ANO XXIX - Nº
215 - JUNHO/JULHO - 2007
Eletronorte completa 34 anos
Nosso orgulho se manifesta pelas nossas realizações, pelo cuidado com o meio ambiente, pelas ações de responsabilidade social, inovação tecnológica, trato com as comunidades indígenas e pela incorporação contínua de novas localidades aos benefícios da energia elétrica
SUMÁRIO
GERAÇÃO
Potência máxima para Tucuruí
TRANSMISSÃO
Energia da Venezuela garante crescimento em Roraima
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MEIO AMBIENTE
Despoluição que vale ouro
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TECNOLOGIA
O corpo de nossas usinas
Página 29 HISTÓRIA
CORRENTE ALTERNADA
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ENERGIA ATIVA
XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens
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34 anos de pura energia brasileira
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CIRCUITO INTERNO
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ENTREVISTA
José Otávio Germano, presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados
FOTOLEGENDA
Página 43
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Conselho Editorial:
Diretor-Presidente, Carlos Raimundo Nascimento - Diretor de
Planejamento e Engenharia, Adhemar Palocci - Diretor de Produção e Comercialização, Wady Charone - Diretor Econômico-Financeiro, Astrogildo Fraguglia Quental -
SCN - Qd. 6 - Cj. A Ed.Venâncio 3000 Bl. B- Sl. 305 - Brasília/DF CEP: 70716-900 Fones:(61) 3429 6146/ 6164 e-mail: imprensa@eln.gov.br site: www.eletronorte.gov.br
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Coordenação de Comunicação e Relacionamento Empresarial: Zenon Pereira Leitão - Gerência de Imprensa: Alexandre Accioly - Edição e Reportagem: Alexandre Accioly (DRT Diretor de Gestão Corporativa, Manoel Ribeiro - Gerentes Regionais -
1342-DF) - Bruna Maria Netto (DRT 8997-DF) - Byron de Quevedo (DRT 7566-DF) - César Fechine (DRT 9838-DF) - James Serrador (DRT 126-RR) - Michele Silveira (DRT 11298-RS) - Viviane Vieira (DRT 543-RO) - Núcleos de Comunicação das unidades regionais -
Fotografia: Rony Ramos - Roberto Francisco - Alexandre Mourão Tiragem: 10 mil exemplares
- Núcleos de Comunicação das unidades regionais -
de Minas e Energia da Câmara dos Deputados O deputado federal José Otávio Germano (PP/RS), assumiu em fevereiro de 2007 a presidência da Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados. De acordo com Germano, um dos principais eixos de trabalho tem sido o acompanhamento da execução do orçamento previsto para o setor. "Essa é uma das atribuições da Comissão que não vinha sendo trabalhada nos últimos anos e que estamos retomando. Nós não podemos ser espectadores das ações do governo, afirmou. José Otávio também destaca as propostas estruturais do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, do Governo Federal, para que na área de energia as ações sejam melhor desenvolvidas. Nascido em Porto Alegre (RS), advogado e professor universitário, José Otávio tem afinidade com a área desde que ocupou o cargo de Diretor de Gestão Administrativa e Financeira da Eletrosul. Corrente Contínua - Fale um pouco da sua vida pública.
José Otávio - Sou advogado e professor universitário. Fui vereador em Cachoeira do Sul (RS); depois tive dois mandatos como deputado estadual, inclusive como presidente da Assembléia Legislativa; fui secretário estadual dos Transportes, diretor da Eletrosul, secretário Nacional dos Esportes e duas vezes deputado federal. No primeiro mandato me licenciei para assumir a Secretaria de Justiça e Segurança do Rio Grande do Sul e, agora, no primeiro ano do segundo mandato, assumi a presidência da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados - CME. De que maneira funciona a Comissão?
Nós estamos retomando a interação entre parlamentares e o setor energético brasileiro e tem sido uma experiência bastante rica, com muitos debates e discussões relacionadas ao tema que vem sendo discutido no mundo inteiro, que é a energia.
J.Batista - Agência Câmara
ENTREVISTA
José Otávio Germano, presidente da Comissão
A CME debate assuntos de suma importância para a conjuntura estrutural do País, já que trata das questões do setor elétrico, hídrico e mineral. Inclusive por causa do grande volume de obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, do Governo Federal, nesses setores.
Exatamente. Grandes obras prioritárias do PAC estão alicerçadas nos setores vinculados à Comissão de Minas e Energia. Se o País quer crescer, e tem todas as condições para isso, o que não pode faltar é exatamente a energia elétrica. A CME tem 30 membros titulares, três vice-presidentes e todos nós temos tido a preocupação de formular esse debate em relação à necessidade de se aumentar a oferta de energia elétrica, sempre com visão de longo prazo. Em se tratando de eletricidade, as soluções não acontecem do dia para a noite, nem de um mês para outro, nem de um ano para outro. Todos são pro-
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buições do Ibama. Hoje os investidores públicos e privados têm investido pesado em seus departamentos de meio ambiente. Quando os projetos deles ficam prontos são apresentados ao Ibama para que órgão dê um carimbo de licenciamento. Eu proponho que o Ibama participe do processo desde o início dos estudos dos projetos. Se houver impedimentos que sejam analisados no início e não esperar que os investidores percam tempo e dinheiro durante dois ou três anos para depois terem seus projetos embargados. Se os embargos continuarem, o Brasil pode sofrer outro racionamento de energia elétrica? A Comissão de Minas e Energia tem a responsabilidade de discutir esse assunto profundamente e nos parece que este é o momento de destrancar alguns projetos necessários. Não se trata de agredir ao meio ambiente ou passar por cima da legislação, mas se não avançarmos ainda este ano, teremos dificuldades enormes de abastecimento de eletricidade já a partir de 2011. As hidrelétricas do Madeira, por exemplo, são projetos para serem executados em no mínimo cinco anos, igual No entanto, são as hidrelétricas que período para uma usina nuclear; as PCH´s requehoje estão tendo as maiores dificuldades rem até três anos para ficapara obter o licenciamento. rem prontas. O gás natural Essas questões, infeliz Eu acho que a vive as dificuldades conhecimente, estão fazendo com Eletronorte vem das e precisamos dele para que o Brasil ande para trás. cumprindo um papel abastecer as termelétricas. Nós temos um potencial híEntão, se não sai uma soludrico aproveitado em apenas social imenso e às ção para o gás e para as hi28%. Os outros 72% estão vezes é exigida dela drelétricas do Madeira ou fora de um debate mais conuma resposta que não é Belo Monte imediatamente, creto, quando todos nós sasocial, mas empresarial. vai faltar energia novamente bemos que as hidrelétricas no País. são a fonte mais confiável e É uma contradição, O atual modelo do menos poluente. Nós temos sem dúvida, e a própria Setor Elétrico tem empresas públicas e privadas Empresa tem que funcionado a contento? capacitadas a explorar esse enfrentar a questão Sim, é um modelo bom, potencial hídrico extraordinámas um modelo novo. E como rio. Infelizmente, é uma questão que acabou relacionada ao radicalismo todo modelo novo precisa ser modificado e aperde posições, às vezes ousada nos aspectos le- feiçoado ao longo do tempo. Mas, teoricamente, gais e ambientais mas que, na verdade, acabam é um modelo que tem tudo para dar certo e não é empacando o desenvolvimento e o crescimento por causa dele que se está travando o País com esse exagero com as questões ambientais. O que socioeconômico do País. tem afastado investidores públicos e privados de O senhor apresentou um projeto uma participação mais efetiva no aumento da cade lei propondo mudanças na pacidade de geração e transmissão de energia eléatuação do Ibama. Fale sobre ele. Na verdade eu apresentei uma sugestão ao trica é essa radicalização de posições envolvendo Governo Federal para uma modificação nas atri- o meio ambiente. jetos de longo prazo. E para o País crescer precisamos de mais energia. Para que isso ocorra, precisamos urgentemente destravar os nós que têm travado as alternativas de produção de energia, principalmente nos últimos dois anos. Os membros da CME estão conscientes das dificuldades do Setor Elétrico brasileiro? Sim, na sua grande maioria. Todos nós temos a consciência de que os projetos e matérias que tramitam na Comissão são da maior importância para o País. Além disso, estamos fazendo o acompanhamento da execução orçamentária por parte do Poder Executivo. Estamos acompanhando o trabalho das agências reguladoras vinculadas ao setor, e o debate político propriamente dito tem levado a CME a resultados muito positivos, uma vez que projetos importantes para a matriz energética brasileira estão se desenrolando da melhor maneira possível. Está muito claro para nós, deputados, e a mim especialmente como Presidente da CME, que o País não pode se dar ao luxo de ficar escolhendo esta ou aquela fonte de energia. Vamos precisar de todas elas, mas as hidrelétricas são prioritárias.
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Do outro lado, temos o consumidor, que aprendeu a economizar, mas que poderia estar colaborando mais. A CME acompanha também as ações educacionais de combate ao desperdício de energia elétrica?
A Eletronorte vive uma situação atípica na operação dos siste mas isolados, que acaba por lhe consumir receitas e aumentar
Algumas palavras sobre os setores hídrico e mineral.
Em termos de recursos minerais o Brasil está avançadíssimo, tendo à frente a Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional, se colocando entre as maiores do mundo. Um problema que es-
Otávio Praxedes - Agência Câmara
Vejo esse assunto ainda muito distante do Congresso Nacional e as campanhas educativas ainda muito distantes da sociedade em geral. Empresas públicas e privadas não estão sendo competentes em passar essa mensagem de economia e combate ao desperdício. Nós mesmos, da CME, nunca fomos chamados a este debate por ninguém da casa nem do governo, para que possamos apoiar de alguma forma os programas de conscientização e educação. Mas estamos abertos à discussão e a CME é um fórum adequado para isto, desde que sejamos chamados a debater.
bem como uma legislação que regule o preenchimento de vagas nas diretorias, elas ainda ficarão muito dependentes do Governo Federal, quando suas funções, na essência, são a fiscalização e a regulagem de cada setor. Mas as agências têm funcionado bem, apesar das dificuldades da falta de recursos e de quadros de pessoal próprios. E também com a barganha política no preenchimento de cargos, o que é nocivo à sua atuação.
despesas. Seria possível a CME atuar no sentido de equalizar a situação?
Eu acho que a Eletronorte vem cumprindo um papel social imenso e às vezes é exigida dela uma resposta que não é social, mas empresarial. É uma contradição, sem dúvida, e a própria Empresa tem que enfrentar a questão. A CME está pronta para debater esse assunto também, mas ninguém ainda se O presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal, foi à CME discutir os novos projetos hidrelétricos prontificou em provocar esse debate tão importante. Talvez alternativas, como o uso do peramos resolver em breve é a regulação das ativigás natural, possam contribuir para diminuir esse dades mineradoras em terras indígenas. Já os reprejuízo, mas de qualquer maneira a Eletronorte, cursos hídricos caminham lado a lado com os procomo qualquer empresa pública, tem esse viés jetos hidrelétricos e do agronegócio. E vamos adicisocial, mas as regras deveriam ser claras de que onar as palavras 'recursos hídricos' ao nome da Comissão, valorizando esse bem tão valioso que é a alguém precisa pagar essa conta. água em nossos debates e projetos. As agências reguladoras estão agindo de acordo com suas finalidades ou estão perdendo espaço?
A CME trabalha com três agências reguladoras: Aneel, ANA e ANP. E elas não estão perdendo espaço, mas deixando de ganhar o espaço merecido. Isto porque muitas vezes ainda são vistas como órgãos do governo, quando na verdade são órgãos do Estado. Enquanto não oferecermos independência financeira e administrativa às agências,
Uma última palavra.
Gostaria de cumprimentar a revista e a Eletronorte, Empresa onde temos muitos amigos. Eu tenho um respeito muito grande pela história da Eletronorte, suas obras e seus serviços, sempre prestados de maneira inquestionável. Além disso, é uma fonte de grandes nomes no setor energético, um quadro técnico da melhor qualidade. Enfim, é uma Empresa que orgulha a todos nós brasileiros.
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GERAÇÃO
Potência máxima para Tucuruí
Após 31 anos, ciclo de construção da Usina Hidrelétrica Tucuruí chega ao fim. As águas represadas do Tocantins possibilitam uma geração de 8.370 MW César Fechine
Eneto Soares
A saga da construção da maior hidrelétrica do Brasil - a Usina Hidrelétrica Tucuruí (Itaipu é binacional) - chega ao fim com a entrada em operação comercial de suas 23 unidades geradoras e com a elevação da potência instalada para 8.370 MW, 31 anos após o início da construção. A autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica -Aneel, que marca a entrada em operação comercial da última unidade da Usina, foi feita no Diário Oficial da União no dia 1º junho. O projeto da Usina Hidrelétrica Tucuruí foi desenvolvido em duas fases, com a casa de força da primeira etapa, concluída em dezembro de 1992, contando com 12 unidades geradoras de 350 MW e duas auxiliares de 22,5 MW. Essa primeira etapa permitiu a incorporação ao sistema elétrico brasileiro de uma potência instalada de 4.245 MW. Em junho de 1998, foi iniciada a construção da segunda casa de força, com 11 unidades geradoras de 375 MW e potência instalada de 4.125 MW. Hoje, após a conclusão da montagem eletromecânica, a potência instalada de 8.370 MW torna Tucuruí a maior usina genuinamente brasileira e a quarta do mundo. Além de garantir energia firme e renovável para o desenvolvimento da Região Norte, a hidrelétrica é considerada como estratégica para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Recorde - No dia 15 de maio deste ano, Tucuruí gerou 7.062 MWh, transmitidos por intermédio do SIN, o que representa o recorde de produção de toda a sua história de 23 anos de operação.
