Corrente Contínua 217

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ANO XXX - Nº 217 - OUTUBRO/NOVEMBRO - 2007

A REVISTA DA ELETRONORTE

1986: 247 índios rumam para a extinção 2007: 723 Parakanã resgatam sua etnia


SUMÀRIO

TECNOLOGIA Página 3

CORRENTE ALTERNADA Páginas 11 e 13

MEIO AMBIENTE O caminho das árvores Página 23

RESPONSABILIDADE SOCIAL Campus universitário de Tucuruí começa ENERGIA ATIVA Páginas 16 e 20 a construir um pólo de engenharia TRANSMISSÃO em plena SNPTEE reúne Amazônia a inteligência Página 30 do Setor Elétrico Página 36 CIRCUITO INTERNO Página 42

AMAZÔNIA E NÓS Página 44

CORREIO CONTÍNUO Página 46

FOTOLEGENDA Página 47 ConselhoEditorial: Diretor-Presidente, Carlos Raimundo Nascimento - Diretor de Planejamento e Engenharia, Adhemar Palocci - Diretor de Produção e Comercialização, Wady Charone - Diretor Econômico-Financeiro, Astrogildo Fraguglia Quental - Diretor de Gestão Corporativa, Manoel Ribeiro Gerentes Regionais Coordenação de Comunicação e Relacionamento Empresarial: Zenon Pereira Leitão - Gerência de Imprensa: Alexandre Accioly - Edição e Reportagem: Alexandre Accioly (DRT 1342-DF) - Bruna Maria Netto (DRT 8997-DF) - Byron de Quevedo (DRT 7566-DF) - César Fechine (DRT 9838-DF) - Érica Bernardo (DRT 1462-PA) - Michele Silveira (DRT 11298-RS) - Núcleos de Comunicação das unidades regionais - Foto da capa: Rony Ramos - Fotografia: Rony Ramos, Roberto Francisco, Alexandre Mourão, Núcleos de Comunicação das unidades regionais - Tiragem: 10 mil exemplares

(Prêmios 1998/2001/2003)


TECNOLOGIA

Brasil & biodiesel

Uma dupla sertaneja de sucesso que é pura ener energia Byron de Quevedo Está fazendo o maior sucesso nas paradas dos postos de combustíveis uma nova dupla que há pouco tempo era apenas uma promessa: Brasil & biodiesel. Ambos tiveram histórias de vida difícil. Brasil é muito criativo e com muitos recursos, mas sempre subdesenvolvido. Já o biodiesel veio de baixo, suas raízes estão nos campos, florestas, várzeas e lixões. Foi trazido para os grandes centros por investidores que acreditavam na força do interior. Então o Brasil resolveu produzir o biodiesel. E não deu outra: agora o mundo todo quer essa dupla sertaneja que é pura energia. O Brasil, todos já conhecem, mas o biodiesel é que é “o cara”. É um elemento oleaginoso que pode substituir o diesel integralmente, mas vem fazendo mais sucesso nas suas performances tipo fusion, nas concepções B2%, B5% e B20%, que misturado ao diesel, proporciona economia de divisas e de combustíveis fósseis, melhora o meio ambiente, gera milhares de empregos e emociona multidões.

“A bioenergia” é cantiga de sucesso da dupla. Ela surge num momento que a humanidade se alarma com uma possível crise, ao se exaurir as reservas mundiais de petróleo nos próximos quarenta anos. A catástrofe não ocorrerá, pois outras fontes renováveis pintaram nas paradas: eólica, solar, hidráulicas e oceânicas, a originada da gordura animal e a proveniente do esmagamento de sementes oleaginosas e outras biomassas. “A bioenergia” é uma melodia muito bonita para os nossos tempos, porque fala de esperanças. There´s no bussiness like agrobusiness - Alguns países da Europa já usam o biodiesel 100%, enquanto no Brasil, a Petrobras trabalha com a obrigatoriedade da inserção de 2% de biodiesel no diesel, a partir de janeiro de 2008. O chamado agrobusiness já percebeu as possibilidades de lucros do setor. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil deverá manter a liderança entre os países emergentes na produção de energias renováveis pelos próximos 25 anos, mas o setor já representa 45% da nossa matriz energética.

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A bioeletricidade retirada da produção de resíduos da cana-de-açúcar e álcool, por exemplo, poderá chegar a 15% da matriz energética brasileira, até 2020. Mas é um nicho ainda sem tradição na produção de energia e sua participação atual é de apenas 3%. Paralelamente à substituição da árvore de subprodutos do petróleo pelos novos alcoóis vegetais e biocombustíveis, está a necessidade de se reduzir as emissões de gases para minimizar o efeito estufa na atmosfera. E nesse sentido o biodiesel também é uma solução promissora. Fã-clubes - Teme-se, entretanto, que com a destinação de sementes oleaginosas e outras biomassas para a produção de energia, os produtos alimentícios possam encarecer, pela escassez. Quem rebateu a colocação foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da 62ª Assembléia Geral das Nações Unidas, quando do lançamento da cúpula sobre biocombustível, em defesa do etanol derivado da cana-de-açúcar e do biocombustível. Lula tem se tornado um cavaleiro das bem-aventuranças desse combustível. Aproveita seus encontros internacionais para “cantar” as possibilidades de negócios no setor a investidores internacionais. E tem sido bem recebido. Nesse mesmo palco, ele falou a representantes de 192 países enfatizando ser a produção de biocombustível compatível com a produção de alimentos e com a preservação ambiental, principalmente sendo o Brasil um País de dimensões continentais onde, ainda, as terras destinadas a vegetais com finalidades energéticas chegam a apenas a 1% das áreas agricultáveis. O entusiasmo de Lula é compreensível: ele é o maior fã da dupla Brasil & biodiesel. Ó o biodiesel aí, gente! - O diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo de Gusmão Dorneles (foto ao lado), afirma que o programa de biocombustíveis foi generalista, mas que já existe intenção de se aumentar os percentuais e de antecipar os prazos para inserção do biodiesel no diesel, principalmente para motores estacionários, como dragas e geradores. “O foco do programa foi para atender o setor de transportes

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como um todo. A Lei Federal 11.097, de 2005, estabeleceu o percentual mínimo de 2% a partir de janeiro de 2008 e de 5% a partir de 2013, data já antecipada para 2010. Passamos dois anos fazendo leilões e organizando as cadeias produtivas. O Decreto 5.448 permitiu usos específicos para o biodiesel: transporte fluvial, geração de energia elétrica, frotas de ônibus, entre outros. Há vinte autorizações para esses usos. A Eletronorte, por exemplo, já usa o biodiesel nos seus parques térmicos de Rondônia, Acre e Amapá. Em São Paulo, 1.800 ônibus rodam com o B20% e a Vale do Rio Doce o usa nas suas locomotivas. O Proálcool levou vinte anos para baixar os custos de produção de US$ 0,80 para US$ 0,20 o litro. Se investirmos em tecnologia, processos e na qualidade genética da cana e oleaginosas, isto deverá reduzir os custos do biodiesel também, sem perda de sua eficiência”, cantou a pedra certa, o Dornelles. O custo do diesel para distribuidora na refi naria é de R$ 1,40 ou R$ 1,50, dependendo da região. O biodiesel custa em torno de R$ 1,80 até R$ 2,00, quase 30% de diferença. Quando se coloca 2% neste produto, o preço fi nal ao consumidor aumenta pouco. Só que no mundo dos combustíveis, a margem de lucro por litro é em torno de R$ 0,05. O consumo de diesel no mercado agrícola corresponde a 15% do mercado total de diesel. Há


fábricas de tratores que dão garantias para uso de B20% nos seus motores. Caminha-se para o uso geral de 5%, acima disso haverá percentagens maiores para determinados nichos de mercado. Carreira internacional - O cenário internacional impõe barreiras. A especificação do biodiesel europeu inibe o uso do biodiesel de soja, por exemplo. Porém, vários fabricantes brasileiros já têm interesse no exterior e se preparam para a exportação. O sucesso internacional para a dupla Brasil & biodiesel é só uma questão de tempo. “Creio que essas barreiras vão cair mais rápido que as coloca-

das para o álcool. Só há três anos passamos dos 800 milhões de litros para 3,5 bilhões de litros. O potencial do biodiesel é enorme. A glicerina tinha uma participação maior. Foi expulsa do mercado por causa dos baixos preços do petróleo. Agora ela voltará ao cenário, pelo aumento da oferta mundial do produto. A mesma coisa acontecerá na alcoolquímica, fertilizantes e outros subprodutos dos óleos vegetais. Mas não há um programa de desoneração de tributos para os subprodutos do biodiesel. O que há é a aplicação de recursos para desenvolver a tecnologia que facilite a introdução desses subprodutos no mercado”, comenta Dorneles.

A força que vem do campo

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Pirataria - Com tanto sucesso será difícil controlar o mercado informal dos biocombustíveis. A Agência Nacional do Petróleo - ANP é o órgão responsável pela fiscalização, por meio do Programa de Monitoramento da Qualidade de Combustível. Segundo Ricardo Dorneles, nos últimos quatro anos caíram os índices de não-conformidade. “Empresas já foram autuadas pelo uso do óleo de soja puro. A ANP fez campanhas publicitárias, mas a conscientização da população leva algum tempo. A tecnologia dos motores evoluiu. Usar um óleo vegetal qualquer, pode ser mais econômico, mas poderá danificar os motores”. Entre 1983 e 1993 o Brasil andou consumindo uma mistura de álcool de cana, gasolina e metanol, importado. Dizem que o País degustou quase um bilhão de litros desse álcool tóxico, mas diminuiu os efeitos da sua crise de abstinência. Na época apareceu frentista de posto usando máscara, muita gente ficou cega e alguns morreram, pela nocividade do produto. De acordo com Dorneles, o metanol requer cuidados especiais, mas não houve uma catástrofe. “Hoje a indústria consome metanol e não há notícias de grandes acidentes. Precisa-se de álcool no biodiesel, para fazer a reação e retirar a glicerina do produto. Usando o metanol, a reação é quimicamente mais fácil e mais barata que fazê-la usando o etanol (de cana). O metanol requer cuidado no recebimento, armazenamento e utilização, mas o biodiesel distribuído hoje é menos tóxico que o diesel normal. A população pode ficar tranqüila”. Produção independente - Em princípio, não há impedimento para que empresas fabriquem o seu próprio biodiesel. Inclusive elas não precisarão recolher PIS/Cofins, porque não há operação de venda e nem faturamento. Mas é necessária a autorização para produzí-lo e deve-se ter o registro especial da Receita Federal. Empresas diferentes e de um mesmo grupo econômico não são tidas como autoprodutoras. Segundo Dorneles, na Região Norte existem apenas duas unidades de biodiesel, uma em Belém, a Agropalma, e outra em

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Rondônia, a Rolin de Moura. “Portanto, o trabalho da Eletronorte incentivando a produção em locais distantes dos grandes centros é importante, pois ajuda na disseminação do programa de biodiesel. Já existem 42 unidades autorizadas no País. A logística na Região Norte é complicada e as distâncias dificultam o acesso a esses mercados menores”, comenta. O gerente de Desenvolvimento Energético de Comunidades Isoladas, da Eletronorte, Ércio Muniz Lima (foto ao lado, à esquer-


da), explica que há uma dependência de políticas públicas (como transporte, saúde, entre outros) para viabilizar as fontes alternativas. A Eletronorte foi pioneira na instalação de sistemas fotovoltaicos, em execução conjunta com o programa Luz Para Todos, levando essas fontes a trinta mil escolas na Região Norte, por meio da construção de hortas comunitárias (irrigadas com o uso de energia solar), que - juntamente com o Instituto Mandalla - fornecem também alimento para a escola e para as famílias dos alunos. “Além da energia solar, há aquela gerada por resíduos de madeira no Acre e Amazonas; álcool de batata doce no Tocantins; usinas movidas a castanha e amendoim em Mato Grosso; gaseificador com a semente do açaí no Pará e o fogãozinho, que gera até 100 kW de energia, capaz de alimentar seis lâmpadas e uma televisão simultaneamente. Segundo Ércio, o grande diferencial do Brasil é o biocombustível. “Temos não só o álcool, mas também o querosene das oleaginosas. O petróleo formou-se dos fósseis vegetais e animais, que foram confinados durante milhões de anos, sob altas pressão e temperatura. Ele e o biodiesel se abrem em vários subprodutos similares porque têm a mesma origem vegetal ou animal. Só que não há novas reservas de petróleo em formação. O motor diesel foi desenvolvido para ser movido a óleos vegetais. Temos que incluir

nesse tema o biogás retirado da decomposição de matérias orgânicas. Da queima da madeira podem-se obter vários gases. Os combustíveis originários de petróleo contêm enxofre, chumbo e monóxido de carbono. Já os combustíveis oriundos de plantas oleaginosas têm emissões menos nocivas”.

Mamona, o que era mato virou ouro

Na onda do microondas - Transesterificação é o processo químico mais usado no Brasil para a produção do biodiesel. O método trabalha com óleos vegetais mais um álcool metanol ou etanol, e mais um catalisador básico ou ácido. A forma tradicional usa o metanol em 20%, que se mistura ao óleo vegetal e retira a glicerina, por meio de uma reação química auxiliada por um catalisador. Quando se usa o etanol, o processo leva 48 horas e gasta muito álcool para fazer a lavagem, normalmente na ordem de 60 %, para lavar 20% de glicerina. Porém, a Eletronorte e a Universidade Federal de Mato Grosso desenvolveram a tecnologia da rota ácida, com um catalisador ácido, como o etanol, e usando um microondas, que faz a reação acontecer em 15 minutos. Por esse processo, o volume do etanol passa de 60% para a 20%, o álcool se transforma em glicerina e depois da lavagem o óleo vegetal se transforma em biodiesel. Outro vegetal importante para a produção de biodiesel é a mamona (contém 43% de óleo) que também é polímero; ou seja, contém cadeias moleculares do carbono e hidrogênio e podem gerar outros derivados: plásticos gabinetes de compu-

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A batata-doce também vira biocombustível

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tadores, telefones ou eletrodomésticos, peças de automóveis, isopor e silicones. Além da mamona há varias oleaginosas de origem de palmas: andiroba, babaçu, dendê, murumuru, buriti, carnaúba, jaci, com percentuais de óleo em suas sementes de até 45% do seu volume total. “Há ainda uma grande massa vegetal que podemos colocar em gaseificadores para gerar energia. Podemos usar os resíduos para geração de energia. O valor do óleo nobre da castanha chega a R$ 30,00 e o da mamona R$ 4,80 por litro. Então o indicado é fazer o biodiesel com os resíduos e deixar a parte nobre para outras finalidades: cosméticos, fármacos, tintas e vernizes”, explica Ércio.

Boca no trombone - Além dos benefícios gerados pelo biodiesel, deve-se alardear aos quatro cantos a possibilidade de empresas do Setor Elétrico virem a obter recursos oriundos dos créditos de carbono, regulamentados pelo Protocolo de Kyoto. Há uma série de obras que evitarão o consumo de diesel e as emissões de gases na atmosfera, como a construção da linha de transmissão TucuruíMacapá-Manaus, em 500 kV, e as usinas hidrelétricas da bacia amazônica. Entretanto, o especialista em energia e mudanças climáticas do Banco Mundial, Augusto Jucá, recomenda que se examine a questão urgentemente, antes que a decisão de construir essas obras seja pública e irrevogável. Por exemplo: não se pode pedir créditos de carbono do Programa Proálcool porque a decisão de fazê-lo foi anterior ao Protocolo de Kyoto. Segundo Jucá, a substituição de parques térmicos por sistemas hidroenergéticos promoverá reduções, mas não há uma metodologia para que isto seja aceito pelo Protocolo. Entretanto, pode-se propor uma nova alternativa para esse tipo de ação. “O Protocolo de Kyoto, dentro da Convenção do Clima, quer reduzir os gases de efeito estufa e baixar a taxa de aumento da temperatura média do globo. As reduções de emissões são certificadas e carimbadas como um certificado. Para isso existe um mercado em que as nações ricas compram esses certificados por meio de intermediários. Portanto, esses créditos se tornam dinheiro vivo e já na casa dos bilhões de dólares. Uma tonelada de carbono não emitida pode ser vendida por até 18 euros. A desativação do parque térmico de Manaus, por exemplo, poderá gerar devoluções de créditos de carbono que poderão, inclusive, abater parte dos recursos investidos no sistema de transmissão”, esclarece Jucá.


