dois, três e quatro), retirou as 20 com maior riqueza e fez a proporção em porcentagem entre elas, utilizando somente a faixa que deseja abranger a mata ciliar, no caso, um e dois. Depois, identificou as espécies presentes na faixa um/dois e três, retirou as 20 com maior quantidade de indivíduos novamente da faixa um/dois, calculou a proporção e por último as espécies presentes apenas na faixa um/dois seguida de sua proporção. Por fim ordenou em forma decrescente de proporção e identificaram-se às 20 espécies com maiores valores de importância para mata ciliar (IVI – Mata Ciliar) para Santa Rosa do Purus e para o trecho corresponde a Manoel Urbano até a foz do Iaco.

3.4.

Lista de espécies

Após o inventario florestal e o cálculo das espécies de maior IVI mata ciliar, foi elaborado, para cada município, uma lista com as 20 espécies com maior valor de importância encontradas no inventario florísticos realizado na mata ciliar do rio Purus. A lista de espécies do município de Santa Rosa do Purus (tabela 2) foi então estruturada com as seguintes informações: família botânica, nome cientifico, nome popular, índice de valor de importância em porcentagem e forma de vida. Tabela 2 – Lista das 20 espécies florestais com maior índice de valor de importância (IVI-Mata Ciliar) indicadas para restauração florestal em Santa Rosa do Purus Forma No Família Nome Científico Nome popular IVI % de Vida FabaceaeInga sp. 1 Ingá 16,33 Arbóreo mimosoideae Hevea brasiliensis 2 Euphorbiaceae Seringueira 13,89 Arbóreo Iriartea deltoidea 3 Arecaceae Paxiubão 13,73 Palmeira Astrocaryum ulei 4 Arecaceae Murmuru 13,07 Palmeira FabaceaeAlexa grandiflora 5 Melancieira 12,24 Arbóreo faboideae Manilkara paraensis 6 Sapotaceae Maçarandubinha 12,24 Arbóreo


27 7

15 16 17 18

Rubiaceae Fabaceaecaesalpinioideae Arecaceae Annonaceae Moraceae Rutaceae Malvaceae Fabaceaecaesalpinioideae Lecythidaceae Sapotaceae Lecythidaceae Euphorbiaceae

19

Annonaceae

8 9 10 11 12 13 14

20

Calycophyllum sp.

Mulateiro

11,76

Arbóreo

Dialium guianense

Tamarindo

11,11

Arbóreo

Euterpe precatoria Anona sp. Ficus máxima Zanthoxylum pterota Ceiba pentandra

Açaí solteiro Ata brava Gameleira Espinheiro Sumaúma branca

9,80 8,33 8,33 8,33 8,16

Palmeira Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbóreo

Cassia fastuosa

Bajão

6,12

Arbóreo

Lecythis sp. Pouteria sp. Eschweilera sp. Sapium sceleratum Ephedranthus amazonicus

Castanharana Abiurana rosa Ripeiro vermelho Burra leiteira

6,12 6,12 5,88 5,88

Arbóreo Arbóreo Arbóreo Arbóreo

Envira Preta

5,56

Arbóreo

FabaceaePithecellobium sp. Ingá dura 5,56 mimosoideae Fonte: Apitada do Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, Acre 2011.

Arbóreo

Da mesma forma, foi elaborada a lista das vinte espécies com maior IVI mata ciliar para o município de Manoel Urbano, conforme visto na tabela 3.

Tabela 3 - Lista das 20 espécies florestais com maior índice de valor de importância (IVI-Mata Ciliar) indicadas para restauração florestal em Manuel Urbano até a foz do Rio Iaco. Forma de No Família Nome Científico Nome Vulgar IVI % Vida Ocotea glomerata Louro abacate 1 Lauraceae 23,33 Arbóreo Pouteria bilocularis 2 Sapotaceae Abiurana 15,91 Arbóreo Attalea butyracea 3 Arecaceae Jaci 15,36 Palmeira Castilla ulei 4 Moraceae Caucho 13,33 Arbóreo Castanha de Aptandra tubicina 5 Olacaceae 11,36 Arbóreo Cutia Astrocaryum ulei 6 Arecaceae Murmuru 11,15 Arbóreo Theobroma cacao 7 Malvaceae Cacau 10,24 Arbóreo Bactris gasipaes 8 Arecaceae Pupunha 10,00 Palmeira Ocotea myriantha 9 Lauraceae Toarí 10,00 Arbóreo Couratari 10 Lecythidaceae Tauari 9,09 Arbóreo macrosperma FabaceaeErythrina glauca 11 Mulungu 9,09 Arbóreo faboideae Attalea excelsa 12 Arecaceae Urucuri 6,94 Palmeira Aspidosperma Carapanaúba 13 Apocynaceae 6,82 Arbóreo auriculatum Amarela


28 14 15

Meliaceae Fabaceaemimosoideae

Trichilia quadrijuga

Breu maxixe

6,82

Arbóreo

Parkia sp.

Angico

6,82

Arbóreo

Pupunha 6,67 brava FabaceaeMulungu de Erythrina sp. 17 6,67 faboideae capoeira Torém Pourouma sp. 18 Urticaceae 6,67 amarelo Euterpe oleracea 19 Arecaceae Açaí 6,52 Xylopia benthami Envira amarela 20 Annonaceae 4,62 Fonte: Apitada do Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, Acre 2011. 16

Aiphanes sp.

Arecaceae

3.5.

Palmeira Arbóreo Arbóreo Palmeira Arbóreo

Aspectos gerais das famílias e fenologia das espécies

pesquisadas de ambas as listas

3.5.1.

Família annonaceae

A família annonaceae abrange por volta de 109 gêneros e 2.440 espécies (COUVREUR et al., 2012). Apresenta distribuição pantropical, e no neotropico podem ser encontrados aproximadamente 40 gêneros e 900 espécies (CHATROU et al., 2004). As annonaceae agrupam 29 gêneros e 385 espécies no Brasil, das quais 158 são endêmicas (MAAS et al., 2013). A região com mais riqueza especifica é a amazônica com 280 espécies sendo 259 endêmicas. Na Mata Atlântica são encontrados 15 gêneros e 90 espécies, tendo 72 espécies endêmicas. E das 46 espécies que acontecem no Cerrado apenas 9 são endêmicas. No Pampa não tem nem uma espécie registrada e no Pantanal não há registro de espécies endêmicas (MAAS et al., 2013). As annonaceae do Brasil são árvores e arbustos de sub-bosque que são polinizadas por besouros (cantarofilia) (GOTTSBERGER, 2012) e dispersadas por animais (zoocoria). As espécies geralmente são localizadas em florestas tropicais (CHATROU et al., 2012). Pouco localizadas em Florestas Montanas e AltoMontanas, igualmente em Manguezais e Restingas. A principal ameaça no Brasil é a acentuada perda de ambiente, uma vez que as espécies são restritas a regiões que sofrem grandes pressões antrópicas (LOBÃO et al., 2013).


29 3.5.1.1. Anona sp (Ata brava)

Como no inventário florestal não foi realizada a identificação completa da espécie, foram levantadas algumas com o mesmo gênero. A Annona calcarata (R.E.Fr.) H. Rainer que segundo Maas et al., (2010) ocorre no domínio fitogeográfico da Amazônia, esta distribuída no Norte (Acre) onde é popularmente chamada de ata brava. No livro vermelho da flora do Brasil (2013) esta espécie está classificada como espécie com deficiência de dados, estando presente na lista de espécies não ameaçadas de interesse para pesquisa e conservação. Outra espécie que compartilha o mesmo gênero é a Annona mucosa Jacq. ou seu sinônimo Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. esta tem domínio fitogeográfico na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica e no Norte esta distribuída no Acre, Amazonas e Pará, conhecida por biribá, araticum, fruta-de-conde, dentre outros (MAAS et al, 2010). De acordo com Lorenzi (2009), tem sua floração de julho a setembro e os frutos amadurecem de dezembro a abril. Já a Annona squamosa L. é conhecida na região Norte como ata, pinha no nordeste e fruta-do-conde no sudeste (CAVALCANTI, 1993). Em um estudo sobre Biologia Floral e Sistema de Reprodução de Annona squamosa L. (Annonaceae) na região de Petrolina-PE, observou-se a floração das ateiras no período de agosto a novembro de 1999 (KIILL & COSTA, 2003). Devido às condições climáticas nordestinas e a fenologia da pinheira, há uma grande tendência de a produção concentrar se de janeiro a abril, com maior intensidade entre fevereiro e março (PELLINSON et al., 2005).

3.5.1.2. Ephedranthus amazonicus (Envira preta) Em um estudo taxonômico dos gêneros Ephedranthus e Pseudephedranthus que foi elaborado com base na análise morfológica comparativa, utilizando-se para esse fim especialmente espécimes de herbário, bem como plantas vivas coletadas no campo, foi observado à fenologia de E. amazonicus que é conhecida por "envira dura" no Amazonas e tem seu habitat e distribuição geográfica no Acre e Amazonas (Brasil) e Loreto (Peru), sendo encontrada principalmente no domínio da Floresta Amazônica, em áreas de floresta primária e secundária de Terra firme. São plantas de 5 a 15 m de altura. Os ramos são cilíndrico, longo, articulado, acastanhado,


30 estriado longitudinalmente, glabro com as partes terminais pubescentes a glabras. Podendo ser identificada por apresentar botões florais e flores em tamanho maior que as demais espécies do gênero. A face superior das folhas é verde-escuras, brilhantes com nervuras impressas e pétalas carnosas, espessas e distintamente côncavas. E. amazonicus foi coletada com flor e fruto em maio, junho, julho, agosto e setembro (OLIVEIRA & SALES, 1999). Em outro estudo sobre a fenologia de cinco espécies da família annonaceae onde E. amazonicus, foi uma das espécies estudadas, pode se observar sua fenologia. As observações foram realizadas na área do Campus da Universidade do Amazonas. O acompanhamento da fenologia foi realizado a intervalos quinzenais e na época de plena floração a cada dois dias, em cinco indivíduos de cada espécie. E. amazonicus teve sua floração de janeiro a abril de 97 e novamente em setembro de 97 a janeiro de 98 e frutificação de abril a maio, agosto a setembro de 97 e em janeiro de 98, caracterizando-se como padrão sub-anual (CARMO & WEBBER, 1998).

3.5.1.3. Xylopia benthami (Envira amarela)

A envira amarela também é conhecida como imbiriba, imbiriba-pacovi ou ainda pacovi. É uma árvore de origem amazônica que ocorre em floresta primária, terra firme e solo ligeiramente arenoso (Revilla, 2002), é uma espécie arbórea ereta que pode chegar a até 15 m de altura. Apresenta ramos munidos de pelos esparsos e as folhas são oblongo-lanceoladas de 8 cm a 12 cm de comprimento. Sua inflorescência é cauliflora com flores de cálice cupuliforme, apresentando as sépalas um ápice endurecido, pétalas externas linear-oblongas, pétalas internas com aspecto prismático, os estames são numerosos e pequenos (01 mm), os carpelos também são abundantes. Os frutos folículos robustos com 3-4 cm de comprimento e 1,4 cm de diâmetro, cilíndricos, contendo até 08 sementes ovóides (BERG, 1978). A floração da envira amarela ocorre uma vez por ano começando ao final do mês de julho e estende-se até setembro ou dependendo outubro, colocando a espécie no padrão cornucópia e anual (WEBBER, 1996). Tendo dicogamia protogínica, antese crepuscular vespertina e noturna, termogênese de 2,8ºC e cheiro aromático, imitando fruto maduro (KÜCHMEISTER et al. 1998), sendo que o inicio e o término da antese é sincronizado entre os indivíduos (WEBBER, 1996).


31 3.5.2.

Família apocynaceae

Contendo quase 5.000 espécies e 400 gêneros, é vastamente difundida no mundo, sendo mais diversa nas regiões tropicais e subtropicais. O Brasil acolhe em torno de 760 espécies (dentre as quais mais da metade é endêmicas), e por volta de 70 gêneros. São plantas lactescentes, de hábito variado, com coléteres; de flores pentâmeras, gamopétalas, com a presença de polinários em boa parte da família; e de frutos variados, predominando os folicários com sementes comosas (RAPINI et al, 2013). Nas duas últimas décadas, as Apocynaceae brasileiras, foram alvo de vários estudos taxonômicos e florísticos, e passaram a estar representadas em análises filogenéticas que contribuíram significativamente para o melhor entendimento de sua diversidade, orientando mudanças na classificação da família (RAPINI et al, 2013). A Caatinga é o bioma com menor diversidade e a Amazônia é a que tem mais espécies endêmicas, contudo Cerrado e Mata Atlântica são os principais centros de diversidade da família. A perda de hábitat tem sido a grande ameaça à biodiversidade da família, mesmo assim, várias de suas procedências são altamente especializadas e, por isso, mais vulneráveis a mudanças ambientais, como a diminuição de polinizadores ou o aumento da incidência de queimadas, merecendo atenção especial em planos de manejo e demais estratégias para a conservação da biodiversidade (RAPINI et al., 2013).

3.5.2.1. Aspidosperma

auriculatum

(Carapanaúba

amarela)

Aspidosperma auriculatum conhecida por carapanaúba é uma planta de grande porte, comum das florestas de terra firme do Pará e ocasionalmente de locais úmidos, possui caule profundamente sulcado no sentido vertical e repleto de septos capazes de refugiar o carapanã, um mosquito bem corriqueiro na região amazônica. Caracteriza-se por ter o tronco longitudinalmente cilíndrico com lamelas delgadas: Os galhos são angulosos e glabros com folhas peciolada, elíptica, obtusa, coriácea, nervada: Suas flores são brancacentas, aveludadas e dispostas em cimeiras densas: O ovário é glabro e seus frutos, seco deiscente e muito rugoso (BARBOSA et al., 2003).


32 Na literatura consultada apenas foi encontrada sua descrição. De tal maneira será mostrado à fenologia de duas outras espécies do mesmo gênero que ocorre na região. Por exemplo, Aspidosperma discolor conhecida como carapanaúba, carapanaúba-amarela, cabo-de-machado, canela-de-velho, pau-pereira, pau-quina, quina, quina-quina e quina de rego é encontrada na Amazônia até o sertão baiano, Goiás e triangulo mineiro, na floresta pluvial e latifoliada semidecídua. Tem seu florescimento nos meses de setembro a outubro e seus frutos maduram de agosto a setembro (LORENZI, 2002). Outra espécie é a Aspidosperma spruceanum de ocorrência desde a Amazônia até os estados de SP e MG, tanto na mata primária como secundária. Conhecida por amargoso, peroba, araracanga, pau-amarelo, pequiá-marfim, pitiá, quina-da-mata e guatambu-rugoso tem seu florescimento de julho a setembro e os frutos maturam no final do inverno de agosto a setembro (LORENZI, 2009).

3.5.3.

