corrente contínua Ano XXXII - Nº 228- Setembro/Outubro -2009
A REVISTA DA ELETRONORTE
Belo Monte, a melhor qualidade de vida pode estar perto...
Ou longe...
Eletronorte
Gestão moderna e eficiente Página 34
TECNOLOGIA Linha direta para a energia Página 40
ENERGIA ATIVA Terra de bois, grãos e peixes
GERAÇÃO Belo Monte: EIA/Rima aponta oportunidades para a melhor qualidade de vida
GERAÇÃO
sumário
circuito interno
Belo Monte
EIA/Rima aponta oportunidades para a melhor qualidade de vida Audiências públicas reúnem oito mil pessoas em quatro cidades
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CORRENTE ALTERNADA A energia que supera os desafios para o crescimento do Maranhão
SISTEMA ELETROBRÁS
AMAZÔNIA E NÓS
Internacionalização da Eletrobrás: Setor Elétrico brasileiro chega ao e8
Amapá: do equinócio à pororoca
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CORREIO CONTÍNUO
TRANSMISSÃO Modernização traz ganhos econômicos e sociais aos sistemas de transmissão Página 27
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SCN - Quadra 06 - Conjunto A Bloco B - Sala 305 - Entrada Norte 2 CEP: 70.716-901 Asa Norte - Brasília - DF. Fones: (61) 3429 6146/ 6164 e-mail: imprensa@eletronorte.gov.br site: www.eletronorte.gov.br
Prêmios 1998/2001/2003
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FOTOLEGENDA Página 59
Diretoria Executiva: Diretor-Presidente - Jorge Palmeira - Diretor de Planejamento e Engenharia - Adhemar Palocci - Diretor de Produção e Comercialização - Wady Charone - Diretor Econômico-Financeiro - Antonio Barra - Diretor de Gestão Corporativa - Tito Cardoso - Coordenação de Comunicação Empresarial: Isabel Cristina Moraes Ferreira - Gerência de Imprensa: Alexandre Accioly - Equipe de Jornalismo: Alexandre Accioly (DRT 1342-DF) - Bruna Maria Netto (DRT 8997-DF) - Byron de Quevedo (DRT 7566-DF) - César Fechine (DRT 9838-DF) - Érica Neiva (DRT 2347-BA) - Michele Silveira (DRT 11298- RS) - Oscar Filho (DRT 0053 - AP) - Terezinha Félix de Brito (DRT 954 - RO) - Assessorias de Comunicação das unidades regionais - Fotografia: Alexandre Mourão - Roberto Francisco - Rony Ramos - Assessorias de Comunicação das unidades regionais - Revisão: Cleide Passos - Arte gráfica: Jorge Ribeiro - Arte da contracapa: Sandro Santana - Impressão: Brasília Artes Gráficas - Tiragem: 10 mil exemplares - Periodicidade: bimestral
Alexandre Accioly Corria o ano de 1971, quando Eurico de Souza chegou às margens da rodovia Transamazônica para se instalar num dos assentamentos do Incra. Chegou sozinho. Mas não saiu de São Paulo apenas com Deus no coração. Juntou à família mais quatro amigos e partiu para o então chamado ‘inferno verde’. Os colegas fizeram uma pausa em Brasília para pegar um adiantamento e Eurico seguiu com mulher e filhos para Belém. Quatro dias depois estavam todos a caminho do oeste paraense. Mas uma tragédia interrompeu a viagem: na travessia do Rio Tajacuru, que margeia os municípios de Breves e Melgaço, o barco que os transportava virou. Ali terminavam sonhos que recomeçariam. Eurico teve tempo de salvar duas famílias e a si próprio, mas perdeu os entes queridos. Persistiu na viagem e foi um dos primeiros moradores de Brasil Novo, que ajudou a fundar, dar o nome e fazer daquelas terras a sua nova morada. Hoje, aos 72 anos, espera pela construção do Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte na esperança de poder “plantar comida” para os milhares de trabalhadores da
obra. Enquanto não pode plantar porque “não tem quem come”, trata de cuidar de 28 mil pés de cacau para exportação. “Quem é contra nunca viu o desenvolvimento, chegou aqui e ficou preso na selva, longe do Brasil de verdade, daí o nome que demos, de Brasil Novo”, conta Eurico (ao lado), que casou novamente e criou dez filhos. Em Brasil Novo foi realizada a primeira das quatro audiências públicas organizadas pelo Ibama, no cumprimento de mais uma etapa do licenciamento ambiental de Belo Monte, empreendimento situado no Rio Xingu, próximo à cidade de Altamira (PA) (foto acima). Outras três audiências aconteceram em Vitória do Xingu, Altamira e Belém, e reuniram cerca de oito mil pessoas em busca de esclarecimentos sobre os estudos socioambientais descritos no Estudo de Impacto Ambiental – EIA e no Relatório de Impacto Ambiental – Rima.
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tica ações para a garantia e a defesa dos territórios indígenas e de seus recursos naturais. Isto porque elas já vêm sofrendo pressões ao longo do tempo, que podem aumentar com a implantação de Belo Monte. Entre as propostas está a necessidade de comunicação sobre as etapas do empreendimento; a garantia de condições de transporte; a sustentabilidade econômica; a prevenção de doenças e promoção da saúde; a educação e capacitação de agentes indígenas; e a defesa e resgate das culturas das diversas etnias.
dia, com dimensões infernais –, participantes enfrentaram a Transamazônica num dos seus melhores trechos asfaltados, percorrendo apenas 46 km a partir de Altamira. Ali, as terras são de boa qualidade, o que permitiu o desenvolvimento da agricultura. A sede municipal, que ocupa as duas margens da rodovia,
acabou atraindo a instalação de serrarias, algumas marcenarias, um laticínio e duas cerâmicas. A cidade conta com os serviços de abastecimento de água encanada, vinda de poços. Não existe rede de esgoto. Boa parte das residências tem fossas sépticas, mas, em outras, ainda existem fossas negras.
Valter Cardeal fala na audiência de Brasil Novo
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Audiências - As audiências públicas, realizadas entre os dias 9 e 15 de setembro de 2009, contaram com ampla participação popular, mas também de técnicos, professores, ONGs, sindicatos, representantes das empresas que desenvolveram os estudos, além dos diretores da Eletrobrás, Valter Cardeal, e da Eletronorte, Adhemar Palocci, e o presidente do Ibama, Roberto Messias. Em todas elas houve discussões acaloradas entre os favoráveis e os contrários ao projeto. As informações foram repassadas à população de forma didática, com o auxílio de painéis, maquetes, material impresso, além dos 38 volumes dos estudos à disposição para consultas. Em Brasil Novo participaram cerca de mil pessoas e foi a que teve menor duração, sete horas. Sob o forte calor amazônico – neste
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As principais mudanças que o EIA determinou no projeto de engenharia de Belo Monte para diminuir os efeitos negativos sobre o meio ambiente e as pessoas foram a mudança para a cidade de Vitória do Xingu das 2.500 casas destinadas aos funcionários das obras, que antes seriam feitas próximas ao local da casa de força principal, em uma vila residencial; a construção de 500 casas, também para funcionários das obras, espalhadas pela cidade de Altamira, e não em uma vila fechada; a construção de um canal ao lado da barragem principal para passagem de peixes; construção de um mecanismo próximo à barragem principal para fazer com que os barcos possam passar de um lado para o outro do Rio Xingu; e a definição de um hidrograma ecológico para o trecho do rio entre a barragem principal e a casa de força, garantindo a navegação e a sobrevivência de espécies de peixes e plantas. O projeto de Belo Monte foi se modificando ao longo dos anos. Entre as principais mudanças está a redução da área inundada de 1.225 km² para 516 km². Essa área será dividida em dois lagos: o reservatório dos canais, com 134 km², e o reservatório do Xingu, com 382 km². Mas, neste, 228 km² já são, hoje, o canal natural do rio. O EIA/Rima aponta também a não inundação de terras indígenas. Os estudos feitos indicaram que devem ser colocadas em prá-
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dedicados às atividades de pecuária, agricultura e extrativismo. São ações de responsabilidade do empreendedor, que deverá se responsabilizar por fazer contatos e parcerias com instituições como universidades, institutos de pesquisa e de aprendizagem, mas principalmente com as prefeituras municipais e os governos estadual e federal. Inclusive, algumas dessas ações deverão ser mantidas por toda a vida útil do empreendimento.
Em Vitória do Xingú, participação ativa da comunidade
Hunderpfund, em 1750. Ajudado pelos índios xipaias e curuaias, abriu uma trilha para transpor a ‘grande volta’ do Xingu e fundar acima de onde é hoje a cidade de Altamira, a missão Tavaquara. Somente em 1991 tornou-se um município independente. Vitória do Xingu está localizada às margens do igarapé Tucuruí, afluente do Rio Xingu. Tem um porto bem estruturado onde se encontra o terminal hidroviário de passageiros Dorothy Stang, uma das portas de entrada e saída da
população da região. O sistema de abastecimento de água é feito por meio de poços semiartesianos e duas caixas de cimento. A água distribuída é bombeada a partir dessas caixas. Nos locais mais altos, os moradores não conseguem ser abastecidos, sendo obrigados a furar seus próprios poços ou buscar água na cidade vizinha. A cidade não possui sistema de drenagem de águas pluviais. O esgoto é jogado nas ruas a céu aberto e desemboca nos córregos mais
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Vitória do Xingu – A caminho de Vitória do Xingu, onde mais de 1.500 pessoas permaneceram no ginásio poliesportivo por dez horas, buscando informações e participando dos debates, o cantor e compositor paraense Nilson Chaves é sintonizado no rádio: “Dias do norte/noites do norte/rio cheio, lua cheia/gente do norte/cheiro do norte/peixe assado é santa ceia”. Gente do Norte tem fibra, como Manoel Carlos de Abreu (foto à esquerda), que reside no município desde 1970, vindo de Guajará, no Amazonas: “Vim trabalhar, plantar cana. Hoje estou aposentado, não tenho mais força, mas meus 12 netos e bisnetos precisam trabalhar e eu acredito que a Hidrelétrica vai trazer emprego e vida melhor para eles”. Ele e boa parte dos mais de dez mil habitantes dessa cidade histórica. Conta a lenda que o primeiro branco a pôr os pés ali foi o padre Roque
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O lixo é coletado todos os dias e levado para um lixão que fica a dois km do centro da cidade, perto de algumas casas. A energia elétrica chega à cidade pela linha de transmissão Tramo-Oeste, associada à Usina Hidrelétrica Tucuruí e em operação desde 1998. Antes, havia poucas horas de eletricidade por dia, à base de geradores a diesel. Brasil Novo possui cinco escolas na zona urbana, em boas condições de conservação, atendendo alunos da educação infantil e do ensino fundamental e médio. A rede de serviços de atendimento à saúde é bem estruturada, com um centro municipal de saúde pública e boa cobertura do Programa de Saúde da Família - PSF. Passada a audiência, ‘Seu’ Eurico e a maioria dos cerca de 20 mil habitantes de Brasil Novo aguardam as ações, os planos, programas e projetos ambientais que devem ser colocados em prática nas etapas de construção e operação de Belo Monte. Um dos programas que vão ajudar ‘Seu’ Eurico e todos os agricultores da região a colher melhores frutos é o de recomposição das atividades produtivas, que pretende desenvolver ações de capacitação dos produtores e trabalhadores rurais, principalmente aqueles
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acalorados no ginásio, mas do lado de fora é possível ouvir e refletir sobre os versos de Cleo: “Em Vitória do Xingu/essa terra varonil/ lindo nosso município/um pedaço do Brasil/ sempre avante no progresso/com uma educação/terras firmes fontes d’águas/honrarei de coração/o seu verde é tão lindo/o Xingu a transbordar/o sistema ecológico/pretendemos preservar (...)”.
doso foi um dos que chegaram a Altamira no início dos anos 1980 para trabalhar com gado e plantação. Ficou nessa por 12 anos. Depois abriu um supermercado e mais adiante um complexo turístico, o Recanto do Cardoso. No dia 12 de abril de 2009, a barragem que ele construiu numa área já devastada pelo desmatamento, foi uma das muitas que as águas
das chuvas romperam e contribuíram para um dos maiores alagamentos da história de Altamira. “Não derrubei nenhuma árvore sequer das que sobraram quando comecei a construir o Recanto. Ao contrário, desde 2003 já plantei cerca de quatro mil árvores nas minhas terras. Como o turismo incentiva a preservação
Em Altamira, a maior audiência pública do Brasil
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Altamira - Em Altamira foi realizada a maior audiência pública para um licenciamento ambiental em toda a história do Brasil, quando mais de cinco mil pessoas lotaram o ginásio por 12 horas seguidas. Fazendo um barulho ensurdecedor, os movimentos sociais contrários ao empreendimento deram o seu recado. Cerca de 150 índios de diversas etnias acompanharam os debates, mas se retiraram rapidamente. A forte segurança teve trabalho em alguns momentos, mas nenhum incidente grave foi registrado. Porém, não foi permitida, por exemplo, a entrada de indígenas portando facões e bordunas, para evitar acidentes como o de maio de 2008, quando um engenheiro da Eletrobrás teve o braço cortado. Anos antes, em 1989, outro facão fez história, o da índia caiapó Tuíra, no rosto do atual presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes. Mas muitos anos antes o facão era usado na labuta da roça. Jaderci César Car-
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próximos. O lixo coletado é despejado em um lixão. O fornecimento de energia também é feito pelo Tramo-Oeste e atende a todas as residências da cidade. Existem duas equipes completas do PSF, mas não existe hospital, nem acomodações para internação de pacientes. Nesse caso, os doentes são encaminhados para Altamira. No entanto, Vitória do Xingu é o único município da área de influência direta do empreendimento que se esforça para atingir a meta de 100% da população atendida pelo PSF. Os netos e bisnetos do ‘Seu’ Manoel terão melhores chances de emprego com a construção de Belo Monte. A mobilização e a contratação de mão de obra também podem gerar impactos positivos. Não só porque as próprias obras aumentarão o crescimento da procura por serviços, materiais e mercadorias, como também porque esse crescimento ocorrerá para atender às necessidades das muitas pessoas que chegarão à região. Isto servirá de estímulo para que novas atividades produtivas sejam criadas. Assim, deverá aumentar o número de postos de trabalho em atividades relacionadas direta e indiretamente às obras. Enquanto a audiência transcorre sob o normal e forte calor da região, Cleomessias Cipriano da Silva bebe – o suor aumenta – uma pinguinha para refrescar. Ele é autor do hino de Vitória do Xingu. Os debates prosseguem
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soas vivem da extração de argila. A maior parte dos habitantes dessas áreas vive em condições críticas, tanto de moradia, quanto de higiene. Não existe rede de esgoto, 18% das casas não têm instalações sanitárias e pouco mais da metade das casas conta com a coleta de lixo. Em Altamira, o abastecimento de água é feito por meio de poços em mais de 74% das residências, que podem estar contaminados, uma vez que se localizam perto de fossas e de áreas que recebem lançamento de esgoto diretamente nos cursos d’água. O lixo é despejado em um terreno na margem esquerda da Transamazônica, no sentido de Itaituba, em área voltada para o igarapé Altamira. Nos meses de cheia, período conhecido como inverno, os moradores das margens dos igarapés, que têm suas casas inundadas com as cheias todos os anos, são desalojados pelas águas. No início da época de seca, voltam para as palafitas. A economia de Altamira, o principal mercado da região, é variada e está ligada principalmente à atividade comercial e à prestação de serviços. Destacam-se também olarias, indústrias de transformação e de beneficiamento de produtos agropecuários. O fornecimento de energia elétrica é feito por meio do Tramo-Oeste. Antes da energia limpa e confiável de Tucuruí, eram comuns os problemas com interrupção de energia, o
“Quando me perguntam sobre as audiências, começo sempre dizendo que foi um sucesso, mas nada fácil”. “Primeiro veio o grande desafio de conseguir resumir três anos de trabalho em 60 minutos de apresentação e, é claro, sempre existe alguém esperando ouvir aquilo que deixamos de falar. Depois, traduzir um estudo técnico em ações simples, que possam ser entendidas por todos sem se traduzir em medidas simplórias e de pouca profundidade. Por fim, o maior dos desafios: enfrentar um ambiente diversificado onde estão pessoas que querem entender o projeto, mas também aqueles que usam tudo isso para causas pessoais ou até mesmo causas coletivas que extrapolam a competência do empreendimento. Não vejo como papel da equipe do EIA defender o empreendimento como obra estruturante para a região, mas é nossa obrigação esclarecer a realidade do local, os impactos que a obra trará e cada uma das medidas determinadas pelos estudos ambientais como forma de mitigação ou compensação. Quando vemos o número de 35 mil pessoas que perderam trabalho nas madeireiras, fechadas recentemente, devemos entender que boa parte desses trabalhos estava ligada às atividades ilegais de extração da madeira, responsáveis pelo alto grau de des-
matamento já presente na região de Altamira. Quando se ouve dizer que o empreendimento será responsável por um grande desmatamento devemos ter claro que não mais que 25% da área a ser desmatada é coberta por florestas e a presença do empreendimento na região será uma forma de controle por meio das unidades de conservação que serão criadas. Mas se era uma tarefa tão difícil, alguém pode se perguntar: como foi um sucesso? A explicação está na motivação. Motivação de querer mostrar às pessoas da região a seriedade do trabalho que foi feito, o compromisso de uma equipe que se debruçou dias e noites para produzir aquilo que estava sendo apresentado e o resultado de ricas discussões dessa equipe com os empreendedores para esclarecer os impactos e mostrar a necessidade das ações propostas. Mas confesso que minha principal motivação em tudo isso é fazer com que aquela população entenda o que está se passando, a importância da sua participação deles nesse processo de reavaliação daquilo proposto por nós e da cobrança das condições colocadas nos estudos, além da oportunidade de se fazer dessa obra uma condição melhor de vida”. Cristiane Peixoto Vieira Engenheira da Leme Engenharia que fez a apresentação do EIA/Rima nas audiências públicas de Belo Monte.