Só pra contrariar A Eletronorte vive uma situação contraditória no mercado brasileiro de bioenergia. Ela pesquisou novas tecnologias e tem seus próprios métodos de fabricação do biodiesel; incentivou a formação de cooperativas de produtores de oleaginosas; é pró-ativa em relação ao Programa de Agricultura Familiar; e tem construído fábricas de biodiesel e óleos vegetais. Entretanto, um lapso na legislação não permite que ela, uma das maiores consumidoras de diesel do País, consuma o seu próprio combustível. Segundo o coordenadorgeral de Biocombustíveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Jânio Luís Rosa, notadamente no caso da fábrica de biodiesel de Guariba (MT), a saída para o problema é organizar a base produtiva: ter a garantia de qualidade e quantidade na oferta de produção e estabelecer um processo sustentável. “No segundo momento, já que existe uma cooperativa, é saber onde esse processo está inserido. Trabalhar as capacitações de metodologias de gestão dos processos de extração, o processo produtivo e o armazenamento. E trabalhar as competências dos cooperados e gestores para absorver a tecnologia da gestão. E o terceiro ponto é ter o domínio da tecnologia ou da transferência do conhecimento, gerado na universidade ou na própria Eletronorte, para a apropriação da agricultura familiar, no processo de cooperativa, pois eles serão ao mesmo tempo produtores de oleaginosas e industriais do ramo de biodiesel”. Legião urbana - Tão importante quanto a limpeza atmosférica gerada pela bioenergia, é a nova opção de vida para muitos expulsos de suas terras que superlotavam as cidades, como uma legião de desesperançados, em busca de trabalho, e que agora retornam à sua verdadeira vocação agrícola, produzindo oleaginosas para 21 empresas privadas com o Selo de Combustível Social já concedido. Hoje são cem mil agricultores familiares com contrato com essas empresas, com um 1,4 bilhão de litros de capacidade instalada e em torno de 860 milhões de litros em produção. E com uma área superior a 550 mil hectares de oleaginosas plantadas. Jânio Luís Rosa comenta que percebe no modelo Guariba um início idêntico a outros que buscam a organização da base produtiva da agricultura familiar e caminham no sentido de

uma verticalização; ou seja, a agricultura familiar se inserindo em um mercado produtivo de geração de energia. “Me parece que o problema é o custeio e não o investimento. A questão é como organizar a base produtiva e financiar a atividade e a aquisição do material disponível no mercado, para que a cooperativa se transforme num mercado de óleo e de biodiesel”. Capital inicial - No município de Guariba, a Eletronorte instalou uma usina de biodiesel com o apoio da Universidade Federal de Mato Grosso, que transformou o local num campus avançado. A fábrica produz dois mil litros de óleo por dia, com tecnologia inovadora, utilizando o etanol para a produção do biodiesel, em vez do metanol, importado. A Empresa desenvolveu também uma nova tecnologia usando o álcool de cana ou de batata doce. “Como há controvérsia sobre o plantio da cana no Amazonas, desenvolvemos com a Universidade Federal de Tocantins uma fábrica de álcool de batata doce, em Palmas, já em pleno funcionamento. O diferencial da cana para a batata doce é que, enquanto a cana só se viabiliza em grandes plantações, a batata doce usa áreas menores. Uma família que possua dois hectares de terra pode fazer o seu plantio para uma pequena usina, e ter a sua independência

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social, econômico e político foram efetuados sob a responsabilidade do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical do Departamento de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso, visando à valoração da fonte alternativa de energia e à identificação de espécies oleaginosas, bem como aspectos da vida das famílias de agricultores.

energética, saindo da agricultura de subsistência para entrar num mercado de tecnologia. Ela tem ainda a torta protéica para alimentação animal. Enquanto a cana produz noventa litros de álcool por tonelada plantada, o álcool de batata doce gera até 170 litros. Isto faz com que o lucro líquido por hectare seja de R$ 11 mil, enquanto o da cana é de apenas R$ 3 mil”, ressalta Ércio Muniz. A parceria entre a Eletronorte e a Universidade Federal do Tocantins já está melhorando as condições de vida e trazendo alegria para muitas famílias. O maranhense Sebastião Moreira Nascimento (foto abaixo), 55 anos, é um dos que estão felizes com a nova realidade proporcionada com o projeto. Ele é chefe de uma família de sete pessoas e trabalha no plantio da batata doce, no Campus da UFT, em Palmas. “Está sendo uma maravilha, pois sempre gostei do cultivo da batata”, diz Sebastião. Já o projeto de Guariba é composto por quatro módulos temáticos: tecnológico, agronômico, economia e de educação ambiental. Até então a comunidade vivia em situação de alta precariedade, isolada do resto do País, contando com pouquíssima ou quase nenhuma proteção do governo. O grande desafio a ser vencido está relacionado a fazer com que a usina funcione em processo de autogestão pela comunidade e que esta tenha amplo domínio da cadeia produtiva do biodiesel. Estudos de cunho

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Paralamas do sucesso - A produção de biodiesel, no entanto, não se esgota apenas com a implantação de uma usina. Há toda uma cadeia produtiva que deve ser implementada, desde o plantio/extrativismo de oleaginosas, a extração e purificação de óleos, o plantio da cana-de-açúcar/batata doce e a produção de etanol, além de todo um sistema de gestão que deve ser implementado de forma a que o projeto tenha sustentabilidade econômica e ambiental e contribua de fato para a melhoria da qualidade de vida e inclusão social da população A usina implantada em Guariba, por produzir biodiesel em pequena escala (1.500 litros/dia), apresenta um custo de produção que chega a ser o dobro do custo das usinas que produzem biodiesel em média escala (30.000 litros/dia). Esse custo de produção maior é, de fato, ainda compensador quando se trata de Guariba, considerando-se a falta de opções da comunidade. Entretanto, há que se explorar ao máximo as inúmeras possibilidades de aproveitamento econômico de todos os elos da cadeia produtiva do biodiesel, não apenas pelo potencial em reduzir dessa forma os custos de produção do combustível, mas também pela possibilidade de incluir maiores parcelas da população no processo, além de evitar danos ao meio ambiente, pelo não aproveitamento dos co-produtos da cadeia do biodiesel. É fundamental frisar que a variedade de óleos presentes na região deve ser levada em conta, diversifi cando a cadeia produtiva do biodiesel e possibilitando a produção de uma série de outros produtos, geradores de emprego e renda. A Comunidade de Guariba está situada na divisa de Mato Grosso com o Amazonas, no município de Colniza, distante 150 km da sede do município e 1.600 km de Cuiabá, onde vivem 4.500 habitantes. A partir de agora eles também estão nas paradas de sucesso da dupla Brasil & biodiesel.


CORRENTE ALTERNADA

O CAMINHO DO MEIO: regenerar florestas e produzir energia alternativa Érica Bernardo No cenário atual de discussões sobre o aquecimento global e a necessidade urgente de mitigar os efeitos nocivos da ação humana, três setores têm papel fundamental no País no combate à redução da emissão de gases dióxido de carbono (CO²) e metano na atmosfera: o social, que deve evitar os desmatamentos; o agropecuário e o energético. A importância do Setor Elétrico nesse contexto está ligada principalmente à produção de energias alternativas, assunto do IV Workshop de Química e Meio Ambiente promovido pela Eletronorte, em Belém (PA), que reuniu importantes pesquisadores brasileiros e apresentou ao público diversas inovações. Há algumas décadas, seria impensável enxergar um caminho alternativo para o problema das mudanças climáticas e a produção de energia elétrica, principalmente quando o assunto era geração térmica. Mas a situação começou a mudar a partir de estudos pioneiros feitos por um grupo de pesquisadores do Jardim Botânico de São Paulo e do Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo - USP, que se dedicam, atualmente, à análise do comportamento das plantas diante do aquecimento global e seu potencial uso na produção de bioenergia por meio da biomassa (ver matéria na página 3). O estudo partiu do conhecimento, já comprovado, de que as plantas da zona temperada, crescidas em atmosfera de CO² elevado, apresentam um aumento de biomassa em conseqüência de maiores taxas de fotossíntese. Contudo, restava saber se as plantas

tropicais se comportavam da mesma forma. Assim começaram, em 2000, as investigações sobre as respostas fisiológicas do jatobá (Hymenaea courbaril) às altas concentrações de gás carbônico. Viva o jatobá - “Escolhemos o jatobá (foto acima) porque é uma espécie da família das leguminosas, muito representativa na região neotropical. No Brasil tem muito jatobá. É interessante porque permite que extrapolemos os dados para outras espécies. Fizemos estudos profundos com essa planta e demonstramos que, em condições boas de água e nutrientes, ela seqüestra (armazena) carbono; e faz mais celulose quando está em um meio de alto gás carbônico. Mas ainda não sabemos o que vai acontecer quando a gente aumentar a temperatura e diminuir a água, que é o que eu chamo de tripé das mudanças climáticas. Estamos fazendo esse experimento agora”, explica o coordenador da pesquisa, professor Marcos Buckeridge.

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Em seu laboratório, o pesquisador simula a concentração de carbono no ano de 2050. O mapeamento é feito com mudas de uma mesma espécie em câmaras especiais (ao lado) de topo aberto, separadas, com diferentes níveis de CO². Numa delas, a quantidade de gás carbônico injetado é semelhante às condições atuais de concentração, 370 ppm (partes por milhão). Na outra, as plantas se desenvolvem com 720 ppm de carbono, que é condição prevista para daqui a 43 anos. Segundo Buckeridge (foto ao lado), o jatobá vem respondendo às concentrações de CO² desde o início do século, o que significa que, além de fazer mais fotossíntese, a planta também seqüestra mais carbono e faz mais açúcar. “Uma plantação de jatobá tem bom seqüestro de carbono entre vinte e trinta anos. Então, vamos ter bastante carbono armazenado. Contudo, é mais vantagem regenerarmos a floresta do que ter uma monocultura de uma árvore que seqüestre muito carbono”, esclarece. Depois de aprofundar as análises sobre o jatobá, os pesquisadores ampliaram as investigações e incluíram mais seis espécies, entre elas a cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) e o mata-pasto (Senna alata); esta última, cujo estudo está sendo feito em parceria com Laboratório de Química e Meio Ambiente (ENQA) do Centro de Tecnologia da Eletronorte, com recursos iniciais de R$ 650 mil do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Empresa. Mata-pasto - Facilmente encontrado no Norte do Brasil, o mata-pasto apresentou cerca de 60% a mais de biomassa quando submetido a níveis altos de CO² do que em concentrações normais de gás carbônico. O mesmo ocorreu com a cana-de-açúcar. Portanto, ambas as plantas podem ser usadas na geração de energia alternativa, como assegura o químico e líder do ENQA, Augusto Saraiva. “O mata-pasto é uma leguminosa lenhosa que tem poder calorífico e muitas vantagens: já foi testado em gaseificador e é viável técnica e economicamente. Além disso, se adapta a qualquer região. Podem ser produzidos gaseificadores de pequeno porte, como os de um kVA, que serve para duas famílias de comunidades isoladas, com pequenos

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agrupamentos, não sendo necessária linha de transmissão ou de distribuição. O tamanho dos galhos também é ótimo para queimar em gaseificadores”, diz. Além de gerar energia, a Eletronorte já estuda, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, formas de produzir uma espécie de mata-pasto menor para ser plantado embaixo das linhas de transmissão, o que reduziria os custos da Empresa com roços. Embora as pesquisas sejam animadoras do ponto de vista da geração de energia alternativa, surge um dilema: preservar e recuperar florestas ou plantar para produzir biocombustível? O questionamento acontece facilmente quando consideramos o histórico do País. “O Brasil já emitiu cerca de três bilhões de toneladas de carbono na atmosfera somente com o que queimou da floresta amazônica. Se calcularmos os estoques de carbono, dobrando a produção de cana, por exemplo, nos próximos cem anos não chegaríamos nem a 10% do total de florestas que já foram queimadas”, sinaliza Buckeridge. A solução, para o botânico é, portanto, o que ele chama de “o caminho do meio”. “É melhorar a nossa tecnologia para produção de biocombustível com cana e outras plantas e regenerar a floresta, principalmente as matas ciliares. Isso ajudaria a seqüestrar o carbono, traria a biodiversidade de volta e nos daria áreas a serem exploradas de forma sustentável. Um país que deseja ser potência ambiental, como é o caso do Brasil, não pode destruir suas florestas para colocar cana no lugar”, finaliza Bukeridge.


CORRENTE ALTERNADA

Nós estamos entre as 150 melhores A Eletronorte, por meio da sua Regional de Produção e Comercialização de Tucuruí, está entre as 150 Melhores Empresas Para Você Trabalhar - Revista Exame e Você S/A, Ciclo 2007. O gerente da Regional, Antônio Augusto Pardauil, expressa o sentimento de todos os empregados neste depoimento: “Nós participamos todo ano do ciclo de avaliação do Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ. Essa prática de ter uma avaliação externa do nosso processo de gestão nos encorajou a participar da 11ª edição do Guia Melhores Empresas Para Você Trabalhar - Revista Exame e Você S/A, uma pesquisa consagrada no Brasil que mede o clima organizacional. Nós costumamos ter o conceito de que a nossa Empresa é boa, mas ainda não sabíamos se essa premissa era verdade também aos olhos externos. Para a grata surpresa nossa, logo em nossa primeira participação fomos escolhidos entre as 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil. E o que é melhor, se olhar a pesquisa por segmento, no ramo de energia elétrica a Eletronorte é a primeira colocada e nós disputamos com empresas tradicionais, privadas, que também têm um programa de gestão avançado. A pesquisa nos comprovou que temos uma política de gestão de pessoas fantástica, fora de série, e que a prática de que nosso bem mais importante é o ser humano, nosso colaborador, tem dado certo, nos enchendo de orgulho. Ficamos entre as dez melhores do País. Ser Eletronorte já é um desafio; e um orgulho muito grande é ser da Eletronorte em Tucuruí, um desafio que nos encoraja a fazer uma gestão cada vez melhor, encoraja a quem trabalha aqui fazer um trabalho cada vez melhor, e o que é mais importante, os empregados que estão chegando agora na Empresa, o time que vai ser o futuro da Eletronorte e o futuro de Tucuruí está engajado nesse processo. Com o trabalho que estamos fazendo aqui, somos um exemplo não só para a Empresa, mas para o Brasil, porque temos um patrimônio público do tamanho de Tucuruí, administrado de uma forma participativa, envolvente e com grande responsabilidade”.

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Processo - O processo de seleção passa por três etapas. Primeiro a Regional de Tucuruí respondeu a um questionário que mede o grau de satisfação dos colaboradores, com a participação de 144 dos 192 empregados. Em seguida foi respondido um outro questionário com informações gerais sobre a Empresa. E, finalmente, houve a visita às 220 empresas, entre as 491 que participaram do certame e que tiveram um número mínimo de questionários respondidos. No dia 27 de julho a Empresa recebeu a confirmação que estava entre as 150 e, no dia 12 de setembro, aconteceu a premiação em São Paulo. Vale ressaltar algumas posições conquistadas: Entre as melhores por setor, a Eletronorte figurou com o primeiro lugar das

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energéticas, à frente da CPFL e AES; entre aquelas cujos empregados têm mais orgulho de trabalhar, ficou à frente de sete das dez melhores; entre os empregados mais satisfeitos e motivados, ficou à frente da nona entre as dez melhores; em relação aos que acreditam ter desenvolvimento, ficou à frente da segunda, sexta e sétima; já entre as que aprovam seus líderes, ficou à frente da segunda, sexta, sétima e nona; quanto ao fator Cidadania Empresarial, à frente da oitava e nona melhores; em Políticas e Práticas, à frente da décima melhor; e nos subfatores Desenvolvimento, Remuneração e Benefícios, e Saúde, ficou à frente da quinta, sexta, sétima oitava, nona e décima melhores.