Família arecaceae

Apresenta 183 gêneros e por volta de 2.400 espécies disseminados pelas regiões tropicais do globo, tendo representantes nos subtrópicos (UHL & DRANSFIELD, 1987; BAKER et al., 2011). São ocorrentes no Brasil, 39 gêneros e 264 espécies, dentre as quais quase 40% são endêmicas (LEITMAN et al., 2012). Tem ampla diversidade de hábitos e formas, as palmeiras variam desde delicadas plantas de sub-bosque até fortes representantes de dossel. Podendo ser monóicas ou dióicas, solitárias ou em touceira, com espinhos ou inermes, de folhas inteiras, palmadas ou pinadas. Mesmo que comumente associadas às florestas tropicais, elas estão presentes em uma ampla variedade de hábitats como restingas, savanas, mangues, regiões desérticas, regiões alagadas, formações campestres e florestas de altitude. No Brasil, a Amazônia é o maior meio de diversidade com 146 espécies, seguida pelo Cerrado com 81 espécies representantes e a Mata Atlântica com 59 espécies (LEITMAN et al., 2012). Desempenham um papel ecológico de importância, pois é a fundamental fonte de alimento para vários grupos de vertebrados, principalmente em épocas de escassez (SVENNING, 2001; GALETTI et al., 2006). Das palmeiras retiram-se óleos,


33 fibras, ceras, coberturas para casas, frutos, palmito e bebidas. Além dos usos na medicina popular e ornamentação (UHL & DRANSFIELD, 1987; JOHNSON et al., 1996). Uma das principais causas de diminuição das populações naturais de palmeiras é o extrativismo, como por exemplo, do (Euterpe edulis Mart.). Contudo, a perda de hábitat e por consequência a perda de interações ecológicas com polinizadores e dispersores ocasionadas pela fragmentação e destruição dos ambientes naturais são, com certeza, as grandes ameaças das palmeiras (JOHNSON et al., 1996; GALETTI et al., 2006; STEFFLER; DONATTI; GALETTI, 2008).

3.5.3.1. Aiphanes sp. (Pupunha brava)

A pupunha brava cujo nome cientifico é Aiphanes aculeata é também conhecida por pupunha ou pupuinha é uma palmeira com ampla distribuição pela bacia amazônica que cresce tanto em florestas primarias quanto em secundarias. Acredita-se que no vale do Acre, no estado do Acre, seja uma espécie com distribuição rara. Sendo chamada no interior do estado por pupunha, esta distingue se da pupunha (Bactris gasepaes) pelo fato de possuir estirpe solitário chegando a medir 4 m de altura e ter diâmetro inferior entre 4 a 10 cm além de possuir espinhos intensamente armados nos entre nós com até 7 cm de comprimento. Nas folhas a parte da bainha e do pecíolo é repleta por espinhos com até 19 cm de comprimento dispostos em várias direções. Apresenta inflorescência intrafoliar, espigada, longa sendo ereta na antese e pêndula quando frutificada (FERREIRA, 2005). Seus frutos têm entre 2 e 2,5 cm de diâmetro, possui forma globosa com epicarpo avermelhado quando estes madurecem entre os meses de dezembro a março. Estes normalmente caem quando atingem o ponto ideal para ser consumido “in natura” apresentando coloração vermelho vivo, a casca é fina e brilhante sendo retirada com facilidade da polpa. O endosperma ainda pode ser torrado para consumo adquirindo um sabor que lembra baunilha (FERREIRA, 2005).


34 3.5.3.2. Astrocaryum ulei (Murmuru)

O murmuru é uma palmeira característica de florestas primárias, sendo ainda achada em florestas secundária e em pastagens cultivadas, tanto de terra firme, quanto periodicamente alagadas, podendo ainda ser encontrada em áreas secundárias (capoeiras) e pastagens cultivadas. Apresenta estipe solitário ou cespitoso, geralmente coberto com bainhas foliares persistentes em toda a sua extensão. As folhas apresentam bainha, pecíolo e raque cheios de espinhos alongados, negros e achatados. As pinas apresentam coloração quase branca, abaxialmente e estão regularmente arranjadas e dispostas em um mesmo plano. A inflorescência é intrafoliar e cresce voltada para cima tanto na floração como na frutificação (NASCIMENTO et al., 2007) O murmuru é uma palmeira que ocorre em grande escala no Estado do Acre sendo de importância para a floresta, pois muitos insetos utilizam suas folhas e flores para nascerem e crescerem e já outros se alimentam de suas flores e se reproduzem. Além da utilidade das folhas e flores muitos animais silvestres alimentam-se de seus frutos tais como as pacas, jabutis, quatipurus, macacos, queixadas dentre outros, estes por sua vez contribuem fazendo a dispersão e garantindo assim sua regeneração (SOUSA et al., 2004). As sementes levam em torno de 6 meses a 1 ano para germinar e entre 4 e 5 anos para as primeiras frutificações nas quais os cachos são pequenos e produzem poucos frutos, porém com o tempo ficam grandes e com grande quantidade de frutos por cacho. A densidade das plantas de murmuru de uma região para outra é diferente sendo que em alguns lugares podem ocorrer 10 a 28 plantas/ha, mas pode haver regiões em que esta densidade é mais que 100 plantas/ha. Quanto à produção cada planta produz por ano de 2 a 6 cachos com uma média de 4 cachos/ano (SOUSA et al., 2004).


35 Tabela 4 - Fases de produção do murmuru. Rio Branco, AC.

Fonte: SOUSA et al., 2004. Os frutos do murmuru podem ser obtidos duas vezes ao ano de janeiro a maio e depois de setembro a dezembro. Na tabela 2, pode ser observado às fases de produção na região do Baixo Acre (SOUSA et al., 2004).

3.5.3.3. Attalea butyracea (jaci)

A palmeira jaci ou ainda coco babão esta distribuída desde o sul do México passando por toda a América central até o oeste da região amazônica, é característica das margens dos rios, mas também pode ser encontrada em terra firme. No Acre pode ser achada em todos os Municípios, especialmente em Sena Madureira (vale do Rio Purus), é mais comum em áreas alteradas de pastagens mais antigas ocorrendo em associação nítida com Attalea phalerata (aricuri), Astrocaryum murumuru (murumuru) e Astrocaryum aculeatum (Tucumã), entretanto pode ser encontrada na floresta, (FERREIRA, 2005). A explicação por sua alta ocorrência em áreas abertas pode ser por causa de seus dispersores que são principalmente pequenos roedores que carregam os frutos para longe. Outro fato que pode ser considerado é que o meristema apical da planta está sob o solo e apenas as folhas ficam expostas; dessa maneira, o fogo empregado no preparo da pastagem não afeta a regeneração da espécie (FERREIRA, 2005). O jaci é uma espécie de estipe solitário, que mede de 2 a 20 m de altura, com diâmetro de 30 a 32 cm e na base apresenta uma massa de raízes de até 40 cm de altura. Folhas ascendentes, com o ápice curvado; a raque com 6 a 7 m de comprimento, arqueada e aurícula na base. A inflorescência é intrafoliar, múltiplas, totalmente masculina ou totalmente feminina. Os frutos têm entre 7 a 8,5 cm de


36 comprimento e 3,5 a 4,5 cm de diâmetro; o epicarpo é espesso e fibroso; o mesocarpo é carnoso, às vezes oleoso. E as sementes têm forma elipsoide e de 1 a 3 sementes por fruto (FERREIRA, 2005). No campo a palmeira pode ser diferenciada pelas folhas que são eretas e com pinas dispostas em um plano, o pecíolo é ausente ou muito curto, suas fibras são grossas nas margens, além de seus frutos serem muitos e possuir forma oblonga-ovóide ou oblongo-elipsóides de coloração avermelhada ou rosada quando amadurecem e também pelas múltiplas brácteas persistentes de inflorescências entre bainhas de folhas mortas, logo abaixo da copa (FERREIRA, 2005). Em um estudo de produção de folhas da palmeira de vinho (Attalea Butyracea) no vale do Rio seco Magdalena realizado no Município Nilo, no Departamento de Cundinamarca (4° 18' N, 74° 36' W), na Colômbia, no qual se pode acompanhar a floração e frutificação de 23 indivíduos na floresta e 31 indivíduos no pasto, entre março de 2009 a fevereiro de 2010, a cada mês foi registrado para cada indivíduo o número de gemas e inflorescências em cada uma das seguintes fases: anteses, frutos verdes e maduros (OLIVARES & GALEANO, 2013). Durante o período de amostragem a percentagem de indivíduos com frutas foi de 70% na floresta e 66% no pasto, mas o desenvolvimento de estruturas reprodutivas foi diferente nos dois ambientes. Em ambos os habitats o pico de floração ocorreu de dezembro a janeiro, mas houve frutos mais maduros na floresta na estação seca de julho a agosto e frutos mais maduros no pasto no início da estação chuvosa de março a maio. Na pastagem o tempo médio entre a primeira evidência de botões florais (aproximadamente 30 cm de comprimento) e a queda de frutas foi de 6,8 meses, enquanto na floresta este processo levou, em média 9 meses (OLIVARES & GALEANO, 2013).

3.5.3.4. Attalea excelsa (Urucuri) Attalea exelsa Mart. é sinônimo botânico de Attalea phalerata Mart. ex Spreng (LEITMAN et al., 2014). O urucuri, acuri ou bacuri tem o tronco simples e curto, podendo chegar a 8 m de altura, comumente cobertos por restos de pecíolo. Suas longas folhas são pinadas, muito ereta, medindo de 2 a 4 metros, produz frutos grandes que podem chegar até a 10 cm. Attalea excelsa é natural das várzeas altas desde o Acre e o Rio Purus do oeste amazônico até o baixo Amazonas no Pará e


37 Amapá. A ocorrência estendendo até o Planalto Central, desde Acre até São Paulo. No Pantanal mato-grossense forma os famosos acurizais (LORENZI, 1996). Em um trabalho que teve por objetivo apresenta dados preliminares sobre a fenologia de floração e de frutificação das palmeiras Attalea phalerata e Bactris glaucescens no Pantanal de Mato Grosso do Sul, sub - região do Miranda/Abobral, em um trecho de mata ciliar próxima a Base de Estudos do Pantanal (BEP) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (19°34'36,4"S e 57° 01'07,8"W), na localidade

do

"Passo

do

Lontra".

Para

o

estudo

foram

marcados,

assistematicamente, 30 indivíduos e 30 grupamentos de A. phalerata e B. glaucescens, respectivamente, nos quais foram investigadas de agosto/2008 a maio/2009 a fenologia vegetativa e reprodutiva. As observações foram mensais, registrando-se a presença das fenofases de floração (presença de brácteas fechadas ou abertas), frutificação (presença de frutos imaturos e maduros), brotamento e queda foliar (FAVA et al., 2009). Nesse estudo concluiu-se que A. phalerata floresce e frutifica durante todo o ano. Tendo um pico máximo de floração em abril e um mínimo de dezembro a janeiro. A maioria dos indivíduos apresentou frutos imaturos em dezembro e fevereiro e a maturação dos frutos de acuri ocorreu em fevereiro e abril. A formação de novas folhas de acuri acontece em outubro e se estende até maio, com um pico máximo de formação em novembro e um mínimo em fevereiro (FAVA et al., 2009). Em outro estudo que teve por objetivo avaliar o potencial de palmeiras nativas do Acre e Rondônia como fonte de óleo para a produção de biodiesel, realizada nos municípios de Rio Branco, Porto Acre (Acre), e Extrema (Rondônia), onde se conduziu as observações fenológicas de A. phalerata e A. speciosa mensalmente durante 18 meses em pastagem e floresta madura. Durante os 18 meses, os indivíduos de A. phalerata produziram até onze cachos de frutos na pastagem e somente até um cacho na floresta. Em média, a A. phalerata produziu oito folhas por ano. Em termos de produção de óleo, a A. phalerata mostra maior potencial quando cresce na pastagem do que na floresta em razão da maior taxa de produção de inflorescências e cachos (TUCKER LIMA, 2007). Também se pode observar a fenologia de A. phalerata em um estudo buscou entender como varia a fenologia reprodutiva e a disponibilidade de frutos de espécies arbóreas em mata ciliar do rio Formoso, município de Bonito, Mato Grosso do Sul, entre estações e ao longo de um ano. Nesse trabalho foi feita observações


38 mensais em 29 espécies vegetais, 31% anemocóricas e 68,9% zoocóricas, das fenofases floração e frutificação, e estimada a produção de frutos por contagem no chão da floresta. A floração ocorreu principalmente na transição entre as estações seca e chuvosa e a frutificação na estação chuvosa e não apresentaram correlações significativas com a pluviosidade ou a temperatura, apesar do padrão sazonal. Onde as espécies de A. phalerata e Guibourtia hymenifolia destacaram-se pelo fornecimento de frutos para a fauna de frugívoros na estação seca, período de maior escassez de frutos na mata ciliar (REYS et al., 2005).

Tabela 5 - Fenologia de Atallea phalerata Mart. Ex Spreng. Espécie Hábito Dispersão Floração Frutificação Atallea Arbóreo Zoocória abr-mai ago-nov phalerata Fonte: (REYS et al., 2005).

3.5.3.5. Bactris gasipaes (Pupunha)

A pupunheira é uma palmeira de ocorrência da região amazônica nativa do neotrópico úmido. É uma planta monóica com troncos múltiplos (touceira) com presença ou ausência de espinhos que, pode chegar a atingir até 24 m de altura e uma média de 16 m. O tronco é cilíndrico com altura entre 2,5 m e 21 m. O diâmetro varia em torno de 11,5 cm a 26 cm. As folhas são pinadas, sem ou com espinhos pequenos por toda a folha. A inflorescência é axilar, coberta por uma bráctea que é recoberta ou não por espinhos. Os frutos têm forma e tamanho variado, é uma drupa cujo exocarpo verde fica com coloração vermelha, amarela ou laranja quando madura. Cada estirpe produz de 2 a 6 inflorescências por ano, podendo ser encontradas até mais de 10. As sementes são envolvidas por endocarpo de cor marrom ou preto. A plântula apresenta sistema radicular fasciculado (MATTOS & MORA, 1996). A madeira da pupunha é moderadamente pesada, sendo muito dura, compacta, tendo grande durabilidade se utilizada em ambiente seco (LORENZI, 2002).


39 Geralmente a floração acontece quase que o ano todo tendo uma maior intensidade de floração nos meses de agosto a dezembro, ocorrendo a maturação dos frutos nos meses de dezembro a julho (LORENZI, 2002). Para coletar as sementes deve-se colher os frutos diretamente da palmeira quando estes estiverem maduros e começarem a queda espontânea ou colhe-los diretamente do chão. Para a semeadura não é necessário retirar a polpa, só se for armazenar. O plantio pode ser feito em canteiro ou em lugar individual contendo substrato organo-argiloso. As sementes têm uma alta taxa de germinação e gastam de 3 a 5 meses para nascer. Em campo o desenvolvimento das mudas é moderado (LORENZI, 2002).

Figura 5 – Fenofases da pupunheira na região de Manaus - AM. Fonte - Manual de sementes da Amazônia, ano 2005, fascículo 5.