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da natureza, também sou guarda voluntário de animais silvestres apreendidos pelo Ibama e que precisam de um período de readaptação antes de voltarem ao seu habitat. E sou conselheiro municipal nos conselhos de meio ambiente e de turismo. Hoje, aos 52 anos, casado, quatro filhos, não tenho dúvidas que Belo Monte vai trazer para a nossa gente o que viemos buscar há 30 anos, que é o desenvolvimento, o progresso, uma vida melhor”. Grande parte da população de Altamira pensa como o Cardoso (à esquerda). São mais de 100 mil habitantes. A cidade é o maior município do mundo em extensão territorial e está localizada próxima à rodovia Transamazônica e em frente a um dos trechos mais belos do Rio Xingu. É a principal cidade da região. Nos últimos 20 anos cresceu muito rápido e de forma desordenada, com isso, bairros foram se formando ao longo das margens dos igarapés Altamira e Ambé. Nesses aglomerados existem muitas residências, pontos de comércio, bares e serviços de manutenção. Já nas áreas próximas ao igarapé Panelas a ocupação é pequena e algumas pes-
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Belém – A capital do Pará recebeu a quarta e última audiência pública para o licenciamento ambiental de Belo Monte. Quase 800 pessoas estiveram no Centur, onde distúrbios culminaram na retirada espontânea dos opositores do empreendimento do auditório. No entanto, serviu, por exemplo, para que o Governo do Estado do Pará reapresentasse sua principal reivindicação ao longo de todas as audiências: tarifas menores para estados produtores de energia elétrica e maior parcela da energia a ser negociada com os autoprodutores, indústrias eletrointensivas que poderiam aumentar suas plantas em território paraense, gerando mais emprego e renda.
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Em Belém, pessoas contrárias ao empreendimento se retiraram do auditório
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Foi também uma oportunidade para que dirigentes do Setor Elétrico brasileiro e do Ibama, dessem seus depoimentos. O diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, Adhemar Palocci (abaixo), lembrou que a Empresa, como integrante do Sistema Eletrobrás, está presente desde o início dos estudos da bacia do Xingu, há 30 anos. “Em relação às quatro audiências considero um grande passo para viabilizar Belo Monte e acredito que o processo vai caminhar no sentido da obtenção das licenças ambientais. Percebemos que hoje há uma aceitação muito grande na região, apesar de setores dos movimentos sociais e ONGs ainda se colocarem contra o empreendimento. Em que pese as manifestações contrárias, as audiências públicas existem exatamente para que as pessoas possam questionar e tirar dúvidas. Cabe destacar a de Altamira, a maior já realizada no País, com a presença de aproximadamente 150 índios e mais de 350 perguntas respondidas até à madrugada do dia seguinte”. Em artigo publicado no jornal O Globo, dias antes, o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, afirmou: “O Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte é a terceira melhor relação capacidade instalada x área inundada do País. A tecnologia que resultou na elaboração do projeto, no entanto, não é
a única expertise desenvolvida pelo Brasil. Aprendemos ainda, com a experiência, que nossas usinas devem ser viáveis não apenas técnica e economicamente, mas também do ponto de vista socioambiental. A usina é um projeto consistente e equilibrado, que assegurará parte importante do suprimento de energia previsto no Plano Nacional de Energia 2030 do Ministério de Minas e Energia, mas também trará benefícios à população local. Não falamos de um enclave na Amazônia para beneficiar o restante do País. Falamos de alavancar o contexto de desenvolvimento regional, ouvindo as demandas da população local e estudando soluções que, conduzidas com excelência, ética e a participação dos grupos sociais, resultarão na melhoria da qualidade de vida”. Finalmente, Roberto Messias Franco (abaixo), presidente do Ibama, que conduziu as audiências de Altamira e Belém, reafirma: “O Ibama entende que as audiências públicas, sendo um componente fundamental no processo de licenciamento ambiental, devem ser revestidas de todo cuidado em sua preparação e realização. No processo do Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte todos os cidadãos afetados direta ou indiretamente pelo empreendimento foram informados. As audiências, convocadas e realizadas dentro de plena legalidade, foram importantes na captação dos temores e desinformações que existiam sobre o projeto, tendo, portanto, cumprido sua missão que, em termos objetivos, é ouvir da população e fornecer a ela informações que eventualmente não estejam clarificadas no Relatório de Impacto Ambiental”. As análises técnicas prosseguem até que se chegue a uma conclusão sobre a viabilidade ambiental e o Ibama possa apresentar um parecer conclusivo sobre o processo. Quando esta edição de Corrente Contínua estiver circulando podem ter ocorrido duas situações: a licença prévia foi concedida e o leilão acontece até o final do ano, trazendo luz e esperança para o oeste paraense e todo o Brasil; ou o contrário, quando então, talvez de forma definitiva, a região, as cidades, as pessoas, terão escolhido conviver com um mundo que poderia ter sido possível, mas que poderá continuar oferecendo poucas oportunidades para uma vida melhor.
Os números das audiências Resumindo, tem-se o seguinte: l Audiência pública de Brasil Novo (10.09.2009 – 13h/19h) – Realizada no Clube Esportivo Municipal, com capacidade para 500 pessoas, e arquibancada externa do campo de futebol para 200 lugares com transmissão simultânea. Foram 609 participantes credenciados e uma estimativa de público presente de 1.100 pessoas. Nessa audiência mobilizou-se também as comunidades de Uruará, Medicilândia e Placas, das quais 74 pessoas viajaram pelos meios de transporte colocados à disposição pela organização do evento (ônibus). Foi distribuído lanche (suco, sanduíche e rapadura) para todos os participantes l Audiência pública de Vitória do Xingu (12.09.2009 – 10h/20h) – Realizada no Ginásio Poliesportivo, com capacidade para mil pessoas. Houve credenciamento de 869 participantes e um público estimado de 1.500 pessoas. Nessa audiência também foram mobilizadas as comunidades de Gurupá, Porto de Moz e Senador José Porfírio, sendo que 59 pessoas viajaram pelos meios de transporte disponíveis (ônibus e barcos). A mais longa viagem teve duração de 16h e a menor de 5h. Todos tiveram direito ao lanche. l Audiência pública de Altamira (13.09.2009 – 15h/2h) – Realizada no Ginásio Nicias Ribeiro, com capacidade para cinco mil pessoas. Foram credenciados 2.250 participantes e a estimativa de público de cinco mil pessoas. Reuniu também os municípios de Pacajá e Anapu, comunidades dos travessões da Transamazônica e ribeirinhos, sendo que algumas viajaram durante 9h. Foram 15 micro-ônibus e 11 voadeiras à disposição. Receberam os volumes impressos do Rima: 210 entidades representantes de sindicatos, associações, presidentes de bairros, ONGs e líderes de comunidades; 11 prefeituras e câmaras de vereadores da Transamazônica; mais a prefeitura e a Câmara de Vereadores de Santarém; 17 escolas municipais, seis estaduais e cinco particulares. Foram distribuídos quatro mil lanches e a população indígena recebeu mais 250 lanches acrescidos de frutas. A rede hoteleira de Altamira ocupou 327 vagas somente com os participantes diretos do evento. l Audiência pública de Belém (15.09.2009 – 18h/2h) – Realizada no Teatro Margarida Schiwazzappa/, com capacidade para 500 pessoas, mais espaço externo para público excedente com 500 lugares e transmissão simultânea. Foram credenciados 586 participantes com estimativa de público de 700 pessoas.
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que prejudicava a economia e contribuía para o aumento da violência da cidade. Os serviços de saúde e educação são bem estruturados. Existe uma completa rede de ensino e o melhor polo de saúde da região. A cidade tem uma rede de cinco hospitais públicos e privados vinculados ao SUS. ‘Seu’ Cardoso é um empreendedor do turismo. Quando Belo Monte estiver pronta, turistas terão uma impressão melhor da cidade. Um programa de intervenção prevê ações como a recuperação urbanística e ambiental da orla do Xingu; amortecimento de cheias; uso de parte da área do igarapé Ambé para atividades como peixarias, fábricas de gelo e estaleiros; construção de pontes adequadas para a travessia do igarapé Altamira; drenagem urbana e esgotamento sanitário; redes de abastecimento de água; áreas de reassentamento e construção do aterro sanitário.
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Arthur Quirino
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Desde 1984 São Luis recebe energia de Tucuruí
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O Maranhão, cuja capital é São Luís, é um dos nove estados brasileiros que tem o privilégio de contar com a energia elétrica gerada e transmitida pela Eletronorte. Depois da chegada da Empresa a terra onde canta o sabiá, em janeiro de 1983, quando incorporou o sistema energético do estado, por meio da Regional de Transmissão do Maranhão, agora é possível ouvir também nos lares mais longínquos, os avanços da globalização, as vozes do rádio, da televisão, da internet, da tecnologia e do progresso. De lá para cá, o Maranhão deu um grande salto de crescimento com a expansão do sistema elétrico, que antes era composto por seis subestações e uma usina térmica (já desativada). Hoje são oito subestações, algumas ampliadas e modernizadas, e, até 2011 serão dez. São Luís era abastecida somente por uma linha de transmissão vinda da Usina Hidrelétrica Boa Esperança, da Chesf, que passava por Teresina (PI).
Em 1984, a capital já começou a receber a energia gerada na Usina Hidrelétrica Tucuruí, por meio do primeiro circuito em 500 kV do então Sistema Norte-Nordeste. Em 1988, entra em operação o segundo circuito, deixando o sistema mais confiável para os consumidores. Naquele mesmo ano, a Eletronorte promove um incremento nas subestações da “Grande São Luís”, que é composta por quatro municípios (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa). Em 1994 entra em operação a linha de transmissão Imperatriz/Porto Franco para suprir com maior qualidade a região do extremosul do Maranhão. Em 1999, nasce, a partir de Imperatriz, a Interligação Norte-Sul, que integrou definitivamente os sistemas elétricos brasileiros, hoje o Sistema Interligado Nacional – SIN. Em 2003, começa a operar a linha em 230 kV de Presidente Dutra para Peritoró, fechando o anel entre as subestações do Maranhão e garantindo o atendimento às subes-
Engenharia – No Maranhão, a Eletronorte também é representada pela Gerência Regional de Obras Maranhão/Tocantins, que tem a missão de coordenar a implantação das obras de expansão e reforço do sistema elétrico, além de coordenar e executar as atividades relacionadas à preservação do meio ambiente e reintegração social de comunidades do entorno dos empreendimentos, por meio de programas de compensação ambiental e de qualidade de vida. Em 2007 e 2008 entram em operação importantes empreendimentos que deram suporte ao desenvolvimento socioeconômico em diversas regiões do estado, além de proporcionar uma melhora considerável à confiabilidade e estabilidade dos sistemas de transmissão e distribuição. Atualmente, o Maranhão tem uma carga de aproximadamente 1.200 MW. A Ilha de São Luís é responsável pelo montante de aproximadamente 250 MW. A Eletronorte ainda fornece energia a um dos maiores consumidores industriais do Brasil, o complexo Alumar, empresa produtora de alumínio e alumina, com carga média de 800 MW. Segundo a coordenadora da Qualidade da Divisão de Engenharia de Operação do Maranhão, Denise Malagoni (abaixo), para saber qual o nível de satisfação dos clientes quanto aos serviços prestados pela Eletronorte, o Centro de Operação Regional aplica, anualmente, uma pesquisa que mede o Índice de Satisfação do Cliente Externo - ISCE.
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CORRENTE ALTERNADA
A energia que supera os desafios para o crescimento do Maranhão
tações Miranda e Peritoró, que passaram a ter duas fontes de alimentação. Ainda naquele ano, entra em funcionamento a Subestação Açailândia, de propriedade da Eate-Empresa Amazonense de Transmissão de Energia S/A, constituindo o terceiro circuito Tucuruí/Presidente Dutra, de grande importância para o Sistema Maranhão, sendo mais uma opção para o estado receber energia de Tucuruí via Marabá/Açailândia/Presidente Dutra e Açailândia/Imperatriz.
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Carvalho, ao centro, e os Guajajara
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Os dados são analisados e, em seguida, é feita uma apresentação para cada cliente, mostrando os resultados alcançados, ressaltando os pontos positivos e os que precisam ser aperfeiçoados, definindo, assim, as ações de melhoria por meio de planos de ações e reuniões sistematizadas. Para Denise, a relação Empresa/cliente é salutar, pois, eles veem que estamos dando uma tratativa especial. Essa é a forma de es-
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O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes é natural do Maranhão. E foi lá que começou a carreira no Setor Elétrico brasileiro. Ele relembra algumas histórias:
Brasil, que se chama Mauro Amorim. Carregamos pedras e construímos o sistema, passamos cabos durante à noite, no escuro, tínhamos que acender fogueiras. Hoje eu olho e penso que jamais repetiria o que fizemos naquela época”.
Construção do primeiro circuito Imperatriz/Presidente Dutra – “No final da década de 1970, a Chesf atendia todo o Nordeste, e o Maranhão até São Luís, por Boa Esperança. Mas em Imperatriz a situação não era muito boa, assim como em Belém. Tínhamos que levar uma linha de Sobradinho, passando pelo Piauí e Maranhão para chegar a Belém. Naquela época não havia projeto similar dessa dimensão no mundo. Então o governo determinou que a Chesf cuidasse do trecho entre Sobradinho e Imperatriz, e a Eletronorte, de Imperatriz até Belém, passando por Tucuruí”.
Um caso inusitado – “A história mais inusitada foi quando fomos discutir com os índios e a Funai a passagem da linha entre Barra do Corda e Imperatriz, na aldeia Toquinho, dos índios Guajajara. O representante da Funai disse que era para ficarmos calados, só eles falariam. Mas os índios começaram a falar da Funai, e eles ficaram sem discurso. Aí eu vi que a coisa estava feia e disse êpa!!, eu vou assumir essa coisa aí, e tomei a frente da conversa. De vez em quando eles iam a uma casinha lá perto do colégio onde estava acontecendo a reunião, e voltavam. Depois eu descobri que o Porfírio Carvalho – hoje consultor indigenista da Eletronorte -, estava escondido lá. Os índios iam consultar o Carvalho para rebater meus argumentos. O Carvalho nega isso, mas ele estava escondido lá. Mas correu tudo bem, eles nos deram um crédito de confiança, assinamos os acordos e disseram que eu fui o primeiro branco que cumpriu a palavra com eles. Em 1985, quando já estava na Eletronorte, sofri um grave acidente e quando os índios souberam, foram até Brasília, sob o comando de Toninho Guajajara, e fizeram uma dança pra mim, me colocaram no meio da roda e disseram: Olha, Zé Antonio, se você tivesse morrido, a gente ia lá no cemitério, cavar, pra te ver. Eu já choro por nada, imagina nesse dia!”.
Os desafios e as dificuldades – “Foi o nível de tensão, em 500 kV, como planejar e operar um sistema desse porte. Depois, enfrentamos regiões desérticas do Piauí, as florestas no Maranhão, as terras indígenas Guajajara e Krikati, dificuldades imensas na articulação, na negociação, ninguém tinha experiência nisso. Mas conseguimos energizar a linha de Boa Esperança até Imperatriz, passando por Presidente Dutra, e aconteceu mais um fato inédito no mundo, que foi a subestação da Cemar em 69 kV ser alimentada por 500 kV, um caso onde prevaleceu a imaginação, a ousadia e a competência de um dos maiores engenheiros do
tarmos sempre buscando atender aos anseios dos clientes, destacando que, desde 2001, exceto 2007, as metas estabelecidas sempre foram superadas, o que demonstra a qualidade dos nossos serviços. Nos bastidores – A Empresa não é feita somente de subestações, torres e linhas de transmissão. Por trás de todo esse aparato, existem pessoas, trabalhadores com competência técnica e profissional, mas também com sentimentos e emoções. Trata-se de um quadro de técnicos qualificados que são partícipes da história do Setor Elétrico. Esse trabalho de excelência e qualidade passa pelas mãos habilidosas, ou melhor, das
únicas mãos femininas das equipes de manutenção de linhas e operação de subestação em Imperatriz e Presidente Dutra. Katiana Silva Santos (à esquerda) é a única mulher que integra a equipe de linha viva do Maranhão; na Subestação Peritoró, trabalha Auriléia Dias Silva (ao meio), e na Subestação Coelho Neto, Jacqueline de Azevedo Oliveira (abaixo), as únicas mulheres que integram as equipes de operação. Segundo as ‘belas e feras’, elas se sentem orgulhosas de trabalhar entre irmãos: “Todos os colegas nos tratam com muito carinho e respeito, mas, sem moleza, pegamos no pesado mesmo, fazemos tudo que eles fazem, aqui não tem esse negócio de sexo frágil”.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão - Fiema, Edilson Baldez das Neves, fala do crescimento industrial no Maranhão. Como está o setor industrial do Maranhão hoje e quais as perspectivas para os próximos anos? A economia do Maranhão hoje está estruturada sob dois grandes eixos: o agronegócio de alimentos, energia e o complexo minerometalúrgico. O cenário para os próximos cinco anos será ainda moderado, com pequena ampliação do mercado. Mas isso já deve mudar a partir de 2013, com a maior dinamização e a desejada diversificação e ampliação das cadeias produtivas, com maior agregação de valor aos produtos. Qual a importância da Eletronorte para o crescimento do setor industrial do Maranhão? A importância da Eletronorte nós reduzimos numa frase: não podemos pensar em crescimento sem falar em Eletronorte. A Empresa simplesmente é imprescindível, assegurando com qualidade e competência a principal força motriz de um empreendimento, que é a energia. Não resta dúvida sobre esta questão. A Eletronorte foi fundamental não apenas para o crescimento industrial, mas para o desenvolvimento social do Maranhão. Aliás, nem podemos usar esse verbo no passado, pois a Eletronorte é também decisiva para o presente de nossa indústria e em especial, para o novo cenário que se configura a partir de 2013. Como o senhor vê a implantação da refinaria da Petrobras em Bacabeira? A refinaria é justamente um dos 12 projetos prioritários do planejamento desenvolvido pela Fiema em parceria com diversos atores sociais. Estamos fazendo a nossa parte para que um projeto dessa magnitude se torne realidade, favorecendo uma produção com valor agregado e não a mera exportação de nossas riquezas naturais. É um investimento que o setor empresarial local se prepara para participar ativamente. Temos como expectativa a possibilidade real de geração de empregos, novas oportunidades de negócios, de desenvolvimento social e do respeito ao meio ambiente. Qual o ranking do Maranhão no setor industrial? O Maranhão é o 16º PIB no ranking nacional. É o 4º da Região Nordeste e responsável por cerca de 20% de toda a riqueza gerada no estado, acima do setor agropecuário, (cuja participação no PIB é de 16,6%), e abaixo do setor de serviços (65%). A contribuição é expressiva, porém ainda está abaixo das médias do Nordeste (25%) e do Brasil (30,11%), isso em dados do IBGE de 2006.