Avaliada em uma unidade regional, a Eletronorte foi selecionada na categoria Empresas Pequenas, com uma nota final de 79,6 pontos. A primeira colocada, bicampeã do Guia, a Masa, obteve 92,1 pontos. PNQ - Pardauil já adianta que a Regional pode ser consagrada com outra premiação, desta vez do PNQ. “A avaliação do PNQ é extremamente rigorosa e teve os critérios modificados este ano, tornando-a mais rigorosa ainda, e já fomos para a etapa final, de visita técnica. O processo começou com 58 empresas e hoje 24 estão passando pela etapa da visita. Independentemente da premiação acontecer ou não, já conseguimos ter a força

de trabalho envolvida na rotina de gestão, produtivo, administrativo e ambiental, todos conhecem os fundamentos de excelência, o que queremos como Empresa, qual o nosso foco, o que precisamos fazer para levar energia para o Brasil todo. Esse grande envolvimento já conseguimos. O processo de busca da excelência de 2007 capacitou internamente cinqüenta pessoas nos critérios da excelência, houve disseminação dos critérios para mais de 150 empregados e essa alegria, esse orgulho, tenho certeza que os avaliadores também estão sentindo, vêm coroar diversos outros eventos, como o Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho na categoria Grandes Empresas, no Estado do Pará”.

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ENERGIA ATIVA 16

SNPTEE reúne a inteligência do Setor Elétrico O XIX Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica - SNPTEE, realizado no período de 14 a 17 de outubro no Rio de Janeiro, promovido pelo Cigré-Brasil e organizado por Furnas, terminou com um saldo bastante produtivo: focados no modelo atual do Setor Elétrico, com ênfase para o uso de alta tecnologia para diminuir custos e aumentar a confiabilidade de equipamentos, os 510 trabalhos apresentados nos 16 grupos temáticos possibilitaram ampla troca de conhecimentos entre os cerca de dois mil participantes. Considerado o maior evento do Setor Elétrico, o SNPTEE retomou o caráter técnico que sempre dominou o evento, com a apresentação de muita inovação e técnicos altamente especializados, que abordaram os aspectos técnicos, regulatórios e gerenciais que envolvem a indústria de energia elétrica. De acordo com José Henrique Machado Fernandes, presidente do Cigré-Brasil e assistente da Diretoria de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, (foto abaixo) ao lado do coordenador- geral do SNPTEE, Mário Lima Rocha, ao centro, e do diretor de Operação e

Comercialização de Energia, Fábio Machado Resende, à direita) “a participação no SNPTEE possibilita o contato e a troca de experiência com colegas de todas as empresas do Setor Elétrico que realizam o mesmo trabalho que o nosso, permitindo assim uma rápida atualização sobre o que está sendo praticado, as principais tendências e sobre o que há de mais moderno em nosso ramo”. Para José Henrique, participar da Comissão Organizadora foi motivo de satisfação, a despeito do grande volume de trabalho que envolve um evento dessa magnitude. “Sintome gratificado pelos excelentes resultados obtidos. Proporcionar meios para que o intercâmbio de conhecimentos possa acontecer em um ambiente adequado e propício ao debate é algo que sempre me fascinou. Assim, trazemos idéias e procedimentos que podem ser aplicados de imediato pela Eletronorte, gerando grande economia, bem como apresentamos os principais desenvolvimentos de nossa Empresa, colocando-a em destaque no cenário técnico nacional, como a torre estaiada monomastro com feixe expandido, em 500 kV, que está estreando na Interligação Norte-Sul III e sem dúvida será um marco na engenharia de linhas de transmissão, como foram as torres raquete e cross-rope, todas lançadas pela Eletronorte e hoje de larga utilização pelo Setor Elétrico brasileiro. O SNPTEE é, portanto, um evento de excelente nível técnico e de ótima relação custo-benefício”. José Henrique também atuou como um dos relatores do Grupo de Estudo de Linhas de Transmissão. Nesse grupo foram apresentados 32 informes técnicos que enfocaram o estágio atual do desenvolvimento das linhas de transmissão, abordando aspectos como novas concepções e tecnologias, acidentes e vandalismo, metodologias para projeto, os requisitos ambientais e seus impactos nas práticas das empresas e o monitoramento em tempo real visando a maior segurança, confiabilidade e disponibilidade dos sistemas elétricos.


Comissão Técnica - A Comissão Técnica do XIX SNPTEE, composta de nove membros efetivos e 48 relatores, iniciou seus trabalhos no mês de junho de 2006, com o objetivo de definir o nome, o escopo e o tema preferencial dos 16 grupos de estudos. Em agosto daquele ano a Comissão já iniciava as “chamadas de trabalhos”. Quem conta a experiência é o coordenador da Comissão Técnica e engenheiro de Operação da Eletronorte, Antonio Simões Pires (foto abaixo). “Os interessados em propor trabalhos para o Seminário apresentaram resumos do que seria tratado. Essa etapa encerrou em início de novembro. Foram apresentados 1.630 resumos, analisados pelos relatores. Desses, 36 foram escolhidos para cada grupo, totalizando 576 resumos. A divulgação dos resumos aprovados e não aprovados foi realizada em dezembro de 2006. Após a divulgação, os autores prepararam os informes técnicos e os submeteram à avaliação da Comissão. Esse processo foi encerrado em abril de 2007, com aprovação de 510 informes para serem apresentados nas sessões técnicas do XIX SNPTEE” Durante a realização do Seminário, os membros da Comissão Técnica deram todo o suporte necessário para que as sessões fossem realizadas sem problemas. Na sessão de encerramento, o Coordenador apresentou aos presentes as principais constatações técnicas e homenageou dois membros da Comissão pelos inúmeros serviços prestados ao SNPTEE. Agora, a Comissão prepara, em conjunto com o Cigré-Brasil, os anais do evento, finalizando a sua missão. “Como podemos constatar, o trabalho dos membros da Comissão Técnica e dos relatores é de grande importância para o sucesso do Seminário. São dois anos de trabalhos ininterruptos para que seja atingido este sucesso durante a realização das sessões técnicas”, relata Pires. Classificação - A Eletronorte apresentou trinta trabalhos no XIX SNPTEE, dos quais dois foram classificados em seus respectivos grupos entre os melhores. “Benefícios

Obtidos pelo Sistema Interligado Nacional com o Deslocamento da Geração Térmica proporcionado pela Motorização Adicional de Usinas Hidrelétricas” foi apresentado e premiado na segunda colocação no Grupo de Estudo de Planejamento de Sistemas Elétricos. Os autores são Mário Gardino, Paulo Cesar Magalhães Domingues, Admir Martins Conti e Luiz Fernando Rufato. “O trabalho que apresentamos propõe o aprimoramento e dimensionamento de usinas hidrelétricas, a fim de se levar em conta não apenas o benefício por elas acarretado do acréscimo da energia assegurada, como é hoje praticado”, explica Mário Gardino, também membro do Cigré-Brasil e assistente da Presidência da Eletronorte. Segundo ele, com as restrições ambientais ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos, a capacidade dos reservatórios de guardar água tem sido reduzida. Em conseqüência, não é mais possível fazer a regularização das vazões afl uentes às usinas hidrelétricas, o que acarreta mais vertimentos (a água passa pelo vertedouro das usinas e não é gerada energia elétrica). Assim, paradoxalmente, as restrições ambientais às usinas hidrelétricas têm contribuído, na prática, para o aumento da instalação de usinas térmicas, que utilizam combustíveis fósseis; portanto, muito mais poluidoras do meio ambiente, pois suas emissões atmosféricas contribuem para o aumento do efeito estufa. “O trabalho premiado no SNPTEE propõe que o benefício da redução do consumo de combustíveis fósseis seja computado no dimensionamento da potência instalada das usinas hidrelétricas, levando-se em conta a contribuição propiciada pela energia secundária (energia temporária, produzida durante o período de vazões altas), que seria aproveitada pela geração elétrica em unidades geradoras adicionais e não desperdiçada pelo vertedouro”, reforça Gardino. Mas ele mesmo adverte que, para isso acontecer, deverá haver um aprimoramento do atual modelo setorial. As novas usinas hidrelétricas já incorporariam no dimensionamento da sua capacidade instalada a quantificação desse benefício, sem aumentar seu reservatório. Algumas usinas existentes, já consolidadas ambientalmente, poderiam ter a sua capacidade instalada ampliada, usando o mesmo reservatório, como o trabalho demonstrou no caso da Usina Hidrelétrica Tucuruí.

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O SNPTEE é considerado o evento mais significativo do Setor Elétrico brasileiro, conseguindo reunir os agentes de geração, transmissão e comercialização de energia elétrica de maneira muito produtiva. É um evento realizado a cada dois anos que exige logística e infra-estrutura adequadas. Ao concluir uma edição do Seminário, já estamos começando a organizar o próximo evento. Para 2009, a anfitriã será a Chesf. A partir deste instante ela assume a estrutura do evento e trabalha para garantir sua tradição e continuidade do evento. Isso exige uma estrutura administrativa forte. Por exemplo, este ano o Comitê Financeiro trabalhou com uma receita de R$ 4 milhões frente a um custo total da ordem de R$ 3 milhões. A diferença fica para o Cigré-Brasil investir em intercâmbios e projetos de P&D. O que fica desta edição do SNPTEE, considerando o modelo atual do Setor Elétrico, é a apresentação de novas tecnologias que estão servindo tanto para aumentar receitas e minimizar custos com operação e manutenção, quanto para evitar falhas e desligamentos nos sistemas . Josias Matos de Araújo - diretor Financeiro do Cigré-Brasil e Superintendente de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão da Eletronorte.

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preditivas já consolidadas, apóia na tomada da decisão de detecção de problemas internos nos equipamentos e contribui para evitar que o equipamento venha a falhar. “Após ensaiar mais de 45 equipamentos e validar a técnica, adquirimos o equipamento e atualmente estamos na fase de consolidação da análise, para que possamos ter diagnósticos confiáveis, em conjunto com o Centro de Tecnologia da Eletronorte, que ficará responsável para executar os ensaios”, adianta Zagheto. Para ele, “a participação no SNPTEE foi bastante importante, pois pudemos constatar que outras empresas já estão utilizando a técnica para detecção de defeitos em outros equipamentos e que poderemos iniciar uma excelente troca de experiências, após consolidarmos a técnica e empregá-la em comutadores”. A XX edição do SNPTEE acontecerá em outubro de 2009 na cidade de Recife, tendo a Chesf como empresa anfitriã. “Vamos começar a trabalhar com o Cigré-Brasil e Furnas para avaliarmos o que pode ser aprimorado para a próxima edição”, disse Dilton da Conti, presidente da Chesf. Confira os depoimentos de alguns participantes do XIX SNPTEE.

O SNPTEE realizado a cada dois anos verdadeiramente é o maior evento do Setor Elétrico brasileiro. Como responsável pelo processo educação corporativa na Eletronorte, estou muito orgulhosa por constatar que nossa Empresa, além de investir no aprimoramento, investe também no zelo e no bem-estar das pessoas quando aprova a participação de 44 profissionais entre autores de trabalhos, comissão técnica e aprendizes. Esse é mais um quesito que faz a diferença para todos nós, empregados. A Eletronorte foi uma das empresas que mais apresentou trabalhos em diferentes áreas de conhecimento, o que muito contribuiu para o intercâmbio técnico e maior aproximação entre os profissionais do setor. O SNPTEE, com sua abrangência e importância também é um evento que atende aos dois pilares da Universidade Corporativa Eletronorte: educação continuada e gestão do conhecimento . Eden Brasília - superintendente de Desenvolvimento e Educação Empresarial da Eletronorte.

Inspeções acústicas - “A Medição Acústica para Avaliação de Transformadores e Reatores com mais de 20 Anos na Regional de Transmissão de Mato Grosso”, acabou na terceira colocação no Grupo de Estudos de Subestações e Equipamentos Elétricos. Os autores são Sérgio Luis Zaghetto, Mauro Barbosa Trindade, Roberto Campos de Menezes, Dorival Secato, Ivan Jesus da Silva, João Antônio Ferrreira Leite e João Silva dos Santos “Os ensaios de medições acústicas, técnica preditiva que estamos implantando na Eletronorte, iniciaram-se como um trabalho que desenvolvemos na Regional de Transmissão de Mato Grosso, onde foi constatado que alguns equipamentos teriam que ser inspecionados internamente. O problema era quando e onde intervir. Em parceria com o Cepel realizamos as medições nos equipamentos, nas subestações Rondonópolis e Barra do Peixe, quando foi possível inspecionar os equipamentos internamente, identificando os defeitos localizados pelos ensaios e bloquear futuras falhas”, explica Zagheto. Segundo ele, o ensaio de emissão acústica vem em conjunto com nossas técnicas


No SNPTEE, o maior seminário do setor no Brasil, a experiência é inesquecível e as oportunidades de envolvimento técnico com um número diversificado de profissionais, empresas, universidades, órgãos regulatórios, é inigualável. Como relator do Grupo de Estudos de Subestações e Equipamentos Elétricos, tivemos a oportunidade de contribuir para a realização do grande evento. No Grupo, os temas foram relacionados a monitoramento, diagnóstico, manutenção de equipamentos, aplicação de novas tecnologias, transformadores e reatores de potência, subestações e ensaios em equipamentos elétricos de alta tensão. Foi observado que a influência do novo modelo do Setor Elétrico tem levado as empresas a buscarem novas formas de manter seus equipamentos em operação por mais tempo e com confiabilidade. A utilização de novas tecnologias, tanto de equipamentos quanto de metodologias para avaliações de equipamentos no sistema foram alguns dos temas apresentados. O nível dos trabalhos apresentados foi muito bom e a Eletronorte teve um de seus trabalhos premiado em terceiro lugar neste grupo . Eber Hávila Rose - gerente de Estudos de Sistemas e Especificação de Equipamentos da Superintendência de Planejamento da Expansão, da Eletronorte.

A Camargo Corrêa veio prestigiar o XIX SNPTEE acreditando no futuro do potencial hidráulico brasileiro. Hoje existe uma demanda muito grande na área de energia e o modelo setorial que está sendo implementado é muito efetivo, possibilitando a nossa participação nos grandes investimentos de geração. Sem dúvida, o SNPTEE apresenta os maiores e melhores estudos nessa área, transformando-se num grande aprendizado e ampla troca de informações. Além disso, é uma ótima oportunidade para se rever os amigos nos vários grupos de trabalho . Carlos Almeida Prado - gerente Comercial da Camargo Corrêa Equipamentos e Sistemas S/A.

O SNPTEE já é consagrado como o melhor e mais esperado evento do Setor Elétrico, que reúne os principais players e as principais tecnologias. A Alstom, como fornecedor de primeira linha e líder absoluto na área de geração, tanto hidráulica quanto térmica, não podia ficar de fora de um evento desse porte. Ele é prioritário e já está em nossa programação para os próximos dez anos como patrocinador. A Alstom tem participado dos principais projetos no Brasil - nossa parceria com a Eletronorte em Tucuruí já dura 30 anos - e já construímos uma história no País, na construção do seu futuro. O mercado está crescendo, a demanda de energia está aumentando e a Alstom tem trabalhado para garantir tecnologias mais avançadas, custos melhorados e serviços aprimorados para atender a essa demanda para o País crescer, o que é também a nossa ambição social . Márcia Coelho - gerente de Comunicação e Marketing da Alstom.

A Alusa é uma empresa de engenharia que está conquistando espaço no Setor Elétrico brasileiro e não podíamos ficar de fora de um evento como o SNPTEE. Aqui estão todas as empresas e personalidades da área, o que é um privilégio. O novo marco regulatório do setor está dando uma oportunidade para empresas privadas investirem na expansão dos sistemas elétricos, nas áreas de engenharia e infra-estrutura e temos sabido aproveitar essa oportunidade, investindo e participando dos leilões de transmissão e geração. Para nós é fundamental seguir o modelo e estabelecer parcerias com as empresas estatais. É muito importante conseguir esse equilíbrio entre o empreendedor privado, e o conhecimento e a tecnologia estatal. Com a Eletronorte já fizemos parceria para vários projetos, inclusive agora para o leilão de Santo Antônio, no Rio Madeira, que esperamos sair vencedores . José Lázaro Alves Rodrigues - diretor de Engenharia da Alusa.