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Desde 1984, a Usina já produziu mais de 480 milhões de megawatts.hora de energia. Em 2006, a comercialização da energia elétrica assegurada de Tucuruí apresentou como resultado uma receita bruta de R$ 2,5 bilhões. Atualmente, Tucuruí atende aos mercados dos estados do Pará, Maranhão e Tocantins, com cerca de 3.660 MW médios mensais, e exporta energia para os sistemas Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Com a conclusão da segunda etapa, a oferta de energia da usina beneficiará cerca de 40 milhões de brasileiros. Esses são números grandiosos que demonstram o compromisso da Eletronorte de gerar e transmitir a energia de que o País tanto precisa para o seu desenvolvimento sustentável e em harmonia com a floresta e população amazônidas. Castanha e energia - "A exuberância e a grandiosidade da floresta era o que mais impressionava, a mata virgem, muito verde, sempre dominante na Amazônia, com os seus animais selvagens e aves de cores e cantos os mais variados". A chegada de Eneto Soares de Lira, 61 anos, no dia 30 de novembro de 1974 à região onde seria erguida a Usina, coincide com os primeiros estudos de sondagem e topografia para a construção da barragem. As principais dificuldades enfrentadas eram de acesso e transporte. Tucuruí ficava a 300 quilômetros, em linha reta de Belém, mas as duas alternativas de ligação terrestre com a capital envolviam percursos muito mais longos. A primeira, de 1.200 quilômetros, incluía 720 km da rodovia Belém-Brasília, 400 km de terra batida da Transamazônica e mais um trecho final, também de terra. Outra alternativa era percorrer 912 km, também da Belém-Brasília, até Eliseu Coroli e, a partir dali, pela rodovia PA-70 (atual BR222) até Marabá. Além disso, se o aces-
so fluvial era possível durante todo o ano, o terrestre se tornava inviável na fase das chuvas. "Na época de inverno, se chovesse no local da obra, você simplesmente não conseguia voltar no mesmo dia. Havia um lugar chamado 'esfria saco', que, se chovesse, virava lama pura e o carro não subia. Algumas vezes, eu e os colegas tivemos que voltar de trem para Tucuruí", conta Eneto. O trem percorria a extinta Estrada de Ferro Tocantins, com 117 quilômetros, que ia de Jatobal a Tucuruí. José Sebastião Fonteles Rios, o Seu Babá, 80 anos, trabalhou na Estrada de Ferro. "Eu vim para cá menino, quando a cidade ainda se chamava Alcobaça. Aqui era só mato, bicho, índio e malária. A cidade só tinha praticamente uma rua e um cais aqui na beira do rio", diz Seu Babá. A Estrada de Ferro fazia o transporte da castanha extraída em Marabá e outras cidades do Sul do Estado. A castanha era um dos principais produtos comercializados na época. "Daqui as em-
barcações levavam a castanha até Belém, e o produto era exportado pelo mar", explica Seu Babá. A decisão pela erradicação da Estrada de Ferro ocorreu em 1974 no início da construção da estrada Repartimento-Tucuruí. Os empregados começaram então a ser distribuídos entre diversos órgãos, tais como DNER, Ministério dos Transportes, Agricultura, Tribunal de Justiça. "Alguns foram para Brasília, outros aposentaramse e eu fiquei tomando conta do acervo da Estrada de Ferro. E muitos de nós acabaram ajudando também a fazer o levantamento topográfico, medir, cavar o solo, ver a velocidade da água, a vazão", descreve Seu Babá.
Segunda casa de força de Tucuruí: mais 4.125 MW de energia para o Brasil
A cidade e a usina - As obras civis da hidrelétrica começaram em novembro de 1975 com a construção da ensecadeira da primeira etapa do Rio Tocantins. A história da cidade de Tucuruí passa então a confundir-se com a própria história da hidrelétrica.
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Seu Babá
Tucuruí nesta época contava com cerca de três mil habitantes, que se multiplicariam rapidamente. "Quando surgiu o projeto da hidrelétrica, a cidade começou a crescer muito. Vinha gente de Goiás, Minas, Maranhão, Pernambuco, Espírito Santo, São Paulo, do Sul, de tudo quanto é canto", relembra Seu Babá. A empolgação com o projeto da usina tomou conta da cidade. "Todos nós nos empolgamos, porque você quer ter o progresso onde você mora. Foi um milagre a hidrelétrica ter surgido aqui, porque o Pará nunca foi lembrado por ninguém. Isso foi um acontecimento e hoje estamos fornecendo energia para grande parte do Brasil. Essa é uma energia positiva. E é aí que Tucuruí cresceu, cresceu a região toda", declara Seu Babá. A Eletronorte passou então a empreender várias outras construções. O primeiro hospital da cidade e o aeroporto, por exemplo. Até então, os aviões desciam numa pista de cerca de 400 metros de extensão, onde é hoje a Avenida 31 de Março. "A cidade cresceu e o aeroporto acabou ficando dentro da cidade. O local onde é hoje a Praça do Rotary era o terminal de recepção. Foi quando houve um acidente e a Eletronorte começou então a construção do novo aeroporto. Só em 1978 é que começaram a descer aviões maiores, como o Bandeirante", relata Eneto. As histórias daquela época são muitas. Como a do pessoal da topografia que passou certa vez por dentro da terra dos índios Parakanã, destruindo uma plantação de mandioca. "Os índios ficaram revoltados e puseram todo mundo para correr, armados com arco e flecha", narra Eneto. Vilas da Eletronorte - Em 1975, uma vila temporária foi concebida pela Eletronorte como cidade-dormitório para dez mil pessoas, bem como um acampamento provisório para os 1.500 operários mobilizados. No primeiro semestre de 1976, todos estavam instalados. Meses depois, a Vila Permanente foi planejada para 22 mil habitantes
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Até surgir o projeto da Usina, Tucuruí era uma espécie de entreposto de distribuição de gêneros alimentícios e dos mais diversos tipos de produtos para os habitantes da região. A população vivia basicamente da troca de alguns poucos produtos agrícolas, da castanha e madeira extraídas na região, por alimentos, bebida, combustível e outras mercadorias procedentes de Belém. O empreendimento começa então a absorver muita mão-de-obra. No pico da construção da primeira fase da hidrelétrica, em julho de 1982, havia 30.202 homens trabalhando na obra. O empreendimento gerou também novas oportunidades para os tucuruienses. Pessoas como Renê Tavares, 45 anos, pedagoga. Nascida em Tucuruí, ela fez o curso de magistério em Belém e voltou em 1982 para trabalhar como professora. "Eu comecei como professora numa das escolas que prestava serviço para os funcionários da hidrelétrica. Em 1991 eu montei a minha própria escola. Hoje eu tenho 168 alunos que começam a estudar por volta de um ano e meio de idade até a terceira série do ensino fundamental", declara René. Localizada no Bairro Santa Isabel, a escola de Renê, com o nome de Algodão Doce, trabalha na educação da terceira geração de pequenos tucuruienses. E que gera também novos empregos, como para a pedagoga Regilena Leite Ribeiro, 23 anos, a Lena, que foi aluna de René, formou-se em pedagogia e dá aulas hoje na mesma escola em que estudou. E o que representou a construção da Usina, Renê? "A cidade cresceu muito, a receita da cidade aumentou, o comércio se desenvolveu. Por exemplo, ninguém
Renê Tavares
imaginava ter uma escola particular de educação infantil e hoje a cidade tem várias escolas. Se não houvesse a usina, Tucuruí seria igual às outras cidades do interior do Pará, que vivem só em função de um comércio pequeno e dos órgãos municipais", diz René, que acaba de receber um prêmio de uma associação comercial. Resgate histórico - O pedagogo e bancário Robson Tavares Gonçalves nasceu em 12 de novembro de 1975, mesmo mês do início das obras da hidrelétrica. O pai dele trabalhou na obra como carpinteiro. Robson morou nas vilas da Eletronorte e se lembra daquele tempo com nostalgia. "A minha infância toda foi nesse espaço das vilas residenciais da Eletronorte. Dá uma nostalgia porque algumas casas onde nós moramos não existem mais. Eu só tenho algumas referências dos locais, porque eram vilas temporárias, que foram desmontadas. Eu fui morar na Vila Permanente já quase no período de vir embora para Tucuruí, em 1985, quando meu pai saiu da Empresa com o término da primeira etapa da obra", conta com a voz embargada o pedagogo. Robson narra que esse foi um período difícil. "Eu cresci naquele estilo de vida organizado, de qualidade de vida excelente, com toda uma estrutura. E depois a gente teve que vivenciar a realidade de Tucuruí. Houve diferença de ensino, foi uma mudança grande e só depois é que eu pude entender que era uma circunstância do final da primeira etapa. Para uma criança de nove anos isso foi bem complicado". O pai dele passou então a viajar para obras de engenharia, como um típico barrageiro. "Eu me lembro que ele trabalhou nas obras de Balbina, do estádio Serra Dourada, em Goiás, e em outras. Mas nós não fomos mais e ele mandava o dinheiro para a manutenção da família", continua Robson. Uma das lembranças mais marcantes do pedagogo é do fechamento do rio, em
1984, para o enchimento do reservatório. "O Rio Tocantins ficou praticamente só um veio d'água e nós vínhamos para a casa da minha avó, na beira do rio na cidade, observar as pessoas pegando peixe no meio das pedras", relembra. Naquela época o movimento na cidade era muito grande. "O trânsito de pessoas na Lauro Sodré era espantoso. E a cidade melhorou muito também em vários aspectos", declara Robson, que tem várias atividades. Trabalha num grande banco estatal, dá aulas num cursinho preparatório, além de participar de um movimento de resgate da memória tucuruiense. "Neste ano de 2007, nós comemoramos os 60 anos de emancipação política de Tucuruí. Mas a história de Tucuruí passa pelo próprio período de colonização da Amazônia como entreposto comercial e de fiscalização da região. É preciso rever os marcos históricos de Tucuruí. Aqui houve também um movimento de resistência negra a partir de um quilombo, que consta, era uma negra que liderava com o nome de Maria Filipe Aranha. São histórias que precisam ser constatadas, se é verdade ou se foram mitos criados, que precisam ser aprofundadas", defende Robson. Ele vê o futuro de Tucuruí com o de uma cidade que tende a ser o pólo de uma região como prestadora de serviços. "Tucuruí acaba sendo o pólo de uma microrregião, tanto no abastecimento de todas as formas de produtos, como de serviços a partir dos órgãos públicos e privados, nas
RobsonTavares e a avenida 31 de março, onde desciam os aviões
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Avenida Lauro Sodré, exemplo do crescimento econômico da cidade
áreas de saúde, previdência social e meio ambiente, entre outros, que a cidade agrupa. Essa é a vocação de Tucuruí: ser um pólo de prestação de serviços para outros municípios, sem falar no potencial turístico que é muito grande. Esses são os rumos para incrementar a economia do município e melhorar a qualidade de vida da população", acrescenta Robson. Bom para morar - O protético Fabrício Peixoto dos Reis, nasceu um pouco depois do início das obras, em 16 de janeiro de 1976, e cresceu na Vila Permanente da Eletronorte. Filho do empregado aposentado Cairo Roberto dos Reis, ele se lembra das excursões que as escolas faziam na área da obra da Usina. "A movimentação de pessoas e daqueles caminhões enormes era muito grande. Eu presenciei também o enchimento do lago, quando todo mundo ficava parado olhando, só que não enche rápido. A gente olhava e voltava depois de uma hora ou duas e via a diferença", recorda Fabrício. Fabrício começou a trabalhar na profissão com 15 anos. "Quando estava com 17 anos, o protético que me ensinou foi embora e eu acabei assumindo sozinho. Depois fui para Minas estudar, formei-me como técnico protético, e voltei". Ele acredita que a Eletronorte só levou benefícios para a região. "Tucuruí para mim foi tudo. Para mim e para todo mundo que trabalhou aqui e que continua até hoje. Tucuruí é muito bom para se morar. Às vezes só falta uma melhor opção de lazer. Mas eu cresci aqui e estou criando minha filha Evelin, que tem dois aninhos, aqui", relata o protético.
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Gestão - Com o fim da gigantesca obra de Tucuruí, restam as chamadas obras complementares, de acabamento ou melhoramento. "Hoje, todas as máquinas estão gerando comercialmente e em condições de atender ao País. Há também a necessidade de pequenos ajustes nas máquinas, mas todas estão em operação comercial e vamos verificar o melhor momento para fazer isso, porque elas já estão integradas ao SIN", informa o engenheiro José Biagioni de Menezes, gerente das Obras de Expansão da UHE Tucuruí. Um dos principais objetivos agora é otimizar cada vez mais o processo de operação e manutenção. "Nós estamos investindo em rever os procedimentos para que possamos fazer manutenções com o menor tempo possível e no aprimoramento dos processos de operação. Investindo na excelência da gestão, nós podemos melhorar o gerenciamento desse grande bem público que é a Usina Hidrelétrica Tucuruí", acrescenta o engenheiro Antônio Augusto Bechara Pardauil, gerente Regional de Produção e Comercialização. Ao concluir o maior empreendimento hidrelétrico do País, a Eletronorte passa a ser referência em vários indicadores de operação de usina de grande porte. Mas a Empresa também tem outros diferenciais como a experiência única de construir um empreendimento dessa magnitude, bem como operar e manter essa Usina e suas linhas de transmissão que nascem no coração da Amazônia brasileira.
Fabrício Peixoto
TRANSMISSÃO
Linhão de Guri: energia da Venezuela garante crescimento em Roraima
James Serrador
O jogo foi Brasil x Chile, Maracanã, 1989, última partida das eliminatórias da Copa de 90. O Brasil vencia o Chile por 1 a 0, quando a fogueteira Rosimery lançou um sinalizador no gramado. O goleiro Rojas, simula ter sido atingido e chega a cortar o supercílio. Os chilenos se retiram de campo. Em todo o País os torcedores atônitos acompanhavam o drama, sem saber se o Brasil tinha se classificado ou não. Em Boa Vista (RR), o drama era outro. Um blecaute de aproximadamente 35 minutos, ocorrido no segundo tempo da partida deixou a população sem ver os lances finais da partida e, conseqüentemente, sem acompanhar o drama no Maracanã. "Foi uma situação bastante tensa. Revoltados, dezenas de torcedores protestaram e tentaram invadir a Usina Centro, da Eletronorte. Felizmente conseguimos conter os ânimos", relembra Antonio Carramilo Neto, gerente da Unidade à época.
