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correntecontínua Ano XXXIII - Nº 237- Março/Abril -2011

A revista da Eletrobras Eletronorte

São José do Ribamar Exemplo da gestão energética municipal


Energia Ativa

Sumário

ENERGIA ATIVA

Eficiência Energética Página 3

TRANSMISSÃO

Eficiência Energética: empresas Eletrobras reduzirão as perdas de energia elétrica

Atraso na entrega de linhas traz prejuízos financeiros para transmissoras e geradoras Página 8

Amazônia e Nós

Diário de Valcimar Soares de Souza Página 33

história

Página 18

corrente alternada

A energia da copa Página 22

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Eletronorte

Eletrobras

SCN - Quadra 6 - Conjunto A Bloco B - Sala 305 - Entrada Norte 2 CEP: 70.716-901 Asa Norte - Brasília - DF. Fones: (61) 3429 6146 / 6164 e-mail: imprensa@eletronorte.gov.br site: www.eletronorte.gov.br

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Prêmios 1998/2001/2003

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Página 29

correio contínuo Página 38

fotolegenda Página 39 Diretoria Executiva: Diretor-Presidente - Josias Matos de Araujo - Diretor de Planejamento e Engenharia - Adhemar Palocci - Diretor de Produção e Comercialização - Wady Charone - Diretor Econômico-Financeiro - Antonio Barra - Diretor de Gestão Corporativa - Tito Cardoso - Coordenação de Comunicação Empresarial: Isabel Cristina Moraes Ferreira Gerência de Imprensa: Alexandre Accioly - Equipe de Jornalismo: Alexandre Accioly (DRT 1342-DF) - Byron de Quevedo (DRT 7566 - DF) - César Fechine (DRT 9838 - DF) - Érica Neiva (DRT 2347 - BA) - Michele Silveira (DRT 11298 - RS) - Assessorias de Comunicação das unidades regionais - Estagiário: Higor Sousa Silva - Fotografia: Alexandre Mourão - Roberto Francisco - Rony Ramos - Assessorias de Comunicação das unidades regionais - Revisão: Dimensão Comunicação e Marketing - Arte gráfica: Jorge Ribeiro Impressão: Brasília Arte Gráficas - Tiragem: oito mil exemplares - Periodicidade: bimestral

O processo de transformação e fortalecimento do Sistema Eletrobras continua com a implementação das melhores práticas de gestão de negócios e passa pela busca da eficiência energética para aumentar, de forma sustentável, a oferta de energia no Brasil. Para orientar e priorizar a eficiência energética, conforme as diretrizes estabelecidas pela Eletrobras, criou-se a Política de Eficiência Energética da Eletrobras Eletronorte, que terá a finalidade de analisar a cadeia energética em seus vários segmentos, com o objetivo de melhorar o investimento e outros ganhos empresariais na geração, transmissão e consumo próprio. A Política de Eficiência Energética é um produto demandado pelo Plano de Transformação do Sistema Eletrobras, conforme as orientações recebidas do Ministério de Minas e Energia MME. A meta das empresas do Sistema é reduzir em 3% as perdas de energia elétrica por meio de ações de eficiência energética em cinco anos. Essa busca da eficiência está ligada à oferta de energia, tanto na geração, quanto na transmissão e distribuição, explica Neusa Maria Lobato Rodrigues, superintendente de Pesquisa

e Desenvolvimento e Eficiência Energética da (PA), economia Eletrobras Eletronorte. “Precisamos otimizar as de mais de R$ 800 mil nossas plantas para economizar em tudo o que nós geramos por intermédio da oferta da energia produzida. A busca da eficiência envolve os processos empresariais como, por exemplo, otimizar as máquinas e equipamentos. Mas nós temos também a busca da eficiência pelo lado da demanda, que é o trabalho realizado junto aos consumidores, escolas, comércio, indústria e prefeituras.” A busca da eficiência também visa a evitar as perdas energéticas que chegariam hoje a 15% na transmissão segundo alguns estudos, e a 20% na distribuição e comercialização de energia em algumas cidades, sobretudo na Região Norte, onde há os chamados “gatos” na rede. Parte dessas perdas ocorre em transformadores da rede, o que equivale a seis mil megawatts.hora. Neusa contesta esses dados. Segundo ela, alguns desses estudos estão superdimensionados: “Na transmissão, essas perdas estariam em torno de 5%. Mas isso é possível de ser revertido. Em qualquer situação, entretanto, é preciso avaliar a relação custo/benefício para recuperá-las”.

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TPM: Eletrobras Eletronorte é exemplo para o mundo

Em Abaetetuba

César Fechine

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CIRCUITO INTERNO

“Acho que a natureza foi feita para servir ao homem. Com racionalidade”


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Foto: MME/Francisco Stuckert

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o diretor-geral da Companhia Energética de Brasília – CEB, Rubem Fonseca Filho, assinaram no dia 6 de abril de 2011, em Brasília (DF), um termo de compromisso e cooperação técnica para implantar um projeto de eficiência energética no edifício no qual funciona a pasta. O acordo prevê a reforma do sistema de iluminação do prédio, que abriga também o Ministério do Turismo. De acordo com Lobão, o termo técnico pode trazer ganhos na eficiência energética e também na redução de custos. “No Brasil, o setor de edificações está entre os maiores consumidores de energia elétrica, representando 44% do total do consumo”, destaca. “Considero oportuno que o Ministério se converta em um dos principais exemplos de gestão e consumo energéticos em edificações públicas em Brasília”, afirmou o Ministro durante a cerimônia de assinatura do acordo. Para Fonseca Filho, o programa, além de beneficiar a sociedade, também tem um papel emergencial. “Nosso sistema elétrico está com as redes sobrecarregadas, com subestações operando acima do limite. Precisamos de folgas, que são obtidas com programas de eficiência energética. Isso nos dará mais tempo para solucionarmos as dificuldades com investimentos”, comenta. (Fonte: Ascom/ MME) Criado há mais de 25 anos e executado pela Eletrobras, com recursos da Reserva Global de Reversão - RGR, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - Procel, promove a racionalização do consumo de energia elétrica e o combate ao desperdício, reduzindo custos e os investimentos setoriais em equipamentos, edificações e produtos eletroeletrônicos. Um dos subprogramas do Procel, executado pela Eletrobras Eletronorte, é a Gestão Energética Municipal - GEM, que tem como objetivo orientar os administradores públicos municipais para a gestão e o uso eficiente de energia nas unidades consumidoras ligadas às prefeituras.

de climatização, contrato de fornecimento, histórico de consumo e de gastos, área construída, entre outros. A Eletrobras Eletronorte já fez os planos de sete municípios. No período de 2005 a 2008 foram feitos os Plamges de Ariquemes (RO), Candeias do Jamari (RO), Ananindeua (PA, Abaetetuba (PA), Tucuruí (PA), Presidente Dutra (MA) e São José de Ribamar (MA). Agora estão sendo elaborados os convênios com os municípios de Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), Macapá (AP), Timon (MA), Ji-Paraná (RO), Santana (AP) e Rondonópolis (MT). Mais quatro projetos serão desenvolvidos com as prefeituras de Manaus (AM), Sinop (MT), Marituba (PA) e Marabá (PA). Resultados - Três dos projetos desenvolvidos pela Eletrobras Eletronorte apresentam resultados expressivos. Em Abaetetuba (PA), o Plamge possibilitou uma economia de mais de R$ 800 mil com diversas medidas administrativas. “Logo no início, foi constatado que todo o mês a prefeitura perdia R$ 70 mil com o pagamento de multas diversas. Depois, o pessoal da Ugem descobriu que a prefeitura tinha um crédito com a concessionária local de energia, que foi convertido em economia para o município”, explica o engenheiro eletricista Davidson Pereira Campos, coordenador dos Plamges na Eletrobras Eletronorte e integrante da Empresa no Cieese. Em São José de Ribamar (MA), o projeto gerou uma economia de mais de R$ 1,1 milhão com diversas medidas administrativas. Só os gastos cortados com papel e outros materiais geraram uma economia inicial de mais de R$ 180 mil. Um erro da concessionária local de

Rio Branco (AC) e São José do Ribamar (MA): municípios reduzem consumo e ainda descobrem créditos

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Municípios - Hoje, a Eletrobras Eletronorte possui empreendimentos de geração e transmissão, linhas de transmissão, subestações, pontos de medição, entre outros, em 200 municípios brasileiros. Desse total, o Programa Eletronorte de Eficiência Energética possui projetos em andamento em 60 municípios.

MME terá projeto de eficiência energética

O trabalho busca melhorar a gestão da energia elétrica (compras, manutenção, revisão tarifária), identificar as oportunidades de economia de recursos, diminuir os desperdícios e indicar os equipamentos comprovadamente mais eficientes, além de conscientizar os usuários. Desde sua criação, o GEM já economizou 63.853,10 MWh, energia suficiente para abastecer uma cidade de 148 mil habitantes durante um ano, atuando em 328 municípios de 18 estados brasileiros. Essa economia de energia implica a redução da emissão de carbono na atmosfera em cerca de 3.090 tCO2e (tonelada de carbono equivalente). A implementação da GEM começa com a criação da Unidade de Gestão Energética Municipal – Ugem, por meio de decreto municipal, seguida da capacitação da equipe técnica, formada pelos agentes municipais de eficiência energética, e da implantação do Sistema de Informação Energética Municipal – Siem. Após o levantamento das diferentes atividades desenvolvidas pela prefeitura e do diagnóstico das unidades consumidoras do município, que são escolas, hospitais, prédios administrativos, postos policiais etc, são identificadas as áreas com potencial de redução de consumo e elaborado o Plano Municipal de Gestão Energética – Plamge. O objetivo do Plamge é levantar e organizar as diferentes atividades desenvolvidas pela prefeitura por meio do diagnóstico dos contratos de fornecimento de energia elétrica, sistemas de saneamento, iluminação pública, prédios públicos e educação para combater o desperdício de energia. Entre os principais pontos analisados estão entrada dos circuitos, subestações, grupo gerador, sistema de iluminação, sistema

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Foto: Eletrobras/Jorge Coelho

Força-tarefa - Para planejar e integrar as atividades relativas à execução da Política de Eficiência Energética criou-se o Comitê Integrado de Eficiência Energética do Sistema Eletrobras – Cieese, vinculado à Diretoria de Tecnologia, com a finalidade de propor e acompanhar a implementação de projetos de eficiência energética. O Cieese atua em regime de força-tarefa por meio de um comitê executivo e de grupos de trabalho, que elaboram os estudos e projetos, e desenvolvem as metodologias com os recursos humanos, financeiros, materiais e institucionais necessários para alcançar os objetivos definidos. Em 2011, será elaborado um plano de ação para cada linha de negócio do Sistema Eletrobras, definindo as fontes de recursos, estimativa de economia e propostas de projetos com os seus respectivos responsáveis e prazos. “A responsabilidade pela aplicação da Política em nossas empresas é do Cieese, que conta com representantes de todas elas, indicados por suas respectivas diretorias”, informa o chefe do Departamento de Projetos Corporativos da Eletrobras, Ronaldo Sérgio Monteiro Lourenço (ao lado). A Eletrobras também realiza outras ações que buscam a eficiência energética, como o Programa de Qualificação de Equipamentos do Setor Elétrico - Qualiequip, que trabalha a etiquetagem para transformadores de distribuição. Atualmente, três fabricantes estão habilitados ao uso da etiqueta e quatro estão em processo final de habilitação. “Só nesse projeto, a redução das perdas pode chegar a 30%. Outros dois convênios de eficiência estão em fase de assinatura com a Eletrobras Eletrosul, além de outros projetos em Tucuruí”, afirma Lourenço. O trabalho da força-tarefa para a busca da eficiência energética em Tucuruí começou a ser desenvolvido em parceria pelas superintendências de Engenharia de Geração, de Engenharia de Manutenção da Transmissão e de Produção Hidráulica da Eletrobras Eletronorte, e deverá balizar o trabalho nas outras unidades da Empresa.