Furnas trabalhou neste evento um ano e meio. Não é fácil organizá-lo, pelo tamanho do Seminário, que recebe duas mil pessoas. Foi difícil, por exemplo, conseguir um local adequado que suportasse esse contingente, com auditórios e salas de trabalho para abrigar cerca de 200 pessoas em cada um dos 16 grupos temáticos. Chegamos a visitar outras cidades, como Brasília, por exemplo, mas encontramos o Riocentro, no Rio de Janeiro, totalmente reformado por causa dos Jogos Pan-Americanos e vimos que aqui era mesmo o melhor local. É uma verdadeira maratona em três dias de trabalho, mas o importante é a troca de experiências e as inovações apresentadas, muitas soluções criativas que terminarão por refletir na excelência do Setor Elétrico e num melhor serviço prestado à sociedade. Já passamos o bastão para a Chesf para quem desejamos boa sorte no evento de 2009. Este ano conseguimos o apoio de 51 patrocinadores. Que no próximo estejam todos juntos conosco novamente para que consigamos manter o elevado nível do SNPTE . Mário Lima Rocha - coordenador Geral do XIX SNPTEE.

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ENERGIA ATIVA

“Podemos dizer que estamos no mundo! E dizemos: existimos como Awaete Parakanã”

As palavras do título foram proferidas em emocionado discurso pelo jovem Maxa Parakanã. Com 21 anos de idade ele é o retrato do Programa Parakanã, desenvolvido pela Eletronorte, em parceria com a Funai, na área de influência da Usina Hidrelétrica Tucuruí, no Pará. Maxa discursou durante a festa que a comunidade promoveu no final de setembro deste ano, na aldeia Inaxyganga, na Terra Indígena Parakanã, para comemorar o nascimento do 700º (septingentésimo) Awaete Parakanã do Tocantins. Filha de Xawaria Parakanã e Moete Parakanã, Morona é uma linda menina, nascida em 17 de dezembro de 2006, que vive bem e saudável.

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Os Awaete Parakanã do Tocantins, que hoje habitam a Terra Indígena Parakanã, somavam apenas 247 pessoas antes da implantação do Programa, em 1988. No último dia 9 de outubro de 2007 eles já contavam 723 pessoas, vivendo bem, de acordo com o sistema tribal e as expectativas da sua própria cultura. A ação da Eletronorte nasceu pelos impactos causados aos Awaete Parakanã do Tocantins, pela inundação de suas terras em função do reservatório de Tucuruí. Antes, eles se encontravam em situação precária, com muitas doenças transmitidas por não-índios, que chegaram na região na fase da construção da estrada Transamazônica e mais tarde na ocupação das terras ao longo da estrada e nos assentamentos do Incra. Além disso, estavam com sua estrutura tribal afetada pelos contatos indiscriminados com os não-índios que chegavam e circulavam na região. Em 1986, uma comissão do PNUD/ONU, em visita à aldeia Paranatinga, devido à situação de doenças


em que se encontravam os Awaete Parakanã e a falta de assistência e esperanças, declarou, comparando ao que se passava na Biafra, África, que eles estavam caminhando para o processo de extinção como etnia. Recomeço - As ações desenvolvidas pelo Programa Parakanã conseguiram reverter a situação de um povo a caminho da extinção para um povo com uma taxa média de crescimento de 5% ao ano e vivendo de acordo com sua cultura, com a auto-estima recuperada e com dignidade. A sua terra demarcada e fiscalizada foi mantida sem desmatamentos, sem predadores, sem madeireiros, sem garimpeiros, enfim, encontra-se na região como uma verdadeira ilha da biodiversidade natural. “A comemoração do nascimento do septingentésimo Awaete Parakanã do Tocantins foi uma solenidade muito importante para eles e particularmente para todos que fazem o Programa Parakanã”, afirma José

Porfírio Carvalho (foto ao alto), indigenista da Eletronorte, responsável pelos programas Parakanã e Waimiri Atroari (AM). Aliás, os Waimiri Atroari são parentes que foram convidados para as comemorações. Carvalho conta que “os Awaete Parakanã, nas suas manifestações durante a festa, fizeram questão de destacar a importância do Programa Parakanã na vida deles e o papel da Eletronorte, que apóia e financia as atividades desenvolvidas pela ação indigenista em andamento. Foi uma festa muito interessante, quando buscavam os funcionários do Programa para juntos dividirem a alegria e participarem de suas danças e cantos tradicionais”. Ao comemorar o nascimento do septingentésimo Awaete Parakanã do Tocantins, ficou a expectativa das novas comemorações pelos nascimentos seguintes e pela meta de atingir o que já aconteceu com os índios Waimiri Atroari, quando a população chegou ao milésimo. Maxa Parakanã acredita nesse futuro. Confira a íntegra do discurso dele na página 22.

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Nossa terra Parakanã “Sem dúvidas neste dia em que completamos os setecentos Awaete¹ é um momento muito especial para o povo Parakanã. É neste instante que podemos nos perguntar: por que estamos crescendo? Qual era a nossa expectativa após o contato com a civilização? Quem contribuiu para que possamos crescer tanto assim? E atualmente, qual o futuro do povo Parakanã? É, meu povo! Não é tão difícil responder a essas perguntas. Hoje podemos relembrar aqueles Awaete towymina², que foram os primeiros Parakanã. Que nos deixaram conselhos, heranças e conhecimentos que nos permite permanecermos firmes na luta de repassar esses ensinamentos às gerações futuras. Podemos dizer que estamos no mundo! E dizemos: “existimos como Awaete Parakanã”. O verdadeiro Awaete representa as raízes, símbolo da sua identidade, direito cultural, tradicional, social e regional da sua tribo Parakanã. Temos que comemorar o aumento da nossa população, em conjunto com os toria³, obviamente com a equipe do Programa, mas lembrando sempre do passado, do presente e do futuro do nosso povo. Depois de muitas dificuldades, o índice de nossa população surpreendeu bastante, superando as nossas esperanças. Mas esse resultado se deve à política particular feita pelo nosso grande e generoso towa4, Porfírio Carvalho, a quem chamamos de verdadeiro xenerowa5 , porque nos deu a existência, a vida e o futuro para nós Parakanã e também aos nossos irmãos Waimiri Atroari da Amazônia. Ele lutou com dedicação, com empenho, com amor, com credibilidade, seriedade, com honestidade, com muita garra e desejo de ver o Awaete prosperar. Deixou sua família e passou toda a sua vida conosco cuidando de ambas as etnias, e a cada dia que passa temos que agradecer de coração o trabalho do nosso towa. O Programa que nós temos, financiado pela Eletronorte, é um bom exemplo para o nosso País, pois no início do trabalho éramos 247 Awaete Parakanã xoporemo6 e atualmente nos traz felicidade e imensa emoção ver que a missão do Programa está katoete7 . Finalmente gostaria de expressar a todos aqui presentes, o que parece difícil dizer... ‘Conquistamos a nossa independência’, mas isso já é possível porque existe algo muito importante para nós sermos independentes, que é o nosso estudo, nossa educação. Com isso é possível solucionar as necessidades de nossa comunidade e nossa independência, alcançando, assim, todos os nossos sonhos. Nossa Terra é uma beleza, atraente e rica, onde a mãe natureza ainda é a mais brasileira. Dotada de mil primores, o seu verde é um diamante, onde o amarelo das flores contrasta com o azul do céu. Riquezas inexploradas, solo fértil e dadivoso, ela é predestinada a um futuro grandioso. Seu folclore e seus costumes necessitam ser conservados, pois é neles que se resumem os nossos antepassados. Terra é mãe, de terno e imenso coração, que nela se acumula todas as forças de um povo Parakanã. A natureza aqui é tão farta e generosa como em qualquer parte desse imenso Brasil, se esmerou em fazer rica e ditosa terra de sonhos e encantos mil. Que o nosso amor conserve suas belezas, delas usufruindo sem ferir e prejudicar o meio ambiente. E, usando bem suas riquezas, nosso patrimônio, saibamos preservar. Mostra a todos ser bem brasileira e com orgulho feliz, Nossa Terra Parakanã”. Maxa Parakanã (no alto, sobre foto de Morona a 700ª)

1 Autodenominação Pakanã que significa gente de verdade 2 Os mais velhos, que guardam o conhecimento de tribo 3 Aquele que não éa índio 4 Pai 5 Nosso pai (aquele que nos ensina e nos protege) 6 Todo mundo, todos, toda a população Parakanã 7 muito bom

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MEIO AMBIENTE

O caminho das árvores Por aqui passa o DNA da Amazônia Michele Silveira Esta é uma história que poderia começar pelo final. Aliás, seria o correto sob as lentes do jornalismo que defende que o mais importante deve estar no começo. E o mais importante aqui é dizer que vai se falar de onde está guardada boa parte do DNA da Amazônia. Isso mesmo. Esse lugar existe e, enganando um pouquinho as regras de redação, é preciso antes disso falar do caminho e

do tempo que levam à Ilha de Germoplasma de Tucuruí. Pra quem chega pelo céu, a massa verde até confunde. Mas lá embaixo, uma das 1.600 ilhas que formam o Mosaico de Tucuruí é especial. E essa diferença começou a ser construída em 1980, quando uma parceria entre a Eletronorte e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Inpa, com a participação de outras instituições de pesquisa, deu início ao processo de resgate do material genético

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das principais espécies florestais existentes na área de inundação e de plantio em local específico. Era sabido que, depois do enchimento do reservatório da Hidrelétrica Tucuruí, algumas milhares de ilhas seriam formadas, em razão das diferenças no relevo. A do Germoplasma foi uma delas. Começou então um trabalho de resgate, espécie por espécie. O plantio aconteceu numa área dividida em quadras e a Ilha passou a abrigar a parte nativa (in situ) e a plantada (ex situ). Naquela época, seu Expedito ainda não pensava em sair do Maranhão e tampouco imaginava o que era esse tal Germoplasma, cuja definição é admitidamente complexa pelos próprios especialistas. Hoje ele dá aula de encantamento pela Ilha e, com a sabedoria concedida pelo tempo, define um pouco do que representa a Ilha e do que é o germoplasma: “É muito bom estar aqui, ajudando a cuidar da floresta, pegando as sementes, fazendo as mudas, recebendo o pessoal que vem pesquisar e guardando tudo isso aqui pro futuro, né?”. É, seu Expedito, o senhor tem razão. Ele trabalhou na obra, ficou no enchimento do Lago e participou da Operação Curupira (ação de resgate da fauna na região e liberação nas chamadas áreas de soltura, criadas em 1984 e que passaram a abrigar animais como o jabuti, macaco-guariba, macacoprego, veado-mateiro, cutia e preguiça). Há oito anos, Expedito Pereira Sobrinho (foto ao lado) ajuda a cuidar da Ilha. “Quando a gente chegou aqui não tinha nada, e hoje vocês tão vendo tudo isso aí, organizado, com as sementes indo pra laboratório; mas não é por causa de mim, é porque a Eletronorte tá evoluindo cada vez mais as coisas”. Modéstia, seu Expedito. A Empresa e qualquer um sabem que pra fazer todo esse trabalho dar certo é preciso ter pessoas como o senhor. Banco genético - A área da Ilha é de 129 hectares. O banco de conservação in situ compreende 32 ha de floresta nativa, com a identificação e marcação de 100% das árvores com diâmetro igual ou superior a 25

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cm. Foram identificados e mapeados 2.914 indivíduos adultos, pertencentes a 221 espécies botânicas distribuídas em cinqüenta famílias. No banco ex situ estão representadas 28 famílias botânicas e 82 espécies. Para esse fim, foram plantadas aproximadamente 15 mil mudas distribuídas em 29 quadras, com área total de 22,6 ha. A definição está na apresentação do livro Ilha de Germoplasma de Tucuruí - uma reserva de biodiversidade para o futuro, de autoria dos pesquisadores Ima Célia Vieira, diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi; Noemi Vianna Martins Leão, coordenadora do Laboratório de Sementes da Embrapa da Amazônia Oriental; Selma Toyoko Ohashi, da Universidade Federal Rural da Amazônia e Rubens Ghilardi Jr., analista ambiental da Eletronorte. A edição, lançada em dezembro de 2005, reúne os resultados de pesquisas de campo e da experiência de conservação de material genético que já duram mais de vinte anos na Ilha de Germoplasma. Vinte anos. Tempo que José do Carmo Leal (foto abaixo) e o seu Expedito partilham na região e, juram eles, sem nenhuma briga. Seu Zé já perdeu as contas, mas lembra que entre oito e dez anos é o tempo que está na Ilha. Com olhar atento ao que é gravado e fotografado, ele caminha e mostra as espécies com o talento nato da vida. Provoca o jovem analista ambiental João Marcelo de Rezende, engenheiro florestal recém-concursado da Eletronorte, sobre os nomes das espécies que cata no chão. Mas o jovem é rápido e responde ao desafio. O olhar de aprovação do seu Zé do Carmo é uma pista de porque João Marcelo fica tão feliz ao passar dias na Ilha. A troca de


Em 2005 a Eletronorte criou uma nova área de coleta em floresta ombrófila, localizada em outra área protegida pela Empresa, a Base 3. “A proposta é produzir sementes e mudas de material genético de qualidade para recomposição de áreas alteradas e para programas de reflorestamento e sistemas agroflorestais”, explica Francisco. O Laboratório de Sementes da Eletronorte já está com a estrutura pronta para receber o produto das coletas, dependendo apenas de tramitações administrativas e jurídicas para começar o processo.

conhecimento é marca do lugar. “Muitos pesquisadores vêm fazer os seus trabalhos aqui e é muito bom saber que todos estão preocupados em preservar e ampliar isso tudo”, diz seu Zé. Ampliar? Essa parte quem explica é o coordenador do Programa, Francisco Neto (foto ao lado, à direita), engenheiro ambiental da Regional de Produção e Comercialização de Tucuruí. Segundo ele, em 2001 foram implantadas áreas de coleta de sementes na floresta nativa e no banco ex situ localizados na Ilha de Germoplasma. Em 2003 foi implantada uma nova área de coleta, na Base 4 (área protegida localizada na Zona de Preservação de Vida Silvestre da Área de Preservação Ambiental - APA do Lago de Tucuruí), com duzentos hectares de floresta nativa inteiramente conservada e mantida pela Empresa.