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Relembrando histórias
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Primeiros passos – O ministro Lobão (acima) relembra o histórico da Eletrobrás e explica o motivo desse avanço: “A empresa já possuía uma atuação internacional, mas de maneira restrita. Ajudou, por exemplo, na estruturação da Electroperu nos anos 80, e é referência mundial na área de eficiência energética, gra-
Pela América do Sul e África (pontos amarelos) tem início a internacionalização do Sistema Eletrobrás
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A década de 1980 do século passado já dava indícios do que traria o novo milênio traria. Naquela época, empregados do Sistema Eletrobrás eram convidados a visitar outros países para levar conhecimento em geração e transmissão de energia e auxiliar aqueles que ainda iniciavam a construção de empreendimentos. Em 2008, com a sanção da Lei nº 11.651, a capacidade de comercialização do Sistema Eletrobrás ultrapassou as fronteiras brasileiras, dando poderes para a Empresa atuar em todo o mundo. Já em 2009, a Eletrobrás, que é a maior holding da América Latina e uma das dez maiores empresas de energia elétrica do mundo, foi convidada a ser membro do e8 (grupo das 13 maiores empresas de energia elétrica em países do G8 – ver box), além de ter projetos avançados para execução de empreendimentos em sete países e estar em fase final de instalação de escritórios de representação no Peru e no Uruguai. Foi dada a largada para a expansão internacional do Sistema Eletrobrás, que se beneficiaria de um conjunto de oportunidades para fortalecer sua posição estratégica na busca de novos merca-
dos e integraria mercados regionais, agregando mais energia ao Brasil e levando qualidade energética ao mundo. O engenheiro eletricista Sinval Zaidan Gama, superintendente de Operações no Exterior da Eletrobrás e vice-presidente do BraCier (o comitê nacional do Cier – ver box), é um dos personagens dessa história. Com 35 anos de experiência no Setor Elétrico – trabalhou em praticamente todas as empresas do Sistema – Sinval acompanhou de perto a evolução do mercado energético brasileiro. Ele explica o motivo pelo qual desde muito tempo os empregados da Eletrobrás e suas subsidiárias fazem essas viagens além das fronteiras tupiniquins: “Isso se deve a nossa expertise, mais a experiência acumulada com a construção de grandes empreendimentos. Não é incomum nossos empregados serem requisitados para ajudar na implantação e estruturação de hidrelétricas e sistemas de transmissão”. Não é por menos que a necessidade de internacionalização da holding veio por conta da demanda do próprio mercado energético. “As empresas do setor ao redor do mundo estão cada vez mais se globalizando, e a Eletrobrás não poderia deixar de evoluir para isso. No Brasil, há cinco dessas empresas estrangeiras concorrendo com o Sistema Eletrobrás em leilões de energia, e agora nós também poderemos concorrer com elas em outros países”, afirma Sinval (à esquerda). O projeto de atuação no exterior conta com o suporte de consultorias especializadas e passa por quatro etapas: benchmarking de internacionalização; estratégia e modelo de negócio; modelo organizacional e macroplano de implementação. Um dos grandes defensores da internacionalização, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, enumera as vantagens à revista Corrente Contínua: “A internacionalização agregará muito valor à Eletrobrás, que poderá ser uma concorrente internacional de peso, uma ‘national champion’, como são a EDF da França, a EDP de Portugal, e E-On da Alemanha, entre muitas outras. Essas empresas aumentaram seus lucros concorrendo em todo o mundo e esse também é o objetivo primordial da Eletrobrás em sua globalização”.
Foto: Francisco Stuckert - MME
Bruna Maria Netto
Foto: Jorge Coelho - Eletrobrás
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SISTEMA ELETROBRÁS
Internacionalização da Eletrobrás: Setor Elétrico brasileiro chega ao e8
ças ao Procel. Assim, era um caminho natural que uma empresa com toda essa expertise na área elétrica se tornasse uma empresa globalizada, como se tornou a Petrobras, na área de petróleo e gás”. Entre os projetos iniciais da internacionalização estão interligar novas fontes de energia da América Latina com o sistema elétrico brasileiro; promover a integração energética entre o Brasil e os países latinos-americano; criar novas oportunidades de investimento em energia elétrica em outros países, beneficiando a economia brasileira por meio da geração de novos mercados para o segmento de fornecedores de bens e serviços; e atuar em projetos específicos de interesse dos acionistas da Eletrobrás. Em cada país que mantém acordo em potencial com a Eletrobrás será seguida a seguinte metodologia: primeiro a análise preliminar de oportunidades, seguindo para os estudos de pré-viabilidade, estudos de viabilidade e, finalmente, a formulação do plano de negócios. A previsão é de instalação de 18 mil MW e a construção de 11 mil km em linhas de transmissão no exterior. Por enquanto, os projetos em andamento serão realizados nos continentes americano e africano.
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Na Nicarágua está sendo elaborado estudo de viabilidade energética da Usina Hidrelétrica Tumarin, com capacidade instalada de 220 MW; a Venezuela tem como projeto a interconexão com o Brasil, visando ao intercâmbio de energia; em Angola e Namíbia está sendo estudada a viabilidade da Usina Hidrelétrica Binacional Baynes, no rio Cunene, localizado na fronteira entre os dois países. Já na Argentina, o projeto da Usina Hidrelétrica Garabi está em fase de estudo de viabilidade, e sua capacidade instalada será de dois mil MW, enquanto na Guiana há o projeto de construção de uma hidrelétrica no rio Mazaruni, com 800 MW de potência. Os estudos citados são apenas alguns dos que estão sendo realizados em pelo menos 15 países em todo o mundo. No entanto, Sinval destaca que as áreas de atuação da
Eletrobrás no exterior inicialmente serão mais concentradas nas três Américas. Ele conta que na América do Norte pretende-se explorar a transmissão para atender investimentos em energias renováveis e na interconexão de subsistemas nos Estados Unidos, além de buscar oportunidades de aquisição de novos empreendimentos. Na América Central, o foco está na exploração de projetos de geração com potencial de atendimento regional, bem como participar dos investimentos em integração, enquanto os vizinhos sul-americanos terão contato com o Sistema Eletrobrás por meio dos estudos de projetos de geração em países de grande mercado ou com potencial de exportação de energia, além de aquisições de pequeno e médio portes. O Superintendente explica: “A preferência em atuar nas Américas se dá pela proximidade geográfica
e cultural com o nosso País. A América do Norte tem grande mercado a ser explorado, tanto em linhas de transmissão quanto nos estudos hidrelétricos. Peru e Colômbia são exemplos de países cujos potenciais elétricos ainda não foram completamente explorados, além das trocas de energia que já são feitas com a Venezuela”. Escritórios no exterior - A ação da Eletrobrás nas zonas fronteiriças será executada tanto pela parceria de construção de novos empreendimentos quanto por meio da interconexão das linhas de transmissão, na qual será possível realizar a compra, venda ou troca de energia, como já ocorre com a Venezuela (ver box). De acordo com o ministro Lobão, a atuação nos países vizinhos tem também o objetivo de oferecer opções ao Brasil para garantir seu
suprimento de energia elétrica. “Alguns dos nossos vizinhos têm capacidade de geração inexplorada em seus territórios, especialmente em termos hidrelétricos. O exemplo mais notório é o do Peru, mas há ainda a Colômbia e a Venezuela, e, um pouco menos, a Bolívia e a Guiana. Também temos o Uruguai, com um grande potencial eólico ainda não desenvolvido. Acordos internacionais para exploração conjunta desse potencial seriam interessantes não só para o Brasil, mas também para os nossos vizinhos”. Com tantos investimentos fora do País, a Eletrobrás vai instalar escritórios de representação no exterior. Primeiro em Montevidéu (Uruguai), onde será construída uma linha de transmissão em 500 kV, que ligará o Brasil àquele país; e em Lima (Peru), inicialmente para o projeto de viabilidade da
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Foto: Jorge Coelho - Eletrobrás
Décima maior empresa de energia elétrica em patrimônio e maior da América Latina, a Eletrobrás agora integra o grupo e8, formalizando seu prestígio no Setor Elétrico mundial. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, explica que o convite do e8 deve-se tanto à internacionalização do Sistema como também “ao fato de a Eletrobrás ser realmente uma das dez maiores empresas do mundo. Creio que ela teria sido convidada sem processo de internacionalização, devido à crescente importância do Brasil nos fóruns internacionais, mas sem dúvida o processo chamou a atenção para a companhia”. Para falar sobre mais esse avanço, o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, explica o papel da holding e os próximos passos como membro do e8.
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O que o e8 faz? Quando se reúne? Como desdobramento do G8, grupo dos sete países mais ricos e a Rússia, que é o fórum dos presidentes, existe o fórum dos ministros de energia e tem também o que se chama e8, formado pelos CEOs (sigla para Chief Executi-
ve Officer: diretor-executivo, diretor-geral, ou presidente de empresa, em português) das agora 13 – antes eram dez – maiores empresas de energia elétrica desses oito países. O e8 é uma reunião anual, precedida de reuniões técnicas preparatórias, promovidas entre os chamados “sherpas” (auxiliares técnicos das empresas que preparam os elementos para a reunião para os CEOs). No caso da Eletrobrás, o nosso “sherpa” é o Luiz Augusto Figueira, coordenador-geral da Presidência. A que se deve o convite e o que ele representa para a empresa? Houve uma discussão inicial se a Eletrobrás continuaria como convidada especial ou se seria formalmente
convidada a fazer parte do fórum. Pouco tempo depois, fomos surpreendidos com a formalização do convite. Isso significa que não vamos participar apenas dos trabalhos preliminares, mas fazer parte dos diversos comitês que trabalham os temas consolidados e formalizados. A força intrínseca da Eletrobrás, acoplada ao papel que o Brasil vem desempenhando no mundo, fez com que a empresa fosse reconhecida entre as 13 maiores e mais importantes companhias de energia elétrica do planeta. Como foi a participação da Eletrobrás na reunião realizada em junho de 2009? O tema debatido foi as fontes primárias de geração de energia elétrica do futuro, visando à redução da emissão de gases de efeito estufa e, portanto, à redução do impacto no aquecimento global. Nós nos comprometemos e assinamos um statement, o qual ressalta que as principais fontes primárias de energia elétrica são: a nuclear, as grandes usinas hidrelétricas, o carvão limpo e a captura e estocagem de CO². Vamos trocar experiências para desenvolver, cada vez mais, novas tecnologias em geração de energia elétrica e em eficiência energética. Esses segmentos serão a base da produção de eletricidade no futuro. Para o Brasil também é uma grande conquista, porque as hidrelétricas passaram a ser reconhecidas como uma fonte que não polui. Não podemos esquecer das fontes alternativas, como a eólica e a biomassa, complementares em nossa matriz energética. Também tivemos a oportunidade de apresentar o Complexo Tapajós, um exemplo de como tratamos a questão dos aproveitamentos hídricos, especialmente na Amazônia.
Como o senhor vê a presença da Eletrobrás no âmbito empresarial internacional? As participações que a Eletrobrás tem em fóruns internacionais só confirmam o quanto ela é uma empresa diferenciada, no Brasil, na América Latina e no mundo. Na hora em que conseguirmos passar a visão de conjunto, de um Sistema, e não de empresas isoladas, sem dúvida nenhuma teremos a imagem ainda mais fortalecida. Se hoje, por exemplo, Furnas tem papel importante em alguns fóruns, Chesf, por sua vez, tem em outros. Em conjunto, será ainda melhor. A tendência é que a Eletrobrás, a cada dia, se torne mais importante no contexto mundial. Qual o diferencial que a Eletrobrás leva aos fóruns internacionais? O Sistema Eletrobrás implantou as maiores usinas hidrelétricas do mundo, Itaipu e Tucuruí, e é responsável pelo grande sucesso desses empreendimentos, em termos de engenharia e de operação. Também desenvolvemos o Sistema Interligado Nacional, um patrimônio do Brasil. Nós temos a matriz energética mais limpa do planeta e ainda mostramos para o mundo os impactos sociais e ambientais das grandes hidrelétricas no passado, hoje e no futuro; a nossa experiência com a utilização da biomassa como uma importante fonte renovável de energia, principalmente em países pobres e emergentes; o sucesso do nosso Programa Nacional de Conservação de Energia; e como conseguimos levar a energia elétrica e, com isso, a cidadania, para quase dez milhões de brasileiros, por meio do Luz para Todos. *entrevista concedida a Thatiana Martins, da Eletrobrás
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Eletrobrás se junta às melhores para discutir o setor elétrico mundial
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Buenos Aires
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ma Eletrobrás haverá um escritório da holding. O ‘olho do dono’ é fundamental para a prosperidade desses projetos”, enfatiza Sinval. Além disso, o escritório em Lima visa a atender às regras da legislação peruana, que só permite a concessão para empreenMontevideo
Os representantes do e8 (acima) e as cidades onde a Eletrobrás começa a gerar novos negócios
dimentos se a empresa responsável mantiver uma representação local. Os empregados Edimilson Luiz Nogueira, da Eletronorte, e Flávio Márcio de Albuquerque Castelo, da Chesf, foram os selecionados para trabalharem nos escritórios que a EletroManágua
brás está abrindo em Montevidéu e Lima, respectivamente. O processo de seleção do grupo de trabalho no exterior envolveu empregados das subsidiárias da Eletrobrás interessados em atuar fora do Brasil. No total, 148 técnicos se inscreveram no processo de seleção. Os canCaracas
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Usina Hidrelétrica Inambari, uma das seis que estão previstas naquele país, com capacidade instalada de dois mil MW, com parte da energia gerada alimentando o Sistema Interligado Nacional - SIN. “Onde for implementado algum empreendimento do Siste-
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Não é possível falar em internacionalização do sistema elétrico brasileiro sem citar a Cier - Comissão de Integração Energética Regional. A Comissão é uma organização internacional sem fins lucrativos, com 45 anos de existência, agregando mais de 200 empresas de energia ao redor do mundo. No Brasil, o braço regional é representado pelo BraCier, que congrega atualmente 30 empresas ou entidades do Setor Elétrico brasileiro, incluindo o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica Cepel, a Eletrobrás e o Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, sendo presidido pelo presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz. O engenheiro eletricista Plínio Fonseca (foto) é diretor-executivo da Cier, e conversou com a revista Corrente Contínua sobre o papel da Comissão e sobre as vantagens da interligação energética internacional. Qual a função da Cier? O objetivo principal da Comissão é promover a integração dos setores energéticos regionais e apoiar suas empresas e organismos-membros dedicados às atividades e negócios da indústria energética, por meio da cooperação e realização de congressos, estudos, projetos e capacitação. A Cier, em escala internacional, e graças à sua estrutura pluralista relacionada com as distintas atividades da indústria elétrica e dos organismos governamentais do setor, tem alcançado grande prestígio no desenvolvimento de projetos e foros que permitem analisar, estudar e propor soluções objetivas para os problemas comuns das empresas e do Setor Elétrico. Atualmente a Cier trabalha em torno de quatro vetores
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didatos tiveram seus conhecimentos em língua inglesa e espanhola testados. Ao término, dois finalistas de cada empresa, sendo oito engenheiros, dois advogados e dois economistas – participaram de um treinamento sobre a América Latina, com palestras focando integração energética no continente e o contexto político, econômico e cultural. Agora, Edimilson e Flávio (fotos à direita, respectivamente) passarão por um treinamento na Superintendência de Operações no Exterior, da Eletrobrás, e devem iniciar as atividades ainda em outubro de 2009.
