Corrente Contínua 222

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corrente contínua Ano XXXI - Nº 222 - Setembro/Outubro - 2008

A REVISTA DA ELETRONORTE

Dez anos depois, a consolidação do Sistema Interligado Nacional - SIN

Eletronorte


sumário

MEIO AMBIENTE

A luta contra as voçorocas em Mato Grosso Página 3

RESPONSABILIDADE SOCIAL Plantão Social Página 7

CORRENTE ALTERNADA

Lago de Samuel: onde tem peixe, tem pescador Página 12

TRANSMISSÃO

A consolidação do modelo do Setor Elétrico

ENERGIA ATIVA SPE: a ‘Fórmula 1’ do Setor Elétrico Página 44

Página 14

GERAÇÃO

Os caminhos da energia de Tucuruí Página 26

TECNOLOGIA

Olhar para o futuro Página 35

CIRCUITO INTERNO

Eletronorte recebe o Troféu Transparência Página 42

CORREIO CONTÍNUO Página 42

FOTOLEGENDA

AMAZÔNIA E NÓS

Tocantins, Tucuruí e tucunaré Página 50

Página 55

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SCN - Quadra 06 - Conjunto A Bloco B - Sala 305 - Entrada Norte 2 CEP: 70.716-901 Asa Norte - Brasília - DF. Fones: (61) 3429 6146/ 6164 e-mail: imprensa@eletronorte.gov.br site: www.eletronorte.gov.br

Prêmios 1998/2001/2003

Conselho Editorial: Diretor-Presidente - Jorge Palmeira - Diretor de Planejamento e Engenharia - Adhemar Palocci - Diretor de Produção e Comercialização - Wady Charone -Diretor Econômico-Financeiro - Antonio Barra - Diretor de Gestão Corporativa - Tito Cardoso - Gerentes Regionais - Coordenação de Comunicação Empresarial: Isabel Cristina Moraes Ferreira - Gerência de Imprensa: Alexandre Accioly - Equipe de Jornalismo: Alexandre Accioly (DRT 1342-DF) - Bruna Maria Netto (DRT 8997-DF) - Byron de Quevedo (DRT 7566-DF) - César Fechine (DRT 9838-DF) - Érica Neiva (DRT 2347BA) - Márcia Oliveira (DRT 1116 - MT) - Michele Silveira (DRT 11298-RS) - Renata Gobatti (DRT 929 - MT) Terezinha Félix de Brito (DRT 954 - RO) - Assessorias de Comunicação das unidades regionais - Fotografia: Alexandre Mourão - Roberto Francisco - Rony Ramos - Assessorias de Comunicação das unidades regionais - Foto da capa: Erivelto Gomes Requeiro - Tiragem: 10 mil exemplares - Periodicidade: bimestral


Eletronorte mapeia traçado de linhas de transmissão para combater erosões Márcia Oliveira Conhecer o tipo de vegetação, o uso e ocupação do solo, as estradas de acesso, as áreas de riscos ambientais e o sistema de roço ao longo de 2,5 mil quilômetros de linha de transmissão; e, com essas informações, montar um banco de dados georreferenciado para gerir, de forma preventiva, os recursos ambientais. Esse é o objetivo de um projeto hercúleo e ambicioso que toma corpo na Regional de Transmissão de Mato Grosso para possibilitar a prevenção, recuperação e monitoramento

de danos ambientais ao longo de uma extensa faixa de servidão, cuja ocupação humana a fez passar por áreas com culturas de soja, milho, algodão, criação de gado; de proteção permanente e em locais que, em muitos casos, são implacáveis com o livre acesso. Com o Mapeamento Ambiental das Linhas de Transmissão, que tem previsão de conclusão em 2010, a Eletronorte quer evitar surpresas desagradáveis com o meio ambiente, principalmente aquelas de maior incidência no solo arenoso encontrado ao longo de suas linhas, a erosão.

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meio ambiente

A luta contra as voçorocas em Mato Grosso

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A preocupação está relacionada com o registro e monitoramento especial de 13 voçorocas, das quais as seis mais graves serão recuperadas até 2009, em parceria com os proprietários rurais das terras onde os danos começaram. O trabalho quer evitar que elas continuem exercendo uma das ações mais prejudiciais à natureza e ao homem: o assoreamento das bacias hidrográficas e o avanço sobre as torres de transmissão de energia elétrica. Para apoiar os trabalhos, a Eletronorte contratou a empresa Drenatec Engenharia Ltda, que está fazendo o projeto de recuperação das seis erosões, três voçorocas e três processos menos graves, localizadas nos municípios de Rondonópolis, Guiratinga, Nobres, Jangada e Araputanga. Com o projeto técnico pronto, uma outra empresa executará o serviço. O investimento total é de cerca de R$ 2 milhões. O engenheiro civil, com mestrado em hidráulica, Deniti Nakazato (foto acima), afirma que as erosões foram provocadas pela ação

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do homem no campo. Ele explica que, em todas as áreas, a cobertura original de cerrado foi completamente retirada e o solo arenoso ficou sem a proteção natural. Com interferências tecnicamente inadequadas para o plantio, excesso de pisoteio da terra por gado, entre outras situações, as erosões progrediram. “As que serão recuperadas podem ser classificadas de duas formas: a de ravinamento, que não atinge o lençol freático e é provocada pelo escoamento superficial das águas de chuva; e a voçoroca, que é mais grave por atingir o lençol e, conseqüentemente, causar danos maiores. Além disso, como o solo do local tem camadas de calcário, ocorre um processo de cavernização e afundamento do solo em áreas de até 100 metros quadrados”, analisa Nakazato. Detalhes - Foi a partir da localização, das dificuldades e dos custos para recuperar essas erosões, e evitar que elas afetem o sistema de transmissão, que o gerente regional da Eletronorte, Paulo César Nobuo Kojima, reuniu sua equipe para fazer um planejamento preventivo. “A cada dois anos contabilizamos gastos de R$ 1 milhão para mudar traçados


Mapeamento - Para encontrar as soluções, foram levantadas as características das áreas, feitos estudos hidrológicos para identificar a drenagem adequada para cada área, e estudos geotécnicos, topográficos e de recomposição da cobertura vegetal. De acordo com a equipe de meio ambiente da Eletronorte, as 13 erosões consideradas graves já existiam quando as linhas foram construídas. “Ao abrir áreas, principalmente de pecuária, os proprietários não utilizam técnicas ade-

quadas para conservação do solo e não se preocupam em manter áreas de preservação permanente, e nascentes. Se fôssemos pensar em responsabilidade, a da Eletronorte seria parcial”, afirma o coordenador da área, o biólogo Fábio Leria Nogueira. Até o mapeamento das torres ser iniciado, o levantamento das torres, o tipo de solo, vegetação, uso e ocupação da terra era feito pelos eletricistas de linha. O material era encaminhado para a Secretaria Estadual de Meio Ambiente - Sema, para a fiscalização e emissão das licenças de operação. Como a Sema passou a exigir informações mais detalhadas, a equipe da Eletronorte aproveitou para georreferenciar os dados e ampliar o número de informações processadas. Com os dados georreferenciados foi possível criar plataformas de análises ambientais, ou mapas ambientais, compostos por quatro outros mapas. O mapa temático de acesso às estradas traz o desenho e traçado do acesso às torres, com pontos de referência tais como bueiros, pontes, colchetes, área de preservação permanente, rodovias, nome da fazenda, serras, entre outros elementos que podem levar à localização de uma torre no menor tempo possível. O mapa temático de vegetação, uso e ocupação do solo indica o tipo de vegetação e de solo; se naquele ponto existe algum problema ambiental, qual a sua escala, onde começa, termina etc. O mapa temático de sistema de roço informa sobre o crescimento das árvores embaixo das torres, se há necessidade de corte seletivo, poda ou mesmo o plantio

O avanço assustador sobre as torres e o lençol freático

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de linhas de transmissão ou evitar o crescimento de erosões. Foi nesse contexto que surgiu a necessidade de conhecermos, em detalhes, o meio ambiente onde atuamos, para nos relacionar com ele, ao invés de apenas reagir”, reforça. O geólogo Fernando Ximenes, mestre em geociência e doutor em geofísica pela USP, há 14 anos na Universidade Federal de Mato Grosso -UFMT, explica que muito antes da Eletronorte se instalar nos trechos, há registros de processos de erosão em Mato Grosso. Segundo ele, tudo começou com a intensa exploração mineral e teve seu ápice a partir da década de 1970 com o desmate agressivo para implantar a agricultura intensiva. Paralelo a isso, Ximenes afirma que a legislação e a estrutura estatal de coação à degradação ambiental são recentes e passaram a existir e a serem divulgadas efetivamente somente a partir da década de 90. “E mesmo depois das legislações federais, dos códigos estaduais e dos reflexos negativos da destruição ambiental que estamos vivendo, não existe no estado uma cultura de recuperação das áreas degradadas. Por esse motivo é muito positivo a Empresa se interessar em resgatar esses danos, pois, o principal problema das erosões é a destruição de nossos recursos hídricos, não só os rios, mas também os lençóis freáticos”. Para recuperar as áreas mais críticas de erosões, Deniti explica que fará abatimentos e redução de inclinação de taludes, desvios das águas de chuva com terraceamento, revegetação das áreas, e também proteções da base de algumas torres para evitar a progressão dos danos. O tempo de recuperação, pode variar de três a quatro meses. “Usaremos maquinário como retroescavadeira, trator, mão-de-obra manual, faremos curvas de talvegue, que é um tipo de drenagem profunda, contenção de águas com a construção de muros de arrimo e pequenos barramentos para interceptar o escoamento”, informa.

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de árvores. E finalmente, o banco de dados georreferenciado, que funcionará dentro do Sistema de Informações Geográficas – SIG, para possibilitar outros tipos de análises, seleção, atualização e coleta de dados. A partir dessas informações serão criados os mapas de riscos ambientais. “Teremos uma matriz de ocorrência e risco, que filtrará da melhor maneira possível as informações de nosso interesse. Por exemplo: um trecho que apresentar vegetação esparsa de cerrado, solo arenoso, uso e ocupação de pecuária, topografia moderada a acentuada, baixa conservação e com registro de processo erosivo inicial, a classificação seria de área de risco operacional em decorrência dos processos erosivos. Assim, esses locais passariam a ser inspecionados e monitorados intensamente”, explica Fábio Leria Nogueira (foto acima).

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Percorrendo o traçado - O trabalho da Eletronorte começou pelos trechos da linha de transmissão entre Coxipó e Sinop e Coxipó e Jauru, onde 70% e 20% dos levantamentos foram concluídos em setembro de 2008, respectivamente. Mas, para chegar a esses percentuais, a tarefa não foi nada fácil. Antes de partir para campo, a equipe formada por um biólogo e uma engenheira florestal, teve que definir a metodologia e o sistema de trabalho. Com a proposta de criar um mapa

com dados sobre quatro temas diferentes e que, ao ser lançado na Intranet, possibilitasse a interpretação das condições ambientais e acesso às torres por leigos, o desafio era fazer tudo isto acontecer. A conclusão foi a de que não teria outra forma de desenvolver o trabalho senão percorrendo torre por torre, coletando suas coordenadas geográficas, o traçado do caminho e os pontos de referência, oito ao todo, que indicam onde existem porteiras, passagens molhadas, entrada de fazenda, colchetes e estradas. Depois disso, a equipe selecionou os softwares para baixar e tratar os dados, até o contorno dos trechos tomar corpo. A equipe precisa fazer o trajeto de carro, de preferência, embaixo das linhas de transmissão. “Passamos por áreas alagadas, com vegetação alta, com valas e em fazendas que colocam cercas e outros obstáculos. Já atolamos várias vezes, já tivemos o carro quebrado e outros contratempos. É um serviço que leva tempo e requer dedicação”, conta a engenheira florestal Ariana Machado. Mas, as andanças da equipe pelo cerrado mato-grossense (foto abaixo) não reservam apenas dificuldades. Pelo caminho, eles já puderam visualizar algumas exuberâncias da fauna e da flora, que para muitos só é possível encontrar nos zoológicos das cidades. Tatus, tamanduás, corujas, garças e outras aves e animais já cruzaram o caminho da equipe. A meta da Empresa é finalizar, em 2008, o levantamento dos dados no trecho Coxipó/Sinop e completar 50% do trabalho no trecho Coxipó/Jauru. Em 2009 será concluída esta etapa e iniciado o levantamento na região sul do estado. Em 2010, os trechos Couto Magalhães/Rondonópolis e Barra do Peixe/ Rondonópolis.


o complexo trabalho de harmonizar agilidade e humanização Érica Neiva A Eletronorte é uma Empresa que valoriza e motiva seus empregados, oferecendo todas as condições para a manutenção da saúde integral de cada um, considerando os aspectos físico, psíquico, emocional, espiritual, social e profissional. Entre as ações de apoio adotadas está o Plantão Social, um atendimento personalizado por telefonia celular, 24 horas por dia, que atua em situações emergenciais de ordem biológica, psicológica e social junto a empregados e dependentes, inclusive em regime de reciprocidade com outras empresas do Setor Elétrico, possibilitando atendimento imediato em todo o território nacional. Sob a responsabilidade da área de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho, o Plantão Social vem funcionando desde 2000 e é cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho. Na Sede da Eletronorte, em Brasília, é composto por duas assistentes sociais e uma técnica, e nas unidades regionais é coordenado por uma assistente social. As profissionais trabalham em regime de sobreaviso e revezamento de escalas. O serviço atua junto à rede credenciada de assistência à saúde, do Plano de Proteção e Recuperação da Saúde da Eletronorte; realiza remoções terrestres e aéreas; dá orientações técnicas e apoio social em situações emergenciais de natureza sociofamiliar; e em casos de óbitos e internações emergenciais. Atua também nos casos de tratamento fora de domicílio e convênios de reciprocidade, possibilitando o atendimento mútuo na área de saúde. “É importante que, antes da viajar, o empregado solicite a autorização para usar o plano de saúde em outros estados, com antecedência de pelo menos uma semana, facilitando eventuais atendimentos”, explica a coordenadora do Plantão Social, Edith Burle. Atendimentos - Cada situação é analisada detalhadamente e o usuário conduzido

a uma equipe técnica multiprofissional, composta por médicos, dentistas, fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudióloga e psicólogas, que faz o atendimento emergencial, os encaminhamentos para a rede credenciada e o acompanhamento posterior. Há também um médico perito que realiza atendimentos, visitas hospitalares e autoriza procedimentos como internações, remoções e exames. Em 2007, o Plantão Social da Eletronorte realizou 3.521 atendimentos e, até o último mês setembro de 2008, 2.639 pessoas procuraram o serviço. Há 34 anos na Eletronorte, o assistente da Diretoria de Gestão Corporativa, Paulo Monteiro (ao lado), precisou do auxílio do Plantão em um caso de tratamento fora de domicílio. “Tive a amputação de uma das pernas, em novembro de 2006. Fui encaminhado para o Albert Einstein, em São Paulo. Senti-me amparado e seguro com o trabalho do Plantão, ao qual já recorri também em outra intervenção cirúrgica no Rio de Janeiro. O mais importante é percebermos o comprometimento e a preocupação contínua das profissionais com o nosso bem-estar”, assegura Paulo. Para o diretor de Gestão Corporativa, Tito Cardoso de Oliveira Neto (ao lado), “o Plantão está no contexto da atenção que a Empresa dá aos seus empregados. É um serviço ininterrupto que possui uma equipe com capacidade de perceber a urgência dos assuntos, dar o tratamento necessário. Quem conhece e já usou sabe que o serviço é uma unanimidade em termos de excelência no atendimento. É um serviço muito elogiado. É um trabalho de profissionalismo e dedicação, razão de orgulho para a Eletronorte”.

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reSPonSAbILIDADe SoCIAL

Plantão Social:

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Outubro de 2005 - Um casal de turistas brasileiros visita Chongqing, cidade chinesa localizada na província de Sichuan. Os dois pretendem ficar 14 dias na China e duas semanas no Japão. No entanto, os planos são interrompidos e, no sexto dia, Massashi Tegoshi, empregado da Eletronorte, sofre um infarto. A cerca de 18 mil km do Brasil, a situação não se agravou ainda mais devido à presença de amigos que facilitaram a sua internação em um hospital chinês, onde permaneceu imobilizado por 11 dias. Assim que ocorreu o ataque cardíaco, a esposa de Massashi, Kimiko Tegoshi, ligou para o Plantão Social. Embora o serviço não tenha caráter internacional, mantinha-se um contato diário com o objetivo de monitorar todos os procedimentos efetuados naquele país. Tomaram-se também as providências necessárias para a volta de Tegoshi, inclusive a estrutura médico-hospitalar para recebê-lo no Brasil. “O Plantão nos deu total apoio. Fez o acompanhamento da minha internação, auxiliou na preparação dos documentos para retorno e montou uma estratégia para meu eventual resgate da China”, afirma o presidente da Fundação de Previdência Complementar da Eletronorte - Previnorte, Massashi Tegoshi. Após a internação na China, Massashi (abaixo, na Praça da Paz Celestial) foi transferido para Tóquio, onde ficou mais 21 dias hospitalizado. Nesse período houve um intercâmbio de informações entre os médicos japoneses e os médicos do Instituto do Coração

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de São Paulo - Incor, local onde o paciente chegou em 25 de novembro pela manhã. Na viagem de retorno ao Brasil, foi assistido por um médico brasileiro. “Todo o acompanhamento China-Japão-Estados Unidos-São Paulo foi feito pelo Plantão. Quando cheguei em Guarulhos, já havia uma ambulância me esperando e, imediatamente, transportaramme para o Incor. No dia 29 de novembro fui submetido a três safenas e uma mamária”, relembra Tegoshi. Hoje a vida do turista da nossa história sofreu algumas mudanças. Deixou de ministrar aulas em instituições de nível superior onde era professor e passou a valorizar ainda mais a alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos. “Agora trabalho exclusivamente na Previnorte. Estou de olho na alimentação e faço rigorosamente os exercícios físicos, como se fosse uma religião. É importante viver com harmonia. Cada dia que vivemos com harmonia, estamos plantando para o futuro”, reflete Tegoshi. Exemplo - “Deus a escolheu e, já muito antes, em seu tabernáculo morada lhe deu. Ouvi, Mãe de Deus, minha oração. Toquem vosso peito os clamores meus”. (Ofício da Imaculada Conceição). Sábado. Uma família reza uma oração co­­nhecida que lhe foi repassada pela matriarca. Inúmeras recordações passam co­ mo filme sobre aquelas cabeças junto ao túmulo de Zízima Ribeiro de Oliveira, 89 anos. A tristeza pela morte da piauiense, em 25 de agosto de 2008, é amenizada pelo exemplo de força, resignação e vontade de viver deixado por ela. O que mais deixava Zízima feliz era ver a família unida. Parte dos nove filhos mora no Distrito Federal, onde ela residia há três anos. Longe da casa espaçosa de Monsenhor Gil (PI), na qual criou galinhas e cuidou de árvores frutíferas, os filhos puderam proporcionar à mãe, em Brasília, uma outra casa onde cultivava rosas, uma das suas grandes paixões. Outro passatempo que adorava era a leitura. Lia tudo que lhe chegava às mãos. Em junho de 2007 foi a primeira vez que Zízima teve um problema de saúde mais sério. Acometida de infarto, precisou fazer duas angioplastias e colocar três estentes. Conseguiu viver bem durante um ano, viajou de férias, mas em março de 2008 foi novamente internada devido a uma insuficiência respiratória. Ficou cinco meses na


unidade de terapia intensiva e 19 dias no sistema de internação domiciliar. Para sua filha, a assistente de comunicação social da Eletronorte, Dulce Marwell, “o que mais impressionava os médicos era a força dela, o seu comprometimento com o tratamento”, rememora. Durante o tempo em que Zízima esteve doente, a família recebeu apoio e orientação do Plantão Social. “Estou na Empresa há 20 anos. Nunca havia precisado do Plantão em uma situação emergencial. Hoje confirmo os comentários positivos que os colegas fazem do serviço. Fui me inteirando junto à Empresa sobre todos os passos que devia tomar. Quando o óbito aconteceu, estávamos tranqüilos, pois sabíamos como agir”, frisa Dulce (abaixo, com a filha e a mãe). A melhor lembrança de Zízima, contudo, é aquela que deixou em vida por meio de ações e sentimentos dedicados a familiares e amigos. “Ela foi admirada por todos. Lembro-me dela com alegria e carinho. A sua vontade de viver nos dá força para continuar. Agradeço à Eletronorte por ter proporcionado essa qualidade de atendimento à minha mãe, que era minha dependente no plano de saúde. Me pergunto, quando eu tiver 80 anos, não sendo mais empregada nem dependente, como poderei ter atendimento igual?”, reflete a filha.