Coleta de sementes - O projeto faz parte do Programa de Germoplasma de Tucuruí. Nessas áreas estão sendo realizados estudos de dinâmica de populações e fenologia, entre outros. As espécies alvo de coleta e estudo incluem aquelas de valor ecológico e econômico, como a castanhado-pará, açaí, bacaba, bacuri, cedro, angelim-vermelho, jutaí-açu, andiroba e copaíba. Hoje o Programa é um dos condicionantes de licenciamento da Usina Hidrelétrica Tucuruí. “Até 2000 havia apenas o plantio e manutenção das quadras. Em 2001, contratados os pesquisadores, o resultado foi a idéia de revitalização do banco. Eles pensaram: temos a Ilha, temos um banco genético plantado em 1984, vamos tentar tirar produtos, produzir mudas para recuperar áreas alteradas na Amazônia e gerar conhecimento científico”, explica. E foi mesmo essa a idéia. O orgulho de falar do Programa denuncia: desde muito cedo Noemi Vianna Martins Leão está envolvida com o tema. “Um dia desses achei um certificado do meu primeiro estágio, que foi num levantamento aerofotogramétrico da região do Lago, isso lá por volta de 1976. Logo depois, me formei em 1978, entrei na Embrapa e já participei do resgate do material em 1984; agora, vinte anos depois, do Programa de Germoplasma; acho que perderam meu umbigo no Lago”, diz brincando a pesquisadora da Embrapa, que é também vice-coordenadora da Rede de Sementes da Amazônia. Ciente dos desafios do Programa, ela elogia a atuação da Eletronorte e alerta que as próximas ações devem ser as de interação com o Serviço Florestal Brasileiro, especialmente em relação à criação dos distritos

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florestais - que prevêem reflorestamento com espécies nativas; com o Ministério da Agricultura, especialmente no que diz respeito à nova Lei de Sementes; e com a Rede de Sementes da Amazônia. “No geral, o que existe são programas de mitigação simplesmente. O diferencial desse programa é a possibilidade real de desenvolvimento científico e tecnológico. Criamos a Rede de Sementes - são sete redes e mais a Rede Brasil - para permitir que os técnicos conversem entre si e, a partir daí, possamos estabelecer o reflorestamento com espécies nativas. Já temos os parceiros e esperamos que o banco de sementes de Tucuruí seja um desses parceiros”, afirma Noemi (foto ao lado). Parakanã - De acordo com a pesquisadora, é preciso estar atento para a realidade da indústria madeireira, por exemplo. “Uma indústria de compensado e laminado precisa plantar espécies que proporcionem isso. A extração da castanha, por exemplo, logo precisará de plantio. E daí a importância desse Banco. Em oito anos, a castanheira já pode começar a produzir sementes. O mogno é outro exemplo: a gente pensa que é muito tempo, mas sabemos que é possível, em dez anos, ter um mogno produzindo. Há pesquisas que mostram que um plantio de mogno bem adubado, bem conduzido, em 12 anos já pode ser cortado para o laminado e a partir de 18 anos, para serralheiro. É uma madeira nobre e muito abundante na terra Parakanã”. Em 1999 os Parakanã (veja matéria na página 20) começaram a receber treinamento para coleta de sementes florestais e estabeleceram contatos para comercialização junto à Embrapa. Um ano depois eles começaram as coletas de mogno e nos anos seguintes, diversificaram a coleta para copaíba, favão, paricá, tatajuba e castanha. Os números mostram a quantidade de sementes coletadas e, conseqüentemente, o incremento na produção extrativista: em 2000 os Parakanã coletaram 27,33 quilos de sementes de mogno; em 2003 esse número foi para 194,29 quilos e, em 2006, chegou a 333,97 quilos. Hoje a reserva dos Parakanã inclui uma área de coleta de sementes, demarcada e

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com levantamento botânico das espécies existentes, que faz parte do Programa de Germoplasma Florestal de Tucuruí. A rainha da floresta - Quando o assunto é castanheira os braços são pequenos para o abraço. Conhecida como a rainha da Floresta Amazônica, pode atingir cerca de 45 metros de altura e até mil anos. Mas o tamanho não assusta Adilson Pereira Gonçalves, técnico em coleta da Ilha. Orgulhoso, conta que participou do curso de rapel para coletar sementes como a da castanheira. “Foram seis anos. Uma vez por ano a equipe de instrutores contratada pela Eletronorte vinha para a Ilha nos treinar. Alguns acabaram se especializando nisso”, conta de forma modesta o jovem que hoje é considerado um dos melhores técnicos em coleta da Região Norte. Ele nunca tinha praticado o rapel e hoje domina a teoria e a prática: “É melhor pegar a semente no momento certo e antes que ela caia no chão. No caso da castanheira, por exemplo, é melhor pegar antes que o ouriço caia no chão, pois aí teremos a semente em perfeitas condições”, explica. É hora de sair da trilha e descer um pouco para dentro da mata fechada. É lá que está a rainha. Adilson vai à frente. É hora de mostrar que lá no meio da Amazônia tem gente simples fazendo a diferença na preservação da floresta. Mais alguns metros ouvindo o farfalhar das folhas no chão e pronto. Mas é preciso olhar pra cima. E é à medida que os olhos vão fazendo um ângulo vertical que chega a hora de fazer reverência. Ali está ela. O sol entre as folhas sequer permite que se veja onde elas terminam; parece que no céu. Adilson pega um estilingue. É preciso misturar o velho e o novo: “Primeiro jogamos o fio de nylon para poder jogar a corda mais forte. Com isso conseguimos alcançar qualquer copa de árvore. Juntamos peças modernas de rapel com um simples estilingue”. O barulho do metal dos ganchos avisa que a preparação para a escalada está pronta. Adilson começa a pegar o impulso e, com uma cordinha auxiliar que pode lhe alcançar a água e até o lanche, vai subindo orgulhoso, certo de que só divide os olhares atentos com a própria rainha. Aos poucos vai sumindo na contra-luz das folhas que tocam o sol. A silhueta mostra que o rapel é diferença no cotidiano de quem faz a coleta.


Ele conta que, antes, a coleta era feita com a técnica da peconha, que consiste na utilização da folha da palmeira atracada nos pés para escalada na árvores. “Só que esse processo não oferece segurança nenhuma para o coletor. O rapel fez diferença na qualidade e no tempo de coleta, além de proporcionar mais segurança para quem faz o trabalho”. Outra técnica utilizada é a chamada espora, que implica na utilização de um estribo específico que vai sendo cravado na árvore à medida que se sobe a árvore. O jovem entrou no programa em 2001, como cozinheiro. Encabulado com a piada de que cozinhava tão mal que virou técnico, foi rápido ao encher o peito de reconhecimento diante da justiça feita por seu Zé Leal do Carmo: “O diferencial dele foi mesmo a coragem, a habilidade e a dedicação”. E a declaração parece ser mesmo justa. Perguntado sobre qual espécie tem a coleta mais difícil, ele responde com simplicidade: “Sinceramente, ainda não achei esse obstáculo”. Zé do Carmo agora trabalha no novo laboratório de sementes criado pela Eletronorte. Mas não consegue ficar muito longe da Ilha. Foi a experiência nela que o levou para o laboratório e é ela mesma que o mantém por perto. Seu Zé era morador de uma cidade submersa pelo reservatório. Com sorriso sereno, diz “que os tempos são outros e que, se era bom antes porque não tinham muito progresso, hoje a tecnologia permite que eles tenham luz, televisão, que as pessoas estudem e que tenham trabalho”. O que preocupa na Ilha? Segundo ele os invasores que tentam caçar nas áreas proibidas. “Muitas vezes já vimos gente tentando caçar nas vistorias que fazemos à noite em vários pontos das áreas de proteção do Lago. Só não é pior porque sabem que sempre tem alguém de olho. E quando são pegos são registradas ocorrências, apreendidas as armas ou outro material”, explica. Dessa preocupação com os animais quem mais gosta é Bia, um filhote de anta que há cinco meses virou xodó de todos na Ilha. Dócil, entra no alojamento e faz bagunça nas coisas de seu Expedito. Mas tem o perdão de todos e a saudade prévia de quem sabe que ela terá de ir embora para um lugar definido pelo Ibama, onde tenha outros da mesma espécie. No Laboratório, seu Zé vai receber o material que já conhece. Lá estão estufas

e equipamentos específicos para o beneficiamento de cada espécie que o Adilson vai coletar. Em Belém, a pesquisadora Noemi espera pelas sementes que serão utilizadas em projetos de reflorestamento com espécies nativas. É o DNA da Amazônia percorrendo caminhos na floresta. E sobre a história começar pelo início ou fim, o mais importante ficou mesmo pelo caminho. Tal qual o processo de propagação que passa pelo seu Expedito, pelo seu Zé, pelo Adilson, pelo laboratório, pelo canteiro, mas, sobretudo, que começa na terra; e é nela que termina. Antes de partir, uma pergunta sobre o comentário de Adilson que, no pé da castanheira, se diz um privilegiado. Por quê? “Por colaborar com um projeto importante como esse, por ajudar uma etnia como os Parakanã, que apoiamos com a coleta mas, principalmente, porque só eu vejo a beleza dessa Ilha lá de cima; a não ser, claro, vocês que chegam de avião, eu acho”. Tenha certeza, Adilson, visão privilegiada é a sua.

Adilson, sempre a melhor visão

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E o que é, afinal, o Germoplasma? instituições de pesquisa e organizações civis. Em No cotidiano, a explicação do seu Expedito. E não 2006 foram produzidas 21.514 mudas e 198.831 é que é bem próxima da científica? Germoplasma é sementes. Um percentual dessas sementes coletaqualquer parte da planta que permita a reprodução das foi destinado à interface com outros programas - seja uma folha, uma célula, uma estaca - enfim, o ambientais de Tucuruí, tais como Programa de necessário é que ela permita a propagação. Ou seja, Recuperação de Áreas Degradas - Prad e Programa a garantia de futuro. A professora Noemi explica que de Educação Ambiental - PEA, para doação em é possível fazer outros tipos de propagação. “Mas para campanhas, como o Dia da Árvore e Semana do isso é preciso ter a mãe, o material genético. E é isso Meio Ambiente. que estamos preservando lá na Ilha”. E a opinião não é só de quem faz parte da EmPara o analista ampresa: “Eu imagino que seja muito difícil para um biental da Eletronorte, engenheiro, no caso da área elétrica, falar da imporRubens Ghilardi Junior tância de uma sementinha, que é pouco palpável; (foto ao lado), as espémas o grupo que trabalhou conosco, e a Eletronorte, cies de árvores mantidas acreditaram no programa e passaram a olhar o Banco nas áreas de coleta de de Germoplasma de forma diferente. Hoje podemos sementes florestais da mostrar esse Programa, em qualquer lugar do mundo Ilha de Germoplasma, como exemplo do que pode e deve ser feito. Como das áreas de soltura e da engenheira florestal, mas muito mais como cidadã do Terra Indígena Parakanã, Pará, tenho orgulho de ser dessa terra e participar de garantem a perpetuação uma proposta como essa; e ainda mais: de ver agora dos recursos da floresta a possibilidade real de uso”, afirma a pesquisadora em seu estado natural. Noemi Leão. “Esta é uma conservação De acordo com Rubens, o Programa de Germoplasconsciente, pois por meio dos inventários florestais e do ma Florestal da Eletronorte está entre as principais monitoramento fenológico das matrizes de sementes, iniciativas dessa natureza no Brasil. “A possibilidade é possível conhecer cada uma das ‘árvores-mães’ que de preservar, conhecer e poder utilizar de forma susgeram sementes saudáveis e que estão sendo utilizadas tentável o potencial da floresta é um motivo de espepara reflorestamentos com objetivos ecológicos, sociais rança para o futuro da região amazônica. Os desafios e comerciais. Os bancos de germoplasma mantidos e o trabalho ainda são árduos, mas seguramente a pela Eletronorte permitirão que a região de Tucuruí e Empresa e seus colaboradores poderão se orgulhar outras regiões recuperem sua vocação natural de uso de ter compensado um dos principais impactos sustentável de florestas nativas”, afirma. ambientais causados por Tucuruí com efetividade e Segundo ele, as sementes florestais existentes nos criatividade, em consonância com sua missão de atuar bancos poderão suprir grande parte da demanda idencom responsabilidade socioambiental, contribuindo tificada, também de forma inédita, no Estado do Pará. para o desenvolvimento do País”. A Empresa já encomendou um estudo específico para mapear essa demanda. As sementes poderão ser distribuídas para recuperação de áreas alteradas e desmatadas - margens de rios, igarapés e lagos, projetos de agrosilvicultura para pequenos produtores e até para projetos de reflorestamentos em larga escala. O Programa de Germoplasma Florestal, em 2004 e 2005, coletou aproximadamente 227.354 sementes em suas áreas de atuação. As sementes foram destinadas a doações para Veridiano, Zé Leal, Expedito e Adilson: tem gente cuidando da flora amazônica

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Espécie: Euterpe oleracea Nome vulgar: Açaí Utilidade: alimentícia Ecologia e características da espécie: planta típica da Amazônia, de ocorrência em ambientes bastante úmidos. Polpa externa dos frutos comestível, de coloração vermelho-vinho. Pode ser facilmente cultivado na Região Norte. Pode atingir mais de 20 metros de altura. Floresce principalmente em abril.

Espécie: Stryphnodendron barbadetiman Nome vulgar: Fava de paca Utilidade: medicinal Ecologia e características da espécie: ocorre em toda a Amazônia. Porte alto.

Espécie: Dipteryx odorata Nome vulgar: Cumaru Utilidade: madeireira. Madeira muito resistente, dura e pesada de textura fina. Muito bonita. Assemelha-se à madeira de Ipê. Ecologia e características da espécie: árvore de ocorrência em toda a Amazônia nas fl orestas de terra firme e várzea. Pode atingir até 30 metros de altura. Floresce entre agostosetembro. Fotos: Árvores Brasileiras (Harry Lorenzi);

Espécie: Theobroma grandiflorum Nome vulgar: Cupuaçu Utilidade: alimentício Ecologia e características da espécie: ocorre nas terras altas do estado do Pará. Freqüentemente cultivado na Amazônia brasileira e estrangeira. Árvore de médio porte, até 15 metros em estado silvestre. Floresce na estação chuvosa. Espécie: Carapa guianensis Nome vulgar: Andiroba Utilidade: medicinal Ecologia e características da espécie: ocorrência em toda a Amazônia. Porte de 20-30 metros com tronco de até 120 cm de circunferência. Sementes com alto percentual de óleo insetífugo e medicinal. Floresce duas vezes ao ano: agosto-setembro e janeiro-fevereiro.

Espécie: Platonia insignis Nome vulgar: Bacuri Utilidade: alimentícia Ecologia e características da espécie: ocorrência em toda a Amazônia. Porte de 15-20 metros. Frutos comestíveis e muito saborosos. Pode ser cultivado em pomares na Região Norte. Floresce entre julho-setembro. Maturação do fruto entre dezembro-março.

Espécie: Swietenia macrophylla Nome vulgar: Mogno Utilidade: madeireira Ecologia e características da espécie: árvore de ocorrência em toda a Amazônia nas florestas de terra firme, sendo mais abundante no sul do Pará. Madeira muito valiosa, moderadamente pesada, dura e pouco durável para usos externos. Ótima para mobiliário. Atinge até 30 metros. Floresce entre novembro-janeiro. Espécie: Bertholletia excelsa Nome vulgar: Castanheira Utilidade: alimentícia e madeireira Ecologia e características da espécie: ocorre em toda a Amazônia nas matas de terra firma. Árvore de grande porte, podendo atingir até 50 metros de altura, com tronco cilíndrico e ereto. As sementes ou castanhas são muito consumidas e apreciadas. Floresce entre novembro-fevereiro.

Ilustrações: Ilha de Geoplasma de Tucuruí

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RESPONSABILIDADE SOCIAL 30

Campus universitário de Tucuruí começa a construir um pólo de engenharia em plena Amazônia Bruna Maria Netto A sala de aula equipada com ar-condicionado acomoda trinta alunos do curso de Engenharia Civil. Esta é a primeira das três turmas do curso, que assiste à aula ora no quadro branco, escrito à caneta, ora no power point apresentado pelo professor. Para ingressar nesta faculdade, que é pública e gratuita, o candidato tem de enfrentar uma concorrência de cinco concorrentes por vaga, o que é comum na Universidade Federal do Pará - UFPA. O incomum fica por conta da localização desse campus avançado da UFPA - a 350 quilômetros de Belém, aos pés da maior usina hidrelétrica genuinamente brasileira - e desses alunos que serão em breve os engenheiros mais capacitados a trabalhar com as engenharias Civil, Elétrica e Mecânica na Amazônia. Trata-se do Núcleo Universitário de Tucuruí, localizado na Vila Permanente da Eletronorte, constituído graças ao convênio firmado entre a Empresa e a UFPA, e criado com o intuito de difundir o conhecimento e melhorar as condições de educação na Amazônia, onde paraenses de todos os cantos do estado e, principalmente de Tucuruí, têm à disposição os cursos diferenciados por conta do centro de prática bem ao lado, na própria Usina Hidrelétrica Tucuruí. A Universidade Federal do Pará é a instituição de ensino superior mais interiorizada do Brasil. Possui nove campi no interior (Abaetetuba, Altamira, Bragança, Breves, Cametá, Castanhal, Marabá, Santarém e Soure), que também atendem às cidades localizadas no entorno desses municípios. Há dez anos essa rede qualifi ca profi ssionais para as cadeias produtivas locais e forma professores para a rede pública. Aos cinqüenta anos, a UFPA hoje é a maior universidade federal do País em número de alunos, abrigando uma comunidade composta por mais de cinqüenta mil pessoas, com mais de 120 cursos de graduação e 53 programas de pós-graduação.