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O G8 do Setor Elétrico – No planejamento Estratégico 2009-2012, a Eletrobrás traçou como objetivo estruturar a carteira de empreendimentos do Sistema no exterior. O ministro Lobão diz que as prerrogativas vão além das econômicas: “Politicamente,
principais: integração dos sistemas e mercados elétricos; melhoria da eficiência na gestão empresarial; melhoria na qualidade e confiabilidade de fornecimento de energia e desenvolvimento sustentável. Quem faz parte da Comissão? A Cier é composta atualmente por 225 instituições do setor energético da América Latina, entre as quais se encontram empresas do setor público, privado, reguladores, operadores, institutos de pesquisa e associações. A secretaria-executiva da Cier está sediada em Montevidéu (Uruguai), e dispõe de um comitê nacional em cada um dos dez países da América do Sul, além de um membro associado na Espanha, o Grupo Unesa (Iberdrola, Uniõn Fenosa, Endesa, REE). Em julho de 2009, a Cier deu um passo muito importante em sua expansão geográfica, com a criação do Comitê Regional Cier para a América Central e o Caribe - CecaCier, que agrupa 16 empresas. Como a Comissão vê a situação atual do abastecimento de energia elétrica na América Latina? Uma análise da situação energética na região relativa ao ano de 2008 indica que alguns países apresentaram situações de desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Também se visualizam situações de déficit que devem ser enfrentadas em curto, médio e longo prazo. Tal fato exige planejamento de ações, hoje afetadas pelos riscos e a incerteza produzida pelas variações da economia e a volatilidade dos preços dos combustíveis, que se refletem diretamente na demanda. De outro lado, para abastecer o mercado, respei-
pensando em termos de Brasil, ajuda o País a firmar sua liderança regional de maneira não exploratória, pois nos acordos haverá uma convergência dos interesses brasileiros e dos nossos parceiros, especialmente
os vizinhos, que precisam se desenvolver economicamente para não haver desequilíbrios regionais que afetem as relações entre os países”. Não apenas pela habilidade em tratar da geração e transmissão de energia de forma sustentável, mas também por conta dos fu-
Quais os próximos passos? Além das interconexões, precisamos viabilizar o aumento das transações de energia, que muitas vezes esbarram em barreiras técnicas, comerciais, reguladoras. É nesse sentido que a Cier está desenvolvendo atualmente o projeto Cier 15. Como próximo e fundamental passo, diria que precisamos caminhar no sentido de dispormos de uma agenda energética regional. Nós firmamos um acordo entre todos os organismos internacionais que atuam nas áreas de integração e energia – Cier, Olade, Arpel, Cepal, Aladi, OEA – e deveremos iniciar em breve os estudos que levarão, a essa agenda energética regional, com consenso entre empresas e governos. O que mais prevê o projeto Cier 15? Os desafios para o futuro representam a integração total da América. Porém, devemos considerar que existem grandes ameaças, como a dependência energética de um país em relação a outro, a perda de autonomia sobre os recursos e os preços de energia, os conflitos de interesses econômicos, geopolíticos, sociais e ambientais, a falta de instituições para a solução de controvérsias e a cobertura de riscos. O citado projeto Cier 15 permitirá gerar informação de grande valor agregado para os diferentes agentes e atores públicos e privados. Ele incentivará o desenvolvimento de vários produtos, como a regulamentação, tratados e acordos comerciais que permitam incrementar as transações internacionais de energia; estrutura de normas supranacionais básicas para viabilizar os intercâmbios de energia entre países e entre regiões; e produtos e serviços que permitam esse intercâmbio.
turos tratados comerciais a serem selados em breve, a Eletrobrás foi convidada a integrar o e8, grupo das 13 maiores empresas do Setor Elétrico em países do G8 (composto por Estados Unidos, Japão, Canadá, França, Alemanha, Itália, Inglaterra e Rússia), após sua presença na reunião do grupo este ano. Entre as prioridades definidas pelo e8 está o investimento em pesquisa para o desenvolvimento de fontes de energia limpa, a eficiência energética, o uso responsável do carvão como fonte de energia e o combate ao desmatamento, visando à redução da emissão de gases de efeito estufa e à redução do impacto no aquecimento global. A presença no grupo, com poder de decisão nas reuniões anuais do e8, é um exemplo que confirma a participação crescente do Sistema Eletrobrás em fóruns internacionais onde são
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Parceiros da integração energética: Cier
tando as exigências do meio ambiente, é necessário modificar a matriz energética por meio do desenvolvimento de infraestrutura de projetos de centrais hidrelétricas e outras tecnologias renováveis nãoconvencionais, bem como ações para melhorar o consumo da energia por meio do manejo da demanda e da eficiência energética. Para melhorar a segurança do fornecimento nos países da região, também é necessário impulsionar a integração energética. A tendência à integração tem caráter universal e sucede aos processos de consolidação empresarial e setorial que vêm ocorrendo há décadas em diversos setores. A América Latina encontra-se diante de uma oportunidade única de avançar com sucesso na integração energética regional. As condições econômicas e a disponibilidade de energia primária permitem pensar em uma integração progressiva em médio prazo. Como a internacionalização do sistema elétrico brasileiro poderá beneficiar os demais latino-americanos? A internacionalização do sistema brasileiro poderá beneficiar os demais latino-americanos da mesma forma que irá beneficiar os brasileiros, pelo aproveitamento das altas complementaridades existentes e diversidade do potencial energético na América Latina. Intercâmbios bilaterais de oportunidades podem representar o início de um processo de maior integração baseado em ofertas de volume e preço, respeitando as regras de segurança, comerciais e regulatórias de cada país.
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Roraima foi pioneira na interligação internacional
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Antes do Sistema Eletrobrás atuar no mercado internacional, a Eletronorte já contribuía para a integração energética da América Latina, construindo e operando o linhão de Guri, linha de transmissão de energia entre Brasil e Venezuela que abastece o Estado de Roraima. O drama anteriormente vivido pela população roraimense durante décadas, em virtude da falta do fornecimento de energia elétrica confiável, ficou no passado. Roraima conquistou sua redenção energética a partir da inauguração do sistema de transmissão, em 2001. Construído pela Eletronorte, em sua porção brasileira, a linha teve investimentos da ordem de US$ 185 milhões de dólares, sendo US$ 130 milhões do governo venezuelano e US$ 55 milhões do governo brasileiro. A interligação energética Brasil/Venezuela consiste num sistema de transmissão em parceria com a Edelca, empresa venezuelana responsável pela geração de energia hidrelétrica. A linha possui
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700 km de extensão, ligando Boa Vista (RR) ao complexo hidrelétrico de Guri, em Puerto Ordaz, na Venezuela. O contrato prevê o fornecimento mensal de até 200 megawatts, durante 20 anos. Atualmente, abastece principalmente a cidade de Boa Vista, e beneficia cerca de 350 mil habitantes. São 500 km de linhas em território venezuelano, sendo 310 km entre a Usina Macágua II e a subestação Las Claritas, na tensão de 400 kV; e mais 190 km em 230 kV até Santa Elena de Uairen, na fronteira com o Brasil. Em território brasileiro são 212 km de linhas em 230 kV, até a subestação da Eletronorte em Monte Cristo, próximo a Boa Vista.
Modernização traz ganhos econômicos e sociais aos sistemas de transmissão Érica Neiva As pessoas que possuem conhecimento mais apurado de eletricidade sabem que a função de um transformador na geração é elevar a tensão ao potencial num nível onde as perdas são menores, transmitindo esse potencial a longas distâncias para as subestações. Ao chegar ao final da linha, abaixa-se a tensão para ser entregue ao consumidor. Esses conceitos não são claros para a maioria, mas sabemos que problemas em equipamentos como esses podem prejudicar o abastecimento de energia elétrica numa cidade inteira, afetando diretamente o atendimento em residências, hospitais, escolas, comércio, transportes, enfim, instaura-se o caos.
A verdade é que a história de um transformador começa muito antes da sua função básica como componente da indústria eletroeletrônica. Sua origem começa na fabricação, sucedendo-se as fases de transporte, montagem e manutenção. Quem conhece bem esse processo é Alexandre Baptista, cuja rotina de trabalho, como a de tantos outros trabalhadores brasileiros, é com a luta diária de transformar suas vidas e a vida de todo o País. Alexandre nasceu em Jundiaí (SP) e trabalha há 12 anos na Siemens, uma multinacional que presta serviços na área de energia elétrica produzindo equipamentos como transformadores, autotransformadores e reatores. Com sede na Alemanha, a empresa possui uma de suas unidades produtivas no Distrito Industrial
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ção de energia elétrica renovável nos próximos anos no Brasil. Além da oportunidade especial de aquisição de novas competências e tecnologias com companhias de grande porte. Os membros do e8 (ver box à página 20) são: American Electric Power e Duke Energy (EUA), Kansai Electric Power Company e Tokyo Electric Power Company (Japão), Eskom (África do Sul), Ontario Power Generation e HydroQuebec (Canadá), Electricité de France - EDF (França), RWE (Alemanha), ENEL (Itália), Comision Federal de Electricidad (México), JSC “RusHydro” (Rússia) e Eletrobrás (Brasil). *Colaborou a Assessoria de Comunicação da Eletrobrás
TRANSMISSÃO
discutidos os rumos da oferta e da demanda de energia. A holding participa na Agência Internacional de Energia, no que diz respeito às usinas hidrelétricas, no Fórum de Águas das Américas e no Conselho Mundial de Energia, além de trabalhar com a Olade (Organização Latino-Americana de Desenvolvimento de Energia) e por meio do BraCier (Comitê Nacional Brasileiro do Cier - Comitê de Integração Energética Regional). Foi a primeira vez que a Eletrobrás participou da reunião anual do e8, refletindo no reconhecimento internacional do seu trabalho e, principalmente, na constatação de que o Sistema Eletrobrás terá papel fundamental na gera-
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Foto: Arquivo Siemens
Percurso – O autotransformador montado por Alexandre e seus colegas chega a vários destinos, inclusive à Regional de Transmissão de Mato Grosso, da Eletronorte. São equipamentos de grande porte que possuem entre 30 e 150 toneladas. O transporte de um transformador de 30 toneladas demora em média cinco dias. Por sua vez, um de 150 toneladas leva até 15 dias, conduzido a aproximadamente 30 km/h. “O transporte é feito em carretas especiais, que têm muitos pneus, apelidadas de centopeias. Necessita-se de aprovação legal do transporte nos órgãos competentes, que decidem horários, estradas e cidades por onde passar. Essa definição é respeitada à risca, uma vez que os equipamentos podem atrapalhar o cotidiano das pessoas. Geralmente o transporte acontece de madrugada, por pessoas bem treinadas e orientadas. Nesse caso, o lado humano também é fundamental”, afirma Alexandre Vieira. Na Regional de Mato Grosso, um dos colaboradores da área de comando, controle e automação responsáveis pelo comissionamento desses equipamentos – período de testes para a energização -, é o técnico de manutenção
drugadas seguidas sob pressão e cobrança, mas a satisfação foi imensa, pois retornamos às nossas famílias com a sensação do dever cumprido, com o sentimento de contribuição para o crescimento da região, do estado, do País, sentimento de atendimento à Missão e à Visão da Eletronorte”. As subestações e sistemas de transmissão de Mato Grosso, assim como das demais unidades regionais da Eletronorte, passam por constantes processos de modernização. Conforme o sistema e subestações são ampliados, percebe-se a importância de novas tecnologias. “Temos a preocupação de modernizar o nosso parque de equipamentos, no meu caso, relés de proteção elétrica com tecnologia digital em substituição aos relés eletromecânicos, por exemplo. Também os oscilógrafos, equipamentos digitais que registram perturbações ocorridas nas linhas e equipamentos de transmissão, passam pela modernização”, afirma Elve. da Divisão de Engenharia, Elve Lucas Barbosa Cubas (acima), que trabalha há 13 anos na Empresa. “Somos rotineiramente convocados a prestar apoio na manutenção dos sistemas de transmissão. Trabalhamos em subestações que estão sendo ampliadas, participamos do comissionamento dos equipamentos, das reuniões de definições, dos testes dos equipamentos até à energização das novas etapas das subestações, além de atividades de manutenção preventiva, corretiva e emergencial. Quando estamos no escritório, trabalhamos com assuntos mais burocráticos, como o processo de requisição de compras”, conta Elve. Geralmente o trabalho das equipes de campo acontece em horários comerciais. No entanto essa regra, às vezes, possui suas exceções e eles precisam trabalhar durante as madrugadas, fins de semana, de acordo com a conveniência operativa do Operador Nacional do Sistema – ONS. Para Elve, as atividades em campo sempre rendem histórias interessantes como a energização da etapa de ampliação da Subestação Sinop, cidade do norte do estado, que fez parte do Plano de Ampliações e Reforços na Rede Básica – PAR. “Foi um serviço complexo, pois qualquer erro ou desligamento involuntário poderia impactar o fornecimento de energia para cerca de 350 mil pessoas. A dificuldade decorreu também das características próprias da região, que tem um sistema radial de fornecimento de energia. Trabalhamos durante várias ma-
Plano - A modernização de equipamentos tem uma importância inquestionável para o Setor Elétrico devido à economicidade, segurança, eficiência e confiabilidade para o consumidor. Nesse processo há um aliado imprescindível, o Plano de Modernização de Interesse Sistêmico – PMIS, que visa a identificar os pontos relevantes no sistema que possam melhorar o desempenho operacional. O PMIS apresenta o conjunto de revitalizações de natureza sistêmica, necessárias ao reforço da segurança operacional elétrica, com suas respectivas justificativas técnicas e econômicas, bem como os benefícios de sua implementação, os critérios utilizados para a
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Foto: Arquivo Siemens
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de Jundiaí. Alexandre (acima), que trabalha como montador de autotransformadores, é um dos 1.500 funcionários. Hoje, com 32 anos, o técnico já participou de diferentes etapas na montagem de equipamentos. “Sempre tive interesse pela área de energia e quando vim trabalhar aqui esse interesse cresceu. Quando entrei, fui para a área de montagem de transformadores como montador de núcleo, que é a primeira etapa de uma montagem. Depois fui para a montagem de enrolamentos, para a ampliação e disponibilidade de material e, posteriormente, passei a montador de autotransformador, função mais completa que exerço até hoje na área de reparos”. A fabricação de um transformador depende de vários fatores, entre eles o tamanho, a complexidade e a carga de fábrica. Desde sua criação, em 1973, a Eletronorte compra
equipamentos de geração e transmissão de energia elétrica para equipar seus empreendimentos. Os transformadores, por exemplo, demoram em média quatro meses para serem produzidos. Segundo o técnico de Projetos e Vendas da Siemens, Alexandre Fernando Vieira (abaixo), “o transformador é um equipamento fabricado quase de maneira artesanal, pois necessita muito do lado humano e a participação do colaborador é fundamental em todos os processos. Desde o corte das chapas do núcleo até a confecção das bobinas”. Para quem trabalha na fábrica e em campo, o serviço de reforma de autotransformadores é muito significativo, pois possibilita maior aprendizado e oportunidade de se conhecer equipamentos de outras épocas, outros fabricantes e nacionalidades. Os ganhos pessoais e profissionais do trabalho são enriquecedores. “O ganho profissional é, sem dúvida, o aprendizado. Além de conhecermos o produto como um todo, trabalhamos com equipamentos de outras décadas e a cada dia aprimoramos a técnica. Temos a oportunidade de conhecer novos lugares, culturas e estados, e com isso acabamos fazendo amizades. É conhecer o produto e sua utilização posterior como, por exemplo, abastecer uma cidade com energia”, conta Alexandre Baptista.
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classificação dessas revitalizações por suas características funcionais, e a priorização e cronologia para implantação. O Plano ocorre em todas as instalações das empresas do Setor Elétrico ligadas ao Sistema Interligado Nacional – SIN. No caso da Eletronorte, são contempladas as suas unidades regionais, exceto Roraima e Amapá. Exemplo da dinâmica do ciclo são as melhorias que já foram aprovadas pela Aneel e ainda neste segundo semestre de 2009 serão implantadas na Subestação Coxipó (MT). Lá existe um autotransformador instalado há mais de 25 anos. Foi identificado pelo corpo técnico da Regional que as vedações do equipamento deveriam ser substituídas, o óleo isolante tratado para melhorar suas características químicas e elétricas, e modernizados os painéis de ventilação forçada e do comutador – equipamento semelhante a um estabilizador de energia que mantém a tensão elétrica estável. O primeiro passo é exatamente a identificação das melhorias pelo corpo técnico da Eletronorte. Em seguida é traçado o diagnóstico conjunto entre a Superintendência de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão e a unidade regional. Depois de analisadas, as necessidades de revitalizações são encaminhadas ao ONS, que elabora o relatório do plano de modernização e o encaminha à Aneel, que por sua vez emite a minuta da resolução aprovando o plano. De acordo com a Resolução Normativa nº 158 da Aneel, as melhorias referem-se à instalação, substituição ou reforma de equipamentos para manter a regularidade, continuidade, segurança e atualidade do serviço público de
Consumidor – Em Mato Grosso, cerca de 40 projetos, totalizando investimentos em média de R$ 15 milhões, fazem parte do ciclo 2008-2011 do PMIS. Na Regional já foram realizadas melhorias consideráveis em compensador estático, bancos de autotransformadores de Coxipó, e reatores de Rondonópolis e Barra do Peixe. Em toda a Eletronorte foram propostas 254 revitalizações que somam cerca de R$ 77 milhões. O gerente da Divisão de Engenharia e Qualidade da Regional de Transmissão do Mato Grosso, Fábio Otácio de Oliveira (abaixo), ilustra com um caso prático a importância das melhorias no sistema de transmissão: “Vamos pensar num carro comprado no ano 2000 que necessita de melhorias. É como se verificássemos o motor, a parte elétrica do carro, pintássemos e tirássemos os amassados para aumentarmos sua vida útil. Com relação às nossas subestações, elas têm sistemas com
Audiências Públicas apresentam estudo e relatório ambiental da linha Tucuruí-Macapá-Manaus Em setembro de 2009 tiveram início as audiências públicas com o objetivo de discutir o Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – Rima, relativos à linha de transmissão em 500kV entre Oriximiná (PA) e Cariri (AM), um dos trechos da interligação Tucuruí-Macapá-Manaus, com extensão aproximada de 550 km. Essa linha passa por três municípios paraenses e nove amazonenses, localizados na margem esquerda do Rio Amazonas, proporcionando o atendimento a cerca de dois milhões de pessoas, além de um expressivo parque industrial. Segundo o superintendente de Meio Ambiente da Eletronorte, Antônio Coimbra, “os estudos ambientais identificaram a existência de 23 possíveis impactos ambientais, muitos dos quais ocorrem em fases específicas do empreendimento e podem até mesmo deixar de existir após o término das atividades que os provoca. Para mitigar ou
compensar esses impactos, foram previstos 18 programas ambientais que possibilitarão a adequada implantação do empreendimento e serão importantes para a manutenção da qualidade ambiental regional”. De acordo com o analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, Antônio Celso Junqueira Borges, “as audiências também servem para que o Ibama conheça detalhes da região e as preocupações da população, contribuindo para a análise dos estudos e determinação de medidas a serem adotadas, ou elaboração de condicionantes de licença. As audiências são fundamentais para a população informar ao Ibama sobre peculiaridades da região que eventualmente passem despercebidas no estudo ou nas vistorias. Para a empresa que busca conseguir o licenciamento, a grande vantagem é poder antecipar-se à resolução de problemas que possam gerar conflitos futuros, trazendo um ganho na continuidade do processo”. Foto: Márcia Marcelin - Isolux
Antônio Coimbra: “Os estudos ambientais identificaram a existência de 23 possíveis impactos ambientais.”
mais de 20 anos, cujos equipamentos de grande porte não podem ser substituídos e a melhor alternativa é revitalizá-los”. Fábio complementa o exemplo citando uma situação de campo e mostrando o quanto o consumidor é beneficiado com as revitalizações: “O consumidor está diretamente relacionado ao processo. Em Sinop, por exemplo, houve problemas com o compensador estático, responsável pelo controle da tensão.