Esse episódio ilustra bem o drama vivido pela população roraimense durante décadas, em virtude da falta do fornecimento de energia elétrica confiável. Quem se debruçar sobre a história da consolidação do setor elétrico roraimense vai encontrar no Linhão de Guri, linha de transmissão de energia entre Brasil e Venezuela que abastece o Estado, seu mais fiel representante. Roraima conquistou sua redenção energética a partir da inauguração do Linhão, em 13 de agosto de 2001, pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso, do Brasil e Hugo Chavez, da Venezuela. Construído pela Eletronorte, com investimentos da ordem U$ 185 milhões de dólares, sendo U$ 130 milhões do governo venezuelano e U$ 55 milhões do governo brasileiro, o Linhão de Guri é o primeiro sistema de transmissão internacional construído, mantido e operado pela Empresa. Complexo - A linha possui 700 quilômetros de extensão, ligando Boa Vista (RR) ao
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complexo hidrelétrico de Guri, em Puerto Ordaz, na Venezuela. O contrato celebrado entre Eletronorte e a Eletrificación Del Caroní -Edelca prevê o fornecimento mensal de até 200 megawatts, durante 20 anos. Em 2007, segundo relatório da Eletrobrás, o pico máximo de consumo alcança os 84,4 megawatts, previsto para ocorrer em outubro. Atualmente, o Linhão abastece principalmente Boa Vista, e beneficia cerca de 350 mil habitantes. A interligação energética Brasil/Venezuela consiste num sistema de transmissão construído pela Eletronorte em parceria com a Edelca, empresa responsável pela geração de energia hidrelétrica na Venezuela. No total são 500 quilômetros de linhas em território venezuelano, sendo 310 km entre a Usina Macágua II e a subestação Las Claritas, na tensão de 400 kV; e mais 190 km em 230 kV até Santa Elena de Uairen, na fronteira com o Brasil. Em território brasileiro são 212 km de linhas em 230 kV até a subestação da Eletronorte em Monte Cristo, próximo a Boa Vista. O complexo venezuelano possui capacidade instalada de 10 mil megawatts de potência.
A preocupação socioambiental é um norteador dos empreendimentos da Eletronorte. Na construção da linha de transmissão de Guri, a Empresa desenvolveu um minucioso trabalho junto às comunidades indígenas das etnias Macuxi, Wapixana e Taurepang e as auxiliou a reconquistarem a reserva São Marcos, no norte de Roraima, tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana Inglesa. Em março de 98, a Empresa assinou termo de compromisso com a Funai e representantes das comunidades indígenas para possibilitar a passagem da linha de transmissão e estabelecer as medidas compensatórias para o empreendimento atravessar a reserva São Marcos. Pelo acordo, a Eletronorte destinou R$ 3,5 milhões para o pagamento das indenizações às 101 famílias de não-índios que viviam na área demarcada. Manutenção - Poucas pessoas se dão conta do esforço sobre-humano que alguns heróis anônimos realizam diariamente para garantir energia elétrica limpa e confiável. Técnicos da Eletronorte cumprem um rigoroso cronograma de manutenção dos sistemas elétricos. Em Roraima, a Empresa já desenvolveu este ano uma manutenção preventiva na linha de transmissão de Guri e na Subestação Boa Vista, em Monte Cristo. A manutenção obedeceu a um calendário qüinqüenal, necessário para se fazer a revisão nos equipamentos e evitar possíveis panes no sistema. "Nesses cinco anos, já retiramos projétil de arma de fogo de cabo da linha, recuperamos cabo rompido por descarga atmosférica, tudo sem desligar a linha, mantendo a continuidade do fornecimento", explica Jaider Esbell, eletricista de linha de transmissão da Regional de Roraima (no destaque da foto).
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Energia e desenvolvimento Se depender da Eletronorte, o roraimense pode dormir tranqüilo. O Linhão de Guri garante que o ventilador (ou ar-condicionado) não vai parar de funcionar por falta de energia elétrica. Enquanto no restante do Brasil se discute novas alternativas de produção de energia elétrica para atender à demanda de crescimento do
certa forma, a infra-estrutura de transporte foi desenvolvida. Já com a questão energética, a construção do Linhão de Guri trouxe novo ânimo para empresários e investidores, com a estabilidade do fornecimento sendo fator crítico de produção. Estamos livres do fantasma do racionamento, das interrupções freqüentes e oscilações que geravam prejuízos diretos não só para as empresas, mas a toda a sociedade.
País, o Estado de Roraima
Quais os ganhos com a construção da
dispõe de energia elétrica
subestação de 69 kV no Distrito Industrial?
suficiente para garantir seu desenvolvimento. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier), engenheiro Rivaldo Neves, concorda que a chegada da energia de Guri é um marco para o desenvolvimento do Estado. Segundo ele, a ultrapassagem do gargalo energético permite ao setor empresarial projetar novos investimentos, confiante que a possível demanda será prontamente atendida.
As empresas ali instaladas poderão melhorar não apenas os seus processos, como planejar investimentos em tecnologia e produtos. Os empresários que ali implantaram as suas empresas e acreditam na consolidação do setor terciário, esperam e têm reivindicado mais atenção àquele pólo. A iniciativa da Eletronorte neste sentido representa um importante passo para que as nossas indústrias recebam o apoio que merecem. É mais um reforço para a base do desenvolvimento das nossas empresas. Particularmente nós, do Sistema Indústria, também ficamos satisfeitos. Com energia de sobra quais os caminhos
Qual a importância desse empreendimento para Roraima?
O que o setor empresarial sempre reivindicou foi a criação de uma estrutura mínima de produção aliada a um projeto de desenvolvimento sustentável, principalmente para a indústria. O binômio estradas e energia sempre foi tema presente nas discussões e propostas foram encaminhadas ao poder público nas suas diferentes esferas. De
para o desenvolvimento do Estado?
A FIER, no Plano Estratégico de Desenvolvimento Industrial, que foi entregue à sociedade, aponta como potencialidades a instalação de novas fábricas de beneficiamento da fruticultura tropical, adensamento da indústria madeireira/moveleira e da cadeia produtiva de grãos. A nossa expectativa é de que o custo final seja compatível com a realidade das nossas empresas.
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Problemas estruturais Dentre os problemas estruturais que afetaram o resultado do exercício da Eletronorte em 2006 está o prejuízo decorrente da importação de energia da Venezuela para atender ao Estado de Roraima. Pelo acordo firmado, a Eletronorte assumiu, ao custo de disponibilidade de capacidade, recursos da ordem de US$ 90 milhões a serem pagos em 20 parcelas semestrais de US$ 4,5 milhões, conforme Contrato de Suprimento de Energia Elétrica assinado com a Edelca em 11 de abril de 1997. Considerando os investimentos iniciais de US$ 185 milhões, acrescidos do custo da importação da energia de US$ 26 por MWh pelos dez anos iniciais e US$ 28 por MWh para os outros dez anos (ambos os períodos corrigidos pelo índice americano Consumer Prices Index-CPI, publicado no "International Financial Statistics" do Fundo Monetário Internacional), mais os custos de operação e manutenção da linha dos lados venezuelano e brasileiro tem-se um custo total da ordem de R$ 176,21 por MWh (posição de fevereiro/2007). Atualmente a Eletronorte repassa para a sua subsidiária integral, Boa Vista Energia, parte dos custos dessa importação, da ordem de R$ 126,72/MWh, arcando com um prejuízo da ordem de R$ 49,49/MWh. Os custos repassados à Boa Vista, embora inferiores ao custo total suportado pela Eletronorte, compromete cerca de 70% do faturamento total daquela subsidiária, obrigando a Eletronorte a capitalizar ou financiar a Boa Vista Energia anualmente em cerca de 60% da conta de energia. A importação de energia da Venezuela tem-se mostrado, do ponto de vista técnico, a melhor solução para as dificuldades que se apresentavam para o equacionamento do problema de atendimento ao mercado de Roraima, principalmente o polarizado pela sua capital Boa Vista. Entretanto do ponto de vista econômico-financeiro a diferença entre receitas e despesas transferiu-se da Boa Vista Energia para a Eletronorte.
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Novas obras - A Eletronorte está concluindo a construção de uma subestação de 69 kV, no Distrito Industrial de Boa Vista. O investimento, da ordem de R$ 32 milhões, inclui ainda a construção de uma linha de transmissão de aproximadamente 30 quilômetros, na tensão 69 kV entre a subestação Boa Vista, no Monte Cristo e o Distrito. De acordo com Antonio Carlos Paiva, diretor Técnico da Boa Vista Energia, subsidiária da Eletronorte responsável pela distribuição de energia na capital, a nova subestação vai garantir melhor equilíbrio no sistema, na distribuição, além de reduzir possíveis perdas. "Esse investimento é fundamental para garantir que novos empreendimentos industriais localizados no Distrito recebam energia com o mínimo de variação de tensão", explica. Segundo o gerente da obra, engenheiro Ademar Saijo, da Eletronorte, o empreendimento está previsto para entrar em operação no início de 2008. Fim da escuridão - Projeto de assentamento Nova Amazônia, lote 811, BR - 174, a 10 quilômetros da substação da Eletronorte em Monte Cristo, sentido Venezuela. A noite já não traz mais tanta escuridão e medo às crianças, já podemos escutar rádio e ver televisão , relata Viviane Santos, índia Macuxi, que vive com o marido Leol Rodrigues, as filhas Denise e Ana, e a mãe Milena, no assentamento que agora dispõe de energia elétrica. Ela conta que durante anos viveram trabalhando em fazendas e sítios da região sem ter um lote próprio para trabalhar. Quando recebemos o lote e em seguida colocaram energia quase não acreditamos. Tudo fica muito difícil sem energia elétrica e sem luz não tínhamos condições de morar aqui. Tem muito mosquito pium durante o dia, e o ventilador ajuda bastante . Na propriedade de 100 hectares o casal planta principalmente hortaliças, e complementam a alimentação com a pesca de subsistência nos igarapés das redondezas.
MEIO AMBIENTE
Despoluição que vale ouro Interligação Tucuruí-Macapá-Manaus: a energia vital e limpa no coração da floresta Byron de Quevedo
É verdade que a atmosfera anda mais suja que outras esferas, mas o filme de Al Gore, "Uma verdade inconveniente" está aí desencantando multidões. Há os que o acham alarmista; outros, uma peça fundamental na conscientização sobre o poder destrutivo dos humanos. Antes de Gore a ECO 92, no Rio de Janeiro, e o Tratado de Kyoto, no Japão, em 2002, também deram ouvidos aos gritos da natureza. Desses encontros surgiram as determinações para reduzir as emissões de poluentes na atmosfera, e minimizar a possível catástrofe anunciada em decorrência do superaquecimento global. No Setor Elétrico a questão básica é como fornecer, com o mínimo de depredação, a energia a um mercado consumidor que cresce a 5% ao ano. Mas nem todas as profecias apontam para um "cine trash ecológico". Durante a Semana de Meio Ambiente, realizada na Eletronorte entre os 4 a 6 de junho, conversamos com alguns autores de teses bem mais alentadoras sobre o tema. Segundo eles retirar CO² da atmosfera gera divisas, e neste caso os empreendimentos energéticos são uma mina de ouro. A linha de transmissão em estudo, interligando Tucuruí-Macapá-Manaus, com 1.770 quilômetros, em alta tensão, é um desses empreendimentos de vulto incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, que poderá ajudar a limpar os céus amazônicos, retirando da atmosfera 2.400 milhões de toneladas de CO² por ano, em virtude da desativação de usinas térmicas a diesel obsoletas. Preservação - Aderilton Paulo de Souza Rodrigues, assistente da Diretoria de Produção e Comercialização, é um dos preconizadores de bons tempos. Ele tem em mente um projeto que faz linhas de transmissão ficarem praticamente invisíveis dentro das florestas. Ele é engenheiro elétrico da Eletronorte, especialista em sistemas de potência e em meio ambiente. Recentemente apre-
sentou sua tese "O Balanço de CO² da geração térmica versus suprimento de cargas pela interligação Tucuruí - Macapá - Manaus", no último Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, patrocinado pelo Cigré. E foi aplaudido. Suas idéias de como construir o chamado "Linhão" prevê a manutenção dos ecossistemas por onde passar este condutor de energia elétrica vital ao crescimento do País. O objetivo do trabalho foi dar suporte técnico à Eletronorte na construção do Linhão, estimado em U$ 1,5 bilhão e que, depois de obtidas as licenças ambientais e a conclusão dos projetos, entrará em atividade em dois anos, evitando que R$ 1,147 bilhão sejam gastos em combustíveis fósseis todos os anos. Ele crê no empreendimento sobre todos os aspectos. Segundo Aderilton, o Brasil tem o mais avançado sistema de geração, transmissão e distribuição do mundo; baseado, em sua maior parte, na energia barata, limpa e perene das hidrelétricas, cuja eletricidade flui através de uma malha de transmissão interligando as regiões brasileiras; não obstante os sistemas térmicos isolados gastarem milhões de litros de óleo encarecendo todo o sistema. "Como fechar essas torneiras do dinheiro público é a questão" - enfatiza. "As hidrelétricas são a melhor alternativa para a geração de grandes blocos de energia no Brasil. Os países que tinham essa alternativa já a utilizaram na totalidade, e nós não podemos prescindir dela. As grandes hidrelétricas foram feitas num tempo de imposições, o que gerou perda de credibilidade por não se ter dado a devida atenção aos problemas sociais. Hoje é diferente: temos que ouvir e solucionar os problemas das comunidades atingidas pelas barragens. Não se pode fazer obras desse tipo sem a mitigação em relação ao local onde será feita. O governo tem amenizado as questões sociais, mas ainda faltam esclarecimentos à sociedade, sobre as soluções como o Programa Luz para Todos e as ligações definitivas dos municípios. A usina de Belo Monte, por
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exemplo, tem de ser feita. Se não a fizermos deveremos utilizar outras fontes de energia, talvez mais caras e poluidoras" - adverte. A Eletronorte apresentou ao órgão ambiental seis estudos preliminares para a interligação Tucuruí - Marabá - Manaus; mas, propôs construir o que considera mais viável em termos econômicos e ambientais, com as torres passando pela margem esquerda do Rio Amazonas, onde há muitas cidades atendidas precariamente pelos sistemas isolados. Com o Linhão, elas passariam a receber energia do Sistema Integrado Nacional - SIN. O principal objetivo do empreendimento segundo Aderilton - é diminuir o prejuízo da Empresa, reduzindo também as emissões de gases na atmosfera com a desativação das máquinas térmicas em Manaus e Macapá, inicialmente. Ele diz que a compra do combustível causa problemas econômicos, ambientais e logísticos, pois o diesel chega a Manaus de navio, a um custo igual ao que os consumidores pagam nos postos de gasolina. "Vários dos nossos parques térmicos ainda operam com máquinas fabricadas há 30 anos, o que torna difícil a manutenção e os recondicionamentos. A Usina Electron, por exemplo, foi feita durante a II Guerra mundial". Projeto - De acordo com Aderilton, na Amazônia as árvores crescem em média até 40 metros. "Se nós fizermos torres de transmissão com até 100 metros de altura, os cabos de energia sempre passarão sobre a floresta sem importunar os ecossistemas. As torres gigantes serão necessárias em 300 km de um percurso de 1.084 Km. Se considerarmos que a faixa de servidão tem 100 m; então a área de floresta não suprimida será de 7.834,8 ha. Uma imensa massa verde captando CO² da atmosfera". "Na base das torres haveria pequenas clareiras com trilhas conectando-as, para auxiliar o trânsito, mas a manutenção seria aérea, com trabalhadores atuando diretamente nos cabos, uma tecnologia dominada pela Eletronorte. No caminho de Tucuruí passando por Macapá até Manaus existem florestas fechadas, várzeas, pastos e vegetação rasteira. As torres altas aumentariam o custo da obra, mas seriam uma solução ambiental definitiva", esclarece Aderilton. Segundo ele, "nas cidades intermediárias teríamos estações de rebaixamento de ten-
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são, com a desativação gradual de parques térmicos menores, reduzindo outras tantas toneladas de CO² na atmosfera. Basicamente teríamos subestações de rebaixamento em 500 kV na travessia do Rio Amazonas, em Oriximiná, Manaus; e mais uma em 230 kV entre a margem do rio e Macapá". Poluidores - De acordo com a sua tese, manter a vegetação do Linhão traria muitos benefícios; pois ele será construído às margens do Rio Amazonas. A preservação evitaria o desmatamento e o desaparecimento, principalmente, das florestas ombrófilas (de vegetação verde e que capta o gás carbono na fotossíntese). Isto se refletiria na pesca, na navegação e na saúde das águas. Os maiores poluidores no País são os transportes e a indústria, com 75% das emissões. Usinas geradoras de energia elétrica emitem 2,5% apenas, mas este percentual corresponde a 26 milhões de toneladas de CO² na atmosfera a cada ano.