Amores de pessoas Entre os requisitos exigidos para compor a equipe do Plantão Social estão disponibilidade, desprendimento, amor e o treinamento específico para atender às demandas da Empresa. Os membros da equipe não precisam ser, obrigatoriamente, assistentes sociais, mas devem ser treinados para lidar em situações particulares com ética e humanização. “Trabalhar no Plantão é a minha vida. Graças a esse serviço, hoje conseguimos resolver os problemas de forma adequada e temos uma visão, na área social, de todos os atendimentos que podem ser realizados. Somos procurados pelas pessoas e precisamos ser rápidas naquele momento, resolvendo os problemas e não nos deixando levar exclusivamente pela emoção. Temos um vínculo afetivo, mas devemos resolver os problemas das pessoas naquele instante. O carinho e o amor que recebemos das pessoas são imensos. Contudo, esse não é um mérito do serviço e, sim, um mérito da Eletronorte,que proporciona condições de trabalho e está totalmente sensível à causa.” Edith Burle

Segurança - Em maio de 2008, Carmosina Pereira de Sousa, maranhense, comemorou 80 anos de idade com familiares. Há 18 anos no Distrito Federal, mãe de dez filhos, sua saúde começou a fragilizar-se quando perdeu o marido há três anos. Com hipertensão arterial e diabetes, em julho de 2008 teve um acidente vascular cerebral. Ficou por quatro dias em tratamento intensivo e um mês no

“É um trabalho que nos humaniza muito. Quando fui convidada a trabalhar no Plantão, no primeiro momento não aceitei, principalmente pelo contato com os casos de óbito, pois são situações tristes e sofridas. Ao fazer as primeiras visitas não me senti confortável, pois a questão da perda é muito difícil. No entanto, aprendi a me colocar no lugar do outro e hoje sou uma pessoa mais resistente. Quando passamos a lidar com outras pessoas nos tornamos mais solidários e humanos.” Naphis Ornelas Monteiro

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“Esse trabalho é uma realização pessoal e profissional Aprendemos muito. Trabalhar em equipe é enriquecedor. A Empresa investe em cursos e capacitações. É sempre um aprendizado. Há toda uma ética e sigilo que norteiam o nosso trabalho. Os problemas ou situações específicas são resguardados. A pessoa, como cidadã e paciente merece todo o respeito. Quando fazemos parte de uma equipe multidisciplinar de saúde, procuramos valorizar e respeitar o ser humano. Aprendemos a valorizar mais o que temos. A vida é tão passageira. Devemos aprender a amá-la e dar mais valor.” Maria da Ajuda Rêgo

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quarto do hospital. “Como o quadro dela estava estável, o convênio e a equipe médica acharam melhor dar continuidade à recuperação em casa, na condição de home care. Para mim foi uma dádiva”, esclarece o filho Carlos Pereira de Sousa, assistente administrativo da Eletronorte. O termo home care, originário da expressão inglesa, caracteriza o cuidado domiciliar em saúde. No Brasil, o primeiro serviço nesses moldes denominou-se Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência – Samdu, criado em 1949. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Medicina Domiciliar, atualmente existem no País cerca de quatro mil pacientes em atendimento domiciliar, que compreende desde cuidados médicos e de enfermagem até serviços de assistên-

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cia social, nutrição, laboratório, dental, farmácia, raios-x, equipamentos e suprimentos médicos. A Eletronorte tem convênio com serviços dessa natureza, mediante uma análise médico-social. Em setembro de 2008 havia 14 internações domiciliares em Brasília e duas em São Paulo, pelo convênio de reciprocidade. Esse modelo de atendimento permite a humanização da assistência, uma vez que o paciente retoma o vínculo com a família e a rotina domiciliar (foto ao lado). Para Carlos Pereira, as mudanças verificadas na saúde de sua mãe, após a internação domiciliar foram evidentes. “Quando chegou em casa, ela ficou com o semblante muito alegre. Sentiu-se liberta do hospital. Sua expressão de satisfação foi notada até pelas crianças. Ela dizia que não agüentava mais ficar no hospital, que queria ir pra casa”, afirma. “São 2h da manhã - 16 de janeiro de 2008. Senti uma dor muito forte no peito. Liguei para a portaria dizendo que precisava ir ao médico urgente. Saí me arrastando do segundo andar, pois não tinha elevador. No hospital, deram-me uma medicação para controlar um infarto grave, no início da coronária. A partir daí, foi uma corrida para tentar reverter a situação”. O fato acima, narrado por Habib Sallum (à esquerda), engenheiro de projeto e construção da Eletronorte, descreve a situação que vivenciou em Marabá, onde esteve com um grupo de colegas fazendo um estudo de aproveitamento hidrelétrico. A inexistência de equipamentos adequados na cidade e a dificuldade em se localizar profissionais especializados fizeram com que o Plantão Social acionasse o serviço aéreo. “O serviço do Plantão traz uma grande segurança devido à agilidade na resolução dos problemas. Isto é importante, principalmente para nós que trabalhamos em áreas de risco”, destaca o engenheiro. Seis meses após o infarto, Habib voltou a Marabá para dar continuidade ao trabalho. Hospedou-se no mesmo hotel e agradeceu o auxílio prestado pelos porteiros. A sua rotina, porém, sofreu algumas modificações. “Repensei meus conceitos. Dou mais valor à minha saúde. Hoje sou menos centralizador no


serviço e tento repassar meus conhecimentos. Converso e viajo mais com minha família. Este ano já fui ao Chile e Buenos Aires”, conta. Até setembro de 2008 houve cinco casos de remoção de empregados por via aérea.

Plantão para atendimento em situações emergenciais. Empregados e dependentes da Sede, Regionais, congêneres, cedidos, empresas de reciprocidade, residentes ou em trânsito em Brasília. Por meio de orientações e intervenções técnicas via telefônica ou “in loco”.

ativamente, principalmente, devido à ausência de familiares meus na cidade. O serviço agiu também na minha casa e, em alguns momentos, decidiu por mim”, relembra a bibliotecária. Desde 2006, Rosa retomou o seu trabalho na Biblioteca, com seqüelas quase imperceptíveis da doença. Para ela, a experiência trouxe mudanças na maneira de ver o mundo. “Ficamos mais sensíveis. No trabalho, por exemplo, aprendemos que não devemos julgar uma pessoa pelo seu estado de humor, pois ela pode estar passando por um grande problema. A percepção do sofrimento humano muda muito. O retorno à Eletronorte foi muito bom. Recebi muita compreensão, solidariedade e aceitação de todos. O trabalho foi e é importante no meu processo de recuperação”, reflete Rosa.

Utilização da rede credenciada em Brasília, regionais, congêneres e empresas de reciprocidade; internações e remoções emergenciais; tratamentos fora de domicílio; situações de acidentes e óbitos. Assistentes sociais e técnicos da área de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho.

Acesso via sistema de plantão sobreaviso 24 horas pelo celular.

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Solidariedade - Ambiente tranqüilo, silencioso, onde prateleiras exibem conhecimentos codificados em livros e periódicos. Quem entra na Biblioteca Raul Garcia Llano, localizada na Sede da Eletronorte, encontra um vasto mundo de conhecimentos a explorar. Nesse ambiente trabalha a bibliotecária Rosa Maria Gastal de Menezes (ao lado), que entrou na Eletronorte em 1979 e acompanhou parte da trajetória da Biblioteca. “Houve uma mudança drástica, pois embora fosse organizada no passado, era artesanal, como toda área de biblioteconomia no País. Os recursos da informática revolucionaram essa ciência e, na Eletronorte, não foi diferente. Hoje temos uma Biblioteca moderna, atuante e completa”, destaca Rosa Maria. Quem ouve a gaúcha falar com tanto entusiasmo e vivacidade sobre sua área de trabalho, não imagina a experiência difícil pela qual passou em 2005, quando foi detectado um tumor de ligamento em sua coluna vertebral. No momento da cirurgia, descobriram outros tumores de meninge que também precisaram ser retirados. Naquela época ela estava afastada da Eletronorte, cedida a outro órgão. Com o problema de saúde, tornou-se usuária assídua do Plantão Social da Empresa. “As pessoas dispensam um tratamento humano, com tanta solidariedade, que conseguem diminuir o sofrimento do empregado. O Plantão foi fundamental na minha recuperação. Participou

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Lago de Samuel: onde tem peixe, tem pescador

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Terezinha Félix de Brito

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Nem a forte chuva no início da manhã de domingo, 21 de setembro, intimidou a participação de centenas de pessoas no IV Torneio de Pesca – Topas, no lago da Usina Hidrelétrica Samuel, localizado no município de Candeias do Jamari, a 45 km da capital de Rondônia, Porto Velho. O evento, promovido pela Associação dos Pescadores Amadores de Rondônia – Sopescar, contou com a participação da Eletronorte, por meio da Regional de Produção de Rondônia, responsável pela operação da Usina e principal parceira do Torneio. “Estamos juntos desde a primeira edição. Este ano a coordenação nos pediu a área e cedemos o reservatório novamente, já que o evento é bem-vindo para a sociedade”, afirma o gerente Regional, Edgard Temporim Filho. O Topas visa muito mais do que levar voadeiras, linhas e anzóis para o meio do lago, ou simplesmente encher as caixas térmicas de peixes. A intenção é também estimular

a educação ambiental, promover o lazer e a integração entre os simpatizantes da pesca, além de divulgar a beleza do lago de Samuel, que tem uma extensão de mais de 300 km², algo como 240 piscinas olímpicas. Este ano, cerca de 320 pessoas foram para a água em busca dos prêmios, em 85 embarcações particulares de diferentes modelos, compostas por equipes com até quatro integrantes. Na largada, saíram primeiro os barcos com os motores acima de 60 hp, e, em seguida, os de menores potências, com até 30 hp, evitando assim, possíveis acidentes. De acordo com colaborador Luís Antônio Duarte, da Secretaria de Gestão Ambiental da Divisão de Geração Hidráulica, o Topas já faz parte do calendário de eventos de Rondônia, e a cada ano aumenta o número de participantes. “Com o apoio da Eletronorte temos o plano de divulgar nacionalmente este projeto. Percebemos que a cada edição tem sido superado o número de pessoas interessadas”, afirma Luís, que é um dos coordenadores do Topas.


da solidariedade”, conta o presidente da Sopescar, Eliezer Costa, lembrando ainda que o evento foi supervisionado pela Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros. Na modalidade “piranha”, o primeiro lugar ficou com a equipe Prazeres da Carne (foto abaixo), e na modalidade “tucunaré”, com a equipe Família Buscapé. Para Hiraudes de Araújo (foto acima) foi uma surpresa o primeiro lugar, já que sua equipe participou pela primeira vez do Torneio e com uma embarcação bem inferior. “Para se ter uma idéia, nós fomos os últimos a desembarcar, pois estávamos em uma ‘rabetinha’, sem qualquer potência. Em certo momento tivemos que ser rebocados. Foi um dia muito divertido e o que foi ainda melhor, ficamos em primeiro lugar”, vibrou. Curiosidades - A piranha é um peixe carnívoro de água doce que habita em alguns rios da América do Sul. Pertence a cinco gêneros da subfamília Serrasalminae (que também inclui peixes como pacus e dourados). O nome piranha vem de um idioma híbrido, formado das línguas tupi-guarani; podendo ter sido originado da composição das palavras ‘pirá’, significando ‘peixe’, e ‘sanha’ ou ‘ranha’, significando ‘dente’. Na realidade trata-se de um peixe muito voraz, predador e com mandíbulas fortíssimas: a força da mordida da piranha é considerada, proporcionalmente, a de um cão bulldog. Em relação ao tucunaré, existem 14 espécies conhecidas na Amazônia. De maneira geral, apresentam corpo alongado e um pouco alto, de coloração amarelo-esverdeado, com o dorso mais escuro e ventre branco. Conforme a espécie, apresenta faixas escuras verticais ou manchas irregulares nos flancos. E pode atingir até um metro de comprimento e pesar 15 quilos.

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Modalidades - As modalidades do Topas são divididas na captura das espécies Serrasalminae, popularmente conhecida como piranha (maior peso), e Cichla, o tucunaré (maior medida), sendo as duas da classe de grupos de predadores. O Torneio também colabora com o equilíbrio biológico, pois há um número excessivo dessas duas espécies e a sua captura ajuda no aumento das demais nesse ecossistema. “No lago de Samuel há inúmeras espécies como cará, tambaqui, surubim, piau, barba-chata, pacu e todos são presas fáceis da piranha e do tucunaré”, explica Luís (foto acima). No total foi pescada mais de uma tonelada de peixes, doados a instituições de caridade de Porto Velho, escolhidas pela coordenação do evento. Os beneficiados foram a Casa do Ancião, Lar de Eurípides, Casa da Família Roseta, Escola Abimael Machado, Associação de Pais e Amigos dos Autistas e Casa de Apoio ao Câncer. “Já no ato da inscrição, cada integrante doou um quilo de alimento não-perecível, desenvolvendo assim o espírito

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TRANSMISSÃO

A consolidação do modelo do Setor Elétrico e do Sistema Interligado Nacional

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Bruna Maria Netto

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“Cada um por si, e Deus por todos”. Foise o tempo em que o Setor Elétrico nacional era segmentado dessa forma. No Brasil de 2008, dez anos após a abertura do mercado energético, o que se vê é um cenário bem diferente daquele apresentado no final da década de 90, quando as linhas de transmissão de energia ainda não tinham um sistema único que as interligavam, e as concessões eram fornecidas às estatais do governo, por meio de critérios geográficos. Melhorias na qualidade do serviço de eletricidade, nos indicadores de continuidade do serviço nos pontos de controle da rede básica, diminuição na tarifa de energia elétrica e menor risco de apagão são apenas alguns dos motivos para comemorar o décimo aniversário daquele que originou o modelo atual do Setor Elétrico e o Sistema Interligado Nacional – SIN. Com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, hoje o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é constituído por um sistema hidrotérmico de grande porte, pelo qual passeia uma malha de transmissão de 87,2 mil quilômetros ligando Norte a Sul do País. E como foi possível mudar completamente o cenário em tão pouco tempo? Juntamente com o novo modelo, surgiram outros agentes fundamentais para a sua consolidação. Naquela época, foram lançadas as bases que definiram, entre outros, a criação da base setorial: um operador responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional, o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS; uma entidade responsável pelo planejamento da expansão do Setor Elétrico a longo prazo, a Empresa de Pesquisa Energética – EPE; e um


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órgão regulamentador e fiscalizador, a Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel. No entanto, bem antes já se pensava nesse novo modelo: “A mudança começou em 1988, com a nova Constituição Federal. O artigo 175 prevê o regime de concessão de serviços públicos por meio das licitações”, contextualiza Josias Matos de Araújo (ao lado), superintendente de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão da Eletronorte. Josias lembra que um dos principais motivos da mudança de cenário foi a conjuntura mundial, que estava se reestruturando no Setor Elétrico a partir das mudanças que aconteceram primeiramente na Inglaterra. “O Brasil acabou indo pelo mesmo caminho em função da necessidade de altos investimentos, já que o Estado se encontrava exaurido com muitas obras e empreendimentos de grande porte e não existiam recursos suficientes para isso. Por isso, o Governo Federal pensou num modelo que pudesse compartilhar a parte de investimentos feita por ele com a iniciativa privada”. Até 1998, quando foram criados o Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE (hoje substituído pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE) e o ONS, o cenário era bem diferente: “Antigamente, o Setor Elétrico era composto por empresas públicas verticalizadas que, como a Eletronorte, cuidavam pessoalmente da geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia”, conta Josias. Com a Lei 9.648, de 27 de maio 1998, foi criada uma série de direcionamentos no Setor Elétrico, entre eles o surgimento do modelo cujo intuito é desverticalizar as empresas, separando os segmentos de geração, transmissão, distribuição e comercialização, e propondo a criação de um órgão independente para fazer a fiscalização, supervisão, controle e gestão de contratos do segmento de transmissão, para controlar toda a rede nacional de energia elétrica e administrar os contratos firmados, a Aneel. O engenheiro Márcio Mendonça (foto acima), assessor da Superintendência de

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Fiscalização dos Serviços de Eletricidade da Agência, conta o motivo: “Não havia como uma empresa ter todas essas funções ao mesmo tempo, pois, já que uma distribuidora passou a comprar energia por meio de leilão, como é que compraria dela mesma? Por isso a relevância da desverticalização o quanto antes”. Uma das conseqüências desse desmembramento é o surgimento da figura do livre acesso às redes elétricas, por meio de leilão de energia elétrica.