3.5.3.6. Euterpe oleracea (Açaí)

Planta perenifólia, heliófita, pioneira e higrófita, encontradas em terrenos alagados e várzeas húmidas de estuários e matas abertas da região amazônica. Há lugares no baixo Amazonas que sua frequência é tanta que chega a formar populações homogêneas. Essa palmeira desenvolve touceira (tronco múltiplo), que pode chegar até 25 plantas chegando a uma altura entre 20 m a 25 m e diâmetro


40 entre 15 cm a 25 cm. O número de folha acontece na faixa de 10 a 12, com 2 m de comprimento. E seus cachos em número de 3 a 8 por estirpe (LORENZI, 2002). De ocorrência da região amazônica até a Bahia, em floresta pluvial de lugares úmidos (mata ciliar), apresenta madeira moderadamente pesada, mole, racha facilmente, e se utilizada em ambiente externo é pouco durável. Sua madeira é utilizada apenas localmente em construções rusticas e seus frutos são utilizados para a produção de “vinho de açaí” sendo ainda consumidos por algumas espécies de aves. O açaí na região norte é também ornamental e utilizado amplamente para paisagismo

(LORENZI,

2002).

Floresce

praticamente

o

ano

todo

tendo

predominância nos meses de setembro a janeiro. Desta maneira tem-se como consequência a maturação de seus frutos boa parte do ano havendo maior maturação nos meses de julho a dezembro. Para a obtenção da semente é necessário colhê-los da planta quando estes começarem a cair espontaneamente ou recolhê-los do chão. Os frutos quando adquiridos podem ser semeados imediatamente sem a necessidade de despolpa-los. Na produção de mudas os frutos são semeados em canteiros ou postos em recipientes individuais logo após a colheita, em substrato arenoso enriquecido com material orgânico devendo ser regado todos os dias, ocorrendo à emergência entre 30 a 60 dias (LORENZI, 2002).

Figura 6 - Informações fenológicas do E. oleraceae e E. precatoria em diferentes regiões da floresta. Fonte: Shanley, 2005 In: Boas Práticas para Manejo Florestal e Agroindustrial.


41 3.5.3.7. Euterpe precatoria (Açaí solteiro)

Indígenas e seringueiros desde muito tempo consomem açaí solteiro no Acre, porém apenas agora é que o comércio de açaí começa a crescer. Hoje já é grande a quantidade de pessoas da cidade que consomem açaí. O açaí de touceiras que ocorre no Pará é diferente do açaí solteiro que ocorre no Acre (FERREIRA, 2005). O açaí solteiro apresenta apenas uma estirpe (tronco) sendo normalmente maior do que o paraense chegando a alcançar mais de 23 m de altura. Nativo do oeste da Amazônia brasileira é típico de florestas maduras, ocorrendo tanto em áreas de terra firme quanto em áreas inundadas. Tem pouca resistência ao fogo e de rara ocorrência em áreas desmatadas. Seus frutos são usados para o preparo de “vinho” assim como o açaí do Pará. Como a exploração de seu palmito já foi muito intensa teve por consequência a redução de sua população nativa (FERREIRA, 2005). A safra do açaí solteiro depende muito se ele esta no alto (terra firme) ou no ambiente de baixio (áreas inundáveis). Sendo que a colheita no baixio concentra-se entre os meses de março a junho e já a colheita do alto concentra-se entre os meses de julho a outubro. Devendo ser colhido quando a maioria dos frutos estiver madura (PINTO et al., 2010).

Figura 7 - floração e frutificação do E. precatoria. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica ano 2005.


42 3.5.3.8. Iriartea deltoidea (Paxiubão)

O paxiubão, paxiuba ou ainda paxiuba barriguda é uma palmeira que está amplamente distribuída na América tropical e apresenta estirpe solitária, colunar e mais comumente ventricoso, chegando a uma altura de 25 m e um diâmetro na base de 10-30 cm: Suas raízes são adventícias de coloração preta que formam um cone podendo chegar a dois metros de altura. Apresentam entre quatro a sete folhas com raque de 2 cm a 3 cm de comprimento, de 15 a 20 pinas por lado de forma deltada e com margem truncada irregularmente, os segmentos basais são largos e pêndulos e já os apicais menores e ascendentes dão à folha dois arranjos distintos (FERREIRA, 2005). Sua inflorescência é intrafoliar e pêndula na antese o pedúnculo têm entre 20 cm a 44 cm de comprimento, há 15 brácteas pedunculares de até 120 cm de comprimento e são caducas por ocasião do alongamento do botão floral. A raque têm de 14 cm a 46 cm de comprimento. As flores são basais em tríades; estaminadas em pares ou solitárias no ápice; sépalas imbricadas recobertas por pêlos longos, retos e caducos; pétalas valvadas, ovadas-oblongas; têm de 12 a 15 estames e pistilódio diminuto ou ausente, o ovário possui 5 mm de comprimento com estigmas sésseis. O diâmetro dos frutos esta compreendido entre 2 cm a 2,8 cm; apresentam forma globosa; o epicarpo é de cor verde-amarelada, podendo rachar irregularmente no ápice quando maduros (FERREIRA, 2005). Está espécie é muito comum das florestas amazônicas e de florestas sazonalmente inundadas e submontanas, entre 250 a 1500 metros sobre o nível do mar, florescendo de março a abril e frutifica em maio. As sementes são dispersas por animais (MOSTACEDO et al., 2003).

3.5.4.

Família euphorbiaceae

A família é muito diversificada, tendo sua distribuição em todas as regiões brasileiras, variando entre árvores, arbustos, ervas e lianas (WEBSTER, 1994). São plantas monoicas (ex. Croton, Hevea Aubl.) ou dioicas (ex. Pausandra Radlk., Aparisthmium Endl. Alchornea Sw.), com flores unissexuadas. A presença de só um óvulo em cada lóculo do ovário é uma característica básica, a presença de látex ou


43 resina e sementes carunculadas na maior parte de suas espécies. Segundo a Lista de espécies da flora do Brasil (CORDEIRO et al., 2012), são ocorrentes 63 gêneros e 912 espécies no Brasil, vivendo na maioria dos biomas, como Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Restinga, Pampa, Pantanal, Campos Rupestres. Sendo os gêneros de destaque: Croton L. (o maior), Mabea Aubl., Acalypha L., Manihot Mill., Dalechampia L., Hevea Aubl., Micrandra Benth. As espécies de maior importância econômica são a seringueira (Hevea brasiliensis Müll. Arg.) e a mandioca (Manihot esculenta Cranz).

3.5.4.1. Hevea brasiliensis (Seringueira)

De ocorrência da região amazônica, existem mais 11 espécies do gênero Hevea na floresta amazônica. A seringueira é uma planta heliófila, semidecídua, com uma altura que gira em torno de 20m a 30m, seu maior valor se da por conta do látex extraído de seu tronco embora sua madeira seja leve com densidade de 0,45 g/cm³ possa ser utilizada em tabuados, forros e caixotarias (LORENZI, 2002). Sua inflorescência acontece a partir de agosto e estende-se até o começo de novembro e a maturação acontece nos meses de abril a maio. Por seus frutos serem deiscentes as sementes são recolhidas do chão, a viabilidade das sementes não ultrapassam os 90 dias (LORENZI, 2002). Para a produção de mudas às sementes devem ser colocadas para germinar logo após a colheita em canteiros ou em saquinhos individuais contendo substrato organo-arenoso, com a carúncula virada para baixo e então cobri pela metade de substrato, regando duas vezes por dia. As sementes começam a nascer entre 20 e 40 dias após a semeadura tendo uma alta taxa de germinação. No momento em que as muda atingirem a altura de 4 cm a 6 cm transplanta-las a recipientes individuais e leva-las a campo para lugar definitivo dentro de 4 a 6 meses. As plantas normalmente apresentam um bom desenvolvimento atingindo 3,5m em 2 anos (LORENZI, 2002).


44 3.5.4.2. Sapium sceleratum (Burra leiteira)

São escassas na literatura as informações sobre Sapium sceleratum. Para tanto será mostrado à fenologia de Sapium glandulosum. Sapium glandulosum (L.) Morong é conhecida popularmente como leiteiro, pau-de-leite,

burra

leiteira,

janaguba,

seringarana,

leiteiro-de-folha-

graúda,

figueirinha, entre outros. É uma árvore nativa, característica e preferencial das florestas Ombrófilas mistas do planalto meridional Sul do Brasil, encontrada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. E está presente nos domínios fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (CORDEIRO et al., 2010). Ocorrendo a floração nos meses de outubro a janeiro e seus frutos amadurecem no período de janeiro a março (LORENZI, 2008). Bencke (2005) realizou um estudo sobre a fenologia de espécies arbóreas em uma floresta semidecídua no parque estadual de Itapuã no município de Viamão, Rio Grande do Sul. No qual pode se observar a fenologia de Sapium glandulosum.

Tabela 6 - Dados fenológico de Sapium glandulosum da família Euphorbiaceae. Período de Período de Período de Período de queda floração/ frutificação/ brotamento/ Estrato Espécie foliar/ Padrão de Modo de Fluxo de ocupado Padrão de floração dispersão brotamento queda foliar Sapium Novembro/ Fev. - Mar./ Jun.- Set./ Out.- Nov. Emergente glandulosum Anual zoocoria decídua Fonte: BENCKE, 2005 Em outro estudo conduzido na floresta estacional semidecidual montana do pico

do

Jabre na Paraíba que teve por objetivo caracterizar a biometria de

diásporos, a morfologia de plântulas, e o comportamento fenológico de espécies arbóreas na área e suas relações com a temperatura local, precipitação pluvial mensal e teor de umidade do solo, no período de dois

anos. A fenologia foi

registrada para espécies presentes no topo, mais preservado, e na base, mais alterado. No qual se pode observar a fenologia de Sapium glandulosum que teve sua floração compreendida o período seco e o úmido no primeiro ano (novembro a março) e, foi sazonal, compreendendo apenas o período úmido no segundo ano (março a maio). Não houve sincronia e a frutificação ocorreu no final do período


45 úmido e início do período seco (maio a julho no segundo ano). No primeiro ano a frutificação ocorreu no mês de maior precipitação (fevereiro) (TORRES, 2013).

3.5.5. Família fabaceae / leguminosae

Fabaceae ou Leguminosae é a terceira maior família de plantas com flores, que compreende hoje em dia 727 gêneros e por volta de 19.300 espécies, reunidas nas subfamílias Caesalpinoideae, Mimosoideae e Papilionoideae (LEWIS et al., 2005). A família abrange no Brasil, 212 gêneros e 2.728 espécies, dentre as quais 1.461 são endêmicas, exibindo uma taxa de endemismo de 53,5% (LIMA et al., 2013). Sua distribuição é cosmopolita, estando presente na maior parte dos biomas terrestres. A elevada plasticidade é uma característica peculiar e de relevante significado para a sua ampla riqueza nas formações vegetais neotropicais (SCHRIRE et al., 2005). ´ Largamente distribuída em todos os biomas brasileiro, destacar-se a elevada riqueza na Amazônia e Mata Atlântica. Sendo que a Mata Atlântica agrupa um alto número de espécies ameaçadas, coincidindo com o extenso histórico de ocupação, que ultimamente tem por volta de 10% de sua área original. No Cerrado, bem como nas formações vegetais adjacentes, campos rupestres e matas secas concentra um elevado grau de endemismo e, deste modo, contabiliza também um considerável percentual de espécies ameaçadas (LIMA et al., 2013). Essa família se destaca pela diversidade de usos e pelo alto valor econômico de várias espécies. Em relação às ameaças, a perda de hábitat em ambientes de Mata Atlântica e Cerrado tem sido evidente, e a exploração predatória na Amazônia, principalmente de espécies madeireiras, sugere que várias espécies podem estar em risco de extinção também neste bioma (LIMA et al., 2013).


46 I.

Subfamília fabaceae - caesalpinioideae (leguminosae / caesalpinioideae)

3.5.5.1. Cassia fastuosa (Bajão)

Conhecida regionalmente por bajão a Cassia fastuosa não possui vasta informação sobre sua fenologia. Para tanto será mostrada a fenologia de outras duas espécies de Cassia que ocorrem na região. A Cassia grandis conhecida por geneúna, cássia-grande e canafístula, é de ocorrência da região amazônica, em floresta de terra firme. Floresce desde o final de agosto quando a árvore está quase desprovida de suas folhas, estendendo-se até novembro e já suas vargens (frutos) maturam de agosto a setembro, porém continuam na planta por mais alguns meses (LORENZI, 2002). Outra Cassia é a C. leiandra, característica da região amazônica, especialmente nos estados do Pará e Amazonas. Sendo frequente na região do Baixo Amazonas. Chamada popularmente de mari-mari, mari-mari-da-várzea, favamari-mari, seruaiá e ingá-mari, tem sua inflorescência exuberante juntamente com a nova folhagem de julho a outubro e suas vargens (frutos) maturam de dezembro a fevereiro (LORENZI, 2009). No site da flora do Brasil podemos ver que a C. fastuosa tem origem nativa, mas não é endêmica do Brasil. É de ocorrência da Amazônia em floresta ciliar ou galeria e floresta de terra firme. E encontrando-se distribuída no norte nos estados (AC, AM, AM, PA e RO) e no centro-oeste (MT) (SOUZA & BORTOLUZZI, 2012).

3.5.5.2. Dialium guianense (Tamarindo)

O tamarindo ou também conhecido por jitaí, jitaí-preto, jitaí-jataí, jataizinho, jutairama, parajuba, pororoca, quebra-macaco, roxinho dentre outros é de ocorrência da região amazônica, indo do Acre a Roraima e do Amazonas até o Maranhão. E também pela mata pluvial atlântica da Bahia até o Espirito Santo e no Vale do Rio Doce em Minas Gerais. Apresenta entre 15 m a 30 m de altura, raízes tabulares (sapopemas). Tronco retilíneo, coberto por casca fina e escamosa. As folhas são compostas e imparipinadas. As flores são pequenas, esverdeadas. Os frutos são legume drupáceo, com apenas uma semente muito dura (LORENZI, 2009).


47 É uma árvore perenifólia, heliófita, seletiva xerófita, sendo característica dos capoeirões da várzea alta de terra firme das margens de rios da floresta amazônica e das matas de tabuleiro da orla atlântica do sul da Bahia e norte do Espirito Santo. Por ano há uma grande produção de semente que são disseminadas pela avifauna. Sua madeira é muito pesada com densidade de 1,12 g/cm³, dura, textura média, de difícil trabalhabilidade, é resistente ao ataque de insetos além de ter moderada resistência ao apodrecimento. A madeira é utilizada na carpintaria, em construções pesadas e navais (LORENZI, 2009). A floração acontece durante os meses de novembro a maio, frutificando de fevereiro a outubro, no entanto os frutos permanecem na árvore praticamente o ano inteiro (LORENZI, 2009). Para a coleta dos frutos é necessário colhe-los direto da árvore quando estiverem maduros apresentando cor marrom-escura. Depois de retirados são quebrados e amassados manualmente para a retirada e separação das sementes. Na

produção

de

plântulas,

as

sementes

são

colocadas

em

canteiros

semissombreados com substrato areno-argiloso para a germinação. Depois de semeadas cobri-las com uma leve camada de substrato peneirado irrigando duas vezes

ao

dia.