Mas o CO² não é o único causador do efeito estufa. Há ainda uma série de outros gases que compõem o ar que respiramos. Nos estados onde há plantio de cana, soja e outras agriculturas, e há queimadas para limpeza dos campos, a acumulação de poluentes pode ser vista através das imensas nuvens turvas onde o sol brilha distante com o seu rosto borrado, que nem cara de carvoeiro. Porém o CO², por existir em grandes quantidades na atmosfera, produz maior aquecimento; é gerado basicamente pela queima de combustíveis fósseis e pela decomposição natural das matérias orgânicas. Aderilton lembra que devemos evitar a queima de florestas, pois além de provocar a decomposição da matéria orgânica com a derrubada, deixa-se de captar o CO² através do processo de fotossíntese, que ocorreria se a mata estivesse viva. Crédito de carbono - Aderilton vislumbra ainda a possibilidade de obter o ressarcimen-
to pelos gastos com o Linhão, em virtude das indenizações pela retirada de CO² na atmosfera. A quantidade de CO² que deixará de ser emitida pelas térmicas será de 2,36 milhões de toneladas por ano. "Se considerarmos, por baixo, o valor médio no mercado internacional de U$ 10,00 por tonelada de CO² evitado, obteremos o total de créditos de U$ 23,6 milhões por ano O valor do Linhão é U$ 1,5 bilhão e o consumo de combustível evitado seria de 1,5 bilhões de litros por ano. Vale destacar que nos três anos de construção da linha de Transmissão seriam amortizados cerca de U$ 72 milhões do valor estimado para a sua construção. Isso significa que, a partir do terceiro ano, devem ser adicionados a esse valor amortizado os gastos que deixaram de ser feitos pela Eletronorte com a compra de combustível, peças e manutenção das antigas máquinas térmicas. Então o empreendimento se pagaria em dois anos. E este seria o melhor dos mundos" - enfatiza.
Aderilton Rodrigues e as torres acima da floresta
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Senhor Carbono
Por falar em poluição e créditos de carbono, conversamos com um homem que "respira carbono", ou melhor, créditos de carbono. É Marco A. Fujihara. Ele também aponta horizontes promissores por detrás dessas atmosferas turvas. Já prestou serviços sobre obtenção de créditos de carbono a 30 empresas no Brasil, México e Costa Rica, assessorando projetos de geração e co-geração de energia, eficiência energética, siderurgia, reflorestamento e outros. O seu processo de acumulação de conhecimentos sobre o assunto veio em decorrência dos 25 anos de trabalho na área ambiental e florestal no Brasil e no exterior. Em 1998, quando da edição do Protocolo de Kyoto, já trabalhava com serviços ambientais no Banco Mundial. Daí para frente acompanhou de perto todo o processo de discussões diplomáticas e regulatórias, inclusive junto ao governo brasileiro, através do Ministério de Ciência e Tecnologia e Itamaraty. Hoje ele preside o InstitutoTotum. Segundo Fujihara, qualquer redução de emissões de gases do efeito estufa são passíveis de
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recebimento de créditos de carbono. "Porém, as empresas privadas são mais velozes na obtenção dos créditos que as estatais e autarquias, por serem mais ágeis na contratação e transação no mercado, pois créditos de CO² é um derivativo financeiro que necessita de agilidade na sua formatação e implementação", comenta. O Instituto Totum tem um contrato específico firmado com a Cemig para o diagnóstico de oportunidades na área ambiental. Fujihara adianta que os recursos dos créditos costumam ser disponibilizados ao solicitante imediatamente, nos casos mais velozes, e até em seis meses nos casos mais complexos. O estudioso diz que 60 empresas e empreendimentos já receberam créditos de carbono no Brasil. São significativos os recursos disponíveis no Brasil e no mundo para a dar cumprimento a estas compensações. O mais interessante ainda é que os créditos podem ser emitidos em moedas, títulos ou negociados com entidades financiadoras para a obtenção de novos financiamentos para novos empreendimentos de cunho socioambiental.
Divulgação
HISTÓRIA
Eletronorte, 34 anos de pura energia brasileira Bruna Maria Netto
Falar da história da Eletronorte é insistir em três palavras: competência, qualidade e paixão. São 34 anos de esforço na busca da sustentabilidade em harmonia com o fomento ao desenvolvimento da Região Amazônica e do Brasil. Ao atuar prioritariamente na Amazônia Legal, a Eletronorte tem se deparado continuamente com situações desafiadoras, mas sempre promotoras do conhecimento. Ao construir e operar hidrelétricas e termelétricas, e complexos sistemas de transmissão na Região Norte do Brasil, a Eletronorte tem levado em consideração a preservação da natureza e a melhoria da qualidade de vida do homem que ali trabalha e habita. Seja nas áreas técnicas, seja no campo da responsabilidade social e da educação ambiental, o trabalho da Eletronorte tem sido reconhecido como pioneiro e de fundamental importância para se conhecer as peculiaridades locais e regionais. Em qualquer lugar do mundo, a geração, transmissão e distribuição de energia representam um imenso desafio para a capacidade de realização humana. Imagine fazer isso em uma vasta região, com cinco milhões de quilômetros quadrados de floresta, água e natureza? Conciliar, com o poder da energia elétrica, o respeito à natureza e a evolução do homem no coração da Amazônia tem sido o grande desafio da Eletronorte. A partir da eletricidade, é possível gerar melhores condições habitacionais, de saúde, de segurança, de educação, de trans-
porte, de comunicações, de trabalho, de lazer e de infra-estrutura, de inclusão digital e social, possibilitando à sociedade brasileira um caminho para a prosperidade, por meio do desenvolvimento sustentável e do respeito ao patrimônio natural. Por isso a Eletronorte entende que é preciso construir um novo tempo. Propiciar ao cidadão, onde quer que ele viva, as condições necessárias ao pleno exercício do seu potencial produtivo, permitindo que ele possa dar, com o seu trabalho, a melhor contribuição ao desenvolvimento econômico e social do Brasil. Estrutura - Criada em 20 de junho de 1973, com sede no Distrito Federal, a Eletronorte tem instalações na região amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Além dos clientes localizados nesses estados, a Empresa fornece energia para compradores das demais regiões brasileiras, por meio do Sistema Interligado Nacional - SIN. Possui duas subsidiárias integrais, a Manaus Energia S.A. e a Boa Vista Energia S.A. e participações nas empresas Sociedades de Propósito Especifico Amazônia Eletronorte Transmissora de Energia S.A. - Aete, Integração Transmissora de Energia S.A. - Intesa e Aripuanã Energia S.A.. Novos negócios - A Eletronorte construiu e vem operando hidrelétricas e termelétricas, destacando-se a Usina Hidrelétrica Tucuruí, concluída recentemente (veja matéria na página 6.) Mas novas fronteiras têm sido
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abertas, como o Aproveitamento Hidrelétrico Dardanelos, por meio do Consórcio Aripuanã, constituído pela Eletronorte, Chesf, Neoenergia e Construtora Norberto Odebrecht . Dardanelos, localizada no Rio Aripuanã, Mato Grosso, representa um investimento da ordem de R$ 574 milhões, com uma potência instalada de 261 MW. A Empresa tem participado também de diversos estudos de inventário e de viabilidade. O inventário do Rio Tapajós, por exemplo, possibilitará avaliar um potencial estimado em 11.000 MW. Encontra-se em fase final de análise pela Aneel o inventário do Rio Ji-Paraná - com um potencial estimado em 350 MW. Dentre os estudos de viabilidade destacam-se os da Usina Hidrelétrica Marabá, a ser implantada no Rio Tocantins, no Estado do Pará, com potência instalada de 2.160 MW; e os da Usina Hidrelétrica Serra Quebrada, também no Rio Tocantins, na divisa dos estados de Tocantins e Maranhão, com potência instalada de 1.328 MW. Reconhecimentos - A Eletronorte tem recebido anualmente diversas certificações e reconhecimentos. Em 2006 todos os trinta processos certificados nos centros de Operação de Belém, São Luís, Tocantins, Cuiabá, Brasília, Porto Velho e Macapá, que abrangem pré-operação, tempo real e pós-operação dos sistemas elétricos interligado e isolados, tiveram seus certificados ISO 9001 renovados para o período 2007/2010. O Centro de Operação de Roraima também passou por auditoria da BVQI e conquistou a sua primeira certificação ISO 9001. Na Sede da Empresa 25 processos englobando gestão de contratos da transmissão, redes de telecomunicações, desenvolvimento e capacitação de pessoas, projetos de linhas de transmissão, medição e comercialização de energia e gestão pré-operacional de novos empreendimentos de transmis-
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são também tiveram seus certificados ISO 9001 renovados para o período 2007/2010. A Empresa também conquistou o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica - vencedor da etapa Região Norte e finalista do Brasil - Projeto de P&D - Regenerador Ótico Passivo, a experiência premiada no 11º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal - Enap (2006) e o Prêmio Procel de Eficiência Energética - Grandes Empresas Geradoras (2006). As unidades regionais de Produção e Comercialização do Amapá, Tocantins, Rondônia e Acre receberam o Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho - PSQT - na categoria Grande Empresa. E a Faixa Bronze do Prêmio Nacional de Gestão Pública - PQGF foi concedido pela quarta vez à Regional de Transmissão de Mato Grosso e para a Superintendência de Engenharia de Operação e Transmissão. O futuro - O esforço da Eletronorte sempre foi a busca da sustentabilidade em harmonia com o fomento ao desenvolvimento. Para que isto seja alcançado há que se dar continuidade, tanto internamente, quanto externamente, à busca da verdadeira revolução de modernidade administrativa que conduzirá a Empresa à excelência na prestação de seus serviços. Este trabalho demonstra, efetivamente, a importância da dimensão social de suas ações, essenciais para a vida de milhões de brasileiros. Vai além da inadiável iniciativa, do Governo Federal, de levar luz às populações da Região Norte, detidamente as mais pobres, dando-lhes, ainda, assistência, em diversos campos e atuando positivamente no dia a dia de suas vidas. Os projetos que traçam os rumos futuros da Eletronorte demonstram apenas parte das muitas realizações alcançadas em 34 anos. Na verdade, todas as conquistas resultam do empenho, altamente profissional, dos quadros gerencial e funcional da Empresa. (Colaborou Alexandre Accioly)
Os que chegaram antes e depois "Será que es-
nas "quatro" e nada mais, ele brinca dizen-
tou dando o pas-
do: vai escrevendo assim: zero, zero, zero,
so certo? Moro
zero, quatro!".
no Rio de Janei-
Enquanto Márcio brinca com o número de
ro com a minha
sua matrícula, Gervásio Nery de Albuquer-
família e encarar
que (foto abaixo) ainda tenta decorar a sua,
uma nova situa-
11.086. Um dos mais novos empregados da
ção em Brasília
Eletronorte ingressou na turma de 4 de ju-
valerá a pena?".
nho de 2007, aprovado no último concurso
Essas podem ser
público. Ele, que tem 33 anos, já passou por
as
de
dois empregos anteriormente, e não foi tão
muitas pessoas
sortudo quanto o colega engenheiro. Nenhum
que mudam de
dos empregos que teve era tão atraente quan-
cidade por conta
to a Eletronorte. "Eu vim pra cá por conta
de um emprego,
dos benefícios, que são maravilhosos. Para
ainda mais quan-
quem tem família e filhos, como eu, é uma
do se trata do
ótima Empresa para construir a vida", relata
primeiro. E com o engenheiro Marcio Ribeiro
Gervásio, que já trabalhou na Universidade
de Barros (foto acima) não foi diferente. Ele,
de Brasília e na Empresa Brasileira de Cor-
que foi um dos primeiros empregados a entrar
reios e Telégrafos.
dúvidas
na Eletronorte, em 1973, também tinha as mes-
Foi justamente nos Correios que Gervásio
mas desconfianças de qualquer recém-forma-
despertou o interesse pela Eletronorte. Cole-
do. Hoje, 34 anos depois, comemora as con-
gas de lá, saídos da Eletronorte por conta dos
quistas realizadas graças a sua mudança. "E
programas de demissão voluntária, o incenti-
eu, mesmo com um grande ponto de interro-
varam a tentar seguir carreira numa empresa
gação na minha frente, vim para Brasília", afir-
que o valorizasse mais. Como sempre buscou
ma ele, que veio, e não se arrependeu. "A Ele-
trabalhar onde a preocupação com a qualida-
tronorte foi a grande escola na minha carreira
de de vida fosse alta, não perdeu tempo, fez o
profissional, pois entrei como recém-formado.
concurso e hoje comemora sua admissão.