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pagamento de multas e juros. A energia da feira livre da cidade era toda paga pela prefeitura. O permissionário utilizava o espaço, vendia o produto e ainda tinha a conta de luz paga. Após uma reforma feita pela prefeitura com gastos de R$ 4,9 mil, foram instalados relógios e a conta que era cerca de R$ 100 mil por ano passou a ser paga pelos proprietários. O projeto possibilitou uma economia de R$ 2,8 milhões para a prefeitura no período de 2005 a 2009 e os recursos foram utilizados na melhoria geral da iluminação pública. “Esse trabalho é considerado exemplo nacional pela Eletrobras. A Ugem é uma espécie de água foi constatado e gerou um benefício de um milhão de reais para o município. A prefeitura tinha dois poços artesianos de onde era retirada a água doada para a comunidade durante vários anos, mas a concessionária cobrava a água da comunidade. O pessoal da Ugem descobriu, solicitou o crédito e reverteu o valor para a comunidade. Há outras situações que envolvem unidades consumidoras como, por exemplo, o de uma mina de água mineral para a qual a prefeitura pagava a conta de R$ 15 mil por mês. O agente municipal foi visitar o local, constatou a irregularidade e mandou tirar o débito das contas da prefeitura. Exemplo - Outro trabalho, realizado em Ariquemes (RO), levou a uma economia de quase R$ 200 mil na conta de energia elétrica, só com o fim de ligações clandestinas. Havia também unidades consumidoras alugadas pela prefeitura, que devolvia o prédio, mas continuava pagando a conta de luz e outras irregularidades como faturas em duplicidade e atrasos de faturas com vencimentos em dias diferentes, que geravam o

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As edificações públicas apresentam um grande potencial de economia de energia elétrica, segundo dados da Rede Cidades Eficientes em Energia Elétrica – RCE, uma parceria entre a Eletrobras-Procel e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal - Ibam, para facilitar e fortalecer o intercâmbio de informações sobre eficiência

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energética entre os municípios associados. As estatísticas mostram que esse setor representa 3,2% do consumo de energia no Brasil, correspondente a 10,6 GWh por ano, considerando os níveis federal, estadual e municipal. O potencial de economia seria da ordem de 2,1 GWh por ano, equivalente à energia necessária para abastecer uma cidade de mais de 3,5 milhões de habitantes. As ações diretamente relacionadas ao poder público local são variadas e os sistemas de saneamento se apresentam como pontos de interesse nessa questão, pois o

setor representa 2,3% (6.471 GWh/ano) do consumo global de energia elétrica do País. Nos processos de abastecimento de água, esgotamento sanitário e pluvial, e limpeza urbana, existe consumo relativo de energia elétrica que pode ser reduzido, somando benefícios tanto para o usuário quanto para o agente gestor - o município ou a concessionária estadual. A gestão dos recursos hídricos e da energia elétrica colocase, assim, na pauta das administrações municipais rumo à efetivação do desenvolvimento sustentável. (Fonte: www.rce.org.br)

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Edifícios apresentam potencial para a economia de energia

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munidade Aprendizagem, um GEM de menor proporção. O trabalho será desenvolvido em 25 municípios do Maranhão e 25 de Mato Grosso com população de até 30 mil habitantes. Buscar a eficiência energética é uma tendência mundial. Já se sabe que só com investimento em novos empreendimentos não se conseguirá manter o atendimento à demanda de energia elétrica. “O MME definiu que, até 2030, será preciso economizar cerca de 50 mil GWh de energia elétrica. Se não fizermos isso hoje, haverá outro apagão, mais cedo ou mais tarde. Todas essas ações são muito importantes para o desenvolvimento socioeconômico do País”, finaliza Davidson.

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Abaetetuba (PA), acima, e Ariquemes (RO), abaixo, tiveram normalizadas outras situações, como o uso da água

fiscal, faz a gestão da energia e de outras atividades para acabar com esses rombos gigantescos”, declara Davidson (ao lado). O pessoal da Ugem também recolheu as lâmpadas e outros componentes de mais de seis mil pontos durante a troca da iluminação pública. Tais componentes foram vendidos para uma empresa de São Paulo, que reciclou todo o material e ganhou, com a iniciativa, um prêmio em Dubai. Outro programa de eficiência energética desenvolvido pela Empresa denomina-se Co-


Rodovias e hidrelétricas poderão ter um termo de referência padrão para o EIA/Rima

Érica Neiva

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O atraso na entrega das linhas de transmissão trouxe, até dezembro de 2009, uma perda de receita às concessionárias de R$ 750 milhões. A informação é resultado de um relatório da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base - Abdib e da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica - Abrate, sobre o atraso de obras de 114 concessões licitadas de 1999 a 2009, com ampla pesquisa de dados do Setor Elétrico, ava-

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liando o desempenho das obras dos sistemas de transmissão de energia elétrica (ver box). Entre as principais consequências do atraso na entrega das linhas está o aumento dos custos de operação da rede básica motivado pela operação de usinas termelétricas para cobrir a falta de obras não concluídas no prazo. É uma ação contrária à modicidade tarifária conseguida nos leilões, devido aos altos preços de geração das térmicas e os custos ambientais perversos, já que a maioria das termelétricas é operada com combustíveis poluentes.

O Relatório Abdib/Abrate chegou às seguintes constatações: a causa principal dos atrasos é a frequente incompatibilidade do prazo de conclusão das obras, contado a partir da assinatura do contrato de concessão definido nos editais de leilões, e o prazo demandado para a obtenção das licenças ambientais prévia e de instalação; das instalações em operação, os atrasos são em maior número e grandeza que as antecipações; não há coerência entre os prazos fixados nos editais dos leilões e o prazo médio mínimo de 16 meses entre a assinatura do

Lotes - O Relatório Abdib/Abrate identificou que os atrasos de entrega de 56 lotes, em operação desde 2001, sobrepõem-se às antecipações. No período de 2003 a 2009, destaca-se a estabilidade da antecipação média de dois meses dos projetos menos complexos e situados mais próximos dos centros desenvolvidos. No entanto, com o aumento do número de empreendimentos em áreas de infraestrutura precária, a média dos atrasos é crescente de 2000 a 2004, decaindo depois até se estabilizar na média de oito meses no período 2006 a 2009, em nível quatro vezes maior que a das antecipações. Ainda de acordo com o Relatório, dos 46 lotes licitados no período entre 2008 e 2009, e com as obras em curso, em 28 (48%) os empreendedores admitem que haja atraso, sendo que destes, em 18 (31%) a estimativa de atraso já supera 12 meses. Constatam-se atrasos em média de 5,63 meses nos empreendimentos concluídos e média estimada de 17 meses

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Também há aumento de custos na operação da rede básica de transmissão e riscos de desabastecimento

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Transmissão

Atraso na entrega de linhas traz prejuízos financeiros para transmissoras e geradoras

contrato de concessão e a obtenção da licença de instalação. O licenciamento das instalações de transmissão de energia elétrica é regido pelas resoluções 01/1986, 06/1987 e 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama. De acordo com essa última Resolução, o órgão ambiental pode estabelecer prazos diferenciados para análise de cada modalidade de licença (provisória, de instalação e de operação), em função das peculiaridades da atividade ou do empreendimento. Desde que observado o prazo máximo de seis meses a contar do protocolo do requerimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver exigência de Estudo de Impacto Ambiental - EIA/Relatório de Impacto Ambiental - Rima, quando o prazo será de até 12 meses. Para o gerente da Assessoria de Coordenação de Implantação de Empreendimentos da Eletrobras Eletronorte, José Henrique Machado “o principal fator que concorre para o atraso na entrega das linhas de transmissão é o atraso para emissão das licenças ambientais, o período longo que se demora em obtê-las. As linhas de transmissão, ao contrário das usinas, não são licitadas com licença prévia. O empreendedor arremata o lote e tem que fazer todo o processo de licenciamento. Prepara-se o relatório de impacto ambiental, mas como são muitos os empreendimentos e as exigências não são padronizadas, acaba-se atrasando a entrega das linhas”.

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Perdas de receita - O Relatório Abdib/Abrate constatou que a implantação das instalações de transmissão tem registrado sucessivos atrasos motivados, na maioria das vezes, por atos de terceiros, em especial, pela incompatibilidade entre a estimativa de prazo de obtenção das licenças ambientais adotada pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE ao estudar cada empreendimento e elaborar os programas de expansão da rede básica, posteriormente avalizados pelo Ministério de Minas e Energia e Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel, quando da aprovação e realização dos leilões de concessão. Para José Henrique, “com o novo modelo do Setor Elétrico brasileiro, os prazos são estabelecidos pela Aneel e, caso não sejam cumpridos, ela impõe multas severas. No entanto, se o empreendedor cumpriu o cronograma corretamente e o atraso independeu dele, a Agência não multa, assim como nos casos de calamidade pública, força maior e embargo fundiário. Embora a Aneel não puna a transmissora por motivos imputáveis a terceiros, ela não aumenta o prazo da concessão. Por exemplo, numa concessão de 30 anos, se houver atraso de um ano por razões que não dizem respeito ao empreendedor, não se

aplica multa, mas deixa-se de ganhar um ano, período que não é recomposto”. É importante registrar que, recentemente, ao analisar pleito de recomposição de receita apresentado por uma concessionária de transmissão que teve o cronograma de obras prejudicado pelo retardo na emissão das licenças ambientais, a Aneel estabeleceu metodologia específica, tanto para o cálculo do montante a ser compensado quanto para a recuperação pela concessionária. Deverá ser compensada a receita correspondente ao período que superou aquele prazo até a concessão da licença. O valor apurado deverá ser rateado entre os meses restantes do contrato de concessão, devendo este ser aditado. Termo de Referência - Há uma proposta do Ministério do Meio Ambiente, de setembro de 2010, de instituir o Termo de Referência Padrão para a obtenção das licenças ambientais, em nível nacional, para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental - Rima para linhas de transmissão. O órgão licenciador poderá incluir informações em função das especificidades do projeto, da região e legislação local, desde que adequadamente justificados.

O Estudo de Impacto Ambiental - EIA deverá ser desenvolvido com base nas informações levantadas acerca dos fatores ambientais da área de influência; comparar as alternativas tecnológicas e locacionais; identificar, analisar e avaliar os impactos ambientais relativos às etapas do projeto (planejamento, implantação e operação); propor medidas mitigadoras e programas de monitoramento e controle dos impactos identificados. Deverão ser detalhadas as metodologias adotadas para escolha da alternativa mais favorável, delimitação das áreas de influência, diagnóstico dos fatores ambientais e avaliação dos impactos. O resultado das rodadas de discussão dos termos de referência para EIA/Rima de rodovias, portos, hidrelétricas e linhas de transmissão será recepcionado como aprimoramento da política ambiental, e está validado, também, pelos setores de transportes e de energia uma vez que estiveram representados nas discussões e com participação bastante efetiva e colaborativa. Os resultados das rodadas serão encaminhados à Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente - Abema, órgãos estaduais de meio ambiente, Ibama e empreendedores, com vistas à adoção dos termos de referência nos processos de licenciamentos ambientais.