Pelo

fato

das

sementes

serem

duras,

se

escarificadas

mecanicamente, a taxa de germinação será maior. Assim podem emergir entre 15 e 20 dias (LORENZI, 2009).

II.

Subfamília fabaceae-faboideae (leguminosae-papilionoideae)

3.5.5.3. Alexa grandiflora (Melancieira)

É uma planta perenifólia, clímax, de ocorrência da região amazônica sendo característica e exclusiva da mata pluvial amazônica de terra firme, alcançando entre 20 m e 30 m de altura, apresenta inflorescência em racemos terminais espessos, de 10-14 cm de comprimento, com flores grandes de coloração branca e perfumadas. Seus frutos são vargens lenhosas achatadas, deiscente contendo de 1 a 3 sementes (LORENZI, 2009). A madeira é utilizada na construção civil por ser moderadamente pesada com uma densidade de 0,80 g/cm³ sendo resistente e de grande durabilidade natural (LORENZI, 2009).


48 Alexa grandiflora floresce entre os meses de outubro e novembro e seus frutos amadurecem praticamente simultaneamente nos meses de novembro e dezembro. A obtenção de sementes deve ser feita diretamente da árvore quando estas iniciarem a abertura espontânea ou coletar as sementes caídas (LORENZI, 2009). Para a produção de mudas é recomendável que as sementes sejam colocadas em canteiros semissombreados ou em embalagens individuais com extrato organo-arenoso logo após a coleta. Cobre-se as sementes com uma camada de 1 cm de substrato peneirado, irrigando-se duas vezes por dia a emergência das plântulas ocorre com uma taxa elevada entre 1 a 2 semanas após a semeadura. As mudas são transplantadas dos canteiros para saquinhos individuais quando estas atingem entre 5 cm a 6 cm e transplantadas para o lugar definitivo entre 6 e 7 meses seu desenvolvimento no campo é considerado moderado (LORENZI, 2009).

3.5.5.4.

Erythrina glauca (Mulungu)

Erythrina glauca Willd. é a sinonímia botânica de Erythrina fusca Lour. Sendo uma planta meio espinhenta, com 20 m a 30 m de altura e copa globosa baixa. O tronco é curto e bem ramificado, com 60 cm a 80 cm de diâmetro, munido de grossos espinhos quando nova. Suas folhas são alternas, compostas trifoliadas. As inflorescências são em racemos terminais, sobre pedúnculo vermelho-escuro, com flores eretas de até 10 cm de comprimento. Os frutos são legumes indeiscentes de 15 cm a 25 cm de comprimento (LORENZI, 2009). É de ocorrência da região amazônica em solos pantanosos ao longo dos rios, também ocorre de forma subespontânea no Espirito Santo e sul da Bahia onde foram introduzidas para o sombreamento das lavouras de cacau (LORENZI, 2009). O mulungu é uma planta decídua, heliófita, higrófita, secundária, sendo característica e exclusiva de mata ciliar da região amazônica. É muito frequente, mas a dispersão é descontinua ao longo de sua área de ocorrência. Produzindo grande quantidade de semente anualmente. A madeira do mulungu é leve com uma densidade de 0,37 g/cm³, macia, de baixa resistência mecânica, de fácil apodrecimento se em contato com o solo, tem grã direita, textura média e sua superfície normalmente é áspera. A madeira é utilizada para confecção de gamelas, tamancos, brinquedos, barcos, calhas dentre outros utensílios leves. Já as flores são


49 utilizadas pelos nativos como condimento e a árvore é ornamental quando florada sendo indicada para paisagismo em geral (LORENZI, 2009). Nos meses de maio a setembro floresce com a planta quase toda enfolhada, ao contrario da maioria das espécies desse gênero. E os frutos veem a matura a partir de novembro (LORENZI, 2009). Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando estes estiverem maduros e depois retirar as sementes manualmente abrindo os frutos. Para a produção de mudas às sementes devem ser postas para germinar logo após a colheita em canteiros sombreados ou a pleno sol com estrato argiloso-arenoso. Após a semeadura cobri-las com uma camada de 0,5 cm de substrato peneirado e aguar duas vezes ao dia. A germinação acontece antes de uma semana com uma taxa superior a 80%. As mudas podem ser transplantadas para embalagens individuais quando atingirem de 4 a 6 cm e depois levadas para campo dentro de 3 a 4 meses. Seu desenvolvimento em campo é considerado rápido (LORENZI, 2009).

3.5.5.5. Erythrina sp. (Mulungu de capoeira)

Por não se conseguir identificação precisa no inventario florestal sobre Erythrina sp. vulgarmente conhecida por mulungu de capoeira, podemos citar a Erythrina poeppigiana que é do mesmo gênero e ocorre na mesma região, para assim ter-se uma base de sua fenologia. Erythrina poeppigiana (eritrina-do-alto, suinã ou ainda mulungu-do-alto) tem por ocorrência o estado do Acre, Amazonas (Amazônia Ocidental), na mata pluvial de terra firme. Apresenta um longo período de florescimento durante o ano com as plantas quase completamente desfolhadas, no entanto exibe seu auge nos meses de junho a julho. Seus frutos madurecem a partir de julho (LORENZI, 2009). Além de poder-se basear pela época de fenologia da Erythrina glauca descrita anteriormente.


50 III.

Subfamília fabaceae-mimosoideae (leguminosae-mimosoideae)

3.5.5.6. Inga sp. (Ingá)

Para caracterizar a fenologia de Inga sp. que não foi identificada no inventário florestal e é conhecida por ingá podemos citar a fenologia de algumas ingás que ocorrem na região. De acordo com Lorenzi (2009), a Inga cylindrica (ingá, ingá-feijão) de ocorrência da região amazônica, Goiás e na costa leste do país desde o sul da Bahia até o Rio de Janeiro na mata ciliar. Floresce nos meses de janeiro a fevereiro e seus frutos madurecem de agosto a setembro. Outra espécie é a Inga edulis (ingá-cipó, ingá-de-macaco, ingá-rabo-de-mico ou angá) ocorre na região amazônica e em toda orla litorânea desde o Rio Grande do Norte até o norte de Santa Catarina na floresta pluvial atlântica e demais países amazônicos. Florescendo nos meses de outubro até janeiro (costa atlântica) e a maturação dos frutos acontecendo a partir de maio (LORENZI, 2009). Já a Inga laurina (ingá-branco, ingá-chichica, ingá-de-macaco, ingá-da-praia, ingá-mirim e ingaí) que ocorre desde a Amazônia até o Nordeste e daí para o Sul, em quase todas as formações vegetais. Floresce nos meses de agosto a dezembro e os seus frutos ficam maduros a partir de novembro delongando-se até fevereiro (LORENZI, 2009). E também a Inga marginata (ingá-feijão, ingá, ingá-dedo e ingá-mirim) que é a espécie de ingá de mais ampla dispersão pelo território brasileiro, ocorrendo potencialmente em todo o país. Possuindo uma vasta faixa de adaptação ecológica e altitudinal, contudo é mais localizada em matas ciliares. Apresenta floração durante os meses de outubro até fevereiro e seus frutos estão maduros de março a maio (LORENZI, 2009).

3.5.5.7. Parkia sp. (Angico)

Para que se tenha uma noção da fenologia de Parkia sp. que é conhecida por angico na região de Manoel Urbano no AC podemos mostrar a fenologia de algumas espécies de Parkia que ocorre na região amazônica.


51 Como a Parkia nitida (faveira, faveira-grande, visgueiro, paricá, etc.) de ocorrência da região amazônica na floresta pluvial e desde o sul do Panamá através Amazônia, leste da Venezuela até as Guianas. Floresce quase que o ano todo tendo um pico nos meses de maio a junho e os frutos ficam maduros de outubro a novembro (LORENZI, 2009). A Parkia platycephala (sabiu, fava-de-belota, faveira, faveira-de-belota, visgueiro, etc.) que ocorre nas campinas da região amazônica e região nordeste do país, na transição do cerrado ou da mata para a caatinga (agreste). Florescendo de julho a setembro e os frutos amadurecem de setembro a novembro (LORENZI 2009). Outra representante do gênero é a Parkia multijuga (benguê, arara-tucupi, tucupi, paricá, visgueiro, etc.) ocorre na região amazônica, em floresta de terra firme e várzea alta de solo argiloso. Floresce de agosto a outubro e amadurece os frutos nos meses de novembro a dezembro. A Parkia pendula (fava-de-belota, andirá, jueirana-vermelha, faveira, paricágrande, etc.) é de ocorrência da região amazônica, sul da Bahia e norte do Espirito Santo, na floresta pluvial. Tendo sua inflorescência nos meses de agosto a outubro com os frutos amadurecendo de dezembro a março, porém os frutos continuam pendurados na árvore por mais alguns meses (LORENZI 2002).

3.5.5.8. Pithecellobium sp. (Ingá dura)

Pithecellobium sp. durante o inventário não foi identificada a nível de espécie dificultando assim a pesquisa sobre suas fenolofases, desta maneira será exposta a fenologia de duas espécies cujo gênero é sinônimo botânico do gênero Pithecellobium. A Abarema jupunba (Willd.) Britton & Killip que tem como sinônimo (Pithecellobium jupunba (Willd.) Urb.) é de domínio fitogeográfico da Amazônia e da Mata Atlântica (IGANCI & MORIM, 2011). Conhecida por ingarana, angelim-falso, pau-bicho, saboeiro, etc., floresce durante boa parte do ano, tendo um pico de floração nos meses de outubro-janeiro e a maturação de seus frutos ocorre especialmente de fevereiro a junho (LORENZI 2009). E

a

Albizia

(Pithecellobium

pedicellaris (DC.) L.

pedicellare

(DC.)

Rico,

Benth.,

que

Inga

tem

como sinônimos

pedicellaris DC.,

Balizia


52 pedicellaris (DC.) Barneby & J.W. Grimes), apresenta domínio fitogeográfico na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica (IGANCI, 2011). É conhecida por jaguarana, esponja, esponjeira, faveira e juerana-branca, floresce de dezembro a fevereiro e os frutos amadurecem de setembro a outubro (LORENZI 2009).

3.5.6.

Família lauraceae

Têm distribuição pantropical, estando bem representadas na América, Ásia Tropical, Austrália e Madagascar. No Brasil, ocorrem 24 gêneros e 439 espécies (QUINET et al, 2012) que vivem nos biomas de Caatinga, Cerrado e Pantanal, concentrando a maior diversidade nas Florestas Pluviais da Amazônia e da Mata Atlântica. Representada por árvores ou arbustos, comumente munidos de óleos essenciais e aroma característico, exceto Cassytha L., que são trepadeiras. Ocotea Aubl. é o gênero mais representativos tanto em número de indivíduos quanto em riqueza de táxons nas florestas pluviais, estando dentre os mais diversos da flora brasileira. Também se destaca os gêneros Nectandra Rol. ex Rottb., Aniba Aubl. e Mezilaurus Taub. que junto com Ocotea, juntam as espécies de maior interesse econômico por causa da qualidade da madeireira e óleos essenciais largamente empregados na indústria da perfumaria e de cosméticos. Tais espécies são conhecidas por canelas, loureiros ou imbuias. O amplo número de espécies de importância econômica, a perda de hábitat e o elevado percentual de endemismo, aliados à inexistência de programas efetivos de manejo florestal, são uns dos fatores que põem sob risco de extinção muitas das espécies de Lauraceae (QUINET et al, 2013).

3.5.6.1. Ocotea glomerata (Louro abacate)

Ocotea glomerata também conhecido por louro-tucano, louro, louro-branco ou louro-cagão é uma árvore de até 20 m de altura, com ramos fortemente angulosos, lenticelados, pubescentes a tomentosos. Suas folhas são estreitoelípticas a lanceoladas, rígidas, brilhantes, margem plana. A inflorescência é em panícula, submultiflora a multiflora. As flores diclinas, tomentosas. E os frutos são


53 elipsoides. Floresce de março a junho e frutifica de setembro a dezembro (SANTOS & ALVES, 2012). No campo é facilmente reconhecido pelo tronco ser fortemente lenticelado, e ao ser cortado, apresenta rápida oxidação tornando-se avermelhado. As folhas são rígidas e coriáceas, em geral com a face abaxial opaca. Às vezes é confundida com a Ocotea longifolia Kunth, porém as folhas desta são em geral maiores e obovadas (SANTOS & ALVES, 2012). O louro-abacate ou louro-bravo encontra-se distribuída na Venezuela, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Trinidad-Tobago e Brasil, ocorrendo nos estados do (AM, BA, MA, MG, PE, RJ, RR, CE, SE e TO). A espécie é coletada em matas ciliares, vegetações secundárias, florestas de várzeas, e florestas tropicais úmidas não inundadas. Tem sua floração nos meses de fevereiro, abril, maio, junho, julho, novembro e dezembro com frutificação em agosto, outubro, novembro, dezembro (MORAES, 2005). Já em um estudo realizado no Parque Ecológico João Vasconcelos Sobrinho que constitui uma área florestal de 354 ha, situado a 12 km do município de Caruaru/PE, com objetivo de conhecer os padrões fenológicos de representantes da flora de brejos de altitude e sua relação com fatores abióticos e bióticos, assim como verificar o espectro das síndromes de polinização de dispersão desta comunidade para melhor compreensão das interações e da dinâmica do ecossistema em estudo, foi observada as fenofases de brotamento, queda foliar, floração e frutificação em 58 espécies arbóreas de 34 famílias e 51 gêneros. As coletas e observações fenológicas foram realizadas em intervalos quinzenais, no período de maio de 1998 a maio de 2001 (LOCATELLI & MACHADO, 2003).


54 Tabela 7 - Dados fenológicos de espécie arbórea do Parque ecológico João Vasconcelos Sobrinho, no período de maio de 1998 a maio de 2001. Família/ Espécies

Floração Frutificação

Queda de folhas

Brotamento

Ocorrência

Modo de dispersão

abr/jun

fev/jun

jul/jan

Freq.

Zoocoria

Lauraceae/ Ocotea glomerata

jun/ago

(Ness) Mez Fonte: SOUZA, 2003.