Naquela manhã de terça-feira as turmas trabalhavam a todo vapor. Quem nos levou a conhecer esse centro de pesquisa em meio da Amazônia foi o professor Antônio Malaquias Pereira (foto na página ao lado), diretor do Núcleo. No primeiro prédio construído, as salas de aula cheias tinham o silêncio quebrado apenas com as perguntas dos alunos sobre a matéria ministrada. A cantina estava vazia, sem qualquer estudante passando o tempo por lá. No laboratório de informática, uns quatro ou cinco alunos de outro turno estão fazendo trabalhos na própria faculdade. “Tem aluno que fica aqui até à meia-noite estudando, todos os dias”, conta Malaquias. Pioneirismo - Todo esse contexto é vivido há dois anos, quando o convênio com a UFPA foi firmado por iniciativa da Eletronorte. Pioneiro no setor - inclusive já recebeu um pedido da Cemig e de Furnas para fazer algo semelhante -, é resultado dos anseios do diretor de Gestão Corporativa da Eletronorte, Manoel Ribeiro (foto ao lado). Segundo ele, “a implantação do campus faz parte da estratégia de estabelecer parcerias que fomentem a implantação de cursos de engenharia na área de atuação da Eletronorte. Esse projeto é muito importante para a região de Tucuruí e reforça o compromisso da Eletronorte com o desenvolvimento tecnológico das instituições da Região Amazônica. Quando nós idealizamos esse projeto de criar o Núcleo Universitário de Tucuruí, o fizemos exatamente com o intuito de atender, principalmente, uma questão social dos nossos empregados, já que eles, em certa época de suas vidas, vêem seus filhos crescendo e, após terminarem o ensino médio, precisam ir à faculdade. Evidentemente que isso obriga as famílias a se distanciarem. Mas fizemos um projeto que acarreta também uma


melhoria da qualidade de vida de toda população da cidade”. Antes do Diretor, o engenheiro Francisco Roberto Reis França, do Centro de Tecnologia da Eletronorte, com o apoio de Luís Cláudio Silva Frade, superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Eletronorte, vislumbrou logo de início o potencial daqueles laboratórios construídos nas usinas, que serviriam de ambiente de pesquisa para os futuros engenheiros. “A Usina Hidrelétrica Tucuruí está sendo desmobilizada, e lá foram construídos laboratórios muito sofisticados. Seria uma pena fechar aquilo e perder todo o investimento. Ao fazer um levantamento, logo vislumbrei que os laboratórios poderiam servir a cursos de Engenharia. São poucos os laboratórios do Brasil que têm a estrutura dos nossos em Tucuruí”, lembra França. Andando entre os prédios do campus e o alojamento para os alunos, o requisitado Malaquias - por onde se passava havia alguém que o chamava: “professor, preciso falar com você!” - também lembra do início

do Núcleo e de sua expansão. “O primeiro vestibular foi em 2005. A Universidade já tinha funcionado aqui, mas de forma temporária, com cursos de licenciatura em Física, Matemática e Química”. O Diretor viu nos cursos de Engenharia um momento tanto para inovar o meio acadêmico, com a formação de profissionais na própria Amazônia, quanto para voltar os olhos a uma população com tanta vontade de aprender, mas ao mesmo tempo tão longe dos grandes centros de ensino: “Viemos para Tucuruí porque percebemos que, além do trabalho pioneiro em levar os cursos de Engenharia Civil, Elétrica e Mecânica para o interior do estado, vislumbramos a possibilidade de se começar uma Universidade com diferencial em relação à capital do Estado, principalmente pelo apoio que estava sendo dado pela Eletronorte. É um imenso prazer saber que todo esse esforço para implantar esses cursos aqui nos leva a ter a maioria dos alunos estudantes da própria região. Estamos começando com o desejo de nos tornarmos uma referência, forman-

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do engenheiros preparados para o mercado de trabalho e para a pesquisa”. Números animadores Cerca de 70% dos 210 alunos da UFPA são de Tucuruí, e a concorrência por uma das trinta vagas ofertadas por curso é grande. “Quando analisamos a Universidade do Estado do Pará, com 15 núcleos, vemos que a maioria dos estudantes é de fora das cidades onde estão instalados, e aqui temos um número expressivo de alunos moradores de Tucuruí, o que é um orgulho para todos nós”, afirma Malaquias. E completa: “A população daqui está tão envolvida com o Núcleo que o primeiro lugar no vestibular de Engenharia Civil de 2006 é de Tucuruí, e ele estudou a vida inteira em escola pública, mostrando que somos altamente capacitados para, no futuro, competirmos com engenheiros de qualquer canto do País”. O professor Augusto Lima Barreiros (foto ao lado) é diretor do Instituto de Tecnologia da UFPA e foi o coordenador-geral da Comissão de Implantação do Núcleo em Tucuruí. Falando em Belém, mas com o coração em Tucuruí, o professor Barreiros lembra com carinho da acolhida que a Universidade recebeu na cidade: “Desde 2004, quando a comunidade de Tucuruí soube da implantação dos cursos de Engenharia, recebemos convites para entrevistas na rádio e em jornais locais. Nas entrevistas ao vivo, ouvintes da cidade telefonavam agradecendo à Universidade Federal do Pará e à Eletronorte por essa grande ação em benefício dos municípios da região. Nós notamos a alegria e satisfação por terem a oportunidade de contar com cursos superiores de alto nível em seu próprio município, o que todas as regiões do Pará também almejam, mas poucas podem conseguir devido à limitação de verbas. Nós da UFPA temos orgulho em promover a formação de recursos humanos de alto nível em Tucuruí e nos municípios de influência da Hidrelétrica.”.

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O apoio da Eletronorte foi muito além da infra-estrutura obtida por conta dos laboratórios e alojamentos da Usina. Malaquias Pereira sempre ressalta que o convênio orçado em R$ 12 milhões proporcionou não somente a infra-estrutura necessária para a instalação dos cursos e dos laboratórios (acima, laboratório de informática), como também para as residências para professores e alunos carentes, além de arcar com outras despesas, como viagens de professores deslocados de outros campi da UFPA para ministrar aulas em Tucuruí; equipamentos para laboratórios e bibliotecas, e manutenção e vigilância das instalações. “Olha essa casa aqui”, aponta para a casa em frente à faculdade, na vila. “Conseguimos há pouco tempo, a Eletronorte nos cedeu para os professores ficarem em sua estadia. Aqui é o único local onde há essa assistência para a Faculdade”, ressalta. Oportunidade única - Antônio Augusto Bechara Pardauil , gerente da Regional Produção e Comercialização de Tucuruí, esteve presente à inauguração do Núcleo e hoje vê de perto o êxito alcançado por conta do investimento da Eletronorte. “Podemos verificar o sucesso dos cursos da UFPA em Tucuruí pela relação de candidatos por vaga, que é tão grande quanto em Belém. Estamos implementando cursos de alta qualidade, formando um grande campus de alta tecnologia na Amazônia. Aqui os alunos têm o conjunto de instrumentos que precisam para aprender: a sala de aula, o professor, o alojamento, o refeitório e o principal, um laboratório gigantesco, em escala natural, que é a própria Usina. Vamos formar mão-de-obra regional totalmente capacitada a participar


da expansão da oferta de energia elétrica na Amazônia e no Brasil, sabendo construir e operar barragens hidrelétricas e seus sistemas de transmissão. Com certeza é uma formação acadêmica diferenciada, inédita no País. Trata-se de mais uma colaboração e um trabalho fantástico de responsabilidade social da Eletronorte, fomentando desenvolvimento e educação”. A ação da Eletronorte ajudou também aqueles que tanto sonhavam em cursar uma faculdade boa e perto de casa. A três quilômetros de distância do Núcleo Universitário, o professor Malaquias nos leva ao alojamento dos alunos cuja renda é menor do que meio salário-mínimo por membro familiar. Logo no primeiro vestibular, quem viesse de fora tinha espaço no alojamento. “Com o aumento da demanda, o alojamento foi direcionado para o aluno carente, e quem faz essa triagem é o serviço social da Eletronorte”, explica. Atualmente vivem no alojamento 18 alunos. Às oito da manhã a reforma de um prédio em frente acorda os moradores. Um deles é Nadson Welkson Pereira, 20 anos (foto acima), estudante do 4º semestre de Engenharia Elétrica. Nadson saiu de Parauapebas, no sudeste do Pará - a 400 km de Tucuruí - e viu na criação da nova faculdade uma oportunidade para seu futuro. “Eu já tinha feito um curso profissionalizante na área de elétrica e quando o campus abriu, eu fiquei muito entusiasmado, e vim para cá logo em seguida. Em 2006 fiz o vestibular da UFPA, e graças a Deus fui aprovado. Sendo o campus no interior, eu vim perdido e nem imaginava que existia Tucuruí, e quando cheguei aqui fiquei maravilhado com a grandiosidade da Usina. Hoje estou muito feliz com a minha escolha”. Nadson fala também sobre o apoio da Eletronorte, fundamental para sua mudança, e já faz planos para o futuro. “Para o aluno que mora longe há o problema financeiro, pois por vezes há quem não tenha nem alguns centavos para pagar a passagem de

ônibus daqui, sendo este apoio da Eletronorte fundamental. Não pagamos nada para morar aqui. Como nasci em Parauapebas, sempre tive vontade de trabalhar naquela área de mineração, de automação industrial, potência, e por isso tenho vontade de ir morar lá quando me formar e trabalhar naquela região mesmo, e de forma alguma eu quero sair daqui do Pará. As grandes empresas trazem os engenheiros de fora, e criar esses cursos aqui é uma excelente oportunidade para os novos engenheiros”. Apesar das dificuldades enfrentadas, os alunos valorizam muito a oportunidade que receberam. Quem explica melhor essa situação é o professor Aarão Lima Neto (foto ao lado). Um dos oito professores residentes, Aarão está em Tucuruí desde o começo do ano, quando foi aprovado pelo concurso público para professor. Graduado na UFPA, quando fez mestrado na Universidade de Brasília, já fazia planos para voltar ao estado em que nasceu e teve as primeiras oportunidades: “Os alunos daqui são mais compromissados e muito mais esforçados, se interessam pelos assuntos e sempre procuram estudar. Desde o tempo que já lecionei, certamente são as

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turmas que mais se mostraram motivadas em querer aprender mais”, afirma. O quadro de professores será completado em 2008, quando mais dez professores serão contratados para residirem em Tucuruí. Mas há também os professores que vão à cidade para lecionar e voltam para Belém. Paulo Marco Silva Aranha (foto ao lado), professor há mais de vinte anos, é um deles. Ele ministra as disciplinas engenharia de custos, tecnologia da construção civil 1 e 2, construção civil e patologia das construções, e viaja a cada 15 dias para Tucuruí, onde fica uma semana inteira dando aulas. “Aqui é bem diferente se compararmos a Belém. Durante uma semana nos dedicamos exclusivamente a Tucuruí, e isso beneficia muito os alunos, que, ao contrário daqueles de outras instituições públicas, não sofrem com a falta de professor, suas aulas começam pontualmente, além de terem todo o apoio necessário. Abrir uma faculdade aqui foi excelente, garantiu um mercado para essas pessoas que tinham poucas expectativas, ou que tinham muitas mas saberiam que o esforço seria muito maior. A estrutura física no núcleo de Tucuruí é muito boa. O novo laboratório de informática, em fase de implantação, será um ganho substancial nas atividades. A biblioteca ainda é o ponto mais frágil da estrutura do núcleo, no entanto,

Rede Amazônica de Conhecimento Energético Por que importar engenheiros de outros estados quando se pode formar pessoas capacitadas na própria região? Foi com essa indagação que nasceu a Race - Rede Amazônica de Conhecimento Energético. De acordo com Luís Frade, “a Race visa à implantação dos cursos de Engenharia Elétrica na Amazônia, onde eles não existiam ou ainda não existem. Em 2003 identificamos que não recebíamos projetos de P&D das instituições da Amazônia. Intensificamos a busca da causa e identificamos que os estados do Acre, Roraima, Rondônia, Roraima e Tocantins não possuem o curso de Engenharia Elétrica ou Mecânica”. Na Amazônia, essa carência de recursos humanos na área de ciência e tecnologia é um fator histórico que está em

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estamos preparando a relação para que seja efetuada compra de novos volumes e títulos”, vibra o professor. Reconstruindo a vida - Lucianna Bomfim (foto na página ao lado) poderia ser mais uma menina da pequena cidade que se tornou grande por conta da maior usina hidrelétrica genuinamente brasileira. Tímida, mas sempre sorridente, ela conta como mudou sua história, ao fazer vestibular para Engenharia em vez de Medicina. Seu pai trabalha com transportes, enquanto sua mãe é dona-decasa. Ela tem dois irmãos mais jovens, e sempre morou em Tucuruí, onde estudou em escola pública por toda vida. Conheceu Belém pelos vestibulares que fez. Por conta de um teste vocacional, Lucianna deixa de ser uma menina comum quando resolve fazer o processo de modificação. Ainda há outros obstáculos, como o retorno do pessoal qualificado para a região de origem após quatro anos trabalhando nas localidades; a dificuldade de atender as demandas legais de disponibilidade financeira dos fundos setoriais e o número pequeno de alunos em mestrado e doutorado devido a escassez de bolsas. Com a Race será possível reduzir o déficit de infraestrutura física e de pessoal capacitado para pesquisas, estudos elétricos e energéticos na Amazônia. Além disso, pretende-se estruturar uma rede de pesquisas com objetivos estratégicos de gerar soluções ou aplicações tecnológicas regionais; criar e capacitar os laboratórios das instituições de ensino e pesquisa da Amazônia; criar competências na área de conhecimento de energia elétrica regionalmente distribuídas; apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico na região; eliminar as


curso de Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Pará, no Núcleo da cidade em que nasceu e foi criada. Na sua casa, Lucianna é a primeira a cursar faculdade. O que ela não esperava era, ao passar no vestibular, ter a primeira colocação no curso, e hoje está feliz com a escolha feita, e se surpreendendo a cada dia. “A faculdade é ótima, a estrutura que temos aqui é excelente, além de estar próxima a uma grandiosa obra como Tucuruí. O papel da Eletronorte é importantíssimo, pois com esse auxílio proporciona toda a infraestrutura e conhecimento”. Os cursos de engenharia começaram com dois turnos - manhã e tarde, mas já foi aberta uma opção noturna para um grupo especial que também trabalha na Eletronorte. Um dos que freqüentam o turno noturno é Elton Figueiredo Cunha (foto acima). Quando adolescente, o jovem Elton foi a Tucuruí passar férias. Anos depois, se mudou de Belém para lá, com a esposa e dois filhos. Os dois trabalham na Eletronorte e ele está no 4º semestre de Engenharia Elétrica. “A minha expectativa de vida mudou de forma extraordinária, pois vim para Tucuruí acompanhando minha família e, ao chegar aqui, surgiu a oportunidade de prestar o vestibular e conquistei a vaga. Pouco tempo depois ingressei na Eletronorte. A oportunidade que tenho hoje de concluir o curso e trabalhar na Eletronorte é espetacular, me sinto gratificado por poder aliar a prática à teoria, pois fica mais fácil absorver o conhecimento”. Além de Elton, há mais 33 estudantes que trabalham na Eletronorte. barreiras tecnológicas na região em aspectos elétricos e energéticos em face do mercado competitivo, e aumentar a formação e fixação de recursos humanos na área de energia. No Brasil, historicamente uma parcela muito pequena dos recursos para a pesquisa tem sido investida na Amazônia, com média de 2,4% nos últimos quatro anos. Na área energética esses recursos são ainda menores justamente por conta da carência de infra-estrutura laboratorial e tecnológica na região e falta de pessoal para pesquisa nessa área, havendo universidades federais que não possuem o curso de Engenharia Elétrica implantado, apesar de terem sido criados, sendo isso conseqüência, principalmente, dos custos para a montagem da infra-estrutura de laboratórios, equipamentos, instrumentos e salas de aula, além da contratação e formação de professores.

A Race se destina à implantação de infra-estrutura básica inicial dos cursos de engenharia elétrica nas universidades federais do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins para a formação e fixação de recursos humanos na região, de tal modo que essas instituições possam formar uma rede de conhecimento, contribuindo para a formação de especialistas, o aprofundamento dos estudos e pesquisas relacionados à energia e áreas correlatas e o desenvolvimento tecnológico da região. É importante ressaltar que o futuro da área energética no Brasil passa necessariamente pela Amazônia, que ainda possui recursos naturais não utilizados. A Eletronorte tem grande interesse nessa parceria com as instituições amazônicas, pois ao mesmo tempo em que trabalhará em conjunto com os pesquisadores da área energética, precisará de profissionais formados na Amazônia, que certamente terão interesse em residir e trabalhar na região.