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para os que se encontram em obras. O prazo de execução das obras de cada lote depende da dimensão e complexidade das instalações. A maioria dos prazos situa-se entre 14 e 28 meses, contados a partir da assinatura do respectivo contrato de concessão. A demora dos processos de licenciamento ambiental dos empreendimentos de energia já mereceu a atenção do Governo Federal que, por meio da Medida Provisória nº 2.198/01, editada com vistas ao incremento da oferta da energia, determinou aos órgãos ambientais a observância do princípio da celeridade na condução desses processos, prevendo, com relação às instalações de transmissão, que o licenciamento fosse decidido, com todas as suas formalidades, no prazo de até três meses. De acordo com o Relatório Abdib/Abrate, “embora tal medida do Governo Federal, que foi regulamentada pela Resolução Conama nº 279/01, tenha sido tomada em meio à crise energética que atingiu o Brasil no ano de 2001, se consideradas as consequências dos atrasos sistemáticos que têm sido verificados na implantação das linhas de transmissão em decorrência da demora na emissão das licenças ambientais, deve ser revigorada”.

...também precisam de tratamento diferenciado no licenciamento ambiental

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Atravessando ecossistemas diferentes, linhas de transmissão...

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interferência em diversas terras indígenas. Recentemente, realizou-se um seminário de três dias para discutir o Projeto Básico Ambiental de um dos empreendimentos, quando adotamos uma nova metodologia de discussão e análise que tem sido muito positiva pela sua eficácia. Entretanto, a complexidade do empreendimento impõe um cuidado proporcional e, nesse sentido, é importante frisar que definitivamente não é o Ibama que está atrasando a implantação dos empreendimentos”, esclarece Adriano Rafael. O Coordenador defende que é necessário avançar com mais precisão nas informações que de fato são relevantes para o licenciamento. “Acredito que há possibilidade de reduzir o conteúdo dos estudos ambientais e, consequentemente, o tempo investido na elaboração (empreendedor) e na análise (órgão licenciador) e é nesse sentido que estamos trabalhando. Entendo que é possível haver melhoras com regulamentações como o termo de referência do Ministério do Meio Ambiente, com a

definição de critérios mais objetivos para o enquadramento do licenciamento em ritos ordinários ou simplificados, previsão de supressão de vegetação (abertura de picada) durante a fase de elaboração dos estudos topográficos, o regramento da participação dos órgãos intervenientes no licenciamento, além de critérios que favoreçam o empreendedor que melhorar o seu projeto do ponto de vista ambiental”. Funai - As exigências da Funai quando uma linha de transmissão passa nas proximidades de terras indígenas variam em virtude de alguns fatores, dentre os quais a distância do empreendimento em relação às terras indígenas, região em que se pretende instalar a obra (uso e ocupação do solo), potência da linha de transmissão, empreendimentos associados e grau de vulnerabilidade da terra. Sobre este se considera principalmente a situação fundiária, histórico de contato, degradação ambiental e existência de outros empreendimentos que impactam o local, os passivos ambientais.

Cortando pastagens, (página ao lado), ou florestas (acima), a complexidade dos estudos de linhas de transmissão tem melhorado os projetos

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Para o coordenador geral de Infraestrutura de Energia Elétrica do Ibama, Adriano Rafael Arrepia de Queiroz (abaixo, à esquerda), o entendimento de que o licenciamento ambiental federal seria o responsável pelo atraso na implantação de obras de infraestrutura do Setor Elétrico não condiz com a realidade. “Com o ordenamento jurídico vigente, não se consegue licenciar uma linha de transmissão de 500 kV em menos de 90 dias pelo fato de ser necessário o emprego do rito de licenciamento associado ao EIA/Rima. Esses prazos, em alguns casos, não foram devidamente observados quando definidos os leilões de transmissão de energia. A incompatibilidade entre os prazos objeto do leilão e aqueles previstos na legislação ambiental acarretou em atrasos àqueles previstos no leilão e por vezes tentaram imputar a responsabilidade desses ‘atrasos’ ao órgão licenciador, o que não procede”. O Ibama vem impondo um ritmo forte de análise, inclusive foi designada uma equipe apenas para esses licenciamentos, o que está otimizando o tempo de análise. “Do ponto de vista do licenciamento ambiental, é importante destacar que se trata de linhas de transmissão muito extensas, com cerca de dois mil quilômetros, que atravessam dezenas de municípios, o cerrado e o bioma amazônico, áreas com elevado potencial subterrâneo, além de

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Ibama – Para fornecer as licenças ambientais de instalação e operação o órgão ambiental verifica o cumprimento das condicionantes estabelecidas na licença anterior. As condicionantes estão relacionadas às especificidades a serem observadas em cada processo, tais como os programas socioambientais a serem implementados, as técnicas construtivas em áreas de maior sensibilidade socioambiental, bem como na observância de aspectos legais relacionados à manifestação dos chamados órgãos intervenientes: Fundação Nacional do Índio - Funai, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério da Saúde, Fundação Cultural Palmares e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan.

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operação da usina enquanto não estiver ligada ao sistema. Da mesma forma, a EBTE não recebeu nada ainda.

terras indígenas, bem como sobre a realização de consultas aos povos indígenas sobre as políticas que os afetam, dentre eles as consultas relativas ao licenciamento ambiental de empreendimentos”. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, o Aproveitamento Hidrelétrico Dardanelos, em Mato Grosso, de 260 MW, está pronto para entrar em operação. Entretanto, não tem como escoar a energia para o Sistema Interligado Nacional - SIN. Isso porque a linha de transmissão Juína-Brasnorte, de 207 km e em 230 kV, que liga a usina ao SIN, ainda não foi concluída. Tudo por conta de um impasse com a Funai. A linha integra um empreendimento de 775 km de extensão que, de acordo com a Aneel, possibilitará o escoamento de energia de diversas usinas instaladas ou a serem construídas na

região. Há, porém, um imbróglio em um trecho de apenas 15 km, na travessia do Rio Juruena. Segundo a Empresa Brasileira de Transmissão de Energia - EBTE, empresa responsável pelo projeto, a Funai não autoriza o lançamento dos cabos porque o consórcio não teria consultado previamente os índios que habitam no local. Em nota, a EBTE diz que “seguiu todos os trâmites legais e contratuais para poder viabilizar o projeto. A análise foi submetida, inclusive, à Funai, que avaliou eventuais impactos em comunidades indígenas. Somente depois disso, a Sema (Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso) concluiu a emissão da licença”. A Energética Águas da Pedra, empreendedora de Dardanelos, conseguiu a isenção das penalidades previstas. A Aneel, porém, não permite que ela receba a receita prevista pela

Conclusões - Conforme se demonstrou no Relatório Abdib/Abrate, a indisponibilidade das linhas de transmissão contratadas, em decorrência dos atrasos das obras, impõe restrições à operação do sistema elétrico brasileiro pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, acarretando custos adicionais indesejáveis e contrários à modicidade tarifária, além de passivos ambientais decorrentes de geração termelétrica a óleo diesel e a óleo combustível pesado, ambos notoriamente poluentes. Além disso, apesar de as concessionárias de transmissão não sofrerem sanções pelo descumprimento dos cronogramas de obras, são gravemente penalizadas pela perda de receitas em razão da indisponibilidade de suas instalações. A Abdib e Abrate apresentaram propostas como a adequação dos prazos previstos nos editais de leilão aos efetivamente praticados pelos órgãos ambientais para emitir as licenças ambientais, adotando-se como alternativa a realização dos leilões de transmissão já com licença ambiental prévia, como sugerido pelo ONS; ou a observação nos editais de leilões dos critérios de estimativa de prazos das obras de transmissão indicados no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2007-2016. Sugere ainda o aperfeiçoamento dos procedimentos com vistas à redução dos prazos de obtenção pelos empreendedores das licenças ambientais e a adoção de medidas de compensação das perdas de receitas das concessionárias de transmissão. Para o gerente de Estudos e Projetos Ambientais de Transmissão da Eletrobras Eletronorte, Newton Zerbini (ao lado), um dos problemas que concorrem para o atraso na entrega das linhas são os diversos estudos exigidos do empreendedor, que necessitam da anuência de vários órgãos. “Além das cobranças dos órgãos ambientais, outras entidades passaram a ser consultadas no processo - estudos de doenças exigidos pelo Ministério da Saúde; questões referentes a unidades de conservação, quilombolas, prefeituras, Iphan, ministérios da Educação e das Cidades. O problema é que o processo precisa ser ajustado. Cada um tem o seu ponto de vista. Entendo que se o Governo Federal se articulasse um pouco mais, conseguiria ordenar o processo”.

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Tecnologia de ponta e respeito ao meio ambiente nas obras de transmissão

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Para a coordenadora geral de Gestão Ambiental da Funai, Marcela Menezes, uma forma de compatibilizar as exigências ambientais com o cronograma estabelecido pela Aneel, diminuindo os custos e as incertezas dos empreendimentos seria a inserção da Funai desde o início do planejamento do Setor Elétrico. “Não é necessário apenas receber consulta do Ibama sobre o termo de referência para o EIA/ Rima ou estudos correlatos, pois muitas vezes o empreendedor já elaborou grande parte desses estudos e só aguarda o termo de referência do licenciador para efetuar ajustes e protocolar o produto. Esse trâmite muitas vezes faz com que o componente indígena, parte integrante do meio socioeconômico dos estudos seja descolado do EIA, gerando uma defasagem do processo e aumentando a fragilidade do trato da questão indígena no âmbito do licenciamento ambiental”. Marcela Menezes explica que alguns dos principais problemas encontrados pela Funai com a instalação de empreendimentos de transmissão são a falta de aplicabilidade dos dispositivos legais existentes, lacunas jurídicas, ausência de consulta quando o licenciamento é conduzido em esfera estadual, inconsistência dos estudos sobre o componente indígena, descumprimento de condicionantes pelo empreendedor, além da dificuldade em promover a participação indígena em prazos exíguos e a própria capacidade operacional precária da Funai frente às demandas relacionadas a projetos de infraestrutura. Para a Coordenadora a principal ação que deve ser realizada pelo Estado para uma maior articulação entre instituições públicas envolvidas no licenciamento ambiental é a regulamentação da atuação das instituições públicas intervenientes no processo de licenciamento ambiental, pois pode contribuir para a maior articulação e o diálogo na medida em que promove uma ação conjunta de procedimentos e critérios adotados por cada órgão. “No caso da Funai, já temos uma proposta de instrução normativa interna sobre os procedimentos da instituição no que se refere ao trâmite processual do componente indígena do licenciamento ambiental, e temos construído propostas sobre demais regulamentações necessárias à temática. É importante salientar que, em matéria de regulamentação sobre a questão, o Estado já avançou muito, na medida em que está em tramitação o novo Estatuto dos Povos Indígenas, que versa, dentre diversos assuntos, sobre o aproveitamento dos recursos hídricos em