Tive o privilégio de conhecer Tucuruí nos pri-
Por conta disso, o que se pode dizer sobre
meiros meses de sua construção. Criei gran-
suas expectativas? São simplesmente as me-
des amizades na Empresa. Participei ativamen-
lhores. Talvez até mais do que as de Márcio,
te das atividades esportivas da Aseel, princi-
da época em que viajava a Tucuruí e lá existia
palmente como jogador de voleibol. Fui sócio-
apenas um táxi,
fundador da Previnorte. Casei e tive três filhas,
e hoje é a mai-
sendo todas criadas com meu trabalho aqui na
or usina hidre-
Eletronorte. Enfim, hoje reconheço que dei o
létrica brasilei-
passo certo ao vir para Brasília e trabalhar na
ra. Marcio dá
Eletronorte".
uma dica aos
E não será a primeira vez que o Engenheiro
novatos, como
é lembrado por seu tempo de Empresa. Aliás,
Gervásio: "vo-
deve estar bastante acostumado, pois foi um
cês têm de re-
dos dois colaboradores que comemorou o dé-
conhecer que a
cimo aniversário da Eletronorte, e o único a
Eletronorte va-
receber o prêmio pelos vinte anos de serviço.
loriza e incenti-
Atualmente trabalhando na Aneel, o ex-empre-
va muito seus
gado acha graça pelo número de sua matrícu-
empregados".
la soar estranho até mesmo quando liga para
Pelo visto, Ger-
Empresa a fim de buscar alguma orientação.
vásio já sabe
Como não acreditam que o número seja ape-
disso.
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Os que cuidam do nosso futuro Um senhor tranqüilo, segu-
te fundasse a Previnorte, inau-
ro e estável, que toma chá no
gurada em 21 de julho de
lugar de café, e caminha pela
1988.
empresa com a tranqüilidade
Inicialmente instalada numa
de quem passeia pela própria
pequena sala do oitavo andar
casa. O presidente da Previnor-
do edifício Brasília Trade Cen-
te, Massashi Tegoshi, retrata
ter, em Brasília, a Previnorte atu-
bem a consolidação da Funda-
almente conta com 5.198 parti-
ção de Previdência Comple-
cipantes, sendo 1.036 já apo-
mentar, hoje com 19 anos de
sentados. Seus 44 colaborado-
existência. Anos antes, recém-
res ocupam todas as salas do
saído de uma pós-graduação
oitavo andar daquele prédio, gra-
em São Paulo, Tegoshi ingres-
ças àqueles que desde o desen-
sou na Eletronorte para imple-
volvimento do projeto acredita-
mentar a Diretoria Financeira,
ram na possibilidade da concre-
e nem imaginava que 31 anos
tização de uma previdência
depois de sua entrada estaria hoje na diretoria da Previnor-
complementar.
Antônio Bellani
O Antônio Bellani disse que
te. "Vim para conhecer e aca-
nos pagaria um jantar caso a
bei ficando por aqui. Para mim, eu apenas mon-
Fundação desse certo. Precisávamos de metade
taria a equipe da Diretoria Financeira e iria em-
dos empregados da Eletronorte mais um para que
bora", confessa Tegoshi, que sempre ajudou a ad-
a Previnorte fosse adiante. E com muita alegria,
ministrar a Fundação ao longo dos anos.
conseguimos 91% da adesão, o que correspondia
Atualmente, a Previnorte apóia os empregados
a 4.104 empregados nessa nova empreitada", afir-
da Eletronorte, Manaus Energia e Boa Vista Ener-
ma Tegoshi, que na época ocupava o cargo de di-
gia, administrando mais de cinco mil participan-
retor Financeiro da Fundação, e foi ao jantar pago
tes, com um patrimônio administrativo em maio
pelo colega.
de 2007 superior a R$ 830 milhões, patrimônio
Tegoshi conclui que nada disso teria sido feito
que cresce ao longo dos anos graças ao que o
sem a consolidação da Eletronorte. "A Previnorte
Presidente classifica de "empenho, dedicação, de-
é o que ela é por conta do grande apoio dos em-
terminação de um grupo de empregados que, de-
pregados, e à responsabilidade que a Eletronorte
pois de vários anos de luta, conseguiu transfor-
tem, não só econômica como também social, na
mar em realidade esse grande sonho".
Região Norte e aqui."
E esse grande sonho surgiu em 1974, sendo seu idealizador Antônio Bellani, contador da Eletronorte. Ele teve uma experiência na empresa em que trabalhou anteriormente, onde existia uma fundação de previdência particular. Porém, naquela época, a Eletronorte estava mais preocupada com a construção de Tucuruí, não podendo dar atenção ao novo projeto. Onze anos depois, uma comissão foi criada, para que finalmente, em 21 de março de 1988, fosse dada a autorização para que a Eletronor-
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Tegoshi e a diretoria da Previnorte
tividades da população local", afirma. Além de Coroatá, a Aseel está presente em Abaetetuba, Balbina, Belém, Boa Vista, Brasília, Cuiabá, Imperatriz, Itapecurú-Mirim, Macapá, Manaus, Marabá, Porto Velho, Presidente Dutra, Rio Branco, Rondonópolis, São Luis e Tucuruí. Para Brodinha, a Aseel é a segunda casa dos empregados da Eletronorte. "Há associados que não freqüentam o clube há dez anos, e mesmo assim não deixam de ser sócios, pois passaram grande parte da vida lá, participan-
Brodinha e a primeira diretoria da Aseel
do dos festivais de Música, Queijos e Vinhos, atividades esportivas, entre outras", afirma.
Os que nos
Quem o vê tão entusiasmado com os projetos
proporcionam o lazer
emprego foi na Ford, como Gerente de Ven-
da Associação nem imagina que seu antigo das ao Governo. Em 1981, a crise do petróleo
Como seria freqüentar um clube onde, além
no mundo fez com que Brodinha fosse demiti-
de você, haveria mais sete sócios? Pois no mu-
do da montadora, sendo convidado a traba-
nicípio de Coroatá, no Maranhão, é assim que
lhar na Aseel com implantação das apólices
funciona uma das unidades regionais da Aseel,
de seguro de vida em grupo da Eletronorte,
Associação dos Empregados da Eletronorte,
que naquela época era administrada pela As-
Manaus Energia e Boa Vista Energia. "A Aseel
sociação.
surgiu para dar este suporte aos trabalhado-
Hoje, 26 anos após a crise que o fez perder
res e às suas famílias. Os filhos participavam
o emprego, Brodinha é um prestigiado e queri-
das atividades esportivas e culturais, sendo por
do presidente, pois se preocupa e valoriza tan-
vezes o único lazer que o trabalhador tinha, e
to seus associados quanto os colegas da Ele-
que, em alguns casos, ainda têm", declara
tronorte. "A Aseel existe em função dos seus
Wagner dos Santos Teixeira - o Brodinha -, que
associados, com a finalidade de levar lazer aos
hoje preside a Associação, criada em 2 de ou-
colaboradores da Eletronorte, na Sede e nas re-
tubro de 1978.
gionais, sem os quais não haveria sentido exis-
Os olhos marejados denunciam o orgulho fru-
tir a Aseel. Desta forma, rendemos nossos mais
to da consolidação de um dos maiores símbolos
sinceros agradecimentos a todos os núcleos
dos empregados da Eletronorte, até porque quem
que, mesmo distantes geograficamente, agre-
conhece a Empresa também conhece a Aseel.
gam grande valor à família da Eletronorte nes-
A Associação foi criada quando a Eletronorte ti-
tes 29 anos de atuação".
nha apenas quatro anos, sendo localizada no bairro Park Way, em Brasília, a primeira Aseel inaugurada. Hoje, 20 clubes abrigam 4.600 associados, sendo que Brasília abriga o maior número de sócios, 958 pessoas. Há lugares, segundo Brodinha, em que há apenas oito associados, como o clube de Coroatá, um município de 59 mil habitantes, a 250 quilômetros do Maranhão. Nessas cidades, a Aseel desempenha um papel mais destacado, pela função de agregar também as pessoas da sociedade local. "Lá são realizados casamentos e outras fes-
A atual diretoria
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Os que muito trabalharam
Butruce e Pegoraro
Conversar com Jorge Butruce e Má-
"Nós, como aposentados, tínhamos
rio Luiz Pegoraro é tão fascinante quan-
muitas dificuldades de sermos aten-
to ver um filme sobre a criação da Ele-
didos como pessoas físicas. Nos vimos
tronorte. Mal se imagina o quanto eles
obrigados a criar uma pessoa jurídica,
têm para contar sobre a construção das
e desta forma, podermos ser recebi-
hidrelétricas, a mudança da Sede da
dos", argumenta Butruce, diretor Ad-
Empresa para um prédio maior, as ami-
ministrativo da Aposen. "Colocamos à
zades criadas e outras já perdidas. Com
disposição dos associados uma equi-
uma disposição e animação de jovens
pe de advogados para auxiliar no que
recém-ingressos no mercado de traba-
precisarem", lembra Pegoraro. Hoje a
lho, narram com muita saudade a épo-
Associação, com sede no edifício
ca em que eram empregados ativos da
Anhanguera, em Brasília, conta com
Eletronorte e, mesmo com os obstácu-
500 aposentados e pensionistas, qua-
los que têm de enfrentar na nova fase
se a metade dos aposentados da Ele-
da vida, esquecem os percalços e con-
tronorte.
tam com orgulho o surgimento da Apo-
Apesar de algumas insatisfações com a Empresa, "é presente, mas poderia ser bem mais" - desabafa Butruce - os dois lembram da época em que entraram na Eletronorte, e conheceram um mundo um pouco distante da realidade de cada um. "Eu vim da Eletrosul para cá, e nunca mais saí", diz Butruce, pós-graduado em Administração Financeira pela USP, que ajudou na criação da área de Benefícios da Empresa. Já Pegoraro saiu do Rio Grande do Sul para Manaus, depois se mudou para o
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sen, Associação Nacional dos Aposen-
Espírito Santo e finalmente, Tucuruí.
tados da Eletronorte, lembrando sem-
"Nessa época fui incumbido de estru-
pre que, da mesma forma que os fun-
turar, treinar e implantar a Divisão Ad-
dadores da Empresa estão na Aposen,
ministrativa de Tucuruí", relembra.
um dia todos nós estaremos no lugar
Hoje tanto Butruce quanto Pegoraro
deles, e por isso não devemos deixar
não deixaram de trabalhar pela Eletro-
de prestigiá-los. "Nós somos vocês ama-
norte, pois acumulam a função de con-
nhã", lembra Pegoraro, presidente da
selheiros da Previnorte, sempre traba-
Associação.
lhando em prol dos seus colegas, con-
A Aposen foi criada em 5 de junho
quistando novos direitos para quem já
de 1992 tanto para reunir os ex-cole-
ajudou muito uma das maiores empre-
gas de trabalho quanto para solucio-
sas do Setor Elétrico a estar sempre
nar os problemas que enfrentavam:
crescendo e evoluindo.
Os que lutam por melhores condições de trabalho
Divulgação
"Num momento de grandes dificuldades políticas e econômicas para os brasileiros, crescemos, amadurecemos, vivemos experiências valiosíssimas e hoje podemos nos orgulhar de ser um dos mais combativos e organizados sindicatos do Distrito Federal". O ano era 1985, em que as dificuldades políticas e econômicas enfrentadas se deviam ao fim da ditadura militar. O orgulho vem de ser uma das organizações que, com quase três mil filiados, é conhecida por lutar, independentemente de posições políticas, em favor dos trabalhadores do Setor Elétrico. Esta é a mensagem do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Distrito Federal - Stiu-DF. O Sindicato luta tanto pelos interesses das empresas, quanto dos trabalhadores, que, aos poucos, seguiram o caminho natural de se organizarem numa entidade que defendesse seus interesses. "Nós somos indepen-
o Stiu-DF. "Hoje temos uma responsabilidade
dentes, temos autonomia, e para nós isso é fun-
muito grande de fazer a renovação sindical, por-
damental, já que lutamos por uma sociedade
que acima dos interesses das pessoas está o
igualitária", diz Mauro Martinelli, diretor-execu-
interesse da entidade sindical que representa
tivo do Stiu-DF.
os trabalhadores".
O Sindicato é filiado à Central Única dos Tra-
O Stiu-DF é muito respeitado tanto regional
balhadores - CUT, e à Federação Nacional dos
quanto nacionalmente. No Setor Elétrico tem
Urbanitários - FNU, e representa os trabalhado-
sido reconhecido por suas lutas contra a priva-
res do Setor Elétrico no Distrito Federal, com-
tização das empresas geradoras e em favor de
preendendo a Eletronorte, Companhia Energé-
uma solução para o equilíbrio econômico-finan-
tica de Brasília - CEB, Eletrobrás, Furnas e Ope-
ceiro da Eletronorte "Participamos ativamente,
rador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.
desde sua criação, das lutas gerais do Brasil,
Mauro é engenheiro e professor de física e
pela democratização do nosso País, em favor
matemática. Entrou na Eletronorte em 1986,
das 'Diretas já!', na luta pelo 'Fora Collor!' e de
como prestador de serviços, e a expectativa era
todas as demais lutas em defesa da população.
de que, na Empresa, seguisse carreira na sua
Por isso, somos caracterizados como um Sindi-
área de formação, Engenharia. No entanto, em
cato de luta, independente de partidos políticos
1993, convidado por um colega da Eletronorte
e de governos. Fazemos questão de manter
que também era dirigente sindical, entrou para
nossa autonomia", afirma Mauro. Martinelli ressalta um dos maiores desafios que o Sindicato enfrenta: lutar de forma a melhorar as condições de trabalho dos sindicalizados. E por conta disso, congratula aqueles que tanto fizeram pela Empresa. "O Stui-DF parabeniza a todos os trabalhadores da Eletronorte pelos 34 anos de bons serviços na Amazônia Legal. Graças ao trabalho incansável dos seus empregados, é considerado o maior agente de desenvolvimento da Região Norte, gerando e distribuindo energia elétrica com qualidade, além de participar efetivamente de vários projetos sociais de interesse da população".
