CInderelo Pé de Chinelo

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“Era uma vezuma história que não está nos contos de fada, porque não pertence ao passado e não está na imaginação fértil das crianças. É uma história sobre um menino:

C inderelo Pé de C hinelo.

Cinderelo, por parte de uma mãe desconhecida, e pé de chinelo, por parte da zoeira dos amigos. Mas todos o chamavam de Lelo.”

CPéinderelo de em:

Chinelo



MATEUS EM: CINDERELO PÉ DE CHINELO Elias Sperandio

Ilustraç Ilustração Doug Lira


Mateus em: Cinderelo Pé de Chinelo Copyright © 2006 de Elias Sperandio Direitos de edição para a língua portuguesa reservados a: Papéis Avulsos Editora Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor. É proibido reproduzir este livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de: Papéis Avulsos Editora*

Projeto Gráfico: EJS Produção: E. J. Sperandio Revisão: Profª Josefa Tapia Salzano Ilustrações: Doug Lira


A um menino que estรก hรก cerca de 15 anos no passado. Ele gostava tanto de papel que comeรงou desenhando e terminou escrevendo...


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uando Mateus apontou na rua, ela estava deserta. Ficou sentado à

beira do portão, e não havia ninguém para brincar. Ele voltou para casa, pegou seu caderno e saiu. Era uma grande novidade caminhar sem rumo pela rua. Via todos aqueles lugares, as pessoas que andavam sem parar. Foi ali que conheceu a única pessoa possível de ser conhecida, em meio a tanta gente apressada.

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ra uma vez...

uma história que não está nos contos de fada, porque não pertence ao passado e não está na imaginação fértil das crianças. É uma história sobre um menino: Cinderelo, pé de chinelo. Cinderelo, por parte de uma mãe desconhecida, e pé de chinelo, por parte da zoeira dos amigos. Mas todos o chamavam de Lelo.”

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rle é um menino que vende balas na rua, mas o que ele gosta mesmo

é fazer malabares enquanto os carros param no semáforo. Só que os seus irmãos o obrigam a vender balas porque dá mais dinheiro. Tudo fica com os dois irmãos mais velhos e mais fortes. Sua única alegria no dia é quando os dois vão comer alguma coisa lá na rua de baixo, enquanto ele fica segurando o ponto. Depois, é a sua vez de tapear o estômago. Mas enquanto ele está sozinho, Lelo aproveita para fazer o que mais gosta. Ele pega três ou quatro bolinhas do bolso e começa a jogá-las para o ar em movimentos tão perfeitos que é difícil acreditar que uma criança é capaz de fazêlos. Foi assim que Mateus fez amizade com o Lelo, o único que prestava atenção em sua arte, ninguém mais. Mateus já tinha ido a um circo uma vez, até que tinha gostado do programa, embora o lugar não tivesse aquelas poltronas confortáveis do cinema; era um lugar bem pobrezinho. Sua mãe explicara que os circos tinham dado lugar aos shoppings, e ninguém ligava mais para eles hoje em dia. Ele tirou uma moeda do bolso para dar ao Lelo, mas estava dando muito mais, dava companhia.

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relo se animou e começou a fazer coisas que nunca tinha tentado antes.

Ele só parou porque uma mulher num carro o chamou. - Psiu, hei menino. Ele foi correndo. Mateus olhou de longe. - Pois não, dona? - Tome isso aqui – ela piscou para Lelo. O sinal ficou verde, e ela seguiu. Lelo ficou olhando o papel sem entender. - Já sei! – disse Mateus e puxou Lelo pelo braço. - Peraí. E meus irmãos? - É sua vez de comer. Vem. Enquanto os dois irmãos dobraram a esquina, eles dispararam pela avenida. Correram, e correram, e respiraram apressados. Apressadas estavam também suas pernas. Uma sensação boa ia sentindo Lelo: sentia que podia fazer o que quisesse sem a presença dos irmãos.

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VĂĄ atĂŠ a Casa da Fada M troque a por coi drinha e sas lega is!

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e repente, eles chegaram. Mateus apontou para o alto da casa grande.

“CASA DA FADA MADRINHA” Quando entraram, foram recebidos por uma moça muito bonita e simpática. Mateus teve a impressão de que o amigo se apaixonou por ela. Lelo mostrou o papel a ela, que disse alegremente: - Você tem muito dinheiro aqui, menino, vai conseguir trocar por boas coisas. - Eu quero um “sandei” de chocolate! - ele se apressou em dizer. A moça apenas riu. Depois, ela os levou para um grande jardim, onde havia crianças brincando. Uma outra mulher apareceu e disse que, se quisessem, poderiam passar o dia inteiro ali. Eles iriam tomar um banho primeiro; depois, almoçar. Outras atividades estavam programadas como: aprender a usar computadores, jogar vídeo-game, brincar com outras crianças, tomar sorvete... O olho de Lelo brilhou, mas nada poderia ser comparado ao brilho que se irradiou quando ela falou que poderiam aprender a arte milenar do circo. Mateus sentiu o velho amigo explodir de alegria. Imediatamente, Lelo foi entrando com a mulher e quase sumia lá dentro. Depois, ele voltou.

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-V V

amo, Mateus!

- Não, Lelo, isso é só seu. - Você tá comigo. - Escuta, eu não tenho muito tempo, preste atenção. Você vai passar por muitas dificuldades ainda, mas tem uma fada madrinha na sua vida, então não desista nunca. As boas histórias sempre têm um final feliz. Adeus. E Mateus foi saindo, enquanto Lelo era levado a brincar pelos outros meninos do pátio.

Fim 14



“Era uma vezuma história que não está nos contos de fada, porque não pertence ao passado e não está na imaginação fértil das crianças. É uma história sobre um menino:

C inderelo Pé de C hinelo.

Cinderelo, por parte de uma mãe desconhecida, e pé de chinelo, por parte da zoeira dos amigos. Mas todos o chamavam de Lelo.”

CPéinderelo de em:

Chinelo


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