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Geradoras virtuais – Para que esse livre acesso às redes fosse realizado da forma mais democrática possível – com ofertas de geradoras dos mais diversos pontos do País – é por meio do SIN que as diferentes regiões podem permutar energia entre si. Hermes Chipp, (abaixo), diretor-geral do ONS, explica a relevância do sistema: “Num País de dimensão continental como o nosso, as interligações regionais - normalmente em alta tensão, pela longa distância – funcionam como verdadeiras usinas virtuais, em função do aproveitamento da sazonalidade entre as regiões e a diversidade hidrológica. Nesse sistema, a transmissão não faz apenas o papel de fio, mas funciona também como uma geração virtual, porque aumenta a capacidade do sistema em produção de energia”. Para o SIN funcionar com essa sintonia, Josias explica que é por meio da Receita Anual Permitida - RAP, que o pagamento pelo equipamento de transmissão fica disponível. Essa receita é rateada por todo o Setor Elétrico – de geradores a distribuidores -, que faz com que a rede seja de livre acesso. “Como todos podem usar, esse valor é dividido pelo Setor. Por exemplo, se se vai construir uma usina, ela precisará de uma linha de transmissão, então essa linha, após licitação, será construída pela empresa vencedora do leilão para que a energia gerada seja escoada, e tanto a usina quanto a distribuidora que receberá essa energia pagarão a RAP”. Para o período de 2008-2009, a Receita será de R$ 10,5 bilhões. De acordo com a Aneel, deste montante, R$ 452 milhões correspondem à receita total estimada de empreendimentos licitados e autorizados com previsão de entrada em operação comercial entre julho de 2008 e junho de 2009.

Leilões de transmissão O maior potencial energético do Brasil ainda sofre com a não integração ao SIN. Por pouco tempo. Fazendo parte de quase totalidade dos 3,4% da capacidade de produção de eletricidade do País que ainda é alimentada por pequenos sistemas isolados, a Região Norte está a um passo de ter praticamente todo seu sistema de abastecimento de energia realizado por meio do Sistema Interligado Nacional. E para aqueles que imaginaram que a Eletronorte não manteria a qualidade e competência há anos comprovada e reconhecida, vê nos leilões de linhas de transmissão um concorrente forte o suficiente para conseguir tantas concessões quanto aquelas fornecidas do modo antigo, por meio da localização geográfica. À frente dos leilões a Empresa tem uma equipe multidisciplinar de qualidade, envolvendo várias áreas. Desse processo participa também o superintendente de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão, Josias Matos de Araújo (Josias foi nomeado Secretário de Energia do Ministério de Minas e Energia durante a produção desta edição). O engenheiro eletricista, graduado pela Universidade Federal do Pará e com mestrado em sistemas de potência pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, está há 25 anos na Eletronorte, sendo 13 deles na Superintendência de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão da Empresa. “Naquela oportunidade aceitei o convite por ter a chance de trabalhar numa empresa com a missão de gerar energia na Região Amazônica. Os desafios seriam grandes e as perspectivas de crescimento imensas, de modo a poder aprender e contribuir para o desenvolvimento do meu País e de minha região”. Josias tornou-se superintendente justamente por conta do novo cenário, oriundo da abertura do mercado: “Quando surgiu a necessidade de mudanças no Setor Elétrico brasileiro, em 1995, com a segregação dos setores em transmissão, geração, distribuição e comercialização, permaneci na área de transmissão, surgindo naquela época a nossa Superintendência, órgão alinhado às novas regras e onde me encontro até o presente momento. Sou uma pessoa sempre motivada com o que faço, gosto de trabalhar em equipe, compartilhar conhecimentos e meu maior tesouro na área que coordeno são os profissionais que a compõe - digo até que são os meus diamantes lapidados, pois dependo deles para buscar a inovação, transformar as pequenas coisas em resultados significativos, buscar a excelência na gestão, enfim, fazer acontecer na Empresa”. Novo cenário - Não é de hoje que esse cenário começou a mudar. A Eletronorte, nesses dez anos, participou e ganhou seis concessões de linhas de transmissão (ver matéria na página 44), sendo a última numa disputa marcada pelo alto grau de competitividade, em que ficou


com os lotes A e B do leilão 006 da Aneel, realizado no dia 3 de outubro de 2008, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (acima). O leilão licitou a contratação das concessões para a prestação do serviço público de transmissão de energia elétrica, incluindo a construção, a operação e a manutenção das instalações de transmissão da rede básica do Sistema Interligado Nacional –SIN. A Eletronorte disputou sozinha – ou seja, sem a formação de consórcio - os empreendimentos de transmissão dos lotes A, que compreende a linha de transmissão no trecho Ribeiro Gonçalves – Balsas, em 230 kV e a Subestação Balsas (500/230/69 kV), nos estados do Maranhão e Piauí; e B, que envolve a Subestação Miranda II (500/230/13,8 kV), com o seccionamento da linha Presidente Dutra – São Luís II, no Estado do Maranhão. No Lote “A”, a Empresa pagou deságio de 30% em relação à Receita Anual Permitida - RAP de R$ 8,6 milhões, inicialmente estabelecida pela Aneel, e terá uma RAP de R$ 6,0291 milhões. Já no Lote “B”, foi pago deságio de 20% em relação à RAP de R$ 7,85 milhões, inicialmente estabelecida, e a Empresa ficou com uma Receita de R$ 6,284 milhões. Segundo o coordenador de Viabilização de Negócios da Eletronorte, Wilson Fernandes de Paula, “essa vitória nos dará ainda mais ânimo para concorrer aos próximos leilões, como o 007, nos lotes A, B, C e G das hidrelétricas do Rio Madeira”. (Este leilão pode ter ocorrido enquanto esta edição estava sendo impressa) Contrato - No dia 16 de outubro de 2008, a Manaus Transmissora de Energia S.A, da qual a Eletronorte de-

tém 30%, assinou o contrato de concessão 010/2008, para a construção manutenção e operação das linhas de transmissão Oriximiná – Itacoatiara e Itacoatiara – Cariri, com extensão de aproximadamente 586 quilômetros, e as subestações Itacoatiara e Cariri. O contrato foi assinado pelo diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, Jerson Kelman, e pelos diretores geral e técnico da empresa, Luciano Paulino Junqueira, e José Orlando Cintra, durante a cerimônia de assinatura dos contratos de concessão de novas linhas de transmissão arrematadas no leilão 004/2008. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, destacou a importância do leilão para aumentar a extensão da rede, que até o fim do ano atingirá um total de 100 mil quilômetros. Serão, ao todo, três mil quilômetros de linhas, vinte subestações e investimentos de mais de R$ 3,0 bilhões. O Ministro registrou a particular importância da linha Tucuruí-Macapá-Manaus, que vai permitir a interligação dos sistemas isolados ao Sistema Interligado Nacional – SIN. O lote C é composto pelas linhas de transmissão em 500 kV, circuito duplo, com origem na Subestação Oriximiná, no Pará, e término na Subestação Itacoatiara, no Amazonas com extensão aproximada de 374 km; e o trecho com origem na Subestação Itacoatiara e término na Subestação Cariri, no Estado do Amazonas, com extensão aproximada de 212 km, além das subestações Itacoatiara em 500/138 kV (150 MVA) e Cariri em 500/230 kV (1800 MVA). O lote faz parte do linhão, que terá um total de 1.829 quilômetros de linhas de transmissão. Assim como a Eletronorte, as demais empresas do Sistema Eletrobrás foram as grandes vencedoras, faturando cinco dos sete leilões disputados, representando uma extensão de 356 quilômetros em seis estados. Para Josias, esse crescimento dificilmente cessará: “A energia é fator crítico de sucesso para o desenvolvimento do País. É importante que os sistemas em operação tenham um desempenho dentro de padrões definidos nos procedimentos de rede e que as novas obras sejam viabilizadas para garantir o atendimento pleno aos consumidores, indústria e sociedade, com segurança, confiabilidade e continuidade”. (Colaboraram Érica Neiva e Michele Silveira)

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confirmam competência técnica da Eletronorte

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Márcio lembra que a remuneração das empresas de transmissão depende também de análise da Aneel: “O grande desafio das transmissoras é diminuir custos e aumentar as receitas. Quando um agente ganha uma concessão de linha de transmissão, ele tem uma receita para operar aquele empreendimento, que é anualmente reajustada pelo índice que compõe o contrato de concessão. A cada quatro anos ela passa por uma revisão tarifária, quando são verificados pela Aneel quais foram os investimentos realizados e se eles são passíveis de reconhecimento por parte do processo de revisão”.

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Modicidade tarifária – Mas, se o Setor paga o SIN, quem paga o Setor? “São os consumidores, e por isso é tão importante que se tenha uma tarifa justa”, enfatiza Josias. “O novo modelo gera a modicidade tarifária e prevê um conjunto de medidas a serem observadas pelos agentes envolvidos, como a exigência da contratação de totalidade da demanda por parte das distribuidoras e dos consumidores livres; nova metodologia de cálculo do lastro para venda de geração; contratação de usinas hidrelétricas e termelétricas em proporções que assegurem melhor equilíbrio entre garantia e custo de suprimento; bem como o monitoramento permanente da continuidade e da segurança de suprimento, visando a detectar desequilíbrios conjunturais entre oferta e demanda”, afirma Hermes. Não é apenas o Diretor-Geral do Operador que tem esse pensamento. Tanto Márcio quanto Josias são enfáticos ao dizer que é a busca de uma tarifa mais acessível um dos objetivos e grandes benefícios para a abertura do mercado. “Se eu der a menor tarifa ou maior deságio, eu repasso isso para a tarifa final do consumidor, e ele pagará menos na conta de energia”, esclarece Josias. Essa economia é dada pela compra de energia feita em um ambiente regulado por meio de leilões, objetivando a redução do custo de aquisição a ser repassado para a tarifa dos consumidores cativos. É neste momento que entra, também, o apoio da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, criada em 2004, responsável por todas as análises de prospecções. “Antigamente quem fazia esse trabalho, à exceção do petróleo e gás, era a Eletrobrás. Mas diante da mudança do modelo, a atribuição foi perdida por ficar incoerente com o novo cenário - o próprio agente não poderia fazer as análises estratégicas do governo - então a EPE faz esse

papel para subsidiar as decisões do Ministério de Minas e Energia”, afirma Paulo César Esmeraldo, superintendente de Transmissão de Energia da Empresa. No caso específico do sistema interligado da rede básica, a EPE tem função de planejar, principalmente, a questão do menor impacto na tarifa do consumidor de energia elétrica, e também a segurança do sistema. “Tudo que é planejado atende ao critério N-1, ou seja, mesmo que

Usina, subestação e linhas que derivam para o Sistema Interligado Nacional


diar o planejamento do setor energético, além de atuar como co-gestora dos leilões públicos de energia elétrica. Atrelada a essa prerrogativa estão os diversos estudos técnicos, sociais e ambientais relacionados ao aproveitamento do potencial hidrelétrico do País, que conferem a sustentabilidade socioambiental necessária ao planejamento energético, além de incrementar o número de empreendimentos disponíveis para os leilões de expansão.

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haja perda ou falha de algum componente de transmissão, a carga não deixa de ser atendida, mantendo a segurança e a confiabilidade do sistema elétrico”, lembra Paulo. “Uma usina de inteligência a serviço do setor energético brasileiro”. Assim pode ser definida a EPE, instituída pela Lei nº 10.847 e regulamentada por meio do Decreto nº 5.184, com a finalidade de prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinados a subsi-

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O engenheiro Paulo César Esmeraldo (ao lado) conta que a EPE tem importância estratégica no planejamento da área de transmissão de energia elétrica ao responder pela realização dos trabalhos de projeção do aumento da malha do País em cenários de médio e longo prazo: “Um dos pontos-chave é a expansão das interligações. Como o Brasil é dividido em submercados, eles se conectam por meio dessas interligações. Desenvolvemos estudos para saber em que momento será preciso de mais interligações, de modo que as transferências energéticas sejam possíveis de se realizarem. Isso não significa que há dificuldades de fazer estudos, porque nós dominamos as tecnologias para estudos, inclusive somos exportadores desse tipo de serviços”. Consumidores livres – A energia elétrica do SIN é comercializada por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. Regulamentada pelo Decreto nº 5.177, de

12 de agosto de 2004, sucedendo ao Mercado Atacadista de Energia – MAE, a CCEE desempenha papel estratégico para viabilizar as operações de compra e venda de energia elétrica, registrando e administrando contratos firmados entre geradores, comerciantes, distribuidores e consumidores livres.

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No Maranhão, sintonia fina

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“Eu adoro o que faço. Trabalhar na área de operação foi a melhor coisa que me aconteceu”. É assim que Joaquim Carlos Britto fala dos seus quase 30 anos trabalhando na Eletronorte. Britto é um dos colaboradores da Empresa do tempo em que um problema na linha de transmissão era passado para o Centro de Operação por telefone, depois de identificado pela subestação. A causa do problema nunca era certeza e a ação para saná-lo demorava. Hoje, depois de 21 anos trabalhando no despacho da Regional de Transmissão do Maranhão, ele diz que a operação é um constante aprendizado e que todo dia é uma situação diferente, até porque trabalha diretamente com o produto final da Empresa, a energia elétrica. É lá que é monitorado todo o funcionamento dos pátios das subestações. O programa Sage coloca à disposição do operador um mapa de todas as subestações da Eletronorte. O operador sabe como está operando todo o sistema elétrico da Empresa, sempre em contato com os outros centros de operação.

José Martins Soares Neto (acima, à direita), operador da Eletronorte há 25 anos, sendo 21 deles no despacho, fala que o bom ambiente de trabalho e a ótima equipe influenciam diretamente no desempenho do operador. Martins conheceu a Eletronorte por curiosidade, quando viu um cartaz em sua escola sobre um curso técnico de operador de subestação. Ele fez o curso, gostou e hoje adora o que faz. Conta que a única situação complicada que passou na Empresa foi ainda como operador de subestação, quando sofreu um acidente de trabalho no momento em que a chave na qual estava mexendo ex-


plodiu. “Foi o único susto trabalhando aqui. Ainda bem que não aconteceu nada”, relembra. Os operadores possuem ligação direta com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, e, segundo Britto, fazem contato a “cada segundo”. Todas as instruções seguidas por eles vêm do ONS. “Para cada situação que acontece no sistema elétrico há uma instrução do Operador a ser seguida. Todo erro ou problema ocorrido possui um procedimento a ser adotado, ditado pelo ONS”, explica Martins. Mesmo sem a experiência de Britto, Aniceto de Pereira Neto (acima, no canto), engenheiro de produção, tem a mesma vontade de trabalhar em prol do sistema. “Gostei tanto do meu estágio, da Empresa e

leilão, ele vai pagar o preço preestabelecido, mesmo que a energia aumente o valor posteriormente”. Sazonalidade - Para aqueles que compram energia no mercado livre ou até para que os leilões ofereçam preços cada vez mais atraentes e acessíveis e, principalmente, livre de oscilações, o ONS desenvolve estudos e implementa medidas operativas que possibilitam à operação da rede elétrica atender aos critérios de continuidade, confiabilidade e qualidade de suprimento estabelecidos nos procedimentos de rede. “O resultado dessas ações pode ser constatado pelo desempenho verificado do SIN em algumas contingências, nas quais a correta atuação dos sistemas especiais de proteção permitiu restringir os efeitos das perturbações”, afirma Chipp. De acordo com ele, a melhoria da segurança no atendimento elétrico alcançada em 2007 é traduzida pelos indicadores de desempenho do SIN que,

das pessoas, que resolvi fazer o concurso para a Eletronorte e passei”. Com menos de um ano de casa, Aniceto já se sente parte da família e sabe de sua importância para a otimização dos serviços. Trabalhando diretamente com o funcionamento dos equipamentos, ele lida diariamente com a famosa Parcela Variável. “Faz parte da minha rotina monitorar e acompanhar as ocorrências da Parcela, para que todas as ocorrências sejam sanadas dentro do possível, sem qualquer dano por parte dela”. Aniceto se orgulha do seu trabalho, que executa com prazer. Para ele, a maior recompensa é o reconhecimento, tanto pela Eletronorte, quanto pelos colegas. “É muito bom sentir que somos úteis para a Empresa e saber que fazemos muita diferença”, conclui orgulhoso.