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Comente as principais atividades desenvolvidas pela Abdib na área de energia elétrica. A Abdib é uma entidade que trabalha em ações, propostas e diagnósticos com a visão de buscar o desenvolvimento do setor de infraestrutura. Trata-se de um setor complexo e abrangente, com uma cadeia produtiva ampla, que engloba desde empresas fabricantes de equipamentos até financiadores, desde consultores e projetistas até empresas de engenharia e escritórios de advocacia, desde concessionárias de serviços públicos até construtoras. Envolve mercados variados e pujantes, como energia elétrica, petróleo e gás, transportes, saneamento básico e telecomunicações, além de toda a cadeia fornecedora de bens e serviços. Engloba ainda grandes pautas de longo prazo que impactam todos os setores de forma horizontal, como meio ambiente, financiamento, regulação, gestão dos recursos públicos etc. Quando atuamos para modernizar e tornar mais eficiente o processo de licenciamento ambiental, temos como meta garantir a previsibilidade de custos e prazos para a construção de obras no setor de energia elétrica, mas também em todos os setores de infraestrutura. Quando buscamos e sugerimos propostas para melhorar as condições de financiamento e de seguros para o setor de infraestrutura, queremos ampliar o crédito disponível e reduzir custos financeiros para obras do setor elétrico e de todos os outros setores também. Enfim, na ampla maioria das vezes, quando atuamos numa pauta, com análises e propostas, elas costumam melhorar as condições de investimento em todos os setores da infraestrutura ao mesmo tempo, de forma horizontal, incluindo o setor elétrico. Isso não significa que não haja pautas específicas do setor elétrico. Quando as identificamos, reunimos as empresas com conhecimento do assunto e, aliadas ao nosso corpo técnico, buscamos os agentes e as autoridades que podem atender aos anseios do setor e do País. Quais as ações desenvolvidas pelo Comitê de Transmissão de Energia da Abdib? O Comitê de Transmissão da Abdib é um dos mais atuantes da entidade. Ele é composto por nossas associadas detentoras de concessões de transmissão licitadas, as quais representam parte expressiva de todos os agentes do setor, tendo como propósito defender, ao mesmo tempo, o interesse público e o interesse

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de nossas associadas. Esse comitê se reúne mensalmente para examinar as questões de mais impacto nas concessões. Já abordamos questões como atrasos no licenciamento ambiental de obras de transmissão, critérios para apuração da parcela variável nos contratos de concessão, resoluções das autoridades regulatórias que impactam no equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, regras para os processos de revisão tarifária, regras para aperfeiçoar as práticas de manutenção e operação da rede, bem como novas práticas de gestão e novas tecnologias disponíveis para o setor. Um dos grandes problemas no Setor é o atraso na implantação de linhas de transmissão de hidrelétricas em construção, devido a problemas no licenciamento ambiental. Qual a sua opinião sobre o assunto? De que maneira esse atraso pode refletir na indústria e, consequentemente, na economia brasileira? Em novembro de 2010, entregamos ao Ministério de Minas e Energia um relatório que aborda a questão do atraso das linhas por conta do licenciamento ambiental. O documento foi preparado por um grupo de trabalho com representantes da Abdib e da Abrate. A análise trouxe as dimensões e as causas dos atrasos que estão sendo percebidos nas obras, além de sugerir recomendações depois de examinar 114 lotes de concessões contratadas no período entre 1999 e 2009 (ver matéria principal). Identificamos algumas consequências desses atrasos. Uma delas - e uma das mais visíveis – se reflete nas restrições que estes atrasos causam à operação da rede básica. Outra é econômica, para as empresas, pois apesar de as concessionárias de transmissão não sofrerem sanções pelo descumprimento dos cronogramas de obras, pois estes atrasos resultam de atos de terceiros, elas acabam sendo gravemente penalizadas pela perda de receitas. Se as obras de reforços e de novas linhas e sistemas de transmissão não são concluídas conforme planejado, há risco para a segurança do sistema, que pode ficar vulnerável frente ao crescimento da demanda. No entanto, a partir do momento em que mostramos a dimensão e as causas do problema, o Governo Federal já passou a atuar para melhorar a situação. Os ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente já trabalham na preparação de um decreto para racionalizar os procedimentos de obtenção das licenças ambientais, sem perda do rigor que deve haver nesse processo. Qual a sua opinião sobre as exigências da legislação ambiental brasileira no que se refere aos empreendimentos hidrelétricos? A gestão ambiental tornou-se um dos principais fatores de sucesso para obras de infraestrutura e por isso é preciso dar

Foto: Abdib/Divulgação

promove o aproveitamento delas ao longo dos anos. Os preços aos consumidores caem, consequentemente, e cria-se um círculo virtuoso. Uma das grandes preocupações hoje, no mundo, são as consequências do uso da energia nuclear. Qual a opinião da Abdib sobre o assunto? A Abdib defende que todas as fontes de energia devem ser analisadas visando ao seu aproveitamento, mas sempre considerando os aspectos da sustentabilidade e da modicidade tarifária. A energia nuclear é uma fonte que não pode ser descartada e desperdiçada, desde que o planejamento estratégico de longo prazo seja realizado pelas autoridades públicas, que avaliam os custos, a sustentabilidade ambiental, a modicidade tarifária e o atendimento das demandas da sociedade. As hidrelétricas ainda são a melhor fonte de geração de energia para o Brasil? Qual a importância da Usina Belo Monte? O Brasil apresenta perspectivas sólidas de crescimento econômico e de desenvolvimento social nos próximos anos. Crescimento e desenvolvimento ocorrem sem energia. Ao mesmo tempo, o País tem um potencial de aproveitamento gigantesco quando o assunto é energia hidrelétrica, considerada como uma das fontes mais competitivas com relação ao custo e ao impacto ambiental. É fato que o potencial está majoritariamente presente nas regiões mais afastadas dos grandes centros consumidores, incluindo regiões delicadas do ponto de vista ambiental. Mas o Estado brasileiro já demonstrou, a partir da viabilização das usinas Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, que têm condições de garantir a geração de energia a partir de empreendimentos hidrelétricos de grande porte com sustentabilidade ambiental. O processo de licenciamento ambiental e toda a estrutura de fiscalização e controle têm condições de garantir a adequação dos empreendimentos. A Abdib e o Ministério do Meio Ambiente assinaram, no dia 16 de fevereiro de 2011, um termo de cooperação técnica com o objetivo de construir e implementar uma agenda para o desenvolvimento da infraestrutura com sustentabilidade ambiental. Fale sobre o termo, sobretudo em seus aspectos voltados à energia elétrica. O acordo prevê uma agenda com assuntos que vão ultrapassar a questão do licenciamento ambiental. Essa interlocução tratará, por exemplo, de assuntos como processos de licenciamento ambiental, mas também mudanças climáticas e resíduos sólidos. É um acordo importante, na medida em que o Governo Federal é um ator preponderante na adoção de soluções na agenda ambiental do setor de infraestrutura, com capilaridade e poder de disseminar boas práticas para estados e municípios. Essa agenda ambiental serve para o Setor Elétrico e para todos os setores de infraestrutura ao mesmo tempo.

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A afirmação é do diretor-presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base – Abdib, Paulo Godoy. Fundada em 1955, a Abdib é uma entidade privada sem fins lucrativos, cuja missão principal é o desenvolvimento continuado do mercado brasileiro da infraestrutura e indústrias de base e o fortalecimento em padrões de competitividade internacional. Nesta entrevista, Paulo Godoy fala sobre temas como energia nuclear, Belo Monte, fontes alternativas de energia e legislação ambiental brasileira.

uma atenção enorme ao licenciamento. A condução bemsucedida do processo de licenciamento e a mitigação dos impactos ambientais colaboram para reduzir riscos e obter melhores condições de financiamento, já que as instituições financeiras estão atentas a projetos que tenham sustentabilidade ambiental no longo prazo. Quando as obras enfrentam atrasos no licenciamento, aumentam os custos e as incertezas. Temos trabalhado para reduzir essas incertezas e os impactos nos custos e nos cronogramas das obras. A obtenção e a renovação de licenças ambientais dependem de várias instituições, muitas vezes com posturas conflitantes. Paralelamente, lacunas na legislação ambiental permitem judiciar a questão e promover a instabilidade. O resultado é que o processo de licenciamento, muitas vezes, é utilizado para dificultar ou postergar obras de infraestrutura. Para reverter esse cenário, o caminho é trabalhar em conjunto, um trabalho que envolva agentes públicos e privados, instituições públicas diversas, governos em todas as esferas governamentais e a Justiça e o Congresso Nacional. Acredito que o setor de infraestrutura é um dos que mais respeitam e atendem às exigências das áreas de meio ambiente, já que os projetos passam por rigorosos e demorados processos de gestão e mitigação de riscos ambientais, além de pagar compensações ambientais. Temos de imaginar uma forma de criar regras ou mecanismos que resultem em uma articulação maior entre instituições públicas envolvidas no licenciamento ambiental, incluindo as esferas estadual e municipal, bem como padronizar procedimentos e critérios exigidos por elas, visando a minimizar os conflitos. Outra ação importante é aprovar o projeto de lei que visa a regulamentar o Artigo 23 da Constituição Federal, que determina como exercer harmonicamente as competências da União, estados e municípios na gestão do meio ambiente. Qual a importância de fontes alternativas de geração de energia? O Brasil deve investir mais nesta área? A base da matriz energética brasileira é sustentável e deve continuar com esse padrão, ainda mais considerando que temos um amplo potencial de aproveitamento da energia hidrelétrica e de outras fontes renováveis, desde a biomassa e os biocombustíveis até a energia eólica e a solar. Sobre esse ponto, talvez o Brasil seja um País de características únicas no mundo todo, tamanho é o potencial de energia renovável disponível internamente. Além disso, não pode ser desconsiderado o aproveitamento do potencial energético disponível em outros países da América do Sul a partir de projetos estruturantes de interconexão dos sistemas elétricos. As fontes de energia alternativa já demonstraram que apresentam ampla viabilidade econômica, financeira e ambiental. Os custos da tecnologia e dos equipamentos diminuem ao longo do tempo conforme há um planejamento que dá escala à inserção dessas fontes e

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“Precisamos criar regras ou mecanismos que resultem em uma articulação maior entre instituições públicas envolvidas no licenciamento ambiental”

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diversas equipes em aumentar a produtividade, reduzindo as perdas técnicas e as perdas financeiras”, declara o diretor de Produção e Comercialização, Wady Charone, que fez a palestra de abertura da cerimônia. Na foto abaixo, Charone é o segundo, da esquerda para a direita. No evento, foram premiadas as unidades regionais do Pará, Maranhão, Amapá, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins e Roraima, além das usinas hidrelétricas Tucuruí, Samuel e

Melhorias - Um dos requisitos para o sucesso da aplicação do TPM é o ciclo de melhorias contínuas (lopping infinito). O desafio é fazer com que haja uma uniformidade na aplicação da metodologia em todas as instalações da Empresa. “Nós temos instalações que estão distantes de outras na aplicação do processo TPM. O nosso foco será colocar as instalações que estão com baixo rendimento em programas de aceleração para diminuir a distância de qualidade que atualmente existe entre elas”, opina Charone. A repercussão do trabalho foi bastante positiva. Tanto que o professor Suzuki, um dos fundadores da metodologia TPM e auditor principal, pediu permissão para utilizar a apresentação feita por Charone num evento que ocorrerá na Alemanha. “É o nome da Eletrobras Eletronorte sendo divulgado como exemplo para o mundo. Isso demonstra que nós realmente estamos sendo vistos como uma Empresa inovadora ao aplicar a metodologia. Aproveito para agradecer a todos que estão atuando com muita garra e determinação para melhorar a organização, buscando sistematizar o processo metodológico TPM para sustentar as ações que visam a atender os nossos objetivos estratégicos”, conclui Charone.