3.5.6.2. Ocotea myriantha (Toarí)

As informações sobre Ocotea myriantha são escassas na literatura e para ter se uma base da época da coleta de seus frutos será exposta a fenologia de outras espécies do mesmo gênero. A Ocotea cujumary Mart. popularmente conhecida por cucheri, cuchumari, cucumari, cuiumari, cujumari, cumari que ocorre, frequentemente em florestas amazônicas não inundadas, tendo sua inflorescência de novembro a janeiro e frutifica em abril (MORAES, 2005). Outra é a Ocotea guianensis Aubl. que é conhecida por louro-seda, louroeucalipto, canela-seda, louro-branco, louro-prata, louro-tamancão, louro-tamanco, tamanqueira, dentre outros é encontra distribuída, principalmente na porção norte da América do Sul, quanto na Bacia Amazônica e áreas adjacentes de locais arenosos, tendo sua inflorescência em novembro e frutifica em setembro e novembro (MORAES, 2005). E já Ocotea puberula (Rich.) Nees popularmente chamada de canelababosa, canela-branca, guaicá, canela-parda, canela-sebo, louro-abacate, louropimenta, louro-vermelho, etc., ocorre no Brasil em todas as regiões, e quase todas as formações florestais. Floresce de abril a setembro e frutifica entre setembro e março (MORAES, 2005). Além de poder se basear pela fenologia de Ocotea glomerata.


55 3.5.7.

Família lecythidaceae

Lecythidaceae abrange por volta de 20 gêneros e 300 espécies de árvores e arbustos em todo o mundo, encontradas nas regiões tropicais e subtropicais. O Brasil possui por volta de 120 espécies (55 endêmicas), o Estado do Amazonas, apresenta a maior diversidade de Lecythidaceae no mundo. Das Lecythidaceae na IUCN Red List of Threatened Species (Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas), quase 90% (88 spp.) são neotropicais, e das 48 espécies listadas na presente publicação para o Brasil, 14 são consideradas ameaçadas ou criticamente ameaçadas. As espécies brasileiras normalmente desenvolvem se na Floresta Amazônica não inundada, abaixo de 1.000 m. Entretanto, umas espécies ocorrem em reservas da Mata Atlântica e hábitats mais secos (ca. 20 spp.) e das quais mais da metade são consideradas em risco (MORI et al., 2010). A Amazônia possui 38 espécies que são categorizadas como (em algum nível) vulneráveis ou ameaçadas. Muitas das espécies da Amazônia e da Mata Atlântica necessitam de coletas adicionais, observações e estudos detalhados para melhor entender sua ecologia, taxonomia, distribuição e abundância, pois muitas regiões, em especial a Amazônia, ainda não foram bem inventariadas. Ainda que estudos filogenéticos de Lecythidaceae tenham abordado relações acima do nível de espécie, as relações entre as espécies são desconhecidas (MORI et al., 2010).

3.5.7.1. Couratari macrosperma (Tauari)

De ocorrência entre o centro-sul e sudoeste da Amazônia, do Acre ao Amazonas e nas florestas costeiras do leste do Brasil é conhecida por tauari na Amazônia podendo chegar a 50 m de altura, o tronco é reforçado, e por vezes é baixo e grosso. A casca apresenta fissuras rasas, orientadas verticalmente. Suas inflorescências são terminais ou axilares, de racimos com 10-30 cm de comprimento. Seus frutos cilíndrico, arredondado em seção transversal, com cerca 4 mm de espessura, a casca é dura e lenhosa. E suas sementes são oblongo-lanceoladas, simétrica, entalhada no final micropilar, arredondada para truncar na extremidade distal (Baseado em PRANCE & MORI, 1990).


56 São plantas de florestas não alagadas que estão floradas de julho a outubro. Por serem aladas suas sementes são dispersas pelo vento (Baseado em PRANCE & MORI, 1990).

3.5.7.2. Eschweilera sp. (Ripeiro vermelho)

Como Eschweilera sp. conhecida vulgarmente por ripeiro vermelho é uma espécie que apenas foi descrita até o gênero no inventario florestal. Na consulta bibliográfica foi identificadas duas espécies que também acontecem na região, retratadas neste trabalho. A

Eschweilera

coriacea

popularmente

conhecida

como

matamatá,

matamatá-branco e marão-vermelho é encontrada na região amazônica, tanto em floresta de terra firme quanto periodicamente inundadas. E ainda nas Guianas, Colômbia e Venezuela. Tem seu florescimento nos meses de agosto a dezembro e seus frutos maduram de março a junho (LORENZI, 2009). Já a Eschweilera ovata ocorre na Amazônia Ocidental, mata atlântica e na restinga desde o Espirito Santo até o Pernambuco. Sendo chamada vulgarmente de biriba, imbiriba, biriba-branca, biriba-preta, tauarisinho, ibiribá e sapucainha tem sua inflorescência durante o ano inteiro, porém com maior intensidade nos meses de setembro a dezembro, com predominância de maturação dos frutos de março a junho (LORENZI, 2009).

3.5.7.3. Lecythis sp. (Castanharana)

Lecythis sp. foi descrita até o gênero no inventário florestal e como é conhecida por castanharana é provável que seja a Lecythis grandiflora que é o sinônimo

científico

castanharana, amarelo,

de

Eschweilera

castanha-vermelha,

matamatá-branco,

grandiflora,

vulgarmente

machimango-negro,

matamatá-róseo,

chamada

matamatá,

panela-de-bugio,

de

matamatá-

sapucaia

ou

sapucaia-de-flor-grande. É uma árvore que alcança até 20 m de altura, sem sapopemas. A casca é mais ou menos lisa. A lâmina foliar é elíptica ou estreitamente oblonga, glabra, cartácea a coriácea; margem inteira; pecíolo 9-30 mm de comprimento. A inflorescência em racimo simples, terminal ou em axilas das folhas mais elevadas,


57 raque frequentemente em zig-zag, angular em corte transversal. As flores 4,5-6 cm de diâmetro; cálice com seis lobos, frequentemente vermelho ou rosa; pétalas seis, irregulares, a posterior frequentemente mais larga. Sementes de uma a várias por fruto, redondas em corte transversal, tornando-se verde azulada quando cortadas, de 2,5 x 2 cm, com arilo-funículo lateral 22 x 7 mm (Mori & Prance, 1990). E. grandiflora originária da Amazônia (CORRÊA, 1984; REVILLA, 2002). Sendo encontrada da Guiana Francesa até o leste e oeste da Amazônia brasileira, alcançando a Amazônia peruana. Têm-se registros nos estados do Amapá, Amazonas e Pará é encontrada em terras baixas (MORI & PRANCE, 1990), em floresta de terra firme e primária, é utilizada medicinalmente (REVILLA, 2002). A inflorescência está mais acentuada de outubro a janeiro e os frutos madurecem, de janeiro a março nas Guianas. E já no Peru, as flores foram coletadas de fevereiro e abril (MORI & PRANCE, 1990).

3.5.8.

Família malvaceae

As plantas da família Malvaceae podem ser encontradas de arbustivas a arbóreas apresentando flores comumente bem vistosas compreendendo 752 espécies no Brasil, das quais 394 são endêmicas (BOVINI et al., 2012), representam 30% da diversidade mundial, sendo atualmente estimada em 2.500 espécies, o que coloca a família entre os 15 maiores grupos de plantas vasculares que ocorrem no pais. Ademais, no Brasil é encontrado um total de 69 gêneros nativos de Malvaceae, sendo assim, 58% do total de 120 existentes no mundo. Dos gêneros nativos, 9 são endêmicos. Tendo ampla distribuição, as Malvaceae são encontradas em todos os biomas brasileiros, porém, o de maior riqueza é a Mata Atlântica, com 284 espécies (BOVINI, 2009). Vários

gêneros

podem

ser

considerados

subespontâneos,

como

Malvastrum, Melochia, Sida, Triumfeta, Wissadula, etc., entretanto outros são endêmicos de determinadas regiões brasileiras, como por exemplo: Monteiroa, Calyptroemalva e Calyculogygas, que são endêmicos da Região Sul. Possui ainda aqueles que apresentam uma diversidade de espécies em áreas preferenciais, como Peltaea e Helicteres que são comuns no Cerrado, e Eriotheca, que por sua vez é mais diversa na Mata Atlântica e Amazônia. A falta de coleta em áreas longínquas dos grandes centros de pesquisa faz com que se torne uma distribuição geográfica


58 ainda distante da real. É conhecido que muitas espécies já estão correndo risco de extinção, especialmente pela perda de seu habitat, sem ao menos ter tempo para que os pesquisadores conheçam sua correta biologia (BOVINI et al., 2013).

3.5.8.1. Ceiba pentandra (Samaúma branca)

A samaúma branca ou ainda sumaúma, sumaúma-da-várzea, sumaumeira, árvore-da-seda, árvore-da-lã, paina-lisa, sumaúma-verdadeira é uma planta decídua durante o florescimento, heliófita, seletiva higrófita, sendo característica de terreno úmido e pantanoso em mata primaria de várzea ou ainda em florestas secundárias, tendo comportamento de planta pioneira. De ocorrência por toda a bacia Amazônia, em matas inundadas ou pantanosas da várzea (LORENZI, 2008). É uma árvore aculeada que alcança entre 30 a 40 m de altura e o tronco apresenta sapopemas. As folhas são compostas. As inflorescências são em panículas terminais, com flores esbranquiçadas. A madeira é leve, macia e é de baixa durabilidade natural (LORENZI, 2008). Sua floração acontece nos meses de agosto a setembro quando a planta esta praticamente desfolhada. E os frutos ficam maduros de outubro a novembro (LORENZI, 2008). Os frutos devem ser obtidos direto da árvore quando estes começarem a abertura espontânea. E depois serem expostos ao sol para terminar a abertura. Ou também colher no chão as plumas contendo as sementes ao redor da planta. Para se produzir as mudas devem-se colocar as sementes para germinar logo que se faz a coleta em canteiros ou recipientes individuais que tenham substrato organoargiloso. Cobrindo-as com uma fina camada de substrato peneirado e deixá-las em ambiente semi-sombreado, irrigando todos os dias. As mudas começam a nascer entre 5 a 10 dias e a taxa de germinação é elevada quando as sementes são novas. As mudas de 3 a 4 meses podem ser transplantadas para o campo, onde seu desenvolvimento é bem rápido (LORENZI, 2008).

3.5.8.2. Theobroma cacao (Cacau)

O cacau, cacaueiro ou cacau-verdadeiro é uma planta perenifólia, mesófila, ocorre por toda a região amazônica sendo característica do sub-bosque da floresta


59 pluvial amazônica, produzindo anualmente grande quantidade de sementes. Alcança altura entre 4 m a 6 m e o tronco atinge entre 20 cm a 30 cm de diâmetro; as folhas são simples, pendentes, cartáceas, com comprimento de 15 cm a 25 cm (LORENZI, 2008). O cacau apresenta madeira leve, mole, de textura média, com pouca resistência e dura pouco se sujeita a intempéries. A madeira é utilizada somente na região para lenha e carvão, pois o que realmente tem valor é as suas sementes que são utilizadas pelas indústrias para a fabricação de chocolate (LORENZI, 2008). A floração do cacaueiro acontece duas vezes por ano tendo uma maior intensidade nos meses de dezembro a abril e a maturação por consequência ocorre duas vezes por ano tendo maior ocorrência nos meses de abril a setembro (LORENZI, 2008). As

sementes

apresentam

uma

viabilidade

curta

em

torno

de

aproximadamente 15 dias, por tanto para a produção de mudas às sementes devem ser colocadas para germinar logo após a colheita, pois as sementes começam a germinar por volta de três dias após a retirada do fruto. Deve-se semear em substrato contendo solo argiloso enriquecido com matéria orgânica e cobrir com uma camada de 0,5 cm de substrato peneirado, pondo-as em recipientes individuais e mantê-las em local sombreado. Normalmente para sementes frescas a taxa de germinação é elevada ocorrendo à emergência em menos de uma semana (LORENZI, 2008).

3.5.9.

Família meliaceae

Meliaceae abrange por volta de 50 gêneros e 1.400 espécies, sendo a maior parte

pantropical.

No

geral,

as

espécies

desta

família

se

caracterizam

morfologicamente por apresentarem folhas alternas e compostas, flores pouco vistosas arranjadas em inflorescências de diversos tipos e flores onde normalmente os estames estão unidos formando um tubo, além da presença de um disco nectarífero. Segundo estudos filogenéticos recentes (APGIII, 2009), a família constitui-se num grupo monofilético e pertence à ordem Sapindales. O Brasil está representado por oito gêneros e 84 espécies (SAKURAGUI et al., 2013).


60 A Floresta Amazônica e a Mata Atlântica estão bem representadas pela família, que é constituída por espécies arbóreas ou arbustivas que se encontram em diversas formações florestais, incluindo florestas de brejos e florestas ripárias. Muitas têm importância econômica por causa do potencial madeireiro e à extração de óleos essenciais, porém a extensa exploração da madeira por indústrias moveleiras, o desmatamento e a perda de qualidade do hábitat são as principais ameaças às espécies de meliaceae, especialmente àquelas com distribuição restrita. As madeiras de Cedrela odorata L. (cedro) e Swietenia macrophylla King (mogno) estão dentre as mais comercializadas e valorizadas do mundo, sendo exploradas há mais de 200 anos, muitas vezes de maneira ilegal. Trichilia é o gênero mais representativo no país, com mais espécies ameaçadas pela perda de hábitat, algumas naturalmente raras e, deste modo, mais suscetíveis aos efeitos da degradação ambiental (SAKURAGUI et al., 2013).

3.5.9.1. Trichilia quadrijuga (Breu maxixe)

Em um estudo que buscou definir os padrões gerais e a sazonalidade de floração e frutificação de uma comunidade em duas áreas de floresta na Amazônia Maranhense, em uma área não perturbada e outra submetida à corte seletivo. Nesse estudo foram analisadas a floração e a frutificação de 89 espécies arbóreas, de agosto de 1994 a junho de 1996 (MUNIZ, 2008). Dentre essas espécies foi encontrada a espécie Trichilia quadrijuga Kunth que apresentou floração durante o mês de outubro. Que tem por mecanismo de dispersão a zoocoria, fazendo parte do dossel em ambiente de mata nativa (MUNIZ, 2008).

Tabela 8 - Padrões de floração e frutificação de árvores da Amazônia maranhense Acta amazônica. Posição Família no Ambiente Espécie Floração Frutificação Dispersão dossel Trichilia Mata Meliaceae quadrijuga Out. Zoocoria Dossel nativa Kunth


61 3.5.10. Família moraceae

Essa família agrupa 37 gêneros e 1.150 espécies com uma distribuição predominantemente tropical, certas espécies estendem se para regiões temperadas. Ocorrendo 19 gêneros e 200 espécies, no Brasil, dentre as quais 32% são endêmicas. Suas espécies apresentam ampla diversidade na arquitetura da inflorescência, desde tipos arquiteturais mais simples como cachos até mais complexos como as que são vistas nos caiapiás (Dorstenia, cenanto) e nas figueiras (Ficus, sicônio). As moraceae desempenham um papel importante na estrutura e composição das florestas tropicais, sobretudo suas espécies arbóreas, que são mais representativas na Região Amazônica e costa Atlântica (NETO et al., 2013). Prefere ambientes úmidos, sombreados e solos com serapilheira em abundância. A enorme perda de hábitats e a extrema fragmentação dos remanescentes são as principais ameaças para o grupo nos dias atuais. Das 200 espécies citadas para o Brasil, nove são consideradas ameaçadas (NETO et al., 2013).