Trabalhadores nas ruas, conquistas nas empresas
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TECNOLOGIA
O corpo de nossas usinas Viviane Vieira
O óleo é comparado ao sangue. A bomba, ao nosso coração. O regulador do combustível ao cérebro, pois controla as atividades vitais à sobrevivência. O pulmão é representado pelo sistema de resfriamento, os rins que no corpo humano têm a função de limpar as impurezas do sangue são bem representados pelos filtros. As tubulações não poderiam ser outras que não as veias e artérias do sistema circulatório, essencial para o funcionamento daquelas que são consideradas o corpo das usinas térmicas e hidráulicas do mundo: as turbinas! Para que elas garantam a geração de energia elétrica com eficiência máxima são criados, diariamente, mecanismos de melhorias e inovações para o complexo sistema das Pelton, Kaplan, Francis e outras máquinas geradoras de desenvolvimento.
Limpeza de filtros em apenas dois segundos
Quando os rins não filtram - "Pedro você está prestando atenção no trânsito?!". A frase é dita com freqüência pela secretária Cristina, esposa do técnico industrial de engenharia da Regional de Produção e Comercialização de Rondônia, Pedro Emanoel Ramos Cruz. Ele está atento ao movimento dos outros carros, mas sua cabeça também está buscando soluções para a limpeza de filtros de ar das turbinas LM 2500 e LM 6000, da Usina Térmica Rio Madeira.
Os rins dessas turbinas estão constantemente sujos e o sistema de limpeza manual de cada um dos 200 filtros de uma turbina leva em média seis minutos. Como no aparelho humano, o excesso de resíduos causa muitos danos. Nesse caso o desempenho da máquina geradora é afetado, provocando ainda o aumento do gasto com combustível. Pedrinho, como é carinhosamente chamado por seus colegas, não conseguia aceitar o excesso de trabalho em algo aparentemente tão simples. Uma complicação a mais: os filtros, que também estão presentes em escavadoras, geradores e outros equipamentos de combustão interna, são vendidos sem peças para reposição. Depois de compartilhar com a esposa praticamente três meses de noites mal-dormidas, afinal a Cristina é dessas companheiras que tentam compreender o serviço do marido, Pedro conseguiu imaginar um dispositivo para a limpeza dos filtros com rapidez e eficiência. A montagem do invento levou aproximadamente 25 dias. Com o equipamento, os técnicos deixaram de realizar o serviço manualmente e economizaram 90% do tempo gasto. A limpeza de cada filtro é feita, hoje, em apenas dois segundos! A economia de tempo aumentou, conseqüentemente, a disponibilidade para o sistema e a arrecadação da Empresa em R$ 323,7 mil com a venda de mais 4.224 MW, todos os anos, à Centrais Elétricas de Rondônia - Ceron. Uma ajuda para o cérebro - Foi perdendo mais algumas noites de sono, deixando a Cristina e a filha Stefany, estudante de medicina, falando muitas vezes sozinhas que Pedro Emanuel, com seus 18 anos de Eletronorte, conseguiu mais uma solução criativa para dar aquela força à equipe de manutenção: o dispositivo de medição da distância axial turbina-gerador. Antes do invento, os trabalhadores da Divisão de Geração Térmica perdiam até quatro dias no procedimento de medição das unidades geradoras, utilizado um gabarito padrão fornecido pelo fabricante. Havia o envolvimento de seis pessoas no processo, risco de quebra do equipamento devido à vibração e ressonância, ameaça à segurança dos operadores e de perda na
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Educação para inovar
Pedro e as filhas
geração. Durante o tempo em que a turbina ficava obrigatoriamente parada para a manutenção, o prejuízo era de 1.700 a 6.800 megawatts, dependendo da capacidade da turbina. O dispositivo criado pelo Pedro Emanoel possui um relógio com comparador digital que facilita essa leitura complexa e essencial para o funcionamento da turbina. Graças a ele, a Eletronorte transformou o que era uma perda em receita. Anualmente, R$ 124,1 mil passaram a entrar nos cofres da Empresa, correspondentes a venda de energia elétrica de 1.620 MW.hora. A inovação será patenteada e utilizada em outras empresas do Setor Elétrico que enfrentam o mesmo problema. Com os equipamentos, Pedro conquistou, no ano passado, dois troféus no I Prêmio Muiraquitã de Inovação Tecnológica da Eletronorte. Perguntamos se ele vem trabalhando em algo novo. O colaborador dá um sorriso. Parece de novo um menino de seis anos ganhando do pai uma moderna aeronave de brinquedo, em Manaus, que foi totalmente desmontada somente para o "Pedrinho" ver como é que a foto da aeromoça aparecia na porta deslizante! É claro que dois dias depois ele montou o avião de novo... Agora, sua última "aprontação" - como diriam os colegas de trabalho, foi um simulador de temperatura de turbina térmica. Ele custaria para a Empresa R$ 8 mil reais, mas como Pedrinho utilizou apenas um secador de cabelo para fazê-lo, a despesa caiu para R$ 170,00! As melhorias e inovações para uma boa e necessária "recauchutagem" no corpo das usinas não param. Cada Regional da Eletronorte tem sua contribuição: no Acre, sistema de filtros abafadores, no Amapá um modelo de caixa separadora de óleo... A imaginação dos colaboradores da Empresa é infinita!
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Paulo Márcio Mendonça de Souza é formado em Engenharia Mecânica pela Puc-MG, pós-graduado em Segurança no Trabalho, Análise e Educação Ambiental, e Política Estratégica pela Adesg; e Metodologia do Ensino Superior pela Fundação Riomar, da Universidade Federal de Rondônia. Ministra a disciplina Introdução à Segurança do Trabalho na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Porto Velho, para uma safra de futuros tecnólogos do curso de Sistemas Elétricos de Energia. A Ulbra foi a primeira Universidade de Paulo (à direita) e seus alunos Porto Velho a investir na formação superior, com a implementação do curso de Sistemas Elétricos de Energia. Os alunos são levados a desenvolver melhorias e inovações que possam ser aplicadas nos diversos setores vinculados à eletricidade (geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica). Como especialista em Educação Ambiental, o senhor avalia positivamente as inovações que vem surgindo nas turbinas hidráulicas e térmicas?
Sim, desde que no processo de concepção dessas inovações sejam levados em consideração todos os aspectos ligados ao meio ambiente que poderão surgir com seu advento. Não adianta termos equipamentos de alto rendimento e tecnologia avançada que não possam ser implementados devido a seu custo elevado para a natureza. Seguindo à determinação do Ministério Trabalho e Emprego, a Eletronorte está realizando cursos de capacitação da NR-10 Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade. A disciplina que o senhor ministra na Ulbra está em conformidade com esta norma regulamentadora?
Sim, a NR-10 apresenta em seu texto aspectos de vital importância para a prevenção de acidentes nas fases de geração, transmissão, distribuição e consumo. A norma atua nas etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações e quaisquer trabalhos nas suas proximidades. Ela vem contribuir com a normatização e a disseminação de informações sobre prevenção de acidentes e doenças do trabalho e se torna decisiva para que a qualidade de vida no ambiente laboral seja valorizado. O seu estudo dentro da sala de aula conscientiza os futuros profissionais da importância de se trabalhar com procedimentos e normas na prevenção de acidentes. Quanto aos trabalhadores que já atuam no setor, a NR 10 eleva consideravelmente o nível de proteção contra acidentes, mas estabelece deveres como níveis de responsabilidades e a elaboração da avaliação de risco preliminar realizada pela equipe antes da execução de intervenções nos diversos sistemas que compõem o sistema elétrico.
Turbinas da natureza As Empresas do Grupo Eletrobrás investem forte versidade Federal do Pará, é mestre em Engeem inovação. Nos últimos seis anos, elas aporta- nharia pela PUC do Rio de Janeiro e doutor em ram cerca de R$ 1 bilhão em centenas de proje- Energia e Sistemas Térmicos pela École Central tos, sendo mais de R$ 330 milhões o orçamento de Lyon, na França. previsto para este ano. A contribuição da EletroEle e a equipe do Laboratório de Energia e Meio norte é destacada em inventos como a turbina Ambiente da UnB são responsáveis pela instalahidrocinética, fruto da parceira com a Universi- ção de um projeto demonstrativo de uso da turbidade de Brasília - UnB, que levou 24 meses para na hidrocinética geração 2, no assentamento exficar pronta. trativista do Maracá (AP) e pelo desenvolvimento O investimento de R$ 630 mil irá beneficiar os da nova turbina geração 3, uma parceria da UnB moradores da pequena Maracá, no interior do Ama- com a Eletronorte. pá. O projeto audacioso foi apresentado no início de junho deste ano, em uma conferência da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras - Anpei, em Salvador. A turbina hidrocinética possui os mesmos princípios das hidráulicas, entretanto é de tamanho inferior, de fácil manuseio e baixo custo. Seu impacto ambiental é quase nulo, porque não necessita de barragens e não interrompe a navegação ou a passagem da fauna aquática. "A corrente do rio faz a turbina girar e, acoplada a um motor, gera energia elétrica", explica o superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Eletronorte, Luis Cláudio Frade. O processo de implantação da turbina Antônio Brasil e a turbina em Maracá contou com 18 pessoas - quatro da Eletronorte e 14 da UnB. A equipe passou A turbina hidrocinética é a primeira meses na comunidade analisando o perfil socioeparceria entre a Eletronorte e a UnB? conômico da população. A turbina hidrocinética A Universidade tem uma forte parceria com a irá contribuir também para o escoamento da pro- Eletronorte desde 2001, em projetos relacionadução de castanha da região, uma das principais dos às turbinas hidráulicas. A partir de 2004 coatividades econômicas da comunidade. meçamos a trabalhar com o projeto das turbiA turbina de Maracá tem capacidade de gera- nas hidrocinéticas, em particular para atualizar ção de 1 kW em 220 V e atenderá à comunidade, e modernizar a tecnologia, para uso em comuinicialmente, por cerca de seis meses. Frade des- nidades isoladas na Amazônia. taca que os planos para o futuro do projeto são Nas inovações tecnológicas proporcionadas ambiciosos. A idéia é gerar energia elétrica para pela parceira da Universidade com a pequenas comunidades da Amazônia que não faEletronorte, o quem vem depois desta turbina? zem parte do Sistema Interligado Nacional. "A turEstamos aprimorando o projeto constantebina é um projeto relativamente simples, mas de mente e consolidando alternativas tecnológicas grande importância nesse momento de dificulda- sempre em um modelo estável. A turbina que des em licenciamentos ambientais para hidrelé- está instalada em Maracá é a geração 2. Ela está tricas, principalmente na Amazônia", comenta o disponível atualmente para uso de comunidasuperintendente. des e concessionárias. Estamos trabalhando atualmente na terceira geração, que será uma máUniversidade - Antonio C.P. Brasil Junior é chequina mais compacta, dinâmica, moderna e com fe do Departamento de Engenharia Mecânica da mais facilidades de instalação. Esta turbina esUnB. Formado em Engenharia Mecânica pela Uni- tará pronta para o mercado em 2008.
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ENERGIA ATIVA
XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens "Tenho certeza de que aqui não restou dúvida alguma de que a geração de energia por hidrelétricas é fundamental para o País", afirma o presidente do Comitê Brasileiro de Barragens, Edilberto Maurer.
Michele Silveira
Belém do Pará, 3 de junho de 2007. O caminho até o Hangar - Centro de Convenções - guarda os encantos da cidade conhecida como Portal da Amazônia. O calor úmido, os arcos com a Virgem de Nazaré, o verde intenso das tradicionais mangueiras e a imponência do Theatro da Paz confirmam: estamos no caminho certo. É no Estado dono de vasto potencial de energia hídrica que acontece o XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens. É a primeira vez que a Região Norte sedia o evento. E não foi por acaso. O potencial hídrico e a diversidade da região amazônica aglutinaram informações sobre potencial energético, engenharia, desenvolvimento com valorização das comunidades locais e responsabilidade socioambiental. Ou seja, exatamente a proposta do Seminário. "O evento foi um sucesso sob todos os aspectos. Com mais de 600 inscritos, além dos participantes e mais de 80 trabalhos técnicos, tivemos qualidade técnica nos debates e em cada espaço do evento. Tenho certeza de que aqui não
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restou dúvida alguma de que a geração de energia através das hidrelétricas é fundamental para o País", disse o presidente do Comitê Brasileiro de Barragens, Edilberto Maurer. A abertura do evento teve a participação da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT). Reafirmando a posição do Estado como grande produtor de energia hídrica, ela entusiasmou os participantes ao falar da necessidade de se aumentar a capacidade de geração de energia para garantir o desenvolvimento do Brasil. Entusiasta da universalização da energia, a Governadora disse não ter dúvidas da importância do evento ao aliar temas como construção e segurança de barragens à discussão sobre o desenvolvimento da Amazônia e responsabilidade socioambiental. "Nós queremos Belo Monte, por exemplo, mas com o envolvimento da comunidade, do Estado, com desenvolvimento local e responsabilidade com as pessoas e com o meio ambiente", disse Ana Júlia. "O Seminário acontece num momento muito significativo, em que o PAC - Programa de Aceleração de Crescimento prevê que 12 mil MW entrem até 2010 e nos
apresenta outros 53 mil MW entre estudos de inventário e viabilidade". A declaração é do chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia, José Antônio Coimbra, que participou do Seminário e reforçou a disposição do MME em retomar o planejamento energético do país. "É um momento importante para o País na retomada do crescimento - e de um crescimento sustentável, onde se aposta que as hidrelétricas serão fatores principais nesse desenvolvimento para dar essa sustentabilidade com fornecimento de energia, barata, renovável e limpa", afirma Coimbra.