O Sesi Nacional realizou, em São Paulo, a cerimônia de entrega do Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho - PSQT - Ciclo 2010. Ao todo, 18 empresas foram premiadas, e a Eletrobras Eletronorte, por meio da Superintendência de Produção Hidráulica, foi vencedora na categoria Grandes Empresas, área temática Gestão de Pessoas. O Prêmio é um reconhecimento público às empresas brasileiras que investem em práticas diferenciadas de gestão que possam, além de garantir da expansão dos negócios e aumentar a produtividade, valorizar a qualidade de vida dos colaboradores. A Superintendência de Produção Hidráulica da Eletrobras Eletronorte concorreu com a prática “Contrato de Gestão Individual”, implantado em 2008 e construído com base no Código de Ética e Conduta da Empresa. Na prática, ele é firmado entre empregados e a Superintendência com assinatura voluntária. Além de avaliar o desempenho do colaborador mediante o estabelecimento de metas específicas, o Contrato visa a contribuir para melhorar o rendimento dos processos internos e da produtividade, bem como a qualidade de vida no trabalho. O Contrato de Gestão Individual está implementado em todas as plantas hidrelétricas da Eletrobras Eletronorte: Tucuruí (PA), Curuá-Una (PA) e Samuel (RO). Amapá - Já a Regional de Produção do Amapá conquistou o segundo lugar nacional na categoria Grandes Empresas com práticas na área de Desenvolvimento Ambiental, premiação inédita, depois de ganhar por seis anos consecutivos o Prêmio Sesi em âmbito estadual. O gerente Regional, Marcos Drago, acompanhado por três colaboradores, recebeu a placa comemorativa ao PSQT Nacional e afirmou: “Para nós é uma vitória inédita, é um verdadeiro primeiro lugar essa premiação que dedicamos a toda a nossa força de trabalho, em especial à equipe do Sistema de Gestão Ambiental da Regional. Também conquistou o Prêmio Sesi na etapa estadual, a Regional de Transmissão de Rondônia-Acre. Representantes da Eletrobras Eletronorte recebem a premiação

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O comitê de premiação do Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM) acaba de conceder o Prêmio TPM, em Tóquio, a dez unidades da Eletrobras Eletronorte. Trata-se da maior premiação concedida a uma empresa de geração e transmissão de energia elétrica no mundo. “Nós tivemos dois grandes destaques: o número de unidades aprovadas e a introdução de inovações no processo metodológico. A premiação é um reconhecimento aos esforços das

Prêmio Sesi: Eletrobras Eletronorte vence etapa nacional

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TPM: Eletrobras Eletronorte é exemplo para o mundo

Curuá-Una. Tucuruí já está na classe especial e deverá, daqui a dois anos, concorrer à mais elevada premiação concedida pelo JIPM, a Classe Mundial. Participaram também da premiação os engenheiros Antônio Augusto Pardauil, superintendente de Produção Hidráulica, representando as unidades geradoras da Empresa, e Airton Leopoldo Hass, gerente Regional da Transmissão do Pará, representando as unidades transmissoras. Na abertura do evento, Wady Charone apresentou um trabalho dividido em três partes. A primeira apresentava a Empresa e a organização estrutural. A segunda parte apresentava o motivo de se utilizar a metodologia TPM e a terceira mostrou a forma inovadora com a qual a metodologia está sendo aplicada. O trabalho destacou três pilares chaves: Melhoria Específica; Manutenção da Qualidade do Produto e Gestão Antecipada. Foi demonstrado o processo de interação das equipes de trabalho de cada pilar específico (Manutenção Autônoma, Manutenção Planejada, Educação e Treinamento, Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Administrativo) com os pilares-chave. “O resultado dessa integração forma o Pilar de Sustentabilidade da Empresa”, explica Charone.

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Não é só no dia 19 de abril que a gente respeita a história dos índios. A Eletrobras Eletronorte preserva diariamente a cultura dos povos Waimiri Atroari e Parakanã por meio de ações que envolvem educação, saúde, proteção ambiental e apoio a práticas econômicas sustentáveis. Eletrobras Eletronorte, energia para novos tempos.


Foto: Agência Brasil/Marcelo Casall

Se depender de energia, seremos campeões. E jogando limpo!

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O presidente da Fifa, Joseph Blatter, tem demonstrado preocupações em relação ao andamento das infraestruturas para a realização da Copa do Mundo em julho de 2014 no Brasil. Blatter faz paralelo de comparação à África do Sul, em termos de lentidão no andamento das exigências impostas pela entidade como condicionantes para a realização do torneio. “Faltando três anos para a realização da Copa, os sul-africanos estavam à frente dos brasileiros em relação à edificação das obras”, disse ele. Bem, só não contaram para o Blatter que o Brasil é assim mesmo: enquanto o mundo conjectura, a gente trabalha na estrutura e sempre se surpreende quem de nós pouco se espera. E tem mais: o nosso time mesclou a experiência com juventude, então esta será a primeira Copa que

um país entrará jogando limpo com as energias renovadas e renováveis. “Será um show de luzes e cores, pois o Brasil driblou os efeitos da crise e agora, após muitos investimentos e inserção de novas tecnologias, é só correr para o abraço, pois em matéria de energia limpa e segura já somos campeões mundiais e não é de hoje”, é a opinião unânime entre os especialistas do setor. Não obstante o País contar com extensa malha de transmissão de energia elétrica e um parque gerador movido 90% em energias limpas e renováveis, o Ministério de Minas e Energia – MME, visando rever, revitalizar e preparar melhor o sistema, editou, em 30 de agosto de 2010, a portaria nº 760, a “Proposta de Termo de Referência para Estudo de Suprimento de Energia Elétrica às Capitais-Sede da Copa 2014”, determinando a criação de oito forçastarefa para as 12 capitais.

Museu Nacional de Brasília recebe iluminação especial que remete à Copa do Mundo de 2014

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Byron de Quevedo

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Corrente Alternada

A energia da Copa

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Tsunami elétrico - A experiência tem mostrado que o sistema interligado brasileiro é eficiente, com os seus 100 mil quilômetros de linhas e centenas de subestações, mas ocasionalmente, tem sido derrubado em cascata em caso de panes. Num ambiente de Copa do Mundo, um acontecimento desses poderia gerar o caos, com ondas de apagões país afora. Ildo Wilson esclarece que “o nosso sistema elétrico é composto por vários sistemas menores. Cada linha tem seus sistemas de proteção nos dois terminais e cada transformador tem seus dispositivos de proteção. Se surge uma pane, falhas que só

se evidenciam quando o equipamento é chamado a operar passam a gerar curtos-circuitos e, quando o sistema percebe que há um curto, a linha desliga automaticamente para proteger os equipamentos instalados. Caso o problema não seja debelado a tempo, o sistema sofre blecaute. Nunca se consegue blindar totalmente as redes. Restam às empresas executarem bem os planos de manutenção dos equipamentos e seguir as normas de engenharia. Um dos grupos de trabalho do Setor Elétrico que trabalha para a Copa do Mundo de 2014 cuidará basicamente de obras. Entretanto, como no sistema elétrico brasileiro ainda existem equipamentos antigos em operação, muitos deverão ser trocados até lá. Outro grupo que ganha destaque é o que cuidará de Brasília, apesar de a capital federal ainda não ter garantida a condição de sediar a abertura do mundial. O encerramento será no Maracanã, no Rio de Janeiro, mas o grupo brasiliense é especial pelo fato de a cidade estar numa região em que a segurança de maneira geral terá de ser reforçada, pois os órgãos vitais do setor para a realização dos jogos têm sede na cidade: o MME e suas secretarias, a Aneel, o ONS, o CNOS, a Eletrobras e a Eletrobras Eletronorte. A Eletrobras Eletronorte está encarregada das forças-tarefas de Cuiabá e Manaus. Há o acompanhamento mensal das atividades, das obras previstas, dos controles e providências, verificando quem faz o quê. As responsabilidades se entrelaçam entre as concessionárias, por exemplo, em Mato Grosso há obras a cargo da Rede Cemat. O Distrito Federal está sob a responsabilidade da CEB, que está conectada à Eletrobras Furnas. Enfim todas as empresas estão envolvidas e comprometidas com o resultado final. Segundo o gerente da Assessoria de Coordenação de Implantação de Empreendimentos da Eletrobras Eletronorte, José Henrique Machado Fernandes (abaixo), existem muitos

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como é implantado em todo o sistema. O nosso critério de segurança é o N-1, já consagrado internacionalmente, ou seja, se perdermos um elemento da rede o sistema continuará funcionando. Vamos cuidar para que as obras entrem em operação cada uma no seu devido tempo, uma vez que todas elas estarão definidas até julho de 2011. Assim, atenderemos desde os leilões, a outorga, licenciamento etc, ou seja, teremos o cronograma de implantação, inclusive das obras a cargo das distribuidoras”. Ildo Wilson observa que, no Brasil, o maior empecilho a vencer é a burocracia, já que a nossa engenharia resolve os projetos e desafios com agilidade. A linha Tucuruí-Macapá-Manaus, por exemplo, (ver box), já tem um atraso razoável, mas a previsão é que esteja pronta até o início de 2013. “Essa é uma obra complexa, com a travessia do Rio Amazonas, com torres de até 200 m e alta tecnologia. A mesma coisa a linha, em corrente contínua, com 2.400 km, indo de Porto Velho (RO) até Araraquara (SP). Esse circuito tem um pequeno atraso, mas a sua entrada em operação está compatível com as datas definidas nos leilões”. No entanto, temos bons sinais também: as empresas responsáveis por Santo Antônio e Jirau declararam que anteciparão a entrada em operação de várias máquinas. Só que o sistema é planejado para que a operação comercial ocorra em 2013 e para tanto é fundamental que as linhas de transmissão estejam prontas no início de 2013, a fim de efetuar o transporte das cargas de energia. Ildo Wilson esclarece que não há nada de errado, pelo lado empresarial, que os construtores de hidrelétricas antecipem a data de término das obras ou da energização das máquinas, pois parte da energia pode ser escoada pelo sistema de transmissão já existente. No entanto, ele reforça que a totalidade das cargas somente poderá ocorrer por meio de novos sistemas de transmissão.