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TRANSMISSÃO

Acre e Rondônia preparados para a interligação nacional César Fechine “Para progredir é preciso energia”, afirma o empresário João Francisco Salomão (foto abaixo), 51 anos, paulista, há quatro à frente da presidência da Federação das Indústrias do Estado do Acre - Fieac, e iniciando o segundo mandato. Engenheiro, ele imigrou para o Acre há 22 anos e, após trabalhar para uma empreiteira, logo abriu sua primeira empresa. Hoje, possui uma fábrica de transformadores em Rio Branco, uma empresa de consultoria na área de engenharia, uma fábrica de galpões, pré-moldados e postes, além de uma loja de materiais elétricos em Porto Velho. “No Estado do Acre tem muito para ser feito e também muitas oportunidades. Toda a parte de infra-estrutura é muito carente, bem como nos estados vizinhos de Rondônia e Amazonas”, opina o empresário. Mas que ninguém pense que o progresso é incondicional. “O respeito à legislação ambiental é um princípio fundamental da Federação e do governo estadual”, reconhece Salomão.

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Hoje, o setor industrial é o que mais cresce no Acre. As principais atividades são a indústria de construção e de transformação em geral. A indústria de construção representa cerca de 40% do faturamento no estado, porque há muitos investimentos em obras públicas. Depois vêm as indústrias madeireira, de exploração de castanha e de móveis, que contam com toda uma legislação para regulamentar o manejo e a exploração de forma sustentável. Certificação - Várias ações buscam garantir o desenvolvimento sustentável no estado. Recentemente, por exemplo, foi realizada a 1ª Conferência Internacional de Manejo Florestal Comunitário para mostrar as experiências de manejo desenvolvidas no Acre. Os conferencistas puderam conhecer o Seringal Cachoeira, onde vivem 85 famílias de extrativistas das quais a metade atua diretamente com o manejo de produtos madeireiros e nãomadeireiros, como castanha e borracha. Os grupos puderam conhecer a Fábrica de Pisos e a Preservativos Natex implantadas pelo governo estadual em Xapuri, geridas por uma parceria que envolve o setor público, a iniciativa privada e organizações das comunidades.


O Seringal Cachoeira é o local onde viveu e trabalhou o ecologista Chico Mendes. A área tornou-se o primeiro manejo comunitário a receber Selo Verde da Forest Stewardship Council (FSC), organização internacional para a certificação madeireira. São 24 mil hectares usados para a produção de madeira, além de outras atividades florestais. A área é administrada pela Associação de Moradores da Reserva Chico Mendes. Os extratores vendem o líquido da seringueira para a fábrica de preservativos (foto ao lado) e a madeira para a fábrica de pisos. Com o látex, estão faturando cerca de R$ 25,00 ao dia, extraindo entre 15 e vinte litros diários. Boas práticas - Outra experiência que vem do Acre é a estruturação do Arranjo Produtivo Local - APL do setor madeireiro na região do ‘Baixo Acre’. Essa ação faz parte de um dos projetos aprovados pela Fieac junto ao Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias - Procompi, através de uma parceria da Confederação Nacional da Indústria - CNI com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa - Sebrae. Entre os principais objetivos do Procompi estão a estruturação institucional do APL do setor madeireiro e a implementação de boas práticas e de programas sistematizados que garantam processos e produtos com qualidade, focados na origem da matéria-prima. Três projetos foram aprovados junto ao Procompi relativos a segmentos industriais estratégicos do estado: madeireiro, construção civil e cerâmico. “O governo é um grande parceiro, que baseia seu plano de trabalho no potencial do qual o Acre dispõe, intensificando as atividades econômicas e adequando a estrutura produtiva às novas necessidades”, diz Jorge Luiz Araújo Vila Nova, superintendente da Fieac e gestor do Procompi. Todo esse trabalho está dando resultados, pois a madeira é retirada apenas de áreas catalogadas e o Acre tem hoje mais de 90% de suas florestas preservadas. Segundo a Fieac, o estado que exportava há dez anos pouco mais de US$ 2 milhões, hoje exporta US$ 17 milhões. Energia de qualidade - Os dados da Fieac mostram que o consumo de energia do setor industrial cresceu 79,5% de 1998 a 2005. “E para garantir a expansão de todos esses projetos, é preciso ter mais energia. Nós sempre

defendemos a interligação energética do Acre e Rondônia com o Sistema Nacional, porque vamos ter energia de qualidade, em quantidade e com menor custo”, declara Salomão. A interligação de que fala Salomão é hoje um projeto estratégico para o País. A integração dos estados do Acre e Rondônia ao Sistema Interligado Nacional - SIN vai garantir o fornecimento de energia confiável e maior segurança ao atendimento. O Sistema Acre-Rondônia funciona hoje predominantemente à base da queima de óleo diesel e essas usinas termelétricas ficarão de stand by para o caso de emergência. “Com a integração ao Sistema Interligado Nacional, os estados do Acre e Rondônia vão deixar de queimar 1,2 milhão de óleo diesel, ao custo de R$ 2,00 por litro, e a geração a diesel cessa. Trata-se de uma economia de R$ 2,4 milhões por dia, totalizando R$ 72 milhões por mês e R$ 864 milhões por ano. E além do fator socioeconômico, há também a redução de vários impactos ambientais”, explica Carlos Alberto Pires Rayol, superintendente de Expansão da Transmissão da Eletronorte. A grande vantagem do SIN é a confiabilidade. “É você ter, fazendo uma analogia com rodovias, muitas possibilidades de trânsito”, complementa Rayol. A interligação ao SIN também vai possibilitar a redução dos custos da Conta de Consumo de Combustíveis - CCC, que subsidia o fornecimento de energia aos sistemas isolados e que é paga por toda a sociedade brasileira. Atualmente, a Eletronorte gerencia 84 empreendimentos na expansão dos seus

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Modernas subestações estão sendo concluídas

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sistemas de transmissão, com o objetivo de melhorar o fornecimento de energia elétrica. Até o final do ano, a Empresa deve consolidar um orçamento de R$ 423 milhões na transmissão. Para que haja a interligação do Sistema Acre-Rondônia, a Eletronorte obteve autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel e está construindo a linha de transmissão Ji-Paraná-Pimenta Bueno-Vilhena, em Rondônia, com 278 quilômetros de extensão, bem como a implantação das subestações Pimenta Bueno e Vilhena, além da ampliação da subestação Ji-Paraná. O trecho Ji-Paraná-Pimenta Bueno tem data prevista de energização para dezembro deste ano, enquanto o trecho de Pimenta Bueno a Vilhena deve ficar pronto em abril de 2008. Esses investimentos somam cerca de R$ 167 milhões. A integração do Acre e Rondônia ao SIN será feita por intermédio do sistema de Mato Grosso. A interligação em 230 kV de Jauru (MT) até Vilhena (RO) está sendo feita por um consórcio privado que obteve a concessão por meio de leilão público. A obra fica pronta em meados do próximo ano. Também em fase de implantação a subestação Tiradentes, em Porto Velho, com data de energização prevista para maio de 2008. Os equipamentos estão contratados e em fabricação, assim como já foram iniciadas as obras de construção e montagem. Os investimentos alcançam a cifra de R$ 17 milhões.

Acre - No Acre, a Eletronorte está implantando duas novas linhas de transmissão e respectivas subestações associadas. As obras de implantação da linha de transmissão Rio Branco-Epitaciolândia em 138 kV, com 195 quilômetros de extensão está concluída e as obras da subestação Epitaciolândia estão em fase final de conclusão, com previsão de energização em dezembro próximo. Também estão em andamento as obras da linha Rio Branco-Sena Madureira em 69 kV, com 148 quilômetros, e a subestação Sena Madureira, com conclusão prevista para fevereiro de 2008. Hoje, os municípios de Epitaciolândia e Sena Madureira contam com o abastecimento de energia a partir da onerosa geração a base de óleo diesel. Com a construção das linhas de transmissão e subestações associadas, juntamente com a interligação do Acre e Rondônia ao Sistema Interligado Nacional, a geração a diesel deverá ser substituída pela energia limpa, confiável e econômica de origem hidráulica, com benefícios para toda a região. O volume de investimentos da Eletronorte no Estado do Acre alcança a cifra de R$ 101 milhões. Mato Grosso - A energização do empreendimento relativo à ampliação da subestação Sinop é um dos principais empreendimentos da Eletronorte no Estado de Mato Grosso. O empreendimento atenderá ao mercado consumidor do município de Sinop e toda a região de sua influência, beneficiando uma população estimada em mais de 100 mil habitantes. Os investimentos somam R$ 39 milhões. Para melhorar a qualidade da energia disponibilizada, a Empresa também vai instalar um controlador de tensão na subestação. Em Barra do Peixe está sendo implementado um circuito tipo compensações em série, no valor de R$ 54 milhões, que permitirá aumentar o fluxo de energia. Já em Nova Mutum, a finalidade é ampliar a subestação para adequar o pátio de 230 kV à configuração de barra dupla com qua-


tro chaves preconizadas nos procedimentos de rede do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, instalar um novo transformador de 30 MVA e permitir a conexão de novas linhas. Amapá - A construção da subestação Santa Rita em 69/13,8 kV acaba de ser finalizada para garantir o suprimento de energia à cidade de Macapá, em substituição à antiga subestação Macapá I. Os investimentos são de R$ 16 milhões. Outro empreendimento importante para o estado é a implantação da linha de transmissão em 138 kV, com 204 quilômetros de comprimento, que levará energia firme e confiável até o Oiapoque, no extremo norte do Brasil. Até o momento, foram concluídos os estudos que estabeleceram o traçado da linha, sondagem de terreno e locação de torres. O empreendimento compreende a construção das subestações Carnot e Oiapoque e

a ampliação da subestação Calçoene. A data prevista para entrada em operação é setembro de 2009 e os investimentos alcançarão a cifra de R$ 89 milhões.

Caminhos abertos para a energia

Pará - Em Marabá, no Pará, a instalação de dois novos reatores em 500 kV nesse ano concluiu mais um item do planejamento de manutenção da Eletronorte. Esses equipamentos já estão permitindo controlar o nível de tensão na subestação e garantir o fornecimento de energia na região. Os trabalhos de troca do reator, que pesa quase cem toneladas, duraram dois dias. Com a instalação do reator reserva, será devolvido à subestação de Colinas (TO) o reator que estava funcionando anteriormente sob empréstimo. Já em Tucuruí, a substituição do transformador TVTF4-01 da Subestação Vila, com investimento de R$ 2,5 milhões, garantirá maior estabilidade ao fornecimento da energia gerada pela Usina Hidrelétrica Tucuruí.

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Equipamentos e tecnologia de última geração

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Maranhão - No Maranhão, a energia fornecida pela Eletronorte atende a cerca de 99% da população. O sistema conta com várias subestações em tensão de 230 kV e 500 kV, todas necessitando de uma maior capacidade de transformação (rebaixamento da tensão) para atender a população. A energia que atende ao estado é gerada em Tucuruí e passa por uma longa cadeia de transformação até chegar aos consumidores. “Os transformadores das subestações do Maranhão estavam operando no limite, devido ao aumento do consumo de energia e à diminuição de investimentos”, esclarece Rayol. A Eletronorte está investindo na instalação de transformadores nas subestações de São Luís I, Imperatriz, Porto Franco, Presidente Dutra, Peritoró e Miranda II. As novas unidades estão compradas e os empreiteiros trabalhando nas obras, de modo que, até o final do primeiro semestre do próximo ano, esses investimentos devem ser concluídos. A ampliação da subestação Miranda II também é prioridade, pois ela supre de energia a estação bombeadora de água da cidade de São Luís. Uma eventual perda

dessa subestação poderia ocasionar a falta de água na capital. Em Imperatriz, a energização do banco de reatores em 500 kV passou a permitir a operação mais flexível da linha proveniente de Tucuruí que, antes, precisava ser manobrada diariamente. Com a finalidade de reforçar a rede básica, também foi autorizada a implantação de um banco de capacitores em Peritoró, com orçamento previsto de R$ 25,6 milhões. Outro importante investimento é a instalação de um compensador estático na subestação São Luís II com custo de R$ 42 milhões. Esse equipamento permite suprir o aumento da demanda de energia por parte da indústria da Alumar e, conseqüentemente, ampliar a produção. A Alumar é uma das maiores plantas de alumínio do mundo e consome, sozinha, o equivalente a quase três vezes o consumo do estado inteiro. O conjunto dessas obras implica investimentos de R$ 120 milhões. São vários os empreendimentos, enfim, que estão sendo feitos para reforço e ampliação dos sistemas elétricos e para a melhoria das condições de vida da população da Amazônia.


Como funciona o Sistema Interligado Nacional A responsabilidade pela coordenação e controle da geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional - SIN cabe ao Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, criada em 26 de agosto de 1998, sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel. Com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. Apenas 3,4% da capacidade de produção de eletricidade do País encontra-se fora do SIN, em sistemas isolados localizados na região amazônica. O Brasil conta hoje com mais de 86.000 km de linhas de transmissão, com tensão igual ou superior a 230 kV e capacidade de transformação superior a 250.000 MVA, estendendo-se do Rio Grande do Sul ao Pará. Por intermédio do SIN, faz-se a operação de troca energética entre os subsistemas Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, segundo os critérios de otimização e a gestão do nível dos reservatórios com base nas características dos regimes hidrológicos das bacias, em especial a diversidade de períodos secos e períodos úmidos. Além disso, essa troca energética permite ganhos econômicos ao se substituir a geração térmica, mais cara, pela geração hidrelétrica,

mais barata, na busca de garantir a segurança do Sistema. Com a participação dos agentes associados, o Sistema Interligado Nacional tem operado dentro dos padrões estabelecidos nos Procedimentos de Rede, garantindo a continuidade do atendimento energético, a segurança da operação elétrica e a minimização dos custos de operação. Dessa forma, todos os critérios de continuidade, segurança elétrica, confiabilidade e qualidade de suprimento têm sido atendidos, o que pode ser

comprovado pelos indicadores de desempenho do SIN. O indicador de robustez de 2006, por exemplo, mostra que 83,5% das perturbações registradas não resultaram em cortes de carga. Esse número foi praticamente igual ao do ano anterior (84,1%), apesar do aumento no número de elementos da rede de transmissão, à qual foram agregados cerca de 3.200 km de extensão. (Fonte: ONS)

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CIRCUITO INTERNO

Cenários Macroeconômicos desenham a Amazônia de 2025 A Eletronorte tem sua história totalmente ligada ao fato de ser uma Empresa que procura planejar estrategicamente a curto, médio e longo prazos. Neste momento, por exemplo, está sendo disseminado e trabalhado o Plano Estratégico - Ciclo 2007/2010, cujo mapa contém dez objetivos, com seus respectivos fatores críticos de sucesso, iniciativas estratégicas e indicadores. Segundo o assessor de Planejamento Empresarial, Marcos Barbosa, “a necessidade de se ampliar o horizonte e de se agregar maior consistência metodológica às atividades de formulação, desdobramento e estabelecimento de mecanismos para o gerenciamento estratégico deu origem ao processo de planejamento para o ciclo 2007 a 2010 que envolveu, em um trabalho harmonioso e profícuo, a alta direção, gerentes e diversos especialistas da Eletronorte”. Barbosa explica que o atual Plano cria maior vinculação entre a visão de longo prazo e o alinhamento das pessoas no desenvolvimento das atividades do dia-a-dia. As pequenas alterações realizadas no Mapa Estratégico anterior permitiram a inclusão de novos objetivos estratégicos que são fundamentais para o posicionamento mais competitivo e sustentável da Eletronorte, de forma a possibilitar maior participação no setor e no mercado em geral. “É importante que todos os gestores promovam o desdobramento, em suas áreas de responsabilidade, de todo o conteúdo da formulação estratégica, bem como apliquem os mecanismos metodológicos que deram suporte ao desenvolvimento do processo de planejamento de longo prazo. Os gestores precisam desdobrar o mapa estratégico e o elenco de indicadores-chave construídos nas suas unidades, e, principalmente, serem os vetores da disseminação do processo junto aos gerentes executivos e colaboradores de suas áreas, pois o processo de comunicação é fundamental e o papel do gerente nessa comunicação é essencial”, conclama Marcos Barbosa. Orientações estratégicas - Entre as orientações estratégicas para o Clico 2007/2010, destacamos: aplicar um programa radical de melhorias de gestão por diretoria e nas subsidiárias que leve à obtenção de lucro em-

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presarial, de forma a transformar a Eletronorte e suas controladas em empresas rentáveis; expandir o negócio de compra e venda de energia e direcionar os investimentos aos empreendimentos rentáveis; ampliar o mercado, participando dos leilões de concessão de geração e de transmissão; buscar eficiência e conscientização empresarial quanto ao impacto nos resultados em todas as atividades e processos da Empresa e de suas controladas; propor soluções para os sistemas isolados que abranjam alternativas como a prioridade da interligação de todos os sistemas isolados; direcionar o foco dos programas de P&D e do PIQ para a redução de custos e para as inovações tecnológicas estratégicas; propor à Eletrobrás e ao governo caminhos que tenham suporte legal para a solução do problema da dívida da Eletronorte; avaliar e propor soluções para cada um dos grandes grupos de causas que geram contenciosos; implementar melhorias nos processos de contratação de empreendimentos, adequar a estrutura organizacional ao modelo do setor e às práticas recomendadas de governança corporativa e sustentabilidade empresarial, e promover a gestão de pessoas com foco nos resultados.