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São duas as formas de adquirir energia. Em ambientes de contratação regulada – ACR, do qual entidades de geração e de distribuição de energia elétrica participam dos leilões; e nos ambientes de contratação livre – ACL, em que participam agentes de geração, comercialização, importadores e exportadores de energia, além de consumidores livres. O ACL teve um aumento de 1% em 2002 para 25% nos primeiros quatro meses de 2007, “sendo um movimento motivado por redução de custos, flexibilidade contratual e segurança da oferta”, afirma Josias, que exemplifica o procedimento nas duas modalidades. “Na ACR, o consumidor vai a leilão e adquire a energia de quem oferece a menor preço. Ou ele pode comprá-la em pedaços, na forma de energia livre, mas por sua vez poderá sofrer aumento no preço por conta da sazonalidade. Geralmente quem compra no mercado livre são aqueles que dependem de pequenos montantes por um tempo curto. Se o contrato é fechado num

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Operador despacha a energia e controla os reservatórios

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do total de 2.119 perturbações, em apenas 15% das ocorrências verificaram-se cortes de carga, e dessas, 96,8% não resultaram em cortes maiores que 100 MW. Mas o fornecimento de energia não depende apenas do bom funcionamento do SIN. Não se pode contar, na verdade, com um obstáculo bem maior que é a natureza e, conseqüentemente, com o nível de água nos reservatórios, o que faz o ONS agir novamente. O Operador também é responsável pela coordenação e controle das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no SIN. De acordo com Josias, a operação passou a ser centralizada, diferentemente de antes, quando cada empresa era responsável pela operação. “Se eu fizer uma intervenção ou manutenção lá no Pará, tenho de avisar ao Operador, que faz a análise de pertinência. Sempre que alguma empresa ou entidade quiser acessar a rede, seja um novo consumidor de um lado, ou uma nova geradora de outro, eles terão de fazer o mesmo processo”. A centralização gerou outros ganhos, como a otimização de despacho – liberação de energia e potência nas usinas - e mitigação de riscos hidrológicos. “Apesar de a geradora ter um contrato firmado com determinada distribuidora que ganhou um leilão, o responsável pela operação da geração é o ONS, que considera como premissa o custo para ser despachado, e a usina que tiver menor custo vai ser despachada num primeiro momento, seguindo para aquelas de maiores custos”, afirma Josias. O despacho funciona da seguinte forma: como o Operador administra recursos hídricos abundantes, porém dependentes de um regime pluviométrico regional, seus estudos

de planejamento da operação avaliam as condições operativas futuras e recomendam medidas para que o suprimento de energia elétrica seja feito sem restrições e com margens de segurança adequadas. Assim, de acordo com os níveis de armazenamento, ações de coordenação do controle de cheias nos reservatórios das principais bacias hidrográficas do SIN são realizadas. Segundo Josias, “quando uma usina hidrelétrica – que, como já se sabe, tem custo menor que uma termelétrica – está com seu reservatório cheio, tem sua água mais barata, e o Operador despacha por lá, ao contrário de antigamente, quando cada usina cuidava de sua operação”. Da mesma forma, com a transição para a estação da seca, as condições hidrológicas revertem-se, e a geradora passa a receber energia. Isso acontece a partir do mês de maio, nas regiões Nordeste e Norte, e a partir de setembro, também no Sudeste e CentroOeste. “A Eletronorte, pela Usina Hidrelétrica Tucuruí, gera em função desse controle hidrológico. De janeiro a junho há muita água no reservatório, e quando esse valor cai, despachamos o máximo da usina. No período de menor volume de água, a Usina despacha o suficiente em função das condições hidrológicas e do que foi determinado pelo ONS, passando a ter uma operação com volume menor, e conseqüentemente em uma potência menor”, lembra Josias. Mesmo com potência menor, isso não significa que o sistema não estará sendo atendido, já que conta com o abastecimento de outras usinas. “Por isso o despacho é centralizado e otimizado. O intercâmbio na linha entre Tucuruí e determinada região pode se inverter, e Tucuruí também recebe energia. O Operador decide quanto cada usina irá gerar e a transmissão é feita por meio das linhas que estão disponíveis na rede”, afirma. O Diretor-Geral do ONS finaliza: “É aí que vemos a tarefa fundamental e a razão de ser deste Operador, que é operar essa transmissão com segurança, menor custo e utilizando a produção nos locais em ordem crescente de custo. O Operador tem funções de administrar os serviços de transmissão para que ela seja eficiente não apenas para fazer o papel de fio, mas também essa meta de obtenção da interconexão ser capaz de aproveitar os excedentes energéticos de uma região em relação à outra, em função dessa complementaridade”.


Sem sombra ou água fresca – Nas transmissoras, uma grande revolução na regulamentação foi a instituição da Parcela Variável, fazendo com que os transmissores mantivessem a disponibilidade das suas instalações o máximo possível, sendo passíveis de descontos na Receita Anual Permitida. “Se as empresas mantiverem sempre seus equipamentos disponíveis, maior será a remuneração, o que implica melhoria nos processos de manutenção, engenharia de operação, controle dos processos logísticos e aquisição de bens. Para cada equipamento, há uma franquia e só se tem a Receita descontada se estourar essa franquia, como uma torre de transmissão, que quando cai tem uma franquia de 20 minutos para religá-la”, lembra Josias. Sandoval esclarece que apesar de a Aneel aplicar as penalidades, o valor das multas não vai para a agência reguladora: “A fiscalização

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Tarifas - Se o nível de algum reservatório abaixa, as tarifas podem sofrer com isso. O engenheiro eletricista Sandoval de Araújo Feitosa Neto está na Aneel há três anos - fruto da primeira turma de concursados da Agência - e explica um dos motivos da variação das tarifas: “Os preços estão fortemente relacionados às fontes de geração, e nesse sentido, dependerão muito da matriz energética a ser explorada - hidrelétrica, termonuclear, fontes renováveis. Não podemos deixar de relacionar a questão do transporte de energia, uma vez que todos os grandes potenciais se localizam distantes dos centros de consumo”. Sandoval ressalta que a variação da tarifa é regulada pela Aneel. “Nem a Eletronorte ou qualquer outro agente tem domínio sobre isso. Os investimentos realizados pela distribuidora, co­mo custo da transmissão, pagamento do uso da rede e investimentos feitos no sistema, entre outros, é que a influenciam. A fixação de tarifas de energia passa por inúmeras variáveis e quem tem controle sobre elas é a Aneel, e, de forma pública e transparente, por meio de leilões”. E os leilões já trazem resultados: o preço de referência, antes baseado no valor que existia na Eletrobrás com as empresas estatais, sofreu redução de até 50%. “A idéia era se ter uma tarifa única no Setor, mas agora cada concessão tem os valores diferenciados. Quem faz esses cálculos é a Aneel, seguindo um conjunto de regras pré-definidas, como custo de expansão do sistema, depreciação e desempenho da empresa”, recorda Márcio.

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tem caráter educativo e orientador, até porque os recursos vão para o Governo Federal”. Márcio explica: “Como todas as empresas estão sujeitas à Parcela Variável, perdendo receita se ultrapassarem um determinado nível de indisponibilidade, elas têm de melhorar a continuidade, e isso requer uma campanha de conscientização de todos, porque a inserção no mercado competitivo está diretamente ligada à melhoria dos processos. Os agentes perceberam que o foco principal é a competitividade, e quem não reduzir custos e se tornar competitivo e atual vai perder lugar no mercado”. Além da fiscalização, Sandoval (foto acima) enumera outros desafios da Aneel, hoje muito maiores do que aqueles da época de sua criação, em 1998: “Fazer uma regulação mais eficiente, fiscalizar preventivamente sempre objetivando a qualidade do serviço, garantir que as concessionárias prestem bom atendimento aos seus clientes, com manutenção adequada, pronto atendimento e do produto”. Há dez anos, havia apenas 13 transmissoras, enquanto hoje esse número cresceu para mais de 70. “Somente em outubro de 2008 serão leiloados 27 lotes de transmissão, e com isso podem ser 27 novos concessionários, pois, por exemplo, se a Eletronorte participar e ganhar um lote sozinha ela continua a ser a Eletronorte, mas se ela entrar num consórcio torna-se outra empresa, e conseqüentemente, um novo concessionário de transmissão para ser fiscalizado”, lembra Sandoval.

A fiscalização da Aneel começa a partir da assinatura de contrato de concessão, inclusive na fase de obras, no cumprimento de seu calendário. “Temos de assegurar que o planejamento está sendo cumprido e que determinada linha esteja pronta e não haja problemas de abastecimento. Antigamente, como cada empresa era responsável pelos seus investimentos, o planejamento era meramente indicativo, enquanto hoje esse planejamento da transmissão é determinativo”, enfatiza o engenheiro. A fiscalização das demais fases visa a garantir utilidade, qualidade e segurança, verificando conservação dos ativos, procedimentos de manutenção, de operação, capacitação das equipes, condições de segurança da instalação e cumprimento do programa de manutenção. Atualmente, estão sendo acompanhadas pela Superintendência de Fiscalização Energética da Aneel 116 obras de linhas de transmissão e 256 obras em subestações, todas com horizonte de energização em 2009. Crescimento por mais dez anos - Daqui a dez anos, as expectativas para o novo modelo do Setor serão as melhores possíveis. Josias ressalta que o Norte será muito beneficiado, até porque a maior parcela de investimentos na área de geração e transmissão está destinada para a região, que também abriga o maior potencial de energia hidrelétrica do País. “Além disso, a expansão do SIN acarretará também a redução da Conta de Consumo de Combustível – CCC, com 4.721 km de linhas de transmissão a serem construídas até 2010, e mais 613 km após essa data. Cerca de 70% do potencial remanescente de energia elétrica está na região, algo como 164 GW”, acrescenta. Para Paulo César, os desafios são tão grandes quanto convidativos: “O Setor Elétrico ainda precisa crescer muito, e tem muito o que fazer, principalmente com as diferenças sociais ainda existentes, fazendo da energia elétrica um elo importante. No ritmo que estamos, em mais dez anos atingiremos patamares ainda maiores de qualidade e segurança. Hoje não temos mais nenhum risco de apagões ou


racionamento, mas sempre devemos estar atentos porque o mercado, com o desenvolvimento econômico e o crescimento do PIB, acarreta também o aumento da demanda de energia elétrica. Uma das funções da EPE, para que sempre estejamos na frente, é que saibamos as perspectivas de crescimento para os estudos de geração e planejamento energético e planejamento da transmissão”. Sandoval concorda: “Entendo que as melhorias no Setor Elétrico são perceptíveis, como por exemplo, a capacidade de investimento das empresas foi retomada; o planejamento centralizado e coordenado traz maior segurança elétrica e energética; a melhora na governança corporativa das empresas, impulsionada pela concorrência em alguns

segmentos, traz benefícios à política tarifária e à qualidade dos serviços. Se não temos o melhor modelo do mundo, seguramente ele apresenta muitas vantagens. Entretanto, em qualquer cenário pode-se assegurar que é muito pouco provável que haja uma regressão nos avanços observados como, por exemplo o surgimento de grandes investimentos públicos e, principalmente privados, na ampliação do setor de transmissão brasileiro; retomada de grandes obras de geração, interligação de grandes regiões do País que hoje são supridas por energia cara e poluente, o desafio do aproveitamento de grandes potenciais hidrelétricos, principalmente na região amazônica, e a entrega desses blocos de energia nos principais centros de consumo”.

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Fonte: ONS

O SIN no horizonte 2008/2010

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GERAÇÃO

Michele Silveira “Até 1981, vamos ter de economizar eletricidade para Belém continuar crescendo”. A frase deu o tom à campanha do uso racional de energia durante o tempo em que Belém consumia cerca de 800 toneladas diárias de óleo combustível para geração termelétrica. Apesar de ter sido a primeira capital brasileira a fornecer energia elétrica para sua po-

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Os caminhos da energia de Tucuruí

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pulação, por muitos anos a escuridão foi um pesadelo real para moradores, empresários e turistas da capital paraense. Em cada quarto de hotel, um pequeno castiçal e uma caixa de fósforos faziam companhia a uma vela já marcada pela sobra queimada de uma noite escura. Para quem está acostumado ao calor da cidade, uma pergunta é inevitável: e os ventiladores? E o ar-condicionado? O fato é que, até bem pouco tempo, o fornecimento


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de energia elétrica em Belém era marcado pelas incertezas. Toneladas de óleo foram queimadas para gerar uma luz que sempre acabava. Hoje não dá para imaginar o Theatro da Paz ou a Casa das Onze Janelas sem a iluminação que atrai milhares de visitantes. Para quem senta às margens da Baía do Guajará, nas tradicionais cervejarias da Estação das Docas, fica difícil imaginar uma Belém apagada.

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Entre 1968 e 1974, no contexto econômico e geopolítico de um governo militar, surgem as rodovias – entre elas a Transamazônica – e os projetos de colonização da Amazônia. Anos mais tarde, um estudo da Comissão Mundial de Barragens confirmava a situação crítica da época: “o abastecimento regional por centrais termelétricas – à exceção das pequenas hidrelétricas de Coaracy Nunes, no Amapá, e de Curuá-Una, em Santarém, no Pará – não seria mais suficiente para atender ao intenso crescimento de Belém após a construção da rodovia Belém-Brasília, e de núcleos antigos e novos em decorrência da ocupação planejada e espontânea”. A primeira tentativa de equacionamento do potencial hidráulico da Amazônia foi desenvolvida no final dos anos 60 e início dos

70 pelo então Comitê Coordenador dos Estados Energéticos da Amazônia – Eneram, criado em 1968. Os estudos estavam orientados para atender Belém, apresentando diferentes opções para a localização de uma usina hidrelétrica, inclusive dois sítios no Rio Tocantins, sendo um deles Tucuruí. Foi então que a Eletrobrás iniciou o inventário da Bacia Araguaia/Tocantins e, em 1973, foi criada a Eletronorte. A partir daí, a Usina Hidrelétrica Tucuruí começou a escrever um novo capítulo na história do Pará. Mais tarde, com o Sistema Interligado Nacional - SIN, Tucuruí passa a contribuir com energia e novas histórias para cada canto do País. Em 1974, o Programa Polamazônia – Pólos Agropecuários e Minero-Metalúrgicos – priori-

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Caminho da internacionalização

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Venezuela, Peru, Namíbia e Angola. São os primeiros caminhos da Eletrobrás além das fronteiras brasileiras. Em abril deste ano o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 11.651, que permite à empresa atuar no exterior. Sem perda de tempo, a companhia já começou as negociações com dezenas de países de todo o mundo, especialmente com os sul-americanos. É o início de um momento histórico, em que o Sistema Eletrobrás reorganiza-se internamente, volta-se para o exterior e prepara um salto na Bolsa de Nova York. De acordo com o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, os estudos completos de como será o avanço mundo afora estarão prontos no primeiro trimestre de 2009: “Por essas diretrizes, temos duas prioridades em termos de projetos e parcerias internacionais: a primeira é procurar projetos que agreguem energia nova ao Brasil, que possa ser vendida nos nossos leilões. A segunda é a que aponta a integração dos sistemas de energia dos países vizinhos do Brasil. Nossa segunda prioridade serão projetos de linhas de transmissão que interliguem os países da América do Sul.” Entre os primeiros portos visados pela Eletrobrás está o Peru. As conversas com o país andino já estão bem adiantadas e o governo peruano ofereceu 15 projetos à companhia, num total de 20 mil MW. “Escolhemos seis, que estamos analisando”, diz José Antonio, adiantando que os primeiros estudos deverão estar prontos em novembro. Depois dessa fase, que é o primeiro passo no caminho de implantação de uma usina, vêm os estudos de viabilidade financeira e ambiental, que levam, em geral, 24 meses. Superadas as etapas técnicas, é a vez do financiamento. Segundo o Presidente, cada caso será submetido à

apreciação do Conselho de Administração. Mas ele faz questão de ressaltar um ponto que considera essencial: “Só vamos entrar em empreendimentos fora do País em lugares cujas taxas de retorno sejam pelo menos iguais às que exigimos no Brasil”. Interconexão - Outro assunto bem encaminhado é o Convênio de Cooperação de Interconexão Elétrica com a Venezuela. No início de julho de 2008, representantes da Eletrobrás, Eletronorte, Cepel e CVG-Edelca (centro de pesquisas venezuelano equivalente ao Cepel) reuniram-se para dividir o trabalho em cinco grupos de estudo. Numa fase um pouco anterior está um dos mais ambiciosos projetos da área internacional, que também envolve os venezuelanos: a interligação Brasil-Venezuela por meio de fibra ótica. Em parceria com a Oi, a Brasil Telecom e a Companía Anônima Nacional Teléfonos de Venezuela, a Eletrobrás interligaria o sistema de telecomunicação do Brasil com a rede de telecomunicações do país vizinho. Na África, a Eletrobrás foi contratada para elaborar os estudos de inventário de um empreendimento hidroelétrico na fronteira da Namíbia e Angola. Com a Nigéria, estão sendo negociados memorandos de entendimento nas áreas de eletrificação rural, fontes alternativas, planejamento energético e eficiência energética. Essa última área é também foco das conversas da empresa brasileira com o Marrocos, que se mostra interessado na experiência da Eletrobrás com fontes alternativas e distribuição de energia. (Fonte: Eletrobrás)


Foto: Fiepa

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Caminho da economia – Se já é difícil pensar em um turista sem energia elétrica em Belém, mais difícil ainda é imaginar a maior província mineral do mundo, o Estado do Pará, sem energia para apostar na produção de minérios e na verticalização dessa produção. “Temos um Pará antes e depois de Tucuruí. Lembro-me das inúmeras vezes em que precisávamos sair à noite para desentupir canos fechados pelo óleo que consumíamos para gerar energia. Não dava para imaginar uma produção industrial, mesmo em pequena escala, porque Belém não tinha energia. E por muito tempo enfrentamos os obstáculos de quem não queria que o Pará crescesse; aliás, ainda enfrentamos isso”, diz o presidente do Centro das Indústrias do Pará, José Maria Mendonça (foto ao alto, à direita). Coordenador da Comissão de Energia da Federação das Indústrias do Pará – Fiepa, criada em setembro de 2008, Mendonça re-

clama da resistência de alguns setores e de quem promove o que ele chama de ‘terrorismo ambiental’: “É claro que um empreendimento tem de ser pensado com a questão ambiental, mas o Pará e o Brasil não podem ser vítimas de uma resistência nem sempre necessária”, afirma. Durante a primeira reunião da Comissão, realizada no início do mês de outubro, em Belém, o presidente da Eletronorte, Jorge Nassar Pal­­ meira, lembrou que, para atender o atual ritmo de crescimento do País, seria necessário a construção de mais ou menos uma usina do porte de Belo Monte por ano. Segundo ele, enquanto a demanda de energia no Brasil cresce cerca de 5% ao ano, a Região Norte vem acumulando uma demanda anual em torno de 12%, impulsionada principalmente pelos investimentos anunciados pelas empresas de mineração no Pará. Ainda no mês de setembro deste ano, o Instituto Brasileiro de Mineração – Ibram, divulgou uma pesquisa inédita que classificou a Amazônia Legal como a segunda maior região exportadora da indústria mineral do Brasil. A pesquisa traz um levantamento dos indicativos do setor mineral na região amazônica de janeiro a agosto de 2008. De acordo com o estudo, Pará e Maranhão responderam por 26% da exportação da indústria extrativa e de transformação mineral da Amazônia Legal, cujo saldo da balança comercial foi superavitário em US$ 6,6 bilhões neste período. Para o presidente do Ibram, Pau­lo Camillo Penna (ao lado), os resultados do setor mineral mostram que “quase 30 mil empregos devem ser gerados entre 2008 e 2012 no Pará”. A mineração contribuiu, em 2007, com cerca de 1,8 milhão de empregos diretos no País, sendo 145 mil da indústria de extração mineral. Em 2008, a previsão é que esse número ultrapasse dois milhões, sendo 160 mil na indústria de extração.