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Esses grupos de trabalho ficaram subdiO temor maior é que durante o megavididos da seguinte forma: FT1 - estudos da evento esportivo, venha a ocorrer algum Rede Básica - sistema tronco de suprimentipo de racionamento de energia ou um tos às Capitais-Sede; FT2 - estudos de sublecaute. O racionamento é quando não primento para Porto Alegre e Curitiba; FT3 se tem a energia por falta de geração; já - para o Rio de Janeiro; FT4, São Paulo; no blecaute há a geração, mas a FT5, Belo Horizonte; FT6, Salvador, eletricidade falta, por uma série Recife, Natal e Fortaleza; FT7, Brade motivos: queda de um rasília e Cuiabá; e FT8, Manaus. As mal por causa de raios; desligaforças-tarefa contam ainda com mentos em virtude de queimaa participação, para cada capidas, acidentes, enchentes a até tal, das empresas transmissomesmo por vandalismos. Nesse ras e distribuidoras, das geracaso, feitos os reparos nas linhas doras, das secretarias estaduais ou subestações, a energia logo é de Energia e Meio Ambiente, da restabelecida. Foto: MME/Francisco Stuckert Agência Nacional de Energia ElétriO secretário de Energia Elétrica - Aneel, da Empresa de Pesquisa Energética do MME, Ildo Wilson Grüdtner (ao centro), ca - EPE, e do Operador Nacional do Sistema é taxativo: “Não será por falta de energia que Elétrico - ONS. deixaremos de ganhar esta copa”. Mas alguns Uma vez organizada a estrutura de apoio, o detalhes ainda preocupam, principalmente o MME passou a fazer o acompanhamento mendescompasso entre a entrada em operação de sal das atividades, coordenando as ações, verifiusinas e linhas de transmissão, como em Darcando o andamento das obras e administrando danelos, Complexo do Madeira e Belo Monte, as providências. A EPE faz o Plano de Expanempreendimentos imprescindíveis ao abastecisão; o ONS faz o levantamento de cada situação mento energético brasileiro (ver matéria na páe de quais obras precisam ficar prontas para se gina 8). Como resolver esta contradição? ter um atendimento sem riscos para as atividaIldo Wilson, ainda assim, está otimista. Ele des da Copa. No entanto, a maioria das obras é diz que se a Copa fosse para ser realizada agora de responsabilidade das distribuidoras. já teríamos energia suficiente, bastando seguir O ONS tem levado a cabo temas importantes o procedimento normal: fazer as avaliações do como o plano de obras de longo prazo, programa mercado, as estimativas e as projeções do conde obras da rede básica e previsão de cargas, sumo crescente, pois é verificando o consumo condições atuais de suprimento às cidades-seque o País constata a necessidade de ampliade, programa de obras para as distribuidoras, ção do parque gerador. “Devemos planejar plano de modernização das instalações de ina quantidade de energia e a forma de fazê-la teresse sistêmico, identificação da necessidade chegar até os locais de consumo por meio da de estudos adicionais e o cronograma das atirede básica do SIN ou das distribuidoras. Não vidades das forças-tarefa. No mapeamento das adianta a energia chegar em alta tensão e a medidas e providências a serem tomadas para distribuidora atuar precariamente nas cargas cada capital, dependendo de cada caso, há a rebaixadas. A Copa é um evento especial, mas possibilidade de se recomendar novas obras ou não deverá causar um impacto tal que preciantecipação de outras já programadas. semos construir novas usinas. Algumas obras têm problemas e geram atrasos por questões Consumo - A Copa do Mundo será um grande ambientais, de financiamento ou por equívocos teste para todo o sistema energético brasileiro. Só gerenciais. Queremos evitar essas situações, para se ter uma ideia da energia que será gasta enfocando cada obra, como se a olhássemos na época, nos jogos da Seleção Brasileira, em dias com uma lupa, e resolvendo questões típicas normais, como afirma o coordenador de Pessoas para evitar atrasos”, afirma o Secretário. e Processos e encarregado de planejamento estratégico do Centro Nacional de Operação do SisAlém das quatro linhas - Ildo Wilson alerta tema Elétrico - CNOS, Plínio de Oliveira, o consuque a visão vai muito além da iluminação do mo, minutos após o término do jogo, sobe 11.500 campo e das arquibancadas dos estádios, pois mil MW, o equivalente ao que é necessário para o aumento no consumo energético acontecerá a Região Sul, em um único dia. “Depois do jogo, também nas cidades como um todo. “A rede muitos vão tomar banho, aparelhos e luzes são de atendimento a Brasília, por exemplo, terá ligados e o consumo aumenta”. de estar com as devidas redundâncias, assim

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Tempestades - Tempestades, raios e enchentes e deslizamentos são fenômenos naturais, cujos efeitos têm se mostrado devastadores, como aconteceu nas últimas chuvas nas regiões serranas do Rio de Janeiro, de Minas

Gerais, São Paulo e no Paraná. Não há projetos para se fazer estádios cobertos. Estaria a Copa do Mundo de 2014 ao sabor das chuvas, ventos e trovoadas? Esses fantasmas parecem não incomodar os técnicos, pois no Brasil a energia circula por um sistema interligado entre as regiões, o SIN, onde a produção é proveniente de todas as fontes de geração, que suprem a seu tempo determinada região. Todavia, até ventos podem derrubar torres, como já ocorreu em Mato Grosso. “Entendemos que quedas de torre são um evento raro. O cálculo de comportamento mecânico e estrutural dessas estruturas é como num projeto de um prédio, no qual os ventos têm o comportamento analisado para um período de retorno de até 500 anos. Tudo é matemático, por exemplo, se temos ventos de 120 km/h e se eles podem retornar a cada 50 anos, então fazemos análises para períodos de recorrências de até 500 anos”, explica José Henrique. A Aneel determina que se use o critério de 250 anos. Então, se os ventos são de 120 km/h, os cálculos devem ser feitos para que as torres suportem ventos de até 180 km/h, mesmo sabendo

Licenciamento - Vários debates têm sido feitos em torno dos preparos para a Copa de 2014, mas a Confederação Brasileira de Futebol - CBF, precisa de que tudo esteja funcionando em 2013, quando o Brasil sediará as Copas das Confederações, uma espécie de teste final para a Copa do Mundo de 2014. Um dos problemas que podem

afetar essa data é a falta de licenciamento ambiental para linhas de transmissão que atenderão aos novos empreendimentos de geração, principalmente hidrelétricas. A linha de Tucuruí para Manaus é uma das que sofre esse atraso. “Tenho vivenciado os trabalhos do grupo de Manaus e Cuiabá e creio que as obras serão terminadas até 2013. Em Manaus, a distribuidora responsável tem um grande plano de obras em andamento. Muitas subestações terão de estar prontas em 2012, outras em 2013. Cuiabá também tem obras importantes a fazer. Em São Paulo e no Rio de Janeiro é a mesma coisa, mas os grandes centros já são bem aten-

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detalhes que devem ser acompanhados pelas forças-tarefa da Copa: “No dia 15 de cada mês, todos se reúnem para tratar dos assuntos mais prementes, como a falta de recursos ou de licenças ambientais. As demandas são levadas ao MME e ao governo federal. Há também reuniões com os coordenadores de todas as sedes para estudar os problemas e soluções de cada caso. O critério básico de planejamento em termos de transmissão é o N-1, ou seja, para cada estádio devem ter várias opções de chegadas de energia, onde ‘N’ é o número de elementos da rede, e o ‘1’ significa que se um elemento da rede se perder ela não desliga. Todo o sistema brasileiro, por trabalhar em grandes distâncias, é planejado para ser N-1. No Japão, por exemplo, o planejamento é N-2, ou seja, numa rede com três elementos, se caírem dois, ela ainda continuará funcionando”.

que a velocidade máxima já registrada no trajeto é bem inferior. Tudo é mecanicamente dimensionado: a base, as estruturas, as treliças, as próprias torres, o cabeamento etc. Porém, fenômenos da natureza podem acontecer a qualquer momento. José Henrique esclarece que “ainda assim os grupos estudam critérios mais seguros para as sedes da Copa, e mesmo que se tenham três circuitos nas redondezas do estádio, haverá ainda geradores independentes prontos para entrar em operação. Essas fontes de energia independentes estarão a postos para o atendimento também aos hotéis, ao trânsito, hospitais, metrôs etc, tendo em vista que tudo está sendo levantado e mapeado. Especificamente na hora dos jogos serão cancelados os desligamentos para manutenção e rebaixadas as cargas nas linhas para que não operem no limite. Não pode faltar energia para os atletas e espectadores assistirem ao jogo e nem para as outras atividades da região. Deve-se considerar que o fluxo de pessoas acontece antes e depois da chegada delas aos estádios”.

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Tempestades, vandalismo e vendavais são fatores extemporâneos que podem afetar o sistema elétrico

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Foi concluída no dia primeiro de abril de 2011 a montagem da primeira torre da linha de transmissão que ligará a Usina Hidrelétrica Tucuruí às capitais Manaus (AM) e Macapá (AP), além de dezenas de cidades do interior. A torre está situada no trecho entre Oriximiná e a Subestação Engenheiro Lechuga, na capital amazonense. A estrutura possui 62 metros de altura – o equivalente a um prédio de 20 andares -, e pesa 24 toneladas. A linha de transmissão está sendo construída pela Manaus Transmissora de Energia S/A, empresa da qual participam a Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Chesf e a espanhola Abengoa. O trecho de 586 km, em 500 kV, no qual foi construída a primeira torre, faz parte da interligação elétrica Tucuruí/Macapá/Manaus, com um total 1.850 km de extensão. De acordo com o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras Eletronorte, Adhemar Palocci, “este é mais um grande empreendimento do PAC - um investimento de R$ 1,8 bilhão -, que permitirá a integração dos sistemas isolados de Manaus e Macapá ao Sistema Interligado Nacional - SIN, possibilitando a redução do consumo de combustíveis nos parques termelétricos da Amazônia e o recebimento de uma energia elétrica mais limpa e mais confiável”.

São mais de 50 anos povoando o imaginário de crianças, jovens e adultos com suas histórias. Quem nunca leu ou ouviu falar das obras do mineiro de Caratinga de nome incomum, Ziraldo Alves Pinto, ou simplesmente Ziraldo, autor também da frase do título acima. O escritor, pintor, cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista, que conquistou o Brasil e o mundo com suas histórias, relembra aqui uma história já registrada em nossas páginas, a sua visita a Altamira, Tucuruí e Breu Branco, no Pará, em junho em 2002, para o lançamento do primeiro gibi colorido editado no Brasil: A Turma do Pererê, que na ocasião da Copa do Mundo de Futebol foi reeditado com o apoio da Eletrobras Eletronorte. A visita parece que marcou a vida de Ziraldo, pois, segundo o escritor, ele cresceu em uma época em que tínhamos amor à pátria, valorizávamos a nossa cultura. “Foi sensacional! É incrível você sentir no peito (não vou explicar o que é sentir no peito, vocês vão ter que entender) a imensidade do Brasil. Minha infância foi povoada pela ideia de pátria, de amor à pátria! O motivo talvez tenha sido o getulismo, ou talvez a Segunda Guerra Mundial que rolava lá fora e até o uso do verbo ufanar, tão presente nas escolas daquele tempo e que desapareceu das nossas conversações de hoje. Eu me ufanava do meu Brasil, fazia versos para a minha pátria. Isso tudo não fica no coração da gente; fica nas vísceras. Não dá para se livrar totalmente. Contemplando aquele fim de mundo, depois de horas de viagem aérea, olhando com olhos de paixão aquele magnífico pedaço de terra, tão longínquo e tão pertencente a mim, confesso que curti horas de emoção”.