Caso tivéssemos perdido esse equipamento, dependendo do horário, centenas de milhares de habitantes ficariam sem energia. Além do aspecto social, a própria imagem da Empresa sofre com a aplicação de multas e a perda da receita. A modernização é uma forma de garantirmos as essências das melhorias que estão diretamente ligadas à robustez, confiabilidade do sistema e flexibilidade operacional”.
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transmissão de energia elétrica, compreendendo a modernidade das técnicas e a conservação das instalações, em conformidade com o contrato de concessão do serviço público e os procedimentos de rede. São priorizadas as revitalizações que minimizam ou eliminam deficiências que possam resultar na ocorrência de distúrbios com reflexos sistêmicos ou globais, como blecautes que podem afetar a malha principal de transmissão. Conforme o ONS, a segurança operacional elétrica é influenciada pela funcionalidade dos equipamentos e está condicionada ao seu estado físico - idade, histórico de operação e práticas de manutenção, pela superação da capacidade operativa e por sua obsolescência.
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Regime especial reduz carga tributária
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Perda evitada - O Plano de Modernização tem o ganho econômico, ou seja, a possibilidade da remuneração do dinheiro investido por meio da Receita Anual Permitida - RAP específica para o investimento no qual foi realizada a revitalização. Há também o nãodesconto da Parcela Variável (PV) quando os equipamentos são desligados para melhoria, como explica a engenheira eletricista Thaís Barbosa Coelho. “As revitalizações inseridas no Plano de Modernização de Interesse Sistêmico estão isentas de desconto da PV, quando do desligamento da função de transmissão para a implantação da revitalização. Assim não somos penalizados ao tirarmos o sistema de operação para realizar as melhorias, a exemplo do desligamento de uma linha, uma subestação ou parte do sistema. A única exceção é a revitalização classificada como melhoria do tipo III: automação, reforma e modernização de subestações. A Aneel também remunera o custo de implantação das revitalizações para as empresas transmissoras por meio da RAP. As melhorias são reembolsadas na revisão tarifária e os reforços são remunerados no reajuste anual das receitas, de forma que a Empresa possa auferir receita”. Estima-se que na Eletronorte a economia em termos de PV é, em média, de R$ 8 milhões. Na Regional de Transmissão do Mato Grosso o valor é de aproximadamente R$ 1,5 milhão. O gerente de Contratos da Transmissão, Ronaldo Borges Dornelas, considera que o valor das revitalizações propostas à Aneel é significativo. “A receita da Eletronorte na área de transmissão é em média de R$ 800 mi-
lhões da RAP. O Plano representa cerca de 10% da receita. Se você tem um investidor que aumente 10% da sua receita é muito significativo para qualquer mercado. Hoje, na Empresa, há maior identificação das pessoas com o processo, uma participação efetiva das unidades regionais e das áreas de engenharia e planejamento. Todos estão interagindo muito mais” De acordo com o superintendente de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão, Sidney Custódio Santana Jú-
análise da situação das obras, levando em consideração o progresso físico-financeiro de cada contrato relacionado e o cronograma de pagamentos. O processo de habilitação envolve, resumidamente, a seleção dos empreendimentos por parte da Assessoria de Gestão e Orçamento e da Superintendência de Planejamento Econômico-Financeiro, com posterior encaminhamento e aprovação, após os trâmites legais, por parte da Aneel e do Ministério de Minas e Energia. Somente após a publicação do Ato Declaratório Executivo – ADE, por parte da Receita Federal do Brasil, é que há a suspensão da contribuição.
nior, a partir da entrada da Resolução Normativa n° 270, que estabelece as disposições relativas à qualidade do serviço público de transmissão de energia elétrica, associada à disponibilidade das instalações integrantes da Rede Básica, a Eletronorte identificou a necessidade de ter controle mais sistematizado do processo, fato que explica a evolução de revitalizações de 182, em 2005, para 254 no PMIS 2008-2011. Para ele, um dos aspectos essenciais é a qualidade do produto oferecido à sociedade.
De acordo com Biller, a Eletronorte terá uma economia de mais de R$ 27 milhões num prazo de cinco anos em função do Reidi. “Quando o empreendimento estiver habilitado ao Reidi, o impacto total proporcionado pelo benefício será de 9,25% do valor do bem adquirido ou serviço contratado. Pelo princípio da modicidade tarifária, os ganhos obtidos com a redução dos investimentos, decorrentes da aplicação do Reidi, serão transferidos para os consumidores de energia elétrica e para os usuários da rede básica, por meio das correspondentes reduções dos preços de venda de energia elétrica e das máximas receitas anuais permitidas”.
“Há ganho tangível como a melhoria do desempenho do sistema, implicando diretamente fornecimento de um produto de melhor qualidade para a sociedade. O menor tempo para resolver os problemas constatados e o aumento do nível de automação, possibilitam reduzir o custo de operação e manutenção. Esses procedimentos, padrões de trabalho e os ganhos incorporados representam o compromisso da Empresa com o seu contrato de concessão, que é a obrigação de prestar serviço público adequado”.
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Sidney, Thaís e Ronaldo: trabalhando para fornecer um produto de melhor qualidade para a sociedade
O Ministério de Minas e Energia aprovou o enquadramento no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura – Reidi, de projetos de reforços e melhorias em 20 empreendimentos de transmissão nas unidades regionais do Maranhão Rondônia, Pará e Mato Grosso. O Reidi institui benefícios fiscais para empresas que tenham projetos aprovados para implantação de obras de infraestrutura nos setores de energia, transportes, portos, saneamento básico e irrigação, eliminando a incidência da contribuição do PIS/Pasep e Cofins, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. Para o Setor Elétrico, a Portaria nº 319/2008 do MME estabelece o procedimento de aprovação dos projetos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica ao Reidi. Cabe à Aneel a normatização e regularização dos pedidos de isenção. De acordo com o analista de Planejamento da Assessoria de Gestão e Orçamento da Eletronorte, Antonio Carlos Henrique Biller (ao lado), “o Governo Federal instituiu o Reidi no intuito de aumentar a atividade econômica e incrementar a atratividade desse setor. O Reidi desonera parte da carga tributária para os investimentos feitos na aquisição de bens e serviços a serem integrados ao respectivo ativo imobilizado”. Na Eletronorte, um grupo de trabalho estuda a viabilidade de adesão ao Reidi, em face das variadas fases de execução dos empreendimentos da Empresa e da
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Reconhecida 24 vezes com o Prêmio Nacional da Gestão Pública, Eletronorte é destaque entre as instituições públicas César Fechine Dá trabalho chegar ao ouro. E muito! É assim em qualquer categoria esportiva olímpica ou paraolímpica, com os atletas dedicando horas, dias, meses, anos (e anos) a fio a uma dura rotina de treinos e sacrifícios. Não seria diferente entre as instituições que buscam o “ouro olímpico” da administração pública: o Prêmio Nacional da Gestão Pública – PQGF. Criado em 1998, o PQGF é uma das ações estratégicas do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública, com o objetivo de incentivar o aprimoramento das práticas de gestão e promover a modernização do Estado brasileiro. Com 24 premiações, a Eletronorte é a maior vencedora entre as instituições participantes, evidenciando o seu moderno e eficiente sistema de gestão. No ciclo 2008/2009, cinco de suas unidades estão entre as dez melhores organizações: na Faixa Ouro, a contemplada foi a Regional de Transmissão de Mato Grosso; na Faixa Prata, foram premiadas a Regional de Transmissão do Maranhão, a Superintendência de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão e a Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico; e a Regional de Produção e Comercialização de Rondônia foi reconhecida na Faixa Bronze. Além dessas unidades, as regionais de Produção de Tucuruí e de Transmissão do Tocantins também já foram agraciadas em edições anteriores do PQGF.
O assistente técnico de engenharia Egner da Silva Grecco, 46 anos, casado, pai de dois filhos, trabalha há 12 na Assessoria Estratégica da Regional de Transmissão de Mato Grosso com a avaliação de gestão e gerenciamento de resultados e indicadores. Nesse tempo, a Regional desenvolveu e aprimorou o seu relatório de gestão, procurando detalhar as boas práticas. “O primeiro relatório foi produzido pela Regional em 1997, a partir da inclusão da Eletronorte no então Programa de Qualidade do Governo Federal”, relata. O resultado alcançado este ano é, pois, o resultado de um trabalho contínuo de avaliação e melhorias. Em 2003, a Regional obteve a primeira premiação na Faixa Prata do PQGF, obtendo prêmios em todos os anos subsequentes, chegando agora à Faixa Ouro. “Isso representa a certeza de que o esforço empenhado para refinar as nossas práticas, revisar os processos, elaborar o relatório, mobilizar a força de trabalho e a liderança para a utilidade das ferramentas de avaliação do PQGF garantiu-nos o destaque entre as organizações, categorizando a unidade como referência em relação ao processo de gestão”, destaca Egner (abaixo).
Certificações na norma ISO 9001:2008 Uma das formas de sistematizar melhorias nos processos empresariais é implantar e aplicar o sistema de certificação da Norma ISO 9001. Com esse objetivo, a Eletronorte alcança mais um importante degrau na busca da excelência empresarial, com a certificação de suas nove unidades regionais na norma ISO 9001:2008. A certificação, realizada por auditores da Bureau Veritas Certification – BVC e BSI Management Systems, foi feita nos processos de aquisição e financeiro das divisões administrativas da Eletronorte nas unidades regionais do Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Tucuruí. A ISO 9001, atualmente na versão 2008, é uma ferramenta de controle de processos que passa por revisões constantes, adotada há vários anos pela Empresa com o objetivo de garantir a qualidade dos serviços prestados e a melhoria contínua dos processos com foco no cliente. Atualmente, as unidades da Eletronorte possuem 135 processos certificados na ISO 9001, que serão mantidos anualmente, tomando como base os resultados das auditorias realizadas pelas próprias certificadoras. Esse reconhecimento demonstra o compromisso da Eletronorte em seguir os padrões de trabalho elaborados para atender aos requisitos estatutários, à Lei nº 8.666/93, aos acórdãos do Tribunal de Contas da União – TCU, bem como aos requisitos dos clientes.
As organizações que tiveram o reconhecimento em 2009 fazem parte de um grupo de 35 instituições da administração direta e indireta e cinco da categoria especial Saúde, que chegaram à fase final da premiação. O total de organizações inscritas para o atual ciclo foi de 57. “A grande contribuição para o governo e para o País são as organizações melhorarem e modernizarem o seu sistema de gestão, pois o cidadão passa a ser melhor atendido”, acrescenta Viana.
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CIRCUITO INTERNO corrente contínua
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Gestão moderna e eficiente
Bancas examinadoras - A preparação para o PQGF começa com a capacitação das pessoas. Os voluntários se inscrevem no portal do Gespública e passam a fazer dois cursos na modalidade de ensino a distância. Os aprovados são convidados a fazer uma oficina presencial, composta pelos módulos de análise e escrituração de um relatório de gestão, o documento onde estão descritas as práticas e processos das organizações, e que segue as normas do manual do Instrumento para Avaliação da Gestão Pública, de acordo com modelos de 250, 500 e 1.000 pontos. “Após a inscrição das organizações, as bancas examinadoras são formadas e inicia-se a avaliação dos relatórios de gestão, de modo que se construa um relatório de avaliação que vai pontuar os vencedores. O Conselho do Prêmio avalia e homologa os resultados, com a subsequente cerimônia de premiação”, explica Cesar Viana (ao lado), gerente do Prêmio Nacional da Gestão Pública. O gerenciamento e a administração do PQGF são feitos pelo Gespública, sediado no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG. As organizações são reconhecidas pelas boas práticas de gestão e avaliadas nas dimensões de processos gerenciais e resultados organizacionais, compostos por fatores como enfoque, pró-atividade, aplicação, aprendizado, integração, relevância e tendência. O sistema de pontuação do PQGF procura determinar o estágio de maturidade da gestão da organização. A cada ciclo, bancas examinadoras e juízes desenvolvem o trabalho voluntário de análise da atuação das organizações com duração de 15 mil horas. No ciclo 2008/2009, mais de 1,6 mil pessoas foram treinadas para trabalhar no processo de premiação, com o apoio de 27 organizações parceiras em 17 estados. A banca examinadora avalia as candidatas com base no modelo de excelência em gestão pública, alinhado com os modelos de gestão utilizados pelos setores público e privado em mais de 120 países, de acordo com oito critérios do modelo de excelência da gestão: liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados.
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Aperfeiçoamento - Em 1998, ano de criação do PQGF, a Eletronorte obteve a primeira premiação, na Faixa Prata. Hoje, o planejamento e articulação referentes ao Prêmio cabem à Assessoria de Planejamento Empresarial, que possui quatro macroprocessos: planejamento estratégico, sustentabilidade empresarial, desempenho empresarial e aperfeiçoamento do sistema de gestão. Entre 1999 e 2002 houve a consolidação desse processo por meio de avaliações internas e participações externas, de acordo com a maturidade da unidade e, a partir de 2003, houve a ampliação da base de participação. “Atualmente, os clientes do processo são as 57 gerências em nível G1, compostas por superintendências, assessorias, assistentes, coordenações e unidades regionais”, informa o analista de planejamento, Sóstenes Aranha Cavalcante. O processo está estruturado conforme os modelos do PQGF e do Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ, do qual a Eletronorte participa por intermédio da Regional de Produção de Tucuruí, que obteve no ciclo 2002 o Troféu PQGF, a mais alta premiação entre as instituições públicas. A partir de 2003, o processo de avaliação da gestão da Regional migrou do PQGF para o PNQ.