3.5.10.1. Castilla ulei (Caucho)

Conhecido por caucho ou caucho branco é uma planta dioica que alcança entre 20 m a 30 m de altura com um DAP de até 70 cm. A copa é arredondada. Os ramos são pouco ramificados e longos. O fuste é cilíndrico e reto, com raízes tabulares (sapopemas), pouco destacadas. Possui bastante látex que se oxida a creme obscuro. As folhas são simples, altenas, dísticas, pubescente. As flores femininas são globosas com perianto carnoso. Os frutos são pseudobaga, pequeno, de cor amarela alaranjada ao amadurecer, de sabor doce e agradável, contendo três ou mais sementes (MOSTACEDO et al., 2003). Encontra-se quase que exclusivamente na região amazônica. É uma espécie decídua, demandante de luz, característica de matas secundaria. Crescendo em solos pobres, vermelhos e ácidos, em terrenos bem drenados. Normalmente floresce em agosto e seus frutos amadurecem de setembro a novembro, quando a planta esta desfolhada. Os frutos são comestíveis e de importância para aves e mamíferos (MOSTACEDO et al., 2003).


62 3.5.10.2. Ficus maxima (Gameleira)

Planta lactescente, de 8 m a 25 m de altura, alcança diâmetro máximo de 60 cm. Possui raízes tabulares (sapopemas) na base e a casca apresenta fissuras longitudinais.

As folhas são dispostas em espiral. Pecíolo com 1-10 cm de

comprimento; lamina elíptica, ovalada ou oblonga, ápice agudo a acuminado, face superior lisa e inferior áspera a quase glabro, nervuras levemente elevada em ambas as faces. Sicônios axilares solitários, globosos de 1-2,8 cm de diâmetro, pedúnculo de 6-22 mm de comprimento (BERG & SIMONIS, 2000, TODZIA, 2001). Esta distribuída desde o México até as Antilhas Maiores e desde a América Central a bacia do Amazonas e nas Guianas, quase sempre em matas ciliares (BERG & SIMONIS, 2000). Durante as pesquisas quanto à ecologia, aproveitamento e manejo sustentável de nove espécies geradoras de produtos madeireiros e não madeireiro no departamento do Amazonas na Colômbia. Foi verificado no conhecimento detido pelos entrevistados sobre os processos de floração e frutificação de Ficus maxima, que esses dois processos são registrados ao longo do ano (ARBOLEDA et al., 2007).

Tabela 9 - Porcentagem de entrevistados e os meses observados com floração e frutificação. E os meses em que se utiliza a Ficus maxima. Meses Descrição Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez % de pessoas que mencionaram que a espécie 12,2 16,3 16,3 12,2 10,2 91,8 8,2 8,2 16,3 6,1 6,1 16,3 esta em estado reprodutivo % de pessoas que utilizam a 33,3 25 29,1 29,1 47,9 37,5 31,2 37,5 29,1 31,2 27 27 espécie Fonte: (ARBOLEDA et al., 2007).

Também se pode observar a fenologia de F. máxima em um estudo realizado no Parque Ecológico João Vasconcelos Sobrinho, situado a 12 km do município de Caruaru/PE, Agreste de Pernambuco, onde os resultados são apresentados na tabela 8.


63 Tabela 10 - Dados fenológicos de espécie arbórea do Parque ecológico João Vasconcelos Sobrinho, no período de maio de 1998 a maio de 2001. Queda Família/ Modo de Floração Frutificação de Brotamento Ocorrência Espécies dispersão folhas Ficus ano cf.maxima set/out nov/jan ano todo Raro. Zoocoria todo P. Miller Fonte: SOUZA, 2003.

3.5.11. Família olacaceae

A

família

Olacaceae

esta

composta

por

arbustos,

árvores,

liana/volúvel/trepadeira que são nativas. Está distribuída no Norte (AC, AM, AP, PA, RO, RR, TO), Nordeste (AL, BA, CE, MA, PB, PE, PI, RN, SE),Centro-oeste (DF, GO, MS, MG), Sudeste (ES, MG, RJ, SP) e Sul (PR, RG, SC). Com domínio fitogeográfico na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. No Brasil são encontrados 12 gêneros sendo uma endêmica e 53 espécies dentre as quais 21 são endêmicas (ROSSI, 2011). De acordo com Sleumer (1984) a família Olacaceae Mirb. ex DC. encontrava se constituída por cerca de 27 géneros e 180 espécies, com ampla distribuição, ocorrendo principalmente nas regiões tropicais e subtropicais das Américas, África, Ásia e Oceania. É um grupo que possui uma grande diversidade em sua morfologia vegetativa (principalmente das folhas) e reprodutiva, como a soldadura das pétalas, o tipo de ovário e a relação do número estames/pétalas. A ausência de uma uniformidade de caracteres dificulta a identificação das espécies, constituindo-se em um dos problemas para a sistemática do grupo. A família possui árvores eretas armadas ou inermes. As folhas são simples, alternas, integras. As inflorescências axilares e terminais em racemos, panículas, fascículos, subumbelas. Os fruto são drupáceo ou pseudo-drupáceo, livre ou adnato ao cálice; com 1 semente (CABRAL & AGRA, 1999).


64 3.5.11.1. Aptandra tubicina (Castanha de cutia)

Aptandra tubicina (Poepp.) Benth. ex Miers. tem forma de vida arbórea, não sendo endêmica do Brasil está distribuída no Norte (AC, AM, PA, RO), Nordeste (BA) e Centro-oeste (MT). Tem domínio fitogeográfico na Amazônia e Mata Atlântica. Sendo popularmente conhecida no Acre por castanha de cutia (ROSSI, 2011). Salgado (2007) diz que Aptandra tubicina (Poepp.) Benth. ex Miers. é conhecida por Cotoma, moena, chuchuhuasha, huarmi - huarmi, naranjo caspi. e encontra-se distribuída na baixa Amazonía; sendo utilizada contra a Lepra. Chamada de castanha-de-cotia a Aptandra tubicina é uma árvore com 22 m de altura e 80 cm de diâmetro, característica de floresta de terra firme. Utiliza-se principalmente o endosperma dos frutos que são consumidos in natura (QUEIROZ & FERREIRA).

3.5.12. Família rubiaceae

A família Rubiaceae é a quarta maior família do grupo das Angiospermae, apresentando por volta de 650 gêneros e 13.000 espécies, disseminadas especialmente nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, tendo poucos representantes nas áreas temperadas e frias. As espécies desta família são fáceis de serem reconhecidas por exibirem folhas simples, opostas e estipulas interpeciolares. Encontra-se 139 gêneros no Brasil, e 1.477 espécies reconhecidas, sendo localizada em todos os biomas e estados (BARBOSA et al., 2012), é correspondente a uma das principais famílias da flora, acontecendo como um importante elemento em quase todas as formações naturais (DELPRETE; JARDIM, 2012). Em um estudo realizado na cidade de Catalão-GO, de maio de 2010 a maio de 2011, no Parque Municipal do Setor Santa Cruz, em um fragmento de 29 hectares que teve por objetivo avaliar a fenologia reprodutiva e as síndromes de polinização e dispersão de um sub-bosque de Mata Seca Semidecídua, onde pode se observar três famílias: Acanthaceae, Piperaceae e Rubiaceae. A coleta dos dados fenológicos foi semanal utilizando um transecto de 1000 m. Para as síndromes, foi observado à morfologia de flores e frutos, e estes dados foram relacionados aos de fenologia (FERREIRA & CONSOLARO, 2013).


65 A floração da família Rubiaceae concentrou-se na estação chuvosa, novembro de 2010 a janeiro de 2011, com o pico em dezembro (54,81%). Já a frutificação ocorreu durante 11 meses, apresentando alta intensidade de frutificação durante todo o período da fenofase e alcançando o pico de frutificação em março de 2011. A fenofase não foi observada apenas nos meses novembro e dezembro de 2010 (estação úmida). Durante os estudos foram identificado que as espécies de Rubiaceae encontraram-se vinculadas às síndromes de polinização melitofilia (polinização por abelhas), psicofilia (borboleta) presente em uma espécie de Rubiaceae. A síndrome de dispersão ligada a todas as espécies de Rubiaceae foi a ornitocoria (aves). De modo geral as síndromes de polinização se manifestaram de forma heterogênea ao longo do ano (FERREIRA & CONSOLARO, 2013). Outro estudo realizado na floresta atlântica no sudeste do Brasil, sobre fenologia de Rubiaceae do sub-bosque foi constatado que durante a maior parte do ano houve floração das espécies estudadas, não havendo floração apenas no mês de agosto. Já a maior porcentagem de espécies com botão ocorreu em três meses no decorrer do estudo: fevereiro/97, novembro/98 e janeiro/98, com 70% das espécies com botão. Os padrões fenológicos de frutificação das espécies de Rubiaceae estudadas exibiram frutos imaturos durante todo o período de estudo. A maior porcentagem de espécies com frutos imaturos (80% a 90%) ocorreu nos períodos de março a junho/97 e em dezembro/97 a janeiro/98. A menor porcentagem de espécies com frutos imaturos foi 40%, ocorrendo em dezembro/96 a

janeiro/97

e

entre

setembro/97

e

novembro/97

(MARTIN-GAJARDO

&

MORELLATO, 2003). Nos padrões fenológicos vegetativos a queda de folhas das espécies observadas de Rubiaceae foi contínua, com mais de 80% das espécies apresentando esta fenofase ao longo de todo período de estudo. A maior porcentagem de indivíduos com queda de folhas ocorreu no mês abril (95% dos indivíduos) e a menor foi em dezembro/97, com 38% dos indivíduos. E a produção de folhas também foi contínua ao longo do ano. Em todos os meses mais de 70% das espécies apresentaram brotos foliares, excetuando-se o mês de janeiro/97, com 55% das espécies brotando. O maior número de indivíduos apresentando essa fenofase ocorreu nos meses mais quentes do período de estudo, entre fevereiro e março/97

e

em

janeiro/98,

com

66%

e

72%

dos

respectivamente (MARTIN-GAJARDO & MORELLATO, 2003).

indivíduos

brotando,


66 A família apresenta grande importância econômica, como por exemplo, o café (espécies de Coffea L.), quinino (Cinchona spp.), que é uma droga usada no tratamento da malária; ipeca (Carapichea ipecacuanha Brot. L. Andersson), usada como amebicida, emética e expectorante; dentre varias espécies ornamentais dos gêneros Asperula L. f., Galium L., Gardenia L., Hamelia Jacq., Houstonia L., Ixora L., Mussaenda L., Pentas Benth., Randia L., Rondeletia L., dentre outras (HEYWOOD et al., 2007). Com a exploração comercial e as coletas insustentáveis pode levar a redução populacional e desta maneira aumentar os riscos de extinção dessas espécies. Além desses riscos, muitas espécies da família enfrentam ameaças como o desmatamento, à degradação e fragmentação de seus habitats, as queimadas, a ocupação desordenada do solo, o uso indiscriminado de recursos naturais e o crescimento urbano desordenado (ZAPPI et al., 2013).

3.5.12.1. Calycophyllum sp. (Mulateiro)

Como Calycophyllum sp. não foi identificada a nível de espécie no inventário florestal é provável que seja Calycophyllum spruceanum conhecido por mulateiro, é uma planta que alcança entre 20 m a 35 m de altura e diâmetro de 0,7-1,8 m. O tronco é liso e retilíneo que se ramifica apenas no ápice; a casca é fina e esverdeada quando nova; descama anualmente em longas tiras. As folhas são simples, opostas; o ápice é agudo ou obtuso. As flores são agrupadas em cimeiras triflorais; aromáticas, branco esverdeadas, hermafroditas. O fruto é uma cápsula elipsoidal deiscente. As sementes são numerosas possuindo em torno de 4 mm de comprimento e 0,8 mm de largura e apresentam coloração parda escura; são aladas em ambas as extremidades (ALMEIDA, 2004). De ocorrência da região amazônica é uma planta perenifólia, heliófita e higrófita. Acontecendo principalmente condicionada à dinâmica dos rios, em praias de várzeas, florestas de solos argilosos e nas áreas de regeneração natural aparecem associadas a outras espécies de característica pioneira. O mulateiro é ainda conhecido por pau-mulato-da-várzea, pau-mulato, mulateiro-da-várzea, escorrega-macaco, pau-marfim e capirona. No gênero Calycophyllum ainda são encontradas outras espécies que têm a casca e o lenho semelhantes sendo também chamados de pau-mulato ou mulateiro (ALMEIDA, 2004).


67 Por ano o mulateiro produz abundante quantidade de sementes, que são facilmente dispersas pelo vento. A floração no Acre acontece nos meses de abril a junho (que é o final da época chuvosa) e frutificam de agosto a setembro (sendo na época de estiagem). (ALMEIDA, 2004). O mulateiro apresenta a madeira moderadamente pesada, dura, de coloração branco-pardacenta, resistente à deterioração é de fácil trabalhabilidade. Planta muito ornamental que pode ser utilizada para cercas vivas além de ser recomendada em plantios mistos de recuperação de áreas ciliares degradadas (ALMEIDA, 2004). Segundo Lorenzi (2008), sua madeira tem densidade de 0,78 g/cm³ e é utilizada para marcenaria, esquadrias, cabos de ferramentas, artigos torneados, compensados, etc. Vindo a florescer nos meses de junho a julho e os frutos amadurecer de outubro a novembro. Pelo fato das sementes serem pequenas e aladas os frutos devem ser coletados do pé, quando estes estiverem a presentando cor avermelhada e antes que as valvas se abram, devendo ser colocados e transportados em sacos de ráfia para que não haja excesso de umidade. Para o beneficiamento das sementes os frutos são postos espalhados, em local arejado, seco e na sombra, é recomendado cobri-los com uma tela fina para evitar que as sementes sejam carregadas pelo vento (ALMEIDA, 2004). As sementes provavelmente são ortodoxas, portanto podem ser guardadas em embalagens impermeáveis por no mínimo 12 meses. A germinação é epígea. Tem necessidade de luz e temperatura entre 15 e 33ºC para germinar. Em condições ótimas de germinação levam de 6 a 7 dias para nascer e a taxa de germinação para sementes recém-colhidas esta entre 60 e 70% (ALMEIDA, 2004). A produção das mudas no viveiro pode ser realizada em sementeira, usando terra vegetal como substrato, as sementes são semeadas em cima do substrato e apenas cobertas por uma finíssima camada de substrato peneirado. Para que as sementes não saiam do lugar é recomendado por um saco de estopa em cima da sementeira até as plântulas começarem a nascer. As mudas devem ser repicadas para embalagens individuais quando estas atingirem entre 4 a 6 cm de altura. As mudas ficam prontas para plantio definitivo por volta de 7 a 8 meses depois de repicadas (ALMEIDA, 2004).