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CircuitoHistória Interno

Concluída primeira torre da linha entre Tucuruí, Manaus e Macapá

“Acho que a natureza foi feita para servir ao homem. Com racionalidade”

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didos. Só precisamos reforçar alguns ramais, melhorar um pouco mais a estrutura que já funciona. A Fifa também tem um grupo de fiscalização que cuida do segmento energia e todas as documentações são encaminhadas aos responsáveis no governo que os submetem ao rigoroso Comitê de Acompanhamento da Fifa”, acrescenta José Henrique. A malha elétrica brasileira é tão vasta que ligaria Lisboa, em Portugal, a Moscou, na Rússia. É um sistema de transmissão reconhecido mundialmente e com expertise em transmissão de longas distâncias. O Setor Elétrico brasileiro tem mostrado competência no planejamento de médio e longo prazos, com consistência na execução das obras planejadas. Do ponto de vista de financiamento, os recursos têm sido providos, não só pelo governo, mas pelo próprio modelo do setor que, a partir dos leilões da Aneel, garante a participação da iniciativa privada. Mas o tempo urge, a parada é rude e a torcida ruge! Depois dos apagões o Brasil resolveu não esperar por São Pedro para mandar as chuvas. Quando chove pouco, lançamos mão de outra ferramenta única e genial: o intercâmbio entre as bacias hidrográficas interligadas pelos sistemas de transmissão de energia elétrica, ou seja, quando as hidrelétricas do sul estão baixas, os reservatórios do norte estão cheios e vice-versa. É uma reserva, um tipo de seguro que não deixa faltar energia mesmo num regime hidrológico desfavorável. A interligação entre as bacias gera uma economia de 600 MW, isto é, se ganha uma hidrelétrica de médio porte apenas gerenciando os regimes de chuvas entre as bacias brasileiras. Essas opções energéticas estão e estarão sempre aí para esta e para as futuras gerações usálas na copa, na cozinha, nas salas, nos bares, nos botecos, nas escolas, universidades, nas indústrias, no campo, aeroportos, nas festas, nos estádios, e nas ruas para a gente sempre gritar com muita energia: gooool do Brasil!

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Ziraldo observou, durante a visita a Tucuruí e Altamira, duas grandes obras feitas pelos brasileiros, a maestria dos engenheiros, os artistas do cimento. Ainda ressaltou que muita coisa mudou depois de conhecer as ações desenvolvidas pela Eletrobras Eletronorte. “Ali, conheci, em profundidade, o projeto de Belo Monte. Homérico! Primeiro, eu o contemplei como um torcedor juvenil; fiquei orgulhoso pela criatividade e pelo talento dos engenheiros do meu País, pela originalidade das soluções encontradas para a realização da usina e decidi me aprofundar nas questões das nossas possibilidades chamadas hidráulicas”.

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Natureza em equilíbrio - Pelo uso correto e necessário da natureza, Ziraldo decidiu defender a ideia de que todos sejam beneficiados pelos recursos naturais, mas de forma equilibrada. “Decidi brigar pelas usinas amazônicas. Acho que a natureza foi feita para servir ao homem, com racionalidade. Não é apenas para ser contemplada. Temos que comparar, com isenção, os prós e os contras de um projeto e acreditar nele. Quantos serão beneficiados, quantos pre-

Incentivo cultural - Como todo escritor, Ziraldo ressalta a importância da leitura para a sociedade. Para ele, com a leitura conseguimos estimular os cincos sentidos, criando assim o sexto sentido que é a capacidade de ler e escrever. “É o seguinte: o homem sobrevive

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Em Altamira, na Transamazônica...

judicados, o que vai, definitivamente, melhorar a vida da maioria e atender às necessidades. Um planejamento sério não pode levar em conta a possibilidade de que seja descaracterizado pela política de má qualidade, pela corrupção. Planeja-se para um mundo ideal. Depois, policia-se, fica-se de olho. Não se planeja para os canalhas”. A geração de energia por meio de hidrelétricas seria, na opinião dele, a mais viável hoje? Para Ziraldo, quando as usinas chegam a determinadas regiões o desenvolvimento acontece. “Conheço bem Itaipu e a região, antes e depois da usina, bem como Tucuruí e os índios que vivem em volta dela. Os índios brasileiros da selva amazônica eu os conheci, razoavelmente, na época áurea da revista O Cruzeiro. Vi como eles começaram a

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... e em Tucuruí (PA)

ser destruídos e vi agora os índios de Tucuruí. Sem comentário. Conheço, por exemplo, o município de Ilha Solteira, seu tamanho, sua economia. Ilha Solteira é uma cidade que já foi a capital cultural paulista, é a terceira cidade na região de Araçatuba, tem um índice de alfabetização de 94% e um IDH maior do que todas as cidades do nordeste brasileiro e do que a maioria absoluta das cidades de estados como Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro. E, há pouco mais de quarenta anos, era apenas um canteiro de obras. Conheço, razoavelmente, Furnas, e nem preciso mencionar o que era a região antes e depois da usina. Só a quantidade de barcos e lanchas que vi em marinas de vários municípios, em que o povo nem sabia o que era um motor de barco, é uma grandeza. Uma prova da vitalidade de uma região que não passava de um Turma do Pererê conjunto de cidadezinhas simpáticas. E a educação nos municípios importantes para atender às necessidades da que visitei, como Fama e Alfenas? Brincadeira! população e que o Brasil possui conhecimento E conheço, também, Faxinal do Céu, no Paratecnológico para garantir a segurança da sociená, e as transformações das regiões percorridas dade. “O mundo não conhece outras fontes de pelo Rio Iguaçu com sua série de usinas que energia além das que, até hoje, têm mantido transformaram o Paraná numa verdadeira ilha: a humanidade viva e com possibilidades de uma ilha de progresso no Brasil”. sobreviver com suas necessidades atendidas. Sobre a polêmica a respeito de Não vejo, no momento, nenhuma possibilidade usinas nucleares, após o terrede que possamos avançar futuro a dentro sem moto e tsunami no Japão, Ziraldo as usinas nucleares. No caso do Brasil, sem treconcorda que elas também são mores de terra, sem possibilidade de tsunamis, de vulcões e outros fenômenos naturais, acreMenino Maluquinho dito que as usinas nucleares possam funcionar e sua turma sem riscos. Afinal, os conhecimentos tecnológicos de hoje podem garantir essa segurança. As razões pelas quais optaria sempre pela energia hidráulica - ainda que uma barragem possa ser rompida - é que ela tem riscos menores e quando instalada, em vez do medo, traz progresso e modernização. Cuidar da qualidade dessa modernização é outra história”.

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Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio de escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor.

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Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.

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Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho desfiando a recordação do sineiro, da viúva e do microcopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer esse amanhecer mais noite que a noite.

“Para quem não me conhece sou Valcimar Soares de Sousa, eletricista de linha, e atuo na Eletrobras Eletronorte desde 1º de fevereiro de 1982. Nasci em 26 de agosto de 1957, na cidade de Marabá (PA), mas com menos de dois anos já estava em Imperatriz (MA), cidade em que fui criado e onde passei a minha infância e adolescência. Desde criança sempre gostei de jogar futebol e aos 21 anos entrei para o time profissional do Tocantins, na cidade de Imperatriz, e uma curta passagem pelo Cavalo de Aço, também profissional. Abandonei o futebol aos 23 anos porque pensava num futuro melhor. Fui trabalhar na Transbrasiliana, como agente rodoviário. Fiquei lá menos de dois anos. Foi quando surgiu o concurso da Eletronorte, e graças a Deus passei e fui relacionado para o quadro da Empresa na função de eletricista de linha. Chegou, então, a parte mais difícil: deixar a família, meus pais, José Alves de Souza e Maria do Socorro Soares de Sousa, meu irmão Vilson Soares de Sousa, que também trabalha na Eletronorte, e minha irmã, que hoje mora em Carolina (MA). Essa separação se fazia necessária, pois tinha que passar por um treinamento em Ilha Solteira (SP). No entanto, antes do treinamento passei dois meses em Marabá (PA). Cheguei ao Centro de Treinamento em abril de 1982 e saí em dezembro de 1983, praticamente dois anos em treinamento e estágio. No dia 28 de dezembro de 1983 fui trabalhar na Subestação Presidente Dutra (MA), onde fiquei 19 anos. Naquela cidade encontrei muita gente boa, tanto que todo ano passo por lá para visitar os amigos, compadres, sogro, sogra, cunhados e amigos do BL, time de veteranos de lá. Em abril de 2003 fui transferido para a Regional de Transmissão do Tocantins e até hoje atuo nesse sistema que compreende a linha Norte/Sul I, trecho entre a Subestação Imperatriz até a Subestação Miracema (TO), além de atender também ao contrato de operação e manutenção (O&M) com a empresa Intesa, no sistema Norte/Sul III, trecho entre a Subestação Colinas (TO) e a Subestação Serra da Mesa II (GO). Assim, a responsabilidade abrange uma extensão de aproximadamente de 1.250 km de linhas de transmissão e cinco subestações, incluindo também as de Gurupi e Peixe II, em Tocantins, onde também tenho vários amigos. Agora vamos falar do dia a dia de um eletricista de linha de transmissão, em um levantamento de roço e mapeamento com o GPS”. Segunda-feira, 4 de abril 5h45 - É hora de levantar para mais um dia de trabalho, o ônibus passa às 6h28. A rotina é diária, uma longa viagem, 100 km para ir e 100 km para voltar do trabalho, mais duas travessias no Rio Tocantins. Entretanto, hoje vou fazer só a ida, pois da Subestação Miracema vou viajar a trabalho.

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Poema da obra Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade, recomendada por Ziraldo

Os camaradas não disseram que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis.

Diário de Valcimar Soares de Sousa

Eletrobras

Sentimento do mundo

mais difícil do que desenhar. Mais desafiante”. Entre suas leituras obrigatórias estão O Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade (ver abaixo); a segunda parte de Os Sertões, de Euclides da Cunha; e Madame Bovary, de Gustave Flaubert, que para ele é o mais perfeito romance que já se escreveu. “Ninguém devia se meter a escrever romances depois deste. Li esse romance na faculdade, na época do vestibular, e o achei incrível. Resolvi lê-lo de novo, e juro, fiquei paralisado”. Não podemos deixar de falar como foi à criação do personagem mais famoso, o Menino Maluquinho. Assim como a grande maioria dos escritores, esse processo deu-se com o hábito de prestar atenção na vida, nas pessoas, em tudo que está ao redor. “Escrevi esse livro aos 47 anos. Já tinha visto, na observação da vida humana desde minha infância até àquela data, causas e consequências”. Para os leitores da revista Corrente Contínua ele finaliza a entrevista com a sua célebre frase: “ler é mais importante do que estudar”. Colaborou Higor Sousa Silva

Amazônia e Nós

porque tem os cinco sentidos. Mas, se não acrescentarmos aos cinco sentidos o sentido que ele próprio cria para si - o verdadeiro sexto sentido - ele não vai sobreviver em sociedade, pelo menos, dignamente. Esse sexto sentido é a capacidade de ler e escrever. Atenção: não é só ser alfabetizado. Um cara apenas alfabetizado adquire o novo sentido, mas continua meio deficiente, como um sujeito gago ou meio surdo ou sem mãos para usar o tato na pele da mulher amada, com astigmatismo, miopia ou tracoma e sem dentes pra traçar um churrasco. O sexto sentido fundamental para o homem é a capacidade de entender o que lê e expressarse pela leitura. Isto é mais necessário do que a visão, por exemplo. Conheço um monte de cegos bem sucedidos na vida, conferencistas, professores, altos funcionários, vereadores, deputados. Não conheço sequer um analfabeto que os supere”. Para um escritor e cartunista sempre é difícil perguntar o que é melhor, escrever ou desenhar. “Atualmente tenho gostado mais de escrever. É

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pé, mais ou menos uma hora e meia de caminhada, todavia temos que enfrentar os desafios com água no joelho e sem estrada. 12h20 - Saímos para o almoço e retornamos para o hotel em Araguaína para repousarmos por uma hora. 14h - Voltamos ao trabalho no período da tarde e atolamos o carro, passamos mais ou menos uma hora no atoleiro, porém saímos e continuamos com o trabalho até às 16h30.