Tucuruí - O segundo dia do evento reserva uma agenda técnica que vai além dos cálculos matemáticos. Começa com a palestra do presidente da Eletronorte, Carlos Nascimento, que deu continuidade ao tom de entusiasmo dos profissionais presentes. Ao mesmo tempo em que detalhou um histórico do setor no País, o Presidente disponibilizou dados significativos sobre a importância da geração hidrelétrica para o Brasil. Segundo ele, em 2005, a geração por meio de hidrelétricas foi responsável por 77% da produção energética do Brasil. "A construção de hidrelétricas vem contribuindo de várias formas para o desenvolvimento do Brasil. Seja pela vida útil; seja pelo uso múltiplo dos recursos hídricos, que além da energia podem garantir navegação, suprimentos de água, piscicultura, irrigação e lazer; seja pela fabricação de equipamentos, gerando emprego, renda e energia mais barata. É preci-
so também falar dos programas ambientais e sociais, pois o Setor Elétrico repassa recursos aos estados e municípios por meio da compensação ambiental", afirmou. De acordo com Nascimento, em 2006, as usinas hidrelétricas repassaram cerca de R$ 1,5 bilhão, distribuídos para 642 municípios em 21 estados brasileiros. No telão, a palestra do presidente era acompanhada por imagens da Usina Hidrelétrica Tucuruí e dados imponentes: apenas 68% do potencial hidráulico brasileiro foi inventariado. Hoje há 1.602 empreendimentos hidrelétricos em operação, com uma potência de 97.042 MW. A adição prevista para os próximos anos é de 25.966 MW. Em cada uma das telas da apresentação, uma frase de autoria do engenheiro da Eletronorte, Humberto Gama - refletia o sentimento de quem acompanhava tudo atentamente: "O Brasil precisa das hidrelétricas". Meio ambiente - A engenharia e a gestão ambiental mostram agora seus trabalhos e debruçam os olhares sobre "A Questão Ambiental nos Estudos, Projetos e Construção de Barragens". O relator do tema, o biólogo Anastácio Afonso Juras, da Eletronorte, apresentou tópicos como legislação ambiental, gases do efeito estufa, recursos de compensação ambiental, além de sugerir algumas propostas para a melhoria dos processos de planejamento, construção e operação das barragens. "Não existe a possibilidade de nós construirmos qualquer obra no mundo sem que ela ocasione qualquer impacto. Então, esses impactos existem em qualquer empreendimento, não
Autoridades e diretores da Eletronorte prestigiaram o Seminário
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Pequena ou grande, uma energia só De acordo com o presidente do CBDB, Edilberto Maurer, a legislação brasileira define que as usinas até 30 MW são consideradas PCHs - pequenas Centrais Hidrelétricas. Porque existe uma definição legal? Porque o procedimento para outorga é diferente. "Acima de 30 MW a legislação define que haja um processo licitatório para definir quem será o explorador. Na legislação existe apenas pequena e grande. Quando nós do Comitê falamos em médias é porque do ponto de vista das pesquisas e trabalhos, criou-se espaço vazio entre 30 MW e 100 MW, pois quando falamos em grandes, conceitualmente nos
Ana Júlia, Carlos Nascimento e Edilberto Maurer abrem o evento
apenas em barragens. A diferença que faz com que tratemos dessas questões com mais propriedade é a atenção aos pré-requisitos para barragens sustentáveis", explica Juras. O biólogo relatou como exemplo, a implantação do Aproveitamento Hidrelétrico Dardanelos, pela Eletronorte, no Rio Aripuanã, em Mato Grosso, onde foram asseguradas vazões ambientais para a preservação das cachoeiras das Andorinhas e Dardanelos, bem como da fauna e flora associadas. Dardanelos vai gerar 261 MW e foi estudada desde 1993. O diferencial do empreendimento é a ausência de formação de lago, pois a energia gerada proverá do aproveitamento da queda natural existente nos saltos e cachoeiras, com cerca de 130 metros de altura. O tema reuniu 19 trabalhos, entre os quais, sete com a participação da Eletronorte, como o Mosaico de Unidades de Conservação da região da UHE Tucuruí, o Programa de Germoplasma Florestal da UHE Tucuruí e a Proposta para Utilização da Compensação Ambiental da mesma hidrelétrica. Ainda é o primeiro dia de debates, mas o clima é o de certeza de que as hidrelétricas são a melhor opção e podem, sim, aliar o potencial de geração de energia à responsabilidade socioambiental. Presente ao debate, o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, Adhemar Palocci, elogiou o momento em que o Seminário acontece. "É a primeira vez que o Seminário acontece na Região Norte e estamos começando esse debate exatamente na Semana do Meio Ambiente. Acredito que tudo isso permite uma série de ventos
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referimos às de mais de 100 MW. Em outros países já existe a definição de médias", explica. Mas e quais são as diferenças e vantagens de cada uma? Para Edilberto Maurer, "se falarmos de uma grande hidrelétrica, de até 2 mil MW, elas trazem uma vantagem econômica, pois tem o custo menor por kW instalado, tendo em vista que o investimento na construção se dilui pela capacidade de geração e o custo unitário acaba sendo mais barato; por outro lado acabam criando um impacto maior e uma área de influência de trabalho também maior". Sobre as pequenas, Maurer explica que uma das vantagens é estar em áreas que permitem com que se façam usinas sem reservatórios muito pequenos,
Edilberto Maurer
com impactos quase desprezíveis, mas o custo, obviamente, é mais alto. Outra vantagem das PCHs é que elas podem abastecer áreas isoladas, não necessariamente ligadas ao sistema. De acordo com a Aneel, empreendimentos hidrelétricos com potência instalada até 30 MW, as denominadas Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs, vêm recebendo uma série de benefícios do governo para estimular os investimentos, além do processo de outorga ter sido simplificado. As PCHs, representam uma forma rápida e eficiente de promover a expansão da oferta de energia elétrica, visando a suprir a crescente demanda verificada no mercado nacional. Esse tipo de empreendimento possibilita um melhor atendimento às necessidades de carga em áreas periféricas ao sistema de transmissão, em pequenos centros urbanos e regiões rurais, marcadas pela expansão agrícola, além de, em muitos casos, complementar o fornecimento realizado pelo Sistema Interligado Nacional - SIN.
favoráveis para uma discussão bastante qualificada", afirmou. Palocci destacou a responsabilidade socioambiental que a Eletronorte exerce junto às comunidades. Ele citou como exemplo os recursos da compensação ambiental, os programas PPDJUS - Plano Popular de Desenvolvimento Sustentável da Região a Jusante de Tucuruí e Pirtuc - Plano de Inserção Regional de Tucuruí. "A Eletronorte mantém também os projetos indígenas Parakanã e Waimiri Atroari, que têm resultados muito significativos. Os Parakanã, por exemplo, eram pouco mais de 200 índios e com uma tendência de redução de cerca de 20% ao ano. Hoje já são mais de 700 índios, todos com resgate de suas práticas culturais", disse. Erros do silêncio - Para Palocci o Setor Elétrico comete o erro de entrar no discurso da questão dos impactos ambientais sem demonstrar os benefícios das hidrelétricas. "Eu tenho a convicção de que Tucuruí não trouxe prejuízos para o Estado do Pará. Quando a Eletronorte chegou a Tucuruí, eram três mil habitantes; hoje são quase 100 mil. Mas quem vai construir o sistema de abastecimento de água é a Eletronorte, com um investimento de R$ 11 milhões. Outro caso é o de Itaipu, cuja inserção regional é exemplar.
Até o estudo de peixes da região foi feito por ela. Os programas indígenas da Eletronorte, que já citei aqui, são outro exemplo", disse o diretor, que lembrou ainda das unidades de conservação que têm apoio técnico e financeiro; só na Eletronorte são 18, totalizando cerca de oito milhões de hectares. Para o engenheiro da Eletronorte, Humberto Gama, a natureza é quem decide como será uma hidrelétrica: "precisamos de quantidade de água e queda; e isso quem nos dá é a natureza. Existem países que não têm o potencial que temos e por isso precisam partir para alternativas ambientalmente piores, como as termelétricas, e que ainda têm um custo muito maior. Temos de utilizar essa dádiva da natureza da melhor forma possível. Depois de pronta a usina, o combustível é a água", explica. Aos que são radicalmente contra as hidrelétricas, o diretor Adhemar Palocci (foto ao lado) deixa uma pergunta: "quero saber quem vai se responsabilizar quando tiver um apagão? Porque aí vai ficar muito fácil dizer que o setor energético não soube planejar, que o governo não construiu as usinas que tinha de construir. Mas o preço de um apagão - e o último teve um custo estimado de R$ 150 bilhões - eu quero saber quem é que vai pagar? E mais do que isso:
Estande do Grupo Eletrobrás recebeu os participantes
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cos da Eletrobrás e Eletronorte. A evolução dos estudos de Belo Monte também foi apresentada nesse grupo por técnicos da Eletronorte e da Cnec Engenharia. O artigo apresenta a evolução dos estudos de Belo Monte, desde o inventário inicial, em 1979, até os atuais para conclusão da viabilidade técnica, econômica e ambiental, conforme autorização do Congresso Nacional.
Nascimento: é preciso falar dos programas socioambientais
quem vai se responsabilizar por travar o desenvolvimento do País? Isso precisa ser dito à sociedade brasileira", afirma. Planejamento e Gestão - Representando a Comissão Internacional de Grandes Barragens - Icold, o professor espanhol Luís Berga foi palestrante no último dia de trabalhos técnicos do Seminário. Ao falar do "Papel das Barragens no Desenvolvimento", Berga foi elogiado pela clareza com que relacionou o consumo de energia elétrica ao desenvolvimento. Entre os gráficos apresentados, o espanhol citou dados que associam o consumo de energia elétrica à elevação do Índices de Desenvolvimento Humano IDH e à renda per capita. Segundo o professor, no Canadá a geração hídrica responde por 95% da matriz energética. Na Europa e nos Estados Unidos, que já esgotaram os potenciais de geração hídrica, a energia hidráulica corresponde a 55%. Já no Brasil, explica Berga, cerca de 80% da matriz energética tem hoje como base a energia de origem hídrica. Mas com uma situação: até agora o País só aproveitou cerca de um terço de todo o seu potencial. Berga lembrou ainda que a Organização das Nações Unidas - ONU estimula a instalação de hidrelétricas como fonte de energia limpa, sustentável, e que contribui para o desenvolvimento econômico. O restante do dia foi reservado para o tema "Planejamento e Gestão de Empreendimentos". Foram dez trabalhos inscritos, entre os quais "A Geração e o Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte", elaborado por técni-
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Belo Monte - Belo Monte ganhou destaque em todas as discussões. Nos cinco dias de evento ela foi considerada essencial, fundamental, absolutamente necessária e até mesmo considerada um sonho de esperança. De acordo com o Presidente da Eletronorte, a expectativa do Setor Elétrico é de que a usina realmente possa ser construída. "Ao longo de 25 anos o projeto vem sendo aprimorado e, hoje, podemos dizer que é uma das usinas de menor custo para o País, com um reservatório de cerca de 400 km2, dos quais 200 km2 já fazem parte das cheias naturais do rio. Nós temos certeza de que será mais um grande empreendimento para o Estado do Pará e vai produzir muito desenvolvimento no País". Os estudos atuais caracterizam Belo Monte com uma capacidade instalada de 11.181 MW, conectada ao Sistema Interligado Nacional, permitindo gerar 4.796 MW médios de energia firme, sem depender de qualquer regularização de vazão do Rio Xingu. Além de Belo Monte, os estudos para construção da Usina Hidrelétrica Marabá, a montante de Tucuruí, estão sendo retomados pelo Ministério de Minas e Energia. De acordo com o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, Adhemar Palocci, a idéia é concluir os estudos para que a obra seja incluída num dos próximos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A hidrelétrica de Marabá, no Rio Tocantins, tem capacidade instalada prevista de 2.160 megawatts. O último dia do Seminário, a imagem de quem deixa Belém do Pará é coletiva: a Amazônia tem particularidades que reservam diversidade, beleza e potencial. E tudo isso pode andar junto a cada leitura do trecho final da Carta de Belém: "Por fim, comprometem-se a trabalhar com ética e com transparência, em todas as etapas do processo de implantação de barragens e empreendimentos hidrelétricos, e a trabalhar, sempre, pela geração de energia com responsabilidade socioambiental".
CORRENTE ALTERNADA
Mais solidariedade, menos sofrimento Rostos marcados pelo tempo e pelas agruras da vida. Mãos trêmulas, audição e visão deficientes. São 140 velhinhos, muitos deles sofrendo com problemas como esses, que caminham, todos os meses, muitas vezes sozinhos, até a Vila da Eletronorte de Porto Velho. O objetivo é um só: pegar uma cesta básica doada pelos colaboradores da Regional de Produção e Comercialização de Rondônia, por meio do Projeto Ação Solidária, criado em 1993. Em alguns casos, os itens do 'sacolão' serão o único alimento para mais um mês de vida desses idosos. Esse é o caso de Antônia Rodrigues de Lima, 72. Ela mora com uma filha, uma neta e mais três crianças, com 11, dez e seis anos. "A minha filha tem 50 anos, e não pode trabalhar. Ainda tem as crianças. Vivemos com uma pensão de R$ 380. Recebo essa cesta da Eletronorte há seis anos e, muitas vezes, é ela que não nos deixa passar fome", conta. O coordenador do Projeto Ação Solidária, o colaborador Adison Lino Nogueira, destaca que a iniciativa da entrega gratuita de alimentos partiu dos próprios empregados. "Todo o alimento doado é comprado por meio da entrega voluntária de parte dos tíquetes-alimen-
D. Maria e outros idosos com suas cestas básicas
tação recebidos pelos colaboradores. Cada empregado doa quanto quer", explica Adison. Na última compra, para a distribuição do mês de junho, cada cesta custou R$ 18,70. O valor parece baixo, mas os cinco quilos de arroz da cesta, entre outros gêneros alimentícios, são essenciais para a sobrevivência das pessoas que recebem a comida. "Tive 12 filhos e o único deles que me ajudava morreu. A ajuda que eu recebo não vem da família, vem da Eletronorte, que doa uma cesta para
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mim todos os meses, e da Igreja de São José, que também me ajuda", destaca Ambrosina Rosa dos Reis, 74, mostrando os remédios que precisa tomar.