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Esse processo está alinhado ao objetivo 8 do planejamento estratégico da Eletronorte, que é “aperfeiçoar a gestão”. Os benefícios da participação da Empresa no PQGF e na busca do aperfeiçoamento são muitos. “O autoconhecimento, o envolvimento, a cooperação das equipes e o diagnóstico apurado dos processos para a tomada de decisão possibilitam a implantação de melhorias de forma estruturada e consistente, bem como a consolidação da cultura da excelência empresarial”, declara Sóstenes. A Eletronorte também utiliza outras ferramentas como ISO 9001 (ver box), ISO 14001, Manutenção Total Produtiva – TPM, Estudo de clima Organizacional – ECO, Sistema de Avaliação do Desempenho – SAD, Programa Eletronorte de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico – PEPD, Painel Integrado da Qualidade – PIQ, entre outros, que auxiliam na busca da excelência na gestão empresarial. Exército - As melhores práticas de gestão também são disseminadas entre as instituições parceiras do MPOG. “Nós temos diversos parceiros, como a Eletronorte, todo o Sistema Eletrobrás e o próprio Ministério de Minas e Energia. Temos os ministérios das Cidades e da Saúde divulgando essas práticas. Procuramos envolver o governo como um todo. O Exército Brasileiro é outro parceiro, divulgando o Prêmio para todas as suas unidades”, acrescenta Cesar Viana. O Exército, visitado pela reportagem de Corrente Contínua, possui 22 unidades agraciadas com o PQGF e criou um sistema de excelência para integrar as informações gerenciais, subsidiando as decisões da alta administração, ampliando as práticas de gestão e possibilitando a melhoria do desempenho organizacional. Uma das ferramentas utilizadas é o Sistema de Excelência do Exército Brasileiro – Sispeg, que, pela internet, dissemina informações sobre as atividades de todas as 650 unidades da instituição, em nível regional e estadual. O Laboratório Químico Farmacêutico do Exército Brasileiro – LQFEx é uma das unidades premiadas. Em 2008, concluiu o processo de modernização do seu parque fabril e, em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa incluiu o medicamento difosfato de cloroquina (tamiflu), utilizado no combate ao surto do vírus H1N1, na lista de medicamentos de referência. “Hoje, a produção nacional do medicamento é feita pelo LQFEx”, informa o co-
“Pela qualidade dos serviços prestados ao cidadão” Entre as principais realizações do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública, destacam-se a constituição de uma rede de pessoas físicas e de instituições comprometidas com o desenvolvimento e o compartilhamento de conhecimentos, ferramentas e soluções, além da consolidação do Prêmio Nacional da Gestão Pública – PQGF. O Portal da Gestão Pública (www.gespublica.gov.br) constitui-se também num fórum de discussão para que cada cidadão possa participar do aprimoramento do Modelo de Excelência em Gestão Pública. Confira mais informações nesta entrevista com Bruno Palvarini, diretor de Programas de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Quais os principais objetivos do Gespública? A missão do Programa é contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços prestados ao cidadão e para o aumento da competitividade do País. Para cumpri-la, nossa estratégia é promover a articulação, a mobilização e o fomento dos agentes comprometidos com a causa da gestão pública, divulgando o conhecimento associado. Como é feita a seleção para o PQGF? As instituições interessadas em participar do ciclo devem observar os critérios do Modelo de Excelência em Gestão Pública e apresentar um relatório com práticas que comprovem seu atendimento. A partir daí são realizadas avaliações por equipes de examinadores e de juízes que, ao fim do processo, encaminham seus resultados para homologação pelo Conselho do Prêmio. As pessoas interessadas em ser voluntárias recebem capacitação nos conceitos do Modelo e contribuem nas análises realizadas. O Portal da Gestão Pública contém os documentos de referência. Que resultados o PQGF tem possibilitado para o Governo? E para as empresas e órgãos vencedores? O PQGF permite que o Governo tenha um diagnóstico
ronel Paulo Alexandre Cunha (página ao lado, ao centro), chefe da Seção de Informações Organizacionais e Modernização Administrativa da 2ª Subchefia do Estado Maior do Exército. Além da participação no Gespública, o Exército foi finalista em 2008 do PNQ com o 4º Regimento de Carros de Combate – Rosário do Sul (RS), sendo a primeira organização públi-
bastante consistente dos níveis de gestão de suas instituições, e que possa verificar o cumprimento de suas estratégias. Também representa um canal direto para o fomento de alguns setores da atividade nacional, como por exemplo, setores voltados ao atendimento ao cidadão. Para as instituições, em doze anos de Prêmio podemos observar o avanço significativo da cultura de gestão e dos resultados quantitativos e qualitativos nos seus desempenhos, além de permitir o compartilhamento de experiências e a transformação do conhecimento tácito em explícito. Quais as principais necessidades já detectadas para a melhoria da gestão pública? Tais necessidades estão refletidas no documento “Carta de Brasília”, cuja adesão por instituições públicas se encontra aberta desde o dia 30 de abril de 2009. São elas: gestão de pessoas (profissionalização e capacitação), modelos de gestão (com simplificação de processos), rever instrumentos de gestão (com maior articulação entre planejamento e orçamento), desenvolver e implementar mecanismos de coordenação e de integração, intensificar o uso de tecnologia, rever o marco legal (propiciando condições estruturais), reforçar os instrumentos de prevenção e de combate à corrupção e realizar estudos e pesquisas para subsidiar as políticas e diretrizes para a modernização do Estado e para a melhoria da gestão pública. Como a sociedade pode ajudar nesse processo? Como dissemos, a participação da sociedade é fundamental e o papel central de articulação de redes de gestão, realizado pela Secretaria de Gestão, se utiliza de ferramentas para o compartilhamento de ideias. Qualquer agente interessado (pessoa física ou jurídica) pode acessar o Portal da Gestão Pública ou um de seus canais e verificar a melhor forma de participar dos debates. A melhoria contínua pode ajudar projetos estratégicos? Apesar de ser uma sólida referência, o Modelo de Excelência em Gestão Pública deve ter uma dinâmica que esteja sempre em conformidade com as necessidades da sociedade. Atualmente, podemos citar a existência de grandes projetos estratégicos nacionais – como a questão do présal, da habitação e da infraestrutura necessárias a vultosas obras de engenharia – como fontes para contínua melhoria dos instrumentos de gestão. A participação de todos torna as soluções mais robustas e de melhor qualidade.
ca da administração direta a obter esse reconhecimento. “O PQGF permite que nos atualizemos nas melhores práticas de gestão, com consistência. A instituição está pulverizada por todo o País e é preciso que a gestão aconteça de forma sistêmica e metodológica, ajudando também na área operacional e na atividade fim da instituição”, diz o coronel Cunha.
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Os melhores em gestão pública são escolhidos pelo Conselho do Prêmio, presidido por Jorge Gerdau Johannpeter e constituído pelos seguintes representantes da sociedade civil: Luiza Helena Inácio Trajano Rodrigues, Cristina Ferreira Serra, Luiz Ernesto Gemignani e Silvio Vaz de Almeida.
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“Esses reconhecimentos vêm coroar os esforços diuturnos dos colaboradores das unidades que, no desenvolvimento de suas atividades, buscam alcançar o estabelecido em nossa Visão: com energia e comprometimento, ser uma Empresa sustentável, referencial de excelência e valorizada pela sociedade.” Jorge Palmeira Diretor-Presidente
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“Os resultados mostram o nosso compromisso para o atendimento aos requisitos dos clientes, sociedade, acionistas e empregados, refletindo a Visão da Eletronorte.” Sydney Custódio Santana Júnior - Superintendente de Engenharia e Manutenção da Transmissão
“O Prêmio representa efetivamente que a Eletronorte vem evoluindo na liderança, na sua inserção socioambiental, no planejamento estratégico, na operacionalização e no controle.” José Martins do Prado - Gerente Regional de Transmissão de Mato Grosso
dade ou regional. Entrar de forma corporativa e obter o Prêmio, logo de primeira vez, é uma experiência única e ajudou muito a fortalecer a integração institucional, pois nos permite dar transparência pública aos procedimentos e resultados e há melhorias também nos diversos processos relacionados à gestão”, diz Mirian. Na Eletronorte, são várias as melhorias já implementadas. “Nós não podemos carimbar determinadas melhorias como oriundas apenas de um programa. Mas, nesse processo de aperfeiçoamento de gestão e de preparação para o PQGF, foram identificadas lacunas que levaram, por exemplo, à integração das informações financeiras no sistema SAP-R3. A organização do ECO e SAD é outra melhoria que decorre desse processo”, afirma Sóstenes Aranha (ao lado). O que se busca, afinal, com todas as ferramentas, práticas e programas corporativos
“A premiação decorre, entre outras coisas, da continuidade, sistematização e resultados progressivos, pois tudo foi sempre trabalhado para que esse resultado não fosse diferente.” Neusa Maria Lobato Rodrigues - Superintendente “O Prêmio é de Pesquisa e consequência Desenvolvimento dos esforços das Tecnológico equipes que buscam melhorias nos trabalhos diários, seja na área técnica ou administrativa, com foco no cliente e na integração com a sociedade.” Edgard Temporim Filho - Gerente Regional de Produção de Rondônia
é a excelência na gestão. Na Eletronorte, a agenda está em curso para melhorar a eficiência, a eficácia e a efetividade dos processos empresariais. Com uma gestão eficiente, todos ganham: o Estado, os trabalhadores e, sobretudo, a sociedade brasileira.
“Tudo que conseguimos até aqui é em função do compromisso dos gerentes e de suas equipes, que contribuem para tornar a Empresa referencial de excelência. Parabéns a todos que contribuíram para mais essas conquistas!” Wady Charone Júnior - Diretor de Produção e Comercialização
“O reconhecimento mostra que o trabalho desenvolvido possui organização e resultados. É bom que sempre achemos que precisamos melhorar. Esse é o combustível que nos move para não nos mantermos acomodados, mas para progredir sempre.” Mauro Luís Aquino dos Santos - Gerente Regional de Transmissão do Maranhão
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Foto: Gustavo Carvalho
Fiocruz - Na Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, que entrou de forma corporativa e foi premiada este ano no PQGF, o Sistema Informatizado de Integração Gerencial é uma das principais ferramentas de integração dos processos e produtos. Acompanhado por todas as unidades da
instituição, permite a avaliação constante da alta administração e das administrações locais. “São mais de quatro mil processos e projetos inseridos nas diferentes ações da Fundação, o que envolve produção, pesquisa, ensino, tecnologia da informação, administração, gestão do conhecimento e comunicação”, informa Mirian Cohen, secretária-executiva do Comitê Subsetorial Gespública da Fiocruz (ao lado). Toda a gestão da Fiocruz é feita por um coletivo de dirigentes, submetido a um colegiado de gestores. As deliberações são feitas em assembléia realizada por meio de congresso interno, do qual participam os delegados eleitos das unidades. A assembléia define o plano quadrianual, com as diretrizes e análises de cenários interno e externo. “Considero ousadia a Fiocruz entrar corporativamente nesse processo, porque, geralmente, as instituições entram com uma uni-
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Transmissão via eletrodo de terra permite manutenção por até 30 dias, sem desligamento
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Byron de Quevedo
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“O petróleo, inclusive as riquezas do pré-sal, o carvão mineral, o xisto betuminoso e todo o acervo mundial de combustíveis fósseis, irão acabar. E isso é irreversível. O que nos salvará serão as fontes limpas e renováveis de energia elétrica”. A frase é do engenheiro de manutenção elétrica da Assessoria de Gestão Antecipada, da Diretoria de Produção e Comercialização da Eletronorte, Winter Andrade Coelho. O assunto entrou na pauta de prioridades depois que a Eletronorte (24,5%), em parceria com a Eletrosul (24,5%), Abengoa Brasil (25,5%) e Andrade Gutierrez Par (25,5%), formou o Consórcio Integração Norte Brasil e arrematou os lotes A, C e G do leilão 007/2008 da Aneel. Na ocasião foi definida a corrente contínua como única alternativa para o sistema de transmissão associado às hidrelétricas do Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau. Trata-se do mais extenso e complexo sistema de transmissão de energia elétrica do mun-
do, com 2.392,3 km, quatro subestações, R$ 363,3 milhões de Receita Anual Permitida (RAP) e R$ 3,36 bilhões de investimentos. O lote A é composto por SE Coletora Porto Velho 500/230 kV; duas estações conversoras CA/CC/CA back-to-back 400 MW; – LT Coletora Porto Velho – Porto Velho, C1 E C2, 230 kV em dois circuitos simples, com extensão aproximada de 17,3 km. O lote C é composto por Estação Retificadora nº. 01 CA/CC, 500/±600 kV – 3.150 MW; Estação Inversora nº. 01 CC/ CA, ±600/500 kV – 2.950 MW. E o lote G é composto por LT Coletora Porto Velho – Araraquara 2, em CC, ±600 kV, em, circuito simples, com extensão aproximada de 2.375 km. As obras estão sendo executadas pelas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) Estação Transmissora de Energia S/A e Norte Brasil Transmissora de Energia S/A. Segundo o diretor de Produção e Comercialização da Eletronorte, Wady Charone, “o empreendimento se traduz em novo marco para a Eletronorte e para a nossa história, pois
vamos aprender uma nova maneira de trabalhar e operar, que é a corrente contínua, o que nos proporcionará um ganho extraordinário de conhecimento”. Winter concorda: “Passamos a ser uma Empresa nacional e não apenas atuante na Amazônia. Chegamos ao Sudeste do País, no centro alimentador do principal polo industrial brasileiro, que é São Paulo, transmitindo a carga total de Santo Antônio e Jirau por meio de duas linhas em corrente contínua, sendo uma de nossa responsabilidade”. A retomada da construção de grandes linhas em corrente contínua é mais um marco no modelo atual do Setor Elétrico brasileiro, que também valoriza as fontes hídricas e alternativas não poluentes. Uma das medidas concretas do Governo Federal nesse sentido é o Plano Nacional Sobre Mudanças no Clima, que prevê mais investimentos em fontes limpas de produção de energia. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a participação do setor energético brasileiro na emissão de CO² varia de 2,5% a 3,5% apenas, e que 46% da
Equipamentos de última geração serão usados na linha do Madeira
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tecnologia
Linha direta para a energia
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matriz são de fontes renováveis. Nesse contexto, a hidreletricidade ganha espaço, tanto por ser hoje a principal fonte geradora, como nos futuros empreendimentos, notadamente na região amazônica, que demandarão extensos sistemas de transmissão em corrente contínua e a sua integração ao Sistema Interligado Nacional – SIN. No leilão do sistema de transmissão associado ao complexo hidrelétrico do Madeira, os estudos apontaram para a solução em corrente contínua. “Verificando-se os comparativos econômicos e financeiros, ficou claro ser a melhor opção a linha em CC, ±600 kV, que terá manutenção um pouco mais cara, mas com menos falhas nos equipamentos. Inclusive, o custo de implantação dos transforma-
dores, estrutura da linha, disjuntores, isoladores e demais equipamentos é menor”, afirma Winter (acima). Segundo a EPE, o conjunto de todos os equipamentos para linhas em corrente contínua é até 40% mais barato que em corrente alternada.
Back-to-back – Segundo Winter Andrade, o sistema back-to-back funcionará como uma estação conversora e inversora simultaneamente instalada no mesmo espaço físico da estação coletora de Porto Velho, com dois polos, um negativo e outro positivo. A energia sai das máquinas geradoras em corrente alternada, passa pelos transformadores e entra nas conversoras, que por ação das válvulas de tiristores, sai transformada em corrente contínua. Existe muita tecnologia de potência eletrônica que envolve os segredos da conversão. Então, da conversora, em Porto Velho, sairá a corrente contínua que irá até Araraquara, onde uma estação inversora a transforma em corrente alternada novamente, jogando-a na tensão de operação da concessionária local, a CTEEP.
“São equipamentos sensíveis, rápidos. A perda de energia dissipada no caminho é de 5,6% do total da carga despachada, enquanto no sistema de corrente alternada tem-se até 18% de perda. Projetando-se no tempo o ganho com a energia não dissipada, teremos uma economia importante. E, além disso, depois de todos os parâmetros eletromecânicos ajustados, a transmissão em corrente contínua se estabiliza e os desligamentos são raros. A superioridade da corrente contínua está nas respostas, na velocidade dos controles, na flexibilidade operacional, e tudo isso são ganhos que se somam a um sistema produtivo e confiável. Simplificando, se fôssemos fazer uma linha de três mil km em corrente alternada, por exemplo, em
Curso intensivo sobre linhas de transmissão em corrente contínua reúne especialistas
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Quais as vantagens de se fazer uma linha em corrente contínua? Primeiro, essa é uma oportunidade de se fazer uma das maiores linhas de transmissão de tensões elevadas no mundo, com quase 2.400 km de extensão, em 600 mil Volts. E, por conseguinte, a Eletronorte se insere oportunamente na tecnologia. A Empresa passará a ter um conjunto importante de equipamentos e uma estrutura de expressão tecnológica. A obra abrirá possibilidades, principalmente para os engenheiros e técnicos envolvidos com o projeto. E também gerará recursos e lucros, sendo um ótimo investimento. As grandes linhas em corrente contínua devem ser vistas como uma tendência mundial? Não é ainda uma tendência mundial permanente, mas considerando que a Eletronorte ainda vai fazer muitas obras de grandes distâncias na Amazônia, provavelmente será por meio dessa tecnologia, para diminuir as perdas e aumentar a confiabilidade nas transmissões. Não é a única solução,
mas tem uma série de vantagens. Sob esta ótica podemos dizer que para linhas de grandes distâncias é uma tendência, e é uma tecnologia que a Eletronorte utilizará por muitos anos. Infelizmente, existe uma reação contra as grandes hidrelétricas, fruto da má fundamentação e divulgação sobre a tecnologia usada por elas. Se os projetos para elas emperrarem, essa tendência pode vir a não se confirmar no Brasil. Quais as implicações para a expansão do sistema de transmissão brasileiro rumo à internacionalização na América Latina? Tecnicamente a integração é boa. Ela melhora a assistência dos sistemas, como acontece com o europeu, todo internacionalizado e é excelente. A Europa Ocidental tem linhas bem mais extensas que as nossas. Há outras boas experiências em regiões comuns entre o Canadá e os Estados Unidos. As áreas de conflitos e guerras na América do Sul não devem ser vistas como um problema exclusivo
para o Setor Elétrico. O Brasil ressurge a partir dos anos 1930, quando éramos 40 milhões de habitantes, com várias áreas desérticas. Hoje o País tem mais consistência econômica, política e social. É importante estendermos os benefícios dessas conquistas às populações carentes dos países vizinhos. Quanto mais colaborarmos, mais nos relacionaremos pacificamente com eles, reforçando, inclusive, a segurança nacional. Como fica o rebaixamento das tensões para vilas e cidades ao longo das linhas em corrente contínua? Linhas de transmissão para grandes blocos de
energia sempre tenderão a ser de ponta a ponta. Baixar energia para pequenas localidades nunca é fácil. O fato é que a geração do Madeira só terá mercado rentável no Sudeste. O atendimento local será por meio da geração e transmissão regionais, como hoje já é feito pela Eletronorte, a partir de sistemas de média tensão, em 230 kV, já existentes e em expansão com a integração ao SIN. O grosso da energia de Itaipu, por exemplo, vai direto para São Paulo, não fica no Paraná. A malha brasileira está se adensando e todos serão atendidos por ela, beneficiando todo o sistema elétrico e os consumidores de todas as classes de consumo.
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Técnicos da Eletronorte, Eletrosul e do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica - Cepel reuniram-se em Brasília para discutir as diretrizes do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, referentes aos projetos do sistema de transmissão associado ao complexo do Madeira. Os resultados das análises dos pontos levantados pelo ONS serviram de base para os debates com representantes do fabricante Asea Brown Boveri - ABB. Entre os profissionais presentes, o conceituado especialista em transmissão de energia elétrica, um dos fundadores e professor do laboratório da alta tensão da UnB, e participante do projeto de Itaipu, o professor João Barros (foto), do Cepel, que nos fala dessa nova fase de preparação do corpo técnico para enfrentar o desafio de se trabalhar em corrente contínua.