Foto: Ibram

za espaços ao invés da extensão de rodovias; valoriza a região, particularmente o Estado do Pará, como província mineral do País, capaz de aliviar a crise econômica por meio da exportação de minérios com a participação do capital estrangeiro. Na medida em que a crise do petróleo afetou também a produção de alumínio do Japão e dos Estados Unidos devido ao alto custo de energia, houve grande interesse deles em explorar os recursos minerais e energéticos amazônicos. Paralelamente, bus­ ca-se garantir o suprimento de energia a Belém, São Luís e Marabá, bem como efetuar a interligação elétrica com o Nordeste. Em 2006, as pesquisadoras Maria Goretti da Costa Tavares, professora da Universidade Federal do Pará; Maria Célia Nunes Coelho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e Lia Osório Machado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, publicaram na revista do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia – Naea, um estudo sobre as “Redes de distribuição de energia e desenvolvimento regional na Amazônia Oriental”. Segundo elas, até a década de 70, a energia na maior parte da região amazônica era fornecida por pequenas usinas térmicas, destinadas ao consumo de cidades isoladas, o que não só encarecia sobremaneira a distribuição como impedia a geração da energia disponível no âmbito sub-regional. Mesmo os maiores centros urbanos, como Manaus e Belém, utilizavam usinas térmicas movidas a óleo combustível enquanto os centros urbanos menores dispunham de motores a diesel.

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Caminho do minério - É no Pará que será investida a maior parte dos recursos previstos pelo setor mineral para os próximos quatro anos. Dos US$ 57 bilhões que as indústrias de extração e transformação mineral investirão, US$ 23 bilhões serão destinados à infra-estrutura e projetos em território paraense. Esse montante representa 40% do total nacional, 10% a mais que o segundo beneficiado, Minas Gerais, que receberá US$ 18 bilhões. Segundo Camilo Penna, até 2012 os investimentos na Amazônia Legal devem atingir US$ 24,2 bilhões. Questionado sobre a demanda de energia elétrica pela indústria no Pará, Mendonça diz que o desafio é garantir a verticalização da produção. “Temos um exemplo muito simples e que já nos mostra a demanda de energia. A Vale extrai bauxita, exporta uma parte e vende outra para o mercado brasileiro. A Alunorte a transforma em alumina e fornece para a Albrás, que exporta uma parte e comercializa outra aqui. O alumínio é a alumina mais a energia elétrica e a mãode-obra. Essa cadeia fica comprometida em expandir sua produção se faltar energia. Estamos vendo os anúncios de investimentos e não podemos esquecer que, sem energia, não será possível concretizar as expansões. Existe uma campanha violenta contra as hidrelétricas, mas é uma posição enganosa, de quem não quer desenvolver o Pará e a Amazônia. É um equívoco pensar em preservá-la sem desenvolvimento”, critica. É mesmo difícil imaginar esses dados sem a energia gerada por Tucuruí. “Antes da Usina não podíamos imaginar a implantação de empresas de mineração, muito menos a ampliação”, afirma Mendonça. Em junho de 1979, depois de uma visita ao canteiro de obras, o então presidente João Figueiredo chegou estusiasmado a uma reunião da Superintendência para Desenvolvimento da Amazônia - Sudam: “Venho de Tucuruí, onde 30 mil pessoas se congregam na selva amazônica, em torno da maior hidrelétrica inteiramente construída em território nacional. Graças à energia de Tucuruí, nomes como Carajás, Trombetas e Itaqui sairão da geografia física da Amazônia para entrar na história econômica do Brasil”. Em 1980, a Eletronorte obteve financiamentos com a Caixa Econômica Federal,

bancos japoneses e a Finame a fim de concluir a obra. Nessa época, Tucuruí absorveu cerca de 93% do programa de investimentos da Empresa e chegou a mobilizar 26 mil trabalhadores somente naquele ano. “Os momentos mais difíceis foram a falta de recursos e as ameaças que sofremos quando iniciamos o processo de fechamento. Todo dia chegava uma notícia diferente e nós tínhamos que lidar com especialistas de todos os tipos”, lembra o engenheiro Humberto Gama (foto à esquerda), que foi chefe da obra e, 30 anos depois de ter ido com a família para enfrentar o desafio de Tucuruí, fala da Hidrelétrica como exemplo de capacidade técnica da engenharia brasileira. O tempo passou e as críticas ficaram na cabeça de quem viveu Tucuruí como um so-


Caminho da luz – Em 1980 a Eletronorte fechava os primeiros contratos de forneci-

mento da energia de Tucuruí com a Alcoa, no Maranhão, e a Albrás, no Pará, que entrariam em vigor em 1984. Mas antes mesmo que as máquinas entrassem em operação, a Eletronorte antecipou a interligação Norte-Nordeste. A idéia foi motivada pelos problemas de suprimento em Belém, cada vez mais intensos. Além disso, conectar Tucuruí às usinas da Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco - Chesf terminaria com parte da cara e insuficiente geração térmica, contribuindo, inclusive, para a redução com os custos de geração no próprio canteiro de obras. Quase duas mil torres, mais de 12 mil quilômetros de cabos condutores e cinco subestações formaram o primeiro sistema de transmissão pesado da Amazônia. “Toda a logística foi preparada de forma rigorosa,

Estradas, torres, postes: caminhos unidos pelo Brasil

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nho próprio: “Lembro-me de um artigo publicado em um jornal, em que um desses especialistas que apostavam no fim de tudo em Tucuruí, reconheceu que a tragédia não era verdade. Tucuruí foi muito bem feita e, mesmo sem uma legislação ambiental como a que temos hoje, conseguiu estabelecer mecanismos sérios e efetivos de preservação ambiental. A natureza é que decide onde podemos ter uma hidrelétrica. Você já ouviu falar alguma vez numa hidrelétrica nas Cataratas do Iguaçu? É claro que não. E nem vai ouvir. A engenharia brasileira trabalha, cada vez mais, com a integração entre a natureza e a tecnologia”, afirma.

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Foto: Vale

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U$ 23 bilhões para o minério que corre no Pará

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já que uma simples operação, no meio da floresta, tornava-se extremamente árdua”, relembra Humberto. Para a travessia do Rio Tocantins, seis torres foram erguidas em cada margem, com 118 metros de altura e 1.350 metros de vão livre. Em outubro de 1981 o canteiro de obras e a cidade de Tucuruí já começavam a receber a energia gerada pela Chesf que, em dezembro, chegaria a Belém. Não foi um ano fácil, sobretudo pela falta de equipamentos de compensação reativa. O suprimento a Belém dependia quase que exclusivamente do parque térmico absorvido pela Eletronorte. Mas o dia-a-dia no interior ainda precisaria esperar um pouco mais para receber energia. Mesmo com Tucuruí, a Eletronorte era impedida de comercializar energia para uso residencial. O rebaixamento de tensão estava a cargo das distribuidoras estaduais. “Quando chegávamos em Cametá, por exemplo, mal podíamos falar que éramos da Eletronorte. O custo de rebaixamento é bastante elevado e as distribuidoras levavam em consideração a demanda. Hoje o programa Luz Para Todos cumpre um papel importante nessa área.

E Tucuruí contribui de forma definitiva para esse processo. Sem geração não haveria distribuição”, afirma Gama. Mesmo com dificuldades em algumas regiões, de cinco municípios paraenses com eletrificação em 1984, passou-se para 21 em 1989. Uma parte significativa desses 21 municípios localizava-se ao longo das rodovias implantadas (BR-101, PA-150, BR-222 e estrada de ferro Carajás). A informação é do já citado estudo publicado pelo Naea, no qual é considerado que, a partir de 1970, iniciou-se um segundo momento que vai até 1984, ano da inauguração de Tucuruí e da conclusão da estrada de ferro Carajás. Nesse período, a eletrificação estendeuse para outros municípios, acompanhando não só a introdução de infra-estruturas de transporte e de energia, mas também a implantação de projetos agropecuários e industriais e o crescimento do comércio nas antigas sedes municipais e nas vilas e cidades emergentes. Os municípios eletrificados foram Conceição do Araguaia e Santana do Araguaia (PA-150), Paragominas (BelémBrasília) e Tucuruí. O consumo residencial e comercial dominava a demanda dessas lo-


Caminho da integração – E se você definisse o papel de Tucuruí no Brasil em uma palavra? A pergunta é dirigida a Humberto Gama, que mesmo com tempo e espaço para as histórias sobre os anos de construção da Usina, responde de forma rápida: “Integração”. E parece ser esse mesmo o destino de Tucuruí. Depois da interligação com o Nordeste e o atendimento pleno a Belém, a Usina passou a gerar energia para o norte do Tocantins e o nordeste do Pará. Em 1997, em parceria com a Celpa, iniciou-se a construção do sistema oeste do Pará, o chamado Tramoeste, que passou a atender 800 mil consumidores de 12 municípios e mais 130 pequenas localidades ao longo da Transamazônica. Em Cametá, a solução chegou em 1998, junto com o sistema Moju-Tailândia, da Celpa. Em parceria com Furnas, a Empresa construiu o Sistema Norte-Sul, com mais de mil quilômetros, tendo como pontos terminais as subestações Imperatriz, no Maranhão, e Samambaia, no Distrito Federal. Com investimentos de R$ 800 milhões, a obra possibilitou a união dos sistemas Norte-Nordeste e Sul-Sudeste-Centro-Oeste, o que permitiria a operação otimizada dos reservatórios para a transmissão de excedentes entre as regiões. Era o início do Sistema Interligado Nacional - SIN. Concluída em apenas 12 meses, a linha foi energizada em 1999 e elevou a capacidade de atendimento do sistema em proporção equivalente a uma hidrelétrica de 1.000 MW. A energia de Tucuruí sai do Pará rumo aos estados brasileiros interligados, por meio do SIN, administrado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS (ver matéria na página 14). Em Porto Alegre ou em Natal, a eletricidade chega por meio de um complexo e eficiente sistema de transmissão que permite o despacho da energia disponível mais barata para cada centro de demanda. E a interligação não pára por aí. Macapá e Manaus também serão interligadas ao SIN por meio do linhão Tucuruí-Macapá-Manaus, com um total

de 1.811 quilômetros de extensão. Quando também deixarem de fazer parte do sistema isolado, os estados do Acre e Rondônia vão garantir uma economia de R$ 864 milhões ao ano. Hoje abastecidos com energia gerada pela queima de óleo diesel, deixarão de queimar 1,2 milhão de litros de óleo diesel, além de contribuir para a redução dos impactos ambientais da geração térmica. Hoje, a interligação dos sistemas elétricos brasileiros caminha para a internacionalização da energia brasileira. A próxima etapa é a integração com os sistemas de outros países sul-americanos. Um dos exemplos mais comuns são os regimes hidrológicos complementares, como o da Venezuela e do Brasil. A Região Norte, em especial a área localizada ao longo do Rio Amazonas, possui regime de chuvas cujo período úmido acontece entre dezembro e maio. No Complexo de Guri, na Venezuela, o regime é exatamente o oposto. “Quando, por exemplo, tivermos Belo Monte em operação, haverá um ganho significativo de energia em razão dessa diferença. Como os regimes são complementares, teremos energia aqui quando estiver faltando na Venezuela, e vice-versa”, afirma o superintendente de Geração da Eletronorte, Luiz Fernando Rufato (ao lado). O caminho da internacionalização (ver box) também passa por Tucuruí. Os estudos para implementar uma terceira casa de força na Usina apontam para um incremento que pode chegar a 1,5 mil MW. “Quando o vertedouro está aberto, estamos desperdiçando energia. Não temos uma bateria ou qualquer outro dispositivo capaz de armazená-la e, portanto, o ideal é que pudéssemos aproveitar essa água já armazenada”, explica Rufato. Hoje, Tucuruí pode vender ao SIN a energia assegurada, que é de 4.140 MW. No atual modelo não seria possível fazer a venda da energia excedente ao mercado brasileiro: quando a Hidrelétrica gera mais do que a energia assegurada, o valor de mercado é simbólico, já que o Sistema assegura a energia mínima disponível no mercado no caso de Tucuruí não gerar os 4.140 MW nas épocas de pouca vazão. Com a terceira etapa, a idéia é comercializar a energia adicional por meio da interligação da Usina, via Manaus, com as hidrelétricas do Rio Caroni, na Venezuela.

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calidades. No terceiro momento, entre 1984 e 1990, a eletrificação de novos municípios refletiu o processo de migração e urbanização acelerada, facilitado pela construção de Tucuruí e Carajás, pela emergência de novos municípios - possibilitada, particularmente, pela Constituição de 1988 -, e a expansão da rede de distribuição de energia elétrica na região.

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A água que verte pode gerar mais 1,5 mil MW

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Caminho de sonhos - Há 20 anos a Eletronorte começou um amplo estudo de cenários macroeconômicos e energéticos da Amazônia. O primeiro foi realizado em 1988 e tinha como objetivo embasar suas projeções de demanda de energia elétrica e as decisões estratégicas e de desenvolvimento. Retomados em 1998, os estudos reúnem instituições de pesquisa, empresas, governos estadual e federal, órgãos de classe e diversas entidades representativas. Em 2005 foram feitos os Cenários Macroeconômicos para a Amazônia 2005 – 2025. Em 2006 chegou a vez dos estados do Pará e Maranhão, quando foi construída uma base para o prognóstico socioeconômico, com o objetivo de subsidiar os cenários alternativos para o planejamento da demanda de energia elétrica no horizonte 2006 – 2026. Como num longa-metragem, a chamada Cena 3 – 2017 a 2026 do Cenário do Pará,

prevê que o estado, em consonância com outros da Amazônia, “desencadeie um movimento que repercuta em toda a região, criando bases para a efetividade de uma política de desenvolvimento regional sustentável”. Com as marcas de reconhecidos programas socioambientais, do desenvolvimento econômico e da geração de trabalho e renda, Tucuruí é personagem principal desse cenário. Sem lembrar do tempo em que os castiçais e as velas guardavam o cheiro de escuridão, há quem se arrisque a projetar um futuro sem energia. Mas o tempo mostrou que as tragédias foram só anunciadas, e que a Amazônia precisa de tecnologia, identidade e desenvolvimento para preservar seu povo e sua floresta. Difícil agora será imaginar uma Amazônia escura nos olhos daqueles ribeirinhos para quem o Luz para Todos levou as letras, a cidadania e, por que não, a primeira geladeira.


César Fechine A necessidade de cuidar do meio ambiente une recursos e esforços da academia e de várias instituições públicas e privadas frente aos novos empreendimentos de que o País precisa. Na região amazônica, o Pará começa a despontar como pólo tecnológico com projetos como o da modernização do Centro de Tecnologia da Eletronorte, a implantação do Parque Tecnológico do Guamá, a estruturação de campi universitários avançados em várias cidades e projetos como o Navega Pará e o de redes cooperativas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação. “Todos esses projetos contam com a participação da Eletronorte. Hoje, há uma necessidade muito grande de as empresas terem investimentos em ciência e tecnologia, pois isso é um diferencial competitivo, sobretudo no Setor Elétrico com os leilões de novos empreendimentos”, afirma o engenheiro Francisco Roberto Reis França, gerente do Centro de Tecnologia da Eletronorte (à direita).

A parceria com a Universidade Federal do Pará – UFPA tem gerado resultados como o estudo para identificação do enxofre corrosivo nos transformadores e reatores utilizados pela Empresa. O trabalho comprovou a presença de enxofre corrosivo no DBDS, um composto adicionado ao óleo isolante dos transformadores e reatores com o objetivo de estabilizar a oxidação. A pesquisa comprovou que o enxofre existente nesse composto se decompõe com a al­­ta temperatura, deteriorando o cobre dos equipamentos. “Com isso poderiam ocorrer explosões nos equipamentos, causando enormes prejuízos para as empresas”, relata o químico Augusto Saraiva, coordenador do projeto.

A tecnologia como diferencial competitivo

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TECNOLOGIA

Olhar para o futuro

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Atualmente, todos os equipamentos operados pela Eletronorte passam pela análise para a detecção do enxofre corrosivo. Amostras de todo o óleo comprado pela Empresa também passam por análises, antes dos procedimentos de montagem dos equipamentos e comissionamento. Esse trabalho está gerando uma economia para a Empresa estimada em R$ 8,9 milhões/ano, que é calculada de acordo com o valor do óleo que será trocado pelos fabricantes. “Temos uma parceria extremamente construtiva e produtiva com a Eletronorte, que entendeu, como outras empresas brasileiras, entre as quais talvez a Petrobras seja a mais emblemática, que buscar uma associação com universidades e demais instituições é fundamental para o desenvolvimento real do nosso País”, declara Roberto Dall’Agnol, pró-reitor da UFPA (ao lado). Essa parceria deve ser estreitada, sobretudo na Amazônia, onde estão os principais potenciais energéticos do Brasil. “Quando se fala em mudanças ambientais e climáticas, a Amazônia está sempre associada e aparece em primeiro lugar. É um grande desafio encontrar alternativas econômicas, ao mesmo tempo em que temos que preservar os recursos da floresta”, acrescenta Dall’Agnoll. A UFPA tem hoje 11 mil alunos, 40 programas de pós-graduação, dos quais 19 de doutorado e se expande para todas as regiões do Estado do Pará. Várias pesquisas são feitas juntamente com a Eletronorte nas áreas de engenharia, telecomunicações, sistemas inteligentes, química e aproveitamento energético, bem como estudos biológicos, em Tucuruí, sobre genética de microorganismos.