Linha Verde, a esperança segue a energia
Mulheres - Segundo Adison, uma visita é
ria Linha Verde, implantada pela Eletronorte no bairro São
feita na casa da pessoa que deseja ser beneficiada com a doação, para que seja avaliada a situação econômica dela. Além disso, a renda do beneficiado não pode ser maior do que um salário mínimo. "A maior parte das pessoas que ajudamos são mulheres". Isso acontece por características próprias da nossa região, pois os homens costumam ser submetidos a trabalhos pesados e morrem antes que elas. Ajudamos também pessoas mais novas, como dois ou três deficientes físicos e uma portadora do vírus HIV, mas esses casos são exceções", explicou o coordenador do Projeto. Ainda que as mulheres vivam mais do que os homens, isso não quer dizer que elas não tenham tido uma vida dura. Prova disso é Maria Serafim de Souza, 76. Filha de mãe índia e pai cearense, ela recebe as doações dos colaboradores da Regional de Rondônia desde o início do projeto, em 1993. "Já sofri muito em minha vida, mas Deus sabe o que faz. Eu não reclamo. Pelo menos, tenho o que comer", conta.
Em dois meses de funcionamento da horta comunitáJoão Del Rey, em Cuiabá (MT), uma das três integrantes do projeto, Brasilina Teófilo dos Santos, garante que já conseguiu, sozinha, dar seu primeiro grande passo para melhorar o ambiente de sua casa. "Consegui comprar cimento para fazer o reboco das paredes internas que, há muitos anos, vivia só em tijolo. E agora os meus amigos do bairro vão fazer um mutirão para me dar o serviço no final de semana. Estou muito feliz em ver que com o meu dinheiro estou melhorando e mudando a cara da minha casa", disse emocionada. As três famílias que estão no projeto conseguem renda mensal de R$ 250,00 a R$ 300,00. Esse dinheiro é arrecadado com a venda no bairro e na Eletronorte dos produtos produzidos nas hortas comunitárias instaladas sob as linhas de transmissão da Empresa. Além de comercializar os produtos, elas têm a obrigação de doar 10% da produção para a escola municipal do bairro, a Maria Elazir Corrêa de Figueiredo, onde estudam 770 crianças. A coordenação do Comitê de Responsabilidade Social e do Meio Ambiente da Eletronorte e o representante da Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) fazem reuniões mensais para avaliar os resultados do projeto. "Deixei o lugar emocionada, pois essa é um das nossas recompensas, enxergar que o Linha Verde está cumprindo seu objetivo", disse a coordenadora do Comitê de Responsabilidade Social, Cristina Souto Melo. A horta do bairro Doutor Fábio também foi visitada. Ela foi a primeira a ser implantada e completou um ano em junho de 2007. Lá o projeto é tocado por três famílias, que também tiram seu sustento da venda de verduras, tubérculos e legumes. Em Cuiabá as famílias dos dois bairros cuidam de 91 canteiros. Os colaboradores da Eletronorte consomem as verduras uma vez por semana, cada semana de um projeto. Cristina lembra que por ser comprovadamente uma idéia que deu certo, o Linha Verde agora será implantado também no município de Rondonópolis, no bairro Jardim das Flores. No início da semana, o gerente da Divisão de Transmissão de Rondonópolis, José Rubens Urdiales visitou o local onde a horta será implantada, em companhia de representantes da prefeitura, do comitê de responsabilida-
Energia e alimentação, uma parceria saudável
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de social e voluntários da Eletronorte.
CIRCUITO INTERNO
Software permite controle do cabo pára-raios A Universidade Estadual de São Pau-
mil. Nos próximos meses o
software será
lo (Unesp) concluiu e apresentou para
implantado para que seja definida a pe-
a Regional de Transmissão de Mato
riodicidade das medições e como será
Grosso o
software
"Diag System", ferra-
feita a alimentação do banco de dados.
menta que possibilitará monitorar as
José Martins lembra que até então o tra-
condições, funcionamento e conserva-
balho de avaliação dos pára-raios era fei-
ção dos cabos pára-raios, estruturas
to, mas não era sistematizado. "O pro-
fundamentais para a proteção de equi-
blema era que podíamos ter um equi-
pamentos de alto custo operacional, como os transformadores de subestações, essenciais para a transmissão de energia elétrica. O trabalho é resultado do projeto de pesquisa "Estudo Técnico e Econômico sobre Diagnóstico da Vida Útil das Famílias de Pára-Raios do Sistema de Transmissão de Mato Grosso", inscrito no Programa Eletronorte de Pesquisa e Desenvolvimento (PEPD). O
re
softwa-
é inédito por agrupar variáveis
que permitirão às equipes de manutenção da Eletronorte fazer a leitura das informações, alimentar o banco de dados e conhecer a necessidade de manutenções, trocas e substituições dos pára-raios.
Pesquisa
- Segundo o coorde-
nador do PEPD em Mato Grosso, José Martins do Prado, os páraraios são utilizados em toda a estrutura da Regional de Transmissão de Mato Grosso e, apesar de não terem alto custo, protegem equipamentos valiosos. "Esses equipamentos geralmente são produzidos para condições climá-
José Martins testa o
software
ticas de países europeus. Aqui, devido ao calor, o tempo de vida útil
pamento danificado ou achar que ele es-
muda. A pesquisa levou em conside-
tava funcionando e ficar sem saber, cor-
ração a umidade, a pressão atmosfé-
rendo risco de deixar indisponível uma
rica, a temperatura, os materiais e ou-
das linhas no horário de pico. Mato Gros-
tros aspectos técnicos para que tenha-
so é um dos estados que tem um dos
mos um melhor controle do sistema
maiores índices de descargas atmosféri-
elétrico", afirma.
cas e acompanhar essas condições é
A pesquisa foi desenvolvida ao longo de um ano a um custo total de R$ 250
muito importante para nós e para a sociedade mato-grossense".
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Hidrogênio: uma chama de esperança para Pico do Amor Projeto inédito de produção de energia elé-
A quantidade de energia produzida na usi-
trica a partir do hidrogênio retirado do etanol e
na de Pico do Amor será de cinco kWh. A ener-
da água foi apresentado no auditório da Eletro-
gia será usada para manter espaços públicos
norte em Cuiabá (MT). A técnica inovadora será
como o centro comunitário, a escola e um equi-
utilizada para fornecer energia elétrica para a
pamento para produção de farinha de mandi-
comunidade isolada de Pico do Amor, localiza-
oca ou de rapadura.
da no distrito da Guia, a 98 km de Cuiabá, até agosto de 2007.
A máquina é de operação simples e a comunidade é quem vai cuidar do processo. "Va-
O projeto, custeado por meio do Programa
mos levar energia para que eles se tornem
Eletronorte de Pesquisa e Desenvolvimento
auto-sustentáveis. O Sindicato da Indústria de
(P&D), com investimentos de R$ 800 mil, é desenvolvido em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) e outras instituições de pesquisa. O chefe do Laboratório de Hidrogênio da Unicamp, Ênnio Peres da Silva, explica como ocorre o funcionamento do equipamento: "A usina terá um tanque de álcool etanol do lado de fora e o produto será conduzido até um equipamento chamado
Comunidade de Pico do Amor
r e f o r m a d o r,
onde são extraídos, do álcool e da água, ga-
Fabricação do Álcool (Sindalcool) bancará o
ses ricos em hidrogênio. A partir daí, dentro
fornecimento de álcool por um ano, depois, a
do equipamento, o hidrogênio passa por um
comunidade é que tomará conta", adianta o
processo para atingir um grau de pureza de
professor da Unicamp.
99,99%. Então, segue para um equipamen-
Ênnio Peres lembra que a intenção é usar a
to chamado célula de combustível, um com-
tecnologia em comunidades isoladas, que até
ponente importado, e é lá que ele se trans-
então produziam energia elétrica a partir do uso
forma em energia limpa".
de geradores a diesel. "O hidrogênio pode ser
Patente - A Unicamp é a instituição que pos-
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uma solução em tempos de superaquecimento global, pois é uma energia limpa e sem impacto
sui os modelos mais avançados desse tipo de
ambiental. Casas, submarinos, carros, navios e
equipamento no Brasil. "A tecnologia do refor-
outras estruturas já funcionam hoje com o uso
mador é nossa e foi patenteada pela Universi-
da energia elétrica produzida a partir do hidro-
dade e pela empresa Hytron. Existem hoje no
gênio. Pode-se perguntar: mas não teremos que
País cinco máquinas, sendo que uma nós ven-
plantar biomassa para ter essa energia? Sim,
demos para a o Instituto Nacional de Técnica
mas hoje temos o aproveitamento de 20% do
Aeroespacial, uma instituição européia que usa
álcool produzido como combustível. Com esse
a energia elétrica do hidrogênio e só encontrou
mesmo álcool teríamos 40% de aproveitamento
o reformador aqui", conta Silva.
do combustível hidrogênio", acrescenta.
AMAZÔNIA E NÓS
MATO GROSSO HISTÓRIA A Eletronorte chegou ao Mato Grosso em 1978, com o objetivo de gerenciar e coordenar os empreendimentos de expansão do Sistema Mato Grosso. Hoje a missão da Empresa no Estado é transportar a energia elétrica comercializada entre as empresas geradoras e distribuidoras do Sistema Interligado Nacional - SIN. Em Mato Grosso, a Eletronorte é representada pelas unidades regionais de Transmissão e de Planejamento e Engenharia. São profissionais das mais diversas áreas de conhecimento, trabalhando pela melhor qualidade de vida dos mato-grossenses. Esse trabalho tem sido reconhecido ao longo dos anos, tanto pela satisfação dos clientes e consumidores quanto pelas diversas premiações recebidas, devido à excelência da gestão empresarial. Essas conquistas são fruto da prática constante dos valores do Credo da Eletronorte: excelência na gestão, valorização das pessoas, comprometimento, aprendizado contínuo, empreendedorismo, ética e transparência.
GERAÇÃO Hoje, a energia consumida em Mato Grosso é gerada no próprio Estado por usinas hidrelétricas e termelétricas e o excedente, exportado para o SIN. Em ocasiões inversas, o Estado recebe a energia gerada pelo sistema de Furnas.
TRANSMISSÃO A Eletronorte implementou em Mato Grosso o maior sistema de transmissão do Brasil. São 2.534 quilômetros de linhas de transmissão, com capacidade de transportar até 400 MW nas tensões de 138 kV e 230 kV, nove subestações e 1.329 MVA de transformação, além do terceiro circuito da linha de transmissão Cuiabá Rondonópolis, construída em parceria com a iniciativa privada. O sistema corta a região de sul a norte, desde o Alto Araguaia, Ribeirãozinho e Rondonópolis, passando por Cuiabá e Várzea Grande e chegando aos municípios de Sorriso, Nobres, Nova Mutum, Sinop e Jauru, este último no oeste.
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RESPONSABILIDADE SOCIAL Em Mato Grosso a energia elétrica transportada pela Eletronorte atende diretamente uma população de 2,8 milhões de pessoas. Além desse benefício, a Empresa desenvolve outras atividades junto às comunidades. Entre os projetos, destacam-se: o Caratê com Energia, prática esportiva que educa os jovens para a cidadania, respeito ao próximo e ao meio ambiente; o Linha Verde, cultivo de hortas comunitárias em regime de comodato nas faixas de servidão das Linhas de Transmissão; e o Programa de Estágio para Estudantes. Dessa forma, a Eletronorte contribui para o resgate e a valorização das pessoas, qualificando-as para o mercado de trabalho, além de proporcionar melhoria na geração de renda.
MEIO AMBIENTE O respeito ao meio ambiente é prioridade para a Eletronorte. Em seus novos empreendimentos, a Empresa desenvolve programas de educação ambiental, de controle erosivo, de recuperação de áreas degradadas, de indenização e desapropriação e de saúde. Grandes avanços também foram incorporados, como a redução da largura da faixa de servidão das linhas de transmissão de 40 metros para 20 metros. As estradas de acesso são planejadas para conterem as águas pluviais, diminuindo o risco de processos erosivos, além de evitarem a alteração do curso d'água, e torres especiais projetadas para as travessias de nascentes e para a preservação da mata ciliar. Nas subestações, visando a minimizar os impactos ambientais, são tomados cuidados para a proteção dos pontos de despejos de canaletas e drenos, construção de caixas separadoras de água e óleo, colocação de brita em todo o pátio, além da recuperação da vegetação de todos os taludes de cortes e aterros. Outra importante ação: as campanhas anuais contra queimadas, vandalismo e sabotagem. Os efeitos são positivos quando se observa a redução do número de desligamentos no sistema, por incêndios próximos às linhas de transmissão ou pela conscientização das pessoas para os prejuízos causados por atos dessa natureza. O Programa de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica - Procel, em sua vertente escolar, também conscientiza professores e alunos para a preservação dos recursos naturais.
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FOTOLEGENDA Hoje cedo falei para minha mãe: quanta coisa gostaria de te dizer ao me despedir de nós, tantas palavras não ditas me calam para que permaneça o perfume dessa química do acaso, brincadeira do destino. E ela? Disse-me: brincadeira do destino é barriga vazia, menina! E a sua? A inconseqüência das águas é que derruba a tese das árvores: viver é melhor que sonhar! No entanto, a ingratidão corre solta e não há vento que perturbe a razão dos elementos. Elas sabem: quando a arara voa sozinha, por que buscar sentimento em pedra? Não sei. Só sei que uma água quente escorre de mim para o nada, se junta ao desvario das ondas. De mim não escorre nada, mas sinto que escorrego profundo, onde as luzes são diminutas e as sombras ensurdecedoras. Então façamos o seguinte: embarquemos na nuvem mais carneirinho e vamos nos enroscando nas beiradas. Certo mesmo é que bolhas de sabão são eternas numa noite estrelada. Texto: Alexandre Accioly Foto: Rui Faquini