68 3.5.13. Família rutaceae

Esta família está representada em 160 gêneros, e por volta 1.900 espécies que ocorrem em maior abundância nas regiões tropicais e subtropicais. Tendo como característica a presença de pontuações translúcidas nas folhas. No Brasil encontrase 33 gêneros, cinco endêmicos, e 193 espécies, dentre as quais 106 são restritas ao país (PIRANI, 2009). A maior diversidade se encontra na Amazônia e Mata Atlântica, sendo plantas lenhosas que vivem, maiormente em Florestas Ombrófilas da Amazônia e da costa atlântica, contudo algumas configuram maior abundância em Florestas Estacionais Semideciduais. No geral são de ocorrência da submata, e também podem ser plantas de grande porte e fornecer madeira comercialmente útil. Determinados gêneros são bem diversificados em florestas apresentando uma ou algumas espécies que vivem em formações abertas ou secas (Cerrados, Campos, Caatingas). Zanthoxylum rhoifolium Lam. é uma espécie bem comum e das mais largamente difundidas em todo o país, ocorre em várias formações vegetais, abrangendo formações secundárias, ao contrario de outras que são restritas a hábitats específicos ou a territórios pouco extensos (como é o caso de vários Conchocarpus), pela Conservação Internacional estão catalogadas como raras 28 espécies (PIRANI, 2009). Dentre ameaças às espécies brasileiras estão à destruição e a diminuição de hábitats, principalmente nos casos das espécies de distribuição restrita, e o histórico de exploração predatória intensiva, visto que algumas espécies fornecem madeira de boa qualidade, tais como o pau-marfim (Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.), e o pau-amarelo (Euxylophora paraensis Huber) (PIRANI et al, 2013).

3.5.13.1. Zanthoxylum pterota (Espinheiro)

Zanthoxylum pterota é sinônimo científico de Zanthoxylum fagara (L.) Sarg.(PIRANI, 2009) conhecida como espinheiro ou unha-de-gato. Ocorrendo na Amazônia (Revilla, 2002) é recomendada para restauração, arborização urbana Z. fagara é uma planta que varia com uma altura de 2 e 18 metros. No campo é facilmente reconhecida por ser arvoreta com copa rala, irregular, tronco densamente


69 aculeado e quando os ramos são cortados exalam um aroma forte e desagradável (terebentina). A madeira é pesada e dura, sendo utilizada na construção civil, marcenaria, carrocerias. Florescendo de abril a outubro, tem inflorescência mais expressiva de abril a setembro e podendo ser encontrada com frutos praticamente todos os meses do ano frutificando de janeiro a dezembro (PIRANI, 2002). Ou ainda pode ser mostrada a fenologia de Zanthoxylum rhoifolium que pertence ao mesmo gênero. E de acordo com Lorenzi (2002) esta espécie ocorre em todo o país e é conhecida como tembetari, mamica-de-porca, mamiqueira, juva, juvevê,

jubebê,

espinho-de-vintém,

tamanqueira,

dentre

outros,

tem

sua

inflorescência durante os meses de outubro e novembro com seus frutos maturando de março a junho.

3.5.14. Família Sapotaceae

A família Sapotaceae abrange 58 gêneros e 1.250 espécies, de ocorrência das regiões tropicais e subtropicais da África, Australásia e América do Sul (PENNINGTON, 1990; SWENSON et al., 2005, 2008; ALVES-ARAUJO; ALVES, 2012). É uma das oito famílias com maior riqueza de espécies nos ecossistemas tropicais situados entre a Costa Rica e o Peru (SWENSON et al., 2008). Está representada no Brasil por 11 gêneros e 231 espécies, das quais 104 são endêmicas. Está representada em todos os domínios brasileiros, e possui maior riqueza especifica na Região Amazônica, com 171 espécies (CARNEIRO; ALMEIDA JR.; ALVES-ARAÚJO, 2012). As espécies de Sapotaceae ocorrentes no Brasil são árvores de médio à grande porte ou arbustos, latescentes, que são polinizadas por abelhas, vespas, borboletas, besouros, moscas e pássaros – algumas espécies com antese noturna são polinizadas por morcegos e mariposas (BAWA, 1990; PENNINGTON, 1990; GOMES et al., 2010), e dispersadas por pássaros, macacos, morcegos, marsupiais, peixes e pequenos roedores (PENNINGTON, 1990). Sua importância econômica é especialmente pela madeira de qualidade usada na construção civil, ao látex usado na produção de gomas, e aos frutos carnosos adocicados sendo comercializados e consumidos pelo homem e por animais (PENNINGTON, 1990). No livro vermelho da flora do Brasil (2013), diz que muitas espécies dessa família são empregadas para arborização e reflorestamento em áreas destinadas a preservação.


70 3.5.14.1. Manilkara paraensis (Maçarandubinha)

Manilkara paraensis de ocorrência em áreas de floresta Amazônica, tem registros no Pará e em trechos do Maranhão. Conhecida por maçarandubinha é uma planta que alcança por volta dos 35 m de altura com folhas alternas, dispostas no ápice do ramo, margem inteira, folhas jovens com indumento ferrugíneo (às vezes com brilho acinzentado), cartácea, nervura central superior impressa, glabra, estrias paralelas às nervuras secundárias, 14 a 17 pares de nervuras secundárias. A inflorescência em fascículo, axilar. O fruto elípsóide a globoso, glabro, esverdeado. Semente não observada (ALMEIDA JR & ZICKEL, 2010). A M. paraensis pode ser caracterizada pelo tamanho (5,9-8,7 x 2,0-3,0 cm), forma da folha (oblanceolada, oblonga, elíptica) e estaminódio unicamente bífido. Entretanto pode ser confundida com M. cavalcantei por causa da forma da folha e face inferior amarelo esbranquiçada, porém difere-se de M. paraensis pelo estaminódio com lobo indiviso (ALMEIDA JR & ZICKEL, 2010). Quanto a sua fenologia foi possível observar registro de floração nos meses de junho, setembro e outubro; mas não houve registro de coleta da espécie com fruto (ALMEIDA JR & ZICKEL, 2010).

3.5.14.2. Pouteria bilocularis (Abiurana) Pouteria bilocularis (H.K.A.Winkl.) Baehni – Até então, no Brasil acontecia apenas em florestas da região amazônica, e também em áreas de florestas de outros países como Guiana, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. A Pouteria bilocularis coletada pela primeira vez em Itacaré na Bahia, em área de Mata Atlântica, apresentou em julho flores e frutos (QUEIROZ & CARNEIRO).

3.5.14.3. Pouteria sp. (Abiurana rosa)

A Pouteria sp., não foi identificada a nível de espécie portanto será mostrada a fenologia de quatro espécies do mesmo gênero. Pouteria caimito conhecida por abiu, caimito, abiurana, abiurana-acariquara, abiurana-do-caranazal e abiurana-vermelha que tem sua distribuição natural incerta


71 pelo fato de seu intenso cultivo, contudo, coleções nativas são registradas para Amazônia Central e costa sudeste do país. Tendo sua fenologia distinta para cada região, florescendo na costa sudeste de dezembro a janeiro e de agosto a novembro na Amazônia. Amadurecendo os frutos de 2 a 3 meses depois da inflorescência (LORENZI, 2009). Pouteria macrophylla de ocorrência da região amazônica na mata pluvial e, na sua transição para a campina e cerrado (mata semidecídua) no Mato Grosso. É conhecida por cutite, abiu-cutite, abiurana, abiurana-cutitiribá, acara-ubá, cortiça, juturuba, taturuba e sapotilha tem sua inflorescência durante os meses de junho a agosto com os frutos amadurecendo de outubro a janeiro (LORENZI, 2009). A Pouteria ramiflora chamada de leiteiro, abiu, abiu-carriola, massaranduba, massaranduba-vermelha, dentre outros nomes é de ocorrência da região centro sul e amazônica, principalmente na floresta latifoliada semidecídua. Tem sua inflorescência de agosto a outubro e seus frutos maduram de janeiro a fevereiro (LORENZI, 2002). E a Pouteria torta conhecida por abiu-piloso, curiola, guapeva, acá, guapeba, cabo-de-machado, pêssego-do-mato, curiola e abiurana é ocorrente da região amazônica até o Rio de Janeiro e nos estados de (MG, GO, BH, SP, PR) nas florestas semidecídua e pluvial. Florescendo de outubro a novembro e seus frutos madurecem de dezembro a janeiro (LORENZI, 2002).

3.5.15. Família Urticaceae

A família Urticaceae, pode ser reconhecida pela presença de látex translúcido, por varias vezes mucilaginoso, compreendendo espécies herbáceas a arbórea como, por exemplo, as urtigas e embaúbas. Exibem flores de tamanho reduzido, estames curvos ou retos no botão e fruto do tipo aquênio. Alguns gêneros têm tricomas urticantes. As inflorescências são distintas desde cachos até espigas. Agrupa por volta de 49 gêneros e aproximadamente 2.000 espécies dispersas nas regiões tropical e subtropical, sendo mais raras em regiões temperadas (NETO et al., 2013). Ocorrendo 13 gêneros e 101 espécies no Brasil, dentre as quais 24 são endêmicas do nosso País. A maior diversidade encontra-se na Amazônia e Mata


72 Atlântica, onde habitam especialmente locais úmidos. A Mata Atlântica está representada por 11 gêneros e 41 espécies, das quais 11 são endêmicas, encontram-se cinco espécies ameaçadas neste bioma. E na Amazônia, a família está representada por 10 gêneros e 67 espécies, das quais 43 são endêmicas, no entanto nenhuma dessas ainda não se encontra em categoria de ameaça (NETO et al., 2013).

3.5.15.1. Pourouma sp. (Torém amarelo)

Pourouma sp. por não ter sido foi possível ser identificada a nível de espécie no inventário florestal é provável que seja Pourouma guianensis conhecido por torém, é uma planta perenifólia, heliófila, pioneira, de ocorrência da região amazônica especialmente de terra firme tem sua floração nos meses de agosto a setembro e seus frutos que são drupas ovoides atingem a maturação nos meses de novembro a dezembro servindo de alimentação para a fauna. A madeira é leve com 0,33-0,38 g/cm³ utilizada na produção de polpa celulósica, além de confecção de brinquedos, palitos, caixas e pequenas embalagens, ademais a árvore é recomendada para a composição de reflorestamento e pode ser utilizada também como planta ornamental (LORENZI, 2009). O torém apresenta uma altura entre 10 m a 30 m, com troco cilíndrico e casca quase lisa. As folhas têm forma variável, inteiras, com 3 a 5 lobos, e a base leve ou profundamente cordada ou às vezes arredondada. A inflorescência masculina (estaminada) globosa e feminina (pistilada) ramificada. Seu fruto aquênio ovoide a elipsoide, de 2 cm a 2,5 cm de diâmetro, vináceo, contendo uma única semente (GAGLIOTI, 2011). Para se ter conhecimento da emergência de plântulas de torém em função do substrato foi realizado um estudo no viveiro de produção de mudas no Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (UFAC). As sementes utilizadas foram colhidas de matrizes existentes no mesmo local da instalação do experimento, no mês de novembro de 2009. No geral o tempo médio de emergência das sementes foi elevado em todos os substratos para apenas 8% de emergência. Tendo-se variado de 81 dias no substrato de resíduo de açaí até 85 dias no substrato de areia e havendo maior demora no substrato de Plantmax® com 115 dias (Maranho & Paiva, 2012).


73 4

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As famílias abrangidas pelas espécies que apresentaram maior IVI no inventário realizado as margens do rio Purus nas cidades de Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus, são de grande ocorrência do domínio fitogeográfico da Amazônia e Mata Atlântica. As informações fenológicas sobre as famílias no geral são insuficientes. Sendo encontradas, maiormente as características gerais de cada família. Dentre as 15 famílias presentes no estudo, Arecaceae e Fabaceae foram as duas que mais se destacaram estando cada representada por 8 espécies, como podemos ver a representação de cada família na figura 8.

Família por % de Espécie Sapotaceae 5% Rutaceae Rubiaceae 5%

Urticaceae Annonaceae 3% 8%

Apocynaceae 2%

3% Olacaceae 3%

Moraceae 5% Meliaceae 3%

Arecaceae 20%

Malvaceae 5%

Lecythidaceae 8% Lauraceae 5%

Euphorbiaceae 5% Fabaceae 20%

Figura 8 - Porcentagem de espécies por família. No decorrer das pesquisas pode ser observado que as características fenológicas mais estudadas são a época de floração e frutificação das espécies. Sendo mais difícil ser encontrados estudos fenológicos das fenofases de brotamento foliar e queda foliar por exemplo.


74 De acordo com os estudos realizados sobre as 39 espécies pesquisadas, pode se observar que 23 encontram-se descrita com informações, fenológicas na literatura, embora que no meio das quais 3 espécies apresentem apenas informação sobre a floração. As espécies conhecidas popularmente por mulungu, urucuri, castanharana e espinheiro apresentaram sinonímia botânica. Deste modo foram utilizadas as características e informações fenológicas de suas respectivas sinonímias. Já a ingá dura (Pithecellobium sp) que também apresentou sinonímia botânica de seu gênero, foi utilizada mais de uma espécie com sua sinonímia botânica para representa-la. Na literatura consultada as informações fenológica sobre 11 espécies encontram se escassas. E para que se tenha uma ideia da época em que estas espécies encontrem se frutificadas foi amostrado aspectos fenológicos de outras do mesmo gênero e que ocorrem no mesmo domínio fitogeográfico. A espécie Aptandra tubicina é uma espécie pouco estudada não sendo possível achar a fenologia de outra espécie do mesmo gênero, tendo unicamente sido possível obter-se algumas características da espécie no site da flora do Brasil, como sua distribuição e domínio fitogeográfico. Na figura 9 podemos ver em porcentagem a quantidade de espécie por informação fenológica, podemos observar que a maioria das espécies estudadas possui estudos sobre sua fenologia.

% N° de Espécie/Fenologia 2% Espécie com fenologia própria 26% Espécie com sinonímia botânica

59% 13%

Espécie com fenologia de outras Espécie sem fenologia

Figura 9 - Porcentagem do número de espécie pela fenologia.


75 Nas tabelas 11 e 12 respectivamente para os municípios de Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano, será amostrado a época das fenofases de floração e frutificação somente para as espécies que aparecem na literatura com seus respectivos estudos, entrando também as espécies que apresentaram sinonímia botânica. Essas tabelas são as tabelas Apitadas do Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, que contém as espécies com nome vulgar e cientifico que foram incluídas, duas colunas após as pesquisas para incluir os dados fenológicos das espécies que apresentaram fenologia própria.