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Laboratórios - O projeto para detectar o enxofre corrosivo foi desenvolvido no Centro de Tecnologia da Eletronorte, que está dividido em três grandes áreas: química, mecânica, e automação e ensaios elétricos. Essas áreas estão subdivididas em 14 laboratórios, que fazem ensaios em óleos isolantes, combustíveis e lubrificantes; química instrumental

Química e meio ambiente O que química, tecnologia e meio ambiente têm a ver com energia elétrica? “Tudo. Nós trabalhamos numa área a­brangente, que vai desde as condições socioeconômicas até à química, ao meio ambiente, à engenharia elétrica, à mecânica. E a tecnologia é fundamental para a viabilidade dos empreendimentos, tudo está relacionado”, responde o químico Augusto Saraiva (acima). Ao reunir centenas de professores, estudantes e especialistas de diversas instituições em três eventos simultâneos, o V Workshop de Química e Meio Ambiente, a III Feira de Inovação Tecnológica e o III Prêmio Muiraquitã, em Belém (PA), no mês de outubro de 2008, a Eletronorte propiciou meios para a troca de conhecimento, tão necessária para a excelência empresarial e para a realização de novos empreendimentos. No Workshop foram apresentados temas tais como os efeitos dos gases de efeito estufa, monitoramento de gás metano em hidrelétricas, mecanismos de desenvolvimento limpo, projetos que possibilitam o seqüestro de carbono e controle do gás SF6, um dos principais causadores do efeito estufa. Participaram das apresen-

e ambiental; análises de corrosão eletroquímica e testes em equipamentos de proteção individual e coletivos. “O Laboratório de Química faz hoje a análise de óleos isolantes de 2.623 equipamentos, entre transformadores e reatores, sendo 1.619 da Eletronorte e 1.004 de clientes externos”, informa Lídio Nascimento, gerente de Tecnologia de Ensaios do Centro de Tecnologia da Eletronorte.


Para cada amostra de óleo são feitos até dez tipos de ensaios, o que representa mais de 26 mil por ano. Também são realizadas análises de cor, tensão interfacial, isolamento, energia elétrica e gascromatografia, que é a extração dos gases presentes no óleo, bem como a análise dos gases presentes em outros equipamentos. No laboratório de espectrometria de massas são feitos os ensaios físico-químicos dos

as alternativas”, afirma Augusto. Ele defende a idéia de que o futuro da geração de energia elétrica passa pela extração e armazenamento de hidrogênio. “Se conseguirmos uma forma rápida, barata e segura de extrair e armazenar o hidrogênio, nós poderemos revolucionar completamente o mercado de geração de energia”.

óleos lubrificantes (utilizados nos mancais das turbinas e unidades geradoras), isolantes (de transformadores e reatores) e os óleos combustíveis utilizados nas térmicas. E a análise dos óleos por meio da gascromatografia permite identificar o perfil dos gases característicos emitidos nos episódios de falhas dos equipamentos, como uma descarga parcial. Na incidência de qualquer tendência a defeito, as equipes de manutenção tomam ações preventivas, trocando o óleo ou programando o desligamento do equipamento. O laboratório faz hoje o trabalho pioneiro de analisar a viscosidade do óleo vegetal isolante, utilizado em dois equipamentos na Subestação Epitaciolândia, no Acre. “Temos informações de que outros três equipamentos que utilizam óleo vegetal estão em comissionamento em Rondônia e no Amapá”, informa o analista químico Maurício Araújo de Lima.

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tações especialistas e professores da UFPA, Lactec, CpQD, BNDES, USP e Coppe. “Vivemos hoje num contexto onde a concorrência é acelerada. Quem tem lido sobre o assunto energia sabe que é muito incerto o futuro da geração elétrica e que há a necessidade de se pesquisar a respeito de todas

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No primeiro ano de operação desses transformadores e reatores, o acompanhamento periódico é feito num intervalo menor. As coletas acontecem em intervalos de 24 horas após a energização, 48 horas, um mês, seis meses e um ano. A demanda para análise de óleo vegetal deve crescer com a utilização de biodiesel nos equipamentos e o laboratório se prepara para comprar mais instrumentos e fazer a automação de alguns processos.

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Alumínio - Outra importante pesquisa feita por meio de um projeto de pesquisa e desenvolvimento da Eletronorte em parceria com a UFPA, com o Centro Federal de Ensino Técnico do Pará – Cefet, e com a empresa Alubar, foi desenvolvida para auxiliar no processo de fabricação de cabos de alumínio utilizados na transmissão de energia elétrica. As pesquisas desenvolvidas tiveram o objetivo de melhorar a composição química da liga de alumínio. Quem explica é o engenheiro França: “Havia uma dificuldade no processo de trefilação, que é quando a máquina estica o vergalhão de alumínio para fabricar o cabo. Nesse processo, o cabo arrebentava”, explica. A Alubar possui vários convênios para o desenvolvimento de pesquisas na área de condutores elétricos com a UFPA, que propôs a participação da Eletronorte nos estudos, por meio do Centro de Tecnologia. “A UFPA foi o elo entre a Alubar e a Eletronorte. A parceria entre as três instituições agregou valor às pesquisas e fez com que otimizássemos a produção”, diz o engenheiro Ulysses Rodrigues (abaixo), que participou do projeto como bolsista e hoje trabalha na Alubar. Esses cabos têm a grande vantagem de serem fabricados sem a utilização de ‘alma de aço’ na parte interna, que encarece o produto e deixa o cabo mais pesado. A liga deixa o cabo mais leve, diminuindo os custos dos projetos de transmissão, atendendo aos requisitos das normas técnicas e melhorando a performance de produção. Hoje, a Alubar é parceira da Eletronorte em

alguns empreendimentos. “A parceria faz com que tenhamos um diferencial estratégico na participação em leilões de transmissão. E várias sociedades de propósito específico que integram novos empreendimentos, vão passar a utilizar esse tipo de cabo”, acrescenta França. Qualidade - Para medir a qualidade da energia transmitida pela Eletronorte, o Centro de Tecnologia tem vários sistemas desenvolvidos, como o Alerta QE, já registrado e patenteado, que é um sistema composto por software e hardware que faz o controle de tensão, freqüência e outros parâmetros das cargas. O sistema monitora a qualidade da energia, alertando os operadores nos centros de operações regionais quando há problemas nas faixas de tensão e freqüência, conforme os padrões exigidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS. Também desenvolvido no Centro de Tecnologia, o Vibrocomp, sistema que faz as medições das grandezas elétricas e das condições de operação dos compensadores síncronos, gerando diagnóstico on-line das máquinas; e o Sistema de Monitoramento de Máquinas Elétricas – Simme, são utilizados no monitoramento das máquinas eletromecânicas, por meio de sensores que emitem informações e relatórios para os responsáveis pela manutenção. Um dos principais objetivos desses sistemas é aumentar a disponibilidade dos equipamentos, para que não haja paradas imprevistas, gerando aumento de receitas para a Empresa. O laboratório de ensaios elétricos faz as medições estabelecidas pelo ONS para verificar qualquer entrada de carga no sistema elétrico. Também são feitas pesquisas nas áreas de ter-


taria de Estado de Meio Ambiente do Pará, para elaboração de um programa de monitoramento ambiental da qualidade da água residual das subestações. Finalmente, o laboratório de calibração elétrica checa as condições de instrumentos utilizados na medição de grandezas elétricas, tais como tensão, corrente e potência. O laboratório trabalha com um programa anual de calibração dos equipamentos, conforme as especificações dos fabricantes. Em dezembro, esses laboratórios começarão a ser transferidos para novas e modernas instalações, no local onde ficava a antiga usina termelétrica Miramar, e os técnicos poderão contar com amplo espaço para pesquisas, além de novo laboratório de alta tensão.

Laboratórios são referência para o Brasil

Parques - Em seu papel como agente indutor do desenvolvimento de novas tecnologias, a Eletronorte também participa do projeto do

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movisão, qualidade de energia e diagnóstico de pára-raios e análise de malha de terra. Já o laboratório de ensaios em equipamentos de segurança é considerado referência, atendendo a instituições de todo o Brasil. “Somos o único laboratório credenciado com a Norma Regulamentadora de Serviços em Eletricidade (NR-10) do Inmetro. Fazemos testes em equipamentos utilizados para manutenção em tensão de até 100 kV”, explica o técnico Raimundo Leite. Em relação aos equipamentos de proteção individual (EPI) e coletivos (EPC), são feitos ensaios em calçados isolantes, luvas de borracha, capacetes, vestimentas condutivas, ferramentas e outros materiais usados em trabalho com linha viva. Entre os clientes do laboratório está o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O Centro também atende a diversas demandas, entre elas a solicitação da Secre-

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Parque Tecnológico do Guamá, ao celebrar convênio com a Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, UFPA e com o Governo do Estado do Pará, por intermédio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia. O Parque Tecnológico do Guamá servirá para a capacitação de alunos e pesquisadores da faculdade de engenharia elétrica e será utilizado também pelas faculdades de física, engenharia da computação, engenharia mecânica e engenharia química. Serão estudadas formas mais eficientes e baratas de transmissão de energia, bem como novos materiais e softwares. O governo estadual planeja a construção de outros dois parques, em Marabá e Santarém, como parte do projeto de implantação de um novo modelo de desenvolvimento. “Esses projetos serão decisivos para que a região dê um salto qualitativo na formação de recursos humanos e na geração de conhecimento, tecnologia e inovação”, afirma Roberto Dall’Agnol. Segundo Lídio Nascimento, “a parceria vai possibilitar que nós, ao invés de contratarmos profissionais para dar treinamento na área de engenharia de manutenção, possamos ser auto-suficientes e passemos também a prestar serviços”. Maurílio Monteiro, secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará, afirmou: “Estamos testemunhando o nascimento de algo totalmente inovador, a construção de um sistema que vai intermediar a produção de conhecimento global com a de conhecimento local, o que certamente se converterá em muitos benefícios para a população”. O secretário de Planejamento do Estado, José Júlio Ferreira Lima, que, na ocasião, representou a governadora Ana Júlia Carepa, também reafirmou a importância do parque: “Temos o desafio de gerir um estado que sofre com um grande déficit social e, ao mesmo tempo, criar oportunidades de inovação que possam trazer benefícios para esse povo. O laboratório de alta tensão do Parque Tecnológico deverá, portanto, garantir investimentos tanto em tecnologia quanto em recursos humanos e sociais”, sintetizou A Eletronorte também realiza eventos para congregar a comunidade acadêmica e profissionais de diversas áreas em torno de temas relacionados ao desenvolvimen-

to sustentável, tais como o Workshop de Química e Meio Ambiente, a Feira de Inovação Tecnológica e o Prêmio Muiraquitã (veja box). Outras parcerias de cunho tecnológico são feitas com o governo estadual, como o Navega Pará, que prevê a implantação de infocen-

Inovações tecnológicas A III Feira de Inovação Tecnológica apresentou projetos e produtos desenvolvidos pelos colaboradores da Eletronorte, e resultados de projetos de pesquisa feitos em parceria com instituições de pesquisa, a partir da carteira de projetos de P&D. Também foram apresentados os produtos e processos com pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – Inpi, bem como outras ações dos programas de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, de Propriedade Intelectual e de Eficiência Energética da Empresa. “A proposta dos projetos de P&D é solucionar as demandas que a Empresa tem ou terá e para as quais não há solução disponível no mercado. O que fazemos é procurar um parceiro de pesquisa para desenvolver essas tecnologias. Depois, buscamos a patente para proteger o produto e a etapa final é procurar uma indústria para celebrar um contrato de transferência tecnológica”, diz Álvaro Raineri, gerente de Coordenação de Programas de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico. O III Prêmio Muiraquitã distribuiu R$ 89 mil em prêmios, um reconhecimento aos profissionais que contribuem com suas inovações para a redução de custos e a melhoria de produtos, equipamentos, ferramentas, sistemas eletrônicos e de informática. Foram premiadas invenções como o sistema de gestão da Parcela Variável, apresentado pelo colaborador Milton Nunes, e as metodologias avançadas para estudo de impactos ambientais e termelétricas, por José Vicente Gallo. Daniel Simões Pires, Faixa Ouro na categoria de inovações desenvolvidas por colaboradores, foi premiado pelo invento do dispositivo analógico para teste de relés, utilizado nas unidades geradoras da Usina Hidrelétrica Samuel, em Rondônia. “Esse é um reconhecimento importante da Empresa. Eu já estou inclusive pensando no ano que vem.” Raymundo Nonato Guimarães, de Macapá, levou dois prêmios Muiraquitã: um pelo sistema flexível para limpeza a vácuo em tubulações da Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes e outro pela ferramenta para a retirada do garfo de interligação da biela com o anel distribuidor de turbinas Kaplan. “A nossa motivação é proporcionar maior segurança aos colegas empregados e agilidade no trabalho”, declarou. Confira abaixo os inventores premiados.


tros para a inclusão digital de comunidades carentes e o acesso a serviços públicos na rede mundial. Por meio de convênio, a Eletronorte colocou à disposição do estado a rede de fibra óptica contida nos 1.800 quilômetros de cabos de transmissão de energia ao longo de treze municípios.

Com todos esses projetos, a Eletronorte lança um olhar para o futuro buscando reduzir os seus riscos empresariais e desenvolver novas tecnologias. “A Empresa possui um objetivo estratégico tecnológico claro para otimizar o desempenho dos seus empreendimentos”, conclui o engenheiro França.

Álvaro, diretores e inventores unidos pela patente

Inovações desenvolvidas por colaboradores: Faixa Ouro - Dispositivo analógico para teste de relés (Daniel Simões Pires e Theomário Alves Ferreira); Faixa Prata - Aparato para inspeção a distância de transformadores energizados (Jorge Luiz Barata Júnior); Sistema de Gestão da Parcela Variável (Milton Nunes da Silva Filho); Aparato para filtragem primária em máquinas geradoras térmicas (Pedro Emanuel Ramos Cruz); Alteração na disposição de equipamentos em centrífuga de lavagem de óleo para melhoria da manutenção (Francisco de Assis dos Santos Oliveira e João Bosco Pureza da Silva); Sistema flexível para limpeza a vácuo de tubulações (Raimundo Nonato de Oliveira Guimarães); Ferramenta para retirada do garfo de interligação da biela com anel distribuidor de turbinas Kaplan (Raimundo Nonato de Oliveira Guimarães); Dispositivo analógico para regulagem de parâmetros em máquinas elétricas rotativas (Djailson Honório dos Santos); Aparato para extração de pino de cisalhamento do distribuidor de turbinas hidráulicas (Pedro Virgulino da

Silva); Software: Gerenciamento de conteúdo na Web (Fábio Ferreira de Souza); Software: Ajuri- Notas Fiscais (Cláudio Gilberto Rech, Luciana Abreu Murad Pádua e Jacqueline Bernardi Candido). Faixa Bronze - Alteração na disposição de sensor em motor diesel Wartsila para melhoria de funcionamento, monitoramento e manutenção (Francisco de Assis dos Santos Oliveira, João Bosco Pureza da Silva, Dário Viana Silva, Raimundo das Mercês O. Barros e José Roberto Ferreira da Mota); Software: WebDoc (Paulo Roberto de Almeida Mello, Carlos Teixeira da Silva e Everton Batista Ramos); Cadeira para inspeção e manutenção de linhas de transmissão (João Nilson de Oliveira e Valdemar Amadeu Dagnoluzzo). Inovações resultantes de P&D: Faixa Prata – Ferramenta de Integração de Sistemas Especialistas para Sistemas Elétricos (Milton Nunes da Silva Filho). Faixa Bronze - Metodologias avançadas para estudo de impactos ambientais e termelétricas (José Vicente Gallo Soares); Desenvolvimento de software inteligente para treinamento de operadores e pessoal de manutenção (Mauro Luis Aquino dos Santos); Desenvolvimento de metodologia para mapeamento de regiões do sistema Eletronorte com problemas de tensão (Julio Cesar Roma Buzar); e Turbina hidrocinética para pequenas comunidades - aperfeiçoamento do projeto hidrodinâmico e atualização do protótipo (Wandyr de Oliveira Ferreira).

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O projeto “O Prêmio Muiraquitã de Inovação Tecnológica da Eletronorte – Uma ação de Incentivo à Criatividade e Inovação” acaba de receber o primeiro lugar na XVIII edição do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica – Sendi, realizado na cidade de Olinda (PE).