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Pré-Sal do Setor Elétrico - Winter vê neste sistema de transporte de grandes blocos de energia, o ‘pré-sal’ do Setor Elétrico, já que em determinadas situações, usaremos as camadas profundas da terra como meio transmissor. “O mais encantador desse sistema”, comenta, “é a simplicidade e singeleza de sua construção e a facilidade de se operar. E todos podem ficar tranquilos, pois ninguém vai roubar a nossa energia. Ela jamais se conectará a um terminal da Hidrelétrica Três Gargantas, na China, por exemplo, pois os arranjos de engenharia eletrônica, de potência, de ligações elétricas e outros detalhes técnicos impedem a conexão a terminais indevidos. A corrente elétrica viajará pela terra na velocidade da luz, podendo chegar em outros países que também detêm a tecnologia, mas acabará encontrando o terminal elétrico exato em Araraquara, interior de São Paulo”. No Brasil, o sistema funciona perfeitamente nas subestações Ibiúna (SP) e Foz do Iguaçu (PR), ambas de Furnas; e na subestação Garabi (RS). Agora, a Eletronorte também passa a dominar essa tecnologia, cujo know-how do ciclo tecnológico completo seria patrimônio de apenas quatro técnicos em todo o mundo.
ENERGIA ATIVA
Mato Grosso investe em projetos de aquicultura No coração do Brasil, Mato Grosso é conhecido por pastos que abrigam um enorme rebanho, e plantações de soja, algodão e milho em quantidade infindável. Além de ser a terra do agronegócio, o estado vem mostrando que tem potencial e condições para se destacar em uma nova frente econômica: a aquicultura. A tendência em se transformar no maior produtor de carne de peixe do Brasil e de pescados em geral está explícita na organização da atividade em nível local e nacional, nos investimentos previstos pelo governo estadual e federal, na capacitação e no ordenamento da cadeia produtiva. Primeiro lugar na produção de peixe nativo de água doce e quinto na produção total da aquicultura, Mato Grosso produz anualmente cerca de 20 mil toneladas de peixe, com destaque para as espécies pintado, tambacu e tambaqui. São 56% da fatia da piscicultura na região Centro-Oeste e 6,2% do mercado nacional. “Temos todas as características necessá-
rias para nos projetarmos ao topo da produção brasileira. Uma rica bacia hidrográfica, clima que nos permite o manejo ininterrupto nos 365 dias do ano, localização favorável à fácil distribuição do produto e, principalmente, uma grande quantidade de propriedades e assentamentos rurais voltados à aquicultura familiar”, afirma o superintendente de Programas Especiais da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Governo de Mato Grosso (Seder), Paulo Bilego (ao lado). Bilego alega que o crescimento da demanda de alimentos pela população de menor renda em Mato Grosso, principalmente nos assentamentos rurais, fez com que o poder executivo estadual, em parceria com os municípios, procurasse a melhor alternativa para alavancar uma produção de alimentos com operações praticáveis a uma
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Acima, marcação dos anodos do eletrodo de terra. Abaixo, torre de válvulas da estação conversora
Transmissão sem cabos - Há ainda um atrativo relevante nas linhas longas em corrente contínua: a transmissão via eletrodo de terra, que permite a manutenção da transmissão, por até 30 dias, mesmo com a perda de uma fase ou de um cabo. Linhas em corrente alternada não têm esse artifício tecnológico. Na corrente alternada, se uma linha é danificada, a transmissão é interrompida. Na corrente contínua, se um dos polos cair, a transmissão continua, justamente pela existência do eletrodo de terra, que é a ligação elétrica que se faz através da eletrocondutibilidade das camadas profundas da terra. “Basicamente são dois
Terra de bois, grãos e peixes
Foto: Edison Rodrigues - Secom - MT
500 kV, teríamos que instalar três fases. Num sistema em corrente contínua são dois cabos mais espessos”, explica Winter.
cabos que saem das subestações, com terminais acoplados nas extremidades a eletrodos de terra (vários anodos de ferro fundido) colocados num raio de 500 m e enterrados a 5 m de profundidade. Eles são interligados e chaveados entre si. Em casos de alguma não-conformidade no sistema ou equipamentos, a energia vem por esses cabos, se infiltra na terra, viaja até 40 km de profundidade e, ao se aproximar do magma terrestre, encontra uma massa de metais em ebulição à temperatura de até dez mil graus centígrados, altamente condutora. Então, a corrente elétrica busca o caminho mais simples e localiza o receptor com as mesmas características elétricas e a transmissão se normaliza. “Em linguagem mais simples, os dois terminais e as subestações têm a mesma distância entre si. Em Araraquara terá um retorno de terra e em Porto Velho terá outro. De lá sairá uma linha de 30 km de extensão acoplada ao eletrodo; e em Araraquara existirá outro terminal, também acoplado ao eletrodo. Quando se perde um dos dois polos da linha de transmissão principal esses artifícios elétricos entram em ação automaticamente, assumindo o papel dos cabos danificados”, detalha Winter.
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Hidrelétricas e tanques-rede - Um dos projetos que promete alavancar a produtividade e rentabilidade da piscicultura na região é o sistema de criação de peixes em tanques-rede. O Ministério da Pesca e Aquicultura prevê a instalação de unidade demonstrativa para instalação de 35 tanques devendo contemplar ribeirinhos, pescadores e moradores da região do Aproveitamento Hidrelétrico Manso, inclusive os atingidos pela barragem. “A concessão ou não das águas públicas da União para o cultivo de peixes é que irá determinar se teremos um salto quantitativo de produtividade imenso nos próximos cinco anos ou não”, afirma Francisco das Chagas de Medeiros, diretor técnico da Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso (Aquamat). Francisco esclarece que o diferencial do uso das grandes e médias hidrelétricas e das pequenas centrais (PCHs) para a piscicultura está relacionado ao baixo valor de investimento necessário, já que não é preciso a escavação de tanques, que corresponde ao maior gasto no início da produção. “Estamos num momento de mudança, há grupos de investidores procurando as hidrelétricas e PCHs pra investir. O que ainda os impede é a cultura dos proprietários das PCHs de se acharem proprietários também da água, que na verdade é um patrimônio público”.
Com a instalação de tanques-rede em lagos hidrelétricos, acredita-se que, num prazo de cinco anos, a produção anual estadual salte para 50 mil toneladas anuais. Segundo Francisco, a justificativa para o projeto de tanques-rede é muito simples: produtividade e rentabilidade. Esse tipo de criação permite ter o maior número de peixes no menor espaço possível, o que reduz custos e aumenta a renda do piscicultor. Garimpando peixe - O que era um grave problema ambiental em Mato Grosso se transforma, aos poucos, em alternativa econômica
sustentável e ambientalmente correta. A ideia é de um dos maiores entusiastas e pioneiros da piscicultura no estado, o médico veterinário e assessor técnico da Seder, Adair José de Moraes (ao lado). Segundo ele, o objetivo é transformar áreas degradadas pelo garimpo de ouro e diamante em tanques de piscicultura, nos municípios de Alto Paraguai, Peixoto de Azevedo, Poconé, Alta
Barragem Floresta, Guiratinga e Nortelândia. “É uma for- de engorda ma de revitalizarmos esses ambientes de ma- da Delicious Fish
neira economicamente produtiva, e fixarmos o homem no campo, dando condições de trabalho àquilo que nós já temos como alternativa econômica de renda”. Adair também fala dos estudos realizados em alguns garimpos para mensurar a quantidade de mercúrio na água. “A Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) apontou que não foram encontrados resíduos de mercúrio contaminando a água. Os garimpos de diamante não utilizam o mercúrio, como no
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pequena propriedade rural. Assim, foi criado o Programa Mato-Grossense de Desenvolvimento da Aquicultura (Criar N’ Água). O programa objetiva melhor ordenar a piscicultura, suprir de boa proteína de peixe a alimentação dos produtores rurais de baixa renda e dar condições para a merenda escolar nos municípios, utilizando produtos provenientes do pescado. “Com o Criar N’Água esperamos promover a verdadeira pulverização da atividade, com um frigorífico em cada um dos 15 consórcios e a produção voltada para a merenda escolar, sendo o excedente vendido para o comércio da região”, explica Bilego. O programa prevê recursos de R$ 40 milhões para beneficiar cerca de 1.400 produtores que já atuam no setor e outros que se juntarão à atividade por conta do estímulo em andamento. Os municípios vão dispor, em média, de dez hectares destinados a grupos de piscicultores. De acordo com Bilego, a meta é crescer sete mil toneladas ao ano.
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Uso de tanques-rede, acima; e aula prática abaixo, garantem maior produção
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Verticalizando a produção - Se depender de experiências bem-sucedidas, Mato Grosso larga na frente. Três empresas já trabalham exclusivamente com peixes de criadouros: a Delicious Fish Indústria e Comércio de Pescados, o Grupo Bom Futuro e a Nativ - Indústria Brasileira de Pescados Amazônicos. A Delicious Fish mantém um audacioso projeto verticalizado com agregação de valores, com laboratório, indústria de ração, engorda e processamento de peixes. Com um dos maiores centros de reprodução e engorda do País, localizado no
distrito de Primavera, no município de Sorriso (distante 410 km ao norte de Cuiabá), a empresa possui no total 350 hectares de lâmina de água divididos em dois lagos de 100 ha cada, mais dois de 60 ha cada e vários tanques de diferentes proporções. De acordo com o fundador e proprietário da empresa, João Pedro da Silva, atualmente são abatidas dez toneladas de pescado por dia, divididas em três toneladas de pintado e sete toneladas de tambacu. “Em Mato Grosso, com orientação técnica, não há como não prosperar com o manejo do peixe. Nós temos o menor preço de ração por causa da grande oferta de grãos, as melhores condições climáticas e o principal insumo para o cultivo: o sol. Para se ter noção, o investimento do tanque-rede é amortizado no primeiro ano”. Conforme João Pedro, o investimento é relativo, dependendo da região. “Para dar início à criação, o agricultor terá um custo que pode variar de R$ 5 mil a R$ 100 mil por hectare. No entanto, a piscicultura é uma atividade altamente rentável e pode ser praticada por pequenos produtores. A produção chega a cinco toneladas por hectare, deixando uma renda para o piscicultor de 70% a 100%”, alega. Socializando a produção - Mas Mato Grosso não aposta apenas nos grandes produtores, mas muito mais nos pequenos e médios, incentivando e induzindo o consumo do pescado nas comunidades de baixa renda. A piscicultura DuBira é um exemplo. Instalada no município de Poconé, a 100 km de Cuiabá, é
Do rio para cozinha - O pirarucu que virou a canoa. O dourado que arrebentou a linha de pesca. O jacaré que fingiu ser tronco para pegar o pescador. Qualquer um que vá a Mato Grosso, com certeza ouvirá alguma estória parecida. No entanto, são os suculentos pratos feitos com os troféus das pescarias que têm alcançado fama mundial, com o sabor inigualável do peixe mato-grossense. Ilustrando a cozinha regional, confira a receita do pacu assado com farofa de couve, do chef Jorge Alberto, do restaurante Lélis Peixaria. Ingredientes: separe um pacu de dois a três quilos; seis limões (um para o tempero); uma cebola grande; meia cebola pequena; sete dentes de alho; duas colheres de margarina; dois maços de couve nova; 300 g de farinha de mandioca; uma xícara de chá de água; sal e pimenta a gosto. Modo de preparo: Tire as escamas do peixe sem tirar o couro. Deixe o pacu inteiro imerso em água acidulada com o suco de cinco limões, por 30 minutos. Escorra bem e tempere o peixe com uma cebola grande picada, suco de um limão, quatro dentes de alho amassados, uma xícara de água (a água vai dar volume ao molho e evitar que o peixe fique seco até o final do cozimento). Para preparar a farofa de couve, refogue-a em uma caçarola com a margarina. À parte, frite ligeiramente o alho e a cebola. Junte então a farinha de mandioca e depois misture a couve. Recheie a barriga do pacu com essa farofa e costure-a com uma agulha e linha grossa (o couro do pacu é duro). Esquente o forno em temperatura média (cerca de 190°). Acomode o pacu recheado em uma assadeira e leve-o ao forno por cerca de uma hora, até tostar o couro do peixe. Modo de servir: O prato pode ser guarnecido com arroz branco, farofa de banana, vinagrete e pirão. *Colaborou Arícia Figueiredo, da Regional de Transmissão de Mato Grosso
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caso dos garimpos de ouro, mas mesmo onde houve a utilização do produto há casos de águas que não estão contaminadas e podem ser aproveitadas para a piscicultura”.
composto por nove tanques que somam cinco ha de lâmina d’água, onde são produzidas 40 toneladas de peixe por ano. Como não possui frigorífico, a proprietária, Maria da Glória Bezerra Chaves, explica que 70% da sua produção são vendidos em feiras sem processar, e o restante no entorno da propriedade diretamente ao consumidor e a alguns restaurantes de Cuiabá. “O processamento do peixe agrega valor à produção e traz benefícios para o produtor. A Aquamat deu entrada no Ministério da Pesca e Aquicultura ao projeto de uma unidade de processamento de peixe. Estamos esperando a aprovação para processar nosso peixe, em conjunto com outros associados”. Com o intuito de melhorar esse processo, o Sebrae Mato Grosso, em parceria com a Aquamat, criou o curso ‘Como Iniciar uma Piscicultura Comercial’, que trata dos sistemas de criação de peixes, princípios de construção de viveiros e represas, espécies de peixes, análise econômica da piscicultura, qualidade da água, controle, princípios de alimentação e nutrição, manejo, mercado e comercialização. Nas aulas práticas, realizadas na DuBira, os participantes aprendem aspectos do manejo, como alimentação e despesca, bem como medição da qualidade da água. “Essa iniciativa é formidável. Se tivéssemos tido uma orientação como essa no início da produção, poderíamos ter evitado perdas desnecessárias”, relata Maria da Glória (abaixo, com o marido Ubiraci).
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Linha da imaginação - “É fácil o meu endereço/ vá lá quando o sol se pôr/ na esquina do rio mais belo/ com a linha do Equador”. É assim que o poeta e músico amapaense Zé Miguel canta o refrão da canção Meu Endereço, que exalta o encontro da foz do Rio Amazonas com a linha do Equador. Bem ali, está o Parque do Meio do Mundo, constituído pelo obelisco do relógio de sol no Marco Zero do Equador, local exato de observação do equinócio. O parque inclui também a Escola Sambódromo de Artes Populares, um espaço de valorização da cultura e da arte amapaenses, utilizado para o desfile das escolas de samba, blocos carnavalescos, o festival da quadra junina e grandes shows musicais, com capacidade para aproximadamente 35 mil pessoas; e o estádio de futebol Zerão, em fase de reforma, dividido pela linha do Equador, o que possibilita um time atacar para o hemisfério norte e outro para o sul. A Avenida Equatorial, que segue o traçado da linha imaginária do Equador, faz
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Oscar Filho
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São 18h18m35s do dia 22 de setembro de 2009. Os raios do sol, no seu movimento, caíram diretamente sobre a linha do Equador. Esse foi o horário oficial do equinócio da primavera, um dos mais exuberantes fenômenos da natureza, visualizado e celebrado no monumento Marco Zero, um dos principais pontos turísticos de Macapá (AP), única capital brasileira cortada pela linha imaginária, paralelo que divide o globo terrestre nos dois hemisférios. Os movimentos que a Terra realiza em seu percurso ao redor do sol (rotação e translação) dividem as estações do ano, os equinócios e os solstícios. Segundo a Secretaria de Turismo do Amapá, no calendário civil do hemisfério sul para o ano de 2009, as datas para o início das estações do ano são: 20 de março – equinócio de outono; 20 de junho – solstício de inverno; 22 de setembro – equinócio de primavera; 21 de dezembro – solstício de verão. O dia e hora exatos variam de um ano para outro e quando o solstício ocorre no verão significa que a duração do dia é a mais longa do ano. Quando ocorre no inverno, significa que a duração da noite é a mais longa do ano. A palavra equinócio deriva do latim aequinoctium, que significa noite igual e refere-se ao momento do ano em que a duração do dia é igual à da noite sobre toda a Terra. Segundo o astrônomo Marcomede Rangel, do Instituto Espacial do Rio de Janeiro, o fenômeno do Equador acontece duas vezes ao ano: “Para entendê-lo, é preciso estudar a história. Antigamente, a lua e sol eram deuses da natureza para as civilizações que aqui habitaram, e o equinócio trazia muitas energias. Na verdade, traz até hoje” explica Marcomede. De 21 a 23 de setembro de 2009 foi cumprida uma programação especial em Macapá,
a ponte do complexo Meio do Mundo com o Rio Amazonas. Essa é outra peculiaridade de Macapá: também é a única capital brasileira banhada pelo maior rio do mundo em volume d’água e extensão. O rio-mar banha toda a frente da cidade, com incontáveis atrações turísticas e um passeio inesquecível pela orla amazônica, em um percurso por seis bairros e muitas paradas obrigatórias. Vamos juntos!