8h - Chegamos à Subestação Miracema. Vamos para a reunião de trabalho da semana, mas ainda tenho que viajar para Araguaína a serviço. O eletricista de linha Jorge Luiz Pereira vai me acompanhar nessa viagem. Colocamos o material para darmos prosseguimento no levantamento de roço e mapeamento da linha no trecho de Colinas a Araguaína. Sabemos que vai ser muito difícil, pois é período de chuvas na região e existem muitos atoleiros nas estradas de acesso ao serviço. 12h - Deixamos a subestação rumo a Araguaína. São aproximadamente 300 km, mas, antes, uma parada para o almoço em Guaraí. 14h - Iniciamos o trabalho encontrando os primeiros obstáculos, riachos e cercas. Entramos a pé para fazer o levantamento de roço e o mapeamento geodésico com GPS, definindo as coordenadas daquele trecho. 16h - Retornamos para Araguaína, cidade que será nossa base durante esses dias. Demos entrada no hotel e às 20h saímos para jantar. Depois descansar, pois amanhã temos mais trabalho a fazer. Terça-feira, 5 de abril 7h - Já estou em pé. Hoje, Jefferson, meu filho mais velho, está fazendo 25 anos, infelizmente não posso estar com ele.

16h30 - Voltamos para o hotel, às 20h fomos jantar e às 22h retornamos para o merecido descanso. Quarta-feira, 6 de abril 7h30 – Tomamos café da manhã e às 8h saímos para uma nova jornada de trabalho. A chuva que havia começado às 6h seguiu até umas 9h30. O que nos levou a começar o trabalho a pé, pois não tinha como andar de carro. Andamos seis quilômetros realizando o trabalho de levantamento de roço e mapeamento. 13h – Chegamos ao restaurante, almoçamos e às 14h retornamos ao trabalho. Novamente um trecho muito difícil de andar de carro, fomos a pé novamente. Após o dever cumprido encerramos o trabalho às 16h30 e seguimos rumo ao hotel, para então descansar, pois no dia seguinte tínhamos mais trabalho a fazer.

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7h - Levantamos às 7h e, meia hora depois, estávamos tomando café.

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Quinta-feira, 7 de abril 8h - Voltamos para o trabalho novamente, não sabemos o que veremos pela frente. Uma hora depois encontramos o primeiro obstáculo, uma ponte quebrada. Vamos a

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8h - Às 8h iniciamos os trabalhos do dia que foi o mais difícil da semana. Às 8h30 chegamos à linha e seguimos a pé, pois mais uma vez, devido aos atoleiros, e muita água na faixa de servidão, o carro não tinha como passar. Terminamos o serviço às 12h30, foi muito cansativo. Fomos almoçar e depois seguimos para o hotel para descansar um pouco. 14h - Retornamos à faixa de servidão e mais uma vez caminhamos seis quilômetros, não havia condições de o carro percorrer o trecho e tínhamos que dar sequência ao trabalho, que precisou ser encerrado às 15h40 devido à chuva que começou a cair. 16h30 - Sujos de lama retornamos ao hotel para descansar desse que foi um dia muito difícil. Jantar e dormir bem, pois amanhã temos mais trabalho. Sexta-feira, 8 de abril 7h30 – Encerramos a conta no hotel, tomamos café e seguimos para o trabalho. 8h - Saímos novamente para percorrer o trecho que faltava no máximo até às 10h, para chegar em Miracema até às 15h, pois fomos avisados que estávamos relacionados para um desligamento na Subestação Colinas já no domingo, 10 de abril. Para isso temos que participar de uma reunião com a equipe ainda hoje e separar todo o material desse serviço.

Sábado, 9 de abril 12h30 – Deslocamento de camionete para Colinas, a 300 km de Palmas, e preparação para intervenção em um desligamento. Domingo, 10 de abril 6h - Mais um dia de trabalho. Hoje darei apoio à equipe de equipamentos eletromecânicos para corrigir o funcionamento de uma seccionadora de 500 kV. Conseguimos terminar o trabalho mais cedo, graças a Deus, e fomos liberados para voltar a Palmas às 13h, aonde chegamos às 17h30. Amanhã começa tudo de novo.

10h - Trabalho concluído, seguimos para almoçar em Guaraí e de lá vamos para a Subestação Miracema.

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Eletronorte

16h30 - Saímos de Miracema com destino a Palmas no mesmo ônibus que nos leva e traz todos os dias, 100 km de viagem e uma travessia pelo Rio Tocantins. Cheguei em casa às 18h. De volta ao aconchego do lar, na companhia da mulher Doralice e dos filhos Jefferson, Jayanna e Georgen. Vou descansar e amanhã seguirei viagem novamente.

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15h - Chegamos e fui logo avisado que no sábado sairemos de Palmas às 12h30, com destino à cidade de Colinas, onde vamos dormir para, no domingo, realizar o trabalho referente ao desligamento.

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Fotolegenda

Correio Contínuo

“Prezados editores da Corrente Contínua, na ocasião da realização do evento Alternativas Não-Convencionais para Transmissão de Energia Elétrica - Estado da Arte, recebemos junto com o material um exemplar da revista, edição de Novembro/Dezembro de 2010. Dessa forma, trata-se de uma publicação bimestral. A Força Aérea gostaria de continuar recebendo regularmente as futuras edições da revista e, se possível for, enviar-nos no endereço discriminado abaixo as edições já publicadas no ano de 2011. Uma brilhante publicação recheada de brasilidade: cultura, técnica e inovação”. Tenente Giovanni César Ganime Alves - Cindacta - Brasília - DF “É de uma sensibilidade incrível a matéria Diário de Katiana Silva Santos, publicada na Corrente Contínua, edição nº 236. O diário retrata a rotina de uma eletricista de linha de transmissão que concilia, com muita gratidão e ternura, as atribuições de mulher, mãe, filha e profissional. Nada parece ser obstáculo para quem tem boa vontade. Parabéns, Katiana!”. Fernanda Monteleone Barros - Gerência de Direito Trabalhista - Brasília - DF “Prezado Arthur Quirino, realmente o Diário de Katiana Silva Santos está muito bom. Parabéns à equipe de comunicação. Gostaria de lembrar ou mesmo sugerir que fizéssemos uma matéria sobre os 30 anos do GIT-MA quando oportuno”. Jorge Luiz Furtado da Silva - Divisão de Transmissão de Imperatriz - Imperatriz - MA “Caro Alexandre, mais uma vez parabéns pela excelência da edição 236 da revista Corrente Continua!”. Humberto Rodrigues Gama - Superintendência de Expansão da Geração - Brasília - DF “Prezada equipe da revista Corrente Contínua, não temos dúvida nenhuma de que o nosso Deus é mesmo providencial, tudo acontece na hora exata. Essa matéria do Amazonas e Nós já era para ter sido feita, porém por questões técnicas, somente agora foi possível concluirmos. No entanto, providencial porque saiu exatamente na semana em que a Eletrobras Eletronorte comemorou a Semana da Mulher, e nada melhor, mais justo, do que esse diário. A Katiana Santos, eletricista de linha, uma profissão não muito comum para as mulheres, representa todas as mulheres dessa grande Empresa. Parabéns mais uma vez por este espaço que mostra e valoriza o nosso dia a dia, a nossa gente, o nosso povo nas mais diversas profissões”. Arthur Quirino da Silva Neto - Regional de Transmissão do Maranhão - São Luís - MA “Queria parabenizar a Corrente Contínua pela matéria sobre a Katiana Silva Santos, bem no mês das mulheres. Achei uma grande sacada. E parabenizar você também, Katiana, a matéria mostrou bem a pessoa que você é, como já falou, ‘única’! Sei que foi meio complicado ser a manchete, pois você é bem reservada sobre sua vida pessoal, mas ficou linda a matéria. Siga sempre sendo essa pessoa maravilhosa que você é e muito sucesso sempre! Lembranças para a Cotinha e o Matheus. Marcus Fiúza - Divisão de Transmissão de Presidente Dutra - Presidente Dutra - MA

“Prezados Isabel, Alexandre, César Fechine, Bruna, Higor e equipe da revista Corrente Contínua, em nome dos colaboradores do Centro de Tecnologia da Eletrobras Eletronorte agradecemos as reportagens sobre nossa unidade na última edição. A versão impressa ainda não chegou, mas nossa equipe já imprimiu as reportagens afins ao Centro, já afixadas nos Quadros de Gestão. Parabéns pela excelente visão jornalística adotada nas matérias. Vocês são realmente excelentes”. Francisco Roberto Reis França - Gerência do Centro de Tecnologia - Belém - PA “Prezados senhores, tomando conhecimento da publicação Corrente Contínua, a revista da Eletrobras Eletronorte, ficamos muito interessados em adquiri-la. Portanto solicitamos por gentileza uma assinatura gratuita e se possível toda a coleção. Biblioteca da Universidade Federal de Lavras - Lavras - MG

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“Sou leitor da revista Corrente Contínua, a qual venho recebendo regularmente no meu endereço residencial. Acontece que estou efetuando mudança para novo endereço e gostaria de continuar recebendo a revista. Nesse sentido estou enviando o meu novo endereço no qual gostaria de permanecer como um de seus leitores”. Alfredo Kingo Oyama Homma - Belém - PA “Senhor Josias Matos de Araujo, recebemos e agradecemos o envio da revista Corrente Contínua nº 235, de Novembro/Dezembro de 2010”. Josemara Brito - Biblioteca da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Cruz das Almas - BA

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Recordações Memórias que avivam cheiros e sons Infância que seguiu o fio da meada E entrou pelo furo da agulha Mão de avó girando a manivela Deixando a querosene cheirar no tecido A fuligem colorir de negro a teia de aranha A aranha que não se vê O verde que se perde puído O azeite que escorre na correia Os dedos correndo no tergal, Na lese pálida, colcha de chenille A agulha quebra A mão descansa A lamparina apaga As memórias Recordações Texto: Alexandre Accioly Foto: Rony Ramos

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“Prezados Alexandre e Isabel, mais uma vez a equipe do Escritório de Representação de São Paulo recebe os exemplares da revista Corrente Contínua, que é publicada há vários anos e continua interessante, viçosa e moderna, mantendo assuntos importantes não só para a Eletrobras Eletronorte como também para o Setor Elétrico brasileiro. A edição de nº 236 intitulada Energia por um fio está esplendorosa. As reportagens Energia sem grandes reservatórios e No Pará, a excelência tecnológica da Eletrobrás Eletronorte expressam o grande desafio e conquista de nossa Empresa. Também é de se destacar a homenagem feita ao tenente Filomeno na matéria Exemplo de honestidade e orgulho e o Diário de Katiana Silva Santos, que apresentam os exemplos singulares do antigo empregado e a da nova empregada, mulher de garra que tão bem representa o sexo forte da Empresa, as mulheres! Parabéns aos jornalistas e articulistas Michele Silveira, Higor Sousa Silva, César Fechine e Katiana Silva Santos, em colaboração com Arthur Quirino. Parabéns e vão em frente que a Eletrobras Eletronorte tem muito ainda a apresentar ao Brasil”. Fernando Jose Martins Renno - Escritório de Representação de São Paulo - São Paulo - SP

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“Prezada Isabel, informo que ocorreu um equívoco na matéria da revista Corrente Contínua de Janeiro/Fevereiro de 2011, referente a equipamentos de segurança do trabalho. Na página 13, em que cita o engenheiro de segurança Sérgio de Paula Falleiros como gerente de Segurança da Eletrobras Eletronorte. Na verdade ele é engenheiro de segurança dessa gerência”. Adriana Saraiva da Silva Alves - Gerência de Segurança e Medicina do Trabalho - Brasília - DF

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