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CIRCUITO INTERNO corrente contínua

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Pela segunda vez consecutiva, Eletronorte recebe o Troféu Transparência A Eletronorte recebeu, pela segunda vez consecutiva, o Troféu Transparência, concedido às empresas brasileiras que apresentaram demonstrações contábeis seguindo os critérios técnicos exigidos pela Fundação Instituto Pesquisas Contábeis e Atuariais - Fipecafi. O prêmio é uma promoção da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – Anefac, em parceria com a Fipecafi e a Serasa, e reconhecido como o “Oscar” da classe contábil. Para o diretor Econômico-Financeiro da Eletronorte, Antonio Maria Barra Amorim (abaixo, com o troféu, à direita), o Prêmio representa mais uma forma de reconhecimento público da capacidade técnica do talentoso quadro de colaboradores da Eletronorte. “Além disso, mostra o firme propósito da direção da Empresa em continuar buscando

a lisura, a transparência e o respeito incondicional aos procedimentos técnicos adotados na condução dos processos empresariais. Em suma, esse prêmio se traduz numa grande honra para a nossa Empresa”, afirma. “O Troféu Transparência é conseqüência da nossa missão e deve ser seguido como exemplo por outras empresas. Além disso, mostra a confiança que as companhias refletem no mercado de capitais e na sociedade”, ressalta o presidente da Anefac, Carlos Roberto Matarelli. “Receber o Prêmio pela segunda vez consecutiva aumenta, de forma exponencial, a nossa responsabilidade para continuar aprimorando as demonstrações contábeis da Eletronorte”, assegura o superintendente de Contabilidade da Empresa, Jésus Alves da Costa (abaixo, com o troféu, ao centro). Os critérios da seleção das companhias mais transparentes são qualidade e grau das informações contidas nas demonstrações e notas explicativas; transparên­cia nas informações pres­­­tadas; qualidade do relatório da administração e consistência das informações divulgadas. Excelência - A Eletronorte, ao longo dos anos, tem procurado desmistificar a visão de que as demonstrações financeiras das empresas são preparadas num linguajar muito técnico e pouco esclarecedor. “Antecipando a atual tendência de transparência dos números, a Empresa tem elaborado as notas explicativas das suas demonstrações financeiras com um melhor nível de detalhamento possível”, explica Jésus Costa. Some-se a isso o fato de o Relatório de Administração


ções exigidas por lei. Como exemplo, podem ser citadas a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado que, até 2007, não eram obrigatórias, apesar de a Empresa já divulgá-las há vários anos. O processo de ir além do exigido pela lei, não encontrou barreiras internas. “Toda a Empresa está imbuída desse espírito, desde a sua diretoria até o mais humilde dos colaboradores, por entender que esse é um caminho sem volta. As auditorias, também, comungam desse mesmo credo”, afirma Costa. Essa transparência na comunicação empresarial interna e externa faz parte do Código de Ética da Eletronorte. Os resultados mostram que a Empresa está no caminho certo, pois suas informações estão ganhando uma certificação de extrema grandeza, fato que traz credibilidade e confiança para os usuários de uma forma geral. Para Jésus, “o desafio em manter um padrão de excelência é o rumo a ser trilhado, melhorando continuamente as informações, independentemente de uma eventual premiação”. (Colaborou a Anefac)

Equipe trabalha pela credibilidade e confiança

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também apresentar informações detalhadas e consistentes com as demonstrações contábeis; de não haver interferência da administração nas questões de natureza técnico/contábil; de se utilizar um sistema corporativo de alta tecnologia, que permite buscar informações detalhadas para divulgação; e, principalmente, a capacidade técnica do seu quadro. “Acreditamos que tudo isso contribui para essa distinção que a Eletronorte recebe, pelo segundo ano consecutivo”, acrescenta Costa. A transparência trouxe frutos palpáveis. Várias melhorias foram implementadas entre o Balanço do exercício de 2006 e o de 2007. “Podemos afirmar que as demonstrações financeiras da Eletronorte nunca são as mesmas. Todos os anos fazemos adaptações importantes. Mudam-se conteúdos de notas explicativas, incluem-se notas, excluem-se outras, rearruma-se a seqüência das notas e abrem-se novos quadros, num processo contínuo, com o objetivo maior de dotar as informações divulgadas ao mercado de maior transparência e credibilidade”, diz o superintendente de Contabilidade. A Eletronorte tem por conduta natural não se limitar apenas a divulgar informa-

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ENERGIA ATIVA

SPE: a ‘Fórmula 1’ do Setor Elétrico Byron de Quevedo Amigos da rede elétrica, elas estão chegando! Feitas para alto desempenho, elas têm boa tração de arrancada, são competitivas e prontas para enfrentar desafios. São dotadas de uma fúria empreendedora contagiante, estão cheias de energia e é disso que o País precisa. Este é o perfil das sociedades de propósitos específicos, as SPEs. São investidores de vários países querendo fazer bons negócios, pois o Brasil é continental, ainda tem muito chão pela frente e as SPEs ganharam mais um atrativo, estão turbinadas. Ao se associarem às tradicionais empresas estatais adquiriram solidez e têm foco num objetivo: tornar um projeto específico em realidade para todos. Mas há os que dizem que esta é mais uma maneira de se privatizar ativos públicos. Será? Fomos buscar a opinião de técnicos, políticos e empresários para descobrir que fórmula única é esta que está transformando o Setor Elétrico com reflexos positivos para o País.

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Quem é quem na pista? - Para se compreender o mundo das SPEs é necessário saber quem é quem nessa emaranhada pista de fios energizados. Bem, o beneficiado é sempre o consumidor residencial, comercial ou industrial de energia; ou seja, a própria sociedade. A Empresa de Pesquisa Energética - EPE, ligada ao Ministério de Minas e Energia, identifica as demandas e faz os estudos para os sistemas elétricos. A Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, promove os leilões de novas linhas e usinas e estabelece remuneração pelas obras (ver matéria na página 14). A energia produzi-

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da também é vendida em leilões públicos e, ao final, o consumidor sai ganhando com as tarifas menores negociadas nos leilões. Deságios desenfreados - Segundo o diretor técnico da Integração Transmissora de Energia - Intesa, SPE na qual a Eletronorte tem participação de 37%, José Orlando Cintra (foto abaixo, à esquerda), os deságios serão maiores a cada leilão. Já houve leilões em que os deságios chegaram a 70%. “Não há erros de cálculo. A Aneel reduz os valores em busca de competitividade. Os empreendedores dos primeiros leilões entraram com a Taxa Interna de Retorno de Capital - TIR, acima de 30%. Quando os fabricantes sabem que essa taxa está alta, também sobem seus preços. Atualmente ela é da ordem de 10% ao ano, para os novos leilões”. Leve e veloz - Segundo José Orlando, que também é diretor de outra SPE co participação da Eletronorte, a Manaus Transmissora de Energia (veja abaixo), as SPEs são bastante enxutas. A Intesa, por exemplo, tem dois diretores. A Sede é no Rio de Janeiro. Em Brasília há um escritório de operações com um coordenador de campo e uma secretária. Os demais itens são contratados: fiscalização, engenharia, projeto e construção. “Antes, fazemos a simulação com levantamento de preços, custos e expectativas, mapeamos tudo e entramos para vencer o leilão. A Eletronorte foi contratada para fazer a engenharia do proprietário, os trabalhos de manutenção e a operação dos sistemas, o que evita que a Intesa precise montar um corpo técnico. Estes contratos são receitas extras para a Empresa, além do percentual a que ela tem direito na sociedade. A criatividade e a qualidade dos técnicos da Eletronorte ajudaram-nos a reduzir os nossos preços no leilão” – comentou. Negociando ultrapassagens - Com as bolsas de valores oscilando, só vai à frente quem souber negociar suas ultrapassagens, por isso os investidores estão preferindo aplicar seus recursos em empreendimentos com fortes lastros, como os negócios em energia, a aplicá-los em papéis do governo ou mesmo aplicá-los a juros. “Isto é porque, hoje, a Celic; ou seja, a taxa de juros do Banco Central está em torno


de 13%. Numa inflação a 5%, isto significa uma aplicação de juros reais, no Brasil, em torno de 8%. Qualquer projeto que apresente rentabilidade acima desse percentual já é muito atraente. Ao longo de 30 anos, a tendência dos juros é chegar a níveis internacionais de 4% anuais. As regras claras do Setor Elétrico são o maior atrativo. Entregue o empreendimento, os empreendedores receberão receitas mensais ao longo do período de concessão. É um ótimo negócio!”, relata José Orlando.

Correndo contra o relógio - Os modelos de torres utilizadas na estrutura foram desenvolvidos pela Eletronorte. Conhecido internacionalmente, o modelo ‘raquete’ gasta 25 toneladas de aço por km; enquanto o novo modelo monomastro requer apenas 15 toneladas por km, sem perder a segurança. O Ibama levou 12 meses para licenciar a obra. A Intesa teve o seu contrato assinado em 27 abril de 2006

e a linha teria que ser construída em até 24 meses, incluindo nesse tempo a obtenção das licenças ambientais, uma obrigação do empreendedor. Pisando fundo - De acordo com José Orlando, a licença saiu em abril de 2007, e a obra ficou pronta em 12 meses. “Foram implantadas também duas subestações, Serra de Mesa II e Peixe II (abaixo), e ampliadas as de Colinas, Miracema e Gurupi. Os inves-

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Carenagem - Monomastro. O nome parece esquisito, mas pode ser lido como “torre economizadora de milhões”. Trata-se de uma estrutura funcional (à direita) que foi usada na obra da Intesa, no Tocantins, na linha Colinas / Miracema / Gurupi / Peixe II / Serra da Mesa II, em 500 kV, com extensão total de 695 km, já em operação comercial desde 30 de maio de 2008. Além da Eletronorte, o empreendimento tem a participação da Chesf, com 12%; e o Fundo Brasil Energia e Participações, com 51%.

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Dardanelos: engenharia moderna permite a mínima intervenção na natureza

timentos totalizaram R$ 500 milhões, para uma Receita Anual Permitida – RAP, de R$ 65,3 milhões. “Contratamos um empréstimo de 70% do valor total junto ao BNDES e os outros 30% vieram de aporte dos sócios. O empréstimo deverá ser pago em até 12 anos, com juros em torno de 9% ao ano”, conta José Orlando.

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Extraindo potência - Do Tocantins para o Mato Grosso, onde se fala em “tirar água de pedras” e dela extrair energia: o Aproveitamento Hidrelétrico Dardanelos, com potência final de 261 MW, em construção no município de Aripuanã pela SPE Energética Águas da Pedra S/A, é sem dúvida, um empreendimento que realiza o dito popular. O contrato prevê o início da geração em janeiro de 2010. Porém, ela começará a gerar um ano antes, em janeiro de 2009. Nada mal. Da Energética participam a Eletronorte com 24,5%; Chesf, 24%; e a Neoenergia, com 51%. Os investimentos são da ordem de R$ 749,07 milhões e a concessão será por 35 anos.

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Máquina x natureza - Dardanelos é um cenário paisagístico único. “É de encher os olhos, mas eu adoraria que as cachoeiras enchessem também as nossas barrigas”. É o que dizia, em 2004, a fotógrafa e empresária aripuanense, Indiamara, durante as audiências públicas sobre a construção da hidre-

létrica. As exigências dos órgãos ambientais estão sendo atendidas e até as andorinhas migrantes que faziam das fendas das cascatas os seus ninhos de amor, não mudaram a rota. A obra está em pleno andamento. Acidentes de percurso - Segundo o diretor Técnico da Águas da Pedra, Warfiled Ramos Tomaz (abaixo), a Eletronorte fez um trabalho de preparação ligado ao meio ambiente, a políticos, parlamentares, à engenharia e à sociedade em geral, antes das audiências públicas, mostrando ser o empreendimento uma nova vertente econômica pa­­ra o norte de Mato Grosso. “O município consome pouca energia, mas já estão chegando as empresas eletrointensivas. O Grupo Votorantim, por exemplo, vai explorar o zinco, com demanda de 18 MW, operação prevista para meados de 2010. Mas quando as vazões do rio baixarem para 25 metros cúbicos por segundo, paralisaremos a geração. O balneário sempre inundado nas cheias, quando recebe volumes de 1.200 metros cúbicos de água por segundo, teve o seu fluxo regularizado e poderá ser usado para finalidades turísticas o ano inteiro”, afirma Warfield.


Qualidade cronometrada - Sebastião Caetano Belém (abaixo) é diretor Técnico da Brasnorte Transmissora de Energia e da Amazônia Eletronorte Transmissora de Energia - Aete. Ao ser questionado se as SPEs não seriam uma nova maneira de se privatizar ativos públicos, Belém é categórico: “Com esse sistema o Estado abre mão de parte do seu patrimônio. Mas havia necessidade de novos investimentos no setor energético, e o País esta crescendo. Então, foi necessário lançar mão dessa ferramenta de construção e de crédito. Se o setor público tivesse recursos para investir sozinho, seria o ideal. Justamente para não acontecer como na telefonia, em que trocamos o monopólio estatal pelo monopólio privado. Por outro lado, é interessante ter grupos privados em parceria com as estatais, mantendo assim a qualidade vigiada. Vamos acompanhando os fatos e fazendo as correções necessárias”. A sorte ajuda - A Eletronorte participa da Brasnorte com 45% das ações, tendo como parceira a Bimetal, com 20% e Terna, 35%. As obras que executa estão em Mato Grosso, as linhas de transmissão Juba/Jauru, em 230 kV; Maggi/Nova Mutum 230 kV, numa extensão de 400 km; e as subestações Juba e Maggi. Os investimentos somam R$ 218 milhões e a RAP será de R$ 14,9 milhões. “Com um pouco de sorte, energizaremos a linha em maio e não em setembro de 2009, como previsto. Assim teremos melhores receitas, pois a antecipação atenderá a vários empreendimentos de geração no norte de Mato

Grosso. A Brasnorte já dispõe das licenças de instalação e ambiental. Temos parte do projeto aprovado, estamos terraplenando as subestações, fazendo escavação para as de torres, montando estruturas e indenizando as pessoas em áreas de servidão”, relata Belém Fazendo o equipamento durar mais - O ONS fiscaliza a qualidade da energia. Se os requisitos não forem cumpridos as multas são elevadas. Para Belém, a parceira estatal demonstra aos investidores privados que não vale a pena correr riscos desnecessários. “Eles, comumente, esperam que o empreendimento dure 30 anos. É errado pensar assim, porque após a concessão exaurida, eles poderão concorrer à extensão do contrato. Então é necessário que os equipamentos durem mais. Por outro lado, as SPEs evitam o desperdício. As duas partes se controlam. A função da estatal dentro da SPE é manter o nível de qualidade e a função do investidor privado é fazer com que a estatal se mantenha dentro dos gastos previstos”, afirma Belém. Na Aete, a Eletronorte participa com 49%, e os parceiros privados Bimetal, com 26,99%; Alubar, com 10,76%; e Linear, com 13,25,%, para construir as linhas Coxipó – Cuiabá e Cuiabá – Rondonópolis, em 230 kV, mais a subestação seccionadora de Cuiabá. Os investimentos são de R$ 153 milhões, para uma RAP de R$ 23 milhões. Injeção eletrônica - Segundo o coordenador de Viabilização de Negócios da Eletronorte, Wilson Fernandes de Paula (acima), os investimentos do Setor Elétrico são auto-sustentáveis e podem ser alavancados numa parceria público–privada, onde se busca a sinergia das partes. “As empresas estatais têm expertises, estrutura, técnica e a visão de interesse público. Aliada à empresa privada, que busca rentabilidade, gera uma sinergia e juntas criam empreendimentos com tarifas melhores para os consumidores. Esse é um dos pilares do atual modelo do Setor”, ensina Wilson. Ganhando segundos preciosos - Segundo ele, não existe nas SPEs preponderância de nenhuma das partes, pois a empresa tem um acordo de acionistas, um estatuto, que define

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Conhecendo o circuito - Para Warfield, as SPEs fazem a interação harmônica entre empresa, empreendimento e sociedade, e, por serem mais velozes, propõem soluções que as estatais, submetidas à Lei 8.666, muitas vezes não podem fazer. “Para se contar com a cumplicidade da população, deve-se dialogar sinceramente com os interessados. Tem que se ter sempre o especialista ao lado, que é o bom conhecedor da região, pois cada grupo humano tem sua cultura e muitas vezes algo que julgamos comum pode agredi-los. É preciso ressaltar os pontos fortes do relacionamento e do empreendimento, e mostrar boa vontade em sanar os pontos fracos”, observa Warfield.

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Termelétrica Serra do Navio: redução de prazos e de custos

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a sua governança, buscando o ponto de convergência onde o negócio é bom para todos. “E a população também é beneficiada, pois os leilões são indutores da redução no custo da energia. Até o ano de 2002, as estatais estavam, por força da legislação, proibidas de participarem dos leilões. Os deságios até então giravam em torno de 2,5% a 5 % ou quase nulos. Com a entrada das estatais nos leilões, subiram. Isso mostra que a participação da empresa estatal leva à modicidade tarifária”. Controle de tração - Outro ponto importante levantado por Wilson é que “a SPE permite um isolamento das outras atividades da empresa. Por exemplo, quando a Vale cria uma SPE para fazer uma hidrelétrica, se for malsucedida, essa sociedade não contaminará o negócio principal da Vale que é a mineração. E é vantajoso também para os agentes financiadores, pois eles têm acesso direto aos ativos e aos recebíveis daquele empreendimento. E a Aneel, por sua vez, pode controlar melhor aquela concessão”. Na linha de chegada - A Eletronorte também tem participação em outras SPEs. Uma delas é a Manaus Transmissora de Energia,

em que a Empresa tem 30% de participação, contra 70% dos parceiros privados. Ela está construindo um dos trechos do linhão Tucuruí-Manaus-Macapá, a linha Oriximiná – Itacoatiara – Cariri , em 500 kV, com extensão de 586 km, mais as subestações Itacoatiara e Cariri. O investimento é de R$ 1,1 bilhão, para uma RAP de R$ 101,6 milhões. A outra é a Amapari Energia S/A, em que a participação estatal é de 49% e 51% da MPX Mineração e Energia. Esta SPE está construindo a Usina Termelétrica Serra do Navio, com 25 MW de potência e investimentos de R$ 64,7 milhões; e a Pequena Central Hidrelétrica Capivara, de 30 MW. Para o diretor da Amapari, Alcides Sotério (acima), “a realização desses empreendimentos na modalidade societária SPE, tem agregado resultados relevantes na redução de seus prazos e custos, tornando-os lucrativos, diferentemente de outros empreendimentos realizados naquela região.”


Celg G&T e Eletronorte: mais energia limpa e renovável Alcides Rodrigues disse que a ampliação da capacidade de geração mostra a intenção de transformar Goiás num pólo irradiador de energia também para outros estados e até para países próximos. Segundo ele, “a capacidade desses pequenos e médios aproveitamentos hidrelétricos é tão grande que ultrapassa a potência de várias grandes hidrelétricas juntas, sem causar o mesmo impacto ambiental. Essa potencialidade já estará sendo aproveitada, com investimentos de mais de R$ 2 bilhões, gerando milhares de empregos diretos e indiretos. Após a conclusão dos estudos de inventário, e feita a aplicação de R$ 12 milhões iniciais no projeto, outros empreendimentos atrairão investimentos de mais R$ 1,5 bilhão. Temos a satisfação de ver a Eletronorte, uma empresa forte, somando forças com a Celg G&T. Só nos alegra vê-la interessada em investir aqui”. Jorge Palmeira esclarece que a Eletronorte busca, estrategicamente, a construção de grandes usinas, mas pretende investir também nos pequenos aproveitamentos. “Esta parceria muito nos orgulha. Temos interesse também no aproveitamento Pau D´Arco, pois, estando na mesma calha de Arraias e Barra do Palma, os três aproveitamentos juntos terão custos de construção reduzidos. A Celg tem ótima capilaridade no estado, e esperamos ter esta parceria estratégica em muitos outros negócios e empreendimentos. Ela equacionou a sua dívida e adota a gestão profissional”.