Projeções - É verdade que a Amazônia de hoje não é a mesma de vinte anos atrás. E é fato também que a atual não é igual a que se terá nos próximos 20. O que vai definir como ela mudou é a forma que se encara sua diversidade hoje. Se uma lupa fosse posicionada sobre a Amazônia, dois caminhos seriam essenciais: o do planejamento e o da sustentabilidade. Na Eletronorte esse processo tem nome e sobrenome: Cenários Macroeconômicos para a Amazônia 2005-2025. Num trabalho inédito, a Empresa tem promovido um amplo estudo de cenários macroeconômicos e energéticos da Amazônia para embasar suas projeções de demanda de energia elétrica e suas decisões estratégicas e de investimentos. Foi por meio da Superintendência de Planejamento da Expansão e da Gerência de Estudos e Projeção de Mercado, e de acordo com o novo formato institucional do Setor Elétrico Brasileiro, que a Eletronorte realizou os estudos Cenários Macroeconômicos para a Amazônia (2005-2025), e Cenários Macroeconômicos para os estados do Amazonas (2006-2026) e Pará (2006-2026). “Esses estudos subsidiam as projeções de demanda de energia elétrica e o planejamento de longo prazo da Empresa, que está empenhada em cumprir com eficiência sua responsabilidade pública e seu compromisso com a região amazônica”, explica o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, Adhemar Palocci. Segundo ele, em 2007,

a Empresa deu continuidade aos estudos de cenários mantendo foco nos estados da Amazônia Legal. De acordo com o gerente de Estudos e Projeção de Mercado, José Sarto Souza, a elaboração dos Cenários tem a participação de instituições representativas do Governo Federal, governos estaduais, empresas do Grupo Eletrobrás, concessionárias estaduais, grandes consumidores industriais, universidades e órgãos de classe. “É um trabalho amplo, que exige uma interatividade entre os diversos atores do cenário local e nacional”, explica. Para Adhemar Palocci, “todos os processos de planejamento da Eletronorte pautam-se nas projeções do mercado de energia elétrica que, por sua vez, têm por base os estudos de cenários alternativos. Um dos aspectos mais relevantes é caracterizado pelas condições de oferta de energia elétrica, tanto no que tange à geração, quanto no que diz respeito à transmissão de energia elétrica”. Construindo cenários - “A construção de cenários consiste no desenho de imagens de futuros, cena por cena, e dos movimentos que ocorrem de uma cena para outra, a partir da combinação coerente de hipóteses sobre o comportamento do objeto de estudo. É uma ferramenta que ajuda a explorar o futuro em um mundo de grandes incertezas, estabelecendo a sucessão lógica de eventos de modo que, partindo-se do quadro presente, se visualize como chegar, passo a passo, a uma situação futura”. A definição da Eletronorte segue metodologia específica, envolvendo pesquisa primária e secundária, a realização de oficinas de trabalho e a análise da realidade em estudo. As tarefas tiveram início com a realização de ampla pesquisa de campo contemplando mais de cem entrevistas, em visitas técnicas a todas as nove unidades da Amazônia Legal, além de instituições governamentais, em Brasília. Na opinião do diretor de Planejamento e Engenharia, “com esse processo a Eletronorte busca a otimização permanente dos serviços oferecidos para que a qualidade desse insumo seja fator de sustentação ao desenvolvimento regional e nacional e, também, condição efetiva de inclusão social, pela universalização do acesso a esse bem comum”. O estudo Cenários Macroeconômicos para a Amazônia 2005-20025 está disponível na página da Eletronorte na internet, www.eln.gov.br, no link Conhecimento.

Ilustração: Sandro Santana

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AMAZÔNIA E NÓS

TOCANTINS HISTÓRIA A Eletronorte chegou ao Tocantins em 1998, quando iniciou a construção da Interligação Norte-Sul. Antes, porém, ainda na década de 70, a Empresa já atuava no antigo norte goiano, realizando os estudos de inventário da bacia Araguaia/Tocantins. No Tocantins, a Eletronorte é representada pelas unidades regionais de Transmissão e de Planejamento e Engenharia. A força de trabalho é formada por profissionais das mais diversas áreas de conhecimento, que trabalham para melhorar a qualidade de vida dos tocantinenses. Esse trabalho tem sido reconhecido ao longo dos anos, tanto pela satisfação dos clientes e consumidores quanto pelas diversas premiações recebidas, devido à excelência da gestão empresarial. Essas conquistas são fruto da prática constante dos valores do Credo da Eletronorte: excelência na gestão, valorização das pessoas, comprometimento, aprendizado contínuo, empreendedorismo e ética e transparência.

GERAÇÃO A energia elétrica consumida em Tocantins é gerada principalmente pela Usina Hidrelétrica Tucuruí (PA), mas como o estado é o centro da interligação entre os sistemas elétricos brasileiros também recebe energia gerada em outras regiões.

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TRANSMISSÃO A Interligação Norte-Sul está em operação desde o dia 1º de março de 1999. O Linhão, como ficou conhecida, é um dos maiores e mais modernos sistemas de fornecimento de energia do mundo. A linha começa em Imperatriz (MA) e vai até Samambaia (DF), com um total de 1.277 quilômetros de rede e 3.015 torres. Cada torre tem 30 metros de altura, e a distância média entre elas é de 400 metros. O Linhão foi construído para promover o intercâmbio energético entre os sistemas Norte-Nordeste e Sul- Sudeste, na tensão 500 kV, com capacidade de transmissão de 1.100 MW. A Eletronorte opera o trecho de Imperatriz (MA) até Miracema (TO), numa extensão de 517 quilômetros e 1.232 torres. Em solo tocantinense são 392 quilômetros de rede e 930 torres. O traçado do Linhão passa próximo a Palmas, capital do Estado, e à Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães, em Lajeado. No Tocantins, a Eletronorte montou subestações em Colinas e Miracema, ambas com transformadores de 500 kV. Em Miracema a energia é rebaixada para 138 kV e entregue à Rede Celtins, empresa responsável pela distribuição no Estado.


MEIO AMBIENTE Entre as principais ações ambientais desenvolvidas, estão a campanha contra queimadas sob linhas de transmissão, a implantação de hortas comunitárias nas subestações de Colinas e Miracema, cuja produção é distribuída em creches das duas cidades, e a participação no projeto de criação da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis, em Palmas. No Tocantins, a Eletronorte também conquistou o Boto-Cor-de-Rosa, prêmio concedido por uma ONG estadual às empresas que mais se destacam no trabalho de preservação ambiental.

RESPONSABILIDADE SO CIAL Em Tocantins, a Eletro norte dese nv olv e um am plo tra ba lho de responsabilidade socia l. Entre as ações empreendidas destacam-se as de educação, como o Procel nas Escolas, realizado em parceria com as secretarias de Educ ação do Estado e dos municípios de Miracema, Palmas e Colinas, para promover o uso racional de energia. O Programa Luz para Todos já levou o benefício da energia elétrica a milhares de famílias tocantinenses, e o Prodeem vem promovendo a cid adania e a inc lus ão so cia l co m a ins tal aç ão de kits de energia em várias comunidades distantes da s linhas de transmissão, inclusive ind ígenas, que vêm se beneficiando co m a melhoria da qualidade de vida trazida pelo acesso à energia. Açõe s de incentivo à cultura e ao esporte, com apoio à realização de torneios entre jovens, e ações assistenciais também são desenvolvidas voluntar iamente pelos empregados.

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CORREIO CONTÍNUO

“Em nome da diretora da Biblioteca Central da UFPA, bibliotecária Sílvia Maria Bitar de Lima Moreira, acusamos o recebimento da revista Corrente Contínua. Nesta oportunidade, apresentamos nossos agradecimentos pela doação que enriquecerá, sobremaneira, nosso acervo e proporcionará aos nossos usuários uma informação histórica valiosa para suas pesquisas”. Maria Hilda de Medeiros Gondim - diretora da Divisão de Desenvolvimento de Coleções da Biblioteca Central/UFPA - Belém- PA “Parabéns pelo belo poema produzido por Alexandre Accioly na contracapa da edição 216 da revista Corrente Contínua”. Marília Noleto Bezerra de Paula - Superintendência de Gestão de Material e Patrimônio Imobiliário - Brasília - DF “Parabenizo a equipe de imprensa pelo brilhante trabalho - edição da Corrente Contínua nº 212. Gostei muito de todas as matérias e principalmente do ‘antes e depois’, onde pessoas importantes da nossa Empresa apresentam os seus depoimentos, homenageiam a revista e ao mesmo tempo são homenageadas, uma vez que ali estão representando todos os colaboradores que contribuíram e continuam contribuindo para a construção da nossa querida Eletronorte; e são os principais protagonistas dos acontecimentos que marcaram esses 30 anos de Corrente Contínua”. Eliomar da Silva Ferreira - Assessoria de Relações Trabalhistas e Sindicais - Brasília - DF “Meus parabéns pela edição comemorativa aos 30 anos da Corrente Contínua. Trabalho de profissional”. José Luiz Loureiro Neves - Regional de Produção e Comercialização do Acre- Rio Branco - AC “Gostaria de dar os parabéns pelo excelente trabalho que vocês vêm realizando, em especial nesta edição de 30 Anos, a entrevista com o Ziraldo, as matérias, a capa. Perfeito, demonstra o nível de profissionalismo dessa brilhante equipe e diria mais: na matéria ‘Corrente Contínua, pedra fundamental da comunicação institucional da Eletronorte’ eu acrescentaria pedra fundamenta da cultura e da comunicação. Um depoimento: li de uma só vez do início ao fim essa edição, sem parar, com muito prazer e gosto e não só revivi alguns momentos do passado como também acrescentou muita coisa ao meu conhecimento”. Nelson Antonio do Amaral Santos - Gerência de Administração de Material - Brasília - DF “Adorei a revista Corrente Contínua 216!. Atrai pela qualidade das fotos, informa pela qualidade das matérias”. Sônia Edlene Silva - assistente de Comunicação do Programa Luz para Todos no Pará - Belém - PA “Primeiramente apresento sinceros parabéns à equipe de imprensa pela excelência da revista Corrente Contínua, em especial a edição 216 (trinta anos). Nas páginas de 18 a 23, relembrando os primeiros ‘boletins’ pelas fotos antigas me lembrei do Almendra ainda lá no ‘Paredão’, na administração da então ORAP. Vi o Zenon lá no Palácio do Rádio, o Bolina lá em Manaus e tantas outras lembranças. Gostei muito dos demais artigos. Na oportunidade, considerando as mudanças do Setor Elétrico, sugiro publicar artigos de eventos interessantes ou importantes para preservar a memória da Empresa. Existem muitos fatos que não saíram nos ‘boletins’ ao longo do tempo que merecem um espaço. Muitos desses eventos ainda estão bem vivos na memória de muitos colaboradores antigos (da década de 70 e 80)”. Mário Eustáquio Gontijo - Gerência de Engenharia de Manutenção da Transmissão - Brasília - DF “Recebemos e agradecemos a revista Corrente Contínua, Ano XXX, Nº 216, de ago./set. de 2007”. Rozangela Zelenski de Lara Pinto - Gerência de Documentação e Programas Especiais da Universidade Federal de Mato Grosso/Biblioteca Central - Cuiabá - MT

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“Gostaria de lhes dar os parabéns pela excelente e esclarecedora reportagem sobre segurança de barragens, publicada na edição 216 da revista da Eletronorte, Corrente Contínua”. Gilson Machado da Luz - Brasília - DF “Sinceramente fiquei sensibilizado quando li a entrevista feita com o Ziraldo, ‘Aquela noite em Altamira’. Não conhecia o Ziraldo pessoalmente e, honestamente, não o admirava. Conheci-o através de ‘O Pasquim’, nos idos de 68, e julgava-o apenas um panfletário de protestos e um caricaturista de charges de gozações e humor negro. Enganei-me. Não conhecia sua sensibilidade, sua dedicação pela Vilma, e depois dela pela Márcia, sua vivência em família e sua criatividade. Julgava-o um caricaturista vulgar. Disso me penitencio. Hoje sou fã do Ziraldo. Parabenizo-o pela excelente entrevista e faço votos para que a Corrente Contínua continue a correr com sua notória erudição e atualidade e que vocês continuem a colher os louros da vitória em sua brilhante trajetória. Li a revista de cabo a rabo”. José de Andrade - Brasília - DF “De ordem do deputado Paulo Rocha, agradeço o envio da publicação Corrente Contínua”. Raquel Paz - assessora parlamentar do deputado Federal Paulo Rocha - PT/PA “A edição foi simplesmente demais!! Parabéns à equipe”! Érica Bernardo - Núcleo de Comunicação da Regional de Transmissão do Pará- Belém- PA “A edição comemorativa dos 30 anos de Corrente Contínuaestá realmente primorosa, a ponto de me dar um nó na garganta, de saudade dos dias que vivi em nossa querida Eletronorte. Um dos motivos dessa saudade é poder relembrar alguns ‘antigos da casa’. Por isso, gostaria de sugerir que, aproveitando o ‘gancho’, se programasse para uma próxima comemoração, uma reportagem contendo algumas entrevistas espertas, com muitos dos que ajudaram a escrever a história da Empresa e que ainda estão vivos. Havia a idéia de organizar um museu de imagem e de som, que perenizasse, para os mais novos e para o povo da região amazônica, os tempos pioneiros dessa grande organização, que deve continuar a ser bem cuidada para que possa continuar presente no desenvolvimento desse imenso e estratégico espaço de nosso País”. Álvaro Labuto Filho - Brasília - DF “Inicialmente gostaria de parabenizar por mais esta bela edição da Corrente Contínua. Aproveito a oportunidade para sugerir, caso ainda não seja feito, que a revista seja enviada para as residências dos empregados aposentados e, também, dos empregados que estão cedidos”. José Antonio Corrêa Coimbra - Ministério de Minas e Energia - Brasília - DF “O secretário de estado de Obras Públicas do Pará, Francisco Melo (Chicão), confirma e agradece o envio da edição de nº 216 da revista Corrente Contínua, da Eletronorte. Na oportunidade, o titular da Seop reforça os votos de sucesso à administração dessa importante Empresa”. Clayton Matos - Assessoria de Comunicação da Seop - Belém - PA “Parabéns à equipe de imprensa da Eletronorte! A revista está o máximo: entre o Ziraldo e a caldeirada de tucunaré não se sabe qual é melhor”. Miguel Paladino - São Paulo - SP “Recebemos e agradecemos pelo envio da publicação Corrente Contínua, de excelente qualidade gráfica e editorial. Informamos que é de grande valia para o acervo da Biblioteca do Iesam - Instituto de Estudos Superiores da Amazônia continuar a ser receptora de tão valiosa publicação”. Clarice Silva Neta - bibliotecária do Instituto de Estudos Superiores da Amazônia - Iesam.


FOTOLEGENDA

Ele nem se vê, Encantado que está com o que chega pelas águas Essas mesmas que o levam E que me fazem Também não vejo, mas nem precisa Sei o que me faz, e é de um azul que sufoca Um grito de paz pra quebrar a calmaria Nem isso Dali só saem os suspiros e a vontade Não vês de quê? De me quebrar, de cortar o desenho das águas Jogar pedrinhas não basta Entrar nele como de pronto um riso de moleque Daqui ouço os mugidos E até o silêncio de quem espera Passar o rastro que me atravessa Só pra refazer o azul Do céu e da água Do riso e da alma E tu? Porque não te vês? És terra firme demais para perceber? Que estás aí, atônito diante do que te ponho a sentir

Texto: Michele Silveira Foto: Marconde Oliveira



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