Tabela 11 - Dados fenológicos das espécies de Santa Rosa do Purus que apresentaram pesquisas. Dados Fenológicos Nome Nome Forma No Família Científico popular de Vida Flora Frutifi ção cação FabaceaeInga sp. 1 Ingá Arbóreo mimosoideae Hevea Ago.Abr.2 Euphorbiaceae Seringueira Arbóreo brasiliensis Nov. Mai. Iriartea Mar.3 Arecaceae Paxiubão Palmeira Mai. deltoidea Abr. Jan.Jan.Astrocaryum Fev./ Mai./ 4 Arecaceae Murmuru Palmeira ulei Mai.Set.Dez. Dez. Alexa FabaceaeOut.Nov.5 Melancieira Arbóreo grandiflora faboideae Nov. Dez. Jun., Manilkara Maçarandu 6 Sapotaceae Arbóreo Set., paraensis binha Out. Calycophyllum Abr.Ago.7 Rubiaceae Mulateiro Arbóreo sp. Jun. Set. Dialium FabaceaeNov.Fev.8 Tamarindo Arbóreo guianense caesalpinioideae Mai. Out. Fev.Mar.Euterpe Açaí Mar./ Jun./ 9 Arecaceae Palmeira precatoria solteiro Jul.Jul.Jun. Out. Anona sp. 10 Annonaceae Ata brava Arbóreo -


76

Ficus maxima

11

Moraceae

12

Rutaceae

13

Malvaceae

14

Fabaceaecaesalpinioideae

Zanthoxylum pterota Ceiba pentandra Cassia fastuosa

15

Lecythidaceae

Lecythis sp.

16

Sapotaceae

Pouteria sp.

17

Lecythidaceae

Eschweilera sp.

18

Euphorbiaceae

Sapium sceleratum

19

Annonaceae

Ephedranthus amazonicus

Ano todo/ Nov.Jan. Jan.Dez. Out.Nov.

Gameleira

Arbóreo

Espinheiro

Arbóreo

Sumaúma branca

Arbóreo

Bajão

Arbóreo

-

-

Arbóreo

Out.Jan.

Jan.Mar.

Arbóreo

-

-

Arbóreo

-

-

Arbóreo

-

-

Arbóreo

Jan.Abr./ Set.Jan.

Abr.Mai./ Ago.Set./Jan .

-

-

Castanhar ana Abiurana rosa Ripeiro vermelho Burra leiteira Envira Preta

Pithecellobium FabaceaeIngá dura Arbóreo mimosoideae sp. Fonte: Apitada do Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, Acre 2011. 20

Ano todo/ Set.Out. Abr.Out. Ago.Set.

Tabela 12 - Dados fenológicos das espécies de Manoel Urbano que apresentaram pesquisas. Dados Fenológicos Nome Forma No Família Especia Vulgar de Vida Flora Frutifi ção cação Ocotea Louro Mar.1 Lauraceae Arbóreo Set.-Dez. glomerata abacate Jun. Pouteria 2 Sapotaceae Abiurana Arbóreo Jul. Jul. bilocularis Attalea Dez.- Jul.-Agos./ 3 Arecaceae Jaci Palmeira butyracea Jan. Mar.-Mai. Castilla ulei 4 Moraceae Caucho Arbóreo Ago. Set.-Nov. Castanha Aptandra 5 Olacaceae de Arbóreo tubicina Cutia


77

6

Arecaceae

Astrocaryum ulei

Murmuru

Arbóreo

7

Malvaceae

Theobroma cacao

Cacau

Arbóreo

8

Arecaceae

Bactris gasipaes

Pupunha

Palmeira

9

Lauraceae

Toarí

Arbóreo

10

Lecythidaceae

Tauari

Arbóreo

11

Fabaceaefaboideae

Erythrina glauca

Mulungu

Arbóreo

12

Arecaceae

Attalea excelsa

Urucuri

Palmeira

13

Apocynaceae

Aspidosperma auriculatum

14

Meliaceae

Trichilia quadrijuga

Carapan aúba Amarela Breu maxixe

15

Fabaceaemimosoideae

Parkia sp.

Angico

16

Arecaceae

Aiphanes sp.

17

Fabaceaefaboideae

Erythrina sp.

18

Urticaceae

Pourouma sp.

19

Arecaceae

Euterpe oleracea

Ocotea myriantha Couratari macrosperma

Pupunha brava Mulungu de capoeira Torém amarelo Açaí

Annonaceae

-

Jan.-Mai./ Set.-Dez. Abr.-Set. Dez.Jul. -

Jul.Out. Mai.Set. Ano todo

A partir de Nov.

Arbóreo

-

-

Arbóreo

Out.

-

Arbóreo

-

-

Palmeira

-

Dez.-Mar.

Arbóreo

-

-

Arbóreo Palmeira

Xylopia Envira Arbóreo benthami amarela Fonte: Apitada do Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, Acre 2011. 20

Jan.Fev./ Mai.Dez. Dez.Abr. Ago.Dez.

Ago.Set. Set.J an. Jul.Out.

-

Ano todo

Nov.-Dez. Jul.-Dez. -

A maioria dos estudos encontrados sobre as espécies pesquisadas não são da região. Por esse motivo corre o risco dos dados fenológicos obtidos de outra região não corresponderem à mesma época dos acontecimentos fenológicos das espécies de nossa região.


78 Durante as pesquisas o autor que mais se destacou pela quantidade de espécies estudadas foi Harri Lorenzi. O autor apresenta de forma sucinta as informações sobre cada espécie abordada: seus nomes populares, sua sinonímia botânica (quando têm), suas características morfológicas, ocorrência, densidade e utilidade da madeira, informações ecológicas, fenologia, obtenção de sementes e a produção de mudas. Porém ainda há muitas espécies sem informação. Para se resumir as informações fenológica encontradas sobre as espécies foi montada a tabela 13 que contém os dados de floração e frutificação de todas as espécies abordadas no estudo.


79

Tabela 13 - Dados fenológicos das espécies pesquisadas. Família Espécie Anona sp. Annona mucosa Annona squamosa Annonaceae

Floração -

Frutificação -

Referência -

Jul.-Set

Dez.-Abr.

Lorenzi, 2009

-

Jan.-Abr./ Fev.Mar.

Pellinson et al., 2005

Mai.-Set.

Apocynaceae

Arecaceae

Ephedrandus amazonicus

Jan.-Abr./Set.-Jan.

Xylopia benthami Aspidosperma auriculatum Aspidosperma discolor Aspidosperma spruceanum Aiphanes sp. Astrocaryum ulei Attalea butyraceae

Jul.-Out. Set.-Out. Jul.-Set. Jan.-Fev./Mai.-Dez. Dez.-Jan. Pico máx.(Abr.) e mín. (Dez.-Jan.). Abr.-Mai. Ago.-Dez .

Attalea exelsa (Attalea phalerata)

Bactris gasipaes

Euterpe oleracea

Mai.-Set. Abr.-Mai./Ago.Set./Jan. Ago.-Set. Ago.-Set. Dez.-Mar. Jan.-Mai./Set.Dez. Jul.-Ago./Mar.-Mai. Picos (Dez.-Fev./ Fev.-Abr.). Ago.-Nov. Dez.-Jul.

Ago.-Nov.

Set.-Mar.

Set.-Jan. -

Jul.-Dez. Jul.-Dez.

Oliveira & Sales, 1999 Carmo & Webber, 1998 Webber, 1996 Lorenzi, 2002 Lorenzi, 2009 Ferreira, 2005 Sousa et al., 2004 Olivares & Galeano, 2013 Fava et al., 2009 Reys et al., 2005 Lorenzi, 2002 Manual de sementes da Amazônia, 2005 Lorenzi, 2002 Shanley, 2005


80

-

Mar.-Jun./ Jul.-Out.

Fev.-Mar./ Jul.-Jun. Mar.-Abr. Ago.-Nov. Out.-Jan. Nov. Nov.-Mar./ Mar.-Mai. Ago.-Nov. Jul.-Out. Nov.-Mai. Out.-Nov.

Mar.-Jun./ Jul.-Out. Mai. Abr.-Mai. Jan.-Mar. Fev.-Mar. Mai.-Jul./Fev. Ago.-Set. Dez.-Fev. Fev.-Out. Nov.-Dez.

Mostacedo et al., 2003 Lorenzi, 2002 Lorenzi, 2008 Bencke, 2005 Torres, 2013 Lorenzi, 2002 Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009

Mai.-Set.

Apartir De Nov.

Lorenzi, 2009

Jun.-Jul. Jan.-Fev. Out.-Jan. Ago.-Dez. Out.-Fev. Mai.-Jun.

A partir de Jul. Ago.-Set. A partir de Mai. Nov.-Fev. Mar.-Mai. Out.-Nov.

Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009

Jul.-Set. Ago.-Out.

Set.-Nov. Nov.-Dez.

Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2002

Euterpe precatoria

Euphorbiaceae

Iriartea deltoidea Hevea brasiliensis Sapium sceleratum sapium glanduloscum

Fabaceaecaesalpinioideae

Fabaceaefaboideae

Fabaceaemimosoideae

Cassia fastuosa Cassia grandis Cassia leiandra Dialium guianense Alexa grandiflora Erythrina glauca (Erythrina fusca) Erythrina sp. Erythrina poeppigiana Inga sp. Inga cylindrica Inga edulis Inga laurina Inga marginata Parkia sp. Parkia nitida Parkia platycephala Parkia multijuga

Shanley, 2005 Pinto et al., 2010


81 Parkia pendula Pithecellobium sp. Abarema jupunba (Pithecellobium jupunba) Albizia pedicellaris (Pithecellobium pedicellaris)

Lauraceae

Lecythidaceae

Malvaceae Meliaceae

Ocotea glomerata

Ocotea myriantha Ocotea cujumary Ocotea guianensis Ocotea puberula Couratari macrosperma Eschweilera sp. Eschweilera coriacea Eschweilera ovata Lecytis sp. (Eschweilera grandiflora) Ceiba pentandra Theobroma cacao Trichilia quadrijuga Castilla ulei

Moraceae Ficus maxima Olacaceae

Aptandra tubicina

Ago.-Out. -

Dez.-Mar. -

Lorenzi, 2002 -

Out.-Jan.

Fev.-Jun.

Lorenzi, 2009

Dez.- Fev.

Set.-Out.

Lorenzi, 2009

Mar.-Jun.

Set.- Dez.

Santos & Alves, 2012

Ago., Out., Nov., Dez.

Moraes, 2005

Abr.-Jun. Nov.-Jan. Nov. Abr.-Set. Jul.-Out. Ago.-Dez. Set.-Dez.

Jun.-Ago. Abr. Set.-Nov. Set.-Mar. Mar.-Jun. Mar.-Jun.

Souza, 2003 Moraes, 2005 Moraes, 2005 Moraes, 2005 Prance & Mori, 1990 Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009

Out.-Jan.

Jan.-Mar.

Prance & Mori, 1990

Ago.-Set. Dez.-Abr. Out. Ago. Ano Todo

Out.-Nov. Abr.-Set. Set.-Nov. Ano Todo

Lorenzi, 2008 Lorenzi, 2008 Muniz, 2008 Mostacedo et al., 2003 Arboleda et al., 2007

Set-Out

Nov-Jan

Souza, 2003

-

-

-

Fev., Abr., Mai., Jun., Jul., Nov., Dez.


82 Rubiaceae

Rutaceae

Sapotaceae

Urticaceae

Abr.-Jun. Jun.-Jul. Abr.-Out.

Ago.-Set. Out.-Nov. Jan.-Dez.

Almeida, 2004 Lorenzi, 2008 Pirani, 2002

Zanthoxylum rhoifolium Manilkara paraensis Pouteria bilocularis Pouteria sp.

Out.-Nov. Jun., Set. e Out. Jul. -

Lorenzi, 2002 Almeida jr & Zickel, 2010 Queiros & Carneiro -

Pouteria caimito

Ago.- Nov.

Pouteria macrophylla Pouteria ramiflora Pouteria torta

Jun.-Ago. Ago.-Out. Out.-Nov. Ago.-Set. -

Mar.-Jun. Jul. 2 a 3 Meses Depois Out.-Jan. Jan.-Fev. Dez.-Jan. Nov.-Dez. Nov.

Calycophyllum sp. Zanthoxylum pterota (Zanthoxylum fagara)

Pourouma sp.

Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2009 Lorenzi, 2002 Lorenzi, 2002 Lorenzi, 2009 Maranho & Paiva, 2012

A tabela 13 está estruturada da seguinte forma: os meses do ano estão abreviados; máx. (máximo), mín. (mínimo); as espécies que estão em negrito são as espécies que não foram encontradas na literatura com informações fenológicas e abaixo delas segue as espécies do mesmo gênero que foram utilizadas pra se ter uma base da época de sua fenologia; as espécies que estão entre parêntesis são os sinônimos botânicos; a espécie que está em negrito e sublinhada é a espécie que não foi encontrada informações fenológicas nem de outra espécie do gênero.


83 Longhi (1984) destaca que o ritmo vegetativo e reprodutivo expresso pelo aparecimento, crescimento, transformação e desaparecimento dos vários órgãos das plantas são peculiares de cada espécie e varia no decorrer do ano, de acordo com a intensidade dos fenômenos meteorológicos, especialmente da intensidade da radiação. Assim é recomendável fazer os estudos fenológicos na região a ser recuperada já que os fatores abióticos e bióticos podem mudar ou ocorrer de forma diferenciada em cada região. Sendo considerado de acordo com Galetti

et al., (2006), que para os

estudos fenológicos é necessária como uma menor duração ideal de 3-4 anos para os estudos das fenofases reprodutivas na maior parte das espécies com periodicidade regular. Na tabela 14 será mostrada a quantidade de materiais utilizados durante toda a pesquisa bibliográfica desde a introdução até a pesquisa das famílias e das espécies com maior valor de importância para a mata ciliar do rio Purus que foram encontradas no inventário florestal.

Tabela 14 - Quantidade de Materiais pesquisados. Materiais pesquisados Quantidade Anais

1

Artigos de Revista

21

Boletim Informativo

2

Dissertações

2

Documento Técnico

2

Inventário

1

Lei e Resoluções

2

Livros

11

Projeto

2

Resumos

5

Sites

4

Teses

2

Outros PDFs

38

Total

93


84 5

CONCLUSÃO

Com os resultados da pesquisa pode se observar que se tem estudo sobre a maioria das espécies nativas com maior valor de importância na mata ciliar do rio Purus, porém pelo fato da grande maioria desses estudos terem, se dado fora do estado do Acre, pode comprometer as informações reais de quando cada fase fenológica acontece em nossa região. E mesmo se compararmos esses estudos com a diversidade de espécies da Amazônia essas informações ainda são poucas, pois a maioria das que possuem informações fenológicas é apenas floração e frutificação não havendo a observação sobre as demais características fenológicas como, por exemplo, a queda foliar e brotamento. A ausência de informações sobre fenologia pode comprometer a execução do projeto de restauração florestal nos municípios de Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano. Assim podemos concluir que as espécies amazônicas são pouco estudadas e que ainda há grande necessidade de se conhecer as demais espécies que não se tem pesquisas sobre elas. Para que desta forma possa se descobrir a utilidade dessas espécies desconhecidas e não sobrecarregar as poucas que são utilizadas e conhecidas.


85 6

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