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O governador do Estado de Goiás, Alcides Rodrigues; o presidente da Centrais Elétricas de Goiás- Celg G&T, Ênio Andrade Branco; e o presidente da Eletronorte, Jorge Palmeira (ao centro, na foto abaixo), assinaram, em setembro de 2008, em solenidade no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, o Termo de Compromisso para Ampliação do Parque Gerador de Energia Elétrica do Estado de Goiás, firmado entre o governo estadual, a Celg G&T, e mais 12 empresas parceiras nos empreendimentos, entre elas a Eletronorte, com participações em hidrelétricas no Rio Palma: Barra do Palma, com 58 MW, e Arraias, com 93 MW. A iniciativa marca a intenção de Goiás voltar a investir fortemente na geração de energia elétrica, envolvendo empresas privadas e estatais como a Queiroz Galvão, Alupar, Andrade Gutierrez, e Eletrobrás. O Governador tem planos mais audaciosos para as SPEs em seu estado. Ele disse que, por falta de eletricidade para a agricultura e a agroindústria, o mundo atravessa a atual crise de alimentos. “Goiás vai contribuir. Fomos o primeiro a apresentar um projeto factível ao Governo Federal, com o aproveitamento das chamadas terras baixas, num total de 200 milhões de hectares, e outra alternativa para as terras altas, com outros 250 milhões de hectares, irrigadas via pivôs centrais, o que proporcionará, a curto prazo, mais 20% na oferta brasileira de grãos para o mundo”.

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AMAZÔNIA E NÓS

Tocantins, Tucuruí e tucunaré

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Renata Gobatti

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A influência e força do volumoso Rio Tocantins é marcante nos costumes e cultura de muitas comunidades margeadas por suas águas. ‘Causos’ de Cobra Grande e Boto Encantado, que habitam seu leito e o imaginário popular, são conhecidos e difundidos por grande número de paraenses. Além disso, a pesca artesanal é uma das principais atividades econômicas dos ribeirinhos. Em Tucuruí e nos municípios vizinhos não é diferente. Situada à margem esquerda do rio, a cidade foi incluída há quatro anos - juntamente com Breu Branco, Jacundá e Itupiranga - na Rota do Grande Lago, integrando o Pólo Araguaia–Tocantins, da Agência Paraense de Turismo – Paratur. Se é tarefa difícil citar todas as belezas e riquezas geradas a partir do Tocantins, fácil é identificá-las em todo seu longo trajeto. A imensa área alagada que forma o reservatório da Hidrelétrica Tucuruí e as inúmeras ilhas são algumas delas, citadas pelo comerciante Geraldo Faria como uma verdadeira “maravilha”. O mineiro, que há oito anos deixou Belo Horizonte para morar em Breu Branco, de-

fende seu ponto de vista com paixão: “Aqui é onde está o pulmão do planeta, orgulho dos brasileiros. Vem gente do mundo inteiro visitar a Amazônia, cortada de rios. Se eu tivesse conhecido essa região antes, teria me mudado para cá 15 anos atrás”. A pureza do ar, as florestas, a tranqüilidade e qualidade de vida são, para Geraldo, outros aspectos relevantes da região do entorno do lago de Tucuruí que, se preservadas, serão conhecidas pelas futuras gerações. “Isso nos dá muita esperança. Aqui somos privilegiados, estamos mais perto do sol. Por isso, temos muita energia!”, conclui. A força que vem das águas – A Usina Hidrelétrica Tucuruí é realmente um dos principais atrativos turísticos da região (ver box), e tem sido visitada por uma multidão de brasileiros e estrangeiros todos os anos. Em maio de 2008 foi registrado um número recorde de visitação: cerca de mil pessoas conheceram as instalações da Usina e verificaram, de perto, um dos maiores empreendimentos da engenharia nacional. O comerciante Mário Giuseppe Tedeschi, que pela primeira vez sai de Minas Gerais


Paraísos inexplorados - Outros locais ainda pouco conhecidos, inclusive pelos próprios paraenses, são as praias do Tocantins, como a Ilha das Crioulas e Pederneiras - origem histórica da cidade de Tucuruí. Numa travessia rápida, também é possível

chegar à praia Queiroz Galvão, mais estruturada, que fica lotada, principalmente no mês de julho, período do verão paraense e férias escolares. Formado há 24 anos pela barragem da Hidrelétrica, o lago de Tucuruí também encanta e surpreende com seus 3.005 km² - dez vezes o tamanho da Baía da Guanabara. Seu enchimento alterou o modo de vida das famílias que passaram a viver nas ilhas, criando oportunidades de desenvolvimento econômico e atividades de pesca esportiva com o aumento do quantitativo de peixes. Piranha-preta, jacundá, aruanã, barbado, pirarara, mapará e surubim estão entre as espécies mais comuns, mas o destaque é o tucunaré. É dele também a preferência na mesa de muitos que já se deliciaram com as iguarias da culinária local. Frito, é bastante consumido com o açaí e farinha d’água. Cozido, pode compor pratos deliciosos, como a caldeirada. Mas é assado que o tucunaré ganha fama e tem conquistado mais e mais apreciadores. Um prato tradicional de Tucuruí e que só se encontra lá é o Peixe no Saco, criado há mais de 20 anos por Jeová Leite, proprietário do restaurante Totontin. A delícia reúne in-

Turistas se encantam com a grandeza do empreendimento

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para visitar a filha Carolina e o genro Márcio Sousa – há três meses na região –, disse ter ficado espantado com as dimensões da obra e dos projetos ambientais desenvolvidos pela Eletronorte. Acompanhado da esposa Sandra, também impressionada, afirma: “Uma hidrelétrica como essa é uma obra que dá orgulho a todos nós e destaca o Brasil perante o mundo inteiro”. Sobre o potencial turístico da Rota do Lago, aposta que o projeto será importante para o desenvolvimento sustentável dos municípios envolvidos. “A gente sabe que esse projeto, em termos de grandeza econômica, é imensurável, e será maravilhoso para o cidadão, para o morador daqui, para o ribeirinho, será maravilhoso. Além de tudo, vai mostrar aos brasileiros muita coisa que eles não têm condição de ver no resto do Brasil, como a grande diversidade de animais e plantas. Esse projeto tem tudo para dar certo”.

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gredientes que escancaram a riqueza advinda do ‘caldeirão’ étnico-cultural que Tucuruí representa, como o molho de soja. “No começo eu preparava o peixe assado na brasa, na folha da bananeira, mas o processo era muito demorado. Quando foi lançado no mercado o saco de celofane, resolvi fazer uns testes. Fui ouvindo sugestões dos próprios clientes e ficou assim”, resume Jeová. Localizado no bairro Nova Tucuruí, o restaurante tem clientela fiel e é um dos mais procurados pelos turistas, curiosos para provar um dos pratos mais famosos da cidade. “É uma exclusividade no Totontin”, completa o criador, que diz preparar apenas Peixe no Saco em seu estabelecimento. Provar a iguaria é experimentar a sinergia perfeita entre o regional e o internacional, que proporcionam uma verdadeira festa ao paladar.

Peixe no saco

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Ingredientes 1 tucunaré fresco de 1,5kg 150 ml de molho shoyo tradicional 1 limão (para limpar o peixe) 100g cebola picada 100g tomate picado Cheiro verde (coentro e cebolinha) a gosto Sal a gosto

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Modo de Preparo 1. Limpe o peixe com limão; 2. Tempere-o com sal a gosto; 3. Recheie o tucunaré com tomate, cebola e cheiro verde picados; 4. Coloque o peixe dentro de um saco celofane, de 30x43cm, próprio para forno, e despeje o molho shoyo. 5. Feche o saco e leve ao forno alto por 30 minutos 6. Pronto! É só servir o peixe com arroz branco, vinagrete e farofa.

Pólo de Turismo de Tucuruí desponta como novo negócio A Eletronorte está desenvolvendo estudos para implementar o Pólo de Turismo de Tucuruí, que servirá para diversificar a estrutura produtiva na região e consolidar mais uma atividade compatível com a conservação ambiental. O Pólo pode ser visto como um fator positivo para ampliar receitas e diminuir custos, além de fortalecer a imagem institucional da Empresa. Os estudos vêm sendo conduzidos no sentido de adequar o projeto às premissas que norteiam a condução da atividade do turismo na região amazônica por parte das instituições dos governos federal, estadual e municipal. A idéia principal é trabalhar com algumas vertentes principais: ecoturismo, turismo de negócios e visitação técnica. O atrativo principal é o lago da Hidrelétrica e suas mais de duas mil ilhas, as praias de água doce, a riqueza da floresta tropical e a Usina em si, que é a quarta maior do mundo. Depois de serem recebidos num centro de visitantes, os turistas que visitarem Tucuruí após a implantação do Pólo poderão partir em três diferentes circuitos: o circuito Técnico envolve visitação da Usina (vertedouro e casas de força), eclusas e subestação; o circuito Lago, que envolve visitação à Ilha do Germoplasma e à região do Caraipé, e o circuito Ambiental, que envolve visitação ao Parque Ecológico, Museu, Centro de Proteção Ambiental; Estação de Piscicultura e outros. Um espaço do Parque Ecológico foi selecionado para a instalação do museu da memória do empreendimento, da Eletronorte e do homem da região. É inegável que, com a implantação do Pólo Turístico de Tucuruí, abrem-se mais diretamente para as cidades de Tucuruí e Breu Branco, num primeiro momento, a possibilidade de negócios para variados serviços de apoio ao turismo, sobretudo na área de recursos hu-


inúmeros os empreendimentos que podem ser desenvolvidos, como, por exemplo, construção de hotéis tropicais ao longo do Rio Tocantins e nas ilhas que se localizam no próprio lago de Tucuruí, hotéis, pousada, áreas de lazer, campings, clubes temáticos, restaurantes típicos, lojas de souvenirs, agências de viagens especializadas em turismo ecológico amazônico, transportadores com diversos desdobramentos de propostas de passeios em barcos apropriados e qualificados ao turismo fluvial.

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manos, incluindo formação de pessoal qualificado Há, ainda, espaço para o desenvolvimento do comércio de materiais esportivos, fotográficos, de mergulho e outros equipamentos especiais, além de serviços de ambulatório médico e de produção de materiais de suporte à divulgação dos pontos turísticos, como mapas e livros Quanto às oportunidades de negócios nas áreas apropriadas ao turismo resultante da mobilidade dos visitantes, inclusive, com a conclusão das eclusas, são

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“Recebemos e agradecemos a revista Corrente Contínua, Ano. XXX, Nº 220,de maio/junho de 2008”. Michel Platini Pinto de Brito - Gerência de Documentação e Programas Especiais da Universidade Federal de Mato Grosso/Biblioteca Central - Cuiabá - MT “Minha filha encontrou na biblioteca do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará a revista Corrente Contínua e imediatamente lembrou-se de mim. Confesso que quando a recebi fiquei um tanto emocionado, considerando que há tempo não lia a revista. Mas o que mais me gratificou foi a qualidade e a excelência referente a assuntos de natureza técnica específica, associados a excelentes cabeças talentosas, cumprindo dessa forma sua missão, não só de informar como também de conduzir o leitor à nova realidade da Empresa e seu espetacular progresso, sem deixar também de cumprir seu papel social. As obras fotográficas que ilustram, feitas por alguns profissionais com quem tive a oportunidade de trabalhar, grandes talentos que ainda fazem parte da Empresa, contando suas histórias de vida, os novos colaboradores que não tive a oportunidade de conhecer, confirmando assim um propósito humanístico. Parabéns à equipe do conselho editorial, pelo formato e conteúdos, induzindo ao conhecimento amplo. Gratificante foi rever fotos da Usina Coaracy Nunes, no Amapá, e a Subestação Santa Rita, onde trabalhei como gerente regional por dois anos. Mas chega de saudades, quero fazer um pedido, se possível: ser contemplado em receber os próximos números da revista, o que será para mim uma grata satisfação e, na medida do possível, divulgar junto a instituições de ensino médio e superior os destaques técnicos que a mesma apresenta .” Cláudio dos Reis Ferreira – Belém - PA “Caros Enock Byron e Roberto Francisco, um grande abraço para vocês pela matéria Terras de Marcionilha. Ficou excelente! Vocês são grandes profissionais e conseguiram reproduzir com a máxima fidelidade a alma das nossas comunidades. Parabéns!” Thais de Paiva Mello - Brasília - DF “Esta manhã começou muito bem para mim. Ao chegar li a reportagem de Bruna Maria Netto sobre meu trabalho na revista Corrente Contínua, e quão alegre fiquei ao perceber o presente que me foi dado. Tive a oportunidade de ter sido entrevistado por uma jovem talentosa! Este foi o meu presente. Obrigado Bruna. Obrigado Alexandre”. Milton Nunes da Silva Filho - Engenheiro de Operação – Brasília - DF

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“Em vista de derrotas significativas nos campos dos negócios, a Empresa Eletronorte está passando por mudanças estruturais almejando um ímpeto empreendedor. Há de se mudar a mentalidade e ações de todos os setores e colaboradores para que sejamos competitivos. Enxugar custos e maximizar a eficiência produtiva é chave e primórdio para um futuro promissor. Assim sendo, haveria espaço para se repensar a impressão e distribuição do material citado em todos os andares da Empresa? O encarte eletrônico não atenderia a pura e simples necessidade de informar? Ações mínimas de retenção de custos gerarão benefícios globais a todos os colaboradores e, principalmente, à sociedade brasileira que financia nossos salários, estruturas etc. Ela espera de nós, como estatal, uma prestação de serviço digna e honrosa, despendendo de modo racional os recursos disponíveis. Espero ter sido construtivo”. Roberto Suzuki Akamine - Engenheiro Mecânico – Brasília - DF

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N.R.: Caro Roberto, a Corrente Contínua é um importante veículo de comunicação interna e externa da Eletronorte. Passou por várias mudanças ao longo do tempo (vide edição 216) até chegar ao formato de revista, tendo conquistado premiações importantes no setor da comunicação empresarial. A tiragem atende exatamente um exemplar para cada empregado; um amplo público externo, que começa nas câmaras de vereadores e se estende até o Congresso Nacional, empresas diversas, Setor Elétrico, universidades, instituições de pesquisa etc; e ainda diversos eventos externos e internos dos quais a Empresa participa. A vida útil de uma revista impressa se estende por anos,

haja vista fazer parte do acervo de várias bibliotecas, escolas e coleções particulares. A Corrente Contínua é, pois, um investimento na imagem e na marca Eletronorte. Além disso, a revista mostra e comprova empreendimentos vencedores realizados pela Eletronorte, seu corpo profissional e os reflexos dessas atividades na sociedade brasileira. “Prezado senhor, recebemos e agradecemos pelo envio da publicação Corrente Contínua, de excelente qualidade gráfica e editorial. Ressaltamos ainda que é de grande valia para o acervo da Biblioteca do Iesam - Instituto de Estudos Superiores da Amazônia continuar a ser receptora de tão valiosa publicação” Clarice Silva Neta – Bibliotecária -Iesam / Sibiesam - Belém - PA “Recebemos e agradecemos a doação da obra Corrente Contínua. Temos certeza de que irá enriquecer sobremaneira, nosso acervo, por ser fontes de informações preciosas para os usuários desta biblioteca”. Maria Hilda de Medeiros Gondim - Diretora da Divisão de Desenvolvimento de Coleções da Biblioteca Central/UFPA – Belém - PA “Caro Alexandre, chegou às minhas mãos um exemplar da Corrente Contínua nº 221, julho/agosto 2008. Quando comecei a folhear acabei me emocionando por duas diferentes razões: a primeira, por ter trabalhado na Eletronorte e admirar o trabalho dessa Empresa, brasileira legítima, de gente tão verde-amarela, de tão nobre missão. A segunda razão foi ter constatado como é possível fazer jornalismo de fato, mesmo estando em uma assessoria institucional. A equipe de Imprensa da Eletronorte conseguiu quebrar todos os clichês de ‘chapa branca’. Conseguiu transpor todas as enormes barreiras entre o corporativo e o profissionalismo. Degustar as matérias, página por página, me remeteu aos sonhos de todos nós, jornalistas da velha guarda, sonhadores, visionários, que acreditamos que o velho jornalismo é possível, mesmo estando em uma empresa governamental. Que Brasil lindo vocês relataram. Parabéns a todos. É por isso que todos aí têm orgulho da grande Empresa onde trabalham. Meu agradecimento sincero pelos momentos proporcionados”. Luiza Mello - Assessora de Comunicação da Brasiliatur - Empresa Brasiliense de Turismo – Brasília – DF “Prezada Bruna, bom-dia. Agradeço pelo esmero, carinho e competência na redação da matéria sobre mim na Corrente Contínua 221 de julho/agosto 2008” Sóstenes Aranha Cavalcante – Brasília - DF “De ordem do deputado Paulo Rocha, coordenador da bancada do Pará e do Norte no Congresso Nacional, agradeço o envio da publicação”. Raquel Paz – Brasília - DF “Prezado César, a revista Corrente Contínua é espetacular, mas a edição 221 merece destaque especial pela matéria ‘Cametá, do mapará, açaí e aviú’. Lendo-a fiz uma viagem à minha terra natal Abaetetuba, onde, nas refeições, é servido como entrada o bolinho de aviú, e como prato principal o mapará frito ou assado na brasa com açaí. Se não gostar com açaí pode ser uma caldeirada de mapará. Parabéns pelo conjunto da obra, completa, ilustrada e, principalmente, cheia de nossas histórias, valorizando o povo caboclo da Região Norte”. Benedito Rafael F. Cardoso - Centro de Tecnologia da Eletronorte – Belém – PA “Com satisfação, acusamos o recebimento de um exemplar da revista Corrente Contínua, da Eletronorte. Agradecendo a gentileza da remessa, renovamos os nossos protestos de especial apreço e estima”. José Arteiro da Silva - Presidente da Fecomércio/MA – São Luís - MA “Tive a grata satisfação de receber um exemplar da revista Corrente Contínua, da Eletronorte. Agradeço o envio, pois através do que li aprendi muito sobre a Empresa. Parabéns à equipe da redação. Gostaria de continuar recebendo os exemplares desta ótima revista”. Severino Cassiano Ferreira – Água Preta - PE


fotolegenda

Nem que me fosse dado O presente que eu quero Nem que eu sonhasse todas as noites Os mesmos sonhos coloridos Nem mesmo se hoje Eu comesse um prato cheio Meu sorriso aperta os desejos Num gesto arrasto amigos comigo Mas viver na pele O calor humano

Firmo os pÊs Faço meu olhar Rasgo todas as fantasias

Texto: Alexandre Accioly Foto: Rony Ramos

corrente contĂ­nua

Nem por nada Nem por tudo

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