Divulgação - Governo do Amapá
com a realização de oficinas, feiras, experiências científicas, atrações culturais, manifestações folclóricas e a observação do fenômeno natural que atraiu milhares de pessoas, entre estudantes, turistas, pesquisadores e jornalistas. E uma centena de casais que escolheram a festa do equinócio para dizer sim com uma luz especial e muito romantismo, em mais uma edição do casamento comunitário realizado pela Secretaria de Inclusão e Mobilização Social do governo estadual, em parceria com o Tribunal de Justiça. O casal Vanda Nascimento e Manoel Maria da Conceição, que vive junto há sete anos, representou os demais casais no palco. Ela, 43 anos, e ele, 56, decidiram se casar para oficializar a união e o amor que sentem um pelo outro. Outra prova desse amor veio na união de Jurandir Nascimento e Angélica Barros. Juntos há 13 anos e com quatro filhos, o casal é oriundo do arquipélago do Bailique. “Sempre tivemos vontade de oficializar a nossa união, mas nossa condição financeira não permitia. Por meio desse projeto tão maravilhoso, tivemos a oportunidade de realizar um sonho”, agradeceu Angélica.
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AMAZÔNIA E NÓS
Amapá: do equinócio à pororoca
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Fotos: Ewerton França
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Igreja de São José - É o monumento mais antigo da cidade e sua construção data do século XVIII. Foi inaugurada no dia 6 de março de 1671 e todos os anos tem festa no dia do padroeiro. O interior do templo é pintado de branco e o estilo arquitetônico é o inaciano. A igreja leva o nome do santo padroeiro da cidade, reverenciado em 19 de março com missas, procissão e outros rituais litúrgicos.
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Pedra do Guindaste (ao lado) - Localizada a cerca de 300 m da margem do Amazonas, a pedra original foi derrubada pela colisão de um barco. Em seu lugar construiu-se um bloco de concreto e sobre ele uma imagem de São José, santo padroeiro de Macapá. Existem muitas lendas em torno da Pedra do Guindaste, que pode ser observada do trapiche Eliezer Levy, servindo de inspiração a muitos artistas regionais. Teatro das Bacabeiras (página à direita) Inaugurado em 1990, caracteriza-se pela arquitetura moderna de tipo italiana, estilo que o
Casa do Artesão e do Índio (acima e ao lado) - A maior exposição do artesanato caboclo e indígena, com trabalhos dos povos waiãpi, karipuna, palikur, galibi, apari, waina, tirió e kaxuiana. Na confecção das peças são utilizados o vime, madeira, argila, fibra vegetal, sementes, penas, entre outros elementos retirados da natureza, sem impactar o meio ambiente. Antigo Fórum - Com arquitetura ao estilo neoclássico histórico, apresenta aspecto sóbrio e majestoso com linhas greco-romanas. Sua fachada principal apresenta sob o frontão colunas ‘corintias’ em pedra de lio. À sua frente, dois leões, característica do período neoclássico. Atualmente funciona como prédio da OAB.
Antiga Intendência e Museu Joaquim Caetano - É uma construção do final do século XIX, mais precisamente de 1895, para funcionar a antiga Intendência de Macapá. Com influência neoclássica, o estilo arquitetônico tornou-se de grande importância durante o período do Império. Atualmente o prédio abriga o Museu Histórico do Amapá Joaquim Caetano da Silva. Trapiche Eliezer Levy (abaixo) - Com 1 km de extensão rio adentro, construído de concreto armado, possui um bondinho elétrico. De-
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Fortaleza de São José de Macapá (acima) Ao lado da Casa do Artesão está esse imponente monumento, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan. Considerada a mais bela e a maior construção militar do Brasil no período colonial, de estilo ‘vauban’, em quadrado e baluartes pentagonais nos vértices. Ao redor da Fortaleza está o ponto mais concorrido da cidade, o Parque do Forte, popularmente batizado de ‘lugar bonito’.
guarneceu de grande imponência, atribuindolhe especial destaque no patrimônio arquitetônico da cidade. Tem capacidade para 705 pessoas sentadas, tendo entre outras dependências fosso de orquestra, mezanino, salas de projeção, ensaios e oficinas. O nome lembra a antiga instância das bacabas, a macapaba, nome indígena de palmeira nativa da qual se originou o nome Macapá.
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Apa do Curiaú - A oito km de Macapá constitui-se em uma das mais importantes comunidades negras do Amapá. É também uma Área de Preservação Ambiental (APA), que tem como objetivo a proteção e a conservação dos recursos naturais e ambientais da região. Os moradores lutam para preservar a memória dos antigos escravos trazidos no século XVIII para a construção da Fortaleza de São José. Foram eles os formadores dos pequenos núcleos familiares que originaram a Vila do Curiaú (antigo quilombo), e as demais comunidades existentes na área.
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Museu Sacaca – Por meio de ambientes naturais e culturais, palestras, exposições e seminários, o Museu transmite à comunidade os trabalhos desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá - Iepa. É uma alternativa de multiplicação de informações sobre os avanços tecnológicos, possíveis de aplicação na busca da melhoria de qualidade de vida. Centro de Cultura Negra - Inaugurado em 1998, no folclórico bairro do Laguinho, representa a revitalização e a valorização da cultura negra no Amapá. Sua área contempla um anfiteatro, museu do negro, auditório, espaço afroreligioso, sala de múltiplo uso e administração. Trata-se de um espaço cultural democrático, utilizado principalmente para divulgar e preservar a cultura afro-brasileira.
Ferreira Gomes – Ao sair do Curiaú o visitante segue viagem pela BR-156, estrada que começa no município de Laranjal do Jari, na divisa com o Estado do Pará, chegando ao município de Oiapoque, marco inicial do Brasil na fronteira com a Guiana Francesa. São aproximadamente 900 km de rodovia que interligam o Amapá de sul a norte. No meio do caminho, na região sudeste, está Ferreira Gomes, a 140 km de Macapá, com população estimada em seis mil habitantes. O município é a casa da Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes, a pioneira da Amazônia e da Eletronorte, impulsionada pelas águas do Rio Araguari. Rio Araguari - Aqui é o nosso ponto de chegada. “E eu fui parar noutro rio/ atrás do meu grande amor/ nas águas do Araguari/meu coração se encantou”. Versos que ecoam na voz
forte de Amadeu Cavalcante cantam as maravilhas e mistérios desse rio encantado que é o principal atrativo turístico de Ferreira Gomes, com uma orla de quase mil metros. Dados do Iepa mostram que o Araguari é o maior e mais importante rio do estado, com aproximadamente 300 km de extensão, da nascente, na Serra do Tumucumaque, à foz, no Oceano Atlântico, cortando vários municípios. Em boa parte é tomado por pedras gigantes e corredeiras, só permitindo a navegação de pequenos barcos. A pororoca - O Araguari arrasta em seu curso um dos fenômenos naturais mais intrigantes: a pororoca. A origem do vocábulo em dialeto indígena é poroc-poroc, que significa ’estrondo destruidor’. A pororoca ocorre em vários lugares do planeta, porém é mais forte na Amazônia brasileira nos me-
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pois de se deliciar com as fortes brisas amazônicas, o visitante sai do trapiche, passa pelos quiosques da beira-rio onde saboreia pratos típicos (confira abaixo a receita do pirarucu). O passeio continua do outro lado da rua.
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Grutas e cachoeiras - A região do Araguari é uma das mais frequentadas por turistas atraídos por paisagens paradisíacas como a Pedra do Peão (abaixo), que surpreende pela grandeza da escultura natural e pela quantidade de outras pedras menores ao redor. A Pedra do Índio não só encanta, mas é também um lugar de pesquisas por ser considerado um pequeno sítio arqueológico. A gruta do Tracajatuba, a cachoeira do VaiQuem-Quer, a pesca coletiva do aracu e toda a biodiversidade da Floresta Nacional do Amapá são patrimônios naturais que deixam qualquer pessoa maravilhada.
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Preservação e biodiversidade - Com 143.453 km² , o Amapá é maior que alguns países e está situado no extremo Norte do Brasil, na imensa região amazônica, quase que totalmente no hemisfério norte. Banhado a leste pelo Oceano Atlântico e o Rio Amazonas, tem um litoral de 242 km de extensão, do Cabo Orange ao Cabo Norte, mais exatamente, da foz do Rio Oiapoque à foz do Rio Amazonas. Limita-se ao norte com a Guiana Francesa e o Suriname, e a oeste e sul com o Estado do Pará. A capital Macapá localiza-se ao sul do estado, banhada pelo braço norte do Amazonas. A população está estimada em 600 mil habitantes, com aproximadamente 400 mil só na grande área urbana de Macapá e Santana. O Amapá foi desmembrado do Pará e transformado em Território Federal no ano de 1943. Quarenta e cinco anos depois, em 1988, foi transformado em estado. Com uma biodiversidade extraordinária, calculada em mais de 400 mil espécies, é o mais preservado do Bra-
sil, com cerca de 90% dos seus ecossistemas naturais intactos. O Amapá possui quase todos os mais importantes ecossistemas brasileiros: mangues, campos, campinas, cerrado, florestas de terra firme, florestas de várzea e florestas de igapó. A biodiversidade é bem protegida, com 55% da área coberta por unidades de conservação federais e estaduais, e terras indígenas. Essas áreas são gerenciadas de forma integrada com as áreas não-protegidas, formando o Corredor de Biodiversidade do Amapá, uma das mais inovadoras propostas de conservação no mundo, com um total de 11 milhões de hectares, ou cerca de 70% do estado. O ponto central do corredor é formado pelo maior parque de florestas tropicais do planeta, o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque, com mais de 3,8 milhões de ha. O Amapá é também uma fonte inesgotável de tradições culturais com heranças indígenas, caboclas, africanas, portuguesas e religiosas.
Caldeirada da Amazônia
Confira a receita da Caldeirada da Amazônia, do chef Luiz Fernando Pinto Garcia Jr, do restaurante Dom Garcia: Ingredientes: Um filé de pirarucu fresco em postas Um limão médio Pasta de alho Três dentes de alho descascados Pimenta do reino a gosto Pimenta dedo de moça 50 ml de azeite 500 g de jambu cozido Alho em lasca Uma cebola pequena Um litro de tucupi temperado Uma colher de açúcar Uma pitada de sal Ajinomoto Chicória, alfavaca e cheiro verde a gosto 100g de camarão regional dessalgado 200g de camarão pitu fresco Modo de preparo: Pegue o filé de pirarucu fresco e corte em postas de quatro cm. Lave no limão rapidamente, escorra e tempere com a pasta de alho, uma pitada de pimenta-do-reino e reserve. Em uma panela funda coloque o tucupi temperado, deixe ferver, acrescente o sal Ajinomoto, o açúcar, a chicória, alfavaca e os dentes de alho. Ferva por três minutos e acrescente o jambu pré-cozido. Deixe em fogo brando por mais cinco minutos e acrescente o camarão dessalgado e os pitus cozidos. Reserve o caldo. Em uma panela já aquecida com o azeite, acrescente a cebola e o alho picados e refogue até que fique dourado. Acomode as postas de pirarucu, cubra com o caldo já preparado, esquente o caldo do tucupi em fogo brando, acrescente a pimenta dedo de moça e cubra com o jambu e os camarões. Deixe ferver em fogo brando até o peixe estar cozido. Decore com cheiro verde e sirva.
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ses de março e setembro. No Rio Araguari, as ondas atingem até sete metros de altura, que correm rio acima com uma velocidade de 30 km/h. As águas da pororoca chegam a avançar cerca de 50 km acima da foz do Araguari, cenário perfeito para o surfe na pororoca, que vem atraindo surfistas de todo Brasil e do mundo.
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receita, e contei com a ajuda da sogra que está passando uns dias em minha casa para tratamento de saúde. Não sei se foi a colher da sogra, vendo que não estava dando o ponto, acrescentou trigo e ovo, não ficou igual aos da dona Naninha, ficou duro e grudento, então os cognominei de ‘alegria da sogra’. Mesmo assim, estamos consumindo mais esse novo produto. Obrigado, desejo muito sucesso para essa equipe”. Demerval Ferreira da Silva - Regional de Transmissão do Tocantins - Palmas - TO
“Recebemos um exemplar da Revista Corrente Contínua e gostaríamos de saber como é feita a sua distribuição, se é gratuita ou por meio de assinatura. Somos uma instituição de ensino do Estado de Santa Catarina e o periódico é relacionado com alguns cursos que oferecemos”. Juliana - Bibliotecária - Vitória - ES
“Sou de Palmas, Tocantins, e fiquei maravilhado com os temas trazidos sob o título ‘Nas asas do passarim do Jalapão’. Agradeço e parabenizo quem nos brindou com algo tão especial: Rose Dayanne Santana e a revista Corrente Contínua. Sobre a Ilha do Bananal, à página 60, a impressão deve ter saído equivocada. Fala que a maior ilha fluvial do mundo tem 20 km². Não seriam 20 mil km² ? Reafirmo: fiquei muito feliz em reviver nas asas minhas, da imaginação e da recordação, essas nossas riquezas aqui do Tocantins”. José Celso Carbonar - Palmas - TO
“Querida Érica, você se superou na matéria da Corrente Contínua sobre os Waimiri Atroari. Belíssima reportagem, com seu estilo clássico de escrever e demonstrando conhecimento absoluto da matéria. Uma kaminja! Estou saindo de férias e, no meu retorno, vamos brindar com cafezinho. Não queria sair sem registrar minha alegria pelo seu êxito. Mais este!”. Rosa Maria Gastal de Menezes - Gerência de Gestão do Conhecimento da Universidade Corporativa Eletronorte – Ucel – Brasília - DF
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“Prezada Bruna, em sua matéria ‘Corpo técnico da Eletronorte leva conhecimento a outras instituições do Setor Elétrico’ houve uma incorreção na parte que se refere a mim. Não sou o gerente de Manutenção de Infraestrutura de Telecomunicações da Cemig, apenas estou lotado nessa gerência, desempenhando as funções de engenheiro de projeto de telecomunicações. O gerente da área é o Sr. Luiz Antônio Carneiro Barouch, funcionário de carreira da Cemig. Mais uma vez, saliento que fiquei muito honrado em participar de uma matéria ao lado de grandes profissionais e amigos”. Jorge Ivanovitch de Sousa - Gerência de Manutenção de Infraestrutura de Telecomunicações da Cemig – Belo Horizonte – MG
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“Parabéns toda equipe da revista Corrente Contínua! Estou recebendo a edição número 227 e lendo essas importantes reportagens fico muito emocionado ao ponto de lagrimejar, tal qual o entrevistador e entrevistados citados na belíssima reportagem ‘Inovações que transformam’. Pelo prazer que hoje sinto ao receber esta revista, quero aproveitar para fazer uma sincera confissão. Quando recebia os primeiros números, muitas vezes sem pelo menos abrir, colocava na mesa do colega ou deixava com a recepcionista, achava apenas que era mais informativo que não agregava nada. Hoje, fico contando os dias para receber essa preciosa fonte de informação que, pelo menos daqui distante, posso através das fotos publicadas no Circuito Interno, relembrar nossos velhos amigos, as grandes figuras da história da Empresa. Agradeço ainda a resposta da minha indagação na revista número 226, com relação ao prato da receita do biscoito amorperfeito. Fui aplicar meus conhecimentos culinários tentando a
N.R: o leitor tem razão. A Ilha do Bananal possui 20 mil km² de extensão. “Ficou linda a revista. Está incrível a edição! Tenho orgulho de fazer parte da equipe e confesso que sou uma aprendiz da nossa linha editorial com muito orgulho” Terezinha Félix de Brito - Regional de Produção de Rondônia - Porto Velho – RO “Caros Alexandre, Érica, Roberto e Rony, recebemos a revista Corrente Contínua nº 227, julho/agosto, onde foi publicada uma matéria sobre o Programa Waimiri Atroari, de responsabilidade da Eletronorte. Gostamos muito do que foi publicado e já enviamos para os Waimiri Atroari. Antes de qualquer coisa, quero parabenizá-los pela matéria, que mostra a alta sensibilidade para o assunto, quando conseguiram retratar com palavras e fotos a atuação do Programa Waimiri Atroari. O mais importante foi a sensibilidade de captar as manifestações dos índios, que de forma muito gentil por ocasião da visita da equipe da Corrente Contínua, apresentaram agradecimentos à Eletronorte por ter mantido as atividades nesses 21 anos, o que contribuiu para que fosse possível reviverem. Como autor e responsável pelo Programa, e em nome da minha equipe de colaboradores e do pessoal que compõe a Superintendência de Meio Ambiente da Eletronorte, que nos apoia e participa também das atividades, agradecemos mais uma vez, a forma como divulgaram o nosso trabalho. Com certeza, essa matéria, somada às outras que já foram publicadas nesta revista, contribuirá para continuarmos entusiasmados com o nosso trabalho e com o resgate da vida do povo Waimiri Atroari. Muito obrigado a todos da Coordenação de Comunicação Empresarial, que sempre nos têm apoiado”. Porfirio Carvalho - Programa Waimiri Atroari - Manaus - AM “Agradeço o recebimento da revista Corrente Contínua v. 32, nº 227, jul./ago. 2009. Solicito a continuação da doação da revista”. Rosa Elena Leão Miranda – Bibliotecária - Belém - Pará
“Gosto da minha irmã porque mais que o cabelo bonito ela me segue com seu olhar de lugar perdido e quase não me fala nada quando a gente entra no barco e eu digo: tá vendo lá onde o rio some? não tenha medo a gente não vai embora a floresta quer que a gente fique”
Texto: Alexandre Accioly Foto: Rony Ramos
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N.R: a revista Corrente Contínua é distribuída gratuitamente ao público externo e está disponível também no endereço www.eletronorte.gov.br.
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“Prezados senhores, recentemente, no último Congresso Brasileiro de Eficiência Energética, tive a oportunidade de ler um exemplar da revista Corrente Contínua. Essa leitura despertoume o interesse de obter outros números para a minha atualização no setor energético, e também para termos materiais para discussões na Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do CREA/RJ, na qual estou coordenador. Para tanto solicito uma assinatura”. Antonio Carlos Soares Pereira - Niterói - RJ
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